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Perturbações do desenvolvimento no idoso - autismo,

deficiência visual e auditiva

UFCD_8919

762335 - Técnico/a de
Geriatria

50 Horas

1
Perturbações do desenvolvimento no idoso - autismo, deficiência visual e
auditiva UFCD 8919
Índice

Objetivos e conteú dos................................................................................................................................................................. 4

Modelo do funcionamento humano....................................................................................................................................... 6

Habilidades intelectuais............................................................................................................................................................. 6

Comportamento adaptativo...................................................................................................................................................... 8

Saú de/Participaçã o e Contexto............................................................................................................................................. 11

Atitude face à pessoa com perturbaçã o do desenvolvimento..................................................................................13

Atitudes e comportamentos: Atitude cognitiva, afetiva e comportamental.......................................................13

Estereó tipos/ Preconceito: Fatores sociais, emocionais e cognitivos...................................................................19

A discriminaçã o........................................................................................................................................................................... 22

Direta e indireta.......................................................................................................................................................................... 22

Assédio e retaliaçã o................................................................................................................................................................... 25

Positiva vs negativa................................................................................................................................................................... 26

Sensibilizaçã o............................................................................................................................................................................... 27

Aceitaçã o e assertividade........................................................................................................................................................ 29

O idoso com perturbaçõ es do desenvolvimento (PD):................................................................................................ 30

Autismo: características.......................................................................................................................................................... 30

O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorizaçã o do idoso, nas AVD’s.......................31

Estratégias a utilizar no acompanhamento do idoso com autismo: na interaçã o e na gestã o e contençã o


comportamental.......................................................................................................................................................................... 32

Deficiência visual: Características....................................................................................................................................... 33

Orientaçã o e mobilidade: o papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorizaçã o do


idoso, nas AVD’s.......................................................................................................................................................................... 36

Deficiência auditiva: Características................................................................................................................................... 39

O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorizaçã o do idoso, nas AVD’s.......................41

Métodos e técnicas de acompanhamento com o idoso com Autismo, Deficiência Visual e Auditiva........43

Aná lise dos parâ metros da escala de intensidade de apoios (ECA - Escala do Comportamento
Adaptativo), para compreensã o do perfil e intensidade dos apoios necessá rios do idoso com PD, e
prestaçã o de um acompanhamento adequado............................................................................................................... 50

Bibliografia e netgrafia............................................................................................................................................................. 67

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Objetivos:

 Diferenciar as dimensõ es do modelo do funcionamento humano.

 Classificar e explicar atitudes e comportamentos positivos vs negativos, face ao idoso


com perturbaçã o do desenvolvimento.

 Identificar e enumerar características do idoso com autismo, Deficiências visual e


auditiva.

Interpretar a informaçã o fornecida pela escala ECA para compreensã o do perfil e


intensidade de apoios necessá rios do idoso com perturbaçã o do desenvolvimento.

Conteúdos
 Modelo do funcionamento humano

 Habilidades intelectuais

 Comportamento adaptativo

 Saú de

 Participaçã o

 Contexto

 Atitude face à pessoa com perturbaçã o do desenvolvimento

 Atitudes e comportamentos

- Atitude cognitiva, afetiva e comportamental

 Estereó tipos

 Preconceito

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- Fatores sociais, emocionais e cognitivos

 A discriminaçã o

- Direta

- Indireta

- Assédio e retaliaçã o

- Positiva vs negativa

 Sensibilizaçã o

 Aceitaçã o e assertividade

 idoso com perturbaçõ es do desenvolvimento (PD):

 Autismo

- Características

- O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorizaçã o do idoso, nas


AVD’s

- Estratégias a utilizar no acompanhamento do idoso com autismo: na interaçã o e na


gestã o e contençã o comportamental

 Deficiência visual

- Características

- Orientaçã o e mobilidade: o papel do técnico de geriatria no acompanhamento e


monitorizaçã o do idoso, nas AVD’s

 Deficiência auditiva

- Características

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- O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorizaçã o do idoso, nas
AVD’s

 Métodos e técnicas de acompanhamento com o idoso com Autismo, Deficiência Visual e


Auditiva

 Aná lise dos parâ metros da escala de intensidade de apoios (ECA - Escala do
Comportamento Adaptativo), para compreensã o do perfil e intensidade dos apoios
necessá rios do idoso com PD, e prestaçã o de um acompanhamento adequado

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Modelo do funcionamento humano

Habilidades intelectuais

Com o processo de envelhecimento ocorrem mudanças significativas nas á reas da


autonomia, na capacidade física, cognitiva e na intervençã o social, que se refletem nas
competências do quotidiano do individuo.

As competências do quotidiano de pessoas idosas referem-se à s capacidades de realizar as


tarefas do dia-a-dia, a manutençã o pró -ativa de uma vida boa e saudá vel, independente,
apesar das restriçõ es da velhice.

Estimular significa incitar, ativar animar, encorajar... Para além de tudo isto estimular é
também criar meios de manter a mente, as emoçõ es, as comunicaçõ es e os relacionamentos
em atividade.

Quando é estimulado, o Idoso:

Ganha autoestima

Fica mais desperto e mais participativo

Envolve-se mais em questõ es que o rodeiam, reivindica e reclama.

Para que o Idoso tenha uma velhice saudável é preciso que este esteja ativo e
desenvolva diversas atividades em várias áreas.

As áreas que podem ser estimuladas são:

Artística (Cerâ mica, Bordados, Cestaria...Dança, teatro..)

Cultural (Bibliotecas, monumentos, galerias de arte, museus, festivais....)

Formação/informação ( Ateliers, cursos, debates, seminá rios, jornadas...)

Lúdico recreativa ( Marchas, piqueniques, caminhadas, jogos populares e


desportivos...)

Cognição (Atividades que proporcionam e trabalham o Afeto, autoestima, memó ria,


ex: Leituras, escrita, etc...)

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Social (Visa que os idosos participem ativamente no seio da comunidade como
elemento vá lido e ú til, ex: Voluntariado, integraçã o em grupos sociais e associaçõ es.)

Física ( Marcha (no mínimo 45m por dia e sem pausas), giná stica, nataçã o,
hidroginá stica, yoga, massagem e dança, entre outras atividades.)

Envelhecer não implica necessariamente na perda da função cognitiva. Um novo estudo,


publicado na ediçã o de junho da Neurology®, revelou que características e há bitos de vida e
cuidados com a saú de estã o fortemente associados à manutençã o das capacidades intelectuais
de idosos.

Durante oito anos pesquisadores acompanharam 2.500 pessoas com idades entre 70 e 79
anos, e as submeteram a vá rios testes de habilidades cognitivas, sendo que muitos dos
participantes já apresentavam declínio na funçã o cognitiva.

Durante a pesquisa, 53% dos voluntá rios apresentaram declínio considerado normal
conforme envelheciam e 16% mostraram prejuízo cognitivo mais acentuado. No entanto, 30%
dos participantes nã o apresentaram mudanças em seu desempenho nos testes ao longo dos
anos.

Os pesquisadores examinaram entã o quais fatores diferenciam as pessoas que mantiveram as


habilidades cognitivas das que perderam algumas habilidades.

Idosos que se exercitam pelo menos uma vez na semana, possuem no mínimo ensino
médio completo, um bom nível de instruçã o, nã o fumam e levam uma vida social ativa sã o
mais propensos a manter a funçã o cognitiva na velhice.

Para a autora do estudo Alexandra Fiocco, da Universidade da Califó rnia, em Sã o Francisco,


muitos dos há bitos prejudiciais podem ser mudados. Segundo ela, descobrir fatores
associados à manutençã o da cogniçã o que favorecem ou retardam o início da demência faz
com que as pró prias pessoas se responsabilizem, ao menos em parte, pela qualidade de seu
processo de envelhecimento. Além disso, esses resultados podem ajudar a entender os
mecanismos envolvidos no envelhecimento saudá vel, afirma a pesquisadora.

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Comportamento adaptativo

Os idosos nã o constituem um grupo homogéneo. Assim, existem diferentes padrõ es de


adaptaçã o ao envelhecimento que dependem:

Idade da reforma;

Classe socioeconó mica;

Estado civil;

Sexo;

Religiã o.

Estas características produzem traços distintivos de adaptaçã o vital.

Tradicionalmente a adaptação à velhice concentrou-se em três grupos de fatores:

Saú de;

Apoio socioafectivo;

Recursos econó micos;

(Atualmente sabe-se que estes fatores são a base de outras variáveis, por ex., a
participaçã o social)

O comportamento adaptativo diz respeito à funcionalidade do indivíduo, promotora da sua


adaptaçã o nos contextos de vida. A adaptação do ser humano implica a articulaçã o de
fatores internos (e.g. psicoló gicos) e externos (e.g. sociais, culturais), expressa no
desenvolvimento e implementaçã o de estratégias que permitam a satisfação das suas
necessidades psicológicas (e.g. perceçã o de controlo, autoeficá cia, autoestima, autonomia,
relacionamento interpessoal).

Num sentido lato, o comportamento adaptativo pode englobar nã o só comportamentos,


mas também pensamentos e emoçõ es. De acordo com as teorias cognitivas, os
pensamentos, emoções e comportamentos podem ser percebidos como funcionais ou
adaptativos, significando que sã o promotores da adaptaçã o e do bem-estar do indivíduo. Por
outro lado, quando estes nã o se revelam conducentes à adaptaçã o, sã o designados por nã o
adaptativos, desadaptativos ou disfuncionais, contribuindo para o mal-estar psicoló gico.

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O conceito de comportamento (des)adaptativo é assim amplamente utilizado no â mbito da
Psicologia Clínica e da Saú de, nomeadamente nas abordagens cognitivo-comportamentais e
integrativas, sendo empregue em situaçõ es diversas, desde comportamentos ditos normais a
comportamentos considerados psicopatológicos.

Os comportamentos ditos normais ou não clínicos sã o assim considerados na medida em


que nã o se referem a sintomas ou perturbaçõ es, nã o obstante poderem ser adaptativos (e.g.
comportamento assertivo numa situaçã o de conflito) ou nã o adaptativos (e.g. comportamento
agressivo numa situaçã o de conflito, na sequência de experiência de frustraçã o).

Deste modo, considera-se que a presença de comportamentos não adaptativos nã o


configura a existência de psicopatologia ou perturbaçã o, porém quando estes se tornam
generalizá veis, frequentes e intensos (e.g. comportamento agressivo invariavelmente na
resposta a situaçõ es de frustraçã o) sã o considerados disfuncionais e a par de outras
manifestaçõ es podem em certas situaçõ es configurar perturbaçõ es psicopatoló gicas (isto é,
constelaçõ es de diversos sintomas).

Quer na presença, quer na ausência de sintomatologia ou perturbação, é fundamental o


desenvolvimento e consolidaçã o de estratégias que promovam os comportamentos
adaptativos e deste modo o bem-estar psicoló gico do indivíduo. Entre estas estratégias podem
destacar-se a autorregulaçã o (automonitorizaçã o, autoavaliaçã o, autorreforço), a resoluçã o de
problemas, a assertividade, o pensamento alternativo e consequencial, a experiência,
regulaçã o e expressã o emocional (ao invés da supressã o ou evitamento emocional).

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Estas estratégias podem ser desenvolvidas e/ou consolidadas no âmbito de um processo
psicoterapêutico quando se verifica uma insuficiente estimulaçã o das competências do
indivíduo (e.g. dificuldades na resoluçã o eficiente de problemas sociais) ou quando este
pretende promover o seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

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Saúde/Participação e Contexto

A atividade é essencial para:

Envolvimento social.

Envelhecimento saudá vel e satisfató rio - compensaçã o de perdas decorrentes da idade.

Velhice e lazer

O envelhecimento é um fenômeno biológico, psicoló gico e social que atinge o ser humano
na plenitude da sua existência, modificando a sua relaçã o com o tempo, com o mundo e com a
sua pró pria histó ria.

Independente do ritmo de envelhecimento é preciso aceitar que esse processo faz parte do
ciclo natural da vida.

A denominação pessoa idosa é usada para se referir à s pessoas que têm 60 anos ou mais.
Nos países desenvolvidos o termo é usado a partir dos 65 anos.

Com o avançar da idade, o nosso organismo passa a ter necessidades especiais. Nã o obstante
ter de ser adaptada à condiçã o física, a prá tica de atividades físicas é essencial.

A atividade física na terceira idade ajuda a prevenir e a combater doenças como a


hipertensã o, derrames, varizes, obesidade, diabetes, osteoporose, problemas de coraçã o e
pulmõ es.

Fortalece o sistema muscular, diminuindo o risco de quedas e facilitando os movimentos


dos braços, pernas e tronco.

Contribui para o aumento do apetite e reduz as dores.

Numa fase inicial, e para quem nã o está habituado à prá tica de exercício físico, recomendam-
se atividades de baixo impacto, como as caminhadas, nataçã o ou hidroginá stica.

As caminhadas, para além de promoverem a interação social, ajudam a fortalecer os


mú sculos e articulaçõ es, e melhoram o ritmo cardíaco.

Recomenda-se a utilizaçã o de calçado confortá vel e a realizaçã o de alongamentos antes e


depois da cada caminhada.

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A natação é um dos exercícios mais completos em qualquer idade. A partir dos 60 anos os
seus benefícios passam pela prevençã o de lesõ es, o alívio das dores causadas pela artrite, o
alongamento e fortalecimento dos mú sculos e articulaçõ es. Para além disso, ajuda a evitar a
perda de massa ó ssea.

Na hidroginástica todos os músculos são ativados e exercitados. Esta atividade melhora o


ritmo cardíaco, alivia as dores e desenvolve a força e resistência, de um modo geral.

Andar de bicicleta é outra atividade que traz bastantes benefícios. Entre eles, contribui
para a diminuiçã o da pressã o arterial, para o alívio das dores e para o fortalecimento das
articulaçõ es, sobretudo as dos joelhos, tornozelos e ancas.

Nesta fase da vida recomenda-se a prática de atividade física, pelo menos, três vezes por
semana, e sob aconselhamento médico.

Atitude face à pessoa com perturbação do


desenvolvimento

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Atitudes e comportamentos: Atitude cognitiva, afetiva e comportamental

A velhice é um período normal do ciclo vital caracterizado por algumas mudanças físicas,
mentais e psicológicas. É importante fazer essa consideraçã o pois algumas alteraçõ es nesses
aspetos nã o caracterizam necessariamente uma doença. Em contrapartida, há alguns
transtornos que sã o mais comuns em idosos como transtornos depressivos, transtornos
cognitivos, fobias e transtornos por uso de álcool. Além disso, os idosos apresentam risco
de suicídio e risco de desenvolver sintomas psiquiá tricos induzidos por medicamentos.

Muitos transtornos mentais em idosos podem ser evitados, aliviados ou mesmo revertidos.
Consequentemente, uma avaliaçã o médica é necessá ria para o esclarecimento do quadro
apresentado pelo idoso.

Diversos fatores psicossociais de risco também predispõ em os idosos a transtornos


mentais.

Esses fatores de risco incluem:

Perda de papéis sociais

Perda da autonomia

Morte de amigos e parentes

Saú de em declínio

Isolamento social

Restriçõ es financeiras

Reduçã o do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar de uma


forma ló gica, com prejuízo na memó ria).

Transtornos psiquiá tricos mais comuns em idosos

Demência

Demência tipo Alzheimer

Demência vascular

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Esquizofrenia

Transtornos depressivos

Transtorno bipolar (do humor)

Transtorno delirante

Transtornos de ansiedade

Transtornos por uso de á lcool e outras substâ ncias

Demência:

Demência é um comprometimento cognitivo geralmente progressivo e irreversível.


As funçõ es mentais anteriormente adquiridas sã o gradualmente perdidas. Com o aumento da
idade a demência torna-se mais frequente. Acomete 5 a 15% das pessoas com mais de 65 anos
e aumenta para 20% nas pessoas com mais de 80 anos.

Os fatores de risco conhecidos para a demência sã o: Idade avançada Histó ria de demência
na família Sexo feminino

Os sintomas incluem alteraçõ es na memó ria, na linguagem, na capacidade de orientar-se. Há


perturbaçõ es comportamentais como agitaçã o, inquietaçã o, andar a esmo, raiva, violência,
gritos, desinibiçã o sexual e social, impulsividade, alteraçõ es do sono, pensamento iló gico e
alucinaçõ es.

As causas de demência incluem lesõ es e tumores cerebrais, síndrome da imunodeficiência


adquirida (AIDS), á lcool, medicamentos, infeçõ es, doenças pulmonares cró nicas e doenças
inflamató rias. Na maioria das vezes as demências sã o causadas por doenças degenerativas
primá rias do sistema nervoso central (SNC) e por doença vascular. Cerca de 10 a 15% dos
pacientes com sintomas de demência apresentam condiçõ es tratá veis como doenças
sistêmicas (doenças cardíacas, renais, endó crinas), deficiências vitamínicas, uso de
medicamentos e outras doenças psiquiá tricas (depressã o).

As demências são classificadas em vá rios tipos de acordo com o quadro clínico, entretanto
as mais comuns sã o demência tipo Alzheimer e demência vascular.

Demência tipo Alzheimer

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De todos os pacientes com demência, 50 a 60% têm demência tipo Alzheimer, o tipo mais
comum de demência. É mais frequente em mulheres que em homens. É caracterizada por um
início gradual e pelo declínio progressivo das funções cognitivas. A memó ria é a funçã o
cognitiva mais afetada, mas a linguagem e noçã o de orientaçã o do indivíduo também sã o
afetadas. Inicialmente, a pessoa pode apresentar uma incapacidade para aprender e evocar
novas informaçõ es.

As alterações do comportamento envolvem depressã o, obsessã o (pensamento, sentimento,


ideia ou sensaçã o intrusiva e persistente) e desconfianças, surtos de raiva com risco de atos
violentos. A desorientaçã o leva a pessoa a andar sem rumo podendo ser encontrada longe de
casa em uma condiçã o de total confusã o. Aparecem também alterações neurológicas como
problemas na marcha, na fala, no desempenhar uma funçã o motora e na compreensã o do que
lhe é falado.

O diagnóstico é de exclusão, isto é, só pode ser feito quando nã o se encontra nenhuma outra
causa. A rigor, tal diagnó stico só é realizado pó s-morte, através de bió psia cerebral, na qual
aparecem alguns sinais característicos e exclusivos da doença. A histó ria do paciente e exame
clínico, além das técnicas de imagem cerebral como tomografia computadorizada e
ressonâ ncia magnética podem ser ú teis no diagnó stico clínico.

O diagnóstico é feito com base na histó ria do paciente e do exame clínico. As técnicas de
imagem cerebral como tomografia computadorizada e ressonâ ncia magnética podem ser
ú teis.

O tratamento é paliativo e as medicaçõ es podem ser ú teis para o manejo da agitaçã o e das
perturbaçõ es comportamentais. Nã o há prevençã o ou cura conhecidas.

Demência vascular

É o segundo tipo mais comum de demência. Apresenta as mesmas características da


demência tipo Alzheimer mas com um início abrupto e um curso gradualmente deteriorante.
Pode ser prevenida através da reduçã o de fatores de risco como hipertensã o, diabete,
tabagismo e arritmias. O diagnóstico pode ser confirmado por técnicas de imagem cerebral
e fluxo sanguíneo cerebral.

Esquizofrenia (esquizofrenia e outras psicoses):

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Essa doença começa no final da adolescência ou idade adulta jovem e persiste por toda a vida.
Cerca de 20% das pessoas com esquizofrenia nã o apresentam sintomas ativos aos 65 anos;
80% mostram graus variados de comprometimento. A doença torna-se menos acentuada à
medida que o paciente envelhece.

Os sintomas incluem retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento iló gico,


alucinaçõ es e afeto rígido. Os idosos com esquizofrenia respondem bem ao tratamento com
drogas anti psicó ticas que devem ser administradas pelo médico com cautela.

Transtornos depressivos:

A idade avançada nã o é um fator de risco para o desenvolvimento de depressã o, mas ser


viú vo ou viú va e ter uma doença cró nica estã o associados com vulnerabilidade aos
transtornos depressivos. A depressão que inicia nessa faixa etária é caracterizada por
vá rios episó dios repetidos.

Os sintomas incluem reduçã o da energia e concentraçã o, problemas com o sono


especialmente despertar precoce pela manhã e mú ltiplos despertares, diminuiçã o do apetite,
perda de peso e queixas somá ticas (como dores pelo corpo). Um aspecto importante no
quadro de pessoas idosas é a ênfase aumentada sobre as queixas somá ticas.

Pode haver dificuldades de memória em idosos deprimidos que é chamado de síndrome


demencial da depressã o que pode ser confundida com a verdadeira demência. Além disso, a
depressã o pode estar associada com uma doença física e com uso de medicamentos.

Transtorno bipolar (transtornos do humor):

Os sintomas da mania em idosos sã o semelhantes à queles de adultos mais jovens e incluem


euforia, humor expansivo e irritável, necessidade de sono diminuída, fá cil distraçã o,
impulsividade e, frequentemente, consumo excessivo de á lcool. Pode haver um
comportamento hostil e desconfiado. Quando um primeiro episó dio de comportamento
maníaco ocorre apó s os 65 anos, deve-se alertar para uma causa orgâ nica associada. O
tratamento deve ser feito com medicaçã o cuidadosamente controlada pelo médico.

Transtorno delirante:

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A idade de início ocorre por volta da meia-idade mas pode ocorrer em idosos. Os sintomas
sã o alteraçõ es do pensamento mais comumente de natureza persecutó ria (os pacientes crêem
que estã o sendo espionados, seguidos, envenenados ou de algum modo assediados). Podem
tornar-se violentos contra seus supostos perseguidores, trancarem-se em seus aposentos e
viverem em reclusã o. A natureza dos pensamentos pode ser em relaçã o ao corpo, como
acreditar ter uma doença fatal (hipocondria).

Ocorre sob stresse físico ou psicológico em indivíduos vulnerá veis e pode ser precipitado
pela morte do cô njuge, perda do emprego, aposentadoria, isolamento social, circunstâ ncias
financeiras adversas, doenças médicas que debilitam ou por cirurgia, comprometimento
visual e surdez.

As alterações do pensamento podem acompanhar outras doenças psiquiá tricas que devem
ser descartadas como demência tipo Alzheimer, transtornos por uso de á lcool, esquizofrenia,
transtornos depressivos e transtorno bipolar. Além disso, podem ser secundá rias ao uso de
medicamentos ou sinais precoces de um tumor cerebral.

Transtornos de ansiedade:

Incluem transtornos de pânico, fobias, TOC, ansiedade generalizada, de stresse agudo e


de estresse pó s-traumá tico. Desses, os mais comuns são as fobias.

Os transtornos de ansiedade começam no início ou no período intermediá rio da idade adulta,


mas alguns aparecem pela primeira vez apó s os 60 anos.

As características são as mesmas das descritas em transtornos de ansiedade em outras


faixas etá rias.

As obsessõ es (pensamento, sentimento, ideia ou sensaçã o intrusiva e persistente) e


compulsõ es (comportamento consciente e repetitivo como contar, verificar ou evitar ou um
pensamento que serve para anular uma obsessã o) podem aparecer pela primeira vez em
idosos, embora geralmente seja possível encontrar esses sintomas em pessoas que eram mais
organizadas, perfeccionistas, pontuais e parcimoniosas. Tornam-se excessivos em seu desejo
por organizaçã o, rituais e necessidade excessiva de manter rotinas. Podem ter compulsõ es
para verificar as coisas repetidamente, tornando-se geralmente inflexíveis e rígidos.

Transtornos por uso de álcool e outras substâncias:

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Os pacientes idosos podem iniciar um quadro de dependência à uma droga ou um remédio,
devido à automedicaçã o. Por exemplo, um senhor que torna um há bito beber uma dose de
á lcool todos os dias para relaxar, ou entã o uma senhora que ao passar por uma situaçã o de
maior ansiedade, como a perda ou morte de algum conhecido ou familiar, inicia o uso de
medicamentos sedativos a fim de não se sentir tão mal.

A dependência de álcool, geralmente, apresenta uma histó ria de consumo excessivo que
começou na idade adulta e frequentemente está associada a uma doença médica,
principalmente doença hepá tica. Além disso, a dependência ao á lcool está claramente
associada a uma maior incidência de quadros demenciais.

A dependência de substâncias como hipnóticos, ansiolíticos e narcó ticos é comum. Os


pacientes idosos podem abusar de ansiolíticos para o alívio da ansiedade crô nica ou para
garantirem uma noite de sono. A apresentaçã o clínica é variada e inclui quedas, confusã o
mental, fraca higiene pessoal, depressã o e desnutriçã o.

Uma particularidade de tais dependências nesses pacientes é que tanto os medicamentos


sedativos quanto o á lcool estã o relacionados com maior nú mero de quedas e fraturas, o que
reduz significativamente a expectativa de vida do idoso apó s o incidente.

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Estereótipos/ Preconceito: Fatores sociais, emocionais e cognitivos

Comportamentos e atitudes// Estereótipos

Atitudes relacionadas com a pessoa idosa:

 Respeitar as individualizaçõ es, evitando generalizaçõ es;

 Nã o infantilizar;

 Nã o tratar como doentes e incapazes;

 Oferecer-lhe cuidados específicos para a sua faixa etá ria;

 Reservar a sua independência e autonomia;

 Ajudá -lo a desenvolver aptidõ es;

 Promover a estimulaçã o psicossocial;

 O idoso deve ser interpretado como um sujeito singular dotado de inteligência e


vontade;

 Sujeito com direitos (pode reivindicar);

 Os idosos sã o livres de escolher como e onde querem viver;

 A grande maioria dos idosos é em geral saudá vel;

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 A maior parte dos idosos é membro ativo na sociedade e deseja continuar a sê-lo;

 As necessidades de saú de e as necessidades de serviços sociais variam muito entre os


“jovens idosos” e os “velhos idosos” e também entre os homens idosos e as mulheres
idosas;

 A manutençã o da autonomia da pessoa idosa está mais ligada a fatores


socioeconó micos e familiares que a serviços profissionais.

A velhice é uma parte do período vital com valores e gratificaçõ es pró prias; Nã o há fó rmulas
milagrosas nem remédios para a eterna juventude; Chegar a esta etapa da vida pode ser
interpretado como voltar a começar, a realizar projetos que noutra etapa da vida nã o se
chegou a concretizar; A atitude que adotamos ao olhar para esta etapa marcará a forma
como a viveremos e a desfrutemos.

O envelhecimento é um processo que está repleto de conceções falsas, temores, crenças,


mitos e preconceitos. “ O nosso inconsciente ignora a velhice, alimenta a ilusã o da eterna
juventude.” (Simone de Beauvoir, 1908)

MITO:

 A velhice começa aos 65 anos; O reformado passou a uma fase de nã o produtividade;

FACTO:

 A velhice nã o começa numa idade cronoló gica uniforme, mas sim variá vel e
individualizada; A nã o produtividade pode interpretar-se de diversas formas, dependendo das
circunstâ ncias de cada indivíduo;

MITO:

 Progressivo afastamento dos interesses; Os mais velhos acham-se muito limitados nas
suas aptidõ es da vida;

FACTO:

 Muitas pessoas nã o só continuam interessadas nos diversos planos sociais e familiares,


como também é nesta etapa que participam ainda mais; Os mais velhos têm muitas faculdades
vitais;

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MITO:

 Os mais velhos sã o inflexíveis e incapazes de mudar e adaptar-se a novas situaçõ es; O


envelhecimento vem acompanhado da perda de memó ria. A inteligência diminui;

FACTO:

 Muitos nã o só sã o capazes de adaptar-se continuamente a novas situaçõ es, mas


ensinam-nos através do seu exemplo; A perda de memó ria pode existir em qualquer Idade.
Existe modificaçã o;

MITO:

 O envelhecimento é uma etapa totalmente negativa; O mais velho é conservador e


defensor da tradiçã o; Envelhecer implica ter que renunciar á sexualidade, perde o interesse e a
capacidade sexual;

FACTO:

 O envelhecimento é uma etapa vital peculiar; Cada pessoa reflete a essência da sua
personalidade á medida que cumpre os seus anos; Com a idade nã o desaparece a sexualidade.
Ocorre reduçã o da frequência, falta de interesse, de parceiros;

MITO:

 O velho nã o aprende, é desatento, nã o presta atençã o a nada; “ Caduco…” Velho nã o


tem futuro. Já deu o que tinha para dar; “ Isso já nã o é para a minha idade…”

FACTO:

 Aprendem e prestam atençã o ao que lhes interessa, ao que corresponde à s suas


necessidades, aos seus anseios; As pessoas devem preparar-se para envelhecer, fazer planos e
projetos. O projeto da vida pressupõ e criatividade, autonomia, educaçã o permanente;

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A discriminação

Direta e Indireta:

A discriminação é o comportamento social de uma pessoa que condena e censura a outra


pessoa do grupo da qual pertence por considerá -la inferior em relação à raça, sexo, idade,
religião, entre outros.

No entanto, existem dois tipos de cenários discriminatórios. Um deles é a discriminaçã o


direta, justamente, porque propõ e certas normas ou ações tendentes a estigmatizar o
diferente ou simplesmente por excluir o outro de certos direitos. Os Estados Unidos é o país
que mais sofreu com os embates de discriminação racial. No início do século passado, os
cidadã os de raça negra eram considerados como lixo e eram proibidos de beber água nos
bebedouros pú blicos, de usar o mesmo banheiro que os brancos, de sentar nos bancos
traseiros dos ô nibus para deixar os assentos da frente para os brancos, entre outras atitudes
que depreciavam e humilhavam os negros. Estes sã o claros exemplos de discriminaçã o direta
que aconteciam nos Estados Unidos.

Atitudes negativas em relação a pessoas idosas têm consequências para a saú de física e
mental dessa populaçã o, segundo a Organizaçã o Mundial da Saú de (OMS). Idosos que se
sentem um fardo percebem suas vidas como menos valiosas, colocando-se em risco de
depressã o e isolamento social. Além disso, pesquisa indicou que idosos com opiniõ es
negativas sobre seu pró prio envelhecimento nã o se recuperam bem de deficiências e vivem,
em média, 7,5 anos a menos que pessoas com atitudes positivas.

Estudo produzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) indicou que atitudes
negativas ou discriminató rias contra idosos prejudicam a saú de física e mental dessa
populaçã o, um dado preocupante divulgado à s vésperas do Dia Internacional das Pessoas
Idosas, lembrado no sá bado.

O estudo ouviu mais de 83 mil pessoas em 57 países, avaliando as atitudes de pessoas de


todas as faixas etá rias em relaçã o aos idosos. Os mais baixos níveis de respeito foram
relatados em países de alta renda, segundo a pesquisa.

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“Esta aná lise confirma que a discriminaçã o por idade é extremamente comum. No entanto, a
maioria das pessoas desconhece completamente os estereó tipos subconscientes que têm
sobre pessoas idosas”, disse John Beard, diretor de envelhecimento e curso de vida da OMS.
“Assim como acontece com o sexismo e o racismo, é possível mudar as normas sociais. É
tempo de parar de definir as pessoas por sua idade”, completou.

Atitudes negativas sobre o


envelhecimento e em relação a pessoas idosas também têm consequências significativas
para a saú de física e mental dessa populaçã o. Idosos que se sentem um fardo percebem suas
vidas como menos valiosas, colocando-se em risco de depressã o e isolamento social, de
acordo com a OMS.

Pesquisa publicada recentemente aponta que idosos que têm opiniõ es negativas sobre seu
pró prio envelhecimento nã o se recuperam bem de deficiências e vivem, em média, 7,5 anos a
menos que pessoas com atitudes positivas.

Até 2025, o nú mero de pessoas com 60 anos ou mais duplicará e, até 2050, alcançará a marca
de 2 bilhõ es no mundo, com a maioria vivendo em países de baixa e média renda.

“A sociedade se beneficiará desse envelhecimento da populaçã o se todos nó s envelhecermos


de uma forma mais saudá vel”, disse Alana Officer, coordenadora de envelhecimento e curso
de vida da OMS. “Entretanto, para fazer isso, precisamos acabar com a discriminaçã o por
idade”.

Alana acrescentou que “a discriminaçã o por idade assume muitas formas”. “Elas incluem
retratar pessoas mais velhas como frá geis, dependentes e fora de contato, ou por meio de

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prá ticas discriminató rias como racionamento dos cuidados de saú de por idade ou políticas
institucionais, como a aposentadoria obrigatória em certa idade”.

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Assédio e retaliação:

Caracteriza-se como abuso de idosos qualquer ato proposital que magoe ou lese uma pessoa
mais velha. Esses atos podem ser cometidos por parentes, amigos ou cuidadores e são
divididos em três categorias: físicos e sexuais, emocionais e mentais e financeiros.

Como identificar:

Tente encontrar sinais de lesõ es. Geralmente, quando um idoso sofre algum tipo de abuso,
apresenta hematomas, pá pulas e outros ferimentos visíveis. O abuso é físico quando o
agressor usa a força braçal para atacar a vítima e pode ser caracterizado por golpes,
empurrõ es, socos e até tentativas de queimar a pessoa. Fique atento ao rosto, braços, pernas,
barriga e costas do idoso.

Veja se as roupas da pessoa estão rasgadas ou estragadas. Tente encontrar falhas no que
o idoso está a vestir, pois podem ser indícios de que ele está a sofrer agressõ es.

Observe também se os objetos pessoais do idoso estã o danificados, como ó culos, joias e outros
objetos que possam ser de valor. Isso é um possível sinal de abuso.

Tente encontrar sinais de abandono. Se o idoso em questã o tem um cuidador, como um


parente ou um enfermeiro, desconfie se ele começar a parecer “abandonado à s traças”: roupas
sujas (talvez com urina e fezes), pouca higiene, perda de peso sú bita etc.

Fique atento também se as unhas e o cabelo do idoso ficarem longos demais ou descuidados,
bem como se ele desenvolver problemas dentá rios por falta de cuidados. Esses sã o possíveis
sintomas de abuso físico e negligência profissional.

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Positiva vs negativa:

A discriminação positiva é um tipo de discriminaçã o que tem como finalidade


selecionar pessoas que estejam em situaçã o de desvantagem tratando-as desigualmente e
favorecendo-as com alguma medida que as tornem menos desiguais.

É um processo que tem como objetivo tornar a sociedade mais igualitária


diminuindo os desequilíbrios que existem em certos grupos sociais.

A discriminação significa fazer distinçã o por motivos arbitrá rios como a origem
racial, o sexo, o nível socioeconô mico, etc. Geralmente este termo recebe uma conotação
negativa, na medida em que é tratado com tom depreciativo ou que prejudica a determinados
grupos sem medir a razã o. Aliá s, é possível falar de uma discriminação positiva quando se
trata de alguns grupos sem prejudicar a outros e quando mostram suas necessidades e
problemas com a finalidade de ajudá -los. Isto resulta nas pessoas com capacidades diferentes,
onde em muitos países sã o favorecidos com subsídios ou benefícios que perseguem a
possibilidade de uma melhor inserçã o na sociedade, com autonomia e igualdade de
oportunidades em comparaçã o com outros indivíduos.

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Sensibilização

Idoso abandonados? Sim! Eles existem! Para muitos estas situaçõ es nã o interessam, é-lhes
indiferente, para outros é uma situaçã o cada vez mais grave e mais comum, a cada dia que
passa. Para esses idosos nã o lhes interessa de onde vêm, como chegaram à quela situaçã o, o
que importa sim é o que eles sã o! Sã o pessoas! Pensam como pessoas, tem necessidades de
pessoas, sonham como pessoas, mas...nã o têm vida de pessoas, pelo menos nã o como pessoas
com condiçõ es mínimas de vida. Sã o considerados indingentes!

E de quem é a culpa? Eles nã o estã o na rua porque gostam da rua! Estã o lá porque alguém os
colocou lá ! E pensar que algumas dessas pessoas já foram como nó s.

Existem vá rios sites que lutam contra a descriminaçã o e o abandono de idosos.

Algumas campanhas de sensibilizaçã o, consistem na criaçã o e colagem de alguns cartazes.


Esses cartazes sã o colocados à entrada dos edifícios escolares de modo a que todas as pessoas
possam mais facilmente, observar e analisar. Estas imagens têm como objetivo despertar nas
pessoas uma reflexã o sobre este tema, que embora seja real, raramente é encarado pela
sociedade. Aqui estã o algumas imagens dessas iniciativas:

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Aceitação e assertividade

Diz-se que a sociedade de hoje está muito egoísta, mas, na verdade, em muitos momentos,
sentimos dificuldade em afirmar o que somos, pensamos e sentimos em diversos contextos
(profissional, social, familiar, conjugal, etc.).

De facto, muitas vezes se confunde agressividade com assertividade. A grande diferença


entre ambas é que na primeira afirmamo-nos atacando, nã o dando espaço ao/s outro/s,
enquanto, na segunda, somos capazes de reconhecer o outro que é necessariamente
diferente de nós com as suas expectativas, crenças e sentimentos, dando-lhe espaço para
se manifestar. No fundo, para sermos assertivos temos de aceitar que eu nã o sou o outro nem
o que o outro espera de mim, mas também o inverso, e que os conflitos, sejam internos
(connosco pró prios) ou externos (com outro/s), fazem parte da existência humana.

Além da aceitaçã o da diferença e do conflito, a assertividade pressupõ e autoestima. Ou seja,


gostarmos de nó s pró prios, para termos capacidade e nos julgarmos merecedores de
satisfazer as nossas necessidades. Quando a autoestima é deficitá ria, por norma, temos uma
atitude passiva, pondo o controlo no outro. Nã o reconhecemos os nossos direitos e nã o os
reivindicamos, o que pode gerar um ciclo vicioso pernicioso: “ninguém me respeita”, “abusam
sempre de mim”, etc., quando somos nó s pró prios que o permitimos.

É salutar que em situações em que nos sintamos mais vulneráveis adotemos uma
assertividade mais defensiva e agressiva enquanto que quando nos sentimos protegidos e
aceites a tendência é uma assertividade mais passiva, pois nã o temos necessidade de nos
afirmar.

A assertividade pode ser aprendida e desenvolvida. Habitualmente, temos mais


dificuldade em determinados contextos (por exemplo, nã o temos qualquer questã o com os
nossos familiares, mas nã o conseguirmos ser assertivos com o nosso chefe). Ou seja, a pessoa
nã o se categoriza assertiva em termos absolutos, mas sim contextualmente.

Ao sermos mais assertivos, aumentamos o respeito por nó s pró prios e a autoconfiança no


relacionamento com os outros, nã o tendo uma necessidade constante de aprovaçã o.
Consequentemente, os outros respeitar-nos-ã o mais e teremos relaçõ es interpessoais mais
satisfatórias.

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O idoso com perturbações do desenvolvimento (PD):

Autismo: características

As pessoas idosas com autismo têm os mesmos problemas de saú de que as outras pessoas
idosas só que acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de
comportamento podem, por isso, sofrer um agravamento.

Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivaçã o para
praticar desporto, o que nã o contribui para melhorar a sua qualidade de vida.

Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade.

São sintomas e características do autismo:

Dificuldade na interaçã o social, como contacto visual, expressã o facial, gestos,


dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoçõ es;

Prejuízo na comunicaçã o, como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso


repetitivo da linguagem;

Alteraçõ es comportamentais, como padrõ es repetitivos de comportamentos, ter muitas


"manias" e apresentar intenso interesse por algo específico, como a asa de um aviã o, por
exemplo.

Relativamente à mortalidade, estudos a longo prazo de crianças e adolescentes com


desordens psiquiá tricas, demonstraram taxas de mortalidade acima da média, quando
comparadas com grupos de controlo de mesmo sexo e idade. As causas destas mortes,
geralmente, nã o sã o de origem natural, sã o, muitas vezes, suicídios e acidentes.

As taxas de mortalidade são mais elevadas em indivíduos com Perturbaçã o de Espectro de


Autismo. Algumas das causas sã o: acidentes de carro, encefalopatias, autoagressã o, asma,
estados de epilepsia, afogamentos e pneumonia.

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O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorização do idoso, nas


AVD’s

Autistas são muito pouco sensibilizados para a comunicaçã o oral, assim alternativas sã o
tentadas, para que se possa penetrar na barreira que o autista impõ e ao mundo que o cerca.
As tentativas efetuadas com a musicoterapia sã o significativas nos relatos de sucessos que
sã o obtidos. Eles podem ser avaliados ao se mensurar a atividade mental do autista e os
benefícios sã o registados com participação ativa e passiva do autista.

Um dos benefícios comumente descritos refere-se ao desenvolvimento da autoestima no


autista e pode o levar a um processo de comunicaçã o nã o verbal. A eliminaçã o dos
movimentos que causa espécie em algumas pessoas e as afastam dos autistas pode ser obtida.

Em atividades artísticas é possível observar aumento de criatividade, da satisfação


emocional. A contribuiçã o para organizaçã o do pensamento é também relatada. Da mesma
forma é possível obter resultados no desenvolvimento social, sendo relatadas situaçõ es em
que a ampliaçã o de contato do autista com o mundo que o envolve, ocorre em grande parte
dos estudos. Estas melhorias nã o podem ser ignoradas quando o motivo de todos estes
benefícios sã o obtidos.

A musicoterapia tem sido também utilizada com sucesso no tratamento dos idosos, com
sucesso nas mesmas situaçõ es que sã o observadas com as crianças autistas. Como tem maior
conhecimento do mundo que os cerca, a nã o ser em casos de doenças que envolvem a
demência, os maiores sucessos obtidos se referem à recuperaçã o da autoestima, o que nã o é
um benefício pequeno.

As atividades envolvidas são simples, tais como: cantar, brincar, tocar, improvisar e
criar, com alto estímulo para um trabalho mental e corporal. Outros resultados de
importâ ncia podem ser relacionados: restabelecimento do ritmo da marcha; estimulaçã o da
fala; aumento da criatividade; aumento da força e consciência temporal; diminuiçã o da
depressã o.

Em ambos os casos o sentimento de maior carinho é afastar as pessoas afetadas por estes
males da solidã o, com utilizaçã o de técnicas simples e que muitas vezes, podem fazer tanto
bem, ou bem ainda maior para as pessoas que valorizam estes resultados e doam um pouco de
si para as outras pessoas.

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Estratégias a utilizar no acompanhamento do idoso com autismo: na interação e na


gestão e contenção comportamental

Os autistas são pessoas que têm dificuldade de socialização e de interação social. Têm
tendência a falar das coisas que sabem muito e dos seus interesses, descurando o
interlocutor. Normalmente, têm uma rigidez de pensamento, nã o flexibilizando o que vai
trazer alguma perturbaçã o na vida social e diá ria das pessoas e das relaçõ es que se vã o
fazendo. Sã o pessoas que, à partida, gostam de rotinas e sã o muito suscetíveis a mudanças,
podendo apresentar um contacto ocular fugaz ou diferenciado. Quando tocam no outro ou
quando sã o tocados, podem mostrar alguma falta de empatia. Têm muitas dificuldades em
entender metá foras ou segundos sentidos. Podem adotar uma postura muito sarcá stica ou um
humor excecional, devido à incompetência que têm e, portanto, podem camuflar as suas
relações pessoais.

As pessoas têm que entender que se trata de pessoas que têm uma inabilidade e
inaptamente nã o têm uma predisposiçã o para as relaçõ es interpessoais, têm padrõ es de
comunicaçã o diferenciados e têm exigências de ritmos e de rituais e rotinas. Para eles é
muito organizador. Assim sendo, o que se aconselha é que as pessoas respeitem estas rotinas,
tentem entendê-las, se forem funcionais, para arranjar mecanismos de adaptaçã o e de
alteraçã o e que acima de tudo utilizem um discurso claro, sistemá tico, com pouco floreados e
que tudo o que tenham de fazer no seu dia a dia haja um calendá rio, uma ficha pessoal e acima
de tudo que haja uma previsibilidade.

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Deficiência visual: Características

A deficiência visual inclui dois grupos de condiçõ es distintas: cegueira e baixa visã o. A
cegueira é uma alteraçã o grave ou total de uma ou mais das funçõ es elementares da visã o que
afeta de modo irremediá vel a capacidade de perceber cor, tamanho, distância, forma,
posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente.

Baixa visão é a alteraçã o da capacidade funcional da visã o, decorrente de inú meros fatores
isolados ou associados, tais como, baixa acuidade visual significativa, reduçã o importante
do campo visual, alteraçõ es corticais e/ou de sensibilidade aos contrastes, que interferem ou
que limitam o desempenho visual do indivíduo.

Do ponto de vista Educacional:

Cegos: sã o aquelas pessoas que apresentam “desde ausência total de visã o até a perda
da projeçã o de luz”. O processo de aprendizagem será através dos sentidos remanescentes
(tato, audiçã o, olfato, paladar) utilizando o sistema BRAILE como principal meio de
comunicaçã o escrita.

Baixa visão: sã o aquelas pessoas que apresentam “desde condiçõ es de indicar


projeçã o de luz até o grau em que a reduçã o de acuidade interfere ou limita seu desempenho
visual”. O seu processo educativo desenvolver-se-á , principalmente, por meios visuais ainda
que com a utilizaçã o de recursos específicos como lupa, telelupa, escrita ampliada, entre
outros.

A definição de baixa visão (ambliopia, visã o subnormal ou visã o residual) é complexa


devido à variedade e à intensidade de comprometimentos das funções visuais. Essas funçõ es
englobam desde a simples perceçã o de luz até a reduçã o da acuidade do campo visual que
interferem ou limitam a execuçã o de tarefas e o desempenho geral.

Em muitos casos, observa-se o nistagmo, movimento rápido e involuntário dos olhos, que
causa uma redução da acuidade visual e fadiga durante a leitura.

Uma pessoa com baixa visã o apresenta grande oscilaçã o da sua condiçã o visual de acordo com
o seu estado emocional, as circunstâ ncias e a posiçã o em que se encontra, dependendo das
condiçõ es de iluminaçã o natural ou artificial.

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A baixa visão traduz-se numa reduçã o do rol de informaçõ es que o indivíduo recebe do
ambiente, restringindo a grande quantidade de dados que este oferece e que sã o
importantes para a construçã o do conhecimento sobre o mundo exterior. Em outras palavras,
o indivíduo pode ter um conhecimento restrito do que o rodeia.

A aprendizagem visual depende nã o apenas do olho, mas também da capacidade do cérebro


de realizar as suas funçõ es, de capturar, codificar, selecionar e organizar imagens fotografadas
pelos olhos.

Essas imagens são associadas com outras mensagens sensoriais e armazenadas na memó ria
para serem lembradas mais tarde. Para que ocorra o desenvolvimento da eficiência visual,
duas condições precisam estar presentes:

O amadurecimento ou desenvolvimento dos fatores anató micos e fisioló gicos do olho,


vias ó ticas e có rtex cerebral.

O uso dessas funçõ es, o exercício de ver. (Sá ; Campos; Silva, 2007).

Das causas Congénitas:

Retinopatia da prematuridade, graus III, IV ou V- por imaturidade da retina em virtude


de parto prematuro, ou por excesso de oxigênio na incubadora

Corioretinite, por toxoplasmose na gestaçã o.

Catarata congênita (rubéola, infeçõ es na gestaçã o ou hereditá ria).

Glaucoma congênito (hereditá rio ou por infeçõ es).

Atrofia ó tica por problema de parto (hipoxia, anoxia ou infeçõ es Peri natais).

Degeneraçõ es retinianas (Síndrome de Leber, doenças hereditá rias ou diabetes).

Deficiência visual cortical (encefalopatias, alteraçõ es do sistema nervoso central ou


convulsõ es

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Adquiridas: Por doenças como diabetes, descolamento de retina, glaucoma, catarata,
degeneração senil e traumas oculares.

Sintomas: Tonturas, ná useas e dor de cabeça; sensibilidade excessiva à luz (fotofobia); visã o
dupla e embaçada.

Condutas:

Aperta e esfrega os olhos;

Irritaçã o, olhos avermelhados e / ou lacrimejantes;

Pá lpebras com as bordas avermelhadas ou inchadas; estrabismo; nistagmo (olhos em


constante oscilaçã o);

Piscar excessivamente;

Franzimento da testa ou piscar continuamente para fixar perto ou longe;

Dificuldade para seguimento de objeto;

Cautela excessiva ao andar;

Tropeço e queda frequentes;

Desatençã o e falta de interesse;

Inquietaçã o e irritabilidade;

Dificuldade para leitura e escrita;

Aproximaçã o excessiva do objeto que está sendo visto;

Postura inadequada;

Fadiga ao esforço visual.

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Orientação e mobilidade: o papel do técnico de geriatria no acompanhamento e


monitorização do idoso, nas AVD’s

Uma boa forma de cuidar de uma pessoa com problemas de visão passa por aprender
todas as condiçõ es e restriçõ es que a doença ocular impõ e. Ao fazê-lo, conseguirá identificar-
se com a pessoa idosa e conhecerá as suas principais dificuldades e frustraçõ es. Esta é
também uma boa maneira da pessoa idosa se sentir mais compreendida, segura e produtiva.

Iluminação E Controlo De Brilhos:

As pessoas idosas que sofrem de glaucoma exigem níveis mais altos de luz, apesar de terem
problemas com o controlo de brilhos provocados pelo encandeamento da luz ou pelo reflexo
de objetos brilhantes. A sensibilidade ao contraste (a habilidade de ver tons diferentes da
mesma cor) é também afetada. Para que tal nã o aconteça, é necessário cumprir com os
aspetos seguintes:

Adquirir uma posição de iluminação direta

O posicionamento da luz deve estar direcionado para as atividades de uma pessoa idosa como,
por exemplo, a leitura de um livro ou jornal ou para a realizaçã o de palavras cruzadas.
Existem empresas que comercializam lâ mpadas pró prias que aumentam o contraste das cores
e reduzem o brilho da luz e estas sã o as mais apropriadas para quem tem uma visã o limitada.

Evitar grandes desigualdades de iluminação:

As grandes diferenças de iluminaçã o devem ser evitadas como, por exemplo, quando uma
lâ mpada está ligada num quarto escuro. Assim sendo, a iluminaçã o de um determinado local
deve ser uniforme, assim como toda a á rea circundante. Tenha em atençã o que ao manter as
luzes acesas durante o dia, estará a ajudar a equalizar as fontes de iluminaçã o do interior com
as do exterior da casa.

Reduzir o brilho das superfícies refletoras

Um dos aspetos mais importantes que deve ser realizado para cuidar de uma pessoa idosa
com uma visã o limitada passa por cobrir todas as superfícies refletoras que possam existir no
interior de casa. Por outro lado, deve garantir que a pessoa idosa nã o permanece muito tempo
em frente à janela, especialmente quando estiver a ler ou a realizar qualquer tipo de
passatempo ou atividade.

A Ampliação Da Visão

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A ampliaçã o da visã o é uma ferramenta essencial para as pessoas que apresentam uma baixa
visã o. Atualmente, os aparelhos de aumento da visã o vã o desde os objetos mais simples aos
mais sofisticados em termos tecnoló gicos. Alguns destes incluem:

 Livros impressos de grande porte, talõ es de cheque, calendá rios, calculadoras,


unidades de controlo remoto, reló gios, agendas e baralhos de cartas.

 Pequenas lupas de bolso para a leitura das ementas dos restaurantes ou para visualizar
o preço que está marcado numa etiqueta. Todos os ampliadores devem ser corretamente
iluminados para que a pessoa idosa possa executar as suas tarefas de uma forma eficaz.

 Unidades de ampliaçã o eletró nicas que usam uma câ mara para captar uma imagem ou
uma pá gina impressa e depois projetam-na num monitor de televisã o ou tela de computador.
Estas unidades podem ser usadas para ler as contas, os cheques, as instruçõ es de
medicamentos de um idoso, os ró tulos de alimentos, entre outros.

Este material eletrónico é produzido por empresas especializadas em baixa visã o e podem ser
adquiridos em funçã o do tamanho da imagem, do grau de contraste e das cores apresentadas.
Eles variam em tamanho, uma vez que existem modelos maiores que outros e alguns
pequenos dispositivos portáteis.

 Sistemas telescó picos para ampliar objetos à distâ ncia como, por exemplo, a televisã o.
Estes sistemas podem ser de mã o ou colocados em ó culos e chamam-se "bió ticos".

 Equipamento adaptá vel para uso do computador como, por exemplo, software de
alargamento de tela e grandes teclados com letras. Este tipo de equipamento é muito parecido
com os sistemas telescó picos.

A Mobilidade De Uma Pessoa Com Visão Limitada

As bengalas e até os cães guia podem ser utilizados para ajudar as pessoas com visã o
limitada a andar em segurança. Por outro lado, também podem ser utilizadas outras técnicas
para que uma pessoa se oriente de uma forma mais eficaz. Por exemplo, a técnica do reló gio
que lhe indica que o sofá se encontra à s 3 horas da tarde e a televisã o à s 9 horas da noite. Este
tipo de técnica, à boa maneira militar, ajuda uma pessoa a exercitar o corpo e a mente e
permite-lhe movimentar-se com mais facilidade, sem ter a necessidade de utilizar a visã o.

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Qualquer atividade que possa auxiliar uma pessoa com visã o limitada é uma forma de a
ajudar a lidar com a ansiedade ou depressã o que muitas vezes acompanha a perda da visã o.

Deficiência auditiva: Características

Deficiência auditiva (perda auditiva) é quando a habilidade auditiva da pessoa é reduzida.


Deficiência auditiva faz com que a pessoa tenha dificuldade de ouvir diá logos e outros sons.

As causas mais comuns de deficiência auditiva (perda auditiva) sã o ruídos e


envelhecimento. Na maioria dos casos deficiência auditiva nã o pode ser curada. Deficiência
auditiva é, normalmente, tratada com o uso de aparelhos auditivos.

Causas de deficiência auditiva:

Deficiência auditiva pode ser causada por vá rios fatores, mas envelhecimento e ruído
sã o as duas causas mais comuns. Perder a audiçã o com a idade é uma consequência natural.
Nossa capacidade auditiva piora aos 30 e 40 anos de idade, e daí para frente. Mais da metade
das pessoas, ao atingir 80 anos de idade, sofre significantemente de deficiência auditiva,
conhecida como perda auditiva relacionada à idade, Presbiacusia. Outro motivo comum de
deficiência auditiva é exposiçã o a ruídos. Deficiência auditiva pode ser uma consequência de
se viver em um mundo ruidoso. Tais ruídos surgem do nosso ambiente de trabalho ou
exposiçõ es a ruídos, como ruídos de motores ou som alto em show de rock, clubes noturnos,
discotecas, como também com o uso de aparelhos estéreos, com ou sem headphones. O uso
elevado de aparelho mp3 aumenta os efeitos de deficiência auditiva.

Deficiência auditiva pode também ocorrer como resultado de outros fatores, e pode ser
causada por:

Algumas doenças e infeçõ es

Certos tipos de síndromes

Medicamentos e fá rmacos

Danos no ouvido

Lesõ es na cabeça

Malformaçõ es congênitas do ouvido ou entupimento no ouvido

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Fatores genéticos

Tumores na cabeça

Alcoolismo e tabagismo

Solventes

Colesterol

Tipos de deficiência auditiva:

Perda auditiva pode ser sensorioneural, condutiva e mista. A perda auditiva


sensorioneural é causada devido a danos ocorridos na célula ciliada no ouvido interno. A
perda auditiva relacionada à idade, conhecida também como Presbiacusia é um tipo de perda
auditiva sensorioneural, e a perda auditiva induzida por ruído é uma perda auditiva
permanente causada por exposiçã o prolongada a níveis altos de ruído.

Perda auditiva condutiva é uma deficiência auditiva em que a habilidade auditiva para
conduzir o som para o ouvido interno é bloqueada ou reduzida.

Se houver problemas ao conduzir o som para o ouvido interno e as células ciliadas, no


ouvido interno, forem danificadas, ao mesmo tempo, isso chama-se perda auditiva mista. Uma
combinaçã o de perda auditiva condutiva e perda auditiva sensorioneural.

Perda auditiva pode ser também perda auditiva bilateral ou perda auditiva unilateral.

A pessoa pode ter também perda auditiva só num ouvido. E isso é chamado de perda auditiva
unilateral ou surdez unilateral. A perda auditiva em ambos os ouvidos é chamada de perda
auditiva bilateral.

Perda auditiva pode ocorrer subitamente, de um dia para outro, o que é conhecido como
perda auditiva sú bita.

Em alguns casos a perda auditiva pode ser oculta, que é um tipo de perda auditiva que nã o
pode ser medida através de um teste auditivo comum. A pessoa pode ter perda auditiva
oculta se tiver dificuldade de ouvir em situaçõ es com ruído de fundo.

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O papel do técnico de geriatria no acompanhamento e monitorização do idoso, nas


AVD’s

Ao se encontrar incapaz de ouvir como antigamente, o idoso pode se sentir desmotivado a


continuar com suas atividades diá rias. Alguns, ainda, podem desenvolver medo de cometer
erros devido à sua falta de audiçã o e perdem a confiança em si mesmos.

Junto com todos esses sentimentos, vem a baixa autoestima, capaz de influenciar
diretamente no humor. É comum ouvir relatos de idosos que fingem entender o que foi dito
por sentirem vergonha de perguntar novamente e nã o quererem incomodar.

Alguns familiares relatam que os idosos com perda auditiva sã o impacientes, nã o


colaborativos, zangados e distraídos. Por essa razã o, é de extrema importâ ncia que a família
esteja consciente das características dessa deficiência sensorial e suas possíveis complicaçõ es.

Além de causar danos ao humor do idoso, a perda auditiva também tem grande influência
em sua personalidade e comportamento. Quando há uma demora muito grande em buscar
ajuda, o paciente pode desenvolver depressã o profunda e se afastar dos amigos e dos entes
queridos.

O isolamento social contribui para a perda gradual da memó ria, falta de atençã o, dificuldade
em entender e falar e perda de equilíbrio. Todos esses problemas afetam o bem-estar do
indivíduo e podem ser resolvidos com um diagnó stico precoce de surdez, com o uso de
aparelhos auditivos e a compreensão dos que estão ao seu redor.

Quando há suspeitas de que o idoso não está a ouvir corretamente, o primeiro passo é
levá -lo a um médico especialista para uma aná lise. O diagnó stico é feito, normalmente, por um
audiologista — fonoaudió logo — ou um otorrinolaringologista.

Para facilitar a aná lise médica, faça uma lista dos sintomas e de possíveis atividades de risco,
como trabalhos realizados em lugares com ruídos. Apó s alguns testes e exames, o especialista
fará o diagnó stico e oferecerá o melhor tratamento para o quadro.

Nos casos em que a perda já ocorreu há algum tempo, é importante mostrar apoio ao idoso
e acompanhá -lo em suas consultas, além de seguir os próximos passos a serem listados:

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Tenha paciência:

O segredo para lidar com um idoso com perda auditiva é a paciência. Lembre-se que
será comum ouvi-lo perguntar “o quê?” vá rias vezes em um diá logo, mas repita a frase
quantas vezes for necessá rio para que ele compreenda, principalmente na fase de adaptaçã o
com o aparelho auditivo.

Porém, nã o é apenas nessa situaçã o que a sua paciência será exigida. As visitas ao médico, por
sua vez, podem gerar resistência em um primeiro momento. Seja firme e mostre como é
importante seguir um tratamento adequado com a ajuda de um profissional.

Seja cuidadoso na hora de falar com o idoso

Há quem diga que gritar ou falar alto demais com pessoas com perda auditiva ajuda na
comunicaçã o. Se você é uma dessas pessoas, pare agora mesmo! Além de nã o ser eficaz, acaba
por dificultar o entendimento. O ideal é falar pausadamente e com calma, olhando bem na face
da pessoa que apresenta o quadro de surdez.

Gesticular também costuma ser bastante eficiente para auxiliar no diá logo, mas evite
exagerar muito nas mímicas e mantenha sempre a conversa o mais natural possível. Formular
frases longas demais e falar com chicletes ou alimento na boca também atrapalha na altura da
comunicaçã o.

Compreenda que o idoso precisa de espaço

Nem sempre estamos com vontade de conversar com alguém, certo? Isso também acontece
com os idosos, principalmente se estiverem a passar pela perda de audiçã o. Embora seja
importante evitar que eles se isolem e deixem de manter um convívio social, é preciso
respeitar o seu espaço e entender que nem sempre é uma boa altura para uma conversa.

Outro caso bastante comum é o idoso sentir-se pouco à vontade em ir a comemoraçõ es,
festas, aniversá rios ou até mesmo lugares que ele costumava frequentar diariamente. Esse
comportamento demonstra que a pessoa se sente triste, incapacitada ou que tem receio de
passar por situaçõ es constrangedoras por nã o ouvir o que foi dito.

Nesses dois casos, é importante nã o forçar o idoso a nada. O que se pode e deve fazer é
incentivá -lo a procurar ajuda para realizar um tratamento adequado e melhorar sua
qualidade de vida.

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Métodos e técnicas de acompanhamento com o idoso


com Autismo, Deficiência Visual e Auditiva
AUTISMO:

O tratamento do autismo, apesar de nã o curar esta síndrome, é capaz de melhorar a


comunicaçã o, a concentraçã o e diminuir os movimentos repetitivos, melhorando assim a
qualidade de vida do próprio autista e também da sua família.

Para um tratamento eficaz, é indicado que seja feito com uma equipa composta por médico,
fisioterapeuta, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudió logo, que indicam terapias
específicas para cada paciente, e muitas vezes devem ser feitas por toda vida. Além disso,
existem novidades sobre cuidados com a alimentaçã o e atividades como musicoterapia, que
podem contribuir muito para a melhora dos sintomas.

Assim, algumas estratégias importantes para o tratamento do autismo, seja em casos leves
ou graves, incluem:

Remédios

Apesar de nã o existirem remédios específicos para tratar e curar o autismo, o médico poderá
indicar medicamentos que podem combater sintomas relacionados ao autismo como
agressã o, hiperatividade, compulsividade e dificuldade para lidar com a frustraçã o, como por
exemplo clozapina, risperidona e aripiprazol.

Alimentação

Alguns alimentos tendem a melhorar ou a agravar os sintomas do autismo, por isso é


importante estar atento ao que a criança come. Os alimentos que nã o devem ser ingeridos
incluem o leite e seus derivados porque contém caseína, industrializados e com corantes,
devendo-se dar preferência aos alimentos orgâ nicos, comprados na feira, ricos em
antioxidantes e ô mega 3.

Fonoaudiologia

O acompanhamento com o fonoaudió logo é importante para melhorar a comunicaçã o verbal


do autista com o mundo. Durante as sessõ es sã o realizados diversos exercícios que podem
ajudar a criança a aumentar o seu vocabulá rio e melhorar a entoaçã o da voz, podendo ser
realizados jogos e brincadeiras para atrair a atençã o da criança.

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Musicoterapia

A mú sica ajuda o autista a entender as emoçõ es, aumentando sua interaçã o com o mundo à
sua volta. O objetivo nã o é aprender a cantar ou tocar nenhum instrumento, sendo somente
importante saber ouvir e se expressar através dos sons que os instrumentos podem produzir
e também através de movimentos de dança, por exemplo, num ambiente leve e descontraído.

Psicoterapia

A psicoterapia deve ser guiada pelo psicó logo e pode ser realizada sozinho ou em grupo, com
encontros semanais. Nela pode ser utilizada a terapia comportamental, por exemplo, que pode
ajudar a se vestir sozinho.

Psicomotricidade

Pode ser orientada por um fisioterapeuta especialista e durante as sessõ es podem ser
realizados diversos jogos e brincadeiras que podem ajudar a criança a focar sua atençã o em
apenas uma coisa de cada vez, a amarrar os sapatos, contribuindo para um melhor controle
dos movimentos, combatendo os movimentos repetitivos, que sã o comuns em caso de
autismo.

Equoterapia

A terapia com cavalos é muito ú til para melhorar a reaçã o de endireitamento do corpo,
quando a criança está em cima do animal, a coordenaçã o motora, o controle da respiraçã o e
desenvolver a autoconfiança do autista. As sessõ es geralmente duram entre 30 minutos e 1
hora.

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PERDA DE VISÃO:

Perder a visão é como perder a janela que nos mostra o mundo. Muitos idosos têm este
sentimento de que o mundo se está a fechar gradualmente. Perdem capacidade de realizar as
tarefas do dia-a-dia, como preparar uma refeiçã o ou usar o telefone, atividades que outrora
seriam de execuçã o muito fá cil.

A perda de visão é uma das principais causas de incapacidade, perda de independência e


reduçã o de qualidade de vida. Milhõ es de seniores com mais de 65 anos sofrem de perda de
visã o. Embora a probabilidade de perda de visã o aumente com a idade, existe o falso estigma
de que esta é uma causa decorrente do processo de envelhecimento. É igualmente
traumatizante perder a visã o durante a velhice ou em etapas mais precoces da vida, podendo
mesmo ser um dos problemas de saú de mais grave que os idosos enfrentam. O efeito
psicossocial da perda de visã o em idosos pode ter consequências muito graves.

Variados estudos mostraram que em idosos que apresentam perda de visão, têm mais
dificuldade em realizar as atividades da vida diá ria (AVD) do que aqueles que sofrem de
outras doenças cró nicas. Seniores com perda de visã o apresentam um nú mero maior de
doenças cró nicas, como diabetes, doença cardíaca, AVC, comparando com os que nã o sofrem
de perda de visã o.

Este maior nú mero de afeçõ es cronicas pode ser o resultado para pró pria perda de visã o, uma
das causas advém da dificuldade em manter uma dieta saudá vel, já que idosos com baixa visã o
têm quatro vezes mais dificuldade em preparar uma refeiçã o. Outras causas provêm dos
idosos com fraca visã o estarem menos propensos a realizar atividades físicas (apenas 59,6%
dos idosos com perda de visã o relatam ser fisicamente ativos em comparaçã o com os 70,2%
dos idosos com visã o normal).

Este facto acaba por nã o ser surpreendente quando se considera que, em comparaçã o aos
idosos com visã o normal, os idosos com perda de visã o estã o até três vezes mais propensos a
ter dificuldade em sair de sua casa e igualmente três vezes mais propensos a desenvolver
dificuldades motoras.

Como resultado, os idosos com deficiência visual têm níveis de depressã o e ansiedade
muito mais altos que idosos com outras afeçõ es cró nicas. Devido ao seu défice visual, estes
seniores têm uma maior tendência em isolar-se, deixam gradualmente de realizar as

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atividades que sempre gostaram. A investigaçã o mostrou que estes níveis mais elevados de
depressã o e ansiedade contribuem para a dificuldade dos idosos em realizar as AVDs, mais do
que a perda de visã o em si. Como os idosos com deficiências visuais se tornam mais
deprimidos por causa da perda de visã o, começam a ter mais problemas de saú de, está assim
criado um ciclo vicioso onde a depressã o deteriora o estado físico e a deterioraçã o física
aumenta a depressã o.

A boa notícia é que, com apoio e terapia específica para idosos com deficiências visuais, é
possível devolver a sua independência e quebrar este ciclo. Os médicos podem prescrever
programas de reabilitaçã o que permitiram aos seniores aprender a gerir e lidar com a perda
de visã o, permitindo que estes sejam participantes ativos nas suas comunidades.

Família, amigos e cuidadores profissionais podem ajudar estes seniores em muitas das
suas atividades, como preparaçã o de refeiçõ es, transporte para eventos ou compromissos,
diminuindo assim o seu isolamento permitindo que estes sigam a sua vida normal. Ao
permanecerem ativos e sociais, os idosos com baixa visã o reduzem a hipó tese de sofrer de
depressã o, consequentemente isto vai diminuir os riscos globais de desenvolvimento de
doenças cronicas adicionais.

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PERDA DE AUDIÇÃO:

Algumas Dicas Para Cuidar De Alguém Com Perda De Audição

A comunicação é uma parte essencial da vida humana e a audiçã o é crucial para a boa
comunicaçã o. Nesse sentido, existem algumas dicas que podem ser colocadas em prá tica para
falar com uma pessoa que tem dificuldades na audiçã o. São elas:

 Fale de uma forma clara e percetível

O cuidador deve ter uma linguagem clara, pausada e percetível para ser bem compreendido.
Evite falar muito rá pido e, de preferência, nã o fale com comida na boca nem masque chicletes,
pois as palavras soarã o de maneira diferente.

 Tenha uma conversa num ambiente descontraído

Ao iniciar uma conversa com alguém que tem problemas de audiçã o, deve fazê-lo num
ambiente tranquilo, com poucas distraçõ es visuais e auditivas.

 Mantenha-se em espaços iluminados

Mesmo que um idoso com perda auditiva nunca tenha estudado a leitura labial, ele pode
adquirir uma grande quantidade de informaçõ es ao visualizar com clareza a cara e a
linguagem corporal do indivíduo que lhe está a dirigir a palavra. Esta é uma das formas mais
eficazes de reduzir todo o tipo de ruído ambiente.

 Obtenha a máxima atenção do ouvinte

Antes de começar a falar, deve obter a má xima atençã o do seu ouvinte e pode fazê-lo através
do contacto visual. Deve apresentar uma ideia ou um facto de cada vez, para que seja um
diá logo construtivo e nã o um monó logo.

 Repita as suas ideias

Para ser melhor compreendido, deve repetir as suas ideias principais e utilizar palavras
diferentes. O cuidador como que desempenha o papel de professor e isso faz com que um
idoso se sinta uma parte integrante do diá logo.

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 Seja paciente

Lidar com uma pessoa com perda de audiçã o é uma tarefa muito á rdua e, como tal, deve
procurar ser uma pessoa positiva e descontraída e deve perguntar se existe algo em que possa
ajudar. Saber que existe alguém que está sempre disposto a ajudar é uma das melhores
recompensas que um idoso pode ter.

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Análise dos parâmetros da escala de intensidade de apoios (ECA - Escala do


Comportamento Adaptativo), para compreensão do perfil e intensidade dos
apoios necessários do idoso com PD, e prestação de um acompanhamento
adequado

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Bibliografia e netgrafia
 KEROUAC, Suzanne [et al.] – El pensamento enfermeiro. Barcelona: Masson, 1996. ISBN
84-4580365-4.
 https://www.tuasaude.com/tratamento-do-autismo/

 http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/detalhe/
autismo_exige__mais_cuidados_na_velhice.html

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