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1º Ano
Cadeira: Ética
Ética Utilitarista
Tete
2022
Rafael Eduardo Farias
Ética Utilitarista
Tete
2022
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Índice
2. Objectivo do Trabalho ........................................................................................................ 4
3. Ética .................................................................................................................................... 5
4. Utilitarismo ......................................................................................................................... 5
5. Princípio da Utilidade...................................................................................................... 5
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1. Introdução
Este trabalho é de carácter avaliativo e espelha basicamente sobre a ética utilitarista, visto que
o utilitarismo é uma família de teorias consequencialistas, defendida principalmente por
Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que afirma que as ações são boas quando tendem a
promover a felicidade e más quando tendem a promover o oposto da felicidade.
Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase: Agir sempre de forma a
produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar máximo).
2. Objectivo do Trabalho
Este trabalho tem como objectivo principal estudo de ética utilitarista.
2.1.Objectivos Específicos
Conhecer a utilidade;
Identificar os princípios da ética utilitarista;
Analisar os aspectos da ética utilitarista.
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3. Ética
refúgio, ou seja, o lugar onde as pessoas habitam. No entanto, para os filósofos, este termo se
refere ao modo de ser, carácter, índole e natureza.
Neste sentido pode se considerar a ética como um tipo de postura que se refere a um modo de
ser a natureza da acção humana.
4. Utilitarismo
O utilitarismo é uma família de teorias consequencialistas, defendida principalmente por
Jeremy Bentham e John Stuart Mill, que afirma que as ações são boas quando tendem a
promover a felicidade e más quando tendem a promover o oposto da felicidade.
Filosoficamente, pode-se resumir a doutrina utilitarista pela frase:
Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (Princípio do bem-estar
máximo).
Trata-se então de uma moral eudemonista, mas que, ao contrário do egoísmo, insiste no fato
de que devemos considerar o bem-estar de todos e não o de uma única pessoa.
Antes de quaisquer outros, foram Jeremy Bentham (1748-1832) e John Stuart Mill (1806-
1873) que sistematizaram o princípio da utilidade e conseguiram aplicá-lo a questões
concretas – sistema político, legislação, justiça, política econômica, liberdade sexual,
emancipação feminina, etc.
5. Princípio da Utilidade
Bentham expõe o conceito central da utilidade no primeiro capítulo do livro Introduction to
the Principles of Morals and Legislation (“I çã í çã ”)
da seguinte forma:
“P í í segundo o qual toda a ação, qualquer que
seja, deve ser aprovada ou rejeitada em função da sua tendência de aumentar ou reduzir o
bem-estar das partes afetadas pela ação. Designamos por utilidade a tendência de alguma
coisa em alcançar o bem-estar, o bem, a beleza, a felicidade, as vantagens, etc.
O conceito de utilidade não deve ser reduzido ao sentido corrente de modo de vida com um
fim imediato."
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6. Perspectiva moral e política
6.1.Características gerais
O utilitarismo, concebido como um "critério geral de moralidade", pode e deve ser aplicado
tanto às ações individuais quanto às decisões políticas, tanto no domínio económico quanto
nos domínios sociais ou judiciários.
O utilitarismo é um tipo de ética normativa com origem nas obras dos filósofos e economistas
ingleses dos séculos XVIII e XIX. Jeremy Bentham e John Stuart Mill, segundo a qual uma
ação é moralmente correta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir
a infelicidade, considerada não apenas a felicidade do agente da ação mas também a de todos
afetados por ela.
O utilitarismo rejeita o egoísmo, opondo-se a que o indivíduo deva perseguir os seus próprios
interesses, mesmo às custas dos outros, e se opõe também a qualquer teoria ética que
considere ações ou tipos de atos como certos ou errados independentemente das
consequências que eles possam ter.
O utilitarismo assim difere radicalmente das teorias éticas que fazem o caráter de bom ou
mal de uma ação depender do motivo do agente porque, de acordo com o utilitarismo, é
possível que uma coisa boa venha a resultar de uma má motivação no indivíduo.
Antes, porém, desses dois autores darem forma ao utilitarismo, o pensamento utilitarista já
existia, inclusive na filosofia antiga, principalmente no de Epicuro e seus seguidores na
Grécia antiga. E na Inglaterra, alguns historiadores indicam o bispo Richard Cumberland, um
filósofo moralista do século XVII, como o primeiro a apresentar uma filosofia utilitarista.
Umageração depois, Francis Hutcheson, com a sua teoria do "sentido interior da moralidade"
(moral sense) manteve uma posição utilitarista mais clara. Ele cunhou a frase utilitarista de
que "a melhor ação é a que procura a maior felicidade para o maior número de indivíduos".
Também propôs uma forma de "aritmética moral" para cálculo da melhor consequência
possível. David Hume tentou analisar a origem das virtudes em termos da sua contribuição
útil.
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7. Princípios fundamentais
Cinco princípios fundamentais são comuns a todas as versões do utilitarismo:
7.1.Princípio do bem-estar
(the greatest happiness principle em inglês) – O “ ” -estar.
Diz-se que o objetivo pesquisado em toda ação moral se constitui pelo bem-estar (físico,
moral, intelectual).
7.2.Consequencialismo
As consequências de uma ação são a única base permanente para julgar a moralidade desta
ação. O utilitarismo não se interessa desta forma pelos agentes morais, mas pelas ações – as
ã “ á ” çã
então indiferente se o agente é generoso, interessado ou sádico, pois são as consequências do
ato que são morais. Há uma dissociação entre a causa (o agente) e as consequências do ato.
Assim, para o utilitarismo, dentro de circunstâncias diferentes um mesmo ato pode ser moral
ou imoral, dependendo se suas consequências são boas ou más.
7.3.Princípio da agregação
O que é levado em conta no cálculo é o saldo líquido (de bemestar, numa ocorrência) de todos
os indivíduos afetados pela ação, independentemente da distribuição deste saldo. O que conta
é a quantidade global de bem-estar produzida, qualquer que seja a repartição desta quantidade.
Sendo assim, é considerado válido "sacrificar uma minoria", cujo bem-estar será diminuído, a
fim de aumentar o bem-estar geral. Esta possibilidade de sacrifício se baseia na ideia de
compensação: a desgraça de uns é compensada pelo bem-estar dos outros. Se o saldo de
compensação for positivo, a ação é julgada moralmente boa. O aspecto dito sacrificial é um
dos mais criticados pelos adversários do utilitarismo.
7.4.Princípio de otimização
O utilitarismo exige a maximização do bem-estar geral, o que não se apresenta como algo
facultativo, mas sim como um dever.
7.5.Imparcialidade e universalismo
Os prazeres e sofrimentos são considerados da mesma importância, quaisquer que sejam os
indivíduos afetados. O bem-estar de cada um tem o mesmo peso dentro do cálculo do bem-
estar geral. Este princípio é compatível com a possibilidade de sacrifício. A princípio, todos
têm o mesmo peso, e não se privilegia ou se prejudica ninguém – a felicidade de um rei ou de
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um cidadão comum são levadas em conta da mesma maneira. O aspecto universalista consiste
numa atribuição de valores do bem-estar que é independente das culturas ou das
particularidades regionais. Como o universalismo de Immanuel Kant, o utilitarismo pretende
definir uma moral que valha universalmente.
8. O cálculo utilitarista
Um dos traços importantes do utilitarismo é seu racionalismo. A moralidade de um ato é
calculada, ela não é determinada a partir de princípios diante de um valor intrínseco. Este
cálculo leva em conta as consequências do ato sobre o bem-estar do maior número de pessoas.
Ele supõe, então, a possibilidade de se calcular as consequências de um ato e avaliar seu
impacto sobre o bem-estar dos indivíduos.
Para alguns utilitaristas, como o filósofo Peter Singer, o cálculo utilitarista de prazer e dor
deve incluir todos os "seres dotados de sensibilidade", sendo legítimo assim incluir os animais
no cálculo da moralidade de um ato. Singer se refere ao cálculo utilitarista como exclusivo do
ser humano, como uma forma de "especismo", ou seja, preconceito de espécie.
10. Críticas
Segundo Judith Butler, o utilitarismo criou uma razão instrumental que nega a vida daqueles
que se interpõem nas necessidades desta filosofia.
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11. Lei da selva
Os ideólogos do utilitarismo são acusados de promover sem justificativa uma sociedade
superior ou de apoiar a "lei da selva" na economia. Para seus críticos, a ciência econômica
utilitarista reduz o indivíduo a um objeto racional autossuficiente (quando na verdade os
indivíduos são interdependentes com os demais) e se esquece das ligações sentimentais dos
indivíduos entre si. Em sua defesa, os utilitaristas, entretanto, podem indagar se tais críticas
não seriam fruto de um profundo desconhecimento da filosofia utilitarista, indevidamente
associada a uma apologia do capitalismo selvagem.
13.1. Condillac
Condillac apresenta uma Teoria do Valor fundada na utilidade, contrariamente aos
economistas clássicos que o fundavam no trabalho.
Condillac sugere que o valor das coisas advém da utilidade, o que torna um bem escasso é a
dificuldade em o produzir. Portanto como o nome indica, a grande contribuição da crítica
Utilitarista foi exatamente o fundar o valor na sua utilidade.
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13.3. Jean-Baptiste Say
Jean-Baptiste Say recusa-se a acreditar que a produção deva analisar-se como o processo pelo
qual o homem prepara o objeto para o consumo. Segundo Say a produção realiza-se através
do concurso de três elementos, a saber:
Trabalho
Capital
Agentes Naturais (por "agentes naturais" entenda-se a terra, etc).
Tal como Adam Smith, considera o mercado essencial. Esta faceta é facilmente verificada
quando Say afirma que os salários, os lucros e as rendas são preços determinados pelo jogo da
oferta e da procura no mercado de fatores.
O filósofo visualiza o útil como algo que impulsiona a um determinado fim, mas também
como algo que pode produzir júbilo. Esta perspectiva de Hume está associada a um sistema
universal de moralidade, em razão de o indivíduo gozar do estar em meio social e de notá-lo
como algo bom aos homens.
Um problema a respeito do utilitarismo em Hume é que em algumas vezes pensa o útil como
algo que leva à felicidade e em outras o caráter de finalidade, como já citado a cima,
teleológico. Essa ambivalência logo propõe dois eixos em que o filósofo irá trabalhar o
conceito do útil, logo, Hume faz uma associação entre prazer, dor, e felicidade, mas nota à
felicidade uma não necessidade de ser obrigatoriamente o alivio do sofrimento e a obtenção
do prazer.
Em suma, Hume também acredita³ que o anseio pelo júbilo, que aqui é retratada como
felicidade, é que nos faz agir, e esta ação provém de fatores da tendência humana. As atitudes
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corretas para o caráter moral são as que os homens têm tendência a concretizar, logo, a razão
possui apenas valor prático, isolada ela não define o que é correto ou não é.
A partir daí Hume através de sua perspectiva de contribuição útil do indivíduo, permanece
inserindo também a noção de Jeremy Bentham, um dos precursores do utilitarismo, em que
defendia que o homem buscaria em normalidade atingir seu estado de prazer sempre em uma
escala maior com tendência a minimizar toda e qualquer forma de sofrimento.
O segmento do utilitarismo em si acaba se desvencilhando da expressão em senso comum e
aderindo uma ótica com foco ontológico social para o ser, o princípio de utilidade aqui ganha
uma outra noção, a de algo que está não só pertencente à natureza do homem mas a algo
necessário a esta.
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14. Conclusão
Depois do desenvolvimento deste trabalho cheguei a conclusão que o utilitarismo é um tipo
de ética normativa com origem nas obras dos filósofos e economistas ingleses dos séculos
XVIII e XIX. Jeremy Bentham e John Stuart Mill, segundo a qual uma ação é moralmente
correta se tende a promover a felicidade e condenável se tende a produzir a infelicidade,
considerada não apenas a felicidade do agente da ação mas também a de todos afetados por
ela.
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15. Referências bibliográficas
Mill, J. S. Utilitarianism. Hackett Publishing Company, 2001. Capítulos 1 e 2.
BRAGA, Antonio Frederico Saturnino. Kant, Rawls e o utilitarismo: justiça e bem na
filosofia política contemporânea. Rio de Janeiro: Contraponto: ANPOF, 2006. 327 p.
ISBN 9788578660420 (broch.).
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