Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 – TEORIAS DE FRATURA
Seja ao, a distância interatômica de um metal no estado indeformado. Sob ação de uma
tensão trativa externa, esta distância aumenta até atingir um valor crítico além do qual a
força de coesão atômica por si só não é mais suficiente para assegurar a ligação entre os
átomos. Neste momento, a tensão aplicada σ* é a máxima tensão que pode ser suportada
pelo sólido, e é chamada de resistência teórica do material.
Após a ruptura criam-se duas novas superfícies com energia superficial por unidade de
área γs, ou seja,
λ 2.π
Uo = 2.γ s = σ * . ⇒ σ * = .γ s (3)
π λ
Tensão de Coesão
dos Átomos, σ
ao
σlimite
Separação
λ/2 dos Átomos
Resistência teórica dos metais
Antes da ocorrência da ruptura, quando σ < σ*, supondo um metal frágil, pode-se aplicar a
lei de Hooke.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.2
Ainda para pequenos deslocamentos, o arco confunde-se com o seu seno, o que permite
reescrever a equação 1, da forma.
(x − ao )
σ = σ * .2.π. (5)
λ
E
Substituindo a equação acima em (8), temos : σ * ≅ (10)
10
Para aços, segundo este cálculo, tem-se σ* = 21.000 Mpa, o que é um valor extremamente
elevado comparativamente aos valores de limite de resistência usualmente encontrados,
mesmo para os produtos siderúrgicos de alta resistência mecânica.
O valor de σ* acima traduz a resistência teórica dos materiais, isto é, isento de defeitos.
Para explicar o motivo pelo qual os materiais reais apresentam resistência muito inferior
ao valor teoricamente calculado surgiram diversas teorias que consideram a influência de
defeitos no material.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.3
Exemplo : Qual a razão para que um fio de qualidade duvidosa tenha um comportamento
não linear e um maior comprimento acarreta uma menor carga admissível ?
2a
σ
Sólido trincado com ambos os lados tensionados
A variação na energia armazenada (energia potencial) por unidade de volume é dada por :
1
U = .σ.E (11)
2
σ
Da lei de Hooke : ε = (12)
E
1 σ2
Substituindo a equação (12) na equação (11), obtemos : U = . (13)
2 E
Em sua teoria Griffiths mostrou que a energia potencial elástica armazenada numa placa
infinita com uma trinca passante de comprimento total 2a e espessura t é dada pela
σ2
equação : Ue = − .π.a 2 .t (14)
E
σ2
A energia total é dada por : Ut = − .π.a 2 .t + 4.a.t.γ (16)
E
dUt σ2
A energia potencial máxima é dada por : = −2. .π.a.t + 4.t.γ (17)
da E
A figura abaixo apresenta o balanço energético de um sólido contendo uma trinca e como
podemos determinar o tamanho crítico de um defeito.
Estável Instável
Energia Total
devido a Trinca
Energia Elástica
Armazenada : σ .π.a2/E
2
A equação (18) é aplicável para materiais elásticos perfeitos e placas em estado plano de
tensões. Para placas com elevada espessura, onde o estado de tensões tende a uma
condição plana de deformações, o valor de energia potencial armazenada passa a ser :
σ2
Ue = − .π.a 2 .t.(1 − υ2 ) (19)
E
A teoria de Griffiths possui aplicação para materiais frágeis, que se rompem sem
deformação plástica sensível, como o vidro. Para materiais utilizados em estruturas e
equipamentos, o comportamento plástico na ponta de trinca altera significativamente os
resultados previstos.
γ + γP (21)
Onde :
γP - termo relacionado ao trabalho necessário para criar a deformação plástica na
ponta da trinca
Assim as equações (18) e (20), obtida pela teoria de Griffiths podem ser alteradas com a
inclusão da parcela devido a deformação plástica.
2.E.(γ + γ P )
σ= : Estado plano de tensões (23)
π.a
2.E.(γ + γ P )
σ= : Estado plano de deformações (24)
π.a.(1 − υ2 )
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.7
G = 2.(γ + γ P ) (25)
E.G σ 2 .π.a
σ= ⇒G= : Estado plano de tensões (26)
π.a E
E.G σ 2 .π.a.(1 − υ2 )
σ= ⇒ G = : Estado plano de deformações (27)
π.a.(1 − υ2 ) E
Quando a conjugação de um defeito e uma tensão aplicada alcançar um valor crítico Gc, a
fratura ocorrerá, portanto o limite de propagação de um defeito está relacionado a um
valor de energia característico do material (tenacidade à fratura).
G=R
Força Motriz Resistência à Extensão
Limite Instabilidade
dG dR
G (σ4) R σ
G, R =
da da
G (σ3)
Gc 2a
Estável G (σ2)
dG dR
≤
da da G (σ1) σ
πσ2 a
G=
E
ao ac a
Instabilidade e Curva R
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.8
G (∆5)
G (∆4)
G, R G (∆3) G (σ3)
G (∆2)
G (∆1)
G (σ2)
G (σ1)
ao a
Instabilidade Carga Controlada
Carga Fixa e Deslocamento Fixo
O limite de instabilidade dependa da forma das Curvas G, que são função da configuração
geométrica da estrutura, e da Curva R que representa a resposta do material ao
processo de propagação do defeito.
Muitos acidentes ocorridos durante o século XIX foram relacionados a erros de projeto,
no entanto, uma parte considerável atribui-se a deficiências de material, na forma de
defeitos pré-existentes. Investir em melhorias no processo de fabricação e detecção
foi a providência necessária para a redução do número de falhas.
Quando da ocasião da 2a guerra mundial, uma nova fase em termos da fabricação, com a
presença de estruturas totalmente construídas por juntas soldadas levou a uma série de
fraturas catastróficas, citando-se o caso dos navios da classe “Liberty” que, de 2500
unidades, 145 fraturaram em duas partes e quase 700 sofreram sérias avarias.
Projeto de “risers”
para águas profundas
2,4% strain
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.14
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.15
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.16
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.17
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.18
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.19
Em condições, que quase sempre estão relacionados a problemas surgidos após algum
tempo de operação, descontinuidades[*] tornam-se detectáveis levando ao
questionamento básico : Reparo o equipamento ou convivo com o defeito ?.
cap
root
Defeitos em juntas soldadas
Para responder a essa dúvida muitas variáveis necessitam ser apreciadas, citam-se :
propriedades do material, dimensões das descontinuidades, tipo de descontinuidade,
estado de tensões na região do defeito, dimensões da estrutura, e principalmente uma
forma adequada para relacionar tais variáveis no sentido de determinar a criticidade de
uma descontinuidade, uma metodologia de análise.
[*] Descontinuidade é a interrupção das estruturas típicas de uma peça, no que se refere à homogeneidade
de características físicas, mecânicas ou metalúrgicas. Não é necessariamente um defeito. A
descontinuidade só deve ser considerada defeito, quando, por sua natureza, dimensões ou efeito
acumulado, tornar a peça inaceitável, por não satisfazer os requisitos mínimos da norma técnica aplicável -
conforme norma PETROBRAS N-1738 (JUL/97).
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.20
CARREGAMENTO
(+)
(-)
L
B – espessura
f – fator de segurança
σy – tensão de escoamento
P
P
a (+)
(-)
L B – espessura
f – fator de segurança
K – força motriz (defeito)
KIc - tenacidade
K = 1,12. σmáx.[π.a]1/2
Î PF < B.H 2.KIc / {[6.f.L].[1,12.( π.a)1/2]}
K ≤ K Ic / f
Um fato a ser considerado diz respeito ao tipo de falha possível em um corpo com a
presença de uma trinca. A figura abaixo representa tais condições :
σ σ σ σ
σL σL σL σn σL σn
σn σn
σ σ σ σ
Onde :
(a) Mecânica da Fratura Linear Elástica (MFLE) - O escoamento está limitado à uma
pequena região na proximidade da ponta de trinca. Falha caracterizada pôr
fratura frágil, com rápida propagação instável da trinca;
De um modo simples, pode-se dizer que um material com comportamento frágil possui
tendência a falhar no regime (a), passando para os regimes (b), (c) e (d) à medida que
apresenta maior ductilidade ou comportamento dúctil.
Mecânica
da
Nível de Fratura Propriedades
Defeitos de Tenacidade
Relação entre fatores para o estudo de mecânica da fratura
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.27
FORÇA
MOTORA
RESISTÊNCIA
À PROPAGAÇÃO
FORÇA MOTORA
RESISTÊNCIA À
PARA O
PROPAGAÇÃO DAS
CRESCIMENTO
TRINCAS
DAS TRINCAS
COMPONENTE OU
CORPO TRINCADO
COMPORTAMENTO COMPORTAMENTO
LINEAR-ELÁSTICO ELASTO-PLÁSTICO
CRESCIMENTO
ESTÁVEL DA TRINCA
AUMENTO DA
TRIAXIALIDADE
2a
Y Tensão σy
no eixo X
σy (θ = 0)
σx σx
θ σy
X
Ponta da
σ Trinca
σ. π.a θ θ 3.θ
σx = . cos . 1 − sen .sen (1)
2.π.r 2 2 2
σ. π.a θ θ 3.θ
σy = . cos . 1 + sen .sen (2)
2.π.r 2 2 2
σ. π.a θ θ 3.θ
τ xy = .sen . cos . cos (3)
2.π.r 2 2 2
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.30
KI = σ. π.a (4)
Para cada tipo de geometria torna-se necessário o cálculo do fator Y, existindo ábacos
para diversas geometrias, obtido de forma analítica, em handbooks de vários autores.
KI = σ. π.a
σ
2a
TRINCA SUPERFICIAL
a
KI = 1,12.σ. π. a Q
σ
Q = f(a/2c)
2c
TRINCA NA BORDA
DA CHAPA
σ KI = 1,12.σ. π.a
σ
Fatores de intensidade de tensões para algumas geometrias de trinca
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.32
FATOR DE
TENSÃO
INTENSIDADE
PLANA
DE TENSÕES KC
KIC
DEFORMAÇÃO
PLANA
2
K
Bc = 2,5. c ⇒ Kc = KIc
σe
ESPESSURA “B”
Variação do fator crítico de intensidade de tensões com a espessura
P
Tenacidade W a
a/W
Variação do fator crítico de intensidade de tensões com restrição do corpo de prova
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.33
Considerando-se as tensões ao longo do eixo “x”, portanto para θ = 0o, e um estado plano
de tensões, obtêm-se as seguintes expressões :
σ. π.a
σx = σ y = ; τxy = 0 (6)
2.π.r
σe σy − 0
σy = σ1; σx = σ2; σ3 = 0 =
2 2
2 2
1 K a σ
re = . = . (7)
2.π σ e 2 σe
εz = 0 =
1
E
[ ( )]
. σ z − υ. σ x + σ y ⇒ σ z = 2.υ.σ x para υ = 0,3 ⇒ σ z = 0,6.σ x
σ x − 0,6.σ x σ e
= ⇒ σ e = 0,4.σ x
2 2
2
σ. π.a 0,16 K
σ e = 0,4. ⇒ re = . (8)
2.π.r 2.π σ e
σy DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO NO
MATERIAL QUANDO NÃO HÁ
ESCOAMENTO LOCALIZADO
A
σe DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO
NO MATERIAL APÓS
ESCOAMENTO LOCALIZADO
B
σ
ry
TRINCA
De acordo com a teoria de Irwin, a deformação plástica na ponta do defeito após esta
redistribuição de tensões ocorre como se efetivamente a dimensão da trinca fosse
aumentada. Define-se assim uma dimensão efetiva, conforme abaixo.
aefet = a + δa (9)
Onde :
δa - acréscimo no tamanho da trinca devido à redistribuição de tensões acima de σe.
Para que a energia acima do escoamento do material seja utilizada na formação da zona
plástica na ponta de trinca, a área A deve ser equivalente à área B na figura (5), ou seja :
σ. π.(a + δa )
re
POSIÇÃO
PONTEIRO INICIAL
MARTELO
FIM DE
CURSO
h’
BIGORNA CORPO DE
PROVA
Ensaio Charpy
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.37
Os entalhes dos corpos de prova são usinados com dimensões padronizadas, como na
figura a seguir para o Charpy tipo “V”.
D
C R
L/2 W θ
L DETALHE DO ENTALHE
DIMENSÃO [in] [mm]
L - Comprimento do C.P. 2,165 ± 0,002 55,0 ± 0,050
L / 2 - Localização do entalhe 1,082 ± 0,002 27,5 ± 0,050
C - Seção reta (profundidade) 0,394 ± 0,001 10,0 ± 0,025
W - Seção reta (largura) 0,394 ± 0,001 10,0 ± 0,025
D - Distância ao fundo do entalhe 0,315 ± 0,001 8,0 ± 0,025
R - Raio do entalhe 0,010 ± 0,001 0,25 ± 0,025
θ - Ângulo do entalhe 45o ± 1o
Dimensões do corpo de prova Charpy tipo “V”
Ensaio Charpy
Outro fator que contribui para a fratura frágil é a taxa de aplicação do carregamento no
corpo de prova. Para altas taxas de carregamento as discordâncias geradas na estrutura
do material não acompanham a liberação de energia, não sofrendo deformação plástica
sensível. O estado de tensões também altera a formação da zona plástica podendo
favorecer a fratura frágil do material.
ÁREA DE
CISALHAMENTO
(OPACA)
ÁREA DE
CLIVAGEM
(BRILHANTE)
ENTALHE
ÁREA DE
CISALHAMENTO
(OPACA)
ÁREA DE
CLIVAGEM
(BRILHANTE)
ENTALHE
A B
A + B = EXPANSÃO LATERAL
Expansão lateral em um corpo de prova fraturado
Energia
50%
Cv
Patamar Inferior
0%
T5 T4 T3 T2 T1 Temperatura →
REGIÃO DE TRANSIÇÃO
FRATURA FRÁGIL DÚTIL - FRÁGIL FRATURA DÚTIL
Em alguns casos, torna-se necessário uma propagação também estável, como por exemplo
em gasodutos em altas pressões, permitindo a ocorrência uma despressurização lenta do
gás o que reduz a extensão da fratura. Neste caso, se o material fraturar de maneira
instável a propagação irá se estender por longas distâncias.
P
a
φ = 0,25.W
0,6.W
0,275.W
0,275.W
0,6.W
W B = W/2
1,25.W P
W a
SUPERFÍCIE
DA FRATURA
PONTA DA
TRINCA DE
FADIGA
W a1 a2 a3
ENTALHE
MECÂNICO
B
Método de determinação do comprimento da trinca de fadiga
Para que o resultado do ensaio seja considerado válido e a tenacidade obtida considerada
como uma propriedade do material ensaiado (KIC), torna-se necessária a ocorrência de
deformação plana, para tanto a grandeza KQ calculada deve obedecer a relação 15.
Os diversos tipos de gráficos obtidos durante o ensaio podem ser vistos na figura a
seguir. O valor de carga correspondente a KIC é representada pela interseção da curva
do ensaio com uma secante equivalente a uma inclinação 5% inferior ao trecho reto.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.44
1. Se todos os pontos do gráfico que precedem a P5 são menores do que este, então PQ
será o valor de P5 (curva tipo I);
2. Se houver um ponto de máximo superior a P5, anterior ao mesmo, então esse ponto de
máximo será PQ (curvas tipo II e III). Entretanto se, em qualquer dos casos, a
relação Pmáx / PQ > 1,1, o teste não é considerado válido, porque KQ não é
representativo de KIC.
FORÇA P
Pmáx Pmáx
PQ PQ = Pmáx
PQ = P5
P5
P5
5% 5% 5%
DESLOCAMENTO ∆
Tipos de curvas carga x deslocamento obtidos em ensaios para determinação de KIC
KQ =
PQ
B.W1 / 2
( )
.f a W (15)
N
Charpy tests fully ductile
(100% shear) ?
Splits ?
Microstructure gradients ? N Y Cv at design temp. known
Cold worked steel ?
Mismatch induced constraint ?
Y N N Y
Extrapolation to Cv at Upper shelf,
Cv at design temp. known T(27J) known ? design temp. possible ?
Lower bound
N Y N Y
Extrapole to estimate Cv Generate
Extrapolate to estimate
at design temp. ?
T(27J)
Master Curve data Derive Charpy data at
design temp.
N N
Generate N Y
data Generate
Y Y data
Lower shelf,
Lower bound
Se o corpo de prova Charpy apresenta uma fratura com aparência de 100% cisalhamento,
com energia acima de 60 Joules, a relação a seguir pode ser utilizada.
c - Master curve
Onde :
Cv : energia Charpy-V na temperatura de serviço [Joules];
B : espessura do material para qual a estimativa de tenacidade é requerida [mm].
Kmat : estimativa da tenacidade do material [N/mm3/2];
T : temperatura em que a estimativa de tenacidade é requerida [oC];
T27J : temperatura de transição à 27 J [oC]
Pf : probabilidade de falha;
Quando a temperatura T27J não é conhecida, a mesma pode ser estimada por
extrapolação da energia Charpy para outras temperaturas. No entanto, devido a
dispersão esperada para o ensaio Charpy, esta conversão é limitada a um range de
temperaturas dependente do material ensaiado.
Para aços baixo carbono e baixo enxofre os limites inferior e superior são
respectivamente –30oC e +20oC. Para valores de energia Charpy acima de 61 Joules uma
máxima diferença de 20oC deverá ser assumida.
Algumas indicações podem ser observadas para a correta localização deste ponto.
Quando componentes cilíndricos possuem uma trinca inicial com frentes retas, poderão
ser formadas marcas radiais que convergem no sentido de propagação da trinca e não de
sua origem, conforme indicada pela figura a seguir. Este é um caso particular que pode
levar a conclusões erradas sobre o ponto de início da fratura.
Componente cilíndrico com trinca pré-existente, com marcas radiais indicando o sentido
de propagação e não da origem da trinca.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.49
A figura anterior também pode ser característica de fraturas de ferros fundidos, onde
a localização da origem da fratura depende de estudos das solicitações externas
aplicadas no componente.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.50
Corpo de prova Charpy-V de aço AISI 4340, temperado e revenido, com a presença das
4 zonas de fratura.
3.7 – EXERCÍCIOS
P
KI = f(a W ) B : espessura
B W
P
P P
W 2W 2a
a
SE (B) M(T)
1/2 3/2 5/2
S a a a
SE(B) : f(a W ) = 2,9 − 4,6 + 21,8
W W W W
2 4
πa πa a + 0,06 a
M(T ) : f(a W ) = sec 1 − 0, 025
4W 2W W W
Solução do problema :
SE(B) M(T)
a/W = 0,5 a/W = 0,5
B = 25,4 mm B = 25,4 mm
W = 50,8 mm W = 50,8 mm
S = 203,2 mm
P = 1.000 Kgf P = 1.000 Kgf
KI = 29,3 Mpa.m1/2 KI = 1,3 Mpa.m1/2
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.54
Uma chapa de grandes dimensões possui como especificação de material o aço SAE
4340. Como critério de projeto a dimensão crítica dessa chapa deverá ser superior a 3,0
mm, que corresponde à resolução da técnica de ensaio não-destrutivo empregado. A
tensão de projeto é estabelecida em 50% do limite de resistência do material. Para
diminuição do peso total da estrutura, é sugerido um aumento do limite de resistência de
1520 MPa para 2070 MPa. Esta alteração é aconselhável ? Qual o benefício em relação
ao peso da estrutura ?
Solução do problema :
O aço com limite de resistência de 1520 MPa, apresenta dimensões limites de defeitos
como abaixo.
1520
KIc = σ. π.a Î 66,0 = x. π.a ⇒ a = 2,4 mm Î 2.a = 4,8 mm
2
Verifica-se que o tamanho crítico para o material com limite de resistência mais elevado
corresponde a um valor 5 vezes inferior ao limite mínimo necessário para a
detectabilidade pelo ensaio não-destrutivo.
Para que este material possua o mesmo tamanho crítico daquele com resistência inferior,
ou seja, 2.a = 4,8 mm, a tensão atuante deveria ser reduzida, conforme abaixo.
Esta tensão atuante corresponde à metade do valor atuante para o material com limite
de resistência de 1520 MPa, significando que para manter como dimensão crítica o valor
acima, alterar o material para um maior limite de resistência faria com que fosse
necessário dobrar o peso da estrutura.
KI2 = 1,25.a.π.σ2/Q
0.4
σ/σ = 0
o
= 0.4
= 0.6
0.3 = 0.8
a/2c ratio
= 1.0
0.2
2c
B
0.1 a
Trinca superficial
0.0
0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 1.8 2.0 2.2 2.4
Flaw shape parameter, Q
Solução do problema :
16
Curva de tamanhos admissíveis de defeitos
14
Profundidade da trinca [mm]
Limite de espessura
12
10
Solução do problema :
P.D 2.σ c .t
σc = ⇒P=
2.t D
A pressão máxima admissível pode ser calculada, igualando-se a tensão atuante ao valor
obtido como máximo para o tamanho limite da inspeção.
2.σ * .t 2x23,3x0,5
P< = = 0,896 Ksi = 896 psi > 750 psi
D 26,0
Região
usinada a
Região com
fadiga
W
Deslocamento
Região de
Fratura
Final
Solução do problema :
KQ =
PQ
B.W 1/2
( )
.f a
W
=
0,0272
0,025x0,050 1/2
x8,932 = 43,5 Mpa.m1/2
2 2 2
K K 43,5
a e B ≥ 2,5. IC = 2,5. Q = 2,5. = 17,5 mm ............................Ok!
σe σe 1.640,0
4.1 – INTRODUÇÃO
Y σ
TRINCA EQUIVALENTE
TRINCA ZONA
2a PLÁSTICA – ry
COD ou X
δ
Definição do COD
8.σ e .a π.σ
δ= . ln sec (1)
π.E 2.σ e
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.60
2 4 6
π.σ 1 π σ 1 π σ 1 π σ
ln sec = . . + . . + . . + .... (2)
2.σ e 2 2 σ e 12 2 σ e 45 2 σ e
σ
Quando << 1 , pode-se desprezar os termos de ordem superior, reduzindo a
σe
expressão do COD, conforme abaixo.
2
8.σ e .a 1 π σ σ2 .π.a
δ= . . . ⇒ δ = (3)
π.E 2 2 σ e σ e .E
Kc = σ. π.a (4)
Kc 2
δc = (5)
σ e .E
δc
Φ= (6)
2.π.ε e .a
δc
a= (7)
2.π.ε e .Φ
2
σ σ
(a) Φ = para < 0,5 (9)
σe σe
ε σ
(b) Φ = − 0,25 para ≥ 0,5
εe σe
2.0
Curva de Projeto
1.5
Φ=δ/2.π.εy.a
1.0
0.5
0.0
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0
ε/ε y
Curva de Projeto segundo trabalho de Buderkin e Dawes
O documento PD-6493, que foi substituído pelo recente BS-7910, apresenta uma curva
1
de projeto de outra forma. Barr e Terry definiram o parâmetro C =
2.π.Φ
δ
Do mesmo modo a curva de projeto é dividida em 2(duas) regiões : a = C.
εy
1 σ
(a) C = para < 0,5 (10)
σ σe
2.π
σe
1 σ
(b) C = para ≥ 0,5
ε σe
2.π − 0,25
ε e
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.63
0
2c
0.1
a/B
0.01
0.01 0.1 1 10
a/B
Relação entre geometrias : trincas passante e superficial
1
a/c = 0.99 0.8 0.6 0.4 0.2
0
2a
a/(p+a)
0.1 2c
0.01
0.01 0.1 1
a/2.(p+a)
Relação entre geometrias : trincas passante e interna
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.64
10
C o n s t a n te , C
C u rv a d e
C urva A P r o je to
1
C urva C
L ig a s d e a ç o s
0 .1 f e r rít ic o s
C urva B
O u tro s
m a t e ria is
0 .0
1
0 .1 1 10
(P m + P b + Q + F )/ σ y
1 1
Curva A : C= 2
Curva B : C= 2
σ σ
2.π. 1 2.π. 1
σy σy
1
Curva C : C=
σ
2.π. 1 − 0,25
σy
2
K δ .E
Parâmetro de trinca admissível : am = C mat = C mat
σy σy
Valores da constante C / Curva de Projeto (Conf. Figura 16 / PD-6493:1991)
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.65
CARGA (P)
PU Pm
PU
PC PC
VU
VU
VC VC
tvm
VP VP VP VP
VP
DESLOCAMENTO DO EXTENSÔMETRO
Tipos de gráficos em um ensaio COD
• Os gráficos (I) e (II) fornecem o COD crítico (δc). Ocorre quando há pouca
deformação plástica. A fratura é quase totalmente por clivagem;
• Os gráficos (III) e (IV) fornecem o COD de iniciação (δi). Ocorre quando a trinca se
propaga de maneira frágil após uma pequena propagação dúctil;
• O gráfico (V) fornece o COD de carga máxima (δm). Ocorre quando a propagação se dá
exclusivamente de maneira dúctil.
O comprimento de trinca de fadiga gerada no corpo de prova deve ser maior do que 1,25
mm e relação a/W deve estar entre 0,45 e 0,55 para o corpo de prova preferencial. Para
o corpo de prova subsidiário, esta relação pode ser negociada entre partes interessadas.
As dimensões dos corpos de prova preferencial e subsidiário estão representadas na
figura abaixo.
W±0,8
N
M a
W±0,4
2,3W 2,3W
Para cálculo do COD, é necessária uma relação geométrica para converter o valor do
deslocamento medido pelo extensômetro em abertura na ponta de trinca. Esta relação é
baseada em semelhança de triângulos. A figura abaixo apresenta as dimensões utilizadas
para obtenção desta relação geométrica.
CENTRO APARENTE DE
W-a ROTAÇÃO
h = ψ (W-a )
W TRINCA DE FADIGA
δ ENTALHE
a MECÂNICO
Vc
Relação entre o COD e o deslocamento medido pelo extensômetro
δ Plastico VP
Pela figura anterior , temos : 2 = 2 (11)
ψ.(W − a) ψ.(W − a) + a + Z
K 2 .(1 − υ2 )
A componente plástica do COD é definida como : δ elastico = (12)
m.σ e .E
Y.P
O valor de K é calculado conforme o ensaio de KIC, ou seja : K = (13)
B. W
P VP
FRATURA
LINHA
PARALELA AO
TRECHO
INICIAL DA
CURVA
Plástico Elástico
DESLOCAMENTO DO EXTENSÔMETRO
Determinação do componente plástico do deslocamento
Após o ensaio a dimensão da trinca deverá ser medida em 3(três) posições, conforme
representado na figura abaixo. Para que o resultado seja válido, é necessário que essas
3(três) medidas não sejam diferentes em mais de 5% de W e que a diferença entre os
valores de máximo e mínimo da trinca não seja superior a 10% de W.
SUPERFÍCIE
DA FRATURA
PONTA DA
TRINCA DE
FADIGA
W a1 a2 a3
ENTALHE
MECÂNICO
Para o caso geral, em corpos de prova sem entalhe submetidos à tração, ocorrem 3 zonas
distintas na superfície de fratura (figura abaixo) : zona fibrosa, zona radial e zona de
cisalhamento.
F R S
R
F : Fibrosa
S R : Radial
S : Cisalhamento
Vista de Topo Vista de Lado
Desenho esquemático das zonas de fratura de um c.p. à tração.
Zona Fibrosa
Fratura de um c.p. de tração de aço AISI 4340 temperado e revenido (ZF e ZC). Ensaio
a 120oC.
Fratura de um c.p. de tração de aço AISI 4340 recozido (ZF, ZR e ZC). Ensaio a
temperatura ambiente.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.71
Zona Radial
Fratura de um c.p. de tração de aço AISI 4340 temperado e revenido (ZR e ZC). Ensaio
a –196oC.
Fratura de um c.p. de tração de aço AISI 4340 temperado e revenido (ZR e ZC).
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.72
Zona de Cisalhamento
Esta região apresenta inclinação aproximada de 45o em relação ao eixo de tração, sendo
formada pela relaxação da triaxialidade com a proximidade da superfície do c.p.. A
dimensão da zona de cisalhamento é dependente das propriedades mecânicas e o estado
de tensões.
Efeito da temperatura nas dimensões de zonas de fratura de um c.p. em aço AISI 4340,
temperado e revenido.
A figura abaixo compara 2(duas) seções de fratura para corpos de prova com diferentes
relações geométricas.
Fratura de c.p.’s com entalhe, em material AISI 4340, temperado e revenido, ensaiados
a –40oC. Raio de fundo do entalhe : (a) 2,54 mm / (b) 0,254 mm.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.75
4.6 - EXERCÍCIOS
Solução do problema :
A tensão total atuante σ1 = Pm + Q
Onde : Pm - tensão nominal de trabalho = 12.500,0 psi
Q - tensão secundária (residual) = 32.000,0 psi
0.5
0,4 0,60 0,60 1,50
0,5 0,74 0,74 1,48 0.4
0.3
2c [in]
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.76
A avaliação pelo diagrama FAD pode ser realizada pela aplicação de valores de material
baseados em K, COD ou J. A escolha é dependente apenas do tipo de material e
condições de estado de tensões da peça. Para materiais comumente utilizados na
indústria química e do petróleo, a tenacidade normalmente é expressa em função dos
valores obtidos em ensaios de COD ou Integral J. Exceção para equipamentos de grande
espessura que poderão apresentar resultados relevantes em relação à obtenção de K.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.77
O Nível 1 é subdividido em 1A, que utiliza um diagrama FAD genérico e 1B, que define a
criticidade de uma descontinuidade sem a utilização do diagrama FAD.
A obtenção de um ponto de trabalho além dos limites do diagrama FAD Nível 1A indica
que o defeito poderá ser crítico para a condição analisada, devendo-se proceder o reparo
ou uma nova avaliação segundo critérios menos conservativos.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.78
KI = ( Yσ). π.a
Yσ = M.fw.Mm.σmáx
σmáx = ktm.Pm + ktb[Pb + (km – 1).Pm] + Q
A figura a seguir mostra as dimensões a serem consideradas para cada tipo de defeito.
2c
2c
B 2a B B
p a
2a
W W W
– Fator de Correção : fw
km = [Pm + σs] / Pm = 1 + σs / Pm
B E
Ovalização em Solda σs 1,5(Dmáx − Dmín )cos 2θ Fórmula leva em conta a
=
tubos ou vasos
pressurizados
Pm
B 1 + 0,5
(
pm 1 − υ2 D
3
) localização da solda e o
benefício na geometria devido
θ B E B
a pressurização. Para fadiga
Dmáx Onde :
D – diâmetro médio utilizar um valor médio de pm
pm – pressão máxima de operação no intervalo de tempo
considerado.
Dmín
θ em graus
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.81
ktm .Pm
Pm
ktb.Pb
Pb
B B B B
Pm ktm.Pm Pb ktb.Pb
(km – 1)Pm
(-km – 1)Pm
B B B
Bending stress due Secondary stress Total stress
to misalignment
Para estes casos o documento BS-7910, no item M.4.2, apresenta correções a serem
aplicadas nas tensões atuantes, para os seguintes casos :
Nos casos em que o material se comporta dentro dos parâmetros da Mecânica da Fratura
elasto-plástica, a tenacidade possível de ser obtida em laboratório corresponde aos
resultados de um ensaio de COD ou integral J. Para esta situação o BS-7910 indica uma
conversão entre valores de KI e δI (tenacidade aplicada), conforme abaixo [7.2.6].
Para aços (incluindo aços inoxidáveis) a ligas de alumínio com σ1/σy ≤ 0,5, e para qualquer
K2
relação σ1/σy para outros materiais : δ I = I
σ y .E
Para aços (incluindo aços inoxidáveis) a ligas de alumínio com σ1/σy > 0,5 :
2
KI 2 σ y σ1
δI = . .
− 0,25
σ y .E σ1 σ y
δI
A expressão para o cálculo de δ R é a seguinte : δR =
δ mat
A relação SR pode ser obtida por diversos critérios de cálculo , tais como elementos
finitos ou resultados analíticos simplificados. O BS-7910 possui o Apêndice P, que calcula
a chamada tensão efetiva da seção, que são fórmulas para geometrias comuns e que
dependem das tensões atuantes, na ausência do defeito, e as dimensões do mesmo.
Onde :
σf - “flow stress” - definida como o valor médio entre a tensão de escoamento e o limite
de resistência do material, até o máximo de 1,2.σy. Para valores maiores que 1,2.σy,
utilizar este valor máximo.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.85
Chapas planas
Trincas passantes Pb + P + 9.P
b
2 2
m
σn =
[ (
3. 1 − 2a W )]
Trincas a
Pb + Pb2 + 9.Pm2 .(1 − α") B
[1 + (B c )] ⇒ W ≥ 2.(c + B)
2
α" =
superficiais σn =
3.(1 − α")
2
(restrição normal α" = (2a )( . c ) ⇒ W < 2(c + B)
B W
da flexão)
Pb + 3.Pm .α"+ (Pb + 3.Pm .α") + 9.Pm2 (1 − α") + 4.p.α" B
2 2
σn =
[
3. (1 − α") + 4.p.α" B
2
]
Trinca interna 2a
B
α" =
[1 + (B c )] ⇒ W ≥ 2.(c + B)
α" = (4a )( . c ) ⇒ W < 2(c + B)
B W
Costado cilíndrico submetido a pressão interna – trincas axiais
2Pb
σn = 1,2.MT .Pm +
2a
3 1 −
Trincas passantes W
c2
MT = 1 + 3,2.
D.B
2Pb
σn = 1,2.MS .Pm +
3(1 − α")
2
1 − a (B.M )
T c2
Trincas MS = MT = 1 + 3,2.
1− a D.B
superficiais B
a
α" = B ⇒ W ≥ 2.(c + B)
[ ( )]
1 + Bc
( )
α" = 2a . c πr ⇒ W < 2(c + B)
B i
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.86
Estes valores podem ser obtidos através de medições diretas das tensões residuais e/ou
experiências em relaxação de tensões devido ao tratamento térmico.
Para o Nível 1A é permitida uma redução das tensões residuais pelo alívio mecânico
obtido após um ensaio hidrostático, por exemplo, neste caso a tensão residual
considerada na avaliação deverá ser o menor valor entre os definidos abaixo.
Qm = σy
σ
Qm = σ y . 1,4 − n
σf
Onde :
σy : tensão de escoamento apropriada, para a temperatura de teste;
σf : tensão “sigma-flow”, definida como a média entre a tensão de escoamento e o limite
de resistência do material, para a temperatura de teste. Neste caso a tensão “sigma-
flow” não é limitada a 1,2.σy.
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.87
O diagrama FAD - Nível 1A, possui limites máximos para os valores de SR e KR . Para este
nível de avaliação, não são necessários fatores de segurança adicionais.
Análise de Tensões
Dimensões da
Descontinuidade
Fator de
Intensidade de Tenacidade do
Tensões, KI Material,Kmat
DIAGRAMA
KR = KI / Kmat
FAD – Nível 1
Fratura
Frágil
KRmax = 0,707
Razão de Colapso
Ponto de
Tenacidade, KR Plástico
Trabalho
SRmáx = 0,8
Razão de Colapso, SR
LR = Sn / Sf
Tensão de Tensão de
Referência, Sn Escoamento do
material, Sy
Dimensões da
Descontinuidade
Análise de Tensões
Um vaso cilíndrico de aço ferrítico, não tratado térmicamente, contem uma trinca
superficial interna axial, com 54,0 mm de comprimento e 10,0 mm de profundidade, em
uma solda longitudinal do equipamento. Determinar se o vaso poderá operar na sua
pressão normal de operação à 20,0oC utilizando a metodologia do nível 1A do BS-7910.
Comprimento : 5,0 m
Dimensões do vaso Diâmetro externo : 1860,0 mm
Espessura de parede : 50,0 mm
Dimensões da trinca Comprimento (2c) : 54,0 mm
Profundidade (a) : 10,0 mm
Propriedades do metal de Tensão de escoamento : 480,0 MPa
solda à 20,0oC Limite de resistência : 610,0 MPa
Módulo de elasticidade : 208.000,0 Mpa
Tenacidade à fratura do Três espécimes foram utilizados para o levantamento do valor
metal de solda de CTOD à 20oC, fornecendo os seguintes valores abaixo
ESPÉCIME CTOD [mm] TIPO DE RESULTADO
1 0,17 δc
2 0,28 δu
3 0,21 δu
δc - fratura por clivagem sem rasgamento estável
δu - fratura por clivagem precedida de rasgamento estável
Uma análise de elementos finitos do vaso indica que, sob
pressão normal de operação, a tensão primária atuando na
seção do defeito varia linearmente de 320,0 MPa na
Análise das Tensões superfície interna, para 200,0 MPa na superfície externa.
Solução do problema :
Como o vaso está na condição de não-tratado térmicamente para alívio de tensões (“as-
welded”), será assumido que a tensão residual na região do defeito é da ordem da tensão
de escoamento e trativa.
Pm = (320,0 + 200,0)/2
Pb = (320,0-200,0)/2
Q = Sy (tensão de escoamento do material)
(2) - Cálculo de Sr
−1 −1
a B 10,0 50,0
α" = . 1 + = . 1 + = 0,070
B c 50,0 27,0
c2 27,0 2
MT = 1 + 3,2. = 1 + 3,2 = 1,014
D.B 1.680,0x50,0
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.90
MS =
1 − a (B.M ) 1 − 10,0
T
=
{
(50,0x1,014) = 1,003 }
1 − aB 1 − 10,0 50,0
2Pb 2x60,0
σn = 1,2.MS .Pm + = 1,2x1,003x260,0 + = 359,2 MPa
3(1 − α") 3(1 − 0,07 )
2 2
Como (σy + σu)/2 < 1,2. σy, o valor de “flow stress” será assumido, como a média entre a
tensão de escoamento e o limite de resistência, temos :
σ y + σu 480,0 + 610,0
σf = = = 545,0 Mpa
2 2
σn 359,2
Assim : Sr = = = 0,659
σ f 545,0
(3) - Cálculo de δr
Para uma análise pelo Nível 1, o parâmetro adimensional δr , é dado pela relação abaixo,
segundo parágrafo 7.2.6 do BS-7910 :
δI
δr =
δ mat
O valor de δI é obtido pelas equações 5 & 6 do BS-7910, conforme a relação σ1/σy. Estas
equações são as seguintes :
K2
δI = I para σmáx/σy ≤ 0,5
σ y .E
2
KI 2 σ y σ
δI = . . max − 0,25 para σmáx/σy > 0,5
σ y .E σ máx σy
Onde : KI = ( Yσ)(π.a )1 / 2
Yσ = M.fw.Mm.σmáx
c2 27,0 2
MT = 1 + 3,2. = 1 + 3,2 = 1,014
D.B 1.680,0x50,0
M= T
=
{
1 − a (B.M ) 1 − 10,0 }
(50,0x1,014 ) = 1,003
1− B a 1 − 10,0 50,0
Como a(2c) = 10,0x54,0 = 540,0 mm2 < 10% W.B = 0,10x5.000,0x50,0 = 25.000 mm2
fw = 1,0
Mm ≈ 1,0
2 2
K 2 σy σ max 4497,4 2 480,0 800,0
δ I = I . .
− 0,25 = . . − 0,25 = 0,103 mm
σ y .E σ max σy
480,0x208.000,0 800,0 480,0
δI 0,103
δr = = = 0,778
δ mat 0,17
0.6
δr
0.4
0.2
0.0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2
Sr
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.93
O Nível 1B não utiliza diagrama FAD para a avaliação. Neste caso, a dimensão limite de
defeito pode ser determinada através das equações apresentadas pelo Anexo N do
documento BS-7910.
2
1 Kmat
- No caso da tenacidade expressa em Kmat : a= .
2.π σ máx
• Para aços (incluindo aços inoxidáveis) a ligas de alumínio com σ1/σy ≤ 0,5, e para
δ mat .E
qualquer relação σ1/σy para outros materiais : a = 2
σ máx
2.π. .σ
σy y
• Para aços (incluindo aços inoxidáveis) a ligas de alumínio com σ1/σy > 0,5 :
δ mat .E
a=
σ
2.π. máx − 0,25 .σ y
σy
Para todas as situações acima descritas o tamanho crítico obtido deverá ser verificado
de forma que a relação SR atenda ao valor limite de 0,8.
Para trincas com geometrias diferentes de uma trinca passante, deverão ser utilizadas
as figuras a seguir para obtenção de dimensões equivalentes (Figuras N.1 e N.2 do BS-
7910).
O BS-7910 inclui ainda uma correção para dimensões finitas quando o comprimento da
trinca excede 5% do comprimento da seção transversal, como abaixo :
1
am (corr.) = am .
2.am + 1
W
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.94
0
2c
0.1
a/B
0.01
0.01 0.1 1 10
a/B
Relação entre geometrias : trincas passante e superficial
1
a/c = 0.99 0.8 0.6 0.4 0.2
0
2a
a/(p+a)
0.1 2c
0.01
0.01 0.1 1
a/2.(p+a)
Relação entre geometrias : trincas passante e interna
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.95
Um suporte de alumínio tubular com um diâmetro externo de 300,0 mm tem uma trinca
circunferencial superficial passante e é submetido a um campo uniforme de tensões de
140,0 MPa. Determine a dimensão crítica do defeito pelo nível 1B para uma tenacidade de
máxima carga δm = 0,22 mm. O valor de δm foi obtido através de um espécime de CTOD
(B x 2B - “full thickness”).
Comprimento : 10,0 m
Dimensões do suporte Diâmetro externo : 300,0 mm
Espessura de parede : 10,0 mm
Campo de Tensões Uniformemente distribuído de valor 140,0 MPa
Tensão de escoamento : 165,0 MPa
Propriedades do material Limite de resistência : 310,0 MPa
Módulo de elasticidade : 70.000,0 MPa
Solução do problema :
A dimensão máxima tolerável para o nível 1B pode ser obtida através das equações N.1,
N.2 e N.3 do BS-7910 corrigidas para uma dimensão finita, conforme relação existente
no item N.1.4 do BS-7910.
Como σmáx/σy > 0,5, o valor de am, deve ser calculado pela equação (N.3) :
δ mat .E 0,22x70.000
am = = = 24,82 mm
σ 140,0
2.π. max − 0,25 .σ y 2.π. − 0,25 x165,0
σy
165,0
CURSO DE AVALIAÇÃO DE INTEGRIDADE
CAPÍTULO VII – Introdução à Critérios de Avaliação – Descontinuidades Planares pg.96
1 1
am (corr.) = am . = 24,82x = 23,54 mm
2.am + 1 2x24,82 + 1
W 911,0
Como (σy + σu)/2 > 1,2.σy, o valor de “flow stress” será assumido como :
σn 147,6
Assim : Sr = = = 0,745 < 0,8 ........................Ok!
σ f 198,0