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Slide 1

Situação da pandemia continua melhorando, com a média móvel de novos casos e mortes dando sequência a tendência de queda. Ontem, tivemos 451
mortes nas últimas 24 horas, o que levou a média móvel a 438 mortes, a menor média móvel desde novembro, queda de 22% em relação a duas semanas
atrás. Com esse resultado chegamos a 599 mil mortes de covid.

Em relação ao número de casos, tivemos ontem quase 15 mil novos casos, o que levou a média móvel a 15.205 casos, queda de 53% em relação a duas
semanas atrás.

Essa queda é fruto do avanço da vacinação. Já temos 70% da população vacinada com uma dose e 46% da população totalmente imunizada. A média móvel
de vacinação continua em ritmo elevado, indicando que devemos ter a maioria da população imunizada até o fim do ano.
Slide 2

Nessa semana tivemos a divulgação dos dados da produção industrial e do varejo, e ambos indicam um cenário delicado para a atividade econômica em
agosto.

A produção industrial recuou 0,7% em relação a julho, terceira queda consecutiva, acumulando perda de 2,3% nesse período. Em comparação a agosto de
2020, a produção recuou 0,7%, ainda assim, no acumulado de 12 meses a produção aumentou 7,2%.

O recuo foi disseminado, com 3 das 4 grandes atividades apresentando queda e 15 dos 26 setores também em queda. A conjuntura doméstica e
internacional para o setor industrial é bastante delicada. No âmbito doméstico, a crise hídrica, a inflação e desemprego elevado e as incertezas políticas,
prejudicam a recuperação do setor. No lado internacional, a crise logística e a não normalização da cadeia global de suprimentos continua gerando graves
entraves ao setor. Mais recentemente, a piora das perspectivas da economia chinesa e o aumento da incerteza global têm prejudicado o setor.

O varejo também teve resultado negativo, mas numa intensidade muito maior. Em agosto, as vendas do setor recuaram 3,1%, maior queda para um mês de
agosto. Em comparação a agosto de 2020, a queda foi de 4,1%, ainda assim, no acumulado de 12 meses, a produção aumentou 5%.

A queda no setor também foi generalizada. Entre os oito setores, apenas vestuário e calçados e artigos farmacêuticos apresentaram alta. Entretanto, parte
da queda pode ser atribuída à revisão estatística das vendas de julho, que avançaram 2,6% após a aplicação do ajuste sazonal. Como a pandemia alterou
dramaticamente os padrões de consumo, esses ajustes tem sido cada vez mais voláteis.
Slide 3 – PNAD

Também tivemos a divulgação dos dados de mercado de trabalho da PNAD contínua, que finalmente começa a indicar uma melhora do emprego, fechando
um pouco aquele gap com os dados fornecidos pelo CAGED, sinal de que a vacinação está ajudando na recuperação do mercado de trabalho.

Agora, a taxa de desemprego teve queda considerável de um ponto percentual, recuando a 13,7%. O resultado foi fruto de melhora em diversas estatísticas.
A população desocupada recuou 4,6%, enquanto a população fora da força de trabalho caiu 2,9%. Portanto, temos menos pessoas sem trabalho e mais
pessoas procurando trabalho.

Por outro lado, o emprego formal avançou 3,5%, em linha com o CAGED. Porém, a taxa de informalidade aumentou um ponto percentual, alcançando
40,8%. Isso sugere que a recuperação do mercado de trabalho tem sido desigual e de baixa qualidade. Como a maior parte dos trabalhos alijados pela
pandemia eram de baixa qualificação e passíveis de automatização, essas pessoas tendem a retornar à informalidade. Outro indício dessa situação é a renda
média habitual que agora está em R$2506, 2,9% menor que o trimestre anterior e 9% menor do que no mesmo período em 2020.
Slide 4 – Confiança

Dado o cenário desafiador da economia brasileira, não é surpresa que a confiança recuou em todos os setores em setembro, com destaque para a confiança
do comércio e do consumidor, que recuaram 6,8 e 6,6 pontos, respectivamente.

O índice de confiança do consumidor atingiu o menor patamar desde abril deste ano. E essa queda foi determinada por um combo nada agradável: inflação
e desemprego elevado, crise energética, além da já costumeira incerteza política.

A confiança na indústria caiu marginalmente, mas já é o segundo mês consecutivo de queda. As percepções quanto à situação presente e futura vêm
oscilando devido a pressões de custo, alto desemprego, instabilidades econômicas e institucionais. Soma-se ainda a crise hídrica que contribui para elevar a
pressão inflacionária e as incertezas quanto à possibilidade de expansão da produção nos próximos meses, tornando mais pessimistas as expectativas para o
final do ano principalmente entre os segmentos intensivos no uso de energia elétrica.

A confiança dos serviços recuou 2 pontos, interrompendo sequência de cinco altas consecutivas. O resultado ainda não parece sugerir uma reversão da
tendência positiva, mas demonstra que os empresários ligaram o sinal de alerta. Nesse mês, o resultado foi mais influenciado pela revisão das expectativas
em relação aos próximos meses, mas também foi afetado pela percepção de ligeira piora na percepção da situação corrente. Ainda assim, a confiança está
bem acima do nível pré-pandemia.

Por fim, a confiança do comércio foi a mais afetada, já antecipando o mau resultado das vendas do varejo. O resultado negativo é fruto da combinação de
piora tanto da percepção sobre o volume de vendas no presente quanto das expectativas, gerando dúvidas sobre o ritmo de retomada nos próximos meses.
A maior cautela dos consumidores tem sido um obstáculo importante assim como a inflação e o cenário ainda delicado do mercado de trabalho.
Slide 5 – IGP-M

O IGP-M finalmente deu uma folga e em setembro recuou 0,64%. Com este resultado o índice acumula alta de 16,00% no ano e de 24,86% em 12 meses.

O minério de ferro continua influenciando o resultado do IGP-M. A sua queda de 21,74% foi a principal contribuição para o resultado do índice. Sem o
minério de ferro, o IGP-M teria registrado alta de 1,21% em setembro.

Com isso, o IPA recuou 1,21%, enquanto o IPC subiu 1,19%, esse último ainda bastante pressionado pela tarifa de energia elétrica.
Slide 6 – Focus

O Focus continua indicando a mesma dinâmica das últimas semanas. O IPCA sofreu a vigésima sexta revisão altista, para 8,51%, vindo de 8,45%. Para 2022, a
expectativa continua descolando, com a mediana hoje em 4,14%, já bem acima da meta.

As expectativas para o PIB ficaram estáveis, tanto em 2021 quanto em 2022. A mediana é de um crescimento de 5,04% em 2021 e 1,57% em 2022.

Câmbio também ficou estável em 5,20 para 2021 e uma leve piora em 2022, com a mediana ficando em 5,25.

Por fim, a Selic ficou estável após a última decisão do Banco Central e a divulgação da ata da reunião. Como só temos mais duas reuniões até o fim do ano,
as expectativas para esse ano já estão bem ancoradas em 8,25%. Para o ano que vem, a expectativa é de 8,5%.
Slide 7 – Internacional

Para finalizar, no lado internacional, essa semana tivemos muita volatilidade nos mercados devido a questão do teto da dívida americana. O tesouro
americano prevê ter recursos para manter o Estado funcionando apenas até o dia 18 deste mês. Após isso, o governo americano suspenderia o pagamento
de juros e programas públicos, entrando efetivamente em default. Há uma discussão no senado americano para expandir esse limite e evitar o shutdown do
governo americano. Os senadores democratas queriam propor uma votação para suspender o limite da dívida até dezembro de 2022. Os republicanos são
contra e propõem a suspensão apenas até dezembro de 2021. Há uma terceira alternativa, que não depende de votação no Senado que seria a chamada
reconciliação do orçamento, mas que o governo e os democratas são contra. Com certeza teremos alguma solução até o dia 18, mas podemos ter muita
volatilidade nesse período.

Ainda nos Estados Unidos, a balança comercial registrou déficit de 73,3 bilhões de dólares em agosto, com as exportações alcançando 213 bilhões, aumento
de 1 bilhão em relação a julho, e as importações alcançando 287 bilhões, aumento de 4 bilhões em relação a julho. Por fim, o indicador de atividade
antecedente PMI indicou desaceleração no crescimento da economia americana, alcançando 55 pontos em setembro, vindo de 55,4 em agosto. Esse índice
indica crescimento econômico caso esteja acima de 50.

Na Europa, os preços ao produtor industrial aumentaram 1,1% em agosto, puxado principalmente pelos custos de energia que subiram 2,2%. Aliás, não é
apenas o Brasil que passa por crise energética, diversos outros países estão com problemas na oferta de energia, gerando receios de uma crise energética
global.

O PMI europeu indica forte desaceleração econômica em setembro, caindo de 59 pontos em agosto para 56,2 pontos em setembro, fruto das pressões
inflacionárias e da não normalização das condições de oferta. Ainda assim, o crescimento se manteve em patamar elevado de acordo com o índice.

Por fim, o Real não teve uma semana muito boa, desvalorizando 2,75% em relação à cotação da última sexta-feira. Desde o início da semana, o cenário
externo tem piorado com as incertezas sobre a dívida americana somando às já conhecidas incertezas sobre a política monetária americana e a crise
imobiliária chinesa. No lado doméstico não tivemos nenhum fato relevante capaz de segurar a desvalorização, com isso a aversão ao risco global tem
fortalecido o Dólar contra as principais moedas.

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