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FÍSICA GERAL II

Unidade 2: ROLAGEM, TORQUE E MOMENTO ANGULAR

BIBLIOGRAFIA UTILZADA
HALLIDAY, David, RESNICK, Robert, WALKER, Jearl. Fundamentos de Física -
Vol. 1 - Mecânica, 10ª edição. Rio de Janeiro; LTC, 2018. 9788521632054. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521632054/. Acesso em: 29
Mar 2020.

Seguem abaixo os capítulos e tópicos do livro utilizados para esta unidade:

Capítulo 11 – Rolagem, Torque e Momento Angular

RESUMO

ROLAGEM COMO UMA COMBINAÇÃO DE TRANSLAÇÃO E ROTAÇÃO


Se uma roda de raio R está rolando suavemente, em que νCM é a velocidade angular do
centro de massa da roda e ω é a velocidade angular da roda em relação ao centro.
νCM =ωR
Também é possível imaginar que a roda gira, a cada instante, em torno do ponto P da
“estrada” que está em contato com a roda. A velocidade angular da roda em relação a
esse ponto é igual à velocidade da roda em relação ao centro.
Rolagem como uma Rotação Pura
A rolagem pode ser vista como uma rotação pura, com velocidade angular ω, em torno
de um eixo que sempre passa por P. Os vetores mostram as velocidades lineares
instantâneas de alguns pontos da roda. Esses vetores podem ser obtidos combinando os
movimentos de translação e rotação.

AS FORÇAS E A ENERGIA CINÉTICA DA ROLAGEM


A energia cinética de uma roda que está rolando suavemente é dada por em que I CM é o
momento de inércia da roda em relação ao centro de massa e M é a massa da roda.
1 2 1 2
K= I CM ω + M ν CM
2 2
A relação entre a aceleração do centro de massa a CM e a aceleração angular α de uma
roda que está rolando suavemente é dada por
a CM =αR
A componente em relação a um eixo x paralelo à rampa da aceleração de uma roda que
está rolando suavemente para baixo em uma rampa de ângulo θ é dada por
g sin θ
a CM =
1+ I CM /M R2
A Energia Cinética da Rolagem
Vamos agora calcular a energia cinética de uma roda em rolagem do ponto de vista de
um observador estacionário. Quando encaramos a rolagem como uma rotação pura em
torno de um eixo que passa pelo ponto P
1 2
K= I P ω
2
em que ω é a velocidade angular da roda e IP é o momento de inércia da roda em
relação a um eixo passando por P. De acordo com o teorema dos eixos paralelos (
2
I =I CM + M h ), temos:
I P=¿ I +M R2 ¿
CM

em que M é a massa da roda, ICM é o momento de inércia da roda em relação a um eixo


passando pelo centro de massa e R (o raio da roda) é a distância perpendicular h entre os
eixos. Substituindo:
1 1
K= I P ω 2+ M R2 ω2
2 2
e usando a relação νCM =ωR , temos
1 2 1 2
K= I P ω + M ν CM
2 2
1 2
Podemos interpretar o termo I P ω como a energia cinética associada à rotação da roda
2
1 2
em torno de um eixo que passa pelo centro de massa, e o termo M ν CM como a energia
2
cinética associada ao movimento de translação do centro de massa da roda.
Um objeto em rolagem possui dois tipos de energia cinética: uma energia cinética de
1 2
rotação I P ω associada à rotação em torno do centro de massa e uma energia cinética
2
1 2
de translação M ν CM associada à translação do centro de massa.
2

As Forças da Rolagem
Atrito e Rolagem
Uma roda que rola com velocidade constante não tende a deslizar no ponto de contato P
e, portanto, não está sujeita a uma força de atrito. Entretanto, se uma força age sobre a
roda para aumentar ou diminuir a velocidade, essa força produz uma aceleração a⃗ CM do
centro de massa na direção do movimento. A força também faz com que a roda gire
mais depressa ou mais devagar, o que significa que ela produz uma aceleração angular
α. Essa aceleração tende a fazer a roda deslizar no ponto P. Assim, uma força de atrito
passa a agir sobre a roda no ponto P para se opor a essa tendência.
Se a roda não desliza, a força é a força de atrito estático ⃗f s e o movimento é de rolagem
suave. Nesse caso, podemos relacionar a aceleração linear a CM à aceleração angular α
derivando em relação ao tempo (com R constante). No lado esquerdo, dν CM / dt é igual a
a CM ; no lado direito, dω /dt é igual a α. Assim, no caso de uma rolagem suave, temos:
a CM =αR

REVISÃO DO TORQUE
• Em três dimensões, o torque τ⃗ uma grandeza vetorial definida em relação a um ponto
fixo (em geral, a origem de um sistema de coordenadas) por meio da equação
τ⃗ =⃗r × ⃗
F
em que é uma força aplicada a uma partícula e é o vetor posição da partícula em relação
ao ponto fixo.
• O módulo de é dado por
τ =rFsenφ=r F⊥ =r ⊥ F ,
em que ϕ é o ângulo entre ⃗
F e r⃗ , F ⊥ é a componente de ⃗
F perpendicular a r⃗ e r ⊥ é o
braço de alavanca de ⃗
F.
• A orientação r⃗ de é dada pela regra da mão direita para produtos vetoriais.

MOMENTO ANGULAR
• O momento angular l⃗ de uma partícula de momento linear ⃗
P , massa m e velocidade
linear ν⃗ é uma grandeza vetorial definida em relação a um ponto fixo (em geral, a
origem de um sistema de coordenadas) por meio da equação.
⃗ r×⃗
l=⃗ P =m( r⃗ × ⃗ν )
• O módulo de l⃗ é dado por
l=rmv sen ∅
¿ r p⊥=rm v ⊥
r ⊥ p=r ⊥ mv

em que ∅ é o ângulo r⃗ entre ⃗


P e , p⊥ e v⊥ são as componentes de ⃗
P e ⃗ν perpendiculares
r⃗ a e r τ é a distância perpendicular entre o ponto fixo e o prolongamento de ⃗
P.
• A orientação de l⃗ é dada pela regra da mão direita para produtos vetoriais. Posicione a
mão direita para que os dedos estejam na direção de r⃗ e faça girar os dedos em torno da
P . O polegar estendido fornecerá a orientação de l⃗ .
palma até que estejam na direção de ⃗

A SEGUNDA LEI DE NEWTON PARA ROTAÇÕES


A segunda lei de Newton para rotações é expressa pela equação
d ⃗l
τ⃗ res=
dt
em que τ⃗ res é o torque resultante que age sobre a partícula e l⃗ é o momento angular da
partícula.

A segunda lei de Newton escrita na forma

⃗ d ⃗p
F res =
dt
expressa a relação entre força e momento linear para uma partícula isolada. Temos
visto um paralelismo suficiente entre grandezas lineares e angulares para estar seguros
de que existe também uma relação entre torque e momento angular.
A soma (vetorial) dos torques que agem sobre uma partícula é igual à taxa de variação
com o tempo do momento angular da partícula.

A definição do momento angular de uma partícula:



l=m(⃗
r × ⃗ν )
em que r⃗ é o vetor posição da partícula e é a velocidade da partícula. Derivando¹ ambos
os membros em relação ao tempo t, obtemos:
d l⃗ d ⃗v d r⃗
=m(⃗r × + ×⃗ν )
dt dt dt

MOMENTO ANGULAR DE UM CORPO RÍGIDO


O momento angular ⃗
L de um sistema de partículas é a soma vetorial dos momentos
angulares das partículas do sistema:
n
L=l⃗ 1 + l⃗ 2 + ⃗l 3+ …+ l⃗ n=∑ l⃗

i=1

A taxa de variação do momento angular com o tempo é igual ao torque resultante


externo que age sobre o sistema (a soma vetorial dos torques produzidos por forças
externas que agem sobre partículas do sistema):
d ⃗L
τ⃗ res=
dt
• No caso de um corpo rígido que gira em torno de um eixo fixo, a componente do
momento angular paralela ao eixo de rotação é dada por
L=Iω

CONSERVAÇÃO DO MOMENTO ANGULAR


• O momento angular ⃗
L de um sistema permanece constante se o torque resultante
externo que age sobre o sistema é zero:

L=constante

Li= ⃗
Lf
Se o torque externo resultante que age sobre um sistema é nulo, o momento angular ⃗
L
do sistema permanece constante, sejam quais forem as mudanças que ocorrem dentro do
sistema.
Se a componente do torque externo resultante que age sobre um sistema ao longo deum
eixo é nula, a componente do momento angular do sistema ao longo desse eixo
permanece constante, sejam quais forem as mudanças que ocorrem dentro do sistema.

PRECESSÃO DE UM GIROSCÓPIO
• A taxa de precessão de um giroscópio em rotação é dada por
Mgr
Ω=

em que M é a massa do giroscópio, r é o braço de alavanca, I é o momento de inércia e
ω é a velocidade angular.

GUIA DE ESTUDO

Caro/a estudante,
Após ler o texto diversas vezes você deve estar preparado para ressaltar o que há de
mais importante, qual é a sua essência. É nesse momento em que você deve tentar
encontrar as respostas sobre o assunto, para te ajudar a se organizar.
Neste capítulo, abordamos brevemente a mecânica dos movimentos de rolagem e o
conceito de momento angular e, assim, propomos que compreenda cada um destes
pontos com base nos questionamentos abaixo:

a) Qual o princípio físico estudado nesta unidade explica as variações de velocidade


angular no movimento de rotação de um patinador? Descreva o fenômeno.
b) Descreva o movimento de um ioiô pelos princípios físicos estudados nesta unidade.

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