Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
2.2 Estrutura das epístolas. Em geral, as epístolas do NT seguem a forma padrão das cartas antigas, como pode ser visto
pelo estudo da extensa correspondência em papiros que foi preservada. A ordem epistolar usual era: nome do escritor e
destinatários, saudação, oração ou desejo de bem-estar dos leitores, corpo da carta e saudações finais (WICLIFFE, 2006, p.
653). Vemos esse modelo sendo usado por Paulo nas cartas por ele escritas (Rm 1.1; 1Co 1.1,2; Gl 1.1; Ef 1.1,2).
3.2 Epístolas gerais. As epístolas de: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro; 1, 2 e 3 João e Judas foram agrupadas e chamadas de
universais, em virtude dessas serem dirigidas a um público mais amplo, e não a uma igreja ou pessoa em particular.
IV – AS EPÍSTOLAS INSTRUEM SOBRE AS DOUTRINAS APOSTÓLICAS
4.1 Instruem sobre a doutrina da salvação. A obra salvífica realizada por Cristo é tema basilar em todas as epístolas,
aliás, é o tema central das Escrituras Sagradas. Os apóstolos enfatizaram a universalidade do pecado, pois “todos pecaram
e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). Devido a essa condição, a humanidade necessita de um Salvador. E a
única solução para restaurar a comunhão pedida em decorrência da queda do homem no Éden é o sacrifício de Cristo na
cruz do calvário (Rm 3.25; 2C 5.19; Ef 2.13; Cl 1.20; Hb 9.28; 1Jo 2.2; 4.10). Essa oferta de Cristo, como um cordeiro
imaculado, alcança todo homem; por isso, os apóstolos registraram nas epístolas que a salvação é ofertada a todos
indistintamente: “...o qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade”
(1Tm 2.4). Outros textos confirmam essa assertiva (Rm 5.18, 1Tm 2.4,6, Tt 2.11, Hb 2.9; 2Pd 3.9). Encontramos nas
epístolas um tratado completo sobre a eficácia e suficiência da obra do nosso Senhor Jesus para a humanidade.
4.2 Instruem sobre a doutrina da santificação. O apóstolo dos gentios escrevendo aos Tessalonicenses afirma: “...Esta é
a vontade de Deus, a vossa santificação…” (1Ts 4.3). Essa doutrina é tratada nas epístolas de maneira vital e urgente
(Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10; 1Ts 4.3). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo
passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto,
Paulo indica que é pelo Espírito Santo que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do
crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego
“dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a
necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b),
ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo
estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15).
4.3 Instruem sobre o arrebatamento da Igreja. Um dos assuntos recorrentes nas epístolas é sobre a vinda do Senhor; as
cartas recomendam a preparação da Igreja enquanto noiva do cordeiro para o encontro com o Senhor. O apóstolo Paulo fez
menção desse evento na missiva aos coríntios: “num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta;
porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformado.” (1Co 15.52).
Escrevendo aos Tessalonicenses (1Ts 4.13-18), o apóstolo apresenta a sequência do arrebatamento: 1º) O Senhor descerá
do céu; 2º) Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3º) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados.
Portanto, o Arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus levará a Sua Igreja para junto de Si. Este ensino,
da vinda iminente de Jesus Cristo, é relatado em várias passagens nas epístolas do Novo Testamento (1Co 1.7; 16.22, Fp
3.20; 4.5, 1Ts 1.10; 4.15-18; 5. 6; 1Tm 6.14; Tt 2.13; Hb 9.28; Tg 5.7-9; 1Pd 1.13; Jd 21).
V – AS EPÍSTOLAS AUXILIAM NA FORMAÇÃO DO CARÁTER CRISTÃO
5.1 As epístolas ressaltam o caráter cristão. Esse tipo de caráter é implantado no crente por ocasião da regeneração. Este
termo se origina da expressão grega “paliggenesia”, que significa: “novo nascimento, renovação, recriação” (Jo 3.5; 2Co
5.17; Tt 3.5). É por meio do novo nascimento que a imagem de Deus é restaurada no homem, o Espírito Santo passa a
residir nele, produzindo as virtudes de Cristo, a medida que este se deixa conduzir pelo Espírito (Gl 5.22).
5.2 As epístolas ressaltam o Espírito Santo na formação do caráter cristão. O Espírito de Deus ocupa-se da tarefa de
nossa transformação espiritual, desde o convencimento do pecado (Jo 16.8), a regeneração (Jo 3.5; Tt 3.5), e a santificação
(2Ts 2.13; 1Pd 1.2). O Espírito Santo é mencionado algumas vezes no AT como “Espírito” (Gn 1.2; Êx 31.3; 104.30; Is
44.3; 37.14); em outras passagens como Espírito Santo (Is 63.10,11; Sl 51.11). Já no NT, onde se dá especificamente a
dispensação do Espírito, Ele é mais citado como “Espírito Santo”, o que destaca seu principal ministério na igreja:
santificar o crente. Essa distinção de ofício do Espírito Santo no Antigo e NT é claramente percebida em 2Corintios 3.7,8.
Segundo Champlin (2004, p. 649): “O Espírito Santo trabalha no caráter básico de todos nós, porém, o nosso próprio
desenvolvimento, apressa ou retarda essa atuação do Espírito”.
5.3 As epístolas ressaltam a Palavra de Deus na formação do caráter cristão. A Palavra de Deus tem a função de
santificar o homem (Sl 119.9; Jo 15.3; 17.17). Paulo disse a Timóteo que: “toda a Escritura é divinamente inspirada, e
proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (2Tm 3.16). Os símbolos da Palavra
também aludem a sua capacidade de moldar o caráter humano, tais como: (a) o fogo que derrete o ferro (Jr 23.29-a); (b) o
martelo que esmiúça a pedra (Jr 23.29-b); e, (c) a tesoura que poda os ramos frutíferos (Jo 15.2).
CONCLUSÃO
As epístolas no período do Novo Testamento assumiram papel vital na disseminação dos ensinos apostólicos. Foi
por meio delas que a Palavra de Deus com a mensagem de salvação alcançou vários povos. Além disso, os ensinos contidos
nelas são usados para a formação do caráter cristão.
REFERÊNCIAS
• SHEDD, Russell. BÍBLIA SHEDD. VIDA
NOVA.
• CHAMPLIN, NORMAN. O Antigo
Testamento interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
• PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário
Bíblico Wycliffe. CPAD.