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Introdução à Imunologia

Profº Willians Melo


Esp. Hematologia e Banco de Sangue
Mestre em Saúde Pública – Fiocruz PE
O que é?
• O sistema imune dos vertebrados é um conglomerado de células e
moléculas, que cooperam para nos proteger de agentes infecciosos,
além de proporcionar um sistema de vigilância para monitorar a
integridade dos tecidos do hospedeiro;
• sua função pode ser resumida a duas funções básicas: o
reconhecimento de substâncias estranhas e microrganismos que
penetraram em nossas defesas externas (i. e., o epitélio da pele e a
mucosa do intestino e dos sistemas genital e respiratório) e a
eliminação desses agentes por um conjunto diversificado de células e
moléculas, que atuam em conjunto para neutralizar a ameaça
potencial;
Roitt, 2017
• Por conseguinte, uma das funções fundamentais do sistema imune é
determinar a diferença entre o que é estranho (o que os
imunologistas frequentemente chamam de “não próprio”) e o que
existe normalmente no corpo;
• Assim, as células e as moléculas que constituem o sistema imune
inato têm como missão detectar determinados padrões moleculares,
que estão tipicamente associados a agentes infecciosos;
• Charlie Janeway deu a essas moléculas o nome de padrões
moleculares associados a patógenos (PAMP; do inglês, pathogen-
associated molecular patterns), e são essas estruturas que
desencadeiam a ativação do sistema imune inato;
Roitt, 2017
Células do Sistema Imune
• Monócitos;
• Neutrófilos;
• Eosinófilos;
• Basófilos;
• Linfócitos
T: Th1, Th2 e Th3;
B
Plasmócitos;
Roitt, 2017
Roitt, 2017
Roitt, 2017
Figura. Os receptores de reconhecimento de padrões (PRR) detectam padrões moleculares
associados a patógenos (PAMP) e desencadeiam respostas imunes. Os PRR podem ser solúveis ou
associados às células e são capazes de desencadear vários tipos de resposta quando encontram
Roitt, 2017

seus ligantes apropriados.


• Por esses motivos, existem diversos mecanismos de imunorregulação
para assegurar que as respostas imunes sejam proporcionais ao nível
de ameaça representada por um agente infeccioso específico, bem
como para garantir que as respostas imunes não sejam dirigidas
contra o próprio, e que as respostas direcionadas contra o não
próprio sejam interrompidas após a eliminação bem-sucedida do
agente infeccioso do corpo;
• Os mecanismos imunorreguladores (ou pontos de controle imunes)
estabelecem limiares para a mobilização de respostas imunes e são
de importância vital para a atuação apropriada do sistema imune;
Roitt, 2017
Receptores de reconhecimento
de padrões
• Self e Nonself;
• Conjunto de receptores de reconhecimento de padrões → PAMP;
• Após o reconhecimento:
▪ Lise direta do patógeno
▪ Opsonização, seguida por fagocitose
▪ Fagocitose direta por meio de PRR associado às células
▪ Intensificação das funções das células fagocitárias
▪ Produção de proteínas antimicrobianas
▪ Produção de citocinas e quimiocinas
▪ Diferenciação de células efetoras em um estado mais ativo;
Roitt, 2017
Imunidade inata e adaptativa
Roitt, 2017
Barreiras externas contra a
infecção
Roitt, 2017
Células do sistema imune
Roitt, 2017
Linhas de proteção
• 1ª: barreiras físicas – tecidos, mucosas;
• 2ª: inata, inespecífica;
• 3ª: adquirida, adaptativa → imunidade mediada por células e
imunidade mediada por anticorpos/humoral;
Levison, 2010
• Imunidade celular: Linf. T;
• Imunidade humoral: Linf B, plasmócitos;
Levison, 2010
Imunidade humoral: anticorpos
• As principais funções dos anticorpos são (1) neutralizar toxinas e
vírus e (2) opsonizar bactérias, facilitando sua fagocitose;
• A opsonização é o processo pelo qual anticorpos do tipo
imunoglobulina G (IgG) e o componente C3b do complemento
intensificam a fagocitose;
Levison, 2010
Linfócitos NK
Roitt, 2017
Levison, 2010
Roitt, 2017
Macrófagos e mastócitos
• Ambos os tipos celulares desempenham uma importante função na
detecção da infecção e na amplificação das respostas imunes;
• Atuam por meio da produção de citocinas, quimiocinas e outros
mediadores solúveis (como aminas vasoativas e lipídios), que
possuem efeitos sobre o endotélio local e facilitam a migração de
outras células imunes (como neutrófilos) até o local de infecção, por
meio do recrutamento destas últimas células do sangue;
• Os mastócitos, em particular, são importantes na promoção de
vasodilatação por meio da produção de histamina, que exerce efeitos
profundos sobre a vasculatura local;
Roitt, 2017
Granulócitos: neutrófilos
• São de longe os mais os numerosos dos três tipos de células,
respondendo por quase 97% da população dos granulócitos;
• São células altamente fagocitárias, que são competentes para
perseguir e capturar bactérias e leveduras extracelulares;
• Os neutrófilos chegam com muita rapidez ao local de infecção, em
prazo de duas horas após a detecção dos primeiros sinais de infecção;
• Com efeito, multidões impressionantes dessas células migram para
os tecidos infectados, podem alcançar concentrações até 100 vezes
mais altas do que aquelas observadas na circulação;
Roitt, 2017
A ativação dos neutrófilos pode levar à formação de
“armadilhas” extracelulares de neutrófilos (NET). A.
Bactéria Klebsiella (na cor púrpura) aprisionada em uma
NET (verde). B. A formação de NET ocorre 1 a 2 h após a
ativação dos neutrófilos e envolve a liberação de DNA do
neutrófilo, histonas e enzimas dos grânulos no espaço
extracelular, onde podem aprisionar bactérias, leveduras
e outros patógenos extracelulares e destruí-los in situ. C.
Múltiplas bactérias (em vermelho) capturadas em uma
NET. (Fonte: Imagens: Dr. Volker Brinkmann, Max Planck
Institute for Infection Biology, Berlim, Alemanha.
Roitt, 2017
Roitt, 2017
Roitt, 2017
Referências
• ROITT, Ivan. Roitt fundamentos de imunologia. Guanabara Koogan,
2018. Capítulo 01: Imunidade Inata.
• Microbiologia médica e imunologia. Warren Levinson ; tradução:
Martha Maria Macedo Kyaw. – 10. ed. – Porto Alegre : AMGH, 2011.

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