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31 de outubro

O ressurgimento do mundo e a esperança diante do flagelo que motivou a criação da


Organização das Nações Unidas. Erroneamente se pensa que a ONU provém das causas
humantitárias; mas essas são causas marginais. A ONU foi criada, toda a sua Carta e estrutura,
tem como principal preocupação, mais do que justiça e direitos humanos, é a guerra e o uso da
força.

Antes do século XX essa questão da guerra não estava regulada. Haviam alguns
tratados bilaterais, alguns multilaterais, inibindo o uso da força. Desde antes de Santo
Agostinho havia a tentativa de se criar a noção de guerra justa, muitas vezes baseadas em
causas religiosas, como as Cruzadas.

Direito x Poder Político. Queria-se chegar à paz pelo Direito, por isso tenatava-se
proibir a guerra, tão prejudicial à economia. Lembrar de Norman Angell.

Os pensadores liberais/idealistas do século XIX diziam que os motivos da Primeira


Guerra foram os impulsos gananciosos e o principal meio de coibir o horror do conflito seria o
Direito, e foram criticados por Carr nos Vinte Anos de Crise.

Pacto Briand-Kellog que tenta criminalizar a guerra. A guerra leva a vencedores e


vencidos, a criminalização leva a criminosos. A opinião pública era considerada por Woodrow
Wilson como novo centro da política internacional. Acreditava no fim da diplomacia secreta,
em levar uma linguagem muito mais liberal para a Europa. Alguns realistas procuram culpar a
Alemanha pela Primeira Guerra, buscando proibir a posse de armas, e instituindo perda de
territórios, com um refém real acusado de ofensa contra a moralidade internacional (o
imperador germânico Wilhelm II) etc. Não apenas vencer a Alemanha, mas humilhá-la,
envergonhá-la internacionalmente.

Um Estado sempre foi considerado como Estado a partir do momento em que pudesse
fazer guerra. Na agressão há um agressor e um agredido, colocando um peso moral no autor
da violência; conflito armado, há dois ou mais Estados se enfrentando. O Tratado de Versalhes
aponta para uma nova organização política do sistema internacional, muito liberal, mas
pincelada com tons de punibilização.

Tratado Geral para a Renúncia da Guerra como um Intrumento de Política Nacional, de


1928, com 63 partes contratantes. Do jus ad bellum para o jus contra bellum. Criminaliza o
conflito armado, todas as partes comprometem-se a resolver suas conflitos de formas
pacíficas. Muito ingênuo, muito utópica; seus míseros dois artigos são obviamente
desrespeitados na Segunda Guerra que ocorre pouco depois.

No artigo 16 da Liga das Nações diz que se um membro do SI agredir um outro, será
considerado um agressor perante todos; a primeira medida é o rompimento das relações
políticas, econômicas, diplomáticas e tal. Apoiarão e auxiliarão inclusive com recursos das
medidas para fazer respeitar os compromissos da Sociedade. Não especifica nada além de
sanção, na verdade. Não impediu nenhuma vez o uso da força, fracassou. Sua efetividade
precisava de uma posição unânime, o que dificultava a sua ação, além disso não tinha exército;
ao contrário da ONU, não tem nenhuma condição em que autorize o uso da força.
Na Segunda Guerra, há uma dúvida quanto ao que fazer com os presos alemães e
japoneses. Churchill e Stalin queriam execução em massa; Truman e alguns outros queriam dar
uma moralidade à situação, criando um Tribunal Militar Internacional em Nuremberg, para dar
julgamento aos perdedores da guerra. Houve também o Tribunal de Tóquio, criado para julgar
os perdedores da guerra. Os vencedores não foram julgados. Direito criado após o fato, com
juízes dos vencedores e poucas chances de defesa, foi muito criticado.

Para falar em guerra no Direito Internacional Penal, foi criado o conceito do crime de
agressão. Posteriormente, o genocídio também, mais vinculado aos direitos humanos que ao
âmbito político. Querendo ou não, esses tribunais mexem com questões políticas; o tribunal
recomenda a população como um todo, quase toda a população era membro do partido
nazista. O sentimento de culpa era defendido como necessário, sua imposição impediria a
ascenção do nazismo novamente. Filme: Julgamento em Nuremberg.

É em busca de uma institucionalização que um estatuto para um Tribunal Penal


Internacional é criado, contando com a definição de agressão, bem como crimes contra a paz e
a segurança internacional. É a melhor resolução sobre o que é a agressão, como “o uso de
força armada contra a soberania, integridade territorial ou independência política de outro
Estado”. São exemplos “invasão ou ataque do território”, “ou qualquer ocupação militar,
mesmo temporária que resulte dessa invasão ou ataque, ou toda anexação, por meio do uso
da força”, “bombardeio do território”, “bloqueio territorial”, e também a ajuda a grupos
internos, que nem no caso da Nicarágua, também é considerado ato de agressão.

Na Carta das Nações Unidas está previsto no artigo 2, parágrafo 4, que todos os
membros deverão evitar em suas relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a
integridade territorial ou a dependência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação
incompatível com o propósito da ONU, que é evitar a guerra. O crime de ato de agressão,
ameaça da paz, ruptura da paz, tá determinado no artigo 39, pelo Conselho de Segurança da
ONU. Os EUA não entram no TPI, nem a Rússia nem a China, porque os juízes podem julgá-los
também por crimes de agressão e tal, pois suas condutas os sujeitam à isso, já até aconteceu.

Hague Invasion Act. Um presidente e seus soldados podem invadir um tribunal e


retirar seus réus se não fizer parte daquela instituição internacional.

Ler os artigos 39, 41, 42 e 51. O capitulo VII e o Artigo 2.

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