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2ª Avaliação

“Para Leão XIII não estava no Evangelho, mas no retorno à vida e às


instituições da tradicional sociedade cristã o remédio contra os males
do desenvolvimento industrial”. Como explicar este posicionamento do papa
Leão XIII? Existiria aqui uma
contradição?
A posição da Igreja na encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII é de
busca de conciliação, de harmonia entre empregadores e operários. Para isso, acerca
das condições dos operários, o documento se postula em apontar os riscos do
socialismo e capitalismo, na questão social instaurada no século XIX. Por um lado, o
socialismo que não responde a expectativa cristã, por causar na sociedade um conflito
entre pobres e ricos e desautoriza a propriedade privada; por outro o capitalismo
industrial que ameaça o equilíbrio social-econômico quisto por Leão XIII.

Neste sentido, o documento se apresenta como uma tímida posição da Igreja


em relação ao seu posicionamento político. Na intenção de “garantir a hegemonia da
Igreja sobre o país real, para submeter assim o país legal, amansado, aos ditames
eclesiásticos” (MENOZZI, 106). Se avistava, pois, que para a superação da injustiça
social e assertiva postura quanto aos operários, se resolveria no retorno à medidas
medievais eclesiásticas e, singularmente, na cristianização das organizações sociais,
onde a Igreja se manteria protagonista de conciliação.

Importa-nos, portanto, que a medida da Igreja está muito mais vinculada a sua
postura de conservasse como referência para sociedade cristã, que promulgar
diretrizes de apoio aos movimentos sociais, ainda que de algum modo assim
impulsionara. Neste sentido, a Rerum Novarum acena uma resposta necessária para o
seu tempo e estimula àquilo que se condessou por Doutrina Social da Igreja.

O remédio, portanto, é assegura-se na “segurança da Igreja” isso a instabiliza,


no sentido de mantê-la fixada nas suas diretivas eclesiásticas e, dá aos operários a
modesta noção de apoio. Neste sentido, para Leão XIII, apoiar-se nas estruturas
eclesiásticas é o antídoto para os conflitos causados pelo sistema capitalista
industrial, ao passo que, a Igreja é a referência e auxílio conciliador nas relações
operários, patrões e mediadora na busca dos direitos trabalhistas, no “respeitar a
dignidade do homem [...] visando-o não como vis instrumentos de lucro” (RN10).
A saída, portanto, de manter-se fiel ao Evangelho é renovando nossa
mentalidade e atualizando a mensagem do Evangelho, assumindo-o; certamente
poderemos responder ao “ser cristãos de fato”. Pois o nosso cristianismo, nossa
experiência de fé tem que se traduzir em gestos de humanidade, nas questões sociais
do cotidiano, no intuito de dar dignidade às pessoas, na busca da justiça social.

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Referências Bibliográficas

LEÃO XIII, Encíclica: Rerum Novarum. Disponível em:


<https://www.vatican.va/content/leo-xiii/pt/encyclicals/documents/hf_l-
xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html>. Último acesso: 08 de outubro de 2021.
MENOZZI, Daniele. A Igreja Católica e a secularização / Daniele Menozzi; [tradução:
Tomás Belli]. São Paulo: Paulinas, 1998.

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