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MATRIZ DO PARECER

Elaborado por:
Disciplina:

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Cabeçalho

Órgão solicitante: Laboratório Remédios & Medicamentos Ltda

Assunto: Emissão de parecer sobre situação fática dentro do Laboratório Remédios & Medicamentos
Ltda, envolvendo o auditor interno e a alta direção, analisando suas condutas diante da situação
identificada pelo auditor interno e informada à alta diretoria, tem como premissa os princípios, teorias
e legislações pertinentes ao tema.

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Ementa
Quais ações integram as obrigações éticas e profissionais do auditor interno;
Como a empresa empregadora, representada pela alta diretoria deve responder aos
resultados da auditoria; Interpretação do caso fático com base nos princípios do
compliance e da governança corporativa; Posição hierárquica do auditor interno
dentro da estrutura empresarial; Comparativo de autonomia do adutor interno e do
compliance officer; Parecer final com emissão de opinião.

Princípio 1: O conselho de administração é responsável por acompanhar


o gerenciamento do risco de Compliance da instituição financeira deveria
aprovar a política do mesmo. Inclusive no que concerne ao documento
que estabelece uma área de Compliance permanente e efetiva. Como
mínimo, uma vez ao ano, o conselho de administração deve avaliar a
efetividade do gerenciamento do risco de Compliance.

Fonte: CARNEIRO E JUNIOR pg 40

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Relatório
A análise ora narrada desenvolve-se sobre o caso ocorrido no Laboratório
Remédios & Medicamentos Ltda, envolvendo o funcionário auditor e a alta diretoria
da empresa, a qual, após noticiada do problema idenficado na auditoria responde
com uma simples justificativa e uma ordem autoritária, sem, no entanto, considerar
os aspectos críticos da ocorrência.

Cláudio, auditor interno do Laboratório Remédios & Medicamentos Ltda,


constata que grande parte dos remédios injetáveis para crianças acima de 2 anos
venceriam no prazo de 3 meses, representanto risco aos tratamentos médicos que
seriam realizados com esses remédios. A alta diretoria da empresa assumiu que
este fato foi, inclusive, determinante para a aquisição dos remédios por menor preço
e para encerramento das denúncias de Cláudio orderam que em razão da
subordinação empregatícia, o mesmo deveria encerrar o assunto.

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Fundamentação
Inicialmente, cabe-nos verificar se o auditor interno Cláudio, desempenhou
seu papel dentro dos parâmetros definidos para sua atuação no controle dos riscos,
respeitando os princípios da integridade, objetividade, confidencialidade e
competência.
Considerando que a auditoria interna exerce seu papel de forma
independente, objetiva e destinada a acrescentar valor e melhoria nas operações da
organização, antecipando-se na minização dos potenciais danos, é necessário que o
auditor demonstre ser confiável em seu julgamento ao emitir uma opinião sobre a
área auditada sempre com isenção e fidedignidade ao fatos constatados, agindo
sempre de forma estritamente profissional.
Também, deverá apresentar o mais alto grau de objetividade profissional no
desenvolvimento da auditoria, resultando na coleta equilibrada de todas as
circunstâncias relevantes sem se influenciar por seus próprios interesses ou pelo
interesse dos outros.
Toda essa gama de atividades do auditor, obrigatoriamente precisa ser
pautada pela confidencialidade, para não infringir os direitos de propriedade das
informações, especialmente aquelas estratégicas e/ou características operacionais
da empresa, tendo por si a obrigação de manter essas informações sob sigilo
profissional, salvo quando obrigado à divulgação por força de lei ou judicial.
E, para que a auditoria se desenvolva e atinja satisfatoriamente seu resultado,
o profissional deverá demonstrar a competência que envolve, além dos aspectos
técnicos da auditoria, também o conhecimento do negócio e dos objetivos da
organização, tendo o poder/dever de recorrer a técnicos especializados que o
auxiliem a emitir uma opinião.
Paralelamente, temos a alta diretoria da empresa manifestando-se sobre o
resultado obtido pela auditoria constatando a evidência de risco em uma das
operações da empresa, cuja resposta também possui parâmetros para execer a boa
governança.

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Dentre eles, está a ponderada análise de riscos, pois, apesar de ser inerente
à atividade empresarial, a assunção de risco não pode ultrapassar os limites legais e
contratuais da ética.
Os diretores precisam, como principais agentes, apoiar e promover o
desenvolvimento íntegro das atividades empresariais, tomando para si a
responsabilidade de fomentar a governança corporativa e o compliance na cultura
da organização, apresentando-se como exemplo de comprometimento a ser
seguido, sob pena de fracassar o trabalho realizado por uma boa auditoria.

Princípio 3: A alta administração é responsável por estabelecer e divulgar


a política de Compliance da instituição, de forma a assegurar que está sendo
observada e deve manter o conselho de administração informado a respeito
do gerenciamento do risco de Compliance.
Fonte: CARNEIRO E JUNIOR pg 41

Dessa forma, é imprescindível que haja boa relação entre auditoria e alta
diretoria, evidenciando como cada elemento pode contribuir para o processo eficaz
de gestão de risco, compatibilizando-os com os valores e a cultura da empresa.

Considerações finais
A comunicação realizada por Claudio em razão da auditoria, possui um papel
importante no gerenciamento dos riscos do Laboratório Remédios & Medicamentos
Ltda, pois há sérias consequências a serem experimentadas pela empresa, caso o
uso dos remédios com prazo de validade expirado resulte em danos à população.
Como, ao contrário da auditoria interna realizada por Cláudio, a alta diretoria
não está comprometida com os preceitos da governanaça corporativa, haja vista a
deliberada decisão de compra dos temerários remédios, essa decisão pautada
exclusivamente em custo, poderá acarretar grande prejuízo à instituição como um
todo.

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Ou seja, é cediço que apesar da análise da auditoria, as decisões técnicas
não estão sendo tomadas corretamente, para minimizar os riscos da organização.
Dessa forma, seria imprescindível que Cláudio pudesse execer suas
atividades de forma estável, coerente e duradoura, sem colocar sua carreira em
risco ao apontar falhas, porém fica evidente a falta de independência e autonomia
em relação à direção da empresa.
É deveras grave o embasamento das decisões da alta diretoria do Laboratório
Remédios & Medicamentos Ltda, pois no caso em apreço os direitos fundamentais
da sociedade, quais sejam de transparência e saúde, estão sendo ameaçados.
No exercício função social da atividade empresarial, os direitos fundamentais
devem ser considerados como pré-requisitos para a concepção de uma sociedade
que proporcione dignidade de todos os indivíduos, o que se proporciona através da
busca da boa governança, tal como direitos humanos fundamentais.
Sendo assim, Cláudio, com a responsabilidade de monitorar, avaliar e realizar
recomendações visando a aperfeiçoar os controles internos e procedimentos
estabelecidos agiu corretamente ao apontar a conduta como de risco, contudo a
resposa da alta diretoria não encontra-se alinhada com a estratégia da empresa e
baseada na matriz de riscos, e seu comando para Claudio não falar mais no
assunto, impede-o de atuar proativamente no monitoramento da conformidade dos
agentes da governança perante as normas aplicáveis e recomendações destinadas
ao aperfeiçoamento do programa.

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Referências bibliográficas
CARNEIRO, Claudio; SANTOS JUNIOR, Milton de Castro. Compliance e Boa Governança
(Pública e Privada). Curitiba: Juruá, 2018.

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