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Universidade Presbiteriana Mackenzie

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

HOSPITAL INFANTIL

ARQUITETURA HOSPITALAR

São Paulo
2019

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Kássio Alves Barreto

HOSPITAL INFANTIL

ARQUITETURA HOSPITALAR

Monografia apresentada junto ao curso de


Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Como requisito parcial à
obtenção do título de bacharel.

Orientador: Dr. Paulo Corrêa

São Paulo
2019

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter me sustentado até aqui, pois é nele que
encontro minhas forças.
“Tudo o que fizerem, seja em palavra, seja em ação, façam-no em nome do Senhor
Jesus, dando por meio dele graças a Deus Pai”.
Colossenses 3:17

A minha esposa Bruna Leão, dou todo meu agradecimento! Fez parte desde o primeiro
momento, naquela noite/madrugada, quando saiu o resultado mostrando que ganhei
minha bolsa de 100%. Foi quando começamos a namorar. Durante esses longos 5 anos
esteve comigo nas incontáveis noites viradas ajudando na mão de obra das maquetes
e nos textos dissertados. Sou grato por cada abraço, após as notícias ruins e pelos
mesmos abraços nos momentos bons e quando eu precisei foi sempre quem esteve ao
meu lado. Foi a pessoa que cedeu, deixou seus sonhos de lado para viver o meu sonho,
junto comigo. É a pessoa que amo incondicionalmente!

Aos meus pais agradeço com todo meu coração, pois me incentivaram a todo momento,
me ajudaram financeiramente, plantaram em mim o esforço e juntos comigo podem
dizer que estou formado em uma profissão “impossível” para o nosso contexto familiar,
mas possível para os nossos sonhos. Meus pais são incríveis! Os amo infinitamente.

Não poderia esquecer de pessoas especiais, que de fato são família, e são elas: aos
pais da minha esposa João e Hilda e sua irmã Gabriela por todo incentivo motivacional,
profissional e financeiro; a minha irmã Karla, pessoa que me ensinou muito, foi minha
base de amadurecimento para encarar a vida e seus desafios; ao meu primo Matheus
pela amizade fiel desde criança, pelas maquetes coladas e todas as resenhas; as
minhas amigas e amigos da faculdade; e pôr fim aos meus orientadores de TFG Paulo
Corrêa e Pedro Nosralla que ajudaram muito em todo desenvolvimento desse trabalho.

Sei que essa jornada foi difícil, contudo, prazerosa. Tenho orgulho de estar me tornando
Arquiteto e Urbanista. Sei também que é só o começo!

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SUMÁRIO

Introdução página 07
1 Conceito página 08
1.1 Conceito de arquitetura hospitalar página 09
1.2 Conceito de hospitalidade e hotelaria página 13
1.3 Breve histórico sobre tipologias hospitalares página 14
1.4 Estudo teórico de espaços lúdicos página 18
2 Saúde Infantil página 26
2.1 Características página 27
2.2 Tratamento/protocolos e procedimentos página 28
3 Legislação página 30
3.1 A cidade de Mauá – Saúde página 33
3.2 Características do local de implantação página 36
3.3 Análises de estudos de caso página 39
4 Programa de necessidades página 48
5 Diretrizes página 50
6 Memorial – partido arquitetônico página 52
7 Peças gráficas página 54
8 Maquetes página 70
9 Memória do processo página 73
10 Considerações finais página 86
11 Referências bibliográficas página 88

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INTRODUÇÃO

Esta abordagem em suma, traz conceitos, bases e ideias para elaborar um projeto de
arquitetura de um hospital infantil. O objetivo principal é entender o contexto geral e
complexidade ao conceber um projeto que irá atender aos mínimos detalhes, um público
específico de pessoas, que estão passando um momento difícil particular ou alheio.
Sabe-se que hoje a saúde tem sido um campo de estudo de diversas áreas. No contexto
da medicina as pesquisas laboratoriais, as ciências e a tecnologia se fazem prontamente
presentes no tratamento de doenças em assistência a laudos mais complexos de
doenças. É claro que para chegar até aqui foi necessário um longo caminho de acertos
e principalmente erros. Grandes protagonistas disso são os hospitais que ao longo do
tempo sofreram milhares de alterações em sua forma física, capacidade gestacional e
principalmente prontidão no atendimento da causa e tratamento.
O contexto histórico é fundamental para entender o processo cronológico do
desenvolvimento dos hospitais ao longo dos anos. Os avanços industriais e a tecnologia
são fatores predominantes para a modernização da construção civil, com isso os
hospitais, que já se moldavam pelos avanços da medicina, se adapta as novas
condicionantes técnicas de construção.
Hoje, para a construção de um novo hospital, é preciso se ater as normas atuais,
principalmente aquelas que tratam de aspectos da saúde e são vinculadas a ANVISA.
Certamente, projetar e construir um hospital é um desafio, pois o mesmo terá que
atender diversas necessidades, sejam elas municipais ou estaduais.

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CAPÍTULO 1

CONCEITO

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1.1 CONCEITO DE ARQUITETURA HOSPITALAR

A arquitetura hospitalar passou por uma série de mudanças ao longo dos últimos anos,
visando sempre a melhora dos espaços físicos para remeter ao paciente os valores que
são encontrados em sua própria casa. Com essas premissas, os arquitetos e
engenheiros – vulgo projetistas, buscam colocar no projeto arquitetônico aspectos
rotineiros do paciente para cada vez mais o mesmo se sentir em um ambiente familiar.

De acordo com Costeira (2014, p.57) esses novos conceitos incentivam a integração
dos ambientes de saúde com os espaços exteriores, além disso, também trazem aos
setores de diagnóstico e tratamentos aspectos que favorecem a recuperação e cura do
paciente. O tempo em que o paciente fica no hospital e a qualidade do atendimento são
predominantes para ênfase da humanização nesses ambientes, e ajudam a amenizar a
angustia e o sofrimento durante a internação e terapia, além claro das práticas familiares
que devem ser inseridas e implantadas em espaços personalizados, envolvendo
também profissionais capacitados para o processo de cura.

O Projeto arquitetônico hospitalar, assim como de residências, complexos comerciais,


escolas, entre outros, devem explorar os espaços físicos para que as pessoas possam
usufruir de um bem-estar comum e sociável, mas além disso, tem como objetivo maior
fazer com que as pessoas se sintam melhores e confiantes. Por isso é preciso nessa
fase dar um melhor aproveitamento aos espaços, de maneira que os mesmos sejam
racionalizados e distribuídos conforme a necessidade da integração
paciente/funcionários.

Hoje os novos centros hospitalares vêm se moldando e se adaptando as novas


condicionantes médicas de tratamento. Para melhor entendermos, os primeiros
hospitais foram construídos em 431 a.C. no Ceilão, atual Siri Lanka, com objetivo de
tratar doenças contagiosas. Na Europa foram construídos pelos Romanos espaços para
tratar soldados feridos em guerra, mas foi só a partir do século IV, através do
cristianismo que hospitais começam a se expandir definitivamente (REDAÇÃO MUNDO
ESTRANHO, 2019).

Elza Maria Alves Costeira, Pesquisadora do Observatório Urbano do Estado do Rio de


Janeiro, ao tratar do tema em sua tese “Arquitetura Hospitalar: história, evolução e
novas visões”, descreve que o hospital contemporâneo se configurou entre os séculos
XVII e XVIII, na Europa e relata:

“O evento citado como determinante para a mudança da velha estrutura hospitalar,


com instalações insalubres, abrigando centenas de enfermos agrupados, foi o grande
incêndio do Hotel-Dieu, em Paris, em 1772. Como esta era uma instituição que acolhia
muitos pacientes, era urgente a sua reconstrução ou a sua substituição. Foi estabelecida

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uma comissão para avaliar projetos arquitetônicos adequados ao caso, realizando
estudos e pesquisas para encontrar uma solução definitiva para o hospital. Esta
comissão era composta por nove membros e foi nomeada pela Academia Real de
Ciências, a partir dos esforços do Barão de Breteuil, da Casa Real de Luis XVI. Nesta
ocasião teve destaque o conjunto de trabalhos do médico Tenon, que analisou diversos
hospitais, não só com o intuito de descrever a obra arquitetônica, mas, também com um
olhar crítico, funcionalista. Ele publicou, em 1788, cinco relatórios reunidos em uma obra
de título “Memoires sur les hôpitaux de Paris”. Com o “projeto" Tenon, triunfa a
organização pavilhonar, horizontal, do espaço hospitalar. Com a adoção desta forma,
que permitia a ventilação cruzada e uma excelente iluminação natural, Tenon acreditava
ter resolvido o que era considerado o maior produtor da insalubridade nos hospitais: a
estagnação do ar e a umidade. Ele efetuou também toda uma série de estudos
volumétricos para estabelecer a relação entre as dimensões de cada bloco de enfermos
e o número de leitos das enfermarias, como meio de assegurar o volume mínimo ideal
de ar renovado para cada paciente. Tenon estudou também o número ideal de
pavimentos para cada bloco, estabelecendo em três o número ideal de pavimentos”.
(COSTEIRA, 2014, p.57, 58).

O hospital contemporâneo se estabelece a partir do modelo múltiplo pavilhonar, ou seja,


dois blocos ou mais, onde é possível encontrar em sua implantação elementos que
tornam a integração do interno/externo mais propícia ao uso das pessoas. Isso acontece
devido ao amplo espaço, entre blocos do térreo que pode ser trabalhado com jardins,
praças, saguão e restaurantes. Além disso, o modelo pavilhonar possibilita uma melhor
integração dos ambientes, com a devida separação do programa de necessidades com
as áreas de infraestruturas de instalação necessárias que podem estar ou não no
mesmo bloco.

Outra condicionante para essa fase, é a implementação das áreas cirúrgicas, que surge
ao lado da medicina científica e a divisão de atendimentos, onde é separado por blocos
ou por polos de hospitais, que passam a especializar-se por uma área específica de
atendimento (COSTEIRA, 2014, p.58). Com isso a medicina avança junto com a
tecnologia e passa a tratar mais diretamente da causa, se apropriando de questões
complexas e pertinentes a um tipo de doença.

Por se tratar de tecnologia, é aqui que os hospitais modernos passam a ter melhores
infraestruturas, através dos sistemas mecânicos, melhorando a distribuição de todos os
sistemas prediais necessários para um hospital. Além disso, um dos principais
implementos dessa fase foi o uso de elevadores que trouxe para todos os edifícios da
época o grande benefício de circulação vertical entre um andar e outro sem grandes
esforços físicos de uma pessoa, favorecendo, principalmente no edifício hospitalar o
paciente, que agora tem facilidade em acessar andares superiores.

Esse preceito de circulação vertical, através dos elevadores, traz aos edifícios a
definição de partido monobloco, ou seja, um bloco disposto em formato de torre onde
se concentra todo programa de necessidades que acontece apenas nesse bloco de

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maneira vertical. Esse tipo de construção ainda é muito usado hoje, uma vez que
permite uma distribuição mais flexível do programa arquitetônico. Um exemplo disso é
Hospital Oswaldo Cruz localizado no bairro Bela Vista, abaixo da Avenida Paulista na
cidade de São Paulo – construído com 30.000m² e projetado pelo escritório Botti Rubbin
Arquitetos Associados, tem uma distribuição programática complexa que acontece de
maneira vertical em toda sua composição. O seu bloco disposto em uma lâmina vertical
totalmente moderna revestida com vidro e alumínio trazem ao edifício uma característica
plástica contemporânea as fachadas. O arquiteto Marc Rubbin1 faz questão de afirmar:
“Do ponto de vista arquitetônico, encontramos uma modulação que exclui o modismo e
dá às fachadas uma característica sempre atual”.

Para melhor entendimento sobre a distribuição programática, é comum hoje nos


hospitais, se dividir da seguinte forma: no primeiro subsolo são colocados serviços de
apoio e exames de imagem; no térreo, a recepção e consultórios; no primeiro andar,
acima, normalmente a administração; no segundo andar em diante, a internação; e no
último pavimento ou segundo subsolo o pavimento técnico (casa de máquinas).

Devido a esse avanço tecnológico, a prática médica sofreu diversas alterações, até
pelas necessidades do avanço da medicina. Sendo assim a arquitetura dos ambientes
tem mudado seu objetivo de atendimento, que antes era elaborar projetos técnicos de
infraestrutura e espaços rígidos, e agora, tem como objetivo produzir espaços centrados
no bem-estar e na qualidade de atendimento ao paciente.

Antônio Carlos Rodrigues2, Arquiteto diretor do escritório AFC Arquitetura, especialista


no ramo hospitalar ressalta que para tornar os ambientes hospitalares salubres,
higiênicos, cheio de alegria e vida, é importante e necessário o uso de estratégias,
como: melhor aproveitamento de iluminação e ventilação natural, e o uso de vegetação
no interior e exterior do edifício. Isso faz com que os espaços auxiliem na recuperação
do paciente e consequentemente na diminuição do tempo de internação.

Segundo Antônio Carlos Rodrigues3, a arquitetura terapêutica focada nas necessidades


e anseios do paciente é uma das soluções para a crise no atendimento de saúde no
Brasil e no mundo, ainda ressalta que:

“Hoje se prioriza uma nova perspectiva, a do paciente. Nesse contexto, os “ambientes


de cura” ganham um design que passa a favorecer o envolvimento de quem está sendo
atendido, da família e da equipe de profissionais. A ideia é melhorar a experiência do
doente e jamais intimidá-lo no ambiente hospitalar. Como acontece na prática? Com a
alteração sutil na cor e na textura da parede, trocando o branco por tons mais

1
Disponível em: < https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/botti-rubin_/hospital-alemao-oswaldo-cruz/486> acesso em:
11/12/2019.
2
Disponível em: < https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/arquitetura-a-favor-da-saude/> acesso em: 11/12/2019.
3
Disponível em: < https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/arquitetura-a-favor-da-saude/> acesso em: 11/12/2019.

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estimulantes. Com o uso de móveis ergonômicos e salas de exame mais confortáveis,
dotadas de música relaxante ou imagens que inspiram tranquilidade. Com a criação de
áreas verdes e seguras, jardins externos ou internos que proporcionam espaço para
pacientes e familiares caminharem, descansarem e recarregarem as energias.”
(RODRIGUES, 2017)

Figura 1 - Estrutura e decoração dos hospitais fazem diferença para pacientes e seus familiares

Fonte: Velozo (2017)

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1.2 CONCEITO DE HOSPITALIDADE E HOTELARIA

Ao escrever um artigo científico, periódico para a revista “Turismo, estudos e práticas”,


Calel de Oliveira, Edna F. Gomes, Fernanda C. Racaneli, Guilherme G. Velasquez e
Marília R. Lopes, destacam que no ambiente hospitalar, a hospitalidade (do significado:
“qualidade de hospitaleiro, do que recebe ou acolhe pessoas de uma forma agradável
e afetuosa”) é um dos fatores que contribuem para uma das necessidades básicas do
ser humano, como socializar-se ao local em que se encontra, participando ativamente
do espaço e convívio com as pessoas em que nele estão. Sendo assim, é de extrema
importância o paciente ser acolhido em um ambiente hospitaleiro, agradável e
humanizado. Os novos hospitais que adotaram a hotelaria hospitalar como principal
fator de humanização para a área da saúde, através de diferentes serviços,
proporcionam aos clientes conforto, exclusividade no atendimento e segurança.

O novo conceito de humanização (do significado: “ato ou efeito de humanizar(-se), de


tornar-se benévolo ou mais sociável”) vem sendo amplamente utilizado na concepção
de novos hospitais e na adaptação de estruturas hospitalares mais antigas, e cada vez
mais, traz ao paciente a oportunidade de se tornar um cliente de saúde, que busca um
atendimento especial em um ambiente que se equipara a um hotel. Por isso, em um
hospital, a hotelaria e hospitalidade estão diretamente ligados as premissas do conceito
de humanização, que vai abranger todo sistema de cuidados médicos até os espaços
físicos. Dessa forma, hoje cada vez mais os empreendedores de hospitais reconhecem
que é necessário investir, não apenas nos serviços prestados, mas em toda composição
arquitetônica. (LOPES et al, 2012, p.198).

Para se ter hospitais bem projetados arquitetonicamente, é necessário que os espaços


sejam grandes e bem distribuídos, de maneira que seu layout esteja totalmente
integrado às infraestruturas e espaços de atendimento, facilitando a chegada de
especialistas nos apartamentos e/ou outros ambientes de terapia. Com essa lógica, é
necessário que os especialistas (funcionários) e terceiros sejam altamente capacitados
para esse novo padrão no qual o hospital se insere.

Além desses espaços principais e necessários, outros também devem ser


cuidadosamente pensados como: jardinagem e paisagismo, mobiliários internos e
espaços agregadores (restaurante, lanchonetes, caixa eletrônico, entre outros). Estes
programas auxiliares condicionam ainda mais a diversidade de usos em que um novo
hospital pode conter, pois isso ajuda a centralização dos pacientes, acompanhantes e
visitantes a usufruir de infraestruturas locais sem precisar se deslocar do hospital.

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1.3 BREVE HISTÓRICO SOBRE AS TIPOLOGIAS HOSPITALARES

A tipologia se faz presente em todo contexto arquitetônico, é onde se faz a divisão ou


distinção do modelo construído de um edifício e suas características físicas. A palavra
“tipo” do latin “typus” se configura sempre de uma representação ou algo que quer se
representar. Refletindo a noção de tipo, percebemos que estudiosos da Arquitetura são
unânimes em retomar a conceituação dada por Quatremère de Quincy:

“A palavra “tipo” não representa tanto a imagem de uma coisa a ser copiada ou imitada
perfeitamente quanto a ideia de um elemento que deve, ele mesmo, servir de regra ao
modelo. (...) o modelo, entendido segundo a execução prática da arte, é um objeto que
se deve repetir tal como é: o tipo “é”, pelo contrário, um objeto, segundo o qual cada um
pode conceber obras, que não se assemelharão entre si. Tudo é preciso e dado no
modelo; tudo é mais ou menos vago no “tipo”. Assim, vemos que a imitação dos “tipos”
nada tem que o sentimento e o espirito não possam reconhecer” (CORRÊA: 1999, p.19).

Essa distinção entre tipo e modelo a partir de Quatremère. de Quincy é resgata por
Argan:

“Dissemos que a cultura do projeto se opõe a uma cultura do modelo, vai além de uma
cultura do modelo: qual é a diferença entre tipo e modelo? Nós a encontramos muito
claramente apresentada no dicionário de arquitetura de Q. de Quincy. Era evidentemente
um homem que estava ligado ao pensamento do Século das Luzes e que nos diz: um
modelo é uma forma que devemos reproduzir tal qual ela é. Um tipo é uma estrutura que
dá a possiblidade, não apenas a possibilidade, mas a necessidade de variantes, pois o
tipo não tem uma determinação formal, nos devemos lhe dar esta determinação formal.
Então, o tipo não é uma espécie de protótipo platônico, mas, Quatremère é muito preciso
sobre este ponto, é a dedução que fazemos de caracteres comuns entre os objetos de
mesmas categorias” (CORRÊA: 1999, p.19).

A evolução da prática médica é um dos fatores mais importantes para o


desenvolvimento de edifícios hospitalares, pois junto a ela há um certo
acompanhamento do setor da construção civil, mais especificamente engenharias e
arquitetura, e isso influencia diretamente na maneira que é planejado um hospital
(MIQUELIN, 2001).

O cristianismo na idade média influenciava diretamente as crenças e ensinamentos as


pessoas mais necessitadas, consequentemente auxiliavam nos cuidados médicos.
Aproximadamente no século IV, na Europa, surgem os primeiros hospitais, com objetivo
de atender a população local, viajantes e tratar de pessoas com doenças prolongadas.
A partir do século XIII inicia-se a construção de grandes hospitais, que passam a atender
uma demanda maior de pacientes locais.

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Segundo Marinelli (2006, p.3)4 a morfologia dos hospitais pode ser classificada da
seguinte maneira:

Tabela 1 – Classificação de períodos e tipologias

- Idade Média Nave


- Renascença Cruz e Claustro
- Período Industrial Pavilhões
- Contemporâneo Monoblocos
Fonte: Anatomia dos Edifícios Hospitalares

Idade Média:

Este período, como citado acima, foi marcado pelo atendimento à população local,
viajantes e prestação de cuidados a pessoas com riscos epidemiológicos. Dessa forma,
nesses hospitais eram mantidos isolados os doentes do restante da sociedade, ou seja,
servia apenas de abrigo, sem o tratamento devido da medicina para cura.

Renascença:

Na Renascença houve três grandes acontecimentos que elevaram a medicina. O


primeiro deles são as obras de Paracelso, médico e alquimista que reinventou as doses
de medicações a partir da química e da física; a nova anatomia, onde estudiosos
passaram a estudar mais o corpo humano; e a elevação da cirurgia à categoria de
ciência. Neste período as construções se estabeleceram a partir da planta cruciforme e
pátio interno, onde a distribuição dos espaços é mais trabalhada.

Período Industrial:
É neste período que acontece o avanço das indústrias e a introdução em massa de
máquinas nos serviços. O corpo humano passa a ser comparado com uma máquina,
tendo um conjunto de peças que em conformidade trabalham para um bom
funcionamento, o que da mesma forma representa os órgãos e sistemas do corpo
humano. Daí em diante surge a anatomia e patologia, que é quando se descobre
minunciosamente o problema para poder se obter um laudo e sequência de tratamento.
Com isso o hospital passa a ser um espaço de terapia e o principal protagonista é o
médico que organiza todo sistema hospitalar e como deve ser construído. Como
consequência os hospitais passam a ser menores e mais específicos, separados por
patologias e especialidades.

4 MARINELLI, Alexandra. Evolução da assistência à saúde. 2006. Trabalho Final de Graduação (Graduação) - DAUUSP, [S. l.], 2006.

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Contemporâneo:

Aqui, a arquitetura hospitalar se baseia no modelo pavilhonar. As ciências e tecnologias


influenciam no planejamento hospitalar, principalmente para evitar a propagação de
bactérias e transmissão de doenças. A partir disso fazem a divisão dos setores
verticalmente, configurando a torre (monobloco) como principal condicionante desse
período, locando as áreas de terapia e internação nos pavimentos superiores.

Com a modificação e o avanço das construções hospitalares, hoje encontramos mais


diversidade de formas a se construir um edifício hospitalar, contudo se padronizou um
certo leque de tipologias que são adaptadas ao contexto geográfico de onde será
implantado.

Figura 2 – Tipologias mais usadas em edifícios hospitalares

1. Pente e pavilhão 6. Pátio externo expandido

2. Lâminas isoladas articuladas 7. Monolito horizontal

3. Pátio expandido 8. Base torre simples

4. Monolito vertical 9. Base torre dupla

5. Lâminas verticais 10. Torre radial e bloco

Fonte da tabela: Do autor baseado em: Hospitals apud Miquelin, 1992

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Hoje o formato do terreno e seu coeficiente construtivo é a base para se escolher e
definir um partido ou tipologia a serem construídos. No projeto arquitetônico que será
apresentado nos próximos capítulos a tipologia adotada se assemelha muito a base
“torre dupla”, onde o programa acontece de maneira vertical que se distribui e se
conclui nas torres de apartamentos de internação. Isso se origina tanto pela disposição
do terreno que tem um formato irregular, quanto pelas escolhas de partido
arquitetônico e distribuição do programa de necessidades.

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1.4 ESTUDO TEÓRICO DE ESPAÇOS LÚDICOS

A arquitetura humanizada surgiu em função da necessidade da criação de ambientes


que respeitem as expectativas e desejos dos usuários. Por isso esse tipo de arquitetura
aplicada a hospitais não deve ser apenas belo, é imprescindível também que ela torne
o ambiente funcional e aconchegante. Sendo assim, a humanização da arquitetura é
importante em toda e qualquer construção, mas torna-se indispensável na criação de
um projeto hospitalar, pois quando precisamos ir a um edifício de saúde, seja ele um
hospital ou clínica, estamos nos sentindo mais vulneráveis e mais temerosos, por vários
motivos. (NAVARRO, 2019)

Por isso, nesse momento de fragilidade é importante que o ambiente seja familiar,
acolhedor e agradável. A ausência dos elementos naturais pode produzir altos níveis de
ansiedade e depressão (MARTINS, 2004). Vânia Paiva Martins, Engenheira Civil e
especialista em arquitetura hospitalar, cita em um artigo escrito para o “congresso
nacional da ABDEH” (Associação Brasileira do Edifício Hospitalar) que pesquisas
recentes indicam que a presença vegetal como árvores, gramas e flores, além da
inserção da água que flui têm o poder de distrair e acalmar os pacientes. A natureza
assim proporciona uma trégua mental necessária e desta maneira, o paciente se sentirá
confortável no ambiente uma vez que ficará neutro em relação a ele. No caso dos
edifícios de saúde, a arquitetura serve como instrumento terapêutico no momento em
que contribui para o bem-estar físico e mental do paciente através da criação de
espaços que, além de atenderem requisitos tecnológicos, desenvolvam também
condições de convívio mais humanizadas (MARTINS, 2004).

A Iluminação na arquitetura hospitalar

Indispensável em grande parte dos ambientes hospitalares, a iluminação artificial


interfere nos fatores fisiológicos e psicológicos dos usuários. Bem como a iluminação, a
escolha de cores e materiais interferem nesses fatores, portanto, todos esses elementos
devem ser pensados em conjunto (MARTINS, 2004). Sendo assim é imprescindível
integrar a luz em um projeto arquitetônico, com a definição de luminância necessária
para cada ambiente e posteriormente a cor. Quanto a quantidade de luz necessária,
varia de ambiente para ambiente, desde os espaços mais iluminados naturalmente, até
os mais restritos.

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No caso do Brasil, as altas incidências de insolação durante o dia deve ser uma
condicionante muito relevante a ser levada em consideração na hora de projetar. Além
do mais, segundo Vânia Martins que cita Daniel Corbella (2003), a iluminação natural é
positiva saúde, uma vez que dá a sensação psicológica do tempo, tanto climático quanto
cronológico, no qual se vive. Combinando de forma harmônica a iluminação e seus
efeitos de luz e sombra com as cores, os ambientes podem se tornar mais adequados
e atrativos para determinados usos e funções.

Por trazerem efeitos psicológicos, as cores devem ser especificadas de maneira


cuidadosa. Israel Pedrosa em seu livro “Da cor a cor inexistente” diz:

“As cores quentes, o vermelho, o amarelo e demais cores em que eles predominem,
são mais estimulantes, transmitem a sensação de proximidade e consequentemente
tornam a percepção dos ambientes mais compacta. Já as cores frias, o azul e o verde,
bem como as outras cores predominadas por eles, são mais tranquilizantes, transmitem a
sensação de distanciamento e transparência e, consequentemente, tornam os ambientes
mais leves e mais amplos. As cores influenciam também na sensação de conforto térmico.
Em ambientes de cores frias as pessoas tendem a sentir mais frio, e em ambientes de
cores quentes, as pessoas tendem a sentir mais calor”. (PEDROSA, 1982)

Espaços exclusivos dedicados as crianças

A brincadeira é determinante na terapia e recuperação da criança. Estudos comprovam


que o brincar aumenta a porcentagem de cura no período de terapia. Em casos de
internações prolongadas onde, a criança se encontra por muito tempo no hospital, é
importante que atividades lúdicas possam ser administradas quase que integralmente,
de modo que ela se sinta em casa e possa ser estimulada na busca pela recuperação.
Há também resistência em grande parte em aceitarem de primeira mão ser medicadas
por processos invasivos, que podem ser minimizados com as mesmas atividades,
quebrando a resistência da criança ao tratamento.

Um grande investimento na cura que um hospital humanizado pode fazer, é agregar


uma brinquedoteca aos ambientes de internação, pois será muito usada nos intervalos
de tratamento, tornando o processo de recuperação menos rígido. O pensamento
comum dos pais é que no período de tratamento a criança não pode brincar. Pelo
contrário, é na brinquedoteca do hospital, a partir da brincadeira, que a criança enfrenta
com mais força a recuperação, fazendo com que a família perceba que é possível criar
um ambiente saudável e mais leve.

19
A preparação desses procedimentos lúdicos exerce efeitos positivos sobre a
recuperação do paciente, uma vez que medo e a ansiedade são substancialmente
amenizados. Assim, esses procedimentos têm a função de intervenção terapêutica no
contexto hospitalar porque, brincando, a criança pode incrementar seu repertório
comportamental e experimentar diferentes respostas de ajustamento ao meio. A fim
de minimizar os traumas causados pela internação, além do ócio hospitalar, a
brinquedoteca é uma alternativa desenvolvida na maioria dos hospitais que atende
crianças em suas pediatrias (SAÚDE, Ministério, 2013).

No Hospital GRAACC, (estudo de caso que será abordado mais a frente) sua
brinquedoteca instalada em 1998, em parceria com o Instituto Ayrton Senna, foi a
primeira brinquedoteca no Brasil. O seu modelo pioneiro inspirou a criação da Lei nº
11.104, de 21 de março de 2005, estabelecendo a obrigatoriedade de instalação de
brinquedotecas nas unidades de saúde de todo o país que ofereçam atendimento
pediátrico em regime de internação (GRAACC, 2019). O tratamento lúdico ajuda na
qualidade de vida dos pacientes, tanto na socialização, como na troca de experiências
entre as famílias através de atividades como oficinas de artesanato e artes plásticas
(TEIXEIRA, 2018).

Figura 3 – Brinquedoteca do Hospital GRAACC

Foto: site GRAACC

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A hospitalização de um dos membros da família é um acontecimento preocupante. A
ansiedade da família acontece devido à incerteza sobre o diagnóstico, à falta de
privacidade e de individualidade, ao ambiente desconhecido e, por vezes à separação
física e/ou a distância de casa, sem amigos ou outro familiar. Esse afastamento da a
consequente mudança nos papéis de familiares, quebra de rotina, o sentimento de
isolamento e perda do controle. Sendo assim, a família e/ou acompanhante tem uma
tarefa difícil, visto que as pessoas apresentam, ansiedades, preocupações e
expectativas, bem como em relação à infraestrutura, que, por vezes, não tem o mínimo
de conforto. Ao citar James Halliday, em seu artigo “Acompanhamento de pacientes
internados e processos de humanização em hospitais gerais” Girlane Peres e Ana
Maria Lopes descrevem:

“[...] A inclusão da família no processo de cuidado do paciente depende não só da forma


como a instituição concebe ações de acompanhamento para a família, depende também
da maneira como a gestão do serviço de saúde integra a família dentro da organização
dos processos de trabalho, e de como a equipe de saúde e a família se relacionam no
acompanhamento e cuidado ao paciente internado, cuidado este que deve abranger a
dimensão psicossocial.” (PERES, LOPES, 2012).

Com toda dificuldade do familiar neste período, em alguns hospitais foram criados o
espaço da família que é resultante de constante investimento na humanização do
atendimento hospitalar. Neste ambiente, eles poderão ter mais conforto, tranquilidade
e privacidade para aguardarem o momento de retornar para casa. Entende-se que ao
oferecer infraestrutura com ambientes e atividades que tornam o tempo de espera
menos desgastante, o alivio é consideravelmente presente e o cansaço e a ansiedade
diminuem.

Exemplo de espaço aconchegante é o Espaço da Família Ronald McDonald localizado


no Hospital Infantil GRAACC, que foi criado para acolher as crianças e adolescentes
que estão em tratamento contra o câncer no hospital e aos familiares que os
acompanham. Idealizado pelo Instituto Ronald McDonald, o espaço tem como principal
objetivo reduzir o abandono do tratamento, como explica o superintendente do Instituto
Ronald McDonald, Francisco Neves:

“Entendemos que ao oferecer infraestrutura, ambientes e atividades que tornam o tempo


de espera menos desgastante estamos contribuindo para diminuir o impacto do
tratamento contra o câncer, que é longo e requer muitas horas dentro de um ambiente
hospitalar. O espaço também favorece o contato entre familiares e equipe médica”.
(NEVES, 2019)

21
Figura 4 – Espaço Ronald McDonald GRAACC

foto: site GRAACC

Figura 5 – Espaço Ronald McDonald GRAAC

foto: site GRAACC

22
Como já comentado anteriormente, hospitais não são vistos como os lugares mais
agradáveis para os adultos, quanto mais para as crianças. A permanência no ambiente
hospitalar costuma ser desconfortável, uma vez que medos, preocupações e
incertezas, vêm facilmente à tona. Entretanto, alguns edifícios de saúde estão
caminhando para que isso mude.

Um exemplo disso é o hospital Sant Joan de Déu, na Espanha, especializado em


pediatria, fez da sua sala de ressonância magnética uma nave espacial. Há também
outros hospitais que decoram as salas de ressonância com temas de submarinos,
aquários ou florestas. De maneira geral, as crianças assim se sentem como se
estivessem em uma grande aventura. María Teresa Maristany, chefe do serviço de
diagnóstico por imagem do hospital catalão, explica o motivo desse tipo de ação: “As
salas de radiologia eram muito duras para as crianças, que entravam nelas chateadas
e indispostas a cooperar”. (MARISTANY, 2013)

Figura 6 – Máquina de ressonância magnética Hospital Sant Joan de Déu

fotos: site Sant Joan de Déu

Outro exemplo é o terraço do Hospital Universitário La Paz na cidade de Madri. A área


de 800 metros quadrados foi convertida em um divertido e incrível jardim. Elementos
como passarelas multicoloridas conduzem para áreas de estar, composta por
banquinhos debaixo de imensos cogumelos, além da presença de zona esportiva,
mesas de jogos, espaço de leitura e um mosaico com peças móveis, de forma a tornar
a decoração mais interativa e chamativa para brincar.

Assim, o projeto “El jardín de mi hospi” tem como meta criar um lugar de descanso e
lazer para as crianças que necessitem permanecer um longo período no hospital, de
modo a tornar tanto sua estadia, como também a de sua família mais agradável. Além
do mais, o ato de trazer elementos que recordem a natureza, junto à itens de diversão

23
para que as crianças brinquem ao ar livre, fazem com que a recuperação dos pacientes
se torne menos dolorosa e mais rápida.

Figura 7 – Terraço Jardim Hospital Universitário La Paz

Fotos: site Hosp. Universitário Madri

24
Figura 8– Terraço Jardim Hospital Universitário La Paz

Fotos: site Hosp. Universitário Madri

25
CAPÍTULO 2

SAÚDE INFANTIL

26
2.1. CARACTERÍSTICAS

A criança é um ser humano que está sempre em crescimento e desenvolvimento, suas


experiências e descobertas em seus primeiros anos de vida são fundamentais para o
tipo de pessoa que serão futuramente. Seu acompanhamento deve promover ações
claras e certas de saúde, hábitos de vida saudáveis, alimentação correta e vacinação
sempre em dia.

Toda criança tem direito de viver intensamente sua infância, de poder crescer em
ambientes afetuosos e sem violência, de ser registrada gratuitamente, de ter acesso a
serviços de saúde, escolas e alimentação adequada e de qualidade. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2013)

Para promover uma vida e um crescimento de qualidade à criança, é necessário que


o seu cuidar, o seu educar e sua saúde estejam lado a lado com a parceria com seus
pais, familiares, com profissionais de saúde, assistência social, comunidade e
principalmente educação. Com este objetivo de gerar saúde aos pequeninos, o
Ministério da Saúde instituiu a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da
Criança (PNAISC), onde dão sua maior atenção à gestação, aleitamento materno e
acompanhamento até seus 9 anos de idade, com intuito de proteger e possibilitar
saúde a esta criança (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). Com esta política, a criança é
vista com mais atenção à sua primeira infância e em seu desenvolvimento, e se cria
um ambiente digno de viver e crescer.

A equipe de saúde da família e as unidades básicas, devem ser as portas para garantir
que a criança tenha total acesso ao programa de saúde, se responsabilizando, assim,
por problemas identificados em seus territórios, tendo consciência e plena convicção
de que devem resolver cada situação direcionada as necessidades desta criança.

Para melhor qualidade de atendimento, acompanhamento e desenvolvimento, a


atenção deve estar no cartão da criança, assim consecutivamente comunicar a UBS
após a maternidade sobre esta criança e sua mãe. É necessário que os profissionais
estejam capacitados e habilitados para um monitoramento correto de indicadores de
crescimento como: peso, altura e perímetro cefálico, que saibam orientar de forma
certa e segura cuidados e informações sobre aleitamento materno, qualidade
nutricional desta criança e principalmente imunizações, possibilitando assim identificar
a saúde geral deste recém-nascido, prevenindo doenças e assegurando a esta criança
um bom crescimento, afirma o Ministério da Saúde.

27
2.2 TRATAMENTO/ PROTOCOLO E PROCEDIMENTOS

No “Manual de Cuidado da Criança” o Ministério da saúde mostra que 600 mil crianças
nascem a cada ano no estado São Paulo, e as mesmas tem prioridade nas políticas
de saúde e também seus direitos apoiados no Estatuto da Criança e do Adolescente
(Lei 8069/1990). Como já citado, o foco principal de cuidado é a primeira infância, pois
com base na ciência sabemos que os primeiros anos de vida da criança são
fundamentais para sua vida futura.

As crianças tendem a evoluir cerca de 80% a mais nos primeiros anos de vida, que é
quando adquirem suas formações físicas e intelectuais, assim Mustard e Tremblay
afirmam:

“É muito importante entender, também, que além dos aspectos psíquicos, e até como
sua base material, acontece uma extraordinária plasticidade cerebral nos primeiros anos,
com uma velocíssima formação de trilhões de novas conexões entre os 100 bilhões de
neurônios do cérebro humano. Tudo isso num curto espaço de tempo, de forma
programada para responder aos estímulos do ambiente, e em áreas distintas, acionadas
em períodos determinados. São as ‘janelas de oportunidade’, momentos críticos em que
são organizadas as funções e competências importantes para o desempenho e a
sobrevivência em melhores condições. Em nenhum outro momento do ciclo vital
acontecerá uma situação tão dinâmica. O processo de desenvolvimento incrivelmente
rápido, que acontece da gestação até o final dos primeiros três anos, é marcado
geneticamente e influenciado poderosamente pelo ambiente. A cada estímulo novo,
corresponde uma nova rede de conexões formadas “. (SECRETARIA DO ESTADO DA
SAÚDE, 2015)

O aleitamento materno é a forma mais estratégica para a prevenção de mortes infantis,


através dele as infecções são afastadas, é combatente de fatores inflamatórios do
organismo e evita diarreias segundo a professora Floriacy Stabnow da UFM
(Universidade Federal do Maranhão) que também afirma:

“No leite materno, existem bactérias que são protetoras do intestino e reforçam, portanto,
as defesas, desenvolve o sistema nervoso, reduz o risco de obesidade, estimula e
fortalece a arcada dentária, promove a saúde física, mental e psíquica da criança, além
de que tem efeitos positivos na pressão arterial da mãe e da criança no curto e no longo
prazo”. (MONTEIRO, 2017)

O leite materno possui todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento e


crescimento de crianças, ele é capaz de suprir sozinho todas as funções nutricionais
da criança nos primeiros 6 meses, e continua sendo fonte de vitaminas no segundo
ano de vida. Entretanto após os 6 meses o leite materno já não é suficiente para
oferecer todas as vitaminas, nutrientes e energia que a criança precisa para crescer e
desenvolver, por isso, é a hora certa para iniciar uma alimentação sólida. É importante
ressaltar que com a inclusão de novos alimentos não se deve retirar o leite materno,
ele continua sendo um meio importante para o desenvolvimento da criança, por isso o
desmame deve acontecer de forma natural. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008)

28
Para a alimentação de crianças a partir de 1 ano o consumo de verduras, legumes,
frutas, folhas, cereais, grãos, carboidratos, proteínas, fibras, gorduras e,
principalmente, a ingestão de água é fundamental. Com a junção desses alimentos de
maneira balanceada é possível obter um ótimo aproveitamento na maturidade
psicológica e física da criança. A alimentação infantil deve acima de tudo ser bem
equilibrada e ter a presença de carboidratos, vitaminas, fibras e proteínas, e conforme
seu desenvolvimento a necessidade alimentícia vai mudando até a fase adulta.

Hoje, no Brasil, o Ministério da Saúde tem uma campanha de vacinas e um grande


incentivo de vacinação através das UBS. Sabemos que ao mantermos as vacinações
em dia, reduzimos substancialmente as chances de doenças infecciosas atingirem
nosso corpo e consequentemente evitado as idas a hospitais (SANTOS, 2020). Por
isso é importante que todas as crianças recebam esse cuidado, pois é desde cedo que
se pode evitar o acúmulo de baixa imunidade através de vacinas.

Outro fator importante que ajuda o desenvolvimento da criança, são as brincadeiras,


que muitas vezes acontecem por meio de esportes. A ausência desse tipo de atividade
pode ter como consequência o risco de doenças futuras como: diabete, problemas
ortopédicos, depressão, obesidade, entre outras. Por isso a Sociedade Brasileira de
Pediatria afirma que crianças de 0 a 19 anos devem praticar atividades físicas com
orientação profissional, de maneira natural e livre. Por isso os pais devem ficar atentos
qual a atividade que seu filho mais gosta, pois há um grande leque de possibilidades,
como, jogos com bola, brincadeiras, andar de bicicleta, danças, lutas e muitas outras.

Além de tudo, o mais importante é a atenção dos pais, pois sem isso nenhuma das
precauções citadas acima faz sentido, uma vez que é o pai e a mãe que são capazes
de intervir nessas práticas. É necessário que além desses passos básicos, os pais
estejam constantemente participando de palestras e cursos, para aprender sempre
mais em como manter a sua criança em estado perfeito de saúde e cuidado.

29
CAPÍTULO 3

LEGISLAÇÃO E NORMAS ESPECÍFICAS


PARA A CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS
HOSPITALARES

30
LEGISLAÇÃO E NORMAS ESPECÍFICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE
EDIFÍCIOS DA SAÚDE.

A legislação está presente com os mais diversos tipos de contribuições e interferências


na elaboração de um projeto arquitetônico, principalmente na construção de um
edifício hospitalar. Segundo Fábio Bitencourt professor da INEBEC - Instituto de
extensão e pós-graduação do Ceará, isso representa uma significativa contribuição
aos profissionais que atuam neste segmento. Fábio também afirma que é
recomendável existir o contínuo processo de retroalimentação de informações na
definição das normas e regulamentos.

[...] “A complexidade operacional de uma instituição que coordene a diversidade


de normas, legislações, recomendações técnicas e demais procedimentos
formais voltados para o planejamento e construção de edifícios destinados aos
serviços de saúde no Brasil, exige uma contínua convivência com os
profissionais que atuam nesse segmento”. (BITENCOURT, 2018)

Fábio Bitencourt diz também diz que essas práticas não são atuais nem no Brasil ou
mesmo em outros países. Segundo ele, a Itália por exemplo publicou sua primeira
norma nos anos de 1890, conhecida como “Legge Crispi – Normativa Del Settore
Ospedaliero”. Nessa norma não era definido necessariamente a atividade do edifício
hospitalar sob o ponto de vista funcional, nem o melhoramento das infraestruturas e
serviços, mas coordenava a administração de recursos ao benefício da gestão
hospitalar. (BITENCOURT, 2018)
No Brasil, a evolução da produção da regulamentação das edificações
hospitalares é recente e se deu com a publicação “Projeto de Normas
disciplinadoras das construções hospitalares”, elaborada pelo Ministério da
Saúde nos anos de 1960 (BITENCOURT, 2018).

Após isso outro documento técnico baseado em estudos aprofundados sobre


normativas hospitalares é lançado, o chamado “Regulamento Técnico para
Planejamento, Elaboração, Avaliação de projetos Físicos de Estabelecimentos
Assistenciais de Saúde”, oficializada como RDC nº 50 “Resolução da Diretoria
Colegiada”, pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em
21/fevereiro/2002, e trouxe expressivas mudanças legais ao controle e
organização do edifício hospitalar (BITENCOURT, 2018).

Hoje, sendo considerada a principal normativa de edifícios hospitalares, a RDC


50 deve estar paralela ao projeto arquitetônico, ou seja, deve ser expressamente
aberta ao lado da prancheta para se definir desde a escolha do local de

31
implantação, o programa de necessidades de um hospital até a sua disposição
construtiva e material, com resoluções de fluxogramas e sistemas de
infraestruturas. Sendo assim essa resolução prevê a construção de
estabelecimentos assistenciais da saúde, bem como a ampliação de edifícios já
existentes e reformas de interiores e retrofit das fachadas.

No Brasil para se planejar e construir um hospital é preciso se levar em


consideração também alguns aspectos: legais, econômico-financeiros e
técnicos. A Norma Geral de Desenho Técnico (NBR 5984) por exemplo é uma
que deve estar à disposição, obrigatoriamente, junto ao projetista, pois segue
fiel as premissas técnicas arquitetônicas de representação dos sistemas
construtivos. As normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
estão presentes através de várias normativas das mais diversas especificidades,
como de infraestruturas até prestação de atendimento ao cliente. Além di sso, a
construção de edifícios hospitalares deve atender os códigos, leis e normas
estaduais/federais, para conseguir cumprir principalmente a demanda de
pacientes que precisarão usufruir de um novo equipamento urbano.

Sabemos que a arquitetura hospitalar está em constante evolução, assim como


as mais diversas áreas da construção civil. Há diversos tipos de entidades que
se apoiam em pesquisas e se especializam veementemente na área e uma
dessas entidades é a Associação Brasileira de Desenvolvimento do Edif ício
Hospitalar (ABDEH), e que tem como objetivo contribuir para a contínua
evolução do edifício hospitalar. Com caráter multidisciplinar, reúne engenheiros,
arquitetos, administradores hospitalares, médicos e outros profissionais em
reuniões, palestras e eventos científicos realizados por todo Brasil. Durante a
realização do VI congresso realizado em Florianópolis, Santa Catarina, o tema
principal foi a “Excelência dos Ambientes da Saúde”, que abordou a evolução
contínua e necessária das necessidades de adequação de novos materiais de
construção, métodos construtivos, novos conceitos e práticas de assistência à
saúde.

Atualmente está acontecendo uma nova revisão na legislação de projetos


hospitalares. É uma ótima oportunidade de analisar valores funcionais e
atualizar propostas de novos serviços e/ou serviços que já existam com projetos
mais coerentes com novos termos de acessibilidade, sistematização através das
tecnologias e apoios físicos e sofisticados, criando novos ambientes e
esquemas de fluxos, objetivando o conceito de humanização hospitalar.

32
3.1. A CIDADE DE MAUÁ – SAÚDE

Mauá está entre os 50 maiores municípios de todo Brasil e é uma das 7 cidades que
compõem o Grande ABC na região metropolitana de São Paulo. Sua área territorial é
de 62 km², e sua densidade demográfica é de 6.463 hab/km², considerando que as
áreas industriais e de preservação ambiental não entram nesse cálculo. (LIMA, 2014)

A cidade ocupa a 23ª posição no ranking do PIB do estado (SEADE, 2015) e é o 102°
em população com 425.169 habitantes (Estimativa IBGE, 2012), o que representa um
crescimento em torno de 17% em relação a estimativa do ano de 2000. No entanto
nota-se uma importante redução em algumas faixas etárias (tabela 1) com destaques
aos recém-nascidos menores de 1 ano, com queda de aproximadamente 11,3%.

Tabela 2 – População de Mauá por faixa etária dos anos 2000 e 2012 com variação percentual
Faixa Etária 2000 2012 %
menor de 1 ano 7.128 6.325 -11,26
1 a 4 anos 28.694 23.103 -19,48
5 a 9 anos 34.512 31.206 -9,58
10 a 14 anos 36.531 37.204 +1,84
15 a 19 anos 37.212 36.155 -2,84
20 a 29 anos 68.835 83.048 +20,65
30 a 39 anos 61.454 71.576 +16,47
40 a 49 anos 44.442 59.562 +34,02
50 a 59 anos 24.072 41.812 +73,66
60 a 69 anos 12.864 21.521 +67,30
70 a 79 anos 5.747 10.099 +75,73
80 anos ou mais 1.901 3.558 +87,16
TOTAL 363.392 425.169 +17,00
Fonte: IBGE_DATASUS (estimativa)

A redução da população de menores de 1 ano é justificada pela taxa de natalidade que


o munícipio vem apresentando ao longo dos anos (tabela 2). Essa redução acontece
devido a mudança socioeconômica das famílias e o consequente planejamento
familiar. Esse evento associado ao aumento de expectativa de vida tem resultado na
taxa de envelhecimento da população de Mauá (gráfico 1). É importante ressaltar que
essa é uma mudança que ocorre como um todo no país.

33
Tabela 3 – Taxa de natalidade do município de Mauá

Taxa de Natalidade 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

(por mil habitantes) 15,54 15,42 14,91 14,10 13,96 14,3 13,81

Fonte: SEADE (2006- 2011), SINASC- IBGE (2012)

Gráfico 1 – Envelhecimento populacional em %

Proporção de pessoas de 60 anos e mais por 100 indivíduos de 0 a 14 anos

Em relação a separação por sexo vale ressaltar que 51% é composto por mulheres, e
a faixa etária que predomina em ambos os sexos é a de 20 a 49 anos segundo o IBGE
(CENSO, 2010).

Dados do IBGE revelam que houve uma pequena queda no número de mortes infantis
na última década (2000-2010), passando de 16,4 a cada 1000 nascimentos em 2002
para 16,0 em 2012. Observando os dados a cada ano nota-se que o menor índice
atingido no período foi de 13,4 em 2007. O que significa que as taxas de mortalidade
infantil de Mauá têm se mantido acima do ideal estabelecido pela Organização Mundial
de Saúde.

Apesar de dados recentes serem favoráveis a diminuição da taxa de mortalidade


infantil na cidade e isso parecer uma condicionante para o bom atendimento, várias
deficiências são encontradas em relação ao atendimento à população, que por muitas
vezes acontecem devido a problemas financeiros. Durante os últimos 5 anos (2014-
2019) o sistema de saúde de Mauá foi administrado pela FUABC - Fundação do ABC

34
que abasteceu durante todos esses anos o Hospital Radamés Nardini [figura 8] com
medicamentos e equipamentos, mas com a dívida da prefeitura que passa hoje dos
120 milhões é dado um serviço parcial a população.

Figura 9 – Terraço Jardim Hospital Universitário La Paz

Foto: prefeitura de Mauá

35
3.2. CARACTERÍSTICAS DO LOCAL DE IMPLANTAÇÃO

O terreno se localiza na região central do município de Mauá, entre as ruas Rio Branco,
São Simão e a Avenida Itapark. O mesmo também é atendido por duas infraestruturas
urbanas importantes como a linha 10 Turquesa de trens da CPTM paralela a rua Rio
Branco e o viaduto da Saudade que tem como principal uso cruzar a linha do trem para
ligar o bairro Vila Vitória ao Centro [figura 9].

Sua área é de 11.396m², que hoje abriga galpões de usos diversos: garagem de ônibus
e depósitos. Está inserido na “RP2” (Região de planejamento 2) definida pelo Plano
Diretor atual da cidade que caracteriza essas áreas como potencial zona de
intervenção urbana e adensamento.

Seu entorno é composto por usos diversos, como residências de até 3 pavimentos,
prédios residenciais e corporativos, indústrias, empresas, comércios, entre outros que
ocupam uma malha urbana quadriculada. Esse terreno é justamente a sobra da malha
quadriculada, o que o caracteriza com esse formato de sobre de glebas.

A dinâmica de fluxos do entorno é o que mais qualifica o terreno para abrigar um


hospital. Está localizado na região central da cidade, entre bairros, com fácil acesso
de ônibus e a 500 metros do terminal de ônibus municipal, também a 500 metros da
estação de trem e com fácil acesso para carros. Premissas essas fundamentais para
cumprir com a própria norma RDC 50 que define que o acesso da população é uma
característica primordial para se escolher um terreno e edificar um equipamento de
saúde.

36
Figura 10 – Diagrama de camadas Figura 11 – Implantação do local

Fonte: Do autor Fonte: Do autor

37
Figura 12 – Fotos aéreas do Local de implantação

Fotos: Google Earth

Figura 13 – Elevação longitudinal do local de implantação

Fonte: Do autor

Figura 14 – Elevação transversal do local de implantação

Fonte: Do autor

38
3.3 ANÁLISE DE ESTUDOS DE CASO

Ao se analisar um projeto, lendo-o e interpretando-o, percebemos que se torna


mais prático conceber arquitetura, pois nada surge do nada sem que houvesse
estudos e terias que antecedessem isso, é com base nisso que afirma Francis
D. K. Ching:

[...]”conhecer e compreender o alfabeto antes que possamos formar palavras e


desenvolver um vocabulário (...) sermos capazes de reconhecer os elementos básicos
da forma e espaço e entenderemos como podem ser manipulados e organizados no
desenvolvimento de um conceito de projeto, antes de nos voltarmos para a questão mais
vital do sentido na arquitetura” (CHING, 1996).

Os estudos de caso que serão apresentados a seguir, são de fundamental importância


para se entender as dinâmicas dos espaços hospitalares humanizados, bem como sua
integração com os pacientes. Também a inserção dos diversos materiais
arquitetônicos que pode usar para se obter resultados ainda mais impressionantes
dentro do conceito da humanização.

A integração dos espaços e o contexto de implantação nos projetos apresentados


acontecem de três formas diferentes, respectivas de cada projeto, possibilitando uma
abordagem diferente em cada caso e contexto. Apesar dessa distinção, podemos
relacionar facilmente e chegar à conclusão de que os três projetos buscam um objetivo
harmônico direto com os pacientes, de maneira a colaborar com o bem-estar e tornar
o local aconchegante, receptível e agradável.

39
Hospital Infantil do Câncer GRAACC
Arquitetos: Aflalo e Gasperini
Local: São Paulo
Área: 4.640m² (em ampliação)
Ano: 2008
Materiais predominantes: concreto e vidro

Figura 15 – Hospital Infantil GRAACC

Foto: Ana Mello

40
Hospital Infantil do Câncer GRAACC

Figura 16 – Hospital Infantil GRAACC

Dos arquitetos: “A primeira etapa da


ampliação do Hospital do GRAACC (Grupo
de Apoio ao Adolescente e à Criança com
Câncer), já concluída, foi a construção do
Anexo I, junto à Rua Pedro de Toledo; a
segunda será a construção do Anexo II,
com frente para a Rua Borges Lagoa. O
volume do edifício é linear e puro, com
marcações horizontais, em decorrência do
terreno estreito e contíguo às antigas
instalações do hospital, que não permite
muita flexibilidade formal. O novo edifício é
conectado ao edifício existente no
pavimento térreo e através de passarelas
nos pavimentos superiores. A fachada
frontal, mais fechada, é
predominantemente revestida por vidro
branco opaco, e as fachadas laterais, mais
abertas, se intercalam em faixas
horizontais com vidro transparente de alta
performance, trazendo iluminação natural a
todos os andares. A entrada desse anexo é
uma “caixa de vidro” com pé-direito duplo,
em que uma grande escultura suspensa faz
a integração do espaço público ao hall e à
recepção”. - Aflalo e Gasperini

41
Figura 17 – Hospital Infantil GRAACC

Fotos: Ana Mello

O Hospital Infantil GRAACC, se localiza em meio ao grande centro expandido da cidade


de São Paulo, e apesar de ser vizinho de centenas de edifícios comerciais se destaca
por sua forma única e por sua disposição térreo bem distribuída e aberta. A partir disso,
os espaços são distribuídos e dimensionados de maneira coerente com seu programa
de necessidades. Vale lembrar que esse Hospital foi ampliado, então percebemos na
planta abaixo, seu volume inicial, como: 1. Edifício existente; com a atual ampliação,
como: 2. Anexo I; e prevendo ainda mais um anexo que ainda não foi construído, como:
Anexo II.

Figura 17 – Planta Subsolo 2

N
Planta por: Aflalo e Gasperini

Nas áreas internas do Hospital GRAACC, os arquitetos projetaram espaços


amplamente humanizados, coloridos, limpos visualmente e confortáveis.

42
Figura 18 – Fisioterapia do Hospital GRAACC

Foto: Ana Mello

43
Hospital do Rocio
Arquitetos: Manoel Coelho Arquitetura e Design
Local: Campo Largo - PR
Área: 55.300m²
Ano: 2014
Materiais predominantes: vidro, concreto e alumínio.

Figura 19 – Hospital do Rocio

Foto: Nelson Kon

Do arquiteto: “Como conceito geral o projeto procura uma correta organização funcional
dos setores e fluxos hospitalares, pensando em primeiro lugar na “qualificação e
humanização" dos espaços internos para que seus usuários possam ter uma melhor
condição de atendimento, permanência e recuperação. Para isso a implantação do
hospital busca a utilização de iluminação natural e explora ao máximo as relações com
o espaço externo, permitindo visuais para as belas araucárias (árvore típica paranaense)
presentes no bosque natural preservado. Além disso, o projeto de paisagismo propõe
cerca de 5 mil metros de lajes jardins que valorizam ainda mais os deslocamentos
internos e visuais dos ambientes de internamento e de trabalho.” - Manoel Coelho

Figura 20 – Hospital do Rocio – pátio interno

Foto: Nelson Kon

44
No Hospital do Rocio, a grande sacada do projeto foi relacionar o interno diretamente
com o externo, de forma que os visuais se interajam com as áreas verdes, que também
remetem a um sentimento de paz e bem-estar. Dessa forma o Arquiteto tira partido dos
volumes para gerar os vazios necessários com blocos interconectados e pátios centrais
abertos. Ao gerar espaços de descompressão, como o jardim externo entre blocos [figura
20], o arquiteto traz ao hospital mais vida, através do verde, para o respiro diário dos
pacientes e a sensação de estar em um lugar com a natureza presente.

Além disso, o Hospital do Rocio tem suas áreas internas todas humanizadas, com
espaços generosos e bem distribuídos. Essas premissas também partem da inserção
de materiais e seu diálogo com o espaço construído [figura 21].

Figura 21 – Hospital do Rocio – apartamento

Foto: Nelson Kon

45
Hospital Villeneuve D’ASCQ
Arquitetos: Jean-Philippe Pargade
Local: França
Área: 22.618m²
Ano: 2007
Materiais predominantes: concreto e vidro.

Figura 22 – Hospital Villeneuve D’ascq

Foto: Luc Boegly

Do arquiteto: “O novo hospital privado em Villeneuve d’Ascq (norte da França) é uma


resposta ao programa de modernização regional, com o objetivo de melhorar a qualidade
dos cuidados de saúde. A unidade funciona como um elemento estruturante em sinergia
com as clínicas já presentes ao redor da cidade de Lille. O hospital oferece atendimento
multidisciplinar para pacientes ambulatoriais e os que necessitem de internação hospitalar
completa. O projeto é concebido como um volume simples baseado em um plano
retangular, fornecendo uma transição harmoniosa entre a escala dos edifícios comerciais
próximos e as casas localizadas no tecido suburbano adjacente. Afastado do alinhamento
da rua, o projeto incorpora um jardim dando para a esplanada de entrada. A área de
logística é posicionada na parte de trás do edifício e os parques de estacionamento nas
laterais. Isso permite que o hospital possa abrir-se em um grande espaço verde que lembra
a disposição de um convento”. Jean Philippe

O Hospital Villeneuve d’Ascq, localizado em Villeneuve na França, é como se fosse o


meio termo entre os Hospitais do Rocio e GRAACC, pelos seguintes fatores: possui a
área média dos dois hospitais; se localiza tanto no meio urbano quanto em meio a uma
área verde amplamente generosa; tem o gabarito médio; tem a relação do interno com
o externo; e ao mesmo tempo trabalha com os espaços de forma humanizada e
aconchegante.

O Hospital Villeneuve trabalha também com blocos interconectados, assim permitindo


espaços de descompressão como pátios externos e passagens [imagem 23]. Essa é uma
característica que os arquitetos com especialização na área vêm cada vez mais
trabalhando no projeto de novos hospitais.

46
Figura 23 – Hospital Villeneuve D’ascq

Foto: Luc Boegly

Nessa abordagem, talvez o que mais chame atenção seja o modo em que os arquitetos
trabalham a relação direta dos espaços com o convívio dos pacientes e funcionários.
Uma vez que se esses não são mais apenas áreas de consultas, tratamentos e
internação, e a satisfação se faz presente na hora de apresentar ao paciente um local
em que ele além do tratamento, possa conviver e passar a se sentir cada vez melhor
em seu processo de cura.

Como já citado, os três hospitais tratam de formas distintas a sua relação dos espaços
em seus projetos, utilizando formas concretas bem dimensionadas e ajustadas às
necessidades alheias, espaços abertos e semiabertos de descompressão e lazer e
tratamento dos materiais de forma a tornar o espaço mais humanizado possível, mas
de forma que cheguem ao mesmo objetivo, que é agradar ao público geral em sentir
prazer de estar presente em cada um dos edifícios.

47
CAPÍTULO 4

PROGRAMA DE NECESSIDADES

48
PROGRAMA DE NECESSIDADES

49
CAPÍTULO 5

DIRETRIZES

50
DIRETRIZES

- Elaborar projeto de hospital infantil, em uma área localizada na região central do


município de Mauá na grande São Paulo, que ajude a suprir as demandas de população
da cidade, pela necessidade de leitos hospitalares e gere atendimento eficaz com novo
caráter de humanização e uma nova arquitetura que atenda principalmente a saúde
pública.

- Desenvolver o projeto com critérios funcionais e técnicos baseados no fato de ser um


hospital infantil que serve a população de modo geral em diversos níveis de
especialidades, e que, integre o edifício de maneira coerente ao seu entorno, aos seus
usos e relação do paciente com o funcionário, e que facilite todo sistema de bastidores
para que o hospital funcione continuamente de maneira adequada.

- Elaborar ao nível de anteprojeto e detalhes arquitetônicos as soluções formais,


espaciais, técnicas, construtivas e funcionais.

- Seguir o novo padrão de hospitalidade e hotelaria estabelecido por teóricos e


estudiosos da área, bem como a legislação vigente como ex.: RDC 50 para o
desenvolvimento do projeto, incluindo normas técnicas (ANVISA) e normas locais.
Dessa maneira procurando fazer um projeto que de fato seja coerente com a realidade
existente.

- Junto ao projeto do edifício, propor paisagismo adequado, tratamento e estruturação


verde preservando o existente, paginação de piso, praça interna de descompressão
para o hospital de maneira a se tornar ainda mais humanizado e receptivo.

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CAPÍTULO 6

MEMORIAL – PARTIDO ARQUITETÔNICO

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MEMORIAL – PARTIDO ARQUITETÔNICO

Área do lote: ~ 12.000 m²


Área do projeto: ~ 23.300 m²
Coeficiente de aproveitamento adotado: 2
Taxa permeável do solo: mínimo 30%
Taxa de ocupação: 70%

Memorial do Partido

O projeto parte de uma premissa fundamental: se adequar ao formato do lote, de


maneira que possa facilitar os acessos a pedestres, carros e transporte público. Sendo
assim são dispostas duas lâminas perpendiculares, que se conectam em formato L. Um
dos focos objetivos principais foi priorizar o térreo como áreas de convívio, recepção e
descompressão, ou seja, são áreas livres que tem os seguintes usos: dois saguões de
recepção com restaurantes, cafés e estar, um para pacientes e visitantes, outro para
funcionários e terceiros. Após isso, é distribuído verticalmente o restante do programa
de necessidades, que abrange tudo que um hospital geral infantil necessita e foi
mencionado aqui anteriormente no capítulo 4.

Todas as áreas foram tratadas de forma generosa, de modo que, o hospital pudesse ter
a relação do interno-externo e o conforto visual agradável através de aberturas e pé
direito alto. Assim, foi necessário também para alcançar o conceito de humanização
estudado, gerar áreas de convívio intermediárias, que são dispostas da seguinte forma:
os terraços com brinquedoteca, capela, lazer, café e lanchonetes; os consultórios e
ambulatórios com poltronas dispostas de maneira aleatória; e os andares tipo com as
passagens entre blocos que acontecem com passarelas treliçadas que permitem uma
visual externa pelas crianças e familiares.

Com relação aos materiais, foi tirado partido das estruturas metálicas, moduladas em
eixos de 10x10 metros, que são dispostas externamente, ou seja, por serem esbeltes e
bonitas foram deixadas aparentes nas fachadas, se integrando com os caixilhos e brises
de fechamento. As faces cegas do edifício que são fechadas em alvenaria, são
revestidas com fachadas ventiladas, com placas de cimento e fibra de madeira, que
permitem a melhor ventilação e troca de ar, gerando o melhor conforto nas partes
internas da edificação.

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CAPÍTULO 7

PEÇAS GRÁFICAS

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PLANTA TIPO (APARTAMENTOS) – Sem escala

PLANTA COBERTURA – CASA DE MÁQUINAS + BARRILETE – Sem escala

PLANTA TOPO – CAIXA D’ÁGUA – Sem escala

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ELEVAÇÃO RUA SÃO SIMÃO – Sem escala

ELEVAÇÃO AVENIDA ITAPARK – Sem escala

ELEVAÇÃO RUA RIO BRANCO A – Sem escala

ELEVAÇÃO RUA RIO BRANCO B – Sem escala

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ILUSTRAÇÃO DO JARDIM INTERNO

ILUSTRAÇÃO RUA RIO CLARO

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CORTE A-A – Sem escala

CORTE B-B Perspectivado – Sem escala

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PERSPECTIVA ISOMÉTRICA SECCIONADA – Sem escala

CORTE C-C – Sem escala

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PLANTA AMPLIADA – Sem escala

CORTE AMPLIADO – Sem escala

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CORTE AMPLIADO – Sem escala

FOTO COLAGEM – Imagem do Leito 1Miba modelo 32005

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ILUSTRAÇÃO – Fachada Principal

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CAPÍTULO 8

MAQUETE

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CAPÍTULO 9

MEMÓRIA DO PROCESSO

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CAPÍTULO 10

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O desenvolvimento deste estudo possibilitou uma análise mais aprofundada sob o olhar
do arquiteto com relação aos principais conceitos da área hospitalar e a aplicação
desses em um projeto arquitetônico de um hospital infantil.

Temos hoje a humanização que se faz muito presente nos espaços externos e
principalmente internos, que atuam diretamente no modo e disposição das visuais, do
conteúdo programático e dos mobiliários, além claro de características particulares de
cada projeto; também a hotelaria que hoje assume o protagonismo de todos hospitais
modernos, conduzindo o edifício a assumir, de fato, o papel de hotel, tanto na sua
receptividade quanto na sua aparência e serviços.

Ao se analisar todo o contexto histórico de produção hospitalar, percebemos que essa


área sofre quase que anualmente alterações de normas, métodos construtivos,
implementação de espaços, condicionantes e avanços da medicina, tudo isso
formalizado pelo constante crescimento da tecnologia que atua nessa área. Sabemos
que a arquitetura hospitalar, acaba se tornando em termos de edifício, um dos projetos
mais complexos a serem realizados. O processo é minucioso e deve ser envolvido uma
grande equipe com diversos profissionais para conseguir efetivamente projetar e
construir um hospital.

Hospitais construídos nos dias de hoje acabam sendo mais específicos, voltados a um
tipo de público ou especialização, sendo esse um novo padrão para se obter melhor
atendimento e melhores resultados ao paciente. Dada a importância do assunto, se
tornou necessário, a especificidade na área Infantil para conceber o projeto preliminar
do hospital aqui mencionado, que deve atender as crianças da cidade de Mauá e das
cidades vizinhas.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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