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CADEIRA: CI

Módulo II: Teorias pré clássica e clássica do CI


Modulo II: Teorias pré clássica e clássica do CI
2

• As teorias do CI sustentam-se nas teorias de troca individual e


fundamentam-se nos conceitos de microeconomia.
• Duas questões que as teorias procuram responder:
• 1ª Determinação dos padrões do CI:
Ø O que um país produz a mais e o que deve importar?
Ø Que opções deve tomar em termos de especialização?

— 2ª Determinação dos termos de troca internacional


Termo de troca - exprime a relação entre quantidades de produtos
objecto de troca entre duas nações.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica
3

— O Mercantilismo foi a primeira Teoria do Comércio


Internacional, um conceito económico ou uma doutrina
económica que defende que o controlo governamental do
comércio externo é de extrema importância para assegurar a
prosperidade e segurança do Estado.
— Assim as nações deveriam exportar mais produtos e importar
menos, obtendo saldo positivo na balança comercial e usar esse
saldo para a importação de metais preciosos e fortalecer o poder
do estado da nação.
— Como consequência da ampliação do horizonte económico
propiciado pelos descobrimentos marítimos do séc. XVI a
meados do XVII, o fortalecimento do estado deu-se por meio de:
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
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• Metais preciosos
• Controlo governamental da economia
• Expansão comercial

Fundamento do mercantilismo: na realização de trocas comerciais


entre duas nações é impossível ambas saírem a ganhar, uma
ganha e a outra perde. O CI deveria servir como meio de
acumulação de riqueza e só faz sentido participar nele se a nação
sair a ganhar.
Deste modo, os mercantilistas refutavam a possibilidade de um
aumento do bem estar mundial como resultado das trocas
comerciais internacionais.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
- Principais defensores
5

i. Sir Thomas Munn (17 de Junho de 1571 – 21 de Julho de 1641),


foi um escritor inglês de temas sobre economia, sendo
referenciado como o último dos primeiros mercantilistas. Assumiu
um papel proeminente na criação de meios que visavam assegurar
que exportações fossem sempre superiores às importações, como
forma de “enriquecer o reino”.

ii. Jean-Baptiste Colbert (29 de Agosto de 1619 – 6 de Setembro


de 1683), foi Ministro das Finanças de França, tendo recebido a
incumbência de reduzir a hegemonia comercial dos holandeses
através da produção de bens de alta qualidade. Construiu uma
grande frota de navios para o seu transporte e comercialização
destes bens.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
- Principais defensores
6

• iii. António Serra, de nacionalidade italiana, foi o primeiro a


analisar as características gerais do retrocesso económico e
dependência:
q falta de indústrias;

q falta de governos capazes de estimular as exportações,


investimentos e comércio;
q falta de empresas dinâmicas, enfim, pobreza de comércio.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
7

1. As Medidas de Política da Economia Mercantilista:

1) Tarifas muito elevadas, particularmente para os bens


manufacturados;
2) Monopólio dos mercados servidos pelos portos principais ou
estratégicos;
3) Trocas comerciais exclusivas com as colónias, mercado
exclusivo para os bens manufacturados da metrópole e fonte
exclusiva do ouro, prata e outras matérias-primas para a
metrópole;
4) Proibição do transporte dos bens de exportação ou de
importação em navios estrangeiros;
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
8

5) Subsídios às exportações;
6) Banimento de todas as exportações de ouro e prata;
7) Subsídios directos à indústria transformadora;
8) Limitação de salários;
9) Maximização do uso dos recursos domésticos;
10) Restrição do consumo doméstico;
11) Promoção do nacionalismo.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
9

2. Os Três Pressupostos do Mercantilismo:

1) Há um montante finito (fixo) de riqueza no mundo;


2) Um país só pode crescer à custa de outros países (nacionalismo
económico);
3) O nível do comércio mundial é fixo e a única via de aumentar o
seu volume era tirando-o doutros países (assegurar o superávite
permanente da Balança Comercial).
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
10

3. O Uso das Colónias para Alcançar um Saldo Favorável da


Balança Comercial (Superavit):

1) A economia das colónias era secundária em relação à da


metrópole;
2) As colónias deveriam fornecer matérias-primas baratas à
metrópole e assegurar a comercialização dos bens
manufacturados da metrópole;
3) Em troca, a metrópole deveria garantir a segurança militar e a
administração política das colónias;
4) As colónias de um país realizam trocas comerciais exclusivas
entre si ou com a metrópole.
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
11

4. As Críticas ao Mercantilismo:

Adam Smith e David Hume condenaram severamente o


Mercantilismo:
1) Para os mercantilistas o comércio é um jogo de soma zero (zero-
sum game), em que o ganho de um país resulta numa perda para
o outro país. Adam Smith e David Ricardo defendem que o
comércio deveria ser um jogo de soma positiva (positive-sum
game), onde todos ganham;
2) Os mercantilistas dão demasiada importância ao ouro e prata, o
que não é sustentável;
Teoria Mercantilista ou pré-clássica(cont)
12

3) Os mercantilistas atribuem demasiada importância ao superávit


da Balança Comercial. Um jogo onde só ganha um lado não é
sustentável;
4) A ideia de que as colónias existiam para o beneficio das
metrópoles não era saudável;
5) O Mercantilismo foi a causa de guerras frequentes na Europa;
6) O mercantilismo alimentou a expansão colonial, incluindo as
guerras de ocupação.
Teoria Clássica CI
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Teoria Clássica do CI subdivide-se em:


i. Teoria das vantagens absolutas
ii. Teoria da vantgens comparativas (vant. Relativas)

Teoria das vantagens absolutas - Adam Smith 1776


Origem: Teoria desenvolvida por Adam Smith na sua obra “A
Riqueza das Nações” (The Wealth of Nations, 1776); Adam
Smith começa com uma crítica à Teoria Mercantilista,
argumentando que o Mercantilismo:
a. Enfraquece os países;
b. Adopta restrições ao comércio livre que reduzem a riqueza
dum país;
Teoria das Vantagens Absolutas
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§ Negligencia ou ignora outros factores tais como os recursos


naturais, a mão-de-obra e o nível das suas habilidades, o
capital, entre outros;
§ Defende as políticas restritivas que favorecem a promoção de
exportações e desencorajam as importações criando barreiras
ao comércio internacional;
§ Favorece a exploração colonial.

Foi a primeira teoria do comércio a indicar a importância da:


a) Especialização na produção;
b) Divisão internacional do trabalho;
c) Intercâmbio entre os países.
Teoria das vantagens absolutas
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A formulação do argumento:

q Adam Smith argumenta que um país tem uma vantagem absoluta


na produção de um bem quando é mais eficiente do que qualquer
outro país na produção desse bem;

q Os países deviam especializar-se na produção e exportação dos


bens em que têm uma vantagem absoluta e importar dos outros
países os bens em que têm uma desvantagem absoluta na sua
produção.
Teoria das vantagens absolutas
16

Ou seja,

q O CI seria mutuamente vantajoso para os participantes desde que


um país atendendo as suas dotações e recursos disponíveis,
pudesse produzir determinado bem a custos absolutos
comparativamente mais baixos em relação a outros Países e
devendo-se especializar na produção desse bem e trocando-o
pelos bens nos quais outros países iriam-se especializar.
Alguns Exemplos da Teoria das Vantagens Absolutas:

17

Sendo dois países Moçambique e África do Sul, que produzem dois


bens- arroz e pescado em toneladas por hora. Qual dos países tem
vantagem absoluta e na produção de que bem?

Resposta:
Na produção de arroz Moçambique possui vantagem absoluta
porque produz 10 toneladas e a RSA 7 toneladas.
No pescado a RSA possui vantagem absoluta porque produz 14
toneladas e MOZ 8 toneladas.
Teoria das Vantagens Absolutas
18

As Vantagens Absolutas no Custo:

a. Especialização: A especialização eleva a produtividade do


trabalho e permite a obtenção de custos menores por unidade
do bem produzido;
b. Aptidão: A adequabilidade das habilidades do trabalho do país
na produção de determinados bens;
c. Economias de Escala: As economias de escala ajudam a reduzir
os custos do trabalho por unidade do bem produzido.
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As Vantagens Absolutas Naturais:


a. Recursos Naturais: Exemplo: Moçambique possui grandes
reservas de gás natural, carvão mineral, minérios das areias
pesadas;
b. Condições Climáticas: Exemplo: Moçambique possui uma
grande extensão de terra arável, florestas, entre outros;

As Vantagens Absolutas Adquiridas: Tecnologia; habilidades do


trabalho (investimento na educação).
O Significado Económico das Vantagens Absolutas
20

As vantagens absolutas significam:


a. A disponibilidade de maiores quantidades de ambos os bens
na economia;
b. Níveis de vida mais elevados em ambos os países;
c. Maior eficiência produtiva na produção dos dois bens nos
dois países;
d. Maior eficiência e efectividade económica global;
e. Maximização da produtividade global e da produtividade
dos outros sectores;

NB. Quando um país produzisse ambos bens com vantagens


absolutas, então não haveria espaço para CI, de acordo com Adam
Smith.
Exemplos
21

Sendo dois países Moçambique e África do Sul, que produzem dois


bens, arroz e pescado em toneladas por hora. Qual dos países tem
vantagem absoluta e na produção de que bem?

Bens Paises
MOZ RSA
Arroz 13 11
Pescado 20 9

Neste caso Moçambique tem vantagem absoluta na produção de


ambos bens. A teoria das vantagens absolutas deixa de funcionar.
A Teoria das Vantagens Comparativas de David
Ricardo
22

O que diz a Lei das Vantagens Comparativas de David Ricardo:


q Mesmo que o país A seja ineficiente ou não tenha nenhuma
vantagem absoluta em relação ao país B na produção de ambos os
bens (X e Y), existe, ainda assim, uma base para um comércio
mutuamente benéfico;

q O país A deveria especializar-se na produção e exportação do


bem em que a sua desvantagem absoluta é menor (o bem da sua
vantagem relativa) e importar o bem em que a sua desvantagem
absoluta é maior (o bem da sua desvantagem relativa).
Exemplo 1
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Preço relativos
Bens Paises
MOZ RSA
Arroz 13 11
Pescado 20 9

Moz (arroz)=1320 = 1.54 e RSA(Arroz)= 119 = 1.22


Interpretação: Moçambique para a produção de um tonelada
de arroz deve abdicar de produzir 1.54 toneladas de
pescado e RSA para produzir uma tonelada de arroz
sacrifica 1.22 toneladas de pescado.
Isto significa que a RSA tem vantagem na produção de arroz e
Moz no pescado.
Exemplo 2
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Quando os dados são apresentados em termos de


produtividade media então deve-se calcular a produtividade
relativa: Produtividade
relativa
Bens Países Países
moz RSA Moz RSA
Arroz 12 5 12/5=2.4 5/12=0.41
Pescado 10 3 10/3=3.33 3/10=0.3

Neste caso Moz especializa-se no pescado porque a sua


vantagem relativa é maior (3.33 ou 333%) e RSA especializa-
se na Produção de Arroz porque a sua desvantagem é menor
(0.41 ou 41% ) em relação ao pescado 30%.
Teoria das vantagem relativas (comparativa)
25
Vantagens relativas (comparativas) ou custos relativos
(comparativos) – David Ricardo 1817
“Se na ausência do CI, se os preços relativos de dois bens diferem
de um país para o outro, os dois países podem beneficiar de uma
troca de bens com rácios intermédios de preços (preços
relativos)”.
Consequências :
§ Um país pode ter interesse em importar mercadorias que ele
produziria a custo mais baixo;
§ Um país pode ter interesse em produzir mercadorias cujo o custo
é para ele mais desvantajoso na condição de obter, pela troca
internacional, mercadorias que lhe custariam ainda mais caro se
ele próprio as produzisse.
26

Teoria de valor de trabalho de Ricardo:


“O valor dos produtos é função do valor do trabalho empregue na
sua produção e o preço em autarcia é pouco relevante na
determinação da procura.”

Contestação:
§ A mão de obra não é homogênea
§ O valor do produto depende também de outros inputs utilizados
na produção.
Pressupostos ou Hipóteses do Modelo
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Pressupostos da teoria clássico - Hipóteses do modelo


— H1: dois países e dois bens - 2x2;
— H2: utiliza-se único factor de produção- factor trabalho (L).
Seja:

Q quantidade do bem A
A
QB
quantidade do bem B
aLA
qde de trabalho necessária para produzir o bem A
aLB qde de trabalho necessária para produzir o bem B
Equação da CFPP ou C. Transformação
28

aLAQA + aLBQB £ L
Gráfico da CFPP
29
Hipóteses do Modelo (cont.)
30

— H3: os países utilizam funções de produção diferentes;

aLA = aLB
— H4: a função de produção tem rendimentos constantes escala;

— H5: assume-se concorrência perfeita nos mercados dos produtos e


dos factores de produção com os custos de produção reflectidos
nos preços do bens;

— H6: tecnologia linear e condições dadas e usa um factor de


produção (trabalho);
31

— H7: factores de produção e produtos são homogéneos;

— H8: condições de procura dadas, sendo as preferências dos


consumidores idênticas nos dois países;

— H9: Ausência de restrições ao comércio;

— H10: w como sendo o salário de cada unidade de factor trabalho.


ANÁLISE EM ECONOMIA FECHADA
32

— Tendo em conta as dez hipóteses do modelo:

— A e B - bens produzidos numa dada economia

— aLB e a LA - qdes de factor Trabalho

— W – salário

—
Análise em economia fechada
33

—
P
Custo de produção do bem A= Wa ÞW = A
Porque P = Wa
LA
a LA
A LA
(Hipótese 5 )

P Porque =
Custo de produção do bem B= WaLB Þ W =
P Wa B

— a
Tendo como base as assumpções efectuadas os preços relativos
LB
B LB

dos bens seriam determinados somente pelo trabalho neles


incorporado.
—

P = Wa
A LA
= a LA
æ ö æ
Preços relativos de Aç P A ÷ custo relativo de Aç a LA ÷
ö
ç ÷ ç ÷
P Wa
B LB a LB è PB ø è a LB ø
Mobilidade Completa e Perfeita de L
34

Se P >aA LA
então o w no sector de produção A é superior ao salário no sector B : Neste caso a
P a B LB

economia especializa-se na produção de A.

Se P <aA LA
então o w no sector de produção B é superior ao salário no sector A : Neste caso a
P a B LB

economia especializa-se na produção de B.

Se P =aA LA
, A economia poduzirá os dois bens (A e B). Daí que em autarcia seja forçosa esta
P a B LB

condição.
Análise em economia aberta
35

— Análise em economia aberta


EX Algodão Batata Total de horas (L)
MOZ 20 h/homem 40 h/homem 60 horas disponíveis
RSA 40 h/homem 20 h/homem 60 horas disponíveis

aLA
aLB
=
20
40
=
1
2
custo relativo de A em relação a B em
Moz.
a LA i 40
a LB
=
20
=2 custo relativo de A em relação a B na
RSA
Questão
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Desenhe a CFPP das duas nações de acordo com os dados da tabela


mostrando o ponto de consumo de cada nação:
1º)- sem ter em conta o vector de especialização;
2º)- tendo em conta a especialização e termos de troca de 1/1;
3º) - Determine os ganhos/perdas de cada nação e da região.
Gráfico de especialização
37
Exemplo 2
38

Ex2
Pais Algodão Batata Total de horas (h)
Moz 20 h/h 50 h/h 70 horas disponíveis
RSA 80 h/h 60 h/h 140 horas disponíveis

— Determinar os preços relativos.


— Em que produto cada país tem vantagem comparativa?
— Faça (desenhe) o gráfico das duas nações (LFPP) sem comércio.
TERMOS DE TROCA
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— Termo de troca -Preço relativo pelo qual um país comercializa


um dado produto com outro país.

— As vantagens ou desvantagens no comércio internacional


dependem dos termos de troca acordados entre as duas nações
(ganhos ou perdas no CI).

— Tendo em conta o ex. anterior, determine os ganhos/perdas de


cada nação usando o termo 1/1 e da região como um todo.

— Represente graficamente.
Gráfico: da RSA
40
Modelo do CI com custos de oportunidade crescente
41

Fronteira de produção com custos crescentes


Significa desistir de produzir quantidades cada vez mais crescentes
de um bem para produzir uma unidade adicional de outro bem.

Desde modo, os custos de oportunidade crescentes resultam em


uma linha fronteira de possibilidades de produção côncava em
relação a origem dos eixos.
Fronteiras de possibilidade de produção
42
Taxa marginal de transformação
43

Taxa marginal de transformação (MRT) de x por y se refere a


quantidade de y que a nação deve abdicar de produzir, para
produzir cada unidade adicional de x.

Razões:
• Os factores de produção não são homogéneos;
• Não são usados na mesma proporção.
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Curvas de indiferença comunitária


Mostram várias combinações de dois bens que proporcionam o
mesmo nível de satisfação.
Características:
• Convexas em relação a origem;
• Nunca se cruzam;
Gráfico: Curvas de indiferença
45
46

• Pontos na mesma curva de indiferença proporcionam o mesmo


nível de satisfação;
• As curvas mais afastadas da origem representam maior nível
satisfação.

Taxa marginal de substituição


Taxa marginal de substituição de x por y se refere a quantidades de
y que a nação deve abdicar de consumir, para consumir cada
unidade adicional de x e manter-se na mesma curva de
indiferença.
Equilíbrio relativo no preço
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Equilíbrio relativo no preço dos bens e as vantagens comparativas.


O preço relativo dos bens em autarcia -
É o ponto de tangencia entre as CFPP e a curva de indiferença isto
é, no ponto de produção e de consumo respectivamente.
Gráfico: Preço relativo dos bens em Autarcia
48
Gráfico:Ganhos no C. Com COC
49
Especialização incompleta e caso de país pequeno
50

— No comércio internacional com custos crescentes a


especialização é incompleta, isto é , o país especializa-se na
produção do bem da sua vantagem, entretanto, continuará a
produzir quantidades reduzidas do bem da sua desvantagem.
Os ganhos a partir da troca e da especialização
51
O CI baseado na diferença nos gostos
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Termos de troca
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— Os termos de troca dum país são definidos como o rácio do preço


do bem de exportação sobre o preço do bem de importação: TOT
= (Índice do preço de exportação)/( Índice do preço de
importação)*100.
— Uma vez que num mundo de dois países, as exportações dum país
são as importações do seu parceiro comercial, os termos de troca
deste último são o inverso ou o recíproco dos termos de troca do
primeiro.
— Num mundo de muitos bens, os termos de troca dum país são
dados pelo rácio do índice de preços de exportação sobre o índice
de preços de importação multiplicado por 100, como indicado
acima.
Utilidade do modelo clássico
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— Existe uma quantidade considerável de informações;


— Mostra as condições de produção e de oferta em ambas nações;
— Os gostos e preferências da demanda;
— Os pontos de produção e de consumo em economia fechada;
— O preço relativo de equilíbrio dos bens na ausência do CI;
— As vantagens comparativas de cada nação;
— O grau de especialização.
— Os termos de troca;
— Os ganhos com o comércio e como são distribuídos por cada uma
das nações .
Exemplo 1: Dois bens e vários Países
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Temos a seguinte informação respeitante aos países Sim, Não, Talvez e


Conforme.
— Estes países produzem 2 produtos: Cereais e Pescado, com as
seguintes particularidades:
÷ Cada um dos países possui 3600 horas disponíveis de Trabalho.
÷ O número de horas que cada país precisa para produzir uma
tonelada de Cereais, é:
— Sim 1h; Não 2h; Talvez 2h; Conforme 4h;
÷ O número de horas que cada país precisa para produzir uma
tonelada de Pescado, é:
— Sim 3h; Não 2h; Talvez 3h; Conforme 2h;
Responda às seguintes questões:
56

(Nota: Na elaboração dos gráficos, coloque os Cereais no eixo das abcissas)

a) O que entende por Custo de Oportunidade? Podemos afirmar que, neste


caso, estamos em presença de especialização incompleta? Justifique;
b) Quais os países que possuem Vantagens Absolutas na produção de que
bens? Justifique;
c) Quais os países que possuem Vantagens Comparativas na produção de que
bens? Justifique;
d)Qual deverá ser o preço internacional para que o país Sim seja exportador
de Cereais?
e) Com os dados de que dispõe, apresente graficamente (i) as Curvas de
Possibilidades de Produção de cada país; e (ii) a Curva de Possibilidades de
Produção Mundial.
Respostas
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Produtos Preço relativo Qtd total L

Países Cereais pescado Cereais pescado


Sim 1h 3 1/3=0.33 3/1=3 3600
Nao 2h 2 2/2=1 2/2=1 3600
Talvez 2h 3 2/3=0.66 3/2=1.5 3600
Conforme 4 2 4/2=2 2/4=0.5 3600

a) Custo de oportunidade é o valor da melhor alternativa sacrificada.


Não, porque o custo de oportunidade é uma linha recta por isso é
constante. Com CO constante a especialização é completa.
58

b)

c) possuem vantagens comparativas na produção de cereais os


Países: Sim (0.33); Talvez (0.66); Não (1)
— Pescado: Conforme(0.5); Não(1), Talvez(1.5)
— d ) para que Sim seja exportador o preço internacional deverá ser
um intervalo aberto de 0.33 a 2.
Exemplo 2
59

— Considere a seguinte informação respeitante, ao país Doméstico e


ao Resto do Mundo, ambos produtores dos seguintes bens, dos
quais são dadas as necessidades em horas de trabalho para a
produção de uma unidade de cada um deles:
Países
Bens Inside Outside (*)
algodão 2h 16h
café 6h 6h
carvão 8h 3h
gás natural 4h 18h
diamantes 12h 2h
Responda às seguintes questões:
60

a) À sua escolha, dê um nome ao(s) factor(es) de produção.


Justifique
b) O que entende por Produtividade média (PMe)?
c) Que país possui Vantagens Absolutas na produção de que bens?
Justifique.
d) Que país possui Vantagens Comparativas na produção de que
bens? Justifique.
e) Admita que o rácio de salários é w/w*= 6, que produtos vai
exportar o país Outside (*)? E que produtos vai importar?
Justifique.

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