A SOCIEDADE EGÍPCIA
A Sociedade Egípcia
O antigo Egito era composto por classes de pessoas que iam
desde o soberano Faraó até escravos capturados em guerra. Vivia-se em
uma Monarquia Teocrática. Se comparada com a maioria das culturas da
época, a sociedade egípcia era mais liberal. Um homem que nascia em uma
camada inferior, apesar de raro, poderia alcançar grandes postos em sua
vida.
“[…]Os relevos e as pinturas das tumbas proporcionam grande
riqueza de materiais; embora apenas os membros da classe alta da
sociedade fossem enterrados em tumbas amplas e decoradas, as cenas
subsidiárias não deixam de proporcionar vislumbres da vida do povo simples.
Vislumbres que são completados com modelos e objetos funerários de uso
cotidiano, que freqüentemente fazem parte do equipamento fúnebre;
achados como esses são menos frequentes nas escavações de povoados.
Os textos literários e administrativos de papiros e óstracos são de um valor
inestimável, pois proporcionam detalhes que não poderiam ser obtidos de
outras fontes.” (BAINES; MALIK, 2008, p. 190)
A Pirâmide Social
FARAÓS:
O Faraó tinha poder absoluto e era considerado um deus vivo
na Terra. Ele era dono de todo o Egito, chefe da administração, dos cultos
religiosos e também comandava o exército. Tinha como principais
funções/responsabilidades manter a ordem e a justiça na sociedade. Caso
não cumprisse com suas obrigações, teria como punição a morte
(desaparecimento) eterna.
NOBREZA:
Nessa classe enquadravam-se os Viziers (pessoas ligadas
diretamente ao Faraó), os Sacerdotes, os oficiais do exército e as suas
famílias. Nessa classe a Rainha era escolhida e, apesar de o Faraó ter
muitas esposas, apenas ela tinha o poder real. O casamento era feito entre
parentes, a fim de manter o sangue “azul” da Dinastia.
ESCRIBAS:
Considerada uma classe muito importante, os Escribas eram os
únicos que poderiam seguir carreira como administradores ou ingressar no
serviço público. A escrita servia para o registro de tudo que acontecia no
cotidiano egípcio e devido a ela é que conhecemos um pouco da história dos
habitantes das margens do Nilo.
OS SOLDADOS:
Essa classe era pequena e sua principal função era garantir a
segurança do território, fazendo quando preciso escolta nas expedições aos
países vizinhos. Posteriormente, devido às invasões e à necessidade de uma
defesa mais sólida, o exército e a tecnologia em combate foram aumentando.
OS ARTESÃOS:
Essa classe era formada por pessoas com habilidades em
todos os tipos de artesanato. Alguns trabalhavam em aldeias e produziam
artefatos para o comércio local. Já os mais habilidosos eram convocados a
trabalhar para o Faraó ou para a classe da nobreza.
OS CAMPONESES:
Essa classe era formada pela maior parte dos antigos egípcios.
Eram pessoas que trabalhavam nas lavouras a fim de gerar todo o sustento
necessário. Ficavam com uma parte do que era cultivado, mas a grande
maioria arrecadada permanecia com os donos das terras (Nobres ou Faraó).
OS ESCRAVOS:
Estudiosos divergem quanto à existência dessa classe no
antigo Egito. Mas o que se tem de mais concreto é que os escravos eram
pessoas capturadas em guerra e serviam como mão de obra. Eram uma
minoria, já que em toda a história egípcia poucas foram as guerras, em
comparação a outras civilizações.
2
Mercenário Sírio tomando cerveja ao lado de sua esposa egípcia e seu filho – Pintura datada da 18ª dinastia.
Hieróglifos
Egípcios / Transliteração e Tradução
Cada templo possuía uma cervejaria e uma padaria que
produziam muitas quantidades de cerveja e pão ofertados aos deuses. A
cerveja era armazenada em jarros e segundo os estudos mais recentes,
seria parecida com a cerveja produzida no Sudão. Os “canudos” foram
usados nessa época para evitar que os resíduos da cerveja ficassem na
boca por serem amargos. Veja abaixo uma pintura que mostra bem a
utilização de canudos.
Escavações próximas à Grande Pirâmide no complexo de Gizé
revelaram que padarias e cervejarias foram instaladas ali, porque tanto o pão
quanto a cerveja foram necessários para os trabalhadores que construíram
as pirâmides, servindo também como forma de pagamento. O processo de
fabricação de cerveja era algo simples; deixava o grão da cevada ao sol até
que germinasse, então ele era esmagado e virava o malte, que por sua vez
era misturado com farinha de pão. Na próxima etapa, água era adicionada a
2
essa mistura que, logo em seguida, era colocada no fogo até que estivesse
no ponto para ser filtrada e armazenada.
Provérbio Egípcio datado de 2200 a.C no templo dedicado a
deusa Hathor em Dendera:
A boca de um homem perfeitamente contente está repleta de cerveja.
O JOGO SENET
Uma matéria publicada na revista Super Interessante Edição
032, maio/1990, explica sobre o Senet e suas características:
Um jogo muito praticado no Antigo Egito, como atestam as
inúmeras cenas representadas em paredes e papiros. Infelizmente, dentre
os tabuleiros e componentes que chegaram até nós, vários estão
fragmentados. Contudo, em 1922, na Tumba de Tutankhamon, o arqueólogo
2
Armazenamento:
Os proprietários de terra construíam celeiros para armazenar
tudo que era colhido. Os celeiros basicamente eram constituídos de uma
edificação de dois andares, onde uma escada dava acesso à parte superior,
que continham entradas onde o cereal era despejado. Na parte inferior esse
cereal era retirado por portas corrediças verticais. Os celeiros em sua grande
maioria eram construídos lado a lado, mas também podiam estar nos fundos
das residências.
O Comércio
No antigo Egito, o comércio era feito entre os egípcios e
também entre outros povos. O comércio exterior era organizado pelo Faraó,
que ficava responsável por comandar as expedições. Geograficamente o
Egito era favorecido e mantinha negócios com algumas ilhas gregas, com a
África e com a Ásia. Utilizava-se como câmbio a troca de mercadorias.
Os principais produtos que os egípcios exportavam eram ouro
(muito requisitado por outros povos), papiro, linho, trigo e artefatos feitos
pelos artesãos.
2
Pedra de Rosetta
com três painéis horizontais de texto. Percebendo que poderia ser de grande
importância, ele envia a pedra para o instituto que Napoleão tinha fundado
no Cairo.” (DAVID, 2003, p.241)
Encontrada próximo à cidade de El-Rashid (Rosetta), a Pedra
de Rosetta, na derrota de Napoleão para o Reino Unido, tornou-se
propriedade Inglesa nos termos do Tratado de Alexandria (1801), juntamente
com outras antiguidades que os franceses haviam encontrado. A importância
dessa pedra para a Egiptologia é enorme.
Por um bom tempo os hieróglifos ficaram ocultos, já que a sua
compreensão tinha se perdido ao longo das gerações. Thomas Young, físico
Inglês, conseguiu traduzir alguns símbolos na Pedra de Rosetta. Mas foi um
francês, Jean-François Champollion, estudioso e especialista em línguas,
que percebeu que alguns dos hieróglifos eram fonéticos e lançou as bases
de nosso conhecimento da língua e da cultura antiga egípcia.
“Uma grande virada veio em setembro de 1822. Champollion
estava estudando cópias de uma inscrição do templo de Abu Simbel e,
usando os princípios fonéticos já estabelecidos por Young e por ele, foi
capaz de identificar o nome do rei Ramsés II. Com isso, percebeu que os
egípcios não só usavam a fonética para escrever os nomes de governantes
estrangeiros, como Ptolomeu e Berenice, mas também escreviam os nomes
de seus próprios reis da mesma forma. Assim, ele entendeu que muitos
hieróglifos foram, de fato, verdadeiramente fonéticos e não simbólicos,
deixando suas conclusões no famoso Lettre à M. Dacier relative à l’alphabet
des hiéroglyphes phonétiques (1822).”(DAVID, 2003, p.242)
Segundo o que consta no site do Museu Britânico, “A Pedra de
Rosetta é exibida no Museu Britânico desde 1802, sendo hoje o artefato mais
visitado do museu. No final da Primeira Guerra Mundial, em 1917, quando o
museu estava preocupado com o pesado bombardeio em Londres, eles se
mudaram por segurança, levando consigo a Pedra de Rosetta. A pedra
passou dois anos em uma estação de metrô a cinquenta metros do caminho
de ferro abaixo do solo em Holborn”.
Introdução aos Hieróglifos
Ideogramas
São sinais que expressam uma ideia.
O sinal da coruja, por exemplo, é uma maneira de se referir a
uma coruja sem ter que escrever as letras C – O – R – U – J – A. Nesse caso
o sinal representa o que ele é. Então já sabemos que um mesmo sinal
poderá ser um fonograma em uma frase ou um ideograma em outra, e isso
dependerá apenas do contexto em que ele está inserido.
Determinativos
São sinais que determinam a que grupo pertence a palavra,
sempre colocados no fim desta. Os egípcios usavam os determinativos para
2
Casa da deusa Ísis (Templo de Philae) - Acervo pessoal.
Os egípcios mais pobres utilizavam madeira e juncos de
papiros para construir suas casas. Apesar de pequenas e sem conforto
algum, elas supriam a necessidade básica do abrigo. Como em toda a
sociedade egípcia, o tamanho e a qualidade do material usado dependiam
da classe social à qual a família pertencia. Isso também incluía os deuses,
que tinham as suas casas (templos) conforme sua popularidade.
No entanto, a principal-matéria prima utilizada para a
construção da maioria das casas e até de palácios era o adobe – tijolo de
barro – seco ao sol. Utilizavam pedras para servir de base nas colunas que
eram basicamente feitas de madeira, assim como os telhados. A entrada do
sol, que iluminava as casas, era propiciada pelas janelas que costumavam
ficar perto do teto.
2
calcária. Seu mentor foi uma das figuras mais importantes do Antigo Império:
o grande sábio Imhotep. Vizir, médico e arquiteto, planejou a pirâmide
escalonada na III dinastia.