( x ) Jean-Jacques Rousseau
( ) Immanuel Kant
( ) Friedrich Nietzsche
( ) René Descartes
( ) Platão
Luckesi trata ainda da pratica docente e as principais tarefas que a compõe. Sendo
elas: planejar, executar e avaliar. O planejamento é o ato estratégico de olhar além,
em longo prazo, visa o desenvolvimento intelectual, as habilidades e o tipo de
individuo que deve sair da escola para a sociedade. A execução é voltada para o
cumprimento dos objetivos, a ação propriamente dita, dai vem os registro de plano
de aula, semanários e diários de classe, é neste momento que o professor colocará
em prática toda a didática a sua disposição, recursos e técnicas desenvolvidas ao
longo de sua vida profissional.
O terceiro mas não menos importante, é a avaliação que deve ser continua,
formativa, preparatória e deve fazer parte de todas as etapas do processo de ensino
e aprendizagem. A avaliação ainda, deve ter caráter diagnostico para
replanejamento do professor, não pode ser usada como moeda de troca ou punição.
Avaliar é um ato amoroso, o bom professor preocupa- se em preparar seus alunos
para uma prova que mensurará o seu trabalho e não para classificar e eleger
melhores e piores.
Sendo assim, a prática docente crítica e construtiva vai além das teorias e
abordagens da pedagogia e da psicologia. A composição deste título eleva a
condição de profissional da educação à maestria, (arte de ensinar), atribui ao
educador o cuidado com o tratar cada etapa do processo de ensino, como enxergar
cada aluno, com dedicação e zelo e mais que isso, saber exatamente a importância
social de sua profissão.
Nos dias de hoje, ao tratarmos de educação, a ideia da filosofia não vem tão
claramente a cabeça. Geralmente a pedagogia e a pisicologia são as áreas de
referencia, contudo a filosofia está irraigada na educação, pois se você busca a
sabedoria, esta é sobre o homem e como educá-lo. Neste contexto os grandes
filósofos, como Platão, Aristóteles e Descartes tratam a respeito de como educar o
homem, sobre o mistério de como trazer a tona o melhor que o homem possui. Há
um consenso ideológico que os problemas da sociedade atual ocorrem devido à
falta de educação dos membros que a compõe, entretanto qual seria a educação
que resolveria os problemas atuais? É possível perceber que existem grandes
problemas ocorridos na sociedade que são causados por pessoas com muitos anos
de estudo, como a bolha. Dado isso seria necessário definir o que é educação, o
que é investir em educação e como investir em educação. Caso haja investimento
em estruturas, como adequar os valores dos alunos para utilizar o que a escola
oferece? Se houver aumento de salário de professor, isso o tornará mais motivado
para o cargo?
De fato os recursos são importantes, contudo a filosofia proporciona valores
que são essenciais para resolver os problemas da sociedade. Por isso desde a mais
alta antiguidade, filósofos e pensadores se ocuparam e se pré-ocuparam com o
problema da aprendizagem, sua origem, sua possibilidade, seu mecanismo. A
educação sempre foi, ao longo da história, e ainda hoje o continua a ser, objeto de
preocupação do homem. Além do mais, se partirmos do princípio de que o homem é
um ser de aprendizagem, fica fácil de entender porque a educação tem sido objeto
de pré-ocupação do homem em todos os tempos. O homem é um animal que possui
instintos, mas cuja maior parte de suas ações são determinadas pela sua
capacidade de aprendizagem, adquirindo novos conhecimentos, seja através da sua
experiência individual, seja por meio do contato com outros indivíduos. O exercício
dessa capacidade do homem para adquirir novos conhecimentos deu origem ao
processo que denominamos educação.
A filosofia, desde a sua origem, se ocupou com os mais diferentes problemas,
desde uma cosmologia (com os filósofos pré-socráticos) até uma antropologia,
política e ética (com Sócrates, Platão e Aristóteles). Era inevitável que estes
filósofos, preocupados com toda a dinâmica do real, voltassem seus olhos também
para a educação. Nesse contexto, coube ao filósofo refletir criticamente sobre a
ação pedagógica, passando “de uma educação assistemática (guiada pelo senso
comum) para uma educação sistemática (alçada ao nível da consciência filosófica)”.
Ao aprofundar a questão antropológica (que diz respeito ao homem), axiológica
(relativa aos valores) e epistemológica (relativa ao conhecimento), os filósofos
naturalmente se depararam com questões do tipo: como o homem pode adquirir o
conhecimento? O que é o conhecimento? Qual a melhor forma (método) de
transmitir o conhecimento? É possível ensinar a virtude?
Além das análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas, a filosofia
tem a função de interdisciplinaridade, pela qual estabelece a ligação entre as
diversas ciências e técnicas que auxiliam a pedagogia. Além disso, é necessário que
a formação do pedagogo esteja voltada também para a politização e fundamentação
filosófica de sua atividade.
Os filósofos que trataram a questão da educação levam em consideração a
ideia de que o homem é um “animal político” e cuja existência só pode ser pensada
dentro das relações sociais, já que estamos tratando aqui de Educação e Política.
Filósofos como Platão, Rousseau, John Dewey e Paulo Freire que pensavam a
relação fundamental que existe entre o homem, a política e a educação: o homem
como um ser de aprendizagem e que ao mesmo tempo precisa ser educado para a
vida em sociedade, para exercer o seu papel de cidadão, tal como hoje preconiza a
LDB (Lei de Diretrizes e Bases) à respeito dos principais objetivos do sistema
educacional brasileiro. Seja na Antiguidade, na Modernidade ou na
Contemporaneidade, sempre houve filósofos preocupados não apenas com a
questão pedagógica, mas de como preparar os indivíduos para a vida em sociedade.
Para Platão, a filosofia tem uma dimensão igualmente pedagógica e política.
Toda a política exige uma filosofia prévia que determine e defina o que é o Bem, o
que é o justo, o que é o homem, o que é a educação. Por isso toda a filosofia é
política e toda a política é filosófica. E se o problema político é o da reta direção do
homem, o problema político (logo, filosófico) por excelência, é o problema da
educação. Não há, pois, como separar filosofia, política e educação. O pensamento
filosófico e político de Platão estão diretamente relacionados com sua visão
pedagógica, a qual é apresentada principalmente em suas obras A República e As
leis.
Discípulo de Platão, Aristóteles defendia que a função principal da educação
era conduzir o homem à felicidade. A sua filosofia da educação é apresentada na
obra Política. Segundo Aristóteles, o ser humano ao nascer é como um rio sem
leito, que não sabe para onde vai e que a educação, ao longo do seu
amadurecimento, deve guiar. Aristóteles aceita a educação tradicional grega,
considerando, no entanto, que esta deve ensinar conceitos úteis e necessários à
vida prática. Por outro lado, Aristóteles defende que a virtude moral e o bom caráter
também devem ser ensinados, considerando que tais atributos não eram inatos no
ser humano.
Aristóteles lembra ainda que a Política deve preparar as leis que permita a
educação para a virtude, caminho para a felicidade dos cidadãos. Segundo
Aristóteles, todas as coisas possuem uma causa final, uma finalidade. Toda ação é
sempre intencional e, ao agir, sempre propomos ou visamos algum fim. Essa
finalidade é ser feliz. Além disso, o bom cidadão é aquele que observa as leis da
cidade e a educação deve visar este cidadão, pois o indivíduo que vive de acordo
com a observância das leis da cidade é também virtuosa.
Uma das outras grandes figuras na história da filosofia da educação e que,
igualmente, exerceu enorme influência, foi o filósofo do iluminismo francês Jean-
Jacques Rousseau, para quem as “opiniões pedagógicas são inseparáveis das
filosóficas, políticas, religiosas e morais”. Com efeito, o projeto rousseauniano é o de
“reconstruir” o homem, fazendo-o seguir a sua própria natureza além da ideia de que
é preciso reformar a sociedade que, tal como está, é má porque se desnaturalizou.
Por isso, uma boa educação, aquela que é capaz de reformar o homem e a
sociedade, é, portanto, uma educação diferente da que se pratica; é uma educação
conforme à natureza. Desprovidos de tudo desde o nascimento, “formam-se (...) os
homens pela educação”.
Filósofo contemporâneo, John Dewey sentiu a necessidade de uma
transformação educacional imposta pela filosofia fundada na nova ciência do mundo
físico e a nova ciência do humano e do social. Como um dos grandes problemas
contemporâneo continua a ser o da organização da sociedade, com uma filosofia
adequada, em face dos novos conhecimentos científicos, das novas teorias do
conhecimento, da natureza, do homem e da própria sociedade democrática, Dewey
também voltou sua atenção para esta ideia no campo da educação, cabendo
analisar mais demoradamente o fenômeno da Democracia como forma do social. A
escola deve ser um espaço democrático e formador da democracia. Dewey acredita
na Democracia, mas concebe que ela não estava concretizada totalmente. A
educação teria esta função, a função de coordenar na vida mental de cada indivíduo,
as diversas influências dos vários meios sociais em que ele vive. E isto porque um
governo que se funda no sufrágio popular não pode ser eficiente se aqueles que o
elegem e lhe obedecem não forem convenientemente educados. Uma vez que a
sociedade democrática repudia o princípio da autoridade externa, deve dar-lhe como
substitutos a aceitação e o interesse voluntários, função da educação. Desta forma
Dewey conclui que uma sociedade é democrática quando prepara todos os seus
membros para com igualdade aquinhoarem de seus benefícios e em que assegura o
maleável reajustamento de suas instituições por meio da interação das diversas
formas da vida associada. Esta sociedade deve adotar um tipo de educação que
proporcione aos indivíduos um interesse pessoal nas relações e direção sociais, e
hábitos de espírito que permitam mudanças sociais sem ocasionar desordens.
O envolvimento de Paulo Freire com a prática educativa é, como ele mesmo
afirma, política, moral e gnosiológica. Para o grande teórico contemporâneo da
educação brasileira não se pode estar no mundo de forma neutra, apolítica. “É
impossível a neutralidade da educação, pois ela é política”. É bastante explícita em
suas obras a relação entre a política e a prática pedagógica, que estão presentes
em obras como A Pedagogia do Oprimido, A Pedagogia da Autonomia, e muitas
outras. Sua obra apresenta um caráter político e social na medida em que, fazendo
uma abordagem da educação enquanto instrumento de libertação de consciências e
da necessidade da atuação do homem na sua própria existência, afirma não ser
suficiente que o oprimido tenha consciência crítica da opressão, mas que se
disponha a transformar a realidade. A Pedagogia freireana em geral é um convite a
uma práxis libertadora: ação e reflexão sobre o mundo e sobre os homens para
transformar a realidade.