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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ – UFPI

BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS PROPRIEDADES E


APLICAÇÕES DOS MATERIAIS CERÂMICOS

PROFESSORA VALDECI BOSCO

ENSAIO DE DUREZA NOS MATERIAIS CERÂMICOS

LUCAS PERES MARREIROS MOREIRA

TERESINA – PI

2022
1. Introdução
O teste de dureza é usado no estudo da deformação plástica dos
sólidos. Esta é um a técnica na qual um espécime é sujeito a uma pressão
alta dentro de uma área localizada. Em bora a distribuição de tensões e
de deformações sejam complexas é, nesse caso, um teste ideal em
virtude da boa reprodutibilidade das medidas e facilidade de aplicação.
Para este teste, a forma mais popular é o de identação estática, que
consiste em um identador de geometria específica que é pressionado
sobre um a superfície de um espécime, a uma carga conhecida. Após a
remoção do identador, uma impressão permanente pode ser criada no
espécime. Diversos são os parâmetros que afetam o teste da dureza,
quando, por exemplo, um a ponta de diamante é introduzida dentro de
uma superfície cerâmica, o primeiro deles é o tamanho do grão. Tem sido
mostrado que, em amostras policristalinas, o tamanho do grão tem um
efeito importante quando ele é da mesma ordem do diâmetro do identador.
Um decréscimo no seu tam anho é acompanhado por um aumento da
dureza, quando ais discordâncias geradas pelo identador são bloqueadas
pelos contornos de grãos.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Existem diversos tipos de ensaios para determinar a dureza de
um material, podemos citar o ensaio Shore e Rockwell (muito usado para
os materiais poliméricos), o ensaio Brinell e Vickers (usados para
metais) e o ensaio IRHD. Para as cerâmicas, que em geral possuem
elevado módulo de elasticidade e dureza, se fazem uso dos ensaios de
Vickers e Knoop.

2.1 Método de dureza Vickers


Existem diversos tipos de ensaios para determinar a dureza de um
material, podemos citar o ensaio Shore e Rockwell (muito usado para os
materiais poliméricos), o ensaio Brinell e Vickers (usados para metais) e o
ensaio IRHD. Para as cerâmicas, que em geral possuem elevado módulo
de elasticidade e dureza, se fazem uso dos ensaios de Vickers e Knoop.
Método Vickers foi criado em 1925, que cria uma relação entre o diâmetro
da esfera penetrante e o diâmetro da calota esférica obtida. Com ele
podemos variar a esfera penetrante para medir qualquer valor de dureza,
desde matérias mais moles, até os materiais mais duros. Este método foi
desenvolvido por Smith e Sandland e tem este nome porque a empresa
que fabricava máquinas para operar com este método chamava-se
Vickers-Armstrong. Ensaio de dureza Vickers é normalizado pela ASTM
E92. Para o ensaio de dureza Vickers, é analisado a resistência que o
material oferece a um penetrador padrão, com uma determinada carga
aplicada. O termo teste da microdureza se refere à endentações estáticas
provocadas por cargas menores que 1kgf.
O indentador pode ser a pirâmide de diamante Vickers ou a
pirâmide alongada. O procedimento de teste é muito semelhante ao do
teste padrão Vickers, exceto que é feito numa escala microscópica, com
instrumentos de precisão mais alta. A superfície testada geralmente
requisita um acabamento metalográfico. Quanto menor for a carga de
teste, maior o grau de acabamento superficial necessário. Os
microscópios são usados para medir as endentações; eles comumente
têm aumentos de 500x e fazem a medição com precisão de +0.5 microns
(mm). Diferenças de até +0.2 microns podem ser observadas se o
operador tiver cuidado e experiência.
O valor da dureza com a Pirâmide de Diamante de Vickers é a carga
aplicada (em kgf) dividida pela área da superfície da endentação (em
mm2). Para calcular o valor da dureza de Pirâmide de diamante Vickers,
as duas diagonais da endentação são medidas, e a média dos valores
encontrados é usada na fórmula citada acima para a determinação do
valor da dureza Vickers HV. Os valores de dureza obtidos são
independentes da carga aplicada, quer dizer que ensaios realizados com
cargas diferentes apresentam o mesmo valor de dureza. As cargas variam
de 1 a 120 kgf.

Quanto mais duro o material, menos penetração será obtida para


uma mesma força e, portanto, menor a área da impressão. O ensaio todo,
assim como a medição da impressão, é realizado através de um
equipamento chamado "Microdurômetro". As vantagens do método
Vickers são: Escala contínua; Precisão de medida; Impressões pequenas;
mede durezas superficiais (microdureza). Assim como vantagens, o
ensaio também possui desvantagens, como: Procedimento mais
demorado pelo tempo necessário para medição das diagonais; exige uma
preparação mais cuidadosa do que os métodos anteriores, normalmente
polimento e ataque metalográfico, podem ocorrer irregularidades da
impressão que levam a erros de medição devido a: Preparação
inadequada do corpo de prova originando uma superfície irregular ou
faces não paralelas e anisotropia do material ensaiado.

2.2 Método de dureza Knoop


Knoop, Peters e Emerson (1939) propuseram um indentador
invulgar, piramidal de diamante, que ficou conhecido como o indentador
Knoop. Foi então, construída a máquina Tukon pela Wilson Mechanical
Instrument Company, que utilizava este indentador para efectuar ensaios
de dureza.
Embora não haja muitos estudos acerca do ensaio de dureza com
indentador Knoop, a sua geometria piramidal de base quadrangular em
forma de losango, torna-se ideal para utilização em determinadas
situações, sendo recomendado para filmes finos e materiais frágeis e
ainda na caracterização da anisotropia de materiais. De fato, nestes
ensaios, a indentação é extremamente superficial, apresentando menor
profundidade e maior largura do que a indentação Vickers, para áreas de
contacto semelhantes. O indentador Knoop tem ângulos entre arestas
opostas de 172.5° e de 130°, o indentador Vickers tem geometria piramidal
de base quadrada com ângulos apicais, isto é, 136 entre faces opostas e,
consequentemente, 148.11 entre arestas opostas.

Deste modo, enquanto a indentação Vickers tem as duas diagonais


iguais, a indentação Knoop tem as duas diagonais diferentes, sendo a
maior 7.11 vezes a menor. Mesmo possuindo nomes diferentes, o método
para a realização do ensaio é o mesmo. Comparando os indentadores dos
testes de Vickers e Knoop pode-se observar que: Indentadores Vickers
penetram aproximadamente o dobro da profundidade dos indentadores
Knoop; A diagonal da endentação Vickers é aproximadamente 1/3 do
comprimento da maior diagonal de Knoop; o teste Vickers é menos
sensível às condições da superfície do que o teste Knoop; o teste Vickers
é mais sensível a erros e medição do que o teste Knoop; o teste Vickers
é bom para pequenas áreas curvas; o teste Knoop é melhor para
pequenas áreas alongadas; o teste Knoop é bom para materias frágeis
muito duros e seções muito finas. A seguir irei apresentar uma tabela com
materiais cerâmicos e suas respectivas durezas.

3. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARTINS, António Xavier Botelho. Estudo numérico do ensaio de dureza


com indentador Knoop. 2012. Tese de Doutorado.

FERREIRA, M.F.S. Ensaios de dureza Rockwel, Vickers, Brinell e


Microdureza, ensaios de Tração e ensaio Jominy. Relatório 1 de Laboratório
de Materiais de Construção Mecânica. Belo Horizonte. Outubro de 2011.

ALMEIDA, Monica Santos. Análise comparativa da microestrutura e da


dureza do aço ASTM A182 F22. 2018.

JURELO, Alcione Roberto. Estudo de propriedades mecânicas em


cerâmicas supercondutoras com base em Bi-Sr-Ca-Cu-O dopadas com
chumbo. 1993.

Gonçalvez, Eduardo. Ensaios de dureza: qual o mais indicado para cada


material. CCDM. 20 de maior de 2020. Disponível em:<
http://www.ccdm.ufscar.br/2020/05/20/ensaios-de-dureza-qual-o-mais-
indicadopara-cada-material/>. Acesso em: 18 de março de 2022.

Teste da Microdureza. CIMM. Disponível em: <


https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6560-teste-da-microdureza>.
Acesso em: 18 de março de 2022.

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