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9114-(2) Diário da República, 1.ª série — N.

º 250 — 28 de Dezembro de 2007

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA 2 — Podem ser aprovados sistemas alternativos ao SIA-


DAP adaptados às especificidades das administrações re-
Lei n.º 66-B/2007 gional e autárquica, através de decreto legislativo regional
e decreto regulamentar, respectivamente.
de 28 de Dezembro 3 — Por portaria conjunta dos membros do Governo
da tutela e responsáveis pelas áreas das finanças e da Ad-
Estabelece o sistema integrado de gestão e avaliação ministração Pública, podem ser realizadas adaptações ao
do desempenho na Administração Pública regime previsto na presente lei em razão das atribuições
A Assembleia da República decreta, nos termos da e organização dos serviços, das carreiras do seu pessoal
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: ou das necessidades da sua gestão.
4 — No caso dos institutos públicos, a adaptação re-
ferida no número anterior é aprovada em regulamento
TÍTULO I interno homologado pelos membros do Governo referidos
no número anterior.
Disposições gerais e comuns 5 — Em caso de relações jurídicas de emprego público
constituídas por contrato, a adaptação ao regime previsto
CAPÍTULO I na presente lei pode constar de acordo colectivo de tra-
balho.
Objecto e âmbito 6 — As adaptações ao SIADAP previstas nos números
anteriores são feitas respeitando o disposto na presente
Artigo 1.º lei em matéria de:
Objecto a) Princípios, objectivos e subsistemas do SIADAP;
1 — A presente lei estabelece o sistema integrado de b) Avaliação do desempenho baseada na confrontação
gestão e avaliação do desempenho na Administração Pú- entre objectivos fixados e resultados obtidos e, no caso
blica, adiante designado por SIADAP. de dirigentes e trabalhadores, também as competências
2 — O SIADAP visa contribuir para a melhoria do de- demonstradas e a desenvolver;
sempenho e qualidade de serviço da Administração Pú- c) Diferenciação de desempenhos, respeitando o número
blica, para a coerência e harmonia da acção dos serviços, mínimo de menções de avaliação e o valor das percenta-
dirigentes e demais trabalhadores e para a promoção da gens máximas previstos na presente lei.
sua motivação profissional e desenvolvimento de com-
petências.
CAPÍTULO II
Artigo 2.º Definições, princípios e objectivos
Âmbito de aplicação
Artigo 4.º
1 — A presente lei aplica-se aos serviços da adminis-
tração directa e indirecta do Estado, bem como, com as Definições
necessárias adaptações, designadamente no que respeita Para os efeitos do disposto na presente lei, entende-se
às competências dos correspondentes órgãos, aos serviços por:
da administração regional autónoma e à administração
autárquica. a) «Competências» o parâmetro de avaliação que traduz
2 — A presente lei é também aplicável, com as adap- o conjunto de conhecimentos, capacidades de acção e
tações impostas pela observância das correspondentes comportamentos necessários para o desempenho eficiente
competências, aos órgãos e serviços de apoio do Presidente e eficaz, adequado ao exercício de funções por dirigente
da República, da Assembleia da República, dos tribunais ou trabalhador;
e do Ministério Público e respectivos órgãos de gestão e b) «Dirigentes máximos do serviço» os titulares de
de outros órgãos independentes. cargos de direcção superior do 1.º grau ou legalmente
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 83.º, a presente equiparado, outros dirigentes responsáveis pelo serviço
lei não se aplica às entidades públicas empresariais nem aos dependente de membro do Governo ou os presidentes de
gabinetes de apoio quer dos titulares dos órgãos referidos órgão de direcção colegial sob sua tutela ou superinten-
nos números anteriores quer dos membros do Governo. dência;
4 — A presente lei aplica-se ao desempenho: c) «Dirigentes superiores» os dirigentes máximos dos
a) Dos serviços; serviços, os titulares de cargo de direcção superior do
b) Dos dirigentes; 2.º grau ou legalmente equiparados e os vice-presidentes
c) Dos trabalhadores da Administração Pública, inde- ou vogais de órgão de direcção colegial;
pendentemente da modalidade de constituição da relação d) «Dirigentes intermédios» os titulares de cargos de
jurídica de emprego público. direcção intermédia dos 1.º e 2.º graus ou legalmente equi-
parados, o pessoal integrado em carreira, enquanto se en-
Artigo 3.º contre em exercício de funções de direcção ou equiparadas
inerentes ao conteúdo funcional da carreira, os chefes de
Adaptações
equipas multidisciplinares cujo exercício se prolongue por
1 — O SIADAP concretiza-se nos princípios, objectivos prazo superior a seis meses no ano em avaliação e outros
e regras definidos na presente lei. cargos e chefias de unidades orgânicas;
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e) «Objectivos» o parâmetro de avaliação que traduz j) Publicidade na avaliação dos dirigentes e dos traba-
a previsão dos resultados que se pretendem alcançar no lhadores, nos termos previstos na presente lei;
tempo, em regra quantificáveis; l) Participação dos dirigentes e dos trabalhadores na fixação
f) «Serviço efectivo» o trabalho realmente prestado pelo dos objectivos dos serviços, na gestão do desempenho, na
trabalhador nos serviços; melhoria dos processos de trabalho e na avaliação dos serviços;
g) «Serviços» os serviços da administração directa e in- m) Participação dos utilizadores na avaliação dos ser-
directa do Estado, da administração regional autónoma e da viços.
administração autárquica, incluindo os respectivos serviços Artigo 6.º
desconcentrados ou periféricos e estabelecimentos públi-
Objectivos
cos, com excepção das entidades públicas empresariais;
h) «Trabalhadores» os trabalhadores da Administração Constituem objectivos globais do SIADAP:
Pública que não exerçam cargos dirigentes ou equiparados,
a) Contribuir para a melhoria da gestão da Administra-
independentemente do título jurídico da relação de trabalho,
desde que a respectiva vinculação seja por prazo igual ou ção Pública em razão das necessidades dos utilizadores e
superior a seis meses, incluindo pessoal integrado em carreira alinhar a actividade dos serviços com os objectivos das
que não se encontre em serviço de funções de direcção ou políticas públicas;
equiparadas inerentes ao conteúdo funcional dessa carreira; b) Desenvolver e consolidar práticas de avaliação e
i) «Unidades homogéneas» os serviços desconcentra- auto-regulação da Administração Pública;
dos ou periféricos da administração directa e indirecta do c) Identificar as necessidades de formação e desenvolvi-
Estado que desenvolvem o mesmo tipo de actividades ou mento profissional adequadas à melhoria do desempenho
fornecem o mesmo tipo de bens e ou prestam o mesmo dos serviços, dos dirigentes e dos trabalhadores;
tipo de serviços; d) Promover a motivação e o desenvolvimento das com-
j) «Unidades orgânicas» os elementos estruturais da or- petências e qualificações dos dirigentes e trabalhadores,
ganização interna de um serviço quer obedeçam ao modelo favorecendo a formação ao longo da vida;
de estrutura hierarquizada, matricial ou mista; e) Reconhecer e distinguir serviços, dirigentes e traba-
l) «Utilizadores externos» os cidadãos, as empresas e lhadores pelo seu desempenho e pelos resultados obtidos
a sociedade civil; e estimulando o desenvolvimento de uma cultura de ex-
m) «Utilizadores internos» os órgãos e serviços da ad- celência e qualidade;
ministração directa e indirecta do Estado e das adminis- f) Melhorar a arquitectura de processos, gerando valor
trações regional e autárquica, com excepção das entidades acrescentado para os utilizadores, numa óptica de tempo,
públicas empresariais. custo e qualidade;
Artigo 5.º g) Melhorar a prestação de informação e a transparência
da acção dos serviços da Administração Pública;
Princípios h) Apoiar o processo de decisões estratégicas através de
O SIADAP subordina-se aos seguintes princípios: informação relativa a resultados e custos, designadamente
em matéria de pertinência da existência de serviços, das
a) Coerência e integração, alinhando a acção dos ser- suas atribuições, organização e actividades.
viços, dirigentes e trabalhadores na prossecução dos ob-
jectivos e na execução das políticas públicas;
b) Responsabilização e desenvolvimento, reforçando CAPÍTULO III
o sentido de responsabilidade de dirigentes e trabalhado- Enquadramento e subsistemas do SIADAP
res pelos resultados dos serviços, articulando melhorias
dos sistemas organizacionais e processos de trabalho e o Artigo 7.º
desenvolvimento das competências dos dirigentes e dos
trabalhadores; Sistema de planeamento
c) Universalidade e flexibilidade, visando a aplicação 1 — O SIADAP articula-se com o sistema de planea-
dos sistemas de gestão do desempenho a todos os serviços, mento de cada ministério, constituindo um instrumento
dirigentes e trabalhadores, mas prevendo a sua adaptação de avaliação do cumprimento dos objectivos estratégicos
a situações específicas; plurianuais determinados superiormente e dos objectivos
d) Transparência e imparcialidade, assegurando a uti- anuais e planos de actividades, baseado em indicadores de
lização de critérios objectivos e públicos na gestão do de- medida dos resultados a obter pelos serviços.
sempenho dos serviços, dirigentes e trabalhadores, assente 2 — A articulação com o sistema de planeamento pres-
em indicadores de desempenho; supõe a coordenação permanente entre todos os serviços
e) Eficácia, orientando a gestão e a acção dos serviços, e aquele que, em cada ministério, exerce atribuições em
dos dirigentes e dos trabalhadores para a obtenção dos matéria de planeamento, estratégia e avaliação.
resultados previstos;
f) Eficiência, relacionando os bens produzidos e os ser-
Artigo 8.º
viços prestados com a melhor utilização de recursos;
g) Orientação para a qualidade nos serviços públicos; Ciclo de gestão
h) Comparabilidade dos desempenhos dos serviços, 1 — O SIADAP articula-se com o ciclo de gestão de
através da utilização de indicadores que permitam o con- cada serviço da Administração Pública que integra as se-
fronto com padrões nacionais e internacionais, sempre guintes fases:
que possível;
i) Publicidade dos resultados da avaliação dos serviços, a) Fixação dos objectivos do serviço para o ano seguinte,
promovendo a visibilidade da sua actuação perante os tendo em conta a sua missão, as suas atribuições, os objec-
utilizadores; tivos estratégicos plurianuais determinados superiormente,
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os compromissos assumidos na carta de missão pelo diri- c) Os objectivos anualmente fixados e, em regra, hie-
gente máximo, os resultados da avaliação do desempenho rarquizados;
e as disponibilidades orçamentais; d) Os indicadores de desempenho e respectivas fontes
b) Aprovação do orçamento e aprovação, manutenção de verificação;
ou alteração do mapa do respectivo pessoal, nos termos e) Os meios disponíveis, sinteticamente referidos;
da legislação aplicável; f) O grau de realização de resultados obtidos na pros-
c) Elaboração e aprovação do plano de actividades do secução de objectivos;
serviço para o ano seguinte, incluindo os objectivos, acti- g) A identificação dos desvios e, sinteticamente, as res-
vidades, indicadores de desempenho do serviço e de cada pectivas causas;
unidade orgânica; h) A avaliação final do desempenho do serviço.
d) Monitorização e eventual revisão dos objectivos do
serviço e de cada unidade orgânica, em função de contin- 2 — O QUAR relaciona-se com o ciclo de gestão do
gências não previsíveis ao nível político ou administrativo; serviço e é fixado e mantido actualizado em articulação
e) Elaboração do relatório de actividades, com demons- com o serviço competente em matéria de planeamento,
tração qualitativa e quantitativa dos resultados alcança- estratégia e avaliação de cada ministério.
dos, nele integrando o balanço social e o relatório de auto- 3 — Os documentos previsionais e de prestação de con-
-avaliação previsto na presente lei. tas legalmente previstos devem ser totalmente coerentes
com o QUAR.
2 — Compete, em cada ministério, ao serviço com atri- 4 — A dinâmica de actualização do QUAR deve
buições em matéria de planeamento, estratégia e avaliação sustentar-se na análise da envolvência externa, na iden-
assegurar a coerência, coordenação e acompanhamento do tificação das capacidades instaladas e nas oportunidades
ciclo de gestão dos serviços com os objectivos globais do de desenvolvimento do serviço, bem como do grau de
ministério e sua articulação com o SIADAP. satisfação dos utilizadores.
5 — O QUAR é objecto de publicação na página elec-
Artigo 9.º trónica do serviço.
Subsistemas do SIADAP 6 — Os serviços devem recorrer a metodologias e ins-
trumentos de avaliação já consagrados, no plano nacional
1 — O SIADAP integra os seguintes subsistemas: ou internacional, que permitam operacionalizar o disposto
a) O Subsistema de Avaliação do Desempenho dos Ser- no presente título.
viços da Administração Pública, abreviadamente designado
por SIADAP 1; Artigo 11.º
b) O Subsistema de Avaliação do Desempenho dos Di-
Parâmetros de avaliação
rigentes da Administração Pública, abreviadamente desig-
nado por SIADAP 2; 1 — A avaliação do desempenho dos serviços realiza-se
c) O Subsistema de Avaliação do Desempenho dos Tra- com base nos seguintes parâmetros:
balhadores da Administração Pública, abreviadamente
designado por SIADAP 3. a) «Objectivos de eficácia», entendida como medida
em que um serviço atinge os seus objectivos e obtém ou
2 — Os Subsistemas referidos no número anterior fun- ultrapassa os resultados esperados;
cionam de forma integrada pela coerência entre objectivos b) «Objectivos de eficiência», enquanto relação entre
fixados no âmbito do sistema de planeamento, objectivos os bens produzidos e serviços prestados e os recursos
do ciclo de gestão do serviço, objectivos fixados na carta utilizados;
de missão dos dirigentes superiores e objectivos fixados c) «Objectivos de qualidade», traduzida como o con-
aos demais dirigentes e trabalhadores. junto de propriedades e características de bens ou serviços,
que lhes conferem aptidão para satisfazer necessidades
explícitas ou implícitas dos utilizadores.
TÍTULO II
Subsistema de Avaliação do Desempenho 2 — Os objectivos são propostos pelo serviço ao mem-
bro do Governo de que dependa ou sob cuja superinten-
dos Serviços da Administração Pública (SIADAP 1) dência se encontre e são por este aprovados.
3 — Para avaliação dos resultados obtidos em cada
CAPÍTULO I objectivo são estabelecidos os seguintes níveis de gra-
duação:
Disposições gerais
a) Superou o objectivo;
Artigo 10.º b) Atingiu o objectivo;
c) Não atingiu o objectivo.
Quadro de avaliação e responsabilização
1 — A avaliação de desempenho de cada serviço assenta 4 — Em cada serviço são definidos:
num quadro de avaliação e responsabilização (QUAR), a) Os indicadores de desempenho para cada objectivo
sujeito a avaliação permanente e actualizado a partir dos e respectivas fontes de verificação;
sistemas de informação do serviço, onde se evidenciam: b) Os mecanismos de operacionalização que sustentam
a) A missão do serviço; os níveis de graduação indicados no número anterior, po-
b) Os objectivos estratégicos plurianuais determinados dendo ser fixadas ponderações diversas a cada parâmetro
superiormente; e objectivo, de acordo com a natureza dos serviços.
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Artigo 12.º 2 — A auto-avaliação é parte integrante do relatório de


Indicadores de desempenho
actividades anual e deve ser acompanhada de informação
relativa:
1 — Os indicadores de desempenho a estabelecer no
QUAR devem obedecer aos seguintes princípios: a) À apreciação, por parte dos utilizadores, da quan-
tidade e qualidade dos serviços prestados, com especial
a) Pertinência face aos objectivos que pretendem me- relevo quando se trate de unidades prestadoras de serviços
dir; a utilizadores externos;
b) Credibilidade; b) À avaliação do sistema de controlo interno;
c) Facilidade de recolha; c) Às causas de incumprimento de acções ou projectos
d) Clareza; não executados ou com resultados insuficientes;
e) Comparabilidade. d) Às medidas que devem ser tomadas para um reforço
positivo do seu desempenho, evidenciando as condicio-
2 — Os indicadores devem permitir a mensurabilidade nantes que afectem os resultados a atingir;
dos desempenhos. e) À comparação com o desempenho de serviços idên-
3 — Na definição dos indicadores de desempenho deve ticos, no plano nacional e internacional, que possam cons-
ser assegurada a participação das várias unidades orgânicas tituir padrão de comparação;
do serviço. f) À audição de dirigentes intermédios e dos demais
trabalhadores na auto-avaliação do serviço.
Artigo 13.º
Acompanhamento dos QUAR Artigo 16.º
Compete ao serviço com atribuições em matéria de Comparação de unidades homogéneas
planeamento, estratégia e avaliação, em cada ministério: 1 — No caso de o serviço integrar unidades homogéneas
a) Apoiar a identificação dos indicadores de desempe- sobre as quais detenha o poder de direcção, compete ao
nho e os mecanismos de operacionalização dos parâmetros dirigente máximo assegurar a concepção e monitorização
de avaliação referidos no artigo 11.º; de um sistema de indicadores de desempenho que permita
b) Apoiar os serviços, designadamente através de guiões a sua comparabilidade.
de orientação e de instrumentos de divulgação de boas 2 — O sistema de indicadores referido no número ante-
práticas; rior deve reflectir o conjunto das actividades prosseguidas
c) Validar os indicadores de desempenho e os mecanis- e viabilizar a ordenação destas unidades numa óptica de
mos de operacionalização referidos no artigo 11.º; eficiência relativa, para cada grupo homogéneo, em cada
d) Monitorizar os sistemas de informação e de indica- serviço.
dores de desempenho e, em especial, os QUAR quanto à 3 — A qualidade desta monitorização é obrigatoria-
fiabilidade e integridade dos dados; mente considerada na avaliação do serviço no parâmetro
e) Promover a criação de indicadores de resultado e de previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 11.º
impacte ao nível dos programas e projectos desenvolvidos 4 — A cada unidade homogénea deve ser atribuída uma
por um ou mais serviços de modo a viabilizar comparações avaliação final de desempenho nos termos do artigo 18.º
nacionais e internacionais. ou, em alternativa, deve ser elaborada lista hierarquizada
das unidades homogéneas por ordem de avaliação.
5 — O disposto nos números anteriores é igualmente
CAPÍTULO II aplicável, com as devidas adaptações, a serviços centrais
Modalidades, procedimentos e órgãos de avaliação que desenvolvem o mesmo tipo de actividades, fornecem o
mesmo tipo de bens ou prestam o mesmo tipo de serviços
Artigo 14.º dos que são assegurados por unidades homogéneas.
6 — No caso de as unidades homogéneas constituírem
Modalidades e periodicidade serviços periféricos de ministério, compete ao serviço
1 — A avaliação dos serviços efectua-se através de auto- com atribuições em matéria de planeamento, estratégia e
-avaliação e de hetero-avaliação. avaliação assegurar o cumprimento do disposto no pre-
2 — A auto-avaliação dos serviços é realizada anual- sente artigo.
mente, em articulação com o ciclo de gestão. Artigo 17.º
3 — A periodicidade referida no número anterior não Análise crítica da auto-avaliação
prejudica a realização de avaliação plurianual se o orça-
mento comportar essa dimensão temporal e para funda- 1 — Em cada ministério compete ao serviço com atri-
mentação de decisões relativas à pertinência da existência buições em matéria de planeamento, estratégia e avalia-
do serviço, das suas atribuições, organização e actividades. ção emitir parecer com análise crítica das auto-avaliações
constantes dos relatórios de actividades elaborados pelos
Artigo 15.º demais serviços.
2 — O resultado desta análise é comunicado a cada um
Auto-avaliação
dos serviços e ao respectivo membro do Governo.
1 — A auto-avaliação tem carácter obrigatório e deve 3 — Os serviços referidos no n.º 1 devem ainda efectuar
evidenciar os resultados alcançados e os desvios verifica- uma análise comparada de todos os serviços do ministério
dos de acordo com o QUAR do serviço, em particular face com vista a:
aos objectivos anualmente fixados. a) Identificar, anualmente, os serviços que se distingui-
ram positivamente ao nível do seu desempenho e propor
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ao respectivo membro do Governo a lista dos merecedores tar propostas para a melhoria dos processos e resultados
da distinção de mérito, mediante justificação circunstan- futuros.
ciada; 2 — A hetero-avaliação é da responsabilidade do Con-
b) Identificar, anualmente, os serviços com maiores selho Coordenador do SCI, podendo ser realizada por
desvios, não justificados, entre objectivos e resultados ou operadores internos, designadamente inspecções-gerais,
que, por outras razões consideradas pertinentes, devam ser ou externos, nomeadamente associações de consumidores
objecto de hetero-avaliação e disso dar conhecimento ao ou outros utilizadores externos, desde que garantida a
Conselho Coordenador do Sistema de Controlo Interno da independência funcional face às entidades a avaliar.
Administração Financeira do Estado (SCI) para os efeitos 3 — A hetero-avaliação dos serviços com atribuições em
previstos na presente lei. matéria de planeamento, estratégia e avaliação é proposta
pelo respectivo ministro.
Artigo 18.º 4 — Na hetero-avaliação referida nos números ante-
riores não há lugar à atribuição de menção prevista no
Expressão qualitativa da avaliação
artigo 18.º
1 — A avaliação final do desempenho dos serviços é 5 — A hetero-avaliação pode igualmente ser solicitada
expressa qualitativamente pelas seguintes menções: pelo serviço, em alternativa à auto-avaliação, mediante
proposta apresentada ao Conselho Coordenador do SCI,
a) Desempenho bom, atingiu todos os objectivos, su- no início do ano a que diz respeito o desempenho a avaliar.
perando alguns;
b) Desempenho satisfatório, atingiu todos os objectivos Artigo 21.º
ou os mais relevantes;
c) Desempenho insuficiente, não atingiu os objectivos Secção especializada do Conselho Coordenador do SCI
mais relevantes. 1 — É criada, no âmbito do Conselho Coordenador do
SCI, uma secção especializada com a função de dinamizar
2 — Em cada ministério pode ainda ser atribuída aos e coordenar as hetero-avaliações.
serviços com avaliação de Desempenho bom uma distinção 2 — Compete à secção especializada referida no número
de mérito reconhecendo Desempenho excelente, a qual anterior propor ao Governo a política de hetero-avaliações,
significa superação global dos objectivos. definir os termos de referência das avaliações e validar a
3 — As menções previstas no n.º 1 são propostas pelo qualidade do trabalho realizado pelos diversos operado-
dirigente máximo do serviço como resultado da auto- res.
-avaliação e, após o parecer previsto no n.º 1 do artigo an-
terior, homologadas ou alteradas pelo respectivo membro Artigo 22.º
do Governo.
Programa anual de hetero-avaliações
Artigo 19.º 1 — O Conselho Coordenador do SCI propõe anu-
Distinção de mérito almente ao Governo, através dos membros do Governo
responsáveis pelas áreas das finanças e da Administração
1 — Em cada ministério podem ser seleccionados os Pública, um programa anual de hetero-avaliações.
serviços que mais se distinguiram no seu desempenho para 2 — O programa anual tem em conta as propostas efec-
atribuição da distinção de mérito, reconhecendo o Desem- tuadas nos termos da alínea b) do n.º 3 do artigo 17.º, bem
penho excelente até 20 % dos serviços que o integram ou como outras situações que indiciem maior insatisfação
estão sob sua superintendência. por parte dos utilizadores externos e ainda as propostas
2 — A atribuição da distinção de mérito assenta em feitas nos termos do n.º 3 do artigo 20.º que se revelarem
justificação circunstanciada, designadamente, por motivos pertinentes.
relacionados com: 3 — O programa anual deve conter os seguintes ele-
a) Evolução positiva e significativa nos resultados ob- mentos:
tidos pelo serviço em comparação com anos anteriores; a) Identificação dos serviços a avaliar no ano e respec-
b) Excelência de resultados obtidos, demonstrada de- tiva justificação;
signadamente por comparação com padrões nacionais ou b) Indicação dos motivos que presidem à selecção dos
internacionais, tendo em conta igualmente melhorias de operadores externos se for este o caso;
eficiência; c) Prazo para a sua realização;
c) Manutenção do nível de excelência antes atingido, se d) Critérios de selecção, no caso de a avaliação ser
possível com a demonstração referida na alínea anterior. efectuada por operadores externos, e previsão de custos.

3 — Compete, em cada ministério, ao respectivo minis- 4 — Caso a proposta efectuada nos termos do n.º 1 seja
tro seleccionar os serviços e atribuir a distinção de mérito, aprovada por deliberação do Conselho de Ministros, cabe
observado o disposto na alínea a) do n.º 3 do artigo 17.º ao Conselho Coordenador do SCI promover a sua execu-
e no número anterior. ção, designadamente através de apoio técnico ao processo
de selecção dos operadores externos.
Artigo 20.º
Hetero-avaliação
Artigo 23.º
Contratação de operadores externos
1 — A hetero-avaliação visa obter um conhecimento
aprofundado das causas dos desvios evidenciados na 1 — O processo de selecção e contratação de operadores
auto-avaliação ou de outra forma detectados e apresen- externos para avaliação de serviços é desenvolvido pela
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secretaria-geral do ministério em que o serviço a avaliar de auto-avaliação é considerada pelo membro do Governo
se integre. responsável, para efeitos da aplicação de um conjunto de
2 — Os encargos administrativos e financeiros inerentes medidas que podem incluir a celebração de nova carta de
à hetero-avaliação são suportados pela secretaria-geral missão, na qual expressamente seja consagrado o plano de
prevista no número anterior, excepto nos casos previstos recuperação ou correcção dos desvios detectados.
no n.º 3 do artigo 20.º, em que são suportados pelo serviço. 3 — Os resultados da hetero-avaliação, realizada com
os fundamentos previstos no n.º 1 do artigo 20.º, produzem
Artigo 24.º os efeitos referidos no número anterior.
4 — A atribuição consecutiva de menções de Desem-
Apresentação de resultados
penho insuficiente ou a não superação de desvios eviden-
1 — Aos serviços avaliados é dado conhecimento do ciados e analisados em sede de hetero-avaliação podem
projecto de relatório da hetero-avaliação para que se pos- fundamentar as decisões relativas à pertinência da exis-
sam pronunciar. tência do serviço, da sua missão, atribuições, organização
2 — O relatório da hetero-avaliação deve também ser e actividades, sem prejuízo do apuramento de eventuais
entregue às organizações sindicais ou comissões de tra- responsabilidades.
balhadores representativas do pessoal do serviço que o
solicitem. Artigo 27.º
3 — O Conselho Coordenador do SCI emite parecer Efeitos da distinção de mérito
num prazo não superior a 30 dias após pronúncia do ser-
viço avaliado sobre a qualidade dos relatórios de hetero- A atribuição da distinção de mérito determina, por um
-avaliação e efectua as recomendações que entender per- ano, os seguintes efeitos:
tinentes, salientando os pontos positivos e os susceptíveis a) O aumento para 35 % e 10 % das percentagens má-
de melhoria. ximas previstas no n.º 5 do artigo 37.º para os dirigentes
4 — O Conselho Coordenador do SCI procede ao en- intermédios no SIADAP 2 e no n.º 1 do artigo 75.º para os
vio do parecer referido no número anterior aos membros demais trabalhadores no SIADAP 3, visando a diferencia-
do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da ção de Desempenho relevante e Desempenho excelente;
Administração Pública e ao ministro sob cuja direcção ou b) A atribuição pelo membro do Governo competente
superintendência se encontre o serviço avaliado. do reforço de dotações orçamentais visando a mudança de
posições remuneratórias dos trabalhadores ou a atribuição
CAPÍTULO III de prémios;
c) A possibilidade de consagração de reforços orçamen-
Resultados da avaliação tais visando o suporte e dinamização de novos projectos
de melhoria do serviço.
Artigo 25.º
Divulgação CAPÍTULO IV
1 — Cada serviço procede à divulgação, na sua página Coordenação dos sistemas de avaliação
electrónica, da auto-avaliação com indicação dos respec-
tivos parâmetros. Artigo 28.º
2 — No caso de o parecer elaborado nos termos do
n.º 1 do artigo 17.º concluir pela discordância relativa- Conselho Coordenador da Avaliação de Serviços
mente à valoração efectuada pelo serviço em sede de 1 — Com o objectivo de assegurar a coordenação e di-
auto-avaliação, ou pela falta de fiabilidade do sistema de namizar a cooperação entre os vários serviços com compe-
indicadores de desempenho, deve o mesmo ser obrigato- tências em matéria de planeamento, estratégia e avaliação e
riamente divulgado juntamente com os elementos referidos de promover a troca de experiências e a divulgação de boas
no número anterior. práticas nos domínios da avaliação é criado o Conselho
3 — Cada ministério procede à divulgação, na sua pá- Coordenador da Avaliação de Serviços, a seguir designado
gina electrónica, dos serviços aos quais foi atribuída uma abreviadamente por Conselho.
distinção de mérito nos termos do artigo 19.º, especificando 2 — O Conselho é presidido pelo membro do Governo
os principais fundamentos. que tem a seu cargo a área da Administração Pública e
constituído pelos directores-gerais dos serviços com com-
Artigo 26.º petência em matéria de planeamento, estratégia e avaliação,
Efeitos da avaliação pelo inspector-geral de Finanças, pelo director-geral da
Administração e do Emprego Público e pelo presidente
1 — Os resultados da avaliação dos serviços devem do conselho directivo da Agência para a Modernização
produzir efeitos sobre: Administrativa.
a) As opções de natureza orçamental com impacte no 3 — Compete ao Conselho:
serviço; a) Acompanhar o processo de apoio técnico referido
b) As opções e prioridades do ciclo de gestão seguinte; no artigo 13.º;
c) A avaliação realizada ao desempenho dos dirigentes b) Propor iniciativas no sentido da melhoria da actuação
superiores. dos serviços referidos no número anterior em matéria de
avaliação dos serviços;
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a c) Assegurar a coerência e a qualidade das metodologias
atribuição da menção Desempenho insuficiente no processo utilizadas em todos os ministérios;
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d) Fomentar a investigação e formação dos serviços em 5 — A avaliação do desempenho, com efeitos na car-
matéria de avaliação de desempenho; reira de origem, dos trabalhadores que exercem cargos
e) Promover a difusão de experiências avaliativas, na- dirigentes é realizada anualmente nos termos dos n.os 5 a
cionais ou internacionais, e de sistemas de avaliação em 7 do artigo 42.º e do artigo 43.º
toda a Administração Pública; 6 — A avaliação do desempenho do pessoal integrado
f) Estimular a melhoria da qualidade dos sistemas em carreira que se encontre em exercício de funções de
de indicadores de desempenho e dos processos de auto- direcção ou equiparadas inerentes ao conteúdo funcional da
-avaliação; carreira, quando tal exercício não for titulado em comissão
g) Promover a articulação entre os serviços com compe- de serviço, é feita anualmente, nos termos do presente
tência em matéria de planeamento, estratégia e avaliação título, não sendo aplicável o disposto nos n.os 4 e 5.
e o Conselho Coordenador do SCI;
h) Pronunciar-se sobre questões que lhe sejam subme-
tidas pelo membro do Governo responsável pela área da CAPÍTULO II
Administração Pública, designadamente do âmbito de Avaliação do desempenho dos dirigentes superiores
outros subsistemas do SIADAP.
Artigo 30.º
4 — O Conselho pode criar, na sua dependência, grupos
de trabalho constituídos por recursos afectos pelos servi- Parâmetros de avaliação
ços cujos dirigentes máximos nele participam visando o 1 — A avaliação do desempenho dos dirigentes supe-
desenvolvimento de projectos ou o acompanhamento da riores integra-se no ciclo de gestão do serviço e efectua-se
dinâmica de avaliação dos serviços. com base nos seguintes parâmetros:
5 — A Direcção-Geral da Administração e do Emprego
Público presta o apoio técnico e administrativo necessário a) «Grau de cumprimento dos compromissos» cons-
ao funcionamento do Conselho. tantes das respectivas cartas de missão, tendo por base
6 — O regulamento de funcionamento do Conselho, os indicadores de medida fixados para a avaliação dos
incluindo as regras de participação de outras estruturas resultados obtidos em objectivos de eficácia, eficiência e
ou entidades, é aprovado por despacho do membro do qualidade nelas assumidos e na gestão dos recursos huma-
Governo previsto no n.º 2. nos, financeiros e materiais afectos ao serviço;
7 — O regulamento referido no número anterior deve b) «Competências» de liderança, de visão estratégica,
prever as regras relativas à participação de representan- de representação externa e de gestão demonstradas.
tes de organizações sindicais quando, nas reuniões do
Conselho, são abordadas questões relativas ao SIADAP 2 — Para efeitos do disposto na alínea a) do número
1 que tenham impacte na avaliação do desempenho dos anterior, os dirigentes superiores do 2.º grau, no início da
trabalhadores ou, nos termos da alínea h) do n.º 3, questões sua comissão de serviço e no quadro das suas competências
relativas a outros subsistemas. legais, delegadas ou subdelegadas, assinam com o dirigente
máximo uma carta de missão, a qual constitui um compro-
misso de gestão onde, de forma explícita, são definidos
TÍTULO III os objectivos, se possível quantificados e calendarizados,
a atingir no decurso do exercício de funções, bem como
Subsistema de Avaliação do Desempenho os indicadores de desempenho aplicáveis à avaliação dos
dos Dirigentes da Administração Pública (SIADAP 2) resultados.
3 — A avaliação de desempenho dos membros dos con-
selhos directivos dos institutos públicos sujeitos ao Estatuto
CAPÍTULO I do Gestor Público segue o regime neste estabelecido.
Disposições gerais
Artigo 31.º
Artigo 29.º Avaliação intercalar
Periodicidade 1 — Para efeitos da avaliação intercalar prevista no
1 — A avaliação global do desempenho dos dirigentes n.º 2 do artigo 29.º, deve o dirigente máximo do serviço
superiores e intermédios é feita no termo das respectivas remeter ao respectivo membro do Governo, até 15 de Abril
comissões de serviço, conforme o respectivo estatuto, ou de cada ano, os seguintes elementos:
no fim do prazo para que foram nomeados. a) Relatório de actividades que integre a auto-avaliação
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o do serviço nos termos previstos no n.º 2 do artigo 15.º;
desempenho dos dirigentes superiores e intermédios é b) Relatório sintético explicitando a evolução dos re-
objecto de avaliação intercalar, efectuada anualmente nos sultados de eficácia, eficiência e qualidade obtidos face
termos da presente lei. aos compromissos fixados na carta de missão do dirigente
3 — O período de avaliação intercalar corresponde ao para o ano em apreço em relação a anos anteriores e os
ano civil, pressupondo o desempenho como dirigente por resultados obtidos na gestão de recursos humanos, finan-
um período não inferior a seis meses, seguidos ou inter- ceiros e materiais.
polados.
4 — A avaliação do desempenho dos dirigentes su- 2 — O relatório sintético referido na alínea b) do nú-
periores e intermédios realizada nos termos do presente mero anterior deve incluir as principais opções seguidas
título não produz quaisquer efeitos na respectiva carreira em matéria de gestão e qualificação dos recursos humanos,
de origem. de gestão dos recursos financeiros e o resultado global da
Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2007 9114-(9)

aplicação do SIADAP 2 e do SIADAP 3, incluindo expres- 2 — Os dirigentes superiores do 2.º grau são avaliados
samente a distribuição equitativa das menções qualitativas pelo dirigente máximo que outorgou a carta de missão.
atribuídas, no total e por carreira. 3 — A avaliação dos dirigentes superiores do 2.º grau é
3 — Os dirigentes superiores do 2.º grau devem apresen- homologada pelo competente membro do Governo.
tar ao dirigente máximo do serviço um relatório sintético
explicitando os resultados obtidos face aos compromissos Artigo 34.º
assumidos na carta de missão e sua evolução relativamente
Efeitos
aos anos anteriores.
4 — Por despacho do dirigente máximo do serviço po- 1 — A avaliação do desempenho dos dirigentes superiores
dem ainda concorrer como elementos informadores da tem os efeitos previstos no respectivo estatuto, designada-
avaliação de cada dirigente superior as avaliações sobre mente em matéria de atribuição de prémios de gestão e de
ele efectuadas pelos dirigentes que dele dependam. renovação ou de cessação da respectiva comissão de serviço.
5 — A avaliação prevista no número anterior obedece 2 — A não aplicação do SIADAP por razões imputá-
às seguintes regras: veis aos dirigentes máximos dos serviços, incluindo os
a) É facultativa; membros dos conselhos directivos de institutos públicos,
b) Não é identificada; determina a cessação das respectivas funções.
c) Tem carácter de informação qualitativa e é orientada
por questionário padronizado, ponderando 6 pontos de CAPÍTULO III
escala em cada valoração.
Avaliação do desempenho dos dirigentes intermédios
6 — É obrigatória a justificação sumária para cada valo-
ração escolhida da escala prevista na alínea c) do número Artigo 35.º
anterior, excepto para os pontos médios 3 e 4. Parâmetros de avaliação
7 — As cartas de missão dos dirigentes superiores e o
relatório previsto na alínea b) do n.º 1 podem obedecer a A avaliação do desempenho dos dirigentes intermédios
modelo aprovado por despacho do membro do Governo integra-se no ciclo de gestão do serviço e efectua-se com
responsável pela área da Administração Pública. base nos seguintes parâmetros:
a) «Resultados» obtidos nos objectivos da unidade or-
Artigo 32.º gânica que dirige;
Expressão da avaliação b) «Competências», integrando a capacidade de liderança
e competências técnicas e comportamentais adequadas ao
1 — A avaliação intercalar do desempenho dos dirigen- exercício do cargo.
tes superiores afere-se pelos níveis de sucesso obtidos nos Artigo 36.º
parâmetros de avaliação, traduzindo-se na verificação do
sucesso global com superação do desempenho previsto em Avaliação intercalar
alguns domínios, face às exigências do exercício do cargo 1 — A avaliação anual intercalar prevista no n.º 2 do
traduzidas naqueles parâmetros, no cumprimento de tais artigo 29.º fundamenta-se na avaliação dos parâmetros
exigências ou no seu incumprimento. referidos no artigo anterior, através de indicadores de me-
2 — Pode ser atribuída aos dirigentes superiores a men- dida previamente estabelecidos.
ção qualitativa de Desempenho excelente, a qual significa 2 — O parâmetro relativo a «Resultados» assenta nos
reconhecimento de mérito, com a superação global do objectivos, em número não inferior a três, anualmente
desempenho previsto. negociados com o dirigente, prevalecendo, em caso de
3 — O reconhecimento de mérito previsto no número discordância, a posição do superior hierárquico.
anterior e os resultados da avaliação que fundamentam a 3 — Os resultados obtidos em cada objectivo são valorados
atribuição de prémios de gestão são objecto de publici- através de uma escala de três níveis nos seguintes termos:
tação no ministério, pelos meios considerados mais ade-
quados. a) «Objectivo superado», a que corresponde uma pon-
4 — A diferenciação de desempenhos dos dirigentes tuação de 5;
superiores é garantida pela fixação da percentagem máxima b) «Objectivo atingido», a que corresponde uma pon-
de 5 % do total de dirigentes superiores para atribuição de tuação de 3;
distinção de mérito com reconhecimento de Desempenho c) «Objectivo não atingido», a que corresponde uma
excelente. pontuação de 1.
5 — A percentagem prevista no número anterior incide
sobre o número de dirigentes superiores do ministério su- 4 — A pontuação final a atribuir ao parâmetro «Resul-
jeitos ao regime de avaliação previsto no presente capítulo. tados» é a média aritmética das pontuações atribuídas aos
6 — Em cada ministério, compete ao respectivo minis- resultados obtidos em todos os objectivos.
tro assegurar a harmonização dos processos de avaliação, 5 — O parâmetro relativo a «Competências» assenta em
visando garantir o respeito pela percentagem fixada no competências previamente escolhidas, para cada dirigente,
n.º 4. em número não inferior a cinco.
6 — As competências referidas no número anterior são
Artigo 33.º escolhidas, mediante acordo entre avaliador e avaliado,
prevalecendo a escolha do superior hierárquico se não
Avaliadores
existir acordo, de entre as constantes em lista aprovada por
1 — O dirigente máximo do serviço é avaliado pelo portaria do membro do Governo responsável pela área da
membro do Governo que outorgou a carta de missão. Administração Pública.
9114-(10) Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2007

7 — O dirigente máximo do serviço, ouvido o Conselho 5 — A diferenciação de desempenhos é garantida pela


Coordenador da Avaliação, pode estabelecer por despacho fixação da percentagem máxima de 25 % para as menções
as competências a que se subordina a avaliação dos diri- de Desempenho relevante e, de entre estas, 5 % do total de
gentes intermédios, escolhidas de entre as constantes na dirigentes intermédios do serviço para o reconhecimento
lista referida no número anterior. do Desempenho excelente, podendo haver pelo menos um
8 — Cada competência é valorada através de uma escala dirigente com tal reconhecimento no caso de a aplicação
de três níveis nos seguintes termos: da referida percentagem resultar em número inferior à
a) «Competência demonstrada a um nível elevado», a unidade.
que corresponde uma pontuação de 5; Artigo 38.º
b) «Competência demonstrada», a que corresponde uma Avaliadores
pontuação de 3;
c) «Competência não demonstrada ou inexistente», a 1 — Os dirigentes intermédios do 1.º grau são avaliados
que corresponde uma pontuação de 1. pelo dirigente superior de quem directamente dependam.
2 — Os dirigentes intermédios do 2.º grau são avaliados
9 — A pontuação final a atribuir no parâmetro «Com- pelo dirigente superior ou intermédio do 1.º grau de quem
petências» é a média aritmética das pontuações atribuídas. directamente dependam.
10 — Para a fixação da classificação final são atribuídas 3 — Sempre que o número de unidades homogéneas
ao parâmetro «Resultados» uma ponderação mínima de dependentes do mesmo dirigente superior o justifique,
75 % e ao parâmetro «Competências» uma ponderação este pode delegar a avaliação dos respectivos dirigentes
máxima de 25 %. intermédios em avaliadores para o efeito designados de
11 — A classificação final é o resultado da média pon- categoria ou posição funcional superior aos avaliados.
derada das pontuações obtidas nos dois parâmetros de 4 — Por despacho do dirigente máximo do serviço po-
avaliação. dem ainda concorrer como elementos informadores da
12 — As pontuações finais dos parâmetros e a avaliação avaliação referida nos números anteriores:
final são expressas até às centésimas e, quando possível,
milésimas. a) A avaliação efectuada pelos restantes dirigentes in-
13 — Por despacho do membro do Governo responsável termédios do mesmo grau e, sendo do 2.º grau, os que
pela Administração Pública, devidamente fundamentado, exercem funções na mesma unidade orgânica;
podem ser fixadas ponderações diferentes das previstas b) A avaliação efectuada pelos dirigentes e trabalhadores
no n.º 10 em função das especificidades dos cargos ou das subordinados directamente ao dirigente.
atribuições dos serviços.
5 — A avaliação prevista nos números anteriores obe-
Artigo 37.º dece ao disposto nos n.os 5 e 6 do artigo 31.º
Expressão da avaliação final Artigo 39.º
1 — A avaliação final é expressa em menções qualita- Efeitos
tivas em função das pontuações finais em cada parâmetro,
nos seguintes termos: 1 — A avaliação do desempenho dos dirigentes inter-
médios tem os efeitos previstos no respectivo estatuto,
a) Desempenho relevante, correspondendo a uma ava- designadamente em matéria de prémios de desempenho
liação final de 4 a 5; e de renovação, de não renovação ou de cessação da res-
b) Desempenho adequado, correspondendo a uma ava- pectiva comissão de serviço.
liação final de desempenho positivo de 2 a 3,999;
2 — O reconhecimento de Desempenho excelente em
c) Desempenho inadequado, correspondendo a uma
três anos consecutivos confere ao dirigente intermédio,
avaliação final de 1 a 1,999.
alternativamente, o direito a:
2 — A atribuição da menção qualitativa de Desempenho a) Período sabático com a duração máxima de três meses
relevante é, por iniciativa do avaliado ou do avaliador, para realização de estudo sobre temática a acordar com o
objecto de apreciação pelo Conselho Coordenador da Ava- respectivo dirigente máximo do serviço, cujo texto final
liação para efeitos de eventual reconhecimento de mérito, deve ser objecto de publicitação;
significando Desempenho excelente. b) Estágio em organismo da Administração Pública
3 — A iniciativa e o reconhecimento referidos no nú- estrangeira ou em organização internacional, devendo apre-
mero anterior devem fundamentar-se, em regra, nos se- sentar relatório do mesmo ao dirigente máximo;
guintes pressupostos: c) Estágio em outro serviço público, organização não gover-
a) O dirigente atingiu e ultrapassou todos os objectivos; namental ou entidade empresarial com actividade e métodos
b) O dirigente demonstrou em permanência capacida- de gestão relevantes para a Administração Pública, devendo
des de liderança, de gestão e compromisso com o serviço apresentar relatório do mesmo ao dirigente máximo do serviço.
público que podem constituir exemplo para os trabalha-
dores. 3 — O período sabático e os estágios a que se refere
o número anterior consideram-se, para todos os efeitos
4 — O reconhecimento de mérito previsto nos n.os 2 legais, como serviço efectivo.
e 3 e a menção qualitativa e respectiva quantificação de 4 — O reconhecimento de Desempenho excelente em
avaliação que fundamenta a atribuição de prémio de de- três anos consecutivos confere ainda ao dirigente intermé-
sempenho são objecto de publicitação no serviço pelos dio o direito a cinco dias de férias, no ano seguinte, ou, por
meios considerados mais adequados. opção do dirigente, à correspondente remuneração.
Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2007 9114-(11)

5 — O reconhecimento de Desempenho relevante em 2 — A avaliação respeita ao desempenho do ano civil


três anos consecutivos confere ao dirigente intermédio o anterior.
direito a três dias de férias, no ano seguinte, ou, por opção
do dirigente, à correspondente remuneração. Artigo 42.º
6 — A atribuição da menção de Desempenho inade-
Requisitos funcionais para avaliação
quado constitui fundamento para a cessação da respectiva
comissão de serviço. 1 — No caso de trabalhador que, no ano civil anterior,
7 — Sem prejuízo do disposto no n.º 11, a atribuição da tenha constituído relação jurídica de emprego público há
menção de Desempenho inadequado em dois anos conse- menos de seis meses, o desempenho relativo a este período
cutivos ou a não aplicação do SIADAP 3 aos trabalhadores é objecto de avaliação conjunta com o do ano seguinte.
dependentes do dirigente intermédio faz cessar a comissão 2 — No caso de trabalhador que, no ano civil ante-
de serviço ou impede a sua renovação. rior, tenha relação jurídica de emprego público com, pelo
8 — Os anos em que o dirigente receba prémio de desem- menos, seis meses e o correspondente serviço efectivo,
penho não relevam para os efeitos previstos nos n.os 3 e 4. independentemente do serviço onde o tenha prestado, o
9 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 2 a 4, os direitos desempenho é objecto de avaliação nos termos do presente
neles previstos são conferidos ao dirigente quando este título.
tenha acumulado 10 pontos nas avaliações do seu desem- 3 — O serviço efectivo deve ser prestado em contacto
penho contados nos seguintes termos: funcional com o respectivo avaliador ou em situação fun-
a) 3 pontos por cada menção de Desempenho excelente; cional que, apesar de não ter permitido contacto directo
b) 2 pontos por cada menção de Desempenho relevante. pelo período temporal referido no número anterior, admita,
por decisão favorável do Conselho Coordenador da Ava-
10 — Por decreto regulamentar, o Governo pode es- liação, a realização de avaliação.
tabelecer as condições de atribuição de incentivos para 4 — No caso previsto no n.º 2, se no decorrer do ano
formação profissional ou académica como prémio de De- civil anterior e ou período temporal de prestação de ser-
sempenho relevante e de Desempenho excelente. viço efectivo se sucederem vários avaliadores, o que tiver
11 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a competência para avaliar no momento da realização da
não aplicação do SIADAP 3 por razão imputável ao diri- avaliação deve recolher dos demais os contributos escritos
gente intermédio determina a cessação da respectiva comis- adequados a uma efectiva e justa avaliação.
são de serviço e a não observância não fundamentada das 5 — No caso de quem, no ano civil anterior, tenha re-
orientações dadas pelo Conselho Coordenador da Avaliação lação jurídica de emprego público com pelo menos seis
deve ser tida em conta na respectiva avaliação de desem- meses mas não tenha o correspondente serviço efectivo
penho, no parâmetro que for considerado mais adequado. conforme definido na presente lei ou estando na situação
12 — A atribuição de nível de Desempenho inadequado prevista no n.º 3 não tenha obtido decisão favorável do
ao pessoal integrado em carreira em exercício de funções de Conselho Coordenador da Avaliação, não é realizada ava-
direcção ou equiparadas inerentes ao conteúdo funcional da liação nos termos do presente título.
carreira, quando tal exercício não for titulado em comissão de 6 — No caso previsto no número anterior releva, para
serviço, bem como a não aplicação do SIADAP 3 ao pessoal efeitos da respectiva carreira, a última avaliação atribuída
que lhe está directamente afecto, tem os efeitos previstos no nos termos da presente lei ou das suas adaptações.
artigo 53.º 7 — Se no caso previsto no n.º 5 o titular da relação jurí-
Artigo 40.º dica de emprego público não tiver avaliação que releve nos
Processo de avaliação termos do número anterior ou se pretender a sua alteração,
requer avaliação anual, feita pelo Conselho Coordenador da
No que não estiver previsto no presente título, ao processo de Avaliação, mediante proposta de avaliador especificamente
avaliação intercalar dos dirigentes intermédios aplica-se, com nomeado pelo dirigente máximo do serviço.
as necessárias adaptações, o disposto no título IV da presente lei.
Artigo 43.º
TÍTULO IV Ponderação curricular
Subsistema de Avaliação do Desempenho 1 — A avaliação prevista no n.º 7 do artigo anterior
dos Trabalhadores traduz-se na ponderação do currículo do titular da relação
da Administração Pública (SIADAP 3) jurídica de emprego público, em que são considerados,
entre outros, os seguintes elementos:
CAPÍTULO I a) As habilitações académicas e profissionais;
Estrutura b) A experiência profissional e a valorização curricular;
c) O exercício de cargos dirigentes ou outros cargos
SECÇÃO I ou funções de reconhecido interesse público ou relevante
interesse social, designadamente actividade de dirigente
Periodicidade e requisitos para avaliação sindical.
Artigo 41.º
2 — Para efeitos de ponderação curricular, deve ser
Periodicidade
entregue documentação relevante que permita ao avaliador
1 — A avaliação do desempenho dos trabalhadores é de nomeado fundamentar a proposta de avaliação, podendo
carácter anual, sem prejuízo do disposto na presente lei para juntar-se declaração passada pela entidade onde são ou
a avaliação a efectuar em modelos adaptados do SIADAP. foram exercidas funções.
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3 — A ponderação curricular é expressa através de uma conta os objectivos do serviço e da unidade orgânica, a
valoração que respeite a escala de avaliação qualitativa e proporcionalidade entre os resultados visados e os meios
quantitativa e as regras relativas à diferenciação de desem- disponíveis e o tempo em que são prosseguidos.
penhos previstas na presente lei. 2 — Os objectivos são, designadamente:
4 — A ponderação curricular e a respectiva valoração
são determinadas segundo critérios previamente fixados a) De produção de bens e actos ou prestação de serviços,
pelo Conselho Coordenador da Avaliação, constantes em visando a eficácia na satisfação dos utilizadores;
acta, que é tornada pública, que asseguram a ponderação b) De qualidade, orientada para a inovação, melhoria
equilibrada dos elementos curriculares previstos no n.º 1 do serviço e satisfação das necessidades dos utilizadores;
e a consideração de reconhecido interesse público ou re- c) De eficiência, no sentido da simplificação e raciona-
levante interesse social do exercício dos cargos e funções lização de prazos e procedimentos de gestão processual e
nele referidas. na diminuição de custos de funcionamento;
5 — Os critérios referidos no número anterior podem d) De aperfeiçoamento e desenvolvimento das compe-
ser estabelecidos uniformemente para todos os serviços por tências individuais, técnicas e comportamentais do tra-
despacho normativo do membro do Governo responsável balhador.
pela Administração Pública.
3 — Podem ser fixados objectivos de responsabilidade
Artigo 44.º partilhada sempre que impliquem o desenvolvimento de
um trabalho em equipa ou esforço convergente para uma
Publicidade finalidade determinada.
1 — As menções qualitativas e respectiva quantificação 4 — Anualmente são fixados pelo menos três objectivos
quando fundamentam, no ano em que são atribuídas, a mu- para cada trabalhador que, em regra, se enquadrem em
dança de posição remuneratória na carreira ou a atribuição várias áreas das previstas no n.º 2 e tenham particularmente
de prémio de desempenho são objecto de publicitação, bem em conta o posto de trabalho do trabalhador.
como as menções qualitativas anteriores que tenham sido 5 — Para os resultados a obter em cada objectivo são
atribuídas e que contribuam para tal fundamentação. previamente estabelecidos indicadores de medida do de-
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior e sempenho.
de outros casos de publicitação previstos na presente lei,
os procedimentos relativos ao SIADAP 3 têm carácter Artigo 47.º
confidencial, devendo os instrumentos de avaliação de Avaliação dos resultados atingidos
cada trabalhador ser arquivados no respectivo processo
individual. 1 — Tendo presente a medição do grau de cumprimento
3 — Com excepção do avaliado, todos os intervenientes de cada objectivo, de acordo com os respectivos indicado-
no processo de avaliação bem como os que, em virtude res previamente estabelecidos, a avaliação dos resultados
do exercício das suas funções, tenham conhecimento do obtidos em cada objectivo é expressa em três níveis:
mesmo ficam sujeitos ao dever de sigilo. a) «Objectivo superado», a que corresponde uma pon-
4 — O acesso à documentação relativa ao SIADAP 3 tuação de 5;
subordina-se ao disposto no Código do Procedimento Ad- b) «Objectivo atingido», a que corresponde uma pon-
ministrativo e à legislação relativa ao acesso a documentos tuação de 3;
administrativos. c) «Objectivo não atingido», a que corresponde uma
pontuação de 1.
SECÇÃO II
2 — A pontuação final a atribuir ao parâmetro «Resul-
Metodologia de avaliação tados» é a média aritmética das pontuações atribuídas aos
resultados obtidos em todos os objectivos.
Artigo 45.º 3 — Embora com desempenho efectivo, sempre que se
Parâmetros de avaliação verifique a impossibilidade de prosseguir alguns objectivos
previamente fixados, devido a condicionantes estranhas
A avaliação do desempenho dos trabalhadores integra- ao controlo dos intervenientes, e não tenha sido possível
-se no ciclo de gestão de cada serviço e incide sobre os renegociar novos objectivos, a avaliação deve decorrer
seguintes parâmetros: relativamente a outros objectivos que não tenham sido
a) «Resultados» obtidos na prossecução de objectivos prejudicados por aquelas condicionantes.
individuais em articulação com os objectivos da respectiva 4 — A avaliação dos resultados obtidos em objectivos
unidade orgânica; de responsabilidade partilhada previstos no n.º 3 do arti-
b) «Competências» que visam avaliar os conhecimentos, go anterior, em regra, é idêntica para todos os trabalhadores
capacidades técnicas e comportamentais adequadas ao neles envolvidos, podendo, mediante opção fundamentada
exercício de uma função. do avaliador, ser feita avaliação diferenciada consoante o
contributo de cada trabalhador.
Artigo 46.º
Artigo 48.º
Resultados
Competências
1 — O parâmetro «Resultados» decorre da verificação
do grau de cumprimento dos objectivos previamente defi- 1 — O parâmetro relativo a «Competências» assenta
nidos que devem ser redigidos de forma clara e rigorosa, em competências previamente escolhidas para cada tra-
de acordo com os principais resultados a obter, tendo em balhador em número não inferior a cinco.
Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2007 9114-(13)

2 — As competências referidas no número anterior são 4 — Para efeitos de aplicação da legislação sobre carrei-
escolhidas nos termos dos n.os 6 e 7 do artigo 36.º ras e remunerações, a avaliação máxima nela prevista cor-
responde à menção qualitativa de Desempenho excelente.
Artigo 49.º
Avaliação das competências SECÇÃO III
1 — A avaliação de cada competência é expressa em Efeitos da avaliação
três níveis:
Artigo 52.º
a) «Competência demonstrada a um nível elevado», a
que corresponde uma pontuação de 5; Efeitos
b) «Competência demonstrada», a que corresponde uma 1 — A avaliação do desempenho individual tem, desig-
pontuação de 3; nadamente, os seguintes efeitos:
c) «Competência não demonstrada ou inexistente», a
que corresponde uma pontuação de 1. a) Identificação de potencialidades pessoais e profissio-
nais do trabalhador que devam ser desenvolvidas;
2 — A pontuação final a atribuir ao parâmetro «Com- b) Diagnóstico de necessidades de formação;
petências» é a média aritmética das pontuações atribuídas c) Identificação de competências e comportamentos
às competências escolhidas para cada trabalhador. profissionais merecedores de melhoria;
d) Melhoria do posto de trabalho e dos processos a ele
Artigo 50.º associados;
e) Alteração de posicionamento remuneratório na car-
Avaliação final reira do trabalhador e atribuição de prémios de desempe-
1 — A avaliação final é o resultado da média ponderada nho, nos termos da legislação aplicável.
das pontuações obtidas nos dois parâmetros de avalia-
ção. 2 — O reconhecimento de Desempenho excelente em
2 — Para o parâmetro «Resultados» é atribuída uma três anos consecutivos confere ao trabalhador, alternati-
ponderação mínima de 60 % e para o parâmetro «Com- vamente, o direito a:
petências» uma ponderação máxima de 40 %. a) Período sabático com a duração máxima de três meses
3 — Por despacho do membro do Governo responsável para realização de estudo sobre temática a acordar com o
pela área da Administração Pública, podem ser estabele- respectivo dirigente máximo do serviço, cujo texto final
cidos limites diferentes dos fixados no número anterior deve ser objecto de publicitação;
em função de carreiras e, por despacho conjunto com o b) Estágio em organismo de Administração Pública
membro do Governo da tutela, podem igualmente ser fi- estrangeira ou em organização internacional, devendo apre-
xados outros limites diferentes para carreiras especiais ou sentar relatório do mesmo ao dirigente máximo;
em função de especificidades das atribuições de serviços c) Estágio em outro serviço público, organização não gover-
ou da sua gestão. namental ou entidade empresarial com actividade e métodos
4 — A avaliação final é expressa em menções qualita- de gestão relevantes para a Administração Pública, devendo
tivas em função das pontuações finais em cada parâmetro, apresentar relatório do mesmo ao dirigente máximo do serviço;
nos seguintes termos: d) Frequência de acções de formação adequada ao de-
a) Desempenho relevante, correspondendo a uma ava- senvolvimento de competências profissionais.
liação final de 4 a 5;
b) Desempenho adequado, correspondendo a uma ava- 3 — O período sabático, os estágios e as acções de
liação final de desempenho positivo de 2 a 3,999; formação a que se refere o número anterior consideram-se,
c) Desempenho inadequado, correspondendo a uma para todos os efeitos legais, como serviço efectivo.
avaliação final de 1 a 1,999. 4 — O reconhecimento de Desempenho excelente em
três anos consecutivos confere ainda ao trabalhador, no ano
5 — À avaliação final dos trabalhadores é aplicável o seguinte, o direito a cinco dias de férias ou, por opção do
disposto no n.º 12 do artigo 36.º trabalhador, à correspondente remuneração.
5 — O reconhecimento de Desempenho relevante em
Artigo 51.º três anos consecutivos confere ao trabalhador, no ano se-
guinte, o direito a três dias de férias ou, por opção do
Reconhecimento de excelência trabalhador, à correspondente remuneração.
1 — A atribuição da menção qualitativa de Desempenho 6 — Aos efeitos da avaliação de desempenho dos tra-
relevante é objecto de apreciação pelo Conselho Coordena- balhadores aplica-se igualmente o disposto nos n.os 7 a 9
dor da Avaliação, para efeitos de eventual reconhecimento do artigo 39.º
de mérito significando Desempenho excelente, por inicia- Artigo 53.º
tiva do avaliado ou do avaliador. Menção de inadequado
2 — A iniciativa prevista no número anterior deve ser
acompanhada de caracterização que especifique os res- 1 — A atribuição da menção qualitativa de Desempenho
inadequado deve ser acompanhada de caracterização que
pectivos fundamentos e analise o impacte do desempenho,
especifique os respectivos fundamentos, por parâmetro,
evidenciando os contributos relevantes para o serviço.
de modo a possibilitar decisões no sentido de:
3 — O reconhecimento do mérito previsto no n.º 1 é
objecto de publicitação no serviço pelos meios internos a) Analisar os fundamentos de insuficiência no desem-
considerados mais adequados. penho e identificar as necessidades de formação e o plano
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de desenvolvimento profissional adequados à melhoria do e) Ponderar as expectativas dos trabalhadores no pro-


desempenho do trabalhador; cesso de identificação das respectivas necessidades de
b) Fundamentar decisões de melhor aproveitamento das desenvolvimento;
capacidades do trabalhador. f) Fundamentar as avaliações de Desempenho relevante
e Desempenho inadequado, para os efeitos previstos na
2 — As necessidades de formação identificadas devem presente lei.
traduzir-se em acções a incluir no plano de desenvolvi-
mento profissional. 2 — O superior hierárquico imediato deve recolher e
registar os contributos que reputar adequados e necessários
Artigo 54.º a uma efectiva e justa avaliação, designadamente quando
Potencial de desenvolvimento dos trabalhadores
existam trabalhadores com responsabilidade efectiva de
coordenação e orientação sobre o trabalho desenvolvido
1 — O sistema de avaliação do desempenho deve per- pelos avaliados.
mitir a identificação do potencial de evolução e desenvol-
vimento dos trabalhadores e o diagnóstico das respectivas Artigo 57.º
necessidades de formação, devendo estas ser consideradas
Avaliado
no plano de formação anual de cada serviço.
2 — A identificação das necessidades de formação deve 1 — Em cumprimento dos princípios enunciados na
associar as necessidades prioritárias dos trabalhadores e a presente lei, o avaliado tem direito:
exigência do posto de trabalho que lhe está atribuído, tendo
em conta os recursos disponíveis para esse efeito. a) A que lhe sejam garantidos os meios e condições
necessários ao seu desempenho em harmonia com os ob-
jectivos e resultados que tenha contratualizado;
CAPÍTULO II b) À avaliação do seu desempenho.
Intervenientes no processo de avaliação 2 — Constituem deveres do avaliado proceder à respec-
tiva auto-avaliação como garantia de envolvimento activo
Artigo 55.º e responsabilização no processo avaliativo e negociar com
Sujeitos o avaliador na fixação dos objectivos e das competências
que constituem parâmetros de avaliação e respectivos in-
1 — Intervêm no processo de avaliação do desempenho dicadores de medida.
no âmbito de cada serviço: 3 — Os dirigentes dos serviços são responsáveis pela
a) O avaliador; aplicação e divulgação aos avaliados, em tempo útil, do
b) O avaliado; sistema de avaliação, garantindo o cumprimento dos seus
c) O conselho coordenador da avaliação; princípios e a diferenciação do mérito.
d) A comissão paritária; 4 — É garantida aos avaliados o conhecimento dos
e) O dirigente máximo do serviço. objectivos, fundamentos, conteúdo e funcionamento do
sistema de avaliação.
2 — A ausência ou impedimento de avaliador directo 5 — É garantido ao avaliado o direito de reclamação,
não constitui fundamento para a falta de avaliação. de recurso e de impugnação jurisdicional.

Artigo 56.º Artigo 58.º


Avaliador Conselho coordenador da avaliação

1 — A avaliação é da competência do superior hierár- 1 — Junto do dirigente máximo de cada serviço fun-
quico imediato ou, na sua ausência ou impedimento, do ciona um conselho coordenador da avaliação, ao qual
superior hierárquico de nível seguinte, cabendo ao ava- compete:
liador: a) Estabelecer directrizes para uma aplicação objectiva
a) Negociar os objectivos do avaliado, de acordo com os e harmónica do SIADAP 2 e do SIADAP 3, tendo em con-
objectivos e resultados fixados para a sua unidade orgânica sideração os documentos que integram o ciclo de gestão
ou em execução das respectivas competências, e fixar os referido no artigo 8.º;
indicadores de medida do desempenho, designadamente b) Estabelecer orientações gerais em matéria de fixação
os critérios de superação de objectivos, no quadro das de objectivos, de escolha de competências e de indicadores
orientações gerais fixadas pelo Conselho Coordenador de medida, em especial os relativos à caracterização da
da Avaliação; situação de superação de objectivos;
b) Rever regularmente com o avaliado os objectivos c) Estabelecer o número de objectivos e de compe-
anuais negociados, ajustá-los, se necessário, e reportar ao tências a que se deve subordinar a avaliação de desem-
avaliado a evolução do seu desempenho e possibilidades penho, podendo fazê-lo para todos os trabalhadores do
de melhoria; serviço ou, quando se justifique, por unidade orgânica ou
c) Negociar as competências que integram o segundo por carreira;
parâmetro de avaliação, nos termos da alínea b) do ar- d) Garantir o rigor e a diferenciação de desempenhos do
tigo 45.º e do artigo 48.º; SIADAP 2 e do SIADAP 3, cabendo-lhe validar as avalia-
d) Avaliar anualmente os trabalhadores directamente ções de Desempenho relevante e Desempenho inadequado
subordinados, assegurando a correcta aplicação dos prin- bem como proceder ao reconhecimento do Desempenho
cípios integrantes da avaliação; excelente;
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e) Emitir parecer sobre os pedidos de apreciação das de trabalhadores de todo o serviço ou de parte dele, nos
propostas de avaliação dos dirigentes intermédios ava- termos do n.º 3.
liados; 6 — O processo de eleição dos vogais representantes dos
f) Exercer as demais competências que, por lei ou re- trabalhadores deve decorrer em Dezembro e é organizado
gulamento, lhe são cometidas. nos termos de despacho do dirigente máximo do serviço
que é publicitado na página electrónica do serviço, do qual
2 — O conselho coordenador da avaliação é presidido devem constar, entre outros, os seguintes pontos:
pelo dirigente máximo do serviço e integra, para além do
a) Data limite para indicação, pelos trabalhadores, dos
responsável pela gestão de recursos humanos, três a cinco
membros da mesa ou mesas de voto, referindo expressa-
dirigentes por aquele designados.
mente que, na ausência dessa indicação, os mesmos são
3 — Nos serviços de grande dimensão, sem prejuízo
designados pelo dirigente competente até quarenta e oito
da existência do conselho coordenador da avaliação nos
horas antes da realização do acto eleitoral;
termos dos números anteriores, para efeitos de operaciona-
b) Número de elementos da mesa ou mesas de voto, o
lização do seu funcionamento, podem ser criadas secções
qual não deve ser superior a cinco por cada mesa, incluindo
autónomas presididas pelo dirigente máximo do serviço,
os membros suplentes;
compostas por um número restrito de dirigentes, exercendo
c) Data do acto eleitoral;
as competências previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1.
d) Período e local do funcionamento das mesas de
4 — Nos serviços em que, pela sua natureza ou condi-
voto;
cionantes de estrutura orgânica, não for possível a constitui- e) Data limite da comunicação dos resultados ao diri-
ção do conselho coordenador da avaliação nos termos dos gente respectivo;
n.os 2 e 3, podem as suas competências legais ser confiadas f) Dispensa dos membros das mesas do exercício dos
a uma comissão de avaliação a constituir por despacho do seus deveres funcionais no dia em que tem lugar a eleição,
dirigente máximo do serviço, composta por trabalhadores sendo igualmente concedidas facilidades aos restantes
com responsabilidade funcional adequada. trabalhadores pelo período estritamente indispensável para
5 — A presidência do conselho coordenador da avalia- o exercício do direito de voto.
ção ou das secções autónomas previstas no n.º 3 pode ser
delegada nos termos da lei.
7 — A não participação dos trabalhadores na eleição
6 — O regulamento de funcionamento do conselho co-
implica a não constituição da comissão paritária sem, con-
ordenador da avaliação deve ser elaborado por cada serviço
tudo, obstar ao prosseguimento do processo de avaliação,
tendo em conta a sua natureza e dimensão.
entendendo-se como irrelevantes quaisquer pedidos de
7 — O conselho coordenador da avaliação tem com-
apreciação por esse órgão.
posição restrita a dirigentes superiores e ao responsável
8 — Os vogais efectivos são substituídos pelos vogais
pela gestão de recursos humanos quando o exercício das
suplentes quando tenham de interromper o respectivo man-
suas competências incidir sobre o desempenho de diri-
dato ou sempre que a comissão seja chamada a pronunciar-
gentes intermédios e, no caso de se tratar do exercício da
-se sobre processos em que aqueles tenham participado
competência referida na alínea e) do n.º 1, aplica-se, com
como avaliados ou avaliadores.
as devidas adaptações, o disposto nos n.os 3 e seguintes do
9 — Quando se verificar a interrupção do mandato de
artigo 69.º
pelo menos metade do número de vogais efectivos e su-
Artigo 59.º
plentes, representantes da Administração, por um lado,
Comissão paritária ou eleitos em representação dos avaliados, por outro, os
procedimentos previstos nos n.os 4 e 5 podem ser repetidos,
1 — Junto do dirigente máximo de cada serviço fun-
se necessário, por uma única vez e num prazo de cinco
ciona uma comissão paritária com competência consultiva
dias.
para apreciar propostas de avaliação dadas a conhecer a
10 — Nos casos do número anterior, os vogais designa-
trabalhadores avaliados, antes da homologação.
dos ou eleitos para preenchimento das vagas completam
2 — A comissão paritária é composta por quatro vogais,
o mandato daqueles que substituem, passando a integrar
sendo dois representantes da Administração, designados
a comissão até ao termo do período de funcionamento
pelo dirigente máximo do serviço, sendo um membro do
desta.
conselho coordenador da avaliação, e dois representantes
11 — Nas situações previstas no n.º 9, a impossibilidade
dos trabalhadores por estes eleitos.
comprovada de repetição dos procedimentos referidos não
3 — Nos serviços de grande dimensão podem ser consti-
é impeditiva do prosseguimento do processo de avaliação,
tuídas várias comissões paritárias, em que os representantes
entendendo-se como irrelevantes quaisquer pedidos de
da Administração são designados de entre os membros das
apreciação pela comissão paritária.
secções autónomas previstas no n.º 3 do artigo anterior e os
representantes dos trabalhadores eleitos pelos universos de
trabalhadores que correspondam à competência daquelas Artigo 60.º
secções autónomas. Dirigente máximo do serviço
4 — Os vogais representantes da Administração são de-
1 — Compete ao dirigente máximo do serviço:
signados em número de quatro, pelo período de dois anos,
sendo dois efectivos, um dos quais orienta os trabalhos da a) Garantir a adequação do sistema de avaliação do
comissão, e dois suplentes. desempenho às realidades específicas do serviço;
5 — Os vogais representantes dos trabalhadores são b) Coordenar e controlar o processo de avaliação anual de
eleitos, pelo período de dois anos, em número de seis, acordo com os princípios e regras definidos na presente lei;
sendo dois efectivos e quatro suplentes, através de escrutí- c) Fixar níveis de ponderação dos parâmetros de ava-
nio secreto pelos trabalhadores que constituem o universo liação, nos termos da presente lei;
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d) Assegurar o cumprimento no serviço das regras es- d) A definição de orientações que permitam assegurar
tabelecidas na presente lei em matéria de percentagens de o cumprimento das percentagens relativas à diferenciação
diferenciação de desempenhos; de desempenhos.
e) Homologar as avaliações anuais;
f) Decidir das reclamações dos avaliados; 2 — O planeamento dos objectivos e resultados a atingir
g) Assegurar a elaboração do relatório anual da avalia- pelo serviço é considerado pelo conselho coordenador da
ção do desempenho, que integra o relatório de actividades avaliação no estabelecimento de orientações para uma
do serviço; aplicação objectiva e harmónica do sistema de avaliação do
h) Exercer as demais competências que lhe são come- desempenho, para a fixação de indicadores, em particular
tidas pela presente lei. os relativos à superação de objectivos, e para validar as
avaliações de Desempenho relevante e Desempenho ina-
2 — Quando o dirigente máximo não homologar as dequado, bem como o reconhecimento de Desempenho
avaliações atribuídas pelos avaliadores ou pelo conselho excelente.
coordenador da avaliação, no caso previsto no n.º 5 do 3 — Na fase de planeamento estabelecem-se as articu-
artigo 69.º, atribui nova menção qualitativa e respectiva lações necessárias na aplicação dos vários subsistemas que
quantificação, com a respectiva fundamentação. constituem o SIADAP, nomeadamente visando o alinha-
3 — A competência prevista na alínea e) do n.º 1 pode mento dos objectivos do serviço, dos dirigentes e demais
ser delegada nos demais dirigentes superiores do serviço. trabalhadores.
4 — A fase de planeamento deve decorrer no último
trimestre de cada ano civil.
CAPÍTULO III
Processo de avaliação Artigo 63.º
Auto-avaliação e avaliação
Artigo 61.º
1 — A auto-avaliação tem como objectivo envolver o
Fases avaliado no processo de avaliação e identificar oportuni-
O processo de avaliação dos trabalhadores compreende dades de desenvolvimento profissional.
as seguintes fases: 2 — A auto-avaliação é obrigatória e concretiza-se atra-
vés de preenchimento de ficha própria, a analisar pelo
a) Planeamento do processo de avaliação e definição avaliador, se possível conjuntamente com o avaliado,
de objectivos e resultados a atingir; com carácter preparatório à atribuição da avaliação, não
b) Realização da auto-avaliação e da avaliação; constituindo componente vinculativa da avaliação de de-
c) Harmonização das propostas de avaliação; sempenho.
d) Reunião entre avaliador e avaliado para avaliação de 3 — A avaliação é efectuada pelo avaliador nos termos
desempenho, contratualização dos objectivos e respectivos da presente lei, das orientações transmitidas pelo conselho
indicadores e fixação das competências; coordenador da avaliação e em função dos parâmetros
e) Validação de avaliações e reconhecimento de De- e respectivos indicadores de desempenho e é presente
sempenhos excelentes; àquele conselho para efeitos de harmonização de propos-
f) Apreciação do processo de avaliação pela comissão tas de atribuição de menções de Desempenho relevante
paritária; ou Desempenho inadequado ou de reconhecimento de
g) Homologação; Desempenho excelente.
h) Reclamação e outras impugnações; 4 — A auto-avaliação e a avaliação devem, em regra,
i) Monitorização e revisão dos objectivos. decorrer na 1.ª quinzena de Janeiro.
5 — A auto-avaliação é solicitada pelo avaliador ou
Artigo 62.º entregue por iniciativa do avaliado.
Planeamento
Artigo 64.º
1 — O planeamento do processo de avaliação, definição
de objectivos e fixação dos resultados a atingir obedece Harmonização de propostas de avaliação
às seguintes regras: Na 2.ª quinzena de Janeiro, em regra, realizam-se as reu-
a) O processo é da iniciativa e responsabilidade do diri- niões do conselho coordenador da avaliação para proceder
gente máximo do serviço e deve decorrer das orientações à análise das propostas de avaliação e à sua harmonização
fundamentais dos documentos que integram o ciclo de de forma a assegurar o cumprimento das percentagens
gestão, das competências de cada unidade orgânica e da relativas à diferenciação de desempenhos transmitindo,
gestão articulada de actividades, centrada na arquitectura se for necessário, novas orientações aos avaliadores, na
transversal dos processos internos de produção; sequência das previstas na alínea d) do n.º 1 e no n.º 2 do
b) A definição de objectivos e resultados a atingir pelas artigo 62.º e iniciar o processo que conduz à validação dos
unidades orgânicas deve envolver os respectivos dirigentes Desempenhos relevantes e Desempenhos inadequados e
e trabalhadores, assegurando a uniformização de priorida- de reconhecimento dos Desempenhos excelentes.
des e alinhamento interno da actividade do serviço com os
resultados a obter, a identificação e satisfação do interesse Artigo 65.º
público e das necessidades dos utilizadores; Reunião de avaliação
c) A planificação em cascata, quando efectuada, deve
evidenciar o contributo de cada unidade orgânica para os 1 — Durante o mês de Fevereiro e após a harmonização
resultados finais pretendidos para o serviço; referida no artigo anterior, realizam-se as reuniões dos
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avaliadores com cada um dos respectivos avaliados, tendo Artigo 68.º


como objectivo dar conhecimento da avaliação. Contratualização de competências
2 — No decurso da reunião, avaliador e avaliado devem
analisar conjuntamente o perfil de evolução do trabalhador, 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 48.º, a fixação
identificar as suas expectativas de desenvolvimento bem de competências a avaliar efectua-se de acordo com as
como abordar os demais efeitos previstos no artigo 52.º seguintes regras:
3 — Em articulação com o plano de actividades apro- a) As competências a desenvolver pelos trabalhadores
vado para o novo ciclo de gestão e considerando os ob- são definidas e listadas em perfis específicos, decorrentes
jectivos fixados para a respectiva unidade orgânica, no da análise e qualificação das funções correspondentes à
decurso da reunião são contratualizados os parâmetros de respectiva carreira, categoria, área funcional ou posto de
avaliação nos termos dos artigos seguintes. trabalho, e concretizam-se nos modelos específicos de
4 — A reunião de avaliação é marcada pelo avaliador adaptação do SIADAP 3;
ou requerida pelo avaliado. b) A identificação das competências a demonstrar no
5 — No caso de o requerimento acima referido não desempenho anual de cada trabalhador é efectuada de
obter resposta nos prazos legais, traduzida em marcação entre as relacionadas com a respectiva carreira, categoria,
de reunião, pode o avaliado requerer ao dirigente máximo área funcional ou posto de trabalho, preferencialmente por
a referida marcação. acordo entre os intervenientes na avaliação.
6 — No caso de não ser marcada reunião nos termos
do número anterior, o avaliado pode requerer ao membro 2 — A selecção das competências a avaliar é efectuada
do Governo competente que estabeleça as orientações de entre as constantes da lista a que se refere o n.º 6 do
necessárias ao atempado cumprimento do disposto na artigo 36.º sempre que se não verifique o previsto na alí-
presente lei. nea a) do número anterior, traduzido nos instrumentos
7 — A situação prevista nos números anteriores é con- regulamentares de adaptação do SIADAP.
siderada para efeitos de avaliação dos dirigentes envol-
vidos. Artigo 69.º
Artigo 66.º Validações e reconhecimentos
Contratualização dos parâmetros 1 — Na sequência das reuniões de avaliação, realizam-
1 — No início de cada período anual de avaliação, no -se as reuniões do conselho coordenador da avaliação
começo do exercício de um novo cargo ou função, bem tendo em vista:
como em todas as circunstâncias em que seja possível a a) A validação das propostas de avaliação com men-
fixação de objectivos a atingir, é efectuada reunião entre ções de Desempenho relevante e de Desempenho inade-
avaliador e avaliado destinada a fixar e registar na ficha de quado;
avaliação tais objectivos e as competências a demonstrar, b) A análise do impacte do desempenho, designada-
bem como os respectivos indicadores de medida e critérios mente para efeitos de reconhecimento de Desempenho
de superação. excelente.
2 — A reunião de negociação referida no número ante-
rior deve ser precedida de reunião de análise do dirigente 2 — O reconhecimento de Desempenho excelente
com todos os avaliados que integrem a respectiva unidade implica declaração formal do conselho coordenador da
orgânica ou equipa, sendo a mesma obrigatória quando avaliação.
existirem objectivos partilhados decorrentes de documen- 3 — Em caso de não validação da proposta de avaliação,
tos que integram o ciclo de gestão. o conselho coordenador da avaliação devolve o processo
ao avaliador acompanhado da fundamentação da não vali-
Artigo 67.º dação, para que aquele, no prazo que lhe for determinado,
reformule a proposta de avaliação.
Contratualização de objectivos
4 — No caso de o avaliador decidir manter a proposta
Sem prejuízo do disposto no artigo 46.º, a contratuali- anteriormente formulada deve apresentar fundamentação
zação de objectivos a atingir efectua-se de acordo com as adequada perante o conselho coordenador da avaliação.
seguintes regras: 5 — No caso de o conselho coordenador da avaliação
não acolher a proposta apresentada nos termos do nú-
a) Os objectivos a atingir por cada trabalhador devem mero anterior, estabelece a proposta final de avaliação, que
ser definidos pelo avaliador e avaliado no início do período transmite ao avaliador para que este dê conhecimento ao
da avaliação, prevalecendo, em caso de discordância, a avaliado e remeta, por via hierárquica, para homologação.
posição do avaliador;
b) A identificação de resultados de aperfeiçoamento e Artigo 70.º
desenvolvimento individual do trabalhador é obrigatória
num dos objectivos, quando resulte de diagnóstico efec- Apreciação pela comissão paritária
tuado no âmbito de avaliação do desempenho classificado 1 — O trabalhador avaliado, após tomar conhecimento
como Desempenho inadequado; da proposta de avaliação que será sujeita a homologação,
c) Os objectivos de aperfeiçoamento e desenvolvimento pode requerer ao dirigente máximo do serviço, no prazo de
do trabalhador podem ser de âmbito relacional, de atitudes 10 dias úteis, que o seu processo seja submetido a aprecia-
ou de aquisição de competências técnicas e de métodos ção da comissão paritária, apresentando a fundamentação
de trabalho. necessária para tal apreciação.
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2 — O requerimento deve ser acompanhado da do- b) A clarificação de aspectos que se mostrem úteis ao
cumentação que suporte os fundamentos do pedido de futuro acto de avaliação;
apreciação. c) A recolha participada de reflexões sobre o modo
3 — A audição da comissão paritária não pode, em caso efectivo do desenvolvimento do desempenho, como acto
algum, ser recusada. de fundamentação da avaliação final.
4 — A comissão paritária pode solicitar ao avaliador,
ao avaliado ou, sendo o caso, ao conselho coordenador 2 — O disposto no número anterior é realizado por
da avaliação os elementos que julgar convenientes para o iniciativa do avaliador ou a requerimento do avaliado.
seu melhor esclarecimento, bem como convidar avaliador
ou avaliado a expor a sua posição, por uma única vez, em Artigo 75.º
audição, cuja duração não poderá exceder trinta minutos.
Diferenciação de desempenhos
5 — A apreciação da comissão paritária é feita no prazo
de 10 dias úteis contado a partir da data em que tenha sido 1 — Sem prejuízo do disposto na alínea a) do artigo 27.º,
solicitada e expressa-se através de relatório fundamentado a diferenciação de desempenhos é garantida pela fixação
com proposta de avaliação. da percentagem máxima de 25 % para as avaliações finais
6 — O relatório previsto no número anterior é subscrito qualitativas de Desempenho relevante e, de entre estas,
por todos os vogais e, no caso de não se verificar consenso, 5 % do total dos trabalhadores para o reconhecimento de
deve conter as propostas alternativas apresentadas e res- Desempenho excelente.
pectiva fundamentação. 2 — As percentagens previstas no número anterior in-
cidem sobre o número de trabalhadores previstos nos n.os 2
Artigo 71.º a 7 do artigo 42.º, com aproximação por excesso, quando
Homologação das avaliações necessário, e devem, em regra, ser distribuídas proporcio-
nalmente por todas as carreiras.
A homologação das avaliações de desempenho é da 3 — As percentagens referidas nos n.os 1 e 2 devem ser
competência do dirigente máximo do serviço, deve ser, do conhecimento de todos os avaliados.
em regra, efectuada até 30 de Março e dela deve ser dado 4 — A atribuição das percentagens é da exclusiva res-
conhecimento ao avaliado no prazo de cinco dias úteis. ponsabilidade do dirigente máximo do serviço, cabendo-
-lhe ainda assegurar o seu estrito cumprimento.
Artigo 72.º 5 — O número de objectivos e competências a fixar nos
Reclamação parâmetros de avaliação e respectivas ponderações devem
ser previamente estabelecidos, nos termos da presente lei,
1 — O prazo para apresentação de reclamação do acto designadamente nos termos previstos na alínea c) do n.º 1
de homologação é de 5 dias úteis a contar da data do seu do artigo 58.º, tendo em conta a necessidade de assegurar
conhecimento, devendo a respectiva decisão ser proferida uma adequada diferenciação de desempenhos.
no prazo máximo de 15 dias úteis.
2 — Na decisão sobre reclamação, o dirigente máximo
tem em conta os fundamentos apresentados pelo avaliado TÍTULO V
e pelo avaliador, bem como os relatórios da comissão
paritária ou do conselho coordenador da avaliação sobre Sistema de informação de suporte à gestão
pedidos de apreciação anteriormente apresentados. de desempenho e acções de controlo

Artigo 73.º Artigo 76.º


Outras impugnações Gestão e acompanhamento do SIADAP 2 e do SIADAP 3

1 — Do acto de homologação e da decisão sobre reclama- 1 — O disposto na presente lei em matéria de processos
ção cabe impugnação administrativa, por recurso hierárquico de avaliação e respectivos instrumentos de suporte não
ou tutelar, ou impugnação jurisdicional, nos termos gerais. impede o seu cumprimento em versão electrónica e, quando
2 — A decisão administrativa ou jurisdicional favorável for o caso, com utilização de assinaturas digitais.
confere ao trabalhador o direito a ver revista a sua avaliação 2 — Compete às secretarias-gerais de cada ministério
ou a ser-lhe atribuída nova avaliação. elaborar relatórios síntese evidenciando a forma como
3 — Sempre que não for possível a revisão da avaliação, o SIADAP 2 e o SIADAP 3 foram aplicados no âmbito
designadamente por substituição superveniente do avalia- dos respectivos serviços, nomeadamente quanto à fase de
dor, é competente para o efeito o novo superior hierárquico planeamento e quanto aos resultados de avaliação final.
ou o dirigente máximo do serviço, a quem cabe proceder 3 — Compete à Direcção-Geral da Administração e do
a nova avaliação. Emprego Pública (DGAEP):
Artigo 74.º a) Acompanhar e apoiar a aplicação da avaliação do
Monitorização desempenho, designadamente através da produção de ins-
trumentos de orientação normativa;
1 — No decorrer do período de avaliação, são adoptados b) Elaborar relatório anual que evidencie a forma como
os meios adequados à monitorização dos desempenhos e o SIADAP foi aplicado na Administração Pública.
efectuada a respectiva análise conjunta, entre avaliador e ava-
liado ou no seio da unidade orgânica, de modo a viabilizar:
4 — Para efeitos do disposto no número anterior, a
a) A reformulação dos objectivos e dos resultados a DGAEP recolhe informação junto dos serviços com com-
atingir, nos casos de superveniência de condicionantes que petência em matéria de planeamento, estratégia e avaliação
impeçam o previsto desenrolar da actividade; e das secretarias-gerais.
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5 — Todos os processos de transmissão da informação com carácter de permanência, padronizadas, previamente


no âmbito de cada ministério e de alimentação das bases determinadas e executivas.
de dados relevantes devem ter suporte electrónico, de-
vendo o tratamento estatístico e ligação aos sistemas de 3 — O regime transitório assenta na avaliação das
processamento de salários efectuar-se progressivamente «Competências» do trabalhador, nos termos previstos na
de forma automática. alínea b) do artigo 45.º
6 — A estrutura e conteúdo dos relatórios referidos nos 4 — As «Competências» são previamente escolhidas
números anteriores são objecto de normalização através de para cada trabalhador, em número não inferior a oito.
despacho do membro do Governo responsável pela área 5 — Na escolha das «Competências» aplica-se o dis-
da Administração Pública. posto nos n.os 6 e 7 do artigo 36.º e no artigo 68.º, sendo,
contudo, obrigatória uma competência que sublinhe a ca-
Artigo 77.º pacidade de realização e orientação para resultados.
6 — Sempre que para o exercício das suas funções o
Publicitação de resultados trabalhador estiver em contacto profissional regular com
1 — Anualmente é divulgado em cada serviço o resul- outros trabalhadores ou utilizadores, o avaliador deve ter
tado global da aplicação do SIADAP, contendo ainda o em conta a percepção por eles obtida sobre o desempe-
número das menções qualitativas atribuídas por carreira. nho, como contributo para a avaliação, devendo registá-la
2 — Os resultados globais da aplicação do SIADAP são no processo de avaliação e reflecti-la na avaliação das
publicitados externamente pela DGAEP, nomeadamente «Competências».
na sua página electrónica. 7 — À avaliação de cada competência no regime tran-
sitório aplica-se o disposto no n.º 1 do artigo 49.º
Artigo 78.º 8 — A cada competência pode ser atribuída pondera-
ção diversa por forma a destacar a respectiva importância
Acções de controlo no exercício de funções e assegurar a diferenciação de
A Inspecção-Geral de Finanças realiza auditorias para desempenhos.
avaliar a forma como os serviços procedem à aplicação 9 — A avaliação final é a média aritmética simples
dos subsistemas de avaliação do desempenho. ou ponderada das pontuações atribuídas às competências
escolhidas para cada trabalhador.
10 — No regime transitório aplica-se, com as necessá-
TÍTULO VI rias adaptações, o disposto nos títulos IV e V.

Disposições transitórias e finais Artigo 81.º


Estratégia de aplicação
CAPÍTULO I 1 — Até 30 de Novembro de cada ano, os serviços
Disposições transitórias iniciam ou prosseguem a construção do QUAR previsto
no artigo 10.º e, no quadro das orientações fixadas pelos
Artigo 79.º respectivos membros do Governo, propõem os objectivos
a prosseguir no ano seguinte e estabelecem os indicadores
Página electrónica de desempenho e respectivas fontes de verificação.
2 — Os serviços que, nos diferentes ministérios, são
A informação relativa à aplicação do SIADAP é pu-
competentes em matéria de planeamento, estratégia e ava-
blicitada, nos termos da presente lei, na página electró-
liação acompanham e validam, nos termos da presente lei,
nica do serviço e, caso não exista, os documentos com o cumprimento do disposto no número anterior.
tal informação são publicitados por afixação em local 3 — Até 15 de Dezembro de cada ano, os membros do
adequado ou são objecto de livre acesso em local publi- Governo referidos no n.º 1 aprovam os objectivos anuais
camente anunciado. de cada serviço.
4 — A estratégia de aplicação do SIADAP relativa aos
Artigo 80.º desempenhos prestados em 2008 obedece às seguintes
Regime transitório regras:
1 — Nos três anos civis após a entrada em vigor da a) As acções e decisões previstas nos n.os 1 e 3 são cum-
presente lei, a avaliação dos desempenhos neles prestados pridas e tomadas no prazo de 21 e 30 dias respectivamente
pode seguir um regime transitório nos termos dos números após a data de entrada em vigor da presente lei;
seguintes, mediante decisão do dirigente máximo do ser- b) As cartas de missão de dirigentes superiores que
viço, ouvido o conselho coordenador da avaliação. à data da entrada em vigor da presente lei ainda as não
2 — O regime transitório pode ser utilizado na avalia- tenham recebido por não lhes ser aplicável a legislação
ção de trabalhadores desde que estejam cumulativamente em vigor são subscritas no prazo de 30 dias após aquela
reunidas as seguintes condições: data.
Artigo 82.º
a) Se trate de trabalhadores a quem, no recrutamento
Sistemas específicos de avaliação
para a respectiva carreira, é exigida habilitação literária ao
nível da escolaridade obrigatória ou conferente de diploma 1 — A avaliação do desempenho referente a 2008 nos
do 12.º ano do ensino secundário; serviços e organismos, assim como nas carreiras de regime
b) Se trate de trabalhadores a desenvolver actividades especial e corpos especiais que disponham de um sistema
ou tarefas caracterizadas maioritariamente como de rotina, de avaliação de desempenho específico que ainda não
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tenha sido adaptado ao abrigo do n.º 3 do artigo 2.º ou do c) Do n.º 3 do artigo 2.º da Lei n.º 15/2006, de 26 de
artigo 21.º da Lei n.º 10/2004, de 22 de Março, efectua-se Abril.
de acordo com o respectivo sistema específico, até à sua
adaptação nos termos do artigo 3.º e do n.º 2 do artigo 86.º 4 — No caso de quem não tenha avaliação do desem-
2 — No caso de os sistemas específicos referidos no penho realizada nos anos de 2004 a 2007 inclusive por
número anterior não preverem percentagens de diferen- motivo que não lhe seja imputável, designadamente por
ciação de desempenhos consagrada no artigo 15.º da Lei não aplicação da legislação aplicável em matéria de ava-
n.º 10/2004, de 22 de Março, as menções e quantificações liação de desempenho face à sua situação funcional, pode
atribuídas são apresentadas ao membro do Governo respec- ser requerida ponderação curricular, nos termos do ar-
tivo para ratificação, visando a verificação do equilíbrio de tigo 43.º, por avaliador designado pelo dirigente máximo
distribuição das menções pelos vários níveis de avaliação. do serviço.
Artigo 86.º
CAPÍTULO II Revisão de sistemas de avaliação

Disposições finais 1 — Mantêm-se em vigor os sistemas de avaliação


aprovados ao abrigo do n.º 3 do artigo 2.º e do artigo 21.
Artigo 83.º º da Lei n.º 10/2004, de 22 de Março, até à sua revi-
são para adaptação ao disposto na presente lei, a qual
Extensão do âmbito de aplicação deve ocorrer até 31 de Dezembro de 2009, sob pena
O disposto na presente lei em matéria de SIADAP 3, de caducidade.
salvo se a lei ou regulamento de adaptação previsto no 2 — Os sistemas de avaliação específicos não abrangi-
artigo 3.º dispuser em contrário, é também aplicável, com dos pelo disposto no número anterior mantêm-se em vigor
as necessárias adaptações, aos actuais trabalhadores com a até à sua revisão para adaptação ao disposto na presente
qualidade de funcionário ou agente de pessoas colectivas lei, a qual deve ocorrer até 31 de Dezembro de 2008, sob
que se encontrem excluídas do seu âmbito de aplicação. pena de caducidade, sendo a sua aplicação sujeita às regras
previstas no artigo 82.º
Artigo 84.º 3 — O decurso dos períodos previstos nos n.os 1 e 2
não prejudica a aplicação do disposto na presente lei em
Critérios de desempate matéria de SIADAP 1 e SIADAP 2 no que respeita aos
Quando, para os efeitos previstos na lei, for necessário dirigentes superiores e a aplicação do regime transitório
proceder a desempate entre trabalhadores ou dirigentes referido no artigo 80.º
que tenham a mesma classificação final na avaliação de 4 — Consideram-se adaptados ao correspondente sub-
desempenho, releva consecutivamente a avaliação obtida sistema do SIADAP, sem prejuízo de eventual revisão, nos
no parâmetro de «Resultados», a última avaliação de de- termos dos artigos 3.º, 5.º e 6.º:
sempenho anterior, o tempo de serviço relevante na carreira a) O sistema de avaliação de desempenho da Assembleia
e no exercício de funções públicas. da República (SIADAR) regulado pela Resolução da As-
sembleia da República n.º 83/2004, de 29 de Dezembro;
Artigo 85.º b) O sistema de avaliação dos estabelecimentos pú-
Avaliações anteriores e conversão de resultados blicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e
secundário, previsto na Lei n.º 31/2002, de 20 de De-
1 — Nas situações previstas na lei em que seja necessá- zembro;
rio ter em conta a avaliação de desempenho ou a classifica- c) O sistema de avaliação do desempenho do pessoal
ção de serviço e, em concreto, devam ser tidos em conta os docente previsto no Estatuto da Carreira dos Educadores de
resultados da aplicação de diversos sistemas de avaliação, Infância e dos Professores do Ensino Básico e Secundário,
para conversão de valores quantitativos é usada a escala do aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de Abril,
SIADAP, devendo ser convertidas proporcionalmente para e alterado pelos Decretos-Leis n.os 1/98, de 2 de Janeiro, e
esta quaisquer outras escalas utilizadas, com aproximação 15/2007, de 19 de Janeiro;
por defeito, quando necessário. d) O sistema de avaliação de desempenho do pessoal
2 — Nas situações previstas no número anterior em que não docente dos estabelecimentos públicos de educação
só tenha havido atribuição de menção qualitativa ou atri- pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, apro-
buição de valores quantitativos não sujeitos a percentagens vado pelo Decreto Regulamentar n.º 4/2006, de 7 de
de diferenciação de desempenhos, é realizada ponderação Março;
curricular, nos termos do artigo 43.º, por avaliador desig- e) Outros sistemas de avaliação cuja adaptação seja re-
nado pelo dirigente máximo do serviço. conhecida por portaria conjunta dos membros do Governo
3 — No caso previsto nos n.os 5 e 6 do artigo 42.º releva da tutela e responsáveis pelas áreas das finanças e da Ad-
ainda, para efeitos da respectiva carreira, a última avaliação ministração Pública.
atribuída nos termos: Artigo 87.º
a) Do SIADAP aprovado pela Lei n.º 10/2004, de 22 de Habilitação regulamentar
Março;
b) Dos sistemas de avaliação aprovados ao abrigo do n.º 3 O Governo adopta, por portaria, os instrumentos
do artigo 2.º e do artigo 21.º da lei referida na alínea anterior necessários à aplicação da presente lei, designada-
que estabeleçam percentagens de diferenciação em ob- mente os modelos de fichas de avaliação no âmbito
servância do princípio de diferenciação de desempenhos do SIADAP 2, para dirigentes intermédios, e do SIA-
consagrado no artigo 15.º do mesmo diploma legal; DAP 3.
Diário da República, 1.ª série — N.º 250 — 28 de Dezembro de 2007 9114-(21)

Artigo 88.º Artigo 89.º


Norma revogatória Entrada em vigor

1 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte, A presente lei entra em vigor no dia seguinte ao da sua
são revogados: publicação.
a) A Lei n.º 10/2004, de 22 de Março; Aprovada em 8 de Novembro de 2007.
b) A Lei n.º 15/2006, de 26 de Abril;
O Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama.
c) O Decreto Regulamentar n.º 19-A/2004, de 14 de
Maio. Promulgada em 10 de Dezembro de 2007.
Publique-se.
2 — O disposto nos diplomas referidos no número
anterior é aplicável aos procedimentos de avaliação dos O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
desempenhos prestados até 31 de Dezembro de 2007 e,
Referendada em 11 de Dezembro de 2007.
nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 86.º, aos desempenhos
prestados até 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto
de 2008, respectivamente. de Sousa.

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