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Centro de Ciências e Tecnologia

Departamento de Engenharia Civil


Sistemas Estruturais

Análise do Sistema Estrutural

Classificação dos Elementos


Estruturais
Prof. Dr. Marcelo de Araujo Ferreira
Centro de Ciências e Tecnologia
Departamento de Engenharia Civil
Sistemas Estruturais

Análise dos sistemas estruturais


- estrutura hipostática, isostática, hiperestática
- apoios, vínculos

Classificação dos elementos estruturais


- quanto a geometria, processo de produção, material
- apoios, vínculos, rótulas, juntas

-Comportamento de elementos estruturais básicos


- cabos, arcos, treliças, vigas, pórticos, grelhas, placa,
chapa, abóbodas, cúpulas, membrana
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Sistemas Estruturais

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O conjunto de elementos resistentes de uma edificação, que


suportam as diversas ações e garantem o seu equilíbrio, é
chamado de ESTRUTURA.

A estrutura pode ser dividida em infraestrutura, geralmente


enterrada (fundações), e superestrutura (pilares, vigas, paredes,
lajes), normalmente posicionada acima da superfície. Na
seqüência a superestrutura será chamada simplesmente de
estrutura.
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A estrutura recebe as ações externas e, através de seus vários


elementos, as transfere às fundações e, daí, ao solo. Cada um desses
elementos deve ser projetado, calculado e executado de forma a suportar
a parcela das ações diretamente a ele aplicadas e as porventura
provenientes de outros elementos.
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Os elementos estruturais podem ser arranjados de


forma a compor estruturas de edifícios, pontes,
muros de arrimo, reservatórios, barragens, túneis
etc., que podem ser executadas em madeira,
metais, alvenaria, concreto armado, concreto
protendido, argamassa armada e outros.
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Cada elementos deve ser estável

Em qualquer ponto, a soma das ações externas e


esforços internos deve ser nula

Quando considerado o elemento como um todo, a


soma das ações e reações deve ser igual a zero
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No espaço tem-se 6 graus de liberdade


Necessárias 6 reações de apoio não alinhadas

No plano 3 GD
 3 reações não alinhadas

Qdo o número de reações é menor que o mínimo


necessário, a estrutura ou elemento estrutural é
instável e hipostática
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Quando o número de reações é igual ao mínimo


necessário, a estrutura ou elemento estrutural é
isostática . Nesse caso há apenas uma configuração
possível de esforços e sua solução é simples

Quando o número de reações é maior que o mínimo


necessário, a estrutura ou elemento estrutural é
hiperestática . Nesse caso há existe mais de uma
configuração possível de esforços. A solução dos
esforços é obtida pela análise da rigidez
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É necessário IDEALIZAR apoios ou vinculações entre


elementos

Apoios básicos: móvel, fixo, engaste

Vinculações ou ligações nodais entre elementos: rígida


(“engaste”), não rígida ou rotulada
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Ligação entre elementos:

Rígida: não permite rotação relatica,


reação de momento no nó

Não-rígida ou articulada ou rotulada:


rotação entre elementos é livre, não há
momento no nó
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ELEMENTOS ESTRUTURAIS

Elementos estruturais são as peças (partes), que compõem


uma estrutura, formando um conjunto estável, e o modo
como são arranjados pode ser chamado de sistema
estrutural.

Esses elementos são classificados de acordo com:


a) Suas três dimensões principais (critério geométrico)
b) Seus materiais constituintes
c) Seu processo de produção
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JUNTAS

Juntas nos edifícios são


construídas para
acomodar
deformações dos
materiais, evitando o
acréscimo de esforços
que pode causar
fissuras e outros tipo
de degradação

Esse tipo de junta é de


dilatação ou controle
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JUNTAS
Define-se outro tipo de junta, aqui chamada virtual, que na
realidade não existe na construção e apenas no modelo
estrutural
É utilizada apenas para simplificar o cálculo, separando os vários
elementos em configurações estruturais simples: p.e. viga,
elemento, pilar

Com a evolução dos modelos numéricos (cálculo por computador)


a necessidade de divisão da estrutura em partes menores para
facilitar o cálculo vem diminuindo
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JUNTAS “VIRTUAIS”

Muitos programas de computador permitem o cálculo de


estruturas complexas sem necessidade de sub-divisão

Esse procedimento pode trazer vantagens e desvantagens, sendo


extremamente importante que o engenheiro de estruturas
entenda o comportamento de cada elementos (e tenha uma
“expectativa” do resultado) para que esse possa analisar e
conferir o cálculo automatizado
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CLASSIFICAÇÃO
DOS
ELEMENTOS
ESTRUTURAIS
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1. Classificação das peças estruturais segundo o critério geométrico
- de acordo com as 3 dimensões da peça:
[L1], [L2], [L3]
i) Estruturas lineares ou barras [L1] = [L2] < [L3]

ii) Superfícies ou Folhas [L1] = [L2] > [L3]


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Sistemas Estruturais iii) Blocos [L1] = [L2] = [L3]

Exemplos
Barras: pilares, vigas, estacas
Superfície: lajes
Bloco: bloco de fundação
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Classificação dos Elementos – Geometria

- estruturas reticulares (barras)


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Estruturas Laminares ou Barras - VIGAS
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Estruturas Laminares ou Barras - VIGAS
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Estruturas Laminares ou Barras - VIGAS

Vierendel (nós rígidos)


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Estruturas Laminares ou Barras - VIGAS
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SistemasLaminares
Estruturas Estruturais ou Barras - TRELIÇA

Estruturas Laminares ou Barras - PÓRTICOS


Centro de
Estruturas Ciências e ou
Laminares Tecnologia
Barras - PÓRTICOS
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Estruturas Laminares ou Barras - GRELHA


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Classificação dos Elementos – Geometria

- estruturas de elementos planos (placas / chapas)


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Classificação dos Elementos – Geometria

- estruturas de elementos planos (placas / chapas)


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Sistemas Estruturais de Superfície
Estruturas
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Sistemas Estruturais
Estruturas de Blocos
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Classificação dos Elementos – Processo de Produção

•- tradicionais

•O feito com materiais naturais e alguns materiais


industrializados;
•o muito trabalho artesanal e empirismos nos processos;
•o poucos equipamentos;
•o projetos com nível baixo de detalhamento;
•o longos prazos de execução; desperdício;
•ex. concreto armado não racionalizado
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Classificação dos Elementos – Processo de Produção

•- tradicionais racionalizados

•O elevação da produtividade e qualidade;


•o maior controle do desperdício, material e tempo;
•o projetos bem detalhados – projeto para produção;
•o organização do trabalho;
•o profissionais habilitados;
• - ex. concreto armado racionalizado; alvenaria estrutural.
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Classificação dos Elementos – Processo de Produção

•- pré-fabricados - industrializados

•O componentes pré-fabricados em usinas ou no canteiro;


•o transporte para o canteiro / montagem;
•o elevação da produtividade / qualidade;
•o equipamentos: fabricação / transporte / montagem;
•o redução de desperdícios / prazos;
•o detalhamento de projetos – projeto para produção
•ex. concreto pré-moldado, estrutura metálica
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Classificação dos Elementos – Material

Concreto o simples; armado; pré-moldado; protendido

Madeira o serrada; MLC; derivados

Metálicos o aço; alumínio

Alvenaria oconcreto; cerâmica; sílico-calcário;


concreto celular
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Classificação dos Elementos – Material

Mistos
o elemento estrutural com dois materias
compostos; exemplo aço-concreto

Não confundir com estruturas híbridas

 Estrutura com elementos de materiais


distintos: exemplo prédio de estrutura em pórtico

métalico e núcleo rígido em concreto armado


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Classificação dos Elementos – Material


Estrutura mista – aço-concreto
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Sistemas em Lajes
- maciças, nervuradas, cogumelo, planas, sem-vigas, com
vigotas (treliçadas), alveolar, PI
-Concreto armado, protendido, mistas
- moldada em loco, pré-moldadas
- apoiadas em uma direção, em duas direções
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Introdução
Introdução
Introdução
Projeto de Lajes

1) Carregamento
2) Esforços (momento, cisalhamento)
3) ELS (felchas, fissuração)
4) Reações de apoio  vigas
5) Armaduras (flexão, cisalhamento, punção)
Cálculo de esforços, flechas

a) tabelas (em desuso)


b) diferenças finitas (pouco uso);
c) elementos finitos (processos mais elaborados);
d) grelha equivalente (muito utilizado hoje);
Tabelas
Grelha Equivalente
Lajes Maciças (com vigas)
 Boa distribuição de cargas (apoia nos 4 lados)
 Facilidade para instalações elétricas
 Necessidade de formas e cimbramentos
  custo maior quando número de repetições (pavimentos) é menor
 Vãos maiores  grande volume de concreto com pequena rigidez
(altura)
 A relação entre altura (espessura) e vão da laje de pavimentos de
edifícios costuma variar de 1/40 a 1/60
Laje Maciça
Laje Maciça (sem vigas)

• plana (sem vigas, sem capitel)


• cogumelo (sem vigas, com capitel)
• nervuradas (forma plástica, enchimento EPS, caixão perdido)
• protendida (pode ser as 3 anteriores)

•VANTAGENS
•Flexibilidade arquitetura
•Facilidade construtiva (forma, armação, mão-de-obra)

•DESVANTAGENS
• maior deformação / vibração
• no caso de protendidas  materiais, equipamentos, m.o.
Laje Maciça (sem vigas)

Vigas de borda?
Protensão?

Laje nervurada  protendida, sem vigas?


 aumento da altura  menor volume de concreto
Laje Maciça (sem vigas)
Laje Maciça (sem vigas)
Laje Maciça (sem vigas)
Lajes sem vigas
Lajes Pré-moldadas

Alveolares / tipo PI  outras aulas


Lajes Pré-moldadas

Maciças

 Repetição
 projeto compatibilizado
(instalações)
 equipamentos
 detalhamento ligação entre lajes
Lajes Pré-moldadas

Vigotas treliçadas
 redução de forma
 podem ser bi-apoiadas (nervuradas)
 quando apoiadas em uma direção (convencional)
 pior distribuição de cargas
 funciona como diafragma rígido (distribuição de
cargas de vento) em uma direção  impede uso em edifícios mais
altos
 redução de escoramento (treliças)
 custo pode ser maior quando se tem vários pavimentos

 mini-painel (melhor resistência momento negativo  balanços,


lajes continuas)
Lajes Pré-moldadas

Elemento de Enchimento

Barras de Aço

Treliça
Nervura Transversal
Nervura Principal
Lajes Pré-moldadas
Lajes Pré-moldadas
Painel-treliçado
Armadura Treliçada
Concreto

S
3S

PAINEL PRÉ-MOLDADO
Painel-treliçado
Lajes Maciças
Punção
Punção
Dimensões Mínimas (NB1/03)

13.2.4.1 Lajes maciças

Nas lajes maciças devem ser respeitados os seguintes limites mínimos para a
espessura:

a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;


b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, L /42 para lajes de piso
biapoiadas e L /50 para lajes de piso contínuas;
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.
Dimensões Mínimas (NB1/03)
13.2.4.2 Lajes nervuradas

A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas, deve ser maior ou
igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm.
O valor mínimo absoluto deve ser 4 cm, quando existirem tubulações embutidas de diâmetro
máximo 12,5 mm.
A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm.
Nervuras com espessura menor que 8 cm não devem conter armadura de compressão.
Para o projeto das lajes nervuradas devem ser obedecidas as seguintes condições:
a) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras menor ou igual a 65 cm, pode ser
dispensada a verificação da flexão da mesa, e para a verificação do cisalhamento da região das
nervuras, permite-se a consideração dos critérios de laje;
b) para lajes com espaçamento entre eixos de nervuras entre 65 cm e 110 cm, exige-se a
verificação da flexão da mesa e as nervuras devem ser verificadas ao cisalhamento como vigas;
permite-se essa verificação como lajes se o espaçamento entre eixos de nervuras for até 90 cm
e a largura média das nervuras for maior que 12 cm;
c) para lajes nervuradas com espaçamento entre eixos de nervuras maior que 110 cm, a mesa
deve ser projetada como laje maciça, apoiada na grelha de vigas, respeitando-se os seus limites
mínimos de espessura.
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Alguns conceitos e definições até aqui


- estrutura hipostática, isostática, hiperestática
-Classificação dos elementos quanto a geometria, processo de produção,
material
- apoios fixo, móvel, engaste
-Vinculação rígida, articulada
-Juntas virtuais
-Estruturas mistas, híbridas
- diferentes tipos de: cabos, arcos, treliças, vigas, pórticos, grelhas, placa,
chapa, abóbodas, cúpulas, membrana
-Pórtico deslocável, indeslocável

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