ESCOLA DE QUÍMICA
Tese de Doutorado
ORIENTADORES
Rio de Janeiro
2022
JOÃO PAULO DA SILVA QUEIROZ MENEZES
RIO DE JANEIRO
2022
JOÃO PAULO DA SILVA QUEIROZ MENEZES
Orientado por:
____________________________________
Mariana de Mattos Vieira Mello Souza, D.Sc. - EQ/UFRJ (Orientadora)
____________________________________
Mônica Antunes Pereira da Silva, D.Sc. - EQ/UFRJ (Coorientadora)
Aprovado por:
____________________________________
Mariana de Mattos Vieira Mello Souza, D.Sc. - EQ/UFRJ (Orientadora)
____________________________________
Robinson Luciano Manfro, D.Sc. - EQ/UFRJ
____________________________________
Alexandre Barros Gaspar, D.Sc. - INT
____________________________________
Fabio Barboza Passos, D.Sc. - UFF
____________________________________
André Luís Alberton, D.Sc. - UERJ
Agradecimentos
Primeiramente a Deus e aos meus guias espirituais, por todo o amparo e orientação.
Aos meus pais, Denilda e Ari, aos meus irmãos, Mariana e Vitor, ao meu avô, Reginaldo, e ao
meu namorado, Herbert, por acreditarem em mim e por todo o suporte emocional. Amo vocês.
Às minhas orientadoras, Mariana e Mônica, pelos conselhos, pela orientação e por estarem
sempre presentes e disponíveis para me auxiliarem na jornada acadêmica. Sou muito grato e
admiro muito vocês por toda a competência profissional e a dedicação ao ensino e a pesquisa.
Aos meus amigos do laboratório de tecnologias do hidrogênio (LABTECH) e do Laboratório
de Desenvolvimento de Processos Catalíticos (LDPC) pela parceria e por tornarem mais leve e
divertida a trajetória do doutorado. Em especial a Isabelle e ao Robinson, que me
acompanharam desde o meu TCC no laboratório e me salvaram inúmeras vezes. Ao querido
Ricardo, sempre animado e disposto a ajudar. A Idia que me ensinou quase tudo que sei sobre
o Estimation, sempre muito paciente. Ao Thiago que me ajudou com as análises de
termogravimetria. A Karine, minha ex-aluna de IC e amiga, pela parceria JK de sucesso e pela
ajuda com a organização. Aos meus ex-alunos de IC, Gabriel e Adriana, que me ajudaram no
desenvolvimento dessa tese. Guardarei com carinho todos os momentos que passamos juntos
no laboratório.
Ao Roberto e aos amigos do Grupo Espírita Irmãos Demétrius (GEID) por todo o apoio e
amizade em todos os momentos.
Aos amigos e guias espirituais do Centro de Umbanda Oxalá de guia por todo o amparo durante
essa jornada terrena.
Ao Greentec pelas análises de fisissorção de nitrogênio, ao INT pelas análises de Raman e ao
NUCAT pela análise de FTIR-piridina.
Ao CNPq pelo auxílio financeiro prestado.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos
não é senão uma gota de água no mar. Mas o
mar seria menor se lhe faltasse uma gota”
Madre Teresa de Calcutá
Resumo
MENEZES, João Paulo da Silva Queiroz. Geração de Hidrogênio por reforma a vapor de
butanol a partir de catalisadores de níquel suportados em alumina e alumina modificada.
Tese (Doutorado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos) - Escola de Química,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2022.
O objetivo principal desse trabalho foi o desenvolvimento da reação de reforma a vapor do
butanol, empregado como um composto modelo do bio-óleo. Uma das questões mais cruciais
para o processo é o desenvolvimento de catalisadores adequados, visando alto rendimento em
hidrogênio e alta estabilidade ao longo do tempo reacional. Com essa finalidade, catalisadores
de níquel foram sintetizados por impregnação úmida dos suportes: γ-Al2O3 e alumina
promovida com 10 m/m % de MgO, CaO ou Nb2O5. Os catalisadores foram avaliados por 30 h
na reação de reforma a vapor do butanol a 500 °C, pressão atmosférica, GHSV de 50.000 h-1 e
alimentação de uma solução 10 v/v % e os resultados foram correlacionados às análises de
caracterização. A adição de magnésia contribuiu para o maior rendimento em hidrogênio (66 %)
e estabilidade, o que foi associado a maior dispersão de níquel (3,4 %), menor acidez (1,1 μmol
NH3/m²), menor taxa média de coque normalizada por carbono convertido (73,71 mol/h) e
menor razão entre quantidade de coque amorfo e filamentoso. O catalisador promovido com
nióbia também apresentou maior rendimento em hidrogênio (58 %) e maior estabilidade em
comparação ao catalisador não promovido, devido a sua maior dispersão (1,9 %), menor acidez
e devido à gaseificação de parte do coque formado na superfície metálica. Em contraste, o
catalisador não promovido e o catalisador promovido com CaO apresentaram uma severa
desativação, associada às suas baixas dispersões de níquel e alta formação de coque amorfo.
Observou-se para o catalisador promovido com magnésia que o aumento da temperatura (400-
600 °C) e diminuição da concentração de butanol alimentada (20-40 v/v % de butanol)
favorecem a reação de reforma a vapor e inibem as reações de metanação e de formação de
coque. A modelagem cinética foi realizada no programa Estima, dotado dos métodos numéricos
Enxame de Partículas e Gauss-Newton. O modelo global de lei de potências de pseudoprimeira
ordem em relação ao butanol se ajustou bem aos dados experimentais obtidos (R² = 0,98) em
pressão de 2 atm, faixa de temperatura de 500-600 °C, GHSV de 20.000-40.000 h-1, alimentação
de butanol de 20- 40 v/v % e utilizando o catalisador Ni/MgO-Al2O3. Todos os parâmetros
foram significativos e o modelo atendeu aos critérios estatísticos do qui-quadrado. A energia
de ativação aparente representativa da reação de reforma a vapor do butanol foi de 47,0 kJ/mol.
Palavras-Chave: Hidrogênio, Butanol, Níquel, Alumina, Coque.
Abstract
MENEZES, João Paulo da Silva Queiroz. Geração de Hidrogênio por reforma a vapor de
butanol a partir de catalisadores de níquel suportados em alumina e alumina modificada.
Tese (Doutorado em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos) - Escola de Química,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2022.
The main goal of this work was the development of the butanol steam reforming reaction,
employing butanol as a model compound of bio-oil. One of the most critical challenges of the
process is the development of high-stable catalysts, aiming high hydrogen yields. For this
purpose, nickel catalysts were synthesized by the wet impregnation of three different supports:
γ-Al2O3 and alumina promoted with 10 wt. % of MgO, CaO or Nb2O5. The catalysts were
evaluated in the butanol steam reforming at 500 °C, atmospheric pressure, GHSV of 50,000 h- 1
and 10 % v/v butanol in the feed. The results were correlated to the characterization analyses.
The promotion with MgO led to the highest hydrogen yield (66 %) and stability, associated
with its highest nickel dispersion (3.4 %), lowest acidity, lowest coke mean rate normalized by
carbon converted (73.71 mol/h) and lowest ratio between amorphous and filamentous coke. The
catalyst promoted with niobia also presented higher hydrogen yield (58 %) and stability in
comparison with the non-promoted catalyst, due to its higher dispersion (1.9 %), lower acidity
and due to gasification of coke mainly deposited on metallic surface throughout the reaction.
In contrast, the catalyst promoted with CaO and the non-promoted catalyst suffered a severe
deactivation, associated with its low dispersion and high amount of encapsulated and
amorphous coke. It was generally observed for the catalyst promoted with magnesia that
increasing temperature (400-600 °C) and decreasing the butanol concentration in the feed (20-
40 v/v %) enhanced the steam reforming reaction and inhibited methanation and coke formation
reactions. The kinetic modeling was performed using Estima software, equipped with the
Particle Swarm and Gauss-Newton numerical methods. The global power-law model of
pseudo-first order related to butanol fitted well to the experimental data (R² = 0.98) obtained at
pressure of 2 atm, temperature in the range of 500-600 °C, GHSV between 20,000- 40,000 h- 1,
butanol concentration in the feed between 20 and 40 v/v % and using the catalyst Ni/MgO-
Al2O3. All estimated parameters were statistically significant and the model met the chi-square
statistical criteria. The apparent activation energy representative of the butanol steam reforming
reaction was 47 kJ/mol.
Key words: Hydrogen, Butanol, Nickel, Alumina, Coke.
Índice de Figuras
Figura 3.1: Evolução do conteúdo de hidrogênio nos combustíveis (adaptado de VERAS et al.,
2016). ........................................................................................................................................ 19
Figura 3.2: Produção mundial de hidrogênio por matéria-prima usada (adaptado de NABGAN
et al., 2017). .............................................................................................................................. 20
Figura 3.3: Demanda mundial de hidrogênio em milhões de toneladas (adaptado de BAKENNE
et al., 2016). .............................................................................................................................. 21
Figura 3.4: Evolução da demanda de H2 puro e misturado no período de 1975 a 2018 (adaptado
de IEA, 2019). .......................................................................................................................... 21
Figura 3.5: Produção global anual de hidrogênio por países (adaptado de BAKENNE et al.,
2016 .......................................................................................................................................... 22
Figura 3.6: Estruturas isoméricas do butanol (adaptado de JIN et al., 2011). .......................... 23
Figura 3.7: Aplicações do butanol (adaptado de UYTTEBROEK et al., 2015). ..................... 24
Figura 3.8: Síntese OXO (adaptado de UYTTEBROEK et al., 2015). .................................... 25
Figura 3.9: Efeito da temperatura na seletividade dos gases da reforma a vapor do butanol.
Pressão de 1 atm e razão vapor/butanol igual a 3 (adaptado de NAHAR e MADHANI, 2010).
.................................................................................................................................................. 29
Figura 3.10: Efeito da temperatura na produção de gases da reforma de butanol (adaptado de
PATEL et al., 2016). ................................................................................................................ 30
Figura 3.11: Rendimento de hidrogênio em função da pressão para diferentes temperaturas
(adaptado de NAHAR e MADHANI, 2010). ........................................................................... 31
Figura 3.12: Efeitos da pressão na produção de gases da reforma (adaptado de PATEL et al.,
2016). ........................................................................................................................................ 32
Figura 3.13: Efeitos da temperatura e razão vapor/carbono na produção de coque (adaptado de
WANG e CAO, 2011). ............................................................................................................. 34
Figura 3.14: Mecanismo de reação para a reforma de butanol (adaptado de YADAV e
VAIDYA, 2017). ...................................................................................................................... 35
Figura 3.15: Esquema de reação para a reforma do butanol (adaptado de HARJU et al., 2014).
.................................................................................................................................................. 36
Figura 3.16: Esquema ilustrativo da formação de coque na reforma do butanol para o catalisador
Rh/ZrO2 (adaptado de Harju et al., 2014). ............................................................................... 37
Figura 4.1: Rotaevaporador para o preparo dos catalisadores (acervo próprio). ...................... 47
Figura 4.2: Equipamento usado para as análises de TPR e TPD (acervo próprio)................... 51
Figura 4.4: Diagrama da unidade de testes catalíticos da PID (Manual do usuário PID Eng &
Tech). ........................................................................................................................................ 59
Figura 5.1: Isotermas de adsorção física de nitrogênio dos catalisadores: (a) NiAl, (b) NiMgAl,
(c) NiNbAl e (d) NiCaAl. ......................................................................................................... 72
Figura 5.3: Difratogramas do catalisador NiMgAl. .................................................................. 76
Figura 5.4: Difratogramas do catalisador NiNbAl. .................................................................. 76
Figura 5.5: Difratogramas do catalisador NiCaAl. ................................................................... 77
Figura 5.6: Perfis de TPR dos catalisadores calcinados a 500 ºC. ........................................... 79
Figura 5.7: Perfis de TPD-NH3 dos catalisadores. ................................................................... 82
Figura 5.8: Perfis de FTIR de piridina em diferentes temperaturas para o catalisador NiNbAl.
.................................................................................................................................................. 83
Figura 5.9: Perfis de TPD de CO2 dos catalisadores. ............................................................... 86
Figura 5.11: Conversão global do butanol para os catalisadores. Condições reacionais: 500 °C,
10 v/v % butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ...................................................................... 90
Figura 5.12: Conversão a gás do butanol dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10
v/v % butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ........................................................................... 91
Figura 5.13: Rendimento em H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v %
butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ..................................................................................... 92
Figura 5.14: Taxa de formação de H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v
% butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ................................................................................. 93
Figura 5.15: Seletividade a H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v %
butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ..................................................................................... 94
Figura 5.16: Rendimento em CO2 para os catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v
% butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ................................................................................. 95
Figura 5.18: Rendimento em CH4 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v %
butanol em água, GHSV = 50.000 h-1. ..................................................................................... 97
Figura 5.19: Razões molares dos gases produzidos nos testes de estabilidade para cada
catalisador: H2/CO2 (A), H2/CO (B), CO2/CO (C) e H2/CH4 (D). ........................................... 98
Figura 5.20: Difração de raios X dos catalisadores após a reação. ........................................ 100
Figura 5.21: Análise termogravimétrica e termodiferencial dos catalisadores usados. ......... 101
Figura 5.22: Espectros Raman dos catalisadores após o teste de estabilidade. ...................... 105
Figura 5.24: Micrografias dos catalisadores NiAl (A), NiCaAl (B), NiMgAl (C) e NiNbAl (D)
após a reação, com ampliação de 6000x ................................................................................ 107
Figura 5.25: Efeitos da velocidade espacial e temperatura na conversão global (A), conversão
a gás (B), rendimento em H2 (C), rendimento em CO (D), CO2 (E) e CH4 (F), taxa de produção
de H2 (G) e seletividade a H2 (H) na reforma a vapor de butanol utilizando o catalisador
NiMgAl................................................................................................................................... 109
Figura 5.26: Efeitos do tempo espacial e da temperatura nos TOF’s médios dos gases gerados:
H2 (A), CO2 (B), CO (C) e CH4 (D) na reforma a vapor de butanol utilizando o catalisador
NiMgAl................................................................................................................................... 113
Figura 5.27: Efeitos do tempo espacial e da temperatura nas razões molares H2/CO2 (A) e
CO2/CO (B). ........................................................................................................................... 114
Figura 5.28: Ajustes de Arrhenius para os gases da reforma empregando o catalisador NiMgAl.
................................................................................................................................................ 116
Figura 5.29: Efeitos da velocidade espacial e da concentração de butanol na conversão a gás
para as temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). .............................................. 117
Figura 5.30: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em H 2
para as temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). .............................................. 119
Figura 5.31: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em CO2
para as temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). .............................................. 121
Figura 5.32: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em CO
para as temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). .............................................. 123
Figura 5.33: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em CH4
para as temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). .............................................. 125
Figura 5.34: Perfis dos TOFs médios dos gases gerados nas reações conduzidas com 20 v/v %
de butanol a 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). ................................................................ 127
Figura 5.36: Perfis dos TOF’s médios dos gases gerados nas reações conduzidas com 40 v/v %
de butanol a 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C). ................................................................ 129
Figura 5.37: Razão molar H2/ CO2 em função da temperatura e da concentração de butanol
alimentada empregando GHSV = 30.000 h-1. ........................................................................ 130
Figura 5.38: Razão molar H2/CO em função da temperatura e da concentração de butanol
alimentada empregando GHSV = 30.000 h-1. ........................................................................ 130
Figura 5.39: Razão molar CO2/ CO em função da temperatura e da concentração de butanol
alimentada empregando GHSV = 30.000 h-1. ........................................................................ 131
Figura 5.40: Razão molar H2/CH4 em função da temperatura e da concentração de butanol
alimentada empregando GHSV = 30.000 h-1. ........................................................................ 132
Figura 5.41: Ajustes de Arrhenius para H2 (A), CO2 (B) e CO (C). GHSV = 30.000 h-1. ..... 133
Figura 5.42: Concentração experimental vs calculada: ajuste dos modelos LPOEB (A) e LPOB1
(B) aos dados experimentais de butanol com alimentação diluída (10 v/v %) e pressão
atmosférica.............................................................................................................................. 137
Figura 5.43: Concentração experimental vs calculada: ajuste dos modelos LPOB1EV (A) e
LPOB1V0 (B) aos dados experimentais obtidos na PID. ....................................................... 139
Figura 5.44: Concentração de butanol experimental vs calculada; ajuste dos modelos LPIOEBV
(A) e LPIOB1V0 (B) aos dados experimentais obtidos nas duas unidades. .......................... 141
Índice de Tabelas
Tabela 3.1: Propriedades físicas e químicas do butanol (KUMAR et al., 2017b). .................. 23
Tabela 3.2: Possíveis reações na reforma a vapor do butanol (adaptado de Hartley et al., 2015).
.................................................................................................................................................. 28
Tabela 3.3: Efeitos da razão de alimentação (adaptado de YADAV e VAIDYA, 2017). ....... 33
Tabela 3.4: Modelos de taxa de reação para a reforma a vapor utilizados na literatura........... 39
Tabela 3.5: Estudos sobre os catalisadores na reforma a vapor de butanol.............................. 41
Tabela 4.1: Composição química nominal dos catalisadores (em % mássica). ....................... 46
Tabela 4.2: Quantidade pesada dos percursores para a preparação de 3,2 g de suporte. ......... 47
Tabela 4.3: Vazões de hélio (1 atm e 25 °C) e de solução de butanol utilizadas em cada
velocidade espacial (GHSV) e tempo espacial (W/FA0) empregados. ..................................... 58
Tabela 4.4: Vazão de hélio (1 atm e 25 °C) e vazão total líquida utilizadas em cada velocidade
espacial, tempo espacial e concentração de butanol (CBut) avaliadas. ...................................... 61
Tabela 4.5: Condições de operação do HPLC. ......................................................................... 62
Tabela 4.6: Tempo de retenção dos gases nos dois cromatógrafos. ......................................... 62
Tabela 4.7: Fator de correção para cada gás nos dois cromatógrafos. ..................................... 63
Tabela 4.8: Resumo dos modelos ajustados e seu equacionamento. ........................................ 66
Tabela 5.1: Composição química (% mássica) dos catalisadores calcinados a 500ºC. ............ 71
Tabela 5.2: Análise textural dos suportes e catalisadores calcinados....................................... 73
Tabela 5.3: Tamanho de cristalito, dispersão do níquel estimada a partir do tamanho de cristalito
(D) e dispersão obtida por quimissorção de hidrogênio (DQ). ................................................. 77
Tabela 5.4: Grau de redução do NiO nos catalisadores. ........................................................... 81
Tabela.5.5: Adsorção de amônia por massa e área de catalisador. ........................................... 84
Tabela 5.6: Adsorção de CO2 por massa e área de catalisador................................................. 87
Tabela 5.7: Porcentagem mássica de coque, taxa média de formação de coque e taxa média de
coque normalizada por carbono convertido (TaxaN C) nos catalisadores usados. ................. 104
Tabela 5.8: Razão de intensidades das bandas D/G do espectro Raman. ............................... 105
Tabela 5.9: Energia de ativação aparente para os gases da reforma empregando a unidade a
pressão atmosférica................................................................................................................. 116
Tabela 5.10: Energia de ativação aparente para formação de hidrogênio, CO2 e CO para cada
alimentação de butanol empregada, e os respectivos coeficientes de determinação. ............. 133
Tabela 5.11: Ajustes dos modelos aos dados cinéticos obtidos na unidade a pressão atmosférica
e alimentação diluída (10 v/v %). ........................................................................................... 135
Tabela 5.12: Ajustes dos modelos aos dados da unidade PID. .............................................. 137
Tabela 5.13: Ajustes dos modelos aos dados experimentais obtidos nas duas unidades. ...... 139
Tabela 5.14: Parâmetros e constantes utilizadas para os cálculos difusionais. ...................... 143
Sumário
Capítulo 1: Introdução .............................................................................................................. 14
Capítulo 2: Objetivos ................................................................................................................ 17
2.1- Objetivos gerais .......................................................................................................................................... 17
2.2- Objetivos específicos ................................................................................................................................. 17
Capítulo 3: Revisão bibliográfica ............................................................................................. 18
3.1- Hidrogênio ................................................................................................................................................. 18
3.2- Butanol ....................................................................................................................................................... 22
3.3- Reforma a vapor de butanol ....................................................................................................................... 27
3.3.1 – Termodinâmica e efeitos das variáveis de operação .......................................................................... 27
3.3.2 – Mecanismos de reação ....................................................................................................................... 34
3.3.3 – Cinética e modelos de taxas de reação para a reforma a vapor de compostos oxigenados ................ 37
3.3.4 – Catalisadores...................................................................................................................................... 40
3.4- Considerações ............................................................................................................................................ 44
Capítulo 4: Materiais e Métodos .............................................................................................. 46
4.1- Preparo dos Catalisadores .......................................................................................................................... 46
4.2- Caracterização dos Catalisadores ............................................................................................................... 48
4.2.1 – Fluorescência de raios X.................................................................................................................... 48
4.2.2 – Análise textural .................................................................................................................................. 48
4.2.3 – Difração de raios X ............................................................................................................................ 49
4.2.4 – Quimissorção de hidrogênio .............................................................................................................. 50
4.2.5 – Redução à temperatura programada (TPR) ....................................................................................... 50
4.2.6 – Dessorção de NH3 à temperatura programada (TPD-NH3)................................................................ 51
4.2.7 – Infravermelho de piridina com transformada de Fourier (FTIR-piridina) ......................................... 52
4.2.8 – Dessorção de CO2 à temperatura programada (TPD-CO2) ................................................................ 53
4.2.9 – Análise termogravimétrica e Análise térmica diferencial .................................................................. 53
4.2.10 – Espectroscopia Raman ..................................................................................................................... 54
4.2.11 – Microscopia eletrônica de varredura ............................................................................................... 54
4.3- Testes Catalíticos ....................................................................................................................................... 55
4.3.1 – Avaliação do efeito da temperatura ................................................................................................... 55
4.3.2 – Ensaios de estabilidade ...................................................................................................................... 56
4.3.3 – Avaliação dos efeitos da velocidade espacial em diferentes temperaturas ........................................ 57
4.3.4 – Avaliação do efeito da concentração de butanol na alimentação ....................................................... 58
4.4- Análises dos Produtos de Reação ............................................................................................................... 61
4.4.1 – Cromatografia líquida ........................................................................................................................ 61
4.4.2 – Cromatografia gasosa (CG) ............................................................................................................... 62
4.4.3 – Desempenho catalítico ....................................................................................................................... 63
4.5- Modelagem Cinética .................................................................................................................................. 65
4.5.1 – Estimação de parâmetros cinéticos .................................................................................................... 65
4.5.2 – Testes estatísticos .............................................................................................................................. 69
Capítulo 5: Resultados e Discussão .......................................................................................... 71
5.1 - Caracterização dos catalisadores ............................................................................................................... 71
5.1.1 – Fluorescência de Raios X .................................................................................................................. 71
5.1.2 – Análise Textural ................................................................................................................................ 71
5.1.3 – Difração de raios X e Quimissorção de Hidrogênio .......................................................................... 74
5.1.4 – Redução à temperatura programada .................................................................................................. 78
5.1.5 – Dessorção de NH3 à temperatura programada (TPD-NH3) e FTIR de piridina ................................. 81
5.1.6 – Dessorção de CO2 à temperatura programada (TPD-CO2) ................................................................ 84
5.2- Testes Catalíticos ....................................................................................................................................... 87
5.2.1 – Efeito da Temperatura ....................................................................................................................... 87
5.2.2 – Testes de estabilidade ........................................................................................................................ 89
5.3 - Caraterização dos catalisadores após as reações ....................................................................................... 99
5.3.1 – Difração de raios X ............................................................................................................................ 99
5.3.2 – Análise termogravimétrica (ATG) e análise térmica diferencial (ATD) ......................................... 101
5.3.3 – Espectroscopia Raman ..................................................................................................................... 104
5.3.4 – Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ................................................................................... 105
5.4 - Efeitos das variáveis de operação ............................................................................................................ 107
5.4.1 – Velocidade espacial (GHSV) e temperatura com alimentação de butanol constante (10 v/v %) e
pressão atmosférica ..................................................................................................................................... 107
5.4.2 – Velocidade espacial (GHSV), Temperatura e Concentração volumétrica de butanol na Unidade PID.
..................................................................................................................................................................... 117
5.4.3 – Estimação de Parâmetros ................................................................................................................. 135
5.4.4 – Considerações sobre limitação difusional........................................................................................ 141
Capítulo 6: Conclusões e sugestões para trabalhos futuros .................................................... 144
6.1- Conclusões ............................................................................................................................................... 144
6.2- Sugestões para trabalhos futuros .............................................................................................................. 149
Capítulo 7: Referências Bibliográficas .................................................................................. 150
Anexo 1 – Lista de Publicações .............................................................................................. 161
14
Capítulo 1: Introdução
Atualmente, a maior parte da produção de energia é proveniente de combustíveis
fósseis, cuja queima em motores de combustão está relacionada à emissão de gases associados
à intensificação do efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, além de gases causadores
da chuva ácida, como óxidos de nitrogênio e enxofre. Além disso, a queima parcial desses
combustíveis gera monóxido de carbono, um gás tóxico ao ser humano, associado à morte por
asfixia. Dessa forma, a inserção de tecnologias mais limpas para a produção de energia torna-
se essencial e está entre as principais metas de sustentabilidade dos países para os próximos
anos.
Nesse contexto, destaca-se o uso de hidrogênio como combustível alternativo, pois sua
utilização em células a combustível gera apenas água para o meio ambiente e possui emissão
nula de gases estufa. As células a combustível são dispositivos eletroquímicos de eficiência
energética muito superior aos motores de combustão interna. Sistemas a base de combustão
interna tipicamente geram energia com eficiência inferior a 30%, enquanto as células a
combustível geram eletricidade com eficiência de até 60 % (ROY et al., 2014). O hidrogênio é
ainda um vetor energético versátil, limpo e seguro, podendo ser utilizado para produzir
eletricidade e calor, encontrando ainda grande aplicação como insumo na indústria química,
por exemplo na produção de amônia e metanol. Assim, para muitos especialistas a transição da
energia dos combustíveis fósseis para a energia do hidrogênio é inexorável (MIRANDA, 2017).
Em 2014 foi lançado no Japão, o primeiro carro movido a células combustível, o Toyota
Mirai, e o lançamento da sua segunda geração foi realizado em 2020 (ROSSI, 2022). O Honda
Clarity e o Hyundai Nexo são outros exemplos de carros a célula a combustível disponíveis a
venda no mundo. Além desses, inúmeros esforços vêm sendo realizados para essa transição, de
modo a tornar a energia do hidrogênio mais competitiva economicamente. Nesse trabalho,
estudou-se a geração de hidrogênio, de modo a tornar o processo mais verde e sustentável,
visando reduzir sua dependência dos combustíveis fósseis.
Atualmente, a reforma a vapor do gás natural ou nafta é o processo comercial de
produção do hidrogênio mais utilizado, correspondente a aproximadamente 76 % da produção
global, seguido da gaseificação do carvão (22 %). Apenas 2 % são produzidos a partir da
eletrólise da água e uma parcela ainda menor a partir de fontes de biomassa. Em resumo, os
combustíveis fósseis são responsáveis pela produção de 98 % de H2 (LEPAGE et al., 2021).
Dessa forma, é necessária a inserção de matérias-primas renováveis na matriz de produção de
15
da fase ativa metálica. No entanto, a alta produção de coque pelas reações de desidratação,
craqueamento e polimerização, que ocorrem nos sítios ácidos da alumina, levam à desativação
do catalisador (SILVA et al., 2015). Logo, uma das formas de reduzir a formação de coque e
melhorar o desempenho do catalisador é pela modificação do suporte com promotores
(BIMBELA et al., 2009; REMÓN et al., 2013).
Dessa forma, um dos objetivos desse trabalho é estudar o efeito da adição de promotores
na alumina, como óxido de magnésio, óxido de cálcio e óxido de nióbio de modo a reduzir a
formação de coque, e, portanto, a desativação do catalisador, aumentando o rendimento em
hidrogênio ao longo da reação. Óxidos de cálcio e de magnésio atuam como promotores
básicos, enquanto a nióbia apresenta grande capacidade de armazenamento e mobilidade de
oxigênio. Essas propriedades dos promotores podem reduzir a formação de coque e melhorar o
desempenho catalítico.
Os estudos sobre a reforma a vapor de butanol ainda são recentes, havendo poucas
publicações na área e um número reduzido de catalisadores investigados (NAHAR e DUPONT,
2012). Além disso, apenas três artigos foram encontrados abordando a modelagem cinética do
processo: Yadav e Vaydia (2017), para um catalisador de rutênio suportado em alumina, Roy
et al. (2014), para um catalisador de níquel suportado em óxido de cério e Yadav e Vaydia
(2018) para um catalisador de níquel suportado em hidrotalcita. Assim, em face ao número
reduzido de estudos, um dos objetivos da tese foi realizar a modelagem cinética para a reforma
a vapor de butanol empregando o catalisador mais promissor, contribuindo para o melhor
entendimento do processo.
17
Capítulo 2: Objetivos
3.1- Hidrogênio
Figura 3.1: Evolução do conteúdo de hidrogênio nos combustíveis (adaptado de VERAS et al., 2016).
Nafta
Figura 3.2: Produção mundial de hidrogênio por matéria-prima usada (adaptado de NABGAN et al., 2017).
Bakenne et al. (2016) reportaram que a produção global média de hidrogênio puro no
período de 2004 a 2013 chegava a aproximadamente 50 milhões de toneladas por ano. Já em
2019, de acordo com o relatório da agência internacional de energia (IEA, 2019), essa produção
atingiu 70 milhões de toneladas, o que representou um expressivo aumento. Dentre os usos do
hidrogênio puro destacam-se o refino de petróleo (reações de hidrocraqueamento e
hidrotratamento) e a produção de amônia na indústria de fertilizantes agrícolas (BAKENNE et
al., 2016). Já a utilização do hidrogênio em uma mistura gasosa abrange principalmente a
produção de metanol e produção de ferro esponja ou DRI (direct reduction iron). Na Figura 3.3
observa-se um diagrama de Sankey apresentando as demandas médias de hidrogênio em
milhões de toneladas no período de 2004 a 2013, enquanto a Figura 3.4 mostra a evolução da
demanda (1975-2018) de hidrogênio puro e do hidrogênio como componente de uma mistura
gasosa, tal como o gás de síntese.
21
Figura 3.3: Demanda mundial de hidrogênio em milhões de toneladas (adaptado de BAKENNE et al., 2016).
Milhões de toneladas de H2
Figura 3.4: Evolução da demanda de H2 puro e misturado no período de 1975 a 2018 (adaptado de IEA, 2019).
Figura 3.5: Produção global anual de hidrogênio por países (adaptado de BAKENNE et al., 2016).
3.2- Butanol
Nos últimos anos, o n-butanol vem ganhando destaque como um substituto da gasolina
e como um biocombustível mais promissor do que o etanol e o biodiesel. O bio-butanol é
considerado um biocombustível de uma geração posterior à do etanol, podendo ser obtido a
partir de diversas matérias-primas, dentre elas a matéria-prima lignocelulósica através de um
processo de fermentação com bactérias. Além disso, o butanol apresenta propriedades
semelhantes às da gasolina, como o número de octanagem, e apresenta vantagens em relação
ao etanol, como maior densidade energética por volume, 29,2 MJ/L do butanol contra 21,2
MJ/L do etanol, razão ar/combustível mais próxima à da gasolina, menor sensibilidade a água,
menor corrosividade, menor volatilidade e inflamabilidade, além de toxicidade baixa a
exposição física. Todas essas propriedades permitem que o butanol possa ser utilizado
diretamente nos motores de combustão a gasolina. Além disso, visto que o butanol apresenta
baixa pressão de vapor, se adequa a infraestrutura existente de tubulações de transporte e postos
de abastecimento (NANDA et al., 2017; NDABA et al., 2015).
A maior parte do butanol produzido atualmente é sintética e derivada de rota
petroquímica baseada na síntese Oxo a partir de propeno, na qual aldeídos provenientes da
hidroformilação do propeno são hidrogenados para obtenção do butanol (GREEN, 2011). A
Figura 3.8 mostra a rota Oxo de produção do butanol. Dentre os principais produtores destacam-
25
se as empresas Dow, BASF, Celanese, Eastman, Sasol na África do Sul, KH Neochan no Japão
e Eleikeroz no Brasil (NATALENSE e ZOUAIN, 2013).
Reação Global: C4H10O + 7 H2O ↔ 4 CO2 + 12 H2 ΔHR298K,1atm = 392,99 kJ/mol (Eq. 3.3)
Alguns estudos sobre a reforma de butanol vêm sendo realizados nas últimas décadas.
Patel e Patel (2018) descreveram em seu review as principais reações laterais que podem ocorrer
durante o processo. Logo, os efeitos das condições de operação (temperatura, pressão,
velocidade espacial e razão vapor/carbono), além dos diferentes catalisadores empregados,
podem afetar significativamente a produção de hidrogênio. As reações estão apresentadas na
Tabela 3.2.
28
Tabela 3.2: Possíveis reações na reforma a vapor do butanol (adaptado de Hartley et al., 2015).
Figura 3.9: Efeito da temperatura na seletividade dos gases da reforma a vapor do butanol. Pressão de 1 atm e
razão vapor/butanol igual a 3 (adaptado de NAHAR e MADHANI, 2010).
comportamento pode ser atribuído ao fato de que o aumento da temperatura até 800 °C favorece
a reação de reforma (endotérmica), levando a um aumento da produção de hidrogênio. No
entanto, em temperaturas suficientemente altas, a partir de 800 °C, e baixas concentrações de
metano, há um desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água (exotérmica) levando a
uma leve redução do rendimento em hidrogênio.
Figura 3.10: Efeito da temperatura na produção de gases da reforma de butanol (adaptado de PATEL et al.,
2016).
Figura 3.11: Rendimento de hidrogênio em função da pressão para diferentes temperaturas (adaptado de
NAHAR e MADHANI, 2010).
10
Número de mols
H2
6
CO
CO2
4 CH4
0
0 2 4 6 8 10
Pressão (atm)
Figura 3.12: Efeitos da pressão na produção de gases da reforma (adaptado de PATEL et al., 2016).
Figura 3.13: Efeitos da temperatura e razão vapor/carbono na produção de coque (adaptado de WANG e CAO,
2011).
Figura 3.14: Mecanismo de reação para a reforma de butanol (adaptado de YADAV e VAIDYA, 2017).
Rh, assim como nos sítios ácidos. Além disso, como a reação de desidrogenação é menos
afetada, a formação de coque ocorre preferencialmente em sítios ácidos e pouco nos sítios
básicos.
Depósitos de coque
Figura 3.15: Esquema de reação para a reforma do butanol (adaptado de HARJU et al., 2014).
Figura 3.16: Esquema ilustrativo da formação de coque na reforma do butanol para o catalisador Rh/ZrO2
(adaptado de Harju et al., 2014).
3.3.3 – Cinética e modelos de taxas de reação para a reforma a vapor de compostos oxigenados
empregado um grande excesso de água na alimentação. Neste trabalho, o melhor ajuste aos
dados experimentais foi observado para o primeiro modelo e os valores de energia de ativação,
calor de adsorção e entropia de adsorção não foram apresentados.
A Tabela 3.4 apresenta um resumo dos modelos de taxa de reação da reforma a vapor
utilizados pela literatura e apresentados neste capítulo.
Tabela 3.4: Modelos de taxa de reação para a reforma a vapor utilizados na literatura
Referência Descrição Equação da taxa de reação
LH adsorção competitiva (glicerol: não 𝑘√𝑃𝑤 𝑃𝐺
dissociativa e água: dissociativa) 𝑟=
(1 + √𝐾𝑊 𝑃𝑊 + 𝐾𝐺 𝑃𝐺 )2
LH adsorção não competitiva (glicerol: 𝑘√𝑃𝑊 𝑃𝐺
não dissociativa e água: dissociativa) 𝑟=
(1 + √𝐾𝑊 𝑃𝑊 )(1 + 𝐾𝐺 𝑃𝐺 )
LH adsorção competitiva e dissociativa 𝑘√𝑃𝐺 𝑃𝑊
do glicerol e a água 𝑟=
(1 + √𝐾𝑊 𝑃𝑊 + √𝐾𝐺 𝑃𝐺 )2
LH adsorção não competitiva e 𝑘√𝑃𝐺 𝑃𝑊
Cheng et al. dissociativa do glicerol e a água 𝑟=
(1 + √𝐾𝑊 𝑃𝑊 )(1 + √𝐾𝐺 𝑃𝐺 )
(2010b)
Eley-Rideal adsorção não dissociativa 𝑘𝑃𝐺 𝑃𝑊
do glicerol com a água em fase gasosa 𝑟=
(1 + 𝐾𝐺 𝑃𝐺 )
Eley-Rideal adsorção dissociativa do 𝑘√𝑃𝐺 𝑃𝑊
glicerol com a água em fase gasosa 𝑟=
(1 + √𝐾𝐺 𝑃𝐺 )
Eley-Rideal adsorção não dissociativa da 𝑘𝑃𝐺 𝑃𝑊
água com o glicerol em fase gasosa 𝑟=
(1 + 𝐾𝑊 𝑃𝑊 )
Eley-Rideal adsorção dissociativa da 𝑘√𝑃𝐺 𝑃𝑊
água com o glicerol em fase gasosa 𝑟=
(1 + √𝐾𝑊 𝑃𝑊 )
Adsorção apenas do acetol, 𝑘𝑃𝐴
Dubey e considerando grande excesso de água 𝑟=
(1 + 𝐾𝐴 𝑃𝐴 )
Vaidya
Adsorção do acetol e da água, 𝑘𝑃𝐴
(2012) 𝑟=
considerando grande excesso de água (1 + 𝐾𝐴 𝑃𝐴 )2
Lei de Potências 𝛽
𝑟 = 𝑘𝑃𝐵𝛼 𝑃𝑊
LH adsorção competitiva, adsorção não 𝑘𝐾𝐵 𝐾𝑤 𝑃𝐵 𝑃𝑊
dissociativa do butanol e da água 𝑟=
(1 + 𝐾𝐵 𝑃𝐵 + 𝐾𝑊 𝑃𝑊 )2
LH adsorção não competitiva, adsorção 𝑘𝐾𝐵 𝐾𝑤 𝑃𝐵 𝑃𝑊
não dissociativa do butanol e da água 𝑟=
Yadav et al. (1 + 𝐾𝐵 𝑃𝐵 )(1 + 𝐾𝑊 𝑃𝑊 )
(2017) LH adsorção competitiva (butanol: 𝑘√𝐾𝐵 𝑃𝐵 𝐾𝑊 𝑃𝑊
dissociativa e água: não dissociativa) 𝑟=
(1 + √𝐾𝐵 𝑃𝐵 + 𝐾𝑊 𝑃𝑊 )2
LH adsorção não competitiva (butanol: 𝑘√𝐾𝐵 𝑃𝐵 𝐾𝑊 𝑃𝑊
dissociativa e água: não dissociativa) 𝑟=
(1 + √𝐾𝐵 𝑃𝐵 )(1 + 𝐾𝑊 𝑃𝑊 )
Lei de Potências 𝛽
Yadav et al. 𝑟 = 𝑘𝑃𝐵𝛼 𝑃𝑊
(2018)
A- Acetol, B- Butanol, G- Glicerol e W- Vapor de água
40
3.3.4 – Catalisadores
3.4- Considerações
A técnica de impregnação úmida foi utilizada para o preparo dos suportes e dos
catalisadores, utilizando como precursores: nitrato de níquel hexahidratado (Ni(NO3)2·6H2O –
VETEC) para a fase ativa; nitrato de magnésio hexahidratado (Mg(NO3)2.6H2O – VETEC ),
oxalato amoniacal de nióbio (NH4(NbO(C2O4)2(H2O2)(H2O)5,4.), disponibilizado pela
Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e nitrato de cálcio tetrahidratado
(Ca(NO3)2.4H2O – SIGMA-ALDRICH), para o preparo dos suportes.
Os catalisadores foram preparados visando a obtenção de um teor de 20% em massa de
NiO e suportes com 10% dos óxidos de magnésio (MgO), nióbio (Nb2O5) e cálcio (CaO). No
presente trabalho os catalisadores foram denominados de NiMgAl, NiNbAl, NiCaAl e NiAl de
modo a facilitar a identificação dos catalisadores (Tabela 4.1).
promover a evaporação da água. Quando se constatou que a maior parte da água havia sido
evaporada, desligou-se o equipamento e o balão com o suporte foi colocado na estufa a 100 °C
por 24 h para realização da secagem. Após o tempo decorrido, o suporte foi retirado do balão e
levado para calcinação nas mesmas condições mencionadas para obtenção da -alumina.
Tabela 4.2: Quantidade pesada dos percursores para a preparação de 3,2 g de suporte.
Suportes Mg(NO3)2.6H2O (g) NH4 [NbO(C2O4)2(H2O2)2].(H2O)5,4 (g) Ca(NO3)2.4H2O (g)
MgO/Al2O3 2,2144 0 0
Nb2O5/Al2O3 0 1,3126 0
CaO/Al2O3 0 0 1,7156
Após a etapa de preparação dos suportes, o níquel foi incorporado usando-se uma
solução aquosa de nitrato de níquel hexahidratado, por impregnação úmida, para cada suporte
preparado. A solução foi preparada empregando-se 200 mL de água destilada e a massa de
precursor para obtenção de 20% em massa de NiO no catalisador calcinado. A impregnação
úmida do nitrato de níquel no suporte também foi realizada em rotaevaporador sob as mesmas
condições mencionadas no preparo dos suportes. Após a etapa de rotaevaporação, os
catalisadores foram secos em estufa a 100 °C por 24 h e também calcinados para converter o
nitrato em óxido de níquel nas mesmas condições mencionadas na síntese dos suportes.
48
onde:
Dhkl – Tamanho médio do cristalito;
k – Constante que depende da forma das partículas (para esfera, k = 0,94);
λ – Comprimento de onda da fonte de raios X (para Cu kα, λ = 1,5488 Å);
β – Largura do pico à meia altura, em radianos;
θ – Ângulo de difração.
A dispersão da fase ativa dos catalisadores foi estimada de acordo com Anderson
(1975):
6 𝑉𝑚
𝐷= (Eq. 4.2)
𝐷ℎ𝑘𝑙 𝐴𝑚
onde:
D – Dispersão;
Vm – Volume atômico do Ni (0,0109 nm3);
Dhkl – Tamanho médio do cristalito, em nm;
Am – Área superficial de um átomo de Ni (0,0649 nm2).
50
Figura 4.2: Equipamento usado para as análises de TPR e TPD (acervo próprio).
se a perda de massa da amostra por análise termogravimétrica. O número total de sítios ácidos
está relacionado à área total das curvas de TPD geradas pelas medidas cromatográficas, de
espectrometria ou pela perda de massa, enquanto a força é proporcional à temperatura na qual
ocorre a dessorção das espécies. Quanto mais forte for o sítio ácido, maior a interação com o
adsorvato e maior a temperatura necessária para sua dessorção (MORENO e RAJAGOPAL,
2009).
Antes da adsorção da amônia realizou-se a redução do óxido metálico pela passagem de
uma mistura redutora de 1,8% de H2/Ar em 150 mg dos catalisadores, no mesmo equipamento
das análises de TPR, com vazão de 30 mL/min, rampa de aquecimento linear da temperatura
ambiente até 800ºC, a uma taxa de aquecimento de 10 ºC/min e ao final com permanência de
30 min nesta temperatura.
Finalizada a redução fez-se o resfriamento do catalisador na forma ativa até a
temperatura ambiente e iniciou-se a adsorção de amônia. Esta ocorreu a 70 ºC por 30 min,
empregando vazão de 30 mL/min de uma mistura de 4% de NH3/He.
Após essa etapa, realizou-se uma purga com gás inerte, no caso He por 60 min, para a
remoção da amônia fisissorvida na superfície da amostra. Em seguida, a dessorção da amônia
quimissorvida ocorreu com o aquecimento até 800 ºC a uma taxa de 20 ºC/min. Foi utilizado
um espectrômetro de massa QMG-220, Pfeiffer, monitorando a razão m/z = 15, para a leitura
da amônia liberada.
pois são promotores básicos (HUANG et al., 2013). Logo, justifica-se a realização da análise
apenas para o catalisador promovido com nióbia (NiNbAl).
A análise de infravermelho foi realizada em um espectrômetro Perkin Elmer, modelo
Spectrum 100, equipado com um detector HgCdTe. Os espectros foram registrados com uma
resolução de 4 cm-1 e 150 scans, na faixa de 2000-1300 cm-1. A amostra foi seca a 150 º C por
1 h e pré-tratada a 500 ° C por 1 h, sob vácuo. A piridina foi adsorvida na temperatura de 0 ° C
e pressão de 4 torr por 15 minutos, seguida de limpeza da superfície com vazão de hélio (30 mL
min-1) por 15 minutos para remoção da piridina fisissorvida. Após a limpeza, vácuo foi
realizado e um espectro da piridina adsorvida foi registrado após dessorção a 150, 250, 350 e
450 °C.
equipamento até 1000 °C com uma taxa de aquecimento de 10 °C/min, empregando uma vazão
de ar sintético de 50 mL/min.
Os picos de perda de massa na curva do TG associados aos picos exotérmicos no ATD
foram atribuídos à queima do coque. Dessa forma, foi possível quantificar a porcentagem
mássica de coque formado sobre o catalisador usado. Além disso, a taxa média de formação de
coque por mol de Ni na superfície (Taxa C) foi calculada a partir da Eq. 4.5 e a taxa média de
coque normalizada por carbono convertido (TaxaN C) a partir da Eq. 4.6.
Ncoque
Taxa C = (Eq. 4.5)
t x NNi
100 x Taxa C
TaxaN C = (Eq. 4.6)
4 x FAo x t x XM
A
onde:
𝑁𝑐𝑜𝑞𝑢𝑒 – Número de mols de coque formado na reação
t – Tempo total da reação (30 h)
𝑁𝑁𝑖 – Número de mols de níquel na superfície do catalisador medido por quimissorção de H2
FAo – Vazão molar de butanol na alimentação do reator (mol/h)
𝑋𝐴𝑀 – Conversão global média de butanol (%)
Tabela 4.3: Vazões de hélio (1 atm e 25 °C) e de solução de butanol utilizadas em cada velocidade espacial
(GHSV) e tempo espacial (W/FA0) empregados.
Velocidade espacial 𝑾⁄𝑭𝑨𝒐 Vazão de hélio Vazão da solução de
(x10³ h-1) (g.h/mol) (mL/min) butanol (mL/min)
20 25,11 48,48 0,11
25 20,09 60,60 0,14
30 16,84 72,72 0,16
35 14,43 84,84 0,19
40 12,62 96,96 0,22
45 11,21 109,10 0,25
50 10,08 121,20 0,27
55 9,16 133,32 0,30
60 8,40 145,44 0,33
65 7,75 157,56 0,36
70 7,19 169,68 0,38
75 6,71 181,80 0,41
80 6,31 193,92 0,44
Figura 4.4: Diagrama da unidade de testes catalíticos da PID (Manual do usuário PID Eng & Tech).
Para esses testes, 150 mg do catalisador foram misturadas com 750 mg de carbeto de
silício entre 60 e 80 mesh (proporção 1:5) e colocados em um reator de Inconel 600, acoplado
60
num forno dentro de uma hotbox. A montagem do reator foi realizada colocando a mistura
catalisador + carbeto entre uma camada de lã de quartzo no fundo do reator. Após a montagem
do leito, o termopar foi inserido no reator, de modo a se aproximar da amostra. O catalisador
foi previamente reduzido nas mesmas condições mencionadas anteriormente.
Para alimentação da solução, duas bombas de deslocamento positivo alternativo,
modelo 307 HPLC, da Gilson, foram utilizadas, uma para a água e a outra para o butanol, sendo
a solução alimentada ao reator no sentido downflow. A unidade não possui um vaporizador e a
solução é vaporizada na própria linha, logo a temperatura da hotbox foi ajustada em 200 °C.
Após sair do reator, a carga reacional passa por um separador gás-líquido acoplado a
um controlador de nível, configurado de tal maneira a manter o nível em 2 mL, o excedente
então é coletado para ser analisado por HPLC. A saída do gás é acoplada online a um
cromatógrafo a gás CG.
Os testes foram realizados em pressão de 2 bar, na faixa de temperatura de 500-600 °C
com passo de 50 °C, empregando uma faixa de velocidade espacial de 20.000 a 40.000 h-1, com
passo de 10.000 h-1 e avaliando três concentrações diferentes: 20, 30 e 40 % v/v de butanol em
água na alimentação. Além disso, a triplicata foi realizada no ponto central do experimento,
correspondente a temperatura de 550 °C, GHSV de 30.000 h-1 e alimentação de butanol de
30 v/v %. A barra de erro adicionada aos gráficos representa o desvio padrão dos ensaios
realizados.
A Tabela 4.4 mostra as condições experimentais empregadas nos testes catalíticos
realizados na PID, que são idênticas para cada temperatura avaliada, totalizando 27
experimentos diferentes.
61
Tabela 4.4: Vazão de hélio (1 atm e 25 °C) e vazão total líquida utilizadas em cada velocidade espacial, tempo
espacial e concentração de butanol (CBut) avaliadas.
GHSV 𝑾⁄𝑭𝑨𝒐 CBut Razão Vazão de He Vazão líquida
(x10³ h-1) (g.h/mol) (v/v %) Vapor/Carbono (mL/min) (mL/min)
20 9,69 20 5,08 51,1 0,118
30 6,46 20 5,08 76,6 0,177
40 4,85 20 5,08 102,1 0,236
20 5,82 30 2,97 51,1 0,131
30 3,89 30 2,97 76,6 0,196
40 2,92 30 2,97 102,1 0,261
20 3,92 40 1,91 51,1 0,146
30 2,61 40 1,91 76,6 0,219
40 1,96 40 1,91 102,1 0,292
O produto líquido coletado foi analisado por cromatografia líquida de alta performance
(HPLC). A curva de calibração para o butanol foi feita pela análise de soluções de
concentrações conhecidas e o tempo de retenção foi determinado.
O cromatógrafo utilizado foi da marca Shimadzu, modelo Prominence, composto por
um desgaseificador DGU-20, bomba de pistão duplo LC-20AT, controlador CBM-20 AT, forno
CTO-20, detector de índice de refração RID-10 e detector de ultravioleta e visível (UV/VIS)
SPD- 20AV. A coluna utilizada foi da marca Bio-Rad, modelo Aminex HPX-87H (300 x 7,8
mm).
As condições de operação do equipamento de HPLC são apresentadas na Tabela 4.5 e
o tempo de retenção do butanol foi de 36,7 min.
62
Os equipamentos usados para a análise das frações gasosas foram dois cromatógrafos
da marca Shimadzu, modelo GC-2014, equipados com uma coluna Carboxen 1010 e com
detector de condutividade térmica (TCD).
Hélio foi utilizado como gás de arraste em ambos os cromatógrafos. No caso do
cromatógrafo acoplado a primeira unidade (CG1), a vazão de gás de arraste utilizada era de 25
mL/min e a coluna era mantida na temperatura de 40 ºC por 20 minutos, posteriormente sendo
submetida a um aquecimento até 120 ºC com taxa de 10 ºC/min, mantendo-se nessa temperatura
por 10 min. Já no caso do cromatógrafo acoplado a unidade PID (CG2), a vazão de gás de arraste
foi de 60 mL/min e a temperatura da coluna foi mantida a 60 °C por 30 minutos, sendo
submetida a um aquecimento até 150 °C a uma taxa de 10 °C/min. A temperatura do detector
TCD e injetores foi de 250 ºC e 120 ºC, respectivamente, em ambos os cromatógrafos.
Os tempos de retenção dos gases na coluna Carboxen 1010 podem ser observados na
Tabela 4.6 para os dois cromatógrafos utilizados. As duas colunas apresentam comprimentos
diferentes, o que resulta em tempos de retenção diferentes dos gases nos dois cromatógrafos.
A fração molar dos gases foi obtida pela razão entre a área corrigida de cada gás e a
soma das áreas corrigidas de todos os gases. A Tabela 4.7 apresenta os fatores de correção
utilizados para cada gás. Os fatores do H2 foram determinados experimentalmente pela injeção
de amostras com composição conhecida, já os fatores dos demais gases (CO, CO2 e CH4) foram
determinados por Dietz (1967).
Tabela 4.7: Fator de correção para cada gás nos dois cromatógrafos.
Gases Fator de correção CG1 Fator de correção CG2
H2 0,94 0,72
CO 42 42
CO2 48 48
CH4 35,7 35,7
𝐹𝑗𝑆𝑎í𝑑𝑎 (𝑚𝑜𝑙/ℎ)
𝑌𝑗 (%) = 𝐸𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 x 100 (Eq. 4.11)
4x𝐹𝐵𝑢𝑡𝑎𝑛𝑜𝑙 (𝑚𝑜𝑙/ℎ)
𝐹𝑗𝑆𝑎í𝑑𝑎 (𝑚𝑜𝑙/ℎ)
𝑇𝑂𝐹𝑗 = x100 (Eq. 4.13)
𝑁𝑁𝑖
𝐹𝑌𝑆𝑎í𝑑𝑎 (𝑚𝑜𝑙/ℎ)
𝑅𝑌/𝑋 = (Eq. 4.14)
𝐹𝑋𝑆𝑎í𝑑𝑎 (𝑚𝑜𝑙/ℎ)
onde: (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) – Taxa de consumo do butanol para a formação de produtos gasosos (mol/g.h);
XG – Conversão a gás;
W – Massa do catalisador (g);
FA0 – Vazão molar de butanol alimentada (mol/h);
𝑊 ⁄𝐹𝐴0 – Tempo espacial (g/(h.mol)).
Na unidade cujos experimentos foram realizados com alimentação de 10 v/v % de
butanol, pressão atmosférica e faixa de temperatura de 400-500 °C, adotou-se grande excesso
de vapor na alimentação. Para essa unidade, dois modelos de lei de potências foram ajustados,
no primeiro considerou-se a ordem em relação ao butanol como parâmetro e no segundo, a
ordem em relação ao butanol foi assumida igual a 1. Os modelos foram denominados como
LPOEB (lei de potências com ordem estimada em relação ao butanol) e LPOB1 (lei de
potências com ordem igual a 1 em relação ao butanol), respectivamente.
Na unidade da PID foram realizados experimentos com alimentação mais concentrada
de butanol (20-40 v/v %), maiores temperaturas (500-600 °C) e pressão de 2 atm, dois modelos
de lei de potências foram ajustados considerando ordem igual a 1 para o butanol. No primeiro
66
modelo, a ordem em relação ao vapor foi considerada como um parâmetro e no segundo modelo
a ordem foi assumida igual a zero. Os modelos foram denominados como LPOB1EV (lei de
potências com ordem igual a 1 em relação ao butanol e ordem estimada em relação ao vapor) e
LPOB1V0 (lei de potências com ordens iguais a 1 em relação ao butanol e 0 em relação ao
vapor).
Ademais, dois modelos de lei de potências foram ajustados ao conjunto integrado de
dados obtidos nas duas unidades. No primeiro, as ordens em relação ao butanol e ao vapor
foram estimadas e no segundo, a ordem do butanol foi assumida igual a 1 e a ordem do vapor
foi assumida igual a zero. Os modelos foram denominados LPIOEBV (lei de potências
integrado com ordem estimada para o butanol e para o vapor) e LPIOB1V0 (lei de potências
integrado com ordens iguais a 1 para o butanol e zero para o vapor). A Tabela 4.8 apresenta um
resumo de todos os modelos de lei de potências avaliados nesse trabalho.
Tabela 4.8: Resumo dos modelos ajustados e seu equacionamento.
Unidade Modelo Equacionamento
𝛼
1 LPOEB (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡
1 LPOB1 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡
2 (PID) 𝛽
LPOB1EV (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 𝐶𝑉𝑎𝑝
2 (PID) LPOB1V0 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡
1 e 2 (PID) 𝛽
LPIOEBV (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 𝐶𝑉𝑎𝑝
1 e 2 (PID) LPIOB1V0 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡
𝑜
onde 𝐶𝐵𝑢𝑡 – Concentração inicial de butanol na fase gasosa
vap – Razão molar de butanol e vapor na alimentação
- Fator de expansão da reação de reforma
𝑦𝑎𝑜 – Fração molar de butanol na alimentação
a – Coeficiente estequiométrico do butanol na reação global de reforma
∆ - Variação de coeficientes estequiométricos na reação global de reforma
A alta correlação paramétrica é um dos principais problemas da estimação de
parâmetros, pois indica que os parâmetros são dependentes entre si e os seus efeitos sobre o
modelo não podem ser identificados isoladamente. De acordo com Schwaab e Pinto (2008),
valores elevados de correlação paramétrica são obtidos quando o modelo matemático apresenta
uma ou mais constantes cinéticas que dependem da temperatura, como é o caso da equação de
Arrhenius utilizada para o cálculo da velocidade específica. Para diminuir a correlação
paramétrica, os autores propõem uma reparametrização da equação de Arrhenius, a qual está
apresentada nas equações 4.20 a 4.22 e foi adotada neste trabalho.
𝑇𝑟𝑒𝑓
𝑘 = exp (−𝑎 + 𝑏 (1 − )) (Eq. 4.20)
𝑇
conjunto experimental. Já na unidade PID, a triplicata foi realizada apenas na condição central
(550 °C, 30.000 h-1 e 30 v/v %) e adotou-se essa mesma variância para os demais pontos
experimentais. Nas estimações utilizando o conjunto integrado de dados experimentais,
utilizou-se a maior variância, obtida na PID, para todos os pontos experimentais. As variâncias
amostrais foram calculadas a partir da Eq. 4.25.
∑𝑛 ̅
𝑖=1(𝐶𝑖 −𝐶 )²
𝑉𝑎𝑟 = (Eq. 4.25)
𝑛−1
A qualidade dos ajustes obtidos foi avaliada por diversas ferramentas de estatística
descritiva, tais como o teste qui-quadrado (²), coeficiente de correlação, intervalo de confiança
dos parâmetros utilizando o teste t-Student, e a correlação paramétrica.
O teste qui-quadrado consiste em comparar o valor mínimo da função objetivo calculado
pela rotina de estimação com os valores mínimo e máximo de 2, os quais são calculados pela
distribuição de probabilidade acumulada de qui-quadrado para um determinado nível de
confiança. Através dessa comparação, três cenários são possíveis.
2𝑚í𝑛 ≤ 𝐹𝑜𝑏𝑗 ≤ 2𝑚á𝑥 : Significa que os erros de predição são da mesma ordem de
grandeza do que os erros experimentais. Logo, há um bom ajuste do modelo aos dados
experimentais. As hipóteses de modelo perfeito e de experimento bem-feito são válidas.
𝐹𝑜𝑏𝑗 > 2𝑚á𝑥 : Significa que os erros de predição são significativamente maiores do que
os erros experimentais. Logo, o modelo não é capaz de prever todas as variações
experimentais, ou seja, não está bem ajustado aos dados. Nesse caso, a hipótese de
modelo perfeito não é válida, portanto, deve-se aperfeiçoar o modelo. Além disso, pode
indicar que os erros experimentais estão subestimados.
𝐹𝑜𝑏𝑗 < 2𝑚í𝑛 : Significa que os erros de predição são significativamente menores do que
os erros experimentais. Logo, indica que a hipótese de experimento bem-feito não é
70
válida, visto que os erros experimentais podem estar superestimados. Além disso, o
modelo pode estar superparametrizado e deve ser simplificado.
O coeficiente de correlação (R) relaciona os valores experimentais e preditos pelo
modelo, indicando a proximidade entre esses dois valores. Usualmente, valores do módulo
acima de 0,9 são considerados altos e representam um ajuste satisfatório do modelo. Já valores
em módulo abaixo de 0,9 podem indicar desajuste do modelo e erros experimentais excessivos.
No entanto, o coeficiente de correlação não pode ser tomado como uma medida absoluta da
qualidade do ajuste do modelo (SCHWAAB e PINTO, 2007).
Os intervalos de confiança indicam a faixa de valores na qual o parâmetro se encontra
com determinado nível de confiança. Admitindo-se que a distribuição dos parâmetros é normal
e conhecendo-se as incertezas paramétricas, o intervalo de confiança pode ser obtido através da
Eq. 4.27, aplicando-se t-Student. Caso o intervalo do parâmetro contenha o valor nulo, este
parâmetro é dito não significativo para modelos lineares e pelo princípio de parcimônia, pode
ser omitido do modelo, visto que não há evidência que o fator associado ao parâmetro interfira
na resposta.
𝑝𝑛 − 𝑡𝜎𝑝𝑛 < 𝑝𝑛 < 𝑝𝑛 + 𝑡𝜎𝑝𝑛 (Eq.4.27)
onde: pn – Valor estimado para o parâmetro n
𝜎𝑝𝑛 – Desvio padrão associado a estimativa do parâmetro n
t – Parâmetro da distribuição t-Student, que depende do nível de confiança e do
número de graus de liberdade.
Por fim, a matriz de correlação dos parâmetros indica o grau de dependência entre os
parâmetros. Deseja-se que os valores sejam baixos, o que permite identificar os diferentes
efeitos de cada parâmetro sobre o modelo. De acordo com Schwaab e Pinto (2007), se a
correlação paramétrica em módulo for superior a 0,9 é considerada elevada, se estiver entre 0,7
e 0,9, é considerada moderada e caso esteja abaixo de 0,7 é considerada baixa ou pouco
expressiva.
71
histerese ocorre. O catalisador NiCaAl apresenta poros com tamanho médio de 280,3 Å,
enquanto o catalisador NiAl apresenta poros de 65,4 Å. De acordo com Gregg e Sing (1982), o
formato da histerese é determinado principalmente pela geometria dos poros.
250 120
Quantidade adsorvida (cm3/g STP)
Adsorção 80 Adsorção
150 Dessorção
Dessorção
60
100
40
50
20
0 0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Pressão relativa (P/P0) Pressão relativa (P/P0)
350
(C) NiNbAl
Quantidade adsorvida (cm3/g STP)
80 Adsorção
Dessorção 250 Adsorção
Dessorção
60 200
150
40
100
20
50
0 0
0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
Pressão relativa (P/P0) Pressão relativa (P/P0)
Figura 5.1: Isotermas de adsorção física de nitrogênio dos catalisadores: (a) NiAl, (b) NiMgAl, (c) NiNbAl e (d)
NiCaAl.
A Tabela 5.2 mostra os valores obtidos para a área específica, volume e tamanho médio
de poros dos catalisadores. Inicialmente, observa-se que a área específica dos suportes é maior
do que a área dos respectivos catalisadores, exceto para o catalisador NiCaAl. Isso pode ser
explicado pelo bloqueio dos poros do suporte pela deposição do níquel, o que pode ser
confirmado pela redução do volume de poros observada pela adição da fase ativa de níquel para
os catalisadores NiAl e NiMgAl. Para o catalisador NiMgAl, em especial, o volume de poros
apresentou a maior redução, de 0,399 cm³/g para 0,066 cm³/g. Bizkarra et al. (2015) também
observaram uma diminuição da área específica e do volume de poros pela adição de Ni e de
73
MgO como promotor na alumina por impregnação úmida, explicando a redução pelo bloqueio
dos poros da alumina.
Além disso, os resultados mostram que o catalisador NiAl possui a maior área específica
e a adição dos promotores MgO, Nb2O5 e CaO diminui a área específica do catalisador, sendo
a maior diminuição demonstrada para o catalisador NiCaAl. Essa redução pode ser explicada
pela baixa área BET dos óxidos incorporados, diminuindo o teor de alumina no suporte, e
devido ao recobrimento de poros da alumina pela deposição dos promotores por impregnação
úmida. A área BET normalizada por massa de alumina também diminuiu pela adição dos
promotores, o que corrobora que o menor teor de alumina não é o único fator relevante para a
diminuição de área, também ocorre o recobrimento dos poros. Medrano et al. (2014)
observaram uma redução da área específica de 175 m²/g para 114 m²/g pela adição de óxido de
magnésio (razão molar Mg/Al igual a 0,26) no catalisador de níquel suportado em alumina.
Mendes et al. (2003) obtiveram uma área BET de 196,9 m²/g para o suporte de γ-
alumina, o que condiz com o valor encontrado nesse trabalho. Além disso, observaram que a
área BET permanece praticamente constante pela adição de 10% m/m de Nb2O5 (195,9 m²/g)
por impregnação úmida e diminui pela adição de maiores teores de nióbia (20 e 30 % m/m).
Gonçalves et al. (2018) observaram uma diminuição da área BET de 165 para 146 m²/g devido
à adição de 10 m/m % de Nb2O5 à γ-alumina, relacionada a diminuição do teor de alumina e
obstrução parcial dos poros pelo promotor de nióbia. Nesse trabalho, a redução da área
específica foi mais significativa, de 201 m²/g para 133 m²/g pela adição de 10 % m/m de Nb2O5
no suporte de alumina.
74
monocamada. Mendes et al. (2003) também não observaram picos referentes a nióbia para
catalisadores com 10 % m/m de nióbia na alumina.
Nos difratogramas dos catalisadores calcinados, observa-se o aparecimento dos picos
de óxido de níquel (NiO) nos ângulos 2θ iguais a 37,3º, 43,3º, 63,3º, 75,5º e 79,5º (JCPDS 47-
1049), confirmando a conversão de nitrato de níquel impregnado em óxido de níquel pela
calcinação. Já nos catalisadores reduzidos, observa-se o desaparecimento desses picos e o
surgimento de picos nos ângulos 2θ iguais a 44,5º e 51,8º (JCPDS 04-0850), referentes ao níquel
metálico, o que sugere uma boa eficiência na redução do óxido de níquel em Ni metálico.
Al2O3 NiO Ñ Ni
Ñ
Intensidade (u.a.)
Ñ
Reduzido Ñ
Calcinado
Al2O3
10 20 30 40 50 60 70 80 90
2 (graus)
Figura 5.2: Difratogramas do catalisador NiAl.
76
Al2O3 NiO Ñ Ni
Intensidade (u.a.)
Reduzido Ñ Ñ
Calcinado
MgO-Al2O3
10 20 30 40 50 60 70 80 90
2 (graus)
Figura 5.3: Difratogramas do catalisador NiMgAl.
Al2O3 NiO Ñ Ni
Ñ
Intensidade (u.a.)
Ñ
Ñ
Reduzido
Calcinado
Nb2O5-Al2O3
10 20 30 40 50 60 70 80 90
2 (graus)
Figura 5.4: Difratogramas do catalisador NiNbAl.
77
Intensidade (u.a.) Ñ
Reduzido Ñ
Calcinado
CaO-Al2O3
10 20 30 40 50 60 70 80 90
2 (graus)
Figura 5.5: Difratogramas do catalisador NiCaAl.
Tabela 5.3: Tamanho de cristalito, dispersão do níquel estimada a partir do tamanho de cristalito (D) e dispersão
obtida por quimissorção de hidrogênio (DQ).
Catalisador Tamanho de cristalito do níquel (nm) D (%) DQ (%)
NiAl red. 8,4 + 2,0 12 1,3
NiMgAl red. 5,6 + 1,6 18 3,4
NiNbAl red. 7,3 + 0,6 13,8 1,9
NiCaAl red. 15,3 + 1,2 6,6 0,7
78
Consumo de H2 (a.u.)
850 °C
398 °C
NiNbAl 783 °C
895 °C
370 °C
NiMgAl
437 °C 690 °C
330 °C
900 °C
NiCaAl 800 °C
NiAl
Qiu et al. (2007) observaram que a adição de quantidade suficiente de MgO (7 % m/m)
em catalisadores de níquel suportados em alumina promove a formação de espinélios de
MgAl2O4 que inibem a formação de aluminatos de níquel, pois há uma competição entre os
íons Mg2+ e Ni2+ pelas vacâncias na estrutura da alumina. Os autores observaram que a razão
NiO/NiAl2O4, avaliada pelas áreas dos picos na análise de TPR, aumenta de 6,2 para 33,8 pela
adição de 10 % m/m de MgO. Além disso, as temperaturas de redução foram deslocadas para
maiores temperaturas, o que foi justificado pela maior interação do NiO com o suporte
promovido com óxido de magnésio, formando ainda uma solução sólida NiO-MgO.
Em relação ao perfil de redução do catalisador NiCaAl, observa-se a presença de um
pico centralizado em 335 °C atribuído à redução do NiO bulk, dois picos em 437 e 690 °C,
associados à redução do NiO com diferentes níveis de interação com a alumina e com o óxido
de cálcio, e um pico localizado a 900 °C, relacionado à redução das espécies de aluminato de
níquel. Nota-se que a presença do aluminato de níquel é reduzida em comparação com o
catalisador NiAl, visto que a soma das áreas dos picos localizados em temperaturas superiores
a 700 °C é maior para o catalisador NiAl. Além disso, observa-se que o catalisador NiCaAl
apresenta a maior quantidade de hidrogênio consumida abaixo de 400 °C, o que indica maior
presença de espécies bulk de baixa interação com o suporte, corroborando o resultado de menor
dispersão e maior tamanho de cristalito.
Essa formação de espécies de NiO com baixa interação com o suporte também foi
observada por Dias e Assaf (2003) e Ashok et al. (2015) pela adição de óxido de cálcio a
catalisadores Ni/Al2O3. Dias e Assaf (2003) reportaram que a presença dos íons Ca2+ favorece
a formação de aluminatos de cálcio, competindo com os íons Ni2+ e reduzindo a formação de
aluminato de níquel. Dessa forma, as partículas de NiO permanecem no suporte como partículas
agregadas, aumentando o tamanho de cristalito e sendo redutíveis em temperaturas mais baixas.
O perfil de redução do catalisador NiNbAl apresenta três picos sobrepostos na faixa de
temperatura de 400 ºC e 790 ºC. O primeiro pico, centrado em 398 ºC, está associado à redução
de partículas livres de NiO, enquanto o segundo e o terceiro picos, centralizados em 465 °C e
640ºC, caracterizam a redução de uma parcela de NiO com interação com o suporte
(SCHEFFER et al., 1989). O quarto pico de intensidade menor e centralizado em 850ºC está
associado à redução do aluminato de níquel ou à redução de uma parcela do Nb2O5 para NbO2.
Mendes et al. (2003) observaram dois picos de redução para o catalisador de nióbia pura, o
primeiro a 934 °C e o segundo a 1172 °C. No entanto, para um teor de 10 e 20 % m/m de nióbia
na alumina, não foram observados picos de consumo de hidrogênio.
81
A partir da análise dos perfis foi escolhida a temperatura de redução de 800ºC para os
testes catalíticos, pois esta garante a máxima redução de NiO, em uma condição de redução
mais rica em hidrogênio do que a empregada na análise de TPR.
A Tabela 5.4 mostra os graus de redução do NiO para os diferentes catalisadores
calculados a partir da área total abaixo das curvas de TPR. Comparando-se os catalisadores
promovidos, observa-se que os catalisadores NiNbAl e NiCaAl apresentam graus de redução
(99 %) superiores ao catalisador NiMgAl, o que era esperado devido à menor interação com o
suporte, menor dispersão e maior tamanho de cristalito, o que facilita a redução do níquel
(PARMALIANA et al., 1990 e QIU et al., 2007). Os catalisadores NiMgAl e NiAl
apresentaram grau de redução em torno de 90 %, o que pode ser justificado pela maior formação
de aluminato de níquel no catalisador NiAl, espécie de difícil redutibilidade e pelo aumento da
força de interação metal-suporte no catalisador NiMgAl.
240 °C
NiNbAl
240 °C
Intensidade (u.a.)
NiMgAl
200 °C
NiCaAl
235 °C
NiAl
1450 1610
(L) (L)
450 °C
Intensidade (u.a.)
350 °C
250 °C
1490
(L,B) 1543
(B) 150 °C
Sánchez et al. (2007) observaram uma redução de 18% na acidez dos catalisadores de níquel
suportados em alumina pela adição de óxido de magnésio com uma razão atômica Mg/Al igual
a 0,035.
Comparando-se a adsorção de amônia nos catalisadores NiCaAl e NiMgAl, a menor
adsorção por massa para o NiMgAl pode ser explicada pela maior dispersão do MgO na matriz
de alumina. Dessa forma, promove-se um maior recobrimento dos poros e maior neutralização
dos sítios ácidos, acarretando uma menor quantidade de amônia adsorvida.
Em relação à adição de nióbia como promotor, Mendes et al. (2003) observaram que a
incorporação de 10 % m/m de nióbia em alumina reduz a fração de sítios ácidos de Lewis em
aproximadamente 37 %. No entanto, observa-se o aparecimento de sítios ácidos de Brönsted,
associados à criação de grupos de hidroxila de ligação entre as espécies de nióbia e o suporte
de alumina (Nb-OH-Al), os quais tornam-se mais ácidos quanto maior a presença de outros
átomos de nióbia ao redor. Lima et al. (2014) observaram uma leve tendência de redução da
acidez pelo aumento do teor de nióbia no catalisador Nb2O5/Al2O3, de 2,6 µmol/m² na alumina
pura para 2,3 µmol/m² para o catalisador com 11,1 % de nióbia. Esses resultados estão de acordo
com o observado neste trabalho, corroborando que possivelmente a redução da quantidade de
sítios ácidos de Lewis é predominante sobre o aparecimento dos sítios ácidos de Brönsted pela
presença de nióbia, resultando em uma menor acidez total do catalisador NiNbAl em relação
ao catalisador NiAl
do NiCaAl apresenta picos de menor intensidade na faixa de 100 e 530 °C, associados aos sítios
básicos fracos e resultantes da interação do CO2 com grupos hidroxila na superfície, formando
bicarbonatos, e aos sítios básicos moderados. Além disso, apresenta um pico de maior
intensidade centrado em 795 °C, associado à dessorção do CO2 que interage com as espécies
de CaO livres no suporte (ASHOK et al., 2015).
Ashok et al. (2015) estudaram o efeito da adição de óxido de cálcio em diferentes
proporções no catalisador de Ni/Al2O3 e também observaram que a adição de óxido de cálcio
desloca os picos de TPD-CO2 para maiores temperaturas. Os autores constataram que o
catalisador sem adição de CaO apresentava apenas picos na região de 140-260 °C, atribuída aos
bicarbonatos formados nos centros básicos criados pelas espécies de Al2O3. Por outro lado, com
a adição de CaO, observam-se picos localizados entre 585 e 660°C devido aos carbonatos
unidentados formados devido à saturação de espécies de Ca resultando em uma fase de CaO
livre, a qual apresenta basicidade mais forte do que os íons Ca2+ dispersos na matriz da Al2O3.
O perfil de dessorção do catalisador NiMgAl apresenta picos de maior intensidade na
faixa de 340 - 750 °C, indicando a presença de sítios básicos moderados e fortes, atribuídos à
boa dispersão dos íons Mg2+ na superfície da alumina. Observa-se ainda um pico de menor
intensidade centrado em 840 °C, associado à presença de uma fase MgO livre de baixa interação
com a matriz de alumina, a qual apresenta basicidade mais forte. No entanto, este pico é de
baixa intensidade em comparação com o pico associado ao CaO no catalisador NiCaAl, logo a
interação do MgO com o suporte de alumina e com a fase de NiO é mais forte do que a interação
do CaO.
86
NiNbAl
x5
NiCaAl
x5 NiAl
A Tabela 5.6 apresenta a quantidade de sítios básicos por massa e por área dos
catalisadores avaliados. Observa-se que a adição dos promotores aumenta a basicidade dos
catalisadores, principalmente para o catalisador promovido com óxido de cálcio, o qual
apresentou basicidade por massa mais de 11 vezes superior à basicidade do NiAl. De acordo
com a literatura, esse comportamento já era esperado, visto que os óxidos de cálcio e de
magnésio são promotores básicos. Foi também constatado que o catalisador promovido com
CaO apresenta maior valor de basicidade que o promovido com MgO, o que pode estar
associado à menor dispersão do CaO no suporte de alumina, contribuindo para a formação de
espécies de CaO livres de alta basicidade.
Appuzo et al. (2018) verificaram um aumento da basicidade de 160 µmol/g para 340
µmol/g pela adição de 12 % m/m de MgO no suporte de alumina pura. O aumento de basicidade
foi de 2,125 vezes, o que está de acordo com o observado neste trabalho pela adição de 10%
MgO na alumina.
Ashok et al. (2015) obtiveram para os catalisadores de Ni-Fe suportados em alumina
promovida com diferentes teores de óxido de cálcio (0,5-2 % m/m), valores de basicidade de
3,6 µmol CO2/m² para o catalisador sem adição de CaO e 24,7 µmol CO2/m2 para o catalisador
promovido com 2 % m/m, resultado similar ao valor de basicidade obtido neste trabalho para o
catalisador NiCaAl.
87
Lima et al. (2014) observaram que a adição de 5,9 % m/m de nióbia na alumina causou
uma redução de 50% da densidade básica, associada à reação de condensação da nióbia com os
sítios básicos (radicais hidroxila) da alumina durante a calcinação. A basicidade diminuiu de
0,33 µmol/m² para 0,15 µmol/m² pela adição de nióbia. Este comportamento é diferente do
observado neste trabalho, o que pode ser justificado pelo distinto método de preparo do
catalisador, impregnação ao ponto úmido, e pela presença do óxido de níquel neste trabalho, o
qual possivelmente interage com a nióbia, reduzindo seu efeito de neutralização dos sítios
básicos.
A Figura 5.10 mostra a conversão global (A), conversão a gás (B) e rendimento em H2
(C) em função da temperatura. A realização desses ensaios foi anterior aos ensaios de
estabilidade dos catalisadores com o objetivo de auxiliar na escolha de uma temperatura
adequada para a comparação entre os catalisadores. Os testes foram realizados com uma rampa
de temperatura, da menor para a maior, sendo os dados coletados após 30 minutos e 1 hora de
reação e mantendo as condições dos testes de estabilidade (10 % v/v de butanol e GHSV de
50.000 h-1). Como o catalisador não era substituído, a formação de coque ocorrida nas menores
temperaturas possivelmente afetou o desempenho do catalisador nas maiores temperaturas.
Assim, os dados obtidos são preliminares e não representam a atividade dos catalisadores
virgens em cada uma das temperaturas avaliadas, exceto para a menor temperatura.
88
100 (B)
100 (A)
60
60
40 40
NiNbAl
NiNbAl NiMgAl
20 20 NiCaAl
NiMgAl
NiCaAl NiAl
NiAl
0 0
400 450 500 550 600 650 700 400 450 500 550 600 650 700
Temperatura (°C) Temperatura (°C)
100 (C)
Rendimento em H2 (%)
80
60
40
NiNbAl
20 NiMgAl
NiCaAl
NIAl
0
400 450 500 550 600 650 700
Temperatura (°C)
Figura 5.10: Efeito da temperatura na conversão global (A), conversão a gás (B) e rendimento em hidrogênio (C)
para os diferentes catalisadores. Condições reacionais: 10% v/v de butanol, GHSV = 50.000 h-1.
100
80
Conversão (%)
60
40
NiNbAl
NiMgAl
20
NiCaAl
NiAl
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.11: Conversão global do butanol para os catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol
em água, GHSV = 50.000 h-1.
100
Conversão a gás (%)
80
60
40
NiNbAl
NiMgAl
20 NiCaAl
NiAl
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.12: Conversão a gás do butanol dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em
água, GHSV = 50.000 h-1.
um catalisador 13% Ni/Al2O3 a 600 °C e 1 atm, valor superior ao observado neste trabalho,
apesar do menor teor de níquel utilizado, o que pode ser atribuído à maior temperatura utilizada
e maior dispersão observada (4,7 % medida por quimissorção de hidrogênio).
Observa-se ainda que a adição de todos os promotores na alumina apresentou um efeito
benéfico de aumento do rendimento em hidrogênio. Os rendimentos médios seguiram a
seguinte ordem: NiMgAl (66 %) > NiNbAl (58 %) > NiCaAl (54 %) > NiAl (40 %). Esses
resultados diferem de alguns trabalhos da literatura, como o de Medrano et al. (2014), que
verificaram uma diminuição do rendimento em hidrogênio pela adição de MgO e CaO no
catalisador de níquel suportado em alumina a 600 °C e 1 atm. Bizkarra et al. (2015) reportaram
que a adição de 3 % de MgO em um catalisador 13 % Ni/Al2O3 proporcionou uma redução de
rendimento em hidrogênio de 58 % para 40 % na temperatura de 600 °C e 1 atm. As diferenças
observadas podem estar associadas às diferentes condições de temperatura, velocidade espacial
e razão vapor/carbono empregadas na alimentação. Além de um teor diferente dos promotores
e distintos modos de preparo dos catalisadores.
Resultados similares de rendimento em H2 foram reportados por Bimbela et al. (2012)
para um catalisador Ni/MgO-Al2O3 (72 %) a 650 °C, em comparação com este trabalho. No
entanto, os autores obtiveram valores menores de conversão global de butanol, o que sugere
uma menor formação de coque atribuída às maiores temperaturas empregadas.
100
Rendimento em H2 (%)
80
60
40
NiNbAl
20 NiMgAl
NiCaAl
NiAl
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.13: Rendimento em H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em água,
GHSV = 50.000 h-1.
93
20000
Taxa de produção de H2 (mmol H2/g.min)
16000
12000
8000
NiNbAl
NiMgAl
4000
NiCaAl
NiAl
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.14: Taxa de formação de H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em
água, GHSV = 50.000 h-1.
A Figura 5.15 apresenta a seletividade a H2 para os catalisadores, associada à pureza do
gás de reforma obtido. Pode-se observar que todos os catalisadores apresentaram valores
similares de seletividade, os quais oscilam em torno de 70 %. As seletividades médias ao longo
das 30 h de reação apresentam a seguinte ordem: NiAl (67,4 %) < NiCaAl (71,1 %) < NiMgAl
(72,3 %) > NiNbAl (75,4 %).
94
100
Seletividade em H2 (%)
80
60
40
NiNbAl
NiMgAl
20 NiCaAl
NiAl
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.15: Seletividade a H2 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em água,
GHSV = 50.000 h-1.
As Figuras 5.16 e 5.17 mostram os rendimentos em CO2 e CO dos catalisadores ao longo
da reação. Nota-se que o catalisador NiMgAl apresenta o maior rendimento médio em CO2 (83
%) e baixo rendimento em CO (2,6 %), o que está associado a alta atividade da reação de
deslocamento gás-água, aumentando seu rendimento em hidrogênio. Além disso, pode-se
sugerir que grande parte do coque formado sobre este catalisador seja proveniente da reação de
desproporcionamento do CO (Eq. 5.2), a qual contribui para a formação de CO2. No entanto,
não consome o hidrogênio formado ao contrário das reações de redução do CO e do CO2 (Eq.
5.3 e Eq. 5.4).
2𝐶𝑂 ↔ 𝐶 + 𝐶𝑂2 ∆𝐻 500 °𝐶 = −173 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.2)
𝐶𝑂 + 𝐻2 ↔ 𝐶 + 𝐻2 𝑂 ∆𝐻 500 °𝐶 = −135 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.3)
𝐶𝑂2 + 2𝐻2 ↔ 𝐶 + 2𝐻2 𝑂 ∆𝐻 500 °𝐶 = −97 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.4)
95
100
60
40
NiNbAl
20 NiMgAl
NiCaAl
NiAl
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.16: Rendimento em CO2 para os catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em
água, GHSV = 50.000 h-1.
20
Rendimento em CO (%)
15
NiNbAl
10 NiMgAl
NiCaAl
NiAl
5
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo(h)
Figura 5.17: Rendimento em CO para os catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em água,
GHSV = 50.000 h-1.
O catalisador NiCaAl também apresentou maior rendimento em CO2 do que o
catalisador NiAl, o que indica o favorecimento da reação de deslocamento gás-água pela adição
de promotores básicos. No entanto, para este catalisador, parte do CO2 produzido é consumido
pela reação de redução do CO2, resultando em uma menor conversão a gás e rendimento em
CO2 em comparação com o catalisador NiMgAl.
Para o catalisador NiNbAl, observa-se um aumento do rendimento em CO2 ao longo da
reação (30 h), acompanhando o aumento da conversão a gás. Esse comportamento pode ser
explicado por uma elevada formação de coque no início da reação, pelas reações de redução do
96
20
NiNbAl
NiMgAl
10
0
0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h)
Figura 5.18: Rendimento em CH4 dos catalisadores. Condições reacionais: 500 °C, 10 v/v % butanol em água,
GHSV = 50.000 h-1.
A Figura 5.19 apresenta as razões molares dos gases produzidos durante a reação de
reforma a vapor. Observa-se que há uma maior diferença entre os valores de razão molar
H2/CO2 nas primeiras horas de reação. Os catalisadores NiMgAl e NiNbAl apresentaram as
maiores razões H2/CO2, próximas de 3, valor estequiométrico da reação de reforma a vapor
global, corroborando a maior atividade para essa reação. Em contraste, os catalisadores NiAl e
NiCaAl apresentaram menores razões H2/CO2, próximas de 2, o que indica uma reação global
não completa e consumo de parte do hidrogênio para formação de coque pela hidrogenação do
CO2, a qual consome mais H2 do que CO2 e promove uma diminuição dessa razão.
Observa-se também uma diminuição da razão H2/CO2 para o catalisador NiNbAl, de
2,84 na primeira hora para 2,49 ao final da reação, o que corrobora a queima do coque gerado
sobre esse catalisador ao longo da reação atribuída à mobilidade de O2 da nióbia. Para o
catalisador NiMgAl, a menor razão em relação à proporção estequiométrica pode indicar a
formação de coque pela reação de desproporcionamento do CO, a qual gera mais CO 2 e
contribui para a diminuição da razão.
98
3,0 140
(B) NiAl
NiMgAl
Razão molar H2/CO2
2,0
80
NiAl 60
1,5
NiMgAl
NiCaAl
NiNbAl 40
(A)
1,0
0 2 4 6 8 24 26 28 30 0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h) . Tempo (h)
NiCaAl
Razão molar H2/CH4
NiCaAl
NiNbAl NiNbAl
40
120
30
80
20
40
10
0 2 4 6 8 24 26 28 30 0 2 4 6 8 24 26 28 30
Tempo (h) Tempo (h)
Figura 5.19: Razões molares dos gases produzidos nos testes de estabilidade para cada catalisador: H 2/CO2 (A),
H2/CO (B), CO2/CO (C) e H2/CH4 (D).
¨
¨¨ ¨
Intensidade (u.a.)
Ñ
NiNbAl
Ñ
NiMgAl
¨
¨ ¨ Ñ
¨ ¨ NiCaAl
¨ Ñ NiAl
10 20 30 40 50 60 70 80 90
2 (graus)
Figura 5.20: Difração de raios X dos catalisadores após a reação.
Nos catalisadores após a reação, picos em 2θ iguais a 21,8º, 34º, 35,7º, 53,6º e 59,9º
(JCPDS 29-1131) são observados e atribuídos ao carbeto de silício, utilizado como diluente dos
catalisadores, visto que sua separação por peneiramento não foi completa. Além disso, pode-se
constatar que os picos referentes ao Ni metálico diminuíram de intensidade, devido
possivelmente ao grande efeito de diluição do catalisador pelo coque formado, o qual não foi
possível separar por peneiramento.
Os valores do tamanho de cristalito para os catalisadores após a reação não puderam ser
determinados com coerência, devido ao grande ruído na análise dos catalisadores usados e
devido à grande diluição dos catalisadores com coque. Logo, não foi possível avaliar se houve
sinterização das partículas de níquel ao longo da reação.
Vogelaar et al. (2011) avaliaram a estabilidade de nanopartículas de níquel suportadas
em alumina durante a redução com hidrogênio (100 mL/min) em diferentes temperaturas (450,
550 e 850 °C) e com diferentes tempos de redução (1 e 4 h). Os autores observaram uma
diminuição da dispersão de níquel pelo aumento da temperatura de 21 % a 450 °C para 10 % a
850 °C. Em contraste, a dispersão se manteve em 10 % pelo aumento do tempo de redução de
1 h para 4 h a 850 °C. Logo, os autores concluíram que o efeito da temperatura é dominante em
relação ao efeito do tempo de redução no processo de sinterização de partículas de níquel. Como
nesse trabalho a temperatura empregada no teste de reação (500 °C) é inferior a temperatura de
redução (800 °C), espera-se que a sinterização de Ni não seja significativa ao longo do tempo
101
de reação. Em trabalho publicado anteriormente sobre a reforma a vapor do glicerol a 500 °C,
a sinterização de níquel não foi observada para o catalisador 20 % m/m Ni/Al2O3 após 30 h de
reação (MENEZES et al., 2019).
ATD ( °C)
150
Massa (%)
ATD (°C)
60 100 60
100
40 50 40
420 °C 50
630 °C
20 0 20
0
0 -50 0 -50
200 400 600 800 1000 200 400 600 800 1000
Temperatura (ºC) Temperatura (ºC)
100 100 250
(C) NiNbAl 600 °C (D)
NiCaAl 200 575 °C
550 °C 580 °C 200
80 80
150
ATD (°C)
150
ATD (°C)
Massa (%)
Massa (%)
60 60
100 100
40 40
50
50
20 20
0
0
0 0 -50
200 400 600 800 1000 200 400 600 800 1000
Temperatura (°C) Temperatura (ºC)
A literatura reporta três tipos de coque de acordo com a sua morfologia e reatividade.
Primeiramente, o metano dissocia-se na superfície do níquel gerando espécies de carbono mais
reativas, o carbono carbídico (Cα). Esse carbono pode ser gaseificado ou convertido em uma
espécie de carbono menos reativa, o carbono amorfo (Cβ) através de polimerização. O carbono
102
Cβ pode ser gaseificado ou dissolver nos cristais de níquel, formando carbono whisker
(LISBOA et al., 2005). Existe ainda um terceiro tipo de coque, o carbono grafítico (Cγ), o qual
apresenta maior temperatura de oxidação (menos reativo) do que o carbono amorfo (ASHOK e
KAWI, 2013).
Observa-se nas curvas de ATD que o catalisador NiAl apresenta além do pico de maior
proporção centralizado em 585 °C associado ao coque amorfo, dois outros picos minoritários
centralizados em 420 °C e 630 °C, associados à queima de um coque mais reativo e carbídico
(Cα) e de um coque mais refratário e grafítico (C), respectivamente. Para os catalisadores
promovidos, verifica-se a presença de dois picos sobrepostos, indicando a presença de pelo
menos duas espécies de coque nesses catalisadores, o amorfo e o grafítico.
Além disso, para o catalisador NiCaAl, observa-se um deslocamento do perfil de ATD
para menores temperaturas em comparação com o catalisador não promovido. O catalisador
NiCaAl apresenta dois picos principais de queima centralizados em 550 e 580 °C, enquanto o
catalisador NiAl apresenta apenas um pico principal em 585 °C. Esse deslocamento pode
indicar uma maior presença de coque amorfo neste catalisador, o qual é mais prejudicial por
recobrir a superfície das partículas de níquel, causando desativação (QUITETE et al., 2015).
Isso poderia contribuir para justificar a pior performance do catalisador NiCaAl, em termos de
baixa estabilidade e baixos rendimentos em hidrogênio.
Ashok e Kawi (2015) observaram um deslocamento dos picos de ATD para menores
temperaturas pela adição de teores de CaO entre 1 e 2 % m/m para catalisadores de Ni-Fe/Al2O3.
Os autores observaram que para o catalisador suportado em alumina pura, a maior parte de
coque é queimado acima de 650 °C, enquanto para os catalisadores promovidos com CaO, o
pico de queima é centralizado em 620 °C, com maior parte da queima ocorrendo abaixo de
650 °C. Além disso, os autores constataram uma menor formação de coque para os
catalisadores promovidos com CaO, associando este resultado ao favorecimento da adsorção
de moléculas de água pela adição de CaO, promovendo a reação de gaseificação do coque com
vapor. Neste trabalho, não houve uma redução da formação de coque, logo para o catalisador
NiCaAl pode-se admitir que o efeito do aumento do tamanho de partícula é mais relevante que
o aumento da adsorção de vapor na temperatura de reação avaliada.
A Tabela 5.7 apresenta os valores de porcentagem mássica de coque formado, taxa
média de coque formado durante as 30 h de reação e taxa média de coque normalizado por
carbono convertido. Observa-se primeiramente que a ordem de formação de coque seguiu a
ordem de atividade catalítica, o que é coerente, visto que quanto maior a atividade do
catalisador, maior a probabilidade de formação de coque pela quebra das ligações C-H e C-C.
103
Em relação à rota de formação de coque, pode-se inferir que apesar da grande formação
de coque, o catalisador NiMgAl apresentou a melhor performance em termos de rendimento e
taxa de formação de H2. Esses resultados sugerem que reações de decomposição do butanol e
metano podem ter ocorrido, formando hidrogênio e carbono. Já para os catalisadores NiAl e
NiCaAl, que apresentaram baixos rendimentos em hidrogênio, o coque pode ter sido formado
preferencialmente a partir das reações de hidrogenação de CO e de CO2.
Intensidade normalizada
1,0 1320 cm-1
ID 1590 cm-1
IG
0,5
NiNbAl
NiMgAl
NiCaAl
NiAl
0,0
micrografias dos catalisadores NiMgAl e NiNbAl (Figuras 5.23 (C) e 5.23 (D)) revelam que as
partículas mantêm seu formato esférico e não são completamente recobertas pelo coque.
(B)
(A)
(C) (D)
Figura 5.23: Micrografias dos catalisadores NiAl (A), NiCaAl (B), NiMgAl (C) e NiNbAl (D) após a reação, com
ampliação de 2000x.
A Figura 5.24 também mostra as micrografias dos catalisadores após a reação, com uma
ampliação maior, de 6000x, de modo a observar melhor a morfologia do coque formado.
Observa-se uma morfologia predominantemente de coque amorfo para todos os catalisadores,
que corrobora os resultados de termogravimetria e de Raman apresentados anteriormente.
107
(A) (B)
(C) (D)
Figura 5.24: Micrografias dos catalisadores NiAl (A), NiCaAl (B), NiMgAl (C) e NiNbAl (D) após a reação,
com ampliação de 6000x
h-1 para 80.000 h-1, em termos da diminuição da conversão global (Figura 5.25A), conversão a
gás (Figura 5.25B) e rendimento em hidrogênio (Figura 5.25C). Esse comportamento já era
esperado, pois em altas velocidades espaciais, o tempo de contato é menor para a quebra das
ligações C-C e O-H (YADAV et al., 2017). O aumento da conversão a gás e do rendimento em
hidrogênio observados em função da elevação da velocidade espacial de 20.000 h-1 para 25.000
h-1, principalmente para a temperatura de 450 °C, pode estar associado à maior formação de
coque pela reação de decomposição do metano (Eq. 5.5) a 20.000 h-1. Essa reação é favorecida
em baixas velocidades espaciais, o que contribui para menor conversão a gás e menor produção
de hidrogênio em comparação à reação de reforma a vapor do metano (Eq. 5.6). Essa hipótese
corrobora com o aumento expressivo no rendimento em metano (Figura 5.21F) de 10,7 % a
20.000 h-1 para 49,4 % a 25.000 h-1.
𝐶𝐻4 ↔ 𝐶 + 2 𝐻2 ∆𝐻 500 °𝐶 = −314 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.5)
𝐶𝐻4 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂 + 3 𝐻2 ∆𝐻 500 °𝐶 = 222 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.6)
500 °C
Conversão (%)
80
80
60
60
40
40 400 °C
450 °C 20
500 °C (A) (B)
20 0
20 40 60 80 20 40 60 80
GHSV x10³ (h-1) GHSV x10³ (h-1)
80
50
400 °C (D)
400 °C
450 °C
Rendimento em H2 (%)
Rendimento em CO (%)
450 °C
60 500 °C 40
500 °C
30
40
20
20
10
(C)
0 0
20 40 60 80 20 40 60 80
GHSV x10³ (h-1) GHSV x 10³ (h-1)
109
400 °C (F)
80 50 400 °C
450 °C
Rendimento em CO2 (%)
20 10
(E) 0
0
20 40 60 80 20 40 60 80
GHSV x10³ (h-1) GHSV x10³ (h-1)
12000 100
(G) (H)
Taxa de produçao de H2 (mmol/g.min)
Seletividade de H2 (%)
10000
80
8000
60
6000
40 400 °C
4000 400 °C 450 °C
450 °C
500 °C
500 °C
2000 20
20 40 60 80 20 40 60 80
GHSV (x10³ h-1) GHSV (x10³ h-1)
Figura 5.25: Efeitos da velocidade espacial e temperatura na conversão global (A), conversão a gás (B),
rendimento em H2 (C), rendimento em CO (D), CO2 (E) e CH4 (F), taxa de produção de H2 (G) e seletividade a
H2 (H) na reforma a vapor de butanol utilizando o catalisador NiMgAl.
a velocidade de 20.000 h-1, o que corrobora a maior formação de coque em baixas velocidades
espaciais. Nas temperaturas de 400 e 500 °C, o perfil de diminuição da conversão a gás
acompanha o perfil de redução da conversão global em função do aumento da velocidade
espacial. A diferença entre a conversão e a conversão a gás é maior a 400 °C, indicando que a
produção de coque e subprodutos líquidos é favorecida em baixas temperaturas. Já a 450 °C,
observa-se um perfil distinto, visto que a conversão a gás decresce continuamente a partir de
25.000 h-1, enquanto a conversão global permanece elevada e praticamente constante até a
velocidade espacial de 75.000 h-1, aumentando assim a diferença entre a conversão global e a
conversão a gás para maiores velocidades espaciais. Esse comportamento pode indicar uma
maior formação de subprodutos líquidos em altas velocidades espaciais, como butiraldeído e
ácido butírico, o que é razoável, visto que em altas velocidades espaciais, não há tempo
suficiente para a quebra das ligações C-C, desfavorecendo a formação dos gases CO e CO2.
Outra hipótese é que em maiores velocidades espaciais, o desfavorecimento da reação de
reforma é maior do que o desfavorecimento das reações de decomposição do butanol e do
metano (Eq. 5.5), as quais contribuem para uma maior formação de coque, comprometendo
assim a conversão a gás sem diminuir a conversão global. A diminuição do rendimento em
metano para maiores velocidades espaciais corrobora essa hipótese.
As Figuras 5.25D e 5.25E mostram, respectivamente, os rendimentos em CO e CO2 em
função do aumento da velocidade espacial. Observa-se, primeiramente, um aumento do
rendimento em CO2 pelo aumento da velocidade espacial de 20.000 h-1 para 25.000 h-1, o que
pode estar associado ao maior consumo de CO2 para formação de coque pela reação de redução
do CO2 (Eq. 5.3) e do CO (Eq. 5.4) em 20.000 h-1, contribuindo para diminuição do rendimento
em hidrogênio. Para maiores velocidades espaciais, verifica-se uma tendência de diminuição
significativa dos rendimentos dos gases CO2 e CH4, o que pode estar associado ao
desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água (Eq. 5.7) e da reação de decomposição
do butanol (Eq. 5.8), respectivamente. O rendimento em CO apresenta pequenas oscilações,
principalmente a 400 e 450 °C, o que pode ser explicado pela ação de dois efeitos antagônicos
pelo aumento da velocidade espacial: a diminuição da atividade da reação de reforma, o que
gera menos CO, e a diminuição da atividade da reação de deslocamento gás-água, o que
consome menos CO. Dessa forma, o rendimento em CO apresenta um valor máximo na
velocidade espacial de 60.000 h-1, atingindo 12,1% a 450 °C e 12,2 % a 500 °C.
𝐶𝑂 + 𝐻2 𝑂 ↔ 𝐶𝑂2 + 𝐻2 ∆𝐻 500 °𝐶 = −37,3 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.7)
𝐶4 𝐻10 𝑂 ↔ 𝐶𝑂 + 2𝐶𝐻4 + 𝐻2 + 𝐶 ∆𝐻 500 °𝐶 = 68,9 𝑘𝐽/𝑚𝑜𝑙 (Eq. 5.8)
111
espacial promove uma redução da produção dos gases, o que condiz com maior formação de
coque. Além disso, o decréscimo na produção pode ser atribuído à menor vazão molar de
butanol alimentada. A temperatura de 500 °C promove as maiores taxas de produção de CO2 e
H2, indicando o favorecimento da reação de reforma global. No entanto, a taxa de formação de
CO também é mais alta na maioria dos tempos espaciais, indicando o desfavorecimento da
reação de deslocamento gás-água em função da elevação da temperatura.
50
16
40
12
30
20 8
10 4
5 10 15 20 25 5 10 15 20 25
W/FAo(g.h/mol) W/FAo(g.h/mol)
8
TOF CO (min-1)
4 6
4
2
2
0 0
5 10 15 20 25 5 10 15 20 25
W/FAo(g.h/mol) W/FAo(g.h/mol)
Figura 5.26: Efeitos do tempo espacial e da temperatura nos TOF’s médios dos gases gerados: H2 (A), CO2 (B),
CO (C) e CH4 (D) na reforma a vapor de butanol utilizando o catalisador NiMgAl.
Na temperatura de 450 °C, apesar dos valores de TOFs médios de H2 serem similares
aos observados nas demais temperaturas, observa-se, principalmente para altos tempos
espaciais de 11,2 até 20,1 g.h/mol, TOFs médios de CO e de CO2 baixos e muito inferiores aos
valores obtidos a 500 °C. Além disso, verifica-se o crescente aumento do TOF médio de CH4
nessa faixa de tempo espacial, de 2,7 min-1 a 11,2 g.h/mol para 9,8 min-1 a 20,1 g.h/mol. Esses
comportamentos corroboram o favorecimento da reação de decomposição do butanol na
produção de hidrogênio para essa temperatura. Ademais, o aumento do tempo espacial de 20,1
114
para 25,1 g.h/mol a 450 °C resultou em uma drástica redução do TOF médio de CH4 para 1,81
min-1, indicando o favorecimento da formação de coque pela decomposição do metano.
Na temperatura de 400 °C, os valores de TOFs médios de H2 foram menores do que os
obtidos a 500 °C, corroborando a menor atividade da reação de reforma e maior consumo de
hidrogênio para as reações de formação de coque. Observa-se ainda menores TOFs médios de
CO a 400 °C do que a 500 °C, sugerindo uma maior atividade da reação de deslocamento gás-
água e da redução do CO em menores temperaturas.
A Figura 5.27 mostra as razões molares H2/CO2 e CO2/CO em função do tempo espacial
e da temperatura empregada. Observa-se que para baixos tempos espaciais, de 6,31 a 7,75
g.h/mol, a razão H2/CO2 para todas as temperaturas é muito similar e oscila em torno de 3, o
valor estequiométrico para a reação global de reforma. Isso indica a menor ocorrência de
reações paralelas para a formação de coque e metano nessas condições. Por outro lado, para
altos tempos espaciais (12,6 até 25,1 g.h/mol), essa razão tende a se afastar do valor
estequiométrico, devido à competição entre a reação de reforma e as demais.
5,0
(A) 400 °C 70 (B) 400 °C
4,5 450 °C 450 °C
Razão molar CO2/CO
Razão molar H2/CO2
500 °C 60 500 °C
4,0
50
3,5
40
3,0
30
2,5
20
2,0
10
1,5
0
1,0
5 10 15 20 25 5 10 15 20 25
W/FAo(g.h/mol) W/FAo(g.h/mol)
Figura 5.27: Efeitos do tempo espacial e da temperatura nas razões molares H 2/CO2 (A) e CO2/CO (B).
Na temperatura intermediária (450 °C), a razão H2/CO2 é superior a estequiométrica,
oscilando em torno de 3,5 para a maioria dos tempos espaciais avaliados. O aumento da razão
corrobora a formação de hidrogênio via decomposição direta do butanol, a qual produz H2, sem
formação de CO2, aumentando a razão. Para a temperatura de 400 °C, em altos tempos
espaciais, a razão oscila em torno de 2,4, valor menor do que 3, corroborando o maior consumo
do hidrogênio gerado para a formação de coque. Em 500 °C, a razão oscila em torno de 2,7,
valor mais próximo de 3, indicando o favorecimento da reação de reforma em maiores
temperaturas.
Em baixos tempos espaciais, de 6,31 até 9,16 g.h/mol, a razão CO2/CO é menor do que
12 para todas as temperaturas avaliadas, indicando que a reação de deslocamento gás-água é
115
menos favorecida nessas condições. Além disso, para essa faixa de tempo espacial, não se
observam diferenças significativas entre as temperaturas. Em tempos espaciais intermediários,
a razão atinge valores mais altos, 65,5 e 52 para as temperaturas de 400 e 450 °C,
respectivamente, no tempo espacial de 12,62 g.h/mol. Além disso, na maioria dos tempos
espaciais avaliados, a razão CO2/CO é menor para a temperatura de 500 °C, atingindo um valor
máximo de apenas 21,67 no tempo espacial de 11,21 g.h/mol. Esse comportamento corrobora
que a reação de deslocamento gás-água é favorecida em menores temperaturas devido à sua
natureza exotérmica e em tempos espaciais intermediários. Altos tempos espaciais tendem a
favorecer mais a decomposição do butanol e reações de formação de coque, as quais contribuem
para diminuir essa razão. Por outro lado, tempos espaciais muito baixos não são suficientes para
que a reação de deslocamento gás-água seja completa.
Zhang et al. (2013) também verificaram essa tendência para a reforma a vapor do etanol,
reportando que a diminuição do tempo espacial proporciona um aumento da produção de CO
em detrimento da produção de H2 e CO2, devido ao comprometimento da reação de
deslocamento gás-água, a qual ocorre em série a reação de reforma. Basagianni et al. (2007)
também reportaram o desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água pelo aumento do
GHSV de 4.880 para 16.570 h-1 para a reação de reforma a vapor do bio-óleo a 800 °C
empregando um catalisador de Ru/MgO-Al2O3.
A Figura 5.28 mostra os ajustes lineares de Arrhenius, relacionando a variação do TOF
médio de cada gás da reforma (H2, CO e CO2) com a temperatura. Para o ajuste, usou-se uma
média dos valores de TOF médio obtidos na faixa de GHSV de 20.000-80.000 h-1, de modo a
se obter uma estimativa preliminar dos valores de energia de ativação aparente. A Tabela 5.9
apresenta os coeficientes de determinação e as energias de ativação aparentes obtidas para cada
gás.
116
3
ln TOF (min-1) Equation
Plot ln TOF H2
Weight
2 Intercept 5,50965 ± 0,4265
H2 Slope -1296,19244 ± 306
Residual Sum of Squ 0,00174
CO Pearson's r -0,9731
CO2 R-Square (COD) 0,94692
Adj. R-Square 0,89384
1
0
1,30 1,35 1,40 1,45 1,50
-1
1000/T (K )
Figura 5.28: Ajustes de Arrhenius para os gases da reforma empregando o catalisador NiMgAl.
Tabela 5.9: Energia de ativação aparente para os gases da reforma empregando a unidade a pressão atmosférica.
Gás 𝐄 (kJ/mol) R²
H2 10,8 0,947
CO2 10,6 0,743
CO 30,9 0,998
et al., 2013). A energia de ativação aparente mais alta do CO, em torno de 31 kJ/mol, representa
a contribuição das reações de reforma e decomposição do butanol para a sua formação.
80 80
70 70
60 60
50 50
40 40
(A) (B)
30 30
20 25 30 35 40 20 25 30 35 40
GHSV x 103 (h-1) GHSV x 103 (h-1)
100
Conversão a gás (%)
90
80
70
60
50
(600 °C, 20 v/v %)
40 (600 °C, 30 v/v %)
(C) (600 °C, 40 v/v %)
30
20 25 30 35 40
GHSV x 103 (h-1)
Figura 5.29: Efeitos da velocidade espacial e da concentração de butanol na conversão a gás para as temperaturas
de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
maior tendência de formação de coque nessas condições. Nahar et al. (2010) reportaram uma
diminuição da formação de coque de aproximadamente 2,5 para 0,5 mols de C/mol de butanol
pelo aumento da razão molar vapor/butanol de 1 para 5 na temperatura de 600 °C, na condição
de equilíbrio termodinâmico. Além disso, um maior excesso de vapor de água na alimentação
favorece o deslocamento da reação de reforma e de deslocamento gás-água no sentido de
formação dos produtos, como também reportado por Dhanala et al. (2013) para a reforma a
vapor do isobutanol utilizando um catalisador de Ni/γ-Al2O3 na faixa de temperatura de 450-
650 °C. Os autores também constataram que altas razões vapor/carbono reduziram a formação
de coque.
Na temperatura de 500 °C (Figura 5.29A), as alimentações de 20 e 30 v/v % levaram a
resultados similares de conversão a gás em toda a faixa de GHSV avaliada, com maior diferença
de apenas 10% na velocidade espacial de 20.000 h-1. Por outro lado, a 550 °C (Figura 5.29B),
a tendência de aumento da conversão a gás com a diminuição da velocidade espacial e da
concentração de butanol na alimentação é mais notável. Na temperatura de 600 °C, similar ao
observado a 500 °C, as alimentações menos concentradas (20 e 30 v/v %) exibiram valores
próximos de conversão, diferenciando-se apenas na maior velocidade espacial empregada. O
ensaio conduzido com 20 v/v % manteve uma elevada conversão a gás, aproximadamente de
90 %, ao aumentar-se o GHSV de 20.000 para 30.000 h-1, já o ensaio realizado com 30 v/v %
apresentou uma redução desse parâmetro de 89 para 77 %.
Observa-se, de uma forma geral, que o aumento da temperatura de 500 para 600 °C
aumentou consideravelmente a conversão a gás, o que era esperado, visto que a reação de
reforma é altamente endotérmica e, portanto, favorecida em altas temperaturas. Por exemplo,
para a alimentação de 40 v/v % de butanol e GHSV de 20.000 h-1, a conversão a gás aumentou
de 52 para 91 % pelo incremento de temperatura. Além disso, observa-se que o aumento de
temperatura de 500 para 550 °C promove um maior aumento da conversão a gás para
alimentações mais diluídas (20 v/v %). Já para alimentações mais concentradas em butanol (30
e 40 v/v%), o aumento da conversão a gás pela elevação da temperatura de 500 para 550 °C
não é tão expressivo, o que pode ser atribuído à ocorrência de outras reações indesejadas, tais
como as reações de formação de coque, favorecidas pela alta concentração de butanol
alimentada.
A Figura 5.30 apresenta os resultados de rendimento em hidrogênio em função da
velocidade espacial e da concentração volumétrica de butanol na alimentação para cada
temperatura avaliada.
119
Os perfis para a temperatura de 500 °C (Figura 5.30A) e 550 °C (Figura 5.30B) são
similares, os rendimentos em H2 avaliados nas alimentações mais concentradas (30 e 40 v/v
%) diminuem com o aumento da velocidade espacial, seguindo a tendência da diminuição da
conversão a gás. Já para a alimentação menos concentrada (20 v/v %), apesar da diminuição da
conversão a gás, o rendimento em hidrogênio aumenta com o aumento da velocidade espacial,
o que sugere uma diminuição do consumo do H2 pelas reações de redução do CO e CO2 ou
favorecimento da reação de desidrogenação do butanol.
Rendimento em H2 (%)
Rendimento em H2 (%)
60 60
40 40
20 20
(A) (B)
20 25 30 35 40 20 25 30 35 40
GHSV x 103 (h-1) GHSV x 103 (h-1)
80
Rendimento em H2 (%)
70
60
50
40
30
(600 °C, 20 v/v %)
20 (600 °C, 30 v/v %)
(C) (600 °C, 40 v/v %)
10
20 25 30 35 40
GHSV x 103 (h-1)
Figura 5.30: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em H 2 para as temperaturas
de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
80 80
(500 ºC, 20 v/v %) (550 ºC, 20 v/v %)
Rendimento em CO2 (%)
60 60
50 50
40 40
30 30
(A) (B)
20 20
20 25 30 35 40 20 25 30 35 40
GHSV x 10³ (h-1) GHSV x 10³ (h-1)
80
Rendimento em CO2 (%)
70
60
50
40
25 25
(550 ºC, 20 v/v %)
(500 ºC, 20 v/v %)
Rendimento em CO (%)
(550 ºC, 30 v/v %)
Rendimento em CO (%)
15 15
10 10
5 5
(A) (B)
0 0
20 25 30 35 40 20 25 30 35 40
GHSV x 10³ (h-1) GHSV x 10³ (h-1)
25
Rendimento em CO (%)
20
15
10
Esse mesmo efeito pode ser constatado nos ensaios realizados a 600 °C, visto que há
um aumento do rendimento em CO para a alimentação de 20 v/v % pelo aumento do GHSV.
Por outro lado, para baixas velocidades espaciais, o efeito do favorecimento da reação de
deslocamento gás-água para a alimentação mais diluída se torna mais relevante, resultando em
um menor rendimento em CO em comparação com as demais concentrações. Para a
concentração de 40 v/v %, o baixo rendimento em CO pode ser atribuído ao favorecimento da
reação de redução do CO. Para a concentração intermediária, o rendimento em CO é superior,
indicando um desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água em relação à alimentação
de 20 v/v % e a inibição da reação de redução do CO em relação à alimentação de 40 v/v %.
Observa-se para todas as concentrações de butanol, um aumento do rendimento em CO
pelo aumento da temperatura, sugerindo uma diminuição da atividade da reação de
deslocamento gás-água e de hidrogenação do CO para formação de coque.
Os rendimentos em CH4 em função da velocidade espacial e da concentração de butanol
na alimentação para cada temperatura avaliada estão apresentados na Figura 5.33. Para a menor
temperatura (Figura 5.33 A), apenas observa-se uma diferença significativa entre os
rendimentos em metano para a menor velocidade espacial, possivelmente devido à maior
tendência de formação de coque nessa condição. A concentração mais diluída apresentou o
menor rendimento em metano, o que está associado a uma baixa atividade das reações de
metanação. O aumento da concentração de 20 para 30 v/v % promoveu um aumento do
rendimento em CH4 de 17 para 29 %, sugerindo um favorecimento da reação de decomposição
do butanol para formação de metano. Já um aumento adicional da concentração para 40 v/v %
gerou uma redução no rendimento em metano para 21 %, atribuído ao maior consumo do
metano gerado para formação de coque via reação de decomposição do metano. Para a
temperatura intermediária de 550 °C, o comportamento é semelhante ao explicado
anteriormente. No entanto, também se observa uma diferença significativa entre os rendimentos
em metano na velocidade espacial de 30.000 h-1.
125
40 40
(500 ºC, 20 v/v %) (550 ºC, 20 v/v %)
20 20
10 10
(A) (B)
0 0
20 25 30 35 40 20 25 30 35 40
GHSV x 10³ (h-1) GHSV x 10³ (h-1)
40
(600 ºC, 20 v/v %)
Rendimento em CH4 (%)
20
10
(C)
0
20 25 30 35 40
GHSV x 10³ (h-1)
Figura 5.33: Efeitos da velocidade espacial e concentração de butanol no rendimento em CH4 para as
temperaturas de 500 °C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
TOF (min-1)
TOF (min-1)
80 80
40 40
0 0
4 5 6 7 8 9 10 4 5 6 7 8 9 10
W/FAO (g.h/mol) W/FAO (g.h/mol)
160 TOF H2
(C)
TOF CO2
TOF CO
120 TOF CH4
TOF (min-1)
80
40
0
4 5 6 7 8 9 10
W/FAO (g.h/mol)
Figura 5.34: Perfis dos TOFs médios dos gases gerados nas reações conduzidas com 20 v/v % de butanol a 500
°C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
A Figura 5.35 mostra os resultados dos TOFs médios de cada gás produzido com
alimentação de 30 v/v % de butanol em função do tempo espacial para cada temperatura. O
comportamento a 550 °C é similar ao observado a 600 °C, atribuído também ao favorecimento
da reação de reforma em baixos tempos espaciais. Para a temperatura de 500 °C, o aumento do
TOF médio de H2 associado ao aumento do TOF médio de CH4 com o aumento do tempo
espacial pode indicar o favorecimento da reação de decomposição do butanol em detrimento da
reação de reforma.
128
200 200
(A) TOF H2 (B) TOF H2
TOF CO2 TOF CO2
160 160 TOF CO
TOF CO
TOF CH4
TOF (min-1)
TOF (min-1)
TOF CH4
120 120
80 80
40 40
0 0
3 4 5 6 3 4 5 6
W/FAO (g.h/mol) W/FAO (g.h/mol)
200
(C) TOF H2
TOF CO2
160 TOF CO
TOF CH4
TOF (min-1)
120
80
40
0
3 4 5 6
W/FAO (g.h/mol)
Figura 5.35: Perfis dos TOF’s médios dos gases gerados nas reações conduzidas com 30 v/v % de butanol a 500
°C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
A Figura 5.36 mostra os resultados dos TOFs médios de cada gás produzido com
alimentação de 40 v/v % de butanol em função do tempo espacial para cada temperatura
avaliada. Observa-se que o aumento do tempo espacial promove um decréscimo do TOF médio
de H2 e de CO2, indicando um maior consumo desses gases para a geração de coque pelas
reações de redução de CO e de CO2. Os valores de TOF médio de CO permanecem praticamente
constantes, mas superiores aos obtidos com alimentações mais diluídas de butanol (20, 30 v/v
%), indicando o desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água.
129
250 250
(A) TOF H2 (B) TOF H2
TOF CO2 TOF CO2
200 200
TOF CO TOF CO
TOF CH4 TOF CH4
TOF (min-1)
TOF (min-1)
150 150
100 100
50 50
0 0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
W/FAO (g.h/mol) W/FAO (g.h/mol)
250
(C) TOF H2
TOF CO2
200 TOF CO
TOF CH4
TOF (min-1)
150
100
50
0
2,0 2,5 3,0 3,5 4,0
W/FAO (g.h/mol)
Figura 5.36: Perfis dos TOF’s médios dos gases gerados nas reações conduzidas com 40 v/v % de butanol a 500
°C (A), 550 °C (B) e 600 °C (C).
20 v/v %
3,5 30 v/v %
40 v/v %
2,5
2,0
1,5
500 520 540 560 580 600
Temperatura (°C)
Figura 5.37: Razão molar H2/ CO2 em função da temperatura e da concentração de butanol alimentada
empregando GHSV = 30.000 h-1.
A Figura 5.38 mostra a razão molar H2/CO em função da temperatura e concentração
de butanol alimentada, utilizando os ensaios conduzidos na velocidade espacial intermediária
(GHSV de 30.000 h-1). Verifica-se uma diminuição da razão pelo aumento da temperatura, o
que indica um desfavorecimento da reação de deslocamento gás-água. Além disso, para a menor
temperatura avaliada observa-se uma razão superior para a alimentação menos concentrada, 24
para 20 v/v % e 18 para 30 e 40 v/v %. Esse resultado corrobora o favorecimento da reação de
deslocamento gás-água devido à presença de um maior excesso de vapor d’água na alimentação.
20 v/v %
24
30 v/v %
Razão molar H2/CO
40 v/v %
20
16
12
4
500 520 540 560 580 600
Temperatura (ºC)
Figura 5.38: Razão molar H2/CO em função da temperatura e da concentração de butanol alimentada
empregando GHSV = 30.000 h-1.
131
20 v/v %
30 v/v %
Razão molar CO2/CO
12
40 v/v %
favorecimento das reações de reforma do butanol e do metano. Para a razão molar mais alta
(12), a seletividade a metano foi inferior a 5 % a 600 °C e negligenciável a 900 °C.
40
20 v/v %
30 v/v %
20
10
0
500 520 540 560 580 600
Temperatura (ºC)
Figura 5.40: Razão molar H2/CH4 em função da temperatura e da concentração de butanol alimentada
empregando GHSV = 30.000 h-1.
Equation y = a + b*x
Plot 20 v/v %
Weight No Weighting
Intercept 11,68375 ± 1,46791
(A) 20 v/v % Slope(B) -5816,01805 ± 1203,62773 20 v/v %
5,2 0,01593
30 v/v %
Residual Sum of Squares
4,2 30 v/v %
Pearson's r -0,97925
40 v/v %
2,5
2,0
1,5
1,0
Tabela 5.10: Energia de ativação aparente para formação de hidrogênio, CO 2 e CO para cada alimentação de
butanol empregada, e os respectivos coeficientes de determinação.
Alimentação 𝐄𝐇𝟐 R² 𝐄𝐂𝐎𝟐 R² 𝐄𝐂𝐎 R²
(v/v %) (kJ/mol) (kJ/mol) (kJ/mol)
20 48,3 0,959 14,1 0,942 67,8 0,999
30 35,3 0,997 11,4 0,783 94,5 0,967
40 40,7 1,000 17,0 0,913 70,9 1,000
A Tabela 5.11 mostra os modelos globais de lei de potências usados para ajustar os
dados da unidade a pressão atmosférica com alimentação diluída de butanol (10 v/v %). As
seguintes hipóteses foram adotadas: reação de reforma de butanol foi considerada irreversível
e existência de um grande excesso de vapor na alimentação. No primeiro modelo (LPOEB), a
ordem em relação ao butanol foi estimada, já no segundo modelo (LPOB1) adotou-se um
modelo de pseudoprimeira ordem em relação ao butanol.
Tabela 5.11: Ajustes dos modelos aos dados cinéticos obtidos na unidade a pressão atmosférica e alimentação
diluída (10 v/v %).
Nome Modelo Parâmetro Valores Fobj χ²máx χ²mín
0,7 ± 0,3
a1 7,0 ± 2,4
𝛼
b1 5,2 ± 1,7
LPOEB (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 126,6 21,3 54,4
E 21,4 ± 6,8
(kJ/mol)
k0 0,2 ± 1,3
a1 4,6 ± 0,6
b1 5,7 ± 1,8
LPOB1 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 E 23,2 ± 7,3 132,9 22,1 55,7
(kJ/mol)
k0 3,1 ± 2,8
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
R² = 0,72 R² = 0,72
-1 -1
-1 0 1 2 3 4 5 -1 0 1 2 3 4 5
Concentração experimental x 10-4 (mol/L) Concentração experimental x 10-4 (mol/L)
Figura 5.42: Concentração experimental vs calculada: ajuste dos modelos LPOEB (A) e LPOB1 (B) aos dados
experimentais de butanol com alimentação diluída (10 v/v %) e pressão atmosférica.
A Tabela 5.12 apresenta os resultados dos ajustes dos modelos globais de lei de
potências utilizando os dados obtidos na unidade PID na faixa de temperatura de 500-600 °C,
pressão igual a 2 atm e concentração volumétrica de butanol alimentada entre 20 e 40 v/v %.
Em ambos os modelos, foi adotada ordem 1 em relação ao butanol. No modelo LPOB1EV, a
ordem em relação ao vapor de água foi estimada, já no modelo LPOB1V0, a ordem em relação
ao vapor foi considerada igual a zero.
Tabela 5.12: Ajustes dos modelos aos dados da unidade PID.
Nome Modelo Parâmetro Valores Fobj χ²min χ²max
β 0,4 ± 0,7
a1 4,3 ± 2,2
𝛽
b1 13,3 ± 5,3
LPOB1EV (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 𝐶𝑉𝑎𝑝 56,2 33,2 72,6
E 54,3 ± 21,8
(kJ/mol)
k0 8103,1 ± 1308,8
a1 5,4 ± 1,2
b1 11,5 ± 1,0
LPOB1V0 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 E 47,0 ± 4,1 58,0 33,2 73,8
(kJ/mol)
k0 473,4 ± 20,0
1,6 1,6
1,2 1,2
0,8 0,8
0,4 0,4
0,0 0,0
R² = 0,98 R² = 0,98
0,0 0,4 0,8 1,2 1,6 0,0 0,4 0,8 1,2 1,6
Concentração experimental x 10-3 (mol/L) Concentração experimental x 10-3 (mol/L)
Figura 5.43: Concentração experimental vs calculada: ajuste dos modelos LPOB1EV (A) e LPOB1V0 (B) aos
dados experimentais obtidos na PID.
A Tabela 5.13 mostra a qualidade dos ajustes dos modelos de lei de potências globais
ao conjunto de dados experimentais obtido nas duas unidades. No modelo LPIOEBV, as ordens
em relação ao butanol e ao vapor d’água foram estimadas, iguais a 1 e 0,4, respectivamente.
Valores idênticos aos obtidos nos modelos anteriores ajustados aos dados de cada unidade.
Nesse modelo a ordem em relação ao vapor não apresentou significado estatístico, visto que
considerando a barra de erro, o valor pode ser nulo. Dessa forma, considerando os resultados
obtidos, no modelo LPIOB1V0 adotou-se ordem 1 para o butanol e ordem zero para o vapor.
Tabela 5.13: Ajustes dos modelos aos dados experimentais obtidos nas duas unidades.
Nome Modelo Parâmetro Valores Fobj χ²min χ²max
α 1,00 ± 0,01
β 0,4 ± 0,6
a1 9,4 ± 1,5
𝛼 𝛽 b1 26,0 ± 6,3
LPIOEBV (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 𝐶𝑉𝑎𝑝 387,0 98,6 161,2
E 106,0 ± 25,9
(kJ/mol)
k0 160,3 ± 0,8
(x105)
a1 9,8 ± 1,1
b1 22,5 ± 0,9
E 92,0 ± 3,8
LPIOB1V0 (−𝑟𝐵𝑢𝑡 ) = 𝑘𝐶𝐵𝑢𝑡 388,8 100,3 163,5
(kJ/mol)
k0 334,4 ± 0,5
(x103)
140
12 12
8 8
4 4
0 0
R² = 0,96 R²=0,95
0 4 8 12 16 0 4 8 12 16
Concentração experimental x 10-4 (mol/L) Concentração experimental x 10-4 (mol/L)
Figura 5.44: Concentração de butanol experimental vs calculada; ajuste dos modelos LPIOEBV (A) e
LPIOB1V0 (B) aos dados experimentais obtidos nas duas unidades.
(−𝑟𝐵𝑢𝑡 )𝜌𝑐 𝑅𝑝 ²
𝐶𝑊𝑃 = ≪1 (Eq. 5.13)
𝐷𝑒𝑓 𝐶𝐵𝑢𝑡,𝑠
(NiMgAl) nas condições de maior conversão na Unidade de pressão atmosférica (500 °C,
20.000 h-1 e 10 v/v % de butanol) e nas condições de maior temperatura, menor concentração
de butanol e menor velocidade espacial na PID (600 °C, 20.000 h-1 e 20 v/v % de butanol). As
taxas foram calculadas adotando-se o modelo de Lei de potências de pseudoprimeira ordem
para o butanol ajustado neste trabalho, considerando a concentração inicial de butanol. A
concentração de butanol na superfície foi estimada igual a concentração bulk inicial de butanol,
considerando desprezível a limitação difusional extrapartícula, o que foi comprovado pelo
critério de Mears.
Os coeficientes de transferência de massa para cada unidade foram calculados a partir
das equações 5.14 a 5.17.
𝑑𝑝 𝜌𝑓 𝑣
𝑅𝑒𝑝 = (Eq.5.14)
𝜇
𝜇
𝑆𝑐 = 𝜌 (Eq.5.15)
𝑓 𝐷𝑒𝑓
6.1- Conclusões
promotores, visto que os picos de redução do NiMgAl são observados em maiores temperaturas.
Observou-se ainda a presença de espécies de aluminato de níquel, principalmente no catalisador
NiAl. A adição de todos os promotores reduziu a formação de aluminato de níquel, o que foi
associado no caso dos catalisadores NiMgAl e NiCaAl à competição dos íons Mg2+ e Ca2+ com
os íons Ni2+ pelas vacâncias na estrutura da alumina. O grau de redução dos catalisadores se
deu na ordem NiNbAl = NiCaAl (99%) > NiAl (90%) > NiMgAl (86%), indicando que a adição
de nióbia e óxido de cálcio aumentou a redutibilidade do níquel nas condições do TPR.
As análises de dessorção à temperatura programada (TPD) de NH3 mostraram que todos
os catalisadores apresentam sítios ácidos predominantemente fracos. Além disso, a
incorporação dos promotores óxidos de magnésio, cálcio e nióbio diminuiu a acidez do
catalisador em comparação com o catalisador suportado em alumina. A maior diminuição da
acidez de 458,9 para 71,5 µmol/gcat foi observada pela incorporação da magnésia, o que foi
associado à sua maior dispersão no suporte de alumina e maior neutralização dos sítios ácidos.
A adição de todos os promotores também diminui a força ácida dos sítios, visto que os
picos de dessorção de amônia foram deslocados para uma faixa de menor temperatura. Através
da análise de FTIR-piridina, observou-se que a presença de nióbia introduziu sítios ácidos de
Brönsted no catalisador. No entanto, o efeito de enfraquecimento dos sítios ácidos de Lewis
devido à neutralização de grupos hidroxila foi mais relevante, de modo que a força ácida total
foi diminuída pela incorporação de nióbia.
As análises de dessorção à temperatura programa (TPD) de CO2 mostraram um aumento
da basicidade total e da força dos sítios básicos pela presença dos promotores MgO e
principalmente CaO. O catalisador NiCaAl apresentou um pico intenso centrado a 795 °C, o
qual foi associado a presença de espécies CaO segregadas, o que corrobora a baixa interação
do óxido de cálcio com o suporte de alumina.
A análise de termogravimetria e análise térmica diferencial mostraram uma maior
formação de coque normalizada por carbono convertido para o catalisador NiCaAl. Além disso,
o deslocamento dos picos de ATD do NiCaAl para menores temperaturas em relação aos demais
catalisadores foi associado a maior fração de coque amorfo sobre este, o qual é mais prejudicial
por recobrir a superfície catalítica e leva a uma maior desativação, como foi constatado para
esse catalisador. As micrografias revelaram maior formação de coque amorfo sobre os
catalisadores. No entanto, um maior recobrimento das partículas de níquel foi observado para
os catalisadores NiCaAl e NiAl, corroborando novamente o pior desempenho desses
catalisadores.
146
foi associado a uma maior formação de coque nessas condições. Notou-se ainda que a reação
de reforma a vapor é favorecida em altas temperaturas e em baixas velocidades espaciais. O
aumento da velocidade espacial de 20.000 h-1 para 80.000 h-1 reduziu o rendimento em
hidrogênio de 65 % para aproximadamente 20 % a 500 °C. Já o aumento de temperatura de
400 °C para 500 °C, mantendo a velocidade espacial em 20.000 h-1, promoveu um aumento do
rendimento em hidrogênio de 50% para 65%. O aumento de rendimento de CO pelo aumento
da temperatura de 400 °C para 500 °C indicou um desfavorecimento da reação de deslocamento
gás-água para maiores temperaturas. Enquanto o aumento do rendimento em CO2 em função
da elevação da temperatura foi associado ao favorecimento da reação de reforma e inibição da
reação de redução do CO2 para formação de coque. Constatou-se ainda uma inibição da
formação de metano pelo aumento da temperatura de 450 °C para 500 °C. Na temperatura de
400 °C, o baixo rendimento em metano foi atribuído ao seu consumo na reação de
decomposição do metano.
Observou-se na unidade PID que o aumento da concentração volumétrica de butanol na
alimentação de 20% v/v para 40 % v/v reduziu o rendimento em hidrogênio na faixa de
velocidade espacial GHSV de 20.000 h-1 até 40.000 h-1 e faixa de temperatura de 500-600 °C,
associado ao aumento da formação de coque e ao desfavorecimento da reação de reforma e da
reação de deslocamento gás-água, ou seja, ao deslocamento no sentido dos reagentes. Além
disso, alimentações mais diluídas (20 v/v %) desfavorecem as reações de metanação,
diminuindo a formação de metano.
O ajuste da equação de Arrhenius aos dados de TOF médio dos gases gerados nos
ensaios realizados na unidade 1 (pressão atmosférica, 400-500 °C e 10 v/v % butanol) revelaram
baixas energias de ativação para o H2 e para o CO2, aproximadamente 11 kJ/mol, indicando que
ambos os gases são produtos primários de uma mesma reação e que a reação de deslocamento
gás-água tem papel relevante na produção desses gases nessas condições reacionais. Por outro
lado, a maior energia de ativação (31 kJ/mol) para o CO, sugeriu uma maior contribuição da
reação de reforma e decomposição do butanol para a formação desse gás.
No caso do ajuste de Arrhenius aos dados obtidos na PID (pressão de 2 atm, 500-600 °C/
20-40 v/v %), cujas condições reacionais são mais desfavoráveis a reação de deslocamento gás-
água em comparação com as empregadas na unidade anterior, observou-se maiores energias de
ativação para o H2 e para o CO2. Para a alimentação de 40 v/v % de butanol, em que o R² foi 1,
as energias aparentes foram de 40,7 para o H2 e 70,9 para o CO. Já a energia de ativação do
CO2 foi mais baixa (17 kJ/mol), corroborando a ocorrência da reação global de reforma em
duas etapas: reforma seguida da reação de deslocamento gás-água.
148
Avaliar o efeito de diferentes teores dos promotores (MgO, Nb2O5 e CaO) nos
catalisadores.
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