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No contexto do modelo em economia aberta, um importante parâmetro é a elasticidade de

Armington, que regula o grau de substituição entre os bens produzidos domesticamente e os


bens produzidos internacionalmente. Para solucionarmos o modelo, precisamos de estimativas
para cada bem de cada setor. Entretanto, essa tarefa é inviável quando temos 66 setores: não
há significância estatística em nenhuma estimativa nesse contexto, uma vez que seria
necessário obter estimativas para 66x66 elasticidades.

A alternativa que adotamos é assumir a hipótese que a elasticidade de Armington é única para
cada setor, o que reduz o número de elasticidades para apenas 66. Existem algumas opções
para determinar os valores dessas elasticidades. Uma delas seria estimá-las, o que exigiria
longas séries temporais e métodos econométricos que fogem do escopo deste trabalho. Uma
alternativa seria imputar os valores para cada elasticidade com base em estimativas obtidas
junto à literatura relevante. Iremos seguir por esse caminho.

Uma limitação dessa alternativa é a falta de consenso na literatura. Diversos trabalhos que se
propõem a estimar essa elasticidade encontram valores bastante díspares. Além disso, existem
poucas estimativas confiáveis para a economia brasileira, e as que existem se concentram em
poucos setores.

O principal trabalho sobre elasticidades de Armington para a economia brasileira é Tourinho et


al. Bla bla bla

Outro trabalho relevante é o de Kume e Piani. Bla bla bla

Uma forma de contornar a escassez de estimativas para a economia brasileira seria utilizar as
estimativas mais comumente utilizadas na área. Muitos trabalhos da área se baseiam nas
estimativas do Global Trade Analysis Project (GTAP). GTAP é uma rede de pesquisadores que
conduzem pesquisas quantitativas sobre os efeitos de comércio internacional e compila
estimativas para essas elasticidades, que são amplamente utilizadas pela literatura.
Entretanto, ela apresenta baixa variabilidade entre os setores, o que é uma hipótese pouco
plausível.

Dada a ampla utilização dessas estimativas, o trabalho de Hertel et al se propõe a validar as


elasticidades e obtém estimativas para os 42 setores inclusos no GTAP para diversos países,
incluindo o Brasil.

O trabalho de Ahmad et al também tenta consolidar as estimativas das elasticidades de


Armington obtidas por diversos estudos. Os autores investigam se as diferentes formas de
agregação explicam as discrepâncias entre as estimativas. Para tanto, criam uma medida de
concordância para cada sistema de classificação setorial utilizado em 5 estudos relevantes.
Concluem que poucos setores apresentam padrões consistentes entre todos os estudos.

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