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Moçambique
Algumas definições
O que é legislação?
Coleção de leis de um país.
Conjunto de preceitos legais que regulam certa matéria.
O que é Petróleo?
Na GEOLOGIA substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro
característico e cor variando entre o negro e o castanho escuro, rica em hidrocarbonetos,
que é produto da decomposição, causada por bactérias, de matéria orgânica (fitoplâncton e
zooplâncton), sob ação de pressões e temperaturas crescentes, e que, ao longo de milhões
de anos, se vai depositando e acumulando em rochas sedimentares, em zonas pouco
oxigenadas do fundo dos mares e dos lagos, apresentando-se geralmente em grandes
mananciais.
Óleo mineral constituído essencialmente por uma mistura de hidrocarbonetos, do qual se
extrai, por destilação, grande número de substâncias de importantíssimo valor económico.
O que é Gás Natural?
Substância composta por mistura de hidrocarbonetos inflamáveis e outras matérias,
procedente de jazidas naturais subterrâneas,
O que é Oleoduto?
É uma tubagem equipada com um sistema de pressão próprio para a condução de petróleo
ou derivados a longas distâncias.
O que é Gasoduto?
É uma tubagem, semelhante à dos oleodutos, devidamente preparada para transportar
produtos gasosos a grandes distâncias, especialmente gás natural ou gás derivado do
petróleo.
O que são hidrocarbonetos?
São compostos constituídos exclusivamente por átomos de carbono e hidrogénio.
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Evolução do Direito de Petróleo e do Gás em Moçambique
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Contrato de Concessão de Construção e Operação de Sistemas de Oleoduto ou Gasoduto;
Contrato de Concessão de Construção e Operação de Infra-estruturas.
Esta nova Lei visa assegurar maior competitividade e transparência no sector, alem de reforçar a
salvaguarda dos interesses nacionais. Também reforça o papel e a participação do Estado no sector,
competindo à ENH, E.P. o papel de representar o Estado nas operações petrolíferas, participando
em todas as fases das atividades, desde a pesquisa, exploração, produção, refinação, transporte,
armazenamento e comercialização.
O Estado controla a prospeção, pesquisa, produção, transporte, comercialização, refinação e
transformação de hidrocarbonetos líquidos e gasosos e seus derivados.
A Empresa Nacional de Hidrocarbonetos é a entidade nacional responsável pela pesquisa,
prospeção, produção e comercialização de produtos petrolíferos representando o Estado. O Estado
garante o financiamento da ENH, E.P., para investir na melhoria e estabilização da sua participação
nos negócios de petróleo e gás.
O INP (Instituto Nacional de Petróleos) mantem o estatuto de entidade reguladora, responsável
pela administração e promoção das operações petrolíferas.
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Regime Jurídico Regulatório
O regime jurídico regulador da exploração dos recursos energéticos, determina em grande medida
o regime de contratação e consequentemente o regime tributário e os ganhos que o país pode ter da
exploração dos recursos energéticos, e é também o ponto de partida para a compreensão da
titularidade e exploração dos recursos energéticos e o da propriedade do Estado sobre os recursos
naturais.
Este regime consiste no modo como o Estado ordena as atividades petrolíferas e como se envolve
e se relaciona com os diferentes agentes dessa industria.
Existem 4 regimes jurídico reguladores:
a) Concessão- também é referida como licença e lease, é o regime jurídico regulatório por
meio do qual o titular originário dos direitos sobre os hidrocarbonetos (o Estado) concede
a uma ou mais OC’s nacionais ou estrangeiras exclusividade na exploração e produção de
hidrocarbonetos, por sua conta e risco, em determinada área.
b) Partilha da Produção (PSC)- é um contrato firmado entre o Estado hospedeiro através da
sus NOC e a OC, por meio do qual a NOC contribui primordialmente com a área territorial
a ser explorada e a OC, geralmente conduz as atividades de exploração e produção a seu
próprio custo e risco. Uma vez encontradas as reservas comercializáveis a OC recebe a sua
parte dos hidrocarbonetos produzidos como compensação, conforme definida
contratualmente. O Estado recebe a sua parcela da produção definida na PSC, remunerado
por meio de royalties e tributos pelas OC.
Em relação ao regime anterior as diferenças principais são: o hidrocarboneto extraído
continua sendo propriedade do Estado e o Estado participa diretamente das atividades de
Exploração & Produção, geralmente por meio da sua NOC podendo atuar como operador
ou não.
c) Contrato de Serviço- é geralmente adotado em Estados em que o direito de explorar e
produzir hidrocarbonetos é de atribuição exclusiva a NOC e não as OC’s. E nesses Estados
as OC’s tem pouco ou nenhum acesso as atividades de Exploração & Produção e as reservas
nacionais.
Porém este tipo de contrato perdeu importância no cenário internacional cedendo espaço
aos regimes de concessão e PSC.
d) Joint-venture (Contrato de participação ou associação) - consiste na formação de uma
sociedade com propósito especifico. É mais utilizado em Estados produtores em que as
NOC são atuantes na atividade de Exploração & Produção.
O Artigo 18 da Lei nº 21/2014, de 18 de Agosto, a Lei dos Petróleos estabelece que os recursos
naturais situados no solo e no subsolo, nas aguas interiores, no mar territorial, na plataforma
continental e na zona económica exclusiva são propriedade do Estado Moçambicano.
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O Estado e as OC serão co-proprietários do petróleo extraído, em partes indivisíveis será ate que
cada qual assuma individualmente a titularidade e a entrega da sua quota-parte do petróleo
produzido no ponto de entrega.
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Regime Jurídico da Regulação na Industria do Petróleo e do Gás em Moçambique
Devido à inexistência de uma lei-quadro sobre a regulação, há uma diferença funcional dos
reguladores e inseguranças quanto a sua natureza jurídica, seu regime jurídico e suas competências,
o que afeta a eficiência da regulação pois a sua própria criação não foi fruto de uma intervenção
legislativa, que fixasse de forma unitária uma arquitetura comum da sua estrutura e funcionamento,
o que gera um desenvolvimento desordenado, havendo reguladores com diferentes desenhos, como
sejam institutos, autoridades, agencias e entidades.
Recomenda-se melhorar e tipificar a definição legislativa das obrigações de serviço publico;
suprimir os casos de regulação administrativa direta em favor da regulação por organismos
próprios; por organismos de regulação independentes e não por institutos públicos de tipo
tradicional; elaboração de um regime-quadro para organismos de regulação quanto aos aspetos que
os regem; padronizar soluções quanto às atribuições e poderes das autoridades reguladoras de
forma a eliminar erros injustificáveis quanto a competência no acesso da atividade na fixação de
tarifas e preços; clarificar a relação entre as autoridades reguladoras sectoriais e as instancias de
defesa da concorrência; e clarificar a questão da regulação sectorial nacional em relação aos
serviços públicos de responsabilidade municipal.
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Regime de Contratação em Matéria de Petróleo e do Gás em Moçambique
Os contratos no domínio do petróleo e gás têm uma natureza específica resultante das
especificidades do negócio da exploração do petróleo e do gás em decorrência de um caracter
internacional, envolvendo um grande investimento e um nível alto de risco. A aplicação do regime
determina o regime fiscal e os ganhos que o país pode obter da exploração do petróleo e do gás.
Devido a incapacidade financeira do Estado moçambicano em comparticipar no investimento para
a exploração e produção do petróleo, o modelo contratual adotado é o de concessão. Nos contratos
de concessão, as receitas resultam essencialmente das royalties e dos impostos, o que no caso
moçambicano, configura um aspeto crítico, pois o Estado moçambicano não dispõe de um sistema
fiscal e de controle da receita eficaz, pelo que há uma maior possibilidade de as companhias
petrolíferas não pagarem o que deviam, visto que a determinação do valor a pagar depende em
grande medida das declarações das próprias OC. O modelo de concessão tem ainda, entre outras,
as seguintes implicações: amplas áreas de concessão, longa duração do contrato, direitos exclusivos
sobre as operações petrolíferas, níveis altos de isenção de impostos e taxas aduaneiras, valor baixo
de royalties, função unilateral de preço do petróleo extraído sem participação do governo
moçambicano, o que permite uma repartição equitativa dos benefícios resultantes da exploração
petrolífera. A exploração das áreas concedidas pelo Estado moçambicano é regulada através de
contratos de partilha da produção, celebrados entre o Estado e a OC. Nos termos do artigo 24 da
Lei de Petróleo, qualquer investidor com interesse na exploração dos recursos petrolíferos deve
entrar em parceria com a ENH, entidade nacional responsável pela pesquisa, prospeção, produção
e comercialização do petróleo e representante do Estado nas operações petrolíferas num contexto
em que, nos termos do disposto no artigo 98 da CRM e no artigo 18 da Lei dos Petróleos, os
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recursos petrolíferos são de propriedade do Estado. Contudo quanto a titularidade do petróleo e do
gás extraído, segundo artigo 111 do Decreto nº 33/2015, de 31 de dezembro, o Estado e a
concessionária assumem individualmente a titularidade e a entrega da sua quota-parte do petróleo
no ponto de entrega. Portanto o Governo e a Concessionaria partilham o «petróleo lucro». Esta
previsão estava também estatuída no artigo 18 da Resolução nº 25/2016, de 3 de Outubro, que
estatui que o Estado e cada concessionária serão co-proprietarias do petróleo extraído, em partes
indivisíveis, até que cada qual assuma individualmente a titularidade e a entrega da sua quota-parte
do petróleo produzido no ponto de entrega. A ENH, não tem uma robustez financeira para participar
como acionista em posição de força, o que reduz a sua relevância na estrutura acionista e o seu
poder de influenciar nas decisões e políticas das empresas de petróleo, dada a sua condição
minoritária.
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Tributação do Petróleo e do Gás em Moçambique
Uma problemática de conteúdo local reveste-se de capital importância na abordagem das políticas
públicas e do quadro jurídico regulador do setor do petróleo e do gás. A exploração de petróleo e
gás é feita por empresas estrangeiras em regime de contratos de concessão. O volume de
investimento que exige e o nível tecnológico afastam a possibilidade de participação direta de
empresas moçambicanas no processo de exploração de petróleo e do gás. O espaço que pode ser
ocupado pelas empresas moçambicanas é o da prestação de bens e serviços terciários às empresas
de exploração de petróleo e gás. Contudo, mesmo neste campo, o nível de competitividade é maior,
estando as empresas locais em desvantagens em relação as empresas estrangeiras. É fundamental
a adoção de um quadro legal e de políticas públicas para a promoção do conteúdo local na indústria
de petróleo e gás. A definição do conteúdo local deve tomar em consideração a necessidade de pro-
atrair e promover o investimento estrangeiro e promover a participação do empresariado nacional
na cadeia de produção. Devido aos avultados investimentos necessários na exploração de petróleo
e gás e as capacidades técnicas que se exigem, as empresas nacionais não tem capacidade de
participar diretamente na indústria de exploração de gás ou petróleo, porém, existem serviços e
produtos em que os nacionais poderiam gozar de um direito de preferência. Somente com o
desenvolvimento de uma cadeia de valor, é possível criar oportunidades para a participação de
empresas nacionais, o que passa pela industrialização, terciarização e participação de empresas
nacionais, para torná-las mais competitivas vai gerar mais emprego para os moçambicanos, mais
oportunidades de negócio e de geração de rendimento. Sem o envolvimento de empresas locais, os
moçambicanos não podem obter o melhor benefício possível dos seus próprios recursos, ou o
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fortalecimento do tecido empresarial nacional e a promoção de um crescimento e desenvolvimento
inclusivos. Ao invés de uma abordagem dispersa em diferente legislação avulsa, seria ideal a
aprovação de uma lei específica e uma política ideal de conteúdo local. A adoção da lei do
conteúdo local, criará mais oportunidades de negócios para os moçambicanos, mais oportunidades
de emprego, desenvolvimento do empresariado nacional, e do capital humano.
Deve ser garantido o respeito pelos direitos humanos dos trabalhadores e das comunidades
circunvizinhas, através do respeito pelos padrões nacionais e internacionais quanto as questões de
segurança, do ambiente, higiene, dos direitos sociais e laborais.
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BIBLIOGRAFIA
1. MACUACUA, Edson, da Graça Francisco, Direito do Petróleo e do Gás em
Moçambique, 1.ª ed., Escolar Editora, Maputo, 2019.
2. Legislação. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/legisla%C3%A7%C3%A3o
3. Petróleo. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/Petroleo
4. Gás Natural. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/Gas
5. Oleoduto. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/oleoduto
6. Gasoduto. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/gasoduto
7. Hidrocarboneto. Disponível em: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-
portuguesa/hidrocarbonetos
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