1. O que é Direito:
Conceito 01: “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder
soberano, que disciplinam a vida social de um povo” (Dicionário Aurélio)
Kelsen – pensador brilhante - autor da Teoria Pura do Direito – considerava
que direito seria um conjunto de normas – era chamado de positivista porque
acreditava que direito era posto – positivado – transcrito em normas escritas.
Exemplo: Se lá nos EUA dois homens desejam realizar uma adoção, eles
procuram outros casos em que outros homossexuais tenham conseguido
adoções e defendem suas ideias em cima disso. Mas a parte contrária pode
alegar exatamente casos opostos, o que gera todo um trabalho de
interpretação, argumentação e a palavra final fica com o Juiz.
Para ser aceito exige-se que o costume tenha amplitude, isto é, que seja geral
e largamente disseminado no meio social. Não é necessário, porém, que a
sociedade como um todo tenha dele consciência. O costume pode ser
setorizado. Seu maior campo de atuação é, sem dúvida, o direito comercial
(empresarial), com suas práticas, quase todas elas de origem costumeira.
DIREITOS COLETIVOS
Direitos coletivos “lato sensu” têm como espécies:
Direitos difusos;
Por fim, essas pessoas devem estar ligadas por circunstâncias de fato
(situação de fato); Ex: pessoas que residem numa área que será inundada por
uma hidrelétrica; habitar nas margens de um rio onde são lançados produtos
poluentes; os direitos ligados à área do meio ambiente têm reflexo sobre toda
a população, pois se ocorrer qualquer dano ou mesmo um benefício ao meio
ambiente, este afetará, direta ou indiretamente, a qualidade de vida de toda a
população.
Outro exemplo de direito difuso: veiculação, num canal de televisão de grande
alcance, de uma publicidade enganosa. Todos aquelas pessoas
indeterminadas que viram a publicidade foram atingidos por ela. É um
interesse indivisível, cujos titulares são ligados por uma circunstância fática.
Defensoria Pública
Administração Pública direta e indireta – pessoas de direito público
e privado;
Associações, com pelo menos 01 ano de existência e possuem
finalidade institucional para defender interesse coletivo “lato
sensu”. O requisito da pré-constituição da associação de 01 ano
poderá ser dispensado pelo juiz, quando houver interesse social
relevante. (art. 5º, § 4º da Lei 7347/85)
PRINCÍPIOS JURÍDICOS
Atualmente, vive-se no chamado Estado Principiológico. Trata-se da
efetividade de elementos chamados fundamentais, os princípios jurídicos.
NORMA JURÍDICA:
Conceito de Norma Jurídica: fórmulas de agir, determinações
que fixam as pautas do comportamento interindividual. Padrões de
conduta social impostos pelo Estado. Refere-se à substância própria
do Direito objetivo.
Norma é comando ou regra de conduta. Expressa a vontade do
Estado por intermédio do legislador. Esta vontade é materializada
na lei.
Principais Características da norma: bilateralidade,
abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia.
a) generalidade: obriga a todos em igual situação jurídica;
b) abstratividade: abarca situações abstratas;
c) bilateralidade: onde há dever, há direito;
d) imperatividade: obrigatória;
e) coercibilidade: uso da força do Estado sobre aqueles que descumprem a
norma jurídica. É indispensável ainda que o conteúdo de lei expresse o bem
comum.
f) heteronomia: imposta pelo Estado.
Classificação das Normas Jurídicas:
1. Quanto à esfera do Poder Público:
As normas jurídicas podem ser federais, estaduais e municipais.
1. Quanto à hierarquia:
Sob este aspecto dividem-se em: constitucionais, complementares, ordinárias,
regulamentares e individualizadas. As normas guardam entre si uma
hierarquia, uma ordem de subordinação entre as diversas categorias.
No primeiro plano alinham-se as normas constitucionais, provenientes
da Constituição e as emendas constitucionais, que condicionam a validade
de todas as outras normas e têm o poder de revogá-las.
Assim, qualquer norma jurídica de categoria diversa, anterior ou posterior à
constitucional, não terá validade caso contrarie as disposições desta.
LEI ORDINÁRIA
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe
lei complementar, decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material
das leis ordinárias é residual.
O texto constitucional se refere à lei ordinária apenas como lei, sem a
utilização do adjetivo “ordinária”, visto que este está implícito. Mas quando
quer diferenciá-la de outra espécie normativa, normalmente traz a expressão
“lei ordinária”. Ex: “A iniciativa de leis complementares e ordinárias ...”
(art. 61 da CF). Pode ainda utilizar a expressão “lei especial”. Ex: “esses
crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de
processo e julgamento” (art. 85, parágrafo único da CF).
Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos
esquecer de que o nome dessa espécie normativa no próprio texto
constitucional é lei ordinária (art. 59 da CF).
2. Procedimento: sistema bicameral.
3. Quórum: As leis ordinárias serão aprovadas por maioria simples
(relativa) de seus membros. Maioria relativa refere-se ao número de
presentes na sessão ou reunião.
LEI DELEGADA
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência
da competência do Poder Legislativo para o Poder Executivo. Trata-se de uma
exceção ao princípio da indelegabilidade das atribuições. Delegação “externa
corporis”.
2. Procedimento:
Iniciativa solicitadora: O Presidente da República solicita a
delegação ao Congresso Nacional (iniciativa solicitadora),
delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar.
Se o Congresso Nacional aprovar (por maioria simples) a solicitação
delegará por meio de resolução (art. 68, § 2º da CF).
A delegação tem prazo certo, isto é, termina com o encerramento de
uma legislatura. Entretanto, nada impede que antes de encerrado o
prazo fixado na resolução, o Poder Legislativo desfaça a delegação.
O Congresso Nacional pode apreciar a mesma matéria objeto de
delegação, pois quem delega não abdica, reserva poderes para si.
Como a lei ordinária e a lei delegada têm o mesmo nível de eficácia,
prevalecerá a que for promulgada por último, revogando a anterior
(princípio da continuidade das leis).
O Presidente promulgará e publicará a lei delegada.
3. Matérias vedadas à delegação (art. 68, § 1º da CF):
Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional.
Processo Legislativo:
1. Conceito:
Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o
procedimento a ser observado pelos órgãos competentes na elaboração das
espécies normativas (art. 59 da CF).
A não obediência às disposições sobre o processo legislativo
constitucionalmente previsto acarretará inconstitucionalidade.
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita
por órgão oficial. O início de vigência pode dar-se com a publicação ou
decorrida a vacatio legis, que é o tempo que medeia entre a publicação e o
início de vigência.
Portanto, com a promulgação (declaração de existência da Lei), a lei passa a
existir, mas o início de sua vigência é condicionado pela chamada vacatio
legis. Pelo sistema brasileiro, a lei entra em vigor em todo o País quarenta e
cinco dias após a sua publicação. Esse prazo é apenas uma regra geral,
aplicada quando a lei é silente.
Contudo, conforme a natureza da lei, o legislador pode optar por um
interregno diferente ou até suprimi-lo. Quando a aplicação da lei brasileira
for admitida no estrangeiro, a vacatio legis será de três meses.
IMPORTANTE:
Vigência: a norma começa a existir com obrigatoriedade. A
vigência é o tempo em que a lei existe, é válida e produz efeitos.
O Código Civil de 1916 não é mais vigente, mas está em vigor.
Trata-se do instituto da ultratividade normativa.
Vigor: consiste na força vinculante da norma jurídica – a norma
gera direitos e deveres. Vigor é a qualidade da lei em produzir
efeitos jurídicos, ainda que a lei tenha sido revogada.
Art. 2o DA LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá
vigor até que outra a modifique ou revogue.
IMPORTANTE: As leis podem ser:
Lei Temporária: existem por prazo pré-estabelecido
Lei de vigência indeterminada: não possuem prazo pré-
estabelecido de vigência. Vigerão até que outra lei a revogue
TÉRMINO DA VIGÊNCIA DA NORMA JURIDICA:
A perda de vigência pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
b) decurso do tempo;
c) desuso
IMPORTANTE:
Revogação Total: Ab-rogação
Revogação Parcial: Derrogação
A revogação da lei pode ser expressa ou tácita.
Revogação expressa: ocorre quando a lei nova determina especificamente
a revogação da lei anterior.
Já a revogação tácita se opera sob duas formas:
1. quando a lei nova dispõe de maneira diferente sobre assunto
contido em lei anterior, estabelecendo-se assim um conflito entre as
duas ordenações. Este critério de revogação decorre do axioma lex
posterior derogat priorem (a lei posterior revoga a anterior);
2. quando a lei nova disciplina inteiramente os assuntos abordados
em lei anterior. É princípio de hermenêutica, porém, que a lei geral
não revoga a de caráter especial. Quando uma lei revogadora perde
a sua vigência, a lei anterior, por ela revogada, não recupera a sua
validade. Esse fenômeno de retorno à vigência, tecnicamente
designado por repristinação, é condenado do ponto de vista teórico
e por nosso sistema.
IMPORTANTE:
Repristinação: Restauração de uma norma revogada pela
revogação da norma revogadora. Quando uma lei revogadora perde a
sua vigência, a lei anterior, por ela revogada recupera a sua validade.
A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a
vigência, salvo se a lei nova revogadora assim dispuser
expressamente.
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o
declare (Revogação expressa), quando seja com ela incompatível ou
quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei
anterior (revogações tácitas – Incompatibilidade e nova lei que trata
por completo do assunto da anterior).
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
IMPORTANTE:
Lei geral não revoga lei especial
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência.
IMPORTANTE:
Repristinação Só ocorre no Direito Brasileiro, se a lei revogadora
expressamente assim dispuser.
Portanto, em regra no Direito Brasileiro não há respristinação,
salvo quando expresso em lei.
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Princípio da Publicidade
A vigência da norma surge com a sua publicação no Diário Oficial, em tese,
todos tomariam conhecimento neste momento.
DIREITO E JUSTIÇA
A justiça é o polêmico tema do Direito e, ao mesmo tempo, permanente
desafio aos filósofos do Direito, que pretendem conceituá-la, e ao próprio
legislador que, movido por interesse de ordem prática, pretende consagrá-la
nos textos legislativos.
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