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Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância

Curso de Licenciatura em Ensino de História

Texto de Apoio da Disciplina de Estágio Integrado de Docente II

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Introdução
É papel das instituições escolares formar cidadãos críticos, proporcionar aos alunos
ensinamentos que eles necessitam para viver e trabalhar neste mundo em evolução, bem
como orientá-los para a vida, mas isso só acontece, se a escola definir como meta trabalhar os
conteúdos a serem estudados de uma forma adequada.

É ai onde destacamos a figura do professor e do processo de ensino e aprendizagem. Assim é


preciso que os professores tenham uma programação para fazerem novas abordagens e cabe
aos administradores escolares, diretores e coordenadores, deliberar novas organizações que
visem atender esta necessidade que tanto ajuda na formação dos educandos.

É neste contexto de mudanças, que nos propomos trazer este texto de apoio, onde
discutiremos em torno de quatro temáticas, que compðem a nossa disciplina, denominada
Estágio Integrado De Docente II.

Assim, abordaremos sobre o ensino da história e a interdisciplinaridade, com enfoque no


ensino de história e sua parceria com outras ciências. O ensino de história e os conceitos de
tempo e espaço também será outro ponto de análise, onde discuiremos a construção destes
dois conceitos na aula de história.

Estrategias do ensino da história, é outra unidade temáica, onde aprenderemos que o P.E.A de
história passa pelo traçado de estratégias que devem ir de acordo com a realidade dos alunos.
E por fim abordaremos acerca doo processo da avaliação no ensino de história, onde
descubriremos que a avaliação no processo de ensino e aprendizagem, constitui um meio que
permite verificar até que ponto os objectivos estão sendo alcançados,

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UNIDADE TEMÁTICA I: O ENSINO DA HISTÓRIA E A
INTERDISCIPLINARIDADE

Introdução
As Diretrizes Curriculares Nacionais orientam para a relação e aproximação das disciplinas,
com o intuito pedagógico da interdisciplinaridade. No ensino da história, por exemplo, é
possível trabalhar conteúdos que abrangem a Geografia, a Literatura, a Filosofia, a Biologia,
a Química e muitos outros. A interdisciplinaridade, tem sido extremamente frutuosa, na
tentativa de compreensão dos problemas humanos.

Objectivos
 Indicar as ciências que complementam o conhecimento histórico;
 Descrever o contributo de cada ciência para a reconstituição do conhecimento
histórico;

1. 1. A interdisciplinaridade e sua epistemologia


Considerando o senso comum a palavra “interdisciplinar” certamente nos leva a pensar em
disciplinas e como aqui tratamos do assunto educação, nos referimos então à disciplinas
escolares como português, matemática, história, geografia, ciências dentre outras. Disciplinas
que são geralmente trabalhadas separadamente, cada uma trazendo sua ciência específica.
Compreendemos então que um aspecto da interdisciplinaridade é a inter-relação entre as
disciplinas, que trabalham de maneira conjunta, e não existe supervalorização de nenhuma, a
relação existente entre elas é a de auxiliar no desenvolvimento de ambas com um único
propósito, o avanço dos alunos.

O trabalho interdisciplinar na escola serve como alimento para que os professores dialoguem
entre si, pesquisem os conteúdos curriculares independente da disciplina e que haja reflexão e
atividades sobre determinado tema com a contribuição de cada uma delas.

Propõe também que professores, alunos, pais, trabalhem em parceria pensando na realidade
por eles vivida, Considerando os conhecimentos prévios dos alunos e valorizando suas
vivências fora da escola, assim as crianças se sentirão acolhidas e o processo de ensino e
aprendizagem acontecerá de maneira prazerosa e renderá bons frutos.

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Para Fazenda (2001) p.162) não existe uma definição única para a interdisciplinaridade “a
interdisciplinaridade é uma nova atitude diante da questão do conhecimento, de abertura à
compreensão de aspectos ocultos do ato de aprender”, ou seja, trata-se de uma questão
polêmica que nasce das atitudes das pessoas diante a questão do conhecimento, é uma
questão de valores e de como transformar nossas atitudes em fazeres.

Para o autor acima citado, o termo “interdisciplinaridade” não possui ainda um sentido único
e estável e que, embora as distinções terminológicas sejam inúmeras, seu princípio é sempre
o mesmo: caracteriza-se pela intensidade das trocas entre os especialistas e pela integração
das disciplinas num mesmo projeto de pesquisa.

Todavia, trabalhar com actividades integradas não é um modismo, mas o encontro com os
contratempos, que exigem uma nova compreensão da concepção de interdisciplinaridade,
Fazenda (2001), nos diz que:
 A atitude interdisciplinar- é a compreensão do movimento dialético, revendo o velho
para torna-lo novo, admitindo a existência desses dois pontos;

 A parceria- diálogo entre diferentes actores e formas de conhecimento, completando


no outro o pensar e no fazer;

 A totalidade do conhecimento- respeitando as especificidades com a intencionalidade,


em uma ação conjunta, baseada nos aspectos teórico-metodológicos que embasam o
fazer pedagógico.
A interdisciplinaridade, trata-se de um movimento, um conceito e uma prática que está em
processo de construção e desenvolvimento, portanto é um elemento necessário para a didática
e para a execução da difusão do conhecimento.

1.2.A interdisciplinaridade e os desafios em sala de aula

Para que a interdisciplinaridade aconteça na sala de aula precisamos de organização do


tempo pedagógico, a proposta pedagógica da escola deve vir de encontro com as convicções
da interdisciplinaridade, abrir um leque de possibilidades para a aprendizagem dos alunos
sem preconceitos ou medos e principalmente liberdade para conduzir o próprio trabalho de
forma interdisciplinar.

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A interdisciplinaridade transforma a relação professor/aluno de vertical para horizontal, o
diálogo está sempre presente e a busca de compreensão do quotidiano do aluno aproxima
ainda mais essas duas classes educacionais, educadores e educandos.
Embora tenhamos tantos benefícios para os alunos com a prática interdisciplinar, ainda nos
perguntamos por que é tão difícil colocá-la em prática, estamos tão avançados nas questões
sociais, tecnológicas, o homem descobrindo cada vez mais novidades nos campos da
medicina e afins, porém parece que às vezes tanto conhecimento ou tantas informações
acabam por nos prender a detalhes que apenas sistematizam elementos simples como um
trabalho significativo em sala de aula .

A história com outras ciências tem uma relação interdisciplinar uma vez que umas
complementam as outras no estudo de um determinado conhecimento. Assim, os
conhecimentos das ciências como: Geografia, Sociologia, Antropologia, Linguística,
Matemática, Química, Paleografia, Arqueologia, Psicologia social, Cartografia, Economia e
outras, são de tamanha importância para a reconstituição histórica.

A interdisciplinaridade busca, fundamentalmente, a relação entre as disciplinas no momento


de enfrentar temas de estudo, como demonstra a tabela a seguir:

Tabela 1: Relação da disciplina de história e outras ciências

Ciencias Relação

Matemática Contribui na aplicação do método de quantificação em história, que


são imprescindíveis na história económica e na demagogia histórica

Química Contribui para a história na medida em se usa os métodos


laboratoriais para determinar a idade e originalidade de vestígios
deixados pelas sociedades mais antigas. Um dos métodos ou
técnicas mais usuais é o de carbono catorze (C14).

Antropologia Esta complementa a história na análise da evolução estrutural, no


funcionamento e no desenvolvimento das culturas humanas desde as
suas origens

Estuda as estruturas sociais assim como os componentes dos grupos,


Sociologia
debruça-se sobre a sociedade numa perspectiva presente ou estática.
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Os seus métodos de pesquisa e de análise quando aplicados no
tempo ajudam os historiadores a estuda-los.

Psicologia social, Estuda os comportamentos humanos nos colectivos e tentam


compreender as motivações profundas de base, esta contribui muito
para o estudo da história das mentalidades

Permite aos historiadores dimensionar os espaços humanos.


Geografia

Estuda os vestígios materiais deixados do passado humano.


Arqueologia

Cartografia Esta ajuda na elaboração dos mapas históricos, capazes de esclarecer


sobre a localização dos lugares remotos, dos traçados de rotas, da
divisão administrativa, etc. Trabalha em colaboração com a
linguística para decifrar nomes de lugares em línguas antigas

Economia Esta quando dimensionada numa perspectiva histórica, permite


estudar as doutrinas económicas do passado, a evolução do passado,
a evolução dos fenómenos económicos

Etnologia Complementa no estudo das culturas e dos fenómenos de


aculturação, sobretudo das culturas primitivas nos seus múltiplos
aspectos económicos, religiosos e políticos

Linguística Permite estudar a história das línguas e descobrir as leis do seu


funcionamento e desenvolvimento. O estudo do substrato linguístico
de um povo permite detectar os povos que estiveram na sua origem,
permite ainda determinar a autenticidade de um documento.

Contribui para história na medida em que se dedica ao estudo dos


Paleografia
documentos mais antigos sob ponto de vista da sua origem e da sua
decifração. Para se saber a sua origem é importante conhecer os
materiais usados e os instrumentos com que se escreveram.

Fonte: autora, adaptado do texto de Gani (2018).

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1.3. Considerações Finais
Colocamos aqui a vontade de compreender a intencionalidade da interdisciplinaridade como
proposta para melhorar a prática em sala de aula. Muitos são os empecilhos e obstáculos para
que a nossa educação seja vista como de qualidade, mas buscamos como fuuros professores
comprometidos que somos, novas maneiras de contemplar nossos alunos com o respeito que
eles merecem.

A interdisciplinaridade propõe que deixemos nossos medos e orgulho de lado, para que
possamos pesquisar, nos aprofundar e todos os assuntos que se fizerem necessários para
acolher nossos alunos.
Interdisciplinaridade são ações que visam ajudar o aluno a entender como as diferentes
matérias estão interligadas por assuntos que se complementam. Seria muito mais fácil se
tivéssemos professores preparados para escolher, elaborar e até reelaborar, se necessário,
materiais para estas aulas dirigidas em conjunto

É preciso direcionamento de recursos, tempo e entendimento entre os educadores para


utilizarmos em nossas aulas de história, os conteúdos fornecidos por outras disciplinas para
construimos o conhecimento de forma integrada e completa.

1.3. Bibliografia
 João, Maria Isabel. Didáctica de Historia. UEM. Maputo, 1983.
 Proênça, Maria Cândida. Ensinar /Aprender História – Questões de Didáctica Aplicada.
Livros Horizonte. 1990.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de Hist Caro Estudante

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UNIDADE TEMÁTICA II: ENSINO DE HISTÓRIA E OS CONCEITOS DE TEMPO
E ESPAÇO

Introdução
A questão de noção e das estratégias de trabalhar com os alunos o tempo e espaço histórico é
um calcanhar de Aquiles para os professores de história. Para superar esta dificuldade
propõem-se que se parta da realidade mais próxima do aluno e paulatinamente se avance a
realidade mais afastada, esta é uma das estratégias recomendáveis para trabalhar os conceitos
de tempo e de espaço em história.

Objectivos
 Conceitualizar os tempos e espaços históricos;
 Caracterizar os tempos históricos;
 Descrever as formas de operacionalização dos tempos na explicação dos
conhecimentos históricos.

2.1. Noção de tempo e espaço Histórico

A aprendizagem dos conceitos de tempo e espaço histórico dependem de diversos factores, de


acordo com Proença (1989:136) são: a Idade, Sexo, estado de desenvolvimento, origem social
e cultural dos alunos. Dai que a noção de tempo histórico seja tão importante para qualquer
historiador.

2.1. 1.Tempo

Silva (2009), conceitualiza o Tempo como uma ferramenta composta por dois instrumentos
como a cronologia e o calendário. Cronologia é a forma de representação dos acontecimentos
históricos no tempo e o calendário e uma noção de contagem do tempo.
Esta ferramenta permite o estudo das actividades e produções humanas, sobretudo da cultura,
ao longo do tempo. O tempo desenrola-se de acordo com os fenómenos históricos (de acção
humana). Tendo em vista a multiplicidade e variedade dos tempos sociais e culturais, Braudel
propõe para a história um modelo triplo de duração:

 Tempo Curto (tempo dos acontecimentos), que também é apelidado de micro -história,
se ocupa com as ocorrências da superfície, habitualmente de índole político, e que não

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requer de investigação nem análises profundas ou simplesmene Tempo curto (ou do
acontecimento) – normalmente referente a acontecimentos políticos;
 Tempo Médio ou de média duração estuda as pequenas, breves variações cíclicas. Na
economia se designa pelo tempo das conjunturas simplesmente, Tempo médio (ou de
conjuntura) - estudam-se as variações cíclicas breves;
 Tempo longo, também chamado de longa duração, no qual o historiador deve inserir
as grandes repetições ou as grandes permanências. É o tempo das estruturas ou da
história estrutural. Simplemente, Tempo longo (ou de estrutura) -estudam-se as
grandes permanências.

Estrutura e conjuntura
Estruturas, são fenómenos plurisseculares de índole geográficos, económicos, sociológicos,
técnico, sociais, políticos, culturais, psicológicos que permanecem constantes durante um
longo período em que a transformação de um provoca a transformação dos outros.

O tempo da estrutura caracteriza-se por ser imutável, uma vez que as mudanças que ocorrem
na sua extensão são quase imperceptíveis nas vivências contemporâneas das pessoas.

Conjuntura, se integra no tempo cíclico ou tempo de média duração, entre o acontecimento e


a estrutura. Neste nível do tempo histórico inserem-se as flutuações, que podem ser cíclicas e
de extensão e amplitude variáveis.

O tempo da conjuntura é aquele que se prolonga e pode ser apreendido durante uma vida,
como o período de uma crise económica, a duração de uma guerra, a permanência de um
regime político ou o desenrolar de um movimento cultural

2.1.2. Espaço

Espaço é um meio físico onde os factos acontecem no dia-a-dia e no período de tempo com
características diversificadas influenciadas e estruturadas pelos homens que neles vivem. O
espaço condiciona o modo de organização dos povos da humanidade e ao longo do tempo
ganha diferentes significados que se apresentam como consequência da acção do Homem.

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2.1.3 A construção do tempo e o espaço

Para o processo ensino e aprendizagem é pertinente perceber e entender a importância do


tempo e do espaço, pois constituem um aspecto essencial para a construção e compreensão do
processo histórico, tanto no seu aspecto social quanto no individual. tem papel preponderante
no estabelecimento das conexões entre os tempos (passado e presente), para que os estudantes
possam formar o conceito de temporalidade e, assim, compreender a dimensão histórica da
realidade.

A construção dos conceitos de tempo e espaço pelos estudantes torna-se fácil à medida que
eles elaboram o próprio conhecimento, visto que, no decorrer desse processo, concretizam e
sistematizam noções construídas espontaneamente, podendo, posteriormente, abstraí-las.

Nesse sentido, o professor se apresenta como elemento que constrói a relação com o
conhecimento histórico, podendo propiciar no aluno o estabelecimento dos referenciais
fundamentais em que assenta na tomada de consciência do tempo social, estimulando-o a
construir o saber histórico pela expressão de ‘opiniões históricas’ na sua linguagem, desde os
primeiros anos de escolaridade.

Para Ferreira e Marques (2012:241), A construção do pensamento histórico é progressivo e


gradualmente contextualizado, em função das experiências vividas dentro e fora da escola.
Assim, o aluno estará apto a:

Temporalidade:
 Localizar acontecimentos da história pessoal e familiar, e da História local e nacional;
reconhecer e utilizar, no quotidiano, unidades de referência temporal;
 Aplicar os conceitos de mudança/permanência na caracterização das sociedades que
se constituíram no espaço brasileiro em diferentes períodos; identificar, localizar no
tempo e caracterizar alterações significativas da sociedade brasileira;
 Identificar e caracterizar as principais fases do processo histórico e os grandes
momentos de ruptura deste mesmo processo;

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 Desenvolver a noção de multiplicidade temporal; distinguir ritmos de processo em
sociedades diferentes e no interior de uma mesma sociedade; estabelecer relações
entre passado e presente;
 Explicitar as dinâmicas temporais que impulsionam as sociedades humanas,
notadamente as permanências, transformações, desenvolvimentos, crises, rupturas e
revoluções e as contribuições para o mundo contemporâneo.

Espacialidade:

 Resolver situações que envolvam deslocamentos, localizações, distâncias e, por


associação e comparação, situar-se relativamente a espaços mais longínquos,
relacionando-os pelo estabelecimento de ligações de várias ordens;
 Conhecer a localização relativa ao determinado território, caracterizando os principais
contrastes na distribuição espacial das actividades económicas e formas de
organização em diferentes períodos, relacionando-as com factores físicos e humanos;
 Localizar e situar no espaço as diversas formas de representação espacial, os
diferentes aspectos das sociedades humanas e seus processos, notadamente a
expansão de áreas habitadas e os fluxos demográficos, a organização do espaço
urbano e arquitectónico, as áreas de intervenção económica, o espaço de dominação
política e militar e o espaço de expansão cultural e linguística.

Parafraseando Ferreira e Marques (Ibid.), o estudo do espaço e do tempo pode propiciar aos
educandos aprendizagens de escuta, observação e investigação, fundamentais para o
desenvolvimento cognitivo, crítico e criativo. E, ao promover a união entre a teoria e a
prática, o educador ou educadora poderá fazer das suas actividades propostas experiências
reais e significativas para cada aluno. Por isso, os conteúdos e actividades devem partir,
também, das próprias experimentações, pensamentos e sensações dos educandos.
Para a operacionalização dos conceitos de tempo e espaço histórico de forma que a
compreensão das estruturas e conjuntas históricas seja fácil e integral, são utilizados dois
eixos que são complementares e difíceis de separar na análise histórica, nomeadamente: a
sincronia implica, para ser compreendida e explica, a diacronia.

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Diacronia e Sincronia

Diacronia é a representação dos acontecimentos de forma linear e de sucessão, cingindo-se


na cronologia, ou seja, é o eixo coordenador do tempo que se refere ao desenvolvimento ou
sucessão de acontecimentos: tempo cronológico, linear, sucessivo, factual ou seja Diacronia
é a observação de fenómenos linguísticos, sociais, culturais, políticos, económicos e sua
evolução no tempo, isto é, considerando sob o ponto de vista histórico evolutivo, o eixo da
sucessividade;

Estes acontecimentos geralmente são representados em barras cronológicas, com a indicação


de datas e sua duração de forma sucessiva.

Exemplo: Barra cronologia representando acontecimentos ligados a história universal.

Fonte:https://antoniocv.wordpress.com/tag/barracronologica/acessado no dia 6/9/2018

Sincroniaé a representação dos acontecimentos de diferentes épocas sem a preocupação com


a origem, o progresso, as causas e consequências e, sobretudo, com a linearidade do tempo.
Também constitui como eixo coordenador do tempo no que tange às simultaneidades de
factos ou fenómenos históricos: tempo simultâneo (evento, conjuntura, estrutura), tempo da
repetição e da transformação; tempo social, descontínuo ou seja Sincronia é a relação entre os
factos que se realizam ao mesmo tempo ou que coincidem em termos de datação, isto é, o
eixo das simultaneidades

Exemplo: Civilização africana antes da colonização europeia.

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Fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Culturaafrica, acessado no dia 6/9/2020

2.2. Bibliografia
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História – Textos complementares, Livros
Horizonte. 1989.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História. Universidade aberta. 1990.
 Alarcão, I. (1996) Formação Reflexiva dos professores. São Paulo. Porto Editora.
 AQUINO, J. G. (1998). A indisciplina e a escola actual. In: Rev. Fac. Educ. São Paulo.
 Ferreira, C. A. L e MARQUES, E. S. Revista história hoje, VOL 1, Nº2,2012
 Silva, K. V. (2009). Dicionário de conceitos históricos. 2ª. Edição. São Paulo: Contexto

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UNIDADE TEMÁTICA III: ESTRATÉGIAS DO ENSINO DA HISTÓRIA

Introdução
No processo de ensino e aprendizagem em história o professor é obrigado a traçar estratégias
que vão de acordo com a realidade dos alunos, nível de desenvolvimento dos alunos, a idade
e o meio em que a escola está inserida.
Para tal o professor deve fazer análise de cada situação, isto é, a constatação da oportunidade
de usar ou não está ou aquela estratégia depende do momento e da oportunidade.

Objectivos
 Definir estratégias de Ensino;
 Identificar as estratégias de Ensino;
 Relacionar as estratégias de Ensino com o desenvolvimento das capacidades e
produção do conhecimento histórico.

3.1. Estratégias do ensino da história


A estratégia de ensino é a combinação dos métodos, técnicas e actividades a desenvolver na
aula. A escolha das estratégias a utilizar é pessoal, pois depende das características do próprio
professor, dos alunos, da comunidade escolar e dos recursos de aprendizagem de que o
professor pode dispor ou vir a executar.

Hoje a preocupação é tornar o ensino de história um veículo de inteira ligação com a realidade
do meio de forma a criar uma aprendizagem mais coesa do aluno, para o efeito existem várias
estratégias para a consecução do processo de ensino e aprendizagem, a destacar visita de
estudo, jogo, a dramatização e simulação.

3.1.1.Visita de Estudo

De acordo com Duarte (1990:94) “define estratégia como um caminho a seguir, uma actitude
a tomar, para se alcansar os objectivos traçados na sala de aula”

Esta estratégia didáctica trata de um conjunto de acções planejadas e que o professor deve ter
em conta no processo de ensino e aprendizagem de forma a facilitar a assimilação dos
conteúdos por parte dos alunos.

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De acordo com Proença (1989), “defende que a forma como se desenvolve o processo de
ensino aprendizagem é determinada pela estatégica usada, que deste modo adiquire uma
enorme importância no desenvolvimento das actividades do educando”.

João (1983:110) “ a visita de estudo é uma forma de ligação entre a escola e o meio que
suscita a actividade dos alunos”. Permite a assimilação do conhecimento passado duma
realidade que nos rodeia. Deste modo a visita de estudo é uma actividade curricular
intencionalmente planeada, que serve para desenvolver ou complementar conteúdos
estudados na sala de aula.

Assim, podemos dizer que a visita de estudo é qualquer actividade decorrente do projecto
educativo da escola e enquadrável no âmbito do desenvolvimento de projectos curriculares de
escola, agrupamento e de turma, quando realizada fora do espaço físico da escola e ou da sala
de aula.

Quantos tipos de visita de estudo existem? De acordo com Proença (1992:198), existem três
tipos de visita de estudo:

Visita de estudo dirigida ou guiada – trata-se de uma visita orientada por professor
ou monitor.
Visita de estudo livre – Os alunos munidos de um roteiro ou fichas de trabalho vão
livremente, sós ou em grupos visitar os locais indicados pelo professor. Este tipo de
visita permite uma aquisição de forma motivadora do conhecimento sobre o assunto
em estudo.
Visita de estudo mista – A primeira parte da visita é orientada pelo professor e em
seguida os alunos vão sozinhos complementar a visita com auxílio de um roteiro ou
material de orientação. É tida como a combinação da visita guiada com a visita livre.

3.1.2. Fases da Visita de Estudo

Normalmente as visitas de studos devem estar ou constar na planificação do trabalho lectivo


de cada disciplina.

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Neste caso deve-se respeitar os seguintes fases na visita de estudo:

Preparação
Deve-se ter em conta os objectivos que devem ser bem formulados, tendo em conta o grau de
ensino e o nível etário, os interesses dos alunos e o momento de apendizagem que a Visita de
Estudo se insere.

É nesta fase que o professor deve escolher os locais que lhes pareçam prioritários e em
função desta escolha se selecionará o local, denifir-se-ão os objectivos da visita e o tipo de
visita a se realizar, tendo em conta o local.

Realização

Nesta fase o que se verifica é a própria execução da visita, os visitantes prestam atenção a
explicação que o professor vai dando e por sua vez procuram anota-la, para posteriormente
fazer constar em um relatório final a ser apresentado ao professor.

Exploração e Avaliação

Após a visita, o professor deve incuntir nos alunos que participaram na visita, que esta não
termina no momento que se abandona o local visitado, é preciso consolidar os conhecimento
adquiridos e fazer o balanço com os ja assimilados na sala de aulas. Aqui deve constar o auto
avaliação do professor e por último a reflexão comum entre o professor o aluno.

3.1.3. Cuidados a ter e/ou regulamentos a obedecer para a Efectivação da visita de


estudo no Processo de Ensino de História.

De acordo com visitas de estudo (S/A), elas obedecem ao regulamento de visitas de estudo de
carácter pedagógico, para realização de uma visita de estudo é necessário:

Inicialmente, devem identificar o local para a visita, de modo a constatar aspectos históricos
nele contido e elaborar um projecto que deverá ser apresentado as entidades legais que gerem
os locais que se pretende visitar.

É preciso fazer constar no projecto os objectivos que se pretende alcançar com a visita, o
objecto de estudo, de modo a dar conhecer a entidade as actividades que o grupo pretende
realizar.

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Como podemos perceber, as visitas de estudo devem ser planificadas e esta planificação,
deve conter obrigatoriamente, como já vimos, o local da visita, assim como, os professores
responsáveis (pelo menos 2 por turma), a data da realização, o horário e local previstos para a
partida e chegada, o itinerário, os objectivos a atingir, o transporte a utilizar e a(s) turma(s), a
necessidade de credenciais ou outros documentos, os professores e os alunos envolvidos’

Os encarregados de educação devem ser informados da realização da visita de estudo, pelos


professores, atempadamente, em documento próprio.

A participação do aluno na visita de estudo carece de autorização do respectivo encarregado


de educação. O controlo deste processo é feito pelo professor, devendo fornecer a lista dos
alunos autorizados ao (s) professor (es) responsável (eis) pela visita.

Sem detrimento do dever de vigilância e custódia que recai sobre as funções dos professores
em qualquer actividade deverão ser objecto de co-responsabilização das famílias os eventuais
danos que os alunos venham a causar no decurso da mesma, Na impossibilidade ou interdição
de o (s) aluno (s) participarem na visita de estudo deve ser providenciado um plano de
trabalho a cumprir no espaço da escola.

A realização da visita de estudo implica a existência de avaliação, que pode revestir diversas
formas, nomeadamente trabalhos individuais/grupo, relatórios, questionários, etc.,
dependendo dos objectivos propostos, das características da turma e do âmbito/ natureza da
visita a realiza
Assim, compete ao (s) professor (es) responsável (eis) pela visita de estudo:
Promover os contactos com as entidades a visitar;
Solicitar na Secretaria que seja providenciado o transporte necessário à visita de
estudo;
Entregar á Secretaria a relação de alunos que participam na visita;
Fornecer á Secretaria as informações necessárias para a emissão dos documentos
necessários a apresentar nos locais a visitar;
Informar os encarregados de educação da participação na visita, custo, horários
previstos e recolha das respectivas autorizações;

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Providenciar, no decorrer da visita de estudo, a coordenação das tarefas necessárias à
sua concretização, assim como os horários de permanência nos locais a visitar, os
pontos de encontro e as respectivas horas, alertar para a necessidade de todos os
participantes cumprirem escrupulosamente os horários estabelecidos;
Contactar, com a máxima brevidade, a escola no caso de surgir alguma situação
imprevista.
Zelar pelo cumprimento do plano e objectivos da visita de estudo;
Zelar pelo bom comportamento dos alunos, quer durante o trajecto, quer nos locais a
visitar;  Cumprir e fazer cumprir os horários estabelecidos;
Colaborar na verificação de todos os participantes antes da partida de cada local.
Direitos e deveres dos alunos:
Receber todas as informações e orientações necessárias ao desenvolvimento da visita
de estudo;
Relativamente aos alunos:
Zelar pelo bom nome da escola, comportando-se de forma adequada;
Cumprir as indicações dadas pelos professores;
Cumprir as indicações dadas pelos responsáveis dos locais visitados e pelos
responsáveis dos transportes utilizados;
Efectuar o (s) trabalho(s) de avaliação solicitado(s) pelo(s) professor(es)

3.1.4. Importância da Visita de Estudo no Processo de Ensino e Aprendizagem.

Ensinar ou incentivar é orientar com técnicas apropriadas o processo de ensino e


aprendizagem dos alunos numa área de estudo ou matéria. O significa dizer que o ensino é
uma ferramenta para a transformação da realidade existente que prossupões actividades por
parte do aluno.

Hoje a preocupação é tornar o ensino de história um veículo de inteira ligação com a


realidade do meio de forma a criar uma aprendizagem mais coesa do aluno.

Neste âmbito de acordo com Neto (1989:86), “que não basta estudar a história é necessários
adequar a história estudada com o meio circundante”.

Olhando para o meio circundante podemos falar do património cultural existente que vai
contribuir para eficácia do processo de ensino-aprendizagem, porque trata-se de uma visão
viva da cultura efectuada através de uma visita de estudo.
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É através desta que os alunos podem desenvolver trabalhos criativos em espécie de relatórios,
inseri-los na prespectivas histórica e também sem deixar de lado a sua identidade ao grupo
em que esle pertence, transmitindo-lhe atitudes de cidadanaia.

Neste contexto o educando passa a saber que a aprendizagem da disciplina de história passa
por conhecer a realidade que nos rodeia e isso significa que é uma ligação entre a escola e o
meio como auxiliar do processo de ensino e aprendizagem.

3.2.1. Jogos, dramatizaçðes e siimulacões

Este conjunto de estratégias tem vários pontos de contactos. O ponto de partida para qualquer
delas é uma simulação, que pode ser dramatizada a níveis diferentes. Estas técnicas permitem
que o ensino de história se torne motivador e estimulam o desenvolvimento de várias
capacidades, particularmente no domínio da imaginação, criatividade e capacidade de
expressão.
Estas estratégias têm incontestáveis vantagens psicológicas para melhor inserção dos alunos
nos grupos em que trabalham, e ao mesmo tempo um forte carácter motivador, além de
desenvolverem a criatividade e a imaginação histórica.

3.2.1.1. O jogo

O jogo é uma experiência que proporciona a criança a segurança necessária para aprender
a arriscar, criando situações novas, inventando novos recursos interessantes e avaliando-se
de forma tolerante e positiva” (Ortega, 1999:13).

A importância do jogo recebeu várias versões ao longo do tempo, onde os jogos são
lembrados como alternativas interessantes para a solução de problemas de prática
pedagógica. Segundo Neto (1997), jogo “ é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida
dentro de determinados limites de tempo e espaço, segundo regras livremente consentidas,
mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um
sentimento de tensão e alegria e de uma consciência de ser diferentes .

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 A importância do jogo no desenvolvimento cognitivo
Tanto a brincadeira como o jogo são importantes por contribuir para o processo de
aprendizagem. Por isso, Piaget afirma que os programas lúdicos são o berço obrigatório das
atividades intelectuais da criança. Sendo assim, essas atividades tornam-se indispensáveis à
prática educativa, pois contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual. Assim o
aluno entrará em conflito primeiro, no entanto, depois de tomar conhecimento e de
compreender melhor as ideias, este estará pronto a assimilar o novo conhecimento.

Assim, podemos aproveitar este desenvolvimento imtelectual para maximizar a aprendizagem


no ensino de História.

Portanto, podemos utilizar como estratégias, jogos didácticos de perguntas e respostas do tipo
do jogo da glória nas suas diversas variantes que são sempre aceites com muito entusiasmo
pelos alunos devido as suas características lúdicas. Dentre outros jogos aceites na disciplina
da História encontramos: adivinhação em estudos sociais e ciências; jogo de memória; micos
alfabéticos; jogo das datas; jogos ortográficos, etc

3.2.1.2. Dramatizaçðes

Segundo Pilleti (2003: 154) “dramatização consiste na representação pelos alunos de um


facto ou fenómeno de forma espontânea ou planificada”. Pode ser usada para aquisição de
determinados conhecimentos, para desenvolver certas habilidades ou para favorecer o
relacionamento e a interacção entre alunos

A dramatização na escola tem como finalidade buscar a participação, o estímulo, convívio


social, além do crescimento cultural e da linguagem oral e corporal. Esse tipo de atividade
pode ser usada em todas as etapas do ensino e disciplinas curriculares. Na maioria dos casos
geram bons e satisfatórios resultados, desde que tenha um bom acompanhamento.

A dramatização ou apresentação teatral na escola é de grande valia, isso porque possibilita


uma melhor compreensão dos conteúdos, além de promover uma socialização, aumento da
criatividade, memorização entre outros fatores positivos na construção do conhecimento.

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Ao recorrer a esse tipo de trabalho o professor de História terá a oportunidade de avaliar a
postura de cada aluno, especialmente ligados ao comportamento desenvolvido coletivamente
ou individual. Atividade com essa atrai os “alunos problemas”, pois muito deles possuem
potenciais nesse seguimento, e que devem ser explorados

Existem duas modalidades de dramatização:

 Dramatização Planificada: os alunos preparam a representação seleccionando as


personagens e discutindo os papéis que vão desempenhar.

 Dramatização Espontânea: aquela em que os alunos intervêm nela no momento que


decidirem por acharem oportuno, improvisando a representação

3.2.1.3. Simulações
É o acto de imitar, representar com semelhança, fingir, aparentar, disfarçar, dissimular um
facto ou fenómeno.

Proença (1990, p134) advoga que:

“Este conjunto de técnicas tem vários pontos de contacto. O ponto de partida para
qualquer delas é uma simulação que pode ser dramatizada a níveis diferentes. Estas
técnicas permitem que o ensino de História se torne motivador e estimulam o
desenvolvimento de várias capacidades, particularmente no domínio da imaginação,
criatividade e capacidade de expressão. Permitem ainda, o desenvolvimento da
comunicação verbal e das relações interpessoais e desenvolvem a compreensão
empática da História, não se refere a jogos e simulações feitos com auxílio do
computador, mas sim a situações dramatizadas”.

O objetivo principal desta metodologia é proporcionar ao aluno, através de uma ação


simulada, uma experiência o mais próxima possível da realidade, onde possa adquirir
competências funcionais e adquirir uma série de conhecimentos práticos e de conceitos que
lhe permitam posteriormente uma maior facilidade de actuação na vida real.

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A modificação de comportamento pressupðe:

 A metodologia de simulação integra-se no modelo behaviorista de modificação de


comportamentos, dado que o aluno ou futuro professor, através da ação simulada
adquire comportamentos que anteriormente não possuía.
 Quando os estudantes desempenham papéis de professor ou de alunos, em situações
fictícias de interação educativa, estão a adquirir novas competências e a preparar-se
para actuar com eficácia naquelas situações;
 Quando a acção implica uma dada situação lectiva, por exemplo, os participantes na
simulação quando fazem a preparação sentem naturalmente necessidade de pesquisar
e adquirir conhecimentos sobre o conteúdo da lição que se vai simular;

Assim, Podemos mesmo fazer simulações sobre as diferentes possibilidades de actuar perante
uma mesma circunstância, escolhendo temas históricos, maximizando o processo de ensino
de História.

As simulações históricas baseiam-se nos princípios de que os alunos são capazes de “viver” o
papel de personagens de épocas e sociedades diferentes da sua. Esta “vivência” pode tomar a
forma de um “jogo de papel” ou de uma dramatização. Em qualquer dos casos apela-se à
criatividade do aluno que vai imaginar, apoiado em dados científicos correctos, como viviam
indivíduos de épocas diferentes.

A participação do aluno neste tipo de estratégias pode ser como personagem individual, como
membro de um pequeno grupo, ou membro de um grupo mais alargado envolvendo toda a
turma, o que perfaz um leque quase ilimitado de possibilidades de dinamização dos assuntos
estudados.

Qualquer simulação que o professor queira desenvolver com os seus alunos, tem que ser
apoiada num trabalho prévio de pesquisa. A idade dos alunos e o seu grau de
desenvolvimento determinam o maior ou menor grau de autonomia que lhe pode ser
conferido neste trabalho. Em qualquer caso a pesquisa deve sempre ser orientado pelo
professor que indica as bibliografia ou fornece textos de apoio não esquecendo todo o apoio
audiovisual através de gravuras, fotografias, vídeos, gravações, artefactos, visitas a museus,
etc.

22
Mesmo que a simulação não envolva toda a turma, é conveniente que depois da realização de
um destes conjuntos de técnicas, quer individual, quer em um pequeno grupo, se alargue a
participação a toda a turma através de um debate sobre as posições defendidas pelos diversos
participantes.

3.2.1.4. Importância da simulação para o ensino de história

Pelo envolvimento dos alunos com personagens, ideias e factos de outras épocas, a simulação
desenvolve neles a imaginação empática tão necessária a aprendizagem da História e
contribui para que esta disciplina se torne estimulante e motivadora.

Segundo PROENÇA (Op cit:134) “estas actividades podem ainda contribuir para tornar
efectiva a inter ou pluridisciplinaridade de que tantas vezes falamos, e poucas vezes
concretizamos”. No caso de uma dramatização pode juntar-se o contributo de várias
disciplinas, desde a disciplina de Português para a redacção de textos, às disciplinas de
educação visual ou trabalhos manuais para a construção de cenários

Referencias Bibliográfica
 Duarte, A. O curso de História. Lisboa: Estampa
 João, Maria Isabel. Didáctica de Historia. UEM. Maputo, 1983.
 Proênça, Maria Cândida. Ensinar /Aprender História – Questões de Didáctica Aplicada.
Livros Horizonte. 1990.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História – Textos complementares, Livros
Horizonte. 1989.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História. Universidade aberta. 1990.
 Pilleti, Claudino. Didáctica Geral. 23ª Edição. São Paulo: Ática. 2003
 Neto, C. (1997). “Jogo e desenvolvimento da criança – Introdução”. In Neto, C.
(editor). Jogo e desenvolvimento da criança. Lisboa. Edições FMH. Universidade
Técnica de Lisboa. Edições FMH.
 Ortega, R. (1999). Jugar y aprender. (4ª Edição). Sevilla. Díada Editora.

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4. UNIDADE TEMÁTICA IV: O PROCESSO DA AVALIAÇÃO NO ENSINO DE
HISTÓRIA

Introdução

A avaliação no processo de ensino aprendizagem constitui em um meio que permite verificar


até que ponto os objectivos estão sendo alcançados, identificando os alunos que necessitam
de atenção individual e reformulando o trabalho com a adopção de procedimentos que
possibilitem sanar as deficiências identificadas. A avaliação não é um fim, mas um meio.

Objectivos
 Mencionar os tipos de avaliação;
 Distinguir os diferentes tipos de avaliação
 Identificar os objectos de avaliação da disciplina de história

4. 1. O processo da avaliação no ensino de história


Na visão de João (1983: 14), “em sentido restrito avaliar é aperceber – se através dos meios
adequados do nível de rendimento e aproveitamento escolar dos alunos, com vista atribuir
uma classificação. Em sentido lato a avaliação visa os alunos e o trabalho do professor”.

A avaliação é um processo contínuo que permite aferir os progressos e resultados da


aprendizagem demonstrados pelos comportamentos ao longo do ano lectivo em curso.

Ambos os aspectos são avaliados tendo por base os objectivos traçados pelo professor, que
explicitam os fins que devem ser atingidos pelos alunos. Os objectivos têm de ser elaborados
em função do seguinte:

1. Nível médio dos conhecimentos e capacidades que são ponto de partida dos alunos
(avaliável através de um teste diagnostico no inicio do ano lectivo);

2. Nível de conhecimentos e capacidades que se pretendem sejam o ponto de chegada no


final do ano, para os alunos ser considerados aptos.

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No âmbito da disciplina de História o professor avalia três aspectos fundamentais:

 O nível científico;
 O nível político ideológico;
 O comportamento escolar do aluno.
4.2. Quadro de síntese do objecto da avaliação na disciplina de história:

 Domínio de terminologia, conceitos e informações


históricas;
 Capacidade de ler, interpretar e analisar mapas,
gráficos, barras cronológicas, documentos históricos
e gravuras;
A. Científico  Capacidade de relacionar factos entre si (relação de
causa/efeito);
 Capacidade de localizar no tempo e no espaço os
acontecimentos históricos;
 Capacidade de resumir as características de cada
período histórico;
 Capacidade de elaborar trabalhos escolares
científicos com independência e criatividade.
 Valorização, de fenómenos sócios-polítcos em
história;
 Compreensão do papel da luta de classes em
B. Político-ideológico história;
 Percepção da evolução histórica da humanidade
como processo de libertação, através da passagem a
estádios qualitativamente superiores.
 Assiduidade;
 Pontualidade;
C. Comportamento  Cumprimento de tarefas;
escolar  Relacionamento com o professor e os colegas.
Fonte: João (1983,p. 14).

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A avaliação se desenvolve, nos diferentes momentos do processo ensino-aprendizagem, com
objectivos distintos. Existem três tipos de avaliação:

 Avaliação diagnostica – realiza-se no início, durante e no final do desenvolvimento


das aulas ou unidades didácticas. No início, verificam-se as condições prévias dos
alunos de modo a prepara-los para o estudo da matéria nova. Esta etapa inicial é de
sondagem de conhecimentos de experiências já disponíveis bem como de
aproveitamento dos pré-requisitos para a sequência da unidade didáctica.

Durante o processo de transmissão e assimilação é feito o acompanhamento do progresso nos


alunos, apreciando os resultados, corrigindo falhas, esclarecendo dúvidas, estimulando-os a
continuar trabalhando até que alcance resultados positivos. Ao mesmo tempo, esta avaliação
fornece ao professor informações sobre como ele está conduzindo o seu trabalho: andamento
da matéria, adequação de métodos e matérias, comunicação com os alunos, adequabilidade da
sua linguagem, etc.

Finalmente é necessário avaliar os resultados da aprendizagem no final de uma unidade


didáctica, do trimestre ou do ano lectivo. A avaliação global de um determinado período de
trabalho também cumpre a função de realimentação do processo de ensino;

 Avaliação formativa – realiza-se no decurso do processo de ensino e aprendizagem


de um determinada matéria; serve para detectar as principais dificuldades dos alunos,
os erros científicos mais comuns e, por conseguinte, aperceber se os objectivos e
meios de ensino/aprendizagem são os mais.

A avaliação formativa faz-se continuamente nas aulas através de perguntas/respostas orais ou


pode-se ainda realizar um teste sobre a matéria em causa e avaliar o nível de percepção dos
alunos em determinado assunto. Os resultados obtidos servem como informação para o
professor mas não são para atribuir uma classificação. Se os resultados desta avaliação forem
negativos o professor devera:

1º Rever os métodos e meios de ensino/aprendizagem utilizados nas aulas;


2º Rever os objectivos traçados, que podem ser demasiados elevados para os alunos;
3º Alongar o tempo de ensino/aprendizagem previsto inicialmente;
4º Acompanhar mas de perto o trabalho dos alunos ou exigir mais esforço por parte deles.

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 Avaliação Sumativa – realiza-se no fim de uma unidade didáctica, de um período
escolar ou de um ano lectivo. Tem por fim avaliar o nível de conhecimentos,
capacidades e aptidões dos alunos, obtidos como resultado final da aprendizagem.
Realiza-se através de um teste construído para avaliar se os objectivos traçados foram
alcançados pelos alunos. Estes devem ser avisados com antecedência da data da sua
realização, para se poderem preparar com afinco. A avaliação sumativa tem por fim
atribuir uma classificação;

Podemos agrupar as diversas técnicas e os instrumentos de avaliação de seguinte maneira:

a) Medidas de rendimento escolar;

b) Medidas de desenvolvimento geral;

Essa divisão entre o rendimento escolar e desenvolvimento geral serve apenas para agrupar as
diferentes técnicas e instrumentos. Na realidade ambos os aspectos são relacionados e
avaliados ao mesmo tempo.

Etapas de avaliação:

1ª Determinação do que vai ser avaliado;

2ª Estabelecimento dos critérios e as condições para avaliação;

3ª Selecção das técnicas e instrumentos de avaliação;

4ª Avaliação dos resultados.

4.3.Instrumentos de verificação do rendimento escolar

Uma das funções da avaliação é com certeza a de determinar em que nível de qualidade está
sendo atendido os objetivos; para este fim, são necessários instrumentos e procedimentos,
para verificar o rendimento escolar como:

 Prova escrita dissertativa.


 Prova escrita de questões objetivas.
 Questões certo-errado (C ou E).
 Questões de lacunas (para completar).
 Questões de correspondência.

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 Questões de múltipla escolha.
 Questões do tipo "teste de respostas curtas" ou de evocação simples.
 Questões de interpretação de texto.
 Questões de ordenação.

4.4. Bibliografia
 João, Maria Isabel. Didáctica de História. UEM. Maputo, 1983.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História – Textos complementares, Livros
Horizonte. 1989.
 Proênça, Maria Cândida. Didáctica de História. Universidade aberta. 1990.
 Pilleti, Claudino. Didáctica Geral. 23ª Edição. São Paulo: Ática. 2003

Beira, 12 de Fevereiro de 2021

Elaborado pela tutora


MSc Manuela Manuel, adapaado do texto de apoio de MSc Nazir Gani

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