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http://www.nethistoria.com.br/secao/releases/886/a_guerra_dos_barbaros_pov
os_indigenas_e_a_colonizacao_do_sertao_nordeste_do_brasil_1650_1720_/
Ano: 2004
Para o autor, afirmar que havia uma preocupação de engajar os indígenas numa
empreitada colonizadora, como povos aliados e integrados, mesmo entre os
holandeses - que também recorreram a esse expediente -, não equivale a dizer
que os indígenas foram poupados da escravidão e do genocídio.
Durão declarou seu horror à miscigenação, pois, para ele, nos sertões, formava-
se “um só povo de nações tão diversas em que sempre se respira serem os
mesmos vícios de cada uma delas realçada”, acrescentando que “são esses
demônios encarnados os curibocas, mestiços, cabras, cafus e mais cafres de
que a terra só é abundante”.
Para quem não sabe, Morais Durão, natural de Moura, no Alentejo, homem que
tinha tanto horror à miscigenação, seria ouvidor na ilha de Moçambique a partir
de 1781 e lá morreria no cargo em 1784, em época um pouco anterior à chegada
do ex-ouvidor de Vila Rica, o poeta Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810),
nascido no Porto e degredado por sua participação na conjuração de Minas
Gerais em 1789.