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ADMINISTRAÇÃO

GERAL E PÚBLICA
Administração Indireta

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
ADRIEL SÁ

Professor de Direito Administrativo, Administra-


ção Geral e Administração Pública em diversos
cursos presenciais e telepresenciais. Servidor
público federal da área administrativa desde
1999 e, atualmente, atuando no Ministério Pú-
blico Federal. Formado em Administração de
Empresas pela Universidade Federal de Santa
Catarina, com especialização em Gestão Públi-
ca. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos,
sempre atuando nas áreas administrativas. É
coautor da obra “Direito Administrativo Facili-
tado” e autor da obra “Administração Geral e
Pública - Teoria Contextualizada em Questões”,
ambas publicadas pela Editora Juspodivm.

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Administração Indireta
Prof. Adriel Sá

Administração Indireta.................................................................................4
1. Introdução..............................................................................................4
2. Autarquias..............................................................................................6
2.1. Conceito..............................................................................................6
2.2. Características Gerais............................................................................7
3. Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista........ 11
3.1. Conceitos........................................................................................... 11
3.2. Características Gerais (Comuns e Diferenciais)........................................ 14
4. Fundações Públicas................................................................................ 18
4.1. Conceito............................................................................................ 18
4.2. Características Gerais.......................................................................... 19
5. Agências............................................................................................... 24
5.1. Aspectos Introdutórios......................................................................... 24
5.2. Agências Reguladoras ou Controladoras................................................. 25
5.3. Agências Executivas............................................................................ 30
Resumo.................................................................................................... 34
Mapa Mental............................................................................................. 36
Questões de Concursos.............................................................................. 37
Gabarito................................................................................................... 58
Gabarito Comentado.................................................................................. 59

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Administração Indireta
Prof. Adriel Sá

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
1. Introdução

A Administração Indireta é composta por entidades administrativas, todas dota-

das de personalidade jurídica própria. Nos termos da CF/1988 (inc. XIX do art. 37),

a Administração descentralizada do Estado é composta por autarquias, sociedades

de economia mista, empresas públicas e fundações públicas.

Acrescenta-se que, com a Lei n. 11.107/2005 (Lei dos Consórcios Públicos),

o inc. IV do art. 41 do Código Civil de 2002 foi alterado, para inserir, ao lado das

autarquias, as associações públicas. Essas são pessoas jurídicas de Direito Público

interno integrantes da Administração Indireta de todos os entes políticos eventual-

mente consorciados.

Questão 1    (INÉDITA/2019) Segundo o princípio da reserva legal, todas as

pessoas integrantes da administração indireta de qualquer dos Poderes deman-

dam lei, seja para criá-las, seja para autorizar sua criação.

Certo.

A criação ou autorização por lei é previsão expressa da CF/88:

Art. 37. (...).


XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

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Note que, para se criar cada entidade da Administração Indireta, é necessária a edição
de uma lei (que crie ou que autorize, conforme o caso). Assim, a criação de entidades
da Administração Indireta é matéria de reserva legal (edição de lei).

ESQUEMATIZANDO

Questão 2    (INÉDITA/2019) É um exemplo de entidade da administração pública

indireta uma Secretaria da Fazenda Municipal.

Errado.

A Administração Direta é formada por órgãos, resultado do processo de descon-

centração, e todos esses órgãos são destituídos de personalidade jurídica. É o caso

de uma Secretaria municipal. Já a Administração Indireta é formada por pesso-

as administrativas, resultado da descentralização. São integrantes da Indireta: as

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autarquias, as sociedades de economia mista, as empresas públicas, as fundações

e as associações públicas.

A Administração Indireta pode existir em todas as esferas da federação, ou seja,

as pessoas administrativas podem ser federais, estaduais, municipais ou distritais.

Para que isso fique atestado, façamos a leitura do caput do art. 37 da CF/88:

Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

2. Autarquias
2.1. Conceito

Autarquia, cujo vocábulo é formado pela junção de duas expressões (autos =

próprio + arquia = direção), significa uma entidade que se comanda, que tem sua

própria direção. A palavra expressa bem o sentido que se deve ter para as entida-

des da Administração: entidades autônomas (administrativamente).

Sobre o tema, vejamos a definição constante no Decreto-lei 200/1967 (inc. I do art. 5º):

I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica,


patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da administração
pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.

A definição é de 1967, mas é razoável. Todavia, omitiu-se a natureza da per-

sonalidade, que é de Direito Público. E não poderia ser diferente, porque as au-

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tarquias desempenham atividades exclusivas do Estado, sendo a personalidade de

Direito Público a garantia de tratamento diferenciado.

Questão 3    (INÉDITA/2019) A entidade da administração pública indireta criada

por meio de lei para desempenho de atividades específicas, com personalidade ju-

rídica pública e capacidade de autoadministração é a autarquia.

Certo.
Perceba os detalhes no conceito apresentado no item: As pessoas administrativas
do Estado podem ser de Direito Público ou de Direito Privado. Quando de Direito
Público, a lei específica é o veículo criador, não havendo necessidade de qualquer
ato superveniente. Diante disso, a autarquia se enquadra na descrição!

2.2. Características Gerais

Reforça-se que as atividades a serem desempenhadas pelas autarquias são típi-

cas da Administração Pública. O ponto de partida é estabelecer o que é “atividade

típica” a ser desempenhada por uma autarquia. O conceito é variável, ou seja,

depende do momento histórico vivido.

Para ser mais claro, o que hoje é visto como atividade típica da Administra-

ção pode não o ser daqui a alguns anos. Um exemplo serve para ilustrar: em

nosso país, prisões são administradas pelo Estado, pois, na média, as pessoas

creditam essa atividade a um ente público. Já nos Estados Unidos da América,

os estabelecimentos prisionais são verdadeiras empresas. Será que o nosso

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país um dia também fará desse jeito? Isso dependerá do que se entenda por

atividade típica de Estado.

Entretanto, o fato é que, para os concursos públicos, as autarquias desenvolvem

atividades típicas da Administração, sejam lá quais forem essas no momento histó-

rico atravessado. E mais: não se pode criar autarquia para exploração de atividade

econômica, pois essa não é típica da Administração, mas sim do mercado.

Questão 4    (INÉDITA/2019) À autarquia deverão ser acometidas as atividades

concernentes à exploração de atividades econômicas.

Errado.

Nem pensar! As autarquias são pessoas de Direito Público, que desempenham ati-

vidades exclusivas de Estado. E, como se sabe, a atividade empresarial não é

realidade para o Estado.

De acordo com a CF/1988, as autarquias são as únicas entidades da Adminis-

tração Indireta que “nascem” por lei, ou, mais precisamente, por lei específica1.

Observe o disposto no inc. XIX do art. 37 da Constituição:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

1
Tecnicamente, a lei específica é a fonte criadora de todas as entidades de Direito Público. A citação constitu-
cional restrita às autarquias deve-se ao fato de serem as pessoas jurídicas de Direito Público mais tradicio-
nais do Estado. No entanto, há múltiplos exemplos de Fundações do Estado com a personalidade jurídica de
Direito Público, as quais também são criadas diretamente por lei específica.

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O regime jurídico aplicável às autarquias é, predominantemente, o Direito

Público, pois sempre há algo do Direito Privado aplicado àqueles que são regidos

essencialmente pelo Direito Público. Exemplo: um cheque de uma autarquia é igual

ao cheque de qualquer um de nós. Se não houver recursos na conta corrente, não

vai ser pago. Ou seja, vale para o cheque da autarquia o Direito Privado, e não o

Direito Público.

A seguir, uma síntese das principais prerrogativas extensíveis às autarquias e às

fundações públicas (de Direito Público):

• Imunidade tributária recíproca: não precisam pagar impostos (não é qualquer

tributo) sobre o patrimônio, renda e serviços, relativamente às finalidades es-

senciais ou às que dela decorram. Por exemplo: autarquias não pagam IPTU

de seus imóveis (ainda que alugados a terceiros);

• Bens públicos não sujeitos à usucapião: qualquer bem público (especial,

uso comum ou dominial) não está sujeito à aquisição prescritiva, ou seja,

em razão do tempo de permanência (§ 3º do art. 183 da CF/1988, e art.

102 do CC/2002);

• As dívidas passivas (crédito em favor de terceiros) prescrevem em cinco anos;

• As dívidas ativas (crédito em favor do Estado) têm execução por um processo

especial – Lei 6.830/1980;

• Os bens públicos são impenhoráveis, logo o pagamento das dívidas passivas

será feito mediante sistema de precatórios, a não ser que os débitos sejam de

pequeno valor (nesse caso, dispensa-se a inscrição em precatórios);

• Os prazos nos processos no Judiciário são diferenciados: de regra, em dobro

para todas as manifestações processuais;

• Sujeitas ao duplo grau de jurisdição: as sentenças desfavoráveis às autar-

quias, nos juízos singulares, são remetidas ao Tribunal (remessa necessária).

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Porém, não é uma regra absoluta: na ocorrência de situações específicas (§§

3º e 4º do NCPC), a autarquia precisará interpor, voluntariamente, o recurso

para ver suas razões apreciadas.

Questão 5    As autarquias não se submetem ao regime dos precatórios ou da Re-

quisição de Pequeno Valor (RPV).

Errado.

As autarquias são consideradas Fazenda Pública; logo, seus bens públicos não po-

dem ser executados (penhora, por exemplo). Assim, tais pessoas contam com um

sistema diferenciado de pagamentos, no caso, o regime de precatórios ou, confor-

me o caso, o RPV, para débitos de pequeno valor.

Questão 6    (INÉDITA/2019) Em razão da imunidade tributária, a União, os esta-

dos, o Distrito Federal e os municípios não podem instituir tributos às autarquias.

Errado.

O item generalizou demais! A imunidade recíproca, conferida pela Constituição Fe-

deral, é relativa somente a impostos, e não a tributos em geral.

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3. Empresas Estatais: Empresas Públicas e Sociedades de


Economia Mista

De partida, esclareça-se que o conceito de empresa estatal ou governamental

não coincide com o de empresa pública. Empresa estatal é gênero que comporta

as espécies sociedades de economia mista, empresas públicas e outras empresas

controladas direta ou indiretamente pelo Estado. Vejamos o que diz o texto consti-

tucional (inc. XVII do art. 37 da CF):

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-
ciedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;

3.1. Conceitos

Com relação às empresas públicas, dispõe o art. 3º da Lei 13.303/2016 (lei

das estatais):

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-


do, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte-
gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Essa nova redação corrige a impropriedade do Decreto-lei 200/1967, em que

se previa a criação da entidade diretamente por lei. As pessoas estatais de Direito

Privado são só autorizadas por lei específica.

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Questão 7    (INÉDITA/2019) A empresa pública será criada por lei específica e será

constituída, obrigatoriamente, como sociedade anônima.

Errado.

Nada disso! As empresas públicas não são criadas por lei, mas só, simplesmente,

autorizadas. Além disso, as EP podem assumir qualquer configuração admitida

em direito.

Para nós, o legislador poderia ter sido expresso, também, quanto aos campos

de atuação da empresa pública. As atuais empresas estatais, além da exploração

de atividade econômica, podem ser prestadoras de serviços públicos, exemplo da

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, da INFRAERO e do METRÔ-SP.

Questão 8    (INÉDITA/2019) Toda empresa pública estará sujeita a supervisão mi-

nisterial.

Certo.

A Administração Pública Direta exerce sobre a Indireta um controle de natureza

finalística, ou seja, dentro dos limites da lei criadora ou autorizativa. Na Adminis-

tração federal, esse controle é chamado de supervisão ministerial.

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Acerca das sociedades de economia mista, o art. 4º da Lei 13.303/2016 (lei das

estatais) assim as conceitua:

Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de


direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas
ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito
Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta.
§ 1º A pessoa jurídica que controla a sociedade de economia mista tem os deveres e
as responsabilidades do acionista controlador, estabelecidos na Lei n. 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, e deverá exercer o poder de controle no interesse da companhia,
respeitado o interesse público que justificou sua criação.
§ 2º Além das normas previstas nesta Lei, a sociedade de economia mista com registro
na Comissão de Valores Mobiliários sujeita-se às disposições da Lei n. 6.385, de 7 de
dezembro de 1976.

Vale aqui o apontamento feito com relação às empresas públicas: as sociedades

mistas também podem ser prestadoras de serviços públicos e não são criadas dire-

tamente por leis, mas tão-somente autorizadas por lei.

Questão 9    (INÉDITA/2019) A sociedade de economia mista será criada por lei

específica e será constituída como sociedade limitada ou como sociedade anônima.

Errado.

As SEM são só autorizadas por lei (e não criadas), e serão sempre sociedades

anônimas.

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3.2. Características Gerais (Comuns e Diferenciais)

A instituição tanto das sociedades mistas quanto das empresas públicas depen-

de de prévia autorização em lei específica; como a lei é autorizativa de criação, se-

rão necessários atos posteriores para que tais entidades possam ser consideradas,

efetivamente, criadas.

De qualquer forma, tenha atenção para o fato de que empresas governa-

mentais ou entidades empresariais do Estado não “nascem” com a lei, mas tão

só são autorizadas. E, por simetria, a extinção de tais entidades necessitará de

lei autorizativa.

Quanto à natureza jurídica, ambas são pessoas jurídicas de Direito Privado,

com derrogações parciais de normas de Direito Público, afinal, devem, por exem-

plo, realizar concursos públicos para a seleção de seus empregados e licitações

para contratação de seus fornecedores. Tais deveres (de licitar e de realizar concur-

sos para seleção de pessoal) são derivados de normas públicas, razão pela qual os

doutrinadores afirmam que no caso de tais entidades há um hibridismo (mistura).

E aqui faz toda a diferença a atividade exercida por tais entidades.

Questão 10    (INÉDITA/2019) As empresas públicas e as sociedades de economia

mista são pessoas jurídicas de direito privado.

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Certo.

Na Administração Indireta, temos pessoas de direito público e privado. São sempre

de direito privado as estatais, assim entendidas as empresas públicas, sociedades

de economia mista e suas subsidiárias.

Quando exploradoras de atividade econômica, prevalecerá o Direito Privado.

Por outro lado, quando prestadoras de serviços públicos, a predominância será do

Direito Público.

Destaca-se que a exploração de atividade econômica pelo Estado por intermé-

dio de suas entidades da Administração Indireta deve ser feita por sociedades de

economia mista e empresas públicas, ou por subsidiárias destas. Mais uma vez,

vale citar o texto constitucional (§ 1º do art. 173):

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de eco-


nomia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
I – sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;
II – a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública;
IV – a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a
participação de acionistas minoritários;
V – os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

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Questão 11    (INÉDITA/2019) A exploração direta de atividade econômica pelo Es-

tado por meio de uma empresa pública só será permitida quando não houver em-

presa privada atuando na mesma área.

Errado.

Não, mesmo! Nos termos do art. 173 da CF, a presença do Estado no domínio

econômico dá-se nas situações de monopólio, segurança nacional e relevante

interesse coletivo.

No que se refere à forma jurídica, há relevante diferença entre tais institui-

ções: todas as sociedades de economia mista são Sociedades Anônimas (S.A.). Já

as empresas públicas podem assumir qualquer configuração admitida no direito,

inclusive ser S.A.

Quanto à composição do capital social, nas sociedades de economia mista,

a maioria das ações com direito a voto é do Estado, não havendo, portanto, a inte-

gralidade de capital público. Já nas empresas públicas, o capital social tem de ser

100% Público.

Questão 12    (INÉDITA/2019) A empresa pública estará sujeita a um regime de

direito privado, podendo ter o seu capital social integralizado por particulares.

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Errado.

O capital social a empresa pública é 100% formado por capital público.

Impõe-se desvendar se os 100% do capital das empresas públicas são provenien-

tes de uma única pessoa ou se, para a integralização, admite-se a composição

de dois ou mais entes. Vejamos o que dispõe o parágrafo único do art. 3º da Lei

13.303/2016:

Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da


União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

A leitura do dispositivo nos permite concluir pela viabilidade da existência de di-

versas origens públicas de capital. Nesse caso, a empresa pública terá dois ou mais

sócios, sendo chamada de pluripessoal. Já se a origem do capital for de um único

entre, será chamada de unipessoal2.

Todavia, o capital integralizado tem que ser 100% público, ainda que oriundo

de entidades da Administração Indireta, sendo esse um dos traços distintivos em

relação às sociedades de economia mista.

Relativamente ao regime de pessoal, a regra é a adoção do regime celetista,

observando-se, em todo caso, o princípio do concurso público (inc. II do art. 37).

No que se refere aos bens pertencentes às empresas estatais, pela estrita

definição do Código Civil (art. 98), seriam estes privados. Vejamos:

2
A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (DATAPREV) é empresa pública vinculada ao
Ministério do Trabalho e Previdência Social de natureza pluripessoal, afinal, conta com, no mínimo, 51% do
capital social integralizado pela União e 49% do capital subscrito pelo INSS.

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Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencerem.

Empresas estatais não são pessoas de direito público. Logo, seus bens, pela

estrita definição do Código Civil, são privados. Contudo, no campo doutrinário, há

distinção se a estatal é interventora no domínio econômico (exemplo do Banco do

Brasil) ou prestadora de serviços públicos (exemplo da Infraero).

Se prestadoras de serviços públicos, o regime de bens é diferenciado, ou seja,

os bens afetados à prestação dos serviços, apesar de privados, contarão com a

proteção própria dos bens públicos. E, nesse caso, serão protegidos pela impenho-

rabilidade, imprescritibilidade e outras garantias próprias aos bens definidos legal-

mente como públicos.

4. Fundações Públicas
De plano, assinale-se que as fundações, de que ora se trata, são as públicas, ou

seja, entidades constituídas pelo Estado. Apesar de um tanto evidente, isso deve

ser dito para evitarmos confusão, porque são comuns as fundações criadas por

particulares (Roberto Marinho e Ayrton Senna, por exemplo).

4.1. Conceito

O inciso IV do art. 5º do Decreto-lei 200/1967 define a fundação pública como:

IV – Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimen-
to de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público,
com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de
direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.

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Perceba que está bem claro na norma que as fundações não podem ter intuito

lucrativo. Isso, dentre as entidades da Administração Indireta, só é possível para

sociedades mistas e empresas públicas, entidades empresariais do Estado.

Conceitualmente, note que o decreto-lei afirma que as atividades a serem

desenvolvidas pelas fundações estatais não exigem que tenham de ser órgãos

ou entidades de Direito Público. E deve ser assim, pois, caso precisassem da

natureza de Direito Público, necessariamente deveriam ser constituídas sob a

forma de autarquia.

4.2. Características Gerais

O primeiro ponto a se destacar – e que é o de maior controvérsia na doutrina – é

a natureza da personalidade jurídica das fundações. No Decreto-lei 200/1967,

as fundações públicas possuem personalidade jurídica de Direito Privado. Ocorre

que a doutrina majoritária admite a existência de fundações com personalidade de

Direito Público.

Além disso, conforme entendimento do STF (RE 101126/RJ), caso uma funda-

ção pública seja dotada de personalidade jurídica de Direito Público, constituirá

uma “espécie” do gênero autarquia.

Com efeito, dizer que uma fundação pública é espécie de autarquia equivale a

reconhecê-la como autarquia. De toda forma, ainda que objeto de severas críticas

doutrinárias, a matéria deve ser incorporada para fins de concurso público. Essas

fundações públicas de Direito Público passaram a ser chamadas pela doutrina de

fundações autárquicas ou autarquias fundacionais.

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Portanto, considerando a posição do STF, temos que as fundações de Direito

Público, haja vista a natureza autárquica, serão criadas diretamente por lei. E,

por exclusão, as estatais de Direito Privado serão apenas autorizadas por lei.

Questão 13    (INÉDITA/2019) A criação de fundações públicas de direito público

ocorre por meio de lei, não sendo necessária a inscrição de seus atos constitutivos

em registro civil de pessoas jurídicas.

Certo.

De fato, se estamos tratando de fundações públicas de direito público, elas são,

sim, criadas por lei, não sendo necessários outros atos constitutivos, neste caso.

Ocorre que a CF/1988 (inc. XIX do art. 37) não revela a natureza jurídica das

fundações, e, bem por isso, se for afirmado em prova que “fundações têm sua cria-

ção autorizada em lei”, acate o quesito como correto. Só deve haver preocupação

quanto ao processo “diferenciado” das fundações públicas de Direito Público, isso,

porém, se a ilustre banca examinadora citar expressamente.

Outra decorrência da natureza jurídica das fundações é quanto ao regime ju-

rídico que lhes é aplicável. Se forem de Direito Público, haverá o predomínio das

normas publicísticas, afinal, trata-se de uma autarquia. Se forem de Direito Pri-

vado, predominará tal regime jurídico, com interferências parciais de normas de

Direito Público. Nesse último caso, perceba que há um hibridismo quanto ao regi-

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me jurídico, pois, apesar de Direito Privado, devem, por exemplo, fazer concursos

públicos para selecionar seus empregados.

O regime jurídico do pessoal das fundações de Direito Público é o estatutário,

que, no caso federal, é o previsto na Lei 8.112/1990. Contudo, para as fundações de

Direito Privado, o regime é o celetista, com a contratação de empregados públicos.

Retomemos à leitura da Constituição Federal (inc. XIX do art. 37):

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Observe que a Constituição exige lei complementar para definir a área de atu-

ação das fundações. Note que não é autorização de criação, mas sim área de atu-

ação. O legislador constituinte fez isso para que se tratasse, em separado, do que

cabe às fundações realizar, de maneira a se promover um debate específico, em

termos legislativos, do que estas podem e devem fazer.

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ESQUEMATIZANDO

Questão 14    (INÉDITA/2019) As áreas em que poderão atuar as fundações públi-

cas são definidas e estabelecidas por lei complementar.

Certo.

É o que prevê o inc. XIX do art. 37 da CF/88:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Relativamente ao regime de bens, tem-se que a natureza dos bens das fun-

dações varia conforme a natureza jurídica de tais entidades. Se de Direito Público,

seus bens são públicos; se de Direito Privado, seus bens são privados, os quais,

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se voltados à prestação de serviços públicos, contarão com a proteção da ordem

jurídica, tal como decidido pelo STF no caso da ECT, em que se reconheceu a impe-

nhorabilidade dos bens públicos.

Por fim, a questão do controle por parte do Ministério Público. Esse é um

aspecto peculiar das fundações, pois o art. 66 do Código Civil prevê que o Ministé-

rio Público tutelará as fundações, onde estas estiverem situadas. Por conseguinte,

cada um dos Ministérios Públicos estaduais tem essa incumbência quando se trata

de fundação criada por particular.

O §1º do art. 66 do CC/2002 estabelecia competir ao Ministério Público Federal

(MPF) o encargo de fiscalizar as fundações em funcionamento no Distrito Federal

ou em Territórios. Por não se ajustar ao ordenamento jurídico, o dispositivo foi de-

clarado inconstitucional pelo STF (ADIN 2794/DF), cabendo a veladura de tais fun-

dações ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, por ser competência

reservada ao MP dos Estados.

INDO MAIS FUNDO

 Obs.: Diante da inconstitucionalidade reconhecida pelo STF, o legislador ordinário

(Lei 13.151/2015) alterou a redação do §1º do art. 66 do CC/2002, para:

 Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.

 § 1º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo

ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

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5. Agências
5.1. Aspectos Introdutórios

Apesar das tentativas de se amoldar nosso direito ao “modismo” das agências

nas experiências estrangeiras, pode-se afirmar que, na média, nossa doutrina não

foi muito receptiva a isso. De toda forma, para começar a abordagem, observemos

o que nos informa a autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro3:

O vocábulo agência é um dos modismos introduzidos no direito brasileiro em decorrên-


cia do movimento da globalização. Foi importado do direito norte-americano, onde tem
sentido mais amplo, que abrange qualquer autoridade do governo dos Estados Unidos
da América, esteja ou não sujeita ao controle de outra agência, com exclusão do Con-
gresso e dos tribunais. Por outras palavras, excluídos os três poderes do Estado, todas
as demais autoridades públicas constituem agências, excluída do conceito a própria
presidência da República, ao contrário do que ocorre no Brasil, em que o chefe do Poder
Executivo integra a administração pública, estando colocado no seu ápice, orientando e
dirigindo o seu funcionamento.

Assim, embora o modelo brasileiro seja muito similar ao de outros países, temos

nossas próprias singularidades. Sobre o tema, a autora afirma que importamos a no-

menclatura (agência) do modelo americano, mas não fizemos diversas mudanças ne-

cessárias em nossa estrutura jurídica. Só que, para os estudantes, o que importa mes-

mo é o Brasil, não é? E, no nosso país, pode-se falar, basicamente, de dois tipos de

agências: as reguladoras (nominadas também de controladoras) e as executivas.

Antes de prosseguirmos, registre-se que a nomenclatura “agência” nem sempre

designa uma pessoa jurídica (uma entidade) que tenha de se enquadrar, especifica-

mente, em um desses dois tipos (reguladoras e executivas). Com outras palavras, há

organismos estatais que recebem o nome de agência e não são reguladores e sequer

executivos. Veja os exemplos da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), um órgão


3
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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do Poder Executivo Federal, e da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Indus-

trial), uma pessoa jurídica integrante do “sistema S”, pondo-se ao lado de entidades

de direito privado, como o SESI, SENAI, SEBRAE, SENAR, SENAT e outros mais.

ESQUEMATIZANDO

5.2. Agências Reguladoras ou Controladoras

Em nosso país, as agências reguladoras ganharam força com as reformas pro-

movidas na década de 1990. Seguindo uma tendência mundial, o Estado brasileiro

passou a ser muito mais regulador das atividades do que executor, ou seja, no

lugar de os serviços públicos serem prestados diretamente pelo aparato estatal,

preferiu-se a delegação a pessoas jurídicas de direito privado.

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De fato, vivenciamos um processo de entrega à iniciativa privada acelerado

naqueles anos. E, nesse quadro, surgiram as agências reguladoras, com o papel

primário de normatizar e de fiscalizar os serviços que antes eram executados dire-

tamente pelo Estado.

No entanto, é de se esclarecer que a atividade regulatória não é uma novidade

jurídica da década de 1990. Instituições como o CADE (Conselho Administrativo de

Defesa Econômica) ou como a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), autarquias

mais tradicionais, fazem regulação há mais tempo do que a própria existência das

atuais agências reguladoras, das quais a primeira foi a ANEEL (Agência Nacional

de Energia Elétrica), criada pela Lei 9.427/1996. Assim, pela pertinência, vamos

precisar o que vem a ser a função regulatória do Estado, que tanto vem crescendo.

No Brasil, conceituar regulação não é tarefa muito fácil. Da forma que o assunto

é encarado hoje, é um tanto novo para nós. Socorrendo-nos da doutrina de José

Maria Pinheiro Madeira4, pode-se entender regulação por:

Atividade desenvolvida por agentes independentes, no sentido de estabelecer mar-


cos ou pontos ótimos de equilíbrio em determinados segmentos do mercado, har-
monizando e buscando a eficiência máxima na realização dos diversos interesses
dos agentes econômicos do mercado, quer do ponto de vista equitativo, quer sob a
ótica distributiva.

Então, a regulação incidirá em diversas áreas, como a fiscalização, a sancio-

natória e a solucionadora de conflitos. Aproxima-se bastante da regulamentação,

enfim, da expedição de normas administrativas, mas com esta não se confunde,

apesar de a própria CF/1988 colocar tais missões lado a lado:

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exer-
cerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este
determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.

4
MADEIRA, J. M. P. Administração Pública. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2005.

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Luis Roberto Barroso, no artigo “Agências Reguladoras. Constituição, Transfor-

mações do Estado e Legitimidade Democrática”, publicado pela Revista de Direito

Administrativo da FGV, ano de 2002, destaca que às agências reguladoras brasileira

têm sido cometidos um conjunto diversificado de tarefas, dentre as quais se in-

cluem, a despeito das peculiaridades de cada uma delas, em função da diversidade

de textos legais, as seguintes:

• Controle de tarifas, de modo a assegurar o equilíbrio econômico e financeiro

do contrato;

• Universalização do serviço, estendendo-os a parcelas da população que deles

não se beneficiavam por força da escassez de recursos;

• Fomento da competitividade, nas áreas nas quais não haja monopólio natural;

• Fiscalização do cumprimento do contrato de concessão;

• Arbitramento dos conflitos entre as diversas partes envolvidas: consumidores

do serviço, poder concedente, concessionários, a comunidade como um todo,

os investidores potenciais etc.

Sinteticamente, regular é estabelecer as regras do jogo, as normas, sobretudo,

as aplicáveis às situações em geral. Entretanto, adotando-se a doutrina conserva-

dora, as diretrizes estabelecidas pelas agências não podem inovar no ordenamento

jurídico, seguindo a máxima do princípio da legalidade de que ninguém será obri-

gado a fazer ou deixar de fazer nada senão em virtude de lei.

Em alguns países, a atividade regulatória é tão importante que é vista como um

ramo próprio e autônomo do direito, inclusive, em relação ao Direito Administrativo

(Estados Unidos, por exemplo). Contudo, o Brasil ainda não chegou a esse estágio.

Aliás, na atualidade, é muito pouco provável que as agências reguladoras alcancem

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o grau de autonomia que as suas similares têm noutros países. Isso se dá, sobre-

tudo, em razão da visão estrita do princípio da legalidade.

Por outro lado, pensando a regulação como tarefa de equilibrar a atividade

do sistema econômico (redução das falhas de mercado), tal atividade jurídica é

sobremaneira importante, em especial para reduzir as assimetrias (as diferencia-

ções) entre os diferentes “atores” do mercado regulado. De fato, os consumidores

possuem menos informações que as grandes empresas responsáveis por prover os

serviços públicos.

No entanto, é importante perceber que a regulação não incide apenas sobre

mercados assimétricos. Incide, sobretudo, no que seja de interesse público, mesmo

quanto ao uso de bens que, a princípio, não sejam privatizáveis, tal como a água,

afinal, em linhas gerais, o uso é regulado pela Agência Nacional de Águas (ANA).

Nesse aspecto, seria uma regulação mais social do que propriamente econômica.

No que diz respeito à solução de conflitos havidos em suas áreas de atuação,

lembre-se de que a agência tem competências para isso, o que, entretanto, não

impede o questionamento ao Poder Judiciário quanto às decisões administrativas

regulatórias. Logo, essa função atribuída às agências não possui o caráter da defi-

nitividade, típico das decisões judiciais.

A agência reguladora deve ter o cuidado de não ser “sequestrada” ou “captura-

da” pelos interesses daqueles que regula. Veja o exemplo da ANATEL, em que as

empresas de telecomunicações são poderosas, isto é, têm grande poderio merca-

dológico, ótimos profissionais e muita influência no setor, além de serem, em al-

guns campos, poucas. Muitas das vezes, tais instituições privadas acabam influen-

ciando significativamente as decisões das reguladoras, as quais, caso não sejam

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zelosas, podem incidir no chamado risco de captura, o qual consiste na influência

nas decisões da agência a partir dos agentes econômicos envolvidos.

Em termos de CF/1988, vejamos quem são as nossas reguladoras:

Art. 21. Compete à União:


(...)
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os servi-
ços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos servi-
ços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
Art. 177. Constituem monopólio da União:
(...)
§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
(...)
III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

Veja que a CF menciona de órgão regulador. Então, é possível que tenhamos

mesmo um órgão que faça regulação. Contudo, esclareça-se que, atualmente, to-

das as agências reguladoras federais são autarquias! Daí duas assertivas podem

ser feitas de modo correto para sua prova:

1. É possível que órgãos exerçam funções regulatórias. Por exemplo: a Secreta-

ria de Direito Econômico do Ministério da Justiça exerce funções regulatórias

para evitar a concentração de mercado;

2. Atualmente, todas as agências reguladoras federais são autarquias, logo,

são pessoas jurídicas de direito público, integrantes da Administração in-

direta do Estado.

Examinemos melhor a segunda assertiva.

No Brasil, as agências reguladoras vêm sendo criadas sob a forma de autarquia.

A razão é conferir maior autonomia e independência em relação à Administração

direta, garantindo a elas o desempenho de suas atribuições de forma mais impar-

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cial, sem o envolvimento com as questões eminentemente políticas, tão comuns na

Administração centralizada.

Como as atuais reguladoras são autarquias, a criação dá-se por meio de lei or-

dinária específica, conforme requerido pelo inc. XIX do art. 37 da CF/1988. Assim,

apesar do regime especial a que estão submetidas, as agências controladoras são

autarquias, logo, com capacidade exclusivamente administrativa.

Esclareça-se que a natureza autárquica é justificável para tais estruturas re-

guladoras porque as atividades exercidas são típicas do poder público (regulação,

poder de polícia e fomento, por exemplo), enfim, atribuições que demandam a na-

tureza jurídica de direito público.

Todavia, ainda que diferenciadas, as reguladoras compõem a Administração In-

direta. Portanto, por serem autarquias, as reguladoras federais se submetem à tute-

la administrativa, realizada por um Ministério supervisor. À semelhança das demais

entidades da Administração descentralizada, não se encontram subordinadas hierar-

quicamente ao órgão supervisor, estando vinculadas a este para fins de acompanha-

mento, com base no princípio da especialidade. Assim, a regra é que suas decisões

não sejam revistas pelos órgãos que lhe fazem a supervisão, ou seja, só quando a

lei for expressa é que se admitirá a figura do recurso hierárquico impróprio.

5.3. Agências Executivas

Em primeiro lugar, oportuno destacar que boa parte da doutrina trata com cer-

to “desprezo” o estudo sobre as agências executivas, especialmente em razão da

mínima diferenciação que estas possuem em relação às autarquias tradicionais

integrantes da Administração indireta. No entanto, toda a crítica doutrinária é ir-

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relevante para fins de concursos públicos, sendo suficiente termos o conceito e as

características do regime especial.

Na realidade, as agências executivas não são “novas entidades”, mas, sim, an-

tigas autarquias ou fundações que passam por um processo de qualificação. Em

conformidade com os incs. I e II do art. 51 da Lei 9.649/1998, são pressupostos

necessários para a qualificação:

• celebração de contrato de gestão com o respectivo ministério supervisor, que

terá a periodicidade mínima de um ano; e, cumulativamente,

• um plano estratégico de reestruturação ou de desenvolvimento institucional

em andamento.

Bom reforçar que todos os órgãos ou entidades administrativas podem firmar

contratos de gestão, com fundamento do § 8º do art. 37 da CF/1988. Contudo,

no caso das agências executivas, o documento é obrigatório para que a entidade

autárquica ou fundacional possa receber a titulação. Assim, a classificação de au-

tarquias e fundações em agências executivas aprimora mecanismos de acompa-

nhamento e avaliação dos resultados apresentados por essas instituições.

A qualificação da entidade virá após a celebração do contrato de gestão, isto é,

a entidade pretendente não é qualificada no contrato de gestão, mas depois que o

firmar. Em âmbito federal, a titulação de agência é conferida discricionariamente

por decreto do Presidente da República.

O contrato de gestão é o instrumento que declara as atribuições, responsabili-

dades e obrigações do Poder Público e da agência executiva, especificando, dentre

outros, programa de trabalho, metas a serem atingidas, respectivos prazos de

execução, bem como os critérios objetivos de avaliação de desempenho, inclusive

mediante indicadores de qualidade e produtividade.

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Observa-se que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado (PDRAE) citou

o projeto das “agências autônomas” como um dos instrumentos da modernização

da gestão pública. Com esse propósito, a necessidade de alteração no arcabouço

normativo foi prevista no PDRAE, para possibilitar a melhoria da gestão, ao tempo

em que algumas autarquias selecionadas seriam transformadas em “laboratórios

de experimentação” (nas palavras do Plano).

Crê-se que, por serem instrumentos de melhoria de gestão, é atraente o papel

que poderia ser desempenhado pelas agências executivas. Contudo, o cenário de-

senhado para tais entidades não é muito animador.

No nosso atual ordenamento jurídico, muitos doutrinadores não veem (e talvez

com razão) nada de muito diferente para as agências executivas, a não ser a du-

plicação do limite de dispensa de licitação baseada no valor (§ 1º do art. 24 da Lei

8.666/1993). No caso, para as entidades e os órgãos administrativos, as licitações

são dispensáveis quando o valor estimado é de até R$ 8.000,00 (compras e servi-

ços) e de até R$ 15.000,00 (obras e serviços de engenharia) (incs. I e II do art. 24

da Lei 8.666/1993). Por sua vez, para as executivas, esses valores são duplicados,

passando a R$ 16.000,00 e R$ 30.000,00, respectivamente.

Essa é a diferença que as executivas possuiriam em relação às demais entidades

da Administração indireta. Por isso, a crítica doutrinária quanto à pouca importân-

cia da distinção de uma entidade como agência executiva ou como uma autarquia

em regime comum.

Na espécie, enfatiza-se que as agências executivas não se confundem com as

agências reguladoras, por exemplo, pela circunstância de não terem que, como

função precípua, exercer o controle normativo-fiscalizatório sobre as prestadoras

de serviços públicos, mas sim a missão de executar a atividade estatal de forma

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descentralizada. Além disso, a designação agência reguladora surge, automatica-

mente, com a lei criadora, ao passo que as executivas são antigas autarquias, com

nova roupagem conferida por decreto do Executivo.

Ainda que o assunto seja considerado de menor relevo por boa parte da doutri-

na, registra-se a existência de agência executiva, no caso, o Instituto Nacional de

Metrologia (Inmetro)5, o qual, efetivamente, tem se mostrado um modelo de bom

funcionamento de entidade pública. E todo o processo de “agencificação” tem sido

feito em prol da melhoria da eficiência e da redução de custos.

5
O autor José dos Santos Carvalho Filho aponta-nos, como exemplos, a SUDAM (Superintendência do Desen-
volvimento da Amazônia) e a SUDENE (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste). Tais autarquias
de regime especial foram reinstituídas, respectivamente, pelas Leis Complementares 124 e 125, de 2007.

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RESUMO

• Administração Indireta (AI): Conjunto de pessoas administrativas que,

vinculadas à administração direta, têm o objetivo de desempenhar as ativi-

dades administrativas de forma descentralizada.

• A AI é composta por entidades administrativas (e não por órgãos públicos),

dotadas de personalidade jurídica própria.

• Autarquia: entidade estatal da Administração Indireta, criada por lei, com

personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para

executar atividades típicas da administração pública, que requeiram, para seu

melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

• Empresa pública: entidade de personalidade jurídica de direito privado, com

patrimônio próprio e capital exclusivo da União, autorizada por lei para a explo-

ração de atividade econômica ou prestação de serviço público que o Governo

seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administra-

tiva, podendo revestir-se de quaisquer das formas admitidas em direito.

• Sociedade de economia mista: entidade dotada de personalidade jurídica

de direito privado, autorizada por lei para a exploração de atividade econômi-

ca ou prestação de serviço público, sob a forma de sociedade anônima, cujas

ações com direito a voto pertençam, em sua maioria, ao ente político que a

criou ou à entidade da administração indireta.

• Fundação pública: entidade dotada de personalidade jurídica de direito pri-

vado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para

o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou en-

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tidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio

gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por

recursos da União e de outras fontes.

• No Brasil, há dois tipos de agências: as reguladoras (nominadas também de

controladoras) e as executivas.

− Características das agências reguladoras:

◦ possuem competências normativas mais amplas do que as demais agências;

◦ maior grau de discricionariedade técnica;

◦ atualmente, todas as agências reguladoras federais são autarquias;

◦ decorrem do fenômeno da descentralização administrativa;

◦ ausência de subordinação hierárquica em relação à Administração Direta;

◦ mandato fixo e estabilidade provisória de seus dirigentes; e

◦ quarentena dos diretores.

− As agências executivas não são “novas entidades”, mas antigas autar-

quias ou fundações que passam por um processo de qualificação. Pressu-

postos necessários para a qualificação:

◦ Celebração de contrato de gestão com o respectivo ministério supervi-

sor; e (cumulativamente)

◦ Plano estratégico de reestruturação ou de desenvolvimento institucional

em andamento.

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ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Administração Indireta
Prof. Adriel Sá

MAPA MENTAL

Desenvolvem atividades típicas da Administração Pública


Autorizadas por lei específica
Criadas diretamente por lei Regime jurídico de direito privado
Regime jurídico de direito público Empresas públicas e
Todas as sociedades de economia mista são sociedades anônimas
sociedades de economia mista
Imunidade tributária recíproca Autarquias As empresas públicas podem assumir qualquer configuração
admitida no direito
Bens públicos não sujeitos à usucapião
A regra é a adoção do regime celetista
Regime jurídico de pessoal é estatutário

Administração
Indireta

Personalidade de direito público - “espécie” do


gênero autarquia
Criadas diretamente por lei
Fundações públicas
Regime jurídico de direito público
Regime jurídico de pessoal é estatutário

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QUESTÕES DE CONCURSOS
Questão 1    (FGV/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/SEFIN-RO/2018) João, advogado de um

grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado

ente da Administração Pública indireta. Após amplas pesquisas, constatou que a

lei autorizou a instituição desse ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente

federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem

como a entidades da Administração Indireta.

À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e infraconstitucional, é correto

afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de

a) autarquia.

b) sociedade de economia mista.

c) fundação pública.

d) empresa pública.

e) sociedade de mera participação do Estado.

Questão 2    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) A Administração Direta e a Admi-

nistração Indireta são partes integrantes da Administração Pública e são compostas

por diferentes categorias de entidades.

A respeito das características das autarquias, analise as afirmativas a seguir e as-

sinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

1. As autarquias são criadas por lei.

2. As autarquias não possuem personalidade jurídica.

3. As autarquias estão subordinadas hierarquicamente.

4. As autarquias são parte integrante da Administração Direta.

Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente,

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a) V – V – V – V.

b) F – F – F – F.

c) V – F – F – F.

d) V – F – V – F.

e) F – V – F – V.

Questão 3    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Assinale a opção que apresenta as

entidades que, segundo o texto constitucional, compõem a Administração Indireta.

a) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribunais de contas.

b) Fundações públicas, empresas públicas, ministério público e tribunais de justiça.

c) Sociedades de economia mista, fundações públicas e ministério público.

d) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista.

e) Sociedades de economia mista, autarquias, agências reguladoras e tribunais

de contas.

Questão 4    (PR4-UFRJ/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/UFRJ/2018)

A UFRJ, Instituição de ensino, pesquisa e extensão, é estruturada na forma de au-

tarquia especial e integrante da Administração Pública Direta.

Sobre o conceito de autarquia, é correto afirmar que:

a) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com patrimô-

nio e receita próprios, para desempenhar funções que, despidas de caráter econô-

mico, sejam próprias e típicas do Estado.

b) é criada por lei, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que

o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico.

c) é criada por lei, sob a forma de sociedades anônimas, tendo por objetivo, como

regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas oca-

siões, a prestação de serviços públicos.

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d) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, sem patri-

mônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter exclusivamente

econômico.

e) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com patri-

mônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter exclusivamente

econômico.

Questão 5    (VUNESP/PROCURADOR/IPSM-SJC/2018) Sobre a autarquia, assina-

le a alternativa correta.

a) É pessoa jurídica de direito público criada por lei, integrante da Administra-

ção Direta.

b) É criada por lei, mas sua existência legal depende do registro do seu estatuto

na Junta Comercial.

c) É criada por lei para desempenhar, com exclusividade, funções de caráter eco-

nômico, que sejam próprias e típicas do Estado.

d) Sua extinção, assim como sua criação, somente pode ocorrer por meio de lei de

iniciativa do Poder Executivo.

e) Tem personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, mas está subordinada

ao controle hierárquico do Ministério ou Secretaria ao qual se encontra vinculada.

Questão 6    (VUNESP/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ-SP/2018) Quanto à Admi-

nistração Direta e indireta, assinale a alternativa correta.

a) As fundações públicas integram a Administração Direta.

b) A Administração Indireta é composta exclusivamente por pessoas jurídicas que

podem ser dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado.

c) A Presidência da República, por ser um órgão superior do Executivo, não integra

a Administração Direta.

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d) A autarquia somente desempenha funções de caráter econômico voltadas ao

melhor funcionamento da gestão administrativa e financeira.

Questão 7    (VUNESP/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/PAULIPREV/2018) A descen-

tralização da administração pública a partir da criação de entidades como funda-

ções, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, classificadas

como Administração Indireta, permitiu a ampliação das funções do Estado brasilei-

ro a partir de órgãos com capacidades específicas, criados para o cumprimento de

determinadas atividades.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma característica peculiar às

entidades da Administração Indireta.

a) Inexigibilidade de realização de concurso público.

b) Subordinação à Administração Direta.

c) Personalidade jurídica própria.

d) Inexigibilidade de cumprimento da Lei n. 8.666/1993.

e) Criação a partir de decreto.

Questão 8    (CONSULPLAN/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM BH/2018) Em relação

às empresas estatais, analise as afirmativas a seguir.

I – Os empregados das empresas públicas municipais independentes sujeitam-se a

teto constitucional.

II – A sociedade de economia mista pode se estruturar como sociedade anônima

ou por cotas.

III – A criação de subsidiárias das empresas públicas depende de autorização le-

gislativa.

IV – Os Municípios podem participar de empresas privadas até o limite máximo de

um terço do capital.

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Assinale a alternativa que aponta a quantidade de afirmativas corretas.

a) Um.

b) Dois.

c) Três.

d) Quatro.

Questão 9    (AOCP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SUSIPE/2018) Acerca da ad-

ministração pública direta e indireta, assinale a alternativa correta.

a) Autarquias são órgãos da Administração Direta.

b) Não é permitida a criação de fundações públicas.

c) A Administração Direta traduz a ideia de descentralização da administração.

d) Empresas públicas são órgãos da Administração Indireta.

e) Estados e Municípios são órgãos da Administração Indireta.

Questão 10    (VUNESP/AGENTE ADMINISTRATIVO/CM DE INDAIATUBA/2018)

No tocante à constituição de entidades da Administração Indireta, é correto

afirmar que

a) somente o Poder Executivo poderá constituir autarquias.

b) o Poder Legislativo não poderá constituir fundações.

c) o Poder Judiciário poderá constituir fundações e autarquias.

d) o Poder Legislativo somente poderá constituir autarquias.

e) o Poder Executivo não poderá constituir fundações.

Questão 11    (IBFC/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVER-

NAMENTAL/SEPLAG-SE/2018) Assinale a alternativa correta:

a) As Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para desempenhar

atividades típicas de Estado, outorgadas e delegadas pelo ente estatal. Rege-se

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pelo direito público justamente por desempenharem funções típicas de Estado,

como saúde, educação, previdência social. Criadas por lei específica visam lucro e

não são obrigadas por lei a prestação de contas.

b) As Agências Executivas, assim como as agências reguladoras, não são um novo

tipo de entidade da Administração Indireta. Trata-se apenas de autarquias ou fun-

dações que receberam uma qualificação especial, para o melhor cumprimento de

sua missão. Ressalte-se que não é o contrato de gestão que concede privilégios às

agências executivas. Estes devem ser previstos em lei, em atendimento ao Princí-

pio da Legalidade.

c) As Organizações Sociais (OS) são pessoas jurídicas de direito público, sem fins

lucrativos que desempenham atividades de interesse do Estado, criadas para pres-

tar serviços sociais, privativos do poder público, tais como ensino, pesquisa cien-

tífica, proteção ao meio ambiente. Esta denominação tem por objetivo qualificá-la

de modo que possa receber recursos privados, isenções fiscais e direito de uso de

patrimônio públicos.

d) Antes da emenda constitucional n. 19/1998, as fundações públicas eram con-

sideradas pessoas jurídicas de direito privado, pois eram criadas diretamente pela

lei. Após a EC n. 19/1998, elas passaram a ter sua criação apenas autorizada por lei

específica (art. 37, XIX, CF/1988), devendo a Administração efetuar o arquivamen-

to de seus atos constitutivos em órgão de registro de pessoas jurídicas, situação

característica de pessoas jurídicas de direito público.

Questão 12    (FUMARC/ANALISTA DE COMPRAS/CM DE PARÁ DE MINAS/2018)

Acerca de uma autarquia que o Município venha a criar, é CORRETO afirmar que

seus bens serão públicos, seu regime de pessoal

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a) poderá ser estatutário ou celetista e sua responsabilidade por dano será objetiva.

b) será estatutário e sua responsabilidade por dano será subjetiva.

c) será estatutário e sua responsabilidade por dano será objetiva ou subjetiva, con-

forme as atividades que desenvolva.

d) será integralmente estatutário e sua responsabilidade por dano será objetiva.

Questão 13    (FUMARC/ANALISTA DE COMPRAS/CM DE PARÁ DE MINAS/2018)

Sobre uma empresa pública, é CORRETO afirmar:

a) Seu regime de bens e seus contratos serão predominantemente regidos pelo

direito comum, se for exploradora de produção e comercialização de bens.

b) Seu regime de pessoal será estatutário.

c) Seus bens possuirão todas as prerrogativas dos bens públicos, independente-

mente de sua atividade.

d) Sua atividade se sujeitará ao regime jurídico-administrativo, se for prestadora

de serviço público.

Questão 14    (IBFC/SOLDADO/CBM-SE/2018) Levando em consideração o tema

da “Administração Indireta”, assinale a alternativa incorreta:

a) A fundação deve possuir como escopo a realização de atividades de cunho edu-

cacional, cultural, social, tais como, assistência social, saúde, cultura e educação.

b) São consideradas entidades da Administração Indireta a Autarquia, a Empresa

Pública, a Sociedade de Economia Mista e as Fundações Públicas.

c) Agência reguladora é um qualificativo outorgado às fundações ou autarquias,

que continuam a exercer atividades de competência exclusiva do Estado, mas com

maior autonomia financeira e gerencial.

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d) Consideram-se sociedades de economia mista, com a participação de particula-

res e do Poder Público no seu capital, as pessoas jurídicas de direito privado, cria-

das para a realização de atividade econômica de interesse público.

Questão 15    (VUNESP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) A Administração Indi-

reta compreende as seguintes entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) autarquias, fundações e organizações sociais.

b) autarquias, fundações, organizações sociais e empresas públicas.

c) agências reguladoras, empresas públicas e Polícias Civil e Militar.

d) autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

e) agências executivas, fundações de apoio e serviços sociais autônomos.

Questão 16    (FUMARC/ADVOGADO JÚNIOR/CEMIG/2018) Uma causa em que

seja parte uma sociedade anônima de economia mista pertencente à Administração

Pública Federal será julgada pela Justiça Federal?

a) Sim, mas na hipótese em que seja controlada pela União.

b) Sim, mas na hipótese em que a União figurar como assistente ou opoente.

c) Sim, mas na hipótese em que a parte ex adversa for Estado ou Município.

d) Não, em nenhuma hipótese se sujeita ao foro da Justiça Federal.

Questão 17    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Sobre as agências executivas,

analise as afirmativas a seguir.

• Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas na

Constituição da República como integrantes da Administração Pública.

• Trata-se apenas de uma qualificação que o poder público poderá conferir a

determinadas entidades.

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Assinale a opção que apresenta as entidades que podem receber tal qualificação.

a) Autarquias e fundações públicas.

b) Sociedades de economia mista e organizações da sociedade civil de interesse

público.

c) Fundações públicas e serviços sociais autônomos.

d) Empresas públicas e organizações sociais.

e) Organizações sociais e autarquias.

Questão 18    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Com relação às agências regula-

doras, assinale a afirmativa correta.

a) São empresas públicas.

b) São instituídas como autarquias sob regime especial.

c) Podem atuar em qualquer área, independentemente da área de regulação.

d) São uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas no texto

constitucional, que integram a administração pública indireta.

e) Devem, obrigatoriamente, ter personalidade jurídica de direito privado.

Questão 19    (VUNESP/AGENTE ADMINISTRATIVO/CM DE INDAIATUBA/2018)

Agências reguladoras são:

a) autarquias.

b) empresas públicas.

c) sociedades de economia mista.

d) fundações.

e) empresas privadas.

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Questão 20    (FUNRIO/ECONOMISTA/ALERR/2018) Assinale a alternativa que in-

dica uma agência reguladora federal.

a) Agência Nacional de Urbanismo

b) Agência Nacional de Agronegócio

c) Agência Nacional de Agroecologia

d) Agência Nacional de Transportes Aquaviários

Questão 21    (IDECAN/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGU/2014) A

Constituição de 1988 contém, no Título III que trata da “Organização do Estado”,

um capítulo específico sobre Administração Pública – o capítulo VII. No primeiro

dispositivo (art. 37) institucionalizou, em âmbito constitucional, a classificação da

Administração Pública em duas modalidades: Administração Direta e indireta. A

Administração Pública Direta inclui os serviços desempenhados pelos(as)

a) Autarquias, que são serviços autônomos, com personalidade jurídica, patrimô-

nio e receita próprios.

b) Entes da Federação (União, Estados e Municípios), que possuem personalidade

jurídica própria e patrimônio próprio.

c) Empresas Públicas, que são dotadas de personalidade jurídica de direito privado,

com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, para a exploração de ativida-

des econômicas que o governo seja levado a exercer.

d) Fundações, que são dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem

fins lucrativos, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos res-

pectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de

outras fontes.

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e) Sociedades de Economia Mista, que são dotadas de personalidade jurídica de

direito privado, para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade

anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a

entidade da Administração Indireta.

Questão 22    (FUNRIO/SOLDADO/PM-GO/2017) Consideram-se pessoas jurídicas

de direito público interno, as/os

a) sociedades.

b) organizações religiosas.

c) partidos políticos.

d) autarquias.

e) empresas individuais de responsabilidade limitada.

Questão 23    (IBADE/OFICIAL POLICIAL MILITAR/PM-RJ/2017) A respeito das es-

tatais – empresas públicas e sociedades de economia mista, é correto afirmar que:

a) o ente federativo pode criar estatais de direito público ou de direito privado.

b) fazem jus à imunidade tributária.

c) praticam atividades exclusivas do estado.

d) estão excluídas do processo falimentar.

e) inaplicáveis as normas de contratação e licitação.

Questão 24    (VUNESP/ANALISTA/CRBIO1/2017) Os Conselhos Federal e Regio-

nais de Biologia constituem, em conjunto, uma autarquia federal, cujo objetivo é

orientar, disciplinar, e fiscalizar o exercício da profissão de biólogo. É correto afir-

mar que referida autarquia tem

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a) personalidade jurídica de direito privado e autonomia administrativa e finan-

ceira, uma vez que seu orçamento é composto por contribuições dos profissionais

registrados.

b) personalidade jurídica de direito privado, autonomia administrativa e financeira

e é sujeita à supervisão ministerial.

c) personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira

e é sujeita à prestação de contas ao Tribunal de Contas da União.

d) personalidade jurídica de direito privado, autonomia administrativa e financeira

e integra a Administração Indireta.

e) personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira,

e é sujeita a controle administrativo, integrando a Administração Direta.

Questão 25    (IADES/OFICIAL POLICIAL MILITAR/PM-DF/2017) No que se refere

às empresas públicas e às sociedades de economia mista, assinale a alternativa

correta.

a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista federais têm privilégio

de foro perante a Justiça Federal.

b) As sociedades de economia mista federais não gozam de privilégio de litigar

perante a Justiça Federal.

c) A despeito de serem regidas pelo Direito Privado, o capital das empresas públi-

cas e das sociedades de economia mista é exclusivamente público.

d) As empresas públicas organizam-se necessariamente na forma de sociedade

anônima, enquanto, para as sociedades de economia mista, não existe modelo

específico.

e) Por terem capital exclusivamente público, as empresas públicas devem organi-

zar-se necessariamente na forma de sociedade anônima.

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Questão 26    (IADES/TÉCNICO DE ATIVIDADES DO HEMOCENTRO DF/ADMI-

NISTRATIVO/2017) Assinale a alternativa que apresenta a espécie de ente da

administração pública cujas características são a participação necessária do

Estado na sua direção, a inviabilidade de ingerência direta de atos administra-

tivos editados pela entidade política a que pertence e o controle societário pela

maioria da composição deste.

a) Estatais.

b) Autarquias.

c) Empresas públicas.

d) Sociedades de economia mista.

e) Autarquias fundacionais.

Questão 27    (VUNESP/ASSESSOR JURÍDICO/PREFEITURA DE PORTO FERREI-

RA/2017) A respeito das empresas estatais, assinale a alternativa correta.

a) Depende de autorização legislativa a participação de empresa pública ou de so-

ciedade de economia mista em empresa privada.

b) A exploração de atividade econômica poderá se dar por autarquia em regime

especial.

c) O capital social de empresa pública deve ser integralmente detido pelo Ente fun-

dador, sendo vedada a participação de ente da Administração Indireta no capital da

empresa.

d) O Estatuto das Empresas Estatais não se aplica às empresas estatais prestado-

ras de serviços públicos.

e) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de

direito privado, com criação autorizada por lei, sob qualquer forma admitida no

Direito.

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Questão 28    (FGV/OAB UNIFICADO-NACIONAL/XXIII EXAME/2017) O Estado

Alfa, mediante a respectiva autorização legislativa, constituiu uma sociedade de

economia mista para o desenvolvimento de certa atividade econômica de relevante

interesse coletivo.

Acerca do Regime de Pessoal de tal entidade, integrante da Administração Indireta,

assinale a afirmativa correta.

a) Por se tratar de entidade administrativa que realiza atividade econômica, não

será necessária a realização de concurso público para a admissão de pessoal, bas-

tando processo seletivo simplificado, mediante análise de currículo.

b) É imprescindível a realização de concurso público para o provimento de cargos e

empregos em tal entidade administrativa, certo que os servidores ou empregados

regularmente nomeados poderão alcançar a estabilidade mediante o preenchimen-

to dos requisitos estabelecidos na Constituição da República.

c) Deve ser realizado concurso público para a contratação de pessoal por tal enti-

dade administrativa, e a remuneração a ser paga aos respectivos empregados não

pode ultrapassar o teto remuneratório estabelecido na Constituição da República,

caso sejam recebidos recursos do Estado Alfa para pagamento de despesas de pes-

soal ou de custeio em geral.

d) A entidade administrativa poderá optar entre o regime estatutário e o regime de

emprego público para a admissão de pessoal, mas, em qualquer dos casos, deverá

realizar concurso público para a seleção de pessoal.

Questão 29    (FGV/ANALISTA CENSITÁRIO/IBGE/2017) Na Administração Pública

brasileira, as pessoas jurídicas que correspondem a uma extensão da Adminis-

tração Direta, executando atividades típicas do Estado de forma descentralizada,

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possuindo personalidade jurídica própria de Direito Público, patrimônio e receita

próprios, atribuição específica e autonomia administrativa e financeira, criadas por

lei e vinculadas a um Ministério ou à Presidência da República, são denominadas:

a) órgãos da Administração Direta;

b) concessionárias de serviços públicos;

c) organizações sociais (OS);

d) empresas públicas;

e) autarquias.

Questão 30    (VUNESP/PROCURADOR LEGISLATIVO/CM DE COTIA/2017) Assi-

nale a alternativa que corretamente discorre sobre aspectos da Administração Di-

reta e/ou Indireta.

a) Enquanto a Administração Direta é composta de pessoas jurídicas, também de-

nominadas de entidades, a Administração Indireta se compõe de órgãos internos

do Estado, sem personalidade jurídica.

b) Pode-se conceituar empresa pública como a pessoa jurídica de direito público,

integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções

que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.

c) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da Ad-

ministração Direta e Indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado

entre seus administradores e o Poder Público, tendo por objeto a fixação de metas

de desempenho para o órgão ou entidade.

d) As autarquias são sociedades por ações, adequadas para atividades empresa-

riais, sendo as ações distribuídas entre o Governo e particulares; como entes pri-

vados, conduzem-se na vida econômica com maior versatilidade.

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e) Os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista podem

acumular seus empregos com cargos ou funções públicas, não são equiparados a

funcionários públicos para fins penais e não são considerados agentes públicos para

os fins de incidência das sanções em hipótese de improbidade administrativa.

Questão 31    (IADES/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/CAU-AC/2019) No que tange

à organização da administração pública, é correto afirmar que o CAU/AC, a Secre-

taria de Segurança Pública do Acre, o Banco do Brasil e o Ministério da Fazenda

pertencem, respectivamente, à administração

a) direta, indireta, indireta e indireta.

b) indireta, indireta, direta e direta.

c) indireta, direta, indireta e direta.

d) direta, direta, indireta e direta.

e) direta, indireta, direta e indireta.

Questão 32    (NC-UFPR/PROFISSIONAL NÍVEL UNIVERSITÁRIO JR/ITAIPU/2019)


Segundo Marçal Justen Filho (2016), “a Administração Pública é formada tanto por
pessoas de direito público como por pessoas de direito privado”. Com relação ao
assunto, assinale a alternativa correta.
a) Os órgãos públicos estão integrados em pessoas jurídicas, possuindo, assim
personalidade jurídica própria, a fim de poderem exteriorizar suas vontades.
b) As pessoas políticas têm, necessariamente, personalidade jurídica de direito
público.
c) As pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Indireta
somente poderão executar atividades empresariais.
d) À autarquia deverão ser acometidas as atividades concernentes à exploração de
atividades econômicas.

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e) Somente possuirão personalidade jurídica de direito público a União, os Estados,


os Territórios, os Municípios e as autarquias.

Questão 33    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CREF20-SE/2019) No


que concerne à Administração Direta e indireta, julgue o item.
Segundo o princípio da reserva legal, todas as pessoas integrantes da Administra-
ção Indireta de qualquer dos Poderes demandam lei, seja para criá-las, seja para
autorizar sua criação.

Questão 34    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CREF20-SE/2019) No


que concerne à Administração Direta e indireta, julgue o item.
As autarquias exigem lei não apenas para sua criação e extinção, mas, também,
para sua organização.

Questão 35    (INAZ DO PARÁ/FISCAL/CORE-SP/2019) A Administração Pública


pode atuar de forma desconcentrada, sob a mesma pessoa jurídica ou de forma
descentralizada, constituindo novas pessoas jurídicas diferentes do ente que as
criou. No que diz respeito à descentralização, fazem parte todas as assinaladas
abaixo, exceto:

a) Autarquias.

b) Fundações Públicas.

c) Empresas Públicas.

d) Órgãos Públicos.

e) Sociedades de economia mista.

Questão 36    (VUNESP/CONTROLADOR INTERNO/CM DE SERRANA/2019) A Ad-

ministração Pública pode ser encarada sob diferentes formas, de maneira a iden-

tificar o objeto do chamado “direito administrativo”. A respeito das abordagens

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existentes quanto às espécies, formas e características da Administração Pública,

é correto afirmar que

a) a Administração Pública no sentido subjetivo deve consistir na própria atividade

administrativa exercida pelo Estado por seus órgãos e agentes, caracterizando, as-

sim, a função administrativa.

b) a Administração Pública no sentido objetivo consiste no conjunto de agentes,

órgãos e pessoas que tenham a incumbência de executar as atividades administra-

tivas, com ênfase sobre o sujeito que executa a função.

c) os órgãos da Administração Pública podem ser classificados em Administração

Direta, indireta, autárquica ou desconcentrada, conforme o grau de autonomia de

que gozem o ente em relação à pessoa jurídica de direito público à qual se vinculam.

d) a Administração Pública indireta é formada por entidades que gozam de perso-

nalidade jurídica própria, gozando de autonomia patrimonial, financeira, orçamen-

tária e administrativa, e podem adotar, conforme a espécie, regime jurídico predo-

minantemente público ou privado.

e) a Administração Pública é a atividade desempenhada com exclusividade pelo

Poder Executivo, com base nas leis que regem a atividade dos seus órgãos e enti-

dades, tais como Ministérios, Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais.

Questão 37    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR/CRESS-

-SC/2019) Em relação à Administração Pública, julgue o item.

A Administração Direta compreende as autarquias, as fundações, as empresas pú-

blicas e as sociedades de economia mista.

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Questão 38    (INAZ DO PARÁ/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/CORE-PE/2019) A

palavra autarquia é de origem italiana, tendo sido aplicada pela primeira vez 1897,

por Santi Romano em seus estudos sobre descentralização. Que resposta não con-

fere com as características de uma autarquia?

a) Criada por lei.

b) Regime de pessoal estatutário.

c) Personalidade jurídica.

d) Não possui patrimônio.

e) Receita própria.

Questão 39    (VUNESP/ENCARREGADO DO SETOR DE LICITAÇÃO/UNI-

FAI/2019) Suponha que um Município pretenda instituir, vinculada a sua estru-

tura, uma pessoa jurídica responsável pela elaboração de projetos de infraes-

trutura, razão pela qual opta por criar uma empresa pública com tal propósito.

Para tanto, observa que tais entidades são dotadas de certas particularidades,

que deverão ser obedecidas no seu processo de constituição e funcionamento.

A respeito do assunto, é correto afirmar que

a) a criação da empresa pública depende de autorização legal, devendo ter o seu

capital social integralizado exclusivamente por entidades componentes da Adminis-

tração Pública direta ou indireta.

b) por estar submetida a um regime jurídico de direito privado, a empresa pública

pode efetuar, em regra, contratações de pessoal sem a prévia realização de con-

curso público.

c) a empresa pública deverá ser criada por lei, que conterá todos as disposições

necessárias para o seu funcionamento.

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d) a empresa pública estará hierarquicamente submetida à Administração Direta,

sendo o processo de criação de entidades na Administração Indireta denominado

de “desconcentração administrativa”.

e) a empresa pública estará sujeita a um regime de direito privado, podendo ter o

seu capital social integralizado por particulares.

Questão 40    (VUNESP/PROCURADOR JURÍDICO/UNIFAI/2019) Suponha que lei

autoriza a criação de pessoa jurídica de direito privado para integrar a Administra-

ção Pública Indireta, que deverá ter o seu capital integralizado exclusivamente por

entidades componentes da Administração e poderá funcionar sob qualquer espécie

societária. Considerando a situação hipotética, é correto afirmar que a lei autorizou

a criação de uma

a) autarquia.

b) fundação pública de direito privado.

c) sociedade de economia mista.

d) empresa pública.

e) sociedade de propósito específico.

Questão 41    (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE SOCIAL/PC-ES/2019) Assinale a

alternativa INCORRETA acerca do que preconiza o Direito Administrativo sobre a

organização administrativa.

a) Órgão Público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública,

com personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol do

interesse público.

b) As Secretarias de Estado são órgãos públicos que integram a Administração Direta.

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c) As áreas em que poderão atuar as fundações públicas são definidas e estabele-

cidas por lei complementar.

d) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas

de direito privado.

e) Um ministério criado no âmbito da União é órgão sem personalidade jurídica

própria, sendo componente da Administração Direta.

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GABARITO
1. d 25. b

2. c 26. d

3. d 27. a

4. a 28. c

5. d 29. e

6. b 30. c

7. c 31. c

8. a 32. b

9. d 33. C

10. c 34. E

11. b 35. d

12. d 36. d

13. d 37. E

14. d 38. d

15. d 39. a

16. b 40. d

17. a 41. a

18. b

19. a

20. d

21. b

22. d

23. d

24. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (FGV/TÉCNICO TRIBUTÁRIO/SEFIN-RO/2018) João, advogado de um

grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado

ente da Administração Pública indireta. Após amplas pesquisas, constatou que a

lei autorizou a instituição desse ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente

federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem

como a entidades da Administração Indireta.

À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e infraconstitucional, é correto

afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de

a) autarquia.

b) sociedade de economia mista.

c) fundação pública.

d) empresa pública.

e) sociedade de mera participação do Estado.

Letra d.

Para iniciarmos, vejamos a tabela a seguir, que apresenta as principais diferenças

entre as entidades que compõem a Administração Indireta:

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Empresas Sociedades de
ENTIDADES Autarquias Fundações públicas
públicas economia mista
Lei define se de
Natureza jurí-
Direito Público
dica da perso- Direto Público. Direito Privado. Direito Privado.
(autárquicas) ou se
nalidade
de Direito Privado.

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Serviços de interesse Atuam no


Atuam no domí-
da Administração domínio econô-
Tipo de Serviços de nio econômico ou
Pública. Finalidade mico ou pres-
serviços Estado. prestam serviços
sempre será o inte- tam serviços
públicos.
resse coletivo. públicos.
Direito Público:
Direito Público: Regime de
impenhoráveis, Regime de Direito
Regime de impenhoráveis, não Direito Privado
não oneráveis, Privado Mitigado.
bens oneráveis, inaliená- mitigado. Bens
inalienáveis e Bens penhoráveis.
veis e imprescritíveis. penhoráveis.
imprescritíveis.
Atividades-fim:
Atividades-fim:
Formalização sem licitação.
sem licitação.
de Licitação. Licitação. Atividades-
Atividades-meio:
contratos -meio: licita-
licitação.
ção.
Autonomia Autonomia Autonomia admi-
Autonomia adminis-
Administração administrativa administrativa nistrativa e finan-
trativa e financeira.
e financeira. e financeira. ceira.
Imunidade tri-
butária recí-
proca e privi- Privilégios próprios
Privilégios Sem privilégios. Sem privilégios.
légios próprios da Fazenda Pública.
da Fazenda
Pública.
Celetistas Celetis-
Regime de
Estatutários. Estatutários. (emprego tas (emprego
pessoal
público). público).
Capital misto.
Descentraliza- 51% (majoritário)
Formação Descentralização do Capital 100%
ção do capital público; o res-
de capital capital público. público.
público. tante poderá ser
privado.
Autarquias
comuns. Agên-
cias regulado- Fundação de Direito Qualquer forma
Sempre Socie-
Forma jurídica ras. Público (autárquicas) admitida em
dade Anônima.
Agências exe- ou de Direito Privado. direito.
cutivas (contra-
tos de gestão).

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Perceba que o enunciado da questão descreve para João uma empresa pública.

As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, autorizada por lei,

com o capital 100% público (entidade criadora ou outras pessoas de direito pú-

blico interno) e têm a seguinte conceituação, conforme dispõe o art. 3º da Lei n.

13.303/2016 (Lei das Estatais):

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-


do, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte-
gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Questão 2    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) A Administração Direta e a Admi-

nistração Indireta são partes integrantes da Administração Pública e são compostas

por diferentes categorias de entidades.

A respeito das características das autarquias, analise as afirmativas a seguir e as-

sinale (V) para a afirmativa verdadeira e (F) para a falsa.

1. As autarquias são criadas por lei.

2. As autarquias não possuem personalidade jurídica.

3. As autarquias estão subordinadas hierarquicamente.

4. As autarquias são parte integrante da Administração Direta.

Observada a ordem apresentada, as afirmativas são, respectivamente,

a) V – V – V – V.

b) F – F – F – F.

c) V – F – F – F.

d) V – F – V – F.

e) F – V – F – V.

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Letra c.

A autarquia tem natureza jurídica de Direito Público e seus bens e receitas não se

confundem com os da Administração Direta, uma vez que as autarquias gozam de

patrimônio próprio, o qual gere, como pessoa jurídica de direito público autônoma.

Como pessoa jurídica de direito público, obedece aos princípios da Administração

Pública e goza de prerrogativas semelhantes. Desse modo, possui capacidade de

autoadministração (não de autonomia, isto é, produzir o próprio direito), deven-

do organizar-se hierarquicamente (poder hierárquico) em um conjunto de órgãos,

contando com quadro de servidores próprios, que não são servidores da Adminis-

tração Direta, mas servidores dos próprios quadros da autarquia.

Por fim, a autarquia apresenta as seguintes características:

• personalidade jurídica de direito público;

• criada por lei específica;

• capacidade de autoadministração;

• descentralização por outorga legal;

• controle finalístico (ou de tutela), exercido pelo ente que a criou.

Agora, vamos analisar as afirmativas.

1. As autarquias são criadas por lei.

Verdadeira. Conforme visto, as autarquias são criadas diretamente por lei especí-

fica, conforme o art. 37, inciso XIX, da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a insti-
tuição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à
lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

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2. As autarquias não possuem personalidade jurídica.

Falsa. As autarquias possuem, como já dissemos, personalidade jurídica de direito


público.
3. As autarquias estão subordinadas hierarquicamente.
Falsa. As autarquias estão vinculadas, e não subordinadas. O órgão que criou irá
exercer o controle finalístico ou tutela, conforme vimos.
4. As autarquias são parte integrante da Administração Direta.
Falsa. As autarquias integram a Administração Indireta.
Portanto, a sequência correta é: V – F – F – F (letra “c”).

Questão 3    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Assinale a opção que apresenta as


entidades que, segundo o texto constitucional, compõem a Administração Indireta.
a) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribunais de contas.
b) Fundações públicas, empresas públicas, ministério público e tribunais de justiça.
c) Sociedades de economia mista, fundações públicas e ministério público.
d) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista.
e) Sociedades de economia mista, autarquias, agências reguladoras e tribunais de
contas.

Letra d.
A Administração Indireta é composta por entidades administrativas, todas dotadas
de personalidade jurídica própria. Nos termos da CF/1988 (inc. XIX do art. 37), a
Administração descentralizada do Estado é composta por autarquias, sociedades de
economia mista, empresas públicas e fundações públicas.

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Questão 4    (PR4-UFRJ/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/UFRJ/2018)


A UFRJ, Instituição de ensino, pesquisa e extensão, é estruturada na forma de au-
tarquia especial e integrante da Administração Pública Direta.

Sobre o conceito de autarquia, é correto afirmar que:

a) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com patrimô-

nio e receita próprios, para desempenhar funções que, despidas de caráter econô-

mico, sejam próprias e típicas do Estado.

b) é criada por lei, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que

o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico.

c) é criada por lei, sob a forma de sociedades anônimas, tendo por objetivo, como

regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas oca-

siões, a prestação de serviços públicos.

d) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, sem patri-

mônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter exclusivamente

econômico.

e) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com patri-

mônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter exclusivamente

econômico.

Letra a.

Vamos analisar cada alternativa.

a) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com

patrimônio e receita próprios, para desempenhar funções que, despidas de

caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.

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Certa. Essa alternativa contém todas as características de uma autarquia, confor-

me mencionamos.

b) é criada por lei, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza,

para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico.

Errada. A autarquia será sempre pessoa jurídica de direito público e não exercerá

atividades de cunho econômico, pois será criada para a prestação de serviços pú-

blicos exclusivos de Estado.

c) é criada por lei, sob a forma de sociedades anônimas, tendo por objeti-

vo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e,

em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos.

Errada. Sociedades anônimas são pessoas jurídicas de direito privado e, na Admi-

nistração Pública, é reservada às sociedades de economia mista.

d) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito privado, sem

patrimônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter ex-

clusivamente econômico.

Errada. A autarquia assumirá a forma de pessoa jurídica de direito público, com

patrimônio e receita próprios.

e) é criada por lei, sob a forma de pessoa jurídica de direito público, com

patrimônio e receita próprios, para desempenhar funções de caráter ex-

clusivamente econômico.

Errada. O erro está em afirmar que as autarquias explorarão funções de caráter

exclusivamente econômico.

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Questão 5    (VUNESP/PROCURADOR/IPSM-SJC/2018) Sobre a autarquia, assina-

le a alternativa correta.

a) É pessoa jurídica de direito público criada por lei, integrante da Administração

Direta.

b) É criada por lei, mas sua existência legal depende do registro do seu estatuto

na Junta Comercial.

c) É criada por lei para desempenhar, com exclusividade, funções de caráter eco-

nômico, que sejam próprias e típicas do Estado.

d) Sua extinção, assim como sua criação, somente pode ocorrer por meio de lei de

iniciativa do Poder Executivo.

e) Tem personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, mas está subordinada

ao controle hierárquico do Ministério ou Secretaria ao qual se encontra vinculada.

Letra d.

Vamos analisar cada alternativa.

a) É pessoa jurídica de direito público criada por lei, integrante da Admi-

nistração Direta.

Errada. A autarquia integra a Administração Indireta.

b) É criada por lei, mas sua existência legal depende do registro do seu

estatuto na Junta Comercial.

Errada. O registro do estatuo na Junta Comercial é passo necessário para a criação

de pessoas jurídicas de direito privado da Administração Indireta.

c) É criada por lei para desempenhar, com exclusividade, funções de cará-

ter econômico, que sejam próprias e típicas do Estado.

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Errada. As funções econômicas não são próprias e típicas do Estado. As autarquias

exercem atividades administrativas ou prestam serviços públicos típicos e próprios

de Estado.

d) Sua extinção, assim como sua criação, somente pode ocorrer por meio

de lei de iniciativa do Poder Executivo.

Certa. Pelo princípio do paralelismo (ou simetria) das formas, a autarquia é criada

por lei, devendo ser também extinta por lei.

e) Tem personalidade jurídica, patrimônio e receitas próprias, mas está

subordinada ao controle hierárquico do Ministério ou Secretaria ao qual se

encontra vinculada.

Errada. Conforme visto, o controle do Ministério ou Secretaria a qual está

vinculada a autarquia é finalístico, e não se trata de um controle hierárquico,

haja vista não haver hierarquia entre a Administração Direta e Indireta, mas,

sim, vinculação.

Questão 6    (VUNESP/NOTÁRIO E REGISTRADOR/TJ-SP/2018) Quanto à Admi-

nistração Direta e indireta, assinale a alternativa correta.

a) As fundações públicas integram a Administração Direta.

b) A Administração Indireta é composta exclusivamente por pessoas jurídicas que

podem ser dotadas de personalidade jurídica de direito público ou privado.

c) A Presidência da República, por ser um órgão superior do Executivo, não integra

a Administração Direta.

d) A autarquia somente desempenha funções de caráter econômico voltadas ao

melhor funcionamento da gestão administrativa e financeira.

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Letra b.

Analisando as alternativas, temos:

a) As fundações públicas integram a Administração Direta.

Errada. As fundações públicas integram a chamada Administração Indireta, po-

dendo ter personalidade jurídica de direito público, equiparando-se às autarquias,

ou personalidade jurídica de direito privado, constituindo-se, em ambos os casos,

como uma personificação de um patrimônio.

b) A Administração Indireta é composta exclusivamente por pessoas jurí-

dicas que podem ser dotadas de personalidade jurídica de direito público

ou privado.

Certa. A Administração Indireta é o conjunto de pessoas jurídicas, vinculadas à

Administração Direta, que recebem natureza de pessoas jurídicas de Direito Público

(autarquias e fundações de direito público) ou de Direito Privado (fundações, em-

presas públicas e sociedade s de economia mista).

c) A Presidência da República, por ser um órgão superior do Executivo, não

integra a Administração Direta.

Errada. A Presidência da República é órgão independente, singular e integra a cú-

pula da Administração Pública Direta nacional, o Decreto-Lei n. 200/1967, em seu

art. 4º, inciso I, determina que a Administração Direta pública federal é composta

pela Presidência da República e seus Ministérios.

d) A autarquia somente desempenha funções de caráter econômico volta-

das ao melhor funcionamento da gestão administrativa e financeira.

Errada. A autarquia tem natureza jurídica de Direito Público e seus bens e

receitas não se confundem com os da Administração Direta, uma vez que as

autarquias gozam de patrimônio próprio, o qual gere, como pessoa jurídica de

direito público autônoma.

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Questão 7    (VUNESP/ANALISTA PREVIDENCIÁRIO/PAULIPREV/2018) A descen-

tralização da administração pública a partir da criação de entidades como funda-

ções, autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista, classificadas

como Administração Indireta, permitiu a ampliação das funções do Estado brasilei-

ro a partir de órgãos com capacidades específicas, criados para o cumprimento de

determinadas atividades.

Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma característica peculiar às

entidades da Administração Indireta.

a) Inexigibilidade de realização de concurso público.

b) Subordinação à Administração Direta.

c) Personalidade jurídica própria.

d) Inexigibilidade de cumprimento da Lei n. 8.666/1993.

e) Criação a partir de decreto.

Letra c.

Vamos analisar cada alternativa.

a) Inexigibilidade de realização de concurso público.

Errada. É indispensável a realização de concurso público, uma vez que os quadros

de pessoal dessas entidades são majoritariamente ocupados por servidores efeti-

vos (cargo público) ou empregados públicos (emprego público), consoante exigên-

cia do art. 37, inciso II, da CF:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)

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II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea-
ções para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

b) Subordinação à Administração Direta.

Errada. Não existe relação de subordinação ou de hierarquia, mas, sim, relação de

vinculação que fundamenta o exercício do controle finalístico ou tutela.

c) Personalidade jurídica própria.

Certa. A Administração Indireta é um conjunto de pessoas jurídicas, isto é,

novas pessoas jurídicas com personalidade própria são criadas para formar a

Administração Indireta.

d) Inexigibilidade de cumprimento da Lei n. 8.666/1993.

Errada. As entidades da Administração Indireta estão subordinadas ao regime da

Lei n. 8.666/1993, por força do art. 1º, parágrafo único, desta Lei:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da Administração
Direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas,
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indireta-
mente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

e) Criação a partir de decreto.

Errada. A autarquia será criada mediante lei específica e as demais entidades de

Direito Privado necessitam de lei que autorize a sua criação, conforme o art. 37,

inciso XIX, da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
(...)

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XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

Questão 8    (CONSULPLAN/CONSULTOR LEGISLATIVO/CM BH/2018) Em relação

às empresas estatais, analise as afirmativas a seguir.

I – Os empregados das empresas públicas municipais independentes sujeitam-se a

teto constitucional.

II – A sociedade de economia mista pode se estruturar como sociedade anônima

ou por cotas.

III – A criação de subsidiárias das empresas públicas depende de autorização

legislativa.

IV – Os Municípios podem participar de empresas privadas até o limite máximo de

um terço do capital.

Assinale a alternativa que aponta a quantidade de afirmativas corretas.

a) Um.

b) Dois.

c) Três.

d) Quatro.

Letra a.

Analisemos as afirmativas.

I – Os empregados das empresas públicas municipais independentes su-

jeitam-se a teto constitucional.

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Errada. Perceba que o item diz que as empresas públicas são independentes, isto

é, não recebem recursos do Município para pagamento de despesas de pessoal ou

de custeio em geral, não se submetendo, portanto, ao teto constitucional.

II – A sociedade de economia mista pode se estruturar como sociedade

anônima ou por cotas.

Errada. Caracteriza a sociedade de economia mista a exigência de forma jurídica

de sociedade anônima e capital votante majoritariamente estatal (51% das ações

com voto).

III – A criação de subsidiárias das empresas públicas depende de autori-

zação legislativa.

Certa. É o que determina o art. 37, inciso XX, da CF/1988:

Art. 37. (...)


XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada;

IV – Os Municípios podem participar de empresas privadas até o limite má-

ximo de um terço do capital.

Errada. O limite de participação em empresa privada de ente político, por meio de

empresa estatal, é de 50%, quando não for o acionista majoritário, conforme o art.

9º do Decreto n. 8.945/2016:

Art. 9º A empresa estatal que detiver participação equivalente a cinquenta por cen-
to ou menos do capital votante em qualquer outra empresa, inclusive transnacional
ou sediada no exterior, deverá elaborar política de participações societárias que conte-
nha práticas de governança e controle proporcionais à relevância, à materialidade e aos
riscos do negócio do qual participe.

Portanto, somente um item está correto (item III) e o nosso gabarito é a letra “a”.

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Questão 9    (AOCP/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SUSIPE/2018) Acerca da ad-

ministração pública direta e indireta, assinale a alternativa correta.

a) Autarquias são órgãos da Administração Direta.

b) Não é permitida a criação de fundações públicas.

c) A Administração Direta traduz a ideia de descentralização da administração.

d) Empresas públicas são órgãos da Administração Indireta.

e) Estados e Municípios são órgãos da Administração Indireta.

Letra d.

Vamos analisar as alternativas.

a) Autarquias são órgãos da Administração Direta.

Errada. A autarquia é pessoa jurídica de direito público, integrante da Administra-

ção Indireta.

b) Não é permitida a criação de fundações públicas.

Errada. Não há nada que proíba a criação de fundações públicas.

c) A Administração Direta traduz a ideia de descentralização da

administração.

Errada. A Administração Direta traduz a ideia de desconcentração, e não

descentralização.

d) Empresas públicas são órgãos da Administração Indireta.

Errada. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado que inte-

gram a Administração Indireta; não são órgãos, mas sim entidades, uma vez que

Administração Indireta é o conjunto de pessoas jurídicas, criadas mediante lei ou

autorização legal, vinculadas à Administração Direta, que exercem atividades ad-

ministrativas de forma descentralizada, com patrimônio próprio.

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Os órgãos públicos podem ser entendidos como um centro de competências des-


personalizado, ou seja, uma “unidade que congrega atribuições exercidas pelos
agentes públicos que o integram, com o objetivo de expressar a vontade do Esta-
do”, na excelente definição de Di Pietro (2014)1.
Por conseguinte, os órgãos atuam em nome do Estado, não tendo personalida-
de jurídica (são despersonalizados), tampouco vontade própria, mas expressam a
vontade da entidade a que pertencem, nas áreas de suas atribuições e nos limites
de sua competência funcional.
e) Estados e Municípios são órgãos da Administração Indireta.
Errada. Estados e Municípios são entidades estatais que integram a estrutura cons-
titucional do Estado, como pessoas jurídicas de Direito Público.
Portanto, a questão deveria ter sido ANULADA, porém a banca manteve o gabarito

como a letra “d”.

Questão 10    (VUNESP/AGENTE ADMINISTRATIVO/CM DE INDAIATUBA/2018) No


tocante à constituição de entidades da Administração Indireta, é correto afirmar que
a) somente o Poder Executivo poderá constituir autarquias.
b) o Poder Legislativo não poderá constituir fundações.
c) o Poder Judiciário poderá constituir fundações e autarquias.
d) o Poder Legislativo somente poderá constituir autarquias.
e) o Poder Executivo não poderá constituir fundações.

Letra c.
Já sabemos que qualquer esfera de governo e qualquer dos Três Poderes (Executi-
vo, Legislativo e Judiciário) poderão instituir entidades da Administração Indireta.

Desse modo, o Poder Judiciário poderá, também, constituir fundações e autarquias.


1
DI PIETRO, M. S. Z. Direito Administrativo. 27.ed. São Paulo: Atlas, 2014.

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Questão 11    (IBFC/ESPECIALISTA EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVER-

NAMENTAL/SEPLAG-SE/2018) Assinale a alternativa correta:

a) As Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para desempenhar

atividades típicas de Estado, outorgadas e delegadas pelo ente estatal. Rege-se

pelo direito público justamente por desempenharem funções típicas de Estado,

como saúde, educação, previdência social. Criadas por lei específica visam lucro e

não são obrigadas por lei a prestação de contas.

b) As Agências Executivas, assim como as agências reguladoras, não são um novo

tipo de entidade da Administração Indireta. Trata-se apenas de autarquias ou fun-

dações que receberam uma qualificação especial, para o melhor cumprimento de

sua missão. Ressalte-se que não é o contrato de gestão que concede privilégios às

agências executivas. Estes devem ser previstos em lei, em atendimento ao Princí-

pio da Legalidade.

c) As Organizações Sociais (OS) são pessoas jurídicas de direito público, sem fins
lucrativos que desempenham atividades de interesse do Estado, criadas para pres-
tar serviços sociais, privativos do poder público, tais como ensino, pesquisa cien-
tífica, proteção ao meio ambiente. Esta denominação tem por objetivo qualificá-la
de modo que possa receber recursos privados, isenções fiscais e direito de uso de
patrimônio públicos.
d) Antes da emenda constitucional n. 19/1998, as fundações públicas eram con-
sideradas pessoas jurídicas de direito privado, pois eram criadas diretamente pela
lei. Após a EC n. 19/1998, elas passaram a ter sua criação apenas autorizada por lei
específica (art. 37, XIX, CF/1988), devendo a Administração efetuar o arquivamen-
to de seus atos constitutivos em órgão de registro de pessoas jurídicas, situação
característica de pessoas jurídicas de direito público.

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Letra b.
Análise das alternativas.
a) As Autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas para
desempenhar atividades típicas de Estado, outorgadas e delegadas pelo
ente estatal. Rege-se pelo direito público justamente por desempenha-
rem funções típicas de Estado, como saúde, educação, previdência so-
cial. Criadas por lei específica visam lucro e não são obrigadas por lei a
prestação de contas.
Errada. As autarquias, assim como o próprio Estado, não podem visar o lucro e
estão sujeitas à prestação de contas, embora sejam autônomas administrativa e
financeiramente. Além disso, a autarquia tem natureza jurídica de Direito Público e
seus bens e receitas não se confundem com os da Administração Direta, uma vez
que as autarquias gozam de patrimônio próprio, o qual gere, como pessoa jurídica

de direito público autônoma.

Como pessoa jurídica de direito público, obedecem aos princípios da Administração

Pública e gozam de prerrogativas semelhantes. Desse modo, possui capacidade de

autoadministração (não de autonomia, isto é, produzir o próprio direito), deven-

do organizar-se hierarquicamente (poder hierárquico) em um conjunto de órgãos,

contando com quadro de servidores próprios, que não são servidores da Adminis-

tração Direta, mas servidores dos próprios quadros da autarquia.

Por todo o exposto, restou claro que as autarquias possuem autonomia administra-

tiva, ou seja, capacidade de autoadministração e sujeitam-se ao controle finalístico

(ou tutela, ou supervisão ministerial).

b) As Agências Executivas, assim como as agências reguladoras, não são

um novo tipo de entidade da Administração Indireta. Trata-se apenas de

autarquias ou fundações que receberam uma qualificação especial, para o

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melhor cumprimento de sua missão. Ressalte-se que não é o contrato de

gestão que concede privilégios às agências executivas. Estes devem ser

previstos em lei, em atendimento ao Princípio da Legalidade.

Certa. De fato, agência executiva não é um novo tipo de entidade da Administração

Indireta. Por sua vez, agência executiva é a denominação dada à qualificação con-

cedida, por decreto específico, às autarquias ou fundações que celebrem contrato

de gestão com a Administração a que se achem vinculadas. São, portanto, espécies

de autarquias que celebram com o poder público o chamado contrato de gestão.

c) As Organizações Sociais (OS) são pessoas jurídicas de direito público,

sem fins lucrativos que desempenham atividades de interesse do Esta-

do, criadas para prestar serviços sociais, privativos do poder público, tais

como ensino, pesquisa científica, proteção ao meio ambiente. Esta deno-

minação tem por objetivo qualificá-la de modo que possa receber recursos

privados, isenções fiscais e direito de uso de patrimônio públicos.

Errada. As organizações sociais são entidades privadas, qualificadas como tal pela

autoridade competente, que recebe delegação do Poder Público, mediante con-

trato de gestão, desde que, não tendo fins lucrativos, suas atividades sejam diri-

gidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção

e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.

d) Antes da emenda constitucional n. 19/1998, as fundações públicas

eram consideradas pessoas jurídicas de direito privado, pois eram criadas

diretamente pela lei. Após a EC n. 19/1998, elas passaram a ter sua cria-

ção apenas autorizada por lei específica (art. 37, XIX, CF/1988), devendo

a Administração efetuar o arquivamento de seus atos constitutivos em

órgão de registro de pessoas jurídicas, situação característica de pessoas

jurídicas de direito público.

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Errada. As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado, a

depender da definição legal que for adotada. Impende ressaltar, desse modo, que as

autarquias e fundações autárquicas (de Direito Público) são criadas por lei, e as demais

entidades da Administração Indireta, as entidades de direito privado, são autorizadas

por lei e criadas por meio dos atos constitutivos no órgão competente respectivo.

Questão 12    (FUMARC/ANALISTA DE COMPRAS/CM DE PARÁ DE MINAS/2018)

Acerca de uma autarquia que o Município venha a criar, é CORRETO afirmar que

seus bens serão públicos, seu regime de pessoal

a) poderá ser estatutário ou celetista e sua responsabilidade por dano será objetiva.

b) será estatutário e sua responsabilidade por dano será subjetiva.

c) será estatutário e sua responsabilidade por dano será objetiva ou subjetiva, con-

forme as atividades que desenvolva.

d) será integralmente estatutário e sua responsabilidade por dano será objetiva.

Letra d.

Análise das alternativas.

a) poderá ser estatutário ou celetista e sua responsabilidade por dano será

objetiva.

Errada. O seu regime de pessoa será estatutário, exclusivamente, e sua responsa-

bilidade extracontratual será, de fato, objetiva.

b) será estatutário e sua responsabilidade por dano será subjetiva.

Errada. A responsabilidade será objetiva, por ser pessoa jurídica de direito públi-

co, baseada na Teoria do Risco Administrativo, consagrada pelo art. 37, § 6º, da

Constituição Federal:

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
[...]
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de ser-
viços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.

c) será estatutário e sua responsabilidade por dano será objetiva ou sub-

jetiva, conforme as atividades que desenvolva.

Errada. A responsabilidade que se molda de acordo com a atividade que a entida-

de desenvolve é a responsabilidades das pessoas de direito privado integrantes da

Administração.

d) será integralmente estatutário e sua responsabilidade por dano será

objetiva.

Certa. Resume o que dissemos nas demais alternativas. O regime de pessoal é to-

talmente estatutário e a responsabilidade, bem como as demais pessoas jurídicas

de direito público, será objetiva.

Questão 13    (FUMARC/ANALISTA DE COMPRAS/CM DE PARÁ DE MINAS/2018)

Sobre uma empresa pública, é CORRETO afirmar:

a) Seu regime de bens e seus contratos serão predominantemente regidos pelo

direito comum, se for exploradora de produção e comercialização de bens.

b) Seu regime de pessoal será estatutário.

c) Seus bens possuirão todas as prerrogativas dos bens públicos, independente-

mente de sua atividade.

d) Sua atividade se sujeitará ao regime jurídico-administrativo, se for prestadora

de serviço público.

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Letra d.

Analisemos as alternativas.

a) Seu regime de bens e seus contratos serão predominantemente re-

gidos pelo direito comum, se for exploradora de produção e comercia-

lização de bens.

Errada. Embora seus bens, de fato, não sejam públicos, as empresas públicas es-

tão submetidas às regras estabelecidas pela lei geral de licitações e contratos – Lei

n. 8.666/1993, conforme o art. 1º, parágrafo único, desta Lei:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da Adminis-
tração Direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

b) Seu regime de pessoal será estatutário.

Errada. O regime de pessoal da empresa pública é celetista, isto é, baseado na

Consolidação das Leis do Trabalho.

c) Seus bens possuirão todas as prerrogativas dos bens públicos, indepen-


dentemente de sua atividade.
Errada. Somente possuirão todas as prerrogativas dos bens públicos as empresas
públicas que prestarem serviços públicos, em razão do princípio da continuidade
dos serviços públicos.
d) Sua atividade se sujeitará ao regime jurídico-administrativo, se for
prestadora de serviço público.
Certa. Conforme já mencionamos, caso prestarem serviços públicos, as empresas
públicas obedecerão ao regime jurídico-administrativo, em especial ao princípio da
continuidade do serviço público.

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Questão 14    (IBFC/SOLDADO/CBM-SE/2018) Levando em consideração o tema da

“Administração Indireta”, assinale a alternativa incorreta:


a) A fundação deve possuir como escopo a realização de atividades de cunho edu-
cacional, cultural, social, tais como, assistência social, saúde, cultura e educação.
b) São consideradas entidades da Administração Indireta a Autarquia, a Empresa
Pública, a Sociedade de Economia Mista e as Fundações Públicas.
c) Agência reguladora é um qualificativo outorgado às fundações ou autarquias,
que continuam a exercer atividades de competência exclusiva do Estado, mas com
maior autonomia financeira e gerencial.
d) Consideram-se sociedades de economia mista, com a participação de particula-
res e do Poder Público no seu capital, as pessoas jurídicas de direito privado, cria-
das para a realização de atividade econômica de interesse público.

Letra d.
Análise de cada alternativa.

a) A fundação deve possuir como escopo a realização de atividades de

cunho educacional, cultural, social, tais como, assistência social, saúde,

cultura e educação.

Certa. A fundação é criada para prestar serviços de interesse coletivo e social,

como, os serviços de cunho educacional, cultural, social etc.

b) São consideradas entidades da Administração Indireta a Autarquia, a

Empresa Pública, a Sociedade de Economia Mista e as Fundações Públicas.

Certa. Conforme visto, essas são as entidades que a doutrina majoritária elenca

como da Administração Indireta.

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c) Agência reguladora é um qualificativo outorgado às fundações ou au-

tarquias, que continuam a exercer atividades de competência exclusiva do

Estado, mas com maior autonomia financeira e gerencial.

Errada. O qualificativo de agência reguladora somente é outorgado às autarquias.

d) Consideram-se sociedades de economia mista, com a participação de

particulares e do Poder Público no seu capital, as pessoas jurídicas de di-

reito privado, criadas para a realização de atividade econômica de interes-

se público.

Certa. Além da atividade econômica quando necessária aos imperativos da

segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, a SEM também pode ser

criada para prestar serviços públicos, conforme aponta o art. 173, § 1º, da

Constituição Federal:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de


atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos
em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de econo-
mia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...)

Questão 15    (VUNESP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/PC-SP/2018) A Administração Indi-

reta compreende as seguintes entidades, dotadas de personalidade jurídica própria:

a) autarquias, fundações e organizações sociais.

b) autarquias, fundações, organizações sociais e empresas públicas.

c) agências reguladoras, empresas públicas e Polícias Civil e Militar.

d) autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista.

e) agências executivas, fundações de apoio e serviços sociais autônomos.

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Letra d.

A Administração Indireta é composta por entidades administrativas, todas dotadas

de personalidade jurídica própria. Nos termos da CF/1988 (inc. XIX do art. 37), a

Administração descentralizada do Estado é composta por autarquias, sociedades de

economia mista, empresas públicas e fundações públicas.

Questão 16    (FUMARC/ADVOGADO JÚNIOR/CEMIG/2018) Uma causa em que

seja parte uma sociedade anônima de economia mista pertencente à Administração

Pública Federal será julgada pela Justiça Federal?

a) Sim, mas na hipótese em que seja controlada pela União.

b) Sim, mas na hipótese em que a União figurar como assistente ou opoente.

c) Sim, mas na hipótese em que a parte ex adversa for Estado ou Município.

d) Não, em nenhuma hipótese se sujeita ao foro da Justiça Federal.

Letra b.

Via de regra, as sociedades de economia mista, controladas pela União, não têm

como juízo natural a Justiça Federal, reservando esta sua competência para a União,

entidade autárquica federal e empresas públicas federais, por força do art. 109, in-

ciso I, da Constituição Federal:

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:


I – as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falên-
cia, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

Assim, as sociedades de economia mista, inclusive as controladas pela União, terão

foro para as suas causas na Justiça Estadual Comum, conforme determina a Súmu-

la n. 556 do STF:

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Súmula n. 556.
É competente a Justiça Comum para julgar as causas em que é parte sociedade de eco-
nomia mista.

Todavia, caso a União, suas autarquias ou empresas públicas federais, figurarem

na demanda como opoente ou assistente da Sociedade de Economia Mista, haverá

o imediato deslocamento de competência para justiça federal, conforme já tem rei-

teradamente decidido o STJ. Vejamos:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA: AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM MOVIDA POR INS-


TITUTO DE ADVOGADOS DO NORDESTE – SOCIEDADE CIVIL DIVERSA DAS CAIXAS
DE ASSISTÊNCIA AO ADVOGADOS – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL.
[...]
2. A competência cível da Justiça Federal, estabelecida na Constituição, define-
-se, como regra, pela natureza das pessoas envolvidas no processo: será da
sua competência a causa em que figurar a União, suas autarquias ou
empresa pública federal na condição de autora, ré, assistente ou opo-
ente (art. 109, I, a), sendo irrelevante, para esse efeito, a natureza da
controvérsia ou do pedido postos na demanda.
3. Compete à Justiça Estadual, por isso, processar e julgar a causa em
que figuram como partes, de um lado, Instituto Assistencial de Advo-
gados, e, de outro, sociedade de economia mista.
[...]
(STJ – CC: 37900 RN 2002/0175882-2, Relator: Ministro TEORI ALBINO
ZAVASCKI, Data de Julgamento: 10/12/2003, S1 – PRIMEIRA SEÇÃO, Data de
Publicação: --> DJ 19/12/2003 p. 306)

Portanto, a ação será julgada na Justiça Federal, mas na hipótese em que a União

figurar como assistente ou opoente.

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Questão 17    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Sobre as agências executivas,

analise as afirmativas a seguir.

• Não são uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas na

Constituição da República como integrantes da Administração Pública.

• Trata-se apenas de uma qualificação que o poder público poderá conferir a

determinadas entidades.

Assinale a opção que apresenta as entidades que podem receber tal qualificação.

a) Autarquias e fundações públicas.

b) Sociedades de economia mista e organizações da sociedade civil de interesse

público.

c) Fundações públicas e serviços sociais autônomos.

d) Empresas públicas e organizações sociais.

e) Organizações sociais e autarquias.

Letra a.

A questão trata das agências executivas. Tais entidades não são uma nova forma

de integrantes da Administração Indireta, mas simplesmente uma qualificação con-

ferida às autarquias e às fundações públicas, por meio de contrato de gestão, com

a finalidade de conferir maior autonomia gerencial, orçamentária e financeira.

Questão 18    (FGV/CONTADOR/SEFIN-RO/2018) Com relação às agências regula-

doras, assinale a afirmativa correta.

a) São empresas públicas.

b) São instituídas como autarquias sob regime especial.

c) Podem atuar em qualquer área, independentemente da área de regulação.

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d) São uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas no texto
constitucional, que integram a administração pública indireta.
e) Devem, obrigatoriamente, ter personalidade jurídica de direito privado.

Letra b.

A agência reguladora é uma pessoa jurídica de Direito Público interno, geralmente

constituída sob a forma de autarquia sob regime especial, cuja finalidade é regular

e/ou fiscalizar a atividade de determinado setor da economia de um país, a exem-

plo dos setores de energia elétrica, telecomunicações, produção e comercialização

de petróleo, recursos hídricos, mercado audiovisual, planos e seguros de saúde

suplementar, mercado de fármacos e vigilância sanitária, aviação civil, transportes

terrestres ou aquaviários etc.

Assim, até hoje, todas as agências reguladoras federais são autarquias sob regime especial.

Vejamos as demais alternativas.

a) São empresas públicas.

Errada. Conforme vimos, as agências reguladoras são pessoas jurídicas de direito

público, geralmente, constituídas sob a forma de autarquia.

c) Podem atuar em qualquer área, independentemente da área de regulação.

Errada. As agências somente poderão atuar em uma área específica, uma vez que será

constituída para o fim de regular determinado setor, como, por exemplo, a ANS – área

da saúde; a ANP – área do petróleo e gás; a ANAC – área da aviação etc.

d) São uma nova espécie de pessoa jurídica, distinta daquelas previstas no


texto constitucional, que integram a administração pública indireta.
Errada. As agências reguladoras constituem-se da mesma forma das entidades
descentralizadas da Administração Indireta já existentes.
e) Devem, obrigatoriamente, ter personalidade jurídica de direito privado.

Errada. Possuem a natureza de autarquia, isto é, personalidade jurídica de direito público.

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Questão 19    (VUNESP/AGENTE ADMINISTRATIVO/CM DE INDAIATUBA/2018)

Agências reguladoras são:

a) autarquias.

b) empresas públicas.

c) sociedades de economia mista.

d) fundações.

e) empresas privadas.

Letra a.

No Brasil, as agências reguladoras vêm sendo criadas sob a forma de autarquia.

A razão é conferir maior autonomia e independência em relação à Administração

Direta, garantindo a elas o desempenho de suas atribuições de forma mais impar-

cial, sem o envolvimento com as questões eminentemente políticas, tão comuns na

Administração centralizada.

Como as atuais reguladoras são autarquias, a criação dá-se por meio de lei ordi-

nária específica, conforme requerido pelo inc. XIX do art. 37 da CF/1988. Assim,

apesar do regime especial a que estão submetidas, as agências controladoras são

autarquias, logo, com capacidade exclusivamente administrativa.

Questão 20    (FUNRIO/ECONOMISTA/ALERR/2018) Assinale a alternativa que in-

dica uma agência reguladora federal.

a) Agência Nacional de Urbanismo

b) Agência Nacional de Agronegócio

c) Agência Nacional de Agroecologia

d) Agência Nacional de Transportes Aquaviários

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Letra d.

Dentre as alternativas, somente é uma Agência Reguladora a Agência Nacional de

Transportes Aquaviários – ANTAQ, criada pelo art. 21, caput da Lei n. 10.233, de

5 de junho de 2001, que dispõe sobre a reestruturação dos transportes aquaviá-

rio e terrestre, cria o Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte,

a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a Agência Nacional de Transportes

Aquaviários e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, e dá ou-

tras providências. Vejamos:

Art. 21. Ficam instituídas a Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT e a


Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ, entidades integrantes da ad-
ministração federal indireta, submetidas ao regime autárquico especial e vinculadas,
respectivamente, ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos da Presidência
da República, nos termos desta Lei.

Questão 21    (IDECAN/ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO/AGU/2014) A

Constituição de 1988 contém, no Título III que trata da “Organização do Estado”,

um capítulo específico sobre Administração Pública – o capítulo VII. No primeiro

dispositivo (art. 37) institucionalizou, em âmbito constitucional, a classificação da

Administração Pública em duas modalidades: Administração Direta e indireta. A

Administração Pública Direta inclui os serviços desempenhados pelos(as)

a) Autarquias, que são serviços autônomos, com personalidade jurídica, patrimô-

nio e receita próprios.


b) Entes da Federação (União, Estados e Municípios), que possuem personalidade
jurídica própria e patrimônio próprio.
c) Empresas Públicas, que são dotadas de personalidade jurídica de direito privado,
com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, para a exploração de ativida-
des econômicas que o governo seja levado a exercer.

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d) Fundações, que são dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem


fins lucrativos, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos res-
pectivos órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de
outras fontes.
e) Sociedades de Economia Mista, que são dotadas de personalidade jurídica de
direito privado, para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a
entidade da Administração Indireta.

Letra b.
De início, vejamos como o art. 4º do Decreto-Lei n. 200/1967 conceitua Adminis-
tração Direta:

Art. 4º A administração federal compreende:


I – a Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura admi-
nistrativa da Presidência da República e dos Ministérios;

Percebe-se que a Administração Direta, no âmbito federal, restou identificada com


o Poder Executivo. Ocorre que a norma em referência tem de ser lida em compara-
ção com a CF/1988, mais precisamente do art. 37:

Art. 37. A Administração Pública Direta e Indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Observe-se que, pela CF/1988, a Administração Direta se faz presente em todos os

Poderes e corresponde ao conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas,

aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das

atividades administrativas do Estado.

Por sua vez, a Administração Indireta é composta por entidades administrativas,

todas dotadas de personalidade jurídica própria. Nos termos da CF/1988 (inc. XIX

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do art. 37), a Administração descentralizada do Estado é composta por autarquias,

sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações públicas.

Portanto, analisando a questão, temos que:

a) Autarquias, que são serviços autônomos, com personalidade jurídica, patrimônio e


receita próprios. (Administração Indireta).
b) Entes da Federação (União, Estados e Municípios), que possuem personalidade jurí-
dica própria e patrimônio próprio. (Administração Direta).
c) Empresas Públicas, que são dotadas de personalidade jurídica de direito privado, com
patrimônio próprio e capital exclusivo da União, para a exploração de atividades econô-
micas que o governo seja levado a exercer. (Administração Indireta).
d) Fundações, que são dotadas de personalidade jurídica de direito público, sem fins
lucrativos, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos
órgãos de direção e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes.
(Administração Indireta).
e) Sociedades de Economia Mista, que são dotadas de personalidade jurídica de direito
privado, para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima,
cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Ad-
ministração Indireta. (Administração Indireta).

Questão 22    (FUNRIO/SOLDADO/PM-GO/2017) Consideram-se pessoas jurídicas

de direito público interno, as/os

a) sociedades.

b) organizações religiosas.

c) partidos políticos.

d) autarquias.

e) empresas individuais de responsabilidade limitada.

Letra d.

As autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, criadas por lei

específica para o exercício de atividades típicas da administração pública. Com as

autarquias, é como se o Estado (por meio de suas entidades políticas), descentra-

lizasse certas atividades para entidades dotadas de maior especialização.

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Desta forma, a alternativa correta é a letra “d”.

Em todas as demais alternativas, estamos diante de pessoas jurídicas de direito

privado. Destas, merecem destaque os partidos políticos, que, por desempenharem

importante papel no processo democrático como um todo, estão sujeitos a uma

série de obrigações previstas na Constituição Federal:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguar-
dados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fun-
damentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangei-
ros ou de subordinação a estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Tais implicações, no entanto, não retiram a personalidade jurídica de direito privado

das agremiações partidárias, que possuem, por isso mesmo, autonomia para defi-

nir sua organização interna e forma de funcionamento.

Questão 23    (IBADE/OFICIAL POLICIAL MILITAR/PM-RJ/2017) A respeito das es-

tatais – empresas públicas e sociedades de economia mista, é correto afirmar que:

a) o ente federativo pode criar estatais de direito público ou de direito privado.

b) fazem jus à imunidade tributária.

c) praticam atividades exclusivas do estado.

d) estão excluídas do processo falimentar.

e) inaplicáveis as normas de contratação e licitação.

Letra d.

Análise das alternativas.

a) o ente federativo pode criar estatais de direito público ou de direito privado.

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Errada. As sociedades de economia mista, necessariamente, serão pessoas jurí-

dicas de direito privado.

b) fazem jus à imunidade tributária.

Errada. Essa prerrogativa é extensível apenas às autarquias por expressa dição

constitucional. Confira-se:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à


União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
(...)
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
( . . . )
§ 2º A vedação do inciso VI, “a”, é extensiva às autarquias e às fundações ins-
tituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e
aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Ademais, não gozam de privilégios fiscais não extensivos às pessoas jurídicas do

setor privado, conforme o art. 173, § 2º, da CF:

Art. 173. (...)


§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.

c) praticam atividades exclusivas do estado.

Errada. São criadas para a prestação de serviços públicos não exclusivos do estado

ou de exploração de atividade econômica.

d) estão excluídas do processo falimentar.

Certa. Segundo a Lei n. 11.101/2005 – Lei de Falências, as sociedades de econo-

mia mista não estão submetidas as regras do processo falimentar. Vejamos:

Art. 2º Esta Lei não se aplica a:


I – empresa pública e sociedade de economia mista;
e) inaplicáveis as normas de contratação e licitação.

Errada. De fato, para a atividade-fim da SEM a licitação é dispensada quando estas

atuam no meio econômico.

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Ademais, a própria Lei n. 8.666/1993 afirma que é dispensada a licitação para

venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Adminis-

tração Pública, em virtude de suas finalidades, conforme o art. 17, inciso II, alínea

“e”, da Lei de Licitações e Contratos:

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de


interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
(...)
II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos
seguintes casos:
(...)
e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Adminis-
tração Pública, em virtude de suas finalidades;

Errada. Para as atividades-meio, a licitação é exigível. Já para os contratos rela-

cionados às atividades-meio, ou quaisquer outros não vinculados diretamente às

finalidades da entidade econômica, permanece a exigência de licitação.

Questão 24    (VUNESP/ANALISTA/CRBIO1/2017) Os Conselhos Federal e Regionais

de Biologia constituem, em conjunto, uma autarquia federal, cujo objetivo é orien-

tar, disciplinar, e fiscalizar o exercício da profissão de biólogo. É correto afirmar que

referida autarquia tem

a) personalidade jurídica de direito privado e autonomia administrativa e finan-

ceira, uma vez que seu orçamento é composto por contribuições dos profissionais

registrados.

b) personalidade jurídica de direito privado, autonomia administrativa e financeira

e é sujeita à supervisão ministerial.

c) personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira

e é sujeita à prestação de contas ao Tribunal de Contas da União.

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d) personalidade jurídica de direito privado, autonomia administrativa e financeira

e integra a Administração Indireta.

e) personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa e financeira,

e é sujeita a controle administrativo, integrando a Administração Direta.

Letra c.

Os Conselhos Profissionais (seja de biologia ou de qualquer outra área) são autar-

quias. A questão, portanto, ao questionar sobre aspectos do Conselho de Biologia,

quer saber, na verdade, sobre aspectos próprios das autarquias em geral.

As alternativas apresentam características relativas a:

1. Personalidade Jurídica.

2. Autonomia.

3. Controle Administrativo.

Vamos analisar as alternativas, tecendo os comentários necessários.

Letras “a” e “b” estão incorretas. A personalidade jurídica da autarquia é de

Direito Público. E os conselhos possuem outras fontes de receita além das contri-

buições dos profissionais registrados.

Letra “c” está correta. A personalidade jurídica do Conselho é de Direito Pú-

blico. Além da autonomia administrativa, que permite que ela contrate seus

próprios funcionários (geralmente por meio de concurso) e se organize administra-

tivamente, temos também a autonomia financeira, que significa a capacidade de

ter receita própria.

Além disso, ela está sujeita ao controle por meio do Tribunal de Contas da União.

Letra “d” está incorreta. Novamente, o erro foi a personalidade jurídica, que é

de Direito Público.

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Letra “e” está incorreta. Sendo uma entidade administrativa, as autarquias in-

tegram a Administração Indireta, e não Direta.

Questão 25    (IADES/OFICIAL POLICIAL MILITAR/PM-DF/2017) No que se refere

às empresas públicas e às sociedades de economia mista, assinale a alternativa

correta.

a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista federais têm privilégio

de foro perante a Justiça Federal.

b) As sociedades de economia mista federais não gozam de privilégio de litigar

perante a Justiça Federal.

c) A despeito de serem regidas pelo Direito Privado, o capital das empresas públi-

cas e das sociedades de economia mista é exclusivamente público.

d) As empresas públicas organizam-se necessariamente na forma de sociedade

anônima, enquanto, para as sociedades de economia mista, não existe modelo

específico.

e) Por terem capital exclusivamente público, as empresas públicas devem organi-

zar-se necessariamente na forma de sociedade anônima.

Letra b.

Vejamos cada alternativa.

a) As empresas públicas e as sociedades de economia mista federais têm

privilégio de foro perante a Justiça Federal.

Errada. As sociedades de economia mista não gozam de foro perante a Justiça

Federal.

b) As sociedades de economia mista federais não gozam de privilégio de

litigar perante a Justiça Federal.

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Certa. Já vimos que as SEM não tem foro na Justiça Federal.

c) A despeito de serem regidas pelo Direito Privado, o capital das empresas

públicas e das sociedades de economia mista é exclusivamente público.

Errada. O capital das empresas públicas são, sim, exclusivamente públicos. Por

sua vez, o capital das sociedades de economia mista deverão ser, majoritariamen-

te, público, podendo existir compra de capital por particulares.

d) As empresas públicas organizam-se necessariamente na forma de so-

ciedade anônima, enquanto, para as sociedades de economia mista, não

existe modelo específico.

Errada. A alternativa inverteu os conceitos. A sociedade de economia mista só

poderá ser sociedade anônima e as empresas públicas poderão assumir qualquer

forma admitida em direito.

e) Por terem capital exclusivamente público, as empresas públicas devem

organizar-se necessariamente na forma de sociedade anônima.

Errada. Como já visto, as empresas públicas poderão assumir qualquer forma ad-

mitida em direito.

Questão 26    (IADES/TÉCNICO DE ATIVIDADES DO HEMOCENTRO DF/ADMI-

NISTRATIVO/2017) Assinale a alternativa que apresenta a espécie de ente da

administração pública cujas características são a participação necessária do

Estado na sua direção, a inviabilidade de ingerência direta de atos administra-

tivos editados pela entidade política a que pertence e o controle societário pela

maioria da composição deste.

a) Estatais.

b) Autarquias.

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c) Empresas públicas.

d) Sociedades de economia mista.

e) Autarquias fundacionais.

Letra d.

A questão conceitua as sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas

de direito privado, diversamente dos entes políticos que as criou, que possuem

personalidade jurídica de Direito Público interno.

Questão 27    (VUNESP/ASSESSOR JURÍDICO/PREFEITURA DE PORTO FERREI-

RA/2017) A respeito das empresas estatais, assinale a alternativa correta.

a) Depende de autorização legislativa a participação de empresa pública ou de so-

ciedade de economia mista em empresa privada.

b) A exploração de atividade econômica poderá se dar por autarquia em regime

especial.

c) O capital social de empresa pública deve ser integralmente detido pelo Ente

fundador, sendo vedada a participação de ente da Administração Indireta no

capital da empresa.

d) O Estatuto das Empresas Estatais não se aplica às empresas estatais prestado-

ras de serviços públicos.

e) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica

de direito privado, com criação autorizada por lei, sob qualquer forma admitida

no Direito.

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Letra a.

Dispõe o inc. XX do art. 37 da CF/1988:

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das


entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas
em empresa privada;

Só fica a informação de que essa autorização legislativa pode ser genérica. Ou seja,

estar contida na lei de autorização da entidade matriz.

As demais alternativas estão incorretas:

b) Errada. As autarquias são prestadoras de serviços típicos do Estado. E ativida-

de econômica só supletivamente será encargo do Estado. Portanto, não cabem às

autarquias a intervenção direta da atividade econômica.

Só uma observação quanto ao quesito. As agências reguladoras são autarquias em

regime especial. E podem, sim, promover a intervenção na ordem econômica.

Podem? Sim!!!

É uma forma de intervenção indireta na economia, como força de regular o mer-

cado. Infelizmente, a sentença não foi tão clara, tendo o examinador imaginado

apenas a intervenção direta promovida pelas empresas estatais.

c) Errada. As empresas públicas podem ter um ou mais sócios. Quando houver ape-

nas um sócio, é unipessoal. Com dois ou mais, é pluripessoal. Claro que, na integrali-

zação do capital da pluripessoal, teremos só o aporte de recursos de origem pública,

por ser a empresa pública, necessariamente, 100% de capital social público.

d) Errada. A Lei n. 13.303/2016 é o estatuto das estatais. E, nos termos da lei, as

diretrizes são válidas para as prestadoras de serviços públicos, além das que inter-

vêm no domínio econômico.

e) Errada. A SEM é sempre sociedade anônima. Quem pode assumir qualquer con-

figuração são empresas públicas.

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Questão 28    (FGV/OAB UNIFICADO-NACIONAL/XXIII EXAME/2017) O Estado

Alfa, mediante a respectiva autorização legislativa, constituiu uma sociedade de

economia mista para o desenvolvimento de certa atividade econômica de relevante

interesse coletivo.

Acerca do Regime de Pessoal de tal entidade, integrante da Administração Indireta,

assinale a afirmativa correta.

a) Por se tratar de entidade administrativa que realiza atividade econômica, não

será necessária a realização de concurso público para a admissão de pessoal, bas-

tando processo seletivo simplificado, mediante análise de currículo.

b) É imprescindível a realização de concurso público para o provimento de cargos e

empregos em tal entidade administrativa, certo que os servidores ou empregados

regularmente nomeados poderão alcançar a estabilidade mediante o preenchimen-

to dos requisitos estabelecidos na Constituição da República.

c) Deve ser realizado concurso público para a contratação de pessoal por tal enti-

dade administrativa, e a remuneração a ser paga aos respectivos empregados não

pode ultrapassar o teto remuneratório estabelecido na Constituição da República,

caso sejam recebidos recursos do Estado Alfa para pagamento de despesas de pes-

soal ou de custeio em geral.

d) A entidade administrativa poderá optar entre o regime estatutário e o regime de

emprego público para a admissão de pessoal, mas, em qualquer dos casos, deverá

realizar concurso público para a seleção de pessoal.

Letra c.

De partida, esclareça-se que o princípio do concurso público é regra para toda

a Administração Direta e Indireta. E as entidades privadas empresariais, ape-

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sar de constituídas com a personalidade de direito privado, são integrantes da

Administração Descentralizada. Logo, o acesso aos empregos das estatais é via

concurso público.

Em relação ao teto remuneratório, nem todas as estatais submetem-se a referido

limite. As estatais independentes estão livres do cumprimento do teto remunerató-

rio. De acordo com a CF, só as estatais dependentes, assim entendidas aquelas que

recebem dinheiro para pagamento de pessoal ou despesas de custeio, é que devem

cumprir o teto. Vejamos (§ 9º do art. 37):

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia


mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

As demais alternativas estão incorretas. A seguir:

Na letra “a”, o comando é antagônico à letra “c”. Nos termos do inc. II do art. 37

da CF, a investidura em empregos públicos depende da realização de prévio con-

curso público, de provas ou provas e títulos. Em relação ao processo seletivo sim-

plificado, não há impedimento de ser utilizado pelas estatais, porém, só em relação

à contratação de agentes temporários. Nesse caso, inclusive, admitir-se-á o exame

meramente curricular.

Na letra “b”, há dois erros. O primeiro é que o concurso é a regra, ou seja, não

é algo sempre imprescindível. Os empregos em comissão das estatais são de livre

escolha e exoneração, nominados de “demissíveis ad nutum. O segundo erro, mais

evidente, é que os empregados das estatais não adquirem estabilidade à seme-

lhança dos estatutários efetivos, apesar de o ingresso ser via concurso público.

Acrescento que os empregados das estatais, interventoras no domínio eco-

nômico, poderão ser dispensados de forma imotivada. Para o STF, o dever de

motivação da dispensa é exigível para a dispensa nas empresas estatais pres-

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tadoras de serviços públicos. E fica a informação adicional de que os emprega-

dos podem contar com estabilidade provisória, exemplo daquela do dirigente

sindical e do membro da CIPA.

Na letra “d”, o concurso público não é para qualquer hipótese. Mas o erro mais

claro é que o regime dos empregados não é estatutário. Os empregados são cha-

mados de celetistas, pelo fato de o regime jurídico-funcional ser a Consolidação das

Leis Trabalhistas (CLT).

Questão 29    (FGV/ANALISTA CENSITÁRIO/IBGE/2017) Na Administração Pública

brasileira, as pessoas jurídicas que correspondem a uma extensão da Adminis-

tração Direta, executando atividades típicas do Estado de forma descentralizada,

possuindo personalidade jurídica própria de Direito Público, patrimônio e receita

próprios, atribuição específica e autonomia administrativa e financeira, criadas por

lei e vinculadas a um Ministério ou à Presidência da República, são denominadas:

a) órgãos da Administração Direta;

b) concessionárias de serviços públicos;

c) organizações sociais (OS);

d) empresas públicas;

e) autarquias.

Letra e.

Vamos eliminar as alternativas!

Na letra “a”, há menção a órgãos. E esses são unidades desprovidas de personali-

dade jurídica. Logo, não pode ser nossa resposta.

Na letra “b”, fala-se em extensão da Administração Central e realizando atividade

típica de Estado. Concessionárias até podem ser, excepcionalmente, pessoas de

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Direito Público, como previsto expressamente na Lei 8.987 (as tais concessões im-

próprias), porém, não realizam atividade exclusiva do Estado. Logo, não pode ser

nossa resposta.

Na letra “c”, temos que OSs são integrantes do Terceiro Setor. Enfim, estrutura es-

tranha à estrutura formal do Estado. Ademais, realizam atividades não exclusivas

do Estado, e sem fins lucrativos.

Na letra “d”, empresas públicas são pessoas de Direito Privado.

Bingo! Chegamos à letra “e”.

Questão 30    (VUNESP/PROCURADOR LEGISLATIVO/CM DE COTIA/2017) Assi-

nale a alternativa que corretamente discorre sobre aspectos da Administração Di-

reta e/ou Indireta.

a) Enquanto a Administração Direta é composta de pessoas jurídicas, também de-

nominadas de entidades, a Administração Indireta se compõe de órgãos internos

do Estado, sem personalidade jurídica.

b) Pode-se conceituar empresa pública como a pessoa jurídica de direito público,

integrante da Administração Indireta, criada por lei para desempenhar funções

que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado.

c) A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da Ad-

ministração Direta e Indireta poderá ser ampliada mediante contrato a ser firmado

entre seus administradores e o Poder Público, tendo por objeto a fixação de metas

de desempenho para o órgão ou entidade.

d) As autarquias são sociedades por ações, adequadas para atividades empresa-

riais, sendo as ações distribuídas entre o Governo e particulares; como entes pri-

vados, conduzem-se na vida econômica com maior versatilidade.

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e) Os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista podem

acumular seus empregos com cargos ou funções públicas, não são equiparados a

funcionários públicos para fins penais e não são considerados agentes públicos para

os fins de incidência das sanções em hipótese de improbidade administrativa.

Letra c.

Façamos a leitura do § 6º do art. 37 da CF:

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da Admi-


nistração Direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (...)

Note que até órgãos podem celebrar contratos, mas de gestão! Não são contratos

administrativos.

As demais alternativas estão incorretas:

a) Errada. A banca só fez inverter os conceitos.

b) Errada. Esse é o conceito para autarquias.

d) Errada. Esse é o conceito para sociedade de economia mista.

e) Errada. A vedação de acumulação de cargos, empregos e funções é extensível

aos empregados das empresas estatais. Ademais, são sim considerados agentes

públicos. São servidores estatais em sentido amplo.

Questão 31    (IADES/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/CAU-AC/2019) No que tange

à organização da administração pública, é correto afirmar que o CAU/AC, a Secre-

taria de Segurança Pública do Acre, o Banco do Brasil e o Ministério da Fazenda

pertencem, respectivamente, à administração

a) direta, indireta, indireta e indireta.

b) indireta, indireta, direta e direta.

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c) indireta, direta, indireta e direta.


d) direta, direta, indireta e direta.
e) direta, indireta, direta e indireta.

Letra c.
A Administração Direta é formada por um conjunto de órgãos. E estes são des-
tituídos de personalidade jurídica. Exemplos: Ministérios, Secretarias, Gabine-
tes. São criados a partir do processo de desconcentração, uma técnica admi-
nistrativa interna.
Já a Indireta ou Descentralizada é formada por pessoas jurídicas, de Direito Público
ou Direito Privado. São pessoas de Direito Público, as autarquias e as associações
públicas, e parte das fundações públicas. São criadas diretamente por lei. Já as de
Direito Privado são só autorizadas por lei, como empresas públicas e sociedades de
economia mista. O processo é de descentralização.
Então, Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista. E esse CAU/AC? Eu
não conheço. No site, há a seguinte informação:
O Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos de Ar-
quitetura e Urbanismo dos Estados e do Distrito Federal – CAU/UF foram criados
com a Lei n. 12.378 de 31 de dezembro de 2010, que regulamenta o exercício da
Arquitetura e Urbanismo no país. Uma conquista histórica para a categoria, que
significa maior autonomia e representatividade para a profissão.
Autarquia dotada de personalidade jurídica de direito público, o CAU possui
a função de “orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de arquitetura
e urbanismo, zelar pela fiel observância dos princípios de ética e disciplina da classe
em todo o território nacional, bem como pugnar pelo aperfeiçoamento do exercício
da arquitetura e urbanismo” (§ 1º do art. 24º da Lei n. 12.378/2010).
Portanto, confirmamos a correção da letra “c”.

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Questão 32    (NC-UFPR/PROFISSIONAL NÍVEL UNIVERSITÁRIO JR/ITAIPU/2019)

Segundo Marçal Justen Filho (2016), “a Administração Pública é formada tanto por

pessoas de direito público como por pessoas de direito privado”. Com relação ao

assunto, assinale a alternativa correta.

a) Os órgãos públicos estão integrados em pessoas jurídicas, possuindo, assim

personalidade jurídica própria, a fim de poderem exteriorizar suas vontades.

b) As pessoas políticas têm, necessariamente, personalidade jurídica de direito

público.

c) As pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Indireta

somente poderão executar atividades empresariais.

d) À autarquia deverão ser acometidas as atividades concernentes à exploração de

atividades econômicas.

e) Somente possuirão personalidade jurídica de direito público a União, os Estados,

os Territórios, os Municípios e as autarquias.

Letra b.

A descentralização pode ser política ou administrativa. A política remete-nos à ideia

de Federação, e, nesse contexto, temos a U, E, DF e M. São todas pessoas de Di-

reito Público Interno, com realce para a dupla personalidade da União, que pode

representar a República, enquanto pessoa de Direito Público Externo. Já a admi-

nistrativa são as pessoas integrantes da Indireta do Estado, ora de Direito Público,

ora de Direito Privado.

As demais alternativas estão incorretas:

a) Errada. Os órgãos são unidades administrativas desprovidas de personalidade

jurídica.

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c) Errada. Não apenas. Temos as fundações públicas de Direito Privado com ati-

vidades de interesse público. E algumas empresas estatais podem ser prestadoras

de serviços públicos, exemplo da ECT e Infraero.

d) Errada. Não, nem pensar. As autarquias são pessoas de Direito Público, e que,

na indireta, desempenham atividade exclusiva de Estado. E, como se sabe, a ativi-

dade empresarial é algo exclusivo do Estado.

e) Errada. E o Distrito Federal? E as associações públicas? E algumas fundações

criadas por lei específica? Também, gente!

Questão 33    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CREF20-SE/2019) No

que concerne à Administração Direta e indireta, julgue o item.

Segundo o princípio da reserva legal, todas as pessoas integrantes da Administra-

ção Indireta de qualquer dos Poderes demandam lei, seja para criá-las, seja para

autorizar sua criação.

Certo.

A criação ou autorização por lei é previsão expressa da Constituição Federal.

Vejamos:

Art. 37. (...).


XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Note que para se criar cada entidade da Administração Indireta é necessária a

edição de uma lei (que crie ou que autorize, conforme o caso). Pode-se afirmar,

assim, que a criação de entidades da Administração Indireta é matéria de

reserva legal.

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Questão 34    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CREF20-SE/2019) No

que concerne à Administração Direta e indireta, julgue o item.

As autarquias exigem lei não apenas para sua criação e extinção, mas, também,

para sua organização.

Errado.

Primeiro, vejamos o processo de criação das autarquias, pessoas jurídicas de Direi-

to Público (art. 37 da CF):

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Note que só por lei as autarquias podem ser criadas. E, por simetria, só por lei po-

dem ser extintas.

E sobre a organização delas, vamos agora ao inc. VI do art. 84 da CF:

VI – dispor, mediante decreto, sobre:


a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumen-
to de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;

Portanto, não há, de fato, proibição de a organização ocorrer por meio de atos. No

caso concreto, pode até acontecer por decreto autônomo ou independente.

Questão 35    (INAZ DO PARÁ/FISCAL/CORE-SP/2019) A Administração Pública

pode atuar de forma desconcentrada, sob a mesma pessoa jurídica ou de forma

descentralizada, constituindo novas pessoas jurídicas diferentes do ente que as

criou. No que diz respeito à descentralização, fazem parte todas as assinaladas

abaixo, exceto:

a) Autarquias.

b) Fundações Públicas.

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c) Empresas Públicas.

d) Órgãos Públicos.

e) Sociedades de economia mista.

Letra d.

Na Administração Indireta do Estado, como resultado da descentralização, temos

as pessoas jurídicas, de direito privado ou de direito público. São pessoas de Direito

Público as autarquias e as associações públicas. E de Direito Privado as empresas

estatais e as fundações. Só com o realce de que as fundações podem ser de Direito

Público, à semelhança do que ocorre em relação às autarquias.

E os órgãos são resultados da desconcentração, nossa resposta.

Questão 36    (VUNESP/CONTROLADOR INTERNO/CM DE SERRANA/2019) A Ad-

ministração Pública pode ser encarada sob diferentes formas, de maneira a iden-

tificar o objeto do chamado “direito administrativo”. A respeito das abordagens

existentes quanto às espécies, formas e características da Administração Pública,

é correto afirmar que

a) a Administração Pública no sentido subjetivo deve consistir na própria atividade

administrativa exercida pelo Estado por seus órgãos e agentes, caracterizando, as-

sim, a função administrativa.

b) a Administração Pública no sentido objetivo consiste no conjunto de agentes,

órgãos e pessoas que tenham a incumbência de executar as atividades administra-

tivas, com ênfase sobre o sujeito que executa a função.

c) os órgãos da Administração Pública podem ser classificados em Administração Di-

reta, indireta, autárquica ou desconcentrada, conforme o grau de autonomia de que

gozem o ente em relação à pessoa jurídica de direito público à qual se vinculam.

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d) a Administração Pública indireta é formada por entidades que gozam de perso-

nalidade jurídica própria, gozando de autonomia patrimonial, financeira, orçamen-


tária e administrativa, e podem adotar, conforme a espécie, regime jurídico predo-
minantemente público ou privado.
e) a Administração Pública é a atividade desempenhada com exclusividade pelo
Poder Executivo, com base nas leis que regem a atividade dos seus órgãos e enti-
dades, tais como Ministérios, Secretarias Estaduais e Secretarias Municipais.

Letra d.
Na Administração Indireta, é formada por pessoas jurídicas, de Direito Público ou
Privado. Se de Direito Público, são criadas diretamente por lei, exemplo das au-
tarquias. Se de Direito Privado são só autorizadas por lei, exemplo das empresas
estatais. O processo é chamado de descentralização.
As demais alternativas estão incorretas:
Na letra “a”, o conceito de Administração Pública pode ser entendido num senti-
do subjetivo e objetivo. No subjetivo, designa a estrutura. No objetivo, as funções
realizadas. No subjetivo, os órgãos e as pessoas. No objetivo, o serviço público,
fomento, intervenção e fomento.
Na letra “b”, a banca só fez inverter os conceitos entre subjetivo e objetivo.
Na letra “c”, na Direta, há órgãos despersonalizados, e resultado da desconcen-
tração. Já as autarquias são resultado da descentralização, e situam-se na Admi-
nistração Indireta.
Na letra “e”, exclusivamente Poder Executivo? Nem pensar, né. O Direito Adminis-
trativo se faz presente em todos os Poderes.

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Questão 37    (QUADRIX/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO JÚNIOR/CRESS-


-SC/2019) Em relação à Administração Pública, julgue o item.
A Administração Direta compreende as autarquias, as fundações, as empresas pú-

blicas e as sociedades de economia mista.

Errado.

A Administração Direta trata-se dos entes políticos, ou seja, União, Estados-mem-

bros, Distrito Federal e Municípios.

A Administração Indireta, por sua vez, refere-se às entidades administrativas, do-

tadas de personalidade jurídica própria. São elas: as autarquias, as fundações, as

empresas públicas, as sociedades de economia mista (art. 37, XIX, CF) e as asso-

ciações públicas decorrentes de consórcio público (Lei n. 11.107/2005).

O erro do item é trocar “direta” por “indireta”.

Questão 38    (INAZ DO PARÁ/AUXILIAR ADMINISTRATIVO/CORE-PE/2019) A

palavra autarquia é de origem italiana, tendo sido aplicada pela primeira vez 1897,

por Santi Romano em seus estudos sobre descentralização. Que resposta não con-

fere com as características de uma autarquia?

a) Criada por lei.

b) Regime de pessoal estatutário.

c) Personalidade jurídica.

d) Não possui patrimônio.

e) Receita própria.

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Letra d.

Vamos aproveitar para falar das características gerais, lembrando que são pessoas

jurídicas, e, por isso, contam com patrimônio sim (incorreção da letra “d”).

As autarquias desenvolvem atividades típicas da Administração, sejam lá quais fo-

rem estas no momento histórico atravessado. E mais: não se pode criar autarquia

para exploração de atividade econômica, pois essa não é típica da Administração,

mas sim do mercado.

Eventualmente, qualquer entidade da Administração Pública poderia explorar ati-

vidades econômicas; mas insiste-se que os fins que justificam a criação de uma

autarquia não são as atividades econômicas, e sim as atividades típicas da Admi-

nistração. Noutras palavras: o INSS, que é uma autarquia federal, eventualmente

pode “comercializar” um imóvel de sua propriedade, mas não seria isso (vender

imóveis) que justificaria a criação do INSS. Para exploração de atividades econômi-

cas deverão ser criadas outras espécies de entidades estatais, como sociedades de

economia mista ou empresas públicas.

De acordo com a CF/1988, as autarquias são as únicas entidades da Administração

Indireta que “nascem” por lei, ou, mais precisamente, por lei específica. Observe o

disposto no inc. XIX do art. 37 da Constituição:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

Destaca-se que a lei é específica seja para a criação da autarquia, seja para a

autorização das demais entidades. Ainda que o efeito prático seja o mesmo, pois

sempre se exige a edição de lei específica, tem-se que, juridicamente, a lei que cria

é diferente da lei que autoriza.

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De fato, pode-se afirmar que a autarquia “nasce” com a lei, enquanto as demais

entidades da indireta estão “autorizadas a nascer”, dependendo de um ato pos-

terior para que possam efetivamente funcionar, ou seja, para exercer os direitos

inerentes à personalidade jurídica.

E para a extinção da autarquia também é necessária a edição de lei específica. É

assim por conta do princípio da simetria ou paralelismo das formas: se a lei cria,

a lei extingue. Essa é a regra: o instrumento jurídico utilizado para a criação de

algo deve ser idêntico ao da extinção. Entretanto, tal regra terá exceções, como

na extinção de cargos públicos, os quais, embora sejam criados por lei, podem ser

extintos, se vagos, por decretos (inc. VI do art. 84 da CF/1988), chamados doutri-

nariamente de autônomos.

Referência normativa com a definição (DL 200):

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:


I – Autarquia – o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, pa-
trimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração
Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e
financeira descentralizada.

Questão 39    (VUNESP/ENCARREGADO DO SETOR DE LICITAÇÃO/UNIFAI/2019)

Suponha que um Município pretenda instituir, vinculada a sua estrutura, uma pes-

soa jurídica responsável pela elaboração de projetos de infraestrutura, razão pela

qual opta por criar uma empresa pública com tal propósito. Para tanto, observa que

tais entidades são dotadas de certas particularidades, que deverão ser obedecidas

no seu processo de constituição e funcionamento. A respeito do assunto, é correto

afirmar que

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a) a criação da empresa pública depende de autorização legal, devendo ter o seu

capital social integralizado exclusivamente por entidades componentes da Adminis-

tração Pública direta ou indireta.

b) por estar submetida a um regime jurídico de direito privado, a empresa pública

pode efetuar, em regra, contratações de pessoal sem a prévia realização de con-

curso público.

c) a empresa pública deverá ser criada por lei, que conterá todos as disposições

necessárias para o seu funcionamento.

d) a empresa pública estará hierarquicamente submetida à Administração Direta,

sendo o processo de criação de entidades na Administração Indireta denominado

de “desconcentração administrativa”.

e) a empresa pública estará sujeita a um regime de direito privado, podendo ter o

seu capital social integralizado por particulares.

Letra a.

Vejamos o conceito para empresas públicas, pela nova lei das estatais:

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-


do, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte-
gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Essa nova redação corrige a impropriedade do Decreto-Lei n. 200/1967, em que

se previa a criação da entidade diretamente por lei. As pessoas estatais de Direito

Privado são só autorizadas por lei específica.

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Para nós, o legislador poderia ter sido expresso, também, quanto aos campos de

atuação da empresa pública. As atuais empresas estatais, além da exploração de

atividade econômica, podem ser prestadoras de serviços públicos, exemplo da Em-

presa Brasileira de Correios e Telégrafos, da INFRAERO e do METRÔ-SP.

E o parágrafo único do art. 3º da lei só fez confirmar a possibilidade de as empresas

públicas serem pluripessoais.

As demais alternativas estão incorretas:

b) Errada. A regra é o dever do concurso público, de provas ou provas e títulos.

Não há exceção para as empresas estatais.

c) Errada. São só autorizadas por lei, sendo o ato de criação procedido à luz do

direito privado.

d) Errada. Entre a Direta e Indireta não há hierarquia, há vinculação e não subor-

dinação. E o processo é descentralização administrativa.

e) Errada. O capital social é 100% formado por capital público.

Questão 40    (VUNESP/PROCURADOR JURÍDICO/UNIFAI/2019) Suponha que lei

autoriza a criação de pessoa jurídica de direito privado para integrar a Administra-

ção Pública Indireta, que deverá ter o seu capital integralizado exclusivamente por

entidades componentes da Administração e poderá funcionar sob qualquer espécie

societária. Considerando a situação hipotética, é correto afirmar que a lei autorizou

a criação de uma

a) autarquia.

b) fundação pública de direito privado.

c) sociedade de economia mista.

d) empresa pública.

e) sociedade de propósito específico.

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ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Administração Indireta
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Letra d.

Aqui é suficiente apresentar o novo conceito para empresas públicas, dada pela lei

das estatais:

Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito priva-


do, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é inte-
gralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios.
Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da
União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da em-
presa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem
como de entidades da Administração Indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.

Essa nova redação corrige a impropriedade do Decreto-Lei n. 200/1967, em que

se previa a criação da entidade diretamente por lei. As pessoas estatais de Direito

Privado são só autorizadas por lei específica.

Para nós, o legislador poderia ter sido expresso, também, quanto aos campos de

atuação da empresa pública. As atuais empresas estatais, além da exploração de

atividade econômica, podem ser prestadoras de serviços públicos, exemplo da Em-

presa Brasileira de Correios e Telégrafos, da INFRAERO e do METRÔ-SP.

E o parágrafo único do art. 3º da lei só fez confirmar a possibilidade de as empresas

públicas serem pluripessoais.

Questão 41    (INSTITUTO AOCP/ASSISTENTE SOCIAL/PC-ES/2019) Assinale a

alternativa INCORRETA acerca do que preconiza o Direito Administrativo sobre a

organização administrativa.

a) Órgão Público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública,

com personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol do in-

teresse público.

b) As Secretarias de Estado são órgãos públicos que integram a Administração Direta.

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c) As áreas em que poderão atuar as fundações públicas são definidas e estabele-

cidas por lei complementar.

d) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas

de direito privado.

e) Um ministério criado no âmbito da União é órgão sem personalidade jurídica

própria, sendo componente da Administração Direta.

Letra a.

Os órgãos são unidades administrativas desprovidas de personalidade jurídica. São

criações por lei e fruto do processo de desconcentração.

As demais alternativas estão corretas:

b) Certa. Os ministérios e secretarias são órgãos integrantes da Administração Cen-

tral ou Direta. São considerados órgãos autônomos, e com capacidade processual.

c) Certa. É o que prevê o inc. XIX do art. 37 da CF:

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei com-
plementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

d) Certa. Na indireta, temos pessoas de Direito Público e Privado. São sempre de

Direito Privado as estatais, assim entendidas as empresas públicas, sociedades de

economia mista e subsidiárias.

e) Certa. A Administração Direta, na esfera federal, mais precisamente do Poder

Executivo, é formada por um conjunto de órgãos da Presidência e Ministérios.

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