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Este livro ha de servir para nelle se continuar o livro | 3.° das Copias da Cartas do Senado para S. Magestade | cujo livro vai por mim numerado, e rubricado com a | Rubrica = Carv.° de que rezo. B." 4 de Julho de 1807. Joao Homem de Carv.° CARTAS DO SENADO REGISTO da Carta escrita | ASua Magestade sobre se | conceder Juiz do Pouvo aesta | Cidade como dantes havia, Vendo-nos em correic&o, digo em | vereac&o a Carta devinte ecinco de | Fevereiro do anno demil sete centos | etreze emque VoSsa Magestade | foi servido ordenar seextinguiSse j 0 Juiz doPouvo desta Cidade ar- | guindo ser elle oque incitou as du- | as alteragoens que nella ouve: Lo- | go Ihe mandamos incostar a vara | com seo Escrivao, eMesteres eatodos suspendemos da accupagéo que ti- | nhado por nao faltarmos aprompta ! obediencia eReaes ordens deVoSsa | Magestade acujo pez umilde- | mente prostrados pedimos coma | submig&o devida licenga para re- | prezentar-mos aVoSsa Magesta- | de que ounico motivo que ouve | pelos nossos antecessores do anno de | mil sete centos edoze mais levados | dapaixao que odozello por razo- | (Fls. 2 v.) por razoens particulares que pa- | ra isso tiveréo seanimarem ina- ! devertidos adar huma Conta aVoS- | sa Magestade contraaverdade | do sucesso que por ser tao publico | nesta Praca, foi nella muito escandaloso 0 excesso de nossos antrceS- | sores, porque sendo o Juiz doPou-|vo constrangido violentamente a companhalo nas duas alteragoens | que maquinaréo os homens da Fro- | ta arespeito das muitas fazendas | que trazido para vender por nao | pagarem os dez por cento que VoS-|sa Magestade mandava por nae | sé 0 afrontavao compalavras mui- | to injuriosas sendo tambem pon- | do-Ihe asmaoefis repetidas vezes | esendo elle prezo depois sahio sol- | to elivre pela deVaga que tirou | o Ouvidor Geral do Crime da Re- | lag&o deste Estado, esta Senhor hé | averdade do caso, equando elle fos- | se culpado, sedevia castigar endo | procurarem nossos antecessores tira- | rem aeste Senado aregalia de ter | (Fls. 3) de ter Juiz do Povo sem atenderem | aque ficava aCidade Capital do | Estado doBrazil, igual amais u- | milde Villa delle; epelo que res- | peita aobem commum era o Ju- | iz doPovo com seus mestres aquem | fazia prezente ao Senado muitas coi- | zas convenientes a o augmento econ- | servagao desta yepublica naquelleS | particulares| deque aVereacdo nao | podia ter noticia, porque como es- | ta Cidade esta hoje mui crescida, e | réo os ditos mestres eJuiz doPovo | os por cuja conta corria ver eexami- | nar tudo oque podia ser emprejui- | zo dobem comum para opropor | neste Senado, ejé aexperiencia vai- | mostrando odamno que sepadesse | por nao haver quem participe as- | taes noticias oque umildemente re- | prezentamos aVoSsa Magestade | para que seja Servido por sua Re- | al Grandeza fazermos Merce de | que tenha esta Cidade Juiz doPo- | vo 55 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL emestres que Iheforao concedidos | vista ainnocencia do Juiz doPovo | {Fls. 3 v.) do Povo econveniencia Republica. | A Real Pessoa deVoSsa Mages- | tade que DEOS Guarde Bahia e | Camara de Agosto trez demil sete | centos equinze Manoel Pessoa de | Vasconcellos Escrivao daCa- mara que | asobscrevi” Jeronimo DeBurgos e Sz.* | Eca” Antonio deFaria Fonceca” | Joao deBarros Machado” Ignacio | de Oliveira eFigueredo. REGISO da Carta es- | crita a Magestade sobre oDezembargador Chris- | tovéio Tavares de Moraes. SENHOR= Tendo-se por este Sena- | do reprezentado aVoSsa Mages- ta- | de as oprecoens que experimentdo | os moradores desta Cidade eses reconcavo notombo que faz o Dezembarga- | dor Christovéo Ta- vares de Moraes, | nao nas terras devolutas maz emto- ! das as que se- acho pocuidas com | justos titulos, medidas, e demarcadas | compro- cedimento absoluto eviolento | (Fis. 4) eviolento sem recurso algum porque | odito Desembargador o impede como | largamente seexpoz aMagesta- | de nas Cartas que forao pelos seuS | Conselhos Ultrama- rino ede Estado, | n&o deferido VoSsa Magestade o | que seria por nfo constar averda- | de daqueixa, eporque esta s6 se | pode mostrar pelos processos edestes | n&o concente odito Dezembargador | que sedem Certidoens nem trasla- | dos.entanto que tendo-se enterpos- | to varias appelagoens para o Con- | selho Ultramarino, nenhuma | se expedio easqueixas eclamores | do Povo continudo comjusta cauza | porque prosegue oviolento pro | cedimento dodito Desembargador, | edos seus Officiaes, expostos aos | Reaes pez deVossa Magesta- | de Ihes supli- camos queira, man- | dar informar doReferido por Me | nistro indepen- dente com ordem pa- | ra puxar asi os processos das medico- | ens que tem feito odito Desembar- | gador eemformar por elles para | (Fis. 4 v.) para que sabida averdade defira | VoSsa Magestade com piedade e- | justiga a RealPeSsoa de VoSsa Ma- | gestade guarde DEOS. Bahia eCa- | mara de Agosto nove demil sete | centos equinze” Manoel Pessoa | de Vasconcellos Escrivio daCama- | ra que aSobscrevi” Jeronimo de | Burgos de Soiza eEca” Antonio | deFaria Fonceca” Joao deBar- | ros Machado” Ignacio deOli- | veira Figueredo. 56 CARTAS DO SENADO REGISTO da Carta que | este Senado escreveo ao Sar- | gento Maior Manoel | da Silveira de Maga- | Ihaens. Pelas Cartas de VoSsa Mer- | cé vimos os termos emque ficdo os | ne- gocios que nesta Corte tem este | Senado, e estimaremos que seapli- | casse VoSsa Mercé nelles comtodo | ocuidado para que tenhdo fim a ! favor deste Senado pois sao alguns ; (Fis. 5) alguns delles demuito porte, e | assim esperamos que VoSsa Mer- | cé obre emtudo com c zelic, edesvello | que pedem os mesmos negocios, em- | tempo que este Senado adminis- | trara os contratos, mais effeitos, con- | signados ao sustento daInfanta- | ria fez pinhora aJoao Rodri- | gues dos Reys porhum resto de | quinse ou desesseis contos que devia | do contrato dos Vi- nhos emhum Enge- | nho que elle poguhia emque Tam- | bem haviéo feito outros credores e | correndo comelles preferencias ti- | ve nella Sentenca nesta Cidade | pela qual recebeo alguns paga- | mentos que sefizeréo do dito En- | genho ja arrematado, eosdespen- | dies como sustentos damesma In- | fantaria, da d.* Sentenga apella- | rao oPro- vedor, emais Irmaoens | daSanta Caza da Mizericordia | como testa- menteiro deJoao de | Mattos deAguiar para o Con- | selho Ultramarino onde serevogou {| esedeu Sentenca afavor dos Ap- | (Fis. 5 v.) Appellan- tes julgando-se aelles | a preferencia noprocesso dodito emg.° | eman- dondo-se que este Senado ! Thos requereSse, oque ja havia cobrado que faltasse para pagamento da | sua execug&o; Quando esta Senten- | ¢a ja este Senado nao adminis- | trava os effeitos da Infantaria por [{ haverem passado por ordem da Ma- | gestade aos Ministros daFasen- | daReal semembargo do que o | Provedor, emais irmaons dadita San- taCaza daMizericordia feserao | requerer aeste Senado, enio Ihe a- | chado bens pertencentes aosditos | effeitos daconsignacao dadita In- | fantaria lhe fiseréo pinhora em | todas asRendas do Conselho do The- | zoureiro della, digo emtodas as Ren- | das do Conselho em mio da- ‘Thezourei- | ro delle. Nestes termos seveio por | parte do Senado com em- bargo aexe- | cucao provados encontinente emque | semostrou que adivida dadita Sen- | tenca herado pertencentes aconsig- | nacéo daInfan- taria, eja nfo | (Fls.6) nao corria pelo dito Senado, eque por | ella sen&o devia fazer pinhoranas | Rendas do Concelho que herdo apli- | cadas as obras publicas eas Procisso- | ens, emais despezas expostas por | Sua Ma- gestade aque sendo po- | dia faltar eque aSsim devia reque- | |rer execu- ¢&o dadita Sentenga aos | Menistros daFazenda Real para | sepagar dos- 57 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL ditos effeitos concinados | alnfantaria; Estes embargos fo- | rio concluzos ao Dezembargador da Exe- | cuc&o dadita Senteca oqual osreme- | teo ao Concelho dahonde havia ema- | nadosem suspencdo dadita execucio { eagora vio os Autos como ditos em- | bargos, efica este Senado sem Ren- | das algumas comque poder acudir | as despezas emais necessa- yios daSua | obrigacio. Pedimos aVoSsa Mercé | que neste negocio taais que em | nenhum outro se empenhe comtodo | odesvello, edeli- gencia para que se | receb&o, ese julguem por provadoS | os embargos e semandem desembar- | gar as Rendas do Conselho, erestitu- | (Fls. 6yv.) erestituhir as que setiverem cobrado, ! efaser-se adita execucéo nos effeitos | consignados alnfantaria, a cuja con- | servag&o digo acuja consignagao per- | tence adivida adireito que nos aSiste | seve melhor dos ditos embargos eda | sua sustentac&o, eassim esperames | que VoSsaMercé obre nesta mate- | ria como pede agravidade della pe- | lo grande prejuizo que rezulta aes- | te Senado eatodo este Povo desefa- zer adita execucgdo nas suas Rendas. | Nocazo que sendo recebao osditos ‘ embargos, esemande correr execugao | nas ditas Rendas do Concelho que, di- | go Requeria VoSsa Mercé procura- | gio para podermos Citar oProcu- | rador daCoroa desta Cidade pa- | ra hum libello emque que- yemos | demandar por parte do Concelho | oque poresta Conta sepa- gardas | Suas Rendas sendo divida feita | com o sustento da Infanta- ria | que sedeve pagar dos effeitos da | Sua consignagdo, etambem re- quei- | ra VoSsa Mercé huma procuracao | (Fils. 7) procuracao digo huma Provizio | geral para este Senado poder Ci- | tar o dito Procura- dor daCoroa to- | das asvezes quelhe for necessario | litigar com aFa- zendaReal por | ser inconviniente grande estar | mandando requerer tao longe hu- | ma novaProvizio para cada de- | manda. Onegocio da- procuradoria | deste Senado entre VoSsa Mercé eo Dou- | tor Jozé Go- mes deAvellar estima- | remos sehaja j4 decedido afavor deVos- | sa Mercé edeste Senado para que | assim seaplique VoSsa Mercé com |{ mais empenho nos negocios delle, apes- | soa deVoSsa Mercé Guarde DEOS. Ba- | hia eCamara sete de Agosto de | mil sete centos equinze. Manoel | Pessoa deVasconcellos Escrivao da | Camara que osobscrevi" Hercu- | lano deBurgos de Soiza eEca” An- | tonio deFaria Fonceca” Jo&io de | Barros Machado” Ignacio de-O- | liveira Figueredo. REGISTO da Carta { (Fis. 7 v.) daCarta que este Se- | nado escreveo aSua Ma- | gestade sobre o Sal. SENHOR = InCampando Ma- | noel Dias Filgueiras aVoSsa Mages- | tade o Contrato do Sal que havia a- | Rematado antes defindo otempo 58 CARTAS DO SENADO da | Sua Rematagao, foi VoSsa Mages- | tade servido resolver sedeixar-se livre | aCarga deste Genero para este esta- | do thé o fim do anno demil sete cen- | tos etreze tamsomente para que | cada hum opodesse car- regar, evender | aauzencia das partes, semhaveres- | tanque pagando-se dedireito mil | eduzentos reis por meio, que sepa- | garido nestes portos pelascartas | deguia que troucessem, eordenou VoS- | sa Magestade ao ProvedorMor | daFazenda Real, que mandasse por | editaes para que quem quizeSse | Rematar ocontrato junto, osepara- | do, o mandasse fazer por seus Pro- | curadores aessa Corte. Esta desposicéo | porem sem nova declarac&io de VoS- | sa | (Fis. 8) deVoSsa Magestade sefoi observan- | do ainda ao depois dodito anno de | mil sete centos etreze eporella vao | os que carregdo vendendo sem seque- | rerem sugeitar ataxa ou preco im- | posto por este Senado etem levanta- | do atao alto prego que baste acares- | tia deste genero para empobrecer | esteEstado eoque mais sesente hé | que nao a ja oque he necessario pa- | ra ouzo daterra eamaior parte | dos Navios ono trazem querendo | antes pa- gar os direitos daSua lota- | g&o vindo devazio do trazelho, | digo do que trazelo edaqui rezul- | ta que oque vem apenas chega pa- | ra sinco ou seis mezes do anno eto- | do omais tempo sepadesse aSua fal- j ta, acujo respeito os ricos emais pos- | santes aSsim que cheg&o comprao | desobreselente muito mais do que | lhehé necessario para todo can- ; no eas sobras que leva fazem ma- | ior afalta endo tem depois os po- bres donde sepoderem remidiarem | sendo odito genero hum des mais | (Fls. 8 v.) dos mais necessarios para 0 ovisto o- | que tudo procede dendo trazerem | todos os Navios 0 Sal daSua lotac&o, | edendo seque- rerem asugeitar ata- | xa deste Senado osque vendem eSse | pouco que vem, eporque hé impos- | sivel concervar-se este Povo sem que | venha 0Sal necessario para o gasto | detodo o anno esemanda por prego ya- | cional segundo o tempo eestado dater- | ra, pedimos umildemente aVoS- | sa Magestade que queira ou mandar | por outra vez o Sal por Contracto pa- | ra que o Contratador afazer todo o | provimento neces- sario, evendelo pe- | lo prego que selhetaxar no Contracto | ou nao vir Navio algum sem sea- | virgéar secomeffeito traz 0 Sal daSua | lotagio para que assim n&o possa | faltar, eque neste cazo mande VoS- | sa Magestade Provizio aeste | Senado para poder taxar opreco | deste genero pelo que pareSser | justo segundo otempo e estado da- | terra porque aSsim ficara esta | remediada esem perda detempo | (Fis. 9) detempo, digo sem perda do negocio | seSarfo nesta parte os justos clamo- | res do Povo aque VoSsa Magestade | deve atender hum Rey 59 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL INFORMACAO que foi ao ouvi- | dor gl da Camara 0 Doutor Ma- | noel Gomes de Oliveira sobre | ore- querimento que fez o Coro- | nel Garcia de Avellar Perei- | ra para nao servir | neste Senado o cargo deVereador pe- | lo contagio das bexigas. O Sup | — (Fis. 12) O Suplicante e Coronel Garcia de | Avellar Pereira mora distante des- | tante digo mora distante desta Cida- | de quatorze legoas, ealgumas horas | que aelle chega he comgrande receio | decon- tagio das bexigas porainda nao | haver tido eser achaque em annos ! erescidos nesta America mortal sem | duvida, eSempre selhesseguira gran- | de detirmento devir asestir hum an- | no nesta Cidade aservir o cargo de | Vereador morando to distante della | etendo algunS acha- ques porque nos | paresse deve Sua Magestade fazer- | Ihe agracga que pede Bahia eCa- | mara oprimeiro de Julho demil se- | te centos edeses- seis annos eEu Mano- | el Pessoa de Vasconcellos Escrivaéo da | Camara que aSobscrevi.” Verissimo | Manoel Rabello Freire” Joao de | Britto eSoiza” Ignacio de Araujo e Goes” José de Carvalhaes de | Vasconcelos” Salvador Barbosa de !| Aguiar. REGISTO da Carta que | (Fis. 12 v.) que este Se- nado escreveu | a Sua Magestade sobre | selavrar nesta Caza da Mo- | eda trez milhdes demoeda pro- | vencial. Pelo Povo, digo pelo pouco dinhei- | ro que nesta caza passada da moe- da se | fabricou experimentamos grande falta | no negocio desta Praca eomesmo poderia- | mos exprementar depois que esta pre- | zente sedes- truhir ou promutar porquan- | to sedescaminhou todo o dinheiro de- pra- | ta para as Minas deoiro eoutra seprezume seconsumio efindo pelos prateiros | desta Cidade raz4o por onde senos | Offeresse ante- vendo futura falta por | semelhante cauza recorrer aVoSsa | Magestade epedir- | Ihe ordem se fabriquem trez milhdes demoeda pro- | vencial, pois nao sera justo que sen- | do estaPraga a de maior negocio Ultra- | mar onde sefabrica o oiro falte nella | moeda para otratamento done- gocio | aumento deFazenda Real eSeus con- | tratos. A PeSsoa deVoSsa Magestade | (Fis. 13) Magestade Guarde DEOS. Bahia | eCamara de- Julho vinte eoito de | mil setecentos edesesseis eEu Mano- | el PeSsoa deVasconcellos Escrivam da- | Camara que aSobscrevi “Joao de | Britto Soiza” Ignacio deAraujo | eGoes” José de Carvalhaes eVas- | concellos” Salvador Barbosa de A- | guiar. 62 CARTAS DO SENADO REGISTO da Carta escri- | ta aSua Magestade so- | bre Ihepedir haja nesta | Cidade Juiz doPovo ese- | us Misteres, Sempre foi inveterado costu- | me, eobservado por ordem dos Senho- | res Reys dePortugal haverem em | todas as Cidades Juiz doPovo para | osusego ou tutela deseu bem com- | mum, eSendo omesmo neste hoje seve | sem autilidade que selhesegue em-| ohaver pelo que nos paresseo recotrer | aVoSsa Magestade seja servido man- | dar reformar este antigo uzo pois | (Fis. 13 v.) pois bem elle se Restaura o damno que | em sua falta experimenta oPovo a- | PeSoa deVoSsa Magestade Guarde | DEOS Bahia eCamara deJulho vin- | te eoito demil sete centos edesesscis, eEu i Manoel Pessoa deVasconcellos Escri- | vio daCamara que aSobscrevi" Jo- | 40 deBritto eSoiza” Ignacio de- | Araujo eGoes” José de Carva- Thaes | deVasconcellos” Salvador Barbosa | deAguiar. REGISTO da Carta que { se escreveo aSua Ma- ges- | tade sobre olugar emque | hade ir oEstan- darte nas Pro- | cissoens emque elle sae. SENHOR = Por evitar duvidas se- | nos offeresse adquirir deVoSsa Ma- | gestade rezollugdo sobre olugar em | que hade hir o Estandarte nas Pro- | cissoens do Senado da Camara qu- | ando ha competente, porquanto | levando-o o Vereador mais velho do | anno passado Se- move duvida sehade | (Fls. 14) sehade emediato aos Senadores ou a- | diante dos Almotacés que acompa- | nh&o adiante do Senado. A PeSsoa | deVoSsa, Magestade Guarde Deos Ba- | hia eCamara deJulho vinte eoito | demil sete centos edesesseis E eu Ma- | noel Pessoa de Vasconcellos Es- crivao { da Camara que aSobscrevi" Joao de | Britto eSoiza” Ignacio deArau- | jo eGoes” José de Carvalhar e Vascon- | cellos” Salvador Bar- bosa de Aguiar. REGISTO da Carta es- | crita aSua Magesta- | de sobre adicizio dos ga- | dos doCertio. Hé t&o geral aconcorrencia dos Gados | que para as Minas do oiro se dividem | que ja diminuindo osustento deste Povo | tem levantado tanto opreco dosque aes- | ta Cidade vem que muita parte demi- | nue cbem comum eSustentos eos Cabeda- | es, pois athe opadesse o que negociava na- | solla oque marchentava o dito gade e- | sobretudo opobre 63 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL que com menos des- | peza sustentava em outro tempo aSua | familia, ecomo temos observado eporta- | (Fis. 14 v.) es informacées conhecido que nem tem a ter- | ca parte do que sae, o que vem a esta Cidade | nos paresseo comunicar aVoSsa Magesta- | de este damno cujo sé se- podera repa- | rar Repartindo os Certoens consepara- | ¢éc que infor- mados dePessoas desenteres- | sadas achamos sepoderaé fazer adivizaéo em 0 Rio de Sam Francisco daoutra par- | te daSerra chamada do Pi- mentel, indo | para as Minas todo oGado que ouver | dadita Serra sima, digo daditta ser- | ra parasima eomais desaparabai- | xo para esta Ci- dade edodito Rio de- | SamFrancisco para esta Cidade se- | fara adivizaéo dos Curraes do Dezembargador | José deSa ficando todos os ditos | Curraes para a parte das Minas e o | mais pelo dito Rio abaixo Cer- toens de baixo e Piyauy para esta Cidade para as- | sim sepoder sus- tentar epoder suprir a | Povoacaéo da Jacobina, matalotagem das | Fro- tas, Embarcacoens daCosta daMina, | e outras muitas que entro neste- porto em | descurco do anno, cuja despeza nfo expri- | mento as Minas porndo serporto de | Mar, epara administracdo deste bem se- | ré util que os Generaes deste Estado eleijao | naquelles Certoens PeSsoas de ! Postos Capazes para selhes encaregarem | (Fis. 15) se Ihe encarregar aobservancia desse | remedio para todo este Estado DEOS | Guarde VoSsa Magestade Bahia | eCamara deJulho vinte e oito demil- | sete centos ¢ desasseis” Eeu Manoel | Pessoa deVasconcellos Escrivio daCa- { mara que asobscrevi” Jofio deBrit- | to eSoiza” Ignacio deAraujo e- Goes” | José de Carvalhal e Vasconcellos” Salvador | Barbosa deAraujo” digo Barbo- | sa de Aguiar. REGISTO da Carta escrita | a Sua Magestade so- bre os | Vereadores terem aposentadoria. SENHOR = Porquanto os Vereadores | que sdo eleitos para este Senado vem | comumente defora desta Cidade epara | se alojarem com suas familias caressem | de apozentadoria propria porque defiCul- [{ toza- mente seachio epouco aseugosto, Re- | corremos aVoSsa Magestade lhes permit- | ta mandar dar porque sucedeo que os | Moedeiros com seu pri- vilegio sendopes- | soas demenos qualidade desalojacem | os taes Ve- readores e ficassem aquelles pre- | ferindo e acomodados, e como para o gosto | do que servem aVoSsa Magestade hé | util Remedio aseme- Inante deluzimen- | (Fis. 15 v.) deluziamentos fazemos Reprezentar aVoSsa | Magestade ossobredito eque esperamos o- | maior favor DEOS 64 CARTAS DO SENADO Guarde aVoSsa Mages- | tade Bahia eCamara de Julho vinte | eoito demil sete centos e desesseis Eeu Ma- | noel Pessoa deVasconcellos Es- erivéo daCa- | mara que a sobscrevi” Joao de Britto e | Soiza” Ignacio de Araujo Goes” José | de Carvalhal de Vasconcelos” Salvador Barbosa de Aguiar. REGISTO da Carta escrita | aSua Magestade so- bre | a prohibicao do atanado. SENHOR = Enquanto nesta Corte ha- | via Sahida a Solla que por- negocio hia desta | Praga néo padecia nelle o Contrato ade- | minuic&io que hoje achdo porque como { séo poucos os gados compreco muito levantado, eos de coiros muito diminutos ! por nao terem os Marchan- tes detodo | aperda porque aSsim deixari&éo o Contra- | to, eseria em- prejuizo deVoSsa Magesta- | de edeste Povo oconservamos emlherepa- ramos esta per- | da emparte nos avantajados precos das | Carnes sendo disto motivo aprimazia | que gozfo os atanados do negocios Estran- geiros | a vista doque nosocorreo Reque- | rer aVoSsa Magestade mando pro- | ceder comproibigao nessa Corte no negocio dostaes atanado para que possa | (Fils. 16) possa o deste Estado lograr melhores | afazenda deVoSsa Magestade aumen- | to eseus Vassallos gosto econveniencias { a PeSsoa de VoSsa Magestade DEOS Goar | de Bahia eCamara de- Julho vinte | eoito demil sette centos e desesseis Eeu | Manoel PeSsoa de VasconcellosEs- | crivao daCamara que asubscrevi" | Joao deBritto eSoisa” Ignacio de | Araujo eGoes” José deCarvalhal | de Vasconcellos” Salvador Barbosa de Aguiar. REGISTO da Carta escri- | ta a Sua Magestade | sobre sefazerem as Fes- | tas deste Senado no Co- legio desta Cidade eniio | na Sé della. Por Carta de vinte e cinco de Se- | tembro demos parte a VoSsa Mages- | tade de desluzimento que teve este Sena- | do em dia dos Apostolos S4o Felippe | e Santiago no anno de mil sete centos | etreze em a Sé desta Cidade porque | sendo porhuma antiga posse uzem | qualquer das Festas em que assiste o | Senado naquelle templo Ihe dem os | Pregadores primeiro avenia tanto pe- | lo lugar que occup&o hospeda- gem ad- | (Fis. 16 v.) administrag&o daquellas festas fazendo | na- 65 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL quelle dia odito Pregador olevou tao mal o Cabido desta Bahia que mandan- | do continuar a Missa interrompeu o Ser- | maéo comhum notavel pertubacio a todos | desluzimento aeste Senado eagravo a- VoS- | sa Magestade querendo inovar-selhes | tomasse primeiro avenia sobre oque cor- | remos pleito que para Sua disizdo nesta | festa vai: @ porquerer-mos evitar semelhan- | tes desencoens Recorremos aVoSsa Mages- | tade como tio amante desteEstado eRe- | paro dediscordias para que nos conceda | faculdade para fazer-mos todos as festas | que emcumbem aeste Senado no Colegio | desta Cidade assim como tam- bem ofa- | zemos nas festas do Apostolo do Oriente S&o Francisco Xa- vier | eAclamac&o delRey fi- | cando este Senado socegado com este tao | eficaz remedio senos augmentar ao gosto | de servir aVoSsa Ma- gestade cuja | PeSsoa Goarde DEOS Bahia eCamara | deJulho vinte coito demilsete centos | edesesseis Eeu ManoelPeSsoa deVas- | concellos Escrivao daCamara que | osobscrevi” Jodode Britto eSoisa” | Ignacio deAraujo eGoes” José de Car- | valho de Vasconcelos” Salvador Bar- | bosa deAguiar. REGISTO da Carta escrita | (Fis. 17) escrita aSua Mages- | tade sobre o Sal. Foi vossa Magestade servido | mandar Rematar o Contrato do estan- | que do Sal para sevender neste Estado | arezéo dequatro centos e oitenta reis por | alqueire por evitar por este modo os | exorbitantes pregos por- que sevendia | quando hera livre, aCadahum ven- | dello por sua conta, mais neste pre- | zente anno setem esprementado ma- | ior damno por- que oComissario do Con- | tratador por ter maior ganancia o- | cultou maior parte doque veio para | omandar vender por sua conta pelo | Re- concavo, por muito maior prego, do | queRezoltou espromentarSe hhuma tao | grande falta deste genero que as cano- | as depescaria anfo vao fazer porfal- | ta delle eos Marchantes nao tem | com que aprovei- tar os coiros de gado que | cortéo para osustento do Povo eomes- | mo Povo padesse sem ter comque Remi- | diar esta falta aqual hé cauzada nao | s6 depouco Sal que mandou o Cantra- | tador maz tambem do seu Comicario | aocultar paraovender por maior pre- | ¢o fiado emque por condig&o doSeu | contrato hé proibido aeste Senado en- | trome- ter- | se nas suas vendas, eporque | (Fis. 17v.) eporque sesegue dahi gravissimo prejui- | zo ao Povo e moradores deste Estado sé pe- | la utitidade elicita do Contratador ou | do Seu Comicario; pedimos aVoSsa, 66 CARTAS DO SENADO Ma- | gestade umildemente prostrados aose- | us Reaes Pez queira man- dar que ocontratador | faga embarcar sal bastante | que chegue para esta Cidade, eseu Re- | concavo Villas anexas, queo que vier se - re- colha nos armazens publicos, esevenda | publicamente aoPovo pelo prego | que VoSsa Magestade tem determina- | do, e que falandosse a este possa este Se- | nado acudir aodamno, obrigando ao | dito Co- missariodaprezentar aslistas | deSal que vierdo, efazello vender nafor- | ma daSua obrigagéo VoSsa Magestade | Rezolverd oque for Servido aCuja PeSsoa! Guarde DEOS. Bahia eCamara deJu- | lho vinte eoito demil sete centos edeses- | seis” Eeu Manoel PeSsoa de Vasconcellos” | escrivao daCamara que osobscrevi” Jo- | 40 deBritto eSoisa” Ignacio deAraujo e | Gois” José deCarvalhal deVasconcellos" Sal- | vador Bar- bosa de Aguiar. REGISTO da Carta escrita | aSua Magestade pelo Concelho deEstado sobre | seRetratar o Senhor Marquez. Foi (Fis. 18) foi vossa Magestade servido engr- | andesser 0 Governo Geral deste Estado | do Brazil com o titulo de Vice-Rey e au- | thorizar esta Cidade daBahia comas- | sistencia daPeSsoa do Marquez deAn- | geja por huma eoutra coisa Reveren- | temente prostrados aos Reais Pez de | VoSsa Magestade damos aVoSsa Ma- | gestade as devidas Gra- gas por nosdar | aSua altaprovidencia esingular eLei- | eo hum Vice- Rey det&o relevamtes | circunstacias para tudo aoque toca ao | servico de VoSsa Magestade sossego e- | conservac&o deste Povo que achando-o a- | inda quando tomou posse do Governo entre os nublados das alte- ragoens pas- | sadas osdefez contanto agrado ebran- | dura que servio deadmiragZo aos que- | viraéo semelhantes deferengas; epor- | tudo quanto experimentamos naigu- | aldade comque administra aJusti- | ca eapiedade comque favoresse apo- | breza, alemdetudo omais que no- Seu | grande talento Reconhecemos: outra vez prostrados aos Reais Pez deVoSsa | Magestade nao sé pedismo licenga | para por na Casa do Senado daCama- | ra desta Cidade donde est&o os Retra- | tos de alguns Governadores que foro | deste Estado; e do Marquez Vice Rey { para memoria de que todo o Brazil | (Fis. 18 v.) o Brazil deve aos grandes acertos deSeu Go- | verno senfo tambem seja VoSsa Magesta- | de Servido concervallo nelletanto pelo que | toca ao beneficio dos Po- vos, como pelo que | Respeita ao aumento daReal Fazenda de | VoSsa Magestade aqual elle tem feito cres- | cer oauge aque hoje sevé sobido. 67 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL DEOS Gu- | arde aReal PeSsoa de VoSsa Magestade | Bahia eCamara deJutho vinte eoito de | mil sete centos edesesseis Heu Manoel | Pessoa de Vasconcellos Escrivio daCama- | ra que asobscrevi” Jo&io deBritto eSoisa” Ignacio deAraujo eGoes” José Carvalhar | de Vasconcellos” Salvador Barbosa de Aguiar. REGISTO da Carta escri- | ta ao Procurador o Sar- | gento mor Manoel da | Silveira de Magalhaens. Pelas Cartas de Vossa Mercé | recebemos na mungo daFrota vimos o | «slado emque 1a ficardo os Requerimen- | tos deste Senado, e porque alguns | séo muito importantes en&o tivemos | delles Resposta nos paresseo tornallos | arepertir para que commais desvel- | Jo procure adicizdo delles pelo damno | que sesegue aeste Povo dese-Ihe nao de- | Gis, 19). feriu. Hé oprimeiro Requerimento que Sua | Magestade conceda lavrar- se na Caza da | Moeda desta Cidade trez milhoens de | moeda provincial para uzo da terra e | das mais partes do Estado porquanto a | moeda nacional que sefaz vai toda pa- | ra esse Reino eesta aterra sem moeda | necessaria para ouzo ecomercio della. Hé osegundo pedir-se que rezol- | va odito Senhor emque lugar hade | hir o Estandarte nasporcigons emque | custuma sahir, e sejunto oCorpo daVe- | reag&o ou adiante cobrindo os Cidado- | ens por que tem havido sobre esta materia | alguma dicengoens que movem | os que carregdo o Estandarte ecom rezoll- | ug&o do dito Senhor se evitara es- | ta desordem, digo esta duvida. Hé o terceiro pedir-se que odito Se- | nhor ordene quendo vao gados deser- | to destritos para as Minas eque o Vice | Rey deste Es- tado cem maduro Conce- | tho devida os destritos e prohiba com gra- ves | penas que doque ficar para apar- | te daBahia n&o vdo gados pela gran- | de falta que fazem aesta Cidade a- | Respeito dehirem todos para as Mi- | nas cem o interesse demaior preco. Hé | (Fis. 19 v.) Hé o quarto pedir-se tambm q odito | Senhor pichiba no Donativo ouzo do a- | tanado para poder ter valor a solla aque | sefaz nesta Cidade, digo neste Estado. Hé oquinto pedir-se tambem q o- | dito Senhor mande Provizéo para sefa- | zerem noColegio desta Cidade as Fes- | tas que este Scnado foz na Sé della a-| respeito das decengoens que ha com os Co- | negos scbre que tem ja avido alguns pleitos. Hé oSexto pedir-se que os Vere- | adores e Escrivao da Camara 68 CARTAS DO SENADO tenh&o apo- | zentadoria, porque sendo acha este privi- | legio declarado entre os outros que lhesdo | concedidos. Hé osetimo pedir-se que | mande prohibir com graves penas que | o Comicario que nesta Cidade tem o Con- | tratador do estanque do sal enéio possa | vender nem porsi nem poroutrem | por maior prego doque Ihefoi concedido | na arrematagdo, nem mandar vender | porsua conta fora daCidade porque re- | zulta dahi ocultalo edeixar aterra com | extrema necessidade para odespois | ovender ocultamento por do- brado e | maior preco. Todo (Fis. 20) Todo estes requerimentos vam supli- | cados por carta particulares que VoSsa | Mercé entregara eprocurara aRezolugéo } delles com ocuidado que VoSsa Merce | se espera. Tambem vai outra carta so- | bre o Senhor Marquez VisseRey em | que se pede aSua Recondugao, ealicenga | para Ser Retratado neste Estado VoSsa | Mercé aentregara pello Concelho do | Estado. Agora vio tambem do- | is agravos de duas Sentengas que | Sederfo na Rellag&o deste Estado | contra este Senado nas Cauzasque mo- | veo ao Reverendo Cabido sobre que- | rer que nas festas que se fazem na Sé | sede a venia aelles endo ao Senado ena | que moveu a Santa Caza da Mizeri- | cordia sobre hua provizio que al- | cangou para Rematar os asucares | dos Seus devedores fora dotempo da | frota eeste Senado aembargou com | embargo de obrepcao, esubrepegio | maz julgou-se contra elle aCauza. Pedimos aVoSsa Mercé | que tambem nestes agravos po- | nha todo ocuidado | (Fis. 20 v.) Ao Doutor José Gomes de | Avellar eSeu Companheiro José | Henriques da Silva senéo tem | recomendado negocio algum des- | te Senado endo sei comque con- | ciderac&o seentromete nelles | estando aSua procuragam tantas vezes | revogada esendo so VoSsa Mercé | Overdadeiro procurador dequem | sefiam todos os negocios eespera- | mos de VoSsa Mercé os conti- | nue com a satisfagam que de | Seu Zello se espera para que tenha esta Cidade muito que lhe dever. Tambem agradecemoé a | VoSsa Mercé aCarta substato- | ria que nos enviou para aexeccu- | ¢éo que fas aCaza da Mizericor- | dia nos bens deste Concelho te- | remos mais que dever ao Zello | deVossa Mercé findando 14 esta | cauza afavor deste Senado pella | Justica que nella tem estepovo | ends nfo menos que agradecer | the ficando tambem promptos | para oque for doSeu Servico. | (Fls. 21) servico acuja pessoa Guarde DEOS. Bahia | eCamara deJulho vinte eoito de | 69 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL milsete sentos edizesseis eeu Mano- | el PeSsoa deVasconcellos Escrivao da | Camara que asobscrevy” Joam de | Britto eSoiza” Ignacio de Arau- jo e | Gois“ Jozé Carvalhal de Vasconcellos | Salvador Barbosa de- Agui- | ar. REGISTO da Carta escri- | ta aSua Magestade nos | Navios do Rio de Janeiro so- | bre o ferro eCobre. SENHOR = Nesta Cidade sefés no- | torio que a junta do Comercio Geral in- | tentava meter por estanque no Brazil | todo o o cobre eferro necessario para o | gasto delle com o pretesto deque dos ditos | generos podia haver dinheiraéo prompto | para as fabricas das Naus que VoSsa | Magestade manda fazer neste porto | para oaviamento dosComboyos da | mesma Junta eindo tambem esta no- | ticia aos Se- nhores de Engenho deste | Reconcavo nos Vierao Reprezentar os | grandes prejuizos que do total estanque | Rezultava Requerendo-nos que por | (Fils. 21 v.) que por Raz&o da Obrigac&io emque | estamos occupados neste Senado da | Camara pedissimos aVoSsa Magesta- | de como pedimos que ouvesse por | bem deSeu Servico mandar ver apeti- | géo junta com toda Atenc&o por | que nella Reprezentéo a VoSsa Ma- | gestade os males edamnos que | pode seguir atodo este Brazil | por se estancarem os dittos dois Ge- | neros Sendo verdade como hé tudo | oque nella se relata. EaSsim espe- | ramos que VoSsa Magestade se- | ja servido fazer-nos Mercé deferir a | dita peticéo naforma que pedem | como custuma para bem de Seus | VaSsalos. Guarde DEOS aReal | PeSsoa de VoSsa Magestade Bahia | eCamara de Agosto vinte ehum | demil sete centos edizaseis, eeu | Manoel Pessoa deVasconcellos Es- | crivio da Camara que asobscrevi” | Joam deBritto eSoisa” Ignacio | de Araujo eGois” Jozé de Carva- | Ihal de Vasconcellos” Ignacio | de Oliveira e Figueredo. REGISTO | (Fis. 22) registro da Petigaio de | que a Carta atraz faz menc&o. SENHOR = Dizem os moradores da Cidade | da Bahia Senhores de Engenho que aSua | noticia tem vindo que aoadministrador da | Junta ta do Comercio della tem Reprezen- | tado aos deputados dadita Junta ou | elles mesmos aVoSsa Magestade que | DEOS Guarde Convinha muito ao seu | RealServico efazenda que nenhuma | pessoa de qualquer qualidade que fos- | se podesse mandar ao Brazil entre | outros Generos cobre eferro seniio adita | Junta porque sé aSsim podiria ter di- | 10 CARTAS DO SENADO nheiro para aprestar os Navios do | Comboyo que vembuscar as frotas todos | os annos ao Brazil com tambem | para afabrica das Naus que adita Jun- | ta do Comercio manda fazer aeste | Estado por nao ter effeitos proprios nem | dinheiro necessitando desevaler delle | depessoas particulares, ealguas Comina- | coens com opoder dos Governadotres, com | que ainda n&o podem achar todo | 0 de que neceSsitao por cuja cauza se | Retarddo nos seus portos aonde vem | para Conduzir asditas Frotas com | (Fls. 22 v.) Frotas comconcideravel damno da Fa- | zenda deVoSsa Magestade eporque | Os Suplicantes seach&o deprezente | ex- tenuados de cabedaes pello tempo lhe | fazer adcurgo ha annos as Suas Ja- | vouras que no correspondem aos | grandes despendios que com ellas fa- | zem por cujo Respeito vio ficando al- | guas incultas epor falta de generos | Cavalos eboys que precizamente sdo- | necessarios que nao podem com- | prar pelos exorbitantes eexceSsivos | precos aque tem subido pelo muito | comsummo que tem para as mi- | nas do ouro para onde v&o inceS- | sante e Continuamente eficardo | mais impossibilitados com esta | prohibicfo para fornecer OsSeus | Engenhos dos dittos Generos por | que vendidos somente pella dita | Junta para oSeu intento hade ser | com dinheiro prompto epressos al- | tos aque elles Suplicantes nao po- | derao fazer pella ditta Razdo faltan- | do-lhe ORefugio desevalerem para | elles dos homens de genio digo negocio que Ihe davao fiados ecom | largas esperas para Seu pagamento | (Fis. 23) pagamentos aceitando-Ihe em aSsucares | como aelle agora fizerao cque Redu- | dara em amyor emais concluido pre- | juizo da Fazenda de VoSsa Mages- | tade porque sehirao extinguido os | dittos Engenhos totalmente econse- | cutivamente viré VoSsa Magestade | aperder Os Direitos eutilidade que | daSua conservac&o Ihe Rezulta fican- | do poreste modo sem effeito oRefengo | e pretexto comque adita Junta quer ha- | ver os ditos generos para si porquanto | ninguem Ihos podera eomprar pela | Sua Capacidade portanto Pede | a VOSsa Magestade que ponderada | esta materia por ser digna detoda | atten¢éo haja por bem sendo per- | mita aconcegéo que adita Junta | quer haver de VoSsa Magestade | “Gaspar Pacheco de Menezes — Herculano | Pereira da Costa digo da | Cruz — Diogo Pereira da Silva — | Roberto da Silva — Paulo de Argo- | lo — Manoel Lopes Henriques — |Antonio de Britto de Castro e Sam- | payo — Ignacio da Silveira digo de Serqueira Villas Boas — Antonio | de Aragdo de Menezes — Marcos | Mendes Manforte — Thome de Mei- | reles Machado — Joam Lopes Fer- | reira — Do- taingos Alvarez de Carva- | Iho — Francisco Felix Branco de | (Fis. 23 v.) Branco de Britto — Bartholomeu | de Argolo de Menezes — Ga- 7 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL briel | da Rocha Monteiro — Fran- | cisco Dias do Amaral — Cosme | Rollim de Moura — Francisco Felis | Barretto de Mello — Antonio da Rocha | Pitta — Fernio Pires Lima — Francisco da Rocha Pitta — Joam | de Sa Souto Mayor — José de S& | Mendonga — Luiz José da Conceigao | Prior do Carmo — Dionizio de Azevedo | Arvellos — Jozé Alvarés Vi- | anna — Ioam Pereira do Lago — Frei | Antonio Ramos — Dom Abbade | de Sam Bento da Bahia — Jozé | Sotero Maciel — Ma- noel Ramos | Ayres” Manoel Ramos Ayres Pereira — Antonio deCampos Mar Gulhao — Balthazar de Vasconcellos | Calvyacante — Os quaes nomes | sijusficaréo procuradores pelo | Juizo da India eMina por Cer- | tido do Escrivio Manoel da | Costa Rocha feita aos treze des- | te mez de Agosto demil setesentos | edezaceis asignada pello Doutor Joam Homem Freire. REGISTO da Carta | escripta ao procurador Ma- | (Fls. 24) Manoel da Silveira de Magalhaens. Nos navios da frota que parti- | raéo deste Porto no ultimo deJutho | escrevemos a VoSsa Mercé largamen- | te dando-lhe noticia detodos Os negocios eRequerimentos deste Senado | agora escrevo outro de mayor porte | pelos danos que delle podem Re- | zultar. Temos noticias que o | administrador daJunta do Comercio | manda inculcar hum arbitrio dese- | por em estanque todo oferro ecobre | que segasta nesta terra para que | venha por conta damesma Junta, e | s6 Opossa vender omesmo adminis- | trador eSe este arbitrio oaceitar fi- | cara aterra mais per- dida, eos mo- | radores della mais impossibilitado pe- | las Razoens que se declarfo nessas | peticoens que Remetemos AvoSsa | Mercé para com ellas Requerer o | desvio de se aceitar o dito arbitrio | no cazo que se ponha empratica | ainda que vao aspetigoens em | nome dos moradores comtudo hé | acauza domesmo Senado para ! que VoSsa Mercé osolicite com 0 | cuitado ezello, que tam empor- | (Fls. 24 v.) emportante materia necessita. Tambem remetemos a VoSsa | Mercé acarta incluza para Sua | Magestade que hé sobre omesmo | negocio maz como nio temos cabal | certeza deque 14 seproponha, ese- | ra de certo fallar nelle antes de- | sepro por pedimos aVoSsa Mercé que antes dedar as Cartas ere- | querer com as peticoens procure | saber seou notribunal daJunta | ou no Concelho sepropoz odito ne- | gocio eachando que setem proposto | entregue as cartas emeta ape- | tic&o eque nao se achando propos- | to nem meta a peticéo nem me- | ta as Cartas eguarde tudo para | Seu tempo eporque esperamos do | Zello eprodencia deVoSsa Mercé | que 12 CARTAS DO SENADO obre neste particular com | todo oacerto nfo temos mais que | Ihe adver- tir nelle nem nos mais que | lhe temos Recomen- | dado cuja pessoa Guarde DEOS Ba- | hia eCamara deAgosto vinte | ehum demil sete sentos edezasseis — |Eeu Manoel Pessoa deVasconcellos | Escrivao da- Camara que asobscrevi — | (Fls. 25) Joam de Brito eSouza” Ignacio | de Araujo eGois” Jozé de Carvalhal | deVasconcellos Ignacic de Oli- veira | e Figueredo: REGISTO da Carta | escripta aSua Magestade | que DEOS Guarde sobre se | conceder hua provizio para sendo Remetarem os asu- | cares. SENHOR = Por se continuar 0 mizera- | vel Estado emque seachdo os moradores desta Cidade eSeu Reconcavo na | falta dos frutos emais generos ecom | mayores empenhos eempossibilidades | arespeito da carestia dopreco dos es- | cravos edetodo omais necessarios pa- | ra tra- tarem dacultura delles hoje | mais que nunca neceSsitéo deque | VoSsa Magestade Ihe faga agraga | deconceder nova provizéo para | que selhendo rematem osSeus aSu- | cares emais generos por execugoens | sendo pelo que valessem quinze dias | antes dapartida da Frota pelos j damnos que Ihe Rezulta deselhes j (Fis. 25 v.) selhes rematarem antes do dito tem- | po por muito menos doseu valor | eporque sacabou otempo deseis an- | nos concedido porHua Provizio | deVoSsa Mages- tade deoito doméz | de Mayo demil sete centos eonze | emque lhes con- cedeo amesma gra- | ga nos pareceo Repetilla humil- | demente epros- trados aos Pez deVoS- | sa Magestade para que attenden- | do aconcer- vacio dos dittos mora- | dores egrandeza, comque cutuma fa- | vorecellos, seja servido mandar | paSsar nova provizéo prorogan- | do otempo de seis annos nos quais | nao Rematem por execugam os | aSucares emais generos; sen&o na | carga da Frota quinze dias antes | daSua partida eaSsim oesperamos | daReal Clemencia epiedade de | VoSsa Magestade a Real PeSsoa | de VoSsa Magestade Guarde Deos | como os Seus Vas- sallos ohavemos | mister Bahia eCamara vinte | eSinco deAgostode mil sete sentos e | dezasete eEu Joam de Couros Car- | neiro q a sobscrevi” Verissimo Ma- | noel Rabello Freire — Antonio | (Fls. 26) Antonio de Araujo Gois deCerqueira | Jozé Pires de Carvalho — Salvador Barbosa de Aguiar. 13 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL REGISTO da Carta | escripta aSua Magestade | sobre conservar nesta Cidade | Themoteo Brasquete danas - | c&o Franceza. SENHOR = Nesta Cidade da Bahia seacha hum | Estrangeiro denas¢io Franceza Themo- | teo Brasquete o qualuza deCirurgia u- | zando de hhumscopos desingular particu- | lar Remedio contra omorbo galico, dan- | do-os aos que delle enferm&o comtao | aprovada ceitag&o que | todos os que os tomar&o experi- | mentargo evidente melhora eSuas queixas | logrando asaude perdida; e porque | quaze todas asdoencas que nesta Cida- | de sepadesse seja omorbo galico oSeu | insentivo nos pareceo Reprezentar a VoSsa | Magestade oqual util hé aesta Re- | pu- jlica aconservarse nella odito Themo- | teo Brasquete eaSsim o supli- vamos | aVoSsa Magestade sedigne ordenar | que sendo proceda contra odito Themo- | teo Brasquete conforme aordem que | (Fis. 26 v.) que de VoSsa Magestade for Servido man- | dar que siembarcassem para Lisboa to- | dos os Estrangeiros que nesta Cidade | se achassem, visto n&o ser homem de nego- | cio euzar de remedios particular ede | tao grande utilidade aesta Republica | A Real Pessoa de VoSsa Ma- | gestade Guarde Deos como todos os Seus Vassallos ohavemos mister. | Bahia eCamara vinte eSeis de Agosto | demil sete centos edezasete. Eeu Joam- de | Couros Carneiro que asobscrevi" Verissimo | Manoel Roballo Freire” Antonio de Araujo eGois de Cerqueira” | José Pires de Carvalho” Sal- vador | Barbosa de Aguiar. REGISTO da Carta es- | cripta aSua Magestade | sobre sepedirem mais sinco- | enta Freiras para 0 Conven- | to desta Cidade. SENHOR = Pela Provisan incluza deSeis de | Julho do anno demil seis sentos ese- | senta eSinco foi VoSsaMagestade ser- | vido conceder aos moradores desta | Cidade emRemuneragio deSeus Servi- | (Fls. 27) de Seus Servigos ede seus antepaga- | dos sefizesse nella hum Convento | para nelle serecolherem as filhas | dos ditos moradores que quizes- | sem Ser Religiozas as quaes no | excederiao olimitado numero de | sin- coenta com o fundamento de | se augmentarem as familias por | via dos Casamentos ecomo este | pretexto setem desvanecido man- | dando os ditos moradores as Su- | as filhas que dezejam oestado de | Relli- 14 CARTAS DO SENADO giozas para os Conventos des- | se Reino como sevem todas as | frotas hirem oito oudez mulheres | néo somente para a Cidade de | Lisboa, Porto e Vianna sendo | tambem para as Ilhas correndo | oRisco domar, edos inimigos fran- | cezes digo infies com notaveis dis- | pendios de- Suas fazendas nos gas- | tos das viagens eremessas dos dotes | obri- gando-se a todas estas descom- | veniencias por estar completo | odito numero de sincoenta Rel- | ligiozas eporque no tempo em | que VoSsa Magestade foi servi- | do concedello que ha sincoenta | etres annos ha- vido, somente a terca parte | dos moradores que hoje habitdo | esta Cidade eSeu Reconcavo que | (Fis. 27 v.) que seacha mui populoza como | hé notorio e emtoda esta america | ndoha mais que deste unico con- ven- | to de Religiozas e todos os con- | ventos de Religiozos como Sam Bento | Franciscanos, Carmelitas que co- | messaraéo por Hospicios es- tao hoje - feitosRelligicens deGrandes com- | mudidades eRespeitos dagrandeza | daterra nos pareceo prostrados aos | Pez deVoSsa Mages- tade suplicar | humildemente aGraca emercé | deseampliar odito nu- mero desinco- | enta athé o de semRelligiozas pa- | ra que aSsim sesem 0s encomodos | que temos reprezentado aVoSsa | Magestade pois he sem detrimento | do augmento deste estado ecomcon- | veniencia grande dos moradores | delles. AReal PeSsoa deVoSsa Mages- | tade Guarde DEOS como osSeus Vassa- | los chavemos mister: Bahia e| Camara vinte eSinco deAgosto | demil Sete centos edezasete eeu Jo- | am dos Couros Carneiro escrivao da | Camara osobscrevi — Verissimo Ma- | noel Roballo Freire — Antonio de | Araujo de Gois de Cirqueira — Jozé | Pires deCarvalho — Salvador Bar- | boza deAguiar. (Fis. °28) REGISTO da Carta | escrita asua Mages- | tade sobre 0 Sal. SENHOR = Foi vossa Magestade servido | ordenar aeste Senado por Provizéo deSeis de Abril deste anno | que na forma que apontou o | Marques deAngeja Visse Rei | e Capitam General deste Estado | das estivas que sehavido defazer | para arepartigam do Sal que | deve to- car aos moradores, ePo- | vos do Reconcavo edo que res- | tarse suprir aos da Cidade hi- | ria aSestir hum Vereador eopro- | curador domesmo Senado a- | quella Reparticao. Quando recebemos esta | Ordem de Vossa Magestade foi | atempo que j4 tinhamos noticia | deque o Administrador do Con- | trato do 5 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL Sal havia mandado | baldiar em alguas embarcacoens | dasque navega demar emfora | oque Ihepareceo para asSuas Co- | muniencias. Logo mandamos | notificar para que apre- | (Fls. 28 v.) para que apresentasse no Senado alista de todo | oSal que tinhavindo naprezente | frota eque no vendesse sem aasis- _ tenca dos officiaes do Senado que | VoSsa Magestade ordenava como | consta dacertiddo inclusa do Al- | caide desta Cidade eadeclaragao | que nelle fés foi terem Jhe vindo Somen- | te mil sete sentos moyos, 0 que | tambem consta da Certidao junta | do termo que sefés no Senado avi- | zando o Procurador quetemos | nessa Corte vir namesma frota | dois mil moyos. Fés logo o dito | adminis- trador hua peti¢&io ao | Concelho da Fazenda deste Estado emque | mostrava n&o ter o Senado ju- | risdigéo para seentrometer | com avenda do dito Sal, pois | pelas condigoens domesmo Con- | trato Ihe tocava sdaelle adminis- | trador eque adita provizdo era | obreticia, esubreticia deste Reque- | rimento deu vista a Conce- | lho ao Senado eSem embargo da | noSsa Reprezentag&o aqual sera | prezente aVoSsa Magestade | pela Certidam incluza profe- | rio 0 despacho deque fosse asetir | odito Vereador e Procurador | (Fis. 29) eProcurador ad.* Re- partig&o eco- | moadita Provizéio de VoSsa Ma- | gestade sen&o deu com- primento | naparte que tocava aconcervar; as Condigoens do Contrato, enten- | dem os ficar isento deque tambem | por ella nao deviamos ser obri- | gados amandar aSestir os ditos | Vereadores e Procurador do Sena- | do aordem do Caixeiro do Admi- | nistrador do Contrato que sem- | pre havia defazer arepartic&o | naforma em que mais Ihe aco- modasse | sem que os dittos Offici- | aes opodessem evitar pornio ter | jurisdig&o para iSso emais qu | ando o administrador niio | tenha feito as estivas que hora | obrigado naforma da Ordem | de Vossa Magestade continu- | ando avender sempre odito | sal atoda forga. He serto Senhor que se | o Administrador eSeus socios | nao te- verem muito grandes | conveniencias emque avenda | do Sal corresse por sua Conta | aceitard aobrigaco que este | (Fils. 29 v.) esteSenado lhe fazia detomar | todo oque nafrota Selheremeteo | de Lisboa para oRepartir na | forma das Ordens deVoSsa Ma- | gestade oferecendose- lhe fiadores | aSeu Contento para lhe entregar | o dinheiro da impor- tancia | do dito Sal tanto que estivesse | vendido como tudo consta da | mesma Certidao pella qual | sevé mais individualmente | aReprezen- tagfio que sefes ao | Concelho da Fazenda comque | veyo aser aultima Rezolugdo { deste negocio ficar odito con- | tratador vendendo oSal a medida do seu dezejo names- | ma forma que ofés os annos | passados digo osannos antecedentes eovereador eo Pro- | curador do Senado li- 76 CARTAS DO SENADO vres de | semelhantes asistencias por | que escrevendo este ao Mar- ques | Visse Rey aCarta que tam- | bem consta damesma certiddo bo- calmente deferido ao | Requerimento que selhe fés {| sobre este parti- cular, | (Fls. 30) onico meyo que ha para que | Os moradores desta Cidade eSeu | reconcavo Villas anexas eCa- | pitanias daJurisdic&o do- Gover- | no Geral deste Estado niio es- | perimentem todos os annos a | exceSsiva falta deSal que tem | havido neste eno mais ante- | ce- dentes ha obrigar-se ao | Contratador mande vir nasfrotas e Navios deLicenga de | quatro mil moyos deSal pa- | ra sima que de outra sorte | hade sentir apobreza ames- | ma falta que atualmente | padesse pois nos consta que | havendo quem tome sem du- | zentos, trezentos alque- res os | pobres emizeraveis nao podem | aleangar hua sé quarta e | por essa cauza pedem esmo- | la desal, como sefosse depo! E os moradores do Reconca- | vo, que sao os que delle ma- | is neceSsitdo para as salgas i que fazem todas as Semanas | decarne que s6 secorta no | sabbado setem cabedal n&o | reparao emdar por este | (Fis. 30 v.) este genero oque Ihe pedem | maz osque os n&o podessem | néo tem maisRemedio que | odo sofrimento, ehua, eoutra | couza he muito emdamno dos Vas- sallos de VoSsa Magestade | a quem humildemente pros- | trados pe- dimos seja servido difirir a | este Requerimento. Temos noticias deque | oAdministrador dosal | tem feito huajus- tifica- | gio em abono do seu proce- | dimento eque quazi todas | aspes- soas que jurarao nella | sio os mesmos que lhecom- | praéo oSal otornar avender | oque nos pareceo fazer pre- | zente aVoSsa Magestade | para que rezolva o que for | mais conveniente aSeu Re- | al Servigo. A Real PeSsoa | deVoSsa Magestade Guar- | de DEOS como Seus Vassallos | havemos mister. Bahia e | Camara vinte eSinco de Agos- | to demilsete sentos e dezasete. | (Fis. 31) edezasete eeu Joam dos Couros | Carneiro escrivao daCamara | que asobscrevi — Verissimo Ma - |noel Roballo — Freire — Antonio | de Araujo deGois deCerqueira ! — Jozé Pires de Carvalho — Salvador | Barboza de Aguiar. REGISTO da Carta | escripta ao Procurador o | Sargento Mor Mano- | el daSilveira de Maga- | Thaens em Lisboa. N&o menos agradecidos nos | devemos mostrar aVoSsa Mer- | cé do que ofizeréo os noSsos an- | tecessores do Grande Zello ecuida- | do com que Vossa Mercé seapli- | ca nos particulares deste Senado | como experimentamos na ente- | ligencia eindividuacgdo com | que nos faz TT DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL asaher do estado em | que permanecem ou setem | concluido os Reque- rimentos, e | cauzas que correm nesta Corte | ecomo aprimeira foi de estar | estabelecida aRegalia depoder | este Senado Revogar efazer Pro- curadores todas as vezes que | (Fis. 31 v.) quequizer, nenhua duvida | teria em nio conservar avéz | nesta incumbencia em que tem | expe- rimentado de Vossa Mercé | amelhor satisfacao. Recebemos as de VoSsa Mercé dequatorze deNovembro | demil sete sentos edezeseis | ede trinta de Marco demil | sete sentos edizasete e nellas nos | noticia que se tinha feito hua | consulta sobre Sua Mages- tade | conceder licenea para selavrar | moeda provincial nesta Cida- | de eainda sendo tinha | Rezolvido: sobre oque deve | VoSsa Mercé instar por ser mui | necessario pella falta que ha | della, esesemandar abtrahir a | dita Caza damoeda semque | deixe feita moeda provincial | n&o se- poderé com responder | bem onegocio com os pagamen- | tos porque todo odinheiro que | tem adita caza damoeda fa- | bricado vai emtodas asfrotas | por RemeSsas damercanica | para eSse Reino comayor pre- { juizo que hade Rezultar em | senao fabricar adita Moeda | (Fis. 32) Moeda hade ser contra a Fazen- | da Real e abatimento que os Con- | tratos hao deter eaSsim deve VoSsa | Mercé por toda a boa deligéncia | afim deque seconsiga ofabricar | adita moeda provincial. Sobre orequerer-se que Su- | a Magestade ordenase n&o | fossem gados decertos distritos | para as Minas, vai oenforme | do Senhor Mar- ques Visse-Rei | afavor deste Requerimento | que VoSsa Mercé deveapli- car | com toda aforca pelo prejuizo | que este Povo recebe na sua di- | Jago. Sobre aduvida do | lugar emque hade hir o Estan- | darte nas procissoens emque | custuma hir o Senado que | veyo aimformar ao Chanceller | entendemos que imforma que | sedeve observar 0 estillo praticado I naCidade do Porto cujos privi- | legios goza esta Cidade eaSsim | odeve VoSsa Mercé Requerer | mandando-se tirar por cer- | tiddo Oestillo que na dita | Cidade seobserva com odito | Estandarte. Sobre oprohibirse ouzo da Solla datanado | he sem duvida que recebe! (Fis. 32 v.) Recebe grande prejuizo aSolla que | se remete deste Es- tado pela pouca | sahida que 14 tem. Sobre opedir Provizao es- | te Senado para poder fazeras | festas que costuma celebrar no | Colegio por selivrar das duvidas | dos Co- negos vai com informagéo do Chanceller! Sobre a- | pozentadoria que Requerem | os Vereadores e escrivio deste | Senado vai com informacao | do Chanceller ehé justo econce- | derselhe porque vem muitos | Ve- yeadores que vivem no | Reconcavo aservir nesta Cidade | donde nao tem cazas epriciza- | mente as alugao, e aSsim de- | vem ter aregalia da apozen- | tadoria. Sobre oagravo que | corre com 0 Cabido aserca 13 CARTAS DO SENADO de | venia que quer ter primeiro | na occaziéio das festas emque | assiste oSenado dezejamos mui- | to aSua deciz&o. Sobre o | agravo que seen- trepés dapro- | vizam que alcancaram os | Irm&os daMizericordia pa- | ra Rematarem os aSucares | fora do tempo dafrota, esti- | (Fls. 33) estimamos que sahisse anosso favor, occaziam | Remeteré VoSsa Mercé aSen- | tenga Sobre orequerimento | que sefes aSua Magestade pa- [ra que mandasse que oComiSsa- | rio doContracto deSal ondo ven- | desse, nem percinem por outrem | por mais dataxa. Deferido Sua | Magestade pelas Ordens que | mandou aeste Senado que ofosse | Repartir hum vereador com 0 Pro- | curador do mesmo Senado ao | Povo por haver aSsim escripto | aSua Magestade oVisse Rey | Capitam General deste Estado para o que sefariao estivas pa- | ra adita Reparticao tomando | conta do Sal que vinha nesta| frota equerendo-se dar aexeccucdo | se- mandou notificar ao | dito Comissario do sal para que | viesse declarar aquantidade do | que vinha, oqual aprezentou hu- | ns conhecimentos que importavao | Somente mil sete sentos moyos | sendo que Vossa Mer- cé na Sua | nos escreve vinh&o dois mil moyos | que entendemos ser in- dustria do | dito ComiSsario s6 afim dese | valor destes para os seus negocios | (Fils. 33 v.) negocios endo satisfeito disto, Recor- | reo ao Concelho da Fazenda a- | prezentando os privilegios do Con- | trato e Requerendo que as Or- | dens que tinham vindo ao Sena- | do da Ca- mara naéo deRogav&o | os ditos privilegios, eaSsim se | nao devia in- trometter os Offici- | aes daCamara na destribuico | do Sal oqual re- querimento | foi aseito nodito Concelho da | Fazenda deque proferio odespa- | cho deque asditas ordens no | derogavao osprivilegios eaSsim | hiria OVereador eprocurador do | Senado daCamara todos os | dias asistir aReparticam que | havia de fazer oadministrador | do sal esendo aprezentado este | despacho ao Senado daCama- | ra Respondeo por escripto que | os Vereadores actuais seobriga- | vio apagar emdinheiro toda | aemportancia dosal aodito Co- | miSsario eque queriao repartil-lo | pelo presgo digo repartillo ao | Povo pelo mesmo presgo para que aSsim nao tivesse os descami- | nhos que tem etendo Remetida | (Fis. 34) Remetida esta Resposta ao Concelho | deferido que nao tinha po- deres para | aaceitar eque observase oprimeiro despacho aoque Replicou 0 Se- | nado que assim como alei de Sua | Magestade sen&o executava em | hua parte ficaria tambem livre | aobrigacaio emposta a0 Senado | enestes termos ficou oAdministrador | vendendo o Sal naforma | em- que ofazia os annos antece- | dentes eovereador eprocurador | livres da injurioza asistencia | aque os queria obrigar. Enquanto aProvizam que | VoSsa Mercé dis tirara Jozé | Gomes de Avellar para efei- | to deselhepagar os ordenados | vencidos athé 79 DOCUMENTOS HISTORICOS DO ARQUIVO MUNICIPAL agora sendo a- | prezentou neste Senado quan- | do vinha seembarassara de | maneira que sempre seespe- | ra aultima Rezolucio da | Sentenca. Este Senado | faz aSua Magestade oRe- | querimento deConceder mais { Religiozas ao Convento de | Santa Clara do Desterro desta Cidade | que VoSsa Mercé veré pella Copia incluza que the | remettemos esperamos da de- | (Fis. 34 v.) da deligencia ezello comque VOS- | sa Mercé se- emprega emtudo | oque Ihetoca fassa todo opos- | sivel para que se- consiga esta | mercé que pedimos aSua Magestade tambem pedimos | ao dito Senhor exceptue dos | Estrangeiros que forem desta | Cidade aThi- moteo Brasque- | te Francés denagdo, Cirur- | giao ensigne na facil cura | que di de huns copos contra o | morbo galico quehé omayor | achaque que geralmente se | padece nesta Cidade donde | a mayor parte dos enfermos | ndo podem tomar os Remedi- | os que thesapplicam os Cirur- { gioens eMedicos Portuguezes | pelas exhorbitantes Carestias | dos medicamentos que lhes | aplicéo ecom menos efficacia | edilatados Regimentos que | mandam ter. A cauza da | Mizericordia na Execugam | que fés aeste Senado continua | nella sem embargo devir desua ! Corte acarta desobstar porque | pondo-se oCumprase nella em- | bargou aMizericordia com | embargos deobregdo esubregio | (Fils. 35) nosquais teve provi- | mento eagravando-se para aRelia- | cam deste Estado nao ouve provi- | mento no agravo emenos nos | embargos com que seveyo oA- | cordéo eaSsim secontinua na | execugam eneste termos sede- | vem aplicar os embargos que | foro para essa Corte deSorte | que tenhio fim ehajao Rezuluc&o ultima e seesta feita aexecu- | gam jus- tamente ou setorna- | ré aRepor aMizericordia | oque tem cobrado evacembolgan- | do. A cauza dos Offi- | ciaes daCamara de Camamu ! sobre os sirio defarinha eprecos | della comque os do Camamit a- | sis- titam para Infantaria des- | ta Cidade sahio sentenciada | naCaza daSuplicagéo em sete | de Agosto demil sete sentos | equatorze e embargando-se | esta Sentenca na Chancellaria | porparte deste senado sedi- | terminou por Acordio da | Caza da Suplicagdo que sem | embargo dos embargos | passasse aSentenga embar- | gada pela Chan- cellaria | (Fis. 35 v.) Chancellaria ese entregarao apar- | te cujo acor- dao foi dado emvin- | te de Dezembro de mil sete centos | e quatorze com aqual Sentenga | esobre Sentenga vierdo os Offi- | ciaes daCamara de Camami | tratar dasua liquidacam aos | vinte eSete dias do mez de Mayo | de mil sete sentos equinze peran- | te o Doutor Ouvidor Geral que | com effeito liquidou entam tra- | tou de executar esendo isto aSsim | mal pode estar acauza nam&o | do Douctor Manoel da Costa | Bonicho dessa Corte quando | j& esté por execucam nesta | Cidade enos termos Referidos. 80

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