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A ARTE: SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

BARBOZA, Kamila1
Orientador: MARTINS, Edson2

RESUMO

As crianças passam por diversos momentos na infância. A arte faz parte da


vida de um ser humano desde a infância, pois através dela ao alunos escutam
melhor, possuem uma melhor concentração para resolver problemas
matemáticos, desenvolvem melhor a sociabilidade com as pessoas,
respeitando-as em seus limites e potencialidades, fazendo com que as pessoas
expressem seus sentimentos de forma sincera e dinâmica, proporcionando ao
seu interior paz e satisfação. Porém o educador encontra dificuldades em
desenvolvê-la, por falta de destaque da disciplina nos cursos de graduação, o
que faz com que o profissional de educação precise pesquisar e encontrar
formas variadas de trabalhar com esse elemento que é tão rico no
desenvolvimento da criança. Nesse sentido o referido trabalho buscará
enfatizar a sua importância, apontando as lacunas ainda existentes na escola,
procurando encontrar soluções relevantes e alcançáveis ao professor, para que
ele possa introduzir em sua prática o exercício artístico. O trabalho foi
desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e observações nas práticas do
dia a dia.

Palavras-chaves: Artes; Educação; Criança.

1. INTRODUÇÃO

Em uma perspectiva educacional, a arte não é apenas um enfeite, algo


lindo a ser mostrado, mas sim uma aprendizagem, um trabalho didático que
trabalha diretamente com a emoção de quem a aprecia e a pratica.
Trabalhar através da arte é proporcionar ao educando uma forma
prazerosa de aprender, adquirindo a autonomia, tendo liberdade de se

1
Concluinte do curso de Pedagogia da Faculdade FAEL
2
Pedagogo, especialista em EAD, mestre em Educação, doutor em Ciências da Religião.
Professor na Faculdade FAEL
expressar naturalmente, desenvolvendo capacidades naturais como: a
comunicação, o trabalho em grupo e o respeito a si próprio e ao próximo. Além
disso, trabalhar com arte proporciona um envolvimento total do educando com
sua prática, tornando-se, assim, protagonista do seu aprender.
A arte não se define apenas pela produção que se encontra em museus
ou galerias de artes, ela se encontra presente no nosso dia-a-dia, ou seja, ao
nosso redor vemos artes em toda parte, basta apenas termos um olhar crítico e
observados para encontrá-la em pequenas coisas do nosso cotidiano que
muitas vezes passam despercebidos aos nossos olhos.
Em seu processo criador, a arte desenvolve no indivíduo o controle
emocional, organização do raciocínio lógico, imaginação, observação,
linguagem e controle gestual, os quais são fatores que influenciam em uma
aprendizagem mais dinâmica e prazerosa, dando a criança alegria em
aprender.
A partir do tema: A arte: Sua importância para o desenvolvimento da
criança; torna-se relevante conhecer e encantar-se com os benefícios
desenvolvidos nos seres humanos.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:

As Artes Visuais estão presentes no cotidiano da vida infantil. Ao


rabiscar e desenhar no chão, na areia e nos muros, ao utilizar
materiais encontrados ao acaso (gravetos, pedras, carvão), ao pintar
os objetos e até mesmo seu próprio corpo, a criança pode utilizar-se
das Artes Visuais para expressar experiências sensíveis. Tal como a
música, as Artes Visuais são linguagem e, portanto, uma das formas
importantes de expressão e comunicação humanas, o que, por si só,
justifica sua presença no contexto da educação, de um modo geral, e
na educação infantil, particularmente (1998, p. 85).

O tema apresentado foi escolhido através do reconhecimento da


importância da arte, seja, artes plásticas, música, cênicas ou dança; e todas as
demais formas de se expressar artisticamente. Reconhecendo que na
educação infantil a arte é expressa pelas crianças de uma forma espontânea
na sua fala, expressão corporal e facial, nas cantigas e principalmente na
brincadeira, no faz-de-conta.
O presente trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e
experiências vivenciadas no cotidiano escolar, as quais deram argumentação
às reflexões, agregando a isso a legislação educacional brasileira como na Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9394/96, N 11.769,
de 18 de agosto de 2008, que estabelece a inclusão da música nas escolas, o
referencial Nacional para Educação Infantil, RCNEI (1998), o Decreto nº 6.949,
de 25 de agosto de 2009, que intitula a inclusão do aluno com necessidades
especiais na escola regulamentar e também dos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCNs).
Na sequência, o trabalho apresentará os objetivos da educação infantil e
como o professor deve trabalhar com a arte, a partir de recursos que lhe são
disponíveis, também nos colocará benefícios atribuídos ao ensino das artes
para o aprender das crianças e, assim, terá um destaque especial a música,
por ser um elemento disciplinar obrigatório a ser trabalhado no currículo
escolar, entendendo que está na lei e sendo trabalhada nas escolas.

2. A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL

A história da educação infantil no Brasil tem acompanhado os avanços que


ocorrem em outras partes do mundo. Até meados do século XIX, praticamente
não existiam, em nosso país, instituições como creches ou parques infantis. No
meio rural, onde viviam a maioria da população, a educação das crianças era
assumida pelas próprias famílias. (VIGNON, 2015, P. 11).
Ainda segundo a autora, no século XVIII, a escola era frequentada apenas
por poucos meninos. O tempo de estudo se restringia a até cinco anos. As
meninas eram excluídas: casavam cedo e tinham que assumir a casa.
A educação infantil teve sua história marcada por vários pressupostos. Em
um determinado período, a educação das crianças era de responsabilidade da
família. Fato que foi se modificando devido às novas exigências da sociedade.
Oliveira (2011) relata que

O recorte em favor da família como a matriz educativa aparece


também nas denominações das instituições de guarda e educação da
primeira infância. O termo francês creche equivale a manjedoura,
presépio. O termo italiano asilo nido indica um ninho que abriga.
“Escola materna” foi outra designação usada para referir-se ao
atendimento de guarda e educação fora da família a crianças
pequenas. (OLIVEIRA, 2011, p.70).
No período precedente à proclamação da república, observavam-se
iniciativas isoladas de proteção à infância, muitas voltadas ao combate de
mortalidade infantil na época como a criação de entidades de amparo. No
entanto, essas soluções representam apenas uma maneira de “varrer o
problema para baixo do tapete”, como a criação de creches, asilos e internatos,
vistos na época como instituições assemelhadas e destinadas a cuidar de
crianças pobres. (OLIVEIRA, 2002, p.92).

3. A IMPORTÂNCIA DA ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A arte é uma maneira particular que uma pessoa desenvolve para


expressar suas emoções e seus sentimentos. Por isso, uma mesma emoção
pode ser manifestada de várias maneiras, por pessoas diferentes. Além disso,
cada uma delas pode ter um talento específico e distinto para se expressar.
A educação infantil, primeira etapa da educação básica é o começo de toda
essa transformação. Cabendo a escola e a família proporcionar ao seu
educando oportunidades para seu desenvolvimento, integrando a esse
aprender em diversos aspectos, segundo a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional nº 9.394/96.

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como


finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de
idade, em seus aspectos físicos, psicológico, intelectual e social,
contemplando a ação da família e da comunidade (LDB nº 9.394/96,
título V, capitulo II, seção II, art. 29).

Quando fala-se em educação infantil, a primeira coisa que vem à mente


são crianças brincando ou aprendendo a ler e escrever. Porém, a educação
infantil tem conteúdos próprios a serem desenvolvidos e exige do professor
dedicação, responsabilidade e constante aprimoramento e atualização.
Os objetivos da educação infantil estão atrelados em três aspectos, o de
cuidar, o de educar e o de brincar. O primeiro significa oportunizar o
desenvolvimento de suas capacidades, pois esse cuidar é um ato em relação
ao outro e a si próprio que possui uma dimensão expressiva de cuidados
biológicos, emocionais e intelectuais de cada criança, lembrando que cada uma
é única possuindo suas próprias características. (BRASIL, 2010).
Segundo o RCNEI (Referencial Curricular para a Educação Infantil):

Para atingir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e


com o desenvolvimento das capacidades humanas, as atitudes e os
procedimentos devem se basear nos conhecimentos específicos sobre
o desenvolvimento biológico, emocional e intelectual das crianças,
levando em consideração as diferentes realidades socioculturais
(RCNEI, 1998, p.45, v01)

Vale dizer ainda que o ato de cuidar vai muito além da simples proteção
e cuidado, ele está ligado ao amor sincero daquele que esta grande parte do
tempo com a criança, criando junto a ela laços profundos de afetividade e
amor.
Em seguida, vem o educar que mostra que a educação é uma
competência compartilhada entre pais e educadores, um trabalho de estreita
colaboração de ambos, cada um com sua função e dimensão nesse processo,
articulando-se em ações conjuntas e coordenadas, proporcionando um
desenvolvimento pleno e significativo nas crianças em seus aspectos biológico
e intelectual.
E por último, o brincar que tem extrema importância, pois as crianças
criam e recriam o tempo todo, sejam em acontecimentos cotidianos, revivendo
situações que lhe causam excitação, medo, alegria, tristeza, raiva, amor,
amizade e ansiedade. É por meio das brincadeiras que o professor pode
observar o desenvolvimento das crianças individualmente ou em conjunto,
registrando suas capacidades linguísticas, sociais, recursos afetivos e
emocionais que elas expressam através desse brincar. (BRASIL, 2010).
Zanluchi (2005, p. 89) reafirma que “Quando brinca, a criança prepara-
se a vida, pois é através de sua atividade lúdica que ela vai tendo contato com
o mundo físico e social, bem como vai compreendendo como são e como
funcionam as coisas.” Assim, destacamos que quando a criança brinca, parece
mais madura, pois entra, mesmo que de forma simbólica, no mundo adulto que
cada vez se abre para que ela lide com as diversas situações.
De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil
(BRASIL, 1998, p. 27, v.01):
O principal indicador da brincadeira, entre as crianças, é o papel que
assumem enquanto brincam. Ao adotar outros papéis na brincadeira,
as crianças agem frente à realidade de maneira não-literal,
transferindo e substituindo suas ações cotidianas pelas ações e
características do papel assumido, utilizando-se de objetos
substitutos.

Portanto, através das brincadeiras, as crianças ultrapassam a realidade,


transformando-a através da imaginação, expressando, assim, o que teriam
dificuldades em realizar com o uso da palavra, bem como o brincar possui um
significado e uma ferramenta de extrema importância para desenvolvimento do
trabalho do professor, para que ele possa proporcionar ao seu educando uma
aprendizagem cada vez melhor.
Vinculado a esses três aspectos norteadores para o desenvolvimento do
trabalho na educação infantil, o professor precisa criar a todo o momento, e ao
fazer com que o aluno aprecie arte, o professor precisa disponibilizar todas as
ferramentas e possibilidades a partir da realidade encontrada.
Recursos disponíveis não faltam a esse profissional, apesar de o curso
de Pedagogia não possibilitar muita ênfase em artes para se desenvolver
atividades artísticas em suas várias dimensões, há recursos valiosíssimos
como a internet que é um mapa aberto de ideias na qual pode-se basear e
recriar novos procedimentos para introduzir o aprendizado de arte nas
crianças.
Além disso, os recursos orientadores para que se possa efetivar um
trabalho Pedagogo artístico de qualidade, são os PCNs, que possuem o intuito
de guiar o professor em sua pratica escolar, de acordo com a nova LDBEN,
eles foram elaborados, especificado para cada etapa do ensino, educação
infantil ensino fundamental e ensino médio.
Porém para a educação infantil, ele se define como Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil (RECNEI), que aborda como se
deve trabalhar em cada área do conhecimento no currículo escolar, dando
subsídio ao trabalho docente podendo ser flexível, conforme a realidade de
cada escola. Ele se divide em volumes e consiste em dois grupos de idades de
0 a 3 anos e de 4 a 6 anos. Esse nos diz que a prática com as artes seja feita
de maneira criativa e reflexiva, de forma que a criança possa criar e não só
representar. Segundo Ferraz & Fusari (1994, p.21),

[...] para desenvolver bem suas aulas, o professor que está


trabalhando com arte precisa conhecer as noções dos fazeres
artísticos e estéticos dos estudantes e verificar em que medida pode
auxiliar na diversificação sensível e cognitiva dos mesmos. Nessa
concepção, sequenciar atividades pedagógicas que ajudem ao aluno
a aprender a ver, olhar, ouvir, pegar, sentir e comparar os elementos
da natureza e as diferentes obras artísticas e estéticas do mundo
cultural, deve contribuir para o aperfeiçoamento do aluno.

Assim, entendemos que o ensino da arte e toda sua dimensão deve ser
trabalhado com as crianças desde as séries iniciais, e, ao educador cabe
buscar novas formas de ensinar, criando e recriando sua mediação, através da
pesquisa, cursos, pois um bom educador é um pesquisador eterno.

2.1 O AMBIENTE ESCOLAR

Não importa qual seja o local em casa, no trabalho ou na escola, quando


se passa muito tempo em um mesmo lugar, é fundamental que
a infraestrutura, os espaços físicos e as relações interpessoais sejam as
melhores possíveis.
Portanto quando fala-se no ambiente escolar, esse assunto é ainda mais
importante, principalmente pelo impacto que o clima da instituição de ensino
pode gerar no processo de aprendizagem dos alunos. Por isso, é essencial que
a escola esteja preparada para tornar o local mais saudável e,
consequentemente, mais produtivo para todos.
Sobre como deve ser o ambiente escolar, o Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil, estabelece alguns objetivos para crianças
de 0 a 3 anos:
● Experimentar e utilizar os recursos de que dispões para satisfação de
suas necessidades essenciais, expressando seus desejos,
sentimentos e vontades;
● Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo
progressivamente seus limites;
● Brincar;
● Relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus
educadores e com demais profissionais da instituição.
E para a fase de 4 a 6 anos, os objetivos estabelecidos são mais
aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que a
criança sejam capazes de:
● Ter uma imagem positiva de si, ampliando a autoconfiança,
identificando cada vez mais suas limitações;
● Identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos
pessoais, respeitando as outras crianças;
● Valorizar ações de cooperação e solidariedade;
● Brincar;
● Adotar hábitos de autocuidado;
● Identificar e compreender sua pertinência aos diversos grupos.
Em todos esses objetivos acima relacionados a arte pode trazer grandes
benefícios para seu desenvolvimento e conclusão dessa faze tão importante da
vida de um ser humano.

2.2 O APRENDER DA CRIANÇA ATRIBUÍDO AS ARTES

Como em todo o currículo de ensino de educação básica, a arte está


presente como um conteúdo a ser trabalhado. Ao observarmos, vemos que a
arte é vista de maneira diferente entre as crianças e os adultos.
Para o adulto ele se associa ao belo, à parte estética e apreciação. Já
para a criança, ela se designa a uma forma espontânea de expressão com
sentimentos “a natureza da criança é lidar com o mundo de modo lúdico, fazer
o que lhe dá prazer e satisfação. Por isso, gosta tanto de brincar e desenhar”
(SANS, 1995, p. 21). A criança faz o que lhe dá prazer e alegria, brincar e
desenhar envolvendo se por completo em todos os seus desejos e vontades.
Por meio desse querer aprender que a criança possui, ao professor está
o papel de proporcionar um ensinar que disponibilize todo esse campo
magnífico que a arte tem. Por assim dizer, esse ensinar arte, precisa ser de
maneira prazerosa e espontânea, precisa-se desenvolver nas crianças essa
capacidade de sentir o que é arte.
Sendo assim, o educador deve proporcionar aos alunos essa vontade de
fazê-la, mostrando a eles todas as formas existentes de arte, inserindo-o neste
mundo artístico, ou seja, trazer para à sala de aula diferentes manifestações
artísticas seja ela pintada, cantada, tocado, dançado ou expressada
corporalmente. A Proposta para o Ensino de Educação Artística do estado de
São Paulo nos descreve como se constitui esse conhecimento:

A criança é um ser sincrético, ou seja, sua percepção de mundo é


multidimensional e simultânea. Aberta a todos os canais, a criança
pequena vive intensamente cada descoberta, colocando-se por inteiro
em cada situação. Quando brinca, e brinca com toda a serenidade,
pinta, desenha, a criança explora sons, inventa músicas (1997 p. 75-
81).

Dessa forma, a criança já possui em seu interior o fazer artístico, porém


suas manifestações precisam ser estimuladas para que se desenvolvam, e ao
educador designa-se o papel de oferecer esses estímulos, enriquecendo sua
aula com possibilidades visuais e táteis, afim de que o aluno entenda o que se
está expressando, tendo essas possibilidades o aluno expressará suas
percepções, no primeiro momento através de imitações e logo após criará e
improvisará suas manifestações de forma autêntica e espontânea.
É na escola que a criança desenvolve e descobre suas capacidades e
habilidades, pois cada um possui uma forma de aprender, a partir da colocação
da arte no espaço escolar, pois o educando pode expressar suas vontades e
emoções.

2.3 A ARTE NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

A inclusão surge para romper as barreiras existentes no ensino de


pessoas com necessidades especiais na escola regular para incluir essas
pessoas não só nas escolas, mas na sociedade. Nos dias de hoje está cada
vez maior a inserção desses indivíduos com deficiência na escola comum.
No artigo 24 do Decreto Nº 6.949, de 25 de agosto de 2009 que diz
respeito à educação das pessoas com necessidades especiais, declara que:
● As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema
educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças
com deficiência não sejam excluídas do ensino primário gratuito e
compulsório ou do ensino secundário, sob alegação de
deficiência;
● As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino
primário inclusivo, de qualidade e gratuito, e ao ensino
secundário, em igualdade de condições com as demais pessoas
na comunidade em que vivem;
● Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais
sejam providenciadas;
● As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no
âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua
efetiva educação;
● Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em
ambientes 9 que maximizem o desenvolvimento acadêmico e
social, de acordo com a meta de inclusão plena.
Sabe-se que a arte está presente na história dos povos desde o início da
humanidade, e que ainda hoje, são encontrados registros de nossos ancestrais
através das manifestações gráficas representadas nas paredes e tetos das
cavernas, onde o homem aprendeu de algum modo, a sua técnica e sua
função, e através dela soube expressar seus sentimentos e ações cotidianas.
A importância da Arte não está apenas no desenvolvimento da
criatividade que ela proporciona, ou no aprimoramento das formas de
percepção por parte das Pessoas Portadoras de Necessidades Educativas
Especiais, pois a Arte é relevante enquanto objeto de conhecimento que amplia
a compreensão do homem a respeito de si mesmo e de sua interação com o
mundo no qual vive. (WEBER, 2017).
É através da arte, que o professor tem a oportunidade de proporcionar
experiências que irão contribuir para a evolução da personalidade desse aluno
especial e seu ajustamento social, uma vez que a atitude do educando é
produto do que ele aprende, pensa e de suas possibilidades.
Segundo Ferraz & Fuzari (1993, p. 16).

[…] a importância da Arte na formação de crianças, jovens e adultos,


na educação geral e escolar, está ligada à: “função indispensável que
a arte ocupa na vida das pessoas e na sociedade desde os
primórdios da civilização, o que o torna um dos fatores essenciais de
humanização”.

O educador tem um papel fundamental na educação de uma criança


com necessidades especiais, ele precisa estar bem estruturado e munido de
material do interesse da criança. A arte é um material muito importante nesse
processo, pois dará oportunidade para desenvolver suas potencialidades
através da criatividade, sensibilidade, reflexão e conhecimento individual e
social.
A arte também é utilizada para fins terapêuticos, pois a arte-terapia
procura trabalhar o ser humano sem limitá-lo. Nos tratamentos como psicóloga,
fonoaudióloga, psicopedagoga, terapia ocupacional a arte é um instrumento de
grande valia para avaliar e ajudar no desenvolvimento dessa crianças.
Segundo Brasil (1998, p.17):

Além disso, os alunos tornam-se capazes de perceber sua realidade


cotidiana mais vivamente, reconhecendo e decodificando formas,
sons, gestos, movimentos que estão à sua volta. O exercício de uma
percepção crítica das transformações que ocorrem na natureza e na
cultura pode criar condições para que os alunos percebam o seu
comprometimento na manutenção de uma qualidade de vida melhor.

Dessa forma, o ensino de arte na educação inclusiva é uma forma de


promover a percepção, a criatividade e a cultura desses alunos, pois por conta
de suas limitações muitos possuem poucas oportunidades de expressarem o
que sentem e possuem poucas fontes de prazer, a arte torna-se uma “porta
para o mundo exterior” de cada aluno.

2.4 A MÚSICA TORNA-SE COMPONENTE CURRICULAR OBRIGATÓRIO

A música é uma linguagem que comunica e expressa sensações,


sentidos e está presente nas mais diversas situações de nossa vida, pois
desde muito pequenos convivemos com a música, muitas vezes desde a
barriga, durante a gestação houve-se música para acalmar o bebê. Por seu
poder criador e libertador, a música torna-se um poderoso recurso educativo
tanto para pré-escola como para as séries iniciais.
A lei Federal nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, torna o ensino de música obrigatório no
processo de aprendizagem nas escolas, ao qual engloba a educação infantil e
o ensino fundamental, porém dentro da lei não se especifica os conteúdos que
devem ser ensinados, dessa forma cada escola terá autonomia de decidir a
partir de sua realidade o que será trabalhado com seus alunos, em cada etapa
de ensino.
Apesar da lei ser obrigatório, muita coisa ainda precisa ser feita, muitas
escolas brasileiras não possui o ensino da música em seu currículo, pois
muitas são as dificuldades encontradas. Segundo Loureiro (2003), a
contemplação da música ainda é tida por pequena parte dos alunos, mesmo
com a legislação, a qual deve ser implantada no currículo escolar, são muitas
as dificuldades encontradas nas escolas brasileiras, as instituições sofrem com
falta de professores especializados, materiais didáticos e principalmente o
entendimento da própria lei, que muitas vezes acaba ficando no papel.
Programas do governo como, por exemplo, o “Mais Educação”, criado
pela Portaria Interministerial nº 17/2007, onde se estabelece seu papel principal
na educação integral, tentam aplicar nas escolas atividades que contemplem a
música, como oficinas de canto coral e orquestra, porém essas atividades são
ministradas por voluntários sem capacitação e planejamento nenhum para
música.
Ensinar utilizando-se da música, ajuda a criança a valorizar uma peça
musical, uma apresentação de teatro, ou até mesmo um concerto, pois
ensinando vários gêneros musicais, a criança terá a oportunidade de construir
sua autonomia, sua criatividade, e criará opinião própria e crítica, como afirma
Gainza (1998, p. 95).

Em todo processo educativo confunde-se dois aspectos necessários


e complementares: por um lado à noção de desenvolvimento e
crescimento (o conceito atual de educação está intimamente ligado à
ideia de desenvolvimento); por outro, a noção de alegria, de prazer,
num sentido amplo. [...] Educar-se na música é crescer plenamente e
com alegria. Desenvolver sem dar alegria não é suficiente. Dar alegria
sem desenvolver, tampouco é educar.

Segundo o Plano de Desenvolvimento da Educação, as atividades


podem ser desenvolvidas por estudantes universitários em processo de
formação na área específica, em que haja reconhecimento da comunidade, e
também por estudantes do ensino médio ou EJA da própria instituição que
possuem algum conhecimento na área, ou seja, essas iniciativas
governamentais acabam por vetar algo que é obrigatório e que se “esconde”,
dentro de algo sem sentido, dentro do campo musical.
Outro problema enfrentado é a necessidade capacitação de professores,
visto que muitos profissionais formados em música são bacharéis, não possui a
didática precisa, sendo assim a contratação e a formação de professores ainda
é um problema
Alguns critérios que poderiam ser usados para a resolução desse
problema, seriam se as faculdades de pedagogia contemplassem uma
disciplina onde o ensino da música fosse estabelecido, dando, pelo menos, um
norte para que esse profissional desenvolvesse um ensino de qualidade,
contemplando esse elemento que é de tão grande valia para o
desenvolvimento dos nossos alunos, por exemplo, na educação infantil, em
que tal disciplina é um dos conteúdos principais, muitas vezes se entende que
ensinar música é apenas cantarolar canções infantis e inseri-la no plano de
aula.
Com todos esses desafios, lacunas e interrogações, educadores
precisam se movimentar em direção de melhoras no campo educacional, onde
os problemas estão em todas as partes, assim o educador musical deve partir
do pressuposto de que a música é uma linguagem e que há uma maneira
organizada de ser trabalhada, e, para isso, os livros, a internet e os demais
recursos dão suporte para que haja um trabalho significativo para todos os
envolvidos.
No entanto, o professor precisa ser pesquisador e buscar novas formas
de ensinar, buscar capacitação, ler, trocar ideias, se atualizar com cursos que
hoje muitos são oferecido pela internet de forma gratuita, pois se esperarmos
por novas leis o ensino inovador das escolas caminhará por direções contrárias
àquelas que acreditamos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto neste trabalho, pode-se entender como a arte contribui
para o desenvolvimento pleno do ser humano, associando-se a uma
aprendizagem significativa e prazerosa. Ao acompanhar todo o processo
vinculado à arte, percebe-se à sua complexidade, a qual ela estabelece na vida
afetiva cognitiva e social das pessoas, representando formas de expressão,
comunicação, atitudes e reflexões. Percebe-se também o seu desenvolvimento
durante as práticas escolares, que aos poucos foi se desestabilizando e
agregando-se a novas formas de ensino.
Apesar de todos os benefícios que ela estabelece na vida do ser
humano, o seu ensino nas escolas ainda é feito de maneira desmotivada,
atribuído a falta de leis consistentes e da falta de um currículo pedagógico que
contemple mais a diversidade educacional em que as artes nos remetem.
Portanto deve-se buscar novas formas de se trabalhar com as artes,
sejam elas: a musical, as plásticas, as cênicas ou a dança, pesquisando e
desenvolvendo novas práticas de ensino, para que ela ganhe seu significado
dentro do campo educacional, fazendo com que os educandos reconheçam
sua importância dentro do seu aprendizado, e aos educadores cabe propiciar
esse ganho com estímulo.
Conclui-se portanto que, o educador precisa pesquisar e procurar formas
criativas e concisas de apresentar as artes aos seus educandos para um
aprendizado significativo, duradouro e prazeroso.

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atividade lúdica, desenvolvimento da criatividade e Educação. Londrina: O
autor, 2005.

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