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Unidade Curricular: Educação Especial e Inclusão

Docente: Isabel
Aluna: Nádia Renata Ribeiro Vieira
Ano Letivo 2021/2022

O que são as perturbações da comunicação e que estratégias


podem ser utilizadas na intervenção em contexto educativo?

A comunicação é um processo vital na vida de cada ser humano para que este consiga
interagir com o mundo. Existindo diferentes tipos de comunicação como: verbal oral e não oral,
não verbal oral ou não oral.

Mas mais do que distinguir, é necessário perceber quando existem perturbações a essa
comunicação e a criança não consegue receber, enviar, processar ou compreender conceitos
verbais, não verbais e sistemas de símbolos gráficos. Então estas perturbações podem estar
dividas em quatro: a perturbação da linguagem, a perturbação dos sons da fala, a perturbação
da pragmática ou comunicação social e a disfluência/gaguez.

Quando nos referimos a perturbações da linguagem, estamos a falar sobre as


dificuldades que a criança apresenta no uso da linguagem nomeadamente devido a défices na
compreensão ou na produção oral e não oral. A criança apresenta complexidades na
comunicação com o outro e quando comparada ao seu semelhante, o seu desenvolvimento
comunicacional está abaixo do esperado o que a leva a um limite no sucesso académico.
Geralmente estes sintomas aparecem numa fase inicial do seu processo evolutivo.

No que toca à perturbação dos sons da fala, há uma constante dificuldade em produzir
sons o que origina a uma fraca habilidade para a produção do discurso. Por vezes, a criança
desiste da comunicação por não saber como o fazer e não entender as suas dificuldades.

Relativamente à perturbação da comunicação social ou da pragmática, não há


consciência da adequação ao contexto ou da modificação do timbre adequando ao contexto
assim como a falta de perceção das fases de um diálogo no que toca à sua vez de falar. Esta
perturbação pode não surgir precocemente.

A intervenção em casos com perturbações de comunicação deve ser sempre


individualizada e adaptada às necessidades do indivíduo, percebendo quais as suas dificuldades
e as suas capacidades. Para que esta intervenção aconteça é necessário o apoio dos pais para
que estes sejam também sujeitos ativos neste processo, mas de uma forma consciente e
capacitada.
Unidade Curricular: Educação Especial e Inclusão
Docente: Isabel
Aluna: Nádia Renata Ribeiro Vieira
Ano Letivo 2021/2022

O contexto educativo é um pilar fundamental onde podem ser criadas estas estratégias
que facilitem a comunicação entre todos os alunos com ou sem perturbações de comunicação.
Tomarei como exemplo o ensino no pré-escolar, sala dos 5 anos. A organização da sala é de
extrema importância para que tudo funcione de forma adequada a cada aprendizagem e por
isso devemos usar imagens alusivas ao que é realizado naquela área específica: a leitura -
imagem de uma criança com um livro; acolhimento – várias crianças sentadas numa manta todas
juntas; experiências – imagens com materiais de experiências como óculos, lupas; trabalho –
caderno com vários lápis; zona de saída da sala – meninos em fila uns atrás dos outros.

Este conjunto de imagens (pistas visuais) leva a que uma criança com uma perturbação
associe mais rapidamente ao que é esperado que ela faça naquele local específico.

Outro exemplo de estratégia é o reconhecimento dos números. Nem todas as crianças


conseguem detetar que ao algarismo 2 corresponde a quantidade 2. Um quadro afixado na
parede, feito em cartolina que mostre cada algarismo seguido da quantidade em carrinhos.
Número 1 = 1 carro, número 2 = 2 carros. Assim, a criança inicia a sua associação mais
rapidamente entre o número que deverá aprender e a sua quantidade através de um elemento
que lhe é familiar: um carro de brincar.

Os profissionais de educação têm um papel fundamental no despiste e intervenção


precoce junto dos indivíduos com perturbações da comunicação, podendo contribuir para
minorar os obstáculos que estes encontram diariamente, e também através do
encaminhamento para um profissional especializado como o Terapeuta da Fala. É fundamental
que os docentes aprofundem os seus conhecimentos, não só sobre o desenvolvimento típico da
comunicação, linguagem e fala - de modo a poderem reconhecer sinais de alerta - mas também
sobre as estratégias que poderão implementar para que, de forma sustentada e em equipa,
possam promover o desenvolvimento comunicativo e linguístico destes indivíduos e capacitá-
los para a sua vida escolar, social e pessoal.

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