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Fabio Henriques

Índice

Por que Teoria? 7


SOM E ÁUDIO 8
Som e Áudio não são a mesma coisa! 9
Onda Sonora em Propagação 10
E o que é Áudio? 11
Áudio Analógico 11
Transdução 12
Um caminho Som - Áudio - Som 13
Áudio Digital 14
O Bolo 15
Áudio Analógico x Digital 16
O Caminho do Sinal Digital 17
Curiosidades 18
FREQUÊNCIAS 19
Som e Vibração 20
Exemplos de Frequências 21
Notas Musicais e suas Frequências 22
Regiões da Voz 22

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 1


Introdução

A Oitava 23
Varredura de Frequências (sweep) 24
Audição Logarítmica 24
Escala Logarítmica nos Grá cos 26
Adjetivos 27
Curiosidades 28
FORMAS DE ONDA 29
A Onda Fundamental 30
Senoides x Formas de Onda Complexas 31
Formas de Onda Periódicas 32
Formas Não Periódicas (Pulsos) 33
Harmônicos 34
Construindo uma Onda Quadrada com Senoides 35
Período 36
Velocidade do Som 37
Comprimento de Onda 38
Difração 41
Ondas Estacionárias 42
Curiosidades 43

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Introdução

AMPLITUDES 44
O que é Amplitude? 45
As Medidas em Decibéis 46
Dois Tipos de dB 47
Vantagens 48
Dois casos nas DAWs 49
Amplitudes como Parâmetro 50
Mesma Frequência e Diferentes Amplitudes 51
VU e Headroom - O caso analógico 52
dBFS e PPM - O caso digital 53
Posição do Fader x Amplitude 54
Envelope e ADSR 55
Curiosidades 56
FASE 57
A Essência da Fase 58
Fase x Tempo 59
Reforços e Cancelamentos 60
O Que Provoca as Diferenças de Fase 61
A Medida em Graus 62

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Introdução

Inversão de Polaridade 63
Fase e Estéreo 64
Curiosidades 65
PSICOACÚSTICA 66
O que é Psicoacústica? 67
Loudness 68
Equal Loudness 69
Entendendo o Grá co 70
Consequências 71
Cuidado com o Volume! 72
Mascaramento 73
Exemplo de Mascaramento: 74
Exemplo de Mascaramento 2: 75
Efeito Haas 76
Curiosidades 77
Harmônicos e Distorção 78
Qual a diferença? 79
Conteúdo Harmônico 80
Harmônicos e Série Harmônica 81

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Introdução

O Analisador de Espectro 82
Vendo a Série Harmônica 83
A Onda Quadrada 84
A Senoide Escondida 85
Distorção Harmônica 86
Clipper 87
Por Que Usar Distorção? 88
Harmônicos Pares e Ímpares 89
Ouvindo Pares e Ímpares 90
Curiosidades 91
FERRAMENTAS 92
Os Quatro Parâmetros 93
O que são Parâmetros? 93
Ferramentas - Frequências 94
Ferramentas - Amplitudes 95
Ferramentas - Tempos 96
Ferramentas - Panorama 97

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Introdução

Obrigado pelo seu interesse neste livro. Espero que ele lhe seja bem útil.
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Introdução

Todo curso de áudio precisa começar com os conceitos fundamentais. Eles é


que vão permitir que você entenda o porquê das coisas nesse primeiro
momento, e eles é que vão dar a base pra que você desenvolva as suas próprias
soluções para os problemas que vão acontecer. Nós vamos ver muitos
conceitos importantes nesse curso, mas não quer dizer que vc precisa decorar
todos eles de uma vez. Vc pode voltar a qualquer ponto quantas vezes for
necessário, sempre que tiver dúvida em um conceito novo. Então, encare de
uma forma leve o que vamos ver, pois sempre será possível retornar a essas
de nições.

Por que Teoria?

Para nivelar nossos conhecimentos


Para falarmos das mesmas coisas com os mesmos termos
Porque sabendo o motivo por trás das coisas, tudo ca mais
fácil

A Teoria tem esse nome um pouco assustador, mas ela é totalmente do bem. O
que é preciso é a gente saber focar na teoria que nos interessa diretamente.
Selecionar o que vamos ver para podermos concentrar a atenção..
Nós aqui temos dois princípios: só vemos o que vai ser útil e não vemos o que
não vai ser útil nesse momento. Então não se preocupe: a teoria é nossa aliada.

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01 - Som e Áudio

01
SOM E ÁUDIO

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01 - Som e Áudio

Som e Áudio não são a mesma coisa!


SOM é uma vibração mecânica que nossos ouvidos percebem
O som está associado a objetos vibrando.
A energia dessa vibração é passada para o ar, que a transmite na forma de
variações de pressão atmosférica.
Essas variações de pressão é que chegam a nossos ouvidos.
O cérebro interpreta essas vibrações como o som que ouvimos.

As ondas de variação de pressão do ar se propagam do objeto vibrante até os


ouvidos, assim como a onda de compressão se propaga pela mola

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01 - Som e Áudio

Onda Sonora em Propagação

https://jackschaedler.github.io/circles-sines-signals/sound.html

Nesse incrível grá co de Jack Schaedler , vemos o comportamento das

moléculas de ar sob vibração sonora, e abaixo um grá co dos valores de pressão

atmosférica a cada instante. Repare que as moléculas vibram no mesmo lugar.

Quem se propaga é a oscilação. Repare também a forma desse grá co - é um

formato especial que veremos mais adiante: a senoide.

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01 - Som e Áudio

E o que é Áudio?
Áudio é a representação do som em outra forma de energia.
Não temos como modi car e/ou armazenar Som.
Por isso transformamos o som em outra coisa - Áudio - em que podemos
mexer e que podemos armazenar

Áudio Analógico
É o Som transformado em Energia Elétrica - Tensão ("voltagem")  e
corrente.
As ondas elétricas possuem um comportamento muito parecido às ondas
de pressão atmosférica = Análogo.
As ondas elétricas podem ser manipuladas e até armazenadas na forma de
campos magnéticos - gravação analógica.

Para podermos alterar e gravar um som, temos que convertê-lo em outra forma
de energia. Fazemos isso transformando a energia mecânica do som em energia
elétrica. Isso funciona porque as ondas de energia elétrica possuem um
comportamento muito semelhante ("análogo") às ondas de pressão do ar.

Então precisamos de algum jeito de transformar a energia mecânica do som em


energia elétrica - áudio - e depois temos que conseguir transformar de volta
eletricidade em pressão do ar, para podermos ouvir de novo o som

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01 - Som e Áudio

Transdução
É o processo que transforma uma forma de energia em outra.
Para converter som em áudio usamos os MICROFONES.
Para voltar de áudio para som usamos os ALTO-FALANTES.

Os captadores são um outro tipo


de transdutor, que converte
vibração das cordas (e não do ar)
em energia elétrica, que também
é um sinal de áudio.

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01 - Som e Áudio

Um caminho Som - Áudio - Som

Exemplo típico do caminho de um som em um estúdio: ele é convertido em


áudio pelo microfone, no pré-amp recebe um ajuste de ganho para ser bem
manipulado , depois é processado como desejarmos. Nesse ponto ele pode ser
armazenado em um gravador e/ou pode seguir para um ampli cador de
potência, que de novo vai elevar seu nível para que ele seja bem convertido de
áudio de novo para som pelos alto-falantes.

O áudio que sai do microfone não tem energia suficiente para ser bem processado, e
precisa ser pré-amplificado. O áudio que sai dos equipamentos e vai ser
transformado em som também precisa de amplificação de potência para ser ouvido.

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01 - Som e Áudio

Áudio Digital
Podemos transformar o áudio analógico em outro tipo.
Para isso convertemos a energia elétrica em um código de
números.
Esses números são muito mais fáceis de manipular e
armazenar.
Como eles não têm relação direta com a forma de onda
original, não são mais "análogos".
Como esses números são gerados e armazenados em 1s e 0s ,
esse tipo de áudio é chamado "digital".

Imagem : https://www.mathsisfun.com/data/analog-digital.html

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01 - Som e Áudio

O Bolo
Imagine que desejamos comer o bolo de chocolate que nossa mãe que mora
longe  faz. Existem duas maneiras de fazer isso. Na primeira, ela faz o bolo e nos
envia. O problema é que no meio do caminho o bolo sofre com o transporte, a
temperatura, o armazenamento, etc, e chega com gosto diferente do bolo
original, embora ainda possa ser bem parecido . O áudio analógico é mais ou
menos isso.
Uma outra forma é ela nos enviar uma receita muito detalhada de como fazer o
bolo. Se a receita for muito minuciosa, se tivermos todos os ingredientes e se
nós seguirmos a receita muito bem, teremos exatamente o bolo original. A
loso a do áudio digital é essa. Nós armazenamos e manipulamos uma "receita"
de como reconstruir o áudio original. E é muito mais fácil transportar e manipular
a receita que o bolo original, mas é preciso habilidade e recursos para usá-la
bem.

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01 - Som e Áudio

Áudio Analógico x Digital

Analógico = comportamento físico semelhante.


Digital = código numérico gerado a partir de um áudio
analógico.
Todo processamento analógico inclui, mesmo que sem
querer, um certo grau de distorção e um certo
acréscimo de ruído. O áudio é modi cado só por passar
pelo equipamento.
Todo processamento digital também inclui alterações
no áudio original, pela imprecisão na geração dos
códigos numéricos e sua reconversão em áudio
analógico.
Em geral (embora nem sempre) , se procura minimizar
essas alterações em ambos os casos.

O áudio digital depende de que haja um áudio analógico antes e


depois dele - não podemos converter diretamente som em áudio
digital e vice-versa - e isso pode in uenciar sua qualidade tanto
quanto o processo digital em si.

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01 - Som e Áudio

O Caminho do Sinal Digital


Vamos incluir no caminho do sinal que vimos antes, uma etapa onde o sinal de
áudio analógico é convertido em sinal digital - conversor A/D . O processamento
e armazenamento agora ocorrem no ambiente digital, na forma de processos de
informática. O conversor D/A transforma a série de dados digitais novamente
nas ondas elétricas do sinal analógico, que então segue seu caminho até os alto-
falantes.

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01 - Som e Áudio

Curiosidades

Vimos a associação direta entre áudio


e som, mas pode existir áudio sem ter
havido som antes. Quando usamos
um sintetizador, por exemplo, ele
entrega áudio que nunca foi som.

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02 - Frequências

02
FREQUÊNCIAS

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02 - Frequências

Som e Vibração
Todo som envolve uma vibração - um movimento de vai-e-
vem.
É a vibração dos objetos que provoca um som, porque ela
provoca mudanças na pressão do ar em torno do objeto.
Toda vibração acontece um certo número de vezes por
segundo.
Somos capazes de ouvir vibrações entre 20 e 20.000 vezes
por segundo.
A unidade que mede essas vibrações é o Hertz (Hz).
Uma vibração de 200 vezes por segundo = 200 Hz
Assim como em outras unidades, usamos k (kilo) para
representar 1000
1000 Hz = 1 kHz (1 kiloHertz)
Embora isso seja assunto de muita discussão, os limites de 20 e 20.000 Hz são
até generosos, e para o nosso estudo aqui, são perfeitamente adequados.
Porém os  sons não acabam em 20.000 Hz, mesmo que a gente não os ouça. São
os Ultrasons. O mesmo acontece abaixo de 20Hz - os Infrassons.

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02 - Frequências

Exemplos de Frequências
No vídeo abaixo podemos ouvir algumas frequências.
Uma frequência considerada "baixa" ou "grave"= 80Hz.
Uma frequência considerada "média" = 800 Hz.
Uma "alta" , ou "aguda" = 8000Hz.
A seguir, temos 20Hz, que é a frequência mais baixa que ouvimos.
E por último temos 20000Hz, a frequência mais alta que ouvimos. Raramente
você conseguirá ouvi-la, não só porque muitos equipamentos não conseguem
reproduzir, mas também porque poucas pessoas chegam tão longe.
Se você conseguir ouvir algo muito nítido, pode estar havendo distorção no
equipamento, e você provavelmente estará ouvindo outra frequência.

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02 - Frequências

Notas Musicais e suas Frequências


Nota mais grave E0 = 20,6Hz
Nota mais grave E1 = 41,2Hz
do contrabaixo
Nota mais grave E2 = 82,4Hz
do  violão
Nota mais grave A0 = 27,5Hz
do piano
Referência de A4 = 440 Hz
A nação
Nota Musical C8 = 4186Hz
mais Aguda

Embora a nota mais aguda seja 4186Hz, ainda ouvimos até 20kHz, e a música
também ocupa esse espaço. Há muita informação musical nessa região. Aí cam
os sons mais percussivos e os harmônicos das notas fundamentais (que
veremos mais adiante)

Regiões da Voz
Notas Masculinas Desde 80 Hz até +440Hz
Notas Femininas Desde 160Hz até +1046Hz
Vogais e Consoantes De 200 a 2000Hz
Sonoras (m,v,b,d)
Consoantes São basicamente ruídos, e têm mais energia de 2kHz pra cima

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02 - Frequências

A Oitava
A diferença de frequência entre duas notas é chamada INTERVALO.
Um intervalo muito especial é a OITAVA.
Subir uma oitava signi ca dobrar a frequência
Descer uma oitava signi ca dividir a frequência por dois.

A oitava é especial porque quando dobramos a frequência, é como se


estivéssemos ouvindo a mesma nota, só que "mais aguda". E quando descemos
uma oitava , também percebemos que é a mesma nota, só que "mais grave".
Quando duas notas separadas de uma oitava tocando ao mesmo tempo se
somam da maneira mais harmoniosa.

Se temos um A3 (Lá 3)= 220Hz e subimos sua frequência para 440Hz, continuamos com
a nota lá, só que uma oitava acima (A4).
Se temos um A2 (Lá 2) = 110Hz , o Lá uma oitava abaixo estará em 55Hz (A1).

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02 - Frequências

Varredura de Frequências (sweep)

Varredura de Frequências

No vídeo podemos ouvir todas as frequências do espectro, uma de cada vez,


através de uma varredura (sweep). Procure associas as diferentes regiões com a
sonoridade das frequências. Ouça várias vezes.
Perceba que à medida que as frequências sobem, os intervalos de uma oitava
(simbolizado por "8va") possuem cada vez mais frequências dentro deles, mas a
distância no grá co é a mesma.

Audição Logarítmica

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 24


02 - Frequências

Se subimos uma oitava, dobramos a quantidade de frequências no


intervalo.
Mas para os ouvidos, subimos "degraus" de mesma altura.
Subir de 110Hz para 220Hz nos parece a mesma "distância" que entre
220Hz e
440 Hz, mas subimos o dobro de frequências.
Isso nos permite ouvir muitas frequências, pois à medida que subimos, é
como se "apertássemos" umas contra as outras.
Por isso conseguimos ouvir uma extensão de 10 oitavas!
Podemos dizer que a sensibilidade humana às frequências não é linear,
mas logarítmica

Já sabemos que para subir uma oitava, multiplicamos por 2.


Por quanto multiplico o Lá4 = 440Hz para obter um Lá4#?
Para subir um semitom, multiplicamos a frequência por 1,059463... (que na verdade é o
complicado valor de raiz décima-segunda de dois) .
Assim, o Lá4# é 440 x 1,059463 , que dá aproximadamente 466Hz. (diferença de 26Hz)
Repare que partindo do Lá2 = 220Hz, o Lá2# é 220 x 1,059463 = 233Hz (diferença de 13
Hz)

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02 - Frequências

Escala Logarítmica nos Gráficos


A função dos grá cos é representar visualmente o que ouvimos.
Como ouvimos as frequências de modo logarítmico, os grá cos usam essa
escala para as frequências.
À medida que subimos na escala, cada divisão tem mais frequências que a
anterior.
Repare que o intervalo em azul entre 1000 e 2000Hz tem o mesmo
tamanho que o intervalo entre 100 e 200Hz, mas tem dez vezes mais
frequências ali dentro.

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02 - Frequências

Adjetivos
Nosso vocabulário é muito pobre em termos de adjetivos para quali car a
experiência auditiva. Nós emprestamos termos vindos de outros sentidos para
descrever características sonoras. Aqui temos alguns exemplos:

Brilhante Com muitas frequências mais altas.


Opaco Com falta de frequências altas.
Abafado Com excesso de graves.
Pesado Com graves presentes e geralmente com poucas médias.
Leve Com ausência de graves.
Áspero Com excesso de médias-altas.
Encaixotado Com excesso de médias na faixa de 700 a 1000Hz.
Irritante Excesso da região de 2000 a 3000 Hz.
Fino Exclusivamente agudo.
Grosso Exclusivamente grave.
Denso Com informação em muitas regiões.

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02 - Frequências

Curiosidades

Existem muitos animais que


possuem uma capacidade bem
maior que os humanos de ouvir
diferentes frequências. Os cães,
por exemplo, ouvem até 45kHz.
Mas um dos campeões é
certamente o golfinho, que é
capaz de ouvir até 150000Hz.
Porém somos melhores do que
ele nos graves, já que não ouve
abaixo de 75Hz.

https://www.hep6.com/dolphin-symbolism-facts-meaning-totem-spirit-power-animal/

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03 - Formas de Onda

03
FORMAS DE
ONDA

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 29


03 - Formas de Onda

A Onda Fundamental

https://jackschaedler.github.io/circles-sines-signals/sincos.html

Mais um ótimo grá co de Schaedler, mostrando como uma senoide pode ser
interpretada como a projeção de um movimento circular.
A oscilação senoidal é a mais fundamental da natureza, e está por trás de
inúmeros fenômenos físicos, e de todos os tipos de vibração e oscilação.
As ondas sonoras e as ondas de áudio associadas a elas, mesmo as mais
complicadas,  podem ser interpretadas como uma combinação de senoides
simples como essa.

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03 - Formas de Onda

Senoides x Formas de Onda Complexas

Qualquer forma de onda, mesmo muito complicada, pode ser


entendida como uma soma de senoides.
As ondas "periódicas" (cuja forma se repete) podem ser
decompostas em uma série bem de nida de senoides.
Isso é o que faz as senoides serem tão importantes: elas são o
blocos fundamentais que constroem as ondas muito mais
complexas com que trabalhamos.
Analisando as ondas como combinação de senoides, tudo ca
mais fácil.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 31


03 - Formas de Onda

Formas de Onda Periódicas


Quando vemos um track de áudio em uma DAW, normalmente notamos que as ondas
ali registradas não possuem um desenho simples. Pelo contrário. Mas o fato de
sabermos que elas são na verdade combinações de senoides vai nos ajudar muito.
Dentro desses in nitos formatos que as ondas do áudio podem ter, existem algumas
formas básicas com características bem importantes, e que são muito úteis nos
sintetizadores e outras aplicações. Abaixo temos alguns exemplos.
As formas que se repetem ao longo do tempo, como essas, são chamadas Periódicas.

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03 - Formas de Onda

Formas Não Periódicas (Pulsos)


Apesar de uma enorme parte da informação de áudio musical ser de
característica não periódica, podemos considerá-las assim para simpli car
nossas análises. Porém o estudo das características não-periódicas também são
extremamente importantes, principalmente em sons percussivos.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 33


03 - Formas de Onda

Harmônicos
Vimos que uma onda periódica é formada por uma frequência
fundamental; mais uma combinação de in nitas senoides (Série de
Fourier).
Nesse caso as senoides da série são todas com frequências inteiras da
frequência fundamental.
Assim uma onda de frequência 100Hz é composta de uma senoide de
100Hz mais uma senoide de 200Hz, mais uma de 300Hz, e assim por diante,
cada uma com sua intensidade própria.
Essas diferentes senoides são chamadas de HARMÔNICOS.
Os Harmônicos são importantes na música, porque é a intensidade de cada
um deles que confere o TIMBRE de um instrumento.
Por isso é que dois instrumentos que tocam a mesma nota possuem sons
diferentes.

Use a pausa durante o vídeo

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 34


03 - Formas de Onda

Construindo uma Onda Quadrada com Senoides


Na gura vemos como podemos somar senoides para obter uma onda próxima à
onda quadrada.
Aqui usamos apenas 5 harmônicos; quanto mais harmônicos usarmos, mais
próximos da forma quadrada perfeita.
Repare que na onda quadrada todos os harmônicos pares têm intensidade zero:
só há harmônicos ímpares, e eles possuem intensidades diferentes para que a
soma dê certo.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 35


03 - Formas de Onda

Período
Imagine uma onda com frequência de 1000Hz.
Ela está associada a alguma coisa vibrando 1000 vezes por segundo.
Então quanto tempo leva cada vibração?

Então, para uma onda de frequência 1000Hz, cada vibração (ou oscilação)
dura 1 milésimo de segundo, ou 1 milissegundo (1ms).

Período (T) É o tempo que leva para acontecer cada oscilação


completa.

Frequência Período (T) O mesmo que

20Hz 0,05 segundos 50 ms (milissegundos)


200Hz 0,005 segundos 5 ms
2000Hz 0,0005 segundos 500 us (microssegundos)
20000Hz 0,00005 segundos 50 us

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 36


03 - Formas de Onda

Quanto maior a Frequência,


menor o Período.

Velocidade do Som
As ondas sonoras levam um certo tempo para se deslocarem.
Essa velocidade depende basicamente do meio e da temperatura.
Nos metais os sons se transmitem mais rápido que no ar.
Quanto mais denso for o meio, mais rápido o som viaja.
Quanto mais alta a temperatura, mais rápido.

A velocidade do som no ar a 20 graus C é 343 m/s  

Na água , a velocidade do som é por volta de 1500m/s


Nos metais, por volta de 3000m/s
Em uma tempestade, se vemos um raio e o trovão chega 3 segundos
depois, o raio caiu a mais ou menos 1 quilômetro de distância.

Todas as frequências
andam na mesma velocidade!

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 37


03 - Formas de Onda

Comprimento de Onda
Se uma onda de 1000Hz anda a 343 metros por segundo,
Depois de 1 segundo teremos 1000 ciclos completos ocupando 343
metros.
Então cada ciclo está ocupando 343/1000 metros = 34 cm
Então a distância entre dois picos de intensidade nesse caso é 34cm.
Dizemos que o COMPRIMENTO DE ONDA L de 1000Hz é 34cm.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 38


03 -Formas de Onda

O comprimento de onda (L) é dado pela velocidade do som no meio (V) , dividida
pela frequência da onda.

L=V/f
Não é preciso decorar essa fórmula. O importante é saber que:

Quando a frequência aumenta,


o comprimento de onda diminui

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03 - Formas de Onda

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 40


03 - Formas de Onda

Difração
Quando uma onda encontra um obstáculo  menor que seu comprimento
de onda, ela tende a contornar esse obstáculo.
Se o obstáculo for muito menor, a onda passa sem ser perturbada.
Mas se o obstáculo é de tamanho comparável ao comprimento de onda,
ele passa a impedir sua passagem - a onda re ete.

Por isso , temos di culdade em perceber de onde vêm as frequências graves


(comprimentos de onda grandes), e facilidade em perceber de onde vêm os
agudos (comprimentos pequenos).

Os graves são POUCO direcionais.


Os agudos são MUITO direcionais.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 41


03 - Formas de Onda

Ondas Estacionárias
Em uma sala, para algumas frequências, uma onda que bate numa parede se
combina com a que re ete de modo que a soma das duas é perfeita. Nesses
casos, é como se a onda estivesse "estacionada" no mesmo lugar.
Isso acontece, por exemplo, quando uma dimensão da sala coincide com um
comprimento de onda.
Essas ondas estacionárias costumam ser problemáticas na acústica de salas,
porém os instrumentos de sopro baseiam seu funcionamento nesse princípio. A
corda de um violão vibra de modo estacionário.

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Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 42


03 - Formas de Onda

Curiosidades

Ao contrário do que muitos


pensam, não existe uma
frequência mínima para um
tamanho de sala. Uma onda de
30Hz (11 metros de
comprimento) pode ser
perfeitamente ouvida numa sala
de 2 m. Não fosse assim os
fones de ouvido simplesmente
não funcionariam

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 43


04 - Amplitudes

04
AMPLITUDES

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 44


04 - Amplitudes

O que é Amplitude?
Até agora estávamos preocupados com as frequências (o eixo horizontal
dos grá cos).
Nosso foco eram quantas oscilações acontecem por segundo.
Agora vamos nos preocupar com a intensidade dessas oscilações (o eixo
vertical dos grá cos).
No caso do som, a amplitude indica o quanto de variação de pressão está
acontecendo, e está relacionada a nossa percepção de volume sonoro.
No áudio a amplitude indica a variação na tensão elétrica ("voltagem") ou
corrente elétrica do sinal.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 45


04 - Amplitudes

As Medidas em Decibéis
Os valores de amplitude podem variar entre extremos muito
grandes.
Por exemplo, a diferença entre a intensidade do som mais
baixo que ouvimos e o mais alto é de 1.000.000.000.000 de
vezes!!
Para evitar se trabalhar com diferenças muito grandes de
valores, se usa a medida em decibéis (dB).

A medida em dB permite expressar


diferenças grandes com números
pequenos.

A medida em dB transforma multiplicações em somas.


Medidas em dB sempre são comparações entre dois valores.
E sempre sabemos qual a referência para essa comparação.
A referência ou é indicada por um su xo (SPL, m, u, v, V),
Ou o ponto que vale 0dB é mostrado. E 0dB = referência.
Se estamos medindo um valor de 0dB signi ca que estamos
sobre a referência.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 46


04 - Amplitudes

Dois Tipos de dB
Para comparação de valores do tipo Potência, como é o nível de
pressão sonora, típicos do som no ar, nós temos:
Multiplicar a potência por 2 signi ca somar 3dB;
Dividir a potência por 2 signi ca subtrair 3dB;
Multiplicar por 10 equivale a somar 10dB;
Dividir por 10 equivale a subtrair 10dB;
Multiplicar por 1000 equivale a somar 30dB.

Para comparação de valores do tipo Tensão ou Corrente, típicos


dos sinais de áudio, temos:
Multiplicar a amplitude por 2 signi ca somar 6dB;
Dividir a amplitude por 2 signi ca subtrair 6dB;
Nesse caso subir 3dB equivale a multiplicar por 1,4.

Quando vou saber qual dos dois usar?


Geralmente o primeiro tipo é usado para medidas acústicas,
E o segundo tipo é usado para os volumes dentro das DAWs e
equipamentos.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 47


04 - Amplitudes

Vantagens
Variações grandes com números pequenos e somas em vez de x
Sempre sabemos onde está a referência
Não precisamos saber os valores; só suas variações

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 48


04 - Amplitudes

Dois casos nas DAWs


Exemplo de subida de 100% de amplitude (6dB) e descida de 50% (-6dB)

Ao mandar um track mono para


uma saída estéreo,
A amplitude de cada lado cai 3dB,
Para que a audibilidade se
mantenha.
Obs: isso pode ser alterado através do ajuste da
Pan Law da DAW, mas está fora do nosso escopo
aqui.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 49


04 - Amplitudes

Amplitudes como Parâmetro


Já vimos que a amplitude está associada no som à quantidade de variação
na pressão do ar e no caso do áudio na intensidade da tensão ou corrente
elétricas;
Para o som no ar, as medidas de amplitude são feitas usando a mínima
pressão que conseguimos ouvir;
Essa medida é a chamada dBSPL;
Somos então capazes de ouvir entre 0dBSPL (limiar da sensibilidade) e
130dBSPL (limiar da dor).
No caso do áudio, os equipamentos têm uma capacidade de trabalhar com
amplitudes que vão de um valor mínimo, onde a informação se confunde
com o ruído de fundo do próprio equipamento, e a saturação, onde a fonte
de alimentação não consegue mais fornecer energia para aumentar o
sinal, que ca distorcido.
Essa distância entre menor e maior amplitudes é chamada "faixa
dinâmica".

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 50


04 - Amplitudes

Mesma Frequência e Diferentes Amplitudes

As ondas acima possuem a mesma frequência e todas caminham juntas; o que


muda entre elas é apenas a amplitude

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 51


04 - Amplitudes

VU e Headroom - O caso analógico


Para que os níveis dos diferentes equipamentos casse padronizado,
escolheu-se um valor de amplitude de referência de +4dBu (1,228Volts).
A partir daí se criou a medida em VU (volume units), que leva em conta
também outras características dos sinais;
Quando está chegando +4dBu na entrada de um equipamento analógico,
ele vai mostrar o valor de 0VU.
Este valor não é o máximo que o equipamento suporta. Esse máximo
depende de cada equipamento.
A distância entre o ponto de 0VU e o valor máximo que o equipamento
suporta é chamado HEADROOM.
Quanto maior o headroom, maior a habilidade do equipamento em
trabalhar com amplitudes bem acima do padrão 0VU.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 52


04 - Amplitudes

dBFS e PPM - O caso digital


Em áudio digital o ruído de fundo é extremamente baixo, mas o ponto de
saturação é muito bem de nido, e essa saturação é muito audível;
Agora a preocupação é nunca chegar a saturar.
Por isso o ponto de saturação foi adotado como referência de amplitude.
Esse ponto cou denominado 0dBFS (full scale), e é o máximo valor de
amplitude possível em um sistema digital.
Por isso toda medida de amplitude digital é negativa , porque o máximo só
pode ser zero.
Ainda assim precisamos falar com os outros equipamentos, e precisamos
estabelecer no sistema digital a quantos dBFS corresponderão 0VU.
Esse valor não é padronizado, mas tipicamente se usa 0VU=-18dBFS.
Ou seja, se chega 0VU em um equipamento digital, normalmente ele vai
indicar -18dBFS.
Além disso, o medidor normal de VU é lento demais para o digital, e
passa-se a usar a medida em PPM (Peak Program Meter) , bem mais rápida.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 53


04 - Amplitudes

Posição do Fader x Amplitude


Como a medida em dB é sempre relativa, quando se mostra onde é o zero,
não precisamos nos importar com os valores em si, mas só com as suas
variações;
O valor mostrado na escala do fader não é uma medida de amplitude, mas
apenas uma indicação de quanto se aumenta ou abaixa ao mudar o fader
de posição.
Por isso o ponto de 0dB do fader signi ca que não estamos nem
aumentando nem abaixando, independente da amplitude do sinal que
está passando pelo fader.
Na gura vemos o fader em 0dB e um sinal em -13dBFS passando por ele.
Se movermos o fader para a posição +3dB, signi ca que na saída haverá
nesse caso -10dBFS.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 54


04 - Amplitudes

Envelope e ADSR
Imagine uma nota dada por um sintetizador.
Chamamos de ENVELOPE a forma como a sua amplitude começa,
prossegue e cai ao longo do tempo.
Esse envelope tradicionalmente se divide em quatro partes:

Attack Ataque = porção inicial da nota


Decay Decaimento da amplitude que se segue ao ataque
Sustain Porção da nota que permanece soando enquanto a tecla
estiver apertada ou por um tempo predeterminado.
Release Decaimento natural da nota que acontece ao ser liberada a
tecla ou depois de um tempo predeterminado.

Ao conjunto desses quatro parâmetros é que se chama ADSR.


Os instrumentos acústicos também possuem seus envelopes ADSR
característicos. Por exemplo, um trompete tem release zero, enquanto um
violão possui release longo (se não for interrompido pelo músico).

https://linuxaudio.github.io/libremusicproduction/html/answer/adsr-envelope.html

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 55


04 - Amplitudes

Curiosidades

O valor de 0VU padronizado para


equipamentos domésticos é
-10dBV , que tem uma referência
diferente do +4dBu. A distância
entre os dois é na verdade
11,78dB.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 56


05 - Fase

05
FASE

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 57


05 - Fase

A Essência da Fase
Observe as guras 1 e 2  abaixo. Em cada uma delas há duas ondas com a mesma
frequência e a mesma amplitude. Mas há algo diferente entre elas. Você
consegue identi car o que é?

Na gura 2 as duas ondas não estão na mesma "posição". A onda de cima


parece atrasada em relação à de baixo.
Esse atraso, se for medido em tempo, pode dar um valor em
milissegundos, mas aí precisaríamos saber qual a frequência dessas duas
ondas.
Podemos interpretar essa diferença entre elas também como uma
diferença de FASE , onde fase, como veremos, signi ca um "pedaço" do
ciclo.
Assim , podemos dizer que a onda de cima está atrasada de um quarto de
ciclo em relação à de baixo; ou seja, a diferença de fase entre elas é de um
quarto de ciclo - mesmo sem sabermos a frequência.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 58


05 - Fase

Fase x Tempo
Do caso anterior, poderíamos achar que tudo é apenas uma questão de valor do
atraso de tempo entre as ondas. Mas vamos ver mais um caso:

Nas duas guras estamos pegando a onda de cima e somando com ela mesma
atrasada de 2 milissegundos. O resultado da soma é a onda de baixo.
Na gura da esquerda, a frequência das ondas é 100Hz. Para elas, atrasar 2ms
provocou pouca diferença e a soma das duas cou com amplitude maior que
que cada uma delas.
Já na segunda, as ondas têm 300Hz, e agora, os 2 ms de atraso zeram com que
a soma das ondas tivesse uma amplitude menor que cada uma das duas.
Para o mesmo atraso, a diferença entre as duas ondas - a diferença de FASE -
pode ser CONSTRUTIVA ou DESTRUTIVA, dependendo da frequência.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 59


05 - Fase

Reforços e Cancelamentos
Vamos agora fazer um teste. Vamos pegar uma varredura - um sinal que varia
continuamente a frequência entre 20Hz e 20kHz - e vamos somá-lo com ele
mesmo atrasado de 20ms. Primeiro ouviremos o sinal original e depois a soma..

No início a amplitude da soma é o dobro das duas ondas, e ela vai diminuindo
conforme a frequência aumenta, até se cancelar, voltando depois a aumentar, e
assim progressivamente. A diferença constante de 2ms provocou uma série de
cancelamentos - esse efeito é chamado " ltro pente".

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 60


05 - Fase

O Que Provoca as Diferenças de Fase


As diferenças ocorrem por diferentes motivos, e os mais comuns são:
Em um som, quando somamos dois microfones captando a mesma
informação a distâncias um pouco diferentes;
Em um sinal, quando um mesmo sinal recebe dois processamentos
diferentes, como a captação em linha e com microfone ao mesmo tempo;
Quando o próprio processamento provoca um deslocamento de fase - EQ.

Diferenças de fase não são apenas


um problema. São muito importantes no
áudio, estando intimamente envolvidas em
processos como equalizações e reverbs.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 61


05 - Fase

A Medida em Graus
Lá em cima dissemos que uma onda estava adiantada de um quarto de ciclo em
relação a outra. Porém essa medida da diferença de fase é muito imprecisa. Para
de nirmos melhor essa diferença, nós dividimos um ciclo da onda em 360 partes
(360 graus). Assim nós sabemos que 90 graus são 1 quarto de ciclo, 180 graus são
meio ciclo, e assim por diante.

Dividir uma onda em 360 graus nos conecta ao fenômeno que vimos lá no início,
quando associamos a onda senoidal ao movimento circular.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 62


05 - Fase

Inversão de Polaridade
Equivale a um deslocamento de fase de 180 graus.
Mas inverter a polaridade não é igual a inverter a fase.
Já vimos que o deslocamento de fase depende da frequência, e quando
invertemos a polaridade estamos aplicando o mesmo desvio de 180 graus
a todas as frequências.
Muitos equipamentos possuem um botão de inversão de polaridade como
recurso para os casos em que captamos dessa forma - por exemplo com
dois microfones apontando um para o outro.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 63


05 - Fase

Fase e Estéreo
Vimos que captar com dois microfones separados de uma pequena
distância resulta em diferenças de fase.
Os nossos ouvidos são exatamente dois microfones separados por 17cm.
A audição usa as diferenças de fase entre os dois ouvidos como um dos
métodos de situar as fontes sonoras no espaço 3D.
O áudio estéreo usa as diferenças de fase como um dos elementos para
recriar a sensação espacial na nossa audição.
Existem técnicas especiais de microfonação para captar em estéreo de
modo que as diferenças de fase contribuam.

Exemplo: overs de bateria. Nesse


caso a distância horizontal entre os
dois microfones fornece as
diferenças de fase que irão criar a
imagem estéreo.
Porém os microfones devem estar à
mesma altura do chão, ou haverá
deslocamentos prejudiciais de fase
e desequilíbrio da informação do
centro.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 64


05 - Fase

Curiosidades

O processador conhecido como


PHASER usa deslocadores de
fase situados em diferentes
regiões de frequência, e ficam
variando essas regiões
lentamente para criar seu efeito
de "vai-e-vem" característico.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 65


06 - Psicoacústica

06
P S I C O AC Ú S T I C A

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 66


06 - Psicoacústica

O que é Psicoacústica?
Uma mixagem não existe dentro da DAW, não existe no ar,
Ela só existe no cérebro do ouvinte.
Só quando os zeros e uns digitais se transformam em corrente elétrica, são
convertidos em energia mecânica, viajam pelo ar e são captados pelos
ouvidos é que podemos dizer que uma mixagem aconteceu.
Por isso, além de tudo o que estudamos até agora sobre as características
físicas do som e do áudio, ainda é preciso mais.
Precisamos saber as particularidades de como o nosso cérebro interpreta
as informações que vamos mandar pra ele.
Explicar e entender o jeito humano de interpretar sons é o papel da
Psicoacústica.

https://scitechdaily.com/neuroscientists-uncover-why-the-brain-enjoys-music/

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 67


06 - Psicoacústica

Loudness
O conceito de Loudness é importante, pois ele é a versão humana de um
comportamento físico.
Já vimos que a intensidade de um som está associada às variações de
pressão envolvidas,
E que no caso do áudio a intensidade se relaciona com as variações
positivas e negativas de tensão e corrente elétricas.

O Loudness é a interpretação que nosso cérebro dá à intensidade sonora.


Mas por que o loudness não é o mesmo que a amplitude?
Porque nós não ouvimos todas as amplitudes e todas as frequências da
mesma forma.
Como veremos a seguir, temos um jeito particular de escutar, e o loudness
leva isso em conta para de nir o quanto de intensidade escutamos.
Uma tradução aproximada seria "volume", mas sempre com a ressalva que
se refere à percepção humana e não somente à fonte sonora em si.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 68


06 - Psicoacústica

Equal Loudness
Nós não percebemos todas as frequências que ouvimos com a mesma
intensidade.
Temos mais sesibilidade em algumas regiões do espectro e menos em
outras.
Depois de várias pesquisas, foi possível traçar um grá co da nossa
sensibilidade, cuja versão normatizada atual é essa:

Curva normatizada ISO 226:2003

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 69


06 - Psicoacústica

Entendendo o Gráfico
O grá co que vimos acima representa como o ser humano percebe as
diferentes frequências a partir de um certo volume inicial (SPL).
Vamos acompanhar a curva azul claro - 60 phon . Essa curva mostra que se
tocamos 1000 Hz com um SPL de 60dB a pessoa irá perceber as diferentes
frequências como se estivessem com mais ou menos volume.
Repare que a curva vai subindo em direção aos graves. Signi ca que ao descer a
frequência, teríamos que aumentar o volume da monitoração para que o ouvinte
achasse que estava ouvindo os mesmos 60dBSPL. Em 35Hz, nós teríamos que
subir 35 dB para continuar com a mesma audibilidade que em 1000Hz.
Ao contrário, em torno de 3.500Hz nós temos excesso de sensibilidade, e
teríamos que abaixar uns 10dB para ouvir com a mesma sensação sonora.
Repare também que para mais phons - mais volume inicial  - os nossos ouvidos
tendem a apresentar uma variação menor de sensibilidade.

Tem os m enor sensib ilidade p ara os g raves


e p ara o extrem o ag udo.
Tem os excesso de sensib ilidade em torno de 3500Hz.
Esse efeito é m ais p ronunciado q uanto m ais  b aixo
estiver o volum e de m onitoração

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 70


06 - Psicoacústica

Consequências
Se estamos ouvindo baixo, ouviremos menos graves e menos agudos;
À medida que vamos aumentando o volume da sala, vamos equilibrando
melhor a sensibilidade.
A informação em torno de 3.500Hz é facilmente percebida, e se queremos
que algo seja ouvido, é mais e ciente se estiver nessa região.
Por isso é nessas frequências que cam os alarmes, e é onde os bebês
choram.
Para quem mixa, é preciso cuidado porque essa região pode se tornar
facilmente irritante ao ouvinte.
Ao abaixarmos o volume de monitoração, é então natural que os graves
"sumam" nessas horas, e que tudo soe mais plano em volumes altos
Também é por isso que nos fade-outs os graves são os primeiros a
sumirem, seguidos dos agudos. Os sons que somem por último são os
médios - con ra.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 71


06 - Psicoacústica

Cuidado com o Volume!


Ouvir em volumes altos por muito tempo pode causar danos irreversíveis à
audição.
Abaixo os tempos de exposição permitidos para diferentes níveis SPL.

Para fazer essa medição é preciso um decibelimetro.


Apps de celular não são calibrados e podem dar valores muito diferentes
Um modo prático de determinar o ponto saudável de monitoração é:
85dBSPL é quando a gente precisa começar a falar alto pra se fazer ouvir.
Esse não é um método preciso, mas se você está tendo que falar alto na
sala, a monitoração está alta demais.
Ouvir um "apito" constante depois de assistir a um show, indica que seu
ouvido está sofrendo de um stress físico e precisa de repouso. Se você
passa por isso frequentemente, pode estar sujeito a perda auditiva.

OBS : A medida em dBA indica que foi usado um ltro de graves para a medição. Isso
permite focar o medidor na região onde somos mais sensíveis - os médios.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 72


06 - Psicoacústica

Mascaramento
Fenômeno extremamente importante em mixagens.

Quando dois sons ocupam a mesma


região de frequência,
só ouvimos o que está mais alto.
Se as regiões forem próximas, vai depender da diferença de volume.
Para regiões próximas, basta uma pequena diferença de volume para
mascarar a mais baixa.
À medida que os sons se afastam na frequência, é preciso uma diferença
maior de volume para acontecer o mascaramento.

Responsável pelo problema típico : "quando subo a guitarra, o piano some",


ou "quando abaixo a voz só um pouco, ela some na mix, ou quando
aumento só um pouco ela salta da mix.
Evita-se com um bom arranjo e com boa escolha de timbres.
Corrige-se com equalização e com ajuste de dinâmica
Eventualmente abrir no pan pode ajudar, mas não resolve para todos os
casos, principalmente quando há chance da mix ser ouvida em mono.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 73


06 - Psicoacústica

Exemplo de Mascaramento:

Primeiro ouvimos 4000Hz somado a 1000Hz. Repare como soam dois sons
distintos.
A seguir temos 4000Hz e 4500Hz. Repare como é mais difícil ouvir dois
sons.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 74


06 - Psicoacústica

Exemplo de Mascaramento 2:

Aqui temos um ruído bem estreito e um tom de 1000Hz tocando ao mesmo


tempo.
No início o ruído está longe, e conseguimos ouvir o tom distintamente
Quando o ruído ca próximo, mesmo sem ter componentes em 1000Hz,
ele mascara completamente o tom original.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 75


06 - Psicoacústica

Efeito Haas
Quando um som chega aos dois ouvidos com a mesma intensidade mas
em tempos ligeiramente diferentes, entendemos que há apenas um som,
vindo da direção do que chega primeiro.
Os tempos para que o efeito aconteça estão na casa de 10 a 35ms.
Pode-se então usar um atraso pequeno para transformar um som mono
em estéreo. Por causa do Efeito Haas, o lado sem atraso parece mais alto.
À medida que o atraso aumenta, começamos a ouvir dois sons (original +
eco) mas o lado atrasado deixa de soar mais baixo.
E sempre compensa conferir em mono se o nosso delay não está
alterando o som por causa dos cancelamentos de fase - que já vimos aqui.

Com 1ms de atraso no lado direito, o sinal parece vir do lado esquerdo. Subindo para 10ms, ocorre o efeito
estéreo, mas o lado esquerdo continua mais alto. Com 100ms passamos a ouvir dois sinais, e o volume
dos dois lados é o mesmo.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 76


06 - Psicoacústica

Curiosidades

O mascaramento pode ser


benéfico. Ele é a base dos
algoritmos de compressão de
dados como o mp3, que não
codifica o que vai ser mascarado
na audição.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 77


07 - Harmônicos e Distorção

07
Ha rmôni c os e
D istor çã o

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 78


07 - Harmônicos e Distorção

Qual a diferença?
No vídeo abaixo temos 4 ondas de formato diferente. Porém as quatro possuem
a MESMA FREQUÊNCIA e a MESMA AMPLITUDE.
Reparem como soam diferentes. O que muda entre elas?

Apesar de todas oscilarem na mesma frequência fundamental, e tocarem a


mesma "nota", suas formas são diferentes.
Alguma coisa está fazendo com que a mesma frequência mude sua forma e
tenha sonoridade diferente.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 79


07 - Harmônicos e Distorção

Conteúdo Harmônico
No vídeo abaixo nós vemos o que mudou.
Podemos ver que quando o formato muda de senoide para outra coisa,
aparecem outras frequências somadas à fundamental.
Então podemos dizer que os responsáveis por transformar a forma de onda
original senoidal em outra coisa são essas frequências extra que aparecem.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 80


07 - Harmônicos e Distorção

Harmônicos e Série Harmônica

Toda onda, por mais complicada


que seja sua forma, pode ser
interpretada como uma soma
de senoides puras.

A frequência básica de oscilação, que gera todas as outras, é chamada de


FUNDAMENTAL;
As outras frequências que aparecem são chamadas Parciais;
Quando a onda é periódica, os parciais são chamados HARMÔNICOS.
Os harmônicos possuem uma característica importantíssima: suas
frequências são sempre múltiplos inteiros da fundamental,
O conjunto de harmônicos gerados para uma fundamental é chamado
SÉRIE HARMÔNICA,
Os harmônicos são in nitos , mas podem ter qualquer amplitude, inclusive
zero.

Para uma fundamental de 100Hz,


seus harmônicos serão 200Hz, 300Hz,
400Hz, 500Hz e assim por diante.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 81


07 - Harmônicos e Distorção

O Analisador de Espectro
Vamos fazer uma pequena pausa para conhecer melhor essa ferramenta muito
importante em nosso trabalho: O Analisador de Espectro.
O que ele faz é apresentar a cada instante que frequências estão presentes no
sinal de áudio
No, eixo horizontal ele mostra as frequências e no eixo vertical, mostra a
amplitude de cada uma delas.

OBS: Idealmente, os 100Hz dessa gura iriam aparecer no analisador como apenas uma linha vertical.
Mas para isso ele teria que usar uma quantidade enorme de samples para fazer o cálculo e gastaria
muita CPU. Então usamos uma "janela" de informação para calcular o grá co. Ela pode ser selecionada
como o parâmetro "block size" ou "FFT size" no analisador. Quanto menor o block size, mais "gorda"
aparece uma frequência simples.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 82


07 - Harmônicos e Distorção

Vendo a Série Harmônica

Agora ca clara a diferença entre uma senoide de 100Hz e uma outra forma de
onda de mesma frequência.
Na dente de serra podemos ver que além dos 100Hz estão presentes os
harmônicos em 200Hz, 300Hz, e assim por diante.

A amplitude de cada harmônico define


o som próprio de cada forma de onda,
e o TIMBRE de cada instrumento.

Por isso uma auta e um sax tocando a mesma nota possuem sons diferentes.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 83


07 - Harmônicos e Distorção

A Onda Quadrada
É uma das formas de onda mais importantes no áudio.
Se caracteriza por ter harmônicos muito intensos e somente ímpares.
Como vimos acima, podemos considerar que todos os harmônicos estão (ou
estariam) nessa série harmônica, só que todos os pares têm amplitude zero.
Isso é na verdade um tipo de distorção muito comum, como veremos adiante.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 84


07 - Harmônicos e Distorção

A Senoide Escondida
É meio difícil imaginar que "dentro" de uma dente de serra exista uma forma de
onda totalmente diferente, como a senoide. Nesse vídeo vamos pegar uma
dente de serra e vamos ltrando os harmônicos um por um, até chegarmos na
frequência fundamental.
Observe como pouco a pouco a forma da onda vai se transformando na senoide.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 85


07 - Harmônicos e Distorção

Distorção Harmônica
Vamos fazer raciocínio inverso: se uma forma de onda difere de uma senoide por
conta de seus harmônicos, se nós mudamos a forma de onda da senoide, o que
estamos fazendo é acrescentar harmônicos a ela.
Tomando uma onda qualquer, quando alteramos as amplitudes de seus
harmônicos, estamos provocando uma distorção harmônica.
Veja no vídeo o exemplo de um simulador de distorção de válvula, e repare que
quanto mais alteramos a forma da senoide, maior a amplitude dos harmônicos.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 86


07 - Harmônicos e Distorção

Clipper
O clipper é um dos casos mais radicais de distorção. Ele consiste em
simplesmente - como o nome diz - se cortar as partes mais altas das ondas.
Produz harmônicos intensos e ímpares.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 87


07 - Harmônicos e Distorção

Por Que Usar Distorção?

Passar um sinal por um


equipamento ou processador
sempre insere alguma distorção,
mesmo que muito pequena.

Em música a distorção pode ser usada por motivos estéticos, por ser parte de
um determinado tipo de som que se deseja.
De modo geral, acrescentar um pouco de distorção aumenta a quantidade de
informação em frequências altas, e isso foi usado como ferramenta,
principalmente na época pré-digital, quando muitos processos acabavam
retirando o conteúdo mais alto das gravações.
Acrescentar distorção harmônica não é necessariamente bené co ou
prejudicial, é apenas um recurso estético ou um meio de acrescentar
harmônicos altos.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 88


07 - Harmônicos e Distorção

Harmônicos Pares e Ímpares


Vimos que alterar a forma original da onda aumenta o conteúdo harmônico.
Quando a onda resultante possui simetria - é igual na metade superior e inferior
- só gera harmônicos ímpares. É o que acontece aqui:

Se não há simetria, podem ser gerados harmônicos pares e ímpares:

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 89


07 - Harmônicos e Distorção

Ouvindo Pares e Ímpares


Existe uma crença muito difundida de que "harmônicos pares soam bem, e
ímpares soam mal". Vamos escutar os dois casos e tirar nossas próprias
conclusões?

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 90


07 - Harmônicos e Distorção

Curiosidades

O misterisoso efeito conhecido


como Aural Exciter nada mais é
do que um distorcedor atuando
apenas acima de 5kHz,.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 91


08 - Ferramentas

08
FERRAMENTAS

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 92


08 - Ferramentas

Os Quatro Parâmetros
Ao trabalhar com áudio, estamos na verdade mexendo com basicamente
quatro tipos de parâmetros:
Frequências
Amplitudes
Tempos
Panorama

O que são Parâmetros?


São características do áudio em que podemos mexer, que podemos alterar
e sobre as quais temos controle.
Cada processador ou equipamento disponibiliza uma certa quantidade de
parâmetros para nós atuarmos;
Quanto mais parâmetros temos à disposição, maior nossa capacidade de
controle, mas também pode car mais difícil ajustar.

Um processador com mais de 70 parâmetros e um com apenas 1.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 93


08 - Ferramentas

Ferramentas - Frequências
Os diversos processadores que temos à disposição são as ferramentas do
nosso trabalho
Para lidar com conteúdo de frequências temos basicamente os
equalizadores, que permitem aumentar e abaixar regiões especí cas do
espectro.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 94


08 - Ferramentas

Ferramentas - Amplitudes
Para lidar com amplitudes (volumes), as principais ferramentas são os
faders, controles de ganho e compressores.
Os faders e controles de ganho ajustam os volumes das informações.
Os processadores de dinâmica, como compressores, expansores e
limiters, permitem trabalharmos a relação entre os volumes mais altos e
mais baixos de uma informação.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 95


08 - Ferramentas

Ferramentas - Tempos
Os equipamentos desse tipo basicamente utilizam atrasos para gerar
efeitos como ambiências, reverbs, ecos etc.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 96


08 - Ferramentas

Ferramentas - Panorama
O jeito mais comum de simularmos a espacialidade de uma informação de
áudio é usando a distribuição dessa informação em dois canais (L e R),
enviados para dois monitores.
Panorama é a arte e a técnica de situar as diversas informações total ou
parcialmente entre esses dois canais para os objetivos artísticos
desejados.
Hoje as possibilidades vão desde um canal (mono) , até muitos canais -
áudio imersivo. Porém o estéreo continua o meio mais popular.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 97


08 - Ferramentas

Os fundamentos que
vimos até aqui são a base
do funcionamento de todas
essas ferramentas.

A capacidade para se obter os


resultados desejados em áudio
vem justamente da habilidade
em se usar essas diferentes
ferramentas.

Por isso os fundamentos


são tão importantes.

Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 98


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Áudio: Fundamentos - Fabio Henriques - Pág 100

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