Você está na página 1de 30

z lo

O Lí J . E 108 E DO
DI . Rllitll
7, n A.l1 l

nb r J u , hri o e dado
duran ·, a n · r al o JD, i llo• 11lo ·
d z 1. ·. l 1u ;ti <l ira font en .11 u d vir-
1s afin d - o
mn1 .· im lli d o.njn1nr a pr
. n1 arc.l r tr
I n l ll
lh, . 1 lll . n1 rn-
l tl
· rl J i l

1111 ir u
h li 111 m pir
z l r 1" • 9uijn il II ini /,o
- 4 -

•.\'lfOS ~rllt'JII /11'111/1•111 ( 1 ), I' (jllllllllo O tpll'I' f' nC'lrn ('/lJ'l'O'.-,(líJll-

tfcnci.i. opl'rn, por 1111 •i 11 ti l' 11111 :,.e', lurn11m1, o q11e.i 11,i1J 1:ires do
Oll! l'{)s 11i1(1 011sari:t111 lt-111:i r. ( >m •n• 1:n11111- 110,-s l, 11111ild1•111r11tr tl
Ellc ,.. n >~ m·111 os-l,li1' 1111s fac:11 1-i 1•1·,·ir l:1111l1t:111 ft gl<,1ia <ln
:-1.'H 1': lt'l'1111 l':1e l' :í i-.alr:11:,lo das n1111:i~. l'1>s~:t Ellc:, <;HJ
r;l7:1o tln 110:-~:1 lidelid:tdo :í gra(; ,1, :H'c:eutlc•r semJJJ'C rnais
l'lll 110--~os cnra, ües n r<}lll.<'llla desse fogo divino que
alira.. a aindn }111 nossos dias lautos missiom,rios, tan-
to ~accrclotc . autos o mcs1no simples fi eis; possa inflam-
Jlllr no a~ almas nesse zelo sucenlotal que a Religião e
a ~ocieciacle espcra1n e reclamam de nós, e sobre o qaal
"º queremos entreter familiurmcuto nas presentes letras
pn tornes.
*

Para nos excit:annos a desejar sinceramente esta vir-


tude do zelo, considere1nos uern os seus preciosos effeitos
.
quanto a Nosso Senhor Jcsus Christo, quanto ao proximo
e quanto a nóH 1nesmos.
E' peJo exorcicio desta virtude que 1uais cousolaro-
mos a '" osso Senhor Jesus Obristo, principahncnte em ou
Sacramento de Amor, onde, deixando-se entro nós pnra
nos!fa companhia e 1110,lclo, nossa victi11u1 o alimento. con-
tinua a receber dos hoincns tnnlo llcsprczo o in<lifforon~a,
tanta8 iujurins e ultrnje..,. Na verdade, quo faremos. so
rca.l mcnte formos ani mados elo espírito do zelo ·~-Fnlare-
lllOS se111 l)ro am, f'ic•ii; do n.111ur, da 111i:--oriconlin, dus riquo-
zas infinitas elo Sagrado Uora,;iio de .To~us, YÍ\'O entre nós;
faremos co11hccitla a 1:n1u l'esson <li ,•ina, a sua doutrina,
( l )- 1',i. Clll, ,1,
r,
os R<•us :-nrn1111P11tns: n11i.:mc11t.-11·emos a gloria uc Deus
sobre a terr.1; P\lcnrlen'tlln, <' fir111nrcn10:; o S<'U rei no nos
cor:1~õc,; co111hnl <'t'<'111ns o i111pcrio do pcccado e• n tyrannia
do cl"rno11i,1: e 111J,1irt 111or, segundo a )lala, ra <te , . Pau-
lo. o 911, 11i11,la /a/1,r .fa:.rr dcpoú da. ;,n,:,:,7o do Sah•a-
dc,r (1 ): farc1110 · lruclificar os seus merecimentos, e ap-
plic.1n1mo~ ás al111as o 111·cço do suu rcclcmp<:ão. E será
pos. irei fazer da no, a vida einprcgo mais glorioso para
o Filho de Deu~, emprego que Lho corresponda n1clhor
ao dc~cjos, quo Lhe combino tlHtis co1n os exe1nplos 'I
ão é o que Elle esµera e o que }Jotle dos que Lhe estão
e treitamente unido '/-Amai -me ? interroga a Pedro:
J)iligis 111e plus his? Pasce oves nleas (2). Não diz,
obscrra 1 • João Chrisoslo1uo: Se 1ne a1nais, fazei grandes
au teridadc , praticai a penitencia, entregai-vos á 1nortüi-
cação. Esta obras certamente são boas, não potlem dei-
xar de Lhe arrra<lar. Entretanto não é isto o que recom-
ruen<la aqui, nmn tam pouco o de que se occupa. Se me
amais, diz, guardai 1ninhas ovelhas : cw·ai essas ahnas que me
vertcnceu~ e que resgatei co1n o 1neu sangue; consagrai-
lhes os vos os cui<lauos como eu lhes consagrei 111inha Yida.
Podia No so Scn11or J esus Christo fazer-nos con1-
prehentlcr 1nelhor que as ouras de zelo são as mais caras
ao seu coração, e que Lhe não podere1nos causar mais
alegria tlo c1ue em pregando nas 1nos111as a nossa actividade?

Seren10s, outrosin1 ' tanto n1ais utcis ao proximo quan-


(1 't-AdCol. 1. 2-L
(2J-Jo;w_,, XXI, 17.
-0 -

lo mm ,·i, 1) <' nl'il<• t1! <' f1)1' o 11o~r40 :.wln por sun salvn<;ilo
g;. 1,. :u•J11 f:lr-11 ,,s ,1 1111·s Jlara fazer o hem
, l'I' 111ilh:11·1• · ri<· nr<':1.

:-w, lllll'i-, 1, 11111:11,, , ,, 111ilh11r11, do ,,,,.i,,s para. os conduzir


a 1h~u-... ~,• li:1 !--:11·<•1 dnlrn" q 11 0 11 fi<> nc·ha111 janrni:, OCC'asião
ti ,\ ,h)ut1i11:tr, d<' clar 11111 IJ 0 111 ro11!;;cl11n, cl<• rl i1.cr uma r,a-
Ja,·r:1 dl' t•d1firaçfin. dondt' virá ist0 ·1 A razão é porque
ni'lll dcs~Jam achar opportu11ida<le, nem a procuram, nem
c~tüo nttcntos q11a11clo olln se 11,es depara. O homem ze-
lo,o. porem, j nmnis a deixa escapar ; ao contrario, é tão
en~cnho ~o cn1 faze-la apparecer quauto é prompto em ap-
pro,eita-la.
O zelo ainda nos fará triurnplrnr das difficuldades que
encontramos, a cada passo, om fazer bem ao proximo e
em diminuir-lhe os males. l\Iuitas vezes é por desanimo
que nos conservamos inuteis aos homens e á sociedade.
Idéamos oplimamonto nos occupar da sua causa, da sua
ah·ac;ão; mas e ta ou aquella qualidade, este ou aquelle
proceder do proximo ou da sociedade e111 que nos acha-
mo~. desagrada-nos; offendem-nos as suas apreciações; re-
nun ciamos, en tão, a sua conversão para a ver<ladc, para o bem;
renunciamos uma obra que nos varocc peno a. Ora. o ar-
dor elo zelo impe<lo esta incoustaucia, porque produz .. cm-
prc, com urna grande caridade para com os hornen"' e um
vivo dc•~cj o <la sa11 ti ficaçiio th•llcs, 111na pucit'ltcia a totln a
JJl'QVtl o 11I11:L clcdicac;ão quo nucla potltH·ií. cmu;nr. E' 1>ois

eviclrnte ,,ur, uni111atlm; de zelo, nilo poderemos deixar de


ser utc•is, 11:1 11w1litJa de 110:s:,;as forc;ns, lÍ salvac;Ilo e á per-
feição dos homens e, consecI11entcmouto, da sociedade.
- 7 -
Trnbnlbnntlo :.1ssi111 parn o hem dos 011 11,0 ,,.
· "• assrg11-
rnrC'mos t::uubcm para 116 i- :l!-i 11111io1·<1s vnntagou s jít para
esta vida, j :í pnrn nl<•n1-lllln11l0. J lri111 e ii·11111 p 11 tc, as obras
de zelo não scrilo fuules 110 alcgl'ia 'I Se é ohjccto ele gran-
de :.tkbTJ·in para o homem vrolougar ao proximo, por mais
:ilgun aonos. e- a vida mortnl,- quc não deverá ser con-
~errar ou re~titui r a vida da graça, a vida do céu e da
eterni<lacle'? e é tão agrndavel goso pensar e poder dizer:
.. E' a mim que este homem deve os bens de que gosa
aqui na terra •1 que será poder dizer : , E' a mim que elle
deverá o paraiso, a bemavtmturança, a posse de Deus'! >
.1\. 'csc10 an 1na,jus bcncjiciu,n '/Jossz·t lto11n1zt' a Deo con-
ferrt, diz um santo Doutor, qu,a1n ul per cjus obscqu11-1,n1,
aligu1: satuteni consequan tur.
O exercício do zelo é tam bem para a nossa alma
uma fonte de graças; porque, quanto mais as c01nmuni-
carmos aos outros por amor de Dl:!us, tanto mais Elle
se obriga a nos conceder maiores: Eade,n quippe 111cn-
sura q1ea 111-cnsi fitcritü, retneficlwr vobis (1).
Finalmente será uma fonte de gloria e <le felicidade.
-Os traballlos que Deus recompensará com maior n1a-
gnificcncia na eternidade serão justamente os que tivermos
crn prchcncli<lo aqui na terra pela salvação dos homens:
.S'i /U, a11nunlú111cris ú11p10 ui avcrlalur a 111a su<1 li11-
pia ct vi1•ril, a11i11ui 11i tun11i libr.rasli, Elle diz a S<'U
J>ropheta. Pouderemos bem, vcnorn\'cis Jrmilos, m;tas pnln-
vras. E 11:lo tlc\'crão ser sufficicmtcs porn nos inspirar
rna.ior zelo 110 t ralinlho tia s11h·1u;ão dos homcnl'- o cJa so~
---
(l - )litt.h. Yl l. '.!.
cic,l:ulc '? r 011f111ul:u110-1101- " " hn, "" tão po11co, lnlvmr.. pcn-
,.._ .,, n , •!-IPIII<'. l'rwamos Jl<'l'd fio a Dc11hda
"3.(1(l llC~'-l\S \ l'l'll:\ li 1 . ' 11 111 1 , •
' 11 •1'1t<·1·1 o 11ro111l'ltn 111n~- Ll w l'\ (\I', r o111 irna grnra,
no~~" 111u 1:, •• •
. l . ,111 " l'lt <'" Jll·,.-1to J1c•1•a11rns- Lh1• 111 1til11 s ve7.C:~
lll:U'- < \ll' l' I~ , " .~ · •
... ,.,.1, .,,.~ t' ,rr fl•i 1•fi o dn proxi 11 10. porque 11iio lia
1 pl'1" . .,,, ' •• 11 1 , •
~ I' ()
l'(li:'-:\ nem mni~ ~nblime lll' lll rnai~ ht•roit:a na 1Jrd c111 das

'irttuk~ SlH' Ol'ílOllll'S.

O zelo é uma expressão elo amor rl1\'11J O, ú o con-


stitutivo mais puro da cari<lad<;!, é o caracteri ·lico dos ho-
men aJ)ostoliC'os. é o dom que tivera m os propbcla~, e o
&pirita qne an ima os pr~gndores t1o E vangelho. Assim é
que a Escriptura, quando fala dos Apostolos, no-los r epre-
senta como estrellus brilhantes no firmamento da I greja
isto é, como l uzes em que Deus s'l compraz de fazer r es-
plandecer toclas ns ri~uezas de sua graça.
Todo o homem c1eYe cumprir com zelo os encargos
proprios do seu estaclo: mas íla::mto não devemos ser mais
zelosos elo que os outros homens: so considernrmos, \'C•
neraveis Irmãos, a na tureza da nossa missão ·1 Toda· a·
carreiras seculares, i11 cl11sivc as mais nol,ru8, não se n ft•• 1

rcm por si u1 cs111us, scni'io a interesses tcnq,onu s l'. ,is 1

rn~io diu, v<•Zt'. R, rn alcriaes. J1l tendes e1wtu111 onll• Vl'rific,ulo,


achautl 1J-vos ,•1lt1·0 os ho111 c11s ◄ lo 111u11tlo, n r. pl1rr:1 l':-l n'i-
t~ <•111 rpll· t•llr'- se 1nüvt·111 o sn agit11111, e n q t1<' ni11 lia- •
rm1, t·ou. :i~ra 111 lnlloH Oti ,~sfon;nfi do sL'II l':-tpil'ito, todas ns
enoro11 ia1; de - 11·•·• v,1111uri••.. u, 111~11111
· 1,1 p1·11 l1111tla
• c'llllllllil:-<'ra1:ão !
<J 111• 111' 1J11 "111ii,; 11i111 :-.ao h l' II:-. 11111iun•1-i m•~1 wim:, llt'stle
que: uno 1rat1•111 fio 1Jr 1li f I·,1 I' li 1l'l•ll. ll lll S tlll •IIIICl'l'SSt':-. par-


- f, -

tidarios e pci;:soacs ! L rtslimariamos uma hora ele no sa vi-


cia do bii:;po ou de 11 ossn Yida do :--acrrdutcs cm ;lrega.dn no <]ue
cllrsfozl~lll~l orrupn(;àodo .cusdins. dos seus annos ! F. e
~oh certos po11tos de \'ista, silo su:;ccpli\'ci uo
i::enl:i t'11 1preg-os.
111nis ele, nclo nlcnncc. em()u::i.nto se referem ao hmn t;,c,cral
tla:- fo111ili.Js o ela socirdadc. 011 tí mnnntenção da or<lcm
rx1cr11 a. muitos vezes, ah! existe entre os homens ele nossa
época ta l Yulgaridade ele sentimentos e abaixamen to de
vistas qnc os fazen1 descer o.ia(la n1ais abaixo do nível
na tu ral dos sous acl os. Senão. pre lai bem atten~ão ás
Rtia s con,·crsnçõcs sobre os cliffercnles assumptos. l\Ias

quanto lhes não devo ser superior o sncerdote, não somen-


te pelo motivo sobrenatural que o guia, mas tambem pela
natureza do seu 111inistcrio !- O objecto de seu zelo é a
gloria de Deus, é a salvação eterna dns almas, sem ne-
nhuma esperança de ganho pessoal aqni na terra! Saa
vi<la é uma im1nolação constante pela causa da Igreja, da
.
Igr~ja que não existe onão para glorificar a Deus e san-
tificai' os homens !
Eleven10s, pois. nossos pensamentos, vcnera\'eis Jr-
111ãos, e considerem os melhor as qualidades que deve ter
o nosso zelo sacerclotal para que possa produzir os salu-
tares cffoilos a que nos rcfcrin10s.
*
O nosso zc1o de,•e ser activo: Eu ,·os elegi. diz-nos
J csns Cbristo, para que ca1ninheis e deis fructos que per-
n1aneça1n imra sen1prc :·Ego c/,6trt' ·vos t·I posui -;•os ui calis ct
frur/11,111 ajfrralis.· el/ruclus vcslcr 111n11eat (1 ). \"êde nestas
( 1)-Joau. 1 XV , 16,
11

<"~tn.., l' ,"-1:l.., r:11.f1r~. <).-: pl:11111!'\ daqui, porlunlo, 11C'vc:u 1


::--1•r dirigi1l11'.'- tl1• 01111n 11111d11. 1\ q111, ..,,,ppo11liH111r1:-, u ccluc·n-
ç:1,) 1·,,li!.!10,:1 tln:- 1111•11i110H .~ 1111d1- alJ1111d11rn1 tl 11 q11r• rt das
ll1<'11111n,. Logo, (· i--olin• :l daq111•Jlp~ q1rn dcw, 11 1;ii s f'lll •
pr,·~ar a mi11lta :tC'IÍ\ idtllk', o para o 1'111 111·0 (, p<•la <TC!a-
~.1o dt.> t'lllll'gio:-: t' d rc11los rat holicos tia 111oc·idadc• qnc c•s-
pt•ro pn •parar cidadfws lm11c11 tcs a De11s e ga ra ntias rlai;
f!uui li~ls e da ._ocicdttLlc. » Ah! Ycnera\'cis Irmãos, quanclo
ret·ch<'mos ele Yós i nfon11lH;ões i mprcgnadas tles e e virito
de oh~er\'aç:1o, quanto nos sentimos feliz e consolaclo.
Eis aqui. dizemos a nós mes1no, un1 embaixador que to-
mou a. seno o negocios da sua legação, que dá conta
da sua nlissão, e qne te1n verdadeiramente cuidado dos
interes~es qu e representa. Oh ! Sagrado Coração de Jesu ,
houvesse já tantos trabalhadores na Yossa vinha quantos
são· me~n10 os sacerdotes. desta Diocese, n vossa santa obra
não deixaria tle prosperar sempre o sempre ! . . . Coragem,
vencra,·ci Irmãos, 11ã.o uos tlcixen1os abater! em que
natla ten}Ja de inquieto, do im pacie11Le1 tle febri l, seja o
no;;so zelo acti "º e com 111 un_1 a todos nós.
Não nos csqucc;nmos tai11bcm : não pisamos tnnis o
solo do purai:;o tcrrca l, onde lodo o lralrn ll10 :-l' rmluzia
a u111a crJ'la acc;ão co11scn'1Hlorn ( 1). A lcrru q11r c· ultiva-
1

JI IO:, uc<•ci;,:,ila i-;cr rcgn cla de suoros (~). E ·tamo' longo

de viv1:r 11aqucllcs rei11 os lnt11 q11ill n~, d11rn11h' o · quac


cada ha l1lt:111 tc de ;J u1lii e• du h ,1'Hl l, pndi11 l'C'JlOU$ar sob
1

sua -viuha e hOIJ !-ill l\ fi g11cira ~c111 11c11hun1 to1nor (3).


- t ,}- -

•. ser ... implc;;mcntc co11 ervaclores


~ri.o poilt•mo~ innh · ·-. ~ _., ~ .. " . '
. l ls e co 11 1111._tnrl orcs. E::stc}uno , pois
d •, enio..; i;;'r so'11 .H 1 •
1

e . . ~ . , ,1 0 0 ad\'ersnrto no~ surprehcudcrá.
alertn e , t~d:111tc.:-. s .. 11, .., ' •
• Oi, iu,1 I\L.~ ... trc: c. E1n qunn,o cl onnm 111
Di:-to nos adrl'l'llll o . . .
ti ,111 dor1111rt'11I /, 01111ncs ( 1), veio 0
os hollll'U-:: e""' <ll ' .
. . . ~ e ·oio » .\.h ! tenl1au1os cuulado. venera-
11111111110 C :-,('ll!C'OU l •1 .

,·ms - ~ 111 ,n1·5 cio "l'P.


. ,..,Ir111ao:s, ·1 •
nunca trai<;õcs e 1nachinam a
r,11 1:1 11orn Co l,ll- .•.., 0 Chri •to · O nosso zelo, pois alcn1 lle
nctiro, seja vigilante.
*
~1,lS nm zelo activo e vigilante que não é 1uanso é
luz sem cnlor e porta nto sc1n fecundidade. \'êue aqnelle
viga rio com o é éxacto cm seu rcgn la111 cnto e hora.rio; fula
corrcctamente, en ina con,·enicntc111c11te, catcch iza, confes-
sa assidunu1eote: o que cllc diz é claro e iulclligivcl; tnas
tu,1o i Lo é tlc um 1110!10 nspero, on pouco an1:1vol, e, por
esta causa. npczar de ta nto n1ovi111cnlo, de tantas boas
palavras e 1ncsrno de tantos sacrificios, o re ulta1lo é quasi
nullo . .. N1io ei, diz esse bon1 pad re, por quo os 1ncus pa-
rochianos fozc111 Uio pouco progresso no ben1 ! Não deixo
ja111ais <le lhca cn ·innr toclas as ver<latlcs~. E' assi1u mes1110,
veneruvcl Ir111 iio, as ver1latles cahe111 sobre os vossos pa-
rochiano , mas como chuYas torrenciaos con1 rola1npagos
e lrO\'õcs: e estas não são as cllu,as que preparan1 as
hrllas colheitas de tocla a e pccie de fractos, n1as sitn as
chuva conslautcs e hrn.nclas.
E' lamcnta\'el e fnz pena ver n1uitos bons sacerdo-
tes penlcrcui qna::>i todo o 1,rovcito dos seus trabalhos,

1)- lluLu., xur.......


•>"\
qu;1~i to,lo o fr11cto do St'II z<'lo, pol' f.ilta t:, 0 somcute do
)cnitiro dn ll1illlsid:1u e dni;ur,1 Niiu lia muito tempo, nos
llizin :1lgncrn fo l:u1dn i--ohrl' 11 111 sacerdote: ,, E' bom, foz
o hem: mn:") é puna 11fio o s:thor fazer ,,_ In felizmente á
vcnl 11lc : a forma e o 111otlo 111nito i111porta111, o tom un-
porioso de roz bu~tn muitas Yezcs para fazer perder tudo.
O merito di.tquclle sacenlote chegará sempre até Deus, mas
ainda não chego u até os Lt o1ncns. Terá sua recompensa. no céu,
ums aqui nuo participará <l a be1naventurança cla:quellos de
q11e111 cli se Nosso Senhor J esus Christo: Bcatí 1uitcs,
'
quo111a1n ijsi possidcbttnt fcrra,n ( l).
Examinemo-nos seriamente, veneravcl Irmão1 sobre
c:;te ponto tão i111po1tan te. ColU os talentos que vos fo-
rnm repartidos, com o zelo que empregais, só vos falta
u111a condiçã,o para fazerdes um grande bem ás almas-a
n1ansillão1 a brandura. Petli se111pre Áquelle que disse: A-
prendei tle 111im, que sou manso e humilde de coração :
JJiscite a 1nc quta vtitt's su11t et llu,nztis corde (2) qne der-
ra,ue sua clvçura. e1n vo3sa alma, e vereis como o bem que
d csejais na vo~sa freguesia se 111 ultiplica, se centuplica ; e
então direis a Nosso Senhor com o Propheta: Et 111an-
snctudo lua 11tulbpticavit 1uc (3).

Outra qutdi,ladc tlo zolo é ser prudente. F.~ta pru-


doncia se applicn quer ao 111i11istorio tia prótlica, quer nos
actos de u1l111i11i,;tra1;1lo. Na prútlica, ,·encraveis Irmãos. na-

( 1, -)hnh., Y , ~.
\'.!1-l•I, X I , :!!I.
ldJ-IJ lttog. xxu, ao.
- 1-l -

da ue personalizar-se e, por conseg uinte. na ela dessu ~ ob-


scrYa<;ões ou ues..as rninndcncias de costume::, que se Lliri-
gem eYidc11te111entc n <lua:; uu tres 11cs~oas. Kci:.tc caso n
C,lritla1le aconi-clhu q1111 . e fole n essas pes::,0~1s cliroclamcn-
tr e em Jmrt icntar.
Dcstn pruclcucia f:1z pnrfe o zelo coinhinado e auxilia-
do pela acção sacenlot.i.l jmutua. Que pode o hon1e1n ó, :1-
baudouado a si 1ne:;mo'! Em'iora seja Deus o nos o princi-
pal amparo. co1nludo não devemos dispensar o auxilio dos
nossos collegas. A uni'.io faz a força. Só têm a ganhar os
sacerdotes que se auxiliam mutuamente com seus conselhos
-e sua coopera<;ão.
1\íuito nos consola o que a este respeito já vão fazendo al-
guns vigarios, con,·itlando outros para a prégução <los retiros
aos n1eninos do primeira commnnhíio, onde pequenas 1nissões
. ao povo ue suas frcguesio.s ourigo.ndo-se elles por sua vez a
fazer o n1 csrno nas freguesias dos collegas convidados. Ainda
hú poucos dins1 reccuiamos u111 :1 carta do um zeloso vigario pc-
uindo-uos licença não só para convidar outros p.ara aquolle
fim, senão ta1111Jem para se compron1etter con1 elles para
lhe correspond er a eguaes convite . Silll, conccdc1nos a
touc,s essa liceHça, e não pore1nos cluYitla cm concetlcr até
faculdades espec.iaes para o tJmpo das 1u issõe., peclintlo ao
. agrallo Coração ue .T osus s~1a 1nelhores bençãos sobre esta
olira trto in1poJ·tantc; porque estau1os convencido de que a
união e o co11certo dos uons sacerdotes e1n prol ele u1na
região trupí. ncccs ariamcuto a renova~ã:> <lo e pirito reli-
gioso 0 111 toda elln.
FãZen10s os mais ardentes votos pnra que jamais por
falta <le carida(le reciproca <los nossos carissi111os coopera-
dores esta ohrn cloixc rle se clcscnvolvcr em nossa mui
amada clioce~e.

Além dns qualicl mlcs mcnr.ionadns. o nosso zelo 1lc-


vc ser 1111 i ,·crsal. Sois paslor de uma fregncsia : toda e.-ta ,
venerarei Ir mã.o, tem egual direito á vos a solicitude. Com-
prchcuclemos que os ,·ossos cuidados parf tcu_lares se diri-
jam pnra os meninos, para as pessoas piedosas, para os
doente ; 1uas. que nada tonteis paTa o ben1 dos moços,
<los pais ele fanlilias, das clifferentes e.lasses e das direr-
sa profissões, eis o vicio da vossa atln1 inistração pas-
toral. Negligeociru: tudo, 11ara não se applicar, senão ao quo.
se chama u1n bo11t 1utclco, é o riue succede infelizmente
a um não pequeno numero do padres, que reduzem a pro-
porções n1ui to exíguas a esphera de sua acção. Quantos
poYoados, qu ru1tos habLta.ntes ele vossas freguesias con i-
deran1 seu pastor como verdadeiro estrangeiro porque nnn-
ca os frequenta e quando o faz é ás carreiras e nenhum
interesse lhes 1nostra por que se adiantem es11irilualmente !
Entretanto, poucos homens poderão resistir ás provas de
interesse e dedicação pessoal que lhes dcrdos ! ...
lVIas, veneravel Irmão, uüo sois somente o ho1nen_1
de tal on tal freguesia : sois padre da diocese. Estn dio-
cese compõe-se de v.lrin pnrtcs bo1n divon1ns etn tcrrito-
rio, cm pessoal, e1n n1eios 1110.teriacs. Se por01n no ponto
ele vi. tu dt1 co1nnHHlidado temporal, 1lovosi:;on1os c~orcm· a
j u tit;a distri huti, n entro todos os snccnlotcs, e n. "ogurar
sempre mais yan tagon~ hu1nanas aos (Jt1e maiores _meritos
ti\'e ~ ctn, a nossa tarefa crin impossi\'cl. ~lns o nO!.so dc-
Yer não nos ~11.i<'il:1 a e:-ta onlC'tn de ec ttlidadc. ·Que é para
- 1(i -

lllll ministro do Rn11(11nrio lllll ]1 0 11 ('() llllll H 0 11 tlll) }lôllCO

monos do infC'l'llR!'itl 111nl1·1·i11l, d11 co111111<Hlid;idnH da \'Ítln, tlu-


r:1111<' l'sl o 1wq11ono 111w1t1r11 d!' 1111110s a )III Sl-1:tl' llt!sle n1un -
do ? Dl'\ emoR. poifl, Y< nrr:1 ,·oiH I n11 i1ns , ter plPna lihcnlu-
1

dt' dl' disptir dt' vô:4, ro11fon11 0 Or, sagrndoH <'nn '111c•~1 psi 1·;i o ho111
goYcrno de todo t> rrn1j1111clo du diuccsu, 11ura 111aior bo111
dns almns e gloria de l h.lus.
Fm dia que os habitantes <la C: aliléa qocdnm ucta-lo
por 11ue e uã.o tlistanci:isse delles : Et detincba1tt eu111,
nc disct:dcret ab t!is, resr,ontlcu-11.ies Josns : Tenho outras
ci'.iatles a evangelizar e fui enviado llª"ª isto : Qu-t'bus il-
le ait: Quia et alàs civt'tatibus oporlet nze evangclizare
re.gnu11i D ei : quia i'dco 11ussus su,Jli (1). Tal deverá ser
sempre, carissimos sacerdotes da diocese parahybense, a
vossa resp0sta, quando as reclamações elos habitantes de
um Jogar, quando os desejos dos vossos l)arentes e ami-
gos, quando as saudades legitin1as tlos vossos prilueiros
laços espiritaaes se c01ligaren1 para vos deter e fixar em
uma freguesia ln11nanan1entc mais ngnulavcl; e não permit-
taia que abaixo-assignados nos soju1n para isto clirigiclos.
Respondei-lhes co1no Jesus : T c'll,/to outras 1·t;gich's a e-
vangelizar e para z'sto já recebi' a 111i'ss<ro.

11'ino.J1nente o zelo snccnlotal dovo . cr vivifkiulo polo


exemplo. Não duvideis: vosso i,ri11cipal auxilio on,torio é n c-
loquencia do , osso p1·occdor, ó o onRi11n111onto dn vossa pro-
pria vida. As virtudes <Juc praticardes serão sen1 pre as que

(1)-Lnc. rv, •2. ,a.13,



-'- 17 -
c0mm1111irn1·,,i,.; 11rni:4 fal'ilt11 r 11fn ttOfi mil ,·oR. /\ in c•lhor O a
mnis rffk1 1. i11spirn ç:in du ;,,1,111 (· a q11 1• 1111:.i lrv:i a '"'~ ~n n-
tilknr f C'nilo e111 vista a i--;i111ilic111;iw do H IIOH<{CJS irm:io,:
J'ro ,·i,· ,i:o l a11r/1/ico 111ops1t111, ui si11/ cl i/>st' srotclifi-
rtlli ,n . ,, til,1/,• t 1).
Xo dia (\111 (Jll<' r or.cho111 0A n nrtlom rlo lei tor, a San-
1n Igr~j:l 110A tlissr: O que an11uncianlcs do bocca, crêclc-o
de coração e traduzi-o em vossas ohraA, Llc 111oclo que pos-
sais con,·cucor os vo ~sos ouvintes com a vossa J)alavra o
ao me mo tempo co111 o vosso exemplo: Q11,od aitlc1n ore
ltgitis, corde creda/is, atr;u,c opere co111pleatis: quatcnus
auditores vcstros verbo pari'ter et exe111plo ·vestro docere
possr'/is (2).

Daqui o grande cuidado que deve.mos ter de, em pri-


1neiro l'ogar nos corrigir e nos :1pel'feiçoar a nós mesmos;
de sorte que jamais nos possam applicar o l>aldão que
Nosso Senhor .Tesus Christo previu Lhe applicariam os Na-
zarenos, porem que nenh u1na força ti nha contra Elle: Jlr-
dice cura te zpsutn (3). Pensemos, pois, primeiramente
cm nós mesmos, tenbn.rnos cui<larlo de nos corrigir e no
apcrfeir;oar, e e. te zoJo por nós mesmos firmará llOi-SO
zut,, para com o proximo o clnr-lhc-;i toclns as qunlicla-
des que lltc s,lo neccr,;sarias. Esto principio fun,la-~o m\
. ela cnr11lnc
on 10111 C:-;!icncrn.l . e, <1110 pc,, 1<,, r.m tudo qut' tliz
1 ·
. , . 't'lll cx,·<•pçilo, prc-
respciLo u nos~a ::;alvu1;ilo, nos 111110 11101', i; ·
. . . i roi1rio em outro$
funndo-nos a todas os denuus. 0 am 01 1
----- - -
(1)-.lni,n •. XYlll , 1ft.
\2l-P c ll l H 11111 •• 1l1• O rd 11ath 1110 ]t'C'llll"llll\,
!H) J.uc, IY,:l:i,
- 1

pontos conclemna-se como Yicio e como i11j usto; neste, po..


rem, não só ó virt uoso e rncional, scuüo tambctn de neces.
sicla<le e obrigac:ão intl i~pcnsnvel. Com cftei to, <levemos
amar a salvaç:'io do no~so pro:-.i mo n1ais tlo que nossos ha-
Yerc., mni · do que nossa saúd e. mais do qno nossa honra,
e ma is do que nossa \lilla; não uos é lk ito, porem, ama-la
t<u1 to qua11to nossa propria ic;aln1ção e porfeição.
Se estivesse em ca<la um tlc nós converter o inundo intei-
ro á custa de sua propria perversãoi ou reforrná-lo ficando-se
dt3sorclenado, com esta contli~üo, cada um de nós deveria
abandonar a conversão e a refonna do mundo, porque
Deus quer que em prim eiro lagar cada um cuido e dê
conta ele si 1nesn10.
Logo. todo o zelo da perfeição e sal vação do proximo
naq ue1le que não tem um1.elo sincero d.e aperfeiçoar-se a si mes-
n10, por ru ais pura que seja a iutençã.o que o mova, não é un1
zelo inspiraclo pela recta razão, mas u1n zelo desor<lenaclo,
fanta, tico e illusorio e por conseguinte sem autoridade da parte
de quem o exer ce e sem cfficacia sobre qucn1 é exercido.

Só a bom exemplo, qne 6 o testem unho ele haver o


hornem começado por si mcs1no, pode autoriza-lo a e1n-
presa t:io delicada, qu1l a de reform ar os demais. E quan-
do o zelo se não apoia cm um teor fie vidn aja tndo ao
111rnos ao q11c se pcclo e so quer <lar por lei ao proximo,
n:'\o se ohc,erva a JH'opon;:'ío nct:essnria, para . e poder erguer
a fronte 0111 p11 bli<'o e agi r co111 dcgas"o111hru. Este é o
snhli mc cnsi11a1111.rnto que uns q11iz dar o Divino l\festre,
u:iqu clla cspecio do parnh1 ,la :Q11úl ""'""' 1•i.les ft:s!uca,n
in, o, llÍ"J fi ntris / 111~· e! tr,1b,·1,z -911ac llt oculo l110 cst,
- 18 -
110 11consideras .eJ (1) querendo dizer : f F.mqnnnto não che-
gares ao conhecimento e co1Tcc~ão ele ti 111 esmo. será pre-
sump~ão qnererci:; co11l10crr os ou1 ro o corrigi-l o. ». Dc,u-
trina que cnsin!'\ ni 11da mais cxcollenlemo11tc quunclo levou
a mnl qne o. l)harisou nccnsassem n~uelln. 1uulhor npnnha-
da em adultcrio e solicil asscm ca. ti ros conlra ella, scnclo
1

homens tão cheios do fraquezas e lllisorias o de uma fal-


sa. i<lóa tlo sua virtudes. Por que, pergunta. , . Jerony-
mo, não ora certo o delicto daquella mulher ? Não 111an-
clava expressnmcnlc a lei mosaica que fosse apedrejada ? E'
verda.tle· 1na.s Jesus Clu-isto julgou coisa inlligna qué aq uel-
les hon1ens, que e1n nadn pensavam menos elo que en1 cor-
r igir em si mesmo o que em seu proximo tão rigorosa-
n1ente condemnavain, se mostrassem tão a.ruentes pela ob-
serva.ncia da lei sem a observarem. Por isso ll1cs respon-
deu Nosso Senhor Jesus Christo: o que se j ulgar sem pec-
cado lho atire a primeira pedra : Qui sine peccato est vcs-
tru ,n, prànus tii illa1n tctpide1Jt 1uittat (2), querendo dizer
que só a Elle seria permittitlo o fazer, os outros tratassem pri-
n1eira1ne11te <.l e se corrigir.
Confesse1Dos, venero.veis Irmãos, e cl10ren10s aqui a
miscria hun1aoa. Contemplemos todos os traços deste qua-
dro e nelle nos rcconhéceremos a nós mosmos. São 1nui-
tos os que deploram o censuram os dofeitos e faltas alheias,
muitos os que la1nontam estar o mundo cada vez mais cor-
rompido, ja não ha.ver religião e ostarc1n ubarnlonaclos os
, interesses divinos; mas não lamentam o qne deixam ºde fa-
zer em sua propria pessoa para diminuir estes males.
( t}--Ln~., VI. 41.
(2)-Joon. , VIH, 7.
\i•uhnnrn ,·ni-..1 P1tl n•l:111 111, pnn•r•p 1~o i11is11ppn,·tnvo}
comn um zt•lo: cl 1, o ,. :1rdl'tdt• 1'111 11111hm1111n c· 11j11~ 111·1;,ír•,, ll oli-
mcnlt'lll ~11•1:-. 11 tl.1, 1'11~. I·~ ltn, tll':Í ('l'l'll lll lll ~ µl'! ,folSl!Ír() 'l'HJ (lC!fl-
-.::11·1t1l\'- q111 , 1\1\:,. h:111 dt• 1· n•r. q11n11do 1,11', li ti <11·1• pc}l1> ll<H~'>
prore,litlll'III ,l qut• 11,111 o que ha-
crr11ws a nós rn chnt os 'I
j l 11 tlu st'!!. nir 1111...;soq co11Rt lho~, quando 11a pratica soim,i.i
1

~' prillll'it'ü;: que o~ cl u~pn'zn mos '/ Como. por exemplo, fa.
i:lrmo:-- ~em cnrid:ulc fn1l(lr11 u c111 nossas praticas e con.
, t'r,ai;1ic:;, e prctcntlcrmos que os homens obsc1Tcm nos;3os
ronsel ho~ rclatiros :í paz e harmonia entre si 'l Como, sem
scnuo-- fieis cnmprirlorcs das rlisposiçõos o orientações dos
110--~os superiores, pretendemos que os fi eis nos obedeçam
e auiviuhe,n até os nossos pensa1nentos? Isto é edificar com
uma 1não e <le.struir com a. outra, o que a Escri ptnra qua-
lifica de cegueira. E esta é a razão por que os que por
officio têm outros sob sua jnrisdicção e os de\'em corrigir,
têm uma dupla obrigação, obrigação tão terri vel diante de
Deus quanto iodi pcnsavl, e vem a ser, applicar-se primei-
ramente á sua perfeição pro11ria, pura fazer-se capaz lle
cumprir a outra obrigação ~uc a Providencia lhe impôz.

Nã.o basta. 1Ia virtudes, vcnoravois Irmno , de nntu-


re1.a tão Pquivoca e du vidosa c1uc a primoiru regra para
as praticar ro111sogura11,;n 6 dm;co11fiar tlollm; 11H' :.11u1s. Do·
bta co111li<;ão é u zdo ,li~ 1)Crfci1;i\o elo proximo. Dl,us iw·
lo rcco 111monua ,·uuw virt 1111.., ó vt'rtltuh•, o como \lrtm · le
uecessari11 á nossa missão dt, pastor; nrns, pon1tie esto ze-
lo está cm po1·igo de degenerar o Yiciar-so, CJUOr Deus que,
hO 11rnt1ca-lo, o c;\a1ni11e111os. e scjn uosso pri11ripal cuida-
do corrigi-l o jJ 110 que ro~pc.:i la ao nosso c11lcn1limento
pan1 que 11ão dci~e de ser scg11u,lo a scicncia, como no~
cnsinn $. T'uulo: ~·l t11ut!attonc111 Dt:i/J.abl!nt, se.d non secu.n -
d11111 sci,:nl11u11 (t ); ja no que perteuce ao uosso coração,
para que não scucecla untitas vezes este zelo deixar de ser
seg undo a caridade. 1'Ias como o corrigiremos sernpre de
um e outro 1noclo ·1-Con1 o zelo da perfeição cio nosso
e.spirito e do nosso coração.
Experimentamos zelo pelos outros, mas muitas ve-
zes se dá que en1 logar ule ser um zelo secuudu,,n scicntia1nJ
é um zelo erroneo, caprichoso, acanliatlo e ate egoista., qua..
licla,les que a<lul terain o verdadeiro· zelo e manüestan1
si1nplcsmente o imperfeito estado do nosso entendimento.
Figuremos em uma freguesia um vigario, aliás bom sa-
cerdote, qu e trabalhe excitarlo por um zelo nPn secU-n-
d111n scicn/ifl,111. Ah 1 '}nantos mnlea não vere1nos nessa
freguesia, sem C]UC sou pa_tor l)erceba ao 1nenos a causa
lJrincival tios mesmos ! ...
Quantos 1le--gostos e justos rcsentimentos dn parte de
setts pn.rochianos, quantas divisões e perturbações, quantas
inquieta~ões e falta de paz en1 n1uitas allnas e familias,
quanta afeição rouba<la á Religião e á pie1la.ue, que se de-
veriam mostrar sempre nmavois para attrahir os pecca-
<lores ! ... iras, por que tantos n1alcs?
11uilas vezes, porque o pastor uilo so quer rlc nenhum mo-
do accommodar a.os ditfercntus gcnios dos seus pnrochiano8, e
si1n que todo. se acco111111otlc111 ao seu. 1\-lns, se n propria graça

(lr,Rom., X, t.
divina. como lli z Rn11to A~ostinho, sr. uc•,co1111no<la á nossa.
nalurcz1 e caract1.•r pura os snntifiC'ul', corno 6 que não fa-
zemos o nll'~llln pnra ser sa11tifil'n,doros tias diffcrcntes nu-
turczns e cm·:1C'tcrcs?
Outras ,·czcs, existem laos males nesta Oll naquclla fre-
guesia. porqu e o pastor é severo quando tlcvia ser brando, ept1-
silla.uime quando deria ser so,•ero; porque aconselha muitas ve-
ze~ mais do qne se potle e não pede o que se eleve; porque con-
funde o que é ele mero conselho com o que é de preceito. Deseja
sinceramente e trabalha pelo cumprimen to dos preceitos da
I greja por pa rte de seus parochianos e polo desenvolvimento
da pi edade em sua :hlatriz; mas não tem hora fixa para
estar na igreja, quando é este um dos meios poderosos
para attrahil' os peccatlores á confissão, varia a hora dos
actos ele piedade e até do santo sacrificio da Missa1 e ne-
nhum tempo marca para estar no coa.fissionario, isto é,
não estada conformar em tudo seu entendimento á orien-
tação e normas traçadas pelos seus superiores. E a causa
de todo isto, u111 zelo mal organizado; e a causa desse ze-
lo maJ organizado, não ter empregado seu primeiro estu-
do em regalariza.r-se a si mesmo: Cura te ipsu1n.
Assim poderá nosso zolo tornar-se reahnente sec1tn-
du11-1, sct"r-nl1.a 111, prudente, diRcroto e som nenhuma pre-
sumpção, de modo que jn111uis uos julguemos su1)criorcs
aos outros e sim nos consideremos inferiores.
Se não nos persuadirmos bo1u destas vcnlndcs, vonera-
vois Irmãos, o nosso zelo será sompro nctu1hn!lo o egoistn o ja•
mais de Deus :julgaremos tudo ruim, tudo perdido, se tudo não
combinar com o nosso n1ocJo de ver: tudo parecerá des-
vario, desordem e relaxação, fóra do plano de reforma que
i,h~amo" ~In., a esLc 1.<'ll) do tl<' monio rnspnrnln rarln um
de lllÍS : Pois DP11, . Soh<•ran11 8<'11lior, fc•i ,·01 11111 igo :tlgum
p:1cto ele nào r '}ltll tir M1 1ts 1lu11s t• i,; 11 :1-1 i.:rnc:a~ sc·n ií o ron-
pnrllh ' o 11u•11 1nmlo d, l'III C'111h•r ·1 'no 11•111 Ello 11 n IJlf~-
,onro ,tt, $11:l s•1hl•(loria inlin1to 1 011f ros id,~acs d,, lic111 't A. 111 i111
,t, n .• \'l'ltllt 'l'll' r:uni11hos '! ~6 dn mi111 q11c•r servir-se 1ia-
ra o hem do pro-ximo cm cun1pri111cnto do seus cl c~ignios
sobr~ o::- homen '! E ti11aln1c11tc1 quc111 sou cu para pre-
ten1k r pôr limites i sua incfftt\'t•l Prori1le11cia '!
.\h ! YenraYeis L·mãos, ten hamos uns com os outros e to-
do . . ro1n o. . fieis un1 zelo meno pre um pço o eegoista, corrigin-
do completamente os tlofoitos tlo nosso outonrli1.1,1ento e dizen-
do cada um a si me mo, confonue as circumstancias: não
comhino jamai com a opinião elos outros e quero que Lo-
dos combine111 com a minha? Não tenho a co111plcta de-
ferencia. delicadeza. re peito, acatan1ento e obediencia para
co111 o meus s uperiordS e suas disposi<;õcs, e sou tã.o eii-
gente em tudo para com os meus parochiano ? Se ou tam-
bc•m cidadão 1 por que não hei tlc <lar a todo o bom e),cm-
JJIO ilc res11eito e ohccl ioncia ás autoridades civis'? E se
.
e t:i ão pes. oas ca th ol icas não me odcdcccrão n~~ in1 ma1
fo<"il mcnle no 11ue diz respeito tí Rcligiilo '?
*
~Ia dr ha, l'l'lll«>S onlrnntlo o zelo 1wlo quo
d1 ·p11:
})1•rtl!1u·c• 110 <·11l l'lltli11 H'11lo, ,·c•slu n•gulor l' purilir:a-lt> 110
<111e trH·a ao ('1;nu;:iu. E uqui t'• j 11st:111u•11lt1 lllllh' nos~u
a111or proprio t ri 11111plia n cl llÍ lll o fo rh• ele todo:-. us ~eu~ ur-
11tici11:-, e :h,hll'ias. E' e11 uu110 <·n•r ,1uc• 1p1alqm•1· zl'lo dt\
pcrfei1;:lo do 111·,,xi1uo .__. i11:,;pir:ulo por Dl'\I:,.
Se foL e n~sim 11 ~0 ~orin tfin pro1npt o 11<•111 t:'l.o na-
tural: nfío st•ri:1 líl1l Í:l(·il lo- ln o custnria 111:ii~ co11sP rv:1 -lo.
A illuzão c~t.í c111 q11l' S <' 1·0111'1111 1h , 111d11 o '-,<• t 1111ia por
zelo o que é paix:'Lo 1J purn p1tix1in1 a s:11,nr, i11111a1·icncia,
ci umt.\ i1n t:i:1, n111hi1:ih1e inlc•n·ssl'. l'1J..;lo q111• 111d11 Í!;lO <li , to
infinitmncnte do Zl'lo, 11:io 11l1ixa ro11 1t.1Hlo ele d:1r alguus
ru·c$ o tor uns apparonein~; por t'Xc111pl o, a i11 , (•ja hun~nta
L

defeito do proximo, cntrctnnlo scnlo prazer cm os 111ani-


fe. tor; a nmhiçilo solicita ma1Hli1r, 111as com o pretexto ele
restabelecer ou conservar a boa ordem; até o espirita atra-
biHario apropria-se do nome do zelo para rer tilulo <lo li-
tigar e condemnar. i\ías nada disto é o zelo de Dous quo
tinha S. Paulo, quando dizia nos Corinthios : . d c111Zdor c 11i11J
vos D e,,' aet1l1.tlatione (1).
Aquil lo é o zelo do hon1en1 e elo homem apaL'i.ona<lo,
• do l1oa1e1n cego. 1\1as, se o l10111em em ten1po estuda-se e
si m esmo para conh ecer os mais occa ltos movimentos cio
seu coração se con1 santas violencias se far. senhor de ua
inclinações e de suas an tipalbias, uos seus desejo e tlas
suas aversões, se aprende primeiramente a r eprimii· sua
cobiça, a conter sua a1n bição, a apagar .·eu reseu timento ·,
a vencer os i111petos clP. sua ira e o soccgnr suas i11quictn-
ções, então ficará em esta do tle discernir o e" piJ·ito que
uima seu zelo e do reduzi-lo nos termos lln hon rzliào e
da equidade. Suas refl exões :far-lli u-ão dci:;cohrir, por entre
U mais l,cllas cores de qno se reveste o fal ' O zC'IO, n 111a-
licia da in\'eja, a acrimoni n da 111nlcd iconcia o do odio, os
iJ;npetos da vingança, os artiticios du ca\' ill n<;ã.n, a: pretcn-

(l )--JI C\ ,r., XI, :J,


çõc~. os mo,·fmcnto. e ,·iolcncias cio lo
'· lllJirramcnlo. Sal,rrá
qnnndo ro11vcm falar. e qunnllo rn lar Nn ·
. • . ' o mten taní jnmnis
1 mncchar um mal com ou !ro. nc•m co,·11·,,.
• .. 11 nmaf al ta me-
nos scns1rrl com ontrn mais "nn·c por e.
. . º ' xemp 1o, com u111r-
m11 rnç:lo 011 rnm ,,ntana e ex1
·• > 1·cs"'ões
· .., • •lc , sa 1n11· i"S .,.. • ·
. . , . o .. . nao m-
. 1~11rn com ou!-tllla~·ão. <l t>haixo <la aiipnrcn . 1 1
.. . • cm < e ze o, cm
d1ng1r alln~ões contra certas 1>cssoas <
qtic a1guma coisa •
lhe fizeram ou que lhe não am-aclam o , einqti an to a outras
que lhe agra,la m tudo dissimula. Ah! Senhor Deus ! qno
é o ho111ein e cm que risco está de andar desencaminha-
do, posto que lhe pareça que vai pelos caminhos mais re-
ctos e pratica as rirtndes mais excellentes. ! ...

*
l\Ias não basta, Yeneraveis Irmãos, que o nosso ze-
lo pela salvação e perfcição do proximo tenha as qnalicla-
clc acima referidas e ~ja autorizado e regulado; é tambem
neccssario rcYesti-lo de muita paciencia, o para isto nos
sen irá aincla o zelo ela nossa perfeição particular.
Se uo perpassar tln nossa ,üla esth·essemos dispos-
tos a praticar com os outros a indulgencia que queremos
para nós, ou fazer a nós mesmos a justi~a que lhes fa-
zr.mos, . cria inutil buscar na doutrina cntholica o meio ele
moderar a iiopacicncias de nosso zelo cm onlem ao pro-
xi 1110; por<Juc é eYic.lente não passaria jamais cios termos
de uma j 11sta moderat;ão. ~Ias a natureza lnunnn~ der.ahi-
da dá ao ho111e111 uma inclinação bem oppostn e, quando
ohl'a a seu talante, o incita a não ser pnrit•ntc s(•não com-
sigo me mo e a guardar todo o rigor parn com os de_
mais. Por isto, 0 zejo mais sincero e puro necessita de al-
,lo I' ·o , i n11l • n,, sn 1 ({' q 111• ll l'h,1111 ns 11cll11 1 1
º' lll'I a., q111ilidn1 lcs
q.w ill'\ t' lll np1•rfric;o:1r 1111 11. s,. zvln.
E,l 111h lll<lQ, pnb. S(•1 111 11·1 , V<'lll' l''l\'i
1

.'1.., 1. -
., 1111 11,, H, "'las
Pul.1' r:1:-:, e' u:1° pa:,;1-,1111111!4 •1 ·a111ni., 11111
·
1l 'i1t ,. 1, 111 ,
•"> • 1ensar flm
rt rfü; 1:10 im pnrl :llll<•~ " <~,..,:,t•111:i:wH pnra " nos:-o zel,,;
CarJl(~S fnti,11r t sl, b,·,11:!;·11,1 r'\"I : t ori/a 1• ur,11. rr,,u,la/11,r,
1.:011 ,1Jd f c·rpcra111 , nou i 1~f!a l11r, J1on e.ri ,u11 óiliosfl, "º"
flUl iril qu<l' sua sunl, 11 011 t'l·ritalnr, n on cogitai 111 a/um,
uo1: gnudcf sup,·r iniqu/late, co11gaudet azttellt veritati:o,n-
11ia sujftrt, OI/Jll l a crrdlf. 0JJ11na sperat, 01tuzia susliuel (I).
O zelo pela perfeição alheia é de ordiriario impaciente,
porque se quer chegar logo ao íhn do que se pretende, e até fa-
zer desapparcccr, apenas se tem falado, totlos esses abusos·e
peccados que innuclarn a terra; e porque não se vêm as coisas
dispostas com toda L,revitlade, não somente se perde animo,
senão tambem se concebem resentimcntos contra as pessoas1
dao-se signaes de indignação, prorompe-se em den1onstrn-
ções de impacioncia, porque não se sabe conservar a cari-
dade. que é paciente. ne1n se toma conselho com elln.
Queremos ser rea]mente mais moderados e pacien-
teg ern nosso zelo? Façam-se as seguintes reflexões: «Aonde i-
rão parar estas nliu]ms iHqnietnçõos e pressas 'I E' este o
mod(J 110 ohnu· <la caddadc ? Portn-so assim Ct)lllllligo o
lJ~111- da caridade ·1 OJ11lo cstnri11 cu, so o zelo ,1uo EUo
tc111 111,r uti 111 , fi C' llou\·c:-,:-.c car11:u1ln 1wlus 111inlms rt~sistou-
cins " i111itl( l idndcs á su.1 tli\•inu µra,;n cm tuntns occasiões 'l
1

l1 or ,1uo O zelo quo toubo JIUlos outros tlt~,·twií ser n1e-


nos co11stnutc 't Dous tmu csJJerado t1111to tempo que

(lJ- l Ad Cor., XUI, '87.


- 28 -

ou me torne nm digno n11nistro seu, corrigin llo-1ne rle tan.


tas faltas e defcilol) de que os ou lros dão fé (o que eu
veria tmnhcm ~e nílo fos~c a c<•gurirn. elo 111cu amor pro-
prio. ou se fil.csRc i-;0111pro meu exame purlicnla.n- do con-
sch•nl'in) e a 1urnor tanl::111c;a du reforma (Jlle rle cjo noa
outros hn tle 111 e impacientar tanto e me lcvm· ao uesauimo '!
Tenho rc~i' lit1o ao zelo de Deus, e não () uero r eceber rc-
si .. tcncin ao lllcu "? Flar erà coisa mais injusta?
Yelle bem, veneraveis Irmãos, em que fundava S.
raulo este ponto doutrinal ta.o extravagante na apparencia
quanto Yenlatleiro na pratica, que a pacienoia d.a caridade
deve conter a promptidão e a impaciencLa do zelo: Cari-
las paticus eJt. Seja cada um de nós seu juiz, e diga a
i mesmo: «Em qualquer disposição e1n qne me possa
achar, para ser pro,1eitoso ao meu adiantamento e perfei-
ção o zelo de quem quer que seja, quero que tenha to-
das as attenções para commigo; qnoro que h3:ja condes-
cendencias e respeitos; não quero que 1110 trate1n com ri-
gor ou allivez. Se me quizerem fazer alguma adverten-
ci.a e dar algm:n aviso, juJgo que tenho razão para pedir
as devidas convenieacias e que se conheça o meu geuio
e se estude o meu uatu ral. Se procederem couunigo dou-
tro mo<lo, em logar de servir para n1e fazer cumprir o
que é <la razão e do 111eu dever, servirá somente para altornr-
u1c». Scnclo assim, não é tambem <la J.,oa razão que fa-
çamos o 1ncsmo co1n os outros no exercicio do nosso ze-
lo, compaucccntlo-nos sempre das suas fraq1101.us r
·v eneraveis Irmãos, a caridade que inspira o verda-
deiro zelo e que 11 10 é propria pede n1uitas atteoções e
reflexões: ol,scrve1no-l11s. Trata-se do que ha de 1uais impor·
tnntc nl'glc mundo gnnho.r nl111ns para DouR: Lucratus
rrü.frnl rt·111 /1111111 (1 ).
Dci\a-ltir:-oi , perecer, 11or nllo fnzordcs alguma vio-
lonci!'l, <lt' pois de l1t1\'ercm custado todo o snnguo tio Nos-
so ~enho r ,lo ·u ' hristo '? Accendei, Senhor, nccendei em
nn~~os coraçõc de ministros ,·ossos este fogo divino, este santo
zelo pncicntc cm que se abrasava vosso santo Propheta;
ma~. que digo? em qnc Vós mesmo vos abrasastes neste
mu11t.lo. Fazei-nos sensiveis aos interesses da vossa gloria,
aos interesses elo proximo, aos nossos proprios interesses;
e nada poupare1nos por almas que vos devem glorificar e-
ternamente, por almas cuja santificação e salvação, depoii
de ha,·er sido o objecto dos nossos desvelos, será o pe-
nhor da nossa feliciaatle.
*
Terminando estas letras l)astoraes, não podemos dei-
xar de chamar especialmente a attenção do vosso zelo sacer-
clotal sobre o exame da observancia das disposições Dio-
cesanas promulgadas no retiro de Janeiro de 1905, e isto
como uma <las 1nelhores preparações para o nosso proximo
retiro em Janeiro de 1908.
Não podemos deixar de estar escantlalizaclo, vendo
que alguns vigarios, cujos nomes não queremos aqui men-
cionar ainda não nos 1nantlaram o relatorio elo movimen-
'
to reJi 0r,ioso de suas freguesias no anno passado 1• • · . Em
.
face ,la \' iolação desta disposição diocesana, faremos JWZO
tenieral'io quauto á violução de outras~• • •
Pois saiLa1n os que incorreram nesta grave tranagres-
-
'l
,t
1

11,, enYoh'1'111fo- l'' 111111111•111 d11 11111 1111111,, ud111i mv1•l n ,. 11, i-
uc, ,t.1 Joutriua r\11 i 11111
(~tll1ir:1111 llli :-.P\I , tli:,.:110:,: p 11 lr11'l''i :i1•1•11ilt11 H!i 11 ,,~c:o:,
3ffrl·t111l os :q1pl:111sn l1 u 1111,~o 1·onltal :t"1 uil,·d11u•11 1,, w,r
l'--h• crnndl• l1 ~\l:\\l' lt•111t1\' n no pt o da 1,. pr,n •1liilid,11lo
q1H1 , ni i-ohrc o~ nol-~<ls fra<'os ltnmliros 1·u1110 1w~tor de to-
d~• n di..lCL'!-t'.
, im. , l'11cr:\\ ei. Irmãos, de nenl111111 mn,lo 11m pa~-
tor ele nlm:1s ])O(lor:1 firar com a : mt (·on~drncia tranquilla
, ctulo apena r1n ua frcguc~ia a írequ rn{'ia <los sarramen-
to, 1101· quinhentas ou mil almas, quando é 1mstor du oito,
rlcz, vinte mil almas e até mais. E po1lerú tarnbem o ,·os-
!-O humilue Bi. po estar tranquillo com ic:to. maxime não
tendo esperança de Yer logo uma no\'a diocese su1 gir da
Parahybcnse '! São duns grandes questões. vcneraYei Trmão_,
que de\'erão ta111hem constituir e&pecial ohjccto do "Osso
zelo. particuln rmc11te por occasino elo proximo reti ro geral.
Quanto á fundação do pntrimonio nC'ccssru io parn a
cre~<·:io

de uma no\'a diorc:-e formada do estado elo Rio U1·anllo
elo N<J1 te. já 111 c•ditá1110R no. meios e cstu111os só a cspern Je
mc~l hores tC'rn pos e ele opportunithule mnis fo, onl\ el.
~Ja~, quanto á out ra questão, que h:ncmos. ,lo fazer
para r-erem providas todas n:- 11c•c·t>~sitlttdl·s espiritn:H'~ ele
lartt()s 111ilhan 1 -; tl í' :1l111:is dis:-<•111i11:ulas t'III t:1nto-; po,0:\-
1l,1. du::, 1'11·u111•hiur1, !-1'111 1H111h11111a im,1111,·~ilo r<'li~ins,l, o
11111<':H;nd:1.-, di• H•t I•I11 pri•s:ts 111ais tanle tios 1•r1·os q1111 , :\o
cli. ~,h <•111111 a h01·iP1l.11l1• ·~
('atla 11111 tlia111t1 th• ~11. o :,.\1111 h11r ~a1·ra1111·11tndu JIC·
<;11 muita~ Vl'l.t' ao ,' 1•11 K.111t isfii11111 ( '11r111;l\o alli ,·i\'o e
:ihra:,atlo de amor por trnlo.:, 1111s 1 1117. •:,; ::,1)hl'l' l 1S m 1·10s


prnticoi- pnra. orcorror n 1asnA 11 •coRf1i<lntleH e IHlii co111111 u-
nigu seus alvitro~ por occnr-;iiío do rei.iro ' HJ1irit11 al, o ('1 111 •
scrvador <ln flnnlidndc• <' do íwlo Hric·cnlot:d.
Fi11nlment0. nilo po1lo1110A, vo11c•1·n\'0ÍK l 1•mfi,1f-, deixa r
d<.> rhnmar dPstlo ngoru n nttcnc;íio do vrn;qo r.clo p:1ra 0
grande nco11tcci monlo qu e r-o prC'pnra e c111 q11 n dr.vemos
toclo tomar p:u'tc, do 11111 modo espccinl. HC>m sa1Jc111os
que dentro do poucos mêscs uos vor cn, os lodos reunidos
e bella opportunidade terá o vosso humilde bispo para
melhor vos falar do que podemos e devemos fazer em ho-
menageai a este grande acontecimento. Mas desde agora,
como vos íamos dizendo, é 1nister annunciar a todos os fi eis
desta Diocese, que o orbe catholico ja co1neça a se prepa-
rar para celebrar condignamente o quinquagesi1110 anniver-
sario da ordenação sacerdotal do nosso SS. P adre Pio X
e que deven10s fazer tambem o que pudermos para o n1es-
mo nm. Lede, pois, aos vossos parochianos e explicai o
programma proposto pela commissão central de Roma e
pelo Em.mo Siir. Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, on-
de preparam-se soJemnissimas homenagens ao grande e
Santo Pontifice Pio X.
Attendendo, porern, ao que mais pode consolar o
coração do nosso Santo Patlre P io X e ao n1c mo to111po
att.endendo as nossas inaioros necos. idades ci:;pirituaa., chn-
mamos a vossa zelosa attenção para o f>.º ponto do pro-
gramma: pro111ovcr e111, co11n11e111,orarr7o dtssa data, obras
locaes per1JJancntcs e11t /avor da pobre i11/a11.ria e 111ocidade.
Para isto, venera\'eis Irmãos, não ro oxhortamos
somente com palavras senão tamben1 con1 o exemplo, dei-
xai passar a falta de modestia -ja tratamos com as nos-
1,1

Jl,11 a ri , ,.
,1 li'h ' ,, d, 1wu,i,·111·i.1
1
111 11'1''is1 11 io 11 11 111 1,li li 1•µ1 11 11f• .Ili •
um •. o 1'1t•1111'11t.11 , d,• , •t1111•. ,,•n11 1·l11·i ,
'
11
' 1 1 11' i ll11111 Ili~ f 1', I•
t 1 ho p.u·n a i11 I 111\' l:t 1· 111111 ·1d ,1tl 11 cJ 1, , 11, 1l
' li I 1a l ll h :1 ( 't •
thtk ,•pi...,,•, p:tl.
1 l lt'II IIII dl 1
l1t•s 1111\,1 ,"í 11, 11 · • ,
11111111 1,t•-11 " 1111-
1., lil l'}ll"'l'l\}l:11 l
1
{'llllll'1:ni•p11 1os 1111111
' l"'I
(l 1•11 ·,··1,, ..,,, 1 .
1 1'1'1-.l' S llllll·
!.•uinlt,\:- 111·1.'1lil1'\'hl.-, d11 11n:-.so l>h i111, i'llt1Ht n \ 0~ , 111111 , bi•tH
8
mer('Cl'lll l''l10l'l:H'~ ICl'llllr:1:-. do no:-.so ltlllrll' pa!-1 1<,r:il.

~í)hn.. o 1111'::.tll o ponto podrn·cif. t u 11 il1t•111 l'ar.,•r 11 1.

~u ua ('Oi~a de 1w nnai 1e 11te e111 vossa. frcg11csi11 s. E-;colu-.


1»1rol'hiae • por exc 111 pio, JHH fro~uru;ias e povml/los que
:1üuui não ª" têm. circulo.: cuth olico para os 11101;0 -. tle
ch1"e.., ~uperior e::; no,; centros maiores, com !iuas se~sõcs
lirreraria~ e uih liothcca~, associa<;õcs de S. Lu iz de (i o11•
za~a. E las e outra:,; muita ohra::; ~crão ta111he111 outros
tanto~ l.11;0~ para vos achard es t-cmpre cercados e n111a-
1lo~ riu inf:1 11 rin e da mocidaclc ati111 tle 111ais fücill11c11te
IP-lo-. \"i~ i11l1 os n N. S. ,Jc. us Chl'i:.;to com 11 frcqucnria dos
;H'J'ã111C•11t o". Ali ! venerareis Irmãos, ahi C:,tá o s,•tfft>tlo

da ~ara11ti11 futura ela 11os!-n qu erida Putrin, d:\ no----a ~an-


11 E:.:ri•,ia 110 Br11c; il ! . . . ('oragc111, niío tm11amo~ ai- tl ifti-
<·11l1lad1•~ 1, ('lllllniri l'd:tdt•,., porq1w n n•co11111tm,-a t' i11ti11ilat ! • • •
\ l1<•111·a1111 d1• l>c11 :-. 0111nipnlr 11t1'. P1H'. Filho t' E, pi-


1110 S :111 lu. dP·wa 1·0111 :11111111 1111111•-. g r:11:11" ,.
nhn• , cl'-• H'llt'-
'
,·a, f'i :-i l 1·111:1c,.. , •• c11111, m,t't1
1 1 p11r11 111111'1: a pa nl :-<1mpn•

1>ndn " p,u..,,-11,la iw, 111 i•1d11tlt• ,•pi,.t·npnl dn l'an1hy·


1ll t, --ol, " 110~\;fl i-.iµ ual t' stillo ,h• 110!-s:ts .,rmn-.. :Uh 1s ilt'
...' 1
~,•1t·nil1rc1 d1• 1!H 1~. l'I •· :111111,·l'rt: 11 ·111 tl ~1 "' d1•11;H;f10 slH'•T-

tlnt:tl dn tlll '-!o.ll ~~. l'ndr1 1 l'iri \ ,, ..!í " da 110,.. .. a

1. 1 :-,.

-;- tl 2l.l t t ( t , B ispo da Pa ra hyba .

E,t:í 1·u11 forn11• o ori!,!i trn 1


Jion s(~11110,· J o. e 1'11 0 1110,~ (J . <l<t . il ,.,,.
Sec1·etario G era l ela Diocese.

Você também pode gostar