(Mellanie Novais, Especial para o E-Investidor) – O mercado de trabalho sofre constantes modificações e se adapta às novas tecnologias, que se aprimoram rapidamente. Com isso, é normal que algumas profissões deixem de existir, enquanto outras são criadas. Um exemplo é o caso do trader, que até pouco tempo atrás quase ninguém ouvia falar sobre a ocupação que agora pode ser chamada de a “profissão do momento”.
Leia também
Conheça mais sobre a atividade.
O que é trade?
Antes de entender o que faz um trader, é preciso
compreender melhor o que esses profissionais lidam em seu cotidiano. Como o nome sugere, um trader é aquele que trabalha com trade (ou trading). Basicamente, trade é como se chama a operação de compra e venda de ativos (ações) no curto prazo. No mercado de ações, há dois tipos mais comuns de trade: o swing trade e o day trade.
Swing trade
O swing trade corresponde às operações feitas
pensando em um horizonte de dias ou até semanas. Nesse caso, o investidor adquire os ativos e os vende dentro desse prazo, escolhendo a data certa a partir de dois tipos de análises: a fundamentalista e a técnica.
Ao fazer uma análise fundamentalista para entender o
melhor momento de venda das ações, observa-se os fundamentos da empresa, do setor e do mercado. Porém, é a análise técnica que tem uma maior influência, uma vez que ela se baseia no estudo do comportamento do ativo ao longo do tempo — são observados gráficos que indicam as oscilações da ação e possibilitam entender a melhor hora para fazer a venda.
Day trade
A diferença fundamental do day trade para o swing
trade é o fato de que, neste caso, a compra e a venda das ações é feita em um único dia. São operações de prazo extremamente curto e que podem durar alguns minutos ou horas, mas que nunca ultrapassam o prazo de um dia.
Nesse caso, para calcular o momento propício para a
venda, os investidores utilizam apenas a análise técnica. Isso porque a oscilação do valor de mercado dos ativos não pode ser explicada por um cenário fundamentalista quando se pensa em curtíssimo prazo. Então, faz-se necessário observar os gráficos para entender a variação e fazer um bom negócio, tomando uma decisão rápida e assertiva.
O trader que opera em day trade tem como base fundamental
a análise técnica, orientada por gráficos que permitem observar a volatilidade dos ativos. (Foto: Unsplash)
O que faz um trader?
Portanto, um trader é o profissional que realiza a
operação de trade, seja em seu modelo swing trade, seja em day trade. Então, ele atua no mercado financeiro em busca das melhores oportunidades de aplicação e rentabilidade, podendo trabalhar de forma autônoma ou para determinadas empresas do setor.
Em todos os casos, o investimento do trader no
mercado e na Bolsa de Valores é sempre feito visando a um ganho de dinheiro em curto (ou curtíssimo) prazo, usando as volatilidades do mercado de forma favorável às suas aplicações.
Quando alocado em empresas, esse profissional exerce
funções específicas que permitem a busca pelos melhores rendimentos. Nesse cenário, o trader pode atuar em áreas diversas, como análise de tendências de mercado, compra e venda, importação e exportação, negociação direta e desenvolvimento de projetos para transações comerciais.
O que é preciso para ser um trader?
Embora essa profissão seja relativamente nova no
mercado, e a grande maioria dos profissionais atue de forma autônoma, visando seus ganhos individuais e sem prestação de serviços a empresas, ainda assim são importantes alguns conhecimentos prévios e até mesmo certificações que garantam uma melhor atuação.
Ainda não há uma formação específica para ser um
trader, mas considerando o fato de que o mercado financeiro é instável e imprevisível, esses profissionais precisam estar constantemente atualizados e atentos às mudanças do cenário econômico. O que faz ser imprescindível que o trader tenha noções aprofundadas de economia — assim não fica à mercê da sorte em suas operações.
Então, para ser um trader de sucesso, é preciso que o
profissional busque conhecer os fundamentos teóricos e específicos do mercado e da Bolsa de Valores. Também é possível investir na especialização por meio de graduações, como Administração e Economia, ou cursos técnicos na área de Gestão Financeira e de Negócios.
No caso de o trader já contar com uma dessas
formações superiores, ainda é possível investir em cursos específicos, pós-graduações e MBAs com foco no desenvolvimento das habilidades e percepções necessárias para uma atuação nas operações de trade.
Como começar as operações?
Antes de começar as operações de trade, é importante
definir qual é o tipo de atuação desejada, uma vez que o trader pode trabalhar de maneira autônoma ou prestar serviços a empresas.
Quando alocado em empresas, o profissional costuma
iniciar as operações com base nas ferramentas e orientações fornecidas pela instituição. Já no caso dos autônomos, o que corresponde a grande maioria desses profissionais, são necessários outros passos.
Primeiro, é preciso escolher uma corretora para fazer
as operações de compra e venda dos ativos. Os fatores que influenciam essa decisão estão relacionados com as taxas e os serviços de infraestrutura oferecidos. É preciso que o trader observe alguns pontos, como a disponibilidade de ferramentas de stop loss (ordem de venda programada para ser disparada automaticamente) e trailing stop (ajusta de forma automática o posicionamento do stop loss), garantindo a proteção de seus ganhos.
Ainda, outra dica importante é começar as operações
com o risco controlado, utilizando uma pequena porção do patrimônio, literalmente um dinheiro que “pode” ser perdido. A evolução dos ganhos virá com o tempo e o aprendizado das operações, momento em que será propício para aumentar o volume investido.
Riscos e vantagens de ser um trader
O maior risco envolvido nas operações de trade, assim
como é comum no mercado dos investimentos, é perder o dinheiro investido. No caso do trade, a diferença é que os riscos são proporcionais ao potencial de rentabilidade, fazendo ser mais expressivos em comparação a outras aplicações.
Mesmo assim, a partir de recursos como o stop less, é
possível minimizar esses riscos, embora não exista uma forma de eliminá-los por completo. De forma que a principal maneira de ter maior segurança nas operações de trade é a partir do conhecimento do mercado financeiro e da Bolsa.
Os riscos envolvidos na profissão de trader são proporcionais
às rentabilidades que o profissional pode ter ao realizar as operações de trade. (Foto: Unsplash)
Média salarial e mercado de atuação
Apesar dos riscos, as vantagens de ser um trader
também são bastante atrativas. Nesse sentido, a média salarial e o mercado de atuação são dois fatores que se destacam.
Em relação ao mercado, o fato é que o profissional
não fica dependente de empresas e pode se aperfeiçoar por conta própria para trabalhar de maneira autônoma em busca dos seus lucros. O que impacta diretamente a questão do salário, que pode ficar na média dos R$5 mil mensais, variando de acordo com o capital investido e o tempo dedicado às operações, podendo ter uma rentabilidade de 2% até 10% ao mês.
Por fim, para estar por dentro dos melhores ativos e
notícias do mercado financeiro, o trader pode contar com o E-Investidor, que traz informações sobre o assunto diariamente e em tempo real.
Nossos editores indicam estes conteúdos para você
investir cada vez melhor
Conteúdo E-Investidor Day Trade Swing trade Trader
Uma abordagem simples ao investimento em acções: Um guia introdutório ao investimento em acções para compreender o que é, como funciona e as principais estratégias