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WEB-SATELITE

CENTRAL SATELLITE DE PRODUÇÃO


CAPÍTULO 11

CUBO MÁGICO
Novela de
JOÃO PEDRO TUSSET
Escrita por
João Pedro Tusset
Direção
Ary Coslov
Marcelo Travesso

Direção geral
Ricardo Waddington

Personagens deste capítulo


ANTÔNIA INÁCIO
BRANCA JOYCE
CAMILA LEANDRO
CÁSSIO LIA
DALVA LORENA
DANIEL LUÍSA
DÉBORA MARIANA
EDGAR MAURÍCIO
EVA MIMI
FERNANDA NICOLE
GUSTAVO RENATO
HELENA

Participação especial
DANÇARINAS

Atenção
“Este texto é de propriedade intelectual exclusiva da WEB-SATELLITE LTDA. e por conter informações
confidenciais, não poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer
meio, sem o prévio e expresso consentimento da mesma. No caso de violação do sigilo, a parte infratora
estará sujeita às penalidades previstas em lei e/ou contrato.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 2

CENA 0/INTRODUÇÃO:

INSERIR LEGENDA: NO CAPÍTULO ANTERIOR DE CUBO MÁGICO... ESTA


CENA FUNCIONA COMO UM COMPACTO QUE INICIA OS CAPÍTULOS,
CONTENDO A ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR, DANDO O CLIMAX
PARA A CONTINUAÇÃO DO ACONTECIMENTO.

DANIEL — Hoje eu estava pesquisando algumas coisas no


Google, e resolvi passar no site da TeleMania, para
ver como é o site deles, já que eu não conhecia.

HELENA — O assunto é a TeleMania?

DANIEL — É a TeleMania sim. Eu me deparei com uma coisa


que eu fiquei chocado. Sabem o celular que o papai
criou, que iria ajudar a empresa a estabilizar a crise?

EVA — Claro que todo mundo aqui se lembra, mas o que


isso tem a ver?

DANIEL — A TeleMania estava divulgando um celular igual


àquele, com as mesmas funções, o mesmo design.

RENATO — Mas como isso é possível? Eles roubaram o nosso


projeto?

DANIEL — É disso que eu estou desconfiado. Mas se eles


conseguiram nosso projeto, alguém deve ter vendido
para eles.

NICOLE — Mas quem faria isso, Jesus?

DANIEL — É isso que eu quero saber. (DETERMINADO) Quem


aqui está traindo o Cubo Mágico?

CLIMA DE TENSÃO. TODOS SE OLHAM, CURIOSOS. CLOSE EM FERNANDA,


MUITO NERVOSA.

CORTA PARA:

CENA 1/CUBO MÁGICO/SALA DE REUNIÃO – INT/DIA:


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 3

CONTINUAÇÃO DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.

HELENA — Meu filho eu não creio que você possa estar achando
que algum de nós aqui pode ter feito isso.

DANIEL — Eu não acusei ninguém mamãe, mas quero que a


pessoa que fez isso agora que se pronuncie.

NICOLE — Olha, eu não fui. Mal sei quando é dia e quando é


noite, jamais saberia fazer armações.

HELENA — Além de vagabunda é burra.

DANIEL — Ninguém vai se acusar?

EVA — Daniel, não precisa disso, dessa pressão. Mesmo que


alguém tivesse traído a sua confiança, jamais
confessaria.

FERNANDA — (NERVOSA) Eu acho melhor você esquecer disso


Daniel. Não vai dar em nada.

DANIEL — Não Fernanda, agora eu quero descobrir quem fez


essa barbaridade. Vocês sabem quais são as
conseqüências disso? Vocês sabem?

EVA — Isso não podia ter acontecido...

DANIEL — Um projeto do meu pai que iria nos ajudar está


arruinado. Como que vamos divulgar esse celular agora
que a TeleMania já divulgou? Eles vão chamar de
plágio, estragar nossa imagem.

HELENA — Simples meu filho, faça uma investigação pesada


aqui dentro e descubra esse criminoso.

DANIEL — Ah mamãe, pode ter certeza que eu vou fazer uma


investigação interna sim.

RENATO — Antes que todos venham com paus e pedras pra


cima de mim, eu mesmo já me inocento. Não sou
culpado de nada.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 4

DANIEL — Alguém te acusou Renato, não precisa entrar na


defensiva.

EVA — Gente, acho melhor encerrar a reunião aqui, o


Daniel vai investigar tudo, e se alguém estiver
mentindo, será descoberto.

DANIEL — Pode ter certeza. Esse traíra vai pagar, e muito caro!

CLOSE EM FERNANDA, DESESPERADA.

CORTA PARA:

CENA 2/VILA/RUA – EXT/DIA:

LEANDRO ENFRENTANDO GUSTAVO.

GUSTAVO — Quem é você cara? Me deixa passar, faz favor?

LEANDRO — Você se acha o malandro né, acha que vai conquistar


a minha garota. Mas eu te conheço playboy, sei o que
vocês fazem.

GUSTAVO — Minha garota? Vem cá, do que tu tá falando?

LEANDRO — É da Mariana, seu vagabundo! Eu sou o marido


dela.

GUSTAVO — A Mariana? Mas a Mariana não é casada meu


camarada, você tá com um bafo de onça, deve ter
bebido demais pra dizer isso.

LEANDRO — (EMPURRA ELE) Ela é minha mulher sim, não no


papel, mas ela é.

GUSTAVO — Ah sei, você deve ser o ex-marido dela.

LEANDRO — Eu sou o homem da vida dela!

GUSTAVO — Não sei porque disso tudo, eu só tentei ajudar a


Mariana, não passou disso.

LEANDRO — Acho melhor não passar, playboy. Não chega perto


da Mariana senão eu te mato.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 5

GUSTAVO — Se eu quiser, chego perto de quem eu quiser. Agora


desinfeta do meu carro, bebum.

GUSTAVO EMPURRA LEANDRO E ENTRA NO CARRO. LEANDRO TONTEIA


E CAI NO CHÃO. GUSTAVO VAI EMBORA.

LEANDRO — Esse playboy ainda vai se ver comigo. Ai dele se


engraçar pro lado da Mariana.

CORTA PARA:

CENA 3/SHOPPING – INT/DIA:

BRANCA CAMINHA PELO SHOPPING, OLHANDO AS LOJAS. ROLA AO


FUNDO A SONOPLASTIA: O TAL CASAL – VANESSA DA MATA. BRANCA
PÁRA NA FRENTE DE LOJA MUITO CHIQUE, E QUANDO OLHA LÁ PRA
DENTRO VÊ DÉBORA, COM UMAS QUATRO SACOLAS, COMPRANDO TUDO
COM DINHEIRO. BRANCA ESTRANHA E QUANDO A VÊ INDO SAIR, SE
ESCONDE ATRÁS DE UM PILAR. DÉBORA SAI DA LOJA ALEGRE, COM SUAS
SACOLAS, E BRANCA OBSERVA.

BRANCA — A Débora comprando nessa loja tão cara, e com


dinheiro no cash? Tem coisa aí...

EM BRANCA

CORTA PARA:

CENA 4/PRÉDIO DA CHÁ COM PIMENTA – EXT/DIA:

PLANO GERAL DO PRÉDIO ONDE FUNCIONA A REVISTA.

CORTA PARA:

CENA 5/PRÉDIO DA CHÁ COM PIMENTA/SALA DE CÁSSIO –


INT/DIA:

HELENA E CÁSSIO ESTÃO SENTADOS UM NA FRENTE DO OUTRO, MIMI


SERVE DOIS CAFÉZINHOS E SAI DA SALA.

HELENA — Bom, vamos começar essa palhaçada logo, porque


eu tenho hora na manicure.

CÁSSIO — Como você quiser Helena!


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 6

HELENA — Pois bem, pode começar.

CÁSSIO — Helena, como anda sua vida pessoal depois da morte


terrível do seu marido?

HELENA — Anda ótima querido, tão boa que as vezes me


esqueço que o Alberto existiu. (RI)

CÁSSIO — Isso quer dizer que você nem sentiu a morte dele?

HELENA — Imagina. Fui irônica. Sinto muito sim a morte do


meu marido, foi algo terrível na minha vida. (SIMULA
EMOÇÃO)

CÁSSIO — E como você lida com esse fato todo dele ter sido
assassinado?

HELENA — Quebro a cabeça todos os dias para tentar imaginar


quem poderia ter feito essa crueldade, mas não consigo
colocar na minha cabeça que alguém teve essa frieza de
acabar com uma vida.

CÁSSIO — Todo grande empresário tem inimigos. Alberto tinha


inimigos?

HELENA — Tinha, vários.

CÁSSIO — Até na própria casa?

HELENA — Desculpa, o que você disse?

CÁSSIO — Você sabe Helena. Um empresário rico, com muitos


herdeiros, família... alguém daí poderia ter matado.

HELENA — Não sei o que você está querendo insinuar, mas


ninguém da minha família matou o Alberto.

CÁSSIO — A senhora não precisa ser assim tão revoltada, não


acusei ninguém.

HELENA — (SE LEVANTA) Mas eu já entendi o seu joguinho


Cássio. Você me chamou pra essa entrevista para fazer
sensacionalismo sobre a minha família.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 7

CÁSSIO — Sua família? Tem certeza Helena?

HELENA — Ora seu jornalista de porta de botequim, veja lá


como fala da minha família! Posso ser a pior pessoa do
mundo, mas com a minha família ninguém mexe!

HELENA DÁ UM EMPURRÃO NELE, DERRUBA A MESA DE CENTRO, SAI


EMPURRANDO ABAJUR E FAZENDO UM ESTRAGO. HELENA SAI DA SALA,
MUITO BRAVA, ENQUANTO CÁSSIO RI.

CÁSSIO — Era isso mesmo que eu queria que você fizesse,


Helena! (SORRI).

CORTA PARA:

CENA 6/CASA DE INÁCIO/SALA – INT/DIA:

INÁCIO ESTÁ COM UM CATÁLOGO DE TINTAS, ESCOLHENDO ALGUMAS.


ANTÔNIA SE SENTA AO LADO DO MARIDO.

ANTÔNIA — Já escolheu a tinta da agência? Eu acho esse azul


claro lindo.

INÁCIO — Não... tô pensando numa coisa meio roxa, lilás, algo


bem marcante.

ANTÔNIA — Mudando de assunto Inácio, de onde é essa moça


que você vai fotografar mesmo? A tal da Eva.

INÁCIO — Você sabe a empresa Cubo Mágico? Então, ela é


daquela família...

ANTÔNIA — Então é gente rica.

INÁCIO — Gente muito poderosa.

ANTÔNIA — Pela cara dela eu logo percebi que devia ser rica.

INÁCIO — Alias, a Eva é uma mulher muito bonita né? Não


consigo acreditar que ela tenha 40 anos.

ANTÔNIA — Acha ela bonita?

INÁCIO — Acho sim. Uma mulher de 40 anos num corpo de 30


é difícil de se ver hoje em dia.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 8

ANTÔNIA — Ela é mais bonita que eu então?

INÁCIO — Não foi isso que eu disse.

ANTÔNIA — Mas foi o que quis dizer.

INÁCIO — Imagina Antônia, você é a mulher mais bonita que já


conheci.

ANTÔNIA — Que bom. Não quero você achando outras mulheres


bonitas por aí.

INÁCIO — Por favor Tônia, não vai começar com esse ciúmes
bobo logo agora que eu tenho essa sessão de fotos pra
fazer. Se eu perco essa chance, não sei se vou conseguir
outra.

ANTÔNIA — Eu só paro se você também parar de ficar falando


que ela é bonita.

ANTÔNIA DÁ AS COSTAS E SAI. INÁCIO FICA IRRITADO.

CORTA PARA:

CENA 7/MANSÃO DOS CASTANHO/PISCINA – EXT/DIA:

SONOPLASTIA: TELEFONE – BANDA DJAVÚ. CAMILA E EDGAR ESTÃO NA


BEIRA DA PISCINA, TOMANDO SOL. EDGAR BEIJA CAMILA E OS DOIS
FICAM NUM AMASSO. LIA VEM EM DIREÇÃO À ELES PARA SERVIR DOIS
SUCOS.

LIA — Dá licença. Vim servir um suquinho de laranja pra


vocês. A Ruth acabou de fazer.

CAMILA — (PEGANDO) Obrigada Lia, já ia te chamar para


servir alguma coisa.

LIA — (PARA EDGAR) O senhor aceita?

EDGAR — Aceito sim, e pode me chamar de Edgar mesmo.

LIA — Certo. (SORRI) Me dêem licença.

CAMILA — Toda.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 9

LIA SAI DALI. EDGAR ACOMPANHA COM UM OLHAR DESCONFIADO.


CAMILA BEBE O SEU SUCO E NOTA QUE EDGAR ESTÁ ESTRANHO.

CAMILA — Não gostou do suco amor?

EDGAR — Não é que, essa empregada, a tal da Lia...

CAMILA — O que tem a Lia? Ela é simpática né? (ANIMADA)


Não tenho o que me queixar dela.

EDGAR — Parece que eu já vi ela em algum lugar.

CAMILA — Uma empregada qualquer? Tem certeza?

EDGAR — Sim! Mas não consigo me lembrar.

CLOSE EM EDGAR, PENSATIVO.

CORTA PARA:

CENA 8/CUBO MÁGICO/RECEPÇÃO – INT/DIA:

JOYCE ESTÁ ATENDENDO UM TELEFONEMA. RENATO SAI DO ELEVADOR


E VAI INDO EM DIREÇÃO À ELA. DANIEL SAI DE SUA SALA E VAI ATÉ
RENATO.

DANIEL — Era com você mesmo que eu queria falar Renato.

RENATO — Você mandou me chamar com tanta pressa, vim ver


o que queria.

DANIEL — Eu quero tirar uma dúvida com você.

RENATO — Pode falar.

DANIEL — Foi você que vendeu nossas informações para a


concorrência?

RENATO FICA SURPRESO COM A PERGUNTA.

CORTA PARA:

CENA 9/PRÉDIO DA CHÁ COM PIMNENTA – EXT/DIA:

HELENA VAI SAINDO DO PRÉDIO EM DIREÇÃO AO SEU CARRO,


ENFURECIDA. O CELULAR DELA APITA E ELA TIRA DA BOLSA.

HELENA — Que número é esse? Desconhecido?


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 10

HELENA DÁ UM TOQUE NA TELA E ABRE A MENSAGEM. A CÂMERA FOCA


NA TELA, ONDE ESTÁ ESCRITO: “QUE COISA FEIA TRAIR A MINHA
EMPRESA, HELENA... –A”.

HELENA — (NERVOSA) De novo?

HELENA OLHA PARA OS LADOS E NÃO VÊ NINGUÉM.

HELENA — (DESLIGA O CELULAR) Eu preciso descobrir


quem tá mandando isso.

CORTA PARA:

CENA 10/CUBO MÁGICO/RECEPÇÃO – INT/DIA:

CONTINUAÇÃO DA CENA 8. DANIEL PRESSIONANDO RENATO.

DANIEL — Eu te fiz uma pergunta e estou esperando uma


resposta!

RENATO — Nunca Daniel, jamais eu trairia assim o Cubo


Mágico. É claro que não fui eu.

DANIEL — Tem certeza?

RENATO — Claro que eu tenho! O que eu mais quero é ver essa


empresa para frente, cada vez melhor.

DANIEL — Então se não foi você, foi quem?

RENATO — Isso eu não sei te responder. Investigue, faça o que


quiser. Não vai descobrir nada de mim. Eu te garanto.

DANIEL — Ah, mas você pode ter certeza que eu vou investigar.
E quando eu descobrir, vou por na cadeia o vagabundo
que fez isso.

RENATO — É a coisa mais sensata que você pode fazer.

DANIEL — Eu prometo!

DANIEL VOLTA PRA SUA SALA.

RENATO — Antes que mais alguém desconfia de mim, eu


preciso descobrir alguma coisa. (E SAI)
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 11

JOYCE DISFARSA E GUARDA SEU CELULAR NA BOLSA.

CORTA PARA:

CENA 11/CASA DE LORENA/SALA – INT/DIA:

MARIANA ESTÁ REPOUSANDO NO SOFÁ QUANDO ALGUÉM BATE NA


PORTA. LORENA SAI DA COZINHA E VAI ATENDER.

LORENA — (ABRE A PORTA)

GUSTAVO — (COM UM BUQUÊ DE FLORES) Boa tarde dona


Lorena.

LORENA — Olá Gustavo! Tudo bem?

GUSTAVO — Tudo, eu posso falar com a Mariana?

MARIANA FICA OUVINDO, TODA FELIZ.

LORENA — Claro que pode, entra.

GUSTAVO ENTRA E VÊ MARIANA NO SOFA. MARIANA SE VIRA UM POUCO


E OS DOIS SE VEEM. COMEÇA SONOPLASTIA: SEU NOME – LUIZA POSSI.

MARIANA — Gustavo, que bom te ver.

GUSTAVO — Oi Mariana, como você está?

MARIANA — Estou bem, obrigada.

GUSTAVO — Resolvi vir te ver, te entregar esse buquê de flores e


saber de você. (ENTREGA)

MARIANA — (SEGURA) Obrigada! Você é tão gentil.

GUSTAVO — Espero que você goste de rosas vermelhas.

MARIANA — São as minhas preferidas. Simbolizam o amor, a


paixão.

LORENA DÁ UMA RISADINHA E SAI. GUSTAVO E MARIANA FICAM SE


OLHANDO.

GUSTAVO — (CORTA O CLIMA) Quando que você vai poder


voltar à trabalhar?
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 12

MARIANA — Em pouco tempo. Não agüento mais ficar


repousando.

GUSTAVO — (SENTA AO LADO DELA) Sabe Mariana,


aconteceu uma coisa meio chata.

MARIANA — É mesmo?

GUSTAVO — O seu ex-marido, o Leandro. Ele me procurou e me


ameaçou.

MARIANA — Ameaçou? Ameaçou porque?

GUSTAVO — Disse que é pra mim me afastar de você, senão ele


vai me matar.

MARIANA — O Leandro é louco, mas não entra na pilha dele. Ele


ainda acha que eu sou propriedade dele.

GUSTAVO — A última coisa que eu quero é te causar algum tipo


de problema. Por favor.

MARIANA — Você não me causa problema nenhum Gustavo. Eu


gosto muito de conversar com você. Deixa o Leandro
pra lá, tá bem?

GUSTAVO — Tudo bem.

MARIANA E GUSTAVO SORRIEM UM PRO OUTRO.

CORTA PARA:

CENA 12/RIO DE JANEIRO/STOCK-SHOTS – NOITE:

SONOPLASTIA: VOCÊ VAI ME DESTRUIR – VANESSA DA MATA. STOCK


SHOTS CURTO, DE UNS 15 SEGUNDOS, MOSTRANDO ALGUNS PONTOS
PRINCIPAIS DA CIDADE À NOITE.

CORTA PARA:

CENA 13/BOATE BABADO – INT/NOITE:

NO PALCO DA BOATE, QUATRO DANÇARINAS FAZEM UMA COREOGRAFIA


SENSUAL INSPIRADA NO CLÁSSICO “MOULIN ROUGE”. AS MULHERES SE
ESFREGAM, VÃO REBOLANDO E INDO ATÉ O CHÃO. OS HOMENS ESTÃO
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 13

FISSURADOS, GRITAM E ERGUEM SEUS COPOS, EXCITADOS. ANDRÉ


ENTRA NA BOATE, E VAI SE ENCOSTANDO NO BALCÃO, OBSERVANDO AS
MENINAS. OUVE-SE UMA VOZ NO AUTO-FALANTE:

HOMEM — (EM OFF) E com vocês, a bela, a maravilhosa, a


misteriosa... Daphne!

MIMI SURGE ENTRE AS DANÇARINAS, TRAVESTIDA COMO A


PERSONAGEM “DAPHNE”. AGORA COMEÇA A TOCAR UMA OUTRA
MÚSICA, MUITO SENSUAL E COM UMA PEGADA ESPANHOLA. “DAPHNE”
FAZ SEUS PASSOS DE DANÇA COM AS DANÇARINAS E VAI TIRANDO
CADA PEÇA DA ROUPA, JOGANDO NOS HOMENS. ANDRÉ OBSERVA
“DAPHNE” E OLHA COM UMA CARA ESTRANHA, COMO SE ESTIVESSE
RECONHECENDO. AS DANÇARINAS AGORA SE ESFREGAM EM “DAPHNE” E
“DAPHNE” COMEÇA A BEIJÁ-LAS NA BOCA. É AÍ QUE OS HOMENS VÃO À
LOUCURA. E A APRESENTAÇÃO CONTINUA.

CORTA PARA:

CENA 14/RODOVIÁRIA – INT/NOITE:

DALVA VEM CAMINHANDO PELA RODOVIÁRIA, INDO ATÉ ONDE SE


COMPRAM AS PASSAGENS, SEMPRE MUITO MISTERIOSA. ELA ENTREGA O
DINHEIRO PARA A MOÇA E PEGA SUA PASSAGEM. DALVA SE VIRA PARA
FALAR COM UMA PESSOA QUE NÃO REVELAMOS.

DALVA — Eu vou fazer o que cê tá me pedindo porque a grana


é muito quente. Mas cê não se livrou de mim ainda, não
mesmo.

DALVA SE VIRA E VAI EM DIREÇÃO AO SEU ÔNIBUS.

CORTA PARA:

CENA 15/MANSÃO DOS CASTANHO]GARAGEM – INT/NOITE:

MAURÍCIO ESTÁ PRENSANDO HELENA CONTRA A PAREDE, AGARRANDO-


A, BEIJANDO COM VONTADE. HELENA EMPURRA O AMANTE.

HELENA — (LIMPA A BOCA) Não Mauricio, chega, pára!

MAURÍCIO — O que aconteceu?


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 14

HELENA — A gente não pode continuar com isso.

MAURÍCIO — Claro que a gente pode, qual o problema?

HELENA — Essa mensagem que eu recebi. Mais alguém sabe do


nosso romance, não posso arriscar e ficar me
encontrando com você.

MAURÍCIO — Não se preocupa com isso Helena, essa pessoa aí


não vai dizer nada!

HELENA — Como você sabe? Eu tenho muito medo de que a


minha família descubra que eu sou uma adultera e
todos me acusem de matar o Alberto.

MAURÍCIO — Ninguém vai te acusar porque você é inocente.

HELENA — As coisas não são tão fáceis assim.

MAURÍCIO — (SE APROXIMA) Relaxa, deixa rolar. Você não vai


conseguir ficar longe de mim.

HELENA — (SAFADA) E não vou mesmo.

MAURÍCIO — Eu quero muito você Helena, minha cachorra.


(AGARRA) Ninguém vai me fazer ficar longe de você.

HELENA — (DÁ RISADA) Meu tesão, eu nunca te deixaria


assim. (LAMBE A BOCA DELE) Vem, faz aquilo que
eu mais gosto, daquele jeito que só você sabe fazer. (SE
ROÇA) Me atira na parede, faz o que quiser comigo!
Eu quero provar do seu mel, delícia!

MAURÍCIO SORRI E EMPURRA HELENA NA PAREDE, BEIJANDO


LOUCAMENTE. COMEÇA SONOPLASTIA: YOU NOW I’M NO GOOD – AMY
WINEHOUSE. HELENA ESCORREGA ENTRE OS BRAÇOS DELE E FICA
AJOELHADA NA FRENTE DELE. HELENA VAI ABRINDO O ZÍPER DA CALÇA
DE MAURÍCIO E ABAIXANDO. A CÂMERA SOBE PARA A REAÇÃO DE
MAURÍCIO, QUE COMEÇA A SENTIR PRAZER, E COM AS MÃOS
EMPURRANDO A CABEÇA DE HELENA CONTRA SEU ÓRGÃO GENITAL. A
CÂMERA DÁ OUTRO CORTE PARA UMA PESSOA, QUE ESTÁ ESCONDIDA
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 15

ATRÁS DE UMA JANELA, QUE FICA TIRANDO FOTOS DA SITUAÇÃO, SEM


QUE O CASAL PERCEBA.

CORTA PARA:

CENA 16/CASA DE NICOLE/SALA – INT/NOITE:

LUÍSA ESTÁ SENTADA O SOFÁ LENDO UMA REVISTA QUANDO NICOLE


CHEGA EM CASA.

LUÍSA — Mamãe, eu já tava ficando preocupada. Onde a


senhora se meteu?

NICOLE — Pára de me chamar de senhora, garota. Assim parece


que eu sou velha.

LUÍSA — Desculpa! Pode me dizer onde a SENHORITA


estava?

NICOLE — Assim está melhor. (SENTA NO SOFÁ) Estava na


casa da Amelinha.

LUÍSA — Amelinha Bittencourt? Foi fazer o que na casa


daquela perua falida?

NICOLE — Tricotar, ora senhor! (LEVANTA) Me deixa em paz


Luísa, me afrouxa!

LUÍSA NOTA QUE UMA CÂMERA FOOGRÁFICA CAIU DA BOLSA DE


NICOLE QUANDO ELA SE LEVANTOU E PEGA.

LUÍSA — Que câmera fotográfica é essa?

NICOLE — (ARRANCA DELA) Me dá isso aqui garota.

LUÍSA — Essa câmera é sua mãe? Nunca te vi com ela,


primeira vez.

NICOLE — É da Amelinha. Nós tiramos algumas fotos e eu


trouxe para colocar no meu Facebook.

LUÍSA — Não podia ter posto lá da casa dela mesmo?

NICOLE — (IRRITADA) Luísa, para de perguntas! Mas que


coisa mais chata gente, deixa sua mãe em paz.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 16

LUÍSA — Só perguntei. Não precisa ficar revoltadinha por


causa disso.

NICOLE — Revoltadinha, Luísa? Me afrouxa!

LUÍSA — Aliás, só pra te avisar. Vou lá na vila da Solange


amanhã.

NICOLE — Fazer o que lá? Você detesta aquela vila.

LUÍSA — Vou aproveitar que eu sou meio que amiguinha da


Mimi e vou ir conhecer essa tal Mariana por quem o
Gustavo ficou tão apaixonado.

NICOLE — Filha, por favor, não vá se meter e confusão por


causa do seu primo.

LUÍSA — Não se preocupa dona Nicole. Eu já sei o que eu vou


fazer.

CLOSE EM LUÍSA, MALDOSA.

CORTA PARA:

CENA 17/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE DANIEL –


INT/NOITE:

DANIEL ESTÁ SENTADO NA CAMA, PENSANDO. FERNANDA SE SENTA AO


LADO DO MARIDO.

FERNANDA — Muda essa sua carinha Daniel, tô ficando


preocupada.

DANIEL — Não consigo Nanda. Só de saber que existe um


traidor entre nós, meu estomago embrulha.

FERNANDA FICA TENSA E SE LEVANTA.

FERNANDA — Esquece isso. (NERVOSA) Não vale apena ficar se


estressando por uma coisa que não tem mais volta.

DANIEL — Esquecer? Eu não consigo esquecer! Nem que dure


vinte anos mais eu descubro o traidor.

FERNANDA — Eu ainda acho que vai acabar dando em nada isso.


CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 17

DANIEL — O meu pai planejou todo esse celular, pretendendo


melhorar a situação financeira da empresa, e me vem
um vagabundo e vende todas essas informações para a
concorrência? Isso é muita cafajestagem.

FERNANDA — (TRISTE) Realmente isso foi uma merda...

DANIEL — Cheguei a achar que o Renato é que tinha feito isso,


mas ele negou tudo.

FERNANDA — Daniel, calma! Você não pode sair acusando assim


as pessoas.

DANIEL — Eu sei disso. Mas é que eu me revolto sabe? Ainda


não consigo acreditar.

FERNANDA — É...

DANIEL — (ABRAÇA ELA) Ainda bem que você tá aqui


comigo. Você é a única pessoa em quem eu posso
confiar Nanda. A única.

FERNANDA — (SÉRIA) Claro que eu sou.

CORTA PARA:

CENA 18/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE HELENA –


INT/NOITE:

HELENA ANDA DE UM LADO PARA O OUTRO. RENATO ESTÁ COM A MÃE.


CONVERSA JÁ INICIADA.

RENATO — Óbvio que eu não vendi nenhuma informação da


empresa mãe. Tô limpo nesse esquema.

HELENA — Ainda bem Renato, porque eu fiquei muito


preocupada em pensar que você possa ter feito uma
besteira.

RENATO — Quem será que pode ter feito isso hein mãe? Se não
fomos nós dois, pode ter sido a Nicole, a Eva, até a
Fernanda.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 18

HELENA — Nenhuma dessas idiotas teria capacidade para fazer


isso Renato.

RENATO — Então eu realmente nem desconfio.

HELENA — E você acha que eu desconfio de alguma coisa? Não


é bom para nós que a empresa fique no buraco.

RENATO — Tem razão.

HELENA — Quem quer que seja Renato, eu vou descobrir.


Escuta o que eu tô te dizendo. E quando eu descobrir,
eu mato. Mato quem fez.

RENATO — E o Daniel teve a pachorra de me chamar lá na


empresa para me acusar de estar traindo a família.
Pode?

HELENA — Ah ele fez isso? Idiota! Não sabe controlar uma


empresa direito e mete os pés pelas mãos. Se eu fosse
presidente não existiriam essas vendas de informações.

RENATO — Eu sempre soube que o Daniel seria um desastre,


isso só foi uma prova.

HELENA — O Alberto é igual ao Daniel. Parecem a mesma


pessoa. Alberto tinha o dom de fazer as coisas por
impulso e depois dar tudo errado. Daniel vai seguir e
está seguindo este caminho.

RENATO — Mãe nós temos que descobrir esse traidor e


conquistar essa presidência logo, antes que o Daniel
ponha tudo a perder.

HELENA — Se ele já não colocou...

RENATO — Ainda dá tempo de reverter o caso crítico do Cubo


Mágico, só precisamos de alguém competente.

HELENA — De que adianta se o Daniel é o presidente? Eu


sempre disse ao Alberto que o garoto era um imbecil,
mas ele sempre apostou no filho. Ta aí a prova.
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 19

RENATO — (SONHADOR) Você não sabe como eu preciso ver


o Daniel fora da presidência, sem moral nenhuma.

HELENA — Eu já tracei um plano Renato, fica sossegado. O


Daniel vai se afundar ainda mais nessa empresa e
ninguém vai querer ver ele lá. Nem mesmo as irmãs!

CORTA PARA:

CENA 19/MANSÃO DOS CASTANHO/QUARTO DE DANIEL –


INT/NOITE:

FERNANDA ESTÁ SOZINHA NO QUARTO. ELA PEGA O TELEFONE E LIGA


PARA ALGUÉM. CLOSE NA EXPRESSÃO DE NERVOSA DE FERNANDA.

FERNANDA — (TELEFONE) Papai? É a Fernanda. Eu quero muito


falar com você. (PAUSA) Eu tô desesperada! (PAUSA)
O Daniel tá indignado com essa “traição” na empresa,
quer descobrir quem fez isso e o diabo a quatro.
(PAUSA) Sim, eu sei que ele jamais vai descobrir que
fui eu que vendi as informações para a concorrente,
mas mesmo assim eu tenho medo. Medo que ele me
abandone se descobrir o que eu fiz. (SE LAMENTA)
Eu tô muito arrependida de te feito isso contra o meu
marido. Muito mesmo.

FERNANDA TENTA CONTER O CHORO. EM SEGUNDO PLANO,


CONSEGUIMOS VER LIA ESCUTANDO A CONVERSA ATRÁS DA PORTA,
PASMA COM O QUE ACABOU DE OUVIR DA BOCA DE FERNANDA.

LIA — (BAIXO) Então foi a Fernanda que armou isso


contra o Cubo Mágico?

LIA NÃO ACREDITA NO QUE OUVIU E CONTINUA CHOCADA. CLOSE EM


LIA. A IMAGEM CONGELA E FORMA AS FACES DE UM CUBO MÁGICO.
UMA MÃO “PEGA” O CUBO DA TELA E COMEÇA A ORGANIZAR OS LADOS.

CORTA.
(FINAL DO CAPÍTULO)
CUBO MÁGICO CAPÍTULO 11 PÁG.: 20

Os créditos sobem ao som de “Você Vai Me Destruir – Vanessa da


Mata”.

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