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RICARDO J.

FERREIRA
PATRIMÔNIO

CAPÍTULO 2

PATRIMÔNIO

2.1 CONCEITO

Estão compreendidas no campo de atuação do contabilista as atividades de estudo, controle,


exposição e análise do patrimônio, de maneira a poder informar a situação patrimonial em
determinado momento, as variações ocorridas e a natureza das operações que afetaram o
patrimônio.

O que é patrimônio?

O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, física ou jurídica, que
possam ser avaliados em dinheiro.
Do ponto de vista contábil, não são considerados os bens, direitos e obrigações que não têm valor
econômico, quer dizer, que não podem ser avaliados em moeda.
O contabilista pode controlar o dinheiro, os imóveis, as mercadorias, as contas a receber, as
dívidas e demais bens, direitos e obrigações avaliáveis economicamente. Todavia, ele não se
ocupará das relações familiares ou de amizade, do caráter, da dignidade e de outros valores que
não se traduzam em dinheiro. O maior bem de um ser humano é a vida. Entretanto, como não
apresenta valor monetário, esse bem não é controlado pela Contabilidade.
O patrimônio é composto de elementos positivos e negativos. Os bens e direitos representam o
aspecto positivo patrimonial. As obrigações, o aspecto negativo. Ainda que as dívidas superem os
bens e direitos, o patrimônio existe.
Os bens e direitos formam o ativo. As obrigações, o passivo exigível (ou simplesmente passivo).

Ativo = Bens + Direitos

Passivo Exigível = Dívidas

O patrimônio pode ser considerado do ponto de vista estático ou dinâmico.


Do ponto de vista estático, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa os elementos que
compõem o patrimônio.
Do ponto de vista dinâmico, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa as modificações
ocorridas no patrimônio, em razão das atividades desempenhadas na sua gestão.

2.2 BENS

Contabilmente, só nos interessam os bens de natureza patrimonial (avaliáveis em moeda). Bens


são todos os elementos materiais e imateriais que integram o patrimônio.
Segundo a Economia, bens são coisas que servem para satisfazer uma necessidade humana.
Por definição jurídica, bem é tudo aquilo que pode ser objeto de direito e é suscetível de ser
utilizado e apropriado. Quando dizemos que algo é um bem patrimonial, isto significa que ele pode
ser avaliado em dinheiro e que integra o patrimônio de alguém, vale dizer, que é de propriedade de
uma pessoa.

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Bens Corpóreos - Os bens corpóreos são materiais, quer dizer, têm existência física. Podem ser
tocados e são visíveis. São exemplos de bens corpóreos, também denominados bens materiais ou
tangíveis:

- Dinheiro;
- Edificações;
- Terrenos;
- Veículos;
- Móveis e utensílios de escritório;
- Equipamentos de informática;
- Máquinas e equipamentos industriais;
- Instalações elétricas e hidráulicas;
- Ferramentas;
- Estoques de:
material de escritório;
mercadorias;
matérias-primas;
produtos em fabricação;
produtos acabados.

Bens Incorpóreos - Os bens incorpóreos não existem fisicamente. Embora não sejam visíveis ou
palpáveis, eles também podem ser traduzidos em moeda. No caso de um programa de
computador, por exemplo, o relevante não é o disquete ou meio que o contém, e sim a produção
intelectual de quem elaborou o programa.
Ao se depararem com produtos idênticos, alguns consumidores decidem, de acordo com a marca,
qual deles irão comprar. Nesse caso, o que importa é o nome do tênis ou a etiqueta da calça,
mesmo que custem mais caro.
Ainda que os produtos sejam iguais em termos de qualidade, a marca pode transmitir ao
consumidor a sensação de maior status ou de confiança naquilo que adquire. Portanto, em relação
à marca, o que está em evidência não são as características materiais ou físicas de um produto,
mas certos aspectos psicológicos.
Conhecedoras disso, as empresas investem na criação ou aquisição de marcas que possam
ajudá-las a conquistar o consumidor e a aumentar os lucros.
São exemplos de bens incorpóreos, também denominados bens imateriais ou intangíveis:

- Programas de computador;
- Marcas e signos de propaganda;
- Patentes de fabricação;
- Propriedade literária;
- Propriedade científica;
- Ponto comercial;
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- Concessões obtidas para a exploração de serviços públicos;
- Linhas telefônicas.

Um comerciante põe seu estabelecimento à venda por 30.000. Os bens materiais e os direitos que
ele pretende transferir são os seguintes:

- mercadorias para revenda 10.000


- móveis e utensílios de uso 5.000
- contas a receber de clientes 2.000
17.000

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Os direitos sobre bens de propriedade de terceiros são classificados como bens incorpóreos.

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O comerciante não tem dívidas.


Apesar de os bens materiais e os direitos relacionados à atividade do comerciante serem avaliados
em 17.000, o preço desejado para a transferência do estabelecimento é de 30.000. Quer dizer, o
comerciante incluiu, no preço de venda, 13.000 pela cessão dos bens incorpóreos relacionados ao
estabelecimento. Para chegar a este valor, o comerciante considerou que: (1) a clientela que ele
possui continuará a comprar no estabelecimento, mesmo que haja a mudança de dono; (2) o local
onde está situado o estabelecimento é de grande circulação de pessoas, potenciais compradores.
Dessa forma, no preço de transferência do estabelecimento, o comerciante computou:

Bens materiais e direitos:


- mercadorias para revenda 10.000
- móveis e utensílios de uso 5.000
- contas a receber de clientes 2.000
17.000

Bens imateriais:
- clientela e ponto comercial 13.000

Critério para Registro dos Bens - Em regra, são demonstrados pela Contabilidade como
integrantes do patrimônio de uma determinada pessoa os bens de propriedade desta.

Transmissão de Bens Móveis - A aquisição da propriedade de bens móveis se dá pela tradição,


ou seja, pela entrega feita pelo transmitente ao adquirente. Por isso, quando compramos
mercadoria ou qualquer outra coisa móvel, somente adquirimos a sua propriedade no momento em
que o vendedor nos faz a entrega do bem. Mesmo que a venda seja a prazo, o comprador já será
o proprietário da mercadoria a partir de quando recebê-la do vendedor. Por outro lado, ainda que o
pagamento tenha sido à vista, enquanto não houver a tradição, o comprador não será o dono do
bem.
Todavia, nem sempre a entrega do bem opera a transmissão da propriedade. Na locação, ainda
que esteja servindo ao uso do locatário, o bem permanece no patrimônio do locador, por ser de
sua propriedade.

Transmissão de Bens Imóveis - No caso de imóveis, a propriedade depende do registro do


documento de aquisição do bem (escritura de compra e venda, escritura de doação) no Registro
de Imóveis. Não basta efetuar o pagamento, receber as chaves ou estar ocupando o imóvel. O que
prova a propriedade é o registro.
Em resumo, à Contabilidade interessam os bens corpóreos ou incorpóreos, móveis ou imóveis,
desde que avaliáveis economicamente.

2.3 DIREITOS

Em sentido contábil, os direitos representam créditos. São valores a receber ou a recuperar nas
transações com terceiros.
Em regra, os direitos são representados por títulos e documentos.

Por que motivo são emitidos títulos e documentos?

Se uma empresa efetuar a venda à vista de mercadorias, será necessário emitir apenas a nota
fiscal para a entrega das mercadorias. O dinheiro será recebido no ato da entrega. Não haverá
necessidade de um documento para posterior cobrança.

Nota Fiscal - A exigência de emissão de nota fiscal decorre da legislação tributária. Mesmo
quando não há incidência de tributos, os contribuintes são obrigados a emitir nota fiscal para as
operações que realizam, sob pena de apreensão das mercadorias e multa.

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Fatura - Se a venda for a prazo, haverá necessidade de um documento que sirva para provar a
existência do valor a receber, para posterior cobrança. A nota fiscal não cumpre essas funções,
uma vez que o seu objetivo é permitir ao Fisco a verificação do correto recolhimento dos tributos
incidentes nas operações com as mercadorias. Dessa maneira, na venda a prazo, além da nota
fiscal, o comerciante precisa emitir um documento que sirva especificamente para a cobrança de
seu crédito: a fatura.
A fatura comercial é um documento que lista as mercadorias vendidas, indicando sua quantidade,
qualidade, espécie, preço, nomes e endereços do vendedor e comprador, data de sua emissão e a
data da remessa das mercadorias, entre outras informações.
Caso a reconheça como representativa de dívida sua, o comprador deve assinar a fatura e
devolvê-la ao vendedor.
De posse da fatura, caso o comprador se recuse, após o vencimento, a pagá-la, o vendedor terá
como provar judicialmente que a venda a prazo foi efetuada e que as mercadorias foram
entregues. Logo, o crédito existe.

Duplicata - Além da fatura, que é de emissão obrigatória nas vendas a prazo, o comerciante pode
emitir a duplicata. Apesar de não ser exigida por lei, é comum a emissão de duplicata nas vendas a
prazo.

O que leva o vendedor a emitir duplicata para a cobrança, se já existe a fatura com a mesma
finalidade?

São as vantagens que a duplicata proporciona em termos de circulação e cobrança judicial.


Ao contrário da fatura, a duplicata é um título de crédito. Por isso, a duplicata pode ser transferida
por endosso e tem força executiva (serve como prova para instruir a ação judicial de execução
contra o devedor).
Um comerciante que tenha duplicata para recebimento em certo prazo pode convertê-la em
dinheiro imediatamente, mediante desconto bancário. Para isto, o título deve ser transferido para o
banco, por meio de endosso. O desconto bancário só pode envolver títulos de crédito, deixando de
fora a fatura.
Caso tenha de cobrar o devedor na Justiça, o comerciante que disponha apenas da fatura deverá
ingressar num processo ordinário, que segue o rito comum. Neste caso, há um ritual demorado a
ser observado. Ciente dos argumentos do credor, o juiz chama o devedor, para que este apresente
suas alegações, e decide se realmente a dívida existe e se deve ser paga. Transitada em julgado a
sentença (quando não cabe mais nenhum recurso) favorável ao credor, se, mesmo assim, o
devedor não quiser efetuar o pagamento, o credor poderá propor a ação executiva. Desta vez,
diante de dívida líquida e certa, já reconhecida por decisão judicial transitada em julgado, o juiz cita
o devedor para que pague o valor dentro de 24 horas, sob pena de ter bens penhorados para
garantir o pagamento.
No entanto, se o vendedor da mercadoria a prazo dispuser de uma duplicata aceita pelo
comprador, em vez de ingressar com a ação ordinária, ele, o credor, vai direto para a fase de
execução.
De forma idêntica a uma sentença transitada em julgado, os títulos de crédito têm força executiva,
isto é, servem para que o credor proponha ação de execução contra o devedor.

Ordem de Emissão dos Documentos - Quando da venda a prazo, o vendedor emite a nota fiscal,
a fatura e a duplicata, nesta ordem.

Nota Fiscal → Fatura → Duplicata

Aceite - A duplicata é remetida ao comprador para que a aceite.

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O aceite é o reconhecimento da dívida, representada pelo título de crédito, mediante a assinatura


do devedor.
Quando o comerciante vende a prazo e emite duplicatas, elas representam direitos. São duplicatas
a receber. Se ele compra a prazo e aceita duplicatas, elas representam obrigações. São duplicatas
a pagar.
As duplicatas de nossa emissão são contas a receber. As duplicatas de nosso aceite, contas a
pagar.

Nota Fiscal-Fatura e Fatura-Duplicata - Um mesmo documento pode reunir os elementos


necessários à emissão da nota fiscal e da fatura. É a nota fiscal-fatura. Também é admissível a
emissão de fatura-duplicata.

Operações com Mercadorias - Por determinação da lei, nas operações com mercadorias, para
documentar o saque do vendedor pela importância faturada contra o comprador, não se admite a
emissão de nenhuma outra espécie de título de crédito que não seja a duplicata.

O que é mercadoria?

Nas empresas comerciais, mercadoria é coisa móvel adquirida para a revenda.


Não são mercadorias os bens adquiridos para uso ou consumo.

Um bem imóvel pode ser mercadoria?

Segundo a legislação brasileira, ainda que destinados à revenda, os imóveis não são mercadorias.
Concluímos, então, que, nas operações imobiliárias, não é admissível a emissão de duplicata, uma
vez que não há transação com mercadoria.
Os bancos também não se dedicam à compra e venda de mercadorias (mercancia). Logo, não
emitem duplicatas.

Nota Promissória - Apesar de não poderem emitir duplicata, as sociedades imobiliárias, os


bancos e as demais pessoas que não operam com mercadorias podem emitir outros títulos de
crédito, igualmente sujeitos a endosso e com força executiva. É o caso da nota promissória.
Para vender um imóvel a prazo, a imobiliária pode condicionar a transação à emissão de nota
promissória pelo devedor.
A nota promissória é uma promessa de pagamento feita pelo devedor em favor de seu credor. O
devedor assina uma declaração de que pagará, na data combinada, certa quantia ao credor
indicado no título. De posse do título de crédito, o credor pode exigir o pagamento a partir da data
de vencimento.
Ao contrário da duplicata, quem emite a nota promissória é o próprio devedor.
Não há necessidade de aceite na nota promissória, uma vez que, ao emitir o título, o devedor já
estará reconhecendo a dívida.
Para a empresa, as notas promissórias emitidas por ela representam contas a pagar. As notas
promissórias emitidas por terceiros em favor da empresa são contas a receber.

Cheque - Apesar de legalmente ser uma ordem de pagamento à vista, que deve ser paga pelo
banco no momento da sua apresentação pelo beneficiário, na prática, o cheque é largamente
utilizado como se fosse uma promessa de pagamento, de forma idêntica à nota promissória.
Se a empresa recebe cheques pré-datados de terceiros, eles representam direitos. Os cheques
pré-datados emitidos pela empresa representam obrigações.
Além dos direitos representados por títulos de crédito, existem os representados por contratos e
outros documentos.

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2.4 OBRIGAÇÕES

As obrigações patrimoniais são representadas por contas a pagar ou a compensar nas transações
com terceiros.
Entre as dívidas mais comuns de uma empresa, temos as decorrentes de:

- compra a prazo de mercadorias e bens para uso;


- empréstimos e financiamentos bancários ainda não pagos;
- salários a pagar aos empregados;
- impostos e demais tributos devidos e não pagos;
- adiantamentos recebidos de clientes por conta de bens e serviços ainda não entregues ou
prestados.

Quando compramos um bem a prazo, ele se integra ao nosso patrimônio a partir do momento em
que nos é entregue pelo fornecedor. Se a compra for a prazo, passaremos a ter uma obrigação
com o vendedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. A compra a
prazo de mercadorias (bens móveis destinados à revenda) aumenta simultaneamente o ativo e o
passivo exigível. O bem recebido na compra aumenta o ativo; e a dívida contraída aumenta o
passivo exigível.
Quando do pagamento da dívida da compra a prazo, ocorrerá a redução simultânea do passivo
exigível e do ativo. A dívida será quitada, mas também haverá a diminuição dos bens numerários
da empresa.
Determinada pessoa física resolveu fazer um levantamento de seu patrimônio e constatou que
tinha:

- um veículo;
- uma casa;
- móveis e utensílios domésticos;
- dinheiro em espécie;
- saldo em conta corrente bancária;
- contas a receber da sogra e do cunhado (mais adiante, falaremos da provisão para devedores
duvidosos);
- saldo em caderneta de poupança;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra da casa;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra do veículo.

O patrimônio dessa pessoa pode ser dividido da seguinte forma:

Bens:
- um veículo;
- uma casa;
- móveis e utensílios domésticos;
- dinheiro em espécie.

Direitos:
- saldo em conta corrente bancária;
- contas a receber da sogra e do cunhado;
- saldo em caderneta de poupança.

Obrigações:
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra da casa;
- prestações a pagar do financiamento obtido para a compra do veículo.

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QUESTÕES COMENTADAS

01. Assinale a opção correta.

a) O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, que possam


ser avaliados em moeda.
b) O ativo é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, que possam ser
avaliados em moeda.
c) As duplicatas a receber são bens corpóreos.
d) Quando compramos mercadorias a prazo, elas se integram ao nosso patrimônio
apenas a partir do momento em que efetuamos o pagamento ao fornecedor.
e) O patrimônio é constituído somente de elementos positivos.

O ativo é composto apenas pelos bens e direitos.


A situação líquida é a diferença entre o ativo e o passivo exigível.
A propriedade das mercadorias normalmente é adquirida quando o comprador as recebe do
vendedor.
A alternativa correta é a letra a.

02. A inclusão de mercadorias no inventário físico deve basear-se no critério da

a) propriedade
b) posse
c) propriedade ou da posse, facultativamente
d) da posse, para as empresas que trabalham com mercadorias sob consignação, e da
propriedade, para as demais
e) da propriedade, para as empresas que trabalham com mercadorias sob consignação,
e da posse, para as demais

São consideradas mercadorias integrantes do ativo da empresa aquelas que sejam de sua
propriedade, ainda que estejam sob a guarda de terceiros.
A posse ou guarda de mercadorias de terceiros não autoriza o registro delas no patrimônio de
quem detém os bens.
A alternativa correta é a letra a.

03. Classificam-se no ativo de uma pessoa jurídica

a) as duplicatas e notas promissórias de sua emissão


b) as duplicatas de seu aceite e as notas promissórias emitidas por terceiros em favor
da empresa
c) as duplicatas de sua emissão e as notas promissórias emitidas por terceiros em
favor da empresa
d) as notas fiscais e faturas emitidas por terceiros
e) as notas fiscais de sua emissão e as faturas emitidas por terceiros

Quando a empresa vende a prazo e emite duplicatas, elas representam direitos. São duplicatas
a receber. Se a empresa compra a prazo e aceita duplicatas, elas representam obrigações.
São duplicatas a pagar.
As notas promissórias emitidas pela empresa representam contas a pagar. As notas
promissórias emitidas por terceiros em favor da empresa são contas a receber, classificadas no
ativo dela.
A alternativa correta é a letra c.

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04. Assinale a alternativa que representa um bem incorpóreo.

a) Programa de computador
b) Computador
c) Impressora
d) Scanner
e) Gravador de CD

Os bens incorpóreos não têm existência física. No caso de um programa de computador, o


valor em moeda é decorrente da produção intelectual de quem elaborou o programa e não do
disquete ou meio que o contém.
A alternativa correta é a letra a.

05. Determinada empresa é uma S/A do ramo comercial que lida com compra e venda de
mercadorias tributadas pelo ICMS. Nessas transações, a empresa opera com cheques
pré-datados, notas promissórias e duplicatas.
Em 31 de dezembro de X1, foram encontrados na empresa os seguintes valores: 1.000
em cheques pré-datados emitidos pela empresa; 1.200 em cheques pré-datados
emitidos por terceiros; 2.300 em promissórias emitidas pela empresa; 1.800 em
promissórias emitidas por terceiros; 5.000 em duplicatas emitidas pela empresa; 6.000
em duplicatas aceitas pela empresa; 7.400 referentes a ICMS incidente sobre as compras
e 8.000 referentes a ICMS incidente sobre as vendas de mercadorias.
Essas informações nos indicarão que a empresa, em 31 de dezembro de X1, possui:

a) créditos no valor de 1.900


b) débitos no valor de 16.400
c) créditos no valor de 17.300
d) débitos no valor de 16.300
e) créditos no valor de 15.400

Ativo Passivo Exigível


Cheques emitidos por terceiros 1.200 Cheques emitidos pela empresa 1.000
NP emitidas por terceiros 1.800 NP emitidas pela empresa 2.300
Duplicatas emitidas pela empresa 5.000 Duplicatas aceitas pela empresa 6.000
ICMS a recuperar 7.400 ICMS a recolher 8.000
15.400 17.300

O ICMS incidente sobre as compras é um direito, a ser compensado com o ICMS incidente
sobre as vendas, que é uma obrigação.
A alternativa correta é a letra e.

06. Os direitos sobre bens alheios, obtidos por contrato, tais como direitos de exploração de
recursos minerais, concessões obtidas para a exploração de serviçospúblicos e direito
de construir em terreno de terceiros, são classificados como

a) créditos
b) bens corpóreos
c) bens incorpóreos
d) bens públicos
e) obrigações

Os direitos sobre bens de propriedade de terceiros são classificados como bens incorpóreos.
A alternativa correta é a letra c.

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07. Classifique os itens patrimoniais seguintes como bens corpóreos, bens incorpóreos,
créditos ou obrigações.

01 - Terrenos 11 - Programas de computador


02 - Duplicatas a receber 12 - Ponto comercial
03 - Depósitos em banco 13 - Mercadorias
04 - Dinheiro em tesouraria 14 - Direitos por adiantamento a fornecedores
05 - Duplicatas a pagar 15 - Concessões obtidas de serviços públicos
06 - Linhas telefônicas 16 - Dívidas por empréstimos bancários
07 - Computadores 17 - Impostos a recuperar (restituição do IR)
08 - Edificações 18 - Máquinas e equipamentos
09 - Marcas e patentes 19 - Ferramentas
10 - Móveis e utensílios de escritório 20 - Direitos autorais sobre livros

01 - Terrenos - bens corpóreos


02 - Duplicatas a receber - créditos
03 - Depósitos em banco - créditos
04 - Dinheiro em tesouraria - bens corpóreos
05 - Duplicatas a pagar - obrigações
06 - Linhas telefônicas - bens incorpóreos
07 - Computadores - bens corpóreos
08 - Edificações - bens corpóreos
09 - Marcas e patentes - bens incorpóreos
10 - Móveis e utensílios de escritório - bens corpóreos
11 - Programas de computador - bens incorpóreos
12 - Ponto comercial - bens incorpóreos
13 - Mercadorias - bens corpóreos
14 - Direitos por adiantamento a fornecedores - créditos
15 - Concessões obtidas de serviços públicos - bens incorpóreos
16 - Dívidas por empréstimos bancários - obrigações
17 - Impostos a recuperar (restituição do IR) - créditos
18 - Máquinas e equipamentos- bens corpóreos
19 - Ferramentas - bens corpóreos
20 - Direitos autorais sobre livros - bens incorpóreos

RESUMO DO CAPÍTULO 2

Patrimônio - É o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma pessoa, física ou jurídica, que
possam ser avaliados em dinheiro.
Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e obrigações que podem ser
avaliados em moeda.
O patrimônio é composto de elementos positivos e negativos. Os bens e direitos representam o
aspecto positivo patrimonial. As obrigações, o aspecto negativo.
Os bens e direitos formam o ativo. As obrigações, o passivo exigível.
O patrimônio pode ser considerado do ponto de vista estático ou dinâmico. Do ponto de vista
estático, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa os elementos que compõem o
patrimônio. Do ponto de vista dinâmico, a Contabilidade estuda, controla, expõe e analisa as
modificações ocorridas no patrimônio, em razão das atividades desempenhadas na sua gestão.

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Bens - São todos os elementos materiais e imateriais que integram o patrimônio. Quando dizemos
que algo é um bem patrimonial, isto significa que ele pode ser avaliado em dinheiro e que integra o
patrimônio de alguém, ou seja, que é de propriedade de uma pessoa.

Bens Corpóreos - Os bens corpóreos são materiais, quer dizer, têm existência física. Podem ser
tocados e são visíveis.

Bens Incorpóreos - Os bens incorpóreos não existem fisicamente. Embora não sejam visíveis ou
palpáveis, eles também podem ser traduzidos em moeda.
Os direitos sobre bens de propriedade de terceiros são classificados como bens incorpóreos.

Critério para Registro dos Bens - Em regra, são demonstrados pela Contabilidade como
integrante do patrimônio de uma determinada pessoa os bens de sua propriedade.

Transmissão de Bens Móveis - A aquisição da propriedade de bens móveis se dá pela tradição,


ou seja, pela entrega feita pelo transmitente ao adquirente. Todavia, nem sempre a entrega do
bem opera a transmissão da propriedade. Na locação, ainda que esteja servindo ao uso do
locatário, o bem permanece no patrimônio do locador, por ser de sua propriedade.

Transmissão de Bens Imóveis - No caso de imóveis, a propriedade depende do registro do


documento de aquisição do bem (escritura de compra e venda, escritura de doação) no Registro
de Imóveis.

Direitos - Em sentido contábil, os direitos representam créditos. São valores a receber ou a


recuperar nas transações com terceiros.

Duplicata - Além da fatura, que é de emissão obrigatória nas vendas a prazo, o comerciante pode
emitir a duplicata. Apesar de não ser exigida por lei, é comum a emissão de duplicata nas vendas a
prazo. Ao contrário da fatura, a duplicata é um título de crédito. Por isso, a duplicata pode ser
transferida por endosso e tem força executiva (serve como prova para instruir a ação judicial de
execução contra o devedor).
Quando o comerciante vende a prazo e emite duplicatas, elas representam direitos. São duplicatas
a receber. Se ele compra a prazo e aceita duplicatas, elas representam obrigações. São duplicatas
a pagar. As duplicatas de nossa emissão são contas a receber. As duplicatas de nosso aceite,
contas a pagar.

Operações com Mercadorias - Nas empresas comerciais, mercadoria é coisa móvel adquirida
para a revenda. Não são mercadorias os bens adquiridos para uso ou consumo. Segundo a
legislação brasileira, ainda que destinados à revenda, os imóveis não são mercadorias.

Nota Promissória - Para a empresa, as notas promissórias emitidas por ela representam contas a
pagar. As notas promissórias emitidas por terceiros em favor da empresa são contas a receber.

Cheque Pré-Datado - Se a empresa recebe cheques pré-datados de terceiros, eles representam


direitos. Os cheques pré-datados emitidos pela empresa representam obrigações.

Obrigações - As obrigações patrimoniais são representadas por contas a pagar ou a compensar


nas transações com terceiros.

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