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ANTÔNIO JOSIMAR MOREIRA DOS SANTOS

CARLA CRISTINA BENTES SERRA


ELIZÂNGELA SANTOS DO CARMO

PATOLOGIAS NA CONSTRUÇÃO CIVIL:


FISSURAS, TRINCAS E RACHADURAS

Projeto de pesquisa apresentado como requisito para nota


parcial na disciplina de Metodologia Científica na
Universidade Nilton Lins no curso de Tecnologia em
Construção de Edifícios.

Orientador (a): Lúcia Araújo.

MANAUS- AM
2017
DEDICATÓRIA

Dedicamos este projeto aos nossos Familiares que tanto nos


apoiaram e incentivaram o nosso crescimento profissional.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos, primeiramente, á Deus, por ter dado saúde e força


para superar as dificuldades e concluir esse projeto.
A nossa orientadora, Profª Lúcia Araújo, pelo imenso apoio,
pela paciência conosco, e que vem nos instruindo com o seu
talento notável, vem contribuindo para o nosso aprendizado e
para nossa futura formação.
Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral
onde se encontram remédios para todos os males.
(Voltaire)
TEMA: Patologias na construção civil.

DELIMITAÇÃO: Patologias na construção civil, no Brasil.

PROBLEMA: A patologia pode ser entendida como a parte da engenharia que estuda os
sintomas, os mecanismos, as causas e origem dos defeitos das construções civis, ou seja, é o
estudo das partes que compõem o diagnóstico do problema.

Qual a diferença entre Fissura, Trinca e Rachaduras nas construções?

HIPÓTESES:

As fissuras têm suas classificações por meio da dimensão das patologias, inferior a 0,5
mm, este tipo de problema geralmente atrela-se a problemas com o reboco, materiais como
areia com contaminação, alterações climáticas, entre outros fatores.

Uma das características que diferenciam trincas das fissuras, são as dimensões
superiores a 0,5 mm. Já as rachaduras têm características que diferenciam as demais, pois a
dimensão da patologia é superior a 1 mm, sendo que em alguns casos pode abrir fendas de um
lado ao outro da parede, é o caso mais grave da falha estrutural.

OBJETIVO GERAL: Analisar a diferença entre Fissuras, Trincas e Rachaduras nas


construções.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Caracterizar as diferenças entre Fissuras, Trincas e Rachaduras;


 Apontar o que ocasiona essas patologias;
 Apresentar possíveis soluções para evitar essas patologias.
JUSTIFICATIVA:

O estudo das causas das patologias é de extrema complexidade, pois envolve diversos
fatores que causam as manifestações patológicas. Grande parte dos empreendimentos de hoje
possuem uma idade significativa, e por tanto, apresenta desgaste devido a má utilização ou
falta de manutenção.

As obras de construção civil continuam sendo apropriadas para as


utilizações e exigências para que foram projetadas. O suporte das
cargas imposta no projeto devem ser sempre avaliadas, pois a
construção pode ao longo do tempo apresentar sérios problemas de
manutenção. ( GRANATO, J. E, 2002, p. 5).

A escolha por este tema se justifica pela deficiência de formação e preparo de


profissionais nos diferentes níveis que atuam na área de construção civil no planejamento e
execução de manutenção das construções, pós-conclusão, e na identificação, diagnóstico e
solução de problemas patológicos.

Inspecionar, avaliar e diagnosticar as patologias da construção são tarefas que devem


ser realizadas sistematicamente e periodicamente, de modo a que os resultados e as
ações de manutenções devem cumprir efetivamente a reabilitação da construção,
sempre que for necessária. ( GRANATO, J. E, 2002, p. 5).

As edificações são extremamente necessárias para todas as atividades humanas nos


dias de hoje, sejam elas atividades comerciais ou industriais, ou para uso residencial. Voltadas
ao mercado consumidor, devem atender às exigências do cliente e corresponder às
expectativas nelas depositadas quando efetivada a compra do imóvel, apresentando, assim,
um desempenho considerado satisfatório.
A evolução da conscientização do cliente, em todas as áreas de consumo, fez com que
fosse necessário dar um maior valor e atenção à qualidade final do produto. Ou seja, no caso
das edificações, tornou-se primordial que os problemas pós-obra fossem minimizados ao
máximo, ou ainda, que os problemas aparecessem de acordo com um cronograma de
manutenção ao decorrer da utilização da estrutura.

Por isso, este trabalho tem o objetivo de definir os tipos de patologias mais frequentes,
descrevendo as principais técnicas de reparo e os materiais empregados, a fim de contribuir
para o conhecimento técnico em relação ás patologias nas estruturas.
METODO DE EMBASAMENTO:

Pesquisa bibliográfica.
RESUMO

Patologias são todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo da vida da edificação


venha prejudicar o desempenho dos edifícios. As patologias da construção estão cada vez
mais visíveis nas edificações. Essas manifestações patológicas trazem transtornos não só para
o cliente, mas também para o construtor, os custos de uma eventual intervenção posterior a
uma entrega de obra são maiores se compararmos os custos de uma execução bem-feita. Neste
sentido pode ser um indício de problemas estruturais graves, como também relacionados à
estética. As Fissuras, Trincas ou Rachaduras são problemas patológicos que afetam os
edifícios, sejam eles residenciais comerciais ou industriais, devido a aspectos fundamentais: o
aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o comprometimento do desempenho da
obra em serviço (durabilidade, isolação térmica e acústica etc), e o constrangimento
psicológico que essas patologias exercem sobre os usuários da edificação. As patologias
podem começar de forma congênita, logo no projeto arquitetônico da construção. Uma
edificação em um ponto de vista físico nada mais é do que a interligação entre diversos
materiais e componentes, é muito comum especificarem nos projetos componentes “ bons e
resistentes ”, não se dando maior cuidado aos elementos de ligação. Na realidade a resistência
e a durabilidade do material são diretamente relacionadas com as condições de aplicação
destes materiais. Este trabalho foi abordado como tema Patologias na construção civil,
Fissuras, Trincas e Rachaduras. Procurou-se focar nas patologias que causam mais
preocupações e objetivando expor as características, diferenças, principais causas, possíveis
soluções para essas anomalias.
PALAVRAS-CHAVE: Patologia, fissura, trinca, rachadura.
Lista de Figuras

Figura 1 – 2 - Exemplos de fissuras. Fonte: FORÚM DA CONSTRUÇÃO (2016) 17


Figura 3 – 4 - Exemplos de trincas. Fonte: CAVALCANTI (2011) 19
Figura 5 – 6 - Exemplos de rachaduras. Fonte: HELENE (2010) 20
Lista de Tabelas

Tabela 1- Diferenciando as anomalias com relação a abertura. Fonte: UFMG 16


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 12

1 A PATOLOGIA INSERIDA NO CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL 14

2 FISSURAS 16

3 TRINCAS 18

4 RACHADURAS 19

CONSIDERAÇÕES FINAIS 21

REFERÊNCIAS 23
12

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas pode-se verificar um grande aumento de reclamações no que diz
respeito as patologias de construções diversas em edificações. O desenvolvimento da
tecnologia em construção se deu desde os primórdios da civilização em diversas direções
permitindo ao homem um acervo de conhecimentos, possibilitando dessa forma, dentro de
certos limites, fazer construções de acordo com a necessidade em equilíbrio com o meio
ambiente. Porém, em todas as épocas, em maior ou menor grau, as construções em
edificações não têm apresentado um desempenho satisfatório.

Do ponto de vista físico um edifício nada mais é do que a interligação


racional entre diversos materiais e componentes, é muito comum especificarem-se nos
projetos componentes “bons e resistentes”, não se dando maior cuidado aos elementos
de ligação e esquecendo-se, frequentemente, de que um sistema de juntas ás vezes é
indispensável para que os componentes apresentem o desempenho presumido
(THOMAZ, 1989).

A importância da escolha por este tema e apresentar as diferenças, e características


entre essas patologias, ainda há pouco entendimento sobre esses problemas.

A preocupação com esse tipo de problema já é bem antiga e pode-se dizer que nasceu
com o ato de construir. Contudo, esta preocupação não se revestia antigamente de caráter
sistemático, sendo estudado apenas problemas mais comuns ligados a segurança estrutural. As
patologias em edificações são os principais problemas que comprometem a vida útil das
construções. (FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2016).

Dentre essas patologias destacam-se as Fissuras, Trincas e Rachaduras, sendo que as


mesmas são objetos de estudo da presente pesquisa.

Fissuras: Aberturas mínimas que atingem a pintura, o revestimento ou uma camada


muito superficial do material. Em geral, as fissuras, afetam apenas a estética e não oferece
risco de segurança.

Trincas: A abertura ultrapassa a camada do revestimento e afetam diretamente a


estrutura interna da alvenaria, concreto, etc, indicando uma patologia mais grave causada por
um recalque diferencial da estrutura ou esforços demasiados. As trincas são um sinal de alerta
de instabilidade da estrutura e risco de queda iminente.
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Rachaduras: São aberturas de tamanho mais consideráveis, por onde passam; luz,
vento e água.

O tema deste trabalho está vinculado à grande ocorrência de patologias nas edificações
devido às falhas de projeto, construtivas e de manutenção, e consequente desempenho das
construções aquém das expectativas dos usuários ou proprietários.

O levantamento de dados e informações se dá por meio de pesquisa eletrônica via


internet, via livros dos autores mais reconhecidos no ramo da Engenharia Civil, bem como em
publicações de revistas.
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1 A PATOLOGIA INSERIDA NO CONTEXTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL


A palavra Patologia significa em grego (páthos, doença, e logos, estudo), já
normalmente utilizada em diversas áreas da ciência. Sua aplicação nas áreas de Ciências
Biológicas é comumente utilizada, por se tratar de estudos investigativos referentes às
alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos, provocados por
doenças. Na engenharia, a patologia nas edificações dedica-se ao estudo de problemas dos
edifícios e as alterações funcionais causadas no mesmo.

“O termo Patologia é uma derivação do grego (pathos - doença, e logia - ciência,


estudo) e significa "estudo da doença". Na construção civil pode-se atribuir patologia aos
estudos dos danos ocorridos em edificações. Essas patologias podem se manifestar de diversos
tipos, tais como: trincas, fissuras, infiltrações e danos por umidade excessiva na estrutura. Por
ser encontrada em diversos aspectos, recebe o nome de manifestações patológicas”.
(LOTTERMANN, 2013, p. 66).

Essas patologias podem ter sido adquiridas durante a execução da obra, ou seja,
fazendo comparação com a medicina, podem terem sido adquiridas congenitamente.
Apropriadamente, existe uma diferença entre patologia e manifestação patológica, esta última
é a expressão resultante de um mecanismo de degradação. Já a patologia, é uma ciência
formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o mecanismo e a causa da
ocorrência de determinada manifestação patológica.

Desde o início das civilizações o homem tem a prática da construção, e seus métodos
vem passando de geração para geração. Com o passar do tempo houve um aprimoramento de
algumas práticas, assim agregando novos conhecimentos nesta área. A construção civil é uma
área que vem crescendo a cada dia. Com o aumento populacional e o crescimento da
economia, a competição entre as construtoras para se firmarem e conseguirem espaço no
mercado é intenso.
O desenvolvimento em ritmo acelerado da construção civil para atender uma demanda
crescente por edificações sejam elas laborais, industriais ou habitacionais,
impulsionado pela própria modernização da sociedade, promoveu um grande salto
cientifico e tecnológico (LOTTERMANN 2013, apud AMBROSIO 2004, p. 20).

Apesar dos grandes avanços dos trabalhos nacionais, ainda é possível diagnosticar
diversos problemas na construção. Os problemas da qualidade na construção brasileira
resultam da combinação de diversos fatores, podendo-se citar principalmente a falta de
projetos, baixos investimentos financeiros, profissionais sobrecarregados com funções
burocráticas, materiais com má qualidade, a falta de mão de obra qualificada no setor da
construção civil, entre outros. Muitos dos problemas constatados nas nossas construções
poderiam ter sido evitados com a adoção de conhecimentos mais abrangentes sobre o
desempenho geral dos materiais, dos processos e das técnicas de construção.
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Entende-se por patologia como o estudo da manifestação dos defeitos em peças,


equipamentos ou acabamentos constituintes do edifício, ou a ciência da engenharia que estuda
as causas, origens e natureza dos defeitos e falhas que surgem na edificação (COSTA, 2009,
p. 10).

Contudo, o estudo das patologias fornece subsídios capazes de fomentar as reais


necessidades de qualquer obra de engenharia, como: resistência, durabilidade, qualidade e
estética. Para o engenheiro é fundamental ter o pleno conhecimento sobre os aspectos
pertinentes a uma edificação, pois apesar das patologias se manifestarem durante toda a vida
útil das edificações, estas têm sua origem, na maioria das vezes, surgidas em etapas
anteriores, principalmente, durante a concepção do projeto, e continuam manifestando-se no
processo de execução e de utilização da edificação.

Neste sentido, pode-se dizer que o recente desenvolvimento econômico do país das
últimas décadas na área da construção civil, não veio acompanhado dos cuidados necessários
e critérios na construção dos mais variados tipos de edificações. A patologia das construções
está dando, portanto, seus primeiros passos pelo levantamento da situação existente. O
caminho é longo e começa por uma homogeneização de conceitos e métodos.
Devido a este crescimento da construção, muitas estruturas apresentam desempenho
insatisfatório devido a falhas involuntárias, imperícias, a má utilização dos materiais,
envelhecimento natural, erros de projetos, enfim vários fatores contribuem para a
degradação da estrutura (ARIVABENE, 2015).

Diante dessas falhas, dá-se muita importância para o estudo das origens, formas de
manifestações, consequências e mecanismos de ocorrência das falhas e degradação das
estruturas, sendo que esta área de estudo é denominada de patologia das estruturas.

Diz-se que um edifício apresenta uma patologia quando não atende adequadamente
uma ou mais funções para as quais foi construído. Assim, o reparo de uma patologia tem
como objetivo recuperar essa função (FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2016).

O reparo da patologia, assim como o tratamento na medicina, visa recuperar as


funções (ou a saúde) das edificações num geral. O estudo das falhas construtivas é feito pela
ciência denominada patologia das construções. A semelhança das ciências médicas com a
patologia das construções também envolve conhecimentos multidisciplinares e, segundo
(ROCHA, A. M. 2006), estuda os sintomas, os mecanismos de ocorrência, as causas e as
origens das doenças ou defeitos que podem ocorrer nas construções.
Trata‐se de uma ciência de fundamental importância para a construção civil, uma vez
que se caracteriza pelo grande potencial de dados obtidos na análise dos problemas que
ocorrem nas edificações, podendo evitar, assim, que esses problemas venham a se repetir,
contribuindo para um melhor controle de qualidade no processo de construção de novas
edificações.
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2 FISSURAS

Fissuras são aberturas que afetam a superfície do elemento estrutural tornando-se um


caminho rápido para a entrada de agentes agressivos à estrutura. Em todas as construções, que
tem sua estrutura executada em concreto, fissuras podem surgir depois de anos, dias ou
mesmo horas. As causas destas fissuras são várias e de diagnóstico difícil. O termo fissura é
utilizado para designar a ruptura ocorrida no concreto sob ações mecânicas ou físico-
químicas. A fissuração pode ser considerada a patologia que mais ocorre, ou pelo menos a que
chama mais atenção dos proprietários.

ANOMALIAS ABERTURAS
(mm)
Fissuras até 0,5
Trincas de 0,5 a 1,5
Rachaduras de 1,5 a 5,0

Tabela 1 – Diferenciando as anomalias com relação a abertura. Fonte: UFMG


O conceito de fissura pode conflitar com os conceitos de “trinca” e “rachadura”. As
trincas se assemelham às fissuras no que diz respeito ao tratamento, diferenciando-se apenas
na dimensão. Trincas possuem aberturas maiores que 0,5 mm. As rachaduras têm
características que diferenciam das demais, possuem abertura acentuada e profunda. A
dimensão da patologia é superior a 1 mm, sendo que em alguns casos pode abrir fendas de um
lado ao outro da parede. A partir da espessura de 1,5 mm, pode-se chamar de fenda.
“As fissuras de paredes têm sua classificação por meio da dimensão das
patologias, inferiores a 0,5 mm, este tipo de problema geralmente está
atrelado a problemas com traço da argamassa do reboco, materiais como
areia com contaminação, alterações climáticas, entre outros fatores, conforme
o Portal de notícias da Construção”. (PORTAL CASAS E PROJETOS,
2016).

Apesar de muitas vezes a configuração de uma fissura parecer semelhante à outra, suas
causas podem ser bastante diferentes. "Uma fissura de deformação de estrutura, por exemplo,
pode ser parecida com uma de recalque de fundação. Uma de dilatação térmica pode ser igual
a uma de retração de secagem. Por isso, é preciso ter um treinamento e certa experiência para,
com uma inspeção visual, chegar à causa" , afirma (THOMAZ, 2015). Segundo ele, na maior
parte das vezes a fissura é inspecionada visualmente e, assim, o diagnóstico é muito
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dependente da experiência do profissional. Mas é possível, também, fazer análises com


auxílio de instrumentação.
Os danos que uma fissura pode representar à edificação são bastante variáveis.
"Depende muito do elemento. Por exemplo: uma microfissura em concreto protendido pode
ser sintoma de uma sobrecarga considerável. Uma fissura capilar, de 0,1 mm, no meio de uma
viga, de concreto armado, não quer dizer nada. Mas se for próximo de um apoio, pode indicar
efeito de uma força cortante e já pode ser um sintoma de sobrecarga considerável", compara
Thomaz. Geralmente, fissuras na alvenaria representam menos riscos do que em vigas e
pilares. Mas é preciso ter cuidado, pois uma patologia na alvenaria pode ser consequência de
um problema estrutural mais sério. 
O primeiro passo para recuperar uma fissura é chegar à definição precisa da sua causa.
“ Quando a fissura é de origem estrutural, sua recuperação é mais complicada. Uma fissura
mais superficial, mapeada, tem recuperação mais simples. Independentemente disso, é preciso
ter um treinamento da mão de obra”. (CORSINI, 2010).
As fissuras, no geral, são recuperadas com a aplicação de produtos flexíveis, como
selantes elásticos. "Alguns procedimentos demoram a ser feitos, porque é preciso abrir a
fissura, fazer a limpeza, aplicar os produtos e esperar secar. Mas há outros mais simples, que
em dois dias o trabalho já está concluído", Entre os produtos, há, inclusive, tintas especiais
para fachadas, com maior capacidade de tolerar deformações sem fissurar.
Independente do sistema utilizado, a solução deve ser compatível com a construção, para
alterar o mínimo possível as suas características. Também deve ter durabilidade e, ainda, ser
passível de remoção sem que danifique os materiais originais da edificação. (FÓRUM DA
CONSTRUÇÃO, 2016).

Figura 2-2- Exemplos de fissuras. Fonte: FORÚM DA CONSTRUÇÃO (2016)


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3 TRINCAS

Entre os problemas patológicos que afetam os edifícios, as trincas são particularmente


importantes, por que:
 É o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura;
 Podem levar ao comprometimento do desempenho da obra em serviço (estanqueidade
à água, durabilidade, isolação térmica e acústica, etc.);
 Constrangimento psicológico que a fissuração dos edifícios exerce sobre seus
usuários.
As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no projeto arquitetônico
da construção. Isso muitas vezes está relacionado ao desconhecimento do projetista sobre as
propriedades tecnológicas dos materiais de construção empregados. A incompatibilidade entre
os projetos de arquitetura, estrutura e fundações, normalmente conduzem a tensões que
excedem a resistência dos materiais de construção, originando o problema das trincas.
As trincas podem começar a surgir, de forma congênita, logo no projeto arquitetônico da
construção. Os profissionais ligados ao assunto devem se conscientizar de que muito pode ser
feito para minimizar-se o problema, pelo simples fato de reconhecer-se que as movimentações
dos materiais e componentes das edificações civis são inevitáveis (THOMAZ, 1989, p. 25).

As trincas e fissuras são fenômenos próprios e inevitáveis do concreto armado e podem se


manifestar em três fases sendo elas:
a) Fase plástica: onde podem surgir trincas em virtude da retração plástica e do
assentamento plástico;
b) Fase de endurecimento: surgem com a precoce movimentação térmica, a precoce
retração do endurecimento e ao assentamento diferencial dos apoios;
c) Fase do concreto endurecido: onde as principais causas do aparecimento das trincas e
fissuras são o sub-dimensionamento, o detalhamento inadequado, a construção sem
cuidados indispensáveis, as cargas excessivas, o ataque de sulfatos ao cimento do
concreto, a corrosão das armaduras devida ao ataque de cloretos a carbonatação e a reação
álcali-agregado (LAPA, 2008).
Conforme Fórum da Construção (2016), “uma das características que diferencia” as
trincas das fissuras em paredes são dimensões superiores a 0,5 mm, em alguns casos o
tratamento realizado será semelhante ao da fissura, desde que haja uma verificação por um
profissional qualificado, indicando as causas das trincas e soluções. As aberturas com até 0,5
mm são chamadas de fissuras, as maiores de 0,5 mm e menores de 1,0 mm são chamadas de
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trincas e por fim as com aberturas maiores de 1,0 mm são denominadas rachaduras
(CORSINI, 2010).
Trinca e rachadura, sua patologia tem origem diretamente relacionada com problemas
estruturais geralmente graves, devido as fundações mal calculadas ou solo incorreto, cálculo
estrutural errado e dimensionamento errado da ferragem. Nestes casos a única solução é a
contratação de engenheiro civil, para realizar a avaliação da estrutura e que métodos podem
ser aplicados para poder corrigir o problema (FÓRUM DA CONSTRUÇÃO, 2016).

Figura 3-4- Exemplos de trincas. Fonte: CAVALCANTI (2011)

4 RACHADURAS

Estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal
tamanho que ocasiona interferências indesejáveis, conforme aponta estudos no Fórum da
Construção através do IBDA (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura). Por
meio de uma rachadura na parede pode entrar vento e água da chuva. As rachaduras por
proporcionarem a manifestação de diversos tipos de interferências devem ser analisadas caso
a caso e serem tratadas antes do seu fechamento (SANTOS, 2016).
As rachaduras têm características que a diferenciam das demais, pois a dimensão da
patologia na parede é superior a 1 mm, sendo que alguns casos podem abrir fendas de um lado
ao outro da parede. Este é o caso mais grave de falha estrutural, sendo necessária a
contratação de um engenheiro civil para diagnosticar a falha e encontrar soluções. Para
correção de rachaduras o processo exige uma análise mais profunda dos problemas
estruturais, que uma vez não são visíveis. Geralmente a técnica aplicada é a utilização de
grampos de ferro para união da estrutura e reforço estrutural.
As rachaduras possuem as mesmas características das trincas em relação a separação entre as
paredes, porém são aberturas maiores, profundas, acentuadas e facilmente perceptíveis em
virtude da separação das paredes. Para serem caracterizadas como rachaduras, essas aberturas
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devem possuir uma magnitude em que o vento, água e até a luz possam passar através dos
ambientes numa ordem acima de 5,0 mm. Com as mesmas caraterísticas das trincas, no
entanto, em um estágio mais acentuado, as rachaduras requerem imediata atenção e antes do
fechamento deve-se solucionar o problema que as originou. (LOTTERMANN, 2013, p. 33).

De acordo com Contru Fácil RJ (2016), sabe-se ainda que dentre as possíveis causas
relacionadas ao surgimento de rachaduras estão à cura incompleta do substrato, a expansão da
argamassa de assentamento da alvenaria e a retração do revestimento. Desta forma, cabe a um
profissional especializado verificar se a fissuração é somente no revestimento ou também na
alvenaria para que possa desenvolver e/ou orientar o tratamento correto. Dentre as causas
mais comuns relacionadas ao aparecimento de patologias, pode-se citar a:
 Deficiência na avaliação da resistência do solo;
 Má definição das cargas atuantes ou da combinação mais desfavorável das
mesmas;
 Deficiência no cálculo da estrutura;
 Detalhamento insuficiente ou errado dos projetos;
 Falta de compatibilidade entre os projetos, principalmente entre o estrutural e
arquitetônico;
 Especificação inadequada de materiais;
 Não capacitação profissional da mão de obra;
 Inexistência de controle de qualidade de execução e má qualidade de materiais
e componentes.
No entanto, cabe salientar que os problemas patológicos não possuem uma única causa
e sim uma conjugação de duas ou mais causas (OLIVEIRA, 2012, p. 80). As correções de
rachaduras exigem providências estruturais imediatas, exigindo uma análise minuciosa e
detalhada dos problemas estruturais visíveis e não visíveis antes do seu fechamento,
utilizando-se geralmente técnicas com aplicação e/ou utilização de grampos de ferros para a
união da estrutura e o reforço estrutural cabível e apurado durante análise patológica.

Figura 5-6- Exemplos de rachaduras. Fonte: HELENE (2010)


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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho abordou-se o termo patologia nas edificações das construções civis,
bem como o detalhamento de cada parte específica destacando as principais anomalias como:
as fissuras, trincas e rachaduras. Ao término da elaboração desse trabalho, pode-se dizer que
foi de fundamental importância sua realização, pois este veio confrontar realmente a teoria
aprendida no decorrer de estudos feitos a partir da construção desse pré-projeto.

Através deste trabalho então se pode perceber um panorama das patologias na


construção civil, relatando-se um pouco desse universo, e destacando as principais anomalias
através de pesquisa bibliográfica. Constatou-se que a grande maioria dos problemas é causada
por pequenos detalhes, seja na fase de projeto, execução ou manutenção da obra.

O surgimento de problemas patológicos nas construções indica de maneira geral, a


existência de falhas durante a execução de uma das etapas da construção. Além de apontar
para falhas também no sistema de controle de qualidade próprio de uma ou mais atividades.
Os problemas patológicos estão presentes na maioria das edificações, seja com maior ou
menor intensidade, variando o período de aparição e/ou a forma de manifestação. Ou seja,
antecipar problemas na fase de projeto é essencial.

As manifestações patológicas ocasionadas por anomalias relacionadas a fissuras,


trincas, rachaduras e as mais diversas patologias encontradas na construção civil, são comuns
no mundo das construções e estas podem ocasionar vários danos, gerando assim gastos
elevados em recuperação e reparo, que poderiam ser evitados com medidas preventivas.

Com o principal intuito de analisar a problemática das patologias construtivas,


identifica-las e definir quais as medidas mais adequadas para que se possa corrigi-las, todos os
problemas apresentados neste trabalho visam esclarecer dúvidas e conscientizar os
proprietários e profissionais técnicos quanto à execução rigorosa dos serviços, pois a muito o
que se discutir a respeito da importância do tema, o porquê que ainda há pouco conhecimento
sobre essas patologias que são as mais comuns no mundo da construção civil.

A partir das pesquisas feitas no decorrer da construção desse pré-projeto sugerimos


algumas linhas de pesquisa e estudo que futuramente poderiam ser adotadas:
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Profissionais preparados, criação de um método de incentivo ao empregador que


resulte na maior capacitação do quadro de funcionários da empresa, através de cursos de
aperfeiçoamento das técnicas construtivas para os profissionais que trabalham no campo.

Aumentar a fiscalização do poder público na questão que abrange as obras irregulares,


ou construções que não atendem as normas técnicas vigentes do país. Supervisão ou
orientação de um arquiteto, ou engenheiro civil é de grande importância, porque é através de
suas mãos que muitos sonhos serão construídos.
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REFERÊNCIAS

ARIVABENE, R. Manifestações patológicas em estruturas de concreto armado estudo de


caso. Vitória, 2015.

COSTA, Vitor Coutinho de Camargo. Patologia em edificações ênfase em estruturas de


concreto. São Paulo, 2009, p. 10.

CONTRUFACILRJ. Como Consertar Rachaduras em Paredes de Alvenaria. 2016.


Disponível em: <http://construfacilrj.com.br/como-consertar-rachaduras-em-paredes/>.
Acesso em 05 jun. 2017.

CORSINI, Rodnei. Trinca ou fissura? Como se originam, quais os tipos, as causas e as


técnicas mais recomendadas de recuperação de fissuras. 2010. Disponível em:
http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/160/trinca-ou-fissura-como-se-originam-quais-os-
tipos-285488-1.aspx. Acesso em 4 jun. 2017.

FÓRUM DA CONSTRUÇÃO. O que é Patologia das construções? 2016. Disponível em:


<http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1620>. Acesso em 05 de
jun. 2017.

GRANATO, J. E. Apostila: Patologias das construções. São Paulo, 2002, p. 5.

LAPA, José Silva. Patologia, recuperação e reparo das estruturas de concreto. Belo
Horizonte, 2008, p. 41.

LOTTERMANN, Fabrício Nunes. Patologias em estruturas de concreto estudo de caso.


Rio Grande do Sul, Ituí, 2013, p. 20 - 33 - 66.

OLIVEIRA, Alexandre Magno. Fissuras, trincas e rachaduras causadas por recalque


diferencial de fundações. Trabalho de final de curso de especialização em Gestão em
Avaliações e Perícias da Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do Prof.
Adriano de Paula e Silva. Belo Horizonte, 2012, p. 80.

PORTAL CASAS E PROJETOS. Diferença de fissura e trinca de paredes e como tratar.


2016. Disponível em: <http://www.casaseprojetos.com.br/diferenca-de-fissura-e-trinca-de-
paredes-e-como-tratar/>. Acesso em 03 jun. 2017.

ROCHA, A. M.; KILPP, R.; KOHLER, R. Identificação de problemas patológicos e suas


consequências em edificações na cidade de Ijuí, RS.
 Rio Grande do Sul: UNIIJUI, 2006.

SANTOS, Altair. Trincas, fissuras, fendas e rachaduras exigem cuidado. 2016 . Disponível


em: <http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1579>. Acesso em 05
jun. 2017.

THOMAZ, Ercio. Trincas em edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini,
1989 -2015.

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