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Universidade do Estado da Bahia

Departamento de Ciências Humanas – Campus I


Colegiado de História
Disciplina: BRASIL
Docente: Profa. Ednélia
Discente: Judith Menezes Melo

ATIVIDADE: Documentário Peões.

“A história pessoal de trabalhadores da indústria metalúrgica do ABC paulista que tomaram


parte no movimento grevista de 1979 e 1980, mas permaneceram em relativo anonimato. Eles
falam de suas origens, de sua participação no movimento e dos caminhos que suas vidas
trilharam desde então. Exibem souvenirs das greves, recordam os sofrimentos e recompensas
do trabalho nas fábricas, comentam o efeito da militância política no âmbito familiar, dão
sua visão pessoal de Lula e dos rumos do país. Direção: Eduardo Coutinho¹”. O
documentário apresenta várias vidas, vividas naquele período tão conturbado e importante no
país, todos sabem exatamente a importância de sua participação individual e coletiva. Os
depoimentos deixam claro que as origens de cada indivíduo fez muita importância na decisão
de lutar através do sindicato por uma condição melhor de vida para toda a coletividade.
Documentário brasileiro de 2004, dirigido por Eduardo Coutinho e produzido pro Beth
Formaggini, duração de 85 minutos Equipe

A equipe do filme é composta por Maurício Andrade Ramos na produção executiva. A


fotografia é responsabilidade de Jacques Cheuiche.

Cristiana Grumbach, atuou como assistente de direção de Eduardo Coutinho. A edição foi feita
por Jordana Berge as pesquisas de pesquisas de personagem e achar pessoas para gravarem o
filme foi feito por Antonio Venâncio, Claudia Mesquita, Cristiana Grumbach e Leandro
Saraiva.

¹Peões de Eduardo Coutinho - Cine TVT-Estreou em 17 de jul. de 2021.


Premiações: Em 2004, o filme venceu o Candango de Ouro de melhor filme, no Festival de
Brasília.No ano seguinte venceu o Troféu APCA na categoria de melhor documentário de
2005, junto de Entreatos, de João Moreira Salles. No mesmo ano recebeu duas indicações ao
Grande Prêmio Cinema Brasil em 2005, nas categorias de melhor diretor e melhor
documentário.

Luiza, mulher que se apresenta pobre de origem, nascida no estado da Paraíba numa fazenda
chamada Monteiro. Se declara uma mulher “espontânea” que não aceita “mando” de marido e
crê que o pai dos sete filhos a abandou por causa do comportamento independente. O segundo
companheiro o “Zito”, metalúrgico com problemas com consumo de alcool, viveu por vinte e
dois anos e alega que a separação desse companheiro se deu por ter jogado uma pedra no Zito.
Luiza deixou claro que a liberdade é a coisa mais importante na vida dela, gosta de xingar e
brigar. Todo o painel de emoções é exibido por Luiza de forma direta e isso me chamou a
atenção. A agressividade e a amorosidade na Luiza se faz notar da mesma maneira, intensa.
Ao atender a ligação do filho, os olhos e a voz se transformam diante da câmera, ao se referir
ao sindicalista Lula e a mãe dele, ela o faz com admiração e amorosidade entre indivíduos
iguais, ela não se entende alguém aquém do homem que ela admira. A participação dela na
política se deu a partir de seu trabalho na cozinha, ela relata que tudo se passava por ali e ela
dava sua participação.

Há grandes diferenças e pequenas semelhanças entre os caminhos percorridos entre homens e


mulheres na vida sindical. As diferenças não se dão somente nos cargos ocupados nas fábricas,
como também na vida amorosa e na origem pobre e oriunda de algum lugar do nordeste ou
norte do país. O casamento é mais duradouro para um homem do que para uma mulher. O
comprometimento junto a causa sindical é igual porém a cobrança no lar é distinta. Os
conflitos e as ausências são comuns aos gêneros, porém o registro da “falência” enquanto mãe
é maior nas mulheres pois elas relatam abandonar a luta em nome dos filhos. O relato da Luiza
é muito semelhante ao de outras companheiras, quanto a firmeza no apoio a causa e no
empenho pessoal em comprometer sua rotina e sua convivência com os filhos. A solidão da
mulher na luta sindical é igual, a frustração também, todas gostariam de ter feito mais (creio
que a única satisfeita foi a Luiza). A saudade daquele período se dá pela memória da
convivência com o líder sindical carismático, atencioso e que dava o mesmo “sangue” que
todos os companheiros. Havia uma identificação entre semelhantes, não havia sindicalista com

¹Peões de Eduardo Coutinho - Cine TVT-Estreou em 17 de jul. de 2021.


relógio de ouro indo discutir greve com os patrões. Os anos que se seguiram a àquele período
foram de completa destruição das lideranças e da força dos sindicatos das classes
trabalhadoras. Todos comprometidos com os ganhos pessoais e pouco com a causa coletiva.

¹Peões de Eduardo Coutinho - Cine TVT-Estreou em 17 de jul. de 2021.

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