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Introdução

Moçambique mantém a sua classificação entre os países mais afectados pelo HIV no
mundo, facto que ameaça o futuro económico e social do país, sendo que as mulheres
estão em maior representatividade, 800 mil de infecções até então, infectando-se
actualmente cerca de 120 mil pessoas por ano (GARPR, 2014).

A prevalência nacional ponderada medida em adolescentes, jovens e adultos dos 15 aos 49


anos de idade em 2009, foi estimada em 11.5%, de acordo com o INSIDAi, sendo 13.1% em
mulheres e 9.2% nos homens. Em termos numéricos, esta percentagem, no horizonte da
população moçambicana, estimada no mesmo ano, em 20.6 milhões, pressupunha que 1.4
milhões de moçambicanos viviam com HIV e SIDA.

Em termos de comportamento epidemiológico do HIV e SIDA na extensão do país, o INSIDA


apresentou diferenças regionais marcantes, com 17.8%, 12.5% e 5.6% da população dos 15
aos 49 anos de idade infectada pelo HIV no Sul, Centro e Norte do país, respectivamente. A
prevalência do HIV é mais elevada nas áreas urbanas (15.9%) em relação às áreas rurais
(9.2%) (PEN IV, 2015).

Até 2009, estimava-se que em cerca de 650 milhões da população mundial, o equivalente a
10% tinham alguma deficiência, que podiam ser congénitas ou adquiridas (disability and hiv
policy brief, 2009).

Uma relação que se faz entre o HIV/SIDA e deficiencia, é que pessoas vivendo com
HIV/SIDA podem desenvolver deficiências causadas pelas infecções progressivas e podem
se consider excluídas quando as barreiras sociais, económicas, politicas ou outro tipo de
barreiras não permitem a sua participação na sociedade e o gozo da igualdade com os
outras pessoas. (disability and hiv policy brief, 2009).

Hoje, muitas das intervenções para a prevenção da transmissão do HIV, em vez de usarem
uma das teorias comportamentais na sua totalidade, desenvolvem programas baseados
numa ou várias concepções, quase sempre dependendo da situação sociocultural, política
ou económica e do estágio da epidemia, mas estes programas raramente incluem pessoas
com deficiecia.

Embora essas abordagens não sejam consistente ou directamente derivadas de teorias e


modelos da mudança comportamental referentes aos conhecimentos, atitudes e praticas
sobre o HIV/Sida entre as mulheres com deficiência, elas assentam sobre as múltiplos
construções, que ocorrem a nível individual e comunitário.

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Num levantamento feito pela Universidade Yale e o Banco Mundial sobre HIV e Dificiencia
Presume-se, que PcD’s, não compõem uma população de alto risco para a contaminação
pelo HIV/Aids, visto que estes indivíduos não são sexualmente activos, não fazem uso de
drogas ou álcool, e são menos suscetíveis à violência sexual e estupro de PsD’s. (Russo,
2000)

Comumente as deficiências são vistas como questão médica, embora algumas PcD’s
tenham necessidade de reabilitação. Isso deixa notório a desegualidade social, pobreza e a
falta do gozo dos direitos cívicos neste segmento populacional (United Nations. (1993)

Rao (2004) citado por Nicolau et all (2013) na pesquisa feita sobre a mulher e a dupla
vulnerabilidade, refere que as Mulheres com deficiência estão presentes em todas as faixas
etárias, etnias, raças, religiões, estratos econômicos e orientação sexual.

Tate e Weston (1982) e Rao (2004) relatam que as mulheres com deficiência sofrem
discriminação em diferentes culturas e sociedades, sendo maior nos países mais pobres e
geralmente incrustrada em valores tradicionais que restringem as chances de
desenvolvimento pessoal às mulheres.

Além disso, em algumas sociedades tradicionais as mulheres só adquirem uma maior


participação na vida social após o casamento, e aquelas com deficiências geralmente
experimentam o isolamento domiciliar desde a infância e na vida adulta são mais rejeitadas
como esposas.

O presente trabalho pretende debruçar sobre o HIV/SIDA, buscando aferir o conhecimento,


atitudes e praticas entre as mulheres com deficiência na cidade de Maputo, com vista a
propor acções preventivas, de controle e ampliação no acesso aos serviços e programas
preventivo acessível. Especificamente identificar as mulheres com deficiência e descrever o
seu perfil socioeconómico e culturall; Analisar o conhecimento as formas de acesso dos
programas de prevenção do HIV/SIDA; Identificar e compreender os factores de
vulnerabilidade a infecção do HIV/SIDA; Avaliar as atitudes e seu posicionamento em
relação a HIV/SIDA;

A escolha do tema HIV/SIDA & Deficiência, fundamenta-se em três apreciações. Por um


lado pelo facto de a deficiência ser parte da condição humana – quase todos nós
poderemos estar temporária ou permanentemente incapacitados em algum momento da
vida, e aqueles que alcançarem uma idade mais avançada experimentarão crescentes
dificuldades em sua funcionalidade. A deficiência é complexa, e as intervenções para
superar as desvantagens associadas à ela são múltiplas e sistémicas – variando de acordo
com o contexto.

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Por outro lado o HIV/SIDA hoje, deixou de ser uma inquietação epidemiológico passando a
ser também um fenómeno de dimensão social e público condicionado por acções individuais
e/ou colectivas relacionadas com conhecimentos, atitudes e praticas “o comportamento
sexual”, as condições de vida, e as determinantes socioeconómicas que influenciam
negativamente para o recrudescimento das taxas de infecção pelo HIV/SIDA”.

Num terceiro momento, pessoas com deficiência particularmente as mulheres, sofrem


exclusão social, inibição do gozo dos seus direitos devido a sua condição física. São
expostas aos abusos e violações, tendo desse modo maiores chances de infecções pelo
HIV/SIDA.

Infelizmente hoje em dia ainda existem pessoas que pensam que pessoas com deficiência
não podem casar, ter filhos, manter relações sexuais e entretanto através desse segmento
populacional se pode curar o SIDA, faz com que elas se excluam, se estigmatizem e
marginalizem, todavia o ambiente social é dominado de construções falsas, que inibem esse
grupo de por um lado procurarem os serviços sanitários.

A outra motivação` o para esta pesquisa cinge-se na experiencia que tenho em trabalho
com pessoas com deficiência, tenho observado que as mulheres com deficiência estão em
maior representatividade, na sua maioria são abandonadas pelos progenitores passado a
viver com avo, irmão, tios, que por sua vez são pessoas ocupadas e não tem controlo do
quotidiano dessas pessoas. Alguns casos as pessoas com deficiência vivem sozinhas.

Por serem pessoas com deficiência, muitas vezes incapazes de se defender são abusadas
pelos cuidadores (que podem ser padrastos, tios), vizinhos, etc., habitualmente revelam
experiências de rejeição (incutidas pelos violadores) ou superprotecção familiar (inibindo-os
do gozo dos seus direitos), pouca escolaridade e baixa qualificação profissional, falta de
acessibilidade física, comunicacional e de atitude, pouco receptivas dos profissionais dos
serviços de saúde.

Num País pobre como Moçambique, as mulheres com deficiência sofrem discriminação em
diferentes momentos, geralmente incrustada em valores tradicionais que restringem as
oportunidades do seu desenvolvimento pessoal.

Vivemos numa sociedade em que a construção social dita como o indivíduo deve se
comportar perante diferentes situações. Ser alfabetizada para estas mulheres não é utópico
para este, todavia não superam os obstáculos encontrados na sociedade, mesmo existindo
dispositivos legais que os protegem, devido a crenças generalizada que pessoas com
deficiência tenham um grau significativo de necessidades não satisfeitas.

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Esta pesquisa é oportuna e de bastante importância pois através dela poder-se-á intervir e
fortalecer os conhecimentos, atitudes e praticas sobre o tema em abordagem para este
grupo social. Também poderá ser um instrumento guia para os interessados em desenvolver
trabalhos de pesquisa sociológica ou social e os demais interessados em desenvolver um
saber em relação ao tema.

É também importante a realização da pesquisa porque com ela


podemos aprofundar os problemas e desafios atuais das mulheres
com deficiencia e infetadas pelo HIV, sendo que em Moçambique as mulheres
são actoras-chave no cuidado familiar, todavia, são igualmente atoras
menos privilegiadas no mercado de trabalho e educacional, entre outros
aspectos sociais.

Isso relega as mulheres às posições e condições menos


favoráveis na sociedade, seja por questões estruturais como também
culturais, principalmente relacionadas à tradição e relações de gênero.
A relevância desta pesquisa se encontra também no fato dela nos
permitir analisar sobre as histórias da vida passada, presente e futura
das mulheres com quem estabelecemos contato durante o nosso campo,
bem como é que é, para elas, estarem infetadas pelo HIV, cuidar da
casa, da família, dos filhos e procurar os serviços de saúde.

Assim procuramos discorrer sobre uma questão pouco aprofundada nas


ciências sociais em Moçambique, bem como reforçar trabalhos sobre
questões de saúde e doença nas ciências sociais moçambicanas.

Portanto, com a pesquisa podemos discorrer sobre os vários


aspectos sociais que a infecção pelo HIV acarreta atualmente,
configurando o papel das ciências sociais no debate sobre os efeitos e
impactos sociais do HIV e SIDA na sociedade.
Doravante, o fato de escolhermos estas mulheres para fazerem
parte do nosso estudo, ou seja, a escolha deste segmento da população
deve-se ao fato desta ser a categoria social mais vulnerável em virtude
da pobreza decorrente de sua condição econômica.

Este trabalho esta estruturado da seguinte forma: Introducao (composto pela apresentação
do tema; obejectivos; relevância pessoal, cientifica e social da pesquisa).

No Capítulo 1 será feita a Contextualização do tema da pesquisa, revisão da literatura


internacional e nacional e formulação do problema, incluindo a pergunta de partida e as

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hipóteses). No Capítulo 2 sera feito a Enquadramento teórico e conceptual: apresentação e
discussão das teorias escolhidas, definição dos conceitos e sua operacionalização).

Capítulo 3 sera apresentada a Metodologia da pesquisa, o tipo de estudo; método de


pesquisa; delimitação do universo, incluindo a descrição da área e da população da
pesquisa; amostragem – tipo de amostra, tamanho e critérios de selecção da amostra;
técnicas de recolha de dados; técnica de análise de dados; questões éticas de pesquisa -
constrangimentos de pesquisa, consentimento informado, privacidade e confidencialidade,
etc.; limitações do estudo).

No Capítulo 4 serao apresentados e discutidos dos resultados.

Capítulo 1

1.1. Contextualização

Nos últimos cinco anos o HIV/SIDA em Moçambique, tem sido um problema de saúde
publica muito importante concorrendo com a malaria e a tuberculose.

Apesar dos esforços envidados para a redução da prevalência desta epidemia, dados mais
actualizados mostram a existência de uma crescente persistência principalmente na zona
sul, mas não há evidencias claras de quantas pessoas com deficiencia estão contaminadas
contaminadas (PEN IV: 2015).

Para se ter uma ideia, ate 2012 estimava-se que em Mocambique existissem cerca de 23.
700. 715 habitantes, desse numero cerca de 475.011 eram pessoa com deficiência,
equivalente a 2% do total da população.

Aponta-se como causas da deficiência doença (57.9%), à nascença (33.1%) e outras (6.8%)
e como tipos de deficiência pernas amputadas (20.7%), surdez (12.7%), cegueira (9.4%),
mental (8.5%), braço amputado (8.2%), paralisia (7.3%) e outras (35.2%) (INE: CENSO DE
2007).

Grande parte das pessoas com deficiência vive nas zonas rurais onde os níveis de pobreza
são mais eminentes, os serviços de saúde, educação e outros a eles relacionados são

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bastantes escassos ou mesmo ausentes, o que faz com que
elas se encontrem no grupo dos mais pobres e vulneráveis.

As condições de vida das pessoas com deficiência são geralmente mais


precárias que as do resto da população. São apontadas como causas o baixo
nível de escolarização, fraco nível de acesso ao mercado laboral, de fontes de rendimentos,
de serviços, da habitação, de informação, de participação social e dificuldades de
mobilidade (PNAD II).

1.2. Revisão da literatura

Considerando a feminização do perfil epidemiológico do HIV, as questões ligadas à


sexualidade de mulheres têm despertado crescente atenção, aumentando a
responsabilidade de usuários, gestores e profissionais da saúde quanto ao controle da
epidemia (Revista da escola de enfermagem, 2015).

Conforme a World Health Organization, a desproteção na relação sexual constitui-se fator


de risco expressivo à transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e do VIH
em todo o mundo, tornando a utilização do preservativo elemento imprescindível à redução
dos ciclos de contaminações (WHO, 2014).

Mundialmente olha-se para o HIV/SIDA como uma epidemia com especificidades históricas
e sociais variando com contextos sociais, cujo índices de infecção, comportamento
epidemiológico e os impactos nos indivíduos são diferenciados.

Dados mundiais mostram que a epidemia vem crescendo desde 1981. o


índice de soroprevalência calculada para 2012 era de que cerca de 35.5
milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, o número de mortes por SIDA baixou para 1.6
milhões em 2012, comparativamente aos 2.3 milhões em 2005, indica a
United Nations Programme on HIV/AIDS (2013).

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A África Austral, continua sendo a região do mundo
mais infetada e afetada pela epidemia do HIV. De acordo com a United
Nations Programme on HIV/AIDS (2014), em finais de 2013 estimava-se que 24.7 milhões
de pessoas estava vivendo com HIV na região,
representando aproximadamente 71%2 da prevalência no mundo todo.

No mundo inteiro, as mulheres correspondem a 52% de todas as


pessoas vivendo com HIV em países de renda baixa e média e os
homens, 48%. No entanto, na África Subsaariana, o centro da epidemia
global, as mulheres representam aproximadamente 57% de todas as
pessoas adultas vivendo com HIV (UNITED NATIONS
PROGRAMME ON HIV/AIDS, 2013; Id., 2014), quer tenham ou não
parceiro com quem estejam a coabitar, enfatizam Pullum e Staveteig
(2013)

Em Moçambique os primeiros casos de contágio pelo HIV\SIDA registados datam de 1986.


O acesso das populações chave e vulneráveis aos serviços de HIV continua deficiente,
devido a falta de reconhecimento e protecção de que são alvo, na generalidade. De facto, as
políticas e leis não discriminatórias, não especificam a protecção das populações-chave
concretamente as PCD’s (relatório de progresso, 2016).

Em resumo, a resposta ao HIV em Moçambique tem conhecido desenvolvimentos legais,


estratégicos e políticos que são benéficos para o controlo da epidemia. Estas forças,
contudo, precisam ser mais integradas na vida quotidiana e tornadas acessíveis aos mais
vulneráveis (relatório de progresso, 2016).

Na realidade, as leis e estratégias de que o país dispõe, contemplando a protecção dos


direitos humanos, incluindo aqueles relacionados com o HIV, raramente são totalmente
implementadas, e normalmente não estão acessíveis a toda a gente (relatório de progresso,
2016)

1.3. Problematização

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem se configurado como a mais
importante e devastadora epidemia contemporânea. A partir da identificação dos primeiros
casos, no início da década de 1980, tem-se evidenciado franca disseminação pelo mundo,
configurando-se na pandemia da actualidade. Desde então, é uma das condições clínicas
mais pesquisadas em todo o mundo, gerando desafios diversos à humanidade.

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Duas décadas após ter sido identificada, a infecção pelo HIV e a SIDA já matou mais 19
milhões de pessoas. Se forem mantidos os índices de mortalidade actuais, pelos próximos
dez anos, o SIDA terá matado mais do que a Segunda Guerra Mundial, considerada a maior
catástrofe do século XX. (PNAD II)

O HIV/SIDA ainda continua a dizimar milhares de pessoas, entre elas estão as mulheres
com deficiência. Aponta-se como causas dessas deficiências na maioria dos casos a
doença (57.9%), variado de deficiência física, múltipla, auditiva, visual, (INE: CENSO DE
2007, citado pelo PNAD II).

As Mulheres com deficiência estão presentes em todas as faixas etárias, etnias, raças,
religiões, estratos económicos e orientação sexual. Em Mocambique estima-se a existência
de cerca 475.011 de pessoas com deficiência, equivalente a 2% da população total (INE:
Censo 2007).

Dados do INSIDA 2009 mostram que em Moçambique a prevalência do HIV e SIDA entre
os Moçambicanos adultos de 15-49 anos é de 11.5%, e que a prevalência entre as mulheres
(13.1%) desta mesma faixa etária é superior à prevalência entre os homens (9.2%).

Estudos feitos no Brasil, mostram que a taxa de abuso sexual e físico entre mulheres com
deficiência chega a ser duas vezes maior que entre as mulheres sem deficiência e grande
parte dessas mulheres vive nas zonas rurais onde os níveis de pobreza são mais
acentuados, os serviços de saúde, educação, habitação, informação, participação social e
outros a eles relacionados são bastantes escassos ou mesmo ausentes.

Por causas desses factores tornam-se duplamente vulneráveis ao HIV/SIDA e excluídos dos
programas de prevenção pelas dificuldades no acesso aos mecanismos de prevenção e
testagem.

A situação torna-se utópica quando a representação errónea sobre a sexualidade da mulher


com deficiência não só prejudica o pleno desenvolvimento de sua potencialidade, mas
também contribui para o aumento de sua exclusão frente a situações relacionadas ao
HIV/SIDA.

Ate a altura em que o Banco Mundial intensificou as buscas sobre o HIV/SIDA em 2000,
pouco se sabia sobre a relação entre o HIV/SIDA e a deficiência. Após isso fez-se uma
pesquisa profunda para se entender o impacto do HIV/SIDA nas vidas das pessoas com
deficiência (World Bank and Yale University 2004).

O estudo revelou que pessoas com deficiência estão excessivamente vulneráveis e


expostas a infecção pelo HIV do que as pessoas “sem deficiência”. Estas pessoas estão

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sujeitas a limitação no acesso a informação; aos serviços de prevenção; a educação; aos
serviços legislativos; a exclusão; e ao risco de violência e abuso, o que faz com que sejam
estigmatizadas pela deficiência e pelo seu estado serológico e por serem mulher (Cornielje
et al. 1993; Couper 2002).

Do estudo feito pela HI em 2010 em Maputo e Matola sobre Conhecimentos, Atitudes e


Práticas sobre Saúde Sexual e Reprodutiva, das Pessoas com Deficiência, notou-se que,
em relação a Sexualidade, a maioria da população com deficiência entrevistada já tinha tido
pelo menos uma relação sexual na sua vida sem protecção, sendo as mulheres em maior
representatividade com cerca de 86% e 73% para os homens, sendo que as pessoas com
deficiência intelectual são as que apresentam a taxa mais baixa (20%); 12% das mulheres e
5% de homens ambos com deficiência tiveram a sua primeira relação sexual antes dos 15
anos.

Uma pesquisa preliminar realizada pela Miracles com 175 pessoas com deficiência com
idades entre 12 e 30 anos, revelou que o conhecimento sobre HIV/AIDS era exíguo, havia
falta de informações sobre saúde em formatos acessíveis e, frequentemente, também as
instalações de saúde eram inacessíveis.

O maior índice de contaminação nesse segmento populacional, torna a enfermidade


feminizada, pelo que, parece que a prevenção da epidemia do HIV/AIDS na população
feminina esta sendo pensada a partir do conceito de exclusão e vulnerabilidade e aspectos
sócio culturais e os estereótipos construídos pela sociedade.

Comummente quando se fala sobre sexualidade e pessoas com deficiência há uma


tendência entre as pessoas sem deficiência em vulnerabilizar e excluir as pessoas com
deficiência na procura de satisfação sexual e na tomada de atitudes negativas em relação
aos serviços sanitários providos na sociedade.

Por um lado há percepções erradas de que a pessoa com deficiência não tem necessidade
de satisfação sexual, por outro lado a ideia de que se não são sexualmente activas não
precisam de ser incluídas nos programas e campanhas de tratamento pois elas não podem
se infectar pelo vírus horizontalmente.

Essas ideias aumentam as violações e abusos sexuais por parte dos homens positivos que
acreditam que mulher com deficiência cura HIV/SIDA sem o uso do preservativo. Após
contaminações as mulheres com deficiência regridam no acesso aos serviços sobre
HIV/SIDA (Yousafzi and Edwards 2004).

Importa referir que o uso do preservativo masculino depende da decisão do parceiro em


utilizá-lo ou não, uma vez que o preservativo é de uso masculino. No caso de a mulher

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desejar utilizá-lo como medida de prevenção à aquisição de infecções de transmissão
sexual, é preciso conseguir negociar a melhor maneira de fazer seu parceiro usar, uma vez
que esse método não é muito aceito, principalmente em casais que vivem juntos (Buchala
CM, 1998).

Além disso, as mulheres se deparam com a dificuldade de convencerem seus parceiros


quanto ao uso do preservativo (Alves RN, 2002), o que constitui em aspectos importantes da
vulnerabilidade feminina.

O desenvolvimento de estratégias que enfatizam a necessidade da ampliação de métodos e


dispositivos que ampliem as opções de protecção e prevenção sob o controle feminino vem
sendo discutido já há algum tempo.

A situação sócio económica (ser pobre, analfabeta, estigmatizada e marginalizada) e cultural


das pessoas com deficiência presentes na sociedade reduz as chances do acesso dos
serviços sociais básicos incluindo HIV/SIDA e como resultado disso aumentam a exposição
a infecoes com HIV/SIDA (Groce & Trasi, 2004; World Bank & Yale University, 2004).

Contudo pretendo aferir os conhecimentos, atitudes e praticas sobre o HIV/SIDA entre as


mulheres com deficiencia, partindo das seguintes questões:

1. Os conhecimentos, atitudes e práticas sobre o HIV/SIDA diferem com o tipo de


deficiência; idade, género, nível escolar e estado civil?
2. O que aferir sobre o uso do preservativo para prevenção entre as mulheres com
deficiência?
3. Como são tratadas as mulheres com deficiência e que vivem com HIV/Sida nas
unidades sanitárias?
4. Como explicar que, embora os poucos estudos e pesquisas existentes indiquem um
aumento no número de mulheres com deficiência a que contraem HIV/AIDS haja tão
as acções de educação sexual e de prevenção para este segmento populacional?
Como respostas preliminares pode-se avançar o seguinte:

 A construção social e cultural de que pessoa com deficiência não tem prazer sexual,
faz com que algumas tenham atidudes de risco a infecação
 O Acesso ao tratamento, cuidados de prevenção do HIV/SIDA e SSR entre as
pessoas com deficiência nao beneficia a todos pelo facto de os provedores de
service terem pouco conhecimento sobre a deficiência e estarem preparados para
lhe dar com as diferentes tipologias de deficiência;

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 Os programas e sérvicos providos nos diversos locais são inacessíveis fisicamente,
em termos de comunicacao e attitudes, o que faz com que o foco a abranger fique
excluido.
 A vulnerabilidade económica, ambiental (ser rural ou urbano) falta de escolaridade
faz com que as mulheres com deficiencia nao negocie um sexo seguro;
 A tipologia ou complexidade da deficiência torna os programas de prevencao e
educacao sexual exclusivos;
CAPÍTULO 2

2.1. Enquadramento teórico e conceptual: apresentação e discussão das teorias


escolhidas).

Teorias

1. Construção Social da Realidade

Sobre esta teoria Peter L. Berger e Thomas Luckman apresentam duas teses fundamentais
“A realidade é contraída socialmente e é dever da sociedade do conhecimento analisar os
processos no interior dos quais a realidade surge”.

Segundo Araujo (2009), as representações sociais são as noções, ideias ou conceitos pelos
quais os grupos sociais interpretam e expressam sua concepção de mundo. Resultam da
combinação e associação de ideias e experiências das gerações anteriores, por meio de
estruturas sociais já estabelecidas.
Para Durkheim tudo na sociedade está interligado, qualquer alteração afecta a sociedade
como um todo. Se algo não vai bem em algum sector da sociedade, toda ela sentirá as suas
consequências. Tudo que vier a fugir ao funcionamento padrão estável e controlável da
sociedade é entendido pelo autor como patológico e pode conduzir à anomia social.
Weber destaca que a ciência contribui com a vida do indivíduo ao oferecer-lhe meios de
domínio prático da realidade, a capacidade de avaliar meios e fins e, acima de tudo, meios
para pensar de forma lógica, sistemática e clara. Com base nesses princípios, o teórico
interpreta as bases que fundamentam a sociedade moderna ocidental e propõe a ciência
fazer parte de um processo histórico de racionalização e intelectualização da vida. No
mundo desencantando, cada um deve se dedicar e assumir responsabilidades diante do seu
cotidiano, o que seria a única forma de dar sentido à sua existência.

2. Teoria da estratificação social


Nesta teoria Weber classifica as pessoas em grupos definidos por desigualdades
econômicas, sociais, políticas ou ideológicas existentes em uma mesma sociedade. Por

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meio do conceito de estamento (stand), Weber (1982) releva o grau de estima, honra e
prestígio como o critério social de aferição do sentimento de pertença a determinado grupo e
seus estilos de vida.

3. Teoria da Socialização - Durkheim


Segundo Durkheim, a partir desta teoria os indivíduos tem tendência a coordenarem suas
acções com as de outros indivíduos em baixo grau de conflito. Enfatiza ainda que o homem
seria apenas um animal selvagem que só se tornou humano porque se tornou sociável,
capaz de aprender normas e princípios de seu grupo (morais, religiosos, éticos etc.) para
poder conviver integrar-se a ele.
Devido a força colectiva exercida sobre um indivíduo, ele age e vive de acordo com as
normas da sociedade, através de um conjunto de valores, sentimentos, crenças e tradições
de uma sociedade, preservando, respeitando e legitimando no decorrer de várias gerações
(ARAÚJO, et al, 2009). Isto explica o facto que as mulheres com deficiência não negociarem
um sexo seguro, devido aos estereótipos sociais de que ela não tem sentimento e por
conseguinte não se pode contaminar pelo HIV/SIDA.

2.2. Definição de Conceitos e operacionalização

CAPÍTULO 3

Este capitulo apresenta o seguinte: Metodologia da pesquisa, o tipo de estudo; método de


pesquisa; delimitação do universo, incluindo a descrição da área e da população da
pesquisa; amostragem – tipo de amostra, tamanho e critérios de selecção da amostra;
técnicas de recolha de dados; técnica de análise de dados; questões éticas de pesquisa -
constrangimentos de pesquisa, consentimento informado, privacidade e confidencialidade,
etc.; limitações do estudo).

Metodologia

Para a presente pesquisa usar-se-a o método indutivo visto que este permite fazer uma
análise dos fenómenos partindo do particular ao geral, por conseguinte, seleccionar-se uma
parte significativa das associações de pessoas com deficiência para participar da pesquisa e
a partir dos resultados obtidos chegar-se a uma conclusão.

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Para a recolha de dados usar-se-á um questionário composto por perguntas fechadas e
abertas, aplicado as mulheres seleccionadas como amostra. Com as perguntas abertas será
para melhor exploração dos dados recolhidos e as perguntas fechadas por tratar-se de uma
amostra grande, quando n ≥ 30.

A pesquisa será de natureza qualitativa e envolvendo dados quantitativos conduzidos com


base em guiões indicativos, isto é, serão usadas variáveis mensuráveis e não mensuráveis
pois trata-se de uma pesquisa em ciências sociais.

A pesquisa será do tipo bibliográfico para melhor sustentar os dados recolhidos com base
em alguns autores de obras físicas e electrónica.

A populaça serão todas as mulheres com deficiências infectadas pelo HIV, membros das 5
associacoes selecionadas para a pesquisa, partindo do pressuposto de que a população é o
conjunto de indivíduos que habitam o mesmo lugar. Estas associacoes foram selecionadas
baseado nos seguintes critérios: números total de membros; número de mulheres membros
da associacao; idade dos membros (15 – 49 anos); área da intervenção de intervenção das
associações;

Sendo a amostra qualquer subconjunto do conjunto da população, para este caso as


amostras serão 35 mulheres das associacoes de pessoas com deficiência.

Essa amostra sera selecionada pelo método de amostragem não aliatoria – intencional,
aquela que resulta na seleccao deliberada pelo investigador por consider que reúnem as
características que são típicas ou representativas da população.

De referir que cada associacão tem aproximadamente 50 membros activos.

A análise e interpretação dos dados, sera feita através do SPSS for Windows para o
tratamento de dados; Microsoft Excel para estudo estatístico completo e representação
gráfica e Microsot Word para compilação e harmonização das informações.

Por questões éticas, ao longo da pesquisa não serão publicadas as identidades dos
participantes ou entrevistados e o questionário não sera entregue pelo entrevistador mas
pelo responsável da associação, visto que ele conhece os membros da sua associacao que
estejam contaminados.

Para garantir a validade desta investigação os participantes terão de ler e assinar


previamente um termo de consentimento

O trabalho obedecerá a seguinte estrutura: Preliminares (Declaração do Compromisso de


Honra, Dedicatória, Agradecimentos, Lista de Abreviaturas, Lista de Gráficos, Lista de

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Tabelas); capitulo I (Quadro teórico); capítulo II (Contextualização); capítulo III
(Apresentação do Plano de Intervenção); Capitulo IV (Análise e Interpretação de Dados) e
por fim Conclusão e Recomendações.

Um dos constrangimentos do levantamento de dados e que o entrevistador não poderá


aprofundar sobre as respostas dos participantes pois não fara as questões pessoalmente.

UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

MESTRADO EM SOCIOLOGIA RURAL E GESTAO DE DESENVOLVIMENTO

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

FOLHA DE CONSENTIMENTO PARA OS PARTICIPANTES NO ESTUDO

Tema: HIV/SIDA & DEFICIÊNCIA.

Entendi a explicação verbal sobre este estudo e percebi o que é necessário da minha parte
para o contributo se aceitar participar.

E porque a minha participação é voluntária e porque posso interrompe-la a qualquer


momento, concordo em participar.

Assinatura

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Data:____de____de______

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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

MESTRADO EM SOCIOLOGIA RURAL E GESTAO DE DESENVOLVIMENTO

Faculdade de Letras e Ciências Sociais

Ref.:_____

Olhando para a realidade no nosso País em que o HIV/SIDA entre as mulheres tomado
dimensões inquietantes, dando rosto femenizado a esta pandemia, a discente do Mestrado
em Sociologia Rural e Gestao de Desenvolvimento, motivada pelas experiencia vivenciadas
no seu dia a dia laboral, pretende desencadear uma pesquisa relativa aos conhecimentos,
atitudes e praticas sobre o HIV/SIDA entre as mulheres com deficiência, nas Associacoes
de pessoas com deficiência na Cidade de Maputo.

INQUÉRITO PARA AS MULHERES COM DEFICIENCIA

Leia com atenção as questões que se seguem e responda com clareza, colocando um
“X” na opção que lhe convem.

1. Idade ____ anos.


2. Estado Civil:
Solteira ( )
Casada ( )
Viuva ( )
Divorciada ( )

3. Já ouviu falar de HIV/ SIDA?

Sim ( )

Não ( )

4. Onde ou com quem?

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1. Como se pode apanhar o HIV?SIDA?
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2. Como se pode evitar?


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3. Qual foi a ultima vez da tua relacao sexual?


a) Há 1 dia ()
b) Há 1 Semana ()
c) Há 1 mês ()
d) Outros

4. Com quem foi?


a) Meu marido/Namorado ( )
b) Um amigo ( )
c) Outro ( )

5. Usou algum método preventivo? Qual?


a) Sim ( ) ________________
b) Não ()

6. Porque usou esse método?


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7. De quem foi a ideia da decisao?


a) minha ()
b) dele ()

Contactos: 82 65 31 390 (whatsapp) ou 84 31 07 722 ----- MSG8 Page 3


c) Nossa ()
d) Outros ()

8. Como ficou a saber do seu estado serológico?


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9. Quando soube como se sentiu?


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10. Já esta a medicar? Se não Porque?

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11. Onde leva os medicamentos?

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12. Como e tratado no hospital onde leva os medicamentos?

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Obrigada por ter participado neste estudo!

Contactos: 82 65 31 390 (whatsapp) ou 84 31 07 722 ----- MSG8 Page 4


Referencias Bibliograficas

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(Mulheres portadoras de deficiências)
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(Regras básicas para a equalização das oportunidades para portadores de deficiências)
 Rao I. Equity to women with disabilities in India.
Bangalore 2004; CBR Network. [acessado 2011 out
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 TATE, DG, WESTON, NH. Women with disabilities: an international perspective.
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 PULLUM, Thomas; STAVETEIG, Sara. HIV status and cohabitation
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“Xiculungo”: Relações sociais da pobreza urbana em Maputo,
Moçambique. Maputo: Direção Nacional de estudos e Análise de
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