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Aula 15.

Obrigação e crédito tributário

Aluno: Guilherme dos Santos Goulart


Turma: 6000 – 5º ano.

Questões:
1.Diferenciar “obrigação tributária” de “crédito tributário”. A “obrigação tributária”
eo
“crédito tributário” estão contidos na regra-matriz de incidência tributária?
R: A obrigação tributária consiste na ocorrência do fato gerador, no entanto
inexiste cálculo do montante do tributo e identificação formal do sujeito passivo.
Ou seja, a simples ocorrência do fato gerador não é o bastante para obrigar o
contribuinte ao pagamento do tributo. Quanto ao Crédito tributário surgirá com
a realização do procedimento administrativo de lançamento tributário, que irá
verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, localizando e identificando o sujeito passivo. Sua
constituição obedece aos termos do artigo 142 do CTN. Assim que constituído
o credito tributário o tributo torna-se exigível. Sim, ambos estão contidos na
RMIT como sendo o consequente normativo que representa a relação
obrigacional tributária formada pelo credor, devedor e a obrigação prestacional,
sendo assim a determinação de como poderá ocorrer o cumprimento da
obrigação tributaria formada pelos critérios pessoal e quantitativo.
2.Que é crédito tributário? Explicar as teorias declaratória e constitutiva do
crédito
tributário.
R: O crédito tributário consiste no valor que os sujeitos ativos da obrigação
tributária podem exigir dos sujeitos passivos (contribuintes) a partir do
surgimento de um determinado fato gerador. Ele é constituído a partir de três
fatores: a previsão legal, o fato gerador e o lançamento tributário. Consoante a
isso destaca-se os efeitos do lançamento, que verificam a existência de duas
correntes doutrinárias distintas: sendo a primeira integrada pelos
constitutivistas, os quais sustentam ser o lançamento o ato que constitui o
crédito tributário. Quanto à segunda é integrada pelos declarativistas, e para
eles, diferente da primeira, o nascimento da obrigação tributária nasce com a
lei, tal como determina o art. 3˚ do Código Tributário Nacional. Portanto, o
lançamento tributário tem como fim a garantia de liquidez, certeza e
exigibilidade à obrigação tributária, que, todavia, lhe preexistiria. Consoante ao
Código Tributário Nacional, conforme disposto no art. 142, é expresso que o
lançamento constitui o crédito tributário, bem como os arts. 143 e 144 deixam
claro que ele sempre se referirá à legislação e demais condições vigentes na
data de ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. De modo que, de
acordo com o art. 143 e salvo disposição legal em contrário, a base de cálculo
do tributo incidente sobre mercadoria precificada em moeda estrangeira deverá
ser convertida em moeda nacional “ao câmbio do dia da ocorrência do fato
gerador da obrigação”. A exceção referida no §1˚ do art. 144 condiz com sua
aplicação, realizada com finalidade na investigação ou cobrança de tributos
relacionados a fatos geradores pretéritos, novos poderes de fiscalização ou
garantias e privilégios do crédito tributário. Por fim, o Código Tributário
Nacional destaca que, apesar de inicialmente mencionar o lançamento como
constitutivo do crédito tributário, é conciso ao entender que apenas declara
uma obrigação preexistente.
3.Distinguir obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não-
pagamento
caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique, analisando criticamente o
art. 113
do CTN.
R: É possível dizer que uma relação tributável é uma relação obrigatória, que
pode ser de natureza primária ou secundária, e é baseada em considerações
monetárias. Para melhor visualizar a situação, temos um dos polos, o devedor,
e o outro, o credor, onde ocorreu um evento gerador. Mediante o entendimento
do mestre Paulo de Barros Carvalho, a obrigação estatutária conhecida como
obrigação principal existe como obrigação autêntica e genuína, levando-se em
consideração a ocorrência de um evento típico previsto em norma. A partir da
análise do artigo 113 do Código Tributário Nacional, temos em seu 1§ a
obrigação principal, a qual vislumbra a situação de cunho pecuniário mediante
o pagamento do tributo ou de multa, o qual se extingue mediante a
integralidade do pagamento. Adiante, no 2§ encontramos a obrigação
acessória, relativa à obrigação de fazer ou não fazer alguma coisa.
Subsequente, no 3§ a hipótese de não cumprimento da obrigação acessória
gera sua conversão em obrigação principal no que tange a penalidade
pecuniária. Diante disso, entendo que a multa não pode ser inserida como
obrigação principal (de tributo), tendo em vista que a obrigação tributária tem
cunho patrimonial condicionado as características previstas no artigo 3º do
CTN.

3. Dada a seguinte Lei (fictícia):


Prefeitura de São Pedro, Lei no 5.151, de 12/10/2001 D.M. 25/10/2001
Art. 1o Fica instituída taxa de conservação e limpeza urbana para o custeio
do serviço público municipal de conservação e limpeza de vias públicas.
Art. 2o A taxa tem como fato gerador a prestação do serviço de limpeza das
vias públicas.
Art. 3o A base de cálculo é o valor venal do imóvel.
Art. 4o A alíquota é de 0,1%.
Art. 5o O contribuinte é o proprietário do imóvel.
Art. 6o Dá-se a incidência todo dia 1o de cada ano.
Art. 7o A importância devida a título de tributo deve ser recolhida até o
décimo dia do segundo mês subseqüente.
§ 1o No caso de locação, o locatário é responsável pelo recolhimento do
tributo.
§ 2o No caso de compra e venda realizada antes do prazo para o pagamento e
após o 1o dia do ano, o responsável pelo pagamento do tributo é o adquirente
do imóvel.
§ 3o O não-recolhimento no prazo estipulado implica multa de 20% do valor
do tributo devido.
Art. 8o Fica o contribuinte obrigado a entregar junto a Secretaria de
Planejamento Urbano declaração do valor imobiliário até o dia 10 de novembro
de cada ano.
Parágrafo único. A ausência da entrega no prazo a que se refere o caput
deste artigo implicará multa de 100 UFIRSS.
Responda:
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa Lei, identificando a
RMIT.
R: É possível identificar a regra-matriz de incidência tributária, quando da
prestação de serviço de conservação e limpeza das vias públicas no
Município de São Pedro, no 1º dia do ano; (H) como sendo a obrigação do
proprietário do imóvel de pagar ao município de São Pedro a quantia de
0,1% sobre o valor venal do imóvel (C). Na sequência, se identificado o não
pagamento da taxa pelo contribuinte até o décimo dia do segundo mês
subsequente, aplicar-se-á norma sancionatória de não pagamento, multa de
20% do valor do tributo devido. Outra norma, consiste na responsabilidade
do locador, ou seja, a responsabilidade tributaria do locatário pelo débito
devido pelo proprietário. Bem como, a responsabilidade do adquirente que
venda o bem imóvel tributado antes do prazo para o pagamento e após o
dia 1º do ano. Por conseguinte, evidencia-se a norma de dever
instrumental, uma vez que é obrigação do proprietário do bem imóvel de
entregar a declaração do valor imobiliário pelo contribuinte junto a
Secretaria de Planejamento Urbano; o descumprimento dessa norma irá
gerar uma norma sancionatória, condizente com uma multa de 100 UFIRS
ao Município de São Pedro. Desse modo é possível identifica-se a RMIT e
caracterizá-los como: 1. critério material: ser proprietário de imóvel; 2.
critério espacial: Prefeitura de São Pedro; 3. critério temporal: incidência
todo dia 1º de cada ano; 4. critério quantitativo: A base de cálculo é o valor
venal do imóvel e A alíquota é de 0,1%. 5. critério subjetivo: o responsável
pelo pagamento do tributo é o adquirente do imóvel. Do mesmo modo é
possível classificá-los como antecedente e consequente:
a) Antecedente: contribuinte é proprietário de imóvel. Consequente: pagar
taxa de conservação e limpeza urbana;
b) Antecedente: entrega de declaração do valor imobiliário. Consequente:
ausência da entrega implicará em multa de 100 UFIRS;
c) Antecedente: no caso de locação. Consequente: o locatário é o
responsável pelo recolhimento;
d) Antecedente: em caso de compra e venda antes do prazo para
pagamento e após o 1º dia do ano. Consequente: o responsável pelo
pagamento do tributo é o adquirente do imóvel.

b) Que é base de cálculo? Explicar as três funções da base de cálculo.


R: A base de cálculo possibilitará medir o fato, de modo que o sujeito
passivo seja tributado na medida de sua riqueza. Consoante às suas três
funções, sejam elas: a função mensuradora que medirá as proporções reais
do fato; a função objetiva deverá compor especificamente a determinação
da dívida, bem como sua alíquota; por fim, a função comparativa que irá
confirmar o critério material da hipótese normativa (binômio hipótese de
incidência e base de cálculo para definir a natureza do tributo).
c) A base de cálculo eleita nesta lei é compatível com a hipótese tributária? Se
incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se determinar a espécie
tributária: o
enunciado da hipótese tributária ou o enunciado da base de cálculo? Ambos?
Nenhum
dos dois?
R: Não, sua incompatibilidade ocorre de acordo com o “princípio da
referibilidade”, que pressupõe a existência de relação entre o custo do serviço
de a base de cálculo; preceito este que, no entanto, não foi devidamente
observado pelo legislador no caso em referência. Tendo isso em vista, nota-se
grande divergência no entendimento deste conceito, enquanto alguns adotam a
hipótese tributária, se baseando no critério material como parâmetro da base
de cálculo, outros optam por entender a espécie tributária em questão,
devendo prevalecer o enunciado da base de cálculo, visto que nela estão
contidos aspectos estruturais do fato previsto no antecedente da norma.

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