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PROCESSO LEGISLATIVO
AULA 3
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TEMA 2 – FORMAS DE FISCALIZAÇÃO: INDIVIDUAL E COMISSÕES
A fiscalização das instituições é exercida pelo Legislativo de forma
individual ou colegiada (nas comissões ou no plenário). Individualmente pode o
parlamentar atuar requerendo informações dos órgãos da Administração
Pública, por meio do envio de ofícios. Também pode receber uma denúncia e
levá-la às autoridades competentes para que seja apurada. Entretanto, a maior
parte dessa atuação se dá nas comissões.
As comissões do Congresso Nacional são de dois tipos em relação ao
seu tempo de duração. De um lado, há as comissões permanentes, órgãos
técnicos criados pelo Regimento Interno das casas e que existem por meio das
legislaturas. Do outro, há as comissões temporárias que se constituem em
órgãos técnicos criados por um período de tempo ou com uma finalidade
específica, como investigar algum ato supostamente ilícito. Em geral, as
comissões podem desempenhar funções legislativas (que é a principal
competência de várias delas) e fiscalizatórias. Assim, elas podem: realizar
audiências; fazer requisições ou pedidos de esclarecimentos; solicitar
depoimento de qualquer autoridade ou cidadão – art. 58, §2º, II, III, V e VI, todos
da Constituição Federal. No próximo tema, analisaremos a comissão temporária
que costuma ocupar grande destaque nos noticiários: as CPIs.
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chamada de CPMI – Comissão Parlamentar Mista de Inquérito). Podem existir
CPIs estaduais, municipais e distrital (do Distrito Federal).
Para instaurar uma CPI, é necessário o requerimento de um terço (1/3)
dos membros da casa ou de deliberação em Plenário. É imprescindível, também,
que ela tenha como objeto de investigação um fato certo e determinado. Por
exemplo, pode ser instaurada uma CPI para investigar os desvios dos recursos
X da empresa pública Y, porém, será inconstitucional uma CPI “contra a
corrupção”, pois seria genérica. Como instrumento de investigação do
Legislativo, a CPI possui algumas prerrogativas, como a de convocar
testemunhas ou de promover a quebra de sigilo fiscal e telefônico. Ela, porém,
não pode praticar atos típicos de autoridades judiciais, como decretar a perda ou
o arresto de bens, bem como não pode autorizar escutas telefônicas. Em
qualquer hipótese, as CPIs devem respeitar os direitos fundamentais dos
investigados. As conclusões da CPI serão resumidas em um relatório que poderá
ser encaminhado ao Ministério Público para que tome as providências cabíveis.
Foi o que ocorreu na CPMI dos Correios que resultou na Ação Penal n. 470
(“Mensalão), julgada pelo STF.
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TEMA 5 – TRIBUNAL DE CONTAS
O Tribunal de Contas está previsto na Constituição como órgão auxiliar
do Poder Legislativo para o exercício do controle externo dos poderes. Isso
porque cada Poder deve instituir o seu controle interno, conforme prevê a
Constituição em seu artigo 74. Porém, há autores que consideram o Tribunal de
Contas como mais um Poder da República (assim como o Ministério Público).
Os Tribunais de Contas são responsáveis pela fiscalização contábil,
financeira, orçamentária e operacional dos entes da federação ou das entidades
de administração direta e indireta quanto à: legalidade, legitimidade e
economicidade (art. 70, CF). A Constituição Federal prevê não apenas como se
dá a composição do Tribunal de Contas da União (TCU), mas também que as
regras do TCU aplicam-se aos Tribunais de Contas dos Estados (TCE), do
Distrito Federal e dos Municípios (Rio de Janeiro e São Paulo). O TCU tem
competência em todo território nacional e sua sede está em Brasília; já os TCEs
são sediados na capital de cada Estado, sendo responsáveis pelo julgamento
das contas dos prefeitos e do governador daquele Estado (à exceção dos
municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo que possuem tribunais de contas
próprios). Por fim, é importante lembrar que as decisões dos Tribunais de Contas
podem ser revistas pelo Poder Judiciário.
NA PRÁTICA
Analise as últimas CPIs que ocorreram na Assembleia Legislativa do seu
Estado. Qual foi o resultado delas? Alguém foi responsabilizado? O relatório foi
encaminhado ao Ministério Público?
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SÍNTESE
Na aula de hoje, estudamos as principais formas pelas quais os
parlamentares podem exercer sua competência legislativa. Vimos que ela é
realizada individual ou coletivamente (nesse último caso, quando atuam nas
comissões ou em Plenário).
Depois, analisamos os pontos principais a respeito da principal comissão
temporária cuja finalidade é investigar: a CPI. Vistas as regras mais relevantes
das CPIs, estudamos a fiscalização em Plenário, especialmente a competência
para julgar as contas do Chefe do Poder Executivo. Por fim, tratamos de alguns
pontos principais sobre o órgão que exerce o controle externo dos poderes: os
Tribunais de Contas, especialmente o da União (TCU) e os dos Estados (TCEs).
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Leonardo Augusto de Andrade. Processo legislativo e
democracia. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.
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FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do processo legislativo. 7ª ed.
São Paulo: Saraiva, 2012.