HOSPITAL INFANTIL
ARQUITETURA HOSPITALAR
São Paulo
2019
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Kássio Alves Barreto
HOSPITAL INFANTIL
ARQUITETURA HOSPITALAR
São Paulo
2019
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por ter me sustentado até aqui, pois é nele que
encontro minhas forças.
“Tudo o que fizerem, seja em palavra, seja em ação, façam-no em nome do Senhor
Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai”.
Colossenses 3:17
A minha esposa Bruna Leão, dou todo meu agradecimento! Fez parte desde o primeiro
momento, naquela noite/madrugada, quando saiu o resultado mostrando que ganhei
minha bolsa de 100%. Foi quando começamos a namorar. Durante esses longos 5 anos
esteve comigo nas incontáveis noites viradas ajudando na mão de obra das maquetes
e nos textos dissertados. Sou grato por cada abraço, após as notícias ruins e pelos
mesmos abraços nos momentos bons e quando eu precisei foi sempre quem esteve ao
meu lado. Foi a pessoa que cedeu, deixou seus sonhos de lado para viver o meu sonho,
junto comigo. É a pessoa que amo incondicionalmente!
Aos meus pais agradeço com todo meu coração, pois me incentivaram a todo momento,
me ajudaram financeiramente, plantaram em mim o esforço e juntos comigo podem
dizer que estou formado em uma profissão “impossível” para o nosso contexto familiar,
mas possível para os nossos sonhos. Meus pais são incríveis! Os amo infinitamente.
Não poderia esquecer de pessoas especiais, que de fato são família, e são elas: aos
pais da minha esposa João e Hilda e sua irmã Gabriela por todo incentivo motivacional,
profissional e financeiro; a minha irmã Karla, pessoa que me ensinou muito, foi minha
base de amadurecimento para encarar a vida e seus desafios; ao meu primo Matheus
pela amizade fiel desde criança, pelas maquetes coladas e todas as resenhas; as
minhas amigas e amigos da faculdade; e pôr fim aos meus orientadores de TFG Paulo
Corrêa e Pedro Nosralla que ajudaram muito em todo desenvolvimento desse trabalho.
Sei que essa jornada foi difícil, contudo, prazerosa. Tenho orgulho de estar me tornando
Arquiteto e Urbanista. Sei também que é só o começo!
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SUMÁRIO
Introdução página 07
1 Conceito página 08
1.1 Conceito de arquitetura hospitalar página 09
1.2 Conceito de hospitalidade e hotelaria página 13
1.3 Breve histórico sobre tipologias hospitalares página 14
1.4 Estudo teórico de espaços lúdicos página 18
2 Saúde Infantil página 26
2.1 Características página 27
2.2 Tratamento/protocolos e procedimentos página 28
3 Legislação página 30
3.1 A cidade de Mauá – Saúde página 33
3.2 Características do local de implantação página 36
3.3 Análises de estudos de caso página 39
4 Programa de necessidades página 48
5 Diretrizes página 50
6 Memorial – partido arquitetônico página 52
7 Peças gráficas página 54
8 Maquetes página 70
9 Memória do processo página 73
10 Considerações finais página 86
11 Referências bibliográficas página 88
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INTRODUÇÃO
Esta abordagem em suma, traz conceitos, bases e ideias para elaborar um projeto de
arquitetura de um hospital infantil. O objetivo principal é entender o contexto geral e
complexidade ao conceber um projeto que irá atender aos mínimos detalhes, um público
específico de pessoas, que estão passando um momento difícil particular ou alheio.
Sabe-se que hoje a saúde tem sido um campo de estudo de diversas áreas. No contexto
da medicina as pesquisas laboratoriais, as ciências e a tecnologia se fazem prontamente
presentes no tratamento de doenças em assistência a laudos mais complexos de
doenças. É claro que para chegar até aqui foi necessário um longo caminho de acertos
e principalmente erros. Grandes protagonistas disso são os hospitais que ao longo do
tempo sofreram milhares de alterações em sua forma física, capacidade gestacional e
principalmente prontidão no atendimento da causa e tratamento.
O contexto histórico é fundamental para entender o processo cronológico do
desenvolvimento dos hospitais ao longo dos anos. Os avanços industriais e a tecnologia
são fatores predominantes para a modernização da construção civil, com isso os
hospitais, que já se moldavam pelos avanços da medicina, se adapta as novas
condicionantes técnicas de construção.
Hoje, para a construção de um novo hospital, é preciso se ater as normas atuais,
principalmente aquelas que tratam de aspectos da saúde e são vinculadas a ANVISA.
Certamente, projetar e construir um hospital é um desafio, pois o mesmo terá que
atender diversas necessidades, sejam elas municipais ou estaduais.
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CAPÍTULO 1
CONCEITO
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1.1 CONCEITO DE ARQUITETURA HOSPITALAR
A arquitetura hospitalar passou por uma série de mudanças ao longo dos últimos anos,
visando sempre a melhora dos espaços físicos para remeter ao paciente os valores que
são encontrados em sua própria casa. Com essas premissas, os arquitetos e
engenheiros – vulgo projetistas, buscam colocar no projeto arquitetônico aspectos
rotineiros do paciente para cada vez mais o mesmo se sentir em um ambiente familiar.
De acordo com Costeira (2014, p.57) esses novos conceitos incentivam a integração
dos ambientes de saúde com os espaços exteriores, além disso, também trazem aos
setores de diagnóstico e tratamentos aspectos que favorecem a recuperação e cura do
paciente. O tempo em que o paciente fica no hospital e a qualidade do atendimento são
predominantes para ênfase da humanização nesses ambientes, e ajudam a amenizar a
angustia e o sofrimento durante a internação e terapia, além claro das práticas familiares
que devem ser inseridas e implantadas em espaços personalizados, envolvendo
também profissionais capacitados para o processo de cura.
9
uma comissão para avaliar projetos arquitetônicos adequados ao caso, realizando
estudos e pesquisas para encontrar uma solução definitiva para o hospital. Esta
comissão era composta por nove membros e foi nomeada pela Academia Real de
Ciências, a partir dos esforços do Barão de Breteuil, da Casa Real de Luis XVI. Nesta
ocasião teve destaque o conjunto de trabalhos do médico Tenon, que analisou diversos
hospitais, não só com o intuito de descrever a obra arquitetônica, mas, também com um
olhar crítico, funcionalista. Ele publicou, em 1788, cinco relatórios reunidos em uma obra
de título “Memoires sur les hôpitaux de Paris”. Com o “projeto" Tenon, triunfa a
organização pavilhonar, horizontal, do espaço hospitalar. Com a adoção desta forma,
que permitia a ventilação cruzada e uma excelente iluminação natural, Tenon acreditava
ter resolvido o que era considerado o maior produtor da insalubridade nos hospitais: a
estagnação do ar e a umidade. Ele efetuou também toda uma série de estudos
volumétricos para estabelecer a relação entre as dimensões de cada bloco de enfermos
e o número de leitos das enfermarias, como meio de assegurar o volume mínimo ideal
de ar renovado para cada paciente. Tenon estudou também o número ideal de
pavimentos para cada bloco, estabelecendo em três o número ideal de pavimentos”.
(COSTEIRA, 2014, p.57, 58).
Outra condicionante para essa fase, é a implementação das áreas cirúrgicas, que surge
ao lado da medicina científica e a divisão de atendimentos, onde é separado por blocos
ou por polos de hospitais, que passam a especializar-se por uma área específica de
atendimento (COSTEIRA, 2014, p.58). Com isso a medicina avança junto com a
tecnologia e passa a tratar mais diretamente da causa, se apropriando de questões
complexas e pertinentes a um tipo de doença.
Por se tratar de tecnologia, é aqui que os hospitais modernos passam a ter melhores
infraestruturas, através dos sistemas mecânicos, melhorando a distribuição de todos os
sistemas prediais necessários para um hospital. Além disso, um dos principais
implementos dessa fase foi o uso de elevadores que trouxe para todos os edifícios da
época o grande benefício de circulação vertical entre um andar e outro sem grandes
esforços físicos de uma pessoa, favorecendo, principalmente no edifício hospitalar o
paciente, que agora tem facilidade em acessar andares superiores.
Esse preceito de circulação vertical, através dos elevadores, traz aos edifícios a
definição de partido monobloco, ou seja, um bloco disposto em formato de torre onde
se concentra todo programa de necessidades que acontece apenas nesse bloco de
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maneira vertical. Esse tipo de construção ainda é muito usado hoje, uma vez que
permite uma distribuição mais flexível do programa arquitetônico. Um exemplo disso é
Hospital Oswaldo Cruz localizado no bairro Bela Vista, abaixo da Avenida Paulista na
cidade de São Paulo – construído com 30.000m² e projetado pelo escritório Botti Rubbin
Arquitetos Associados, tem uma distribuição programática complexa que acontece de
maneira vertical em toda sua composição. O seu bloco disposto em uma lâmina vertical
totalmente moderna revestida com vidro e alumínio trazem ao edifício uma característica
plástica contemporânea as fachadas. O arquiteto Marc Rubbin1 faz questão de afirmar:
“Do ponto de vista arquitetônico, encontramos uma modulação que exclui o modismo e
dá às fachadas uma característica sempre atual”.
Devido a esse avanço tecnológico, a prática médica sofreu diversas alterações, até
pelas necessidades do avanço da medicina. Sendo assim a arquitetura dos ambientes
tem mudado seu objetivo de atendimento, que antes era elaborar projetos técnicos de
infraestrutura e espaços rígidos, e agora, tem como objetivo produzir espaços centrados
no bem-estar e na qualidade de atendimento ao paciente.
1
Disponível em: < https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/botti-rubin_/hospital-alemao-oswaldo-cruz/486> acesso em:
11/12/2019.
2
Disponível em: < https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/arquitetura-a-favor-da-saude/> acesso em: 11/12/2019.
3
Disponível em: < https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/arquitetura-a-favor-da-saude/> acesso em: 11/12/2019.
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estimulantes. Com o uso de móveis ergonômicos e salas de exame mais confortáveis,
dotadas de música relaxante ou imagens que inspiram tranquilidade. Com a criação de
áreas verdes e seguras, jardins externos ou internos que proporcionam espaço para
pacientes e familiares caminharem, descansarem e recarregarem as energias.”
(RODRIGUES, 2017)
Figura 1 - Estrutura e decoração dos hospitais fazem diferença para pacientes e seus familiares
12
1.2 CONCEITO DE HOSPITALIDADE E HOTELARIA
13
1.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE AS TIPOLOGIAS HOSPITALARES
“A palavra “tipo” não representa tanto a imagem de uma coisa a ser copiada ou imitada
perfeitamente quanto a ideia de um elemento que deve, ele mesmo, servir de regra ao
modelo. (...) o modelo, entendido segundo a execução prática da arte, é um objeto que
se deve repetir tal como é: o tipo “é”, pelo contrário, um objeto, segundo o qual cada um
pode conceber obras, que não se assemelharão entre si. Tudo é preciso e dado no
modelo; tudo é mais ou menos vago no “tipo”. Assim, vemos que a imitação dos “tipos”
nada tem que o sentimento e o espirito não possam reconhecer” (CORRÊA: 1999, p.19).
Essa distinção entre tipo e modelo a partir de Quatremère. de Quincy é resgata por
Argan:
“Dissemos que a cultura do projeto se opõe a uma cultura do modelo, vai além de uma
cultura do modelo: qual é a diferença entre tipo e modelo? Nós a encontramos muito
claramente apresentada no dicionário de arquitetura de Q. de Quincy. Era evidentemente
um homem que estava ligado ao pensamento do Século das Luzes e que nos diz: um
modelo é uma forma que devemos reproduzir tal qual ela é. Um tipo é uma estrutura que
dá a possiblidade, não apenas a possibilidade, mas a necessidade de variantes, pois o
tipo não tem uma determinação formal, nos devemos lhe dar esta determinação formal.
Então, o tipo não é uma espécie de protótipo platônico, mas, Quatremère é muito preciso
sobre este ponto, é a dedução que fazemos de caracteres comuns entre os objetos de
mesmas categorias” (CORRÊA: 1999, p.19).
14
Segundo Marinelli (2006, p.3)4 a morfologia dos hospitais pode ser classificada da
seguinte maneira:
Idade Média:
Este período, como citado acima, foi marcado pelo atendimento à população local,
viajantes e prestação de cuidados a pessoas com riscos epidemiológicos. Dessa forma,
nesses hospitais eram mantidos isolados os doentes do restante da sociedade, ou seja,
servia apenas de abrigo, sem o tratamento devido da medicina para cura.
Renascença:
Período Industrial:
É neste período que acontece o avanço das indústrias e a introdução em massa de
máquinas nos serviços. O corpo humano passa a ser comparado com uma máquina,
tendo um conjunto de peças que em conformidade trabalham para um bom
funcionamento, o que da mesma forma representa os órgãos e sistemas do corpo
humano. Daí em diante surge a anatomia e patologia, que é quando se descobre
minunciosamente o problema para poder se obter um laudo e sequência de tratamento.
Com isso o hospital passa a ser um espaço de terapia e o principal protagonista é o
médico que organiza todo sistema hospitalar e como deve ser construído. Como
consequência os hospitais passam a ser menores e mais específicos, separados por
patologias e especialidades.
4 MARINELLI, Alexandra. Evolução da assistência à saúde. 2006. Trabalho Final de Graduação (Graduação) - DAUUSP, [S. l.], 2006.
15
Contemporâneo:
16
Hoje o formato do terreno e seu coeficiente construtivo é a base para se escolher e
definir um partido ou tipologia a serem construídos. No projeto arquitetônico que será
apresentado nos próximos capítulos a tipologia adotada se assemelha muito a base
“torre dupla”, onde o programa acontece de maneira vertical que se distribui e se
conclui nas torres de apartamentos de internação. Isso se origina tanto pela disposição
do terreno que tem um formato irregular, quanto pelas escolhas de partido
arquitetônico e distribuição do programa de necessidades.
17
1.4 ESTUDO TEÓRICO DE ESPAÇOS LÚDICOS
Por isso, nesse momento de fragilidade é importante que o ambiente seja familiar,
acolhedor e agradável. A ausência dos elementos naturais pode produzir altos níveis de
ansiedade e depressão (MARTINS, 2004). Vânia Paiva Martins, Engenheira Civil e
especialista em arquitetura hospitalar, cita em um artigo escrito para o “congresso
nacional da ABDEH” (Associação Brasileira do Edifício Hospitalar) que pesquisas
recentes indicam que a presença vegetal como árvores, gramas e flores, além da
inserção da água que flui têm o poder de distrair e acalmar os pacientes. A natureza
assim proporciona uma trégua mental necessária e desta maneira, o paciente se sentirá
confortável no ambiente uma vez que ficará neutro em relação a ele. No caso dos
edifícios de saúde, a arquitetura serve como instrumento terapêutico no momento em
que contribui para o bem-estar físico e mental do paciente através da criação de
espaços que, além de atenderem requisitos tecnológicos, desenvolvam também
condições de convívio mais humanizadas (MARTINS, 2004).
18
No caso do Brasil, as altas incidências de insolação durante o dia deve ser uma
condicionante muito relevante a ser levada em consideração na hora de projetar. Além
do mais, segundo Vânia Martins que cita Daniel Corbella (2003), a iluminação natural é
positiva saúde, uma vez que dá a sensação psicológica do tempo, tanto climático quanto
cronológico, no qual se vive. Combinando de forma harmônica a iluminação e seus
efeitos de luz e sombra com as cores, os ambientes podem se tornar mais adequados
e atrativos para determinados usos e funções.
“As cores quentes, o vermelho, o amarelo e demais cores em que eles predominem,
são mais estimulantes, transmitem a sensação de proximidade e consequentemente
tornam a percepção dos ambientes mais compacta. Já as cores frias, o azul e o verde,
bem como as outras cores predominadas por eles, são mais tranquilizantes, transmitem a
sensação de distanciamento e transparência e, consequentemente, tornam os ambientes
mais leves e mais amplos. As cores influenciam também na sensação de conforto térmico.
Em ambientes de cores frias as pessoas tendem a sentir mais frio, e em ambientes de
cores quentes, as pessoas tendem a sentir mais calor”. (PEDROSA, 1982)
19
A preparação desses procedimentos lúdicos exerce efeitos positivos sobre a
recuperação do paciente, uma vez que medo e a ansiedade são substancialmente
amenizados. Assim, esses procedimentos têm a função de intervenção terapêutica no
contexto hospitalar porque, brincando, a criança pode incrementar seu repertório
comportamental e experimentar diferentes respostas de ajustamento ao meio. A fim
de minimizar os traumas causados pela internação, além do ócio hospitalar, a
brinquedoteca é uma alternativa desenvolvida na maioria dos hospitais que atende
crianças em suas pediatrias (SAÚDE, Ministério, 2013).
No Hospital GRAACC, (estudo de caso que será abordado mais a frente) sua
brinquedoteca instalada em 1998, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, foi a
primeira brinquedoteca no Brasil. O seu modelo pioneiro inspirou a criação da Lei nº
11.104, de 21 de março de 2005, estabelecendo a obrigatoriedade de instalação de
brinquedotecas nas unidades de saúde de todo o país que ofereçam atendimento
pediátrico em regime de internação (GRAACC, 2019). O tratamento lúdico ajuda na
qualidade de vida dos pacientes, tanto na socialização, como na troca de experiências
entre as famílias através de atividades como oficinas de artesanato e artes plásticas
(TEIXEIRA, 2018).
20
A hospitalização de um dos membros da família é um acontecimento preocupante. A
ansiedade da família acontece devido à incerteza sobre o diagnóstico, à falta de
privacidade e de individualidade, ao ambiente desconhecido e, por vezes à separação
física e/ou a distância de casa, sem amigos ou outro familiar. Esse afastamento da a
consequente mudança nos papéis de familiares, quebra de rotina, o sentimento de
isolamento e perda do controle. Sendo assim, a família e/ou acompanhante tem uma
tarefa difícil, visto que as pessoas apresentam, ansiedades, preocupações e
expectativas, bem como em relação à infraestrutura, que, por vezes, não tem o mínimo
de conforto. Ao citar James Halliday, em seu artigo “Acompanhamento de pacientes
internados e processos de humanização em hospitais gerais” Girlane Peres e Ana
Maria Lopes descrevem:
Com toda dificuldade do familiar neste período, em alguns hospitais foram criados o
espaço da família que é resultante de constante investimento na humanização do
atendimento hospitalar. Neste ambiente, eles poderão ter mais conforto, tranquilidade
e privacidade para aguardarem o momento de retornar para casa. Entende-se que ao
oferecer infraestrutura com ambientes e atividades que tornam o tempo de espera
menos desgastante, o alivio é consideravelmente presente e o cansaço e a ansiedade
diminuem.
21
Figura 4 – Espaço Ronald McDonald GRAACC
22
Como já comentado anteriormente, hospitais não são vistos como os lugares mais
agradáveis para os adultos, quanto mais para as crianças. A permanência no ambiente
hospitalar costuma ser desconfortável, uma vez que medos, preocupações e
incertezas, vêm facilmente à tona. Entretanto, alguns edifícios de saúde estão
caminhando para que isso mude.
Assim, o projeto “El jardín de mi hospi” tem como meta criar um lugar de descanso e
lazer para as crianças que necessitem permanecer um longo período no hospital, de
modo a tornar tanto sua estadia, como também a de sua família mais agradável. Além
do mais, o ato de trazer elementos que recordem a natureza, junto à itens de diversão
23
para que as crianças brinquem ao ar livre, fazem com que a recuperação dos pacientes
se torne menos dolorosa e mais rápida.
24
Figura 8– Terraço Jardim Hospital Universitário La Paz
25
CAPÍTULO 2
SAÚDE INFANTIL
26
2.1. CARACTERÍSTICAS
Toda criança tem direito de viver intensamente sua infância, de poder crescer em
ambientes afetuosos e sem violência, de ser registrada gratuitamente, de ter acesso a
serviços de saúde, escolas e alimentação adequada e de qualidade. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013)
A equipe de saúde da família e as unidades básicas, devem ser as portas para garantir
que a criança tenha total acesso ao programa de saúde, se responsabilizando, assim,
por problemas identificados em seus territórios, tendo consciência e plena convicção
de que devem resolver cada situação direcionada as necessidades desta criança.
27
2.2 TRATAMENTO/ PROTOCOLO E PROCEDIMENTOS
No “Manual de Cuidado da Criança” o Ministério da saúde mostra que 600 mil crianças
nascem a cada ano no estado São Paulo, e as mesmas tem prioridade nas políticas
de saúde e também seus direitos apoiados no Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei 8069/1990). Como já citado, o foco principal de cuidado é a primeira infância, pois
com base na ciência sabemos que os primeiros anos de vida da criança são
fundamentais para sua vida futura.
As crianças tendem a evoluir cerca de 80% a mais nos primeiros anos de vida, que é
quando adquirem suas formações físicas e intelectuais, assim Mustard e Tremblay
afirmam:
“É muito importante entender, também, que além dos aspectos psíquicos, e até como
sua base material, acontece uma extraordinária plasticidade cerebral nos primeiros anos,
com uma velocíssima formação de trilhões de novas conexões entre os 100 bilhões de
neurônios do cérebro humano. Tudo isso num curto espaço de tempo, de forma
programada para responder aos estímulos do ambiente, e em áreas distintas, acionadas
em períodos determinados. São as ‘janelas de oportunidade’, momentos críticos em que
são organizadas as funções e competências importantes para o desempenho e a
sobrevivência em melhores condições. Em nenhum outro momento do ciclo vital
acontecerá uma situação tão dinâmica. O processo de desenvolvimento incrivelmente
rápido, que acontece da gestação até o final dos primeiros três anos, é marcado
geneticamente e influenciado poderosamente pelo ambiente. A cada estímulo novo,
corresponde uma nova rede de conexões formadas “. (SECRETARIA DO ESTADO DA
SAÚDE, 2015)
“No leite materno, existem bactérias que são protetoras do intestino e reforçam, portanto,
as defesas, desenvolve o sistema nervoso, reduz o risco de obesidade, estimula e
fortalece a arcada dentária, promove a saúde física, mental e psíquica da criança, além
de que tem efeitos positivos na pressão arterial da mãe e da criança no curto e no longo
prazo”. (MONTEIRO, 2017)
28
Para a alimentação de crianças a partir de 1 ano o consumo de verduras, legumes,
frutas, folhas, cereais, grãos, carboidratos, proteínas, fibras, gorduras e,
principalmente, a ingestão de água é fundamental. Com a junção desses alimentos de
maneira balanceada é possível obter um ótimo aproveitamento na maturidade
psicológica e física da criança. A alimentação infantil deve acima de tudo ser bem
equilibrada e ter a presença de carboidratos, vitaminas, fibras e proteínas, e conforme
seu desenvolvimento a necessidade alimentícia vai mudando até a fase adulta.
Além de tudo, o mais importante é a atenção dos pais, pois sem isso nenhuma das
precauções citadas acima faz sentido, uma vez que é o pai e a mãe que são capazes
de intervir nessas práticas. É necessário que além desses passos básicos, os pais
estejam constantemente participando de palestras e cursos, para aprender sempre
mais em como manter a sua criança em estado perfeito de saúde e cuidado.
29
CAPÍTULO 3
30
LEGISLAÇÃO E NORMAS ESPECÍFICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS DA SAÚDE.
Fábio Bitencourt diz também diz que essas práticas não são atuais nem no Brasil ou
mesmo em outros países. Segundo ele, a Itália por exemplo publicou sua primeira
norma nos anos de 1890, conhecida como “Legge Crispi – Normativa Del Settore
Ospedaliero”. Nessa norma não era definido necessariamente a atividade do edifício
hospitalar sob o ponto de vista funcional, nem o melhoramento das infraestruturas e
serviços, mas coordenava a administração de recursos ao benefício da gestão
hospitalar. (BITENCOURT, 2018)
No Brasil, a evolução da produção da regulamentação das edificações
hospitalares é recente e se deu com a publicação “Projeto de Normas
disciplinadoras das construções hospitalares”, elaborada pelo Ministério da
Saúde nos anos de 1960 (BITENCOURT, 2018).
31
implantação, o programa de necessidades de um hospital até a sua disposição
construtiva e material, com resoluções de fluxogramas e sistemas de
infraestruturas. Sendo assim essa resolução prevê a construção de
estabelecimentos assistenciais da saúde, bem como a ampliação de edifícios já
existentes e reformas de interiores e retrofit das fachadas.
32
3.1. A CIDADE DE MAUÁ – SAÚDE
Mauá está entre os 50 maiores municípios de todo Brasil e é uma das 7 cidades que
compõem o Grande ABC na região metropolitana de São Paulo. Sua área territorial é
de 62 km², e sua densidade demográfica é de 6.463 hab/km², considerando que as
áreas industriais e de preservação ambiental não entram nesse cálculo. (LIMA, 2014)
A cidade ocupa a 23ª posição no ranking do PIB do estado (SEADE, 2015) e é o 102°
em população com 425.169 habitantes (Estimativa IBGE, 2012), o que representa um
crescimento em torno de 17% em relação a estimativa do ano de 2000. No entanto
nota-se uma importante redução em algumas faixas etárias (tabela 1) com destaques
aos recém-nascidos menores de 1 ano, com queda de aproximadamente 11,3%.
Tabela 2 – População de Mauá por faixa etária dos anos 2000 e 2012 com variação percentual
Faixa Etária 2000 2012 %
menor de 1 ano 7.128 6.325 -11,26
1 a 4 anos 28.694 23.103 -19,48
5 a 9 anos 34.512 31.206 -9,58
10 a 14 anos 36.531 37.204 +1,84
15 a 19 anos 37.212 36.155 -2,84
20 a 29 anos 68.835 83.048 +20,65
30 a 39 anos 61.454 71.576 +16,47
40 a 49 anos 44.442 59.562 +34,02
50 a 59 anos 24.072 41.812 +73,66
60 a 69 anos 12.864 21.521 +67,30
70 a 79 anos 5.747 10.099 +75,73
80 anos ou mais 1.901 3.558 +87,16
TOTAL 363.392 425.169 +17,00
Fonte: IBGE_DATASUS (estimativa)
33
Tabela 3 – Taxa de natalidade do município de Mauá
(por mil habitantes) 15,54 15,42 14,91 14,10 13,96 14,3 13,81
Em relação a separação por sexo vale ressaltar que 51% é composto por mulheres, e
a faixa etária que predomina em ambos os sexos é a de 20 a 49 anos segundo o IBGE
(CENSO, 2010).
Dados do IBGE revelam que houve uma pequena queda no número de mortes infantis
na última década (2000-2010), passando de 16,4 a cada 1000 nascimentos em 2002
para 16,0 em 2012. Observando os dados a cada ano nota-se que o menor índice
atingido no período foi de 13,4 em 2007. O que significa que as taxas de mortalidade
infantil de Mauá têm se mantido acima do ideal estabelecido pela Organização Mundial
de Saúde.
34
que abasteceu durante todos esses anos o Hospital Radamés Nardini [figura 8] com
medicamentos e equipamentos, mas com a dívida da prefeitura que passa hoje dos
120 milhões é dado um serviço parcial a população.
35
3.2. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO
O terreno se localiza na região central do município de Mauá, entre as ruas Rio Branco,
São Simão e a Avenida Itapark. O mesmo também é atendido por duas infraestruturas
urbanas importantes como a linha 10 Turquesa de trens da CPTM paralela a rua Rio
Branco e o viaduto da Saudade que tem como principal uso cruzar a linha do trem para
ligar o bairro Vila Vitória ao Centro [figura 9].
Sua área é de 11.396m², que hoje abriga galpões de usos diversos: garagem de ônibus
e depósitos. Está inserido na “RP2” (Região de planejamento 2) definida pelo Plano
Diretor atual da cidade que caracteriza essas áreas como potencial zona de
intervenção urbana e adensamento.
Seu entorno é composto por usos diversos, como residências de até 3 pavimentos,
prédios residenciais e corporativos, indústrias, empresas, comércios, entre outros que
ocupam uma malha urbana quadriculada. Esse terreno é justamente a sobra da malha
quadriculada, o que o caracteriza com esse formato de sobre de glebas.
36
Figura 10 – Diagrama de camadas Figura 11 – Implantação do local
37
Figura 12 – Fotos aéreas do Local de implantação
Fonte: Do autor
Fonte: Do autor
38
3.3 ANÁLISE DE ESTUDOS DE CASO
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Hospital Infantil do Câncer GRAACC
Arquitetos: Aflalo e Gasperini
Local: São Paulo
Área: 4.640m² (em ampliação)
Ano: 2008
Materiais predominantes: concreto e vidro
40
Hospital Infantil do Câncer GRAACC
41
Figura 17 – Hospital Infantil GRAACC
N
Planta por: Aflalo e Gasperini
42
Figura 18 – Fisioterapia do Hospital GRAACC
43
Hospital do Rocio
Arquitetos: Manoel Coelho Arquitetura e Design
Local: Campo Largo - PR
Área: 55.300m²
Ano: 2014
Materiais predominantes: vidro, concreto e alumínio.
Do arquiteto: “Como conceito geral o projeto procura uma correta organização funcional
dos setores e fluxos hospitalares, pensando em primeiro lugar na “qualificação e
humanização" dos espaços internos para que seus usuários possam ter uma melhor
condição de atendimento, permanência e recuperação. Para isso a implantação do
hospital busca a utilização de iluminação natural e explora ao máximo as relações com
o espaço externo, permitindo visuais para as belas araucárias (árvore típica paranaense)
presentes no bosque natural preservado. Além disso, o projeto de paisagismo propõe
cerca de 5 mil metros de lajes jardins que valorizam ainda mais os deslocamentos
internos e visuais dos ambientes de internamento e de trabalho.” - Manoel Coelho
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No Hospital do Rocio, a grande sacada do projeto foi relacionar o interno diretamente
com o externo, de forma que os visuais se interajam com as áreas verdes, que também
remetem a um sentimento de paz e bem-estar. Dessa forma o Arquiteto tira partido dos
volumes para gerar os vazios necessários com blocos interconectados e pátios centrais
abertos. Ao gerar espaços de descompressão, como o jardim externo entre blocos [figura
20], o arquiteto traz ao hospital mais vida, através do verde, para o respiro diário dos
pacientes e a sensação de estar em um lugar com a natureza presente.
Além disso, o Hospital do Rocio tem suas áreas internas todas humanizadas, com
espaços generosos e bem distribuídos. Essas premissas também partem da inserção
de materiais e seu diálogo com o espaço construído [figura 21].
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Hospital Villeneuve D’ASCQ
Arquitetos: Jean-Philippe Pargade
Local: França
Área: 22.618m²
Ano: 2007
Materiais predominantes: concreto e vidro.
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Figura 23 – Hospital Villeneuve D’ascq
Nessa abordagem, talvez o que mais chame atenção seja o modo em que os arquitetos
trabalham a relação direta dos espaços com o convívio dos pacientes e funcionários.
Uma vez que se esses não são mais apenas áreas de consultas, tratamentos e
internação, e a satisfação se faz presente na hora de apresentar ao paciente um local
em que ele além do tratamento, possa conviver e passar a se sentir cada vez melhor
em seu processo de cura.
Como já citado, os três hospitais tratam de formas distintas a sua relação dos espaços
em seus projetos, utilizando formas concretas bem dimensionadas e ajustadas às
necessidades alheias, espaços abertos e semiabertos de descompressão e lazer e
tratamento dos materiais de forma a tornar o espaço mais humanizado possível, mas
de forma que cheguem ao mesmo objetivo, que é agradar ao público geral em sentir
prazer de estar presente em cada um dos edifícios.
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CAPÍTULO 4
PROGRAMA DE NECESSIDADES
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PROGRAMA DE NECESSIDADES
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CAPÍTULO 5
DIRETRIZES
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DIRETRIZES
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CAPÍTULO 6
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MEMORIAL – PARTIDO ARQUITETÔNICO
Memorial do Partido
Todas as áreas foram tratadas de forma generosa, de modo que, o hospital pudesse ter
a relação do interno-externo e o conforto visual agradável através de aberturas e pé
direito alto. Assim, foi necessário também para alcançar o conceito de humanização
estudado, gerar áreas de convívio intermediárias, que são dispostas da seguinte forma:
os terraços com brinquedoteca, capela, lazer, café e lanchonetes; os consultórios e
ambulatórios com poltronas dispostas de maneira aleatória; e os andares tipo com as
passagens entre blocos que acontecem com passarelas treliçadas que permitem uma
visual externa pelas crianças e familiares.
Com relação aos materiais, foi tirado partido das estruturas metálicas, moduladas em
eixos de 10x10 metros, que são dispostas externamente, ou seja, por serem esbeltes e
bonitas foram deixadas aparentes nas fachadas, se integrando com os caixilhos e brises
de fechamento. As faces cegas do edifício que são fechadas em alvenaria, são
revestidas com fachadas ventiladas, com placas de cimento e fibra de madeira, que
permitem a melhor ventilação e troca de ar, gerando o melhor conforto nas partes
internas da edificação.
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CAPÍTULO 7
PEÇAS GRÁFICAS
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PLANTA TIPO (APARTAMENTOS) – Sem escala
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ELEVAÇÃO RUA SÃO SIMÃO – Sem escala
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ILUSTRAÇÃO DO JARDIM INTERNO
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CORTE A-A – Sem escala
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PERSPECTIVA ISOMÉTRICA SECCIONADA – Sem escala
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PLANTA AMPLIADA – Sem escala
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CORTE AMPLIADO – Sem escala
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ILUSTRAÇÃO – Fachada Principal
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CAPÍTULO 8
MAQUETE
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CAPÍTULO 9
MEMÓRIA DO PROCESSO
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CAPÍTULO 10
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O desenvolvimento deste estudo possibilitou uma análise mais aprofundada sob o olhar
do arquiteto com relação aos principais conceitos da área hospitalar e a aplicação
desses em um projeto arquitetônico de um hospital infantil.
Temos hoje a humanização que se faz muito presente nos espaços externos e
principalmente internos, que atuam diretamente no modo e disposição das visuais, do
conteúdo programático e dos mobiliários, além claro de características particulares de
cada projeto; também a hotelaria que hoje assume o protagonismo de todos hospitais
modernos, conduzindo o edifício a assumir, de fato, o papel de hotel, tanto na sua
receptividade quanto na sua aparência e serviços.
Hospitais construídos nos dias de hoje acabam sendo mais específicos, voltados a um
tipo de público ou especialização, sendo esse um novo padrão para se obter melhor
atendimento e melhores resultados ao paciente. Dada a importância do assunto, se
tornou necessário, a especificidade na área Infantil para conceber o projeto preliminar
do hospital aqui mencionado, que deve atender as crianças da cidade de Mauá e das
cidades vizinhas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livros
ANTUNES, J. L. Hospital: Instituição e História Social. Letras & Letras. São Paulo,
1991.
89
CORRÊA, Paulo. Arquitetura de Conjuntos Habitacionais. 1999. Tese (Doutorado) -
FAUUSP, [S. l.], 1999.
Monografia
90
Rio de Janeiro, Typographia do Anuário do Brasil, 1927 In SANGLARD, G. e COSTA,
R. G. R: Direções e traçados da assistência hospitalar no Rio de Janeiro (1923-31).
História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 11(1): 107-41, Rio de Janeiro, 2004.
THOMPSON, J. D. & GOLDIN, G. The Hospital: A Social and Architectural History. Yale
University Press. New Haven and London, 1975.
Revistas
Sites
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crianças". [S.I.], 2018. Disponível em: https://www.semprefamilia.com.br/virtudes-e-
valores/5-formas-de-tornar-hospitais-ambientes-mais-agradaveis-para-criancas/.
Acesso em 24 nov. 2019.
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LIFE Children. [S. l.], 2000. Disponível em: https://www.who.int/whr/2000/en/. Acesso
em: 25 set. 2019.
SAÚDE da Criança: o que é, cuidados, políticas, vacinação, aleitamento. [S. l.], 25 jan.
2020. Disponível em: http://saude.gov.br/saude-de-a-z/crianca. Acesso em: 24 jul. 2019.
8 benefícios do leite materno para a saúde do bebê. [S. l.], 2017. Disponível em:
https://bebe.abril.com.br/amamentacao/beneficios-do-leite-materno-para-a-saude-do-
bebe/. Acesso em: 24 nov. 2019.
92
São Paulo
2019
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