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Índice
A Oitava 23
Varredura de Frequências (sweep) 24
Audição Logarítmica 24
Escala Logarítmica nos Grá cos 26
Adjetivos 27
Curiosidades 28
FORMAS DE ONDA 29
A Onda Fundamental 30
Senoides x Formas de Onda Complexas 31
Formas de Onda Periódicas 32
Formas Não Periódicas (Pulsos) 33
Harmônicos 34
Construindo uma Onda Quadrada com Senoides 35
Período 36
Velocidade do Som 37
Comprimento de Onda 38
Difração 41
Ondas Estacionárias 42
Curiosidades 43
AMPLITUDES 44
O que é Amplitude? 45
As Medidas em Decibéis 46
Dois Tipos de dB 47
Vantagens 48
Dois casos nas DAWs 49
Amplitudes como Parâmetro 50
Mesma Frequência e Diferentes Amplitudes 51
VU e Headroom - O caso analógico 52
dBFS e PPM - O caso digital 53
Posição do Fader x Amplitude 54
Envelope e ADSR 55
Curiosidades 56
FASE 57
A Essência da Fase 58
Fase x Tempo 59
Reforços e Cancelamentos 60
O Que Provoca as Diferenças de Fase 61
A Medida em Graus 62
Inversão de Polaridade 63
Fase e Estéreo 64
Curiosidades 65
PSICOACÚSTICA 66
O que é Psicoacústica? 67
Loudness 68
Equal Loudness 69
Entendendo o Grá co 70
Consequências 71
Cuidado com o Volume! 72
Mascaramento 73
Exemplo de Mascaramento: 74
Exemplo de Mascaramento 2: 75
Efeito Haas 76
Curiosidades 77
Harmônicos e Distorção 78
Qual a diferença? 79
Conteúdo Harmônico 80
Harmônicos e Série Harmônica 81
O Analisador de Espectro 82
Vendo a Série Harmônica 83
A Onda Quadrada 84
A Senoide Escondida 85
Distorção Harmônica 86
Clipper 87
Por Que Usar Distorção? 88
Harmônicos Pares e Ímpares 89
Ouvindo Pares e Ímpares 90
Curiosidades 91
FERRAMENTAS 92
Os Quatro Parâmetros 93
O que são Parâmetros? 93
Ferramentas - Frequências 94
Ferramentas - Amplitudes 95
Ferramentas - Tempos 96
Ferramentas - Panorama 97
Obrigado pelo seu interesse neste livro. Espero que ele lhe seja bem útil.
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A Teoria tem esse nome um pouco assustador, mas ela é totalmente do bem. O
que é preciso é a gente saber focar na teoria que nos interessa diretamente.
Selecionar o que vamos ver para podermos concentrar a atenção..
Nós aqui temos dois princípios: só vemos o que vai ser útil e não vemos o que
não vai ser útil nesse momento. Então não se preocupe: a teoria é nossa aliada.
01
SOM E ÁUDIO
https://jackschaedler.github.io/circles-sines-signals/sound.html
E o que é Áudio?
Áudio é a representação do som em outra forma de energia.
Não temos como modi car e/ou armazenar Som.
Por isso transformamos o som em outra coisa - Áudio - em que podemos
mexer e que podemos armazenar
Áudio Analógico
É o Som transformado em Energia Elétrica - Tensão ("voltagem") e
corrente.
As ondas elétricas possuem um comportamento muito parecido às ondas
de pressão atmosférica = Análogo.
As ondas elétricas podem ser manipuladas e até armazenadas na forma de
campos magnéticos - gravação analógica.
Para podermos alterar e gravar um som, temos que convertê-lo em outra forma
de energia. Fazemos isso transformando a energia mecânica do som em energia
elétrica. Isso funciona porque as ondas de energia elétrica possuem um
comportamento muito semelhante ("análogo") às ondas de pressão do ar.
Transdução
É o processo que transforma uma forma de energia em outra.
Para converter som em áudio usamos os MICROFONES.
Para voltar de áudio para som usamos os ALTO-FALANTES.
O áudio que sai do microfone não tem energia suficiente para ser bem processado, e
precisa ser pré-amplificado. O áudio que sai dos equipamentos e vai ser
transformado em som também precisa de amplificação de potência para ser ouvido.
Áudio Digital
Podemos transformar o áudio analógico em outro tipo.
Para isso convertemos a energia elétrica em um código de
números.
Esses números são muito mais fáceis de manipular e
armazenar.
Como eles não têm relação direta com a forma de onda
original, não são mais "análogos".
Como esses números são gerados e armazenados em 1s e 0s ,
esse tipo de áudio é chamado "digital".
Imagem : https://www.mathsisfun.com/data/analog-digital.html
O Bolo
Imagine que desejamos comer o bolo de chocolate que nossa mãe que mora
longe faz. Existem duas maneiras de fazer isso. Na primeira, ela faz o bolo e nos
envia. O problema é que no meio do caminho o bolo sofre com o transporte, a
temperatura, o armazenamento, etc, e chega com gosto diferente do bolo
original, embora ainda possa ser bem parecido . O áudio analógico é mais ou
menos isso.
Uma outra forma é ela nos enviar uma receita muito detalhada de como fazer o
bolo. Se a receita for muito minuciosa, se tivermos todos os ingredientes e se
nós seguirmos a receita muito bem, teremos exatamente o bolo original. A
loso a do áudio digital é essa. Nós armazenamos e manipulamos uma "receita"
de como reconstruir o áudio original. E é muito mais fácil transportar e manipular
a receita que o bolo original, mas é preciso habilidade e recursos para usá-la
bem.
Curiosidades
02
FREQUÊNCIAS
Som e Vibração
Todo som envolve uma vibração - um movimento de vai-e-
vem.
É a vibração dos objetos que provoca um som, porque ela
provoca mudanças na pressão do ar em torno do objeto.
Toda vibração acontece um certo número de vezes por
segundo.
Somos capazes de ouvir vibrações entre 20 e 20.000 vezes
por segundo.
A unidade que mede essas vibrações é o Hertz (Hz).
Uma vibração de 200 vezes por segundo = 200 Hz
Assim como em outras unidades, usamos k (kilo) para
representar 1000
1000 Hz = 1 kHz (1 kiloHertz)
Embora isso seja assunto de muita discussão, os limites de 20 e 20.000 Hz são
até generosos, e para o nosso estudo aqui, são perfeitamente adequados.
Porém os sons não acabam em 20.000 Hz, mesmo que a gente não os ouça. São
os Ultrasons. O mesmo acontece abaixo de 20Hz - os Infrassons.
Exemplos de Frequências
No vídeo abaixo podemos ouvir algumas frequências.
Uma frequência considerada "baixa" ou "grave"= 80Hz.
Uma frequência considerada "média" = 800 Hz.
Uma "alta" , ou "aguda" = 8000Hz.
A seguir, temos 20Hz, que é a frequência mais baixa que ouvimos.
E por último temos 20000Hz, a frequência mais alta que ouvimos. Raramente
você conseguirá ouvi-la, não só porque muitos equipamentos não conseguem
reproduzir, mas também porque poucas pessoas chegam tão longe.
Se você conseguir ouvir algo muito nítido, pode estar havendo distorção no
equipamento, e você provavelmente estará ouvindo outra frequência.
Embora a nota mais aguda seja 4186Hz, ainda ouvimos até 20kHz, e a música
também ocupa esse espaço. Há muita informação musical nessa região. Aí cam
os sons mais percussivos e os harmônicos das notas fundamentais (que
veremos mais adiante)
Regiões da Voz
Notas Masculinas Desde 80 Hz até +440Hz
Notas Femininas Desde 160Hz até +1046Hz
Vogais e Consoantes De 200 a 2000Hz
Sonoras (m,v,b,d)
Consoantes São basicamente ruídos, e têm mais energia de 2kHz pra cima
A Oitava
A diferença de frequência entre duas notas é chamada INTERVALO.
Um intervalo muito especial é a OITAVA.
Subir uma oitava signi ca dobrar a frequência
Descer uma oitava signi ca dividir a frequência por dois.
Se temos um A3 (Lá 3)= 220Hz e subimos sua frequência para 440Hz, continuamos com
a nota lá, só que uma oitava acima (A4).
Se temos um A2 (Lá 2) = 110Hz , o Lá uma oitava abaixo estará em 55Hz (A1).
Varredura de Frequências
Audição Logarítmica
Adjetivos
Nosso vocabulário é muito pobre em termos de adjetivos para quali car a
experiência auditiva. Nós emprestamos termos vindos de outros sentidos para
descrever características sonoras. Aqui temos alguns exemplos:
Curiosidades
https://www.hep6.com/dolphin-symbolism-facts-meaning-totem-spirit-power-animal/
03
FORMAS DE
ONDA
A Onda Fundamental
https://jackschaedler.github.io/circles-sines-signals/sincos.html
Mais um ótimo grá co de Schaedler, mostrando como uma senoide pode ser
interpretada como a projeção de um movimento circular.
A oscilação senoidal é a mais fundamental da natureza, e está por trás de
inúmeros fenômenos físicos, e de todos os tipos de vibração e oscilação.
As ondas sonoras e as ondas de áudio associadas a elas, mesmo as mais
complicadas, podem ser interpretadas como uma combinação de senoides
simples como essa.
Harmônicos
Vimos que uma onda periódica é formada por uma frequência
fundamental; mais uma combinação de in nitas senoides (Série de
Fourier).
Nesse caso as senoides da série são todas com frequências inteiras da
frequência fundamental.
Assim uma onda de frequência 100Hz é composta de uma senoide de
100Hz mais uma senoide de 200Hz, mais uma de 300Hz, e assim por diante,
cada uma com sua intensidade própria.
Essas diferentes senoides são chamadas de HARMÔNICOS.
Os Harmônicos são importantes na música, porque é a intensidade de cada
um deles que confere o TIMBRE de um instrumento.
Por isso é que dois instrumentos que tocam a mesma nota possuem sons
diferentes.
Período
Imagine uma onda com frequência de 1000Hz.
Ela está associada a alguma coisa vibrando 1000 vezes por segundo.
Então quanto tempo leva cada vibração?
Então, para uma onda de frequência 1000Hz, cada vibração (ou oscilação)
dura 1 milésimo de segundo, ou 1 milissegundo (1ms).
Velocidade do Som
As ondas sonoras levam um certo tempo para se deslocarem.
Essa velocidade depende basicamente do meio e da temperatura.
Nos metais os sons se transmitem mais rápido que no ar.
Quanto mais denso for o meio, mais rápido o som viaja.
Quanto mais alta a temperatura, mais rápido.
Todas as frequências
andam na mesma velocidade!
Comprimento de Onda
Se uma onda de 1000Hz anda a 343 metros por segundo,
Depois de 1 segundo teremos 1000 ciclos completos ocupando 343
metros.
Então cada ciclo está ocupando 343/1000 metros = 34 cm
Então a distância entre dois picos de intensidade nesse caso é 34cm.
Dizemos que o COMPRIMENTO DE ONDA L de 1000Hz é 34cm.
O comprimento de onda (L) é dado pela velocidade do som no meio (V) , dividida
pela frequência da onda.
L=V/f
Não é preciso decorar essa fórmula. O importante é saber que:
Difração
Quando uma onda encontra um obstáculo menor que seu comprimento
de onda, ela tende a contornar esse obstáculo.
Se o obstáculo for muito menor, a onda passa sem ser perturbada.
Mas se o obstáculo é de tamanho comparável ao comprimento de onda,
ele passa a impedir sua passagem - a onda re ete.
Ondas Estacionárias
Em uma sala, para algumas frequências, uma onda que bate numa parede se
combina com a que re ete de modo que a soma das duas é perfeita. Nesses
casos, é como se a onda estivesse "estacionada" no mesmo lugar.
Isso acontece, por exemplo, quando uma dimensão da sala coincide com um
comprimento de onda.
Essas ondas estacionárias costumam ser problemáticas na acústica de salas,
porém os instrumentos de sopro baseiam seu funcionamento nesse princípio. A
corda de um violão vibra de modo estacionário.
Curiosidades
04
AMPLITUDES
O que é Amplitude?
Até agora estávamos preocupados com as frequências (o eixo horizontal
dos grá cos).
Nosso foco eram quantas oscilações acontecem por segundo.
Agora vamos nos preocupar com a intensidade dessas oscilações (o eixo
vertical dos grá cos).
No caso do som, a amplitude indica o quanto de variação de pressão está
acontecendo, e está relacionada a nossa percepção de volume sonoro.
No áudio a amplitude indica a variação na tensão elétrica ("voltagem") ou
corrente elétrica do sinal.
As Medidas em Decibéis
Os valores de amplitude podem variar entre extremos muito
grandes.
Por exemplo, a diferença entre a intensidade do som mais
baixo que ouvimos e o mais alto é de 1.000.000.000.000 de
vezes!!
Para evitar se trabalhar com diferenças muito grandes de
valores, se usa a medida em decibéis (dB).
Dois Tipos de dB
Para comparação de valores do tipo Potência, como é o nível de
pressão sonora, típicos do som no ar, nós temos:
Multiplicar a potência por 2 signi ca somar 3dB;
Dividir a potência por 2 signi ca subtrair 3dB;
Multiplicar por 10 equivale a somar 10dB;
Dividir por 10 equivale a subtrair 10dB;
Multiplicar por 1000 equivale a somar 30dB.
Vantagens
Variações grandes com números pequenos e somas em vez de x
Sempre sabemos onde está a referência
Não precisamos saber os valores; só suas variações
Envelope e ADSR
Imagine uma nota dada por um sintetizador.
Chamamos de ENVELOPE a forma como a sua amplitude começa,
prossegue e cai ao longo do tempo.
Esse envelope tradicionalmente se divide em quatro partes:
https://linuxaudio.github.io/libremusicproduction/html/answer/adsr-envelope.html
Curiosidades
05
FASE
A Essência da Fase
Observe as guras 1 e 2 abaixo. Em cada uma delas há duas ondas com a mesma
frequência e a mesma amplitude. Mas há algo diferente entre elas. Você
consegue identi car o que é?
Fase x Tempo
Do caso anterior, poderíamos achar que tudo é apenas uma questão de valor do
atraso de tempo entre as ondas. Mas vamos ver mais um caso:
Nas duas guras estamos pegando a onda de cima e somando com ela mesma
atrasada de 2 milissegundos. O resultado da soma é a onda de baixo.
Na gura da esquerda, a frequência das ondas é 100Hz. Para elas, atrasar 2ms
provocou pouca diferença e a soma das duas cou com amplitude maior que
que cada uma delas.
Já na segunda, as ondas têm 300Hz, e agora, os 2 ms de atraso zeram com que
a soma das ondas tivesse uma amplitude menor que cada uma das duas.
Para o mesmo atraso, a diferença entre as duas ondas - a diferença de FASE -
pode ser CONSTRUTIVA ou DESTRUTIVA, dependendo da frequência.
Reforços e Cancelamentos
Vamos agora fazer um teste. Vamos pegar uma varredura - um sinal que varia
continuamente a frequência entre 20Hz e 20kHz - e vamos somá-lo com ele
mesmo atrasado de 20ms. Primeiro ouviremos o sinal original e depois a soma..
No início a amplitude da soma é o dobro das duas ondas, e ela vai diminuindo
conforme a frequência aumenta, até se cancelar, voltando depois a aumentar, e
assim progressivamente. A diferença constante de 2ms provocou uma série de
cancelamentos - esse efeito é chamado " ltro pente".
A Medida em Graus
Lá em cima dissemos que uma onda estava adiantada de um quarto de ciclo em
relação a outra. Porém essa medida da diferença de fase é muito imprecisa. Para
de nirmos melhor essa diferença, nós dividimos um ciclo da onda em 360 partes
(360 graus). Assim nós sabemos que 90 graus são 1 quarto de ciclo, 180 graus são
meio ciclo, e assim por diante.
Dividir uma onda em 360 graus nos conecta ao fenômeno que vimos lá no início,
quando associamos a onda senoidal ao movimento circular.
Inversão de Polaridade
Equivale a um deslocamento de fase de 180 graus.
Mas inverter a polaridade não é igual a inverter a fase.
Já vimos que o deslocamento de fase depende da frequência, e quando
invertemos a polaridade estamos aplicando o mesmo desvio de 180 graus
a todas as frequências.
Muitos equipamentos possuem um botão de inversão de polaridade como
recurso para os casos em que captamos dessa forma - por exemplo com
dois microfones apontando um para o outro.
Fase e Estéreo
Vimos que captar com dois microfones separados de uma pequena
distância resulta em diferenças de fase.
Os nossos ouvidos são exatamente dois microfones separados por 17cm.
A audição usa as diferenças de fase entre os dois ouvidos como um dos
métodos de situar as fontes sonoras no espaço 3D.
O áudio estéreo usa as diferenças de fase como um dos elementos para
recriar a sensação espacial na nossa audição.
Existem técnicas especiais de microfonação para captar em estéreo de
modo que as diferenças de fase contribuam.
Curiosidades
06
P S I C O AC Ú S T I C A
O que é Psicoacústica?
Uma mixagem não existe dentro da DAW, não existe no ar,
Ela só existe no cérebro do ouvinte.
Só quando os zeros e uns digitais se transformam em corrente elétrica, são
convertidos em energia mecânica, viajam pelo ar e são captados pelos
ouvidos é que podemos dizer que uma mixagem aconteceu.
Por isso, além de tudo o que estudamos até agora sobre as características
físicas do som e do áudio, ainda é preciso mais.
Precisamos saber as particularidades de como o nosso cérebro interpreta
as informações que vamos mandar pra ele.
Explicar e entender o jeito humano de interpretar sons é o papel da
Psicoacústica.
https://scitechdaily.com/neuroscientists-uncover-why-the-brain-enjoys-music/
Loudness
O conceito de Loudness é importante, pois ele é a versão humana de um
comportamento físico.
Já vimos que a intensidade de um som está associada às variações de
pressão envolvidas,
E que no caso do áudio a intensidade se relaciona com as variações
positivas e negativas de tensão e corrente elétricas.
Equal Loudness
Nós não percebemos todas as frequências que ouvimos com a mesma
intensidade.
Temos mais sesibilidade em algumas regiões do espectro e menos em
outras.
Depois de várias pesquisas, foi possível traçar um grá co da nossa
sensibilidade, cuja versão normatizada atual é essa:
Entendendo o Gráfico
O grá co que vimos acima representa como o ser humano percebe as
diferentes frequências a partir de um certo volume inicial (SPL).
Vamos acompanhar a curva azul claro - 60 phon . Essa curva mostra que se
tocamos 1000 Hz com um SPL de 60dB a pessoa irá perceber as diferentes
frequências como se estivessem com mais ou menos volume.
Repare que a curva vai subindo em direção aos graves. Signi ca que ao descer a
frequência, teríamos que aumentar o volume da monitoração para que o ouvinte
achasse que estava ouvindo os mesmos 60dBSPL. Em 35Hz, nós teríamos que
subir 35 dB para continuar com a mesma audibilidade que em 1000Hz.
Ao contrário, em torno de 3.500Hz nós temos excesso de sensibilidade, e
teríamos que abaixar uns 10dB para ouvir com a mesma sensação sonora.
Repare também que para mais phons - mais volume inicial - os nossos ouvidos
tendem a apresentar uma variação menor de sensibilidade.
Consequências
Se estamos ouvindo baixo, ouviremos menos graves e menos agudos;
À medida que vamos aumentando o volume da sala, vamos equilibrando
melhor a sensibilidade.
A informação em torno de 3.500Hz é facilmente percebida, e se queremos
que algo seja ouvido, é mais e ciente se estiver nessa região.
Por isso é nessas frequências que cam os alarmes, e é onde os bebês
choram.
Para quem mixa, é preciso cuidado porque essa região pode se tornar
facilmente irritante ao ouvinte.
Ao abaixarmos o volume de monitoração, é então natural que os graves
"sumam" nessas horas, e que tudo soe mais plano em volumes altos
Também é por isso que nos fade-outs os graves são os primeiros a
sumirem, seguidos dos agudos. Os sons que somem por último são os
médios - con ra.
OBS : A medida em dBA indica que foi usado um ltro de graves para a medição. Isso
permite focar o medidor na região onde somos mais sensíveis - os médios.
Mascaramento
Fenômeno extremamente importante em mixagens.
Exemplo de Mascaramento:
Primeiro ouvimos 4000Hz somado a 1000Hz. Repare como soam dois sons
distintos.
A seguir temos 4000Hz e 4500Hz. Repare como é mais difícil ouvir dois
sons.
Exemplo de Mascaramento 2:
Efeito Haas
Quando um som chega aos dois ouvidos com a mesma intensidade mas
em tempos ligeiramente diferentes, entendemos que há apenas um som,
vindo da direção do que chega primeiro.
Os tempos para que o efeito aconteça estão na casa de 10 a 35ms.
Pode-se então usar um atraso pequeno para transformar um som mono
em estéreo. Por causa do Efeito Haas, o lado sem atraso parece mais alto.
À medida que o atraso aumenta, começamos a ouvir dois sons (original +
eco) mas o lado atrasado deixa de soar mais baixo.
E sempre compensa conferir em mono se o nosso delay não está
alterando o som por causa dos cancelamentos de fase - que já vimos aqui.
Com 1ms de atraso no lado direito, o sinal parece vir do lado esquerdo. Subindo para 10ms, ocorre o efeito
estéreo, mas o lado esquerdo continua mais alto. Com 100ms passamos a ouvir dois sinais, e o volume
dos dois lados é o mesmo.
Curiosidades
07
Ha rmôni c os e
D istor çã o
Qual a diferença?
No vídeo abaixo temos 4 ondas de formato diferente. Porém as quatro possuem
a MESMA FREQUÊNCIA e a MESMA AMPLITUDE.
Reparem como soam diferentes. O que muda entre elas?
Conteúdo Harmônico
No vídeo abaixo nós vemos o que mudou.
Podemos ver que quando o formato muda de senoide para outra coisa,
aparecem outras frequências somadas à fundamental.
Então podemos dizer que os responsáveis por transformar a forma de onda
original senoidal em outra coisa são essas frequências extra que aparecem.
O Analisador de Espectro
Vamos fazer uma pequena pausa para conhecer melhor essa ferramenta muito
importante em nosso trabalho: O Analisador de Espectro.
O que ele faz é apresentar a cada instante que frequências estão presentes no
sinal de áudio
No, eixo horizontal ele mostra as frequências e no eixo vertical, mostra a
amplitude de cada uma delas.
OBS: Idealmente, os 100Hz dessa gura iriam aparecer no analisador como apenas uma linha vertical.
Mas para isso ele teria que usar uma quantidade enorme de samples para fazer o cálculo e gastaria
muita CPU. Então usamos uma "janela" de informação para calcular o grá co. Ela pode ser selecionada
como o parâmetro "block size" ou "FFT size" no analisador. Quanto menor o block size, mais "gorda"
aparece uma frequência simples.
Agora ca clara a diferença entre uma senoide de 100Hz e uma outra forma de
onda de mesma frequência.
Na dente de serra podemos ver que além dos 100Hz estão presentes os
harmônicos em 200Hz, 300Hz, e assim por diante.
Por isso uma auta e um sax tocando a mesma nota possuem sons diferentes.
A Onda Quadrada
É uma das formas de onda mais importantes no áudio.
Se caracteriza por ter harmônicos muito intensos e somente ímpares.
Como vimos acima, podemos considerar que todos os harmônicos estão (ou
estariam) nessa série harmônica, só que todos os pares têm amplitude zero.
Isso é na verdade um tipo de distorção muito comum, como veremos adiante.
A Senoide Escondida
É meio difícil imaginar que "dentro" de uma dente de serra exista uma forma de
onda totalmente diferente, como a senoide. Nesse vídeo vamos pegar uma
dente de serra e vamos ltrando os harmônicos um por um, até chegarmos na
frequência fundamental.
Observe como pouco a pouco a forma da onda vai se transformando na senoide.
Distorção Harmônica
Vamos fazer raciocínio inverso: se uma forma de onda difere de uma senoide por
conta de seus harmônicos, se nós mudamos a forma de onda da senoide, o que
estamos fazendo é acrescentar harmônicos a ela.
Tomando uma onda qualquer, quando alteramos as amplitudes de seus
harmônicos, estamos provocando uma distorção harmônica.
Veja no vídeo o exemplo de um simulador de distorção de válvula, e repare que
quanto mais alteramos a forma da senoide, maior a amplitude dos harmônicos.
Clipper
O clipper é um dos casos mais radicais de distorção. Ele consiste em
simplesmente - como o nome diz - se cortar as partes mais altas das ondas.
Produz harmônicos intensos e ímpares.
Em música a distorção pode ser usada por motivos estéticos, por ser parte de
um determinado tipo de som que se deseja.
De modo geral, acrescentar um pouco de distorção aumenta a quantidade de
informação em frequências altas, e isso foi usado como ferramenta,
principalmente na época pré-digital, quando muitos processos acabavam
retirando o conteúdo mais alto das gravações.
Acrescentar distorção harmônica não é necessariamente bené co ou
prejudicial, é apenas um recurso estético ou um meio de acrescentar
harmônicos altos.
Curiosidades
08
FERRAMENTAS
Os Quatro Parâmetros
Ao trabalhar com áudio, estamos na verdade mexendo com basicamente
quatro tipos de parâmetros:
Frequências
Amplitudes
Tempos
Panorama
Ferramentas - Frequências
Os diversos processadores que temos à disposição são as ferramentas do
nosso trabalho
Para lidar com conteúdo de frequências temos basicamente os
equalizadores, que permitem aumentar e abaixar regiões especí cas do
espectro.
Ferramentas - Amplitudes
Para lidar com amplitudes (volumes), as principais ferramentas são os
faders, controles de ganho e compressores.
Os faders e controles de ganho ajustam os volumes das informações.
Os processadores de dinâmica, como compressores, expansores e
limiters, permitem trabalharmos a relação entre os volumes mais altos e
mais baixos de uma informação.
Ferramentas - Tempos
Os equipamentos desse tipo basicamente utilizam atrasos para gerar
efeitos como ambiências, reverbs, ecos etc.
Ferramentas - Panorama
O jeito mais comum de simularmos a espacialidade de uma informação de
áudio é usando a distribuição dessa informação em dois canais (L e R),
enviados para dois monitores.
Panorama é a arte e a técnica de situar as diversas informações total ou
parcialmente entre esses dois canais para os objetivos artísticos
desejados.
Hoje as possibilidades vão desde um canal (mono) , até muitos canais -
áudio imersivo. Porém o estéreo continua o meio mais popular.
Os fundamentos que
vimos até aqui são a base
do funcionamento de todas
essas ferramentas.
Obrigado por me acompanhar nessa jornada. Nós não chegamos ao nal, porque
isso é apenas o começo de um caminho promissor.
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