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FACULDADE DE ENGENHARIA

Curso de Engenharia Civil

Pontes

DIMENSIONAMENTO DE UMA PONTE


RODOVIÁRIA SOBRE O RIO LIGONHA COM
TABULEIRO EM CAIXÃO

Discentes:(GRUPO 01) Docentes:


António, Culpa Virgílio Emílio Prof. Enga Alexandra Neves
João, Stélio Daniel Agostinho Prof. Engo Aurélio Sine
Mate, Frâncio Armando André
Ribeiro, Gerson Atílio
Santos, Cleide de Lurdes João

Maputo, Janeiro de 2022


DIMENSIONAMENTO DE UMA PONTE
RODOVIÁRIA SOBRE O RIO LIGONHA COM
TABULEIRO EM CAIXÃO

Discentes:(GRUPO 01) Docentes:


António, Culpa Virgílio Emílio Prof. Enga Alexandra Neves
João, Stélio Daniel Agostinho
Mate, Frâncio Armando André
Ribeiro, Gerson Atílio
Santos, Cleide de Lurdes João

Maputo, Janeiro de 2022


ÍNDICE
I. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA................................................... 15
1 Introdução ............................................................................................................... 15
2 Descrição geral da ponte......................................................................................... 16
3 Solução estrutural ................................................................................................... 16
3.1 Parâmetros Geotécnicos ................................................................................... 18
4 Processo construtivo ............................................................................................... 18
4.1 Processo construtivo Tabuleiro ........................................................................ 18
4.2 Processo construtivo do pilar. .......................................................................... 19
4.3 Processo construtivo do encontro. ................................................................... 20
4.4 Processo construtivo das estacas ...................................................................... 20
4.5 Vigas de bordadura, passeio e guardas ............................................................ 20
5 Materiais usados ..................................................................................................... 20
6 Recobrimentos ........................................................................................................ 21
7 Acabamentos .......................................................................................................... 21
7.1 Revestimento ................................................................................................... 21
7.2 Juntas de dilatação ........................................................................................... 21
7.3 Impermeabilização dos encontros .................................................................... 22
II. MEMÓRIA DE CÁLCULO................................................................................... 23
8 Dimensionamento do tabuleiro ............................................................................... 23
8.1 Pré-dimensionamento da secção transversal .................................................... 23
8.1.1 Largura do tabuleiro ................................................................................. 23
8.1.2 Altura da secção........................................................................................ 23
8.1.3 Determinação da espessura dos elementos do caixão .............................. 24
8.2 Análise transversal da viga .............................................................................. 26
8.2.1 Aspectos geométricos e de rigidez do tabuleiro ....................................... 26
8.2.2 Quantificação das acções transversais ...................................................... 32
8.3 Análise longitudinal da viga ............................................................................ 50
8.3.1 Quantificação das acções longitudinais .................................................... 50
8.3.2 Esforços durante a construção .................................................................. 60
8.4 Cálculo dos esforços internos no tabuleiro ...................................................... 70
8.4.1 Cargas Permanentes .................................................................................. 72
8.4.2 Sobrecarga de tráfego rodoviário ............................................................. 77
8.4.3 Combinação de acções e dimensionamento do sistema transversal ....... 108
9 Determinação do pré-esforço................................................................................ 110
9.1 Características geométricas da secção ........................................................... 110
9.1.1 Verificação da segurança aos estados limites de utilização ................... 110
9.1.2 Cálculo do pré-esforço............................................................................ 111
9.1.3 Traçado do cabo...................................................................................... 126
9.1.4 Perdas de pré-esforço.............................................................................. 127
10 Verificação da segurança aos estados limites últimos .......................................... 144
10.1 dimensionamento ao estado limite último de Torção e esforço transverso 144
10.1.1 Torção ..................................................................................................... 144
10.1.2 Esforço transverso .................................................................................. 145
10.2 Dimensionamento aos Estados Limites Últimos De Flexão ...................... 150
11 Dimensionamento dos aparelhos de apoio ........................................................... 155
11.1 Dimensionamento dos aparelhos de apoio dos pilares do centro. .............. 158
11.2 Dimensionamento dos aparelhos de apoio dos pilares localizados junto aos
encontros................................................................................................................... 162
11.3 Dimensionamento dos aparelhos de apoio nos encontros. ......................... 166
12 Análise do diafragma ............................................................................................ 170
13 Junta de dilatação.................................................................................................. 171
14 Dimensionamento do encontro ............................................................................. 181
14.1 Considerações gerais .................................................................................. 181
14.2 Pré-dimensionamento da estrutura do encontro ......................................... 182
14.3 Dimensionamento da estrutura do encontro ............................................... 186
14.3.1 Ações de dimensionamento .................................................................... 186
14.3.2 Dimensionamento da laje de transição ................................................... 187
14.3.3 Dimensionamento da consola curta ........................................................ 189
14.3.4 Dimensionamento da consola curta entre o espelho e o tabuleiro .......... 190
14.3.5 Dimensionamento dos muros de suporte ................................................ 191
14.3.6 Dimensionamento Muros de Avenida .................................................... 193
14.4 Verificação em relação ao estado limite de perda de equilíbrio (
derrubamento) e deslizamento .................................................................................. 195
14.5 Armaduras para forças concentradas nos encontros .................................. 207
14.5.1 Verificação da pressão local no betão (art. 139.º REBAP) .................... 207
14.5.2 Tensões de tracção a absorver e área das armaduras .............................. 208
14.5.3 Disposição das armaduras ...................................................................... 210
15 Dimensionamento dos pilares ............................................................................... 211
15.1 Dimensionamento do pilar P1 .................................................................... 211
15.1.1 Dimensionamento da viga corresponde ao pilar..................................... 211
15.1.2 Pré-dimensionamento Do pilar ............................................................... 215
15.1.3 Verificação a encurvadura: ..................................................................... 216
15.1.4 Dimensionamento do pilar ..................................................................... 217
15.2 Dimensionamento do pilar P2 .................................................................... 223
15.2.1 Pré-dimensionamento da viga ................................................................ 224
15.2.2 Pré-dimensionamento do pilar ................................................................ 226
15.2.3 Dimensionamento do pilar ..................................................................... 228
16 Dimensionamento das fundações ......................................................................... 236
16.1 Acções ........................................................................................................ 236
16.2 Dimensionamento....................................................................................... 237
17 Referências Bibliográficas ................................................................................... 249
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1: Localização geográfica da ponte. .................................................................. 15
Figura 2: Relação entre os vãos e o métodos construtivos aconselhados. .................... 19
Figura 3: Figura para pré-dimensionamento da viga. Fonte: Concrete box Girder
bridges. ........................................................................................................................... 24
Figura 4: Secção pré-dimensionada do tabuleiro. Fonte: Autores. .............................. 25
Figura 5: Geometria do tabuleiro .................................................................................. 26
Figura 6: Subdivisão do tabuleiro em áreas elementares.............................................. 26
Figura 7: Dimensão de cada uma das áreas elementares ............................................. 27
Figura 8: Representação geométrica do banzo superior .............................................. 28
Figura 9: Desenho geométrico do Banzo superior equivalente ..................................... 29
Figura 10: Desenho geométrico do caixão .................................................................... 29
Figura 11: Desenho geométrico da alma equivalente .................................................. 30
Figura 12: Desenho da geometria equivalente. Fonte: Concrete box-grider bridges... 31
Figura 13: Guarda rodas ................................................................................................. 34
Figura 14: Desenho representativo de actuação das cargas permanentes. Fonte: Autores.
........................................................................................................................................ 34
Figura 15: Dimensões do veículo de 3 eixos. Fonte: RSA. ............................................ 35
Figura 16: Representação Longitudinal da actuação das sobrecargas uniformemente e
linearmente distribuídas ................................................................................................. 36
Figura 17: Acção do vento em pontes em caixão (Concrete Box Girder) ..................... 38
Figura 18: Secção rectangular equivalente para o cálculo da acção do vento ................ 39
Figura 19: Acção do vento sem sobrecarga ................................................................... 39
Figura 20: Acção do vento com sobrecarga .................................................................. 40
Figura 21: Distribuição da acção do vento pelo tabuleiro ............................................ 40
Figura 22: Torção causada pela actuação vertical do veículo tipo .............................. 41
Figura 23: Torção causada pela actuação horizontal do veículo tipo .......................... 41
Figura 24: Envoltória da torção devido à actuação do veículo tipo ............................. 41
Figura 25: Carga uniformemente distribuída q1 ........................................................... 42
Figura 26: Carga transversalmente distribuída q2 ....................................................... 42
Figura 27: Actuação da carga uniformemente e transversalmente distribuída (q1 e q2)
........................................................................................................................................ 42
Figura 28: Envoltória da torção devido à carga uniformemente e transversalmente
distribuída (q1 e q2) ....................................................................................................... 43
Figura 29: Torção devido à sobrecarga no passeio ...................................................... 43
Figura 30: Actuação da torção devido à sobrecarga no passeio .................................. 44
Figura 31: Envoltória da torção devido à sobrecarga no passeio ................................... 44
Figura 32: Torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga linearmente
distribuída....................................................................................................................... 44
Figura 33: Actuação da torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga
linearmente distribuída .................................................................................................. 45
Figura 34: Envoltória da torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga
linearmente distribuída .................................................................................................. 45
Figura 35: Actuação da torção devido à acção do vento .............................................. 46
Figura 36: Diagrama da torção devido à acção do vento ............................................. 46
Figura 37: Sistema estático para as cargas horizontais actuantes longitudinalmente no
tabuleiro ......................................................................................................................... 46
Figura 38: Sistema estático para as cargas horizontais actuantes transversalmente no
tabuleiro ......................................................................................................................... 47
Figura 39: Forca de frenagem linearmente distribuída horizontalmente na longitudinal
do tabuleiro, para o veículo tipo .................................................................................... 47
Figura 40: Forca de frenagem linearmente distribuída verticalmente na longitudinal do
tabuleiro, para o veículo tipo ......................................................................................... 48
Figura 41: Forca de frenagem linearmente distribuída na largura da via ................... 48
Figura 42: Forca tangencial às guarda rodas ............................................................... 49
Figura 43: Acção do vento sem a sobrecarga de veículos ............................................ 49
Figura 44: Acção do vento com a sobrecarga de veículos ........................................... 50
Figura 45: Actuação das cargas permanentes no final da construção.......................... 50
Figura 46: Diagrama dos esforços transversos devido à acção das cargas permanentes
no final da construção .................................................................................................... 51
Figura 47: Diagrama dos momentos flectores devido à acção das cargas permanentes
no final da construção .................................................................................................... 51
Figura 48: Acção da sobrecarga de veículo tipo de 3 eixos equidistantes .................... 52
Figura 49: Acção da sobrecarga de veículo tipo de 3 eixos equidistantes (Pormenor) 52
Figura 50: Envoltória dos esforços transversos máximos devido à acção da sobrecarga
de veículo tipo de 3 eixos equidistantes ......................................................................... 53
Figura 51: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção da sobrecarga de
veículo tipo de 3 eixos equidistantes .............................................................................. 53
Figura 52: Acção das sobrecargas uniformemente e transversalmente distribuídas no
tabuleiro ......................................................................................................................... 54
Figura 53: Envoltória dos esforços transversos máximos devido à acção das sobrecargas
uniformemente e transversalmente distribuídas no tabuleiro ........................................ 54
Figura 54: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção das sobrecargas
uniformemente e transversalmente distribuídas no tabuleiro ........................................ 54
Figura 55: Sobrecarga distribuída nos passeios ........................................................... 55
Figura 56: Envoltória dos esforços transversos devido à acção móvel da sobrecarga
distribuída nos passeios ................................................................................................. 55
Figura 57: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção móvel da
sobrecarga distribuída nos passeios .............................................................................. 56
Figura 58: Sobrecarga concentrada nos passeios ......................................................... 56
Figura 59: Envoltória dos esforços transversos devido à acção móvel da sobrecarga
concentrada nos passeios ............................................................................................... 56
Figura 60: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção móvel da
sobrecarga concentrada nos passeios ............................................................................ 57
Figura 61: Gráfico do coeficientes sísmico de referência .............................................. 60
Figura 62: Primeira fase da construção: cofragem e betonagem do primeiro tramo .. 61
Figura 63: Segunda fase da construção: colocação dos passeios e das guardas do
primeiro tramo................................................................................................................ 61
Figura 64: Terceira fase da construção: betonagem e cofragem do segundo tramo .... 61
Figura 65: Quarta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no segundo
tramos ............................................................................................................................. 62
Figura 66: Quinta fase da construção: cofragem e betonagem do terceiro tramo ...... 62
Figura 67: Sexta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no terceiro
tramo............................................................................................................................... 62
Figura 68: Quinta fase da construção: cofragem e betonagem do quarto e quinto tramos
........................................................................................................................................ 62
Figura 69: Sexta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no quarto e
quinto tramos .................................................................................................................. 63
Figura 70: Diagrama dos esforços transversos na primeira fase de construcao .......... 63
Figura 71: Diagrama dos esforços transversos na segunda fase de construção............. 63
Figura 72: Diagrama dos esforços transversos na terceira fase de construção ........... 63
Figura 73: Diagrama dos esforços transversos na quarta fase de construção ............. 64
Figura 74: Diagrama dos esforços transversos na quinta fase de construção .............. 64
Figura 75: Diagrama dos esforços transversos na sexta fase de construção ................ 64
Figura 76: Diagrama dos esforços transversos na sétima fase de construção.............. 64
Figura 77: Diagrama dos esforços transversos na oitava fase de construção .............. 65
Figura 78: Diagrama dos momentos flectores na primeira fase de construção ............ 65
Figura 79: Diagrama dos momentos flectores na segunda fase de construção ............ 65
Figura 80: Diagrama dos momentos flectores na terceira fase de construção ............. 65
Figura 81: Diagrama dos momentos flectores na quarta fase de construção ............... 66
Figura 82: Diagrama dos momentos flectores na quinta fase de construção................ 66
Figura 83: Diagrama dos momentos flectores na sexta fase de construção.................. 66
Figura 84: Diagrama dos momentos flectores na sétima fase de construção ............... 66
Figura 85: Diagrama dos momentos flectores na oitava fase de construção ................ 67
Figura 86: Sobrecarga de construção durante a primeira e segunda fases de construção
da ponte .......................................................................................................................... 67
Figura 87: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a primeira e segunda fases de construção da ponte ...................... 67
Figura 88: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de
construção durante a primeira e segunda fases de construção da ponte ...................... 67
Figura 89: Sobrecarga de construção durante a terceira e quarta fases de construção da
ponte ............................................................................................................................... 68
Figura 90: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a terceira e quarta fases de construção da ponte .......................... 68
Figura 91: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de
construção durante a terceira e quarta fases de construção da ponte .......................... 68
Figura 92: Sobrecarga de construção durante a quinta e sexta fases de construção da
ponte ............................................................................................................................... 68
Figura 93: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a quinta e sexta fases de construção da ponte ............................... 69
Figura 94: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de
construção durante a quinta e sexta fases de construção da ponte ............................... 69
Figura 95: Sobrecarga de construção durante a sétima e oitava fases de construção da
ponte ............................................................................................................................... 69
Figura 96: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a sétima e oitava fases de construção da ponte ............................. 70
Figura 97Diagrama dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de
construção durante a sétima e oitava fases de construção da ponte ............................. 70
Figura 98: Sistema estático considerado na análise...................................................... 70
Figura 99: Esforços em cada um dos sistemas para a viga em caixão. Fonte: (SCHLAICH
e SCHEEF, 1982). .......................................................................................................... 72
Figura 100: Representação das cargas permanentes sobre o banzo superior .............. 73
Figura 101: Reacções de apoio para cargas permanentes ............................................ 73
Figura 102: Esforços transversos para as cargas permanentes. ................................... 73
Figura 103: Diagrama de momentos flectores para cargas permanentes. .................... 73
Figura 104: Cargas transmitidas ao caixão .................................................................. 74
Figura 105: Tabela de analise estrutural na transversal, (SCHLAICH e SCHEEF, 1982).
........................................................................................................................................ 74
Figura 106: Nomenclatura para a representação dos esforços..................................... 77
Figura 107: Sistema estático para o veículo de três eixos para a posição 1. .................. 78
Figura 108: Reacções de apoio para o veículo de três eixos para a posição 1. .............. 78
Figura 109: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 1
........................................................................................................................................ 78
Figura 110: Diagrama de momentos para o veículo de 3 eixos na posição 1................. 79
Figura 111: Tabela para o carregamento anti-simétrico. Fonte: (SCHLAICH, 1982) . 80
Figura 112: Reacções de apoio para o veículo de três eixos na posição 2. .................. 83
Figura 113: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 2.
........................................................................................................................................ 83
Figura 114: Diagrama de momentos na direcção transversa para o veículo de três eixos.
........................................................................................................................................ 83
Figura 115: Sistema estático para o veículo de três eixos na posição 3. ...................... 86
Figura 116: Reacções de apoio para o veículo de três eixos na posição 3. .................. 87
Figura 117: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 3.
........................................................................................................................................ 87
Figura 118: Diagrama de momentos flectores para o veículo de três eixos na posição 3.
........................................................................................................................................ 87
Figura 119: Sistema estático para sobrecarga rodoviária na posição 1....................... 90
Figura 120: Reacções de apoio para a sobrecarga rodoviária na posição 1 ............... 90
Figura 121: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga rodoviária na posição
1. ..................................................................................................................................... 90
Figura 122: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga rodoviária na posição
1. ..................................................................................................................................... 91
Figura 123: Sistema estático para a sobrecarga rodoviária na posição 2.................... 93
Figura 124: Reacções de apoio para a sobrecarga rodoviária na posição 2. .............. 94
Figura 125: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga rodoviária na posição
2. ..................................................................................................................................... 94
Figura 126: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga rodoviária na posição
2. ..................................................................................................................................... 94
Figura 127: Sistema estático para a sobrecarga em passeios e guardas na posição 1. 98
Figura 128: Reacções de apoio para a sobrecarga nos passeios e guardas na posição 1.
........................................................................................................................................ 98
Figura 129: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga do passeio e guarda
na posição 1. ................................................................................................................... 98
Figura 130: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga do passeio e guardas
na posição 1. ................................................................................................................... 99
Figura 131:Sistema estático para as cargas no passeio e nas guardas na posição 2. 101
Figura 132: Reacções de apoio para as cargas no passeio e nas guardas na posição 2.
...................................................................................................................................... 102
Figura 133: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga no passeio e nas
guardas na posição 2.................................................................................................... 102
Figura 134: Diagrama dos momentos flectores para a sobrecarga no passeio e nas
guardas na posição 2.................................................................................................... 102
Figura 135: Momentos flectores para finais para a sobrecarga no passeio e nas guardas
na posição 2. ................................................................................................................. 104
Figura 136: Esforços normais para a sobrecarga no passeio e nas guardas na posição 2.
...................................................................................................................................... 105
Figura 137: Tabela para o cálculo do efeito da variação de temperatura sobre o
tabuleiro. Fonte: (SCHLAICH e SCHEEF, 1982). ...................................................... 105
Figura 138_ esquema de tensões na zona de momentos negativos (Desenho sem escala)
...................................................................................................................................... 111
Figura 139_esquema de tensões na zona de momentos negativos (Desenho sem escala)
...................................................................................................................................... 112
Figura 140_Andamento do cabo para o primeiro tramo ............................................. 114
Figura 141 Andamento do cabo para o Segundo tramo .............................................. 117
Figura 142_ Andamento do cabo para o terceiro tramo ............................................. 120
Figura 143_Andamento do cabo para o último tramo ................................................. 123
Figura 144_ EX. Gráficos aproximados para a terminação do pré-esforço representado
pelas linhas amarela e preta (Carga de passeio) ........................................................... 131
Figura 145-Fuso limite de 0 até 38.6m ........................................................................ 138
Figura 146-Fuso limite de 38.6m até 86.43m ............................................................. 140
Figura 147-Fuso limite de 86.43m até 136.31m. ......................................................... 141
Figura 148: Fuso limite de 136.31 m até 200m. ........................................................... 144
Figura 149: Representação do círculo inscrito e da linha poligonal média para a torção.
...................................................................................................................................... 145
Figura 150: Representação da secção oca eficaz fictícia e da área limitada pela linha
média. ........................................................................................................................... 145
Figura 151: Secção considerada para a resistência ao esforço transverso. ............... 146
Figura 152: Esquema para a determinação da armadura de flexão positiva ............. 151
Figura 153: Esquema para determinação das extensões devido a flexão positiva ..... 152
Figura 154: Esquema para a determinação da armadura de flexão negativa ............ 153
Figura 155: Esquema para determinação das extensões devido a flexão negativa .... 154
Figura 156 Sistema estático dos aparelhos de apoio .................................................. 156
Figura 157: Aparelho de apoio .................................................................................... 158
Figura 158: Verificação da rigidez do tabuleiro para a colocação de apoios. Fonte:
(SCHLAICH e SCHEEF, 1982). ................................................................................... 171
Figura 159: Função 𝛽𝑠𝑡1. REBAP. ............................................................................. 176
Figura 160: Função 𝛽𝑑𝑡 − 𝑡0. Fonte: REBAP. ........................................................... 178
Figura 161: Função βf (t) . Fonte: Anexo 1 do REBAP. .............................................. 180
Figura 162: Pré-dimensionamento para os muros de Avenida ................................... 182
Figura 163: Pré-dimensionamento para ara muro testa ............................................. 183
Figura 164: Dimensões para o muro testa................................................................... 184
Figura 165: Dimensões para os muros de Avenida ..................................................... 185
Figura 166: Laje de transição (pormenor) .................................................................. 188
Figura 167: Esquema estático da laje de transição ..................................................... 188
Figura 168: Consola curta (pormenor) ....................................................................... 190
Figura 169: Coeficientes parciais para as acções (γ_q) ou para os efeitos das acções
(γ_g) nos estados limites do tipo STR e GEO ............................................................... 192
Figura 170: acções sobre os muros de avenida ........................................................... 193
Figura 171: Sistema estático do muro ......................................................................... 197
Figura 172: Esquema estático do muro ....................................................................... 198
Figura 173: Diagrama do esforço transverso para o muro......................................... 198
Figura 174: Diagrama do momento flector para o muro ............................................ 198
Figura 175: Esquema estático da fundação ................................................................. 199
Figura 176: esquema estático do muro testa ............................................................... 202
Figura 177 sistema estático da fundação do muro testa .............................................. 205
Figura 178_Secção transversal da ponte (sem escala) ................................................ 211
Figura 179_secção transversal do ponte (Sem escala) ................................................ 211
Figura 180_esquema estático da viga V1=V4 que esta assente sobre o pilar ........... 212
Figura 181_ Diagrama de esforços axiais resultante da cargas transmitidas pelos apoios
à viga e pilar ................................................................................................................. 212
Figura 182_ Diagrama de esforços transverso resultante da cargas transmitidas pelos
apoios à viga e pilar ..................................................................................................... 213
Figura 183_Diagrama de momentos resultante da cargas transmitidas pelos apoios à
viga e pilar .................................................................................................................... 213
Figura 184_secção do pilar 1 ...................................................................................... 216
Figura 185_Secção do pilar 1 ...................................................................................... 216
Figura 186_ Esforços devido à acção do vento. .......................................................... 219
Figura 187_ Diagrama dos esforços transverso devido à acção do vento .................. 219
Figura 188_Diagrama dos momentos flectores devido à acção do vento ................... 219
Figura 189_esquema estático da viga V2=V3 que esta assente sobre o pilar ........... 223
Figura 190_ Diagrama de esforços axiais resultante da cargas transmitidas pelos apoios
à viga e pilar ................................................................................................................. 223
Figura 191_Diagrama de esforços Transverso resultante da cargas transmitidas pelos
apoios à viga e pilar ..................................................................................................... 224
Figura 192_Diagrama de momentos flectores resultante da cargas transmitidas pelos
apoios à viga e pilar ..................................................................................................... 224
Figura 193: Esforços devido à acção do vento no período de estiagem ..................... 229
Figura 194: Diagrama dos esforços Transverso devido à acção do vento no período de
estiagem ........................................................................................................................ 229
Figura 195: Diagrama do Momento Flector devido à acção do vento no período de
estiagem ........................................................................................................................ 229
Figura 196: Esforços devido à acção do vento no período de cheias ......................... 230
Figura 197: Diagrama dos esforços Transverso devido à acção do vento no período de
cheias ............................................................................................................................ 230
Figura 198: Diagrama do Momento Flector devido à acção do vento no período de
estiagem ........................................................................................................................ 230
Figura 199: Coeficiente que dependa da secção do pilar ........................................... 231
Figura 200: Esforços devido à acção hidrodinâmica no período de cheias .............. 232
Figura 201: Diagrama dos esforços Transverso devido à acção hidrodinâmica no
período de cheias .......................................................................................................... 232
Figura 202: Diagrama do Momento Flector devido à acção hidrodinâmica no período
de estiagemm ................................................................................................................ 232
Figura 203: Dimensões do maciço de encabeçamento. ............................................... 240
Figura 204: Eixos considerados no dimensionamento. ............................................... 241
Figura 205: Profundidade crítica. Fonte: Barnes 2010. ............................................. 244
Figura 206: Factor de capacidade de carga. Fonte: Barnes 2010.............................. 245
Figura 207: Gráfico para a obtenção dos parâmetros da resistência ao atrito. ......... 246
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1: Elementos geométricos do tabuleiro. ............................................................. 28
Tabela 2: Área e momento de Inércia do tabuleiro. ...................................................... 28
Tabela 3: Elementos para a espessura equivalente do banzo superior. ........................ 29
Tabela 4: Elementos para a espessura equivalente da alma. ........................................ 30
Tabela 5: Elementos para a espessura equivalente do banzo inferior. ......................... 30
Tabela 6: Dimensões do tabuleiro. ................................................................................ 31
Tabela 7: Valores auxiliares para o dimensionamento. ................................................ 32
Tabela 8:Esforços devido a sobreposição dos sistemas para as cargas permanentes. . 76
Tabela 9: Momentos finais para as cargas permanentes. .............................................. 76
Tabela 10: Esforços normais finais para as cargas permanentes. ................................ 77
Tabela 11:Momentos resultante da sobreposição dos dois sistemas e os finais para o
veículo de 3 eixos na posição 1. ..................................................................................... 81
Tabela 12:Esforços normais finais para o veículo de 3 eixos na posição 1. ................. 82
Tabela 13: Sobreposição dos momentos dos sistemas e os finais para o veículo de três
eixos na posição 2. ......................................................................................................... 85
Tabela 14: Esforços normais finais para o veículo de três eixos na posição 2. ............ 86
Tabela 15: Momentos flectores dos dois sistemas e os finais para o veículo de três eixos
na posição 3. ................................................................................................................... 89
Tabela 16: Esforços normais finais para o veículo de três eixos na posição 3. ............ 90
Tabela 17: Momentos flectores dos sistemas sobrepostos e os finais para a sobrecarga
rodoviária na posição 1.................................................................................................. 93
Tabela 18: Esforços normais finais para a sobrecarga rodoviária na posição 1. ........ 93
Tabela 19: Momentos flectores dos sistemas e finais para a sobrecarga rodoviária na
posição 2. ........................................................................................................................ 96
Tabela 20: Esforços normais para a sobrecarga rodoviária na posição 2. .................. 97
Tabela 21: Momentos flectores resultantes da soma dos dois sistemas e os resultados
finais para a sobrecarga no passeio e na guarda na posição 1. .................................. 100
Tabela 22: Esforços normais para a sobrecarga no passeio e nas guardas para a carga
na posição 1. ................................................................................................................. 101
Tabela 23: Momentos flectores resultantes da variação de temperatura positiva. ..... 106
Tabela 24: Esforços normais resultantes da variação de temperatura positiva. ......... 106
Tabela 25: Momentos flectores resultantes da variação de temperatura negativa. .... 107
Tabela 26: Esforços normais resultantes da variação de temperatura negativa. ....... 107
Tabela 27: Parâmetros para a determinação das armaduras na transversal. ............ 109
Tabela 28: Armaduras do tabuleiro. ............................................................................ 110
Tabela 29_Andamento de cabo de pré-esforço ............................................................ 127
Tabela 30_ Pré-esforço final ........................................................................................ 130
Tabela 31_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso. Tramo 1 .............................................................................................................. 138
Tabela 32_excenticidade em função dos momentos de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 2 ............................................................................................................. 139
Tabela 33_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 3 ............................................................................................................. 141
Tabela 34_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 4 ............................................................................................................. 143
Tabela 35: Valor dos esforços transversos e dos momentos torsores para o apoio. ... 147
Tabela 36: Valores da extensão 𝜀𝑐𝑠1.Fonte: REBAP. ................................................. 173
Tabela 37: Coeficiente η. Fonte: REBAP. .................................................................... 174
Tabela 38: Valor das tensões constantes aplicadas ao longo do comprimento do
tabuleiro. ...................................................................................................................... 177
Tabela 39: Valores de 𝜑𝑓1 para determinação do coeficiente de plasticidade diferida.
Fonte: REBAP. ............................................................................................................. 179
Tabela 40: Valores 𝜑𝑓2 de para determinação do coeficiente de plasticidade diferida.
Fonte: Anexo 1 do REBAP. .......................................................................................... 179
Tabela 41: Deformações devido a fluência. ................................................................. 181
Tabela 42_Coeficientes de força para construções fechadas de forma cilíndrica ou
prismática (RSA, Quadro 1-XVIII) ............................................................................... 218
Tabela 43:Acções na fundação do pilar 1. ................................................................... 236
Tabela 44: Posição das estacas no encabeçamento..................................................... 241
Tabela 45: Reacção em cada estaca ............................................................................ 242
Tabela 46: Ângulo de atrito interno após a instalação. ............................................... 243
I. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA

1 INTRODUÇÃO

Moçambique é um país em via de desenvolvimento, em que a agriculta é uma das


actividades contribuintes para o desenvolvimento, fornecendo os seus produtos para a
satisfação das necessidades da população local e arredores, para tal há necessidade de
haver meios adequados e seguros para fazer o transporte de produtos. As estradas
permitem satisfazer necessidade de vias de comunicação, mas em certos casos nos
projectos rodoviários a estrada depara-se com certos vales e rios que não podem ser
contornados ou evitados, para ultrapassar esses obstáculos são construídas obras de artes,
As Pontes , para dar continuidade ao traçado da estrada sem interferir no percurso do rio.
O presente projecto refere-se ao dimensionamento de uma ponte que será implantada na
Estrada nacional (N1) sobre o rio Ligonha, fazendo a ligação entre a província de
Nampula e Província de Zambézia, de modo a substituir uma ponte já existente no local,
que não se encontra mais em condições de utilização.

Figura 1: Localização geográfica da ponte.


A estrada N1 é uma das estradas mais importantes da rede viária do país, por onde fazem
se sentir veículos de grande porte, transportando bens e mercadorias. Neste troço a estrada
atravessa um rio necessitando de um estrutura ou obra de arte para fazer a travessia com
segurança e conforto sobre mesma. Pra tal foi implantada sobre o rio uma ponte que
apresenta uma largura do tabuleiro que permite que permite um alinhamento suave do
traçado da estrada.

15
2 DESCRIÇÃO GERAL DA PONTE

A ponte a ser construída terá um comprimento de 200 metros, e possuirá uma


superestrutura constituída por um tabuleiro, 4 pilares, um para cada apoio e 2 encontros,
um em cada um dos extremos. A ponte possuirá 5 vãos de 35, 40, 50, 40, e 35m,
respectivamente, em direcção ao norte, de modo a evitar o efeito das correntes de água, e
com uma altura de 10m em relação ao fundo do leito do rio, sendo a ponte simétrica em
relação ao centro no sentido longitudinal. Ao sul da ponte encontra-se a província de
Zambézia, e a norte a província de Nampula. O tabuleiro é em caixão, possuindo uma via
com duas faixas de rodagem, com revestimento em asfalto, possuindo um passeio em
ambas laterais, com guardas materializadas em perfis metálicos. Nos extremos a ponte é
constituída por vigas de bordadura.

3 SOLUÇÃO ESTRUTURAL

O sistema estrutural adoptado foi de uma viga apoiada, com um tabuleiro que recebe as
cargas, e transmite para os pilares, e estes por fim às fundações. Em sua concepção,
procurou-se sempre observar as condicionantes Hidrológicas, assim como as geotécnicas,
de modo a obter uma estrutura económica e que apresente um bom comportamento em
relação aos eventos climáticos.
O sistema adoptado para a ponte foi o com um apoio fixo no encontro ao sul e todos os
outros móveis no sentido longitudinal, de modo que os pilares não sofram grandes
esforços de flexão devido as cargas horizontais.
Na transversal, os apoios a direita serão fixos e os da esquerda serão móveis.
O tabuleiro da presente ponte é um tabuleiro em caixão, escolhido devido aos grandes
vãos que a ponte deve vencer devido as condicionantes Hidrológicas. O tabuleiro em
caixão possui grande resistência e rigidez, além de possuir menor peso devido ao
vazamento, e possui também melhor comportamento à torção. Procurou-se garantir que
a secção do tabuleiro fosse simétrica, de modo a evitar esforços de torção devido ao peso
próprio.
O tabuleiro possuirá uma largura de 11,4 metros, com uma altura de 2,2 metros, com
almas inclinadas de modo a reduzir a sua base e melhorar a sua estética. O banzo superior
possui uma espessura variável, com 0,2m na borda, 0,3 metros no meio vão e 0,6 metros
na ligação com a alma, para resistir aos momentos negativos. O banzo inferior possui uma
espessura também variada, com uma espessura de 0,2 metros no meio vão, e nas ligações
com as almas, uma espessura de 0,44m. E por fim, as almas também possuem espessuras
variadas, uma vez que a ordem dos esforços que devem vencer em cada extremidade é
diferente, e isso constitui uma economia no material e menor peso próprio. Além da

16
economia, procurou-se optimizar o uso das cofragens, adoptando dimensões funcionais
para o tabuleiro.
O dimensionamento da estrutura foi realizado tendo em conta os estados limites últimos
com base no Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado, e a
combinação de acções com base no Regulamento de Estruturas e Acções(RSA). Assim
sendo, de modo a verificar os estados limites últimos, adoptou-se uma solução para o
tabuleiro em betão armado pré-esforçado, devido a ordem dos esforços existentes no
tabuleiro, procurando reduzir também os efeitos da fendilhação.
O tabuleiro é suportado por vigas em cada um dos apoios, que fazem a transmissão das
cargas para o pilar. Fez-se o uso da viga para a transmissão de carga, de modo a reduzir
o tamanho de pilares, uma vez que dessa forma, os pilares já não terão que possuir a
largura do tabuleiro. Essa viga é em betão armado, devido a ordem dos esforços que irá
receber. Essas vigas irão possuir 2m de altura e 1,9m de largura para apoios 1 e 4, e 1,9m
de altura e 0,75m de largura para apoio 2 e 3.
A transmissão de esforços para a viga será através de aparelhos de apoios que irão garantir
que a estrutura tenha o funcionamento do sistema estático adoptado.
Os pilares da presente estrutura serão únicos em cada um dos apoios de modo a reduzir
os efeitos dos assentamentos diferenciais que gerariam esforços internos. As faces dos
pilares são arredondadas no sentido do escoamento do rio, de modo a reduzir os efeitos
dos pilares sobre o escoamento, e dessa forma, reduzindo os efeitos do escoamento sobre
a ponte.
Devido a simetria, o pilar 1 o e pilar 4 são iguais, sendo eles maciços com 0,75m de
espessura, e 2m de largura, sendo que as faces arredondadas possuem 0,75m de diâmetro
e os pilares 2 e 4 possuem 3m de espessura, com 1,5m de diâmetro.
As cargas da estrutura são transmitidas às fundações, sendo que a solução adoptada foi
de fundações indirectas, de modo a melhor transmitir as cargas para a fundação, uma vez
que as fundações directas exigiriam grandes dimensões, que resultariam em um mau
funcionamento, escolheu-se também as indirectas devido a acção que o escoamento tem
de reduzir a resistência da fundação, e do efeito da erosão existente, que pode deixar as
fundações directas sem suporte.
O pilares transmitem as cargas aos maciços de encabeçamento, e esses por fim às estacas
que transmitem as cargas ao solo. Cada um dos pilares é centrado nos maciços, sendo que
esses possuem dimensões de tal forma que funcionem de forma rígida. Os maciços
deverão ser colocados a 1,5 metros abaixo do solo, de modo a ter em conta os efeitos de
infra-escavação do solo devido ao escoamento.
Cada um dos maciços possui seis estacas quadradas que transmitem as cargas ao solo
através do atrito lateral e da resistência de ponta, sendo que as dos pilares 1 e 4 possuem
14 metros com secção de 0,4mx0,4m cada, e a dos pilares 2 e 4 possuem 22 metros com
secção de 0,7mx0,7m cada, e adoptou-se estacas iguais para cada um dos maciços, de
modo a ter em conta a variação do sentido dos esforços que podem haver na estrutura.

17
As estacas serão cravadas com o auxílio de martelos e pré-fabricadas. Fez-se o uso desse
tipo de estacas, por garantirem maior resistência devido ao confinamento.
Nos extremos da estrutura, as cargas foram transmitidas para os encontros através de
aparelhos de apoio, encontros esses usados para conter os solos do aterro, que suporta o
pavimento da estrada. Cada um dos encontros foi realizado em betão armado, com muros
testa que recebem as cargas, e muros avenida para o suporte dos aterros, sendo que esses
muros avenida encontram-se encastrados na fundação.
A ponte irá contar também com uma laje de transição.

3.1 PARÂMETROS GEOTÉCNICOS


Os parâmetros geotécnicos adoptados no projecto tem com base os dados do instituto de
investigação agrária de Moçambique, que atribui para a região uma formação de areias
argilosas castanhas com aluviões e drenagem moderada, possuindo uma espessura de
cerca de 100m de profundidade.
Assim sendo, com esses dados adoptou-se as seguintes características:
➢ Granulometria aproximadamente arredondada e boa graduação;
➢ Peso específico saturado ϒsat=20,5 kN/m3;𝛾𝑠𝑒𝑐𝑜 = 18.5𝐾𝑛/𝑚3
➢ Coesão não drenada c’=1kN/m3;
➢ Ângulo de atrito interno ϕ’=30º.

Esses parâmetros foram adoptados sem nenhum estudo efectuado sobre o solo, mas é
sempre aconselhado realizar-se um estudo geotécnico no local, assim como uma visita, e
se possível realizar ensaios para a capacidade de carga das estacas.

4 PROCESSO CONSTRUTIVO

4.1 PROCESSO CONSTRUTIVO TABULEIRO


Para a escolha do método de execução do tabuleiro, foi feita uma análise em torno:
➢ Das condições geológicas do solo;
➢ Do vão a vencer durante a cofragem;
➢ Da altura da ponte;
➢ Das condições económicas;

Para auxiliar na escolha do método a usar baseamo-nos nos métodos empíricos,


apresentados em algumas bibliografias, como o livro de REIS 2002.

18
Figura 2: Relação entre os vãos e o métodos construtivos aconselhados.

O processo construtivo seleccionado para a execução do tabuleiro foi o de cavaletes


apoiados sobre o terreno, por este se enquadrar da melhor forma nos parâmetros de análise
acima citados, esse método facilita a aplicação do pré-esforço, a betonagem dos do
tabuleiro in situ. A construção do tabuleiro com base nesse método, permitira fazer a
betonagem e aplicação de pré-esforço de forma faseada, assim permitindo a reutilização
da cofragem em outro tramos, esta betonagem faseada é feita limitando-se em pontos de
momento nulo.

4.2 PROCESSO CONSTRUTIVO DO PILAR.


Os pilares serão feitos em betão armado, por este material ser melhor no suporte de altas
cargas de compreensão, os pilares desta ponte apresentam uma altura máxima 12 m e uma
secção mista, estas características são propensas para o uso de cofragem tradicionais. A
cofragem do corpo dos pilares será feita junto das vigas que se encontram por cima do
pilar, realizando um nó fixo entre os dois. Devido a altura que o pilar apresenta, as
cofragens dos pilares serão asseguradas por cintas e escoras do pilar para evitar o
rompimento das paredes da cofragem e os pilares serão betonados em tramos ou fases e
não de uma só vez devido as suas dimensões elevadas. A cofragem das vigas será feita
com base em escoras circulares que asseguram as paredes de moldagem, deixando a parte
superior aberta para permitir a devida betonagem.

19
4.3 PROCESSO CONSTRUTIVO DO ENCONTRO.
Os encontros são os elementos que estabelecem uma das funções mais importantes da
infra-estrutura. Permitindo a contenção dos solos que se encontram na transição do aterro
da viga. Os encontros serão do tipo cofre constituído por muro testa e avenida. O murro
avenida e o muro testa serão encastrados na fundação, a sua betonagem também ser feita
com base em métodos tradicionais. A fundação será feita com base em estacas de betão
cravadas, estas estacas apresentam um suporte por atrito e resistência de ponta. Para a
betonagem dos muros, serão realizadas cofragens em madeira, as paredes moldadoras
serão asseguradas por escoras na parte interior e exterior, permitindo que os murros não
derrubem durante a betonagem dos mesmos.

4.4 PROCESSO CONSTRUTIVO DAS ESTACAS


As estacas das fundações serão em betão pré-fabricado de acordo com as características
do dimensionamento, sendo fabricadas no local, e com uma ponta no topo para resistir a
cravação. Elas serão cravadas com o auxílio de martelos que transmitirão energia aos
pilares por gravidade, permitindo cravações sucessivas. A altura do levantamento deve
ser tal que não crie danos nas estacas devido a cravação.

4.5 VIGAS DE BORDADURA, PASSEIO E GUARDAS


As vigas de bordadura serão pré-fabricadas, ligadas aos passeios por armaduras de espera,
passeios estes que serão betonados no in situ. Os perfis das guardas serão fixadas ao
passeio durante a betonagem, sendo estes ligados por este meio.

5 MATERIAIS USADOS

A fim de garantir a resistência aos estados limites últimos devido aos grandes esforços
existentes, e aos grandes esforços de compressão que o pré esforço gera, adoptou-se o
seguinte:
➢ Aço A500NR e A400NR;
➢ Betão B45, excepto nos encontros ( B35);
➢ Perfis tubulares quadrados de 20x20mm de aço FE 360 para as guardas;
➢ Tubos PVC de 75mm de diâmetro para as condutas sobre os passeios;
➢ Tubos de 50mm para a drenagem;
➢ Elastómero armado para juntas;
➢ Elastómero para aparelhos de apoio;

20
6 RECOBRIMENTOS

Para a estrutura adoptou-se recobrimentos de considerando ambientes moderadamente


agressivos, desse modo, os recobrimentos adoptados foram:
➢ Pilar: 3cm;
➢ Tabuleiro: 2cm;
➢ Viga: 3cm;
➢ Elementos de fundação-maciços e estacas: 7cm;
➢ Encontros: 5cm.

7 ACABAMENTOS

7.1 REVESTIMENTO
O pavimento da ponte será revestido pelo uma camada de betão asfáltico de 5cm, de modo
a proteger o tabuleiro da acção do tráfego, assim como para impermeabilizar essa região
do tabuleiro, possuindo um declive de 2% no sentido transversal para as faixas, e 3% para
as bermas da estrada, de modo a conduzir as águas que escoam da pavimento para os
tubos de recolha que conduzirão as águas para fora da estrutura, evitando assim a corrosão
das armaduras.

7.2 JUNTAS DE DILATAÇÃO


De modo a acomodar os movimentos da estrutura, que estão sobre influência de
movimentos no sentido longitudinal, irá se colocar uma junta de elastómero armado no
encontro norte, para permitir as movimentações e garantir um tráfego com grande
conforto. Essas são constituídas de elementos prismáticos de elastómeros (que possuem
grande resistência a abrasão), constituídos de chapas metálicas no seu interior em planos
horizontais para conferir o reforço, sendo que esses elementos prismáticos possuem
recortes que garantem os movimentos. Essas juntas irão assentar em argamassa de alta
resistência como contra piso, deixando a superfície perfeitamente nivelada para receber a
junta de dilatação, as laterais serão dispostas de bandas de transição executadas também
em argamassas elásticas.
Os elastómero será fixo sobre o tabuleiro, assim como sobre o encontro, com o auxílio de
parafusos nas bordas, sendo que os furos para os parafusos serão preenchidos com uma
argamassa fluida a base de resinas, e de seguida colocadas as âncoras, os parafusos, e de
seguida efectuando o aperto quando a argamassa estiver seca. De seguida, os parafusos
são preenchidos de mistura asfáltica a quente à base de betumes modificados com
elastómero, para permitir uma transição suave e agradável para os condutores.

21
Essas juntas deverão ser muito bem cuidadas e montadas, com material de alta qualidade,
uma vez que são esses que garantem o conforto dos condutores durante o tráfego, e
permite que a ponte tenha o funcionamento previsto no dimensionamento.

7.3 IMPERMEABILIZAÇÃO DOS ENCONTROS


Os muros deverão ser impermeabilizados com emulsão asfáltica na ligação com o aterro,
de modo a proteger a infiltração da água e originar a corrosão da armadura. Irão além
disso, ser constituídas de tubos que conduzirão as águas para fora dos encontros.

Regulamentos e materiais consultados


Para o dimensionamento das estruturas foram utilizados regulamentos de modo a permitir
um dimensionamento enquadrado e respeitando as normas vigentes. Os regulamentos e
normas seguidas, assim como os elementos consultados forma:
➢ REBAP, para o dimensionamento das estruturas, o dimensionamento das
armaduras ordinárias e de pré esforço
➢ RSA para a quantificação, análise e combinação das acções.
➢ Eurocódigo 7 para as fundações;
➢ Catálogo de BO2-ELASTOFIP-ENG, para o dimensionamento dos aparelhos de
apoio;
➢ Catálogo da Dywidag systems para as armaduras de pré-esforço.

22
II. MEMÓRIA DE CÁLCULO

8 DIMENSIONAMENTO DO TABULEIRO

8.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA SECÇÃO TRANSVERSAL


O pré-dimensionamento do tabuleiro foi efectuado segundo as relações dimensionais
apresentadas no livro Concrete box Girder bridges, nos passos seguintes apresentar-se á
a determinação da secção da ponte.

8.1.1 LARGURA DO TABULEIRO


A largura do tabuleiro foi determinada com base na dimensão da estrada que precede a
ponte:

− Largura da faixa de rodagem: 3,25m;

− Largura da berma: 1m;

− Largura do passeio: 1,25m;

− Largura da viga de bordadura: 0,2m;


Largura da laje de tabuleiro:
A largura da via será determinada somando as larguras das faixas de rodagem, das bermas
e dos passeios.

3,25 × 2 + 1 × 2 + 1,25 × 2 = 11𝑚


Essa largura será usada para fins de determinação das outras dimensões do tabuleiro.
Largura do tabuleiro:
Para a determinação da largura do tabuleiro, soma-se a largura da laje de tabuleiro, com
a largura das vigas de bordadura.

𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑗𝑒 𝑑𝑒 𝑡𝑎𝑏𝑢𝑙𝑒𝑖𝑟𝑜 + 0,2 × 2 = 11,4𝑚

8.1.2 ALTURA DA SECÇÃO


A altura da secção foi determinada com base na esbelteza normalmente utilizada para
pontes em caixão pré-esforçada.
𝑙 𝑙 50
= 25 → 𝑑 = = = 2𝑚
𝑑 25 25
O vão considerado foi de 50m, que é o maior vão na ponte.

23
A altura obtida é de 2m, mas por razões construtivas, considera-se melhor usar a altura
mínima de 2,2m, sendo por isso que essa será adoptada.

8.1.3 DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DOS ELEMENTOS DO CAIXÃO


As espessuras dos elementos do caixão foram determinadas com base nas relações
apresentadas na figura 1. As relações dimensionais foram extraídas do Concrete box
Girder bridges.

Figura 3: Figura para pré-dimensionamento da viga. Fonte: Concrete box Girder


bridges.

• Banzo inferior:

𝑙1 + 𝑙2 + 𝑙1 = 11 𝑠𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑙1 ≈ 0,45𝑙2

0,45𝑙2 + 𝑙2 + 0,45𝑙2 = 11 → 1,9𝑙2 = 11 → 𝑙2 = 5,789𝑚 ≈ 5,8𝑚


11 − 5,8
𝑙1 = = 2,6𝑚
2
espessuras:
A espessura mínima para os elementos estruturais de uma ponte devem ser de 20cm, e
para t1, a espessura deve ser maior ou igual a 20cm, pelo que essa será a espessura
adoptada.
𝑡1 1
= → 𝑡2 = 3𝑡1 = 3 × 0,2 = 0,6𝑚
𝑡2 3
𝑡3 ≥ 20𝑐𝑚
{ desse modo, a espessura da laje adoptada será de 20cm.
𝑡3 ≥ 𝑙3 /30

• Alma

𝑡4 ≥ 30𝑐𝑚 𝑜𝑢 20𝑐𝑚 + 2 × ∅𝑏𝑎𝑖𝑛ℎ𝑎 será adoptado 35cm.


Parte superior da alma:
(1,1 ÷ 1,5)𝑡4 = 1,3 × 0,2 = 0,455𝑚 𝑠𝑒𝑟á 𝑎𝑑𝑜𝑝𝑡𝑎𝑑𝑜 0,45𝑚.

Desse modo:

𝑙𝑙𝑎𝑗𝑒 = 5,8 − 0,45 = 5,35𝑚

24
• Laje do tabuleiro:
𝑙ℎ𝑎𝑢𝑛𝑐ℎ
= 0,5 (𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑟 𝑎 𝑐𝑜𝑓𝑟𝑎𝑔𝑒𝑚)
𝑙𝑙𝑎𝑗𝑒

𝑙ℎ𝑎𝑢𝑛𝑐ℎ
= 0,5 → 𝑙ℎ𝑎𝑢𝑛𝑐ℎ = 5,35 × 0,5 = 2,675𝑚
5,35
• Banzo inferior:

𝑡5 = 20𝑐𝑚

Altura até t4:

≥ 2 × 0,2 = 0,4𝑚 𝑠𝑒𝑗𝑎 0,44𝑚


Tendo todas essas dimensões, a secção pré-dimensionada do tabuleiro é tal como se
apresenta na figura 2.

Figura 4: Secção pré-dimensionada do tabuleiro. Fonte: Autores.

25
8.2 ANÁLISE TRANSVERSAL DA VIGA

8.2.1 ASPECTOS GEOMÉTRICOS E DE RIGIDEZ DO TABULEIRO


Nesta secção serão caracterizados tanto os elementos geométricos da ponte, assim como
os elementos que de rigidez transversais e longitudinais da viga.

a) Área e Momento de Inércia

5,35

2,38 2,68

Guarda

Revestimento
Viga de bordadura
0,6

0,6

0,2
0,15

0,3

0,45

0,2 0,36

15
°
0,44
0,2

0,75 3,6 0,75

5,45

Figura 5: Geometria do tabuleiro

Dividiu-se o Caixão em pequenas figuras geométricas, mostrada na figura abaixo:

A4 A4
A1 A1
A3 A3
A5 A5
A2 A2

A6 A6

A7 A7

A8 A8

A9 A11 A11 A9
A10 A10
A12 A13 A13 A12

Figura 6: Subdivisão do tabuleiro em áreas elementares.

26
A1

2,68
0,3

2,68

A2

0,3
0,45
0,6

A3

A4
0,29
0,2

2,38 A6
1,16

A7
2,38
A8
0,2
A5
0,16
0,4

0,67
0,24

A11
0,11
A9
A10
A12
0,67
0,2

0,44

0,44

0,25

Figura 7: Dimensão de cada uma das áreas elementares


Os elementos geométricos do tabuleiro encontram-se apresentados na tabela abaixo:

Ygi YG A*(YG-
Figura Base altura A(m2) (m) AxY (m) Ixi (m4) Ygi)^2
1 Rectângulo 2.68 0.3 0.804 2.05 1.6482 0.00603 0.253850789
2 Triângulo 2.68 0.3 0.402 1.8 0.7236 0.00201 0.039107922
1.4881
3 Rectângulo 0.45 0.6 0.27 1.9 0.513 0.0081 0.045809269
4 Rectângulo 2.38 0.2 0.476 2.1 0.9996 0.00159 0.178226346

27
Ygi YG A*(YG-
Figura Base altura A(m2) (m) AxY (m) Ixi (m4) Ygi)^2
5 Triângulo 2.38 0.4 0.476 1.867 0.88869 0.00423 0.068338068
6 Triângulo 0.28 1.16 0.1624 1.21 0.1965 0.01214 0.012559695
7 Rectângulo 0.16 1.16 0.1856 1.02 0.18931 0.02081 0.040667733
8 Triângulo 0.2 1.16 0.116 0.827 0.09593 0.00867 0.050697735
9 Triângulo 0.11 0.44 0.0242 0.293 0.00709 0.00026 0.034563824
10 Rectângulo 0.25 0.44 0.11 0.22 0.0242 0.00177 0.176887742
11 Triângulo 0.67 0.24 0.0804 0.28 0.02251 0.00026 0.117343697
12 Rectângulo 0.67 0.2 0.134 0.1 0.0134 0.00045 0.258193036
13 Rectângulo 1.8 0.2 0.36 0.1 0.036 0.0012 0.693652932
Σ 3.6006 5.35804 0.06752 1.969898789

Tabela 1: Elementos geométricos do tabuleiro.

Ix 2.03742 𝑚4
Ix (total) 4.07484 𝑚4
A 3.6006 𝑚2
A (total) 7.2012 𝑚2
Tabela 2: Área e momento de Inércia do tabuleiro.
Desse modo, a área do tabuleiro é de 7,2m2, e o momento de inércia é de 4,07m4.

b) Determinação da área equivalente e da espessura equivalente


Uma vez que os elementos da viga possuem espessuras variáveis, e na aplicação das
fórmulas do Concrete box Girder bridges as espessuras consideradas são constantes, irá
se determinar as espessuras equivalentes, que segundo a recomendação do mesmo livro,
devem ser tais que o elemento considerado possua a mesma área de secção transversal.

Banzo superior:

A4 A4
A1 A1
A3 A3
A5 A5
A2 A2

Figura 8: Representação geométrica do banzo superior


Área actual:

Figura Base altura A(m2)


1 Rectângulo 2.68 0.3 0.804
2 Triângulo 2.68 0.3 0.402
3 Rectângulo 0.45 0.6 0.27

28
Figura altura Base
A(m2)
4 Rectângulo 0.2 2.38
0.476
5 Triângulo 0.4 2.38
0.476
Σ 2.428
Tabela 3: Elementos para a espessura equivalente do banzo superior.

𝑨𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟐 ∗ ∑ 𝐴 = 2 ∗ 2.428 = 4.86 𝑚2

Área equivalente=área total=4.86 𝑚2

𝐴𝑒𝑞 4.856
𝑨𝒆𝒒 = 𝒉 ∗ 𝑳 <=> ℎ𝑏𝑎𝑛𝑧𝑜 𝑠 = = = 0,44𝑚
𝐿 11

11 m

h=0,44 m
Figura 9: Desenho geométrico do Banzo superior equivalente

Onde:

𝐴𝑒𝑞 : é a área equivalente;

h: é a espessura equivalente;
L: é o comprimento.

Alma:

A4 A4
A1 A1
A3 A3
A5 A5
A2 A2

A6 A6

A7 A7

A8 A8

A9 A11 A11 A9
A10 A10
A12 A13 A13 A12

Figura 10: Desenho geométrico do caixão

Figura Base altura A(m2)


6 Triângulo 0.28 1.16 0.1624
7 Rectângulo 0.16 1.16 0.1856

29
Figura Base altura A(m2)
8 Triângulo 0.2 1.16 0.116
∑ 0.464

Tabela 4: Elementos para a espessura equivalente da alma.

𝑨𝒆𝒒 = 𝑨𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 0.464 𝑚2

𝐴𝑒𝑞 0.464
ℎ𝑎𝑙𝑚𝑎 = = = 0.40 𝑚
𝐿 1.16
1,16

0,4

Figura 11: Desenho geométrico da alma equivalente

Banzo inferior

Figura Base altura A(m2)


9 Triangulo 0.11 0.44 0.0242
10 Rectângulo 0.25 0.44 0.11
11 Triangulo 0.67 0.24 0.0804
12 Rectângulo 0.67 0.2 0.134
13 Rectângulo 1.8 0.2 0.36
0.7086
Tabela 5: Elementos para a espessura equivalente do banzo inferior.

𝑨𝒆𝒒 = 2 × 𝑨𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = 𝟐 × 0.7086 = 1.417 𝑚2

𝐴𝑒𝑞 1.417
ℎ𝑏𝑎𝑛𝑧𝑜 𝑖 = = = 0.26 𝑚
𝐿 5.45

c) Geometria equivalente do tabuleiro


Tendo determinado a espessura equivalente dos elementos do tabuleiro, com base na
figura 10, determinou-se as dimensões do tabuleiro.

30
Figura 12: Desenho da geometria equivalente. Fonte: Concrete box-grider bridges.

A tabela abaixo apresenta os valores das dimensões do tabuleiro equivalente:

𝜑 14 ° C
D 1.88 m
Bo 6.02 m
Bs 1.95 m
Bk 2.49 m
Bu 5.13 m
To 0.44 m
Ts 0.4 m
Tu 0.26 m
B 11 m
Tabela 6: Dimensões do tabuleiro.
d) Elementos de rigidez da viga
Momentos de inércia:
Longitudinal: Transversal:

𝑡𝑜 ∗ (𝑏𝑜 + 2𝑏𝑘 )3 𝑡𝑜 3
𝐼𝑂 = 𝐼𝑜̅ =
12 12
𝑡𝑠 ∗ 𝑏𝑠 3 𝑡𝑠 3
𝐼𝑠 = 𝐼𝑠̅ =
12 12

𝑡𝑢 ∗ 𝑏𝑢 3 𝑡𝑢 3
𝐼𝑢 = 𝐼𝑢̅ =
12 12

Valores auxiliares (usados na determinação dos esforços):

𝑡𝑠 ∗ 𝑏 3 𝑡𝑢 ∗ 𝑏𝑢
∝𝑜 = 2
∝𝑢 =
𝑏𝑠 ∗ 𝑡𝑠 ∗ 𝑏𝑜 𝑏𝑠 ∗ 𝑡𝑠

31
𝐼𝑠̅ ∗ 𝑏𝑜 𝑏𝑢
𝑟𝑜 = 𝛽=
𝐼𝑜̅ ∗ 𝑏𝑠 𝑏𝑜

𝐼𝑠̅ ∗ 𝑏𝑢
𝑟𝑢 = 𝑏𝑜 + 𝑏𝑢 2
𝐼𝑢̅ ∗ 𝑏𝑠 √ 2
𝑔= 𝑑 + ( )
2

(1 + 𝛽) ∗ (2 + 2 ∗ 𝛽 + 2 ∗ 𝛽 2 +∝𝑜 +∝𝑢 ∗ 𝛽 2 )
𝑘1 =
3 + 3 ∗ 𝛽 +∝𝑜 +∝𝑢 𝛽

2 + 2 ∗ 𝛽 + 2 ∗ 𝛽 2 +𝑟𝑜 +𝑟𝑢 ∗ 𝛽 2
𝑘2 =
𝛽 ∗ [(2+𝑟𝑜 )(2 + 𝑟𝑢 ) − 1]

𝑘3 = 1 + 2 ∗ 𝑟𝑜 + 2 ∗ 𝑟𝑢 + 3 ∗ 𝑟𝑢 ∗ 𝑟𝑜

𝑘4 = (2+𝑟𝑜 )(2 + 𝑟𝑢 ) − 1

𝑘5 = 2 + 2 ∗ 𝛽 + 2 ∗ 𝛽 2 +𝑟𝑜 +𝑟𝑢 ∗ 𝛽 2

𝑍𝑠 = 𝑑 − 𝑌𝐺

4 ∗ 𝑑 2 + 𝑏0 2 + 𝑏𝑢 2
𝑐𝑜𝑠𝜃 =
4 ∗ 𝑔 ∗ 𝑏𝑠
24 ∗ 𝑏𝑠
𝑘= ∗ 𝑘1 ∗ 𝑘1 ∗ 𝐸 ∗ 𝐼𝑠̅
𝑏𝑢 2 ∗ 𝑑 2
Das equações anteriores resulta:

𝐼𝑂 48.80333 Ro 2.319444 k4 49.01698


𝐼𝑠 0.247163
Ru 9.579497 K5 89.72206
𝐼𝑢 2.925123
𝛽 2.630769 K 176281.78
𝐼𝑂̅ 0.007099
G 5.883453
𝐼𝑆̅ 0.005333 𝑍𝑠 0.391903
0.001465 k1 5.39517222
𝐼𝑈̅ Tabela 7: Valores
∝0 20.71778 K2 0.69577675 auxiliares para o
∝𝑈 1.71 dimensionamento.
k3 91.45519

8.2.2 QUANTIFICAÇÃO DAS ACÇÕES TRANSVERSAIS


Nesta secção irá se determinar as acções sobre o tabuleiro, de forma a que seja possível a
posterior quantificar o seu efeito para o dimensionamento da ponte.
Entre as acções sobre o tabuleiro encontram-se:
a) Acções permanentes
b) Acções variáveis

32
8.2.2.1 Acções permanentes
As acções permanentes são aquelas cujos valores não apresenta variação ao longo da vida
da estrutura, entre eles encontram-se:
i.Peso próprio do tabuleiro (peso específico =25KN/m3);
ii.Peso próprio dos passeios (peso específico =25KN/m3);
iii.Peso das guardas (peso específico corpo e guarda rodas);
iv.Peso próprio do revestimento do pavimento (asfalto, peso específico =22KN/m3);
v.Peso próprio da viga de bordadura (peso específico =25KN/m3);
vi.Peso próprio das condutas de drenagem pluvial de PVC.

i. Peso próprio do tabuleiro (peso específico= 25kN/m3)


Considera-se o tabuleiro, como a parte que confere resistência às acções e é tal como se
pode ver na figura 4.
𝑨 ∗ 𝛾𝑐 𝟕. 𝟐𝟎𝟏𝟐 ∗ 𝟐𝟓
𝑷𝒑𝒕𝒂𝒃 = = = 𝟏𝟔. 𝟑𝟒𝒌𝑵/𝒎𝟐
𝑳 𝟏𝟏
Onde:

𝐴: é a área do tabuleiro;

𝛾𝑐 : é a peso específico do betão;


L: é o comprimento do tabuleiro;

ii. Peso próprio dos passeios (peso específico= 25kN/m3)


Passeios com largura de 1.25m e altura de 0.15m, com tubagens para passagens de
serviços (3 tubos de diâmetro 75mm)
2
𝑨∗𝛾𝑐 𝜋∗(75∗10−3 ) 25
𝑃𝑝𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 = = (0.15 ∗ 1.25 − 3 ∗ )∗ = 3.48𝑘𝑁/𝑚2
𝑳 4 1.25

(apenas na zona dos passeios.

iii. Carga das guardas (guarda corpo)


O peso de guarda-corpos para o presente projecto é de 0.22KN/m, que será em perfis
metálicos.

33
Figura 13: Guarda rodas

iv. Peso próprio do revestimento do pavimento (asfalto, peso específico=


=22KN/m3).
O revestimento do pavimento será em asfalto, e possui o seguinte peso:

𝑷𝒑𝒓𝒆𝒗 = 𝒉 ∗ 𝛾𝑎 = 𝟎. 𝟎𝟓 ∗ 𝟐𝟐 = 𝟏. 𝟏𝑲𝑵/𝒎𝟐

v. Peso próprio da viga de bordadura (peso específico= 25KN/m3)

𝑷𝒑𝒗𝒊𝒈 = 𝛾𝑐 ∗ 𝑨 = 𝟎. 𝟔 ∗ 𝟎. 𝟐 ∗ 𝟐𝟓 = 𝟑𝑲𝑵/𝒎

vi. Peso próprio das condutas de drenagem pluvial em PVC


Sendo que as condutas de PVC apresentam pesos muito pequenos, comparando com os
outros elementos do projecto, não será considerado no projecto.

3.22 kN/m 3.22 kN/m


1.1 kN/m2
3.28 kN/m2

16.37 kN/m2
1.88

5.18

1,25 1.24 6.02 2.49

Figura 14: Desenho representativo de actuação das cargas permanentes. Fonte: Autores.

8.2.2.2 Acções variáveis


Considera-se as acções variáveis as que não se encontram de modo permanente sobre o
tabuleiro, e que sofrem variação ao longo da vida da estrutura, entre eles encontram-se:

34
i. Sobrecarga devido ao tráfego rodoviário;
ii. Sobrecarga sobre o passeio;
iii. Sobrecarga sobre as guardas;
iv. Variação de temperatura.
v. Acção do vento no tabuleiro e veículos

i. Sobrecarga devido ao tráfego rodoviário (art. 41.º RSA).


A acção devido ao tráfego está relacionada com o peso dos veículos que circulam na
ponte, onde se consideram dois casos para o cálculo:
a) Veículo de três eixos
Essa sobrecarga corresponde a um veículo de três eixos equidistantes espaçados a 1,5m,
cada um com duas rodas cujos eixos distam de 2 metros, onde aplicou-se uma carga Q
por eixo. Sendo a que a ponte é de classe I, possui as seguintes características:
Classe I: Q=200KN, a=0.2m, b=0.6m
Onde as dimensões a e b são como se apresentam na figura 12:

Figura 15: Dimensões do veículo de 3 eixos. Fonte: RSA.

35
Figura 16: Representação Longitudinal da actuação das sobrecargas uniformemente e
linearmente distribuídas

b) Sobrecargas distribuídas
Esta conta com uma carga uniformemente distribuída ao longo do pavimento q1 e uma
carga transversal q2, e sendo que a ponte é de classe I, os valores são:
➢ q1=4 kN/m2;
➢ q2=50 kN/m.

Contam com os seguintes coeficientes parciais: 𝜓0 = 0.6 ; 𝜓1 = 0.4 ; 𝜓2 = 0.2

Entre os dois casos, será considerado o que tiver o efeito mais gravoso.

ii. Sobrecarga sobre os passeios (art. 44.º RSA).


A sobrecarga sobre os passeios é a devido a circulação de peões ou outro sobre o passeio,
e que tal pode ser considerada de duas maneiras, conforme mais desfavorável:
a) Sobrecarga uniformemente distribuída
A sobrecarga uniformemente distribuída possui um valor de 3 kN/m2, que é aplicada na
região dos passeios ao longo do tabuleiro, cujos coeficientes de redução serão os mesmos
para a sobrecarga rodoviária.

b) Sobrecarga concentrada
Para a sobrecarga concentrada será usada uma carga de 20 kN, cuja aplicação será na
região do passeio conforme a posição seja mais desfavorável.
Os coeficientes de redução para a carga concentrada são nulos, o que quer dizer que só
será considerada se for a acção de base.

36
iii. Sobrecarga sobre as guardas (art. 44.º RSA).
Sobre as guardas das pontes será aplicada uma carga horizontal uniformemente
distribuída, cujo valor é de 1,5 kN/m.

iv. Variação de temperatura (art. 18.º RSA)


Para a estrutura do tabuleiro, será considerada uma variação uniforme de temperatura de
±15°𝐶 para ter em conta as variações que existem ao longo do dia.

Conhecendo as acções sobre o tabuleiro, se procederá com o cálculo dos esforços que
essas causam.

v. Acção do vento no tabuleiro e veículos


A acção do vento sobre os veículos é tida em conta considerando que o vento actua em
uma banda rectangular continua com a altura de 2.5m acima do nível do tabuleiro.
Largura do tabuleiro b=11.4m Inclinação das almas 𝜃 = 76𝑜
Altura do tabuleiro h=2.35m h’=2.5m (artigo 4.5 – RSA)

altitude do local=340m
zona A (situa-se a mais de 5Km da costa e a altitudes inferiores a 600m)
rugosidade do tipo II (zona rural)
altura acima do solo = 4m

Pelo artigo 24 do RSA:

Pressão dinâmica 𝑤𝑘 =1.2*0.9=1.08KN/m2

Para a obtenção das forcas devido ao vento no tabuleiro e no veículo, recorreu-se as


tabelas disponíveis no manual “Concrete Box Girder”, representadas abaixo:

37
Figura 17: Acção do vento em pontes em caixão (Concrete Box Girder)

No caso de almas inclinadas, para o momento M tem-se:


- com sobrecarga

𝑀 = 0.8 ∗ 𝑞 ∗ 𝑏 ∗ ℎ = 0.8 ∗ 1.08 ∗ 11.4 ∗ 2.35 = 23.15𝐾𝑁𝑚/𝑚


- sem sobrecarga

𝑀 = 𝐶𝑀 ∗ 𝑞 ∗ 𝑏 ∗ ℎ

Para 𝜃 = 76 ; 𝐶𝑀 = 1

𝑀 = 1 ∗ 1.08 ∗ 11.4 ∗ 2.35 = 28.93𝐾𝑁𝑚/𝑚

Para a forca W
- sem sobrecarga

𝑊 = 𝑞 ∗ 𝛿𝑓 ∗ ℎ

De acordo com o RSA, o coeficiente de forca 𝛿𝑓 para tabuleiro do tipo viga-caixão,


poderá, por simplificação, considerar-se que os coeficientes de forca são os

38
correspondentes a superfície prismática cuja secção rectangular é envolvente da secção
do tabuleiro.

Figura 18: Secção rectangular equivalente para o cálculo da acção do vento


𝑑 200 ℎ 2.35
= 11.4 = 17.5 ; = = 0.01175 ; 𝛿𝑓 = 1.2
𝑎 𝑑 200

𝑊 = 1.08 ∗ 1.2 ∗ 2.35 = 3.05𝐾𝑁/𝑚

- com sobrecarga
De acordo com o ponto 3.8 do anexo 1 do RSA, para a acção do vento sobre os veículos
que circulam na ponte, o coeficiente de forca é igual a 1.5.

𝑤 = 1.08 ∗ (1.2 ∗ 2.35 + 1.5 ∗ 2.5) = 7.1𝐾𝑁/𝑚

Resumo das cargas de vento:


- sem sobrecarga: W=3.05KN/m ; M=28.93KNm/m

Figura 19: Acção do vento sem sobrecarga


- com sobrecarga: W=7.1KN/m ; M=23.15KNm/m

39
Figura 20: Acção do vento com sobrecarga

Cargas de vento localizadas


𝑏 11.4
Consolas: = 2.35 = 4.85 Pressão w=Cp*q=1.22*1.08=1.32KN/m2

Sucção w= 0.5*q=0.5*1.08=0.54KN/m2
Almas: Pressão w= 1.0*q=1.08KN/m2
Sucção w= 1.0*q=1.08KN/m2
Banzo inferior: w=Cp*q=2.2*1.08=2.38KN/m2

Figura 21: Distribuição da acção do vento pelo tabuleiro

8.2.2.3 Esforços de torção no tabuleiro


1. Devido a sobrecarga de veículos
a) Veículo tipo

40
Figura 22: Torção causada pela actuação vertical do veículo tipo

Figura 23: Torção causada pela actuação horizontal do veículo tipo

Momento torsor aplicado no tabuleiro: 𝑀𝑡 = 200 ∗ 3.95 + 200 ∗ 1.95 + 20 ∗ 0.962 =


1199.24𝐾𝑁𝑚
Carga movel
Os esforços de torção apresentam um comportamento similar aos esforços transversos no
estudo longitudinal do tabuleiro, sendo assim, para o momento torsor aplicado no
tabuleiro de 1199.2KNm, o maior esforço de torção na viga vai se verificar perto dos
apoios, com o valor máximo de Mt=1199.24KNm.
A envoltório de esforços de torção pode ser observada abaixo:

Figura 24: Envoltória da torção devido à actuação do veículo tipo

41
a) Sobrecarga uniformemente distribuída q1=4KN/m2
Sobrecarga transversalmente distribuída q2=50KN/m
A situação que provoca os maiores momentos torsores é a abaixo representada:

Figura 25: Carga uniformemente distribuída q1


Mt=91.8KNm/m

Figura 26: Carga transversalmente distribuída q2


Mt=1147.52KNm

A este momento pode-se associar o correspondente a carga horizontal nos guardas.


Mt=1147.52+19.24=1166.76KNm

Figura 27: Actuação da carga uniformemente e transversalmente distribuída (q1 e q2)

42
Tratam-se de cargas moveis, resultando na envoltória abaixo:

Figura 28: Envoltória da torção devido à carga uniformemente e transversalmente


distribuída (q1 e q2)
Os esforços de torção mais desfavoráveis resultam do caso b) sobrecargas distribuída e
transversal.

2. Devido as sobrecargas no passeio


a) Sobrecarga distribuída de 3KN/m2 associada a sobrecarga nos guardas de
1.5KN/m.

Figura 29: Torção devido à sobrecarga no passeio

Mt=20.67KNm/m

43
Figura 30: Actuação da torção devido à sobrecarga no passeio

Envoltória dos esforços de torsão

Figura 31: Envoltória da torção devido à sobrecarga no passeio

b) Carga concentrada de 20KN associada a sobrecarga de 1.5KN/m em guardas

Figura 32: Torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga linearmente


distribuída
Mt=97.5KNm e
Mt=2.388KNm/m

44
Figura 33: Actuação da torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga
linearmente distribuída

Envoltória dos esforços

Figura 34: Envoltória da torção devido à sobrecarga centrada associada à sobrecarga


linearmente distribuída

Os esforços mais desfavoráveis advém da sobrecarga uniformemente distribuída nos


passeios de 3KN/m2 combinada com a carga linearmente distribuída nos guardas de
1.5KN/m.

3. Devido a acção do vento


Sem sobrecarga, o vento provoca um momento torsor de 28.93KNm/m e com sobrecarga
um momento torsor de 23.15KNm/m. ambas consideradas não moveis.
Sem sobrecarga ( trata-se do caso mais desfavorável)

45
Figura 35: Actuação da torção devido à acção do vento
Esforços

Figura 36: Diagrama da torção devido à acção do vento

8.2.2.4 Esforços horizontais


As forças horizontais que actuam no tabuleiro não tem grande importância no que diz
respeito a resistência do tabuleiro, visto se tratar de um elemento de grande rigidez
transversal, sendo assim, essas cargas são importantes no dimensionamento dos aparelhos
de apoio e dos pilares (e consequentemente as fundações), assim como as juntas de
expansão .
As cargas horizontais podem actuar longitudinalmente ou transversalmente ao tabuleiro,
para as cargas horizontais, actuando na direcção longitudinal (arranque e frenagem,
resistência a deformação dos encontros e pilares, e sismos), o sistema estático é o abaixo:

Figura 37: Sistema estático para as cargas horizontais actuantes longitudinalmente no


tabuleiro

46
Para as cargas horizontais transversais ( vento, forcas em guardas e guarda-rodas, sismos),
recomenda-se que o ponto fixo ou apoio duplo, se localize num dos encontros, visto que
os encontros são pesados e podem suportar forcas horizontas de modo mais económico
que os pilares, nesse caso, a ponto só necessita de uma junta de expansão, no encontro
movel.
Em uma análise mais complexa, os pilares devem ser considerados apoios elásticos, no
sistema estrutural. Os esforços transmitidos aos pilares vai depender da rigidez de cada
pilar. Inicialmente, pode-se determinar a resultante de cada acção horizontal.

Considerando o sistema estático transversal no encontro fixo abaixo

Figura 38: Sistema estático para as cargas horizontais actuantes transversalmente no


tabuleiro
1. Devido a sobrecarga rodoviária
A sobrecarga rodoviária esta associada as cargas de arranque/frenagem e as forcas nos
guarda-rodas.
a) Frenagem e arranque : sobrecarga longitudinal de 30KN/m ( Ponte de classe 1),
distribuída na largura carregada verticalmente.

Figura 39: Forca de frenagem linearmente distribuída horizontalmente na longitudinal


do tabuleiro, para o veículo tipo

Esta carga é distribuída numa largura de 2m , largura do veículo tipo de 3 eixos.

47
Figura 40: Forca de frenagem linearmente distribuída verticalmente na longitudinal do
tabuleiro, para o veículo tipo

A resultante será:
Rmax=60KN

- para a sobrecarga distribuída de 4KN/m2 e 50KN/m


Neste caso, a força de 30KN/m se encontra distribuída por toda a largura da via

Figura 41: Forca de frenagem linearmente distribuída na largura da via


A resultante será
Rmax=225 KN
A máxima resultante resulta da sobrecarga distribuída.

b) Forca tangencial às guarda-rodas ( passeio)


Forca tangencial de 20KN, movel, transversalmente só pode actuar nas bordas do
passeio, longitudinalmente pode actuar em qualquer ponto.
Resultante :
Rmax=20 KN

48
Figura 42: Forca tangencial às guarda rodas

c) Força normal ao guarda-roda


Rmax=20 KN

2. Devido a sobrecarga do passeio


A sobrecarga do passeio se encontra vinculada uma sobrecarga horizontal nos guardas de
1.5KN/m.
Rmax = 300KN.
3. Devido ao vento
Forcas já determinadas na quantificação da acção do vento
a) Sem sobrecarga de veículos
W=3.05KN/m ; M=28.93KNm/m

Figura 43: Acção do vento sem a sobrecarga de veículos

b) com sobrecarga de veículos


W=7.1KN/m ; M=23.15KNm/m

49
Figura 44: Acção do vento com a sobrecarga de veículos

8.3 ANÁLISE LONGITUDINAL DA VIGA

8.3.1 QUANTIFICAÇÃO DAS ACÇÕES LONGITUDINAIS


a) Acções permanentes
b) Acções variáveis

8.3.1.1 Acções permanentes


i. Devido ao peso próprio
Para a obtenção dos esforços longitudinais devido ao peso próprio ou cargas permanentes
no final da construção:

- 𝑃𝑃𝑡𝑎𝑏 = 16.36𝐾𝑁/𝑚2 = 16.36*11=180KN/m

- 𝑃𝑝𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜𝑠 = 3.28 ∗ 1.25 ∗ 2 = 8.2𝐾𝑁/𝑚

- 𝑃𝑝𝑟𝑒𝑣 = 1.1 ∗ 8.5 = 9.7𝐾𝑁/𝑚

-𝑃𝑝𝑣𝑖𝑔.𝑏𝑜𝑟𝑑𝑑𝑢𝑟𝑎 = 6𝐾𝑁/𝑚

-𝑃𝑝𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎𝑠 = 0.22 ∗ 2 = 0.44𝐾𝑁/𝑚

Carga total= 204.34KN/m

Figura 45: Actuação das cargas permanentes no final da construção

50
Esforços transversos [KN/m]:

Figura 46: Diagrama dos esforços transversos devido à acção das cargas permanentes
no final da construção

𝑅𝐴 = 𝑅𝐹 = 2131.7𝐾𝑁/𝑚; 𝑅𝐵 = 𝑅𝐸 = 8312.9𝐾𝑁/𝑚 ; 𝑅𝐶 = 𝑅𝐷 =
9989.5𝐾𝑁/𝑚
Momentos flectores [KNm/m]

Figura 47: Diagrama dos momentos flectores devido à acção das cargas permanentes
no final da construção

Deslocamentos e rotações nos apoios.


Apoio A e F: rotação= -6.583*10^-4 rad
Apoio B e E: rotação=-3.684*10^-4 rad
Apoio C e D: rotação=-3.33*10^-3 rad

51
8.3.1.2 Acções variáveis
i. Devido a sobrecarga de veículos
ii. Devido a sobrecarga no passeio

i. Devido a sobrecarga de veículos


I. Veículo tipo de 3 eixos equidistantes

Figura 48: Acção da sobrecarga de veículo tipo de 3 eixos equidistantes

Figura 49: Acção da sobrecarga de veículo tipo de 3 eixos equidistantes (Pormenor)


3 eixos com carga de 200KN em cada eixo, eixos espaçados de 1.5m.
As cargas são moveis, oque significa que podem estar em qualquer ponto do tabuleiro, de
modo que para se obter a envoltório dos esforços, foi usada a ferramenta LOAD TRAIN
do FTOOL, que faz a envoltório de esforços para todas as posições possíveis do veículo
tipo.

52
Esforços transversos máximos [KN]

Figura 50: Envoltória dos esforços transversos máximos devido à acção da sobrecarga
de veículo tipo de 3 eixos equidistantes
Momentos flectores máximos [KNm]

Figura 51: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção da sobrecarga de
veículo tipo de 3 eixos equidistantes
Deslocamentos e rotações nos apoios
Apoio A e F: rotação= -9.57*10^-5 rad
Apoio B e E: rotação=-6.509*10^-5 rad
Apoio C e D: rotação=-7.838*10^-5 rad

II. Sobrecarga uniformemente distribuída q1=4KN/m2


Sobrecarga transversalmente distribuída q2=50KN/m
As cargas são moveis, oque significa que podem estar em qualquer ponto do tabuleiro, de
modo que para se obter a envoltório dos esforços, foi usada a ferramenta LOAD TRAIN
do FTOOL, que faz a envoltório de esforços para todas as posições possíveis das
sobrecargas.
𝑞1 = 4 ∗ 8.82 = 35.28𝐾𝑁/𝑚

53
𝑞2 = 50 ∗ 8.82 = 441𝐾𝑁

Figura 52: Acção das sobrecargas uniformemente e transversalmente distribuídas no


tabuleiro

Esforços transversos máximos [KN]

Figura 53: Envoltória dos esforços transversos máximos devido à acção das sobrecargas
uniformemente e transversalmente distribuídas no tabuleiro
Momentos flectores máximos [KNm]

Figura 54: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção das sobrecargas
uniformemente e transversalmente distribuídas no tabuleiro

54
Para a carga rodoviária, os esforços mais desfavoráveis em todas as secções são devido
as sobrecargas distribuídas.
ii. Sobrecarga nos passeios
I. A sobrecarga vertical nos passeios, de 3KN/m2.trata-se de uma carga movel,
actuando na largura dos passeios.

𝑆𝐶𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 = 2 ∗ 3 ∗ 1.25 = 7.5𝐾𝑁/𝑚

Figura 55: Sobrecarga distribuída nos passeios

Esforços transversos [KN/m]

Figura 56: Envoltória dos esforços transversos devido à acção móvel da sobrecarga
distribuída nos passeios

55
Momentos flectores[KNm]

Figura 57: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção móvel da
sobrecarga distribuída nos passeios

II. Carga concentrada de 20KN

Figura 58: Sobrecarga concentrada nos passeios

Esforço transverso [KN]

Figura 59: Envoltória dos esforços transversos devido à acção móvel da sobrecarga
concentrada nos passeios

56
Momentos flectores[KNm]

Figura 60: Envoltória dos momentos flectores máximos devido à acção móvel da
sobrecarga concentrada nos passeios

Os esforços mais desfavoráveis tanto de corte como momentos flectores surgem devido
a sobrecarga uniformemente distribuída.
4. Acção Sísmica
O nosso país tem vindo a ser alvo de fenómeno naturais e abalos sísmicos é um dele, esses
ocorrem não com frequência na zona centro e norte onde se encontra o rift, a nossa obra
de arte a implantar foi dimensionada considerando esse aspectos visto que este se encontra
na zona centro. Para a determinação e quantificação dessa acção foi usada os parâmetros
apresentados no RSA, por essa estrutura apresentar condições aceites como:
➢ Estrutura sensivelmente simétrica em ralação a um plano no eixo longitudinal;
➢ Superestrutura suportada por pilares verticais;
➢ Eixo longitudinal em planta recta.
➢ Vãos não excessivamente desiguais: (35, 40, 50m)

Para a determinação da acção sísmica deve ser obedecida a seguinte formula pra
determinar a força sísmica na estrutura.
𝛽 × 𝐺𝑖 × 𝑑𝑖
𝐹𝑘𝑖 = (2𝜋𝑓)2 ×
𝑔
Onde:

➢ 𝐹𝑘𝑖 - Força sísmica a ser a plicada na estrutura;


➢ 𝛽 - Coeficiente sísmico correspondente a direcção considerada;
➢ 𝐺𝑖 - Soma dos valores das cargas permanentes e os valores quase permanentes;
➢ 𝑑𝑖 - Deslocamento na estrutura provocados pelas cargas Gi;
➢ 𝑓 - Frequência própria fundamental da estrutura no sentido em estudo;

57
Determinação do coeficiente sísmico correspondente a direcção
O coeficiente sísmico é determinado com base na seguinte fórmula:
𝛼
𝛽 = 𝛽𝑜 × ≥ 0.04 × 𝛼
𝜂
Onde:

𝛽𝑜 – Coeficiente sísmico de referência;

𝛼 – Coeficiente de sismicidade;

𝜂 – Coeficiente de comportamento;

Segundo o RSA fez-se uma equivalência da zona onde se localiza a nossa estrutura, com
o mapa sísmico de Portugal e obteve-se que a zona onde se encontra a estrutura é zona C
obtendo um coeficiente de sismicidade de α = 0,5. A ponte será analisada no sentido
longitudinal (X) como se este fosse um pórtico na determinação da frequência normal
visto que o regulamento se limita apenas para edifícios na análise deste parâmetro.
O coeficiente sísmico de referência é determinado com base no tipo de terreno e na
frequência, para o tipo de terreno foi seleccionado o solo do tipo II (Solos coerentes muito
duros, duros e de consistência média; solos incoerentes compactos).
A frequência vai ser determinada com base na seguinte fórmula.

1 𝑔 ∑𝑖 𝐹𝑖 ×𝑑𝑖
𝑓 = 2𝜋 × √ ∑ 2
𝑖 𝐹𝑖 ×𝑑𝑖

Determinação do centro de massa


O centro de gravidade no sentido longitudinal se encontra no centro da estrutura pôs este
é simétrico, a determinação do centro de gravidade obedeceu a seguinte formula
𝑥1 × 𝑚1 + 𝑥2 × 𝑚2 + 𝑥3 × 𝑚3 + 𝑥4 × 𝑚4 + 𝑥5 × 𝑚5 … 𝑥𝑛 × 𝑚𝑛
𝑥𝑟 =
𝑚1 + 𝑚2 + 𝑚3 + 𝑚4 + 𝑚5 … + 𝑚𝑛

58
Massa do Tabuleiro
tramos cargas x
m1 (kg) 6300 35/2
m2 (kg) 7200 55
m3 (kg) 9000 100
m2' 7200 120
m1' 6300 137.5
pilares
PC 672.9466 75
P(D) 672.9466 125
P(B) 303.4041 35
P€ 303.4041 165
encontros
f 818.805 200
a 818.805 0

Xr=84.028m em relação ao encontro de A como mostra a tabela

Massa do Tabuleiro
tramos cargas Di(m)
m1
(kg) 6300 66.52821
m2
(kg) 7200 29.02821
m3
(kg) 9000 15.97179

Com base nos dados apresentados na tabela a cima os cálculos apresentados na fórmula
são:
∑𝑖 𝐹𝑖 × 𝑑𝑖 0.456
= 2 = 0.022 × 10 = 0.22 = √0.22 = = 0.07 = √0.07 = 0.23
∑𝑖 𝐹𝑖 × 𝑑𝑖 2×𝜋

Para o gráfico a baixo a raiz quadrada da frequência é muito baixo devido a rigidez da
estrutura e a altura a que o tabuleiro se encontra em relação ao solo pra tal será determina

59
Figura 61: Gráfico do coeficientes sísmico de referência

Será adoptado 𝛽𝑜 = 0.11

O coeficiente de comportamento foi determinado com base no REBAP, Art. 33.3


Ductilidade normal 𝜂 = 2 mas por ser o caso de uma ponte estes são reduzidos a 30%
𝜂 = 1.4
0.5
𝛽= = 0.36
1.4
Determinação da força sísmica a ser aplicada
0.36 × 39590.318 × 491.228
𝐹𝑘𝑖 = (2𝜋 × 0.07)2 ×
10
Fk =1354.43 KN
NB: A acção sísmica foi desconsiderada por essa actuar pra cima e a carga do tabuleiro
ser muito elevada em relação a esta, actuando para baixo.

8.3.2 ESFORÇOS DURANTE A CONSTRUÇÃO


a) Cargas permanentes
O método construtivo adoptado para a implantação do tabuleiro é o de Cavalete apoiado
no terreno, recomendável para vãos até a ordem de 40 a 50m, e rasante baixa <20m,
sendo mais adequado para as condições da ponte do presente projecto, alem do facto de
ser uma solução económica.
Sendo assim, a ponte será construída e pré-esforçada em tramos, separados pela secção
de momento flector nulo para as cargas permanentes.
O tabuleiro será construído em fases, será feita a cofragem, betonagem de e
posteriormente serão afixados os passeios e as guardas, apos isso será betonado o outo
tramo da ponte e assim sucessivamente.

60
Figura 62: Primeira fase da construção: cofragem e betonagem do primeiro tramo

Figura 63: Segunda fase da construção: colocação dos passeios e das guardas do
primeiro tramo

Figura 64: Terceira fase da construção: betonagem e cofragem do segundo tramo

61
Figura 65: Quarta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no segundo
tramos

Figura 66: Quinta fase da construção: cofragem e betonagem do terceiro tramo

Figura 67: Sexta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no terceiro
tramo

Figura 68: Quinta fase da construção: cofragem e betonagem do quarto e quinto tramos

62
Figura 69: Sexta fase da construção: colocação dos passeios e dos apoios no quarto e
quinto tramos

Diagrama dos esforços transversos

Figura 70: Diagrama dos esforços transversos na primeira fase de construcao

Figura 71: Diagrama dos esforços transversos na segunda fase de construção

Figura 72: Diagrama dos esforços transversos na terceira fase de construção

63
Figura 73: Diagrama dos esforços transversos na quarta fase de construção

Figura 74: Diagrama dos esforços transversos na quinta fase de construção

Figura 75: Diagrama dos esforços transversos na sexta fase de construção

Figura 76: Diagrama dos esforços transversos na sétima fase de construção

64
Figura 77: Diagrama dos esforços transversos na oitava fase de construção

Diagramas dos Momentos flectores

Figura 78: Diagrama dos momentos flectores na primeira fase de construção

Figura 79: Diagrama dos momentos flectores na segunda fase de construção

Figura 80: Diagrama dos momentos flectores na terceira fase de construção

65
Figura 81: Diagrama dos momentos flectores na quarta fase de construção

Figura 82: Diagrama dos momentos flectores na quinta fase de construção

Figura 83: Diagrama dos momentos flectores na sexta fase de construção

Figura 84: Diagrama dos momentos flectores na sétima fase de construção

66
Figura 85: Diagrama dos momentos flectores na oitava fase de construção

b) Sobrecargas variáveis
Sobrecarga variável e movel de construção de 3 KN/m2

Figura 86: Sobrecarga de construção durante a primeira e segunda fases de construção


da ponte

Figura 87: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de


construção durante a primeira e segunda fases de construção da ponte

Figura 88: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de


construção durante a primeira e segunda fases de construção da ponte

67
Figura 89: Sobrecarga de construção durante a terceira e quarta fases de construção da
ponte

Figura 90: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de


construção durante a terceira e quarta fases de construção da ponte

Figura 91: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de


construção durante a terceira e quarta fases de construção da ponte

Figura 92: Sobrecarga de construção durante a quinta e sexta fases de construção da


ponte

68
Figura 93: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a quinta e sexta fases de construção da ponte

Figura 94: Envoltória dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de


construção durante a quinta e sexta fases de construção da ponte

Figura 95: Sobrecarga de construção durante a sétima e oitava fases de construção da


ponte

69
Figura 96: Envoltória dos esforços transversos devido à acção da sobrecarga de
construção durante a sétima e oitava fases de construção da ponte

Figura 97Diagrama dos momentos flectores devido à acção da sobrecarga de


construção durante a sétima e oitava fases de construção da ponte

8.4 CÁLCULO DOS ESFORÇOS INTERNOS NO TABULEIRO


Para o cálculo dos esforços no tabuleiro, seguir-se-ão os seguintes passos (SCHLAICH e
SCHEEF, 1982):
1. Serão considerados primeiramente os elementos do banzo superior ligados
rigidamente em suas juntas e separados da restante estrutura. Sobre os banzos, todas
as cargas serão aplicadas primeiramente (SCHLAICH, 1982).

2,6 5,8 2,6

Figura 98: Sistema estático considerado na análise


Com o sistema estático considerado na figura 14, e para cada carga considerada, serão
determinados tanto o diagrama de momentos, assim como o os esforços transversos e as
reacções de apoio do sistema considerado.

70
2. Com as reacções determinadas, irá se obter os esforços que serão aplicados nas juntas
entre o banzo superior e as almas, como se pode ver em a2 da figura 15.

3. Tendo as ‘cargas de borda’ como se apresenta em a2 da figura 15, elas serão separadas
em simétricas em anti-simétricas, onde a parte simétrica consiste em iguais cargas
verticais com o mesmo sentido, e em momentos com o mesmo valor e sentidos
contrários aplicados na borda do caixão, como se pode ver em b1 da figura 15. A parte
anti-simétrica consiste em iguais cargas verticais com sentidos contrários, e iguais
momentos com o mesmo sentido, aplicados na borda do caixão como se pode ser em
b2 da figura 15. As forças do sistema simétrico e do anti-simétrico devem ser tais que
quando sobrepostas resultem nas cargas de a2 da figura 15, correspondentes às
reacções de apoio.

4. Serão calculadas as cargas simétricas e anti-simétricas separadamente, onde para o


cálculo da componente anti-simétrica, separou-se a componente de torção,
correspondente a c1, que será considerada na análise longitudinal, e a componente
restante será calculada considerando um enrijecimento transversal do tabuleiro,
conforme d1 e d2 da figura 15, uma vez que essa consideração permite obter
resultados mais precisos.

5. Tendo os esforços para os dois sistemas, esses serão sobrepostos, e no caso do banzo
superior, serão adicionados aos esforços anteriormente determinados.

O procedimento pode ser observado de forma simplificada na figura 15.

71
Figura 99: Esforços em cada um dos sistemas para a viga em caixão. Fonte: (SCHLAICH
e SCHEEF, 1982).

Uma vez descrito o modo de proceder para a determinação dos esforços internos no
tabuleiro para o presente projecto, seguem-se as suas determinações para cada um dos
casos.

8.4.1 CARGAS PERMANENTES


O valor das cargas permanentes já foi determinado, aplicado no banzo superior, o sistema
toma a forma apresentada abaixo:
Sistema estático:

72
Figura 100: Representação das cargas permanentes sobre o banzo superior
Reacções de apoio:

Figura 101: Reacções de apoio para cargas permanentes

Esforços transversos

Figura 102: Esforços transversos para as cargas permanentes.

Momentos flectores

Figura 103: Diagrama de momentos flectores para cargas permanentes.

As reacções de apoio obtidas na figura 17 serão transferidas para o caixão apresentado na


figura que se segue:

73
Figura 104: Cargas transmitidas ao caixão
Devido a simetria das cargas, a resolução irá contar apenas com o sistema simétrico, e
sendo cargas permanentes, observa-se que há uma boa distribuição, uma vez que não
haverá torção para essas cargas.
Para o sistema simétrico, será feito o uso da tabela abaixo.

Figura 105: Tabela de analise estrutural na transversal, (SCHLAICH e SCHEEF, 1982).

As forças aplicadas nas bordas, conforme se observa pela figura 21, tomam os valores:

qr/2 102 kN/m mr/2 23.8 kNm/m


qr 204 kN/m mr 47.6 kNm/m

De seguida irá se determinar os esforços.


a) Esforços axiais (kN/m) produzidos por qr/2

74
As cargas verticais no sistema simétrico não produzem momentos na direcção transversal,
pelo que, não serão calculados.
Esses esforços são calculados de acordo com a) da figura 21, e assume os seguintes
valores:

n AB 52.19 n 10 63.72

n5 13.09 n DC 0

ns 122.98 n AD 105.12

n AE 26.76

b) Esforços produzidos por mr/2


Os momentos no carregamento simétrico geras esforços axiais e momentos, que serão
calculados de acordo com b), e resulta nos seguintes valores-

Momentos (kNm/m): Forças axiais (kN/m):

-5.25 36.02
m AB No
18.55 -8.71
m AD Ns
-0.60 -36.02
mD Nu

Esforços totais devido as cargas sobre as bordas


Os esforços totais são obtidos pela sobreposição dos esforços do mesmo tipo no mesmo
local, para os casos a) e b).

Forças axiais (kN/m)


n AB 88.21

n DC -36.02

n AD -47.74

n AE 26.76

n 10 27.70

n5 -22.93

75
Momentos (kNm/m)

-5.25
m AB
18.55
m AD
-0.60
mD
Tabela 8:Esforços devido a sobreposição dos sistemas para as cargas permanentes.

Esforços finais
Os esforços finais serão encontrados somando os esforços devido as cargas de borda para
o carregamento simétrico e anti-simétrico, e os esforços internos obtidos para o banzo
superior, desse modo obtém-se:

Parâmetro Sistemas(kNm) Banzo Soma final(kNm)

m AB -5.25 -49 -54.25

m5 -5.25 24.5 19.25

m BA -5.25 -49 -54.25

m AD 18.55 0 18.55

m DA -0.60 0 -0.60

m DC -0.60 0 -0.60

m CD -0.60 0 -0.60

m AE 0.00 -72.8 -72.80

m BF 0.00 -72.8 -72.80

m CB -0.60 0 -0.60

m BC 18.55 0 18.55

Tabela 9: Momentos finais para as cargas permanentes.

76
Esforços normais:

Esforços (kN)

n AB 88.21

n5 -22.93

n BA 88.21

n AD -36.97

n DA -8.71

n 10 27.70

n DC -36.02

n CD -36.02

n AE 26.76

n BF 26.24

n CB 18.30

n BC 8.75

Tabela 10: Esforços normais finais para as cargas permanentes.

A notação para os esforços é tal como se encontra na figura abaixo:

Figura 106: Nomenclatura para a representação dos esforços.

8.4.2 SOBRECARGA DE TRÁFEGO RODOVIÁRIO


i) Veículo de três eixos
Para o veículo de 3 eixos, será feita a variação da sua posição de modo a obter os esforços
mais desfavoráveis para cada um dos elementos, pelo que, considerou-se três posições.

77
Posição 1:
Sistema estático:

Figura 107: Sistema estático para o veículo de três eixos para a posição 1.
Reacções de apoio:

Figura 108: Reacções de apoio para o veículo de três eixos para a posição 1.
Esforço transverso:

Figura 109: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 1

Momentos na direcção transversa:

78
Figura 110: Diagrama de momentos para o veículo de 3 eixos na posição 1.
Carregamento simétrico:
Cargas do sistema simétrico:

qr/2 100 kN/m mr 25.6 kNm/m

qr 200 kN/m mr/2 12.8 kNm/m

a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 51.17 kN n 10 62.47 kN

n5 12.83 kN n DC 0 kN

ns -85.55 kN n AD -103.06 kN

n AE 26.24 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m): Forças axiais (kN/m):

-2.82 kNm 19.37 kN


m AB No
9.98 kNm -4.69 kN
m AD Ns
-0.32 kNm -19.37 kN
mD Nu

Carregamento anti-simétrico:
Cargas do carregamento anti-simétrico:

185.6 51.6
qr kN/m Mr kNm/m
92.8 25.8
qr/2 kN/m mr/2 kNm/m

Para o carregamento anti-simétrico irá se fazer o uso da figura 30, considerando os casos
a) e b) onde há um enrijecimento na diagonal, devido a maior precisão que estes oferecem.

79
Fazendo-se o uso desse método, deve-se sobrepor esses resultados, com os de e) que
existe devido aos efeitos da força fictícia S gerada no elemento de rigidez na diagonal
considerado por a) e b). A força 𝑆̅ necessária para a aplicação de e) da figura 30, e tal
força é determinada por:
𝑔
𝑆̅(𝑥) = 𝐾 𝑉 (𝑥)
𝑏𝑠 𝑠

Onde:

𝑉𝑠 (𝑥)-Deformação vertical para a posição x encontrada por analogia a uma viga em meio
elástico, deformação essa resultante de uma carga 𝑞𝑠 (𝑥) = 𝑆(𝑥)𝑏𝑠 /𝑔 em que S é a soma
das forças fictícias determinadas em a) e b).

𝐾, 𝑔, 𝑏𝑠 -Representam parâmetros já determinados no projecto.

Por simplificação de cálculo essa parcela não será considerada, e uma vez que as essas
deformações não assumem grande valor na maioria das vezes, e a correcção resultante
pode não ter grande influência.

Figura 111: Tabela para o carregamento anti-simétrico. Fonte: (SCHLAICH, 1982)


a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

80
40.9221 kN
1
n AB
-61.3832 kN
n AD
-34.8722 kN
N
-107.657 kN
n DC
s 210.429 kN
5

b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

-11.6633 kNm 3.779751


m AB n AB
14.13665 kNm 7.087003 13.1386
m AD n AD s
-1.22083 kNm 11.88712
mD n DA
-9.94365
n DC

Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB -14.48 -66.4 -80.88

m5 -2.82 7.7 4.88

m BA 8.84 -13 -4.16

m AD 24.12 0 24.12

m DA -1.55 0 -1.55

m DC -1.55 0 -1.55

m CD 0.90 0 0.90

m AE 0.00 0 -105.00

m BF 0.00 0 0.00

m CB 0.90 0 0.90

m BC -4.16 0 -4.16

Tabela 11:Momentos resultante da sobreposição dos dois sistemas e os finais para o


veículo de 3 eixos na posição 1.

81
Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB 115.24

n5 -6.54

n BA 25.84

n AD -99.84

n DA -27.67

n 10 43.10

n DC -136.97

n CD 98.23

n AE 26.24

n BF 26.24

n CB 18.30

n BC 8.75

Tabela 12:Esforços normais finais para o veículo de 3 eixos na posição 1.

Posição 2:
Sistema estático:

82
Reacções de apoio:

Figura 112: Reacções de apoio para o veículo de três eixos na posição 2.

Esforços transversos:

Figura 113: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 2.

Momentos na direcção transversa:

Figura 114: Diagrama de momentos na direcção transversa para o veículo de três eixos.

Sistema simétrico:
Cargas do sistema simétrico:

qr/2 100 kN/m mr -255.6 kNm/m

qr 200 kN/m mr/2 -127.8 kNm/m

83
a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 51.17 kN n 10 62.47 kN

n5 12.83 kN n DC 0 kN

ns -85.55 kN n AD -103.06 kN

n AE 26.24 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m): Forças axiais (kN/m):

28.17 kNm -193.40 kN


m AB No
-99.63 kNm 46.79 kN
m AD Ns
3.24 kNm 193.40 kN
mD Nu

Sistema anti-simétrico:
Cargas do sistema assimétrico:

0 0
qr KN/m Mr KNm/m
0 0
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

0 kN
n AB
0 kN
n AD
0 kN
N
0 kN
n DC
s 0 kN

84
b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

0 kNm 0
m AB n AB
0 kNm 0 0
m AD n AD s
0 kNm 0
mD n DA
0
n DC

Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo´ Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB 28.17 -127.8 -99.63

m5 28.17 62.2 90.37

m BA 28.17 -127.8 -99.63

m AD -99.63 0 -99.63

m DA 3.24 0 3.24

m DC 3.24 0 3.24

m CD 3.24 0 3.24

m AE 0.00 0 0.00

m BF 0.00 0 0.00

m CB 3.24 0 3.24

m BC -99.63 0 -99.63

Tabela 13: Sobreposição dos momentos dos sistemas e os finais para o veículo de três
eixos na posição 2.

85
Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB 206.23

n5 -142.23

n BA -99.63

n AD 46.79

n DA 255.87

n 10 193.40

n DC 193.40

n CD 26.24

n AE 26.24

n BF 46.79

n CB -99.63

n BC 206.23

Tabela 14: Esforços normais finais para o veículo de três eixos na posição 2.

Posição 3:
Sistema estático:

Figura 115: Sistema estático para o veículo de três eixos na posição 3.

86
Reacções de apoio:

Figura 116: Reacções de apoio para o veículo de três eixos na posição 3.

Esforços transversos:

Figura 117: Diagrama de esforços transversos para o veículo de três eixos na posição 3.

Momentos flectores:

Figura 118: Diagrama de momentos flectores para o veículo de três eixos na posição 3.

Sistema simétrico:
O carregamento para o sistema simétrico é:

qr/2 100 kN/m mr -131.1 kNm/m

qr 200 kN/m mr/2 -65.55 kNm/m

a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 51.17 kN n 10 62.47 kN

n5 12.83 kN n DC 0 kN

87
ns -85.55 kN n AD -103.06 kN

n AE 26.24 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m): Forças axiais (kN/m):

28.17 kNm -193.40 kN


m AB No
-99.63 kNm 46.79 kN
m AD Ns
3.24 kNm 193.40 kN
mD Nu

Sistema assimétrico:

145 -40.7
qr KN/m Mr KNm/m
72.5 -20.35
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

31.9704 kN
n AB
-47.9556 kN
n AD
-27.2439 kN
N
-84.1067 kN
n DC
s 164.398 kN

b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

9.20 kNm -2.98


m AB n AB
-11.15 kNm -5.59 -10.36
m AD n AD s
0.96 kNm -9.38
mD n DA
7.84
n DC

88
Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB 23.65 -85.9 -62.25

m5 14.45 34.8 49.25

m BA 5.25 -45.2 -39.95

m AD -62.25 0 -62.25

m DA 2.63 0 2.63

m DC 2.63 0 2.63

m CD 0.70 0 0.70

m AE 0.00 0 0.00

m BF 0.00 0 0.00

m CB 0.70 0 0.70

m BC -39.95 0 -39.95

Tabela 15: Momentos flectores dos dois sistemas e os finais para o veículo de três eixos
na posição 3.
Esforços normais:

Esforços Valores(kN)

n AB -19.04

n5 112.03

n BA -77.01

n AD -104.65

n DA -12.62

n 10 161.67

n DC 22.93

n CD 175.46

n AE 26.24

n BF 26.24

n CB 60.62

89
n BC 2.44

Tabela 16: Esforços normais finais para o veículo de três eixos na posição 3.

Tendo se verificado os casos para o veículo de três eixos, segue-se a sobrecarga uniforme.

ii) Conjunto de sobrecargas rodoviárias constituídas por: sobrecarga


uniformemente distribuída q1=4KN/m2 + q2=50KN/m
Essa sobrecarga irá contar também com posições diferentes, de modo a obter o efeito mais
desfavorável para cada caso.
Posição 1:
Sistema estático:

Figura 119: Sistema estático para sobrecarga rodoviária na posição 1.

Reacções de apoio:

Figura 120: Reacções de apoio para a sobrecarga rodoviária na posição 1


Esforços transversos:

Figura 121: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga rodoviária na posição


1.

90
Momentos flectores:

Figura 122: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga rodoviária na posição


1.

Sistema simétrico:
Carregamentos simétricos:

qr/2 156.6 kN/m mr -302.5 kNm/m

qr 313.2 kN/m mr/2 -151.25 kNm/m

a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 80.13 kN n 10 97.83 kN

n5 20.09 kN n DC 0 kN

ns -133.97 kN n AD -161.39 kN

n AE 41.09 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m): 228.88 kN
Nu
33.34 kNm
m AB
-117.91 kNm
m AD
3.84 kNm
mD

Forças axiais (kN/m):

-228.88 kN
No
55.37 kN
Ns

91
Sistema anti-simétrico:
Carregamentos anti-simétricos:

0 0
qr KN/m Mr KNm/m
0 0
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

0 kN
n AB
0 kN
n AD
0 kN
N
0 kN
n DC
s 0 kN

b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

0.00 kNm 0.00


m AB n AB
0.00 kNm 0.00 0.00
m AD n AD s
0.00 kNm 0.00
mD n DA
0.00
n DC

Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB 33.37 -151.4 -118.03

m5 33.37 75.7 109.07

m BA 33.37 -151.4 -118.03

m AD -118.03 0 -118.03

m DA 3.84 0 3.84

92
m DC 3.84 0 3.84

m CD 3.84 0 3.84

m AE 0.00 0 0.00

m BF 0.00 0 0.00

m CB 3.84 0 3.84

m BC -118.03 0 -118.03

Tabela 17: Momentos flectores dos sistemas sobrepostos e os finais para a sobrecarga
rodoviária na posição 1.
Esforços normais:

Esforços Valores
(kN)

n AB -148.98

n5 249.20

n BA -148.98

n AD -118.03

n DA 55.43

n 10 326.94

n DC 229.11

n CD 229.11

n AE 41.09

n BF 41.09

n CB 55.43

n BC -118.03

Tabela 18: Esforços normais finais para a sobrecarga rodoviária na posição 1.


Posição 2:
Sistema estático:

Figura 123: Sistema estático para a sobrecarga rodoviária na posição 2.

93
Reacções de apoio:

Figura 124: Reacções de apoio para a sobrecarga rodoviária na posição 2.

Esforços transversos:

Figura 125: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga rodoviária na posição


2.

Momentos flectores:

Figura 126: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga rodoviária na posição


2.

Sistema simétrico:

qr/2 193.05 kN/m mr -253.6 kNm/m

qr 386.1 kN/m mr/2 -126.8 kNm/m

94
a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 98.78 kN n 10 27.95 kN

n5 24.77 kN n DC -98.85 kN

ns -165.16 kN n AD 3.22 kN

n AE 27.95 kN

b) Esforços produzidos por mr/2Momentos (kNm/m):

27.95 kNm
m AB
-98.85 kNm
m AD
3.22 kNm
mD

Forças axiais (kN/m):

-191.88 kN
No
46.42 kN
Ns
191.88 kN
Nu
Sistema anti-simétrico:

72.9 49.2
qr KN/m Mr KNm/m
36.45 24.6
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

16.07339 kN
n AB
-24.1101 kN
n AD
-13.6971 kN
N
-42.2854 kN
n DC
s 82.65252 kN

95
b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

-11.12 kNm 3.60


m AB n AB
13.48 kNm 6.76 12.53
m AD n AD s
-1.16 kNm 11.33
mD n DA
-9.48
n DC

Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB 16.83 -151.4 -134.57

m5 27.95 75.7 103.65

m BA 39.07 -151.4 -112.33

m AD -85.37 0 -85.37

m DA 2.05 0 2.05

m DC 2.05 0 2.05

m CD 4.38 0 4.38

m AE 0.00 -49.2 -49.20

m BF 0.00 0 0.00

m CB 4.38 0 4.38

m BC -112.33 0 -112.33

Tabela 19: Momentos flectores dos sistemas e finais para a sobrecarga rodoviária na
posição 2.

96
Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB -73.42

n5 216.65

n BA -112.78

n AD -116.20

n DA 44.06

n 10 312.48

n DC 140.12

n CD 243.65

n AE 50.65

n BF 50.65

n CB 48.78

n BC -81.50

Tabela 20: Esforços normais para a sobrecarga rodoviária na posição 2.

A. Acções em passeios e guarda corpos


A acção em guarda corpos só pode existir se existir acções em passeio, uma vez que essa
sobre carga é devido ao tráfego de peões. Sendo que a sobrecarga sobre as guardas não
pode existir sem a sobrecarga sobre o passeio, elas serão determinadas em conjunto.
A sobrecarga sobre o passeio pode ser concentrada ou distribuída, mas uma vez que a
concentrada gera maiores esforços no sistema transversal, somente este caso será
considerado.

i) Guardas e passeios com uma carga pontual


Serão consideradas duas posições, e será escolhida a que tiver o efeito mais desfavorável.

97
Posição 1:
Sobrecarga só em um dos lados do passeio.
Sistema estático:

Figura 127: Sistema estático para a sobrecarga em passeios e guardas na posição 1.

Reacções de apoio:

Figura 128: Reacções de apoio para a sobrecarga nos passeios e guardas na posição 1.

Esforços transversos:

Figura 129: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga do passeio e guarda


na posição 1.

98
Momentos flectores:

Figura 130: Diagrama de momentos flectores para a sobrecarga do passeio e guardas


na posição 1.
Sistema simétrico:
Carregamento para o sistema simétrico:

qr/2 10 kN/m mr 53.8 kNm/m

qr 20 kN/m mr/2 26.9 kNm/m

a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 5.12 kN n 10 6.25 kN

n5 1.28 kN n DC 0 kN

ns -8.56 kN n AD -10.31 kN

n AE 2.62 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m): Forças axiais (kN/m):

-5.93 kNm 40.71 kN


m AB No
20.97 kNm -9.85 kN
m AD Ns
-0.68 kNm -40.71 kN
mD Nu

Sistema anti-simétrico:
Carregamento:

20 53.8
qr KN/m Mr KNm/m
10 26.9
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

99
a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

4.40971 kN
n AB
-6.61456 kN
n AD
-3.75778 kN
N
-11.6009 kN
n DC
s 22.67559 kN

b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

-12.1606 kNm 3.940903


m AB n AB
14.73938 kNm 7.389162 13.69877
m AD n AD s
-1.27289 kNm 12.39393
mD n DA
-10.3676
n DC

Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB -18.09 -151.4 -134.57

m5 -5.93 75.7 103.65

m BA 6.23 -151.4 -112.33

m AD 35.71 0 -85.37

m DA -1.96 0 2.05

m DC -1.96 0 2.05

m CD 0.59 0 4.38

m AE 0.00 -49.2 -49.20

m BF 0.00 0 0.00

m CB 0.59 0 4.38

m BC 6.23 0 -112.33

Tabela 21: Momentos flectores resultantes da soma dos dois sistemas e os resultados
finais para a sobrecarga no passeio e na guarda na posição 1.

100
Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB 54.17

n5 -39.42

n BA 37.47

n AD -33.78

n DA -1.21

n 10 -34.46

n DC -62.68

n CD -18.74

n AE 2.62

n BF 2.62

n CB -18.48

n BC -35.33

Tabela 22: Esforços normais para a sobrecarga no passeio e nas guardas para a carga
na posição 1.

Posição 2:
Carga nas duas posições:

Sistema estático:

Figura 131:Sistema estático para as cargas no passeio e nas guardas na posição 2.

101
Reacções de apoio:

Figura 132: Reacções de apoio para as cargas no passeio e nas guardas na posição 2.
Esforços transversos:

Figura 133: Diagrama de esforços transversos para a sobrecarga no passeio e nas


guardas na posição 2.

Momentos flectores:

Figura 134: Diagrama dos momentos flectores para a sobrecarga no passeio e nas
guardas na posição 2.

Sistema simétrico:
Carregamento:

qr/2 20 kN/m mr 107.6 kNm/m

qr 40 kN/m mr/2 53.8 kNm/m

102
a) Forças axiais (kN/m) produzidas por qr/2

n AB 10.23 kN n 10 12.49 kN

n5 2.57 kN n DC 0 kN

ns -17.11 kN n AD -20.61 kN

n AE 5.25 kN

b) Esforços produzidos por mr/2


Momentos (kNm/m):

-11.86 kNm Forças axiais (kN/m):


m AB
41.94 kNm 81.41 kN
m AD No
-1.36 kNm -19.70 kN
mD Ns
-81.41 kN
Nu

Sistema anti-simétrico:

0 0
qr KN/m Mr KNm/m
0 0
qr/2 KN/m mr/2 KNm/m

a) Forças (kN/m) produzidas por qr/2

0 kN
n AB
0 kN
n AD
0 kN
N
0 kN
n DC
s 0 kN

b) Esforços produzidos por mr/2, quando a estrutura esta rigidamente fixa

0 kNm 0
m AB n AB
0 kNm 0 0
m AD n AD s
0 kNm 0
mD n DA

103
0
n DC
Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas(kNm) Banzo(kNm) Soma final(kNm)

m AB -11.86 0 -11.86

m5 -11.86 0 -11.86

m BA -11.86 0 -11.86

m AD 41.94 0 41.94

m DA -1.36 0 -1.36

m DC -1.36 0 -1.36

m CD -1.36 0 -1.36

m AE 0.00 -53.8 -53.80

m BF 0.00 -53.8 -53.80

m CB -1.36 0 -1.36

m BC 41.94 0 41.94

Figura 135: Momentos flectores para finais para a sobrecarga no passeio e nas guardas
na posição 2.
Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB 91.65

n5 -78.85

n BA 91.65

n AD -24.36

n DA -19.70

n 10 -68.92

n DC -81.41

n CD -81.41

n AE 5.25

n BF 5.25

n CB -19.70

104
n BC -24.36

Figura 136: Esforços normais para a sobrecarga no passeio e nas guardas na posição 2.
B. Variação de Temperatura
A variação de temperatura irá corresponder a um incremento ou diminuição gradual de
15ºC. Essa variação de temperatura cria uma deformação dada por:

∆𝐿0 = ∆𝑇𝛼𝑡 𝑏𝑜 = ±15 × 10 × 10−6 × 6,02 = ±9,03 × 10−4 𝑚

Onde: ∆𝑇 = ±15℃ - Variação de temperatura;

𝛼𝑡 = 10 × 10−6 /℃ - Coeficiente de dilatação linear.

𝑏𝑜 = 6.02m – Largura do banzo superior retirando as consolas.

A variação de temperatura é um esforço interno simétrico, ou seja, não possui


carregamento externo, e será calculada de acordo com a figura 54 para os dois casos,
positivo e negativo, onde será usada a acção mais desfavorável conforme a situação. Para
o seu cálculo, o módulo de elasticidade foi reduzido a metade, por se tratar variações
rápidas de temperatura, conforme art. 31.3 REBAP.

Figura 137: Tabela para o cálculo do efeito da variação de temperatura sobre o


tabuleiro. Fonte: (SCHLAICH e SCHEEF, 1982).
Para a variação positiva:
Os esforços resultantes da soma dos dois sistemas para a variação positiva são:

Parâmetro Sistemas(kNm) Banzo(kNm) Soma final(kNm)

m AB -7.98 0 -7.98

m5 -7.98 0 -7.98

m BA -7.98 0 -7.98

m AD -7.98 0 -7.98

m DA 2.50 0 2.50

m DC 2.50 0 2.50

m CD 2.50 0 2.50

m AE 0.00 0 0.00

105
m BF 0.00 0 0.00

m CB 2.50 0 2.50

m BC -7.98 0 -7.98

Tabela 23: Momentos flectores resultantes da variação de temperatura positiva.

Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB -5.17

n5 -5.17

n BA -5.17

n AD 1.25

n DA 1.25

n 10 5.17

n DC 5.17

n CD 5.17

n AE 0.00

n BF 0.00

n CB 1.25

n BC 1.25

Tabela 24: Esforços normais resultantes da variação de temperatura positiva.

Para a variação negativa os esforços resultantes da soma dos dois sistemas são:

Parâmetro Sistemas Banzo Soma final


(kNm) (kNm) (kNm)

m AB 7.98 0 7.98

m5 7.98 0 7.98

m BA 7.98 0 7.98

m AD 7.98 0 7.98

m DA -2.50 0 -2.50

m DC -2.50 0 -2.50

106
m CD -2.50 0 -2.50

m AE 0.00 0 0.00

m BF 0.00 0 0.00

m CB -2.50 0 -2.50

m BC 7.98 0 7.98

Tabela 25: Momentos flectores resultantes da variação de temperatura negativa.

Esforços normais:

Esforços Valores (kN)

n AB 5.17

n5 5.17

n BA 5.17

n AD -1.25

n DA -1.25

n 10 -5.17

n DC -5.17

n CD -5.17

n AE 0.00

n BF 0.00

n CB -1.25

n BC -1.25

Tabela 26: Esforços normais resultantes da variação de temperatura negativa.

Tendo obtido as acções para todos os sistemas considerados, irá se proceder a combinação
de acções e dimensionamento para o sistema na transversal.

107
8.4.3 COMBINAÇÃO DE ACÇÕES E DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA
TRANSVERSAL
As combinações usadas serão resumidas na tabela abaixo, onde se indica a combinação
base considerada para cada um dos casos:

Local Acção base:

AB Sobrecarga rodoviária 2

5 Sobrecarga rodoviária

BA Sobrecarga rodoviária

AD Sobrecarga rodoviária

DA Sobrecarga rodoviária

DC Sobrecarga rodoviária

CD Sobrecarga rodoviária

AE Sobrecarga rodoviária 2

BF Sobrecarga rodoviária 2

CB Sobrecarga rodoviária

BC Sobrecarga rodoviária

As armaduras foram determinadas com recurso ao ábaco 30 e 34 conforme se tratasse de


grande ou pequena excentricidade, onde verificou-se também a actuação isolada dos
esforços normais, e obteve-se o seguinte:

Local v μ e Comentário

AB 0,0058 -0,0428 4,44 Grande

5 -0,0467 0,0681 0,44 Grande

BA 0,0171 -0,0387 1,36 Grande

AD 0,0282 -0,0503 0,80 Grande

DA -0,0090 0,0024 0,10 Média

DC -0,0296 0,0016 0,02 Pequena

CD -0,0315 0,0017 0,02 Pequena

AE -0,0055 -0,0236 -2,57 Grande

BF -0,0055 0,0000 0,00 Nula

108
CB -0,0090 0,0024 0,10 Média

BC 0,0282 -0,0503 0,80 Grande

Tabela 27: Parâmetros para a determinação das armaduras na transversal.


Onde:
𝑁𝑅𝑑 𝑀𝑅𝑑 𝐴𝑠 𝑓𝑠𝑦𝑑 𝑀𝑅𝑑
𝑣= 𝜇= 𝑤= 𝑒=
𝑏ℎ𝑓𝑐𝑑 𝑏ℎ2 𝑓𝑐𝑑 𝑏ℎ 𝑓𝑐𝑑 𝑁𝑅𝑑

𝑁𝑅𝑑 -Esforço normal com tracção positiva;

𝑏-Largura da secção;

ℎ-Altura da secção;

𝑀𝑅𝑑 -Momento flector actuante;

𝑓𝑐𝑑 -Tensão de rotura a compressão do betão;

𝑓𝑠𝑦𝑑 -Tensão de rotura do aço;

𝐴𝑠 -Área da secção da armadura;

𝑒-Excentricidade.

Com base nas verificações para a flexão composta, e para a acção do esforço normal
isolado, obteve-se os seguintes resultados.

Local 𝐴𝑠 𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 𝐴𝑠 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙 𝐴𝑠 𝑚í𝑛 𝑨𝒔 𝒇𝒊𝒏𝒂𝒍 𝑨𝒔 𝒅𝒊𝒔𝒕𝒓𝒊𝒃𝒖𝒊çã𝒐

cm2/m cm2/m cm2/m cm2/m cm2/m

AB 16.07 6,6 16.07 3.21

5 16.07 3 16.07 3.21

BA 9.64 6,6 9.64 1.93

AD 12.05 4,8 12.05 2.41

DA 0.00 1,93 3,6 3,6 0.72

DC 4.71 8,00 4,68 4.71 1.60

CD 7.07 8,00 4,68 7.07 1.60

AE 6.43 2,03 6,6 6,6 1.32

BF 0.00 2,03 6,6 6,6 1.32

CB 0.00 1,94 3,6 3,6 0.72

109
BC 12.05 4,8 12.05 2.41

Tabela 28: Armaduras do tabuleiro.

Onde as armaduras consideradas para o esforço normal são o somatório para ambas as
faces, e as consideradas para o momento flector são para cada uma das faces.
As armaduras de distribuição foram consideradas um quinto das que lá existem (art. 108.º
REBAP), e serão verificadas mais adiante, uma vez que os efeitos da análise longitudinal
devem ser considerados.

9 DETERMINAÇÃO DO PRÉ-ESFORÇO

9.1 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DA SECÇÃO


𝐴 = 7.2012 𝑚2

𝐼𝑥 = 4.075 𝑚4

𝑊𝑠 = 5.7239 𝑚3

𝑊𝑖 = 2.7383 𝑚3

𝑦𝐺 = 1.488 𝑚

9.1.1 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AOS ESTADOS LIMITES DE


UTILIZAÇÃO
A determinação do pré-esforço será feita com base na verificação aos estados limites
de utilização, considerando os estados limites de descompressão e a verificação da
tensão máxima de compressão do betão, e analisando-se os seus efeitos no tempo
inicial (𝑇0 ) e no tempo infinito (𝑇∞ ). A análise é feita em conformidade com o
regulamento, REBAP.
A análise do pré-esforço é feita tendo em conta o tipo de ambiente da estrutura,
analisando as condições do local onde será construída a ponte, verificou-se que se
trata de um ambiente agressivo.

Para a determinação dos esforços actantes durante a fase de utilização (𝑇∞ ), serão
usadas as seguintes combinações de acções:

• Para a verificação a descompressão a combinação a ser usada é a combinação de


ações frequentes, isto por se tratar de um ambiente muito agressivo, sendo assim:

𝑀𝑞(𝑥) = 𝐺𝑚 + 𝜓1 ∗ 𝑄𝑏𝑎𝑠𝑒 + ∑ 𝜓2 ∗ 𝑄𝑘

110
• Para a verificação da tensão máxima de compressão, será usada a combinação de
acções raras como recomendado no regulamento de estruturas de betão e pré-
esforço, sendo assim:

𝑀𝑞(𝑥) = ∑ 𝐺𝑚 + 𝑄𝑏𝑎𝑠𝑒 + ∑ 𝛹1 𝑄𝐾

Onde:
Mq (X) _ Momento na secção em análise

𝐺𝑚_ Esforços devido a cargas permanentes

𝑄𝑏𝑎𝑠𝑒 _ Esforços devido a cargas base

𝑄𝐾 _Esforços devido a outras cargas

𝛹1 e 𝛹2 _coeficientes correspondentes a acção variável

9.1.2 CÁLCULO DO PRÉ-ESFORÇO


Os valores de pré-esforço serão obtidos a partir das fórmulas deduzidas da verificação
aos estados limites de utilização, considerando duas situações:

a) Momentos positivos

Figura 138_ esquema de tensões na zona de momentos negativos (Desenho sem escala)

111
➢ Descompressão

𝑻𝟎
𝑷𝟎 𝑷𝟎 ∗ 𝒆 𝑴𝒈
− + − ≤𝟎
𝑨 𝒘𝒔 𝒘𝒔

𝑴𝒈 𝟏 𝑴𝒈 ∗ 𝑨
𝑷𝟎 ≤ ∗( )=
𝒘𝒔 𝒆 𝟏 𝒆 ∗ 𝑨 − 𝒘𝒔
𝒘𝒔 − 𝑨

𝑻∞
𝒑∞ 𝑷∞ ∗ 𝒆(𝒙) 𝑴𝒒
− − + ≤𝟎
𝑨 𝒘𝒊 𝒘𝒊
𝑴𝒒 𝑨 ∗ 𝒘𝒊 𝑴𝒒 ∗ 𝑨
𝒑∞ ≥ ( )=
𝒘𝒊 𝒘𝒊 + 𝒆 ∗ 𝑨 𝒘𝒊 + 𝒆 ∗ 𝑨

➢ Compressão máxima

𝑻𝟎
𝑷𝟎 𝑷𝟎 ∗ 𝒆 𝑴𝒈
− − + ≥ −𝟎. 𝟖 𝒇𝒄𝒅
𝑨 𝒘𝒊 𝒘𝒊
𝑴𝒈 𝒘𝒊 ∗ 𝑨
𝑷𝟎 ≤ ( + 𝟎. 𝟖 𝒇𝒄𝒅) ∗ ( )
𝒘𝒊 𝒆 ∗ 𝑨 + 𝒘𝒊
𝑻∞
𝑷∞ 𝑷∞ ∗ 𝒆 𝑴𝒒
− + − ≥ −𝟎. 𝟖 𝒇𝒄𝒅
𝑨 𝒘𝒔 𝒘𝒔
𝑴𝒒 𝒘𝒊 ∗ 𝑨
𝑷∞ ≥ ( − 𝟎. 𝟖𝒇𝒄𝒅) ( )
𝒘𝒔 𝒆 ∗ 𝑨 − 𝒘𝒔
b) Momentos negativos

Figura
139_esquema de tensões na zona de momentos negativos (Desenho sem escala)

112
➢ Descompressão

𝑻𝟎
𝑷𝟎 𝑷𝟎 ∗ 𝒆 𝑴𝒈
− + − ≤𝟎
𝑨 𝒘𝒊 𝒘𝒊

𝑴𝒈 𝟏 𝑴𝒈 ∗ 𝑨
𝑷𝟎 ≤ ∗( )=
𝒘𝒊 𝒆 𝟏 𝒆 ∗ 𝑨 − 𝒘𝒊
𝒘𝒊 − 𝑨

𝑻∞
𝒑∞ 𝑷∞ ∗ 𝒆(𝒙) 𝑴𝒒
− − + ≤𝟎
𝑨 𝒘𝒔 𝒘𝒔
𝑴𝒒 𝑨 ∗ 𝒘𝒔 𝑴𝒒 ∗ 𝑨
𝒑∞ ≥ ( )=
𝒘𝒔 𝒘𝒔 + 𝒆 ∗ 𝑨 𝒘𝒔 + 𝒆 ∗ 𝑨

➢ Compressão máxima

𝑻𝟎
𝑷𝟎 𝑷𝟎 ∗ 𝒆 𝑴𝒈
− − + ≥ −𝟎. 𝟖 𝒇𝒄𝒅
𝑨 𝒘𝒔 𝒘𝒔

𝑴𝒈 𝒘𝒔 ∗ 𝑨
𝑷𝟎 ≤ ( + 𝟎. 𝟖𝒇𝒄𝒅) ( )
𝒘𝒔 𝒘𝒔 + 𝒆 ∗ 𝑨

𝑻∞
𝑷∞ 𝑷∞ ∗ 𝒆 𝑴𝒒
− + − ≥ −𝟎. 𝟖 𝒇𝒄𝒅
𝑨 𝒘𝒊 𝒘𝒊
𝑴𝒒 𝒘𝒊 ∗ 𝑨
𝑷∞ ≥ ( − 𝟎. 𝟖𝒇𝒄𝒅) ( )
𝒘𝒊 𝒆 ∗ 𝑨 − 𝒘𝒊

Onde:
𝑤𝑖 e 𝑤𝑠 _ Módulo de flexão da secção transversal;
𝑃0 _ Pré-esforço no tempo inicial;
𝑃∞ _ Pré-esforço no tempo final;
𝑓𝑐𝑑 _ Tensão de compressão do betão;
A_ área da secção transversal;
𝑒_excentricidade no ponto de analisado;
𝑀𝑔 _momento devido a acções permanentes;
𝑀𝑞 _momento proveniente das combinações de acções permanentes e variáveis

113
O traço do cabo de pré-esforço irá seguir o diagrama de momentos para acções
permanentes uma vez que, apresenta esforços muitos maiores relativamente a outros
carregamentos, a interrupção dos cabos seguirá com a fase construtiva, sendo assim os
cabos serão colocados sendo respeitados o seguinte:

(desenhos ilustrativos dos cabos)

Análise do primeiro tramo de comprimento igual à 38.6 m


Análise da excentricidade: No ponto de momento máximo negativo (x=30 m),
inicialmente admitiu-se uma excentricidade igual à 0.25 deixando um espaço de 0.462m
entre a superfície superior do banzo superior e o CG dos cordões, de modo a deixar folga
suficiente para os cordões e respeitando o recobrimento mínimo de 4.5cm (5cm – 0.5cm
por se tratar de betão B40) e o mínimo igual ao espaçamento do diâmetro assumindo um
diâmetro de. Para o ponto de momento máximo positivo como o cabo é mesmo admitiu-
se a excentricidade considerando que o mínimo de espaço a se deixar deve ser o de 0.400
∅𝑏𝑎𝑖𝑛ℎ𝑎 0.2
m (∅𝑏𝑎𝑖𝑛ℎ𝑎 + = 1.5 ∗ 0.2 + ) , sendo assim admitiu-se excentricidade igual á
2 2
0.9 m.

Figura 140_Andamento do cabo para o primeiro tramo

Momento máximo positivo (X=10.43 m)


Combinações de acções 𝑻∞
Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 11118.6
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 6603.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2
Passeios (3kN/m2) 806.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

114
Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 18245.61

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade


𝑒 = 0.9m tem-se:

compressão
descompressão
Pré-esforço máxima
(𝒌𝑵)
(𝒌𝑵)
Po ≤ 173518.74 54119.95
To
Mg (X=10.43 m) = 18245.61 18245.61
Poo ≥ 10873.81 -844594.25
Too Mq X=10.43 m) = 13921.24 17883.28

a) Momento máximo negativo


Combinações de acções 𝑻∞ (X=30 m)

Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 28003.7
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 8254.7 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1345.5 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 7556.5

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade 𝑒 =


0.25m tem-se:

Pré-esforço descompressão compressão máxima

𝑷𝟎 ≥ -94156.81 𝑷𝟎 ≤ 104351.73
To
Mg (X) = 7556.50 Mg (X) = 7556.50
Poo ≥ 28839.29 Poo ≤ 180852.23
Too Mq (x) = 31574.68 Mq (x) = 36527.5

115
Analisando os valores de obtidos anteriormente, obteve-se os valores limites de pré-
esforços mostrado a seguir:

-58013.39≤ 𝑷𝟎 ≤54119.95
30219.36≤ 𝑷∞ ≤180852.23

Para a melhor avaliação do valor do pré-esforço é necessária definir as perdas deferidas.


As perdas deferidas são perdas resultantes da retracção do betão, fluência do betão e
relaxação do betão, considerando perdas deferidas de 12 % tem-se:
𝑃∞ 30219.36
𝑃0 = = = 34340.2 kN
1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠% 1 − 12%

𝑃0
Disso resultou em:

34340.2kN ≤ 𝑃0 ≤ 54119.95 kN

Assumindo: 𝑃0 =34 500 kN


A determinação do pré-esforço a ser aplicado na estrutura (𝑃0 ´) foi feita a partir do pré-
esforço existente no início da construção (𝑃0 ), foi necessário adicionar-se a parcela
correspondente as perdas instantâneas:
As perdas instantâneas são perda que decorrem devido ao atrito, entradas de cabos e
deformação do betão para o caso de betão pós tensionado, e para esse e assumiu-se igual
a 10%, sendo assim:

𝑃𝑜 34 500
𝑃0 ´ = = ≅ 38 333 𝑘𝑁
1 − 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡â𝑛𝑒𝑎𝑠% 1 − 10%
Adoptou-se:38 500 kN

Determinação da armadura

𝐴𝑃 = 150𝑚𝑚2
Cabo de 0.62” { 𝑓𝑝𝑢𝑘 = 1860 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑝,0.1𝑘 = 1640 𝑀𝑃𝑎

𝑃𝑜´ = 38 500 𝑘𝑁

𝑃0 ´
𝜎𝑃0 ´ = ≤ 0.75𝑓𝑝𝑢𝑘
𝐴
116
𝑃0 ´ 38 500
𝐴≥ = = 27618.4 𝑚𝑚2
0.75𝑓𝑝𝑢𝑘 0.75 ∗ 1860 ∗ 103

𝜎𝑃0 ´ ≤ 0.85𝑓𝑝,0.1𝑘

𝑃0 ´ 38 500
𝐴≥ = = 27598.6𝑚𝑚2
0.85𝑓𝑝,0.1𝑘 0.85 ∗ 1640 ∗ 103

𝐴 27598.6
𝑁𝑟 = = ≈ 184
𝐴𝑃 150

8 cabos 6827: Id=110mm, OD=117mm, AP=32400 𝑚𝑚2


(a escolha de oito cabos, quatro de cada lado deve-se a facto de este causar cargas
concentradas muito elevadas e reduzindo o número de cabos aumenta a resistência na
seção de ancoragem)

Análise do segundo tramo de comprimento igual à 43.83 m:


Análise da excentricidade: No ponto de momento positivo, manteve-se a excentricidade
igual à 0.9m e no ponto de momento positivo reduziu-se a excentricidade para 0.2m pois
o momento apresenta uma diferença de quase o dobro do troço anterior com objectivo de
manter-se a segurança.

Figura 141 Andamento do cabo para o Segundo tramo

117
Momento máximo positivo (x=34.62, contando a partir do apoio)

Combinações de acções 𝑻∞
Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 17541.6
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 8731.1 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1149.2 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 27152.92

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade= 0.9


m tem-se:

compressão
descompressão
Pré-esforço máxima
(𝒌𝑵)
(𝒌𝑵)
Po ≤ 258228.72 61077.40
To
Mg (X) = 27152.92 27152.92
Poo ≥ 16609.10 -762623.67
Too Mq (x) = 21263.88 26502.54

a) Momento máximo negativo (x=50, contando a partir do apoio)


Combinações de acções 𝑻∞

Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 40753.2
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 10422.6 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1797.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 11264.2

118
Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade= 0.25
m tem-se:

Pré-esforço descompressão kN compressão máxima kN


Po >= -62490.56 Po <= 118567.82
To
Mg (X) = 11264.20 Mg (X) = 11264.20
Poo >= 45516.16 Poo >= -2738.30
Too Mq (x) = 45281.72 Mq (x) = 51535.28
Analisando os valores de obtidos anteriormente, tanto para momentos positivos quanto
para negativos, obteve-se os valores limites de pré-esforços mostrado a seguir:

−62490.56 𝑘𝑁 ≤ 𝑷𝒐 ≤ 61077.40 𝑘𝑁
16609.10 𝑘𝑁 ≤ 𝑷∞ ≤ 45516.16𝑘𝑁

Definição do pré-esforço no início (𝑻𝟎 )


𝑃∞ 45516.16
𝑃0 = = = 51 7223 kN
1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠% 1 − 12%
𝑃0
Disso resultou em:

51 7223 kN ≤ 𝑃0 ≤ 61077.40kN

Assumindo: 𝑃0 =51 7223kN


Determinação do pré-esforço a ser aplicado na estrutura (𝑃0 ´) :

𝑃𝑜 51 7223
𝑃0 ´ = = ≅ 57470 𝑘𝑁
1 − 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡â𝑛𝑒𝑎𝑠% 1 − 10%

Adaptou-se 𝑃0 ´ = 58 000 𝐾𝑁

Determinação da armadura

𝐴𝑃 = 150𝑚𝑚2
Cabo de 0.62” { 𝑓𝑝𝑢𝑘 = 1860 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑝,0.1𝑘 = 1640 𝑀𝑃𝑎

𝑃𝑜´ = 58 000𝑘𝑁
𝑃0 ´
𝜎𝑃0 ´ = ≤ 0.75𝑓𝑝𝑢𝑘
𝐴

119
𝑃0 ´ 58 000
𝐴≥ = =41607 𝑚𝑚2
0.75𝑓𝑝𝑢𝑘 0.75∗1860∗103

𝜎𝑃0 ´ ≤ 0.85𝑓𝑝,0.1𝑘
𝑃 ´ 58 000
𝐴 ≥ 0.85𝑓0 = 0.85∗1640∗103 = 41577 𝑚𝑚2
𝑝,0.1𝑘
𝐴 41607
𝑁𝑟 = = ≈ 277
𝐴𝑃 150

6 cabos, de 6849 Id=150mm, OD=157mm, AP=44100 𝑚𝑚2 , cada cabo

𝑃𝑜´ = 9666.67𝑘𝑁

Análise do terceiro tramo de comprimento igual à 37.09m

Figura 142_ Andamento do cabo para o terceiro tramo

a) Momento máximo Positivo (x=25m, a partir do apoio)


Combinações de acções 𝑻∞

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 23104.8
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 10135.6 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1372.6 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 33167.42

120
Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade= 1.1
m tem-se:

descompressão compressão
Pré-esforço
(𝒌𝑵) máxima (𝒌𝑵)
Po ≤ 108691.95 56888.27
To
Mg (X) = 33167.42 33167.42
Poo ≥ 18533.00 -239809.41
Too Mq (x) = 27433.56 33514.92

b) Momento máximo negativo (x=50m, a partir do apoio.)


Combinações de acções 𝑻∞
Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 40753.2
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 10422 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2
Passeios (3kN/m2) 1797.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎
Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 13046.1

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade= 0.2


m tem-se:

Pré-esforço descompressão kN compressão máxima kN

Po ≥ -72376.04 Po ≤ 120358.95
To
Mg (X) = 13046.10 Mg (X) = 13046.10
Poo ≥ 45515.92 Poo ≥ -2734.97
Too Mq (x) = 45281.48 Mq (x) = 51534.68

Analisando os valores de obtidos anteriormente, obteve-se os valores limites de pré-


esforços mostrado a seguir:

-72376.0≤Po ≤56888.27
45515.92≤ 𝑷∞

Definição do pré-esforço no início (𝑻𝟎 )

121
𝑃∞ 45516.16
𝑃0 = = = 51 7223 kN
1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠% 1 − 12%
𝑃0
Disso resultou em:

51 7223 kN ≤ 𝑃0 ≤ 61077.40kN

Assumindo: 𝑃0 =51 7223kN

Determinação do pré-esforço a ser aplicado na estrutura (𝐏𝟎 ´) :


𝑃𝑜 51 7223
𝑃0 ´ = = ≅ 57470 𝑘𝑁
1 − 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡â𝑛𝑒𝑎𝑠% 1 − 10%

Adaptou-se 𝑃0 ´ = 58 000 𝐾𝑁

Determinação da armadura

𝐴𝑃 = 150𝑚𝑚2
Cabo de 0.62” { 𝑓𝑝𝑢𝑘 = 1860 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑝,0.1𝑘 = 1640 𝑀𝑃𝑎

𝑃𝑜´ = 58 000𝑘𝑁
𝑃0 ´
𝜎𝑃0 ´ = ≤ 0.75𝑓𝑝𝑢𝑘
𝐴

𝑃 ´ 58 000
𝐴 ≥ 0.75𝑓0 = 0.75∗1860∗103 =41607 𝑚𝑚2
𝑝𝑢𝑘

𝜎𝑃0 ´ ≤ 0.85𝑓𝑝,0.1𝑘

𝑃0 ´ 58 000
𝐴≥ = = 41577𝑚𝑚2
0.85𝑓𝑝,0.1𝑘 0.85 ∗ 1640 ∗ 103

𝐴 41607
𝑁𝑟 = = ≈ 277
𝐴𝑃 150

6 cabos, de 6849 Id=150mm, OD=157mm, AP=44100 𝑚𝑚2 , cada cabo

𝑃𝑜´ = 9666.67𝑘𝑁
Análise do quarto tramo de comprimento igual à 63.69m:

122
Figura 143_Andamento do cabo para o último tramo

a) Momento Positivo (x=23.29m, contando a partir do apoio)


Combinações de acções 𝑻∞

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)


Permanentes 17541.6
Sobrecargas de veículos (q1+q2) 9731.1 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1149.2 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎
Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎) 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 17541.6

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade= 0.9m


tem-se:

compressão
descompressão
Pré-esforço máxima
(𝒌𝑵)
(𝒌𝑵)

Po ≤ 166823.49 53570.05
To
Mg (X) = 17541.60 17541.60
Poo ≥ 16921.54 -753113.51
Too Mq (x) = 21663.88 27502.54

123
b) Momento máximo negativo (x=45m, contando a partir do apoio)

Combinações de acções 𝑻∞

Tipo de carregamento 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 28003.5

Sobrecargas de veículos (q1+q2) 8254.7 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 1345.5 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎) 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 28003.5

Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade

𝑒 = 0.25 𝑚 tem-se:

Pré-esforço descompressão kN compressão máxima kN

Po ≥ -214990.79 Po ≤ 128914.68
To
Mg (X) = 28003.50 Mg (X) = 28003.50
Poo ≥ 30219.17 Poo ≤ 111431.08
Too Mq (x) = 31574.48 Mq (x) = 36527.3

c) Momento Positivo (x=53.26m, contando a partir do primeiro apoio,


correspondente ao vão de 45 m)
Combinações de acções 𝑻∞

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 1111.8

Sobrecargas de veículos (q1+q2) 6603.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Passeios (3kN/m2) 806.4 𝜑1 = 0.4, 𝜑2 = 0.2

Combinações de acções 𝑻𝟎

Tipo de carregamento 𝒎+ (𝒌𝑵𝒎) 𝒎− (𝒌𝑵𝒎)

Permanentes 1111.8

124
Para o dimensionamento do pré-esforço será assumido um valor de excentricidade
e=0.9m foi adoptado um valor de excentricidade inferior ao do troço x=11.98m menor
em relação ao ponto de analise, sendo assim tem-se:

Pré- descompressão compressão


esforço (𝒌𝑵) máxima (𝒌𝑵)

Po ≤ 105739.71 48553.08
To
Mg (X) = 11118.60 11118.60
Poo ≥ 10868.50 -844658.92
Too Mq (x) = 13914.44 17876.48
Analisando os valores de obtidos anteriormente, obteve-se os valores limites de pré-
esforços mostrado a seguir:

−214990.79 𝑘𝑁 ≤ 𝑷𝒐 ≤ 53570.05𝑘𝑁
30219.17 ≤ 𝑷∞ ≤ 111431.08

Definição do pré-esforço no início (𝑻𝟎 )


𝑃∞ 30219.17
𝑃0 = = = 34340kN
1 − 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒𝑓𝑒𝑟𝑖𝑑𝑎𝑠% 1 − 12%

Disso resultou em: 34340 kN ≤ 𝑃0 ≤ 53570.05kN

Assumiu-se: 𝑃0 =34500kN

Determinação do pré-esforço a ser aplicado na estrutura (𝑷𝟎 ´) :


𝑃𝑜 34500
𝑃0 ´ = = ≅ 38333.3 𝑘𝑁
1 − 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡â𝑛𝑒𝑎𝑠% 1 − 10%
Adoptando:
𝑃𝑜´ = 38500 𝑘𝑁
Determinação da armadura

𝐴𝑃 = 150𝑚𝑚2
Cabo de 0.62” { 𝑓𝑝𝑢𝑘 = 1860 𝑀𝑃𝑎
𝑓𝑝,0.1𝑘 = 1640 𝑀𝑃𝑎

𝑃𝑜´ = 38500 𝑘𝑁

𝑃0 ´
𝜎𝑃0 ´ = ≤ 0.75𝑓𝑝𝑢𝑘
𝐴
125
𝑃0 ´ 38500
𝐴≥ = = 27599 𝑚𝑚2
0.75𝑓𝑝𝑢𝑘 0.75 ∗ 1860 ∗ 103

𝜎𝑃0 ´ ≤ 0.85𝑓𝑝,0.1𝑘

𝑃0 ´ 38500
𝐴≥ = = 27618𝑚𝑚2
0.85𝑓𝑝,0.1𝑘 0.85 ∗ 1640 ∗ 103

𝐴 27504
𝑁𝑟 = = ≈ 184
𝐴𝑃 150

8 cabos 6827: Id=110mm, OD=117mm, AP=32400 𝑚𝑚2

9.1.3 TRAÇADO DO CABO


A baixo apresentam-se as equações correspondentes ao andamento do cabo de pré-
esforço, as equações foram determinadas com base nas excentricidades nos pontos de
momentos máximos analisados anteriormente:

distância X [m]
comprimento do

a partir (a partir
do do apoio Y
Y(x)
cabo (m)

primeiro no vão em [m]


apoio que inicia
[m] o cabo)
0 0 0
Y1 = 0.0083291071x^2 -
10.43 10.43 -0.9
0.1731621362x
20.79 20.79 0
20.79 20.79 0
Y2 = -0.0031563265x2 +
30 30 0.4
0.1874542333x - 2.5329331111
Cabo 1 38.6 36 38.6 0
38.6 8.6 0
51.71 21.71 -0.9 Y3 = 0.0052404493x2 -
64.81 34.81 0 0.2274879033x + 1.5688123395
47.83
64.81 34.81 0
75 45 0.20 Y4 = -0.0017171553x2 +
Cabo 2 86.43 56.43 0 0.1566732520x - 3.3730568026
86.43 11.43 0
100 25 -0.9 Y5 = 0.0038898986x2 -
117.05 49.88 42.05 0 0.2080317761x + 1.8696077902
Cabo 3 117.05 42.05 0

126
distância X [m]

comprimento do
a partir (a partir
do do apoio Y
Y(x)

cabo (m)
primeiro no vão em [m]
apoio que inicia
[m] o cabo)
125 50 0.2 Y6 = -0.0022243353x2 +
136.31 61.31 0 0.2299073008x - 5.7345266892
136.31 11.31 0
148.29 23.29 -0.9 Y7 = 0.0057303744x2 -
161.4 36.4 0 0.2733961637x + 2.3591034638
161.4 63.69 36.4 0
170 45 0.25 Y8 = -0.0031563265x2 +
179.21 54.21 0 0.2859947479x - 6.2282024089
179.21 54.21 0
189.57 64.57 0.9 Y9 = -0.0083291071x2 +
Cabo 4 200 75 0 1.0762039262x - 33.8640671215
Tabela 29_Andamento de cabo de pré-esforço

9.1.4 PERDAS DE PRÉ-ESFORÇO


A. Perdas instantâneas
▪ Perdas instantâneas devidas a atritos ao longo das armaduras
Em elementos de betão pós-tensionados segundo REBAP, as perdas de tensão por atrito
ao longo das armaduras, ∆𝜎𝑝𝑜 𝑓𝑖 (𝑥), quando da aplicação do pré-esforço, podem ser
calculadas pela expressão:

∆𝜎𝑝𝑜,𝑓𝑟 (𝑥) = ∆𝜎𝑝𝑜´ {1 − 𝑒𝑥𝑝[−𝜇(𝛽 + 𝑘𝑥)]}

∆𝑃𝑝𝑜,𝑓𝑟 (𝑥) = ∆𝑃𝑝𝑜´ {1 − 𝑒𝑥𝑝[−𝜇(𝛽 + 𝑘𝑥)]}


∆𝑃𝑝𝑜,𝑓𝑟 (𝑥) = ∆𝑃𝑝𝑜´ {1 − 𝑒𝑥𝑝[−0.3(𝛽 + 0.01 ∗ 𝑥)]}
Onde:
x – Distância da secção considerada à extremidade da armadura em que é aplicado o pré-
esforço; no caso de este ser aplicado em ambas as extremidades, a distância x será referida
à extremidade que determina o maior valor de pré-esforço na secção;
𝑃𝑜´
∆𝜎𝑝𝑜´ – Tensão de tracção (positiva) correspondente ao pré-esforço na origem, = ;
𝐴𝑝
𝜇 – Coeficiente de atrito entre a armadura de pré-esforço e a conduta que tem o valor de
0.50 Para armaduras em condutas sem revestimento, 0.30 Para cabos em feixe,
constituídos por fios ou por cordões, em bainhas metálicas e 0.25Para cordões ou fios
isolados, em bainhas metálicas;

127
𝛽 – Soma dos valores absolutos (em radianos) dos ângulos de desvio do traçado da
armadura de
pré-esforço, ao longo da distância x;
k – Desvio angular parasita por unidade de comprimento, onde poderão adoptar-se para k
o valor de 0,01 por metro.

▪ Perdas instantâneas devidas à deformação do betão


Em elementos de betão pós-tensionados, as perdas de tensão devidas à deformação
instantânea do betão, ∆𝜎𝑝𝑜,𝑒 (𝑥), podem ser calculadas pela expressão:

1 𝑛 − 1 𝐸𝑝
∆𝜎𝑝𝑜,𝑒 (𝑥) = − ∆𝜎 (𝑥)
2 𝑛 𝐸𝑐,𝑗 𝑐

Onde:
Ep _módulo de elasticidade da armadura de pré-esforço;
Ec,j _módulo de elasticidade do betão com a idade que tem quando lhe são aplicadas as
acções (pré-esforço e outras acções permanentes);
∆𝜎𝑐 (𝑥)_ Tensão no betão (Mg+P)
n _o número de armaduras.

𝑃0 (𝑥) 𝑃0 (𝑥) ∗ 𝑒 2 (𝑥) 𝑀𝑔 (𝑥) ∗ 𝑒(𝑥)


∆𝜎𝑐 (𝑥) = − − +
𝐴 𝐼 𝐼

▪ Instantâneas nos dispositivos de amarração


Estas perdas correspondem a um escorregamento dos cordões ou fios nas cunhas e das
cunhas nas placas de ancoragem, quando a força instalada no macaco hidráulico é
transmitida para o órgão de ancoragem (Joaquim Figueiras,1993). Pode ser calculado pela
seguinte expressão:
′ (𝑥)
∆𝜎𝑝𝑜 (𝑥) = 2 ∗ ∆𝜎𝑝𝑜 ∗ 𝑃 ∗ (𝑎 − 𝑥)
𝛽(𝑥)
𝑃 =𝜇∗[ + 𝑘]
𝑥
∆𝑙 ∗ 𝐸𝑝
𝑎=√ ′ (𝑥) ∗ 𝑃
∆𝜎𝑝𝑜
Onde:
∆𝜎𝑝𝑜 (𝑥) - Perda de pré-esforço devido a reentrada das cunhas no ponto “x”.

∆𝑙 - Reentrada das cunhas ≈ 4 mm

𝑎 – Comprimento ao longo do qual a perda se faz sentir;

B. Perdas deferidas

128
▪ Perdas diferidas resultantes da retracção e fluência do betão e da relaxação
das armaduras
Segundo o REBAP as perdas de tensão devidas à retracção e fluência do betão e à
relaxação das armaduras, ∆𝜎𝑝𝑡,𝑠+𝑐+𝑟 (𝑥), são determinadas tendo em conta a evolução
destes fenómenos no tempo e considerando de modo adequado a sua interacção. As
perdas referidas são determinadas
de modo suficientemente aproximado pela expressão seguinte:

𝜀𝑐 (𝑡, 𝑡𝑜 )𝐸𝑝 + 𝛼𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡𝑜 )[∆𝜎𝑐,𝑔 (𝑥) + ∆𝜎𝑐,𝑝𝑜 (𝑥)] − ∆𝜎𝑝,𝑡−𝑡𝑜 ,𝑟 (𝑥)
∆𝜎𝑝𝑡,𝑠+𝑐+𝑟 (𝑥) = −
∆𝜎𝑐,𝑝𝑜 (𝑥) 𝜑 (𝑡, 𝑡 )
1−𝛼 [1 + 𝑐 2 𝑜 ]
∆𝜎𝑝𝑜 (𝑥)

Onde:
to – idade do betão à data em que foi aplicado o pré-esforço;
t – Idade do betão à data em que se pretende determinar as perdas de pré-esforço;
𝜀𝑐 (𝑡, 𝑡𝑜 )– extensão devida à retracção livre do betão entre as idades to e t (sinal negativo
para encurtamento);
Ep – módulo de elasticidade da armadura de pré-esforço;
𝛼 – Coeficiente de homogeneização aço-betão, considerando os valores do módulo de
elasticidade do betão Ec, 28;
𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡𝑜 )– Coeficiente de fluência na idade t, correspondente à aplicação da tensão na
idade to;
∆𝜎𝑐,𝑔 (𝑥), ∆𝜎𝑐,𝑝𝑜 (𝑥) – tensões no betão na secção x ,calculadas ao nível da armadura de
pré-esforço, devidas às acções permanentes (com exclusão do pré-esforço) e ao pré-
esforço inicial, respectivamente (sinal negativo para compressão);
∆𝜎𝑝𝑜 (𝑥) – Tensão na armadura de pré-esforço, na secção x, devida ao pré-esforço inicial
(sinal positivo);
∆𝜎𝑝,𝑡−𝑡𝑜 ,𝑟 (𝑥) – Perda de tensão na armadura de pré-esforço, na secção x, devida à
relaxação entre to e t, calculada para uma tensão inicial dada por:
∆𝜎𝑝𝑜 (𝑥)= ∆𝜎𝑝𝑜+𝑔 (𝑥) – 0,3 ∆𝜎𝑝𝑡,𝑠+𝑐+𝑟 (𝑥)
∆𝜎𝑝𝑜+𝑔 (𝑥)_a tensão na armadura devida ao pré-esforço inicial e às outras acções
permanentes actuantes a partir da idade to.

2 ∗ ∆𝜎𝑝∞,𝑠+𝑐+𝑐 (𝑥)
∆𝜎𝑝∞,𝑠+𝑐+𝑟 (𝑥) = ∆𝜎𝑝∞,𝑠+𝑐+𝑐 (𝑥) + ∆𝜎𝑝∞+𝑟 (𝑥) ∗ (1 − )
∆𝜎𝑝0 (𝑥)

∆𝜎𝑝∞,𝑠+𝑐+𝑐 (𝑥) = −𝜀𝑐 (𝑡∞ , 𝑡𝑜 )𝐸𝑝 + 𝛼𝜑𝑐 (𝑡∞ , 𝑡𝑜 )[∆𝜎𝑐,𝑔 (𝑥) + ∆𝜎𝑐,𝑝𝑜 (𝑥)]
𝑴𝒈 (𝒙)
∆𝜎𝑐,𝑔 (𝑥) = ∗ 𝒆(𝒙)
𝑰
𝑃𝑜 𝑃𝑜 𝟐
∆𝜎𝑐,𝑝𝑜 (𝑥) = − − ∗ 𝒆 (𝒙)
𝐴 𝑰

∆𝜎𝑝∞+𝑟 (𝑥) = 15%∆𝜎𝑝𝑜 =≫ 𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑎ç𝑜𝑠 𝑑𝑒 𝑟𝑒𝑙𝑎𝑐ℎ𝑎çã𝑜 𝑛𝑜𝑟𝑚𝑎𝑙

129
𝐸𝑝
𝛼=
𝐸𝑐

Resultados
Usando as equações anteriores obteve-se os seguintes valores de perda são apresentados
no anexo I deste projecto.
A partir dos resultados do pré-esforço e por meio de interacções para a determinação do
esforço a aplicar para que o pré-esforço no início da construção e no fim da construção
esteja dentro dos parâmetros definidos para o cálculo de pré-esforço, sendo assim, obteve-
se os seguintes valores finais de pré-esforço:
Distância Inicial (a partir do

do
partir

Pré- Pré- Pré-


Comprimento do cabo (m)

Perdas instantâneas (%)


esforço Área esforço esforço
Tipo

Perdas deferidas (%)


Distância final (a

Aplicado do pré- de
primeiro apoio) [m]

primeiro apoio) [m]

Aplicado Aplicado
esforço Número de cabos
[P´o] cabo [Po] [P∞]
(𝒎𝒎𝟐 )
(KN) (KN) (KN)
Tramo

1 0 38.6 38.6 38500 32400 6849 8 9.72 10.40 34991.52 31470.19

2 38.6 86.43 47.83 58 000 44100 6849 6 10.56 11.96 52370.59 45428.56

3 86.43 136.3 49.87 58 000 44100 6849 6 10.28 11.87 43114.84 38424.05

4 136.6 200 63.4 38500 32400 6849 8 11.52 10.32 33603.87 30216.22

Tabela 30_ Pré-esforço final


Determinação do fuso limite
a) Descompressão

• Momento positivo

𝑻𝟎
𝒘𝑺 𝑴𝒒(𝒙) 5.7239 𝑴𝒈(𝒙)
𝒆(𝒙) ≥ + = +
𝑨 𝑷𝟎 7.2012 𝑷𝟎

𝑻∞

130
𝒘𝒊 𝑴𝒈 (𝒙) 2.7383 𝑴𝒒 (𝒙)
𝒆(𝒙) ≥ − + =− + =
𝑨 𝑷∞ 7.2012 𝑷∞

• Momento negativo

𝑻𝟎
𝒘𝒊 𝑴𝒒(𝒙) 2.7383 𝑴𝒈(𝒙)
𝒆(𝒙) ≥ + = +
𝑨 𝑷𝟎 7.2012 𝑷𝟎

𝑻∞
𝒘𝒔 𝑴𝒈 (𝒙) 5.7239 𝑴𝒒 (𝒙)
𝒆(𝒙) ≥ − + =− +
𝑨 𝑷∞ 7.2012 𝑷∞

Os valores de 𝑀𝑔 (𝑥) , Mq(x) , P∞ e P0 fariam de tramo para tramo. Onde: 𝐌𝐪 (𝐱) = 𝐌𝐠 (𝐱) +
Mveículo(x) ∗ Ψ1 + Mpasseio(x) ∗ Ψ2 .

Sendo os momentos Mveículo(x) e Mpasseio(x) resultantes de gargas variáveis, apresenta


envoltória de momentos não linear , assim fez-se uma aproximação a uma parábola de
forma simplificada como meio de obtenção da equação de momentos, com o intuito de
determinação da equação do cabo.

Figura 144_ EX. Gráficos aproximados para a terminação do pré-esforço representado


pelas linhas amarela e preta (Carga de passeio)

Descompressão: a seguir são mostradas as equações para a determinação da


excentricidade.
➢ Primeiro Tramo :

𝑻𝟎

0 ≤ 𝑥 ≤ 30𝑚

131
204.3𝑥 2
𝑴𝒈 (𝒙) = 2476.1𝑥 −
2
𝑻∞

0 ≤ 𝑥 ≤ 20.46𝑚

204.3𝑥 2
𝑴𝒒 (𝒙) = 2131.7𝑥 − + (−24.7100000000𝑥 2 + 810.8766666667𝑥) ∗ 0.4
2
+ (−2.876𝑥 2 + 96.900𝑥 − 0.000) ∗ 0.2

𝑴𝒒 (𝒙) = −91.692𝑥 2 + 2456.63𝑥

20.46𝑚 ≤ 𝑥 ≤ 30𝑚

204.3𝑥 2
𝑴𝒒 (𝒙) = 2131.7𝑥 − + ( −275.16𝑥) ∗ 0.4 + ( −44.850𝑥) ∗ 0.2
2
204.3𝑥 2
𝑴𝒒 (𝒙) = +2012.7𝑥 −
2

𝑻𝟎

30 ≤ 𝑥 ≤ 38.6𝑚

204.3(38.6 − 𝑥)2
𝑴𝒈 (𝒙) =−
2
𝑻∞

30 ≤ 𝑥 ≤ 38.6𝑚

𝑴𝒈 (𝒙) =-28003.5 + 4314.3(30 − 𝑥) − (204.34/2)(30 − 𝑥)^2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = [−16.30(30 − 𝑥)2 + 685.52(30 − 𝑥) − 8254.2] ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = [−0.291(30 − 𝑥)2 + 82.928(30 − 𝑥) − 1345,500] ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −32574.28 − 4605.09(30 − 𝑥) − 108.75 ∗ (30 − 𝑥)2

➢ Segundo Tramo:
Segundo vão (45m):

𝑻𝟎

132
0 ≤ 𝑥 ≤ 45

𝑴𝒈(𝒙) = −33997.8 − (204.34/2)(8.6 + 𝑥)2 + 5166.2(8.6 + 𝑥)

𝑻∞

0 ≤ 𝑥 ≤ 34.81

𝑴𝒈 (𝒙) = −28003.5 + 4314.3(𝑋 + 8.6) − (204.34/2)(𝑥 + 8.6)^2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−13.3438024691(𝑥)2 + 595.52𝑥 + 2087.3) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (0.853𝑥 2 − 19.904𝑥 + 318.300) ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −27104.92 + 4548.523𝑥 + 107.68𝑥 2

34.81 ≤ 𝑥 ≤ 45

𝑴𝒈 (𝒙) = −28003.5 + 4314.3𝑥 − (204.34/2)𝑥^2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (16.30x2 − 685.52x + 8254.2) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−0.291𝑥2 + 82.928𝑥 − 1345.500) ∗ 0.2

𝑴𝒒 (𝒙) = −24970.92 + 4056.68𝑥 − (108.74)𝑥^2

Terceiro vão (50m):

45 ≤ 𝑥 ≤ 56.43

𝑴𝒈(𝒙) = −(204.34/2)(56.43 − 𝑥)2

45 ≤ 𝑥 ≤ 56.43

𝑴𝒈(𝒙) = −40753.2 + 5108.5(45 − 𝑋) − (204.34/2)(45 − 𝑥)^2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−11.7428800000(45 − 𝑥)2 + 587.1440000000(45 − 𝑥) −


10,422.6) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−2.032(45 − 𝑥)2 + 101.584(45 − 𝑥) − 1 797.400) ∗ 0.2

𝑴𝒒(𝒙) = −𝟒𝟓𝟐𝟖𝟏. 𝟕𝟐 + 𝟓𝟑𝟔𝟑. 𝟔𝟕(45 − 𝑥) − 𝟏𝟎𝟐. 𝟐𝟕(45 − 𝑥)2

133
➢ Terceiro Tramo:
Terceiro vão (50m)

𝑻𝟎

0 ≤ 𝑥 ≤ 50

𝟏𝟖𝟎𝒙𝟐
𝑴𝒈(𝒙) = 𝟓𝟏𝟐𝟔. 𝟒𝒙 − 𝟒𝟐𝟖𝟏𝟐. 𝟏 −
𝟐
50 ≤ 𝑥 ≤ 60.78

𝟏𝟖𝟎(𝟓𝟎 − 𝒙)𝟐
𝑴𝒈(𝒙) = 𝟐𝟎𝟑𝟒. 𝟒(𝟓𝟎 − 𝒙) − 𝟏𝟏𝟒𝟗𝟐. 𝟏 −
𝟐

𝑻∞

0 ≤ 𝑥 ≤ 11.43

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−11.7442𝑥 2 + 587.12 ∗ 𝑥 − 10422.6) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−2.03136𝑥 2 + 101.568 ∗ 𝑥 − 1797.4) ∗ 0.2

204.34𝑥 2
𝑀𝐺 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2
𝑴𝒒(𝒙) = 𝟓𝟑𝟔𝟑. 𝟕𝟔𝒙 − 𝟒𝟓𝟐𝟖𝟏. 𝟕𝟐 − 𝟖𝟓𝟐𝟒𝟓. 𝟔𝟐𝒙𝟐

11.43 ≤ 𝑥 ≤ 40.04

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−13.22376𝑥 2 + 661.688 ∗ 𝑥 + 1864.3) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−1.7128𝑥 2 + 85.64 ∗ 𝑥 + 302.1) ∗ 0.2

204.34𝑥 2
𝑀𝐺 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2
𝑴𝒒(𝒙) = 𝟓𝟑𝟗𝟎. 𝟒𝟎𝒙 − 𝟑𝟗𝟗𝟒𝟔. 𝟎𝟔 − 𝟏𝟎𝟕. 𝟖𝒙𝟐

134
40.04 ≤ 𝑥 ≤ 50

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−11.7442{50 − 𝑥}2 + 587.12 ∗ {50 − 𝑥} − 10422.6) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−2.03136𝑥 2 + 101.568 ∗ {50 − 𝑥} + 1797.4) ∗ 0.2

204.34𝑥 2
𝑀𝐺 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2
𝑴𝒒(𝒙) = 𝟓𝟑𝟔𝟑. 𝟕𝟔 ∗ (𝟓𝟎 − 𝒙) − 𝟒𝟓𝟐𝟖𝟏. 𝟕𝟐 − 𝟏𝟏𝟓. 𝟗𝟒 ∗ (𝟓𝟎 − 𝒙)𝟐
Quarto vão (45m):

50 ≤ 𝑥 ≤ 60.78

204.34(𝑥 − 50)2
𝑀𝐺 (𝑥) = 4881(𝑥 − 50) − 40753.2 −
2
𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−12.3558(𝑥 − 50)2 + 604.18667 ∗ (𝑥 − 50) − 1042.7) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−2.0616(𝑥 − 50)2 + 102.81 ∗ (𝑥 − 50) − 1794.7) ∗ 0.2

𝑴𝒒 (𝒙) = 𝟓𝟏𝟒𝟑. 𝟐𝟑𝟔𝟕(𝒙 − 𝟓𝟎) − 𝟒𝟏𝟓𝟐𝟗. 𝟐𝟐 − 𝟏𝟎𝟕. 𝟓𝟐𝟒𝟔(𝒙 − 𝟓𝟎)𝟐

➢ Quarto Tramo:
Quarto vão (45m):

0 ≤ 𝑥 ≤ 45𝑚

𝑻𝟎

204.34𝑥 2
𝑀𝐺 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2

𝑻∞

0 ≤ 𝑥 ≤ 36.4 𝑚

204.34𝑥 2
𝑀𝐺 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2
𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (12.751 𝑥^2 + 592.093𝑥 + 1864.3) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (0.853𝑥 2 − 56.833𝑥 + 1 149.200) ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −39777.64 − 96.9𝑥 2 + 5334.05𝑥

135
𝟑𝟔. 𝟒𝒎 ≤ 𝒙 ≤ 𝟒𝟓𝒎

204.34𝑥 2
𝑀𝑔 (𝑥) = 5108.6𝑥 − 40753.2 −
2
𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = (−16.306 𝑥 2 + 781.932𝑥 − 10 422.70) ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = (−0.291𝑥2 − 56.765 𝑥 + 1.797,600) ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −5410.02 − 109.88𝑥 2 − 44562.76

Quinto vão (30m):

45𝑚 ≤ 𝑥 ≤ 54.21𝑚

𝑀𝑔 (𝑥) =-28003.5 + 3998.5(50 − 𝑥) − (204.34/2 ) (50 − 𝑥)2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = [275.49(−50 + 𝑥) − 8264.70] ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = [44.850 (−50 + 𝑥) − 1345.50] ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −31578.48 − 102.17𝑥(−50 + 𝑥)2 + 4117.67(−50 + 𝑥)

54.21𝑚 ≤ 𝑥 ≤ 75𝑚

𝑀𝑔 (𝑥) =-28003.5 + 3998.5(−50 + 𝑥) − (204.34/2 ) (−50 + 𝑥)2

𝑀𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜(𝑥) ∗ 𝛹1 = [−24.71 (−50 + 𝑥)2 + 671.723(−50 + 𝑥) + 2087.3] ∗ 0.4

𝑀𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜(𝑥) ∗ 𝛹2 = [−2.876(−50 + 𝑥)2 + 75.660(−50 + 𝑥) + 318.6] ∗ 0.2

𝑀𝑞 (𝑥) = −27104 − 127.455(−50 + 𝑥)2 + 4418.51(−50 + 𝑥)

𝑻𝟎

45𝑚 ≤ 𝑥 ≤ 75𝑚

𝑀𝑔 (𝑥) =-28003.5 + 3998.5(50 − 𝑥) − (204.34/2 ) (50 − 𝑥)2

Base nas equações anteriores obteve-se as seguintes tabelas e gráficos de Fuso:


TRAMO 1:
136
TRAMO 1
x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)
0 0 0 0.79485 0 -0.3803
2 2 5217.8 0.95875 4546.49 -0.2213
3 3 7520.25 1.03107 6544.66 -0.1515
4 4 9618.4 1.09697 8359.45 -0.088
5 5 11512.3 1.15646 9990.85 -0.031
6 6 13201.8 1.20953 11438.9 0.01963
7 7 14687.1 1.25618 12703.5 0.06384
8 8 15968 1.29642 13784.8 0.10164
9 9 17044.7 1.33024 14682.6 0.13303
10 10 17917 1.35764 15397.1 0.15801
10.43 10.43 18229.3 1.36745 15647.9 0.16678
11 11 18585.1 1.37862 15928.2 0.17657
12 12 19048.8 1.39319 16275.9 0.18873
13 13 19308.3 1.40134 16440.2 0.19447
14 14 19363.4 1.40307 16421.2 0.19381
15 15 19214.3 1.39839 16218.8 0.18673
16 16 18860.8 1.38728 15832.9 0.17324
17 17 18303.1 1.36977 15263.7 0.15334
18 18 17541 1.34583 14511.1 0.12703
19 19 16574.7 1.31548 13575.2 0.09431
20 20 15404 1.2787 12455.8 0.05518
20.79 20.79 14334.7 0.83052 11441.8 -0.3949
21 21 14029.1 0.82092 -2781.5 -0.8921
22 22 12449.8 0.77131 -5161.2 -0.9753
23 23 10666.3 0.71529 -7745.3 -1.0656
24 24 8678.4 0.65285 -10534 -1.1631
25 25 6486.25 0.58399 -13526 -1.2677
26 26 4089.8 0.50872 -16723 -1.3795
27 27 1489.05 0.42703 -20124 -1.4984
27.5 27.5 112.063 0.38378 -21902 -1.5605
27.9 27.9 -1026.3 0.34802 -23360 -1.6115
28 28 -1316 0.33892 -23730 -1.6244
30 30 -7539 0.14345 -32574 -1.9336
31 31 -5901.3 0.19489 -28078 -1.7764
32 32 -4450.5 0.24046 -23799 -1.6268
33 33 -3204.1 0.27961 -19738 -1.4849
34 34 -2161.9 0.31235 -15894 -1.3505
35 35 -1324.1 0.33866 -12268 -1.2237
36 36 -690.67 0.35856 -8858.7 -1.1045

137
TRAMO 1
x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)
37 37 -261.56 0.37204 -5667.4 -0.993
38.6 38.6 0 0.38026 -13.656 -0.7953
Tabela 31_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso. Tramo 1

Figura 145-Fuso limite de 0 até 38.6m


TRAMO2:

TRAMO 2
x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)
38.6 8.6 22.8268 0.38078 4048.37 -0.6902
39 9 1370.03 0.41181 5109.71 -0.6628
40 10 4595 0.4861 7612.31 -0.5981
41 11 7615.63 0.55568 9899.55 -0.539
42 12 10431.9 0.62056 11971.4 -0.4854
43 13 13043.9 0.68072 13828 -0.4375
44 14 15451.5 0.73618 15469.1 -0.395
45 15 17654.8 0.78693 16894.9 -0.3582
46 16 19653.7 0.83298 18105.4 -0.3269
47 17 21448.3 0.87432 19100.5 -0.3012
48 18 23038.5 0.91095 19880.2 -0.281
49 19 24424.4 0.94287 20444.5 -0.2664
50 20 25606 0.97009 20793.5 -0.2574
51 21 26583.2 0.9926 20927.2 -0.254
51.71 21.71 27153 1.00573 20891.3 -0.2549
52 22 27356.1 1.01041 20845.5 -0.2561

138
TRAMO 2
x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)
53 23 27924.7 1.0235 20548.4 -0.2638
54 24 28288.9 1.03189 20036 -0.277
55 25 28448.8 1.03558 19308.2 -0.2958
56 26 28404.3 1.03455 18365 -0.3202
57 27 28155.5 1.02882 17206.5 -0.3501
58 28 27702.3 1.01838 15832.6 -0.3856
59 29 27044.8 1.00324 14243.4 -0.4267
60 30 26183 0.98338 12438.8 -0.4734
61 31 25116.8 0.95882 10418.8 -0.5256
62 32 23846.3 0.92956 8183.5 -0.5833
63 33 22371.5 0.89558 5732.82 -0.6467
64 34 20692.3 0.8569 3066.78 -0.7156
64.81 34.81 19182.3 0.82212 749.422 -0.7755
65 35 18808.8 0.81352 -16194 -1.2134
66 36 16720.9 0.76542 -19857 -1.3081
67 37 14428.7 0.71262 -23739 -1.4084
68 38 11932.1 0.65511 -27838 -1.5143
69 39 9231.23 0.5929 -32154 -1.6259
70 40 6326 0.52598 -36688 -1.7431
71 41 3216.43 0.45435 -41439 -1.8659
72 42 -97.48 0.37801 -46408 -1.9943
73 43 -3615.7 0.29697 -51594 -2.1283
74 44 -7338.3 0.21122 -56998 -2.268
75 45 -11265 0.12076 -62619 -2.4133
76 46 -11115 0.12423 -40020 -1.8292
77 47 -9085.5 0.17097 -34963 -1.6985
78 48 -7260.7 0.21301 -30111 -1.5731
79 49 -5640.3 0.25033 -25463 -1.453
80 50 -4224.2 0.28295 -21020 -1.3381
81 51 -3012.5 0.31086 -16781 -1.2286
82 52 -2005.1 0.33407 -12747 -1.1243
83 53 -1202 0.35257 -8917.6 -1.0253
84 54 -603.3 0.36636 -5292.6 -0.9316
85 55 -208.93 0.37544 -1872 -0.8432
86 56 -18.891 0.37982 1343.98 -0.7601
86.43 56.43 -5E-27 0.38026 2663.97 -0.726
Tabela 32_excenticidade em função dos momentos de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 2

139
Figura 146-Fuso limite de 38.6m até 86.43m

TRAMO 3

TRAMO 3
distância x Mq(x) e (x) Mg (x) e (x)
86.31 11.31 7230.008 -0.182 3655.035 0.895
88 13 11910.94 -0.053 8621.1 1.032
89 14 14390.74 0.015 11317.5 1.106
90 15 16654.94 0.077 13833.9 1.175
91 16 18703.54 0.134 16170.3 1.239
92 17 20536.54 0.184 18326.7 1.298
93 18 22153.94 0.228 20303.1 1.353
94 19 23555.74 0.267 22099.5 1.402
95 20 24741.94 0.299 23715.9 1.446
96 21 25712.54 0.326 25152.3 1.486
97 22 26467.54 0.347 26408.7 1.520
98 23 27006.94 0.362 27485.1 1.550
99 24 27330.74 0.370 28381.5 1.574
100 25 27438.94 0.373 29097.9 1.594
101 26 27331.54 0.371 29634.3 1.609
102 27 27008.54 0.362 29990.7 1.619
103 28 26469.94 0.347 30167.1 1.624
104 29 25715.74 0.326 30163.5 1.623
105 30 24745.94 0.299 29979.9 1.618
106 31 23560.54 0.267 29616.3 1.608
107 32 22159.54 0.228 29072.7 1.593
108 33 20542.94 0.184 28349.1 1.574
109 34 18710.74 0.134 27445.5 1.549
110 35 16662.94 0.077 26361.9 1.519
111 36 14399.54 0.015 25098.3 1.484
112 37 11920.54 -0.053 23654.7 1.445
113 38 9225.94 -0.127 22031.1 1.400
114 39 6315.74 -0.207 20227.5 1.350

140
TRAMO 3
distância x Mq(x) e (x) Mg (x) e (x)
115 40 3189.94 -0.293 18243.9 1.296
115.04 40.04 -3360.1 -0.473 18160.81 1.294
116 41 -6399.02 -0.971 16080.3 0.822
117 42 -9791.8 -1.064 13736.7 0.758
118 43 -13416.5 -1.163 11213.1 0.688
119 44 -17273 -1.269 8509.5 0.614
120 45 -21361.4 -1.382 5625.9 0.535
121 46 -25681.7 -1.500 2562.3 0.451
122 47 -30233.9 -1.625 -681.3 0.362
123 48 -35018 -1.757 -4104.9 0.267
124 49 -40033.9 -1.895 -7708.5 0.169
125 50 -45281.7 -2.039 -11492.1 0.065
126 51 -36493.5 -1.797 -17216.7 -0.093
127 52 -31672.8 -1.665 -13875.9 -0.001
128 53 -27067.2 -1.538 -10895.1 0.081
129 54 -22676.7 -1.418 -8274.31 0.153
130 55 -18501.2 -1.303 -6013.51 0.215
131 56 -14540.7 -1.194 -4112.71 0.267
132 57 -10795.3 -1.091 -2571.91 0.310
133 58 -7264.9 -0.994 -1391.11 0.342
134 59 -3949.58 -0.903 -570.312 0.365
134.72 59.72 -1695.71 -0.841 -202.248 0.375
135 60 -849.313 -0.818 -109.512 0.377
136.3 61.3 0 -0.795 0 0.380
Tabela 33_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 3

Figura 147-Fuso limite de 86.43m até 136.31m.

141
TRAMO 4:

x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)


136.31 11.31 3955.88 0.92523 8155.4 -0.5841
137 12 5837.52 0.98725 10277.4 -0.5292
138 13 8391.87 1.07143 13188.9 -0.454
139 14 10741.9 1.14889 15906.7 -0.3837
140 15 12887.6 1.2196 18430.6 -0.3185
141 16 14828.9 1.28358 20760.8 -0.2583
142 17 16565.9 1.34083 22897.1 -0.2031
143 18 18098.5 1.39135 24839.7 -0.1529
144 19 19426.8 1.43512 26588.4 -0.1077
145 20 20550.8 1.47217 28143.4 -0.0675
146 21 21470.4 1.50248 29504.5 -0.0323
147 22 22185.7 1.52605 30671.9 -0.0021
148 23 22696.7 1.54289 31645.4 0.02305
148.29 23.29 22806.6 1.54652 31891.5 0.02941
149 24 23003.3 1.553 32425.2 0.0432
150 25 23105.6 1.55637 33011.1 0.05834
151 26 23003.5 1.553 33403.3 0.06848
152 27 22697.1 1.54291 33601.6 0.07361
153 28 22186.3 1.52607 33606.2 0.07372
154 29 21471.2 1.5025 33416.9 0.06883
155 30 20551.8 1.4722 33033.9 0.05893
156 31 19428 1.43516 32457 0.04402
157 32 18099.9 1.39139 31686.4 0.0241
158 33 16567.5 1.34089 30721.9 -0.0008
159 34 14830.7 1.28364 29563.7 -0.0308
160 35 12889.6 1.21967 28211.6 -0.0657
161 36 10744.1 1.14896 26665.8 -0.1057
161.4 36.4 9828.68 0.70419 25993.2 -0.123
162 37 8394.27 0.65692 5182.26 -0.5991
163 38 5840.12 0.57274 2351.28 -0.706
164 39 3081.63 0.48182 -699.46 -0.8213
165 40 118.8 0.38417 -3970 -0.9448
166 41 -3048.4 0.27979 -7460.2 -1.0767
167 42 -6419.9 0.16867 -11170 -1.2169
168 43 -9995.7 0.05082 -15100 -1.3653
169 44 -13776 -0.0738 -19250 -1.5221
169.5 44.5 -15743 -0.1386 -21407 -1.6036

142
x Mg(x) e (x) Mq (x) e (x)
170 45 -17760 -0.2051 -23619 -1.6872
171 46 -24107 -0.4143 -49684 -2.6719
172 47 -20415 -0.2926 -44851 -2.4893
173 48 -16928 -0.1776 -40223 -2.3145
174 49 -13644 -0.0694 -35798 -2.1473
175 50 -10565 0.03205 -31578 -1.9879
176 51 -7690.6 0.12679 -27563 -1.8362
177 52 -5020.3 0.2148 -23752 -1.6922
178 53 -2554.4 0.29607 -20145 -1.5559
179 54 -292.77 0.37061 -16743 -1.4274
179.21 54.21 156.207 0.8 -10761 -0.7868
180 55 1764.5 0.85301 -8197.8 -0.69
181 56 3617.43 0.91408 -5181.3 -0.576
182 57 5266.02 0.96841 -2419.7 -0.4717
183 58 6710.27 1.01601 86.96 -0.377
184 59 7950.18 1.05688 2338.74 -0.2919
185 60 8985.75 1.09101 4335.6 -0.2165
186 61 9816.98 1.1184 6077.56 -0.1506
187 62 10443.9 1.13906 7564.6 -0.0945
188 63 10866.4 1.15299 8796.74 -0.0479
189 64 11084.6 1.16018 9773.96 -0.011
189.57 64.57 11117.6 1.16127 10216.9 0.00574
190 65 11098.5 1.16064 10496.3 0.01629
191 66 10908 1.15436 10963.7 0.03395
192 67 10513.2 1.14135 11176.2 0.04198
193 68 9914.07 1.1216 11133.8 0.04038
194 69 9110.58 1.09512 10836.4 0.02914
195 70 8102.75 1.0619 10284.2 0.00828
196 71 6890.58 1.02195 9477.06 -0.0222
197 72 5474.07 0.97527 8415 -0.0623
198 73 3853.22 0.92185 7098.04 -0.1121
199 74 2028.03 0.86169 5526.16 -0.1715
200 75 -1.5 0.7948 3699.38 -0.2405
Tabela 34_excenticidade em função do momento de descompressão, para o traçado do
Fuso, Tramo 4

143
Figura 148: Fuso limite de 136.31 m até 200m.

10 VERIFICAÇÃO DA SEGURANÇA AOS ESTADOS


LIMITES ÚLTIMOS

10.1 DIMENSIONAMENTO AO ESTADO LIMITE ÚLTIMO DE


TORÇÃO E ESFORÇO TRANSVERSO
Quando secções estão sujeitas a torção circular associadas a esforços transversos, a
determinação dos valores de cálculo do esforço transverso e do momento torsor
resistentes deve ser feita independentemente para cada um dos esforços, considerando
suas armaduras separadamente, mas tendo o valor de suas resistências modificadas (art.
56.º REBAP). Assim sendo, primeiramente irá se determinar as características da secção
para cada um dos esforços.
a) Características da secção

10.1.1 TORÇÃO
O tabuleiro da ponte é um tabuleiro em caixão, ou seja, é uma secção vazada, e as
características relativas à sua geometria são:

➢ ℎ𝑒𝑓 -Espessura da parede relativa a secção oca eficaz;

➢ 𝐴𝑒𝑓 -Área limitada pela linha poligonal média relativa a secção oca eficaz;

➢ 𝑢𝑒𝑓 -Perímetro da linha média da secção oca eficaz.

Dessa forma, deve-se primeiramente determinar a secção oca eficaz.


Uma vez que a secção é vazada, irá se considerar que ambas as armaduras das duas faces
de cada elemento do caixão (banzos e almas), contribuem para a resistência a torção de
tal forma que se obtenha maior aproveitamento da secção. Irá se desconsiderar as
consolas, uma vez que não tem contribuição para a resistência a torção.
Seguindo as considerações, irá se fazer passar uma linha média entre o centro das duas
armaduras, formando uma poligonal fechada, e de seguida, obteve-se o diâmetro do maior

144
círculo que pode se inscrever na mesma poligonal, tal como pode ser observado na figura
63.

Figura 149: Representação do círculo inscrito e da linha poligonal média para a torção.

Pela figura, pode-se obter o 𝑢𝑒𝑓 assim como o diâmetro do maior círculo que nessa linha
se pode inscrever (𝑑𝑒𝑓 ), e obteve-se os seguintes valores:

𝑢𝑒𝑓 = 14,75𝑚

𝑑𝑒𝑓 = 1,95𝑚

Tendo esses valores, pode-se proceder com a determinação de ℎ𝑒𝑓 , uma vez que deve-se
tomar para um e outro lado da linha média um valor de 𝑑𝑒𝑓 /12, dessa forma, a espessura
irá corresponder a soma desses dois lados, ou seja:
𝑑𝑒𝑓 1,95
ℎ𝑒𝑓 = 2 =2 = 0,325𝑚
12 12
Garantindo que a secção oca fictícia eficaz não tenha pontos exteriores a secção real.

Figura 150: Representação da secção oca eficaz fictícia e da área limitada pela linha
média.
Desse modo, têm-se determinadas as características da secção para a torção.

10.1.2 ESFORÇO TRANSVERSO


Para o esforço será considerado que somente as almas resistirão a esse esforço, e as
seguintes características são importantes para a avaliação da sua resistência:

➢ 𝑏𝑤 -Largura da alma da secção.


145
➢ 𝑑-Altura útil da secção.

As secções resistentes encontram-se representadas na figura 65.

Figura 151: Secção considerada para a resistência ao esforço transverso.


Com base na figura, pode-se determinar as seguintes características geométricas para o
esforço transverso:
Altura útil, d
Uma vez que nas proximidades dos apoios, onde os esforços de torção e transversos
assumem valores máximos, para a altura útil, a armadura de tracção considerada será a
armadura de momentos negativos, e uma vez que há armaduras em ambas faces no banzo
superior, a altura útil irá contar a partir do centro entre as armaduras, dessa forma:

𝑑 = 2,05𝑚
Largura da alma da secção, bw
Uma vez que a alma possui espessura variável, segundo o artigo 53.2 de REBAP, deve-
se tomar a menor largura existente numa altura de três quartos da altura útil da secção,
contada a partir da armadura longitudinal de tracção, ou seja, a 1,54m abaixo da armadura
longitudinal de tracção, e de acordo com a figura 65, obteve-se:

𝑏𝑤 = 0,37𝑚

b) Determinação das características resistentes:


Será considerado o apoio correspondente ao pilar 3, para a demonstração, uma vez que é
a região da secção mais solicitada:
Os esforços nesse local já foram determinados no projecto, e possuem os seguintes
valores:
Acção Esforço transverso Momento torsor
Coeficiente ψ0
(kN) (kNm)

146
Peso próprio 5 108,6 - -
Sobrecarga uniforme do
1 423.2 3 722,5 0,6
veículo
Sobrecarga uniforme no
passeio e guarda para 208,8 575,5 0,6
torção
Vento - 723,3 0,4
Σ 9 985,62 6 535,68 -
Tabela 35: Valor dos esforços transversos e dos momentos torsores para o apoio.

Uma vez que o esforço transverso será absorvido por duas almas por igual, e que as almas
estão inclinadas a um ângulo de 14º, o esforço transverso em cada alma é dado por:
9985,62
𝑉𝑠𝑑 = = 5145,66𝑘𝑁 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑎𝑙𝑚𝑎.
cos 14 × 2

Uma vez que há a actuação do pré-esforço, que actua no sentido de reduzir o esforço
transverso, ele será considerado, assim sendo, determina-se o valor reduzido do esforço
transverso por:
′′
𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑃∞ sin 𝛼

Onde:
P é o valor do pré-esforço, e para a secção considerada, toma o valor de 46105,38kN, e
dividindo para cada uma das almas, toma o valor de 23 052kN.

𝛼 é o ângulo do cabo com o plano horizontal na secção considerada, ângulo este igual ao
arctg da derivada da equação do cabo no ponto considerado, e toma o valor de 0,121983º.

𝑉𝑠𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑃∞ sin 𝛼 = 5145,66 − 23052 × sin 0,121983 = 5096,58𝑘𝑁

Tensões para cada um dos esforços:


𝑉𝑆𝑑 5096,58
𝜏𝑣 = = = 6783,99𝑘𝑃𝑎
𝑏𝑤 𝑑 0,37 × 2,05
𝑇𝑆𝑑 6535,68
𝜏𝑇 = = = 967,75𝑘𝑃𝑎
{ 2ℎ𝑒𝑓 𝐴𝑒𝑓 2 × 0,325 × 10,39

Condições limites:

147
Tendo as tensões para cada um dos esforços irá se verificar as condições limites para as
acções combinadas, uma vez que a resistência da secção quando a secção está sobre a
acção dos dois esforços, não pode ser determinada isoladamente (art. 56.2 REBAP).
𝜏𝑣 6783,99
𝑉𝑅𝑑 = 𝜏2 ( ) 𝑏𝑤 𝑑 = 8000 ( ) 0,3515 × 2,05 = 5044,93𝑘𝑁
𝜏𝑣 + 𝜏 𝑇 6783,99 + 967,75
𝜏𝑇 967,75
𝑇𝑅𝑑 = 𝜏2 ( ) ℎ𝑒𝑓 𝐴𝑒𝑓 = 8000 ( ) 0,325 × 10,39 = 6745𝑘𝑁𝑚
{ 𝜏𝑣 + 𝜏 𝑇 6783,99 + 967,75

Onde o 𝑏𝑤 = 0,37𝑚 j
𝑉 < 𝑉𝑆𝑑 (5044,93 < 5096,58)𝑘𝑁 𝑁ã𝑜 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!
{ 𝑅𝑑
𝑇𝑅𝑑 > 𝑇𝑅𝑑 (6745 > 6535,68)𝑘𝑁𝑚 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!

O erro para o esforço transverso:


5096,58 − 5044,93
𝜀= × 100% = 1,02%
5044,93
A tensão resistente é ultrapassada, porém em um valor muito pequeno, e só para a secção
em consideração, pelo que, se considera aceitável, considerando os coeficientes de
segurança.

Resistência do betão para cada um dos esforços:


Ultrapassadas as questões das condições limites, irá se determinar a resistência do betão
para cada um dos esforços.
Sendo que:

𝜏𝑣 + 𝜏𝑣 = 6783,99 + 967,75 = 7751,75𝑘𝑃𝑎 > 1000𝑘𝑃𝑎(𝜏1 )


𝑉 = 𝜏1 𝑏𝑤 𝑑 = 1000 × 0,37 × 2,05 = 758,5𝑘𝑁
{ 𝑐𝑑
𝑇𝑐𝑑 = 0
Pode-se observar que o betão não possui resistência a torsão, e todo esse esforço e
resistido pelas armaduras.

Para a resistência do betão para o esforço transverso, uma vez que há a actuação do pré-
esforço, essa resistência deve ser aumentada de acordo com o artigo 53.2 d), e esse
aumento corresponde a:


𝑀0
𝑉𝑐𝑑 = 𝑉𝑐𝑑 (1 + )
𝑀𝑠𝑑
Onde: 𝑀0 -Momento de descompressão;

148
𝑀𝑠𝑑 -Valor de cálculo do momento actuante.

E a parcela do aumento não pode ser tomada maior que 2.


Sendo que os momentos já foram determinados, a resistência do betão é dada por:


45 863,9
𝑉𝑐𝑑 = 758,5 (1 + ) = 1526,77𝑘𝑁
45281,72

c) Dimensionamento das armaduras


O dimensionamento das armaduras será feito de forma separada, para cada um de
esforços, dessa forma, cada um dos esforços irá precisar das suas próprias armaduras.
Torção
Para a torção, as armaduras que devem resistir devem ser longitudinais e transversais.
Transversais:
𝐴𝑠𝑡
𝑇𝑡𝑑 = 2𝐴𝑒𝑓 𝑓
𝑠 𝑠𝑦𝑑
Onde:

𝐴𝑠𝑡 -Área da secção da cinta que constitui a armadura transversal;


s-espaçamento da mesma armadura.

𝑇𝑡𝑑 é dado por:

𝑇𝑡𝑑 = 𝑇𝑅𝑑 − 𝑇𝑐𝑑 = 𝑇𝑅𝑑 − 0 = 𝑇𝑅𝑑


Então a armadura é dada por:
𝐴𝑠𝑡 𝑇𝑡𝑑 6745
= = = 7,462𝑐𝑚/𝑚
𝑠 2𝐴𝑒𝑓 𝑓𝑠𝑦𝑑 2 × 10,39 × 435 × 103

Longitudinais:
𝐴𝑠𝑙
𝑇𝑙𝑑 = 2𝐴𝑒𝑓 𝑓
𝑢𝑒𝑓 𝑠𝑦𝑑

Onde:

𝐴𝑠𝑙 -Área total das secções dos varões que constituem a armadura longitudinal de torção.

𝑇𝑙𝑑 = 𝑇𝑅𝑑 (art 55.2 REBAP)

A armadura longitudinal é dada por:

149
𝑇𝑙𝑑 𝑢𝑒𝑓 6745 × 14,75
𝐴𝑠𝑙 = = = 110,06𝑐𝑚2
2𝐴𝑒𝑓 𝑓𝑠𝑦𝑑 2 × 10,39 × 435 × 103

Esforço transverso

𝑉𝑅𝑑 = 𝑉𝑐𝑑 + 𝑉𝑤𝑑 → 𝑉𝑤𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐𝑑 = 5096,58 − 1526,752 = 3569,83𝑘𝑁


A armadura pode ser dada por:
𝐴𝑠𝑤
𝑉𝑤𝑑 = 0,9𝑑 𝑓 (1 + cot 𝛼) sin 𝛼
𝑆 𝑠𝑦𝑑
Onde:

𝐴𝑠𝑤 -Área da secção total da armadura de esforços transversos;

𝛼-Ângulo formado pela armadura de esforço transverso com o eixo do elemento, no


presente caso, será de 90º.
Assim sendo:
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑤𝑑 3569,83
= = = 44,48𝑐𝑚/𝑚
𝑆 0,9𝑑𝑓𝑠𝑦𝑑 0,9 × 2,05 × 435 × 103

A armadura transversal, somando a de tracção e a de esforço transverso, é de 51,94cm/m.

Essas armaduras serão somadas com as de flexão na transversal, assim como na


longitudinal de modo a obter as armaduras finais.

10.2 DIMENSIONAMENTO AOS ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS


DE FLEXÃO
Analise na secção 𝒙 = 𝟏𝟎. 𝟒𝟑𝒎 – Momento Flector Positivo
Assumindo que a zona comprimida esta no banzo superior
Dados

𝑓𝑐𝑑 = 26.7𝑀𝑃𝑎

𝑓𝑠𝑦𝑑 = 435𝑀𝑃𝑎

𝐴𝑝 = 267.02 ∗ 10−4 𝑚2

𝑓𝑃0.1𝑘 = 1640𝑀𝑃𝑎

𝑑𝑠 = 2.15𝑚

𝑑𝑝 = 1.61𝑚

150
Mg 1118.6 KNm
Mq (base)
veículos 5995.4 KNm
Mq (soma das restantes)
passeios 724.2 KNm

𝑀𝑠𝑑 = 1.5 ∗ (1118.6 + 5995.4 + 0.6 ∗ 724.2) = 11322.78𝐾𝑁𝑚

Figura 152: Esquema para a determinação da armadura de flexão positiva

𝐴𝑐 = 𝑏 ∗ 𝑙 = 11.4 ∗ 0.8𝑥

𝐹𝑐 = 0.85𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐 = 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 11.4 ∗ 0.8𝑥

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 𝑓𝑠𝑦𝑑 = 435 ∗ 𝐴𝑠

𝑓𝑃0.1𝑘 1640 ∗ 103


𝐹𝑝 = 𝐴𝑝 = 267.02 ∗ 10−4 ∗
1.15 1.15

Equilíbrio de Rotação
ƩM𝐴𝑠 = 0

𝐹𝑐 (𝑑𝑠 − 0.4𝑥) − 𝐹𝑝 (𝑑𝑠 − 𝑑𝑝 ) = 𝑀𝑠𝑑

0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 11.4 ∗ 0.8𝑥 ∗ (2.15 − 0.4𝑥) − 267.02 ∗ 10−4


1640 ∗ 103
∗ (2.15 − 1.61) = 11322.78
1.15
𝑥 = 0.073 > 0.3 𝑂𝐾!

Equilíbrio de Translação

𝐹𝑐 = 𝐹𝑝 + 𝐹𝑠

151
0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 11.4 ∗ 0.8 ∗ 0.073
1640 ∗ 103
= 267.02 ∗ 10−4 ∗ + 435 ∗ 103 ∗ 𝐴𝑠
1.15
𝐴𝑠 = −0.0528𝑚2

𝐴𝑠 < 0 → O pré-esforço absorve por completo os esforços de flexão na


secção em estudo.
→ Adoptar armadura mínima
𝐴
𝜌 = 𝑏𝑑𝑠 ∗ 100 → 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑏𝑑 ∗ 100 = 0.12 ∗ 5.45 ∗ 2.15 ∗ 100 = 140.61𝑐𝑚2
140.61
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = = 25.80 𝑐𝑚2 ⁄𝑚 → ∅20@110
5,45

Determinação das extensões

Figura 153: Esquema para determinação das extensões devido a flexão positiva

A nível das armaduras ordinárias

𝜀𝑐 𝜀𝑠 3.5‰ 𝜀𝑠
= ↔ = ↔ 𝜀𝑠 = 99.58‰
𝑥 𝑑𝑠 − 𝑥 0.073 2.15 − 0.073
𝜀𝑐 10‰
= ↔ 𝜀𝑐 = 0.35‰
0.073 2.15 − 0.073

A nível das armaduras de pré-esforço


𝜀𝑐 ∆𝜀𝑝 0.35‰ ∆𝜀𝑝
= ↔ = ↔ ∆𝜀𝑝 = 7.40‰
𝑥 𝑑𝑝 − 𝑥 0.073 1.61 − 0.073

𝑃∞ 31377.76
𝜀𝑝0 = = ∗ 1000 = 5.88‰
𝐴𝑝 𝐸𝑝 267.02 ∗ 10−4 ∗ 200 ∗ 106

𝜀𝑝 = 𝜀𝑝0 + ∆𝜀𝑝 = 5.88 + 7.40 = 13.38‰

152
𝑓𝑝𝑦𝑑 1640
𝜀𝑝𝑦𝑑 = = ∗ 1000 = 7.13‰
𝐸𝑝 1.15 ∗ 200 ∗ 106

𝜀𝑝 > 𝜀𝑝𝑦𝑑 𝑂𝐾!

Analise na secção 𝒙 = 𝟑𝟎. 𝟎𝒎 – Momento Flector Negativo


Assumindo que a zona comprimida esta no banzo superior
Dados

𝐴𝑝 = 275.99 ∗ 10−4 𝑚2

𝑑𝑠 = 2.15𝑚

𝑑𝑝 = 1.69𝑚

Mg 28003.7 KNm
Mq (base)
8254.7
veículos KNm
Mq (soma das restantes)
1340.7
passeios KNm

𝑀𝑠𝑑 = 1.5 ∗ (28003.7 + 8254.7 + 0.6 ∗ 1340.7) = 55594.23𝐾𝑁𝑚

Figura 154: Esquema para a determinação da armadura de flexão negativa

𝐴𝑐 = 𝐴𝑐1 + 𝐴𝑐2 = 𝐴𝑏𝑎𝑛𝑧𝑜𝑖𝑛𝑓 + 0.8𝑥 ∗ 0.39 ∗ 2 = 1.1 + 0.624𝑥

𝐹𝑐 = 𝐹𝑐1 + 𝐹𝑐2 = 0.85𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐1 + 0.85𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐2

𝐹𝑐 = 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 1.1 + 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 0.624𝑥

𝐹𝑠 = 𝐴𝑠 𝑓𝑠𝑦𝑑 = 435 ∗ 𝐴𝑠

𝑓𝑃0.1𝑘 1640 ∗ 103


𝐹𝑝 = 𝐴𝑝 = 275.99 ∗ 10−4 ∗
1.15 1.15

153
Equilíbrio de Rotação
ƩM𝐴𝑠 = 0

𝐹𝑐1 (𝑑𝑠 − 0.1) + 𝐹𝑐2 (𝑑𝑠 − 0.2 − 0.4𝑥) − 𝐹𝑝 (𝑑𝑠 − 𝑑𝑝 ) = 𝑀𝑠𝑑

0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 1.1 ∗ (2.15 − 0.1) + 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 0.624𝑥
1640 ∗ 103
∗ (2.15 − 0.2 − 0.4𝑥) − 275.99 ∗ 10−4 ∗ (2.15 − 1.69)
1.15
= 55594.23

𝑥 = 1.04𝑚

Equilíbrio de Translação

𝐹𝑐 = 𝐹𝑝 + 𝐹𝑠

0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 1.1 + 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103 ∗ 0.624 ∗ 1.04


−4
1640 ∗ 103
= 275.99 ∗ 10 ∗ + 435 ∗ 103 ∗ 𝐴𝑠
1.15
𝐴𝑠 = 7.68𝑐𝑚2

Armadura mínima
𝐴
𝜌 = 𝑏𝑑𝑠 ∗ 100 → 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑏𝑑 ∗ 100 = 0.12 ∗ 11.4 ∗ 2.15 ∗ 100 = 294.12𝑐𝑚2
294.12
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = = 26.74 𝑐𝑚2 ⁄𝑚 → ∅20@110
11

Dado que a armadura de calculo 𝐴𝑠 é menor que a armadura mínima 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 , adopta-se
para a secção em estudo a armadura de mínima 𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 .

Determinação das extensões

Figura 155: Esquema para determinação das extensões devido a flexão negativa

A nível das armaduras ordinárias


154
𝜀𝑐 𝜀𝑠 3.5‰ 𝜀𝑠
= ↔ = ↔ 𝜀𝑠 = 3.74‰
𝑥 𝑑𝑠 − 𝑥 1.04 2.15 − 1.04
A nível das armaduras de pré-esforço
𝜀𝑐 ∆𝜀𝑝 3.5‰ ∆𝜀𝑝
= ↔ = ↔ ∆𝜀𝑝 = 2.19‰
𝑥 𝑑𝑝 − 𝑥 1.04 1.69 − 1.04

𝑃∞ 31377.76
𝜀𝑝0 = = ∗ 1000 = 5.68‰
𝐴𝑝 𝐸𝑝 275.99 ∗ 10−4 ∗ 200 ∗ 106

𝜀𝑝 = 𝜀𝑝0 + ∆𝜀𝑝 = 5.68 + 2.19 = 7.87‰

𝑓𝑝𝑦𝑑 1640
𝜀𝑝𝑦𝑑 = = ∗ 1000 = 7.13‰
𝐸𝑝 1.15 ∗ 200 ∗ 106

𝜀𝑝 > 𝜀𝑝𝑦𝑑 𝑂𝐾!

11 DIMENSIONAMENTO DOS APARELHOS DE APOIO

Os aparelhos de apoio são dispositivos colocados nos pilares, onde assenta o tabuleiro,
estes dipositivos permitem a transferência de cargas do tabuleiro para os pilares,
permitindo os movimentos do tabuleiro da ponte sem criar nenhum constrangimento ao
pilar ou colapso da mesma.
O dimensionamento dos aparelhos de apoio foi realizado considerando as cargas neles
aplicadas, de acordo com o sistema estático do tabuleiro no sentido longitudinal e
transversal.
As cargas verticais analisadas são devido ao:
➢ Peso próprio do tabuleiro;
➢ Acção do veículo tipo na forma distribuídas (carga de faca),
➢ Sobrecarga distribuída nos passeios.

Para as cargas horizontais na transversal foram analisadas cargas como:


➢ Acção do vento com sobrecarga de veículos;
➢ Sobrecarga no guarda corpo;
➢ Acção Normal no guarda corpo;

Para os esforços Horizontais na longitudinal foram analisados as seguintes acções:


➢ Acção da Frenagem;
➢ Acção tangencial da roda sobre o lancil;

155
Para analise da actuação das acções foi determinada um sistema estático, sistema esse que
vai permitir receber as cargas do tabuleiro e transmiti-las para o pilar. Os aparelhos
apresentam o seguinte sistema estático:

Figura 156 Sistema estático dos aparelhos de apoio

O sistema a cima representando é apenas até a metade do tabuleiro, o sistema é similar ao


sistema na parte diferenciando no encontro que não apresenta um aparelho travado em
todas direcções mas sim um aparelho livre em todas as direcções.
Combinação de Acções
Para a combinação das acções, foi feita uma combinação fundamental base nos esforços
apresentados acima e com os seguintes coeficientes de redução para sobrecarga é
(ѱ0 = 0.6, ѱ1 = 0.4, ѱ2 = 0.2) e para o vento é (ѱ0 = 0.4, ѱ1 =0.2, ѱ2 = 0)
𝑛

𝑆𝑑 = 𝛾𝑔𝑖 × 𝑆𝐺𝑖𝑘 + 𝛾𝑞 × [𝑆𝑄1𝑘 + ∑ ѱ0𝑗 × 𝑆𝑄𝑖𝑘 ]


𝑗=2

Esforços verticais
Apoio C. perman.(KN/m) V. tipo (KN/m) Passeio (KN/m)
R(A,F) 2131.7 962.8 110.9
R(B,E) 8312.9 1330.1 189
R(C,D) 9989.5 1423.2 208.8

Combinação das acções


Apoio passeio B. V. tipo B.
R(A,F) 4741.56 4230.42
R(B,E) 14634.6 13949.94
R(C,D) 17306.97 16578.33

C. Horizontal Transversal
Apoio G. Corpo G. Roda W (vento)
R(A,F) (KN) 22.2 20 74.1
R(B,E) (KN) 34.8 20 288.8

156
R(C,D) (KN) 41.8 20 374.1

Combinação de acções
Apoio G. Corpo.B G. Roda B. W (base)
R(A,F) 95.76 94.44 149.13
R(B,E) 243.48 234.6 482.52
R(C,D) 305.16 292.08 616.77

C. Horizontal long.
Apoio F. Frena. F. tangen. Combinação de acções
R(A,F) (KN) 225 20 Apoio F. G. Base F.F.Base
R(B,E) (KN) 225 20 R(A,F) (KN) 232.5 355.5
R(C,D) (KN) 225 20 R(B,E) (KN) 232.5 355.5
R(C,D) (KN) 232.5 355.5

Os aparelhos escolhidos para a infra-estrutura, são os aparelhos elastoméricos


reforçados com placas de aço, por esses apresentarem uma facilidade de uso e o seu tempo
de vida útil. Para o seu dimensionamento primeiro foi seleccionado um aparelho no
catálogo que se enquadre com a carga vertical máxima e horizontal, de seguido foi
obedecido um algoritmo de calculo que permita determinar as dimensões do aparelho em
causa e a verificação de segurança do aparelho seleccionado.
Para o dimensionamento dos aparelhos foi usado o catálogo da BO2-ELASTOFIP-ENG
per esse apresentar lâminas de aço para reduzirem a sua deformação e por apresentarem
um limite de carga actuando no aparelho aceite. Este cataloga esta dividido em duas partes
(EF Normal e EF High), a escolha de uma das partes é definido pela relação entre (acção
horizontal/acção vertical) se:
➢ Ah/Av > 5% usamos EF High;
➢ Ah/Av < 5% usamos EF Normal;

157
Figura 157: Aparelho de apoio

11.1 DIMENSIONAMENTO DOS APARELHOS DE APOIO DOS


PILARES DO CENTRO.
Os pilares de centro R (CD) são os que recebem a maior carga dos esforços tanto verticais
como horizontais, com base nas combinações realizadas a cima os esforços que
apresentam o caso mais desfavorável são: Rv = 17306.97 KN, Rht = 616.77 KN, Rhl =
0 KN. A reacção horizontal longitudinal nesses apoios é igual a 0, porque estes não estão
travados horizontalmente no sentido longitudinal como demostrado no sistema estático.
Dimensionamento do aparelho travado:
Dados:
Rv = 8653.485 KN/m
Rht = 616.77 KN/m

α = 7.84 × 10−5 rad

Determinação do catálogo a usar


𝑅𝐻 616.77
= = 7.1% > 5%
𝑅𝑉 8653.485
O catálogo a usar é do tipo EF High
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 900 – 90
➢ Fv (máxima) = 9000 KN
➢ Fh (máxima) = 900 KN
➢ N. de camadas = 8
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 8928.57 KN/m^2

158
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 3177 KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 5.74 KN/mm
➢ ∆l deformação máxima na horizontal =156.9mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.969
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.969 = 0.97 = 1 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 1 × 1 = 1 𝑚2
Determinação do factor de forma
𝑎×𝑏 1×1
𝑆𝑖 = = = 12.3
(𝑎 + 𝑏) × 2 × ℎ𝑐 (1 + 1) × 2 × 0.02

Verificação da tensão de corte por compressão


𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖
Onde:

➢ 𝜏𝑐 – tensão de corte por compressão


➢ 𝐺𝑛 - modulo de elasticidade transversal.

O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:


𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛

Onde:
➢ Kv= modulo de rigidez vertical;
➢ He = espessura da camada de elastómero;
➢ An = área do aparelho de apoio

3177 × 103 ∗ 0.02


𝐺𝑛 = = 64507.44𝐾𝑁/𝑚2
1×1

8653.485
𝜏𝑐 = 1.5 × = 1088.458 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
12.3

159
Determinação e verificação das tensões horizontais Transversais
𝐻ℎ𝑡 8653.485
𝜏𝑐𝑑 = = = 8653.485 𝑘𝑁/𝑚2
𝐴 1
𝐻ℎ𝑙 0
𝜏𝑙𝑑 = = =0
𝐴 1
Verificação

𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 × 0.5 ≤ 𝐸ℎ


𝐾0 × ∆𝑙 5.74 × 156.9 5628.8𝐾𝑁
𝐸ℎ = = =
𝑏 × 𝑒 × 𝑛 1 × 0.02 × 8 𝑚2

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 64507.44 1 7.84 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 15.31 < 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.02 8

Combinação de todas as tensões aplicadas

𝜏𝑐 + 𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 + 𝜏𝛼 < 5 × 𝐺𝑛

1088.458 + 0.5 × 636.38 + 15.31 < 5 × 64507.44

1421.56 < 5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!

Verificação a flambagem
𝑏
10 > >5
ℎ𝑛 × 𝑛

10 > 6.05 > 5 𝑂𝐾!


Deslizamento

𝐻 < 𝜇 × 𝜎𝑎𝑑 × 𝐴𝑛
2
𝜇 = 0.12 +
𝜎𝑎𝑑𝑚
2
𝜇 = 0.12 + = 10.12
0.2
10.12 × 0.2 × 100 × 100 = 20240 > 636.38 𝑂𝐾!

Dimensionamento do aparelho de apoio não travado.

160
Determinação do catálogo a usar
𝑅𝐻 0.3 ∗ 616.7
= = 2.13% < 5%
𝑅𝑉 8653.485
O catálogo a usar é do tipo EF Normal
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 900 – 90
➢ Fv (máxima) = 9000 KN
➢ Fh (máxima) = 900 KN
➢ N. de camadas = 8
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 17647.06KN/m^2
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 4312KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 9.56 KN/mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.4903
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.49 = 0.7 = 0.7 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 0.7 × 0.7 = 0.49 𝑚2


Determinação do factor de forma
0.7 × 0.7
𝑆𝑖 = = 8.75
(0.7 + 0.7) × 2 × 0.02
Verificação da tensão de corte por compressão
𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖
Onde:

➢ 𝜏𝑐 – tensão de corte por compressão


➢ 𝐺𝑛 - modulo de elasticidade transversal.

O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:

𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛
Onde:

161
➢ Kv= modulo de rigidez vertical;
➢ He = espessura da camada de elastómero;
➢ An = área do aparelho de apoio

4312 × 103 ∗ 0.02


𝐺𝑛 = = 176000𝐾𝑁/𝑚2
0.7 × 0.7

8653.485
𝜏𝑐 = 1.5 × = 1483.45 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
8.75

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 176000 0.49 7.84 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 13.2 < 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.02 8

Verificação a flambagem
0.7
10 > >5
0.018 × 7
10 > 5.6 > 5 𝑂𝐾!

11.2 DIMENSIONAMENTO DOS APARELHOS DE APOIO DOS


PILARES LOCALIZADOS JUNTO AOS ENCONTROS.
Os pilares de centro R (BE) são os pilares que se encontram entre os pilares do cento e os
encontros. Segundo a combinação de acções realizadas a cima estes pilares apresentam a
segunda maior carga na estrutura de pois dos pilares do centro. A reacção horizontal
longitudinal nos apoios destes pilares é igual a 0, porque estes não estão travados
horizontalmente no sentido longitudinal como demostrado no sistema estático.
Dimensionamento do aparelho travado:

Dados:
Rv = 7317.3 KN/m

162
Rht = 482.52 KN/m
Determinação do catálogo a usar
𝑅𝐻 482.52
= = 6.6% > 5%
𝑅𝑉 7317.3
O catálogo a usar é do tipo EF High
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 750 – 75
➢ Fv (máxima) = 7500 KN
➢ Fh (máxima) = 700 KN
➢ N. de camadas = 7
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 8928.57 KN/m^2
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 3242 KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 6 KN/mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.8195
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.8195 = 0.91 ≈ 0.95 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 0.95 × 0.95 = 0.903 𝑚2


Determinação do factor de forma
𝑎×𝑏 0.95 × 0.95
𝑆𝑖 = = = 12.2
(𝑎 + 𝑏) × 2 × ℎ𝑐 (0.95 + 0.95) × 2 × 0.02

Verificação da tensão de corte por compressão


𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖
Onde:

➢ 𝜏𝑐 – tensão de corte por compressão


➢ 𝐺𝑛 - modulo de elasticidade transversal.

O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:


𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛

163
3242 × 103 ∗ 0.02
𝐺𝑛 = = 71867.036 𝐾𝑁/𝑚2
0.95 × 0.95

7317.3/0.903
𝜏𝑐 = 1.5 × = 997.3 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
12.2
Determinação e verificação das tensões horizontais Transversais
𝐻ℎ𝑡 482.52
𝜏𝑐𝑑 = = = 534.64 𝑘𝑁/𝑚2
𝐴 0.903
𝐻ℎ𝑙 0
𝜏𝑙𝑑 = = =0
𝐴 1
Verificação

𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 × 0.5 ≤ 𝐸ℎ


𝐾0 × ∆𝑙 6 × 125 5639.1𝐾𝑁
𝐸ℎ = = =
𝑏 × 𝑒 × 𝑛 0.95 × 0.02 × 7 𝑚2
0.5 × 534.64 ≤ 5639.1 𝑂𝐾!

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 71867.03 0.903 6.51 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 15.09 < 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.02 7

Combinação de todas as tensões aplicadas

𝜏𝑐 + 𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 + 𝜏𝛼 < 5 × 𝐺𝑛

997.3 + 0.5 × 534.64 + 15.09 < 5 × 71867.03

1279.71 < 5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!

Verificação a flambagem
0.95
10 > >5
0.02 × 7
10 > 6.79 > 5 𝑂𝐾!
Deslizamento

𝐻 < 𝜇 × 𝜎𝑎𝑑 × 𝐴𝑛

164
2
𝜇 = 0.12 +
𝜎𝑎𝑑𝑚
2
𝜇 = 0.12 + = 10.12
0.2
10.12 × 0.2 × 95 × 95 = 18266.6 > 482.52 𝑂𝐾!

Dimensionamento do aparelho de apoio não travado.


Determinação do catálogo a usar
𝑅𝐻 0.3 × 485.52
= = 2.0% < 5%
𝑅𝑉 7317.3
O catálogo a usar é do tipo EF Normal
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 750 – 75
➢ Fv (máxima) = 7500 KN
➢ Fh (máxima) = 750 KN
➢ N. de camadas = 8
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 17647.06 KN/m^2
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 4226KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 9.11 KN/mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.4146
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.4146 = 0.65 = 0.65 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 0.65 × 0.65 = 0.49 𝑚2


Determinação do factor de forma
0.65 × 0.65
𝑆𝑖 = = 8.13
(0.65 + 0.65) × 2 × 0.02
Verificação da tensão de corte por compressão
𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖
Onde:

➢ 𝜏𝑐 – tensão de corte por compressão


➢ 𝐺𝑛 - modulo de elasticidade transversal.

165
O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:
𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛

4226 × 103 ∗ 0.02


𝐺𝑛 = = 200047.34𝐾𝑁/𝑚2
0.65 × 0.65

7317.3/0.4146
𝜏𝑐 = 1.5 × = 2170.86 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
8.13

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 200047.34 0.4146 6.51 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 19.28
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.02 7
< 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!

Verificação a flambagem
0.65
10 > >5
0.02 × 6
10 > 5.4 > 5 𝑂𝐾!

11.3 DIMENSIONAMENTO DOS APARELHOS DE APOIO NOS


ENCONTROS.
Os encontros R (AF) são as infra-estruturas que recebem menor carga, estes se localizam
nas extremidades do tabuleiro dando início e fim do mesmo permitindo deste modo a
ligação da obra de arte e o talude. A reacção horizontal longitudinal nesses apoios é
considerado apenas e uma parte dos encontros como foi referido na anteriormente, porque
este este travado horizontalmente no sentido longitudinal como demostrado no sistema
estático.
Dimensionamento do aparelho travado em todas direcções :

Dados:

166
Rv = 2370.78 KN/m
Rht = 149.13 KN
Rhl = 355.5
α = 9.57E-0.5

Determinação do catálogo a usar


𝑅𝐻 335.5
= = 14.15% > 5%
𝑅𝑉 2370.78
O catálogo a usar é do tipo EF High
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 2500-25
➢ Fv (máxima) = 3750 KN
➢ Fh (máxima) = 380 KN
➢ N. de camadas = 6
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 8928.57 KN/m^2
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 2173 KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 7.08 KN/mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.2655
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.2655 = 0.53 ≈ 0.6 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 0.6 × 0.6 = 0.36 𝑚2

Determinação do factor de forma


𝑎×𝑏 0.6 × 0.6
𝑆𝑖 = = = 7.89
(𝑎 + 𝑏) × 2 × ℎ𝑐 (0.6 + 0.6) × 2 × 0.019

Verificação da tensão de corte por compressão


𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖

O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:

167
𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛

2173 × 103 ∗ 0.019


𝐺𝑛 = = 114686.11𝐾𝑁/𝑚2
0.6 × 0.6

2370.78/0.36
𝜏𝑐 = 1.5 × = 1252 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
7.89
Determinação e verificação das tensões horizontais Transversais
𝐻ℎ𝑡 149.13
𝜏𝑐𝑑 = = = 414.25 𝑘𝑁/𝑚2
𝐴 0.36
𝐻ℎ𝑙 0
𝜏𝑙𝑑 = = =0
𝐴 1
Verificação

𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 × 0.5 ≤ 𝐸ℎ


𝐾0 × ∆𝑙 7.08 × 53.6 9246.78𝐾𝑁
𝐸ℎ = = =
𝑏 × 𝑒 × 𝑛 0.36 × 0.018 × 6 𝑚2

Determinação e verificação das tensões horizontais longitudinais


𝐻ℎ𝑡 335.5
𝜏𝑐𝑑 = = = 931.94 𝑘𝑁/𝑚2
𝐴 0.36
𝐻ℎ𝑙 0
𝜏𝑙𝑑 = = =0
𝐴 1
Verificação

𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 × 0.5 ≤ 𝐸ℎ

0 + 931.94 × 0.5 ≤ 𝐸ℎ

465.97 ≤ 𝐸ℎ 𝑜𝑘!

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 120722.22 0.36 9.57 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 18.24 < 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.019 6
Combinação de todas as tensões aplicadas

𝜏𝑐 + 𝜏𝑙𝑑 + 𝜏𝑐𝑑 + 𝜏𝛼 < 5 × 𝐺𝑛

1252 + 0.5 × 414.25 + 0.5 × 931.94 + 18.24 < 5 × 64507.44

168
1943.335 < 5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!

Verificação a flambagem
0.6
10 > >5
0.019 × 6
10 > 5.26 > 5 𝑂𝐾!
Deslizamento

𝐻 < 𝜇 × 𝜎𝑎𝑑 × 𝐴𝑛
2
𝜇 = 0.12 +
𝜎𝑎𝑑𝑚
2
𝜇 = 0.12 + = 10.12
0.2
10.12 × 0.2 × 60 × 60 = 7286.4 > 355.5 𝑂𝐾!

Dimensionamento do aparelho de apoio não travado.


Determinação do catálogo a usar
𝑅𝐻 0.3 ∗ 355.5
= = 4.49% < 5%
𝑅𝑉 2370.78
O catálogo a usar é do tipo EF Normal
Dados retirados no catálogo:
➢ EF 250 – 25
➢ Fv (máxima) =2500 KN
➢ Fh (máxima) = 250 KN
➢ N. de camadas = 8
➢ e. Camada = 20 mm
➢ Tensão admissível de corte = 17647.06KN/m^2
➢ Kv modulo de rigidez vertical = 2404KN/mm
➢ Ko modulo de rigidez horizontal = 5.63 KN/mm

𝑁 𝑁
𝜎𝑐 = = = 0.134
𝑎. 𝑏 𝜎𝑐

√0.134 = 0.38 ≈ 0.4 = 𝑎 = 𝑏

𝐴 = 0.4 × 0.4 = 0.16 𝑚2


Determinação do factor de forma
0.4 × 0.4
𝑆𝑖 = = 10
(0.4 + 0.4) × 2 × 0.01

169
Verificação da tensão de corte por compressão
𝜎𝑐
𝜏𝑐 = 1.5 × ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛
𝑆𝑖

O módulo de elasticidade é determinado com base na seguinte fórmula:


𝐾𝑣 × ℎ𝑒
𝐺𝑛 =
𝐴𝑛

2404 × 103 ∗ 0.01


𝐺𝑛 = = 150250 𝐾𝑁/𝑚2
0.4 × 0.4

2370.78
𝜏𝑐 = 1.5 × = 355.617 ≤ 3 ∗ 𝐺𝑛 𝑂𝐾!
10

Verificação da rotação no apoio

𝐺𝑛 𝐴𝑛 tan 𝛼 150250 0.16 9.57 × 10−5


𝜏𝛼 = × × = × × = 19.17 < 1.5 × 𝐺𝑛 𝑜𝑘!
2 ℎ𝑛 𝑛 2 0.02 3

Verificação a flambagem
0.4
10 > >5
0.02 × 3
10 > 6.67 > 5 𝑂𝐾!

12 ANÁLISE DO DIAFRAGMA

Os diafragmas são elementos colocados nos apoios para conferir rigidez a estrutura tando
a rotação como também para conferir resistência devido às reacções de apoio, ou aos
macacos hidráulicos usados para a substituição dos aparelhos de apoio.
a) Verificação da rigidez do tabuleiro
Deve-se fazer primeiramente a verificação da rigidez da estrutura de modo a melhor
decidir sobre a necessidade da colocação de diafragmas. A verificação é feita de acordo
com a figura 59:

170
Figura 158: Verificação da rigidez do tabuleiro para a colocação de apoios. Fonte:
(SCHLAICH e SCHEEF, 1982).
ℎ𝑆𝑡 1,62
≤ 7; = 4,05 < 7 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!
𝑏0 0,4
Sendo que o tabuleiro não obedece o critério de rigidez, não será necessário diafragma
nos apoios.

13 JUNTA DE DILATAÇÃO

As juntas de dilatação são elementos para acomodar as deformações longitudinais da


estrutura relativamente ao encontro. Uma vez que esse elemento possui muita influência
sobre a qualidade da condução, deve ser correctamente dimensionado, e para tal, estimou-
se os movimentos da estrutura ao longo de sua vida para os seguintes casos:
1. Variação de temperatura;
2. Arranque e frenagem;
3. Retracção;
4. Fluência.

1. Variação uniforme de temperatura;


A deformação devido a variação uniforme de temperatura no sentido longitudinal é dada
por:

∆𝑳𝑻 = ∆𝑻𝜶𝒍 𝑳 = ±𝟏𝟓 × 𝟏𝟎 × 𝟏𝟎−𝟔 × 𝟐𝟎𝟎 = ±𝟎, 𝟎𝟑𝒎


Onde L é o comprimento da estrutura.

171
Para a variação uniforma de temperatura, a estrutura sofre uma deformação nos dois
sentidos de 0,03m.

2. Arranque e frenagem
A quantificação da deformação para o arranque e a frenagem é determinada por:

∆𝐿𝐹 = 𝜀𝐹 𝐿

Onde:

𝜀𝐹 -É a extensão para as forças de arranque e frenagem, é encontrada com base no gráfico


de tensão deformação, dado por:
𝜎ℎ ±255
𝜀𝐹 = = =
𝐸 35 × 106
Onde

𝜎ℎ -É a tensão devido as forças de arranque e frenagem, já determinadas no projecto.

𝐸-Módulo de elasticidade de Young para a o betão a 28 dias.

A tensão no betão devido as forças de arranque e frenagem são assumidos, por


simplificação com valor uniforme, e é dada por:
𝐹ℎ ±255
𝜎ℎ = = = 35,41𝑘𝑃𝑎
𝐴𝑐 7,2012
Onde:

𝐹ℎ -Força de arranque e frenagem já determinados no projecto;

𝐴𝑐 -Área da secção do tabuleiro.

Dessa forma obtém-se a extensão:


𝜎ℎ ±35,41
𝜀𝐹ℎ = = = 1,0117 × 10−6 𝑚/𝑚
𝐸 35 × 106
E a deformação na longitudinal dada por:

∆𝑳𝑭𝒉 = 𝜺𝑭𝒉 𝑳 = 𝟏, 𝟎𝟏𝟏𝟕 × 𝟏𝟎−𝟔 × 𝟐𝟎𝟎 = ±𝟐, 𝟎𝟐 × 𝟏𝟎−𝟒 𝒎

Obtém-se uma deformação nos dois sentidos devido a frenagem e arranque de


2,02 × 10−4 𝑚.
3. Retracção (Anexo 1, REBAP)

172
A retracção do betão corresponde a redução das dimensões do betão devido a perda de
água e endurecimento do betão, e sua extensão é dada por:

𝜀𝑐𝑠 (𝑡1 , 𝑡2 ) = 𝜀𝑐𝑠𝑜 [𝛽𝑠 (𝑡1 ) − 𝛽0 (𝑡0 )]


Onde:

𝜀𝑐𝑠𝑜 -Valor de referência da extensão por retracção, que depende das condições
higrométricas do ambiente, da consistência do betão fresco e da espessura fictícia do
elemento.

𝛽𝑠 (𝑡1 ), 𝛽0 (𝑡0 )-valores particulares da função 𝛽𝑠 (𝑡1 ), que exprime a variação do valor da
retracção com a idade do betão, e que depende da espessura fictícia do elemento.

Valor de referência, 𝜺𝒄𝒔𝒐


Esse valor de referência é dado por:

𝜀𝑐𝑠𝑜 = 𝜀𝑐𝑠1 𝑛

Extensão 𝜀𝑐𝑠1 :

𝜀𝑐𝑠1 é a extensão obtida através do quadro I-I do anexo 1 do REBAP, para uma humidade
relativa de 75%, que é uma humidade média, e predominante no local.
Essa extensão foi obtida por interpolação linear do mesmo quadro.

Humidade relativa do ambiente 𝜀𝑐𝑠1 (10−6 )

Imersão em água +100

Alta (90%) -130

Média (70%) -320

Baixa (40%) -520

Tabela 36: Valores da extensão 𝜀𝑐𝑠1 .Fonte: REBAP.


Os valores do quadro I-I são para betões de consistência média, e será essa a consistência
adoptada para o projecto, dessa forma, por interpolação, obteve-se:

𝜺𝒄𝒔𝟏 = −𝟐𝟕𝟐, 𝟓 × 𝟏𝟎−𝟔 𝒎/𝒎

Coeficiente η:
O coeficiente η é em função da espessura fictícia do elemento, encontrado com base
quadro I-II do REBAP.

173
A espessura fictícia é dada por:
2𝐴𝑐
ℎ0 = 𝜆
𝑢
Onde:

𝐴𝑐 -é a área da secção transversal do elemento;

𝑢-parte do perímetro da secção transversal do elemento em contacto com o ambiente;

𝜆-é o coeficiente dependente das condições higrométricas do ambiente e que tenha os


valores conforme o anexo I do REBAP.

Desse modo:
u foi considerado que todo o perímetro exterior do tabuleiro está em contacto com o
ambiente, exceptuando-se a parte coberta pelo revestimento do pavimento, passeio e viga
de bordadura, dessa forma, o perímetro é de 13,56m.

𝜆 foi obtido por interpolação linear dos valores do Anexo I do REBAP:

𝜆 = 2,375

A espessura fictícia é encontrada por:


2𝐴𝑐 2 × 7,2012
ℎ0 = 𝜆 = 2,375 = 2,52𝑚 = 252𝑐𝑚
𝑢 13,56
Com a espessura fictícia, obtêm-se o coeficiente η com base no quadro I-II do anexo I do
REBAP:

Espessura fictícia,
≤5 10 20 40 80 ≥ 160
h0

η 1,20 1,05 0,90 0,80 0,75 0,70

Tabela 37: Coeficiente η. Fonte: REBAP.


Com base na tabela 27, obtêm-se um coeficiente η de 0,7.

Tendo o coeficiente η e a extensão 𝜀𝑐𝑠1 , irá se determinar o valor de referência da


retracção.

𝜀𝑐𝑠𝑜 = 𝜀𝑐𝑠1 𝑛 = −272,5 × 10−6 × 0,7 = −1,9075 × 10−4 𝑚/𝑚

174
Função 𝜷𝒔 (𝒕𝟏 )

Conhecendo os valores de referência, deve-se determinar a função 𝛽𝑠 (𝑡1 ) que exprime a


evolução da retracção com a idade do betão, é função da espessura fictícia, e encontra-se
representada na figura 60.
Considerando que as juntas serão aplicadas em média 100dias após o fim da construção,
devido a trabalhos que se fazem sobre o tabuleiro primeiramente e as diferentes fases de
construção, e um período de vida útil de 100 anos, equivalente a 36500 dias.
Os valores do Anexo 1 do REBAP consideram uma temperatura ambiente de cerca de
20ºC, e um cimento de endurecimento lento, mas uma vez que a temperatura do local da
ponte é de 25ºC, e o cimento usado é de endurecimento rápido e de alta resistência, uma
vez que deve haver celeridade na construção, e é necessário betão de alta resistência,
deve-se fazer a seguinte correcção:

∑𝑖=𝑡
𝑖=1(𝑇𝑖 + 10)
𝑡′ = 𝛼
30
Onde:

𝑡 ′ -Idade corrigida;

𝑇𝑖 -Temperatura média do dia;

𝛼-Coeficiente que toma os valores:

Cimentos de endurecimento corrente e rápido - 𝛼=1

Cimentos de endurecimento rápido - 𝛼=2

Cimentos de endurecimento rápido e de alta resistência - 𝛼=3


∑𝑖=100
𝑖=1 (25 + 10)
𝑡 =3 = 350 𝑑𝑖𝑎𝑠
30
∑𝑖=36500
𝑖=1 (25 + 10)
𝑡′ = 3 = 127 750 𝑑𝑖𝑎𝑠
30

175
0,9

0,1

350

Figura 159: Função 𝛽𝑠 (𝑡1 ). REBAP.

Com base na figura 60, obtém-se:

𝛽𝑠 (𝑡1 ) = 0,9

𝛽0 (𝑡0 ) = 0,1

Tendo a função 𝛽𝑠 (𝑡1 ), irá se determinar a extensão devido a retracção.

𝜀𝑐𝑠 (𝑡1 , 𝑡2 ) = −1,9075 × 10−4 [0,9 − 0,1] = −1,53 × 10−4 𝑚/𝑚


Conhecendo já a extensão devido a retracção, pode-se determinar a deformação
longitudinal.

∆𝐿𝑐𝑠 = 𝜀𝑐𝑠 𝐿 = −1,53 × 10−4 × 200 = −0,0305𝑚


Obtém-se uma deformação negativa devido a retracção de 0,0305m.

4. Fluência
A fluência é determinada para cargas aplicadas permanentemente por um longo período,
que geram deformações lentamente ao longo do tempo.
Para o presente projecto será quantificada a fluência para cargas aplicadas sob tensão
constante.
A deformação por fluência é dada por:
𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡0 )
𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝜎𝑐,𝑡𝑜 ′
𝐸𝑐,28

Onde:

𝜎𝑐,𝑡𝑜 -Tensão constante aplicada na idade t0;

176

𝐸𝑐,28 -Módulo de elasticidade inicial do betão aos 28 dias de idade que pode ser obtido
aumentando em 25% o módulo de elasticidade secante encontrados no artigo 17º
(REBAP).

𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡0 )-Coeficiente de fluência na idade t.

Tensão constante aplicada 𝝈𝒄,𝒕𝒐

A tensão constante aplicada é devido ao pré-esforço, e uma vez que o pré-esforço assume
valores diferentes para diferentes segmentos, seguem-se os valores:

Tramo de pré-esforço Comprimento(m) 𝑃∞ (kN) 𝜎𝑐,𝑡𝑜 (kPa)

1 38,6 31 377,76 4 357,29

2 47,83 46 105,38 6 402,46

3 49,88 38 424,04 5 335,78

4 63,69 30 216,22 4 196,00

Tabela 38: Valor das tensões constantes aplicadas ao longo do comprimento do


tabuleiro.
Esses valores não serão majorados, uma vez tratar-se de estados limites de serviço.

Módulo de elasticidade inicial 𝑬′𝒄,𝟐𝟖

O módulo de elasticidade inicial do betão aos 28 dias, será obtido aumentando em 25% o
valor do módulo de elasticidade obtido pelo artigo 17.º do REBAP, conforme o 3.2 do
Anexo 1 do REBAP.

𝐸𝑐,28 = 35𝐺𝑃𝑎 art. 17.º REBAP.

Desse modo:

𝐸𝑐,28 = 1,25𝐸𝑐,28 = 43,75𝐺𝑃𝑎

Coeficiente de fluência na idade t, 𝝋𝒄 (𝒕, 𝒕𝟎 )


O coeficiente de fluência pode ser obtido por:

𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝛽𝑎 (𝑡0 ) + 𝜑𝑑 𝛽𝑑 (𝑡 − 𝑡0 ) + 𝜑𝑓 [𝛽𝑓 (𝑡) − 𝛽𝑓 (𝑡0 )]

De seguida serão determinados os parâmetros intervenientes na equação acima.

177
Função 𝜷𝒂 (𝒕𝟎 )

Essa função depende dos valores de tensão de rotura por compressão do betão na idade
do carregamento e a tempo infinito, respectivamente 𝑓𝑐,𝑡0 e 𝑓𝑐,𝑡∞ .

𝑓𝑐,𝑡0
𝛽𝑎 (𝑡0 ) = 0,8 (1 − )
𝑓𝑐,𝑡∞

Considerando que o pré-esforço será aplicado 18 dias após a betonagem, e considerando


que nesse tempo o betão atingiu a resistência de projecto por se usar cimentos de
endurecimento rápido, obtém-se, baseando-se no artigo 15º do REBAP:

𝑓𝑐,𝑡0 = 𝑓𝑐

𝑓𝑐,𝑡∞ = 1,45𝑓𝑐

Dessa forma:
𝑓𝑐
𝛽𝑎 (𝑡0 ) = 0,8 (1 − ) = 0,2483
1,45𝑓𝑐

Coeficiente de elasticidade diferida 𝜑𝑑

O coeficiente de elasticidade diferida pode ser tomado em geral, como 0,4, de acordo com
3.4.3 do Anexo 2 do REBAP.

Função 𝛽𝑑 (𝑡 − 𝑡0 )
Essa função é obtida pela figura 61, onde a variação de tempo é de 127 687 dias, uma vez
que o tempo 0 para fluência irá corresponder ao tempo em que a carga é aplicada, que no
presente caso é de 18 dia, o tempo corrigido é de 63 dias:

Figura 160: Função 𝛽𝑑 (𝑡 − 𝑡0 ). Fonte: REBAP.

178
Pela figura, 𝛽𝑑 (𝑡 − 𝑡0 ) toma o valor de 1.

Coeficiente de plasticidade diferida 𝜑𝑓

O coeficiente de plasticidade diferida é dado por:

𝜑𝑓 = 𝜑𝑓1 𝜑𝑓2

𝜑𝑓1

Sendo o betão de consistência média, o 𝜑𝑓1 é obtido a partir do quadro I-III do Anexo I
do REBAP.

Humidade relativa do ambiente 𝜑𝑓1

Imersão em água 0,8

Alta (90%) 1,9

Média (70%) 2,0

Baixa (40%) 3,0

Tabela 39: Valores de 𝜑𝑓1 para determinação do coeficiente de plasticidade diferida.


Fonte: REBAP.

Sendo a humidade relativa de 75%, obteve-se por interpolação o valor de 1.975 para 𝜑𝑓1 .

𝜑𝑓2

Esse parâmetro é em função da espessura fictícia h0, e é encontrado do acordo com a


tabela 30.

Espessura fictícia, h0
≤5 10 20 40 80 ≥ 160
(cm)

𝜑𝑓2 1,85 1,70 1,55 1,40 1,25 1,12

Tabela 40: Valores 𝜑𝑓2 de para determinação do coeficiente de plasticidade diferida.


Fonte: Anexo 1 do REBAP.

Pela tabela 30, chega-se a um 𝜑𝑓2 de 1,12.

Desse modo:

𝜑𝑓 = 𝜑𝑓1 𝜑𝑓2 = 1,975 × 1,12 = 2,212

179
Função 𝛽𝑓 (𝑡)

Os valores dessa função são obtidos em função da figura 62 em função da espessura


fictícia, e recorrendo aos tempos corrigidos, obtêm-se:

0,99

0,30

63

Figura 161: Função βf (t) . Fonte: Anexo 1 do REBAP.

𝛽𝑠 (𝑡) = 0,99

𝛽0 (𝑡0 ) = 0,30

Tendo todos os dados, pode-se proceder com a determinação do coeficiente de fluência.

𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝛽𝑎 (𝑡0 ) + 𝜑𝑑 𝛽𝑑 (𝑡 − 𝑡0 ) + 𝜑𝑓 [𝛽𝑓 (𝑡) − 𝛽𝑓 (𝑡0 )]


= 0,248 + 0,4 × 1 + 2,212 × (0,99 − 0,30) = 2,1746

Com o coeficiente de fluência, pode-se já determinar a extensão devido a fluência e a


respectiva deformação.

4
𝜑𝑐 (𝑡, 𝑡0 )
𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) = 𝜎𝑐,𝑡𝑜 ′ 𝑒 ∆𝐿𝑐𝑐 = ∑ 𝜀𝑐𝑐 𝑖 𝐿𝑖
𝐸𝑐,28
𝑖=1

Uma vez que no tabuleiro existem pré-esforços com valores diferentes para diferentes
comprimentos, existirá diferentes deformações que deverão ser somadas. Os respectivos
valores podem ser encontrados na tabela.

Tramo Comprimento 𝜎𝑐,𝑡𝑜 𝜀𝑐𝑐 (𝑡, 𝑡0 ) ∆𝐿𝑐𝑐

(m) (kPa) (10−4 ) (cm)

1 38,6 -4 357,29 2,166 -0,836

180
2 47,83 -6 402,46 3,182 -1,522

3 49,88 -5 335,78 2,652 -1,323

4 63,69 -4 196,00 2,086 -1,328

Σ 200 - - -5,001

Tabela 41: Deformações devido a fluência.

Tendo todas as deformações existentes na ponte, irá se fazer a sua soma de modo a obter
o valor mais desfavorável tanto para as variações positivas, como para as negativas:

+∆𝐿𝑡𝑜𝑡 = ∆𝐿 𝑇 + ∆𝐿𝐹ℎ + ∆𝐿𝑐𝑠 + ∆𝐿𝑐𝑐 = 0,03 + 0,0002 = +0,0302𝑚

−∆𝐿𝑡𝑜𝑡 = ∆𝐿𝑇 + ∆𝐿𝐹ℎ + ∆𝐿𝑐𝑠 + ∆𝐿𝑐𝑐 = −0,03 − 0,0002 − 0,0305 − 5,001


= −0,1108𝑚

Conclusão:
Pela ordem dos movimentos existentes no tabuleiro, no presente projecto será feito o uso
de uma junta de dilatação de elastómero armado, uma vez que permitem amplitudes
horizontais entre 20mm e 350mm (movimentos médios), adequados para o caso em
análise.

14 DIMENSIONAMENTO DO ENCONTRO

14.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS


Neste capítulo descreve-se a constituição estrutural do encontro escolhido para a obra de
arte, salientando-se o tipo de encontro, as circunstâncias que conduziram a escolha da
tipologia adoptada e os aspectos que condicionaram a concepção destes elementos.

Devido a necessidade de se fazer um aterro de altura relativamente grande e a importância


de se proteger o aterro, optou-se pela escolha de encontros aparentes do tipo cofre. Este
encontro é suportado por uma fundação realizada em sapata. Este encontro é constituído
por um muro testa, perpendicular ao eixo longitudinal da ponte, com função de suportar
I aterro, garantindo funções de muro de contenção. O prolongamento do muro testa ate a
cota do pavimento é denominado espelho. Nas laterias do encontro, encontram-se muros
de Avenida, que também servem para suportar os solos do aterro.

181
Os aparelhos de apoio ficam apoiados no topo do muro testa, e existe uma separação entre
o espelho e a tabuleiro, concretizada através da montagem de uma junta para selagem.

Aterros no tardoz
A compactação do aterro neste tipo de encontro, pode ser um desafio devido ao espaço
reduzido, sendo assim, deve-se evitar equipamentos pesados de compactação pois podem
danificar os elementos estruturais do encontro e induzir pressões elevadas no mesmo.
Deverão ser utilizados meios de compactação de fraca potência , mas que garantam uma
eficaz compactação, pelo que as camadas deverão ser de espessura reduzida e os solos
deverão ser de matriz arenosa. Esta operação deve ser completada com meios de maior
potência, desde que não danifiquem os elementos do encontro e que tal não resulte na
aplicação de pressões exageradas sobre o paramento dos muros.

14.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DO


ENCONTRO
Definido o tipo de encontro, foram determinadas as dimensões dos vários elementos do
encontro, que são objecto de um pré-dimensionamento.
O encontro cofre constituído por um muro testa e dois muros de Avenida, sendo estes
tratados como muros de suporte de terras. Admite-se que as dimensões dos muros dos
muros não obrigam a utilização de contrafortes, visto a altura ser inferior a 8m, de acordo
com o critério da bibliografia consultada.
O pré-dimensionamento desses muros foi efectuado de acordo com o recomendado na
bibliografia consultada, como indicado nas figuras abaixo.

Figura 162: Pré-dimensionamento para os muros de Avenida

182
Figura 163: Pré-dimensionamento para ara muro testa

O pré-dimensionamento resultou nas dimensões abaixo indicadas.

183
Figura 164: Dimensões para o muro testa.

184
Figura 165: Dimensões para os muros de Avenida

185
14.3 DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA DO ENCONTRO

14.3.1 AÇÕES DE DIMENSIONAMENTO


Regulamentação aplicável
As acções para o dimensionamento dos encontros foram definidas segundo o
Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes (RSA) e
também segundo os critérios definidos no Eurocódigo 7 ( Projecto geotécnico).
Acções permanentes
Correspondem as seguintes acções:

• Peso próprio da estrutura;


• Pressão estática do terreno;
• Cargas permanentes transmitidas pelo tabuleiro.
Peso próprio da estrutura
O peso próprio da estrutura foi calculado com base no peso volúmico do material

𝑃𝑝 = 𝐴 ∗ 𝛾[KN/m]
Onde A = área da secção transversal

𝛾= peso específico do betao armado [25KN/m3]

Pressão estática do terreno


A pressão estática do terreno corresponde a Acão exercida pelo solo sobre o muro em
condições estáticas.
O solo actua como uma carga vertical sobre o tardoz e também provoca um impulse sobre
o paramento , este impulse pode ser activo ou passive, consoante se encontre no lado do
aterro ou não.
O impulse passive do solo foi desprezado, visto haver a possibilidade de erosão do solo a
frente do muro.
O coeficiente de impulse activo foi calculados segundo a teoria de Ranking, através da
equação abaixo.
1 − 𝑠𝑖𝑛𝜙′
𝐾𝑎 =
1 + 𝑠𝑖𝑛𝜙′
As pressões horizontais do solo sobre o paramento são dadas por

𝜎′ℎ𝑎 = 𝐾𝑎 ∗ 𝛾 ∗ 𝑧

Em que z corresponde a altura a partir da superfície do aterro.


O impulse activo é dado por:

186
1
𝐼𝑎 = ∗ 𝐾𝑎 ∗ 𝛾 ∗ ℎ2
2
Onde h corresponde a altura total do aterro.
Cargas permanentes transmitidas pelo tabuleiro
Corresponde as cargas permanentes do tabuleiro que são transmitidas ao encontro através
dos aparelhos de apoio.
Estas cargas são transmitidas como cargas pontuais e foram divididas pelo comprimento
do muro de testa de modo a distribuir por todo encontro obtendo-se uma carga
linearmente distribuída.
Acções variáveis
Foram consideradas as seguintes acções variáveis:

• Sobrecargas devido ao tráfego sobre o aterro ( 10KN/m2);


• Forca de frenagem sobre o espelho;
• Reacções provenientes do tabuleiro

Segundo o RSA, capítulo IX, artigo 41, devera considerar-se uma sobrecarga provocada
pelo tráfego , através de uma carga uniformemente distribuída na faixa de rodagem de
valor 10KN/m2.

14.3.2 DIMENSIONAMENTO DA LAJE DE TRANSIÇÃO


Características do solo de aterro

𝛾𝑑 = 22𝐾𝑁/𝑚3

𝜙 ′ = 37 ∘

𝑐′ = 0

187
Figura 166: Laje de transição (pormenor)

Cargas:

𝑃𝑝𝑙𝑎𝑗𝑒 = 0.3 ∗ 25 = 7.5𝐾𝑁/𝑚2

𝑆𝑐 = 10𝐾𝑁/𝑚2

𝑃𝑠𝑜𝑙𝑜 = 22 ∗ 0.5 = 11𝐾𝑁/𝑚2

Carga total 𝑞 = 28.5𝐾𝑁/𝑚2

Esforços

Figura 167: Esquema estático da laje de transição


1.5∗28.5∗3 64.125𝐾𝑁
Reacção na consola curta 𝑅 = =
2 𝑚

1.5∗28.5∗32
Momento máximo de calculo 𝑀𝑠𝑑 = = 48.09𝐾𝑁𝑀/𝑚
8

188
Verificação da altura útil
Betão B25 ; aço A400

𝑀𝑠𝑑
𝑑=√
0.15 ∗ 𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑

d=0.147m< 0.25 OK!

Armaduras
Fazendo uso das tabelas de esforços normais e de flexão:
𝑀𝑠𝑑 48.09 𝜌𝑏𝑑
= 1∗0.252 = 769.44𝐾𝑃𝑎 ; 𝜌 = 0.232 ; 𝐴𝑠 = = 5.8𝑐𝑚2/𝑚
𝑏∗𝑑2 100

𝜙16@330

Ligação entre a laje de transição e a consola curta


A ligação entre a laje de transição e a consola curta será feita através de varões de

𝜙16@200.

14.3.3 DIMENSIONAMENTO DA CONSOLA CURTA


𝐹𝑠𝑑 = 64.125𝐾𝑁/𝑚

- Cálculo do 𝑑 𝑒 𝑑′
ℎ 0.4
𝑑= = = 0.356
1.125 1.125
𝑑′ = 𝑡 + (ℎ − 𝑑) = 0.05 + (0.4 − 0.356) = 0.094𝑚

- Determinação do "𝑎" ( distancia da face do espelho ate o ponto de aplicação da


carga na consola curta) de modo que 𝑎 < 𝑑 ≤ 2𝑎.
𝑑
𝑎≥ = 0.178𝑚 ; tomando 𝑎 = 0.25𝑚
2

- Cálculo da armadura do tirante


𝐹𝑠𝑑 ∗ 𝑎
𝐹𝑠𝑠𝑑 = = 56.29𝐾𝑁
0.8 ∗ 𝑑
𝐹𝑠𝑠𝑑
𝐴𝑠 = = 1.62𝑐𝑚2/𝑚
𝑓𝑠𝑦𝑑

𝜙6@160
189
- Cálculo da armadura complementar horizontal
1
𝐴𝑠𝑑 = 𝐴𝑠 = 0.405𝑐𝑚2
4
2𝜙6

- Verificação da compressão na biela de betão


√(0.8∗𝑑)2 +𝑎2
𝐹𝑐𝑠𝑑 = 𝐹𝑠𝑑 ∗ =85.33KN
0.8∗𝑑

1
𝐹𝑐𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 = 𝜏2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑
2
Para B25, 𝜏2 = 4000𝐾𝑃𝑎

𝐹𝑐𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 = 712𝐾𝑁

14.3.4 DIMENSIONAMENTO DA CONSOLA CURTA ENTRE O ESPELHO E O


TABULEIRO
Esta consola curta encontra-se submetida a Acão horizontal de frenagem (30KN/m) e
acção directa dos veículos.
A carga rodoviária mais desfavorável seria a uniformemente distribuída e carga
transversal linearmente distribuída de 4KN/m2 e 50KN/m respectivamente, distribuídas
em ma largura de 8.5m correspondente a faixa de rodagem.

Figura 168: Consola curta (pormenor)

A carga 𝑞 corresponde a carga rodoviaria distribuida linearmente ao longo da direccao


paralela ao muro testa e a carga 𝑓 corresponde a accao de frenagem.

𝑞 = 50 + 4 ∗ 0.4 = 51.6𝐾𝑁/𝑚
190
𝑓 = 30𝐾𝑁/𝑚

-d=0.356m ; 𝑑′ = 0.094𝑚; a=0.35m(caso mais desfavorável)


𝐹𝑠𝑑∗𝑎 𝑑′
- 𝐹𝑠𝑠𝑑 = + 𝐻𝑠𝑑 ∗ (1 + 0.8∗𝑑) = 107𝐾𝑁
0.8∗𝑑

- 𝐴𝑠 = 3.075𝑐𝑚2

𝜙10@250

- 𝐴𝑠𝑑 = 0.77𝑐𝑚2
𝜙6@330

√(0.8∗𝑑)2 +𝑎2 𝑑′√(0.8𝑑)2 +𝑎2


- 𝐹𝑐𝑠𝑑 = 𝐹𝑠𝑑 ∗ + 𝐻𝑠𝑑 ∗ =93.97KN
0.8∗𝑑 0.8∗𝑑∗𝑎
- 𝐹𝑐𝑠𝑑𝑚𝑎𝑥 = 712𝐾𝑁

14.3.5 DIMENSIONAMENTO DOS MUROS DE SUPORTE


O dimensionamento demonstrado, refere-se à solução final, com dimensões diferentes
das obtidas no pré-dimensionamento.
O Eurocódigo 7 apresenta três abordagens de cálculo diferentes. No entanto, o Anexo
Nacional da presente norma recomenda a utilização da Abordagem de cálculo 1. Assim
sendo apenas será caracterizada a abordagem de cálculo recomendada. Segundo a
abordagem de cálculo 1, o estado limite último deve ser verificado para as seguintes
combinações:
Combinação 1: todos casos A1 + M1 + R1
Combinação 2: todos casos A2 + M2 + R1
Para estacas e ancoragens A2 + M1 + R4
Onde o “+” representa “combinado com”. Os coeficientes parciais a usar encontram-se
reunidos por conjuntos de coeficientes, que podem ser A, para acções ou para os efeitos
das acções, M, para os parâmetros do solo e R, para as capacidades resistentes.
Em geral, a combinacao 2 é a mais desfavoravel, sendo assim, opta-se por estudar apenas
essa combinação.

191
Figura 169: Coeficientes parciais para as acções (γ_q) ou para os efeitos das acções
(γ_g) nos estados limites do tipo STR e GEO

Segundo o Eurocódigo 7, as estruturas de suporte devem ser verificadas em relação a :


1. EQU – perda de equilíbrio da estrutura ou do terreno, considerando como um
corpo rígidos, em que as propriedades de Resistência dos materiais estruturais e
do terreno não tem influência significativa na capacidade resistente.
Refere-se a segurança da estrutura relativamente ao derrubamento ou a rotação
em torno da aresta exterior da sua base.

2. GEO – Rotura ou deformação do solo. As propriedades de Resistência do terreno


tem de ser consideradas na capacidade resistente ao estado em questão.
Corresponde a segurança em relação ao deslizamento pela base e a rotura por
insuficiência da capacidade resistente ao carregamento do solo subjacente a base.

192
14.3.6 DIMENSIONAMENTO MUROS DE AVENIDA

Figura 170: acções sobre os muros de avenida

Tratando-se de cargas favoráveis, 𝛾𝐺 = 1

𝑃𝑝 = 𝛾𝑏𝑒𝑡𝑎𝑜/𝑠𝑜𝑙𝑜 ∗ 𝐴 ∗ 𝛾𝐺

𝑃𝑝1 = 25 ∗ 0.35 ∗ 6.45 ∗ 1 = 56.4375 ; 𝑋1 = 2.675𝑚

𝑃𝑝2 = 25 ∗ 0.45 ∗ 6.45 ∗ 1 = 36.2813𝐾𝑁 /𝑚 ; 𝑋2 = 2.9575𝑚

𝑃𝑝3 = 𝑃𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑐𝑎𝑜 = 25 ∗ 1.25 ∗ 4.4 ∗ 1 = 137.5𝐾𝑁 /𝑚; 𝑋3 = 2.2𝑚

𝑃𝑝4 = 25 ∗ 2.5 ∗ 6.45 ∗ 1 = 354.75𝐾𝑁 /𝑚 ; 𝑋4 = 1.25𝑚


Todos os valores de X em relação ao ponto B

Combinação 2

Desfavorável A2 – 𝛾𝐺 = 1.0 ; 𝛾𝑄 = 1.3;

M2 - 𝛾𝜙′ = 𝛾𝑐′ = 1.25

R1 - 𝛾𝑅 = 1.0

193
Favorável 𝛾𝐺 = 1.0; 𝛾𝑄 = 0

- Parâmetros de calculo do solo do reaterro


𝑡𝑔(37)
𝑡𝑔(𝜙 ′ 𝑑 ) = ; 𝜙′𝑑 = 31.083° ; 𝐾𝑎 = 0.319
1.25

- Tensões activas

Sobrecarga: tensão constante de 𝜎𝑎 = 3.19 𝐾𝑃𝑎

Reaterro: cota 0m 𝜎𝑎 = 0

cota 7.7m ; 𝜎𝑎 =54.04 KPa

- Forcas horizontais de calculo atras do murro ( desfavoráveis)

Devido a sobrecarga : 𝐼𝑎1 = 31.9337 𝐾𝑁 /𝑚 𝑦1 = 3.85𝑚

Devido ao reaterro : 𝐼𝑎2 = 208.061 𝐾𝑁 /𝑚 𝑦2 = 2.567𝑚

- Ponto de aplicação da resultante das cargas


Cálculo do momento total em torno do talão ( ponto B) para a excentricidade .

∑ 𝑀 = 𝑃𝑝1 ∗ 𝑥1 + 𝑃𝑝2 ∗ 𝑥2 + 𝑃𝑝3 ∗ 𝑥3 + 𝑃𝑝4 ∗ 𝑥4 + 𝐼𝑎1 ∗ 𝑦1 + 𝐼𝑎2 ∗ 𝑦2

∑ 𝑀 = 1661.18 𝐾𝑁𝑚 /𝑚

- Excentricidade
∑ 𝑀 𝑙𝑎𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎 𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑑𝑎 𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑐𝑎𝑜 1661.18
𝑒= − = − 2.2 = 0.63977 𝑚
∑ 𝑃𝑝 2 584.97

4.4
Limite do terço médio = 0.733𝑚
6

A resultante se encontra dentro do terço médio

-Tensão máxima na fundação

194
∑ 𝑃𝑝 584.97
𝑞𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎 = = = 132.947𝐾𝑃𝑎
𝐿 ∗ 𝐵 1 ∗ 4.4
∑ 𝑃𝑝 6∗𝑒 584.97 6 ∗ 0.63977
𝑞𝑚𝑖𝑛 = ∗ (1 − )= ∗ (1 − ) = 16.96 𝐾𝑃𝑎
𝐿∗𝐵 𝐵 1 ∗ 4.4 4.4
∑ 𝑃𝑝 6∗𝑒 584.97 6 ∗ 0.63977
𝑞𝑚𝑎𝑥 = ∗ (1 + )= ∗ (1 + ) = 248.933 𝐾𝑃𝑎
𝐿∗𝐵 𝐵 1 ∗ 4.4 4.4

Abaixo da tensão admissível do solo de 0.3 MPa.

14.4 VERIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AO ESTADO LIMITE DE


PERDA DE EQUILÍBRIO ( DERRUBAMENTO) E
DESLIZAMENTO

Combinação 2

- Momentos desestabilizadores (derrubadores) em relação ao ponto A

𝑀𝑑𝑠𝑡 = 656.967 𝐾𝑁𝑚/𝑚

- Momentos estabilizadores (resistentes) em relação ao ponto A

𝑀𝑒𝑠𝑡 = 1394.16𝐾𝑁𝑚/𝑚

O estado limite último em relação ao derrubamento é verificado

Verificação em relação ao estado limite GEO ( deslizamento)

Combinação 2

- Parâmetros de cálculo do solo da fundação


tan (30°)
𝑡𝑎𝑛𝜙′𝑑 = ⇔ 𝜙′𝑑 = 24.8°
1.25

1−sin (24.8)
𝐾𝑝 = 1+sin (24.8) = 2.445

- Tensões passivas mobilizadas pelo dente

195
cota 7.7m 𝜎𝑝 = 0𝐾𝑃𝑎

cota 8.8m ; 𝜎𝑝 =70.17 KPa

- Força de impulso passivo

𝐼𝑝 = 49.12 𝐾𝑁/𝑚 ; y=0.7333 m

- acção horizontal de cálculo

𝐻 = 𝐼𝑎1 + 𝐼𝑎2 = 31.9337 + 208.061 = 239.995 𝐾𝑁/𝑚

- Resistência de cálculo
𝑅𝑉 = 𝑝𝑝1 + 𝑃𝑝2 + 𝑃𝑝3 + 𝑃𝑝4
𝑅𝑉 = 584.969𝐾𝑁 /𝑚

𝑅𝐻 = 𝑅𝑣 ∗ tan 𝛿 + 𝐼𝑝

Sendo 𝛿 o ângulo de atrito entre a base do muro e o solo de fundacao, considerado igual
3
a 𝜙′𝑑 .
4

𝑅𝐻 = 575.6 ∗ tan 18.6 + 49.12


𝑅𝐻 = 245.98𝐾𝑁 /𝑚
O estado limite último em relação o deslizamento é verificado ( 239.994<
245.98)

Dimensionamento das armaduras

196
Murro

Figura 171: Sistema estático do muro

- Esforços internos

Sobrecarga: tensão constante de 𝜎𝑎 = 10 ∗ 0.319 = 3.19 𝐾𝑃𝑎

Reaterro: cota 0m 𝜎𝑎 = 0

cota 7.7m ; 𝜎𝑎 = 22 ∗ 7.7 ∗ 0.319 =54.05 KPa


verificação da altura útil

𝑀𝑠𝑑 = 1.5 ∗ 493.3 = 793.95𝐾𝑁𝑚/𝑚

𝑀𝑠𝑑
𝑑≥√
𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 ∗ 𝜇

b=1m ; fcd=20MPa [ B35] 𝜇 = 0.15

𝑑 ≥ 0.5𝑚
Altura útil da secção

𝑑 = 0.8 − 0.05 = 0.75𝑚

𝑂𝐾!

197
Figura 173: Diagrama do Figura 174: Diagrama do
esforço transverso para o momento flector para o
Figura 172: Esquema
muro muro
estático do muro

Elementos sem armaduras de esforço transverso

𝑉𝑟𝑑 = 0.6 ∗ 𝜏1 ∗ (1.6 − 𝑑) ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑

𝜏1 = 850𝐾𝑃𝑎 [B35] ; 𝑏𝑤 = 1.0𝑚

𝑉𝑟𝑑 = 325.125𝐾𝑁/𝑚

𝑉𝑟𝑑 > 𝑉𝑠𝑑(297𝐾𝑁/𝑚)

- Verificação a flexão
Esforço normal na base devido ao peso próprio
Nsd=1.5*92.72=139.08 KN/m
Msd=793.95KNm/m
Usando o procedimento simplificado
𝑀𝑠𝑑 793.95
- excentricidade 𝑒 = = 139.08 = 5.7𝑚
𝑁𝑠𝑑

Flexão composta com grande excentricidade

0.8
𝑀𝑠 = 𝑀𝑠𝑑 − 𝑁𝑠𝑑 ∗ 𝑦𝑠 = 793.95 − 139.08 ∗ ( − 0.05) = 746.35𝐾𝑁𝑚/𝑚
2
Armadura referente a Ms

198
𝑀𝑠𝑑 746.35
𝐴𝑠(𝑀𝑠) = = = 31.77𝑐𝑚2/𝑚
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 0.75 ∗ 348 ∗ 103
Armadura referente a Nsd
𝑁𝑠𝑑 139.08
𝐴𝑠(𝑁𝑠𝑑0 = − =− = −4𝑐𝑚2/𝑚
𝑓𝑠𝑦𝑑 348 ∗ 103
Armadura final

𝐴𝑠 = 𝐴𝑠(𝑀𝑠) + 𝐴𝑠(𝑁𝑠𝑑) = 31.77 − 4 = 27.77𝑐𝑚2/𝑚

9𝜙20

𝜙20@110

Armadura de distribuição: 𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡 = 0.2 ∗ 27.77 = 5.554𝑐𝑚2/𝑚

𝜙10@125

Fundação

Figura 175: Esquema estático da fundação

-
Para a consola de 2.62m

Comprimento 𝐿 = 2.5 + 0.15 ∗ 0.8 = 2.62𝑚


Carga q=Pp4=354.75KPa

199
- Verificação ao esforço transverso

𝑉𝑟𝑑 = 0.6 ∗ 𝜏1 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑

𝜏1 = 850𝐾𝑃𝑎 [B35]

d=1.18m; 𝑏𝑤 = 1.0𝑚

𝑉𝑟𝑑 = 601.8𝐾𝑁

𝑉𝑟𝑑 < 𝑉𝑠𝑑(1394.16𝐾𝑁)

- Dimensionamento da armadura de esforço transverso

𝑉𝑠𝑑 = 1394.16𝐾𝑁

𝑉𝑤𝑑 = 792.36𝐾𝑁
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑤𝑑
= = 21.44𝑐𝑚2/𝑚
𝑠 0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 0.1 ∗ 𝑏𝑤
= = 10𝑐𝑚2/𝑚
𝑠 100

Para 5𝑅𝜙8 ; 𝐴𝑠𝑤 = 2.51𝑐𝑚2 ; 𝑆 = 110𝑚𝑚``

5𝑅𝜙8@110

- Flexão simples

𝑀𝑠𝑑 = 1826.36𝐾𝑁𝑚/𝑚

d=1.25-0.07=1.18m
𝑀𝑠𝑑 1826.36
𝐴𝑠 = = = 49.4𝑐𝑚2/𝑚
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.18 ∗ 348 ∗ 103

7𝜙32

𝜙32@140

Armadura de distribuição: 𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡 = 0.2 ∗ 49.4 = 9.88𝑐𝑚2/𝑚

𝜙12@111

p
- Para a consola de 1.22m

Qmax=248.93𝐾𝑃𝑎

200
Mmax=185.25𝐾𝑁𝑚/𝑚

Vmax= 303.7𝐾𝑁/𝑚

- Verificação ao esforço transverso

𝑉𝑟𝑑 = 601.8𝐾𝑁

𝑉𝑟𝑑 > 𝑉𝑠𝑑(455.55𝐾𝑁/𝑚)

Dispensa-se a armadura de esforço transverso


- Armadura de flexão
Flexão simples
d=1.25-0.07=1.18m
𝑀𝑠𝑑 277.875
𝐴𝑠 = = = 7.5𝑐𝑚2
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.18 ∗ 348 ∗ 103
0.15 ∗ 𝑏 ∗ 𝑑
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = = 17.7𝑐𝑚2
100
9𝜙16

𝜙16@110

Armadura de distribuição: 𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡 = 0.2 ∗ 17.7 = 1.5𝑐𝑚2/𝑚

𝜙6@160

201
Muro testa

Figura 176: esquema estático do muro testa

Tratando-se de cargas favoráveis, 𝛾𝐺 = 1

[KN/m] Xi[m]
Pp1 21.875 1.175
PP2 204.75 1.975
PP3 154.6875 2.475
Pp4 4 1.55
pp5 4 0.8
pp6 141.9 0.5
Todos os valores de X em relação ao ponto B

Combinação 2

- Ponto de aplicação da resultante das cargas


Cálculo do momento total em torno do talão ( ponto B) para a excentricidade .
Neste caso, as forças desfavoráveis transmitidas pelo tabuleiro são consideradas.
A força vertical

202
1.0∗2131.7+1.3∗(962.8+110.9)
𝐹𝑠𝑑 = = 320.7 𝐾𝑁/𝑚
11

corresponde a combinação de cargas transmitidas pelo no tabuleiro, distribuídas pelo


comprimento do encontro.
Fg 2131.7 KN/m
F rodoviária 962.8 KN/m
F
passeio 110.9 KN/m

A forca horizontal
1.0∗0+1.3∗(225+20)
𝐻𝑠𝑑 = = 28.95 𝐾𝑁/𝑚
11

corresponde a combinação de acções horizontais transmitidas pelo tabuleiro e tem o mesmo


sentido que os impulsos de terra, para o caso mais desfavorável.
Hg 0 KN/m
Hfrenagem 225 KN/m
Hguarda-rodas 20 KN/m

∑ 𝑀 = 2496.21 𝐾𝑁𝑚 /𝑚

- Excentricidade
∑𝑀 2496.21
𝑒= = − 2.475 = 0.455 𝑚
𝑅𝑣𝑡 851.9125
4.95
Limite do terço médio = 0.825𝑚
6

A resultante se encontra dentro do terço médio

-Tensão máxima na fundação

𝑞𝑚𝑒𝑑𝑖𝑎 = 172.1𝐾𝑃𝑎

𝑞𝑚𝑖𝑛 = 77.16𝐾𝑃𝑎

𝑞𝑚𝑎𝑥 = 267.047𝐾𝑃𝑎
Abaixo da tensão admissível do solo de 300 KPa.

203
Verificação ao derrubamento e deslizamento
Opta-se por desconsiderar a acção favorável das cargas transmitidas pelo tabuleiro, na
verificação em relação ao deslizamento e derrubamento.

Combinação Momento Momento resistente


Derrubador [kNm/m]
[KNm/m]
2 620.6321 1088.161
Deslizamento
Força desfavorável Força resistente
2 225.8359 286.7002

Armaduras
a) Murro

Momento máximo na base do espelho 𝑀 = 28.2𝐾𝑁𝑚/𝑚

Esforço transverso máximo na base do espelho 𝑉 = 29.9𝐾𝑁

Momento máximo na base do murro 𝑀 = 493.3𝐾𝑁𝑚/𝑚

Esforço transverso máximo na base do muro 𝑉 = 198 𝐾𝑁

Armaduras do espelho

Asprincipal=4.5𝑐𝑚2/𝑚

Asmin=4.5𝑐𝑚2/𝑚

𝜙10@160

Asdist=0.9𝑐𝑚2/𝑚

𝜙6@250

Armadura do muro
Flexão composta
As cargas transmitidas pelo tabuleiro são consideradas através do esforço normal N.
2131.7+962.8+110.9
Nsd=1.5 ∗ + 1.5 ∗ (21.875 + 204.75) = 777.0375𝐾𝑁/𝑚
11

Msd=793.95KNm/m
𝑀𝑠𝑑 793.95
- excentricidade 𝑒 = = 777.0375 = 1.0217𝑚
𝑁𝑠𝑑

Flexão composta com grande excentricidade

204
1.95
𝑀𝑠 = 𝑀𝑠𝑑 − 𝑁𝑠𝑑 ∗ 𝑦𝑠 = 793.95 − 777.0375 ∗ ( − 0.05) = 75.19𝐾𝑁𝑚/𝑚
2
Armadura referente a Ms
𝑀𝑠𝑑 75.19
𝐴𝑠(𝑀𝑠) = = = 1.26𝑐𝑚2/𝑚
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.9 ∗ 348 ∗ 103

Armadura referente a Nsd


𝑁𝑠𝑑 777.0375
𝐴𝑠(𝑁𝑠𝑑) = − =− = −2.23 𝑐𝑚2/𝑚
𝑓𝑠𝑦𝑑 348 ∗ 103

𝐴𝑠𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1.26 − 2.23 = −0.97𝑐𝑚2/𝑚


O betão é suficiente para absorver os esforços .

Asmin(𝜌 = 0.15)=28.2𝑐𝑚2/𝑚

𝜙20@110

Asdist=5.64𝑐𝑚2/𝑚

𝜙10@125

a) Fundação

Figura 177 sistema estático da fundação do muro testa

205
Para a consola de 1.3m
Carga q=141.9KPa

- Verificação ao esforço transverso

𝑉𝑚𝑎𝑥 = 184.47𝐾𝑁/𝑚; 𝑉𝑠𝑑 = 276.7𝑘𝑁/𝑚

𝑉𝑟𝑑 = 0.6 ∗ 𝜏1 ∗ (1.6 − 𝑑) ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑

𝜏1 = 850𝐾𝑃𝑎 [B35]

d=1.18m; 𝑏𝑤 = 1.0𝑚

𝑉𝑟𝑑 = 252.756𝐾𝑁/𝑚

𝑉𝑟𝑑 < 𝑉𝑠𝑑(276.705𝐾𝑁)

Adoptando uma classe de betão superior, B45

𝑉𝑟𝑑 = 297.36

Assim pode-se dispensar os estribos.


É de salientar que o mais conveniente seria aumentar as dimensões da secção!

- Flexão simples

𝑀𝑚𝑎𝑥 = 119.9𝐾𝑁𝑚/𝑚
d=1.25-0.07=1.18m
𝑀𝑠𝑑 179.85
𝐴𝑠 = = = 4.866𝑐𝑚2/𝑚
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.18 ∗ 348 ∗ 103

𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 17.7𝑐𝑚2/𝑚

6𝜙20

𝜙20@160

Armadura de distribuição: 𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡 = 0.2 ∗ 17.7 = 3.54𝑐𝑚2/𝑚

𝜙10@200

- Para a consola de 2.3m


qmax=281.176KPa

206
- Verificação ao esforço transverso

𝑉𝑟𝑑 = 297.36𝐾𝑁

𝑉𝑟𝑑 < 𝑉𝑠𝑑(970.05𝐾𝑁)

𝑉𝑤𝑑 = 672.7𝐾𝑁
𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑤𝑑
= = 18.2𝑐𝑚2
𝑠 0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 𝜌𝑚𝑖𝑛 ∗ 𝑏𝑤
= = 10𝑐𝑚2
𝑠 100
Para 6𝑅𝜙8 ; 𝐴𝑠𝑤 = 3.02 ; 𝑆 = 160𝑚``

6𝑅𝜙8@160

- Armadura de flexão
𝑀𝑠𝑑 1.5 ∗ 743.71
𝐴𝑠 = = = 30.185𝑐𝑚2/𝑚
0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.18 ∗ 348 ∗ 103

𝜙20@100

Armadura de distribuição: 𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡 = 6.037 𝑐𝑚2/𝑚

𝜙10@125

O manual Design of Reinforced Concrete Structures, recomenda uma armadura de alma


composta por varões de 12mm de diâmetro espaçados a 150mm.

14.5 ARMADURAS PARA FORÇAS CONCENTRADAS NOS


ENCONTROS
Uma vez que os encontros recebem as cargas do tabuleiro através de aparelhos de apoio, que
são elementos pequenos apoiados no muro testa, surgem esforços de tracção nas bordas do
elemento devido a distribuição das cargas sobre o apoio no muro testa, sendo por isso,
necessário dimensionar as armaduras necessárias para absorver esses esforços.
Nos seguintes trechos, irá se proceder o dimensionamento dessas armaduras, onde
primeiramente irá se verificar a pressão local no betão.

14.5.1 VERIFICAÇÃO DA PRESSÃO LOCAL NO BETÃO (ART. 139.º REBAP)


Essa verificação considera-se satisfeita desde que:

207
𝐹𝑆𝑑 ≤ 𝑓𝑐𝑑 √𝐴1 𝐴0

Onde:
𝐹𝑆𝑑 -valor de cálculo da força concentrada;
𝐴0 -Área de aplicação da força;
𝐴1 -Maior área delimitada por um contorno fictício contido no contorno da peça e com o mesmo
centro de gravidade de 𝐴0 .
Fsd já foi determinado e é igual a 2370,78kN em cada um dos apoios.
Sendo A0 a área do aparelho de apoio que é de 0,4mx0,4m, com 0,16m2, e A1 é de 4,85mx0,95m
com 4,61m2, assim sendo:

2370,78 ≤ (26700√4,85 × 0,95 = 11414,25𝑘𝑁) 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!

Deve-se verificar também que o valor de cálcuo da pressão local a que o betão pode resistir
usado não supere certo valor dado por:

𝐴1
𝑃𝑐𝑅𝑑 = 𝑓𝑐𝑑 √ < 3,3𝑓𝑐𝑑
𝐴0

𝑃𝑐𝑅𝑑 = 56355,67 < 8811 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!


Assim sendo calcula-se a tensões de tracção a absorver.

14.5.2 TENSÕES DE TRACÇÃO A ABSORVER E ÁREA DAS ARMADURAS


Essas tensões serão observadas ´nas duas direcções, na longitudinal a ponte, e na transversal.
a) Longitudinal

Prisma interior:
O prisma interior nessa direcção possui a largura de 0,95m que é a largura de A1 nessa região,
é e a tensão é calculada por:
𝑎0
𝐹𝑡1,𝑆𝐷 = 0,3𝐹𝑆𝑑 (1 − )
𝑎1
Onde:
𝑎0 -largura do aparelho de apoio na direcção;
𝑎1 -Largura do prisma considerado na direcção;
0,4
𝐹𝑡𝑙1,𝑆𝐷 = 0,3 × 2370,78 (1 − ) = 411,77𝑘𝑁
0,95
A armadura para resistir:

208
𝐹𝑡𝑙1,𝑆𝐷 411,77
𝐴𝑠𝑙1 = = × 104 = 17,21𝑐𝑚2
𝑓𝑠𝑦𝑑 435000

Prisma exterior:
O prisma exterior é formado pela soma dos prismas interiores de cada apoio, esse prisma possui
uma a mesma largura na direcção longitudinal, pelo que, não precisa ser considerado.

Aplicação em:
➢ 0,95m na longitudinal;
➢ 9,7m na transversal (por serem duas cargas);
➢ 0,95m de altura.

Com resultante em 0,4a1=0,38m.

b) Transversal

Prisma interior:
O prisma interior possui 4,85 de largura, e 4,85m de altura nessa direcção, então:
0,4
𝐹𝑡𝑡1,𝑆𝐷 = 0,3 × 2370,78 (1 − ) = 652,58𝑘𝑁
4,85
A armadura para resistir:
𝐹𝑡𝑙1,𝑆𝐷 652,58
𝐴𝑠𝑡1 = = × 104 = 15𝑐𝑚2
𝑓𝑠𝑦𝑑 435000

A ser distribuida num espaço de:


➢ 9,7m na transversal (por serem duas cargas);
➢ 0,95m na transversal;
➢ 4,85m de altura.

Com resultante em 0,4a1=1,94m.

Para o prisma exterior:


O prisma exterior é formado por uma largura dada por:
𝑎2 = 2𝑏 + 𝑏 ′
Onde:
𝑎2 -é a largura e altura do prisma nessa direcção;

209
b-distância desde o ponto de aplicaação da carga a borda do encontro nessa direcção;
𝑏 ′ -distância entre os pontos de aplicação das cargas.
Dessa forma:
𝑎2 = 2 × 3,075 + 4,85 = 11𝑚
Correspondente a largura do tabuleiro, assim sendo:
0,4
𝐹𝑡𝑡1,𝑆𝐷 = 0,3 × 2370,78 (1 − ) = 685,37𝑘𝑁
11
A armadura para resistir:
𝐹𝑡𝑙1,𝑆𝐷 685,37
𝐴𝑠𝑡2 = = × 104 = 15,76𝑐𝑚2
𝑓𝑠𝑦𝑑 435000

A ser distribuído em:


➢ 11m na transversal;
➢ 0,95m na longitudinal;
➢ 6,45m de altura

Com resultante em 2/3a2 que se situa fora da figura.

14.5.3 DISPOSIÇÃO DAS ARMADURAS


As armaduras devem ser dispostas de 0,1a1 a a1.
Na longitudinal:
Usando ϕ8:
𝐴𝑠𝑙1 = 17,21𝑐𝑚2 → 34,42 𝑣𝑎𝑟𝑜𝑒𝑠 35ϕ8 com 4 × ϕ8 de 10 ramos por prisma

Na transversal:
𝐴𝑠𝑡1 = 15𝑐𝑚2 → 30 𝑣𝑎𝑟𝑜𝑒𝑠 30ϕ8 com 8 × ϕ8 com 4 𝑟𝑎𝑚𝑜𝑠

𝐴𝑠𝑡2 : 4 ramos de ϕ uma vez que as armaduras do prima 1 já cobrem esse caso.

210
15 DIMENSIONAMENTO DOS PILARES

Os pilares a serem dimensionados apresentam a disposição apresentam na figura a baixo.

Figura 178_Secção transversal da ponte (sem escala)

15.1 DIMENSIONAMENTO DO PILAR P1

15.1.1 DIMENSIONAMENTO DA VIGA CORRESPONDE AO PILAR

Figura 179_secção transversal do ponte (Sem escala)

A determinação das dimensões das vigas e dos pilares foram determinadas com base nas
disposições aceitáveis regulamentarmente de modo que esteja dentro da segurança, e sendo
consideradas as acções que estas estão sujeitas.
Para a determinação do comprimento da viga foi feita de forma a garantir que o tabuleiro esteja
assente sobre a viga e garanta que esta pode se deslocar sem causar nenhum dano a estrutura,
sendo o deslocamento máximo transversal do tabuleiro na ondem de 13 cm e assumiu-se um
comprimento de 6m metro deixando um espaço para que haja movimento.

Acções
Carga permanente: 𝐺 = 8312.9 𝐾𝑁

211
Carga variável do veículo tipo: 𝑞𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 = 1330.1𝐾𝑁

Carga variável do passeio: 𝑞𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 = 189 𝐾𝑁

Combinações relativamente a cada apoio na transversal:

1.5(𝐺 + 𝑞𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 + 𝑞𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 𝛹0 ) 1.5(8312.9 + 1330.1 + 189 ∗ 0.6)


𝑄𝑠𝑑 = =
2 2
𝑄𝑠𝑑 = 7317.3 𝑘𝑁/𝑚
L_é o comprimento da viga

Figura 180_esquema estático da viga Figura 181_ Diagrama de esforços axiais


V1=V4 que esta assente sobre o pilar resultante da cargas transmitidas pelos
apoios à viga e pilar

212
Figura 182_ Diagrama de esforços Figura 183_Diagrama de momentos
transverso resultante da cargas resultante da cargas transmitidas pelos
transmitidas pelos apoios à viga e pilar apoios à viga e pilar

𝑀𝑠𝑑 = 14634.6 𝑘𝑁𝑚

Pré-dimensionamento da viga

3 𝑀𝑠𝑑 3 14634.6
𝑑=√ =√ = 1.76𝑚
0.1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,1 ∗ 26.7 ∗ 103

𝑏 = 0.4𝑑 = 0.4 ∗ 1.76 = 0.704


∅𝑙
Assumindo: d=1.80m=>h= 𝑐 + + ∅𝑡 ≈ 1.90 e b= 0.75 m.
2

Peso próprio:
25 ∗ 0.1 ∗ 0.75 ∗ 0.1
𝑷𝒑 = 𝛾𝐵𝑒𝑡ã𝑜 𝐴𝑐 = 25 ∗ 1.9 ∗ 0.75 + ∗ 2 = 35.67𝑁/𝑚
6
32
𝑀𝑠𝑑𝑃𝑝 = 1.5 ∗ 35.67 ∗ = 240.68 𝐾𝑁𝑚
2
Momento máximo adicionando o pedo próprio:

𝑀𝑠𝑑 = 240.68 + 14634.6 = 14875.28 𝑘𝑁𝑚


Verificação:

213
3 𝑀𝑠𝑑 3 14875.28
𝑑=√ =√ = 1.77𝑚
0.1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0.1 ∗ 26.7 ∗ 103

𝑏 = 0.4𝑑 = 0.4 ∗ 1.77 = 0.71𝑚

Segurança ok!
Dimensionamento da armadura de flexão:
𝑀𝑠𝑑 14875.28
𝜇= = = 0.23
𝑑2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1.82 ∗ 0.75 ∗ 26.7 ∗ 103
Considerando:
𝑨′
= 𝟎. 𝟏
𝑨
𝝎 = 𝟎. 𝟐𝟔𝟖
𝝎𝒃𝒅𝒇𝒄𝒅 𝟎. 𝟐𝟔𝟖 ∗ 𝟎. 𝟕𝟓 ∗ 𝟏. 𝟖 ∗ 𝟐𝟔. 𝟕
𝑨𝒔 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = = = 𝟏𝟗𝟑. 𝟒𝟕 𝒄𝒎𝟐
𝒇𝒔𝒚𝒅 𝟑𝟒𝟖

𝑨𝒔 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟏𝟗𝟑. 𝟒𝟕
𝑨𝒔 = = = 𝟏𝟕𝟓. 𝟖𝟗𝒄𝒎𝟐 => 𝟑𝟔∅𝟐𝟓
𝟏. 𝟏 𝟏. 𝟏
𝑨′ = 𝑨𝒔 ∗ 𝟎. 𝟏 = 𝟏𝟗. 𝟑𝟒𝒄𝒎𝟐 => 𝟕∅𝟐𝟎

Dimensionamento das armaduras esforço transverso

𝑉𝑠𝑑 = 7477.82𝑘𝑁

𝑉𝑟𝑑 = 𝜏2 ∗ 𝑏𝑤 𝑑 = 8000 ∗ 0.75 ∗ 1.85 = 11100 𝑘𝑁 ≥ 𝑉𝑠𝑑 = 7477.82𝑘𝑁 segurança OK!

𝑉𝑐𝑑 = 𝜏1 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 = 1000 ∗ 0.75 ∗ 1.765 = 1323.75 𝑘𝑁

𝑉𝑤𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐𝑑 = 7477.82 − 1323.75 = 6154.07𝑘𝑁

𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑤𝑑 6154.07


= = = 0.009
𝑆 0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.8 ∗ 435 ∗ 103
𝐴𝑠𝑤 6.28
𝑆= = = 70𝑐𝑚2
0.009 0.009
Armadura mínima:
0.5𝑑 = 0.5 ∗ 1.8 = 90 𝑚𝑚
𝑠≤{
300𝑚𝑚
214
Adoptou-se:

∅𝟐𝟎@𝟕𝟎𝒎𝒎

15.1.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO PILAR


Face a Compressão simples:
O pré dimensionamento dos pilares será feita considerando a verificação de seguração à
compressão simples, sendo desconsideradas os esforços advindo de acções verticais.
Combinação de ações: para a combinação de acções foi considerado o caso mais desfavorável
que é quando temos como carga base a acção do veículo (carga linearmente distribuída na
transversal de 50 kN/m e uma carga distribuída uniformemente de 4 kN/m2) sendo assim:
Esforços na fase de utilização:

𝑵𝒔𝒅 = (𝑵𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 + 𝑵𝒗𝒆í𝒄𝒖𝒍𝒐 + 𝜳𝟎 𝑵𝒑𝒂𝒔𝒔𝒆𝒊𝒐 + 𝑷𝑷𝒓𝒐𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒈𝒂+𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆 ) ∗ 𝟏. 𝟓

𝑁𝑠𝑑 = [8312.9 + 1330.1 + 189 ∗ 0.6 + (25 ∗ 1.8 ∗ 0.75 ∗ 6 + 2 ∗ 25 ∗ 0.1 ∗ 0.75 ∗ 0.1)]
∗ 1.5

𝑁𝑠𝑑 = 14938.91 𝑘𝑁

Esforços durante a fase de construção: o caso mais desfavorável correspondente a quarta


fase da construção, quando já se tiver construído o segundo tramo do tabuleiro com o
comprimento igual à 86.43m.

𝑵𝒔𝒅 = 𝑵𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 ∗ 𝟏. 𝟓 = 1.5 ∗ 5166.2 = 7 749.3𝑘𝑁

O maior Nsd é o correspondente a fase de utilização, correspondente a 16941.81 𝑘𝑁

Para a determinação da área será usada a seguinte inequação:

𝑵𝒔𝒅 ≤ 𝑵𝒓𝒅 = 𝟎. 𝟖𝟓𝒇𝒄𝒅 𝑨𝒄


𝑁𝑠𝑑 14938.91
𝑨𝒄 ≥ = = 0.66𝑚2
0.85𝑓𝑐𝑑 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103

Assumiu-se uma largura de diâmetro D=0.75 m de forma a ter a mesma largura que figa, e não
tendo sido considerados as acção do peso próprio e as acções horizontais (pressão do vento,
deformações e Frenagem), admitiu-se uma altura da secção do pilar h=2m., resultando numa
área A=1.38𝑚2 , que é superior á aréa mínima para compressão simples.

215
Figura 184_secção do pilar 1

15.1.3 VERIFICAÇÃO A ENCURVADURA:


Características geométricas:

Figura 185_Secção do pilar 1

216
Figura

Ai Xi Yi Ai*xi Ai*yi Ixi Iyi (𝑌𝑔 − 𝑦𝑖)2 (𝑋𝑔 − 𝑥𝑖) 2 (𝑌𝑔 − 𝑦𝑖)2*Ai (𝑋𝑔 − 𝑥𝑖) 2*Ai

(𝑚2 ) (𝑚) (𝑚) (𝑚 ) (𝑚 ) (𝑚 ) (𝑚4 )


3 3 4
(𝑚2 ) (𝑚 )2
(𝑚 ) 4
(𝑚4 )
1 0.22 0.22 0.38 0.05 0.08 0.00 0.01 0.02 7.75 0.00 1.71
2 0.94 0.63 0.38 0.59 0.35 0.04 0.12 0.02 5.64 0.01 5.29
3 0.22 1.41 0.38 0.31 0.08 0.00 0.01 0.02 2.53 0.00 0.56
Ʃ 1.38 0.94 0.52 0.05 0.14 0.02 7.56

Xg = 0.69 m ix 0.23 m
Yg = 0.38 m iy 2.36 m
Ix = 0.0698 𝑚4
Iy = 7.6970 𝑚4 gh

Determinação da esbelteza:
Sendo o pilar de nós moveis em duas direcções tem-se:

𝑙𝑜 = 𝑙
𝑙0 7.75
𝜆𝑥 = = = 33.7
𝑖𝑥 0.23
𝑙0 7.75
𝜆𝑦 = = = 3.28
𝑖𝑦 2.36

𝜆𝑥 ≤ 35 e 𝜆𝑦 ≤ 35 dispensa à verficacação a encurvadura

15.1.4 DIMENSIONAMENTO DO PILAR


Acções Verticais
Peso próprio:

𝑃𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 𝛾𝐵𝑒𝑡ã𝑜 𝐴𝑐 𝑙 = 25 ∗ 1.38 ∗ 7.75 = 267.38𝑘𝑁

Esforços normais: adicionou-se o peso próprio da do pilar resultando em:

𝑁𝑠𝑑 = 14938.91 + 1.5 ∗ 267.38 = 15339.98 𝑘𝑁

Acções horizontais
Acção do vento:(direcção Y)
Proveniente do tabuleiro: transmitida a partir dos apoios para e viga e da viga para o pilar por
atrito: foi considerado 30% do valor que actua no apoio fixo. Sendo assim: 𝑊 = 𝑊𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑏𝑢𝑙𝑒𝑖𝑟𝑜 ∗
30% = 288.8 ∗ 0.3 = 86.54 𝐾𝑁

217
Acção do vento directamente na superfície do pilar.
Segundo RSA (anexo I Quadro I-XIII) a determinação da acção do vento em pilares feita pelo
cálculo do coeficiente de forma, obtido da seguinte forma:

Sendo: 𝑤𝑘 = 1.08𝐾𝑁/𝑚2 (calculado anteriormente na quantificação de acções)


ℎ 6.25
𝑑√𝑤𝑘 = 1 ∗ √1.08 = 1.04; = = 6.25=> 𝛿𝑓 = 0.8 (retirou-se da tabela o coeficiente
𝑑 1
de força considerando uma secção quadrada)

𝒘 = 𝑤𝑘 𝛿𝑓 𝑏 = 1.08 ∗ 0.8 ∗ 1 = 0.864 𝑘𝑁/𝑚

Tabela 42_Coeficientes de força para construções fechadas de forma cilíndrica ou prismática


(RSA, Quadro 1-XVIII)

Onde:
b_ Largura do pilar

218
Figura 186_ Esforços devido à acção do Figura 187_ Diagrama dos esforços
vento. transverso devido à acção do vento

Figura 188_Diagrama dos momentos flectores devido à acção do vento

Frenagem:

𝐹𝑎𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝐹𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝜇 = 60 ∗ 0.3 = 18𝑘𝑁

219
𝑀𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 7.75 ∗ 18 = 139.5 𝑘𝑁𝑚

Carga tangencial no (Guarda-Rodas): transmitida a partir da força de atrito

𝐹𝑎Guarda−rodas = 𝐹Guarda−rodas 𝜇 = 20 ∗ 0.3 = 6 𝑘𝑁

𝑀𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 = 6 ∗ 7.75 = 46.5𝑘𝑁𝑚


Nota: as acções horizontais de frenagem e no lancete do passeio são considerados actuantes
nos pilares 30% da carga que actua no apoio fixo, no encontro, pelo facto de se desconhecer a
força de atrito entre o apoio e o tabuleiro que se geraria devido ao deslocamento do tabuleiro.

Combinação de acções:
Esforço transverso direcção longitudinal ao tabuleiro:

𝑉𝑠𝑑 = 1.5(𝑇𝑀𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝛹0 + 𝑇𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 ) = 1.5(6 ∗ 0.6 + 18) = 32.4 𝑘𝑁

Momentos direcção transversal ao tabuleiro:

𝑉𝑠𝑑 = 1.5(𝑇𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑇𝑀𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝛹0 ) = 1.5 ∗ (91.8 + 6 ∗ 0.6) = 143.1𝑘𝑁

Momentos direcção longitudinal ao tabuleiro:

𝑀𝑠𝑑𝑦 = 1.5 (𝑀𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝛹0 + 𝑀𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 )

𝑀𝑠𝑑𝑦 = 1.5 (46.5 ∗ 0.6 + 139.5) = 251.1 𝑘𝑁𝑚

Momentos direcção transversal ao tabuleiro:

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5(𝑀𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 + 𝑀𝑀𝐺𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 𝛹0 ) = 1.5 ∗ (694.5 + 46.5 ∗ 0.6)

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1083.6 𝑘𝑁𝑚

Verificação das dimensões (flexão desviada):

𝑀𝑠𝑑𝑦 = 251.1 𝑘𝑁𝑚; 𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1083.6 𝑘𝑁𝑚

220
para a verificação das dimensões será usada uma secção equivalente com a seguinte
configuração:

𝐴 = 1.38𝑚2
𝐴 1.38
ℎ𝑒𝑞 = = = 1.84𝑚
𝑏 0.75

Verificação na direcção x:

3 𝑀𝑠𝑑𝑦 3 251.1
𝐷=√ =√ = 0.45 𝑚
0.1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0.1 ∗ 26.7 ∗ 103

3 𝑀𝑠𝑑𝑥 3 1083.6
ℎ=√ =√ = 0.74 𝑚
0.1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0.1 ∗ 26.7 ∗ 103

As dimensões 𝑑𝑥 e 𝑑𝑦 são menores relativamente a assumida, sendo assim verificou-se que


há segurança.
Dimensionamento das armaduras flexão:

𝐴 = 1.38𝑚2 ; 𝑁𝑠𝑑 = 15339.98 𝑘𝑁; 𝑀𝑠𝑑𝑦 = 251.1 𝑘𝑁𝑚; 𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1083.6 𝑘𝑁𝑚

∅𝑙 0.02
𝑎1 = 𝑐 + + ∅𝑡 ≈ 0.045 + + 0.02 ≈ 0.075𝑚
2 2

221
∅𝑙 0.012
𝑎2 = 𝑐 + + ∅𝑡 ≈ 0.045 + + 0.012 ≈ 0.063𝑚
2 2
𝑎1 0.075
= = 0.04
ℎ 1.84
𝑎2 0.063
= = 0.084
𝑏 0.75
𝑀𝑠𝑑𝑥 1083.6
𝜇𝑥 = = = 0.016
𝐴𝑐 ∗ ℎ ∗ 𝑓𝑐𝑑 1.38 ∗ 1.84 ∗ 26.7 ∗ 103
𝑀𝑠𝑑𝑦 251.1
𝜇𝑦 = = = 0.004
𝐴𝑐 ∗ 𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1.38 ∗ 0.75 ∗ 26.7 ∗ 103
𝜇𝑦 0.004
ɳ= = = 0.25
𝜇𝑥 0.016
𝑁𝑠𝑑 15339.98
ν= = = 0.42
𝐴𝑐 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1.38 ∗ 26.7 ∗ 103
Do ÁBACO 61 (betão armado, esforços normais de flexão) tem-se:

𝜔 = 0 => 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑑𝑢𝑟𝑎 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑎

𝐴𝑠 ≥ 0.4%𝐴𝐶 = 0.004 ∗ 13800 = 55.2 𝑐𝑚2

𝐴𝑠𝑥 = 0.40 ∗ 𝐴𝑠 = 22.08 𝑐𝑚2 => 24∅12

𝐴𝑠𝑦 = 0.60 ∗ 𝐴𝑠 = 33.12 𝑐𝑚2 => 30∅12

Dimensionamento das armaduras esforço transverso :

𝑉𝑠𝑑 = 143.1𝑘𝑁

𝑉𝑐𝑑 = 𝜏1 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 = 1000 ∗ 0.75 ∗ 1.765 = 1323.75 𝑘𝑁

𝑉𝑤𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐𝑑 = 143.1 − 1323.75 = −1180.65𝑘𝑁


(o betão por si só resiste ao esforço transverso)
Armadura mínima:
12∅𝑙𝑜𝑛𝑔𝑖𝑡𝑢𝑑𝑖𝑛𝑎𝑙 = 12 ∗ 12 = 144𝑚𝑚
𝑠≤{
300𝑚𝑚
Adoptou-se:

∅𝟖@𝟏𝟒𝟎𝒎𝒎

222
15.2 DIMENSIONAMENTO DO PILAR P2
Acções

Carga permanente: 𝐺 = 9989.5 𝐾𝑁

Carga variável do veículo: 𝑞𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 = 1423.2 𝐾𝑁

Carga variável do passeio: 𝑞𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 = 208.8 𝐾𝑁

Combinações para cada apoio:

(𝐺 + 𝑞𝑣𝑒í𝑐𝑢𝑙𝑜 + 𝑞𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜 𝛹0 ) (9989.5 + 1423.2 + 208.8 ∗ 0.6)


𝑄𝑠𝑑 = 1.5 ∗ = 1.5 ∗
2 2
𝑄𝑠𝑑 = 8653.5𝑘𝑁

L – é o comprimento da viga

Figura 190_ Diagrama de esforços axiais


Figura 189_esquema estático da viga V2=V3 resultante da cargas transmitidas pelos
que esta assente sobre o pilar apoios à viga e pilar

223
Figura 191_Diagrama de esforços Figura 192_Diagrama de momentos
Transverso resultante da cargas flectores resultante da cargas transmitidas
transmitidas pelos apoios à viga e pilar pelos apoios à viga e pilar

𝑀𝑠𝑑 = 17307.0 𝑘𝑁𝑚

15.2.1 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DA VIGA

3 𝑀𝑠𝑑 3 17307.0
𝑑=√ =√ = 1.86𝑚
0,1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0,1 ∗ 26.7 ∗ 103

𝑏 = 0.4𝑑 = 0.4 ∗ 1.86 =0.75m


Assumindo: h=2m e b= 1.5 m. (para que tenha maior rigidez)
Peso próprio:
25 ∗ 0.1 ∗ 1.5 ∗ 0.1
𝑷𝒑 = 𝛾𝐵𝑒𝑡ã𝑜 𝐴𝑐 = 25 ∗ 2 ∗ 1.5 + ∗ 2 = 75.12 𝑘𝑁/𝑚
6
32
𝑀𝑠𝑑𝑃𝑝 = 1.5 ∗ 75.12 ∗ = 507.09𝐾𝑁𝑚
2
Momento máximo adicionando o pedo próprio:

𝑀𝑠𝑑 = 507.09 + 17307.0 = 17814.09 𝑘𝑁𝑚


Verificação:

224
3 𝑀𝑠𝑑 3 17814.09
𝑑=√ =√ = 1.88𝑚
0.1 ∗ 𝑓𝑐𝑑 0.1 ∗ 26.7 ∗ 103

𝑏 = 0.4𝑑 = 0.4 ∗ 1.88 = 0.75𝑚 Ok!

Dimensionamento da armadura de flexão:


𝑀𝑠𝑑 17814.09
𝜇= = = 0.136
𝑑2 ∗ 𝑏 ∗ 𝑓𝑐𝑑 1.92 ∗ 1.5 ∗ 26.7 ∗ 103

Considerando:
𝑨′
= 𝟎. 𝟏
𝑨
𝝎 = 𝟎. 𝟏𝟑𝟔
𝝎𝒃𝒅𝒇𝒄𝒅 𝟎. 𝟏𝟑𝟔 ∗ 𝟏. 𝟓 ∗ 𝟏. 𝟗 ∗ 𝟐𝟔. 𝟕
𝑨𝒔 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 = = = 𝟐𝟗𝟕. 𝟑𝟖 𝒄𝒎𝟐
𝒇𝒔𝒚𝒅 𝟑𝟒𝟖

𝑨𝒔 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟐𝟗𝟕. 𝟑𝟖
𝑨𝒔 = = = 𝟐𝟕𝟎. 𝟑𝟓𝒄𝒎𝟐 => 𝟑𝟏∅𝟑𝟐
𝟏. 𝟏 𝟏. 𝟏

𝑨′ = 𝑨𝒔 ∗ 𝟎. 𝟏 = 𝟐𝟕. 𝟎𝟑𝒄𝒎𝟐 => 𝟔∅𝟐𝟓

Dimensionamento das armaduras esforço transverso

𝑉𝑠𝑑 = 8656.3 𝑘𝑁

𝑉𝑟𝑑 = 𝜏2 ∗ 𝑏𝑤 𝑑 = 8000 ∗ 0.75 ∗ 1.85 = 11100 𝑘𝑁 ≥ 𝑉𝑠𝑑 = 8656.3 𝑘𝑁 segurança OK!

𝑉𝑐𝑑 = 𝜏1 ∗ 𝑏𝑤 ∗ 𝑑 = 1000 ∗ 0.75 ∗ 1.765 = 1323.75 𝑘𝑁

𝑉𝑤𝑑 = 𝑉𝑠𝑑 − 𝑉𝑐𝑑 = 8656.3 − 1323.75 = 7332.55𝑘𝑁

𝐴𝑠𝑤 𝑉𝑤𝑑 7332.55


= = = 9.85𝑐𝑚2 /𝑐𝑚
𝑆 0.9 ∗ 𝑑 ∗ 𝑓𝑠𝑦𝑑 0.9 ∗ 1.9 ∗ 435 ∗ 103

𝐴𝑠𝑤 6.28
𝑆= = = 60 𝑚𝑚
0.985 0.985

225
∅𝟐𝟓@𝟔𝟎𝒎𝒎

15.2.2 PRÉ-DIMENSIONAMENTO DO PILAR


Face a Compressão simples:
O pré dimensionamento dos pilares será feita considerando a verificação de seguração à
compressão simples, sendo desconsideradas os esforços advindo de acções verticais.
Combinação de acções: para a combinação de acções foi considerado o caso mais desfavorável
que é quando temos como carga base a acção do veículo (carga linearmente distribuída na
transversal de 50 kN/m e uma carga distribuída uniformemente de 4 kN/m2) sendo assim:
Esforços na fase de utilização:

𝑵𝒔𝒅 = (𝑵𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 + 𝑵𝒗𝒆í𝒄𝒖𝒍𝒐 + 𝜳𝟎 𝑵𝒑𝒂𝒔𝒔𝒆𝒊𝒐 + 𝑷𝑷𝒓𝒐𝒓𝒊𝒐 𝒅𝒂 𝒗𝒊𝒈𝒂 ) ∗ 𝟏. 𝟓

𝑁𝑠𝑑 = (9989.5 + 2783.2 + 404.2 ∗ 0.6 + 75.12 ∗ 6) ∗ 1.5

𝑁𝑠𝑑 = 13431.91 ∗ 1.5 = 20147.88 𝐾𝑁

Esforços durante a fase de construção: o caso mais desfavorável correspondente a quarta


fase da construção, quando já se tiver construído o segundo tramo do tabuleiro com o
comprimento igual à 86.43m.

𝑵𝒔𝒅 = 𝑵𝒑𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 ∗ 𝟏. 𝟓 = 1.5 ∗ 5819.6 = 8729.4 𝑘𝑁

O maior Nsd é o correspondente a fase de utilização, correspondente a 20147.88 𝑘𝑁

Para a determinação da área será usada a seguinte inequação:

𝑵𝒔𝒅 ≤ 𝑵𝒓𝒅 = 𝟎. 𝟖𝟓𝒇𝒄𝒅 𝑨𝒄


𝑁𝑠𝑑 20147.88
𝑨𝒄 ≥ = = 0.89 𝑚2
0.85𝑓𝑐𝑑 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103

𝑁𝑠𝑑 – esforço normal de actuante

𝑁𝑟𝑑 – esforço normal resistente

Assumiu-se uma largura D=1.5m de modo que tenha a mesma dimensão que a largura da viga
e não tendo sido considerados as acções do peso próprio e as acções horizontais (pressão do
vento, deformações e Frenagem), considerou-se a altura da secção rectangular igual à 1.5m.
Verificação da encurvadura:
Características geométricas:

226
(𝑌𝑔 − (𝑋𝑔 (𝑌𝑔 − (𝑋𝑔 −
Figura

Ai Yi Ai*xi Ai*yi Ixi Iyi 𝑦𝑖)2 − 𝑥𝑖) 2 𝑦𝑖)2*Ai 𝑥𝑖) 2 *Ai


(𝑚2 ) Xi (𝑚) (𝑚) (𝑚3 ) (𝑚3 ) (𝑚4 ) (𝑚4 ) (𝑚4 ) (𝑚4 ) (𝑚4 ) (𝑚4 )
1 0.88 0.43 0.75 0.38 0.66 0.03 0.12 0.06 6.60 0.06 5.83
2 2.25 0.75 0.75 1.69 1.69 0.42 0.42 0.06 5.06 0.14 11.39
3 0.88 1.82 0.75 1.61 0.66 0.03 0.12 0.06 1.40 0.06 1.23
Ʃ 4.02 3.68 3.01 0.49 0.67 0.25 18.45

𝑥𝑔 = 0.91 m ix 0.43 m
𝑦𝑔 = 0.75 m iy 2.18 m
𝐼𝑥 = 0.74 𝑚4
𝐼𝑦 = 19.12 𝑚4 gh
Ec,28 = 35.0Gpa

Sendo o pilar de nós moveis em duas direcções tem-se:

𝑙𝑜 = 𝑙
𝑙0 11.50
𝜆𝑥 = = = 26.74
𝑖𝑥 0.43
𝑙0 11.50
𝜆𝑦 = = = 5.27
𝑖𝑦 2.18

𝜆𝑥 ≤ 35 e 𝜆𝑦 ≤ 35 dispensa à verficacação a encurvadura

227
15.2.3 DIMENSIONAMENTO DO PILAR
Acções Verticais
Peso próprio:

𝑃𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜 = 𝛾𝐵𝑒𝑡ã𝑜 𝐴𝑐 𝑙 = 25 ∗ 4.02 ∗ 11.5 = 1155.75 𝑘𝑁

Esforços normais: adicionou-se o peso próprio da do pilar resultando em:

𝑁𝑠𝑑 = 20147.88 + 1.5 ∗ 1155.75 = 21881.51 𝑘𝑁

Acções horizontais
Acção do vento:(direcção Y)
▪ Proveniente do tabuleiro: transmitida a partir dos apoios para e viga e da viga para o
pilar por atrito: foi considerado 30% do valor que actua no apoio fixo. Sendo assim:
𝑊 = 374.1 ∗ 0.3 = 112.23 𝐾𝑁
𝑀𝑤 = 112.23 ∗ 11.5 = 1290.65 𝐾𝑁𝑚

▪ Acção do vento na superfície do pilar.

𝒘 = 0.864 𝑘𝑁/𝑚

228
Figura 193: Esforços Figura 194: Diagrama Figura 195: Diagrama do
devido à acção do vento dos esforços Transverso Momento Flector devido à
no período de estiagem devido à acção do vento acção do vento no período
no período de estiagem de estiagem

229
Figura 196: Esforços Figura 197: Diagrama Figura 198: Diagrama do
devido à acção do vento dos esforços Transverso Momento Flector devido à
no período de cheias devido à acção do vento acção do vento no período
no período de cheias de estiagem

▪ Acção hidrodinâmica
A pressão da água sobre o pilar é dado pela seguinte fórmula:
1 𝛾 2
𝑃= 𝐶 𝑣
2 𝑔
Onde:
c – é o coeficiente que depende da forma da secção transversal do pilar, para o caso do pilar
em estudo será dado por:

230
Figura 199: Coeficiente que dependa da secção do pilar

𝛾 – peso específico da água (𝛾 = 10𝐾𝑁/𝑚3 );

g – aceleração de gravidade (𝑔 = 9,8 𝑚/𝑠 2 );


v – velocidade de escoamento, dada por 5.45 m/s para o rio Namiroe.

Logo:
1 10
𝑃á𝑔𝑢𝑎 = ∗ 0.67 ∗ 5.452 = 10.15 𝐾𝑁/𝑚2
2 9.8
A acção da água sobre o pilar será então dada por:

𝑞á𝑔𝑢𝑎 = 𝑃á𝑔𝑢𝑎 ∗ 𝑏 = 10.15 ∗ 1.5 = 15.75 𝐾𝑁

231
Figura 200: Esforços Figura 201: Diagrama Figura 202: Diagrama do
devido à acção dos esforços Transverso Momento Flector devido à
hidrodinâmica no período devido à acção acção hidrodinâmica no
de cheias hidrodinâmica no período período de estiagemm
de cheias

232
Frenagem:

𝐹𝑎𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 𝐹𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 𝜇 = 60 ∗ 0.3 = 18𝑘𝑁

𝑀𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 11.5 ∗ 18 = 207.0 𝑘𝑁𝑚

Carga tangencial no guarda-rodas): transmitida a partir da força de atrito

𝐹𝑎𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 = 𝐹𝑙𝑎𝑛𝑐𝑒𝑡𝑒 𝜇 = 20 ∗ 0.3 = 6 𝑘𝑁

𝑀𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 = 6 ∗ 11.5 = 69.0𝑘𝑁𝑚

Nota: as acções horizontais de frenagem e no guarda-rodas são considerados actuantes nos


pilares 30% da carga que actua no apoio fixo, no encontro, pelo facto de se desconhecer a força
de atrito entre o apoio e o tabuleiro que se geraria devido ao deslocamento do tabuleiro.

Cálculo dos esforços no pilar

𝑁𝑠𝑑 = 21881.51 𝐾𝑁

Direcção x-x – transversal ao tabuleiro

𝑀𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑎𝑏𝑢𝑙𝑒𝑖𝑟𝑜 = 1290.65 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 = 69.0 𝐾𝑁𝑚

Período de Estiagem Período de Cheias

𝑀𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 55.90𝐾𝑁𝑚 𝑀𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 48.20 𝐾𝑁𝑚

𝑇𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 8.60 𝐾𝑁 𝑇𝑣𝑒𝑛𝑡𝑜 = 141.81 𝐾𝑁

𝑀á𝑔𝑢𝑎 = 0 𝐾𝑁𝑚 𝑀á𝑔𝑢𝑎 = 141.80 𝐾𝑁𝑚

𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 0 𝐾𝑁 𝑇á𝑔𝑢𝑎 = 47.30 𝐾𝑁

233
Combinações
Período de Estiagem

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 55.90) ∗ 0.6 + 69.0 + 0] = 1315.40 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 55.90) + 69.0 ∗ 0.6 + 0] = 2081.93𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 55.90) + 69.0 + 0 ∗ 0.6] = 2123.33𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(112.23 + 6) + 8.6 + 0 ∗ 0.6] = 190.25 𝐾𝑁

Período de Cheias

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 48.20) ∗ 0.6 + 69.0 + 141.80] = 1521.17 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 48.20) + 69.0 ∗ 0.6 + 141.80] = 2283.08 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(1290.65 + 48.20) + 69.0 + 141.80 ∗ 0.6] = 2239.40 𝐾𝑁𝑚

𝑉𝑠𝑑𝑥 = 1.5 ∗ [(112.23 + 6) + 8.6 + 0 ∗ 0.6] = 190.25 𝐾𝑁

Direcção y-y – longitudinal ao tabuleiro

𝑀𝑓𝑟𝑒𝑛𝑎𝑔𝑒𝑚 = 207.0 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑔𝑢𝑎𝑟𝑑𝑎−𝑟𝑜𝑑𝑎𝑠 = 69.0 𝐾𝑁𝑚

Combinações

𝑀𝑠𝑑𝑦 = 1.5 ∗ (207.0 ∗ 0.6 + 69.0) = 289.80 𝐾𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑𝑦 = 1.5 ∗ (207.0 + 69.0 ∗ 0.6) = 372.60 𝐾𝑁𝑚

Dimensionamento do pilar
Verificação das dimensões adoptadas

𝑁𝑠𝑑 = 21881.51 𝐾𝑁
𝑀𝑠𝑑𝑥 = 2283.08 𝐾𝑁𝑚
{ 𝑀𝑠𝑑𝑦 = 372.60
𝑉𝑠𝑑𝑥 = 190.25 𝐾𝑁
𝑁𝑠𝑑 ≤ 𝑁𝑟𝑑 = 0.85𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐

234
𝑁𝑠𝑑 21881.51
𝐴𝑐 ≥ = = 0.96 𝑚2
0.85𝑓𝑐𝑑 0.85 ∗ 26.7 ∗ 103

Área da secção do pilar assumido: 𝐴𝑐 = 4.02 𝑚2 > 0.96 𝑚2 OK!

Dimensionamento das armaduras do pilar:


A actuação das cargas leva a que este pilar tenha a secção sujeita a flexão desviada, portanto,
será dimensionado com todas as considerações tipo.
𝑁𝑠𝑑 = 21881.51 𝐾𝑁
𝑀𝑠𝑑𝑥 = 2283.08 𝐾𝑁𝑚
{
𝑀𝑠𝑑𝑦 = 372.60
𝑉𝑠𝑑 = 190.25 𝐾𝑁

Armadura Longitudinal:
𝑁𝑠𝑑 21881.51
𝜈= = = 0.20
𝐴𝑐 𝑓𝑐𝑑 4.02 ∗ 26.7 ∗ 103
𝑀𝑠𝑑𝑥 2283.08
𝜇𝑥 = = = 0.015
𝐴𝑐 ℎ𝑓𝑐𝑑 4.02 ∗ 1.5 ∗ 26.7 ∗ 103
𝑀𝑠𝑑𝑦 372.60
𝜇𝑦 = = = 0.0013
𝐴𝑐 ℎ𝑓𝑐𝑑 4.02 ∗ 2.68 ∗ 26.7 ∗ 103
𝜇𝑦 0.0013
𝜂= = = 0.08
𝜇𝑥 0.015

O valor de ω para os dados acima não está definido nos abacos de flexão, o que significa que
o pilar necessita apenas da armadura mínima.
Armadura mínima

𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0.6%
0.6
𝐴𝑠𝑚𝑖𝑛 = 𝜌𝑚𝑖𝑛 ∗ 𝐴𝑐 = ∗ 4.02 ∗ 104 = 241.20𝑐𝑚2
100
Assumindo um varão de 12mm
𝐴𝑠 241.20
𝑛𝑣𝑎𝑟õ𝑒𝑠 = = 114.86
𝐴𝑣𝑎𝑟ã𝑜 2.01

Seja: 𝑛𝑣𝑎𝑟õ𝑒𝑠 = 115 𝑣𝑎𝑟õ𝑒𝑠

235
Armadura transversal

𝑉𝑟𝑑𝑚𝑎𝑥 = 𝜏2 𝑏𝑤 𝑑 = 8 ∗ 103 ∗ 1.5 ∗ 2.9 = 34800 𝐾𝑁 > 𝑉𝑠𝑑 = 190.25 𝐾𝑁 𝑂𝐾!

𝑉𝑐𝑑 = 𝜏1 𝑏𝑤 𝑑 = 1 ∗ 103 ∗ 1.5 ∗ 2.9 = 4350 𝐾𝑁 >> 𝑉𝑠𝑑 = 190.25 𝐾𝑁


O betão por si só resiste a este esforço de corte, adopta-se então, a armadura mínima.

𝜌𝑚𝑖𝑛 = 0.08% → 𝐴500


𝐴𝑠𝑤
𝜌𝑤 = ∗ 100
𝑏𝑤 𝑠
𝐴𝑠𝑤 𝜌𝑚𝑖𝑛 ∗ 𝑏𝑤 0.08 ∗ 1.5
( ) = ∗ 104 = ∗ 104 = 12𝑐𝑚2
𝑠 𝑚𝑖𝑛 100 100
Assumindo um varão de 10mm
𝐴𝑠𝑤 2 ∗ 0.79
𝑠= = = 0.13𝑚 → 2𝑅∅10@130
12 12

16 DIMENSIONAMENTO DAS FUNDAÇÕES

Nesta secção irá se dimensionar as fundações, que são estruturas que transmitem as tensões
para o terreno, local onde todas as cargas são amortecidas.
Será feito o dimensionamento da fundação do pilar 2, que é a mesma que a do pilar 3.

16.1 ACÇÕES
O pilar 1 e o pilar 4 transmitem as seguintes cargas para a fundação:

𝑁𝑠𝑑 (𝑘𝑁) 𝑀𝑠𝑑,𝑥 (𝑘𝑁𝑚) 𝑀𝑠𝑑,𝑦 (𝑘𝑁𝑚)

Vento, GR, água Frenagem e GR


Acções 16 672,54 −2 083,65 ±279

Tabela 43:Acções na fundação do pilar 1.


Irá se dimensionar considerando uma sapata isolada para o pilar em consideração.
Para ter em conta os efeitos da infra-escavação, a sapata irá se situar a 1,5m abaixo da superfície
do local em consideração, correspondendo a uma cota de 349,79m.

236
Além do nível da fundação, irá se consideram que o nível de água corresponde ao nível de
cheia, e desprezando os efeitos da energia cinética, a altura de água a considerar sobre a
fundação será de 4,46m.

16.2 DIMENSIONAMENTO
Verificação para Sapata Isolada:
Para o dimensionamento da fundação, será usada a equação de Terzaghi para a capacidade de
carga, de modo a ter em conta os parâmetros importantes como o nível de água sobre a
fundação. Essa equação, para fundações isoladas toma a forma:
1
𝑞𝑢𝑙 = 𝑐𝑁𝑐 𝑠𝑐 + 𝑞𝑁𝑞 𝑠𝑞 + 𝛾𝐵𝑁𝛾 𝑠𝛾
2

Onde:

𝑐-Coesão do solo;

𝑞-Pressão de sobrecarga ao nível da fundação;

𝛾-Peso específico do solo;

𝑁𝑐 , 𝑁𝑞 𝑒 𝑁𝛾 -Factores de capacidade de carga;

𝑠𝑐 , 𝑠𝑞 , 𝑠𝛾 -factores de forma.

Sendo que a longo prazo poderá haver o efeito da infra-escavação, irá se desconsiderar o peso
do solo acima da fundação para o dimensionamento, que é o caso mais desfavorável, e
considerando o nível de água, a equação toma a seguinte forma:
𝐹𝑅𝑑 1

= 𝑐𝑁𝑐 𝑠𝑐 + 𝛾 ′ 𝐵 ′ 𝑁𝛾 𝑠𝑞 + 𝛾𝑤 ℎ𝑤
𝐴 2
Onde:

𝛾𝑤 -Peso específico da água;

ℎ𝑤 -Altura da água ao nível da fundação;

𝛾 ′ -Peso específico submerso 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤


Os factores de capacidade de carga foram obtidos pelas expressões de Prandtl, Reissner e do
Eurocódigo 7, respectivamente:

𝑁𝑐 = (𝑁𝑞 − 1) cot ∅

237

𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋 tan ∅ tan2 (45 + )
2
𝑁𝛾 = 2(𝑁𝑞 − 1) tan ∅

E com o ângulo de atrito interno de 30º, obtém-se:

𝑁𝑐 = 30,1

𝑁𝑞 = 18,4

𝑁𝛾 = 20

E os factores de forma, segundo o Eurocódigo 7, para fundações rectangulares são dados por:
𝑠𝑞 𝑁𝑞 − 1
𝑠𝑐 =
𝑁𝑞 − 1

𝐵′
𝑠𝑞 = 1 + ′ sin ∅
𝐿
𝐵′
𝑠𝛾 = 1 − 0,3
𝐿′

Considerando uma entre a largura efectiva e o comprimento efectivo de 0,5, obtém-se:

𝑠𝑐 = 1,26

𝑠𝑞 = 1,25

𝑠𝛾 = 0,85

Sendo que os parâmetros geotécnicos já foram apresentados, segue-se com o dimensionamento,


onde irá se considerar uma fundação rectangular, tendo 4m de largura a princípio:
1
16 672,54 = (1 × 30,1 × 1,26 + (20,5 − 10) × 4 × 20 × 0,85 + 10 × 4,46) 4 × 𝐿′
2
𝐿′ = 9,48 ≈ 9,5𝑚

Pela equação acima, obtém-se um comprimento efectivo de 9,5m.


Observa-se que tais dimensões são elevadas para as fundações, o que podem levar a um mau
funcionamento, sem contar o facto que a acção do momento flector na fundação faz com que
se aumente as dimensões em duas vezes a excentricidade, tornando-as ainda maior.

238
Assim sendo, para o projecto em estudo, adopta-se fundações indirectas, como forma de obter
um melhor comportamento das fundações e evitar os efeitos do assentamento que podem advir
das variações do nível de água.

Dimensionamento das fundações (indirectas):


Para o dimensionamento das fundações indirectas, devido ás propriedades do solo, (areia
argilosa com boa graduação densa média), irá se considerar que a eficiência do grupo de estacas
é de 1, desse modo segue-se com o dimensionamento:
a) Maciço de encabeçamento
O maciço de encabeçamento é o elemento que recebe a carga do pilar e tem a função de
transmitir para as estacas, além de garantir que elas trabalham em conjunto.

Determinação da geometria:
A fundação do pilar em análise (5 e 6) irão contar com 6 estacas quadradas de 0,70x0,70m,
sendo que o recomendado para o espaçamento entre estacas para um bom funcionamento do
grupo segundo BARNES, 2010, é de 3 diâmetros, com um mínimo de 75cm. Sendo que a forma
é quadrada, irá se determinar um diâmetro equivalente, dado por:

𝐷𝑒𝑞 = √2𝐿 = 0,45√2 = 0,99𝑚 ≈ 1𝑚

0.45 é......
E o espaçamento entre as estacas:

𝑒 = 3𝐷𝑒𝑞 = 3 × 1 = 3𝑚

Sendo que o espaçamento recomendado entre o eixo da estaca e a borda é de 1,5 diâmetros,
esse espaçamento toma o valor, sendo que o mínimo que pode haver entre a borda do maciço
e a borda de estaca é de 0,25m:

𝑒𝑏 = 1.5𝐷𝑒𝑞 = 1,5 × 1 = 1,5𝑚

Seguindo essas bases, obtém-se a seguinte disposição:

239
Figura 203: Dimensões do maciço de encabeçamento.

Altura:
A altura do maciço é dada pelas seguintes relações que a conferem rigidez:
3
ℎ ≤ 2𝑉𝑚á𝑥 𝑒 ℎ ≥ 𝑉
2 𝑚á𝑥
3
× 1,47 ≤ ℎ ≥ 2 × 1,47
2
2,2 ≤ ℎ ≥ 2,94 𝑠𝑒𝑗𝑎 ℎ = 2,2𝑚

Reacção em cada estaca:


Determinação das reacções nas estacas:
𝑁𝑠𝑑 𝑀𝑦 𝑥𝑖 𝑀𝑥 𝑦𝑖
𝑁𝑖 = ± 𝑖=𝑛 2 ± 𝑖=𝑛 2
𝑛 ∑𝑖=1 𝑥𝑖 ∑𝑖=1 𝑦𝑖

Onde:

𝑛-Número de estacas;

𝑀𝑥 , 𝑀𝑦 -Momento flector em x e em y respectivamente;

240
𝑥𝑖 , 𝑦𝑖 -Distâncias dos eixos x e y, para cada estaca.

Figura 204: Eixos considerados no dimensionamento.


As posições das estacas são:

Estacas x(m) x2 y(m) y2

1 -1.5 2.25 3 9

2 1.5 2.25 3 9

3 -1.5 2.25 0 0

4 1.5 2.25 0 0

5 -1.5 2.25 -3 9

6 1.5 2.25 -3 9

Σ - 13.50 - 36

Tabela 44: Posição das estacas no encabeçamento.

Assim sendo, com os esforços do projecto, a equação da reacção em cada estaca toma a forma:
16672,54 279𝑥𝑖 2083,65𝑦𝑖
𝑁𝑖 = ± ±
6 13,5 36,0

Os resultados para cada estaca são:

241
Pilar Nsd (kN)

1 2921.394

2 2983.394

3 2747.757

4 2809.757

5 2574.119

6 2636.119

Tabela 45: Reacção em cada estaca

Verificação ao punçoamento:
A altura útil considerada será de 2,2m-0,1=2,1m.
A largura da zona do punçoamento é dada pela soma da largura do pilar e da altura útil,
1,5+2,1=3,6m.
Tendo esses dados, pode-se determinar a resistência ao punçoamento dada por:
1
𝑉𝑅𝑑 = 𝜏 𝑏 𝑑 = 0,5 × 8000 × 3,6 × 2,1 = 30240𝑘𝑁
2 2 2
A acção:

𝑉𝑠𝑑 = 𝑁1 + 𝑁2 = 5904,79𝑘𝑁 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!

Dimensionamento para a flexão:


Considerando o pilar como um encastramento:
Em X:

𝑀𝑠𝑑 = 2983, 39 × 0,975 = 2908,81𝑘𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑 2908,81 × 10−3


𝐴𝑠 = = = 37,46𝑐𝑚2 → 8∅25
0,85𝑑𝑓𝑠𝑦𝑑 0,85 × 2,1 × 435

Em Y:

𝑀𝑠𝑑 = 2983, 39 × 1,95 = 5817,61𝑘𝑁𝑚

𝑀𝑠𝑑 5817,61 × 10−3


𝐴𝑠 = = = 74,92𝑐𝑚2 → 9∅32
0,85𝑑𝑓𝑠𝑦𝑑 0,85 × 2,1 × 435

Construtiva:
1
𝐴𝑠𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑢𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝐴 = 7,5𝑐𝑚2 → 7∅12
10 𝑠𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟
242
Armadura de distribuição (cintas e estribos):

𝐴𝑠𝑑𝑖𝑠𝑡𝑟𝑖𝑏𝑢𝑖çã𝑜 = 0,002 × × 20𝑐𝑚 = 4,4𝑐𝑚2 → 10∅8
2

O detalhamento será encontrado nos desenhos de especialidade.

b) Estacas
As serão estacas cravadas, optou-se por essa escolha por garantir maior resistência para uma
mesma profundidade, devido ao confinamento, além do solo em questão permitir a sua
aplicação.
Dimensionamento:
A estaca irá resistir tanto pela ponta, assim como pela pele, desse modo, irá se determinar a
altura da estaca, de tal modo que ambas as resistências verifiquem.
Antes de determinar as resistências, irá se determinar os valores do ângulo de atrito interno
após a instalação, uma vez que depois de instaladas as estacas, o ângulo de atrito interno na
vizinhança da estaca apresenta variação.
Os ângulos de atrito interno após a instalação dependem do fim do cálculo, e para estacas
cravadas, são dados pelas fórmulas:
Requisito Fórmulas ∅′ Valores ∅′ (º)

Tensão de ponta 𝑁𝑞 ∅1′ + 40


35
2
Profundidade crítica 𝑧𝑐 /𝑑 32,5
3 ′
∅ + 10
Atrito lateral 𝑧𝑠 𝑡𝑎𝑛𝛿 4 1 32,5
Tabela 46: Ângulo de atrito interno após a instalação.
Tendo os ângulos de atrito após a instalação, pode-se proceder com a determinação da
resistência.

Profundidade crítica:
A profundidade crítica é o valor a partir do qual a tensão de resistência que o solo confere deixa
de aumentar com a profundidade, e foi determinado pelo critério de Meyerhof (1976),
representado pela figura abaixo:

243
8.8

32.5

Figura 205: Profundidade crítica. Fonte: Barnes 2010.

Pela figura, 𝑧𝑐 /𝑑 é igual a 8,8, e uma vez que o diâmetro equivalente da estaca é de 1m:

𝑧𝑐 = 8,8𝑚

Tendo a profundidade crítica, pode-se determinar a resistência da estaca:

Resistência de ponta 𝑞𝑏 :
A resistência de ponta corresponde a resistência conferida pela sua base, e é dada por:

𝑞𝑏 = 𝑁𝑞 𝜎𝑣′

Onde:

𝑁𝑞 -Factor de capacidade de carga;

𝜎𝑣′ -Tensão efectiva vertical na base.

O factor de capacidade de carga foi determinado com base na figura que se segue:

244
70

Figura 206: Factor de capacidade de carga. Fonte: Barnes 2010.


Extraiu-se uma capacidade de carga de 70.

Uma vez que a tensão de ponta máxima corresponde a profundidade crítica, irá se determinar
a tensão efectiva vertical para a profundidade crítica:

𝜎𝑣′ = 𝑧𝑐 𝛾𝑠𝑎𝑡 − ℎ𝑤 𝛾𝑤 = 8,8 × 20,5 − (8,8 + 5,6) × 10 = 47,8𝑘𝑃𝑎

Com a tensão efectiva ao nível da profundidade crítica, resistência de ponta é:

𝑞𝑏 = 70 × 47,8 = 3346𝑘𝑃𝑎

𝑅𝑏 = 𝑞𝑏 × 𝐴 = 3346 × 0,72 = 1639,53𝑘𝑁


Tendo a resistência de ponta, deve-se determinar a resistência de pele.

Resistência por atrito lateral:


A resistência por atrito lateral é dada por:

𝑅𝑠 = 𝑓𝑠 𝑃𝑙

Onde:

𝑅𝑠 -É a resistência por atrito;

𝑓𝑠 -Atrito superficial;

245
𝑃-Perimetro;

𝑙-Comprimento da estaca.

O atrito superficial é dado por:

𝑓𝑠 = 𝐾𝑠 𝜎𝑣′ tan 𝛿
Onde:

𝐾𝑠 -Coeficiente de impulso lateral;

tan 𝛿-Ângulo de atrito na interface solo-estaca.


Esses coeficientes são obtidos da tabela:

0,75

Figura 207: Gráfico para a obtenção dos parâmetros da resistência ao atrito.

𝐾𝑠 tan 𝛿 = 0,75
O atrito lateral será dado por:

8,8 8,8
𝑓𝑠 = 𝐾𝑠 𝜎𝑣′ tan 𝛿 = 0,75 × (20,5 × − 10 × ( + 4,46)) = 1,2𝑘𝑃𝑎 𝑎𝑡é 𝑧𝑐
2 2

𝑓𝑠 = 𝐾𝑠 𝜎𝑣′ tan 𝛿 = 0,75 × (20,5 × 8,8 − 10 × (8,8 + 4,46)) = 35,85𝑘𝑃𝑎 𝑑𝑒 𝑧𝑐 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜

Então, a resistência por atrito lateral será dada por:

246
𝑅𝑠 = 𝑓𝑠 𝑃𝑙 = 1,2 × 0,7 × 4 × 8,8 + 35,85 × 0,7 × 4 × (𝐿 − 8,8)
Agora pode-se calcular o comprimento necessário que a estaca precisa ter:

𝑅𝑟𝑑 = 𝑅𝑏 + 𝑅𝑠

2983,39 = 1639,54 + 29,568 + 100,38(𝐿 − 8,8)

𝐿 = 22𝑚

Cada estaca deverá possuir um comprimento de 22m. Terão todas o mesmo comprimento,
porque o sentido dos momentos pode sofrer variação, o implicará na redistribuição de cargas.

Dimensionamento das armaduras:


Armadura longitudinal:
O pilar será dimensionado para a compressão:

𝑁𝑠𝑑 − 0,85𝑓𝑐𝑑 𝐴𝑐 2983,39 − 0,85 × 26700 × 0,72


𝐴𝑠 = = = −0,187𝑐𝑚2
𝑓𝑠𝑦𝑑 43500

Uma vez que o betão por si só resiste a compressão, será usada armadura mínima para estacas,
que é de 1,25% a área da secção, então:

𝐴𝑠 = 61,25𝑐𝑚2 → 8∅32
Verificação a flexão:
Uma vez que a estaca será cravada, deve-se verificar a resistência a flexão por levantamento.
Peso próprio da estaca:

𝑃𝑝𝑒 = 0,72 × 25 = 12,25𝑘𝑁/𝑚


Levantamento por dois pontos, nos extremos:
A estaca é levantada a 0,207l das bordas, para que os momentos positivos sejam iguais aos
negativos, e o seu momento é de:

𝑃𝑝𝑒 𝑙 2 12,25 × 222


𝑀𝑠𝑑 = = = 126,15𝑘𝑁𝑚
47 47
𝜌 = 0,118 → 5,12𝑐𝑚2 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎!
Armadura transversal:
No corpo da estaca, as cintas devem possuir 0,2% do volume da estaca. O volume da estaca
por metro é de 4900cm3.
O recobrimento usado para a estaca será de 7cm, e a cinta usada será de 8mm, assim sendo, o
perímetro de uma cinta é de, 220,8cm, e com uma área de 0,5cm2, irá possuir um volume de
110,4cm3.

247
Então, o espaçamento será dado por:
220,8
𝑠= = 22,53𝑐𝑚~20𝑐𝑚 < 30𝑐𝑚 𝑣𝑒𝑟𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎.
0,2
100 × 4900
Perto do fim da estaca, a 3 vezes a largura, deve-se colocar 0,6% do volume, o que resulta em
7,5cm de espaçamento.
Em distâncias de 1,5m haverá armaduras de 12mm para evitar que as armaduras longitudinais
se movam para o centro, e na ponta haverá um reforço de aço para proteger durante a cravação.

248
17 . REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Notas da disciplina de Pontes


- A. J. Reis, Notas das disciplinas de Pontes, Instituto superior técnico
- Graham Barnes, Mecânica de Solos – princípios e praticas
- J. D’Arga e Lima et al, Betão armado – Esforços normais e de flexão
- Schlaich j. e scheef H., Concrete Box-Girder Bridges

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