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Sigam focados, lembrando sempre do objetivo final (a tão sonhada
vermelhinha), pois assim essa preparação será leve e proveitosa.
Aproveite o caminho e, com toda certeza, o sonho da aprovação será
consequência desse trajeto.
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SUMÁRIO
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL ............................................... 4
1.1. Introdução ..................................................................................................................... 4
1.2. Princípio da Legalidade ................................................................................................ 5
1.2.1. Vertentes do Princípio da Legalidade .................................................................... 6
1.2.2. Princípios Inerentes ao Princípio da Legalidade .................................................... 9
1.3. Princípio da Individualização da Pena ........................................................................ 10
1.4. Princípio da Personalidade ou da Intranscendência ................................................... 11
1.5. Princípio da Humanidade............................................................................................ 12
1.6. Princípio da Ofensividade ou da Lesividade ............................................................... 13
1.7. Princípio da Alteridade ou da Transcendentalidade .................................................... 13
1.8. Princípio da Insignificância ......................................................................................... 14
1.8. Princípio da Intervenção Mínima ................................................................................ 17
1.9. Princípio da Subsidiariedade ...................................................................................... 18
1.10. Princípio da Fragmentariedade ................................................................................. 19
1.11. Princípio da Culpabilidade......................................................................................... 19
1.12. Princípio da Adequação Social ................................................................................. 20
1.13. Princípio da Vedação ao Bis In Idem ........................................................................ 21
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PEÇAS RECURSAIS
Princípios Constitucionais do Direito Penal
1.1. Introdução
1.2. Princípio da Legalidade
1.3. Princípio da Individualização da Pena
1.4. Princípio da Personalidade ou da Intranscendência
1.5. Princípio da Humanidade
1.6. Princípio da Ofensividade ou da Lesividade
1.7. Princípio da Alteridade ou da Transcendentalidade
1.8. Princípio da Insignificância
1.8. Princípio da Intervenção Mínima
1.9. Princípio da Subsidiariedade
1.10. Princípio da Fragmentariedade
1.11. Princípio da Culpabilidade
1.12. Princípio da Adequação Social
1.13. Princípio da Vedação ao Bis In Idem
1.1. Introdução
Princípios são valores fundamentais que direcionam a criação do sistema normativo,
indicando os critérios para a compreensão da norma, bem como servindo de base para
limitar a atuação do legislador ordinário e, até mesmo, do órgão julgador e, assim, preservar
os direitos e garantias fundamentais do cidadão.
Os princípios podem ser explícitos, ou seja, expressamente previstos no
ordenamento jurídico, como, por exemplo, o da ampla defesa e do contraditório, disposto
no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal/88; pode ser, ainda, implícito, que derivam
daqueles expressamente positivados, como, por exemplo, o da proporcionalidade entre a
gravidade da infração e da pena cominada pelo legislador ou aplicada pelo julgador.
O principal objetivo dessa fonte é limitar o poder punitivo estatal, razão pela qual os
princípios penais são verdadeiros instrumentos do Estado Democrático de Direito.
Na concepção de Cezar Roberto Bitencourt:
Poderíamos chamar de princípios reguladores do controle penal princípios
constitucionais fundamentais de garantia do cidadão, ou simplesmente de Princípios
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Fundamentais de Direito Penal de um Estado Social e Democrático de Direito. Todos esses
princípios são de garantias do cidadão perante o poder punitivo estatal e estão amparados
pelo novo texto constitucional de 1988 (art. 5º). (BITENCOURT, 2011, p. 40)
Conforme ensina Luiz Regis Prado, os princípios “servem de fundamento e de limite
à responsabilidade penal” (PRADO, 2013, p. 156).
Com a mudança de paradigma jurídico, em especial a vivenciada após a 2° Guerra
Mundial, os princípios passam a adquirir força normativa, passando de meras orientações
ao legislador e assumindo um caráter de norma, possuindo força cogente e, inclusive,
servindo de parâmetro para o controle de constitucionalidade em nosso sistema jurídico.
Cabe, portanto, à lei a tarefa de definir e não proibir o crime, propiciando ao agente
prévio e integral conhecimento das consequências penais da prática delituosa e evitando,
assim, qualquer invasão arbitrária em seu direito de liberdade.
OBS 01: como só há crime quando presente a perfeita correspondência entre o fato
e a descrição legal, torna-se impossível sua existência sem lei que o descreva. Conclui-se
que só há crime nas hipóteses taxativamente previstas em lei (PRÍNCÍPIO DA
TAXATIVIDADE).
OBS 02: Vale destacar que sanção penal é gênero, do qual são espécies as penas
e as medidas de segurança. Entretanto, em que pese as medidas de segurança não sejam
penas, possuem um caráter aflitivo, eis, que na prática, restringem a liberdade de
locomoção dos inimputáveis em razão de doença mental (artigo 26 do Código Penal),
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constituindo uma verdadeira forma de controle social, razão pela qual para a maioria da
doutrina também se sujeitam ao princípio da legalidade.
A) 1° VERTENTE – Exigência de uma lei prévia (prévia): não há crime sem lei anterior
que o defina nem pena sem prévia cominação legal.
Essa vertente nada mais é do que o princípio da proibição da retroatividade da lei
penal insculpido no artigo 5°, inciso XL, da Constituição Federal/88, o qual dispõe que a lei
penal não retroagirá, salvo para beneficiar o acusado.
Desta feita, a lei penal mais grave (seja a lei incriminadora ou a novatio legis in pejus)
para incidir a determinado fato tem que ser anterior a ele, justamente para evitar a surpresa
e garantir a segurança jurídico aos cidadãos.
Neste sentido, podemos elencar a súmula 471 do STJ, a qual dispõe que os
condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei nº
11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no artigo 112 da Lei de Execução Penal.
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Também já decidiu o STJ no sentido de se reconhecer a impossibilidade de
absolvição da contravenção penal de jogo do bicho pelo costume em razão do Princípio da
Supremacia da Lei Escrita (RESP 30705/SP).
OBS2: A medida provisória não é uma lei formal oriunda do Poder Legislativo da
União, razão pela qual, nos termos do artigo 62, parágrafo 1°, inciso II da Constituição da
República é vedada a edição de medida provisória em matéria penal. Neste sentido
podemos afirmar que:
• Uma medida provisória não é lei em sentido estrito, razão pela qual jamais poderá
veicular matéria atinente a uma norma penal incriminadora, ou seja, não pode criar crime
em hipótese nenhuma.
• Há controvérsia doutrinária a respeito da possibilidade de uma medida provisória
veicular matéria penal de caráter não incriminador como por exemplo prever uma extinção
de punibilidade, alguma excludente de ilicitude:
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• Uma primeira corrente defendida por Cléber Masson e Rogério Greco defende
que não, uma vez que diante da redação do artigo 62, parágrafo 1°, inciso II da Constituição
haveria vedação absoluta de medida provisória em matéria penal;
• Já uma segunda corrente defendida por Rogério Sanches e Luís Flávio Gomes
defende que a medida provisória pode veicular matéria penal não incriminadora, em
benefício ao réu.
OBS3: Competência da União para legislar sobre Direito Penal: Segundo o artigo 22,
inciso I compete privativamente a União legislar sobre direito penal. Entretanto, o artigo 22,
parágrafo único admite que lei complementar federal pode autorizar os Estados a legislarem
sobre direito penal em questões específicas. Entretanto, adverte a doutrina que essa
delegação não pode abranger assuntos referentes à missão fundamental do direito de penal.
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O Princípio da Determinação exige que a lei penal seja precisa e certa, incriminando
a conduta com precisão, razão pela qual discute-se se a norma penal em branco viola esse
princípio.
➢ Norma Penal em Branco – é aquela que para ter aplicabilidade necessita de um
complemento normativo:
➢ Norma penal em branco homogênea, em sentido amplo ou imprópria – ocorre
quando o complemento tem origem em uma outra lei em sentido formal da União:
1) Pode ser homovitelina – quando se origina da mesma instância legislativa, como
por exemplo, no caso dos crimes funcionais contra a administração pública (artigos 312 a
326 do Código Penal) precisamos buscar o conceito de funcionário público que também se
encontra no Código Penal, artigo 327.
2) Pode ser heterovitelina – quando se origina de uma estrutura legislativa diversa,
como por exemplo, no crime de bigamia previsto no artigo 235 do Código Penal precisamos
ir ao Código Civil para entender o conceito jurídico de casamento.
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Princípio da determinação: a lei penal deve ser precisa e determinada, não se
admitindo a edição de tipos penais abstratos e genéricos.
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II – STF HC 111840/ES – INFORMATIVO 672: O STF reconheceu a
inconstitucionalidade da lei 11464/07 (que alterou a lei dos crimes hediondos, passando a
admitir a progressão de regime, entretanto previu a obrigatoriedade do regime inicial
fechado) ao impor de maneira obrigatória o regime inicial fechado nos crimes hediondos e
equiparados (artigo 2°, parágrafo 1° da lei 8072/90 com redação determinada pela lei
11464/07);
III – STF HC 97256 – INFORMATIVO 604: O STF reconheceu a
inconstitucionalidade dos artigos 33, parágrafo 4° (vedava a substituição da pena privativa
de liberdade por pena restritiva de direito no tráfico privilegiado) e do artigo 44 da lei
11343/06 (vedação da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos
nos crimes do artigo 33, “caput”, artigo 33, §1°, artigos 34 a 37, todos da Lei de Drogas (Lei
nº 11.343/06) por violar a individualização da pena. Posteriormente, o Senado Federal
editou a resolução 5 de 2012 suspendendo a execução parcial do §4º, do artigo 33, da Lei
nº 11.343/06) em relação ao trecho que vedava a conversão em pena restritiva de direitos.
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indivíduo estará, ao gerar lesão em si mesmo, objetivando receber vantagem ilícita em
prejuízo da seguradora.
Por fim, esse princípio é um argumento utilizados por aqueles que entendem pela
inadmissibilidade do delito de posse de drogas para uso próprio (artigo 28 da Lei de Drogas,
Lei 11.343/2006), porquanto o usuário não causaria lesão aos direitos de outras pessoas,
mas apenas a si próprio.
Neste sentido, o STF está para concluir o julgamento do RE 635.559/SP (com
repercussão geral reconhecida), o qual visa o reconhecimento da inconstitucionalidade do
delito previsto no artigo 28, sendo que até agora três ministros já votaram e a tese que está
prevalecendo até o momento é a de reconhecer a inconstitucionalidade da posse de
maconha para uso pessoal (o relator, ministro Gilmar Mendes, votou pela
inconstitucionalidade do artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), que define como
crime o porte de drogas para uso pessoal, enquanto o ministro Edson Fachin e Roberto
Barroso votaram para descriminalizar apenas o porte de maconha para consumo próprio).
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M A R I
OBSERVAÇÕES ESPECIAIS:
1) Crimes contra a Administração Pública: O STJ entende inadmissível a
aplicação da insignificância, nos termos da súmula 599 do STJ.
Entretanto, o próprio STJ já afastou a incidência da súmula 599 e reconheceu o
princípio em questão nos crimes contra a administração pública, em um caso ocorrido em
novembro de 2013, na cidade de Gravataí (RS), quando o denunciado passou o carro por
cima de um cone de trânsito ao furar um bloqueio da Polícia Rodoviária Federal.
O relator do recurso no STJ, ministro Nefi Cordeiro, ressaltou que o réu era primário,
tinha 83 anos na época dos fatos e o cone avariado custava menos de R$ 20, ou seja,
menos de 3% do salário-mínimo vigente à época. “A despeito do teor do enunciado 599, as
peculiaridades do caso concreto justificam a mitigação da referida súmula, haja vista que
nenhum interesse social existe na onerosa intervenção estatal diante da inexpressiva lesão
jurídica provocada”, entendeu o ministro. (RHC 85.272, 6° TURMA DO STJ, 31/08/2018)
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O juízo da 1º Vara de Bariri (SP) condenou a mulher à pena de seis anos e nove
meses de reclusão, em regime inicial fechado, pelo crime de tráfico, previsto no artigo 33
da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). A sentença foi mantida pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo (TJ-SP). A Defensoria Pública paulista então impetrou habeas corpus
no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando a desproporção da pena aplicada e
buscando a incidência do princípio da insignificância. Negado o pedido por decisão
monocrática daquela corte, a defensoria impetrou o habeas corpus no Supremo.
Em seu voto, o relator destacou que a resposta do Estado não foi adequada nem
necessária para repelir o tráfico de 1g de maconha. Segundo Gilmar Mendes, esse é um
exemplo emblemático de flagrante desproporcionalidade na aplicação da pena em
hipóteses de quantidade irrisória de entorpecentes, e não houve indícios de que a mulher
teria anteriormente comercializado quantidade maior de droga. De acordo com o ministro,
no âmbito dos crimes de tráfico de drogas, a solução para a desproporcionalidade entre a
lesividade da conduta e a reprimenda estatal é a adoção do princípio da insignificância.
O relator observou que o STF tem entendido que o princípio da insignificância não
se aplica ao delito de tráfico, ainda que a quantidade de droga apreendida seja ínfima.
Porém, considerou que a jurisprudência deve avançar na criação de critérios objetivos para
separar o traficante de grande porte do traficante de pequenas quantidades, que vende
drogas apenas em razão de seu próprio vício.
Para ele, se não houver uma clara comprovação da possibilidade de risco de dano
da conduta, o comportamento não deverá constituir crime, ainda que o ato praticado se
adeque à definição legal. “Em verdade, não haverá crime quando o comportamento não for
suficiente para causar um dano ou um perigo efetivo de dano ao bem jurídico, diante da
mínima ofensividade da conduta”, explicou.
Seu voto foi seguido pelos ministros Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Ficaram
vencidos os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia.
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Entretanto recentemente, o STJ admitiu a insignificância de um furto qualificado pelo
concurso de agentes, tendo em vista que os objetos subtraídos eram do gênero alimentício
e foram avaliados aproximadamente em 69 reais:
Informativo 665 do STJ de março de 2020: A despeito da presença de qualificadora
no crime de furto possa, à primeira vista, impedir o reconhecimento da atipicidade material
da conduta, a análise conjunta das circunstâncias pode demonstrar a ausência de
lesividade do fato imputado, recomendando a aplicação do princípio da insignificância. No
julgamento do HC 553.872/SP (j. 11/02/2020), o STJ admitiu a insignificância de um furto
qualificado pelo concurso de agentes, tendo em vista que os objetos subtraídos eram do
gênero alimentício e foram avaliados em aproximadamente sessenta e nove reais:
“A admissão da ocorrência de um crime de bagatela reflete o entendimento de que
o Direito Penal deve intervir somente nos casos em que a conduta ocasionar lesão jurídica
de certa gravidade, devendo ser reconhecida a atipicidade material de perturbações
jurídicas mínimas ou leves, estas consideradas não só no seu sentido econômico, mas
também em função do grau de afetação da ordem social que ocasionem.
O referido princípio deve ser analisado em conexão com os postulados da
fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal, no sentido de
excluir ou afastar a própria tipicidade penal, observando-se a presença de “certos vetores,
como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma periculosidade social
da ação, (c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento e (d) a
inexpressividade da lesão jurídica provocada” (HC n. 98.152/MG, Rel. Ministro Celso de
Mello, Segunda Turma, DJe 5/6/2009).
Na hipótese analisada, verifica-se que os fatos autorizam a incidência excepcional
do princípio da insignificância, haja vista as circunstâncias em que o delito ocorreu. Muito
embora esteja presente uma circunstância qualificadora — o concurso de agentes — os
demais elementos descritos nos autos permitem concluir que, neste caso, a conduta
perpetrada não apresenta grau de lesividade suficiente para atrair a incidência da norma
penal, considerando a natureza dos bens subtraídos (gêneros alimentícios) e seu valor
reduzido”.
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intermédio do Direito Penal, quando os outros ramos do Direito não conseguirem prevenir
a conduta ilícita.”
Logo, o Direito Penal é subsidiário, sendo a ultima ratio, ou seja, o último meio de
regulamentação a ser utilizado.
Há na doutrina quem defenda que o princípio da intervenção mínima possui dois
princípios decorrentes, quais sejam o princípio da subsidiariedade e o princípio da
fragmentariedade, os quais serão explorados a seguir de maneira específica.
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atípico, uma vez que com o finalismo penal tanto o dolo como a culpa fazem parte do
conceito de conduta.
Logo, além da necessidade de demonstrar que a conduta foi praticada pelo agente,
em consonância com o princípio da responsabilidade pessoal, deve-se ainda comprovar ter
ele agido com dolo ou culpa, conforme o princípio da responsabilidade penal subjetiva.
Neste sentido, por exemplo, nos crimes de trânsito, não basta que o Ministério Público
descreva na denúncia que o acusado estava na direção do veículo automotor e causou a
lesão corporal ou a morte de alguém, devendo o MP descrever em que consistiu a conduta
culposa do agente, ou seja, qual foi a violação do dever de cuidado em que este agente
incorreu (se foi negligente, imperito ou imprudente), sob pena de inépcia e responsabilidade
penal objetiva (Informativo 553, 6° Turma do STJ, HC 305194, 01/12/2014).
Não obstante isso, identificam-se resquícios da responsabilidade objetiva no
contexto da rixa qualificada (Código Penal, artigo 137, parágrafo único), na embriaguez
voluntária ou culposa decorrente da actio libera in causa (artigo 28, inciso II, do Código
Penal), na responsabilidade penal da pessoa jurídica por crimes ambientais (artigo 3° da lei
9605/98), no artigo 73, §2°, da Lei nº 4.728/65 (lei de mercado de capitais) ao dispor que a
responsabilidade penal recairá sobre todos os diretores da pessoa jurídica, dentre outros.
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1.13. Princípio da Vedação ao Bis In Idem
Em matéria penal ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Assim, não
pode sofrer duas penas em face do mesmo crime, tampouco ser processado e julgado duas
vezes pelo mesmo fato.
É pacífico que a reincidência, ao ser utilizada como agravante (artigo 61, inciso I, do
Código Penal), não é bis in idem. Logo, pode ser aplicada como agravante.
Esclarecendo o alcance do referido princípio, QUEIROZ (2013, p. 89) menciona que
“semelhante princípio proíbe, portanto, a multiplicidade de sanções para o mesmo sujeito,
por um mesmo fato e por sanções que tenham um mesmo fundamento, isto é, que tutelem
um mesmo bem jurídico”.
Como decorrência deste princípio dispõe o artigo 8° do Código Penal que a pena
cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.
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