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CIÊNCIAS ECONÔMICAS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HAB. ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Aurélio Viero
GESTÃO DO CONHECIMENTO:
UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS DESENVOLVIDAS PARA TRANSFERÊNCIA DE
CONHECIMENTO NA EMPRESA VIAÇÃO OURO E PRATA S.A.
São Leopoldo
2009
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que hoje, as pessoas cada vez mais se deslocam para outros municípios e
estados usando empresas de transporte de passageiros intermunicipal, com a finalidade de
suprir suas necessidades quanto a oportunidades de emprego, saúde, turismo, acesso a
educação e lazer. Assim impulsionando o progresso e promovendo a integração regional.
“Admite-se que existam, no Brasil, 1.006 empresas de ônibus atuando no transporte
intermunicipal de passageiros e 205 empresas de ônibus atuando no transporte interestadual
de passageiros. Esse é o universo de empresas na atividade que estão legalmente cadastradas.”
(FIPE, 2009).
mercado. Drucker (1993) argumenta em seu ultimo livro que, na nova economia, o
conhecimento não é apenas mais um recurso, ao lado dos tradicionais fatores de produção-
trabalho, capital e terra- mas sim o único recurso significativo atualmente. Ele afirma que o
fato de o conhecimento ter se tornado o recurso, muito mais do que apenas um recurso, é o
que torna singular a nova sociedade
Para Teixeira Filho (2003) o conhecimento – em todos os seus tipos e formas – tem
sido importante há muito tempo. Ao longo da história, a supremacia dos conflitos, mais cedo
ou mais tarde, foi daqueles que detinham maior conhecimento. Isso valeu para o ser humano
que lutava para se adaptar em um ambiente hostil na pré-história e valeu também para as
civilizações da antiguidade. E vem sendo verdade até hoje, no momento em que estamos
entrando em um tipo de sociedade diferente, na qual o trabalho tende a ser cada vez mais
intelectual e menos braçal.
Assim podemos concordar com os autores citados acima que o conhecimento tornou-
se o fator econômico mais importante no ambiente competitivo das organizações.
Conhecimento não no sentido abstrato, ou teórico, mas aplicado ao conhecimento sobre seus
mercados, seus processos, seus clientes, sua tecnologia, seus concorrentes, etc.
1.1. JUSTIFICATIVA
“Para se ter uma idéia da grandiosidade desse setor, as empresas associadas à RTI
(Associação Rio-Grandense de Transporte Intermunicipal) empregam hoje em torno de 15 mil
funcionários e gera cerca de 50 mil empregos indiretos.” (RTI, 2009). Seguindo nesse mesmo
pensamento e olharmos os números apresentados pelo DAER sobre o Transporte Rodoviário
do Estado do Rio Grande do Sul que opera em regime de concessão de serviço público,
concedido pelo Governo do Estado. Podemos concluir que o setor de transporte
intermunicipal de passageiros é de estrema importância para o Estado e usuários. Setor que
promove o desenvolvimento econômico regional e também oferecendo mais oportunidades de
emprego, saúde, ensino e turismo para todos dentro do Estado.
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1.2.DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
gestão do conhecimento uma solução para a diminuição das perdas de Know-How e capital
intelectual, conseqüência direta da saída de seus profissionais e experts.
Por outro lado, a estabilidade econômica da última década, com o aumento de renda
obtido pelo Plano Real e instalação do novo regime automotor, com a decorrente expansão do
mercado de automóveis novos e semi-novos; isto abre uma vasta parcela da população pela
primeira vez o acesso ao carro particular, que nos últimos 10 anos vem aumentando e se
tornando um concorrente direto para as empresas de transporte intermunicipal de passageiros.
Numero de Passageiros
73.425.501 71.490.574 60.481.533
Transportados
Com esse novo panorama de mercado onde o numero de passageiros vem diminuído a
preocupação principal é como as empresas irão se planejar para a nova realidade para se
tornar competitiva em relação à concorrentes, e na proteção de sua rentabilidade, pois cada
vez mais os usuários exigem conforto, segurança, agilidade, novos horários, novas linhas.
Para isso as empresas precisam de conhecimento, investimento em TI, colaboração das
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rodoviárias e a renovação das leis dos órgãos reguladores. Para se TR uma idéia da
dificuldade de se gerir esse negócio, no Estado a responsabilidade da venda da passagem é da
Agência Rodoviária, enquanto a empresa responde pelo transporte. Razão pela qual as
empresas, em muitos casos, não conseguem resolver reclamações de usuários quanto aos
serviços prestados pelas rodoviárias.
As empresas, por sua vez, mantêm constante vigília a esses insumos e custos, pois eles podem
impedir a operação, tanto quanto comprometer a segurança e a pontualidade das viagens.
Assim, visando à transparência, a tabela e gráfico abaixo ilustram a composição desses custos
e insumos.
este reajuste tarifário também é regulado pelo governo do estado através do DAER, e ocorre
geralmente uma vez por ano.
Além da mudança de cenário, dificuldades de manutenção de rentabilidade e a
importância de se investir na gestão do conhecimento. A empresa em estudo sofre com a
centralização do conhecimento em poucos gestores, que quando promovidos ou substituídos
devido a aposentadorias ou a decisões estratégicas, deixam seus setores de origem e levam
todo seu conhecimento ou o know-how para si próprio. Assim deixando o setor decifitario.
Sabendo que se trata de uma empresa que está expandindo para outros Estados e
gestores com muito conhecimento tácito. A empresa com o objetivo de manter sua
estratégia, reativou seu Programa Trainee com o objetivo de promover a transferência de
conhecimento de seus atuais gestores para a formação de novos gestores com a finalidade de
se preparar para um futuro próximo.
Após aprofundar tais informações, apresenta-se a seguinte questão de pesquisa: Como
é feito a transferência de conhecimento da empresa Viação Ouro e Prata?
1.3 OBJETIVOS
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Este capítulo tem como objetivo apresentar a metodologia que vai ser usada para a
realização desta pesquisa. O método a escolher é de extrema importância, pois é através dele
que a pesquisa se torna confiável e se desenvolve de maneira fácil e acertada.
O Método escolhido para se realizar esta pesquisa foi o qualitativo, que é bastante
flexível, proporcionando ao pesquisador de também apresentar dados quantitativos durante a
analise de dados. E de nível descritivo, utilizando a estratégia de estudo de caso.
A seguir apresenta-se o conceito de Richardson (1999), quanto ao método qualitativo.
Para Roesch (1999), tem como objetivo informar o pesquisador sobre situações, fatos,
opiniões ou comportamentos, buscando mapear a distribuição de um fenômeno na população
estudada.
O estudo de caso, segundo Gil (1999), vem sendo utilizado com pesquisas de
diferentes propósitos, como:
Explorar situações da vida real cujos limites não estão claramente definidos;
Descrever a situação do contexto em que está sendo feita determinada investigação; e
Explicar as variáveis causais de determinado fenômeno em situações muito complexas
que não possibilitam a utilização de levantamentos e experimentos.
Em outra explicação sobre o estudo de caso tem-se que
O estudo de caso é um estudo empírico que investiga um fenômeno atual dentro de seu contexto de
realidade, quando as fronteiras entre fenômeno e o contexto não são claramente definidas e no qual
são utilizadas varias fontes de evidencia (Yin, 1981p. 23 apud Gil, 1999, p.73).
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A Viação Ouro e Prata desde 1939 é uma empresa no ramo de serviços, tem seu
negócio voltado para o transporte coletivo de passageiros de longo curso, ou seja, distâncias
superiores a 200 km, entre as cidades dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará, e também em cidades da Argentina e
Uruguai. Seu foco principal está no transporte de passageiros dentro do estado gaúcho,
correspondendo a 76,74% do seu faturamento, o restante ficando para os demais estados
citados. Transporta em média 160.000 passageiros, ao longo de suas 84 linhas, através de uma
frota de aproximadamente 200 ônibus.
possíveis imprevistos que possam acontecer durante a jornada de trabalho e que afetam a
satisfação dos clientes.
FILIAIS E AGÊNCIAS: A Viação Ouro e Prata também está presente no interior, nas
cidades de Alegrete, Bagé, Três Passos, Carazinho, Livramento, Santa Maria, Santa Rosa, São
Luiz Gonzaga, Soledade, Ijuí, Cruz Alta e Uruguaina.
Toda essa estrutura é montada para a empresa Ouro e Prata conseguir atingir a sua
“Missão Organizacional: Facilitar o deslocamento das pessoas, buscando a satisfação dos
clientes, colaboradores, acionistas, governo e fornecedores, com seriedade, eficiência e
qualidade” e a “Visão: Ser uma empresa padrão em qualidade, referencial no segmento de
transportes de passageiros, produtiva e comprometida com a excelência dos serviços
prestados.”
No Plano Estratégico que a empresa definiu para o período do ano de 2006 a 2010
consta o seguinte:
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A Ouro e Prata utiliza dois Sistemas de Informática e alguns indicadores para monitorar e
acompanhar os resultados estratégicos. Os Sistemas são o Sistema Integrado de
Aproveitamento de Poltronas, conhecido como SIAP e o Sistema Cenárius que realiza a
gestão dos custos e receita através da divisão regional, por linha, da sua área de atuação. Já os
indicadores são utilizados diversos, mas o que achamos conveniente destacar é Receita/Km
percorrida e o Custo/Km percorrida
Sistema Integrado de Aproveitamento de Poltrona – SIAP, tem como principal função
monitorar e fazer a otimização dos lugares de acordo com a demanda de cada cidade atendida.
O ganho fundamental com este sistema é que com ele é possível aliviar uma demanda
reprimida e ajustar a oferta de acordo com a necessidade. Desta forma a empresa pode elevar
as suas vendas sem a colocação de ônibus extras. Logo mais abaixo será apresentado o caso
de criação deste sistema.
Sistema de Controle de Receitas e Custos Cenárius, através dele é possível realizar
previsão de receita e de custos fazendo cenários de acordo com a análise SWOT. Com isto é
projetada receita, do ano, para cada linha da empresa levando em consideração o objetivo
estratégico da empresa que é de aumentar seu faturamento em 6,67 % até 2010 e reduzir o
custo total do serviço em 6,33 até 2010. Conforme os valores vão se realizando o Sistema
informa as linhas que ficaram abaixo das metas. Desta forma a empresa desenvolve ações
especificas para elevar o resultado das mesmas.
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Organograma:
A pesquisa vai ser realizada na empresa Viação Ouro e Prata em Porto Alegre-RS, esta
é uma empresa do setor de transporte intermunicipal de passageiros, com a busca de
informações na alta administração.
A seguir tem-se um quadro síntese dos futuros entrevistados de acorda com seus
cargos. Será entrevistada 13 pessoas no terá o objetivo de coletar dados para a resposta a
questão de pesquisa, os objetivos geral e específicos.
Para Roesch (1999), pesquisas descritivas buscam o levantamento de informações
sobre uma população.
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As técnicas de coletas de dados que serão usadas nesta pesquisa, será a entrevista
informal e documentos de comunicação de massa. Pode-se definir como entrevista como a
técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formula perguntas, com
o objetivo de obtenção dos dados e informações, voltados para o diagnostico e orientação.
Segundo Gil (1999), a entrevista informal é recomendada em estudos que visam
abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador, ou então oferecer visão geral do
problema pesquisado, bem como identificação de alguns aspectos da personalidade do
entrevistado.
Os profissionais que serão abordados por esta pesquisa serão questionados sobre suas
experiências por meio de entrevistas. Segundo Roesch (1999), a entrevista é um encontro
entre duas pessoas, afim de que uma delas abtenha informações a respeito de determinado
assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. O objetivo da entrevista é
entender o significado que os entrevistados atribuem a questões que serão estruturadas a partir
de suposições do pesquisador. È de grande valia que os roteiros nas entrevistas sejam
aprovados por um professor estudioso do assunto.
Conforme Roesch (1999), o objetivo da entrevista semi-estruturada é desenvolver uma
compreensão sobre o “mundo” do respondente, para que o pesquisador possa influenciá-lo,
seja de maneira independente, seja em colaboração. Utiliza-se de questões abertas, que
permitem ao entrevistador entender e captar a perspectiva dos participantes da pesquisa.
Nas entrevistas, segundo Yin (2001), os informantes-chaves são sempre fundamentais
para o sucesso de um estudo de caso. Essas pessoas não apenas fornecem ao pesquisador do
estudo percepções e interpretações sob o assunto, como também podem sugerir fontes nas
quais pode-se buscar evidências que confirmam as conclusões da pesquisa. Também será
montado um quadro síntese no qual demonstra-se a relação estabelecida entre a questão de
pesquisa, os objetivos geral e específicos, os questionamentos apresentados nos roteiros de
entrevistas .
Com a técnica de documentos de comunicação de massa pretende-se usar fontes
secundarias como artigos de revistas, jornais e internet para analise do ambiente externo da
empresa, fornecendo informações sobre político, econômico, social e tecnológico no qual a
empresa está inserida.
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REFERÊNCIAS
FILHO, Jayme T. Gerenciando Conhecimento. 2. ed. Rio de Janeiro: Senac Rio, 2003.
GIL, Antonio C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
RICHARDSON, Roberto J. Pesquisa Social – Métodos e Técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
REVISTA ACB: Florianópolis: Biblioteconomia em Santa Catarina. v.11, n. 1, p. 75-82,
jan./jul., 2006.