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Ficha de Projeto

1. Linhas gerais proposta de estágio


1.1 Pertinência do estudo
1.2 Metodologias / Objetivos
2. Enquadramento teórico
2.1 Envelhecimento
2.2 Autonomia e dependência
2.3 Politicas sociais na velhice
2.4 Centro de Dia
3. Enquadramento Institucional

Patrícia Vilar Gomes

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1. Linhas gerais da proposta de estágio

1.1Pertinência do estudo

São necessárias novas politicas sociais para dar resposta ao crescente envelhecimento da
população que correspondam à diversidade e complexidade deste fenómeno. A
heterogeneidade de utentes de Centro de Dia, demostra que as respostas sociais existentes
têm de ser melhoradas e mais direcionadas para um determinado tipo de população. A
qualificação, os profissionais e os serviços existente deve respeitar as necessidades dos
seus utentes.
Tendo em conta todos os desafios que o envelhecimento acarreta, nomeadamente a perda
progressiva de autonomia, o idoso necessita de respostas que lhe permita satisfazer as
necessidades da vida diária. É neste sentido que surgem as respostas sociais de apoio aos
idosos. No entanto, o que se tem vindo a observar na instituição é que os beneficiários de
Centro de Dia estão cada vez mais dependentes, não apenas a nível físico, mais
psicológico, ao nível da execução das tarefas e intelectual.
Sendo assim, este estudo revela-se pertinente na medida em que se vai compreender o
grau de dependência que os utentes de Centro de Dia apresentam e de que forma é que a
instituição responde a estes desafios e se as politicas vão ao encontro aos idosos de hoje.

1.2 Metodologia

Tendo em conta o que observei no quotidiano da instituição considero pertinente


compreender de que forma é que as características dos seus utentes se foram alterando ao
longo dos anos, a percentagem de utentes que se encontram numa situação de
dependência, se as politicas e os regulamentos se foram adaptando às transformações que
ocorreram devido ao crescimento do envelhecimento e de que forma a equipa de trabalho
gere, no seu quotidiano, essas mesmas alterações.
Sendo assim, a minha investigação no contexto de estágio terá como objetivo
geral:
“Compreender de que forma a resposta social de Centro de Dia responde às
especificidades dos utentes da instituição atualmente”

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Como objetivos específicos pretendo:
1. Avaliar o grau de dependência na realização de atividades básicas de vida
diária;
2. Saber quais as atividades básicas de vida diária em que são dependentes;
3. Avaliar o grau de dependência na realização de atividades instrumentais de
vida diária;
4. Saber quais as atividades instrumentais de vida diária em que são dependentes;
5. Compreender de que forma as politicas sociais e os regulamentos são
aplicados no dia-a-dia institucional;
6. Perceber de que forma a equipa de trabalho e os serviços disponibilizados se
adequam às necessidades dos utentes.
7. Compreender as transformações nas especificidades dos utentes ao longo dos
anos.

No sentido de concretizar os objetivos propostos acima, irei utilizar uma


metodologia de análise mista, que alia a metodologia qualitativa e quantitativa.
A nível qualitativo, irei utilizar as seguintes técnicas: observação; análise
documental e pesquisa bibliográfica.
Quanto à análise documental “esta implica uma pesquisa e leitura de
documentos escritos que se constituem como uma boa fonte de informação”
(Coutinho et al, 2009, p. 373). Sendo assim, para uma análise da realidade mais
completa tive acesso regulamento interno do contexto de estágio, quer o atual quer os
mais antigos. Para além disso, analisei os Planos Individuais dos utentes bem como o os
documentos relativos à resposta social do Centro de Dia. Estas informação revelam-se
fundamentais, sendo possível fazer um paralelismo com os objetivos estipulados, com ao
que observo , com as partilhas das pessoas que vivem naquela realidade, fazendo assim a
triangulação de dados recolhidos através de diferentes
técnicas. Esta triangulação irá permitir, na minha opinião, perceber de uma
forma mais eficaz e autêntica a realidade em que estou inserida.
Através da observação pretendo compreender e analisar as rotinas dos idosos, o
seu nível de autonomia e de que forma a equipa de trabalho se organiza para responder
às diferentes necessidades dos utentes. Segundo Máximo-Estevas (2008) a observação
permite um “conhecimento direto dos fenómenos tal como eles acontecem num
determinado contexto, (…) ajuda a compreender os contextos, as pessoas que nele se

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movimentam e as suas interações” (p.87). É através desta técnica que pretendo conhecer
melhor o quotidiano da instituição e de que forma são aplicadas as politicas tendo em
conta as necessidades e especificidades dos utentes.
Do ponto de vista dos instrumentos quantitativos irei utilizar o índice de Bartlhel
(Mahoney e Bathel;1995;Waden e Colin, 1988; adaptado por Sequeira, 2007) e o índice
de Lawton (Lowton e Brody, 1969; adaptado por Sequeira, 2007).
O índice de Barthel permite avaliar nível de dependência dos indivíduos nas
atividade básicas da vida diária, focando-se em 10 delas: Alimentação, Higiene Pessoal,
Controlo da Bexiga, Controlo dos Intestinos, Deslocação (transferência cama-cadeira),
Mobilidade/Marcha, Uso dos Sanitários, Capacidade em Vestir, Realização de Banho, e
Capacidade de utilizar as Escadas. Em cada uma delas é avaliada a dependência entre 2 a
4 níveis.
Relativamente ao índice de Lawton consiste numa ferramenta de avaliação das
atividades instrumentais da vida diária, abrangendo oito atividades. Sendo assim, este
índice permite-nos avaliar o grau de dependência nas AIVD, de uma forma mais global e
também particular (Sequeira, 2007).

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2. Enquadramento Teórico

2.1Envelhecimento

Na sociedade atual, o envelhecimento e a forma como este se processa é uma


questão fulcral devido ao aumento da esperança média de vida e aos custos associados a
este fenómeno. Uma vez que o Serviço Social é uma profissão que intervém nesta área e
nas problemáticas relacionadas com a mesma, penso que a minha proposta de estágio se
revela pertinente no sentido que permite compreender melhor determinadas questões
associadas ao envelhecimento, valorizando esta área de intervenção que ainda se encontra
um pouco estigmatizada.
O envelhecimento, sendo um fenómeno social traz consigo desafios, entre os quais
garantir a qualidade de vida dos idosos, independentemente da situação física, psíquica e
social em que se encontrem.
“O envelhecimento (…) traz à tona e à discussão as condições da perda de
independência, assim como de autonomia no processo inexorável do envelhecimento”
(Faleiros, 2013, p.35). Ao longo do estágio tenho vindo a observar que os utentes que
ingressam na resposta de Centro de Dia têm cada vez menos autonomia, e por isso
procuram esta resposta.
Através da minha pesquisa compreendi que o envelhecimento envolve
maioritariamente três elementos:
1. Biológico – está relacionado com a senescência, ou seja, com a vulnerabilidade
crescente e uma maior probabilidade de morrer;
2. Social – relaciona-se com o desempenho dos papéis sociais
3. Psicológico – define-se pela tomada de decisões, realização de escolhas auto-
regulação so sujeito, à forma como se consegue adaptar ao processo de senescência e
envelhecimento. (Paúl, p.275). Existem vários autores que defendem este modelo bio-
psico-social de envelhecimento. Osório e Pinto (2007, p.15) consideram que “para além
dos processos biológicos e psicológicos o envelhecimento é um processo cultural e social
(…)”. Sendo assim, o processo de envelhecimento é variável de individuo para individuo,
dependendo de vários fatores, nomeadamente das suas experiências, contexto social e
estilo de vida.

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1.2 Autonomia e dependência

É percetível que para envelhecer de forma saudável é necessário a preservação da


autonomia e independência. Relativamente ao conceito de autonomia este “significa
consciência, capacidade e possibilidade relacional para tomar decisões a respeito de si e
da sua relação com o mundo, de forma interdependente, num contexto sociopolítico-
cultural e como sujeito social e politico, com expressão da sua voz e respeito por ela”
(Faleiro, 2013, p.36).
Através da pesquisa bibliográfica, entendi que a autonomia é um fator importante
para a qualidade de vida do idoso e para o seu bem-estar, permitindo ao sujeito tomar as
suas próprias decisões, realizando as suas vontades e desejos, escolhendo livremente.
Ainda relativamente ao conceito de autonomia, Imaginário (2004, p. 48), apesenta uma
classificação da autonomia dividida em três grupos:
- Baixa autonomia: quando manifestam alta dependência para realizar as atividade de
vida diária e com escassas relações sociais;
- Média autonomia: resolvem a maior parte dos seus problemas quotidianos, mas contam
com um importante apoio dos familiares quando revelam perdas sensoriais e baixa
atividade intelectual;
- Autonomia elevada: tem boa perceção de qualidade de vida com atitudes ativas face à
vida.
Relativamente ao conceito de dependência, e de acordo com o Decreto de Lei
nº101, de 6 de Junho, 2006 “dependência é a situação em que se encontra a pessoa que,
por falta ou perda de autonomia física, psíquica ou intelectual, resultante ou agravada por
doença cronica, demência orgânica, sequelas pós traumáticas, deficiência, doença severa
e / ou incurável em fase avançada, ausência ou escassez de apoio familiar ou de outra
natureza, não consegue, por si só, realizar as atividades da vida diária”. Para Carlos
Sequeira (2007, p.5) a dependência corresponde à “incapacidade do individuo para
alcançar um nível de satisfação aceitável relativamente às suas necessidades, pelo facto
de se encontrar impossibilitado de adotar comportamentos ou realizar tarefas sem a ajuda
de outros” .
A dependência pode acontecer na capacidade funcional para as atividades de vida
diária (AVD), que se caracterizam pelas tarefas que o individuo realiza diariamente e/ou
nas atividades de vida diária e instrumental (AVDI) que engloba: usar telefone, manusear

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dinheiro, usar transportes públicos, cuidar da sua medicação, entre outras. (Sequeira,
2007).
Pascoal (2000) citado em Figueiredo (2007,p.35) considera que para um idoso “ a
autonomia é mais útil que a independência como um objetivo global, pois é possível
restabelece-la, mesmo quando um individuo contínua dependente. Por exemplo, uma
pessoa(…) que ficou limitado a uma cadeira de roda, poderá exercer plenamente a sua
autonomia, apesar de não ser totalmente independente. “. Também Carlos Sequeira
(2007) partilha desta opinião defendendo que a dependência não compromete o
funcionamento cognitivo e emocional.

1.3. Politicas sociais na velhice

Pode definir-se politicas sociais de velhice como “o conjunto das intervenções


públicas que estruturam, de forma explícita ou implícita, as relações entre a velhice e a
sociedade” (Fernandes, 1997, p.22) tendo como benificiários “a população não produtiva
(…) que vive num período de vida que se apresenta com necessidades e problemas sociais
comuns”. As políticas sociais têm assim como principal objetivo fazer face às
necessidades da população idosas que advêm da sua entrada na velhice, garantindo assim
os seus direitos sociais.
Atualmente, podemos contar com várias respostas sociais no sentido de responder
às necessidades desta população, prestando serviços adequados às necessidades e grau de
autonomia das pessoas idosas: Serviço de apoio domiciliário; Centro de convívio; Centro
de dia; Centro de noite; Acolhimento familiar para pessoas idosas e adultas com
deficiência; Estrutura residencial para pessoas idosas.

1.4 Centro de Dia

O Centro de dia é uma resposta social que consiste na prestação de cuidados


individualizados e personalizados, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença,
deficiência ou outro impedimento, não possam assegurar temporária ou
permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as atividades da vida
diária. (Regulamento Institucional)

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“O CD define-se como recurso de apoio familiar que oferece durante o dia a
atenção necessária com vista a apoiar as necessidades básicas, terapêuticas e
socioculturais das pessoas idosas afetadas por diferentes graus de dependência,
promvendo a autonomia e a permanência em contexto domiciliar. (Sancho, 1999 cit in
Teixeira, 2008,p.28).
A intervenção feita pelos profissionais da equipa de Centro de Dia visa garantir
os cuidados e serviços adequados à satisfação das necessidades do utente; prevenir
situações de dependência promovendo a autonomia; garantir a permanência do idoso no
meio natural de vida; desenvolver estratégias de promoção da autoestima, autonomia e da
independência pessoal e social do cliente. (Segurança Social, 2016).
Através dos serviços prestados por este resposta social é possível que esta
população continue a residir nas suas habitações, retardando a institucionalização. Esta
resposta social, deve ter em atenção os profissionais que seleciona para a sua equipa de
trabalho, com formação adequada e diversificada, para poder responder ao grupo
heterogéneo de utentes.

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3. Enquadramento Institucional

A instituição em que desenvolvo o estágio localiza-se no concelho de Santa Maria


da Feira, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que tem como objetivo
contribuir para o bem-estar e qualidade de vida dos seus utentes.
A instituição tem como respostas sociais o Centro de Dia (CD) e Serviço de Apoio
Domiciliário (SAD), ambas com capacidade para 25 utentes.
O CD tem como destinatários indivíduos com mais de 65 anos ou pessoas que
necessitem, por outra razão (isolamento social, agregado familiar desprotegido) deste
apoio, assegurando a satisfação das suas necessidades básicas e desenvolvendo atividades
de prevenção, estimulação e manutenção das capacidades físicas, mentais e cognitivas
preservando a autonomia desta população.
O SAD presta cuidados a indivíduos que por motivo de doença, dependência ou
outro motivo não conseguem satisfazer as necessidades básicas e/ou realizar as atividades
instrumentais da vida diária.
Para além disto, a instituição tem um projeto denominado “Cantina Social” que
visa colmatar necessidades alimentares dos seus benificiários.
Analisando os regulamentos da instituição, mais especificamente o regulamento
de CD, encontramos uma evolução notória relativamente aos critérios de admissão dos
utentes. Sendo assim, no regulamento interno da instituição correspondente ao ano de
2008 é possível ler-se:

“São condições de admissão:


- Possuir idade igual ou superior a 65 anos, salvo casos excecionais a considerar
individualmente;

- Não sofrer de doença infectocontagiosa e não apresentar perturbação mental


grave que ponha em risco a integridade física dos outros utentes ou perturbe o
normal funcionamento do Centro de Dia.”

Comparativamente, atualmente observa-se algumas diferenças nos critérios de admissão


pois esta teve de se adaptar às especificidades dos utentes que ia recebendo. Sendo assim,
no regulamento interno em vigor lê-se como critérios de admissão:

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1. “O utente residir em Fornos ou em áreas geográficas próximas que permitam a
sua intervenção;
2. A Instituição ter capacidade de resposta;
3. O cliente/utente necessitar da prestação de cuidados que assegurem a satisfação
das necessidades básicas.
4. Excecionalmente podem ser admitidos clientes/utentes que, embora não reúnam
algumas destas condições, se encontram em situação social grave,
independentemente da idade.
5. Os utentes em Centro de Dia têm admissão prioritária de acordo com os critérios
seguintes: “

Critérios Ponderação
Residir em Fornos 20%
Risco de isolamento social 18%
Ausência ou indisponibilidade da 15%
família
Perda de autonomia por motivo de 12%
doença, deficiência, velhice ou outro.
Grau de Dependência 11%
Situação encaminhada pelos Serviços 10%
de saúde, nomeadamente Hospitais.
Fracos Recursos económicos 9%
Idade do Cliente 5%
Total 100%

Perante estes critérios de admissão, o Instituto superior da segurança social propõe


como serviços que o Centro de Dia deve assegurar: a) refeições: b) convívio/ocupação;
c) cuidados de higiene; d) tratamento de roupas; e) férias organizadas (Segurança
Social,2016).
No entanto, tendo em conta as necessidades e o grau de dependência elevado que
os utentes têm quando chegam à instituição, foi necessário alargar os serviços, alguns
deles que não estão presentes nos serviços propostas pela Segurança Social,
nomeadamente: administração da medicação, acompanhamento a consultas,
acompanhamento na aquisição de bens e serviços.

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O ajustamento das politicas impostas fica a cargo do diretor técnico da instituição
que pode ser comparado ao burocrata do nível de rua, conceito defendido por Lipsy. “Os
objetivos dos serviços públicos tendem a ser vagos, conflituantes, ambíguos, e , muitas
vezes, representam horizontes desejáveis e não alvos fixos” (Filho, 2013,p.104). Face às
dificuldades em implementação das politicas estabelecidas previamente sem ter em conta
muitas vezes as verdadeiras necessidades da população, e tendo em conta que
maioritariamente “os recursos são cronicamente inadequados para as tarefas a serem
desenvolvidas”, “as decisões tomadas pelos burocratas de nível de rua, as rotinas que
estabelecem e os dispositivos que criam para lidar com as incertezas e pressões do
trabalho efetivamente tornam-se as politicas públicas que implementam”. O nível de
atuação da equipa de trabalho institucional vai ser, de certa forma, independente da
estrutura organizacional, pois há um elemento que tem o poder para tomar decisões, que
se vão basear e fundamentar no contacto direto com as pessoas (Lipsky,1969 in
Filho,2013).
Em relação à resposta de Centro de Dia e mais especificamente em relação a esta
instituição, observo que o dia-a-dia institucional é ultrapassado com alguma dificuldade
tendo em conta as necessidades e os recursos humanos existentes. A resposta social, tal
como está tipificada no âmbito da Segurança Social acaba por não centrar a intervenção
no sujeito, não atingindo os objetivos propostas da própria resposta social. Tendo em
conta o grau de autonomia dos idosos e os recursos humanos existentes, o quotidiano é
maioritariamente ocupado em apenas satisfazer as necessidades básicas dos idosos,
deixando para trás outros objetivos igualmente importantes: contribuir para a estimulação
de um processo de envelhecimento ativo;
Promover a interação com ambientes estimulantes, promovendo as capacidades, a quebra
da rotina e a manutenção do gosto pela vida;
Promover os contactos sociais e potenciar a integração social; contribuir para a
conciliação da vida familiar e profissional do agregado familiar (objetivos descritos no
regulamento da instituição). Sendo assim, quetiono: em que medida os CD constituem
uma resposta adequada às necessidades dos idosos na atualidade? Muitos utentes
procuram o CD porque não há, na prática, respostas socias que apoiem efetivamente
pessoas com diferentes graus de autonomia assim como as suas famílias. A nível
legislativo, não há de facto, nenhum impedimento da integração de pessoas com
diferentes tipos de necessidades e graus de autonomia. No entanto, o serviço prestado não
será o mais adequado, nem tão especializado pois tem de dar respota a pessoas com

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características muito distintas em termos físicos/cognitivos. Face a esta realidade, cabe
ao “burocrata de rua” contornar as politicas existentes proporcionando à população um
tratamento digno e que faça face aos seus problemas.
Tendo em conta que muitos dos idosos estão diagnosticados com um quadro
demencial, em nenhum documento relativamente a esta resposta social existe referência
a um serviço especifico para esta população. Também o facto de não ser necessário um
profissional de saúde nos centros de dia atualmente é questionável tendo em conta as
características dos idosos. Sendo assim, Ribeiro defende que “é necessário personalizar
os serviços, recursos e programas de atenção através de sistemas de avaliação integral,
adaptando-os às características dos sujeitos através de planos individualizados de apoio”,
alertando também para a importância da existência de uma equipa multidisciplinar.
(Ribeiro, 2013,p.186).

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13
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Sequeira, C. (2010). Cuidar de Idosos com Dependência física e mental. Lidel, edições
técnicas, Lda.

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Índice de Barthel (Mahoney & Barthel, 1965; Sequeira, 2007)

Actividades Básicas de Vida Diária (ABVD): Pontuação ___________

Alimentação Independente 10
Necessita de Ajuda 5
Dependente 0
Vestir Independente 10
Necessita de Ajuda 5
Dependente 0
Banho Independente 5
Dependente 0
Higiene Corporal Independente 5
Dependente 0
Uso da Casa de Independente 10
Banho Necessita de Ajuda 5
Dependente 0
Controlo Intestinal Independente 10
Incontinente ocasional 5
Incontinente fecal 0
Controlo Vesical Independente 10
Incontinente Ocasional 5
Incontinente ou Algaliado 0
Subir Escadas Independente 10
Necessita de Ajuda 5
Dependente 0
Transferência Independente 15
cadeira-cama Necessita de Ajuda Mínima 10
Necessita de grande ajuda 5
Dependente 0
Deambulação Independente 15
Necessita de Ajuda 10
Independente com cadeira de rodas 5
Dependente 0

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Índice de Lawton: Atividades instrumentais da vida diária
Pontuação:_______________

Cuidar da casa Cuida da casa sem ajuda 1


Faz tudo exceto o trabalho pesado 2
Só executa tarefas leves 3
Necessita de ajuda para todas as tarefas 4
Incapaz de fazer alguma tarefa 5
Lavar a roupa Lava a sua roupa 1
So lava pequenas peças 2
É incapaz de lavar a sua roupa 3
Preparar as refeições Planeia, prepara e serve sem ajuda 1
Prepara os ingredientes, se lhos derem 2
Prepara os pratos pré-cozinhados 3
Incapaz de preparar as refeições 4
Fazer compras Faz as compras sem ajuda 1
So faz pequenas compras 2
Faz as compras acompanhad 3
É incapaz de ir ás compras 4
Usar telefone Usa-o sem dificuldade 1
So telefona para lugares familiares 2
Necessita de ajuda para o usar 3
Incapaz de usar o telefone 4
Usar transporte Viaja em transporte público ou conduz 1
So anda de táxi 2
Necessita de acompanhamento 3
Incapaz de usar transportes 4
Usar dinheiro Paga as contas, vai ao banco, etc 1
So em pequenas quantidades de dinheiro 2
Incapaz de usar dinheiro 3

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