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A educabilidade como dimensão antropológica, in Carvalho, A. D. (1994). Utopia e Educação.

Porto: Porto Editora.

O presente texto tem como principal finalidade demonstrar que os projetos educativos devem
ser também projetos antropológicos. Esta temática só poderá ser explicada através da
diferença entre a condição humana e a condição animal do homem. Ao longo deste debate
sobre o homem, o texto insere várias oposições: Realismo vs Iluminismo, educabilidade vs
educatividade; e educação formal e educação informal.

Ao longo do texto é debatida a condição natural/animal ou humana do Homem. O Homem


deve deixar de parte a sua condição animal, pois esta é entendida como necessidade e esforço
de o homem se inserir numa dada sociedade num contexto histórico, baseando-se na crença
da espontaneidade dos processos naturais, na exterioridade da ordem natural e na evidência
do sentido de atitude natural (perspectiva realista). O Homem só consegue então ser livre se
se afastar desta sua naturalização, e for em busca da sua evolução e de um futuro construído
por si e não predestinado. Só assim o homem poderá ser autónomo e colocar-se fora da sua
sociedade e da sua história e capaz de superar os pré-juízos ligados ao seu modo de
consistência e à sua época (perspectiva iluminista).

Tudo isto apenas será possível através do processo de educação, tendo sempre em vista a
sua faceta antropológica. A educação desempenha um papel antropologicamente
imprescindível para o cumprimento do homem como fim em si mesmo, autor do seu próprio
destino.

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