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Enem

Semana 6
Semana

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Sumário
Faixa base
Proteínas...................................................................................................................6

Sucessão ecológica..................................................................................................19

Política de Aristóteles..............................................................................................31

Movimento circular Uniforme..................................................................................44

Transmissão de movimento.....................................................................................60

Transmissão de calor...............................................................................................73

Blocos econômicos mundiais..................................................................................88

Economias emergentes, G20 e BRICS....................................................................100

Como cuidar da saúde mental nos estudos?...........................................................111

América Portuguesa: União Ibérica e Invasões Estrangeiras/..................................116

História da Escravidão: conceitos e perspectivas.....................................................129

Quinhentismo..........................................................................................................143

Áreas.......................................................................................................................156

Circunferência: comprimento, propriedades e potência de um ponto....................174

Introdução ao estudo dos conjuntos.......................................................................192

Múltiplos e divisores: MMC e MDC.........................................................................203

Pronomes: conceito e pessoas do discurso.............................................................214

Pronomes: pessoais (retos e oblíquos)....................................................................226


Sumário

Geometria molecular, polaridade e forças intermoleculares..................................238

Ligações químicas: ligação covalente.....................................................................254

Desenvolvimento: funções e estratégias.................................................................267

Ação social em Weber.............................................................................................277

Aprofundamento
Distúrbios alimentares e dietas................................................................................290

Platão.......................................................................................................................299

Queda livre e lançamento vertical para cima............................................................307

Geopolítica da Guerra Fria.........................................................................................313

Expansão marítima e a América Espanhola................................................................322

Exercícios sobre Grandezas proporcionais e escala..................................................336

Coesão textual: a conjunção na coesão sequencial...................................................342

Distribuição eletrônica: casos particulares..................................................................352

Como "ler" a expectativa da banca e ser original?.......................................................360

Conceitos e suas relativizações: moral, ética, sociedade, direitos humanos................362


Biologia

Proteínas

Objetivo
Aprender as estruturas proteicas, funções e como elas atuam no metabolismo.

Curiosidade
Aminoácidos essenciais não são produzidos no nosso organismo, e obrigatoriamente devem ser adquiridos
através da alimentação. Um simples prato de arroz e feijão, sem nenhum complemento, já contém todos os
aminoácidos essenciais para nossa dieta.

Teoria

Proteínas são moléculas orgânicas, formadas por aminoácidos ligados em sequência. Esses aminoácidos
são unidos a partir de ligações peptídicas. A reação que os liga ocorre através de uma síntese por
desidratação (ou seja, a água é um produto dessa reação). A síntese de proteínas ocorre durante o processo
de tradução, que possui a participação de diferentes tipos de RNA (ácido ribonucleico) e ribossomos. As
proteínas podem ter diversas funções, como de catalizadores (ex.: enzimas), transporte (ex.: hemoglobina),
estrutura (ex.: colágeno), defesa (ex.: anticorpos) e reguladoras (ex.: hormônios).

Formação de uma proteína a partir da ligação peptídica formada entre os aminoácidos.

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Biologia

Os aminoácidos podem ser classificados em:


• Naturais (não essenciais): são aqueles aminoácidos que são naturalmente produzidos pelo corpo.
• Essenciais: são aqueles que nosso corpo não consegue produzir, tendo que ser ingeridos via
alimentação.

Não essenciais
Nome Símbolos
Glicina Gly ou G Essenciais

Alanina Ala ou A Nome Símbolos

Serina Ser ou S Fenilalanina Phe ou F

Cisteína Cys ou C Valina Val ou V

Tirosina Tyr ou Y Triptofano Trp ou W

Arginina Arg ou R Treonina Thr ou T

Ác. Aspártico ou Aspartato Asp ou D Lisina Lys ou K

Ác. Glutâmico ou Glutamato Glu ou E Leucina Leu ou L

Histidina His ou H Isoleucina Ile ou l

Asparagina Asn ou N Metionina Met ou M

Glutamina Gln ou Q
Prolina Pro ou P
Lista dos aminoácidos naturais e essenciais.

As proteínas podem ser classificadas quanto a sua estrutura em:


• Primárias: formadas por uma sequência linear de aminoácidos.
• Secundárias: formadas por uma sequência de aminoácidos que pode estar pregueada (ex. proteínas
beta-pregueadas) ou na forma helicoidal (ex. proteína alfa-hélice). Essas dobras nas proteínas
acontecem por conta de ligações do hidrogênio presente no grupo -NH com o oxigênio do grupo C=O.
São exemplos a queratina e o colágeno.
• Terciárias: formadas por uma estrutura tridimensional, onde as proteínas dobram-se sobre si mesmas.
Normalmente ocorrem ligações de pontes dissulfetos entre as moléculas, com interações entre os
grupos radicais dos aminoácidos, mas também podem acontecer pontes salinas e ligações de
hidrogênio para gerar essa estrutura. Um exemplo é a proteína mioglobina.
• Quaternárias: formadas pela união de duas ou mais estruturas terciárias. Um exemplo é a proteína
hemoglobina.

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Biologia

Quando a proteína perde a sua própria forma, dizemos que ela sofreu desnaturação, e perde o seu aspecto
tridimensional ou de forma secundária. Importante lembrar que proteínas primárias não sofrem desnaturação,
visto que não apresentam formas tridimencionais. A maioria das desnaturações são irreversíveis, porém
algumas proteínas podem recuperar sua forma, caso a estrutura primária esteja intacta. A temperatura alta
ou um pH ácido pode desnaturar uma proteína. Quando ela perde a sua estrutura, também perde a sua função.

Esquema de uma proteína normal e sua forma após o processo de desnaturação

Enzimas
Catalisadores são substâncias que aceleram a velocidade das reações químicas. As enzimas são proteínas
especiais (macromoléculas orgânicas), responsáveis por catalisar reações químicas, sem sofrerem
alterações nesse processo.
Para que uma reação química ocorra, é necessário certo grau de energia, geralmente na forma de calor, que
chamamos “energia de ativação”. O papel das enzimas é diminuir a quantidade necessária de energia de
ativação, favorecendo assim a reação.

ilustração da enzima diminuindo a energia de ativação para que a reação ocorra

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Biologia

As enzimas são altamente específicas em relação ao substrato e, ao interagirem com ele, formam um
complexo chamado enzima-substrato. Essa relação obedece ao modelo tradicionalmente conhecido como
“chave-fechadura”, isto é, ocorre um encaixe da enzima no substrato para catalisar a reação.

Complexo chave-fechadura

Assim que ocorre a reação e posterior liberação dos produtos nesse processo, a enzima não sofre qualquer
alteração, podendo se ligar a novos substratos para catalisar novas reações.
A atividade enzimática pode ser alterada por três fatores: temperatura, pH e concentração de substrato.

Fatores que interferem na reação: temperatura

atuação da temperatura na atividade enzimática

Conforme a temperatura aumenta, ocorre ativação térmica e, portanto, maior atividade enzimática até atingir-
se o ponto ótimo, que é o ponto onde ocorrerá a maior atividade enzimática. Temperaturas superiores ao
ponto ótimo irão reduzir a atividade da enzima, e até são capazes de desnaturá-la, fazendo com que ela perca
a sua conformação original e deixe de exercer sua função. A temperatura ótima varia de acordo com a enzima
em questão.

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Biologia

Fatores que interferem na reação: pH

atuação do pH na atividade enzimática

O pH também tem grande influência na atividade enzimática, havendo um pH ótimo de funcionamento para
uma determinada enzima.
Quanto mais próximo ao pH ótimo, maior a atividade enzimática. Quanto mais distante, seja aumentando ou
diminuindo o pH, menor será a sua atividade enzimática, podendo causar a sua desnaturação.

Fatores que interferem na reação: concentração de substrato

atuação da concentração de substrato na atividade enzimática

A concentração de substrato também irá afetar a velocidade de reação pela enzima, pois quanto mais
substrato é adicionado, mais rápida será a reação, até que seja atingido um limite de saturação, onde, a partir
desse ponto, a velocidade da reação permanece constante. Isso ocorre devido à saturação dos sítios ativos
das enzimas presentes; uma vez que esses sítios ativos estejam ocupados, não pode ocorrer a reação, não
importando quanto substrato seja adicionado. A adição de substrato somente irá aumentar a velocidade de
reação enquanto houver sítios ativos disponíveis.

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Biologia

Inibidores enzimáticos
Enzimas podem ser inibidas por substâncias que agem como inibidores competitivos ou não competitivos.
Inibidores competitivos são aqueles que competem com o substrato pelo sítio ativo da enzima. Pelo fato de
a estrutura desses inibidores ser similar à estrutura do substrato, eles são capazes de formar um complexo
enzima-inibidor que impedirá a reação enzimática. Se não houver formação de complexo enzima-substrato,
não haverá reação. Esses inibidores são reversíveis, e o acréscimo de substrato pode aumentar a velocidade
da reação até o ponto de velocidade máxima.

atuação do inibidor competitivo junto à enzima

Inibidores não competitivos podem se ligar tanto à enzima quanto ao complexo enzima-substrato, mas em
outro sítio de ligação. Essa ligação impedirá a enzima de realizar sua função, sem impedir a formação do
complexo enzima-substrato propriamente dito, e, portanto, não competindo com o substrato pelo sítio ativo
enzimático. Sendo assim, não importa o quanto aumente a concentração de substrato, a velocidade máxima
não será atingida, mesmo que o inibidor seja reversível.

atuação do inibidor não competitivo junto à enzima

Há também o caso de inibidores irreversíveis, que estabelecem ligações estáveis com a enzima e impedem
permanentemente sua ação. Alguns são conhecidos como inibidores suicidas, já que se ligam com a enzima
e a degradam, sendo degradados junto. É o caso de alguns venenos, como certos inseticidas.
Existem as moléculas auxiliares, que se ligam às enzimas para melhorar o funcionamento dessas
macromoléculas:
● Inorgânicas (sais minerais): COFATORES
● Orgânicas (vitaminas): COENZIMAS

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Biologia

Exercícios de fixação

1. A ligação peptídica ocorre entre quais moléculas?


a) Carboxila e grupo amina
b) Carbonila e grupo amido
c) Carbolina e hidroxila
d) Hidroxila e grupo amida
e) Carbonato e hidroxila

2. Descreva uma situação onde naturalmente nossas proteínas correm risco de sofrer desnaturação.

3. Um inibidor foi adicionado a um recipiente cheio de enzimas e substratos. Adicionou-se também mais
substrato e depois de algumas horas a velocidade da reação chegou ao máximo. Que tipo de inibidor
foi colocado junto com a enzima? Justifique.

4. O que acontece com uma reação enzimática quando se adiciona mais substrato?
a) A enzima desnatura
b) A enzima aumenta ainda mais a velocidade, proporcionalmente à quantidade de substrato
adicionado
c) A enzima aumenta a velocidade da reação até atingir seu ponto de saturação
d) O substrato não é alterado de forma alguma pelas enzimas
e) O substrato modifica o ponto de atividade máxima da enzima

5. Qual destas proteínas apresenta uma estrutura quaternária?


a) Polipeptídeo
b) Queratina
c) Colágeno
d) Mioglobina
e) Hemoglobina

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Biologia

Exercícios de vestibular

1. Analise a figura a seguir que mostra a mudança da estrutura terciária de uma proteína enzimática, pela
modificação das condições às quais ela está exposta.

Disponível em: https://www.puc-rio.br/vestibular/repositorio/provas/2011/download/provas/VEST2011PUCRio_GRUPOS

Esta mudança é chamada de


a) saturação e pode ser causada pela alteração do pH do meio.
b) renaturação e pode ser causada pela alteração da temperatura do meio.
c) saponifização e pode ser causada pela alteração de pH do meio.
d) floculação e pode ser causada pela mudança de densidade do meio.
e) desnaturação e pode ser causada pela alteração de temperatura do meio.

2. Qual o composto biológico que tem como função facilitar e aumentar a velocidade das reações
envolvendo biomoléculas orgânicas nas células?
a) esteroides
b) carboidratos
c) polissacarídios
d) lipídios
e) proteína com função enzimática

3. Uma molécula de hemoglobina é composta por quatro unidades macromoleculares correspondentes a


duas cadeias alfa e duas cadeias beta. Essas cadeias ligam-se de maneira estável de modo a assumir
a configuração tetraédrica da molécula completa. O arranjo descrito explica a:
a) Estrutura dos coacervados.
b) Estrutura terciária das proteínas.
c) Estrutura quaternária das proteínas.
d) Estrutura secundária das proteínas.
e) Estrutura primária das proteínas.

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Biologia

4. “Cerca de 27 milhões de brasileiros têm intolerância ao leite por deficiência na produção de uma enzima
do intestino”.
FOLHA DE SÃO PAULO, 09/08/98.

Sobre a enzima citada no artigo, e as enzimas em geral, podemos afirmar que:


a) Aumentam a energia de ativação necessária para as reações.
b) Atuam de forma inversamente proporcional ao aumento da temperatura.
c) São altamente específicas em função de seu perfil característico.
d) São estimuladas pela variação do grau de acidez do meio.
e) São consumidas durante o processo, não podendo realizar nova reação do mesmo tipo.

5. Sobre o alisamento capilar, resolva a questão. A principal proteína constituinte dos cabelos é a
queratina que, quando aquecida, pelas altas temperaturas da chapinha:
a) incorpora novos aminoácidos a molécula, alongando-se.
b) sofre um processo denominado desnaturação, sofrendo alteração na sua estrutura.
c) transforma a forma globular em fibrosa.
d) quebra as pontes de hidrogênio que liga o grupo amina de um aminoácido ao grupo carboxila do
aminoácido seguinte.
e) provoca modificação na sequência dos aminoácidos que a constituem.

6. O gráfico a seguir mostra como a concentração do substrato afeta a taxa de reação química:

O modo de ação das enzimas e a análise do gráfico permitem concluir que


a) todas as moléculas de enzimas estão unidas às moléculas de substrato quando a reação
catalisada atinge a taxa máxima.
b) com uma mesma concentração de substrato, a taxa de reação com enzima é menor que a taxa de
reação sem enzima.
c) a reação sem enzima possui energia de ativação menor do que a reação com enzima.
d) o aumento da taxa de reação com enzima é inversamente proporcional ao aumento da
concentração do substrato.
e) a concentração do substrato não interfere na taxa de reação com enzimas porque estas são
inespecíficas.

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Biologia

7. Proteínas são moléculas essenciais à vida, atuando como enzimas, hormônios, anticorpos, antibióticos
e agentes antitumorais, além de estarem presentes nos cabelos, na lã, na seda, em unhas, carapaças,
chifres e penas dos seres vivos. Em relação às proteínas é correto afirmar que:
a) São biopolímeros constituídos de aminoácidos, que são unidos entre si por meio de ligações
peptídicas.
b) A produção dessas moléculas se dá sem “gasto” de energia pelos organismos, já que os
aminoácidos provêm da alimentação.
c) Todas as proteínas possuem peso molecular idêntico, característica especial dessas moléculas.
d) Apesar da diversidade na constituição e estruturação de seus aminoácidos, essas moléculas
apresentam, no seu conjunto, a mesma velocidade de degradação no meio ambiente.
e) A grande variabilidade biológica dessas moléculas permite sua utilização para fins de
identificação pessoal, da mesma forma e com a mesma precisão que os exames de DNA.

8. Sabendo-se que as enzimas podem ter sua atividade regulada por diferentes condições de temperatura
e pH, foi realizado um experimento para testar as condições ótimas para a atividade de uma
determinada enzima.
Os resultados estão apresentados no gráfico.

Em relação ao funcionamento da enzima, os resultados obtidos indicam que o(a)


a) aumento do pH leva a uma atividade maior da enzima.
b) temperatura baixa (10 °C) é o principal inibidor da enzima.
c) ambiente básico reduz a quantidade de enzima necessária na reação.
d) ambiente básico reduz a quantidade de substrato metabolizado pela enzima.
e) temperatura ótima de funcionamento da enzima é 30 °C, independentemente do pH.

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Biologia

9. Além de serem as macromoléculas mais abundantes nas células vivas, as proteínas desempenham
diversas funções estruturais e fisiológicas no metabolismo celular. Com relação a essas substâncias,
é correto afirmar que:
a) são todas constituídas por sequências monoméricas de aminoácidos e monossacarídeos.
b) além de função estrutural, são também as mais importantes moléculas de reserva energética e de
defesa.
c) são formadas pela união de nucleotídeos por meio dos grupamentos amina e hidroxila.
d) cada indivíduo produz as suas proteínas, que são codificadas de acordo com o material genético.
e) a sua estrutura é determinada pela forma, mas não interfere na função ou especificidade.

10. O perigo das febres altas se associa principalmente a inativação das proteínas do sistema nervoso,
podendo ser fatal para o organismo. Nessa condição, e correto afirmar que as proteínas:
a) Rompem as ligações internas entre os lipídios.
b) Ganham átomos que se agregam a sua molécula.
c) Separam os aminoácidos e suas ligações peptídicas.
d) Alteram sua estrutura, prejudicando sua função biológica.
e) Sofrem uma desnaturação que promove sua reestruturação espacial.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A ligação peptídica ocorre entre a carboxila de um aminoácido e o grupo amina de outro.

2. As proteínas podem sofrer desnaturação quando sofremos febres muito altas (acima de 40°).

3. O inibidor adicionado era um inibidor competitivo. Apesar da competição pelo sítio ativo, a adição de
mais substrato faz com que as enzimas restantes consigam se ligar para realizar a reação.

4. C
O aumento na quantidade de substrato aumenta a velocidade de reação, porém, quando todas as
enzimas já estão atuando (saturadas), mesmo que se adicione ainda mais substrato, a velocidade da
reação não aumenta mais.

5. E
A hemoglobina é uma proteína com estrutura quaternária, formada pela união de quatro outras estruturas
proteicas.

Exercícios de vestibular

1. E
Podemos ver que há uma perda da forma terciária da proteína (desnaturação), que pode ocorrer por
fatores ambientais, como o aumento da temperatura.

2. E
As proteínas com função enzimática possuem função catalítica, facilitando reações.

3. C
O texto descreve a ligação de macromoléculas de proteínas, ou seja, é uma forma de proteína quaternária.

4. C
As enzimas são altamente específicas em vários quesitos, como temperatura, pH, substrato, e diminuem
a energia de ativação necessária para uma reação acontecer.

5. B
As altas temperaturas da chapinha fazem com que as ligações que mantêm a forma secundária da
queratina se rompam, causando o processo de desnaturação.

6. A
Quando a taxa de reação atinge a velocidade máxima, significa que todas as enzimas estão catalisando
a reação de um substrato.

7. A
As proteínas são moléculas orgânicas formadas pelo sequenciamento de aminoácidos, onde a ligação
peptídica ocorre entre a carboxila de uma molécula e o grupo amina de outra.

8. D
Observamos que a atividade dessa enzima é reduzida em pH básico (>7), comparando-se a condições
com a mesma temperatura. Com menor velocidade da reação, menos substrato é metabolizado.

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Biologia

9. D
Todas as proteínas são formadas a partir do processo de tradução, que tem a participação do material
genético

10. D
O aumento da temperatura pode desnaturar a proteína, fazendo com que ela perca sua função

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Biologia

Sucessão ecológica

Objetivo
Você aprenderá sobre a sucessão ecológica primária, secundária e comunidade clímax.

Se liga
Para esse conteúdo, você não precisa saber sobre o que é uma comunidade e o que significa produtividade
primária bruta e líquida.

Curiosidade
Um mesmo ambiente pode ter uma sucessão primária e secundária (caso venha a sofrer queimadas, entre
outros).

Teoria

Para entender sucessão ecológica também é importante entender os seguintes conceitos:


● Produtividade primária bruta (PPB): Quantidade de matéria orgânica produzida, ou seja, equivale
diretamente a taxa de fotossíntese.
● Produtividade líquida (Pl): Resultado da diferença entre o que é produzido e o que é consumido em uma
comunidade, ou seja, o quando de produtos da fotossíntese é produzido menos o quanto é consumido
na respiração feita pelos organismos vivos. Podemos escrever da seguinte forma:

● Comunidade: Conjunto de organismos de diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, no


mesmo tempo e espaço.

A sucessão ecológica analisa comunidades que vivem em um mesmo espaço e que se modificam com o
passar do tempo, de maneira gradual. Ou seja, a sucessão ecológica é a alteração das comunidades ao longo
do tempo.

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Biologia

Ela se inicia com uma comunidade pioneira (ou ecese), onde organismos
resistentes a temperaturas mais altas e que não necessitam de muita
água para a sobrevivência (como líquens e gramíneas) se estabelecem
em um ambiente com substrato exposto. Neste ambienta há nenhuma
ou pouca matéria orgânica disponível, e sofre alta influência das
condições ambientais, como por exemplo incidência luminosa que
aumenta a temperatura. A produtividade bruta é baixa, mas a líquida é
alta, visto que, mesmo com uma taxa de fotossíntese reduzida, não há
muito consumo dos produtos.
Após a conquista do ambiente, com o aumento da umidade do solo e
disponibilidade de matéria orgânica, se inicia a segunda etapa da
sucessão. As comunidades intermediárias (ou serais) são comunidades
de transição entre as pioneiras e os clímax. Apresentam um número maior de organismos, com um número
intermediário de biodiversidade e de produtividade bruta, sendo a produtividade líquida um pouco menor do
que na comunidade ecese.

Por fim, a comunidade clímax possui uma alta biodiversidade, com um número estável de organismos e não
sofre tanto com variações das condições climáticas, apresentando uma alta matéria orgânica. A
produtividade líquida diminui, tendendo a zero, pois há um alto consumo pelos seres vivos.
Uma comunidade clímax equivale a um ambiente estável, não necessariamente com mais animais ou
florestas maiores. Por exemplo, o bioma de pampas é estável, e pode ser considerado uma comunidade
clímax, assim como a floresta amazônica. Podemos dizer que os biomas são exemplos de comunidades
estáveis e bastante resistentes a fatores externos (naturais ou artificiais).
Podemos diferenciar a sucessão em dois tipos

● Sucessão primária: tem-se a ocupação de um ambiente novo, estéril (ex.: ilhas vulcânicas que são
colonizadas por organismos vivos pela primeira vez)

8
Biologia

● Sucessão secundária: tem-se a ocupação de um ambiente que já havida sido habitado antes (ex.: área
de pasto ou ambiente após uma queimada onde é feito um replantio, ou mesmo o cerrado após sofrer
com as queimadas, recuperando sua vegetação).

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Biologia

Exercícios de fixação

1. O que é uma comunidade?

2. O que é produtividade primária líquida e bruta?

3. Quando um ambiente atinge o clímax?

4. Qual a diferença de sucessão primária e secundária?

5. O que é comunidade pioneira?

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Biologia

Exercícios de vestibulares

1. A comunidade clímax constitui a etapa final de uma sucessão ecológica. Considera-se que a
comunidade chegou ao clímax quando
a) as teias alimentares, menos complexas, são substituídas por cadeias alimentares.
b) a produção primária bruta é igual ao consumo.
c) cessam a competição interespecífica e a competição intraespecífica.
d) a produção primária líquida é alta.
e) a biomassa vegetal iguala-se à biomassa dos consumidores

2. No início de um processo de sucessão em uma rocha nua, é fundamental o papel de organismos que
produzem ácidos e que, gradualmente, abrem fendas nas superfícies das rochas. Por acúmulo de
poeiras carregadas pelos ventos, forma-se, então, solo simples, que favorecerá a colonização por
outros seres vivos. Os organismos que favorecem a abertura das fendas são:
a) Algas verdes.
b) Capins.
c) Liquens.
d) Musgos.
e) Samambaias.

3. Considere dois ecossistemas fluviais, ambos em estágio inicial de sucessão, sendo um deles (I)
altamente poluído por detritos orgânicos biodegradáveis e o outro (II) totalmente livre de qualquer tipo
de poluição. A relação P/R (P = produção primária bruta e R = respiração) da comunidade é,
provavelmente:
a) igual a 1 em ambos os ecossistemas;
b) menor que 1 em ambos os ecossistemas;
c) maior que 1 em ambos os ecossistemas;
d) menor e maior que 1 em (I) e (II), respectivamente;
e) maior e menor que 1 em (I) e (II), respectivamente.

4. As queimadas, comuns na estação seca em diversas regiões brasileiras, podem provocar a destruição
da vegetação natural. Após a ocorrência de queimadas em uma floresta, é CORRETO afirmar que:
a) com o passar do tempo, ocorrerá sucessão primária.
b) após o estabelecimento dos líquens, ocorrerá a instalação de novas espécies.
c) a comunidade clímax será a primeira a se restabelecer.
d) somente após o retorno dos animais é que as plantas voltarão a se instalar na área queimada.
e) a colonização por espécies pioneiras facilitará o estabelecimento de outras espécies.

8
Biologia

5. Uma pesquisadora deseja reflorestar uma área de mata ciliar quase que totalmente desmatada. Essa
formação vegetal é um tipo de floresta muito comum nas margens de rios dos cerrados no Brasil
central e, em seu clímax, possui vegetação arbórea perene e apresenta dossel fechado, com pouca
incidência luminosa no solo e nas plântulas. Sabe-se que a incidência de luz, a disponibilidade de
nutrientes e a umidade do solo são os principais fatores do meio ambiente físico que influenciam no
desenvolvimento da planta. Para testar unicamente os efeitos da variação de luz, a pesquisadora
analisou, em casas de vegetação com condições controladas, o desenvolvimento de plantas de 10
espécies nativas da região desmatada sob quatro condições de luminosidade: uma sob sol pleno e as
demais em diferentes níveis de sombreamento. Para cada tratamento experimental, a pesquisadora
relatou se o desenvolvimento da planta foi bom, razoável ou ruim, de acordo com critérios específicos.
Os resultados obtidos foram os seguintes:

Para o reflorestamento da região desmatada


a) a espécie 8 é mais indicada que a 1, uma vez que aquela possui melhor adaptação a regiões com
maior incidência de luz.
b) recomenda-se a utilização de espécies pioneiras, isto é, aquelas que suportam alta incidência de
luz, como as espécies 2, 3 e 5.
c) sugere-se o uso de espécies exóticas, pois somente essas podem suportar a alta incidência
luminosa característica de regiões desmatadas.
d) espécies de comunidade clímax, como as 4 e 7, são as mais indicadas, uma vez que possuem boa
capacidade de aclimatação a diferentes ambientes.
e) é recomendado o uso de espécies com melhor desenvolvimento à sombra, como as plantas das
espécies 4, 6, 7, 9 e 10, pois essa floresta, mesmo no estágio de degradação referido, possui
dossel fechado, o que impede a entrada de luz.

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Biologia

6. Vários eventos caracterizam a evolução de uma comunidade biológica durante uma sucessão ecologia.
Assinale a alternativa que contém o conjunto correto desses eventos.
a) Modificações no microclima de uma comunidade em sucessão causam diminuição da diversidade
biológica a aumento da biomassa.
b) O aumento da biodiversidade biológica de uma comunidade em sucessão leva ao aumento da
biomassa e, à medida que as novas comunidades se sucedem, ocorrem modificações no
microclima.
c) O aumento da biomassa da comunidade em sucessão leva ao aumento da diversidade biológica
e à estabilização do microclima.
d) O aumento da diversidade biológica causa modificações no microclima de uma comunidade em
sucessão, o que determina a diminuição da sua biomassa.
e) A estabilização do microclima e da biomassa determina o aumento da diversidade biológica de
uma comunidade em sucessão.

7. Sucessão ecológica é o nome dado a uma série de mudanças que ocorrem nas comunidades de um
determinado ecossistema. Sobre a sucessão primária, marque a alternativa correta:
a) A sucessão primária ocorre em uma área que já foi ocupada por uma comunidade anteriormente.
b) A sucessão primária pode acontecer em áreas desmatadas, por exemplo.
c) A sucessão primária ocorre em ambientes estéreis, onde nunca houve a ocupação por seres vivos.
d) A sucessão primária é o último estágio da sucessão ecológica.
e) A sucessão primária apresenta uma alta produtividade líquida, assim como grande biodiversidade.

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Biologia

8. A figura mostra uma antiga área de cultivo em processo de recuperação ambiental. Já os gráficos
representam alterações que ocorrem nessa área durante o processo de recuperação.

Durante o processo de sucessão secundária da área, em direção ao estabelecimento de uma


comunidade clímax florestal, os gráficos que representam o número de espécies de gramíneas, a
biomassa, o número de espécies de arbustos e a diversidade de espécies são, respectivamente:
a) II, III, III e II.
b) III, I, III e II.
c) II, I, III e II.
d) I, III, II e I.
e) I, III, I e III.

8
Biologia

9. Analise a figura.

A figura mostra a quantidade de líquens e capim no solo ao passar do tempo. Na fase 1 não há líquens
e nem capim, somente o solo. Na fase 2 há a presença de alguns líquens; na fase 3 há a presença de
alguns líquens e capim e, na fase 4 há a presença de muito capim no solo.

A figura mostra o processo de ocupação do solo em uma área dos pampas gaúchos. Considerando a
sucessão ecológica, é correto afirmar que:
a) na fase 2 temos a sucessão secundária uma vez que, na 1, teve início a sucessão primária.
b) ocorre maior competição na fase 3 que na 4, uma vez que capins e liquens habitam a mesma área.
c) após as fases representadas, ocorrerá um estágio seguinte, com arbustos de pequeno porte e,
depois, o clímax, com árvores.
d) depois do estabelecimento da fase 4 surgirão os primeiros animais, dando início à sucessão
zoológica.
e) a comunidade atinge o clímax na fase 4, situação em que a diversidade de organismos e a
biomassa tendem a se manter constantes.

10. No quadro estão apresentadas informações sobre duas estratégias de sobrevivência que podem ser
adotadas por algumas espécies de seres vivos:

Na recuperação de uma área desmatada deveriam ser reintroduzidas primeiramente as espécies que
adotam qual estratégia?

8
Biologia

a) Estratégia 1, pois essas espécies produzem descendentes pequenos, o que diminui a competição
com outras espécies.
b) Estratégia 2, pois essas espécies têm uma longa duração da vida, o que favorece a produção de
muitos descendentes.
c) Estratégia 1, pois essas espécies apresentam um elevado potencial biótico, o que facilita a rápida
recolonização da área desmatada.
d) Estratégia 2, pois essas espécies estão adaptadas a hábitats mais estáveis, o que corresponde ao
ambiente de uma área desmatada.
e) Estratégia 2, pois essas espécies apresentam um tamanho populacional constante, o que propicia
uma recolonização mais estável da área desmatada

Sua específica é biológicas e quer continuar estudando esse assunto?


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8
Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Comunidade é um conjunto de organismos de diferentes espécies que ocupam um mesmo ambiente, no


mesmo tempo e espaço.

2. Produtividade primária bruta é tudo aquilo que é produzido em um ambiente (fotossíntese); já a


produtividade primária líquida é o resultado da bruta menos os gastos do ambiente (respiração).

3. É quando a comunidade atinge a estabilidade: com um número estável de organismos e não sofre tanto
com variações das condições climáticas, apresentando uma alta matéria orgânica.

4. Sucessão primária é quando se tem a ocupação de um ambiente novo, estéril (que nunca foi ocupado
antes); já a sucessão secundária é quando ocorre ocupação de um ambiente que já havida sido habitado
antes (ex.: área de pasto ou ambiente após uma queimada onde é feito um replantio, ou mesmo o cerrado
após sofrer com as queimadas, recuperando sua vegetação).

5. A comunidade pioneira é formada pelos primeiros organismos que se instalam em uma região. Exemplos
são os líquens e musgos. As espécies pioneiras apresentam crescimento e amadurecimentos rápidos,
fácil dispersão e brotos que são intolerantes à sombra: são resistentes e sobrevivem à condições difíceis.

Exercícios de vestibulares

1. B
Na comunidade clímax, a produção exercida através da fotossíntese terá que ser igual ao consumo
exercido principalmente pela respiração, ou seja, tudo que foi produzido pela comunidade foi consumido.

2. C
Os líquens como constituintes da comunidade pioneira, colonizará a rocha e permitirá que outras
espécies tenham a oportunidade de colonizar a região, criando um pequeno solo que já permitirão o
estabelecimento de outros seres.

3. D
Na situação I, com o aumento da matéria orgânica, há o aumento dos decompositores aumentando
assim a respiração no corpo d’água. Já em ambientes com pouca ou nenhuma poluição, o processo
sucessional se dá com a fotossíntese em maior taxa do que a respiração.

4. E
No processo sucessional, a colonização por espécies pioneiras permitirá ter condições necessárias para
o estabelecimento de espécies de comunidade clímax ao longo do tempo.

8
Biologia

5. B
Regiões desmatadas carecem de cobertura foliar, havendo então alto índice de incidência solar. Sendo
assim, no início do reflorestamento, as plantas precisam aguentar essa incidência, permitindo então a
posterior colonização por novas plantas, menos resistentes.

6. B
No processo sucessional, as condições criadas pela comunidade pioneira permitem o aumento da
biodiversidade biológica e o aumento da biomassa. Conforme o estabelecimento das novas
comunidades, o microclima mudará.

7. C
A sucessão primária ocorre em ambientes que não foram ocupados por uma comunidade anteriormente.
Neste caso, os primeiros seres a estarem iniciando o processo sucessional seriam os líquens e musgos.

8. E
Os gráficos I e III mostram como a comunidade poderá crescer ao longo do tempo em um processo em
que já havia uma comunidade anterior, sofrendo um processo sucessional secundário.

9. E
Neste caso a comunidade clímax é onde permitirá o maior número de espécies para o ambiente, situação
descrita na fase 4.

10. C
A estratégia 1 (estratégia r) com seu elevado potenciado potencial biótico permite grande número de
prole, o que favorece a recolonização da área desmatada.

8
Filosofia

Política de Aristóteles

Objetivos
Você aprenderá a relação entre ética e política na filosofia aristotélica, além de conceitos básicos como
eudaimonia, finalidade, mediania, justiça distributiva e comutativa e, por fim, as seis formas de governo
apresentadas por Aristóteles.

Se liga
Você pode assistir ao vídeo com o mapa mental dessa aula clicando aqui.

Curiosidade
Para formular a sua teoria política, Aristóteles enumerou e consultou 158 constituições de cidades ou países
diferentes, procurando estabelecer os pontos fortes e fracos, bem como determinar a natureza do governo
em cada uma delas.

Teoria

Ética e Política em Aristóteles


Além de sua crítica à Teoria das Ideias, Aristóteles também se destacou
por suas contribuições no campo da ética, tendo sido o criador daquela
perspectiva que ficou conhecida como eudaimonismo (de “eudaimonia”,
“felicidade” em grego) ou teleologismo (de “télos”, “finalidade” em
grego).
Para Aristóteles, a ética é a ciência responsável por determinar o que é uma
boa conduta humana. No entanto, o que é o bem? O bem é a finalidade de algo, o seu objetivo natural, o seu
“télos”. Assim, bom é tudo aquilo que cumpre a sua finalidade, a sua função. Um bom lápis é aquele que
escreve bem, pois essa é sua finalidade. Por outro lado, uma festa muito
bonita, mas que não diverte ninguém, é uma festa ruim, pois divertir é a
finalidade das festas. Segundo Aristóteles, o homem foi feito para ser
feliz. Felicidade aqui, porém, não se confunde com prazer ou alegria
passageira. Felicidade consiste em uma vida com sentido. Consiste na
satisfação plena da vontade humana, na realização de nossa própria
natureza, de nosso próprio ser – ainda que passando por problemas e
adversidades. Como, porém, determinar o que é uma vida feliz?

1
Filosofia

Para o filósofo, o que indica a finalidade de algo é a sua própria essência, a sua
própria natureza. Assim, sabemos que o “télos” do olho é ver, pois a natureza dos
globos oculares nos indica. A razão, a capacidade de pensar, é a nossa natureza,
é o que nos distingue. Portanto, uma boa vida humana, uma vida feliz, é uma vida
racional, uma vida regulada pela razão.

Na prática, segundo Aristóteles, uma vida racional é


essencialmente uma vida equilibrada. Um homem
racional não se dá aos extremos, mas, pelo contrário,
sempre age na justa medida, na mediania. Isso é
bem claro quando se faz uma análise das virtudes. A
coragem, por exemplo, que é a capacidade de
enfrentar o perigo, está entre o vício, que consiste na
sua ausência, isto é, a covardia, e aquele que
consiste no seu excesso, ou seja, a temeridade. A
sinceridade, virtude daquele que estima e dissemina
a verdade, está entre o vício que é sua falta, a
falsidade, e aquele que é de excesso, a indiscrição.
E como isso está relacionado com política? Ora, profundamente, pois para Aristóteles, a política era
uma espécie de continuação da ética, onde se estendia a noção de felicidade para a comunidade.
Aristóteles acreditava que a formação da sociedade é natural. Para ele, o homem é um animal político,
pois necessita estar entre semelhantes para desenvolver as suas potencialidades. Como faz parte da
natureza humana, a sociedade deve ser guiada pelo mesmo fim que guia o homem, qual seja, o bem.
Assim, a política se constitui numa relação de complementaridade com a ética, já que as duas buscam
o bem, seja do indivíduo ou do grupo social. O grupo tem, inclusive, precedência sobre o sujeito, já que
este não é autossuficiente, já que a sociedade não se dissolve por causa da ausência de um indivíduo.
E qual a forma adequada à natureza humana para o pensador?
A pólis. Já que o homem é um animal social, então a pólis é
parte da sua natureza. Sem a pólis, o humano não alcança
condição natural completa de animal político. Assim,
constituída por um impulso natural, a sociedade deve ser
organizada conforme essa mesma natureza humana. O que
deve guiar, então, a organização de uma sociedade? A busca
de determinado bem, correspondente aos anseios dos
indivíduos que a organizam.

2
Filosofia

Estando profundamente relacionadas, a ética e a política em Aristóteles mobilizam a virtude da justiça.


Tida como a maior de todas as virtudes, a justiça é a atitude projetada nos outros, mais que em si. O que
protege um conjunto de indivíduos mais importante do que o que protege um membro dessa sociedade.
Por isso, dos vícios, a injustiça é o maior, pois corrói o tecido social. O filósofo enfatiza o papel fundamental
da educação para preparar os indivíduos para a vida em comunidade, propiciando o encontro e a philia
(amizade). A verdadeira amizade é inseparável da justiça, e ambas se complementam, formando a unidade
que precisa existir na cidade. Justo é distribuir o que é devido a cada um, ou seja, o que cada um merece,
dado que os indivíduos são diferentes, e seria injusto dar coisas iguais a pessoas desiguais. Essa é a
justiça distributiva, que leva em conta o mérito das pessoas. Há, entretanto, outro tipo de justiça, a saber:
a justiça comutativa, cujo objetivo é corrigir os possíveis erros da justiça distributiva, restabelecendo a
equidade. Nesse sentido, mesmo que as pessoas sejam desiguais no mérito, cada um deve ter o
necessário para sua vida, e a cidade precisa impedir a má distribuição de riquezas e oportunidades.
Sendo a arte responsável pela administração da vida social, a política deve sempre ter como finalidade, de
acordo com Aristóteles, o bem comum. Quando o governante promove o bem comum, seu governo,
independentemente da forma específica de que se revista, é justo e bom. Se, ao contrário, o governante
busca seu próprio bem ou de outros particulares, seu governo é mau e injusto.
Em sua obra A Política, Aristóteles define seis formas de
governo, três delas justas e três corrompidas.
Comecemos pelas justas: 1) a monarquia, que consiste
no governo de um sobre os demais, visando o bem
comum; 2) a aristocracia, que consiste no governo de
um reduzido número de homens (os melhores) sobre os
demais, visando o bem comum; 3) a politeia, que
consiste no governo da massa, visando o bem comum.
Quando essas formas de governo deixam de atender ao
interesse geral, elas se tornam corrompidas ou
degeneradas, conforme a seguir: 1) a monarquia se
corrompe em tirania, que consiste no exercício do poder
de forma arbitrária, visando os interesses realeza; 2) a
aristocracia se corrompe em oligarquia, que consiste no
governo de poucos, visando os interesses dos ricos; 3)
a politeia se corrompe em democracia, que consiste no
governo da massa, visando unicamente os interesses
dos pobres.

3
Filosofia

Exercícios de fixação

1. Como ficou conhecida a teoria ética de Aristóteles?

2. O que é o bem para Aristóteles?

3. Em que consiste a mediania?

4. Explique as noções de justiça distributiva e comutativa.

5. Explique a diferença entre as seis formas de governo propostas por Aristóteles.

4
Filosofia

Exercícios de vestibulares

1. Aristóteles, na obra Etica a Nicômaco, procura o fim último de todas as atividades humanas, uma vez
que tudo o que fazemos visa alcançar um bem, ou o que nos parece ser um bem. Pergunta-se, então,
pelo “sumo bem”, aquele que em si mesmo é um fim, e não um meio para o que quer que seja. Para
Aristóteles, na Ética a Nicômaco, o sumo bem está
a) na honra.
b) na riqueza.
c) na fama.
d) na vida feliz.
e) na lealdade.

2. O termo injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas ambiciosas (no
sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal forma que as cumpridoras
da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e
iníquo.
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural: 1996 (adaptado).

Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma ação justa quando ela observa o
a) compromisso com os movimentos desvinculados da legalidade.
b) benefício para o maior número possível de indivíduos.
c) interesse para a classe social do agente da ação.
d) fundamento na categoria de progresso histórico.
e) princípio de dar a cada um o que lhe é devido.

3. Durante a maior parte da história da humanidade, o bem-estar e o interesse dos governantes têm
predominado sobre o bem-estar e o interesse dos governados. Os gregos foram os primeiros a
experimentar a democracia, isto é, regime político em que os cidadãos são livres e o governo é exercido
pela coletividade para atender ao bem-estar e ao interesse de todos, e não só de alguns.

Aristóteles refletiu sobre essa experiência e concluiu que a finalidade da atividade política é
a) evitar a injustiça e permitir aos cidadãos serem virtuosos e felizes.
b) impor a todos um pensamento único para evitar a divisão da sociedade.
c) preparar os cidadãos como bons combatentes para conquistarem outros povos.
d) habituar os seres humanos a obedecer.
e) agradar aos deuses.

5
Filosofia

4. “Uma conclusão idêntica parece resultar da noção de que a felicidade é auto-suficiente. Quando
falamos em auto-suficiente não queremos aludir àquilo que é suficiente apenas para um homem
isolado, para alguém que leva uma vida solitária, mas também para seus pais, filhos, esposa e, em geral,
para seus amigos e concidadãos, pois o homem é por natureza um animal social.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômacos. Trad. Mário Gama Cury. Brasília: EDUNB, 2001. p.23.

A partir do fragmento acima, e do entendimento da obra, pode-se afirmar que a felicidade está
a) no homem porque ele é a medida de todas as coisas.
b) para além do ser porque não o homem, mas, Deus é a medida suprema de todas as coisas.
c) no comum dos homens, pois é no meio dos homens que existem as normas para as suas ações.
d) na aquisição de prazer, de riqueza e de honrarias.
e) em Deus porque somente nele encontra-se o fim da inquietude humana.

5. “Na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os
cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios – esses tipos de vida são
desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais, tampouco devem ser agricultores os
aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à
prática das atividades políticas”.
(ARISTÓTELES, Política).

Considerando o texto do filósofo citado, é correto afirmar sobre a cidadania na Grécia Antiga:

a) A democracia Espartana era excludente, pois somente a aristocracia ociosa teria direito à
cidadania;
b) As classes laborais eram as mais valorizadas nas cidades-estado gregas e o ócio era punido com
severidade;
c) O exercício da cidadania em Atenas era reservado aos homens livres e maiores nascidos de pais
atenienses, sendo a política reservada para os ociosos;
d) As práticas de esportes, por serem os homens mais fortes, era um diferencial para os escravos
atenienses;
e) Como as mulheres não se dedicavam aos trabalhos de comércio e agricultura podiam se dedicar
à participação política em pé de igualdade com os homens gregos.

6
Filosofia

6. “Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo o mais é
desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo bem. Mas não
terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é, esforcemo-nos por
determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das ciências ou faculdades
constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à arte mais prestigiosa e que mais
verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política mostra ser dessa natureza, pois é ela
que determina quais as ciências que devem ser estudadas num Estado, quais são as que cada cidadão
deve aprender, e até que ponto; e vemos que até as faculdades tidas em maior apreço, como a
estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências
e, por outro lado, legisla sobre o que devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência
deve abranger as das outras, de modo que essa finalidade será o bem humano.”
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

7. Com base nos conhecimentos sobre o pensamento político de Aristóteles, é correto afimar.
a) A reflexão aristotélica estabelece uma clara separação entre política e ética, uma vez que a parte
(vida individual) não pode se confundir com o todo (comunidade política).
b) A lei, para Aristóteles, como expressão política da ordem natural e, portanto, intimamente ligada à
justiça, é o princípio que rege a ação dos homens na pólis.
c) Aristóteles sustenta que cada homem, por sua liberdade natural, sempre age tendo em vista algo
que lhe parece ser um bem, alcançando sua perfeição pela satisfação de suas paixões e
necessidades individuais.
d) O conceito de felicidade a que, segundo Aristóteles, visa individualmente a ação humana, está
desvinculado do conceito de justiça como um exercício político orientado ao bem comum.
e) Na concepção política de Aristóteles, torna-se evidente que a idéia de bom governo, de regime
justo e de cidade boa depende da tripartição dos poderes.

7
Filosofia

8. Para Aristóteles “o homem é por natureza um animal político”, isto é, um ser vivo (zoon) que, por sua
natureza (physei), é feito para a vida da cidade (bios politikós, a comunidade política). Essa definição
revela a intenção teleológica do filósofo na caracterização do sentido último da vida do homem: o viver
na polis, onde o homem se realiza como cidadão (politai) manifestando, no termo de um processo de
constituição de sua essência, a sua natureza.

Sobre a natureza política do ser humano, de acordo com o pensamento de Aristóteles, não é correto
afirmar que:
a) O “zoon politikon” não deve ser compreendido como “animal socialis” da tradução latina. Este
desvio semântico resultou num sentido alargado do termo grego que acabou se identificando com
o social. Para Aristóteles, o social significava mais o instinto gregário, algo que os homens
compartilham com algumas espécies de animais.
b) O simples viver junto, em sociedade, não caracteriza a destinação última do homem: a
“politicidade”. A verdadeira vida humana deve almejar a organização política, que é uma forma
superior. A partir da compreensão da natureza do homem determinados aspectos da vida social
adquirem um estatuto eminentemente político, tais como: a noção de governo, de dominação, de
liberdade, de igualdade, do que é comum, do que é próprio, entre outras.
c) Aristóteles acreditava que a sociedade nascia de um consenso, e que, portanto, não era natural, a
despeito da natureza política do homem. Isso implica em que, o homem poderia viver fora da
comunidade política.
d) Entre os filósofos contemporâneos, Marx é um daqueles que faz referência explicita ao
pensamento aristotélico e a sua definição de homem como animal político, especialmente em Os
fundamentos da crítica da economia política escrito em 1857/1858.
e) Reconhecer a natureza política do homem é, para Aristóteles, uma forma de publicizar a ética de
forma a considerá-la como uma instância de governo das relações sociais que tem sempre em
vista o Bem coletivo.

8
Filosofia

9. Alguns julgam que a grandeza de uma cidade depende do número dos seus habitantes, quando o que
importa é prestar atenção à capacidade, mais do que ao número de habitantes, visto que uma cidade
tem uma obra a realizar. [. . . ] A cidade melhor é, necessariamente, aquela em que existe uma
quantidade de população suficiente para viver bem numa comunidade política. [...] resulta evidente,
pois, que o limite populacional perfeito é aquele que não excede a quantidade necessária de indivíduos
para realizar uma vida auto-suficiente comum a todos. Fica, assim, determinada a questão relativa à
grandeza da cidade.
(ARISTÓTELES, Política 1326b6-25 Edição bilíngue. Tradução e notas de António C. Amaral e Carlos C. Gomes.
Lisboa: Vega, 1998. p. 495- 499.)

Com base no texto e considerando o papel da cidade estado (pólis) no pensamento ético-político de
Aristóteles, assinale a alternativa correta.
a) As dimensões da pólis determinam a qualidade de seu governo: quanto mais cidadãos, maior e
melhor será a sua participação política.
b) A pólis não é natural, por isso é importante organizá-la bem em tamanho e quantidade de cidadãos
para que a sociedade seja autossuficiente.
c) O ser humano, por ser autossuficiente, pode prescindir da pólis, pois o bem viver depende mais do
indivíduo que da sociedade.
d) A pólis realiza a própria obra quando possui um número suficiente de cidadãos que possibilite o
bem viver.
e) O ser humano, como animal político, tende a realizar-se na pólis, mesmo que esta possua
quantidade excessiva de cidadãos.

9
Filosofia

10. A sabedoria do amo consiste no emprego que ele faz dos seus escravos; ele é senhor, não tanto porque
possui escravos, mas porque deles se serve. Esta sabedoria do amo nada tem, aliás, de muito grande
ou de muito elevado; ela se reduz a saber mandar o que o escravo deve saber fazer. Também todos
que a ela se podem furtar deixam os seus cuidados a um mordomo, e vão se entregar à política ou à
filosofia.
(Aristóteles. A política, s/d. Adaptado.)

O filósofo Aristóteles dirigiu, na cidade grega de Atenas, entre 331 e 323 a.C., uma escola de filosofia
chamada de Liceu. No excerto, Aristóteles considera que a escravidão.
a) é um empecilho ao florescimento da filosofia e da política democrática nas cidades da Grécia.
b) permite ao cidadão afastar-se de obrigações econômicas e dedicar-se às atividades próprias dos
homens livres.
c) facilita a expansão militar das cidades gregas à medida que liberta os cidadãos dos trabalhos
domésticos.
d) é responsável pela decadência da cultura grega, pois os senhores preocupavam-se somente em
dominar os escravos.
e) promove a união dos cidadãos das diversas pólis gregas no sentido de garantir o controle dos
escravos.

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10
Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Aristóteles se destacou, sobretudo, por suas contribuições no campo da ética, tendo sido o criador
daquela perspectiva que ficou conhecida como eudaimonismo (de “eudaimonia”, “felicidade” em grego)
ou teleologismo (de “télos”, “finalidade” em grego).

2. Aristóteles se destacou, sobretudo, por suas contribuições no campo da ética, tendo sido o criador
daquela perspectiva que ficou conhecida como eudaimonismo (de “eudaimonia”, “felicidade” em grego)
ou teleologismo (de “télos”, “finalidade” em grego). Segundo Aristóteles, o homem, por exemplo, foi feito
para ser feliz.

3. Segundo Aristóteles, uma vida racional é essencialmente uma vida equilibrada. Um homem racional não
se dá aos extremos, mas, pelo contrário, sempre age na justa medida, na mediania. Desse modo, a
mediania é o meio-termo entre os vícios e as virtudes.

4. Para Aristóteles, justo é distribuir o que é devido a cada um, ou seja, o que cada um merece, dado que os
indivíduos são diferentes, e seria injusto dar coisas iguais a pessoas desiguais. Essa é a justiça
distributiva, que leva em conta o mérito das pessoas. Há, entretanto, outro tipo de justiça, a saber: a
justiça comutativa, cujo objetivo é corrigir os possíveis erros da justiça distributiva, restabelecendo a
equidade.

5. Em sua obra A Política, Aristóteles define seis formas de governo, três delas justas e três corrompidas.
Comecemos pelas justas: 1) a monarquia, que consiste no governo de um sobre os demais, visando o
bem comum; 2) a aristocracia, que consiste no governo de um reduzido número de homens (os melhores)
sobre os demais, visando o bem comum; 3) a república, que consiste no governo da multidão, visando o
bem comum. Quando essas formas de governo deixam de atender ao interesse geral, elas se tornam
corrompidas ou degeneradas, conforme a seguir: 1) a monarquia se corrompe em tirania, que consiste
no exercício do poder de forma arbitrária, visando os interesses realeza; 2) a aristocracia se corrompe
em oligarquia, que consiste no governo de poucos, visando os interesses dos ricos; 3) a república se
corrompe em democracia (note-se que Aristóteles usa demagogia e democracia como sinônimos), que
consiste no governo da multidão, visando unicamente os interesses dos pobres.

Exercícios de vestibulares

1. D
Na obra citada pelo texto da questão, Aristóteles defende que a eudaimonia é a finalidade da vida e de
todas as ações humanas, ou seja, todas as atividades humanas seriam motivadas pela busca da
eudaimonia, que em grego é o equivalente à “felicidade”. A questão, no entanto, não traz textos ou
análises de casos a partir dos quais o aluno possa identificar o conceito cobrado ou levantar reflexões
sobre o mesmo, fazendo com que, para respondê-la, precise fazer uso apenas da memorização.

11
Filosofia

2. C
Para Aristóteles, o “Estado” ou comunidade política é de origem natural, desenvolve-se temporalmente a
partir das famílias e tem como papel promover o aperfeiçoamento de seus membros, tanto do ponto de
vista moral quanto intelectual. Em relação à organização propriamente dita do Estado, Aristóteles
reconhece a existência de várias possibilidades, tanto aquela que permite ampla participação popular, a
democracia, quanto outras mais restritas.

3. A
Na filosofia política aristotélica, o papel da comunidade política é promover o bem comum. Na prática,
isso significa induzir, na medida de suas forças, o aperfeiçoamento de todos os seus membros, tanto do
ponto de vista moral quanto intelectual.

4. C
Segundo Aristóteles, todo homem foi feito para a felicidade, para ser feliz. Tal felicidade, entretanto, não
se confunde com o prazer, que é um bem passageiro, mas é antes um estado de espírito, uma certa
disposição de ânimo que se caracteriza por uma satisfação duradoura, através do reto uso da razão.
Como, por sua vez, o homem é um ser social, esta felicidade não se dá solitariamente, mas só pode ser
alcançada no interior da vida em comunidade.

5. C
A alternativa C está correta: “O exercício da cidadania em Atenas era reservado aos homens livres e
maiores nascidos de pais atenienses, sendo a política reservada para os ociosos”. Segundo Aristóteteles,
para exercer a atividade política, um cidadão precisava, primeiramente, ter posses e rendas suficientes
para dispor de tempo livre (scholé para os gregos, otium para os romanos). Para além das distrações
banais, esse tempo deveria ser empregado no estudo, pois a instrução, isto é, o desenvolvimento
intelectual, é umas das condições para o bom desempenho na política.

6. C
Para Aristóteles, o homem é animal político, naturalmente social. Ou seja, na visão aristotélica, os
indivíduos devem sempre viver em função de suas respectivas comunidades, subordinando seus
interesses particulares ao bem comum. Igualmente, as diversas ciências particulares devem ser
subordinadas à ciência política.

7. B
Segundo Aristóteles, o homem é um ser naturalmente político e social. Por isso, sua visão política é
essencialmente comunitária. Segundo ele, a sociedade não é um conjunto de átomos isolados, mas um
conjunto orgânico em que todas as partes devem sacrificar-se pelo comum. A virtude que regula essa
relação entre os homens na comunidade política é a justiça.

8. C
Na perspectiva aristotélica, o homem é naturalmente um ser social e naturalmente um ser político. Essas
duas realidades são indissociáveis, isto é, não basta reconhecer que o homem tem um instinto gregário,
uma inclinação à convivência (isso outros animais também possuem), é preciso notar que o homem tem
uma tendência a viver em comunidades politicamente organizadas.

12
Filosofia

9. D
Um número não excessivo de cidadãos proporciona ao governo conhecer os possíveis problemas na
cidade e solucioná-los, além de uma boa formação para a cidadania e, consequentemente, uma vida
digna de seres sociais. Uma pólis populosa faria perder as dimensões dos problemas e dificultaria a
qualidade da formação dos cidadãos.

10. B
Para o choque de muitos na atualidade, Aristóteles defendia que a escravidão não só era algo justo, como
também algo natural. Segundo ele, existem homens que nascem naturalmente superiores, destinados a
mandar, e homens que nascem naturalmente inferiores, destinados a obedecer. A função dos homens
inferiores é servir economicamente aos superiores, a fim de que estes possam se dedicar às tarefas mais
elevadas.

13
Física

Movimento Circular Uniforme

Objetivo
Aprender a descrição de um movimento circular uniforme, teoricamente e matematicamente.

Se liga
Você pode assistir a esta aula para aprimorar ainda mais seu conhecimento sobre esse conteúdo. Caso não
seja direcionado, procure na biblioteca pela aula “Movimento circular uniforme”.

Curiosidade
Para aprender esse movimento, é necessário ter conhecimento bem sólido de MU e MVU.

Teoria

Uma partícula está em movimento circular e uniforme (MCU) quando descreve uma trajetória circular,
percorrendo arcos de comprimentos (∆s) iguais em iguais intervalos de tempo (∆t), quaisquer que sejam
esses intervalos. Evidentemente, a partícula em MCU também varre ângulos (∆φ) iguais em intervalos de
tempo iguais.

Fonte: Tópicos de Física – Vol.2 – 12ª Ed. 2012.

Em outras palavras, podemos escrever:


Movimento circular e uniforme (MCU) é todo movimento de trajetória circular em que a velocidade escalar,
linear ou angular, é constante e diferente de zero.
v = constante ¹ 0

1
Física

w = constante ¹ 0
Exemplos importantes de MCU são os movimentos de vários satélites artificiais que giram em torno da Terra:

Ilustração com tamanhos e distâncias fora de escala. Fonte: Tópicos de Física – Vol.2 – 12ª Ed. 2012.

Período e frequência
O MCU é um movimento periódico, isto é, todas as suas características se repetem em iguais intervalos de
tempo. Cada intervalo corresponde ao tempo que a partícula leva para completar uma volta. Esse tempo
denomina-se período do MCU e é simbolizado por T.

Período (T) de um MCU é o intervalo de tempo decorrido durante uma volta de uma dada partícula.

Outra grandeza referente ao MCU é a frequência, simbolizada por f.


Suponha, por exemplo, que uma partícula complete uma volta em 0,1 s. Esse valor é o período (T) do
movimento. Quantas voltas ela completa na unidade de tempo, no caso, 1 s? Efetuando o cálculo, percebemos
que ela completa dez voltas por segundo.
Dizemos, então, que essa é a sua frequência (f): f = 10 voltas/s
Assim, definimos:
A frequência (f) do movimento circular e uniforme executado por uma partícula é o número de voltas que
essa partícula efetua por unidade de tempo. Assim, se a partícula efetua n voltas durante um intervalo de
tempo ∆t, sua frequência é dada por:
n
f =
∆t
Unidades:
Período [T] = s
Frequência [f] = Hz = s-1 = 1 rps (rotações por segundo).
Na prática, é muito comum medir frequência em rotações por minuto (rpm). Para fazer conversões entre as
unidades rpm e Hz, podemos usar a seguinte relação:

60 𝑟𝑜𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 60 𝑟𝑜𝑡𝑎çõ𝑒𝑠 𝑟𝑜𝑡𝑎çã𝑜


60 𝑟𝑝𝑚 = =  60 rpm = 1  60 rpm = 1 Hz
𝑚𝑖𝑛 60 𝑠 𝑠

2
Física

Enquanto a roda gigante gira, cada gôndola realiza um movimento circular praticamente uniforme. Nessa situação, o intervalo de
tempo em que uma gôndola completa uma volta é o período do movimento, e o número de voltas que ela completa por unidade de
tempo é a frequência.
Fonte: Tópicos de Física – Vol.2 – 12ª Ed. 2012.

Relação entre período e frequência


Para relacionar a frequência com o período, lembre-se de que:
𝑛
f=
∆𝑡

Se, nessa expressão, fizermos ∆t igual a um período (T), o número de voltas (n) será igual a 1. Assim, teremos:
𝑛 1 1
f= = f=
∆𝑡 𝑇 𝑇
Concluímos, então, que a frequência é igual ao inverso do período. Note que isso já era esperado, pois, quanto
mais tempo demora uma volta (maior período), menos voltas são completadas numa unidade de tempo
(menor frequência).

A Lua completa uma volta ao redor da Terra em aproximadamente 27 dias (períodos de translação). Nesse mesmo intervalo de
tempo, ela também completa uma rotação em torno de seu eixo (período de rotação). Em virtude dessa igualdade dos períodos de
translação e rotação da Lua, ela nos mostra sempre a mesma face. A outra face (face oculta) só ficou conhecida com o advento da
era espacial.
Fonte: Tópicos de Física – Vol.2 – 12ª Ed. 2012.

3
Física

Função horária do espaço angular


Considere uma partícula em movimento circular uniforme (MCU). Seja φ0 seu espaço angular inicial ou fase
inicial, isto é, o espaço angular ou fase no instante t0 = 0. Seja φ seu espaço angular ou fase num instante t
qualquer.

Fonte: Tópicos de Física – Vol.2 – 12ª Ed. 2012.

No MCU, a velocidade escalar média angular e a instantânea têm sempre o mesmo valor. Assim, podemos
escrever, no intervalo de t0 a t:
∆𝜑 𝜑 – 𝜑0
𝜔 = =
Δ𝑡 𝑡 – 𝑡0
𝜑 – 𝜑0
𝜔 = 𝑡
 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 𝑡

A expressão que acabamos de obter é a função horária do espaço angular. Observe que ela é muito parecida
com a função horária do espaço linear, que, evidentemente, continua válida e é dada por: s = s0 + v t.
A função horária do espaço angular pode ser obtida a partir da função horária do espaço linear, dividindo-se
todos os termos dessa última pelo raio (R) da circunferência. De fato, sendo: s = s0 + v t e dividindo os termos
𝑠 𝑠0 𝑉
por R: = + t, obtemos: 𝜑 = 𝜑0 + 𝜔 𝑡.
𝑅 𝑅 𝑅

Velocidade angular no MCU


Como já vimos, a velocidade escalar angular, tanto média como instantânea, no MCU, é dada por:
∆𝜑
𝜔 =
Δ𝑡

Se fizermos ∆t igual a um período (T), nesse intervalo de tempo a partícula completará uma volta, e ∆φ será
igual a 2π rad. Assim, teremos:
∆𝜑 2π 2π
𝜔 =
Δ𝑡
= 𝑇
 𝜔 = 𝑇
= 2𝜋 f

4
Física

No gráfico da velocidade escalar angular (𝝎) em função do tempo, a “área” A entre o gráfico e o eixo dos
tempos, calculada do instante t1 ao instante t2, expressa o deslocamento angular ∆𝜑 entre esses instantes:

𝐴 = 𝜔 Δ𝑡  𝐴 = ∆𝜑

Observe que essa propriedade é análoga àquela já usada nos Tópicos 2 e 3: no gráfico da velocidade escalar
linear (v) em função do tempo, a “área” fornece o deslocamento linear Δ𝑠.

5
Física

Exercícios de fixação

1. Uma serra circular possui 30 cm de diâmetro e opera com frequência máxima de 1200 rpm. Determine
a velocidade linear de um ponto na extremidade da serra.
Dado: 𝜋 = 3
a) 12 m/s
b) 14 m/s
c) 16 m/s
d) 18 m/s
e) 20 m/s

2. Um eucalipto encontra-se plantado perpendicularmente a uma superfície plana. A árvore é cortada junto
ao chão e leva 4s para deixar a posição vertical e ficar no chão na posição horizontal. Determine o valor
aproximado da velocidade angular média de queda desse eucalipto.
Dado: 𝜋 = 3,14
a) 0,30 rad/s
b) 0,40 rad/s
c) 0,50 rad/s
d) 0,56 rad/s
e) 0,70 rad/s

3. Um corpo em MCU consegue realizar 480 voltas no tempo de 120 segundos em torno de uma
circunferência de raio 0,5 m. De acordo com essas informações. Determine:
a) frequência e período.
b) Velocidade angular e velocidade escalar.

4. Uma roda d’água efetua 8 voltas em 25 segundos. Sabendo que o raio da roda d’água é de 0,5 m e
utilizando π = 3, determine a velocidade linear da roda em m/s.
a) 0,96 m/s
b) 0,85 m/s
c) 0,20 m/s
d) 0,50 m/s
e) 0,55 m/s

6
Física

5. Leia as afirmações a respeito do movimento dos satélites geoestacionários.


I. Todo satélite geoestacionário possui período de rotação de 86400 segundos;
II. A frequência de rotação de um satélite geoestacionário é de aproximadamente 0,0417 rotações
por hora;
III. A velocidade linear de um satélite geoestacionário é determinada em função do raio da Terra.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II
b) II e III
c) I e III
d) I, II e III
e) Apenas III

7
Física

Exercícios de vestibulares

1. Na modalidade de arremesso de martelo, o atleta gira o corpo juntamente com o martelo antes de
arremessá-lo. Em um treino, um atleta girou quatro vezes em três segundos para efetuar um arremesso.
Sabendo que o comprimento do braço do atleta é de 80 cm, desprezando o tamanho do martelo e
admitindo que esse martelo descreve um movimento circular antes de ser arremessado, é correto
afirmar que a velocidade com que o martelo é arremessado é de:
a) 2,8 m/s
b) 3,0 m/s
c) 5,0 m/s
d) 6,4 m/s
e) 7,0 m/s

2. A figura abaixo representa um móvel m que descreve um movimento circular uniforme de raio R, no
sentido horário, com velocidade de módulo V.

Assinale a alternativa que melhor representa, respectivamente, os vetores velocidade V e aceleração


a do móvel quando passa pelo ponto I, assinalado na figura.

a)

b)

c)

d)

e)

8
Física

3. Em voos horizontais de aeromodelos, o peso do modelo é equilibrado pela força de sustentação para
cima, resultante da ação do ar sobre as suas asas.
Um aeromodelo, preso a um fio, voa em um círculo horizontal de 6 m de raio, executando uma volta
completa a cada 4 s.
Sua velocidade angular, em rad/s, e sua aceleração centrípeta, em m/s², valem, respectivamente,

a) π e 6π2 .

b) π 2 e 3 π 2 2.

c) π 2 e π2 4.

d) π 4 e π2 4.

e) π 4 e π2 16.

4. Um satélite geoestacionário encontra-se sempre posicionado sobre o mesmo ponto em relação à Terra.
Sabendo-se que o raio da órbita deste satélite é de 36 × 103 km e considerando-se π = 3, podemos dizer
que sua velocidade é:
a) 0,5 km/s.
b) 1,5 km/s.
c) 2,5 km/s.
d) 3,5 km/s.
e) 4,5 km/s.

5. Ainda que tenhamos a sensação de que estamos estáticos sobre a Terra, na verdade, se tomarmos
como referência um observador parado em relação às estrelas fixas e externo ao nosso planeta, ele
terá mais clareza de que estamos em movimento, por exemplo, rotacionando junto com a Terra em
torno de seu eixo imaginário. Se consideramos duas pessoas (A e B), uma deles localizada em Ottawa
(A), Canadá, (latitude 45 Norte) e a outra em Caracas (B), Venezuela, (latitude 10 Norte), qual a
relação entre a velocidade angular média (𝜔) e velocidade escalar média (v) dessas duas pessoas,
quando analisadas sob a perspectiva do referido observador?
a) 𝝎𝑨 = 𝝎𝑩 𝒆 𝒗𝑨 = 𝒗𝑩
b) 𝝎𝑨 < 𝝎𝑩 𝒆 𝒗𝑨 < 𝒗𝑩
c) 𝝎𝑨 = 𝝎𝑩 𝒆 𝒗𝑨 < 𝒗𝑩
d) 𝝎𝑨 > 𝝎𝑩 𝒆 𝒗𝑨 = 𝒗𝑩

9
Física

6. Maria brinca em um carrossel, que gira com velocidade constante. A distância entre Maria e o centro
do carrossel é de 4,0 m. Sua mãe está do lado de fora do brinquedo e contou 20 voltas nos 10 min
em que Maria esteve no carrossel. Considerando essas informações, CALCULE:
• A distância total percorrida por Maria.
• A velocidade angular de Maria, em rad s.
• O módulo de aceleração centrípeta de Maria.

A alternativa que indica esses valores, respectivamente é:


𝜋
𝑟𝑎𝑑
a) 𝑑 = 160 𝜋 𝑚; 𝜔 = 30 ; 𝑎𝑐 = 0,015𝜋² 𝑚/𝑠²
𝑠
𝜋
𝑟𝑎𝑑
b) 𝑑 = 160 𝜋 𝑚; 𝜔 = 15
; 𝑎𝑐 = 0,018𝜋² 𝑚/𝑠²
𝑠
𝜋
𝑟𝑎𝑑
c) 𝑑 = 180 𝜋 𝑚; 𝜔 = 15 ; 𝑎𝑐 = 0,018𝜋² 𝑚/𝑠²
𝑠
𝜋
𝑟𝑎𝑑
d) 𝑑 = 180 𝜋 𝑚; 𝜔 = 30
; 𝑎𝑐 = 0,015𝜋² 𝑚/𝑠²
𝑠
𝜋
𝑟𝑎𝑑
e) 𝑑 = 160 𝜋 𝑚; 𝜔 = 30 ; 𝑎𝑐 = 0,015𝜋² 𝑚/𝑠²
𝑠

7. Numa pista circular de diâmetro 200 m, duas pessoas se deslocam no mesmo sentido, partindo de
pontos diametralmente opostos da pista. A primeira pessoa parte com velocidade angular constante
de 0,010 rad/s, e a segunda parte, simultaneamente, com velocidade escalar constante de 0,8 m/s.
As duas pessoas estarão emparelhadas após (use π com duas casas decimais)
a) 18 minutos e 50 segundos
b) 19 minutos e 10 segundos
c) 20 minutos e 5 segundos
d) 25 minutos e 50 segundos
e) 26 minutos e 10 segundos

8. Segundo o modelo simplificado de Bohr, o elétron do átomo de hidrogênio executa um movimento


circular uniforme, de raio igual a 5,0 × 10-11 m, em torno do próton, com período igual a 2 × 10 -15 s.
Com o mesmo valor da velocidade orbital no átomo, a distância, em quilômetros, que esse elétron
percorreria no espaço livre, em linha reta, durante 10 minutos, seria da ordem de:
a) 102
b) 103
c) 104
d) 105

10
Física

9. Um caminhão de carga tem rodas dianteiras de raio R d = 50 cm e rodas traseiras de raio R t = 80 cm. Em
determinado trecho do trajeto plano e retilíneo, percorrido sem deslizar e com velocidade escalar
constante, a frequência da roda dianteira é igual a 10 Hz e efetua 6,75 voltas a mais que a traseira.

Considerando π  3, A velocidade escalar média do caminhão, em km h. e a distância percorrida por


ele nesse trecho do trajeto, respectivamente:
𝒌𝒎
a) 𝒗 = 𝟏𝟎𝟖 ; ∆𝑺𝑻 = 𝟓𝟒 𝒎
𝒉
𝒌𝒎
b) 𝒗 = 𝟏𝟎𝟖 ; ∆𝑺𝑻 = 𝟔𝟎 𝒎
𝒉
𝒌𝒎
c) 𝒗 = 𝟏𝟎𝟔 ; ∆𝑺𝑻 = 𝟓𝟒 𝒎
𝒉
𝒌𝒎
d) 𝒗 = 𝟏𝟎𝟔 ; ∆𝑺𝑻 = 𝟔𝟎 𝒎
𝒉
𝒌𝒎
e) 𝒗 = 𝟏𝟎𝟔 ; ∆𝑺𝑻 = 𝟓𝟐 𝒎
𝒉

10. Foi divulgado pela imprensa que a ISS (sigla em inglês para Estação Espacial Internacional) retornará
à Terra por volta de 2020 e afundará no mar, encerrando suas atividades, como ocorreu com a Estação
Orbital MIR, em 2001. Atualmente, a ISS realiza sua órbita a 350 km da Terra e seu período orbital é de
aproximadamente 90 minutos.
Considerando o raio da Terra igual a 6 400 km e π  3, pode-se afirmar que
a) ao afundar no mar o peso da água deslocada pela estação espacial será igual ao seu próprio peso.
b) a pressão total exercida pela água do mar é exatamente a mesma em todos os pontos da estação.
c) a velocidade linear orbital da estação é, aproximadamente, 27 x 10³ km/h.
d) ao reingressar na atmosfera a aceleração resultante da estação espacial será radial e de módulo
constante.

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.

11
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. D
O raio da serra é metade de seu diâmetro, sendo, portanto, de 15 cm ou 0,15m. O valor da frequência em
rpm pode ser dividido por 60 e transformado em Hz. Então, temos f = 20 Hz.
Da relação entre velocidade linear e velocidade angular, temos:
v=w.R
v = 2. π . f . R
v = 2 . 3 . 20 . 0,15
v = 18 m/s

2. B
Ao cair, o eucalipto descreve um arco de 90°, ou π/2 rad/s. A velocidade angular pode ser definida como
a razão entre o ângulo percorrido pelo intervalo de tempo. Sendo assim, temos:

w = ∆θ
∆t
w=π
2
4
w = π. 1
2 4
w = π – 0,40 rad/s
8

3. a) A frequência (f) do movimento é dada em unidade de tempo, de acordo com a divisão do número de
voltas pelo tempo gasto para executá-las.

O período (T) representa o intervalo de tempo para que o movimento se repita. Período e frequência são
grandezas inversamente proporcionais. A relação entre elas é estabelecida através da fórmula:

b) O primeiro passo para responder essa questão é calcular a velocidade angular do corpo.

12
Física

A velocidade escalar e angular são relacionadas a partir da fórmula a seguir.

4. A
A frequência da roda d'água é a razão do número de voltas pelo intervalo de tempo.

A velocidade linear é definida por meio de sua relação com a velocidade angular.

5. A
I. Verdadeira. O satélite geoestacionário gasta 24 h (86400s) para executar uma volta completa ao
redor da Terra.
II. Verdadeira. A frequência é determinada pelo inverso do período. A razão de 1 por 24 h resulta em
aproximadamente 0,0417.
III. Falsa. A velocidade linear do satélite geoestacionário é determinada em função do raio de sua
trajetória, e não em função do raio da Terra.

Exercícios de vestibulares

1. D
Δθ 4x2π
V = ωR = .R = x0,8 = 6, 4m / s .
Δt 3

2. C
No movimento circular uniforme (MCU), a velocidade é representada por um vetor tangente ao círculo em
cada ponto ocupado pelo móvel; com isso, apesar do módulo da velocidade permanecer constante, ao
longo do movimento o vetor velocidade altera sua direção e sentido, sendo, portanto, um movimento
acelerado, em que a aceleração é sempre perpendicular ao vetor velocidade, apontando para o centro da
curva, chamada de aceleração centrípeta. Assim, a alternativa correta é a C.

13
Física

3. B
A velocidade angular ω em rad s é:
2π 2π rad π
ω= =  ω = rad s
T 4s 2
E a aceleração centrípeta é calculada com:
2
π  3 π2
ac = ω2  R =  rad s   6 m  ac = m s2
 2  2

4. C
v = S/t
v = (2..r)/T
v = (2.3.36.103)/24
v = (216.103)/24
v = 9000 km/h = 2500 m/s = 2,5 km/s

5. C
A velocidade angular média (ω) depende basicamente da frequência da rotação (f ) ou do período (T) ,

sendo dada por: ω = 2πf =
T
Para ambos os observadores (A e B), tanto suas frequências como seus períodos de rotação são os
mesmos, pois quando a Terra dá uma volta completa, qualquer ponto do planeta também faz uma
rotação completa, então suas velocidades angulares médias (ω) devem ser exatamente iguais.
fA = fB 
 → ωA = ωB
TA = TB 
Já a velocidade escalar média (v) dessas duas pessoas depende do raio (R) de curvatura da Terra.
Pontos mais próximos dos polos têm raios menores que pontos próximos ao Equador, portanto temos
que:
RA  RB
2πR
Como a velocidade escalar média (v) é diretamente proporcional ao raio e dada por: v = 2πRf = ,
T
temos que v A  vB .

6. B
A distância percorrida é igual ao número de voltas, (n) vezes o comprimento de cada volta.

d = n2π R = 20  2π  4  d = 160 π m .

14
Física

n2π 20  2π π
ω= =  ω= rad/s.
Δt 10  60 15

2
 π 4 π2
ac = ω2 R =   4 =  ac = 0,018 π2 m/s2 .
 15  225
7. E
Dados: D = 200 m  r = 100 m; 2 = 0,01 rad/s;  = 3,14 .

A velocidade da pessoa mais rápida é:


v 2 = 2r = 0,01 100 = 1 m / s.
Como partem de pontos diametralmente opostos, a distância (d) entre eles é meia volta
d =  r = 3,14  100 = 314 m.
A pessoa mais rápida leva vantagem (velocidade relativa → vrel ) de 0,2 m/s.

O tempo para tirar essa diferença é:


d 314
t = = = 1570 s  t = 26 min e 10 s.
vrel 0,2

8. D
Velocidade = v = (2.3,14.5.10-11) / (2.10-15) = 15,7.104 m/s = 1,57.105 m/s
Distância = S = 1,57.105. (600) = 942.105 = 9,42.107 m = 9,42.104 km → ordem de grandeza 105 (pois a
parte significativa é maior que a raiz quadrada de 10).

9. A
v = 2πRf, para a roda dianteira, temos:
v = 2.3.0,5.10 = 30m / s , convertendo para km/h (multiplicando por 3,6),

 v = 108km / h

Como podemos perceber, o enunciado não fornece o tempo para a roda dianteira efetuar 6,75 voltas a
mais que a traseira, porém, sabemos que o deslocamento das rodas é igual, assim temos:
ΔST = ΔSD
n.2π.RT = (n + 6,75).2π.RD em que “n” representa do número de rotações da roda traseira.

Logo:
n.0,8 = (n + 6,75).0,5
0,8n = 0,5n + 3,375
0,3n = 3,375
3375
n= = 11,25
300

Logo:
ΔST = n.2π.RT

15
Física

ΔST = 11,25.2.3.0,8

 ΔST = 54m

10. C
Dados:
Raio da Terra: R = 6.400 km;
Altura da órbita em relação à superfície: h = 350 km;
Período orbital: T = 90 min = 1,5 h
π = 3.

Considerando a órbita circular, o raio orbital (r) é:


r = R + h = 6.400 + 350 = 6.750 km.

Calculando a velocidade linear orbital:


ΔS 2πr 2 ( 3 )( 6.750 )
v= = = 
Δt T 1,5
v = 27  103 km / h.

16
Física

Transmissão de movimento

Objetivo
Nesta aula, a partir do conteúdo anterior, você conseguirá compreender como circunferências acopladas
funcionam, como nas bicicletas.

Se liga
Que tal nos aprofundarmos um pouco mais nesse conteúdo assistindo a esta aula? Também podemos
assistir a esta aula de exercícios e, dessa forma, ficarmos craque em Transmissão de Movimento! Ou, caso
não seja direcionado, você pode procurar na biblioteca a aula “Transmissão de movimento” e os “exercícios
sobre transmissão de movimento”.

Curiosidade
Esse assunto é bastante real no nosso cotidiano, como falado anteriormente, o principal exemplo são as rodas
de bicicleta acopladas. É um assunto bastante recorrente nos vestibulares.

Teoria
Disco ou polia em rotação uniforme
Considere um disco ou uma polia em rotação uniforme em torno do eixo E:

Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 12ª Ed. 2012

Perceba que A e B são dois pontos quaisquer situados fora do eixo de rotação. Enquanto A percorre ∆SA, B
percorre ∆SB, sendo ∆SA > ∆SB e, portanto, vA > vB. O deslocamento angular ∆φ, entretanto, é igual para os
dois pontos. Então:

𝜔a = 𝜔b
Consequentemente:
TA = T B e fA = f B

1
Física

Obs.: A velocidade angular da polia é a velocidade angular de qualquer um de seus pontos.


Acoplamento de polias e rodas dentadas
Polias podem ser acopladas por meio de correias ou por contato direto, de modo que uma polia rotando pode
fazer a outra rotar também. Da mesma forma, rodas dentadas podem ser acopladas por contato direto ou por
meio de correntes.
A figura ao lado representa duas polias de raios RA e RB que rotam no mesmo sentido, acopladas por uma
correia que não desliza sobre elas.

Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 12ª Ed. 2012

Aqui, os pontos A e B estão nas periferias das polias. Enquanto A se desloca ∆SA, B se desloca ∆SB. Como
∆SA = ∆SB, temos que:

vA = v B
Observe na figura a seguir que, ao contrário da situação descrita anteriormente, duas polias (ou rodas
dentadas) de raios RA e RB rotam em sentidos contrários, acopladas por contato direto.

Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 12ª Ed. 2012

Nesse caso, os pontos A e B também estão nas periferias das polias. Enquanto A se desloca ∆SA, B se desloca
∆SB. Não havendo escorregamento na região de contato, cada ponto da periferia de uma polia faz contato
com um único ponto da periferia da outra polia. Assim, ∆SA = ∆SB; portanto:

vA = v B
Perceba que, nas duas situações, temos:
𝜔𝐴 𝑅𝐴 = 𝜔𝐵 𝑅𝐵  2𝜋 fA RA = 2𝜋 fB RB  fA RA = fB RB

2
Física

Exercícios de Fixação

1. Duas polias, A e B, ligadas por uma correia têm 10 cm e 20 cm de raio, respectivamente. A primeira
efetua 40 rpm. Calcule:
a) a frequência da segunda polia;
b) a velocidade linear dos pontos da correia.

2. Numa bicicleta de marchas, as pedaladas do ciclista imprimem uma velocidade angular de 3,0 rad/s à
coroa, de raio 20 cm, que está ligada a uma catraca da roda traseira, de raio 5,0 cm. As rodas da bicicleta
têm raio 40 cm. Determine:
a) a velocidade angular da catraca;
b) a velocidade escalar linear com que a bicicleta está se movendo.

3. Na figura baixo, temos duas polias de raios 𝑅1 e 𝑅2 , que giram no sentido horário, acopladas a uma
correia que não desliza sobre as polias.

Com base no enunciado acima e na ilustração, é correto afirmar que:


a) a velocidade angular da polia 1 é numericamente igual à velocidade angular da polia 2.
b) a frequência da polia 1 é numericamente igual à frequência da polia 2.
c) o módulo da velocidade na borda da polia 1 é numericamente igual ao módulo da velocidade na
borda da polia 2.
d) o período da polia 1 é numericamente igual ao período da polia 2.
e) a velocidade da correia é diferente da velocidade da polia 1.

3
Física

4. Temos, na figura a seguir, duas polias A e B de raio 𝑅𝐴 e 𝑅𝐵 sendo 𝑅𝐴 = 20 𝑐𝑚 e 𝑅𝐵 = 60 𝑐𝑚:

A polia A gira com frequência igual a 1200 Hz, acionada por um motor. A polia B também gira,
acionada pela polia A através do contato entre elas. Não há escorregamento entre as polias na região
de contato. Determinar com que frequência a polia B gira.

5. Analise as afirmações a seguir sobre polias ligadas por correntes.


I. Na ligação por corrente, as polias sempre terão frequências iguais.
II. A velocidade angular de polias ligadas por correntes é igual.
III. A velocidade linear de polias ligadas por correntes é igual
IV. As razões entre as frequências e os raios de polias ligadas por correntes são iguais.
Qual(is) das afirmações está(ão) correta(s)?
a) I e II
b) Apenas IV
c) Apenas III
d) II e IV
e) I e IV

4
Física

Exercícios de Vestibulares

1. O acoplamento de engrenagens por correia C, como o que é encontrado nas bicicletas, pode ser
esquematicamente representado por:

Considerando-se que a correia em movimento não deslize em relação às rodas A e B, enquanto elas
giram, é correto afirmar que
a) a velocidade angular das duas rodas é a mesma.
b) o módulo da aceleração centrípeta dos pontos periféricos de ambas as rodas tem o mesmo valor.
c) a frequência do movimento de cada polia é inversamente proporcional ao seu raio.
d) as duas rodas executam o mesmo número de voltas no mesmo intervalo de tempo.
e) o módulo da velocidade dos pontos periféricos das rodas é diferente do módulo da velocidade da
correia.

2. Na figura abaixo, temos duas polias de raios R1 e R2 , que giram no sentido horário, acopladas a uma
correia que não desliza sobre as polias.

Com base no enunciado acima e na ilustração, é correto afirmar que:


a) a velocidade angular da polia 1 é numericamente igual à velocidade angular da polia 2.
b) a frequência da polia 1 é numericamente igual à frequência da polia 2.
c) o módulo da velocidade na borda da polia 1 é numericamente igual ao módulo da velocidade na
borda da polia 2.
d) o período da polia 1 é numericamente igual ao período da polia 2.
e) a velocidade da correia é diferente da velocidade da polia 1.

5
Física

3. Em uma obra de construção civil, uma carga de tijolos é elevada com uso de uma corda que passa com
velocidade constante de 13,5 m s e sem deslizar por duas polias de raios 27 cm e 54 cm. A razão
entre a velocidade angular da polia grande e da polia menor é
a) 3.
b) 2.
c) 2 3.
d) 1 2.

4. A figura a seguir ilustra três polias A, B e C executando um movimento circular uniforme. A polia B está
fixada à polia C e estas ligadas à polia A por meio de uma correia que faz o sistema girar sem deslizar.
Sobre o assunto, assinale o que for incorreto.

a) A velocidade escalar do ponto 1 é maior que a do ponto 2.


b) A velocidade angular da polia B é igual a da polia C.
c) A velocidade escalar do ponto 3 é maior que a velocidade escalar do ponto 1.
d) A velocidade angular da polia C é maior do que a velocidade angular da polia A.
e) A velocidade escalar da polia B é igual a da polia A.

5. Considere uma polia girando em torno de seu eixo central, conforme figura abaixo. A velocidade dos
pontos A e B são, respectivamente, 60 cm s e 0,3 m s.

A distância AB vale 10 cm. O diâmetro e a velocidade angular da polia, respectivamente, valem:


a) 10 cm e 1,0 rad s
b) 20 cm e 1,5 rad s
c) 40 cm e 3,0 rad s
d) 50 cm e 0,5 rad s
e) 60 cm e 2,0 rad s

6
Física

6. Duas polias estão acopladas por uma correia que não desliza. Sabendo-se que o raio da polia menor é
de 20 cm e sua frequência de rotação f1 é de 3.600 rpm, qual é a frequência de rotação f2 da polia
maior, em rpm, cujo raio vale 50 cm?
a) 9.000
b) 7.200
c) 1.440
d) 720

7. O disco da figura gira em torno do centro O com movimento circular uniforme. Nessa situação, o
módulo da velocidade linear do ponto A é ................... ao do ponto B, e o módulo da velocidade angular
do ponto A ............... ao do ponto B. Qual a alternativa que preenche corretamente as lacunas acima?

a) igual – superior
b) superior – inferior
c) superior – igual
d) inferior – igual
e) inferior – inferior

7
Física

8. Um pequeno motor a pilha é utilizado para movimentar um carrinho de brinquedo. Um sistema de


engrenagens transforma a velocidade de rotação desse motor na velocidade de rotação adequada às
rodas do carrinho. Esse sistema é formado por quatro engrenagens, A, B, C e D, sendo que A está
presa ao eixo do motor, B e C estão presas a um segundo eixo e D a um terceiro eixo, no qual também
estão presas duas das quatro rodas do carrinho.

Nessas condições, quando o motor girar com frequência fM, as duas rodas do carrinho girarão com
frequência fR . Sabendo que as engrenagens A e C possuem 8 dentes, que as engrenagens B e D
possuem 24 dentes, que não há escorregamento entre elas e que fM = 13,5 Hz, é correto afirmar que
fR , em Hz, é igual a
a) 1,5.
b) 3,0.
c) 2,0.
d) 1,0.
e) 2,5.

9. Um ciclista movimenta-se com sua bicicleta em linha reta a uma velocidade constante de 18 km/h. O
pneu, devidamente montado na roda, possui diâmetro igual a 70 cm. No centro da roda traseira, presa
ao eixo, há uma roda dentada de diâmetro 7,0 cm. Junto ao pedal e preso ao seu eixo há outra roda
dentada de diâmetro 20 cm. As duas rodas dentadas estão unidas por uma corrente, conforme mostra
a figura. Não há deslizamento entre a corrente e as rodas dentadas. Supondo que o ciclista imprima
aos pedais um movimento circular uniforme, assinale a alternativa correta para o= número de voltas
por minuto que ele impõe aos pedais durante esse movimento. Nesta questão, considere  = 3 .

a) 0,25 rpm.
b) 2,50 rpm.
c) 5,00 rpm.
d) 25,0 rpm.
e) 50,0 rpm.

8
Física

10. A figura a seguir ilustra duas catracas fixas, cujos dentes têm o mesmo passo, da roda traseira de uma
bicicleta de marchas que se desloca com velocidade constante, pela ação do ciclista.

Os dentes P e Q estão sempre alinhados e localizados a distâncias RP e RQ (RP > RQ) em relação ao eixo
da roda.
As grandezas , , , e a, representam, respectivamente, a velocidade angular, a velocidade tangencial,
a aceleração angular e a aceleração centrípeta. As duas grandezas físicas que variam linearmente com
o raio e a razão de cada uma delas entre as posições Q e P são:
a) ,  e 0,7
b) a,  e 1,4
c) ,  e 1,4
d) , a e 0,7
e) ,  e 1,4

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9
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. a) 𝑓𝐴 𝑅𝐴 = 𝑓𝑏 𝑅𝐵 (com 𝑓𝐴 = 40 𝑟𝑝𝑚, 𝑅𝐴 = 10 𝑐𝑚, 𝑅𝐵 = 20 𝑐𝑚)


Portanto:
40 ∙ 10 = 𝑓𝐵 ∙ 20
𝑓𝑉 = 20 𝑟𝑝𝑚

b) Todos os pontos da correia têm a mesma velocidade linear 𝑣, que é também a velocidade dos pontos
periféricos das polias, uma vez que não há escorregamento da correia ao passar pelas polias.
Considerando a polia A, temos:
𝑣 = 𝜔𝐴 𝑅𝐴 ⇒ 𝑣 = 2𝜋𝑓𝐴 𝑅𝐴
Send 𝑓𝐴 = 40 𝑟𝑝𝑚 = 40⁄60 𝐻𝑧 = 2⁄3 𝐻𝑧 , vem:
2 40𝜋
𝑣 = 2𝜋 ∙ ∙ 10 ⇒ 𝑣𝐴 = 𝑐𝑚/𝑠
3 3

2.
a) Sendo 𝜔𝐴 = 3,0 𝑟𝑎𝑑/𝑠, 𝑅𝐴 = 20 𝑐𝑚 e 𝑅𝐵 = 5,0 𝑐𝑚, respectivamente, a velocidade angular da coroa e
os raios da coroa e da catraca, podemos calcular a velocidade angular 𝜔𝐵 da catraca:
𝜔𝐴 𝑅𝐴
𝜔𝐵 𝑅𝐵 = 𝜔𝐴 𝑅𝐴 ⇒ 𝜔𝐵 =
𝑅𝐵
3,0 ∙ 20
𝜔𝐵 = = 12 𝑟𝑎𝑑/𝑠
5,0
b) A bicicleta percorre a distância 2𝜋𝑅 (perímetro da roda) no intervalo de tempo igual a um período T
de rotação das rodas. Assim, a velocidade escalar linear da bicicleta é dada por:
2𝜋𝑅
𝑣= ⇒ 𝑣 = 𝜔𝑅
𝑇
A velocidade angular da catraca (𝜔𝐵 ) é a mesma da roda, e sendo 𝑅 = 40 𝑐𝑚 = 0,40 𝑚 o raio da roda,
vem:
𝑣 = 12 ∙ 0,40 = 4,8 𝑚/𝑠

3. C
Como não há deslizamento, as velocidades lineares ou tangenciais dos pontos periféricos das polias são
iguais em módulo, iguais à velocidade linear da correia.
𝑣1 = 𝑣2 = 𝑣𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑖𝑎

4. Dados: 𝑓𝐴 = 1200 𝐻𝑧, 𝑅𝐴 = 20 𝑐𝑚 𝑒 𝑅𝐵 = 60 𝑐𝑚


𝑣𝐴 = 𝑣𝐵
𝑅𝐴 𝑓𝐴 = 𝑅𝐵 𝑓𝐵
20.1200 = 60𝑓𝐵
1200 = 3𝑓𝐵
𝑓𝐵 = 400 𝐻𝑧

5. C
I. Errada. A frequência da polia de menor raio sempre será maior.
II. Errada. A polia de menor raio terá maior frequência e, consequentemente, maior velocidade
angular.

10
Física

III. Correta.
IV. Errada. O produto entre as frequências e os raios de polias ligadas por corrente é igual.

Exercícios de vestibulares

1. C
Nesse tipo de acoplamento (tangencial) as polias e a correia têm a mesma velocidade linear (v).
Lembrando que v = 𝜔R e que 𝜔 = 2𝜋f, temos:
𝑣𝐴 = 𝑣𝐵 ⇒ 𝜔𝐴 𝑅𝐴 = 𝜔𝐵 𝑅𝐵 ⇒ (2𝜋𝑓𝐴 )𝑅𝐴 = (2𝜋𝑓𝐵 )𝑅𝐵 ⇒ 𝑓𝐴 𝑅𝐴 = 𝑓𝐵 𝑅𝐵 . Grandezas que apresentam produto
constante são inversamente proporcionais, ou seja: quanto menor o raio da polia, maior será a sua
frequência de rotação.

2. C
Como não há deslizamento, as velocidades lineares ou tangenciais dos pontos periféricos das polias são
iguais em módulo, iguais à velocidade linear da correia.

3. D
A velocidade linear é a mesma para as duas polias.

4. A
As polias A e B apresentam acoplamento tangencial (por correia): 𝑣1 = 𝑣2 e 𝜔𝐵 > 𝜔𝐴
As polias C e B estão acopladas coaxialmente (mesmo eixo): 𝜔𝐵 = 𝜔𝐶 > 𝜔𝐴 e 𝑣3 > 𝑣2 = 𝑣1

5. C
Dados: v A = 60cm s; vB = 0,3m s = 30cm s; AB = 10cm.
Da figura dada: RA = RB + AB  RB = RA − 10.
Os dois pontos têm mesma velocidade angular.
v v 60 30
ωA = ωB  A = B  =  2 (RA − 10 ) = RA  RA = 20 cm.
RA RB RA RA − 10
O diâmetro da polia é igual ao dobro do raio do ponto

D = 2 RA  D = 40 cm.

A velocidade angular da polia é igual à do ponto


vA 60
ω = ωA = =  ω = 3 rad s.
RA 20

6. C
Nesse tipo de acoplamento, as duas polias têm mesma velocidade linear:
 v1 = 2  π  R1  f1
  v1 = v 2  2  π  R1  f1 = 2  π  R 2  f2  R1  f1 = R 2  f2 
 v 2 = 2  π  R 2  f2
R f 20  3.600
f2 = 1 1  f2 =  f2 = 1.440 rpm.
R2 50

11
Física

7. D
Como todos os pontos compartilham o mesmo ponto de giro, podemos dizer que a velocidade angular
deles é igual; logo, 𝝎𝑨 = 𝝎𝑩
A equação que relaciona a velocidade angular e a velocidade linear é: 𝒗 = 𝝎𝑹, sendo R o raio.
Como o raio de B é maior que o raio de A. Podemos dizer que 𝒗𝑨 < 𝒗𝑩

8. A
Os raios das engrenagens (R) e os números de dentes (n) são diretamente proporcionais. Assim:
RA RC nA 8 1
= = = = .
RB RD nB 24 3
- A e B estão acopladas tangencialmente:
v A = v B  2 π fA R A = 2 π f B R B  fA R A = f B R B .
RA 1 fM
Mas : fA = f M  f M R A = f B R B  fB = fM = fM  fB = .
RB 3 3

- B e C estão acopladas coaxialmente:


fM
fC = f B = .
3

- C e D estão acopladas tangencialmente:


v C = vD  2 π f C R C = 2 π f D R D  fC RC = f D R D .
RC fM 1 fM
Mas : f D = f R  f C RC = f R R D  fR = fC  fR =  fR = 
RD 3 3 9
13,5
FR =  f R = 1,5 Hz.
9

9. E
A figura abaixo mostra os diversos componentes do mecanismo e suas dimensões.

Denominemos Ω a velocidade angular da coroa e ω a velocidade angular da catraca e


consequentemente da roda, já que elas rodam solidárias. Como a coroa e a catraca são interligadas por
uma correia, podemos dizer que as velocidades lineares de suas periferias são iguais.
coroa catraca
ωr
𝑉𝑐𝑜𝑟𝑜𝑎 = 𝑉𝑐𝑎𝑡𝑟𝑎𝑐𝑎 ⟶ ΩR = ωr ⟶ Ω = (1)
𝑅
Por outro lado, a velocidade da bicicleta pode ser calculada por:

12
Física
𝐷 2𝑉
𝑉=ω ⟶ ω= (2)
2 𝐷
Substituindo 02 em 01, vem:
2𝑉𝑟
Ω= (3)
𝑅𝐷
V =18km/h = 5,0m/s
D= 70cm = 0,7m
2R = 20cm ⟶ R = 0,1m
2r = 7cm ⟶ r = 0,035m
Substituindo os valores em 03, temos:
5
2.5. 0,035 𝑟𝑎𝑑 5rad 2𝜋 𝑟𝑜𝑡 5
Ω= = 5,0 ⟶ Ω= = = . 60 = 50 𝑟𝑝𝑚
0,1.0,7 𝑠 s 1
𝑚𝑖𝑛 6
60

10. D
Os dentes das duas engrenagens têm o mesmo passo (ou o mesmo comprimento) (p). O número de
dentes (N) de uma engrenagem é dado pela razão entre o comprimento da circunferência e o passo dos
dentes. Ou seja:
2 R
N= .
p
As engrenagens maior e menor têm 20 dentes e 14 dentes, respectivamente. Então:
2RQ 2 R P
NQ = e NP = .
p p
Fazendo a razão entre essas expressões:
NQ 2RQ p 14 RQ RQ
=   =  = 0,7.
NP p 2RP 20 RP RP
Como as engrenagens estão acopladas coaxialmente (mesmo eixo), as duas têm mesma velocidade
angular ().
Q = P.
Como o movimento é uniforme, a aceleração angular () é nula.
Q = P = 0

A velocidade tangencial (v) é diretamente proporcional ao raio: v =  R.


A aceleração centrípeta (a) é diretamente proporcional ao raio: a = 2 R.
Assim, fazendo as razões pedidas:
vQ  RQ RQ
= = = 0,7.
vP  RP RP
aQ 2 RQ RQ
= = = 0,7.
aP  RP
2
RP

13
Física

Transmissão de calor

Objetivo
Aprender quais são as formas de propagação de calor.

Se liga
Você pode complementar seus estudos com este link, que mostra de modo simples e conceitual todas as
formas de propagação de calor com exemplos.

Curiosidade
Você sabia que o seu casaco não te esquenta? É muito comum falarmos que vamos colocar uma luva ou um
casaco para nos esquentarmos. O que de fato ocorre é que essas vestimentas são capazes de manter o calor
que o nosso próprio corpo produz.

Teoria

Condução

Fonte: Tópicos da Física, volume 2

● Processo de transferência de calor que se dá de molécula a molécula (ou átomo a átomo), de forma a
aumentar sua vibração.
● Não ocorre no vácuo, onde não há matéria.
● Bons condutores de calor – corpos que são constituídos de moléculas bem próximas, de forma a
propagar o calor mais rapidamente. Exemplos: todos os metais.
● Maus condutores de calor (isolantes térmicos) – corpos que conduzem o calor por sua extensão mais
demoradamente. Exemplos: plástico, borracha, ar, vidro, cortiça.
● Lei de Fourier: definimos o fluxo de calor como a razão da quantidade de calor que se propaga no corpo
pelo tempo. Sua unidade usual é cal/s. Esse fluxo depende dos seguintes fatores:

1
Física
k: coeficiente de condutibilidade térmica
A: área da secção transversal
ΔT: diferença de temperatura entre dois extremos do corpo
L: comprimento do corpo ou sua espessura.

Fonte: Tópicos da Física, volume 2

Assim temos:
𝑄 𝑘.𝐴.𝛥𝑇
𝜙= =
𝛥𝑡 𝐿

Convecção
● Processo característico de fluidos (gases, vapores e líquidos)
● Ocorre pela formação das chamadas correntes de convecção. Ela se dá pelos seguintes passos:
1. Fluido recebe calor, e se expande;
2. Assim, sua densidade diminui, e ele fica mais “leve”;
3. Esse fluido sobe até camadas mais superiores;
4. O fluido que estava na parte superior, com menor temperatura, desce e ocupa o lugar do fluido que
foi recém aquecido;
5. O processo se repete, resultando em correntes de convecção.

Estudo de casos
Refrigeradores domésticos: nos refrigeradores comuns, o congelador fica na parte superior para favorecer
as correntes de convecção dentro da geladeira. Nesta, o ar quente sobe, por ser mais leve, entra em contato
com o congelador, resfriando-se e descendo para ocupar o lugar do ar quente que subiu.

2
Física

Fonte: Tópicos da Física, volume 2


Ilustração por Rebeca Khouri

Ar condicionado: deve ser instalado na parte superior de qualquer ambiente para seu uso mais eficaz, por
resfriar as camadas mais superiores, onde está o ar quente. Esse ar é resfriado pelo ar condicionado, e desce
para as camadas inferiores. Lembre-se de que, se o ar quente é mais leve, o ar frio é mais “pesado”. A
comparação é entre eles mesmos!

Fonte: Tópicos da Física, volume 2


Ilustração por Rebeca Khouri

Aquecedores: os aquecedores devem ser instalados na parte de baixo dos recintos, justamente para aquecer
as camadas de ar frio, que, por serem mais densas, se localizam na parte inferior dos ambientes.

3
Física
Brisas marítimas: de dia, o Sol aquece por irradiação (próximo processo a ser apresentado) toda a praia (areia
e mar). A areia, por possuir mais baixo calor específico que a água, se aquece mais rapidamente. Dessa forma,
ela aquece as camadas de ar situadas logo acima dela. Esse ar aquecido fica mais leve, e sobe para camadas
superiores. Conclusão: o ar frio desce, para ocupar esse espaço vazio, por cima do mar, gerando brisas do
mar para a areia. De noite, ocorre o contrário: a água do mar está mais aquecida do que a areia, pois esta
resfria-se também rapidamente, pelo seu baixo calor específico. A água aquece as camadas de ar logo acima
dela. Esse ar aquecido sobe para as camadas superiores da atmosfera, e o ar frio desce em direção ao mar.
Logo, de dia, as brisas são do mar para a areia, enquanto de noite, elas são da areia para o mar. Um pescador
experiente vai pescar de noite, passa a madrugada pescando e volta de manhã, trazido pelas brisas marítimas,
do mar para a areia, de forma natural.

Fonte: Tópicos da Física, volume 2

Irradiação (ou radiação)


● Processo que se dá através de ondas eletromagnéticas. Lembre-se: onda eletromagnética transporta
energia sem transportar matéria.
● É o único processo que acontece no vácuo.
● O Sol emite ondas eletromagnéticas em várias faixas do espectro, mas essencialmente: infravermelho,
luz visível e ultravioleta, em ordem crescente de frequência (e energia). A radiação que chega à Terra é
rica em raios UV (ultravioleta) primordialmente. Os corpos absorvem parte dessa radiação, se aquecem,
aumentando sua temperatura. Uma vez aquecidos, eles emitem radiação eletromagnética na faixa do
infravermelho, também conhecida como ondas de calor. Alguns corpos chegam a emitir luz visível,
devido às altas temperaturas alcançadas, como uma barra de metal em indústrias de siderurgia. Logo:

Bom absorvedor bom irradiador

● Vale frisar: refletir é diferente de irradiar. Refletir é apenas “espelhar” a radiação, como espelhos e a face
espelhada de um papel laminado. Irradiar pressupõe que o corpo tenha absorvido parte da radiação
emitida sobre ele, sendo essa posterior irradiação na faixa de frequência do infravermelho, por isso, mais
baixa.
● Corpos negros: corpos que são bons absorvedores de energia e, por isso, bons irradiadores. Se um corpo
absorve rapidamente, ele emite rapidamente radiação eletromagnética.

4
Física

Estudo de casos
● Garrafa térmica (vaso de Dewar): possui proteção contra a saída de calor (ou entrada) pelos 3 processos
conhecidos:
a) Parede dupla com vácuo no meio – impede a condução e convecção de calor;
b) Parede de vidro espelhado por dentro – impede a irradiação de calor;
c) Tampa: impede a convecção de calor.

● Estufas: possuem telhados e paredes de vidro transparente à luz solar. Este permite que haja a passagem
predominante de radiação UV (alta frequência), sendo absorvida parcialmente pelas plantas que se
situam dentro. Dessa forma, elas têm sua energia térmica aumentada, irradiando parte sob forma de
ondas de calor (infravermelho). As paredes e teto de vidro são opacos ao infravermelho (baixa
frequência). Assim, a temperatura dentro da estufa fica mais elevada.

Fonte: Tópicos da Física, volume 2

● Efeito estufa: é natural que haja a presença de gases na atmosfera, tais como gás carbônico, metano,
CFC, vapor d’água, dentre outros. Ocorre que esses citados são transparentes à radiação UV e opacos
ao IV (infravermelho). Assim, boa parte da radiação solar incidente, absorvida pela superfície terrestre e,
posteriormente, emitida na faixa do IV, fica retida na própria Terra, acarretando um aumento na
temperatura global. O problema são as altas concentrações desses gases, conhecidos como gases
estufa. Se nada for feito, há a previsão de um aumento de 1°C até 2030, e 4°C até 2090!

5
Física

Exercícios de fixação

1. Selecione a alternativa que supre as omissões das afirmações seguintes:


1. O calor do Sol chega até nós por _________________________.
2. Uma moeda bem polida fica __________ quente do que uma moeda revestida de tinta preta, quando
ambas são expostas ao sol.
3. Numa barra metálica aquecida numa extremidade, a propagação do calor se dá para a outra
extremidade por ________________________.

a) radiação - menos - convecção.


b) convecção - mais - radiação.
c) radiação - menos - condução.
d) convecção - mais - condução.
e) condução - mais - radiação.

2. No inverno, usamos roupas de lã baseados no fato de a lã:


a) ser uma fonte de calor.
b) ser um bom absorvente de calor.
c) ser um bom condutor de calor.
d) impedir que o calor do corpo se propague para o meio exterior.
e) n.d.a

3. Julgue as afirmações a seguir:


1. A transferência de calor de um corpo para outro ocorre em virtude da diferença de temperatura
entre eles;
2. A convecção térmica é um processo de propagação de calor que ocorre apenas nos sólidos;
3. O processo de propagação de calor por irradiação não precisa de um meio material para ocorrer.
Estão corretas:

a) Apenas I
b) Apenas I e II
c) I, II e III
d) I e III apenas;
e) Apenas II e III.

6
Física

4. Sobre os processos de propagação de calor, analise as alternativas a seguir e marque a incorreta:

a) a convecção é observada em líquidos e gases.


b) a condução de calor pode ocorrer em meios materiais e no vácuo.
c) o processo de propagação de calor por irradiação pode ocorrer sem a existência de meio
material;
d) o calor é uma forma de energia que pode se transferir de um corpo para outro em virtude da
diferença de temperatura entre eles.
e) O processo de convecção térmica consiste na movimentação de partes do fluido dentro do
próprio fluido em razão da diferença de densidade entre as partes do fluido.

5. Uma panela com água está sendo aquecida num fogão. O calor das chamas se transmite através da
parede do fundo da panela para a água que está em contato com essa parede e daí para o restante da
água. Na ordem desta descrição, o calor se transmitiu predominantemente por:
a) radiação e convecção
b) radiação e condução
c) convecção e radiação
d) condução e convecção
e) condução e radiação

7
Física

Exercícios de vestibular

1. Numa sala com temperatura de 18 °𝐶, estão dispostos um objeto metálico e outro plástico, ambos com
a mesma temperatura desse ambiente. Um indivíduo com temperatura corporal média de 36 °𝐶 segura
esses objetos, um em cada mão, simultaneamente. Neste caso, é correto afirmar que há rápida
transferência de calor
a) da mão para o objeto metálico e lenta da mão para o plástico, por isso a sensação de frio maior
proveniente do objeto metálico.
b) do objeto metálico para a mão e lenta do plástico para a mão, por isso a sensação de frio maior
proveniente do plástico.
c) da mão para o plástico e lenta da mão para o objeto metálico, por isso a sensação de frio maior
proveniente do plástico.
d) do plástico para a mão e lenta do objeto metálico para a mão, por isso a sensação de calor maior
proveniente do objeto metálico.
e) da mão para o plástico e lenta da mão para o objeto metálico, por isso a sensação de calor maior
proveniente do objeto metálico.

2. Em 1962, um jingle (vinheta musical) criado por Heitor Carillo fez tanto sucesso que extrapolou as
fronteiras do rádio e chegou à televisão ilustrado por um desenho animado. Nele, uma pessoa
respondia ao fantasma que batia em sua porta, personificando o “frio”, que não o deixaria entrar, pois
não abriria a porta e compraria lãs e cobertores para aquecer sua casa. Apesar de memorável, tal
comercial televisivo continha incorreções a respeito de conceitos físicos relativos à calorimetria.
DUARTE, M. Jingle é a alma do negócio: livro revela os bastidores das músicas de propagandas. Disponível em:
https://guiadoscuriosos.uol.com.br. Acesso em: 24 abr. 2019 adaptado).

Para solucionar essas incorreções, deve-se associar à porta e aos cobertores, respectivamente, as
funções de:
a) Aquecer a casa e os corpos.
b) Evitar a entrada do frio na casa e nos corpos.
c) Minimizar a perda de calor pela casa e pelos corpos.
d) Diminuir a entrada do frio na casa e aquecer os corpos.
e) Aquecer a casa e reduzir a perda de calor pelos corpos.

8
Física

3. É possível utilizar a energia proveniente do Sol para aquecimento de água.

Um projeto simples e de baixo custo, que atinge esse objetivo, consiste em dispor uma mangueira muito
longa e de cor preta, enrolada em espiral e cheia de água, sobre a superfície de uma laje exposta ao
Sol. As extremidades dessa mangueira estão conectadas a um reservatório de água.
Por ser de cor preta, a mangueira é capaz de _____I_____ a energia solar, que é transferida para a água
contida na mangueira por _____II_____. Uma bomba d’água é acionada automaticamente, de tempos em
tempos, forçando a água aquecida para o interior do reservatório de onde foi retirada. Como a água
aquecida é menos densa que a água fria, elas não se misturam. Assim sendo, a água aquecida
permanece na parte _____III_____ do reservatório.

Assinale a alternativa que apresenta as palavras que completam corretamente o texto.

I II III
a) absorver condução superior
b) absorver convecção inferior
c) refletir condução superior
d) refletir condução inferior
e) refletir convecção superior

4. (Uece 2020) Em hotéis, é comum o aquecimento de água ser a gás ou outro combustível, sendo que
para o chuveiro seguem dois canos: um com água natural e outro com água aquecida. Antes da saída
do chuveiro, há um misturador, que homogeneíza a mistura. Considere que após o misturador, por
falhas na qualidade do isolamento térmico dos canos, há passagem de calor para o ambiente antes de
a água sair no chuveiro. Considerando esse sistema, é correto afirmar que
a) há transferência de calor da água quente para a fria no misturador e, no trecho entre o misturador
e a saída do chuveiro, há somente ganho de energia térmica da mistura.
b) há transferência de calor da água quente para a fria no misturador e, no trecho entre o misturador
e a saída do chuveiro, há perda de energia térmica da mistura.
c) não há transferência de calor da água quente para a fria no misturador e, no trecho entre o
misturador e a saída do chuveiro, há perda de energia térmica da mistura.
d) não há transferência de calor da água quente para a fria no misturador e, no trecho entre o
misturador e a saída do chuveiro, há ganho de energia térmica da mistura.

5. (Enem digital 2020) Um fabricante de termômetros orienta em seu manual de instruções que o
instrumento deve ficar três minutos em contato com o corpo para aferir a temperatura. Esses
termômetros são feitos com o bulbo preenchido com mercúrio conectado a um tubo capilar de vidro.
De acordo com a termodinâmica, esse procedimento se justifica, pois é necessário que
a) o termômetro e o corpo tenham a mesma energia interna.
b) a temperatura do corpo passe para o termômetro.
c) o equilíbrio térmico entre os corpos seja atingido.
d) a quantidade de calor dos corpos seja a mesma.
e) o calor do termômetro passe para o corpo.

9
Física

6. O fenômeno das ilhas de calor é mais verificado em ambientes urbanos, pois os diferentes padrões de
refletividade (albedo) são altamente dependentes dos materiais empregados na construção civil. Nota-
se que, dependendo do albedo, mais radiação será absorvida e, por consequência, mais calor será
emitido pela superfície. Esses padrões diferenciados de emissão de calor acabam determinando uma
temperatura mais elevada no centro e, à medida que se afasta desse ponto em direção aos subúrbios,
as temperaturas tendem a ser mais amenas.
Albedo: número adimensional que indica a razão entre a quantidade de luz refletida por uma superfície
e a quantidade de luz incidente nela.
BAPTISTA, Gustavo M. de M. Ilhas Urbanas de Calor. Scientific American Brasil Aula aberta. Ano I. Nº 2. Duetto: São Paulo,
2010. p.25.

Dentre as propostas de intervenção no ambiente das cidades apresentadas a seguir, marque a que é
efetiva para minimizar os efeitos das ilhas de calor.
a) Minimizar as diferenças de altura entre os prédios e demais construções civis.
b) A criação de sistema de escoamento e drenagem da água pluvial.
c) A substituição da pavimentação de concreto de calçadas e avenidas pelo asfalto.
d) O plantio e manutenção de árvores nas regiões centrais das cidades.
e) O uso de coberturas e telhados de baixa reflexividade nas construções civis.

7. (Fgv 2020) O calor pode se propagar por meio de três processos, condução, convecção e radiação,
embora existam situações em que as condições do ambiente impedem a ocorrência de alguns deles.
Um exemplo é a impossibilidade de ocorrência da
a) radiação na superfície de Mercúrio, onde não há atmosfera.
b) convecção na superfície da Lua, onde não há qualquer substância na forma líquida ou gasosa.
c) convecção na atmosfera de Vênus, pois nela o efeito estufa é muito intenso.
d) condução no interior dos oceanos terrestres, pois as correntes marítimas favorecem a convecção.
e) radiação na atmosfera da Terra, pois o calor é absorvido pelos gases que a compõem.

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Física

8. Após seu uso primário, as caixas de embalagens longa vida, que garantem a durabilidade e a qualidade
do leite e de outros produtos, podem deixar de ser lixo e passar a ser material de construção para o
isolamento térmico de telhados. Depois de abertas, limpas e coladas, elas são postas sob as telhas
formando uma manta.

Para se obter a maior eficiência dessa manta como isolante térmico, deve-se posicioná-la com a face
revestida de alumínio voltada para
a) cima e distante cerca de 2cm das telhas.
b) abaixo e distante cerca de 2cm das telhas.
c) baixo e colada nas telhas.
d) baixo e deitada sobre a laje horizontal.
e) cima e deitada sobre a laje horizontal.

9. (Uem 2018 - modificada) Com relação aos conceitos de calor e temperatura e ao princípio geral das
trocas de calor, assinale o que for correto.
a) O fato de o calor passar de um corpo para outro se deve à quantidade de calor existente em cada
um.
b) Se dois corpos de materiais diferentes estão em equilíbrio térmico entre si, isolados do ambiente,
então se pode afirmar que, nessa situação, o mais quente fornece calor ao mais frio.
c) Se três corpos de materiais diferentes estão em equilíbrio térmico entre si, isolados do ambiente,
então se pode afirmar que os três corpos se apresentam necessariamente no mesmo estado
(sólido, líquido ou gasoso).
d) Se dois corpos de materiais diferentes estão à mesma temperatura, então a sensação (apreendida
pelo tato) ao tocar nesses corpos deve ser a mesma.
e) Quando dois corpos de um mesmo material (a diferentes temperaturas) são colocados em contato
entre si, as moléculas do corpo de maior temperatura (mais rápidas) transferem energia para as
moléculas do corpo de menor temperatura (mais lentas).

11
Física

10. O gráfico mostra o fluxo térmico do ser humano em função da temperatura ambiente em um
experimento no qual o metabolismo basal foi mantido constante. A linha azul representa o calor trocado
com o meio por evaporação (E) e a linha vermelha, o calor trocado com o meio por radiação e
convecção (RC).

Sabendo que os valores positivos indicam calor recebido pelo corpo e os valores negativos indicam o
calor perdido pelo corpo, conclui-se que:
a) em temperaturas entre 36ºC e 40ºC o corpo recebe mais calor do ambiente do que perde.
b) à temperatura de 20ºC, a perda de calor por evaporação é maior que por radiação e convecção.
c) a maior perda de calor ocorre à temperatura de 32 ºC.
d) a perda de calor por evaporação se aproxima de zero para temperaturas inferiores a 20ºC.
e) à temperatura de 36ºC, não há fluxo de calor entre o corpo e o meio.

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12
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
1. O calor do Sol chega até nós por radiação, pois entre o Sol e a Terra não existe meio material. Assim,
não é possível que o calor se propague de outra forma;
2. Uma moeda bem polida fica menos quente do que uma moeda revestida de tinta preta, quando
ambas são expostas ao Sol. Isso porque uma moeda polida refletirá a energia que recebe, enquanto
a moeda revestida de tinta preta absorverá o calor que recebe;
3. Em uma barra metálica aquecida em uma extremidade, a propagação do calor para a outra
extremidade ocorre por condução, uma vez que, em meios sólidos, o calor somente se propaga por
meio da condução.

2. D
As roupas de lã são utilizadas porque evitam a perda de calor do corpo para o meio externo. Isso ocorre
pois a lã possui “espaços vazios”, que são os furinhos que podemos observar nas roupas feitas por esse
material. Esses espaços são ocupados por ar, que funciona como um excelente isolante térmico.

3. D
As afirmações I e III são corretas;

A afirmativa II está incorreta porque a convecção térmica ocorre apenas em líquidos e gases, que são
fluidos. Nos sólidos, a propagação de calor ocorre por condução.

4. B
A afirmação incorreta é a B. A condução é um processo de propagação de calor que pode ocorrer
somente em meios sólidos.

5. D
Primeiramente, o calor da chama propaga-se através da parede do fundo da panela por condução. O
calor é transferido para a parte inferior da água e para o restante por meio do processo de convecção
térmica.

Portanto, os dois processos que ocorrem durante a transmissão de calor são condução e convecção –
Alternativa D.

Exercícios de vestibulares

1. A
O metal é um excelente condutor de calor, enquanto o plástico é péssimo. Assim, o calor do corpo do
indivíduo flui mais rápido pelo metal do que pelo plástico, dando a sensação térmica de frio para a mão
que segura o metal. Materiais com baixo calor específico como os metais tem facilidade na condução
de calor, por aquecerem e resfriarem mais rápido em relação a materiais com alto calor específico. Já
materiais com alto calor específico aquecem e resfriam mais lentamente, como no caso do plástico e da

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Física
própria água dos mares, lagos e rios, que por essa característica ajudam a manter o planeta Terra com
uma variação de temperatura agradável.

2. C
As lãs e cobertores não funcionam como “aquecedores”, mas evitam que o calor presente na casa e no
corpo da pessoa seja transferido para o ambiente exterior. Ou seja, servem para minimizar as perdas de
calor.

3. A
Por ser de cor preta, a mangueira é capaz de absorver a energia solar e, em contato com água, pelo
fenômeno da condução, a aquece. A água aquecida, por ser menos densa, sobe, ocupando a parte
superior do reservatório.

4. B
No misturador, há a transferência de calor da água quente para a fria devido a trocas por convecção. E,
dado que existem falhas no isolamento térmico dos canos, há perda de energia térmica da mistura para
o meio externo.

5. C
Para que o termômetro possa aferir a temperatura do indivíduo, é necessário que se tenha estabelecido
o equilíbrio térmico entre eles, motivo pelo qual há a necessidade dos três minutos de contato.

6. D
A presença de árvores reduz em muito a incidência de radiação nas edificações, calçamentos e
pavimentos, reduzindo assim o fenômeno das ilhas de calor. Essa técnica é utilizada em várias partes
do mundo, inclusive com plantio em terraços de prédios, para diminuir o consumo de energia devido ao
uso de ar condicionado, pois deixa o prédio com menores variações de temperatura durante os dias
quentes.

7. B
A convecção, ao contrário da radiação, necessita de um meio em que haja movimentação de fluidos para
ocorrer. Como a Lua não apresenta uma atmosfera (e sim vácuo), se dá a impossibilidade da ocorrência
de convecção.

8. A
A face de alumínio deverá ser voltada para cima para que possa refletir a radiação solar. E deve ser
mantida uma distância entre a manta e a telha para que a eficiência seja aumentada, pois o ar entre elas
também atuaria como isolante térmico.

9. E
a) Falso. O calor é uma energia em transição, e o fato de passar de um corpo para outro se deve à
diferença de temperatura entre ambos.

b) Falso. Se os corpos estão em equilíbrio térmico, então estão sob a mesma temperatura, não havendo
um mais quente ou um mais frio.

14
Física
c) Falso. Equilíbrio térmico remete à mesma temperatura e não necessariamente a mesmo estado
físico.

d) Falso. A sensação não se dá apenas pela temperatura do objeto, mas também por outros fatores
como o seu estado físico por exemplo.

e) Verdadeiro. Neste caso está satisfeita a condição para a transferência de calor (energia) de um corpo
a outro.

10. D
a) Errada. Em temperaturas entre 36°C e 40°C, em valores aproximados, o corpo recebe de 0 a
50kcal/𝑚2 e perde de 90 a 130kcal/𝑚2

b) Errada. À temperatura de 20°C, a perda de calor por evaporação é de cerca de 10 kcal/𝑚2 , e a perda

de calor por radiação e convecção, de cerca de 110 kcal/𝑚2 .


c) Errada. No intervalo mostrado pelo gráfico, a maior perda de calor ocorre próximo a 16°C, sendo
cerca de 130kcal/𝑚2 por radiação e convecção, e 10 kcal/𝑚2 por evaporação.
d) Certa

e) Errada. À temperatura de 36°C, a perda de calor por radiação e convecção aproxima-se de zero, mas
o corpo está perdendo cerca de 90 kcal/𝑚2 por evaporação.

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Geografia

Blocos econômicos mundiais

Objetivo
Aprender as classificações dos blocos econômicos e seu papel no comércio internacional, além de
compreender sua relação com o processo de Globalização.

Se liga
É fundamental que você tenha assistido às aulas de Globalização e Neoliberalismo para melhor entender esse
conteúdo.

Curiosidade
Não deixe de assistir ao Quer Que Desenhe sobre Blocos Econômicos.

Teoria

Blocos econômicos
Os blocos econômicos correspondem a associações regionais com objetivo de facilitar e incentivar o livre
comércio entre os países, derrubando ou reduzindo as barreiras econômicas. São uma resposta dos países
ao processo de globalização, mas nem todos os blocos são iguais. Existem diferentes níveis de integração e,
portanto, diferenças significativas em seus objetivos. Do mais simples ao mais complexo, sempre
incorporando a característica do anterior, é possível classificá-los como:
• Zona de Livre Comércio: facilita a livre circulação de mercadorias e capitais dentro dos limites do bloco,
estabelecendo uma tarifa interna comum (TIC). O Nafta, atualmente denominado UMSCA, é um grande
exemplo.
• União Aduaneira: além da existência da TIC, é definida uma tarifa externa comum (TEC). Assim como
facilita a livre circulação de mercadorias entre os países membros, busca definir tarifas únicas para o
bloco negociar com outros países. O Mercosul é um exemplo.
• Mercado Comum: possui todas as características dos blocos anteriores, porém apresenta uma
integração mais ambiciosa. O objetivo é a livre circulação de capitais, serviços e pessoas.
• União Monetária e Política: é o maior nível de integração dos blocos. Além de possuir uma moeda única
e, consequentemente, a criação de um Banco Central, busca também uma unificação legislativa
profunda, superando os limites dos Estados. O único exemplo é a União Europeia, com seu tão famoso
Banco Central Europeu e o Parlamento Europeu.

1
Geografia

Para você entender tudo sobre os blocos econômicos, não deixe de assistir ao QQD abaixo.

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União Europeia (UE)


União Monetária e Política formalmente criada em 1992, a partir do Tratado de Maastricht, para estabelecer
uma cooperação econômica e política entre os países europeus. É um dos exemplos de blocos mais
avançados apresentando uma integração econômica, social e política, moeda comum, livre circulação de
pessoas e funcionamento de um parlamento único. Recentemente, com a crise de migração enfrentada pelo
velho continente, observou-se a criação de uma polícia de fronteiras. O bloco é composto por 28 países
membros. Em junho de 2016, através de um plebiscito, o Reino Unido decretou a saída do bloco econômico.
O embrião do bloco surgiu em meados de 1957, com a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE).
Era formada apenas pela: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Essa organização
também era chamada de “Europa dos 6”. O contexto de criação da CEE foi a Guerra Fria, momento em que o
mundo vivia a bipolarização entre os norte-americanos e soviéticos. O maior objetivo era formar uma aliança
para fortalecer as comunidades europeias, recuperar suas economias e enfrentar o avanço da influência
norte-americana. Nesse mesmo contexto, a Europa buscava se reconstruir dos danos da Segunda Guerra
Mundial, bem como garantir a paz. Dessa forma, outra intenção foi construir uma força militar e de
segurança. Na década de 1980, outros países integraram a CEE, como: Reino Unido, Grécia, Espanha,
Dinamarca, Irlanda e Portugal. Com a adesão desses países, a comunidade europeia se chamaria de “Europa
dos 12”.
Tratado de Maastricht (1992) propôs uma integração e cooperação econômica, buscando harmonizar os
preços e as taxas de importação. Em 1999 foi projetada a união monetária, a qual consistia na criação de um
Banco Central e da moeda única, o Euro. Essa nova moeda foi capaz de gerar profundas mudanças no cenário
geopolítico e pôde dar condições de fortalecer a economia. Nem todos os países membros são permitidos a
adotar o Euro ou eles mesmos não desejam, como o caso do Reino Unido, que manteve a libra esterlina como
moeda principal. Outro acordo interno é o Espaço Schengen, o qual estabelece a livre circulação de pessoas,
e novamente, nem todos os países que pertencem à União Europeia fazem parte desse acordo.

2
Geografia

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Mercado Comum do Sul (Mercosul)


União Aduaneira criada a partir do Tratado de Assunção, em 1991, pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Seu objetivo é futuramente formar um Mercado Comum, com livre circulação de pessoas, porém as
disparidades econômicas entre os membros, a baixa cooperação regional do Brasil e Argentina, além do
caráter primário da maioria das exportações dos países
membros, dificultam o desenvolvimento do bloco.
A Venezuela foi alçada ao posto de quinto membro efetivo
do bloco, em 2012, após uma verdadeira crise política no
governo de Dom Fernando Lugo, no Paraguai. Esse país se
posicionava contra a entrada da Venezuela, mas devido à
suspensão do Paraguai em meio à crise política, sua entrada
foi aprovada. Hoje, a Venezuela se encontra suspensa
desde 2017 por ruptura da ordem democrática. A Bolívia é
outro país que possui interesse em fazer parte do Mercosul,
manifestando seu interesse formalmente desde 2015. Sua
entrada já está aprovada por todos os países, todavia falta a
efetivação pelo Congresso brasileiro.

3
Geografia

North American Free Trade (NAFTA)


Zona de Livre Comércio, criada em 1992 pelo Canadá, Estados Unidos e México. Denominado Tratado de
Livre Comércio das Américas. Esse bloco busca reduzir as tarifas alfandegárias entre os países membros. A
partir de sua criação, a troca entre os países cresceu vertiginosamente, criando uma grande dependência do
Canadá e do México para com os Estados Unidos. Desde a Crise de 2008, que afetou a economia americana
e o mundo, o acordo é questionado, uma vez que as duas menores economias do bloco tiveram que procurar
maior diversificação dos seus mercados. Mais recentemente, Donald Trump, pressionando ambas as
economias, buscou a renegociação desse acordo, agora denominado USCAM, simplesmente a junção das
siglas dos respectivos países.

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Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN)


É uma organização intergovernamental criada em 1967, a partir do Tratado de Amizade e Cooperação. Em
1992, foi implantada uma zona de livre comércio entre os países membros. É composto por Tailândia,
Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos e Camboja. Seus principais objetivos
são estimular o comércio entre os países membros, além de garantir uma estabilidade política e econômica
na região.

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Geografia

Exercícios de fixação

1. Qual é a principal diferença entre uma Zona de Livre Comércio e uma União Aduaneira?

2. A possibilidade de livre circulação de pessoas dentro de um bloco econômico está associada aos
blocos do tipo:
a) Zona de livre comércio e União Aduaneira
b) Mercado Comum e União Aduaneira
c) Mercado Comum e União Econômica e Monetária

3. Qual a importância do Mercosul para o Brasil?

4. É o bloco econômico com maior nível de integração:


a) Nafta
b) União Europeia
c) Asean

5. O afastamento do ________________ da União Europeia, que ficou conhecido como ________________, foi
aprovado em plebiscito em junho de 2016, depois de longas polêmicas acerca das campanhas
relacionadas ao movimento.
a) Reino Unido e Brexit
b) Suécia e Swexit
c) França e Frexit

5
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Ueg 2017) Observe a figura a seguir:

Fonte: <https://commons.wkimedia.org/wiki/File:Map_of_NAFTA.png>. Acesso em: 17 ago. 2016.

A região em destaque no mapa representa os países membros do seguinte megabloco econômico:


a) CEE
b) ALCA
c) APEC
d) NAFTA
e) MERCOSUL

2. (Unesp) Mercosul, NAFTA, União Europeia são os exemplos mais conhecidos de blocos econômicos
ou organizações internacionais definidas por um processo de integração econômica. Para que o
processo se concretize, a teoria do comércio internacional define quatro situações clássicas de
integração econômica. São elas:
a) União Aduaneira, Mercado Comum, polos de atração de investimentos do mundo e Zona de
Preferências Tarifárias.
b) Zona de Livre Comércio, potencial agrícola, investimentos na área de infraestrutura física e União
Aduaneira.
c) União Econômica e Monetária, Zona de Preferências Tarifárias, Zona de Livre Comércio,
investimentos na área de infraestrutura física.
d) Zona de Preferências Tarifárias, Zona de Livre Comércio, União Aduaneira e polos de atração de
investimentos do mundo.
e) Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum e União Econômica e Monetária.

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Geografia

3. Em 1 de Janeiro de 1994, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA) entrou em vigor.
O NAFTA criou uma das maiores zonas de comércio livre do mundo, que agora liga 450 milhões de
pessoas que produzem 17 trilhões de dólares em bens e serviços. O comércio entre os países do
NAFTA vem crescendo desde que o acordo entrou em vigor.
Disponível em: http://www.ustr.gov. Acesso em: 08/12/2013

O NAFTA se tornou um dos mais importantes blocos econômicos do mundo, apesar de fazer parte dele
apenas
a) EUA, Canadá, Venezuela e Brasil.
b) EUA, Canadá e Inglaterra.
c) EUA, Canadá, Brasil e Argentina.
d) EUA, Canadá e México.
e) EUA, Canadá, México e Brasil.

4. A abertura comercial e a livre circulação de capitais e serviços em escala mundial, um fenômeno da


globalização, gerou disputas acirradas entre empresas e países no âmbito do mercado global, o que
favoreceu a formação de blocos econômicos regionais - alianças econômicas em que os parceiros
estabelecem relações econômicas privilegiadas. O bloco econômico que, sem adotar uma moeda
única, busca a livre circulação de pessoas, mercadorias, capitais e serviços dos seus países membros
e, ao mesmo tempo, elimina as tarifas aduaneiras internas e adota tarifas comuns para o mercado fora
do bloco, pode ser classificado como:
a) Associação de livre-comércio;
b) União aduaneira;
c) União econômica e monetária;
d) Zona de preferência tarifária;
e) Mercado comum.

5. O Tratado da União Europeia estabelece que qualquer país europeu pode se candidatar à adesão ao
bloco. Porém, um país só pode entrar na União Europeia se cumprir alguns critérios de adesão.
Um país que se candidate a membro desse bloco econômico deve necessariamente
a) ser republicano e possuir economia de mercado, porém submetida a controles constantes por
parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).
b) permanecer fiel à legislação do bloco e delegar suas questões de segurança nacional à
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
c) possuir regime monarquista de governo, aceitar a política econômica do bloco e se comprometer
a utilizar o Euro.
d) estar situado na Europa Ocidental e substituir sua Câmara de Deputados e seu Senado pelo
Parlamento Europeu.
e) ter instituições estáveis que garantam a democracia, o Estado de direito e o respeito aos direitos
humanos.

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Geografia

6. (Enem 2017 PPL) “As recentes crises entre o Brasil e a Argentina mostram o esgotamento do modelo
mercantilista no Mercosul", afirma o diretor-geral do Instituto Brasileiro de Relações Internacionais
(Ibri). A imposição argentina de cotas para produtos brasileiros, como os de linha branca, e a ameaça
de adoção de salvaguardas comerciais indicam que o Mercosul foi construído sobre bases
equivocadas. Segundo o diretor, a noção de que é possível exportar "sem limites” para um determinado
parceiro comercial representa uma mentalidade “fenícia", ou seja, uma visão comercial de curto prazo.
JULIBONI, M. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (adaptado).

Nas últimas décadas foram adotadas várias medidas que objetivavam pôr fim às desconfianças
mútuas existentes entre o Brasil e a Argentina. Os conflitos no interior do bloco têm se intensificado,
como na relação analisada, caracterizada pela
a) saturação dos produtos industriais brasileiros, que o mercado argentino tem demonstrado.
b) adoção de barreiras por parte da Argentina, que intenciona proteger o seu setor industrial.
c) tendência de equilíbrio no comércio entre os dois países, que indica estabilidade no curto prazo.
d) política de importação da Argentina, que demonstra interesse em buscar outros parceiros
comerciais.
e) estratégia da indústria brasileira, que buscou acompanhar as demandas do mercado consumidor
argentino.

7. (Fuvest 2021) O acordo entre o Mercosul e a União Europeia está sendo discutido há cerca de 20 anos
e prevê, entre outros elementos, a redução progressiva das tarifas de exportação entre os blocos. O
Brasil, que é um grande exportador de produtos de origem agrícola para o mercado europeu, teria
redução tarifária para a exportação de produtos como carnes, açúcar e etanol, dentre outros.
Para a ratificação do acordo, o parlamento europeu aprovou uma resolução que manifesta a
importância do compromisso dos países do Mercosul com a implementação do Acordo de Paris.
Note e adote: OMC: Organização Mundial do Comércio; PRONAF: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar; SAFs: Sistemas Agroflorestais; UE: União Europeia

A relutância em ratificar o acordo entre Mercosul e União Europeia, por parte de alguns países da UE
em 2020, deveu-se, entre outros fatores,
a) à desigual condição climática para produção de vinhos nos dois continentes.
b) às políticas de incentivo à agricultura familiar na América Latina e especialmente ao PRONAF no
Brasil.
c) à difusão de SAFs, criados com o propósito de produção para consumo humano no Cone Sul.
d) às declarações que cogitaram a retirada do Brasil da OMC meses antes da aprovação da
resolução.
e) aos graves problemas ambientais no Brasil, tais como desmatamento e queimadas.

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Geografia

8. (Uerj 2020 adaptada) Os arrependidos do Brexit

Painel do artista Banksy na cidade britânica de Dover, onde chegam os navios que cruzam o Canal da Mancha, provenientes
da França

O britânico Will Dry, estudante de política e economia, tinha 18 anos quando votou pela saída do Reino
Unido da União Europeia (UE) no plebiscito de 2016. Dry faz parte de um grupo de arrependidos,
identificados pela hashtag "Bregret" (combinação de "Brexit" e regrei, arrependimento). São eleitores
que se dizem enganados pelas promessas da campanha em defesa da retirada britânica da UE,
principal mente a ideia de que o Reino Unido poderia manter o status de inserção e influência no plano
europeu e mundial sem ter de se submeter à burocracia de uma entidade supranacional.
Adaptado de epoca.globo.com, 02/05/2018.

No âmbito das novas relações com o bloco europeu, parte da população britânica que votou a favor do
Brexit não dimensionou adequadamente a seguinte consequência dessa decisão:
a) ameaças à defesa do território
b) restrições à circulação de riqueza
c) limitações à autonomia do governo
d) riscos à continuidade da democracia
e) obrigação da utilização do euro

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Geografia

9. (Espm 2018) Interpretando o gráfico a seguir podemos constatar que:

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio exterior. Balança comercial Mercosul 2014. Disponível em:
<http://www.mdlc.gov.br/sitio/interna.php?area5&menurefr=2081>.

a) o Brasil apresenta superávit em relação ao Mercosul.


b) a Argentina apresenta superávit em relação ao Mercosul.
c) o Paraguai apresenta déficit em relação ao Mercosul.
d) o Brasil apresenta déficit em relação ao Paraguai.
e) o Uruguai apresenta superávit em relação ao Brasil.

10. (Enem 2017) México, Colômbia, Peru e Chile decidiram seguir um caminho mais curto para a integração
regional. Os quatro países, em meados de 2012, criaram a Aliança do Pacífico e eliminaram, em 2013,
as tarifas aduaneiras de 90% do total de produtos comercializados entre suas fronteiras.
OLIVEIRA, E. Aliança do Pacífico se fortalece e Mercosul fica à sua sombra. O Globo, 24 fev. 2013 (adaptado).

O acordo descrito no texto teve como objetivo econômico para os países-membros


a) promover a livre circulação de trabalhadores.
b) fomentar a competitividade no mercado externo.
c) restringir investimentos de empresas multinacionais.
d) adotar medidas cambiais para subsidiar o setor agrícola.
e) reduzir a fiscalização alfandegária para incentivar o consumo.

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10
Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1.
A Zona de Livre Comércio facilita a livre circulação de mercadorias e capitais dentro dos limites do bloco,
estabelecendo uma tarifa interna comum (TIC), enquanto a União Aduaneira, além da TIC, estabelece
uma tarifa externa comum (TEC), facilitando a negociação do bloco econômico com outros países.

2. C
Mercado Comum e União Econômica e Monetária são os únicos tipos de blocos econômicos que
possuem livre circulação de pessoas, sendo a União Europeia um exemplo de União Econômica e
Monetária.

3.
O Brasil é um grande exportador de commodities agrícolas e minerais. Commodities são produtos que
servem de matéria-prima para outras indústrias e podem ser negociados na bolsa de valores. Nesse
sentido, o Brasil apresenta uma dificuldade para manter uma relação comercial superavitária com outros
países, pois ele exporta produtos de baixo valor. O Mercosul é destino dos produtos manufaturados
brasileiros de mais alto valor agregado. Assim, o país possui uma facilidade maior de manter uma relação
comercial superavitária com o bloco, o que é excelente para economia do Brasil.

4. B
A União Europeia é o bloco com maior nível de integração econômica. É um bloco do tipo União
Econômica e Monetária.

5. A
O Brexit foi a saída do Reino Unido da União Europeia, realizado a partir de um plebiscito em 2016. A
saída foi concluída em janeiro de 2020.

Exercícios de vestibulares

1. D
O mapa sinaliza os seguintes países: México, Canadá e Estados Unidos. Eles compõem um bloco
econômico de livre comércio denominado NAFTA – North American Free Trade Agreement (indicado
inclusive na fonte da imagem).

2. E
Os quatro níveis de integração: Zona de Livre Comércio, União Aduaneira, Mercado Comum e União
Econômica e Monetária.

3. D
O Nafta reúne três países, porém um se insere de forma periférica. A participação do México no Nafta é
diferente, se comparada aos outros dois membros, pois existem muitas diferenças socioeconômicas
entre ele e os Estados Unidos e Canadá.

11
Geografia

4. E
As características referem-se a um dos tipos existentes de blocos econômicos, o chamado Mercado
Comum.

5. E
A União Europeia surgiu com o Tratado de Roma, em 1957. Trata-se do bloco econômico mais sofisticado
em termos de integração (Mercado Comum e União Monetária), uma vez que apresenta princípios além
da interdependência comercial. Para serem aceitos, os países devem ser democracias que apresentem
legislação de proteção aos direitos humanos. O processo de adesão ao bloco e a introdução da moeda
única (euro) passam por consulta à população do país, ou seja, a União Europeia é a organização que
apresenta características democráticas.

6. B
Com a criação do Mercosul a partir da década de 1990, intensificou-se o comércio entre os países
membros. O objetivo inicial era criar apenas uma Zona de Livre Comércio, decorrente de um resultado
satisfatório, que evoluiria para uma União Aduaneira, o que aconteceu em 1994, com o Tratado de Ouro
Preto. Todavia, o bloco apresenta problemas, como divergências comerciais, principalmente entre
brasileiros e argentinos, com algumas medidas protecionistas.

7. E
Devido à postura do governo federal sobre o meio ambiente, a União Europeia tem relutado em assinar o
acordo entre os dois blocos econômicos. Tal decisão tem como base os elevados índices de
desmatamento na Amazônia, decorrente da fragilização dos órgãos de fiscalização e prevenção contra
o desmatamento na região. Além disso, alguns países da Europa já boicotam produtos brasileiros ou
usam a questão do descaso ambiental como desculpas para impor medidas protecionistas.

8. B
O resultado inesperado da votação, optando pela saída do Reino Unido, foi decorrente do alto
comparecimento de idosos, conservadores, extrema direita e outros grupos insatisfeitos com as
condições socioeconômicas, além do temor da entrada de mais imigrantes, a xenofobia. A saída de um
bloco econômico apresenta consequências muito graves para a economia britânica, a perda de parceiros
comerciais, a saída de empresas em direção a outros países europeus, o desemprego, problemas
comerciais em fronteiras (Irlanda / Irlanda do Norte), além das dificuldades para os britânicos que
trabalham em outros países da União Europeia.

9. A
O Mercosul foi criado em 1991 pelo Tratado de Assunção. Desde então, aumentou bastante o fluxo
comercial entre os países membros. Os membros plenos do bloco adotam a união aduaneira; são eles:
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Para o Brasil, o Mercosul é vantajoso, uma vez que apresenta
superávit comercial com os demais membros, ou seja, exportações superam importações. A América
Latina, incluindo o Mercosul, é importante importadora de produtos industrializados brasileiros.

10. B
A Aliança do Pacífico possui como objetivo gerar uma maior integração econômica entre países,
reduzindo os entraves fiscais que encarecem ou dificultam a circulação de mercadorias. Assim, sem
esses obstáculos, será alcançada, também, uma maior competitividade no mercado externo, já que o
país que conseguir oferecer a produção mais barata terá vantagem significativa.

12
Geografia

Economias emergentes, G20 e BRICS

Objetivo
Entender o crescimento das economias emergentes e, a partir disso, compreender as transformações na
geopolítica mundial em um contexto de nova ordem multipolar.

Se liga
É fundamental que você tenha assistido às aulas da Terceira Revolução Industrial e Neoliberalismo e a
economia globalizada para melhor entender como esses países conseguiram crescer tanto nos últimos anos.

Curiosidade
Não deixe de conferir o seguinte infográfico da Folha de São Paulo sobre os BRICS.

Teoria

Países centrais, semiperiféricos e periféricos


O cenário global envolve disputas de poder entre os países. Todos querem ter um bom desenvolvimento,
oferecendo serviços essenciais a sua população, mas as relações geopolíticas interferem muito no cenário.
Os países ricos ou centrais são os que têm bom desenvolvimento econômico e alto índice de qualidade de
vida, medido pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano). Esse índice é composto por três indicadores,
que, de forma geral, podemos associar às taxas de alfabetização, de esperança de vida ao nascer e de renda
per capita (renda total do país dividida pelo número de habitantes).
Os países periféricos ou pobres são os que apresentam baixo desenvolvimento econômico e baixo índice de
qualidade de vida, enquanto os países centrais ou ricos são aqueles que possuem grande desenvolvimento
econômico e qualidade de vida. Por fim, existem os países semiperiféricos ou emergentes, isto é, são países
que apresentam grande crescimento econômico nos últimos anos, ao mesmo tempo que esses elevados
indicadores contrastam com valores baixos e medianos do seu IDH.

G7 e G20
São países que apresentam um crescente avanço econômico, mas com um IDH baixo ou médio. É muito
comum que os países emergentes tenham uma camada de desigualdade e concentração de renda elevada.
A tríade do capitalismo, no cenário de poder no mundo, era composta por EUA, Europa e Ásia, sendo o grupo
que mais influenciava as decisões mundiais. Esse bloco de poder cresceu e passou a ser denominado G7,
composto por EUA, Canadá, Inglaterra, França, Alemanha, Itália e Japão.
Depois, ocorreu uma nova expansão e teve origem o G20, grupo formado pelas principais economias centrais,
economias emergentes e países da União Europeia, cujas vantagens para os países integrantes vão desde
facilitação nas relações comerciais entre eles à criação de fóruns de discussão para a tomada de decisões
conjuntas. Trata-se do bloco dos países mais influentes do mundo, entre desenvolvidos e emergentes. Esse
grupo busca promover a estabilidade financeira, possuindo poder de influenciar e modernizar a estrutura

1
Geografia

financeira mundial. É composto por Arábia Saudita, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Japão, África do Sul,
Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia (representada pelo Presidente do
Conselho Europeu), Argentina, Brasil, Canadá, Estados Unidos, México e Austrália.

Mercados emergentes
O termo “mercados emergentes” foi criado em 1981, por Antoine Van Agtmael, economista que queria
incentivar as sociedades financeiras a investir no mercado asiático, com forte crescimento nessa época. O
sucesso desse primeiro investimento em mercados emergentes foi enorme e se confirmou durante toda a
década de 80. Esses mercados eram mais rentáveis tanto a curto quanto a longo prazo.
Esse sucesso atraiu a curiosidade dos economistas que se interessaram por dados e parâmetros reais da
economia (como produção industrial, consumo interno, PIB, políticas econômicas) para estudar esses países
e o porquê do sucesso vigoroso. No fim dos anos 90, a expressão “economia emergente” ganha o cunho,
portanto, não somente por seus aspectos financeiros, mas principalmente em suas dinâmicas e perspectivas
de crescimento. As principais organizações financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) se utilizaram
desse vocábulo, usando-o para países a torto e direito. Mas a academia acabou por definir e precisar quais
seriam as características necessárias para um país ter uma economia chamada emergente.

As quatro principais seriam:


• Renda intermediária: a renda por habitante teria de ser razoável, com seu valor situado entre o dos países
menos avançados e o dos países ricos, principalmente no que diz respeito ao poder de consumo. Por
exemplo: a renda média da Índia é quatro vezes menor do que a de muitos outros países emergentes
(principalmente no leste europeu), mas possui paridade no poder de compra que essa renda média
possibilita.
• Dinâmica de recuperação: o crescimento desses países recentemente elevou as economias emergentes
a um nível próximo das já estabelecidas. Para isso, o crescimento do PIB deve ser superior, ou igual, à
média internacional, durante os últimos dez anos.
• Transformações e abertura: no período recente, esses países conheceram transformações institucionais
e estruturais que contribuíram para os inserir de uma maneira inédita na economia mundial. Essas
economias realizam cada vez mais trocas com o resto do mundo, e se beneficiam de investimentos
industriais e dos serviços de empresas multinacionais. Algumas, e aqui vamos lembrar das empreiteiras
brasileiras, desenvolvem elas mesmas uma capacidade de investimento (ou têm auxílio governamental
com empréstimos de juros subsidiados, como, de novo, no caso brasileiro) e atuam no estrangeiro,
contribuindo de maneira ativa na globalização.
• Potencial de crescimento: tendo em vista o pequeno abismo que separa, ainda, o nível de vida dos países
desenvolvidos dos países emergentes, a economia destes se beneficia de um potencial enorme de
crescimento (principalmente pelo aumento da capacidade de consumo). Essa capacidade de produção
e consumo, pouco a pouco, vai superando a dos países mais desenvolvidos. No final da década de 90,
aconteceram várias crises econômicas que afetaram México, Rússia e até o Japão. Houve uma crise
muito importante em 1999, nos EUA, que alterou as referências de investimento a nível global, fazendo
com que os mercados emergentes fossem vistos como um potencial significativo de crescimento e
referência em investimento.

2
Geografia

A influência e os desafios atuais dos países emergentes


O crescimento econômico possante é uma das principais armas de negociação dos países. Será que esse
crescimento também não é perigoso, tanto para a estabilidade das relações econômicas internacionais,
quanto para suas respectivas sociedades e para a natureza em geral?
As relações dos países emergentes com os países já industrializados são intensas. O mundo globalizado
implica no conceito de multipolaridade: o surgimento de outras potências. Houve um crescimento dos blocos
de poder mundial com países emergentes, que inclui a criação do G20, que são os países ricos junto com os
emergentes, consolidando a multipolaridade do mundo atual.
Ao mesmo tempo em que há uma interdependência bastante forte, grande parte pelo capital financeiro
internacional e a globalização, há também uma desigualdade, no que diz respeito aos armamentos e acesso
à tecnologia. Os velhos centros industriais ainda concentram certos tipos de atividades, principalmente as de
pesquisa tecnológica para patentes. Mesmo assim, vê-se crescer nos países emergentes, principalmente na
Índia e na China, grandes investimentos na capacitação profissional e na construção de tecnopolos, buscando
reverter esse quadro. Ao mesmo tempo, Índia, Rússia e China possuem armamento nuclear, e suspeita-se que
a África do Sul também, o que faz pender um pouco a balança.
Os desafios principais desses países emergentes consistem em reverter esses ganhos políticos e
econômicos para a população. Em praticamente todos esses países, os indicadores econômicos são
excelentes, mas os sociais não. A qualidade de vida e o padrão de consumo dos países emergentes são bem
inferiores aos dos países já industrializados. Isso leva, alguns especialistas acreditam, a uma crescente
insatisfação popular e luta por direitos, que pode ser observada em todos esses países. Como os governos
respondem a essa demanda interna fica em questão. Ao mesmo tempo, elevar o consumo da população
residente ao mesmo patamar da população americana, por exemplo, vai exaurir os recursos naturais. Muitos
ambientalistas se preocupam com essa emergência econômica, porque ela vem acompanhada de poluição,
de uso de recursos etc. Então fica outra questão no ar: quem tem mais direito a “usar” esses recursos? Os
países emergentes, na iminência de desastres ambientais, teriam de frear seu crescimento? O clima, a
natureza, os recursos e os desastres são novos debates e assuntos na geopolítica mundial, acompanhados
pela ascensão dos emergentes.

Outros grupos além do G20


O G's são grupos de países que se reúnem para debater questões geopolíticas de interesse comum,
estreitando laços estratégicos no cenário internacional. A letra “G” se refere a “grupo” e o número reflete a
quantidade de países que participam dessas reuniões. Esses encontros podem ou não estar vinculados à
ONU (Organização das Nações Unidas).
• G4 Teve sua origem em 2006, é composto por Índia, Japão, Alemanha e Brasil. Trata-se da reunião dos
quatro principais países que buscam reformar o Conselho de Segurança da ONU, a fim de se tornarem
membros permanentes, podendo usufruir dessas vantagens, como possuir poder de veto em
determinadas decisões. Esse poder atualmente é restrito a 5 países – Estados Unidos, Rússia, Reino
Unido, França e China. O principal argumento é que o grande poder dado a esses cinco países não reflete
a ordem multipolar em que o mundo se encontra atualmente nas instâncias decisórias, o que pode revelar
a ONU como um órgão não imparcial politicamente.
• G5 Formado em 2005, composto por China, Índia, África do Sul, Brasil e México, trata-se do grupo dos
países em desenvolvimento se articulando para possuir maior coesão política perante as nações
desenvolvidas, como o G8.

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Geografia

• G7 Criado em 1976, trata-se dos 7 países mais ricos do mundo e os representantes da União Europeia. É
composto por Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. Com a entrada da
Rússia em 1997, tornou-se G8, porém, o país foi suspenso em 2014, em virtude do conflito na Crimeia.
• G10 Com sua origem em 1962, é composto por Japão, Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Reino
Unido, Suécia, Suíça, Canadá e Estados Unidos. Trata-se da reunião dos países assinantes do Acordo
Geral para Obtenção de Empréstimos, que visa auxiliar os empréstimos oferecidos pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional) aos países emergentes.
• G15 A partir de 1989 cria-se o grupo, que se reúne por serem os países em desenvolvimento que ficaram
relativamente isentos, pouco envolvidos com a parcialidade do mundo bipolar durante a Guerra Fria. Por
isso, buscaram se apoiar no desenvolvimento econômico, fortalecendo suas relações internas. É
composto por Índia, Indonésia, Irã, Malásia, Sri Lanka, Argélia, Egito, Nigéria, Quênia, Senegal, Zimbábue,
Argentina, Brasil, Chile, Jamaica, México e Venezuela.
• G24 A partir de 1971, se reúnem 24 países em desenvolvimento, a fim de garantir a representação dos
seus interesses nas instâncias de organização financeira internacional, como FMI e ONU. É composto
por Filipinas, Índia, Irã, Líbano, Paquistão, Síria, Sri Lanka, África do Sul, Argélia, Costa do Marfim, Egito,
Etiópia, Gabão, Gana, Marrocos, Nigéria, Quênia, República Democrática do Congo, Argentina, Brasil,
Colômbia, Guatemala, Haiti, México, Peru, Trindad e Tobago, Venezuela e Equador.
• Existe ainda um grande Grupo denominado G77, onde se reúnem representantes dos países emergentes
do Hemisfério Sul que participam da ONU. Esse encontro tem por objetivo aumentar o poder de barganha,
organizar estratégias políticas de votação aos interesses econômicos desses países dentro dos fóruns
da ONU.

BRICS
O termo “BRIC” foi criado em 2001, por Jim O’Neil, destacando possíveis economias emergentes, como o
Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2009, os chefes de Estado desses quatro países decidiram criar a “Cúpula
do BRIC”, se reunindo a cada ano para debater assuntos econômicos e geopolíticos de interesse comum. A
partir de 2011, a África do Sul foi incorporada ao grupo, que passou a ser denominado BRICS.
As razões para o grande crescimento desses países no início do século XXI são: enorme mercado
consumidor, cujo tamanho representa 40% da população mundial, possuem grandes riquezas minerais e
apresentam um crescimento industrial formidável.
Entre 2008 e 2013, essas economias representaram até 50% do crescimento econômico mundial, formando
uma forte polarização com o G7, grupo de países economicamente mais poderosos do mundo, reafirmando
o caráter multipolar da Nova Ordem Mundial. É importante destacar que esse crescimento foi puxado,
principalmente, pela China, que forçou uma política de crescimento em meio à Crise de 2008, causando uma
alta das commodities. Como Brasil, Rússia e África do Sul são grandes exportadores de commodities, suas
economias foram beneficiadas com a alta desses produtos primários.

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Geografia

Exercícios de fixação

1. Defina o que são países centrais e países emergentes.

2. Qual a diferença entre o G7 e o G20?

3. No fim da década de 1990, a expressão “economia emergente” se popularizou. Era associada a países
não somente por seus aspectos financeiros, mas principalmente em suas dinâmicas e perspectivas de
crescimento. As principais organizações financeiras internacionais (Banco Mundial e FMI) se utilizaram
desse vocábulo para diversos países.
São características que podem ajudar a definir uma economia emergente:
a) Renda intermediária e potencial de crescimento
b) Elevado indicador social e baixo desempenho econômico
c) Potencial de recuperação e grande desigualdade econômica

4.

Fonte de: https://upload.wikimedia.org/

Identifique os países no mapa acima e o que eles representam.

5. O termo ________________ foi criado em 2001, por Jim O’Neil, destacando possíveis economias
________________, como o Brasil, Rússia, Índia e China.
a) G20 – emergentes.
b) G7 – desenvolvidas.
c) BRIC – emergentes.

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Geografia

Exercícios de vestibulares

1. Sobre a formação do BRIC.


O termo Brics foi cunhado pelo economista Jim O'Neill, do Goldman Sachs, em 2001, para descrever o
crescente poder das economias de mercado emergentes. De lá para cá, o grupo dobrou a participação
no comércio mundial. Hoje, os Brics detêm 15% do total de 60,7 trilhões de dólares. Em 2000, a
participação era de 7,2%. Nesse mesmo período de comparação, as exportações do grupo saltaram de
451 bilhões de dólares para 1,8 trilhão de dólares em 2009.
Disponível em: http://veja.abril.com.br - 14/04/20

Marque a alternativa que apresenta todos os países que compõem o BRICS:


a) Bangladesch, Ruanda, Itália, Chile e Suíça.
b) Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
c) Brasil, Rússia, Indonésia, Canadá e Suriname.
d) Bulgária, Reino Unido, Itália, Chile e Suécia.
e) Bolívia, Romênia, Islândia, Camarões, Suíça.

2. Os líderes do G20 (Grupo dos 20), reunidos em Seul, manifestaram apoio à reforma do Fundo Monetário
Internacional (FMI) que deu a economias como China e Brasil maior peso de decisão no organismo.
(Disponível em: http://economia.uol.com.br. 12.11.2010. Adaptado)

Acerca de sua composição, é correto afirmar que o G20 reúne:


a) apenas os países que integram o Conselho de Segurança da ONU.
b) os países mais ricos do mundo e os principais emergentes.
c) os países mais pobres do mundo, com economias dependentes.
d) os países que recusam a intervenção do FMI.
e) os países que não fazem parte de outros grupos, como o G8 e o BRIC.

3. (Enem 2010) O G-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os mais industrializados do mundo (EUA,
Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), a União Europeia e os principais emergentes
(Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia,
México e Turquia). Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns internacionais de decisão e
consulta.
ALLAN, R. Crise global. Disponível em: http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2010.

Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os chamados BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China
e África do Sul), termo criado em 2001 para referir-se aos países que
a) apresentavam características econômicas promissoras para as décadas a partir dos anos 2000.
b) possuem base tecnológica mais elevada.
c) apresentavam índices de igualdade social e econômica mais acentuados.
d) apresentavam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a economia global.
e) possuem similaridades culturais capazes de alavancar a economia mundial.

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Geografia

4. O G-20, grupo composto pelos 20 países mais industrializados do mundo, vem discutindo alternativas
energéticas que não sejam nocivas ao meio ambiente, sejam renováveis, tenham um custo acessível e
que permita o desenvolvimento econômico.
VIVER, aprender expandindo: conhecer, sobreviver e conviver: Ensino Médio. v. 1. São Paulo: Global, 2009.

No Brasil, um exemplo de importante fonte energética alternativa dessa natureza, proveniente da


biomassa tropical e utilizada como combustível nos veículos automotivos, é
a) a cana de açúcar, utilizada na produção do álcool.
b) o petróleo, utilizado na produção de energia nuclear.
c) o xisto, utilizado na produção de energia termoelétrica.
d) o urânio, utilizado na produção de energia geotérmica.
e) o carvão mineral, utilizado na produção de energia eólica.

5. Leia o texto que segue, em que o autor chama a atenção para algumas diferenças entre os membros
do Bric.
O fim da ilusão dos Brics
Países como China e Índia se distanciaram muito daquelas antigas fontes de bens primários e
bugigangas. A Chíndia exporta também em massa produtos e serviços de alta qualidade. Não há
nenhum outro país ou região comparável. O acrônimo Brics equivale à confusão (...) a partir de uma
invenção do sistema financeiro. Sonhamos em ser um dos grandes emergentes que dominarão a
economia no mundo. É o nosso excepcionalíssimo. Quanto mais cedo despertarmos melhor. Em
comum com a Chíndia, o Brasil tem apenas o tamanho.
Fonte: Marcelo Coutinho. O fim da ilusão dos Bric. (jornal O Globo, 9 OUT 11, p. 7.)

O acrônimo (sigla), mencionado no texto, refere-se ao conjunto de países caracterizados como Brics
a) subindustrializados.
b) de democracia liberal.
c) economicamente emergentes.
d) os mais populosos do mundo.
e) os maiores exportadores do mundo.

6. (Enem 2015) Atualmente, as represálias econômicas contra as empresas de informática norte-


americanas continuam. A Alemanha proibiu um aplicativo dos Estados Unidos de compartilhamento de
carros; na China, o governo explicou que os equipamentos e serviços de informática norte-americanos
representam uma ameaça, pedindo que as empresas estatais não recorram a eles.
SCHILLER, D. Disponível em: www.diplomatique.org.br. Acesso em: 11 nov. 2014 (adaptado).

As ações tomadas pelos países contra a espionagem revelam preocupação com o(a)
a) subsídio industrial.
b) hegemonia cultural.
c) protecionismo dos mercados.
d) desemprego tecnológico.
e) segurança dos dados.

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Geografia

7. (Enem 2014)

Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2013.

Na imagem, é ressaltado, em tom mais escuro, um grupo de países que na atualidade possuem
características político-econômicas comuns, no sentido de
a) adotarem o liberalismo político na dinâmica dos seus setores públicos.
b) constituírem modelos de ações decisórias vinculadas à socialdemocracia.
c) instituírem fóruns de discussão sobre intercâmbio multilateral de economias emergentes.
d) promoverem a integração representativa dos diversos povos integrantes de seus territórios.
e) apresentarem uma frente de desalinha mento político aos polos dominantes do sistema-mundo.

8. (Uerj 2010 adaptada) G-20 adota linha dura para combater crise
Grupo anuncia maior controle para o sistema financeiro
Cercada de expectativas, a reunião do G-20, grupo que congrega os países mais ricos e os principais
emergentes do mundo, chegou ao fim, em Londres, com o consenso da necessidade de combate aos
paraísos fiscais e da criação de novas regras de fiscalização para o sistema financeiro. Além disso, os
líderes concordaram, dentre várias medidas, em injetar US$ 1,1 trilhão na economia para debelar a crise.
Disponível em: http://zerohora.clicrbs.com.br. Adaptado.

A passagem da década de 1980 para a de 1990 ficou marcada como um momento histórico no qual se
esgotou um arranjo geopolítico e teve início uma nova ordem política internacional, cuja configuração
mais clara ainda está em andamento. Conforme se observa na notícia, essa nova geopolítica possui a
seguinte característica marcante:
a) diminuição dos fluxos internacionais de capital
b) aumento do número de polos de poder mundial
c) redução das desigualdades sociais entre o Norte e o Sul
d) crescimento da probabilidade de conflitos entre países centrais e periféricos
e) aumento do protecionismo econômico

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Geografia

9. (Enem 2019) Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de Segurança
Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, índia e Japão) reiteraram, em setembro de 2018, a defesa
pela ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) durante reunião
em Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, de dez itens, os chanceleres destacaram que
o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros permanentes e dez rotativos, não reflete
o século 21. "A reforma do Conselho de Segurança é essencial para enfrentar os desafios complexos
de hoje. Como aspirantes a novos membros permanentes de um conselho reformado, os ministros
reiteraram seu compromisso de trabalhar para fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem
multilateral global, bem como seu apoio às respectivas candidaturas", afirma a declaração conjunta.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. 2018 (adaptado).

Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica comum:
a) Extensividade de área territorial.
b) Protagonismo em escala regional.
c) Investimento em tecnologia militar.
d) Desenvolvimento de energia nuclear.
e) Disponibilidade de recursos minerais

10. (Enem 2019) A reestruturação global da indústria, condicionada pelas estratégias de gestão global da
cadeia de valor dos grandes grupos transnacionais, promoveu um forte deslocamento do processo
produtivo, até mesmo de plantas industriais inteiras, e redirecionou os fluxos de produção e de
investimento. Entretanto, o aumento da participação dos países em desenvolvimento no produto global
deu-se de forma bastante assimétrica quando se compara o dinamismo dos países do leste asiático
com o dos demais países, sobretudo os latino-americanos, no período 1980-2000.
SARTI, F.; HIRATUKA, C. Indústria mundial: mudanças e tendências recentes. Campinas: Unicamp, n. 186, dez. 2010.

A dinâmica de transformação da geografia das indústrias descrita expõe a complementaridade entre


dispersão espacial e
a) autonomia tecnológica.
b) crises de abastecimento.
c) descentralização política.
d) concentração econômica.
e) compartilhamento de lucros.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1.
Países centrais correspondem aos países desenvolvidos com fortes economias e elevados indicadores
sociais, enquanto os países emergentes correspondem aos países semiperiféricos. Estes apresentam
grande crescimento econômico nas últimas décadas, mas com indicadores sociais ainda contrastantes.

2.
O G7, ou Grupo dos Sete, é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por: Alemanha,
Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja
representada. O G20 é um grupo de países formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União
Europeia. Foi criado em 1999, após as sucessivas crises financeiras da década de 1990. Tal grupo busca
garantir maior representatividade dos países emergentes nas discussões econômicas.

3. A
Renda intermediária, potencial de crescimento, dinâmica de recuperação e transformações e abertura
são características que possibilitam identificar os países emergentes.

4.
Os países indicados na figura são: Brasil, na América do Sul; África do Sul, na África; por fim, no continente
asiático, no sentido norte-sul, estão destacados Rússia, China e Índia. Eles representam os BRICS, países
que apresentaram grande crescimento econômico mundial, formando uma forte polarização com o G7.

5. C
O termo “BRIC” foi criado em 2001 por Jim O’Neil, destacando possíveis economias emergentes, como
o Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2009, os chefes de Estado desses quatro países decidiram criar a
“Cúpula do BRIC”, se reunindo a cada ano para debater assuntos econômicos e geopolíticos de interesse
comum. A partir de 2011, a África do Sul foi incorporada ao grupo, que passou a ser denominado BRICS.

Exercícios de vestibulares

1. B
É abordada a composição do agrupamento BRICS, que conta com os principais países emergentes no
início dos anos 2000.

2. B
O G20 é um grupo de países formado pelas principais economias centrais (incluído os países da União
Europeia) mais os países de economias emergentes. As vantagens para os países integrantes vão desde
facilitação nas relações comerciais entre eles à criação de fóruns de discussão para a tomada de
decisões conjuntas.

3. A
O G20 é um grupo composto pelas maiores economias mundiais, pelos países da União Europeia e pelos
principais países emergentes, dentre estes os que formam o BRICS. Criado em 2001 pelo economista

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Geografia

Jim O’Neil como BRIC, e em 2011 transformado em BRICS, o termo foi muito utilizado por cientistas
políticos, até que se tornou de fato um agrupamento entres esses países considerados economicamente
promissores para as décadas seguintes, devido ao crescimento de suas economias.

4. A
Os países do G20, mais importantes economias mundiais, têm apresentado uma preocupação em
investir em novas fontes de energia, em especial as consideradas limpas, isso porque o crescimento
econômico passa pelo crescimento da produção, o que demanda fontes energéticas. Nesse sentido, o
Brasil tem investido na produção de etanol a base de cana-de-açúcar para a garantia de abastecimento
do setor automotivo.

5. C
BRICS é um agrupamento econômico composto por países considerados emergentes, com grandes
expectativas e possibilidades de crescimento, se constituindo também como uma alternativa a
investimento nos países já desenvolvidos.

6. E
As relações entre os países que compõem o G20 nem sempre são amistosas, a exemplo do ocorrido em
2013, com a repercussão do caso envolvendo Edward Snowden, que denunciou programas de
espionagem realizados pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. A denúncia
gerou preocupação em vários governos em relação aos vazamentos de dados sigilosos de seus países.

7. C
Os países destacados correspondem ao BRICS. A partir de fóruns e acordos multilaterais buscam uma
aproximação comercial e uma maior força expressiva no cenário financeiro contemporâneo.

8. B
A nova ordem geopolítica mundial difere da ordem geopolítica vigente durante a Guerra Fria, sendo
marcada pelo maior número de países que se constituem como polos de poder e que possuem peso
crescente nas decisões mundiais. A formação do G-20 aponta para essa configuração do poder global
contemporâneo, que não está mais restrita a um pequeno grupo de grandes países desenvolvidos, como
no passado.

9. B
O Conselho de Segurança, órgão da ONU responsável pela segurança internacional, é composto por
quinze membros, sendo os rotativos com direito ao voto, e os permanentes com direito ao veto. Ao pedir
as reformas, com vistas ao aumento dos membros permanentes, os países do G4 justificam sua
importância no cenário mundial, por estarem exercendo liderança em nível regional.

10. D
A dispersão espacial da indústria no período apontado favoreceu o modelo de plataforma de exportação
adotado pelos países do leste asiático, em detrimento dos países latino-americanos, criando assim a
assimetria mencionada no texto, haja vista que os fortes investimentos e a alavancagem da produção
industrial levam à concentração econômica na Ásia.

11
Guia do Estudo Perfeito

Como cuidar da saúde mental nos estudos?

Teoria

Saúde mental
Muitas pessoas, quando pensam em saúde mental, já associam-na a uma questão de doença. Se você não
tem algum problema mental diagnosticado, sua saúde mental está ótima, mas não é só isso.

Saúde mental é compreender e saber lidar com as suas emoções e as das outras pessoas.

Cuidar da sua saúde mental significa também desenvolver suas habilidades emocionais.

Significa estar bem consigo, aceitar as exigências da vida, saber lidar com os obstáculos e
dificuldades inerentes a ela, reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.

Cuidados
É verdade que vivemos em uma sociedade cada vez mais afetada por problemas psíquicos. Além disso, é
muito comum as pessoas não procurarem ajuda, por não reconhecerem os seus limites ou por pensarem que
terapia é algo apenas para quem tem “alguns parafusos soltos na cabeça”. Por isso, é importante destacar
que, caso você ache que tenha algum desses transtornos, não se diagnostique. Procure a ajuda de um
profissional (médico psiquiatra ou psicólogo) para que essas questões sejam esclarecidas e, caso você
realmente tenha algum transtorno mental, ele seja corretamente identificado e tratado. No vídeo abaixo, o
pessoal do Autoridade Fitness comenta sobre a importância de atentarmos para a saúde mental, tal como já
fazemos com a saúde física.

(Vídeo: Como ver o lado mais invisível da saúde - Autoridade Fitness)

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Guia do Estudo Perfeito

Você sabia que praticar exercícios físicos, melhorar sua alimentação e se desconectar desse mundo intenso
pode te ajudar a melhorar sua saúde mental? Então, não deixe de assistir ao vídeo abaixo e entenda um pouco
mais sobre a importância da saúde mental.

(Vídeo: Por que ninguém fala sobre saúde mental? - Autoridade Fitness)

Inteligência emocional
A inteligência emocional pode ser entendida como uma habilidade não cognitiva ou softskill (habilidades
comportamentais ou competências subjetivas), isto é, habilidade que não está necessariamente associada
ao raciocínio lógico. É fundamental no mundo em que vivemos, em que currículo e diploma estão perdendo
cada vez mais significância. Você até pode ser uma pessoa brilhante, mas do que adianta esse brilhantismo
se não consegue orientar uma equipe para um objetivo comum?
Essa inteligência pode ser aprendida e treinada, garantindo, assim, um maior êxito profissional e/ou
acadêmico, ao disponibilizar a você um leque de novas ferramentas para melhor lidar com seus sentimentos,
como a frustração ou a pressão por melhores resultados. Ao mesmo tempo, essas habilidades emocionais
são fundamentais para que você desenvolva uma boa saúde mental.
Um livro sensacional que pode te ajudar a se aprofundar um pouco mais nesse conceito é o Inteligência
Emocional, de Daniel Goleman. Abaixo, segue um resumo ilustrado sobre esse livro.

(Vídeo: Aprenda os 5 domínios da inteligência emocional - Daniel Goleman – SejaUmaPessoaMelhor)

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Guia do Estudo Perfeito

O autor do livro Inteligência Emocional definiu cinco pilares dessa inteligência:


• Conhecer as próprias emoções: Sabe quando você está nervoso e não consegue escrever uma redação?
Ou está se tremendo todo e dá um branco na hora da prova do Enem? Reconhecer essas emoções e
começar a se policiar é fundamental. Veja bem, não significa apagar essas emoções, mas desenvolver a
capacidade de percebê-las. Assim, você pode ser um melhor piloto da sua vida na hora de decidir algo
importante, como uma oferta de emprego.
• Lidar com as emoções: Porém, não basta apenas identificar e reconhecer. Imagine que você está nervoso
e estressado com algo e passa a descontar em alguém. Isso está correto? Não. No ambiente de trabalho
ou estudo, isso pode ser até mais perigoso. Então, saber identificar e lidar com essas emoções é
fundamental para evoluir nesse sentido, não só para você, mas para todos ao seu redor.
• Motivar-se: Envolve colocar essas emoções a seu favor. Você está nervoso ou ansioso por causa de
uma prova ou redação. O primeiro passo é identificar isso para poder policiar essas emoções e utilizá-
las a seu favor. Você identificou e agora pode utilizar essas emoções para o seu benefício. Adianta ficar
andando pra lá e pra cá por causa da prova ou redação? Que tal pegar essa energia e fazer alguns
exercícios ou produzir uma redação? Muitos alunos questionam o que fazer com aquela sensação de
não estar estudando direito, de que falta algo. Que tal pegar essa sensação para se motivar a fazer mais
uma lista de exercícios? Isso envolve autocontrole, que você pode desenvolver ao longo do tempo.
• Reconhecer as emoções nos outros: É basicamente a definição de empatia, que deve ser entendida
como a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreender o ponto de vista e a postura de outra
pessoa. No vídeo abaixo, você pode conhecer um pouco mais sobre essa habilidade.

(Vídeo: O poder da empatia – Animamundhy)

• Lidar com relacionamentos: É a aplicação de todos esses pilares com o próximo, para obter uma melhor
relação ou resultado em alguma tarefa ou trabalho em grupo, por exemplo.

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Guia do Estudo Perfeito

Ter empatia com as outras pessoas é uma das competências básicas da inteligência emocional. Abaixo,
assista a uma cena do filme Coach Carter - Treino para a Vida.

(Vídeo: Trecho do filme Coach Carter - Treino para a Vida)

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Guia do Estudo Perfeito

Exercício

O exercício desta semana é pensar em quais pontos da inteligência emocional são importantes que você
desenvolva. O primeiro desafio é identificar as habilidades menos desenvolvidas. O próximo passo é cultivar
essas habilidades.

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História

América Portuguesa: União Iberica e Invasões Estrangeiras

Objetivo
Você aprenderá sobre as invasões estrangeiras ao território português na América e suas consequências para
a colonização do território brasileiro.

Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre Expansão Marítima e sobre a ocupação do
território portugues na América.

Curiosidade
A cidade de São Luís, atual capital do Maranhão, foi fundada por franceses durante as invasões estrangeiras
do século XVII.

Teoria

Com a Expansão Marítima e a chegada ao continente americano, as Monarquias Nacionais europeias, com a
exceção de Portugal e Espanha, não se sentiram contempladas pela divisão do mundo em dois polos. O
Tratado de Tordesilhas foi firmado entre os espanhóis e os portugueses, dividindo as terras recém-
descobertas, e a descobrir, sem considerar os outros reinos, como Holanda, França e Inglaterra.
Após a sua centralização política, a França foi a principal contestadora do tratado, alegando que ele não teria
validade, uma vez que não existiria nenhuma clausula no “testamento de Adão” que validasse tal divisão
territorial feita pela Igreja Católica. Baseado em tais argumentos, os franceses empreenderam uma série de
expedições para o “Novo Mundo”, a fim de conquistar um cantinho para explorar e chamar de seu. Em grande
medida, Inglaterra e Holanda não ficaram atrás e buscaram fazer incursões ao continente americano e até
mesmo a invadir as possessões portuguesas e espanholas na América.

Pega a visão: Vale ressaltar que um dos propulsores da imigração de europeus para o continente americano
foi a perseguição religiosa aos protestantes durante os séculos XVI e VII, no caso inglês, aos puritanos, e no
caso francês, aos huguenotes. Lembrem que a Reforma Protestante ocorreu em 1517 e havia alterado o
panorama religioso, político e social do Velho Mundo.

Além das invasões, esses reinados financiavam os ataques de corsários (resumidamente: piratas com a
atuação autorizada pelo governo), que saqueavam os navios e os territórios portugueses e espanhóis no
continente americano. No caso do litoral brasileiro, os franceses com suas invasões e tentativas de se
estabelecer no território impulsionaram a coroa portuguesa a ocupar, de fato, o território americano a partir
de 1530.

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História

França Antártica
Acredita-se que os franceses, mesmo antes de Cabral, já conheciam o litoral brasileiro e
comercializavam com os índios alguns gêneros tropicais, no entanto, em 1555, a primeira
empreitada patrocinada pela coroa francesa teve como destino a baía de Guanabara, local
que os portugueses ainda não haviam se fixado. Liderados por Durand de Villegnon, os
colonos franceses católicos e protestantes começaram uma colônia no atlântico sul. A
região era ocupada pelos Tupinambás e uma série de outros grupos que vinham resistindo
à dominação portuguesa ao seu território, formando a Confederação dos Tamoios.
A colônia que acabava de nascer tinha o objetivo de participar da exploração de produtos comercializáveis no
Novo Mundo, atividade que era feita exclusivamente pelos portugueses. Se aproveitando do desentendimento
dos portugueses com os nativos, os franceses se aliaram aos grupos que pertenciam a Confederação dos
Tamoios, oferecendo auxilio na resistência com o fornecimento de armas, por exemplo.
Contudo, os colonos passaram por diversas dificuldades como doenças e fomes, o que gerou inúmeras
deserções dos franceses para as tribos indígenas. Villegnon chegou a proibir o contato e a união entre
franceses e indígenas. Além disso, a relação entre os protestantes e os católicos havia deixado de ser
amistosa e os colocos entravam cada vez mais em conflito.
A empreitada fracassou, assim como a resistência indígena na região liderada pela Conferência dos Tamoios,
quando em 1565, os portugueses liderados por Estácio de Sá, em companhia de José de Anchieta, retomaram
a região e fundaram a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

França Equinocial
Apesar da destruição da França Antártida, os franceses continuaram investindo na
tentativa de colonizar o território português na América, aproveitando o enfraquecimento
português mediante a União Ibérica. Dessa vez, o francês Daniel de La Touche chegou
ao litoral maranhense, em 1612, com um contingente de cerca de 500 pessoas para
ocupar o território que ainda não era tão povoado por portugueses. Tirando proveito do
descontentamento dos nativos da região com os portugueses, os franceses trataram de
se aliar a eles na luta contra a dominação portuguesa.
A colônia ficou conhecida como França Equinocial devido a sua proximidade com a Linha do Equador, mas o
forte fundado na região foi batizado de São Luis (sim, gente, é exatamente onde fica a cidade de São Luis,
capital do Maranhão), em homenagem ao rei francês.
Contudo, o projeto não vingou por muito tempo. Logo em 1615, os portugueses e espanhóis se aliaram em
uma expedição para expulsar os franceses e ocupar a região para afastar de vez o perigo de novas invasões.
Liderados por Jerônimo de Albuquerque, o grupo conseguiu libertar a região do domínio francês e expandiu a
colonização para a região Norte do Brasil atual.

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História

União Ibérica

A crise que gerou a união das duas coroas começou em 1578, quando o
jovem rei D. Sebastião se aventurou em uma batalha na região de
Alcácer-Quibir no Marrocos, contra os árabes. Além de seu entusiasmo
cruzadístico, o rei tinha interesses em reabrir rotas comerciais no norte
da África, porém, durante as expedições, D. Sebastião desapareceu em
combate, deixando o trono vago, já que não tinha herdeiros. A figura de
Dom Sebastião virou um símbolo de esperança, pois muitos súditos ainda acreditavam na volta do rei para
enfim governar novamente. Há relatos de pessoas entrevistadas pela inquisição que diziam ter sonhado com
o monarca e, o próprio Antônio Conselheiro, líder do Arraial de Canudos, era um adepto do Sebastianismo,
tendo profetizado o retorno do rei.
Assim, o Cardeal D. Henrique, tio avô de D. Sebastião, assumiu o trono lusitano, no entanto a dinastia de Avis
estava com os dias contados, já que o novo rei não poderia deixar herdeiros. Henrique I veio a falecer em
1580, deixando novamente o trono em Lisboa vazio e, desta vez, abrindo caminho para um grande temor dos
portugueses, a ascensão de Filipe II, rei da Espanha, que, por fim, assumiu o trono sob a ameaça de uma
invasão militar espanhola. Filipe era neto de D. Manoel I e o mais próximo na linha sucessória.

O monarca espanhol viu em Portugal a possibilidade de recuperação dos cofres do


Estado, acessando o mercado de escravos que era controlado pelos portugueses,
já que estes tinham possessões na costa atlântica da África, e podendo ampliar o
domínio colonial na América, já que agora as coroas se uniriam. O rei, mesmo que
impopular, foi aceito pelos nobres e burgueses de Portugal, já que o monarca não
tardou em assinar o Tratado de Tomar, em 1581, dando exclusividade para navios portugueses no comércio
com as colônias e mantendo as autoridades metropolitanas e coloniais do Estado português.
Em 1640 os portugueses retomaram o seu domínio político sobre Portugal com o período conhecido como a
Restauração. Nesta fase, sobe ao poder a dinastia dos Bragança, que expulsaram a presença espanhola da
metrópole e da colônia. A restauração surgiu depois de Portugal se aliar à República das Províncias Unidas
(Países Baixos) para terminar com a União. Assim, os portugueses retomaram o poder com o rei D. João IV.

Brasil Holandês
Com a União Ibérica, Portugal, assim como suas colônias, também viraram alvos dos inimigos da Espanha. O
Brasil no período da união vivia o auge da economia açucareira, com o principal polo econômico no Nordeste.
Logo, os Países Baixos lançaram os olhos sobre essa região da colônia a fim de reaver o comércio açucareiro
entre Holanda e Portugal. O que fora proibido por Felipe II.

Assim, em 1624, os holandeses mandaram uma expedição que ocupou Salvador por um ano, mas Jacob
Willekens e seus 1500 homens foram expulsos pelos espanhóis no ano seguinte. Mesmo derrotados, o ímpeto
dos holandeses não cessou e estes invadiram, em 1630, a cidade de Olinda. Os invasores seguiram em
direção ao interior e dominaram a capitania de Pernambuco, retomando o comércio açucareiro depois de uma
forte resistência lusitana. Os holandeses chegaram até mesmo a controlar algumas feitorias portuguesas no
litoral africano, controlando assim, o trafico negreiro.

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História

Depois de estabelecidos, os holandeses instalaram um governo no local, liderado pelo Conde Maurício de
Nassau, que reestruturou a colônia após a guerra, remontando engenhos destruídos e liberando crédito a
senhores luso-brasileiros, principalmente de Olinda. Além disso, Nassau inovou a fabricação do açúcar,
modernizou a cidade com diversas construções (inclusive um observatório astronômico e um zoológico) e
também incentivou a vinda de diversos botânicos e artistas para a colônia.

A princípio, o relacionamento entre os portugueses e os holandeses que viviam na região era amistoso,
contudo a mudança de posicionamento da Companhia das Índias Ocidentais, que era responsável pelos
empreendimentos externos dos holandeses, e a intensificação na cobrança dos empréstimos aos senhores
de engenho levaram a mudança na relação. O fim da dominação holandesa veio logo após o desgaste das
relações entre Portugal e Holanda se aprofundar. Os dois países, que acabaram juntos com a dominação
espanhola, agora disputavam as terras em Pernambuco.
Outra questão importante para o desentendimento entre holandeses e portugueses foi à religiosa. Boa parte
dos holandeses eram protestantes, o eu gerava certo desconforto em uma sociedade que era profundamente
marcada pela atuação da Igreja Católica.

Mediante as cobranças, os proprietários portugueses passaram a se opor a presença holandesa na colônia


e iniciaram um levante para sua expulsão. A Insurreição Pernambucana iniciou ano de 1645 e se estendeu até
1654, quando os portugueses conseguiram reaver a região, no entanto o açúcar começa a perder a
importância na Europa gerando uma crise nesse ramo da economia colonial.
Além disso, o que intensificou a crise do açúcar e a consequente decadência da produção foi o fato de que
os holandeses ficaram 24 anos ocupando o território colonial e aprenderam as técnicas de plantio. Aos serem
expulsos, passaram a produzir na sua colônia no Caribe e se tornaram o principal corrente do açúcar
português.

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História

Exercícios de fixação

1. A divisão do novo mundo entre os portugueses e os espanhóis pelo Tratado de Tordesilhas ocasionou
uma série de desentendimentos entre as Monarquias Nacioais europeias. Dentre as justificativas para
a demora francesa em empreender a sua expansão marítima, se encontra
a) o financiamento dos corsários
b) a perseguição aos católicos
c) a falta de centralização politica
d) a negação da burguesia no financiamento

2. As invasões estrangeiras do início do século XV impulsioaram o projeto português de:


a) povoar a colônia americana
b) utilizar os indígenas como mão de obra
c) diminuir o comércio do pau brasil
d) criar barreiras para a chegada de protestantes

3. Durante a prmiera metade do século XVI, a colônia portuguesa viveu o periodo de auge da sua produção
açucareira, contudo, após as invasões holandesas, o cenário não foi o mesmo, porque
a) os produtores portugueses foram excluídos do processo produtivo e se mudaram para a provincia
de São Vicente para expandir a pecuária.
b) os holandeses passam a produzir açúcar nas ilhas do Caribe, que se tornou o principal rival do
açúcar português que já estava com o seu valor em decadência.
c) a coroa portuguesa desestimulou a produção do açúcar devido ao seu alto custo e incentou a
exploração das drogas do sertão.
d) A principal mão de obra, os nativos que foram escravizados, passaram a fugir em grade escala o
que levou a uma crise de mão de obra.

4. Como ficou conhecido o levante local que ajudou a pôr fim a dominação holandesa no Nordeste?
a) Ressurreição Pernambucana
b) Conjuração Baiana
c) Revolução Pernambucana
d) Inconfidência alagoana

5. A segunda tentativa francesa de colonizar o litoral americano que pertencia aos portugueses ficou
conhecida como
a) França Antártica
b) Trópicos Franceses
c) Nova França
d) França Equinocial

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História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem) Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no ano de 1630, em nome da Companhia das


Índias Ocidentais (WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do Rio São Francisco ao
Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda, antiga sede da
capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pequena Amsterdã.
(NASCIMENTO, R. L. X. Atoque de caixas. Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, n. 70, jul. 2011.)
Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os holandeses a invadirem o nordeste da Colônia
decorriam
do fato de que essa região
a) era a mais importante área produtora de açúcar na América portuguesa.
b) possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das Américas.
c) contava com o porto mais estratégico para a navegação no Atlântico Sul.
d) representava o principal entreposto de escravos africanos para as Américas.
e) constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de origem judaica.

2. (FMP) Ao longo do período colonial da História do Brasil, o Império Português foi vítima de assédio e
de tentativas de invasão de seus territórios ultramarinos por parte de diversas potências rivais. Alguns
exemplos de invasões estrangeiras na América Portuguesa estão listados a seguir:
1612 - Estabelecimento da França Equinocial
1624 - Tentativa derrotada da invasão holandesa a Salvador
1630 - Tomada de Recife e Olinda por invasores holandeses
A interpretação dos dados acima permite identificar que uma causa direta de todas essas invasões
estrangeiras foi a
a) fuga da Corte portuguesa para a América
b) vitória francesa na Guerra dos Sete Anos
c) conclusão da Reconquista da Península Ibérica
d) guerra de Restauração Portuguesa contra a Espanha
e) criação da União das Coroas Ibéricas

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História

3. (FGV) Navegamos pelo espaço de quatro dias, até que, a dez de novembro, encontramos a barra de um
grande rio chamado de Guanabara, pelos nativos (devido à sua semelhança com um lago) e de Rio de
Janeiro pelos primeiros descobridores do local. [...] o Senhor de Villegagnon, para se garantir contra
possíveis ataques selvagens, que se ofendem com extrema facilidade, e também contra os
portugueses, se estes alguma vez quisessem aparecer por ali, fortificou o lugar da melhor maneira que
pôde. Os víveres eram-nos fornecidos pelos selvagens e constituídos dos alimentos do país, a saber,
peixes e veação diversa, constante de carne de animais selvagens (pois eles, diferentemente de nós,
não criam gado), além de farinha feita de raízes [...] Pão e vinho não havia. Em troca destes víveres,
recebiam de nós alguns objetos de pequeno valor, como facas, podões e anzóis.
(THEVET, André. As singularidades da França Antártica. Belo Horizonte/São Paulo, Itatia/Edusp. 1978, p. 93-94.)
O frei franciscano André Thevet esteve em terras brasileiras entre 1555 e 1556, junto com outros
franceses comandados por Nicolas de Villegagnon. A leitura do trecho do relato dessa expedição
permite
a) constatar a aceitação, pelo reino francês, da partilha do Novo Mundo realizada por portugueses e
espanhóis.
b) identificar as diferenças entre as práticas coloniais e o tratamento dispensado aos indígenas pelos
portugueses e franceses.
c) perceber as diferenças culturais entre os povos indígenas e os conquistadores europeus.
d) reconhecer a necessidade da escravidão africana como base para a montagem das estruturas
produtoras coloniais.
e) diferenciar as orientações religiosas dos protestantes franceses das referências católicas
ibéricas.

4. (UENP) No processo de colonização do Brasil pela coroa portuguesa, houve competições pela
ocupação territorial por outras nações europeias. Sobre a ocupação denominada França Equinocial, é
correto afirmar que os franceses
a) colonizaram Pernambuco e construíram o porto de Recife.
b) conquistaram o Rio de Janeiro e criaram o mosteiro dos capuchinhos.
c) colonizaram o Ceará e construíram a catedral de Fortaleza.
d) ocuparam o Maranhão e construíram o forte de São Luís.
e) tomaram Natal e criaram a fortaleza do Rio Grande do Norte

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História

5. (FGV) A interrupção desse fluxo comercial levaria os negociantes e financistas da República a fundarem a
Companhia das Índias Ocidentais (1621).(…) O historiador Charles Boxer considera que esse conflito, por
produtos e mercados, entre o Império Habsburgo e as Províncias Unidas, foi tão generalizado que pode ser
considerado, de fato, a Primeira Guerra Mundial, pois atingiu os quatros cantos do mundo.
(Regina Célia Gonçalves, Fim do domínio holandês In Circe Bittencourt (org), Dicionário de datas da história do Brasil, p. 34)
Acerca do fragmento, que aborda o conflito entre o Império Espanhol e as Repúblicas das Províncias Unidas,
nas primeiras décadas do século XVII, é correto afirmar que
a) os fundamentos da presença holandesa em todos os domínios coloniais portugueses devem ser
associados à conjuntura de guerra religiosa dominante na Europa, cabendo aos representantes batavos,
prioritariamente, impor o calvinismo nas regiões recém-conquistadas, caso de Angola.
b) as práticas holandesas de desrespeito aos domínios coloniais das outras potências europeias,
especialmente Portugal e França, determinaram uma onda permanente de guerras entre essas potências,
gerando o isolamento estratégico das companhias de comércio de capital holandês.
c) a presença holandesa no Nordeste brasileiro, visando o comando da produção açucareira, fez parte de
um processo mais amplo, porque esteve associada ao domínio de espaços fornecedores de escravos na
África, além de outros domínios no Oriente, até então sob o domínio português.
d) o maior interesse da companhia de comércio holandesa era a exploração mineral na América portuguesa
e, para atingir esse objetivo, optou pela entrada no Brasil por meio do Nordeste açucareiro, porque era
uma região menos protegida militarmente e mais aberta à influência estrangeira.
e) a disputa por espaços coloniais no Caribe e na região oeste da América do Norte gerou uma guerra
europeia de grandes proporções, envolvendo as principais monarquias do continente e obrigando a
Espanha a se aliar à França e à Inglaterra, com o intuito de se defender da marinha de guerra holandesa.

6. (UPE) Os holandeses ocuparam, durante 24 anos, o Nordeste brasileiro: Pernambuco, Paraíba, Rio
Grande do Norte e Itamaracá (1630-1654). Nesse período, Pernambuco se transformou numa
verdadeira metrópole, com uma vida cultural intensa, onde poetas, cientistas e filósofos tornaram o
Brasil um centro intelectual único na América do Sul. Nesse contexto, os judeus puderam constituir
uma comunidade com escolas, sinagogas e cemitério, dando sua contribuição ao enriquecimento da
vida cultural da região.
(LEVY, Daniela Tonello. Judeus e Marranos no Brasil Holandês. Pioneiros na colonização
de Nova York. Século XVII. São Paulo: USP, 2008. (Adaptado).)
Uma característica sociopolítica da ocupação holandesa no contexto mencionado foi
a) a retração da produção de açúcar.
b) o florescimento de um movimento antimodernizador.
c) o estabelecimento da tolerância e da liberdade religiosa.
d) a preocupação apenas em explorar comercialmente o território.
e) a manutenção de boas relações comerciais com o mundo ibérico.

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História

7. (Enem – 2018) A rebelião luso-brasileira em Pernambuco começou a ser urdida em 1644 e explodiu em
13 de junho de 1645, Dia de Santo Antônio. Uma das primeiras medidas de João Fernandes foi decretar
nulas as dívidas que os rebeldes tinham com os holandeses. Houve grande adesão da “nobreza da
terra”, entusiasmada com esta proclamação heroica.
(VAINFAS, R. Guerra declarada e paz fingida na restauração portuguesa. Tempo, n. 27, 2009.)
O desencadeamento dessa revolta na América portuguesa seiscentista foi o resultado do(a)
a) fraqueza bélica dos protestantes batavos.
b) comércio transatlântico da África ocidental.
c) auxílio financeiro dos negociantes flamengos.
d) diplomacia internacional dos Estados ibéricos.
e) interesse econômico dos senhores de engenho.

8. (FGV) Feitas as contas, a historiografia tradicional do bandeirantismo errou na proposição secundária


(as bandeiras caçavam índios para vendê-los no Norte), mas acertou na principal (as bandeiras foram
originadas pela quebra do tráfico atlântico): os anos 1625-50 configuram, incontestavelmente, um
período de “fome de cativos”.
(Luiz Felipe de Alencastro, O trato do viventes. p. 198-9)
Esse “período de ‘fome de cativos’” relacionou-se
a) aos conflitos entre os holandeses e os portugueses no controle sobre o tráfico negreiro africano.
b) às inúmeras guerras internas na África, que diminuíram drasticamente a oferta de homens para o
tráfico intercontinental.
c) à ascensão da marinha de guerra inglesa que, interessada na exploração da África, conteve a
retirada de homens do continente.
d) à ação militar e diplomática da França, que obteve o monopólio virtual do tráfico de escravos para
a América.
e) a importantes restrições de escravização dos africanos impostas pela Igreja Católica.

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História

9. Observe a imagem a seguir.

Mapa do Rio de Janiero feito pelos franceses.

Os franceses estiveram presentes no Brasil desde os primeiros anos do período pré-colonial, contrabandeando
pau-brasil. Contudo, em 1555, um grupo de franceses huguenotes (protestantes), liderado por Villegaignon e
Coligny, fundaram uma colônia francesa na região do atual Rio de Janeiro, conhecida como França Antártica.
Entre os objetivos do grupo, estava
a) A implementação da produção manufatureira, explorando as potencialidades do território.
b) O envio de condenados pelo Estado francês ao território americano.
c) A extração de metais preciosos recém descobertos na porção sul do continente americano.
d) A exploração mercantil e o abrigo aos protestantes perseguidos, na França, pelo governo católico.
e) A expansão da fé protestante através da catequização de nativos.

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História

10. (Enem) O Brasil oferece grandes lucros aos portugueses. Em relação ao nosso país, verificar-se-á que
esses lucros e vantagens são maiores para nós. Os açucares do Brasil, enviados diretamente ao nosso
país, custarão bem menos do que custam agora, pois que serão libertados dos impostos que sobre
eles se cobram em Portugal, e, dessa forma, destruiremos seu comércio de açúcar. Os artigos
europeus, tais como tecidos, pano etc., poderão, pela mesma razão, ser fornecidos por nós ao Brasil
muito mais baratos; o mesmo se dá com a madeira e o fumo.
(WALBEECK, J. Documentos Holandeses. Disponível em: http://www.mc.unicamp.br)
O texto foi escrito por um conselheiro político holandês no contexto das chamadas Invasões
Holandesas (1624-1654), no Nordeste da América Portuguesa, que resultaram na ocupação militar da
capitania de Pernambuco. O conflito se inicia em um período em que Portugal e suas colônias, entre
elas o Brasil, se encontravam sob domínio da Espanha (1580-1640). A partir do texto, qual o objetivo
dos holandeses com essa medida?
a) Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no Brasil, levando vantagens sobre os
concorrentes portugueses.
b) Garantir o abastecimento de açúcar no mercado europeu e oriental, ampliando as áreas produtoras
de cana fora dos domínios lusos.
c) Romper o embargo espanhol imposto aos holandeses depois da União Ibérica, ampliando os
lucros obtidos com o comércio açucareiro.
d) Incentivar a diversificação da produção do Nordeste brasileiro, aumentando a inserção dos
holandeses no mercado de produtos manufaturados.
e) Dominar uma região produtora de açúcar mais próxima da Europa do que as Antilhas Holandesas,
facilitando o escoamento dessa produção.

Sua específica é humanas e quer continuar estudando esse assunto?


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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A falta de centralização do poder em torno da figura do rei e a demora na formação de uma Monarquia
Nacional foram um dos principais fatores para o atraso francês na Expansão Maritma, uma vez que
durante o século XVI os franceses estavam inseridos em uma série de conflitos para tentar consolidar o
seu Estado.

2. A
Durante os anos de 1500 e 1530, os portugueses voltaram as suas atenções para o comércio de
especiarias com as Indias, contudo as constantes tentativas de invasões e saqueamento do litoral
americano apontaram pata a possibilidde de Portugal perder o seu terrritório na América. Portanto, a
partir de 1530, a coroa portuguesa decide ocupar de fato o território como forma de garantir a sua defesa
e assegurar o lucro com a exploração do Novo Mundo.

3. B
O valor do açúcar já vinha diminuíndo na Europa em meados do século XVII, com a saída dos holandeses,
que dominaram a arte do cultivo da cana e se estabeleceram nas ilhas do Caribe, a produção açucareira
entrou de vez em crise, uma vez que eles se tornaram o principal concorrente da colônia portuguesa.

4. A
Mediante a cobrança dos empréstimos feitos aos senhores de engenho, a Companhia das Indias
Ocidentais, comandada pelos holandeses, passou a sofrer uma forte oposição dos senhores de terra que
estavam endividados com eles. A Ressurreição Pernambucana representou a luta desses homens contra
a dominação holandesa na capitania de Pernambuco.

5. D
Aproveitando o enfraquecimento português mediante a União Ibérica, a segunda tentativa francesa de
colonizar o território português na América ficou conhecida como França Equinocial e se localizou na
região que hoje é o Maranhão, especialmente na sua capital, São Luís.

Exercícios de vestibulares

1. A
Com a União Ibérica e o dominio espanhol sobre os territórios portugueses, os holandeses tiveram sua
participação no comércio do açúcar restrito devido a sua inimizade com o reino da Espanha. Sendo
assim, a invasão holandeses ao Nordeste, que era o principal produtor do açúcar, foi uma forma de grantir
o dominio e uma maior participação na produção do açucar.

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História

2. E
A União Ibérica foi a junção da coroa portuguesa com a coroa esponhola sob o dominio desta e para
Portugal foi extremamente prejudicial, porque além de perder sua autonomia, ele ainda ganhou a
inimizade de países que eram inimigos dos espanhois.

3. C
O trecho destacado evidencia a diferença no modo de vida dos nativos e dos franceses, que invadiram o
território, onde hoje se localiza o Rio de Janeiro, durante o século XVI, para fundar uma colônia na
América chamada de França Antártica.

4. D
Após a falha na tentativa de se estabelecer na parte litorânea do Rio de Janeiro, os Franceses tentaram
invadir novamente a colônia portuguesa na América, em 1612, fundando a França Equinocial onde hoje
é o Maranhão, especialmente, onde se localiza a sua capital, São Luís.

5. C
A disputa entre os holandeses e a União Ibérica, liderada pela coroa espanhola, ultrapassou os dominios
territóriais do continente europeu e chegou a colônia portuguesa na América, com a invasão do Nordeste,
e a regiões da África e da Ásia, com o dominio de entrepostos comerciais importantes por parte da
Companhia das Índias Ocidentais.

6. C
Boa parte dos holandeses que fundaram o Brasil Holandês eram praticantes de religiões protestantistas
e durante o governo de Nassau houve um expressivo desenvolvimento econômico, social e cultural, que
contou com a liberdade de culto como uma das suas principais caracteristicas.

7. E
A rebelião, conhecida como Inssureição Pernanbucana, pôs fim ao domínio holandês em Pernambuco e
teve forte adesão dos senhores de engenho que estavam endividados com os holandeses e viram no
movimento uma forma de se livrar das dívidas.

8. A
O conflito entre holandeses e portugueses não ficou restrito a invasão do Nordeste açucareiro, ele se
estendeu para o continete africano e asiático, pincipalmente, com o domínio de feitorias que eram
essenciais para a manutenção do tráfico negreiro.

9. D
Entre os motivos para as invasões franceses ao continente americano, podemos citar o interesse em
participar da exploração do Novo Mundo, uma vez que havia ficado excluída da divisão do território pelo
Tratado de Tordesilhas, e a perseguição aos protestantes na Europa com o movimento da
Contrarreforma.

10. C
A invasão holandesa ao território português é uma consequencia direta da formação da União Ibérica e
dos atritos em os Países Baixos e o reino espanhol, que impôs uma série de embargos a participação
dos holandeses na produção açucareira.

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História

História da Escravidão: Conceitos e Perspectivas

Objetivo
Você aprenderá sobre a diferença entre os conceitos de escravidão na antiguidade e na modernidade. Além
disso, você verá como foi o processo de formação da escravidão negra durante a modernidade e como ela se
tornou a base de todo o periodo colonial e imperial brasileiro, compreendendo como esse fator moldou a
formação da sociedade.

Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo de Expansão Maritima e ocupação do território
americano.

Curiosidade
A alguns anos se vem discutindo sobre a presença de estátuas que exaltem figuras que tiveram um prcesso
controverso na história. Aqui no Brasil, existe uma discussão bem forte acerca dos monumentos dos
bandeirantes, por exemplo. Nesse link você pode dar uma olhada em uma reportagem que apresenta alguns
pontos de vista sobre essa questão. Você já reparou de quem são os monumentos e de quem são os nomes
que estão espalhados pelo local aonde você mora?

Teoria

A Escravidão Antiga
A prática escravista acompanha os seres humanos desde a antiguidade,
sendo vários os motivos usados para justificar o uso dessa forma de
produção. Atualmente, temos registros históricos desse mecanismo que
indicam a escravidão como espólio de guerra ou por dívida, como na cultura
greco-romana, como punição por crimes em diversos países ocidentais, ou
até mesmo pela justificativa do escravizado pertencer a uma “cultura
inferior”.
Nem sempre as civilizações que utilizavam a escravidão dependiam
unicamente dela, no Antigo Egito, por exemplo, os faraós utilizavam a mão
de obra escravizada nas guerras, como reforço do exército, e para serviços
domésticos. As obras públicas, como as esfinges, eram feitas pelos
agricultores em dias específicos de trabalhos para o faraó. Nas cidades-
estados gregas a escravidão era usada em diversos setores, mas, como no Egito, não era a principal fonte de
mão de obra. Já no Império Romano, que era uma sociedade escravista, existia uma economia baseada neste
tipo de produção, com uma enorme rede de comércio de seres humanos escravizados no império.

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História

Portanto, a escravidão durante muitos anos não teve um alvo étnico ou local específico, no entanto no período
da colonização das Américas, a escravidão passou a ter um fundo étnico-racial. Dentre as justificativas,
destaca-se a religiosa, que interpretava a maldição bíblica de Noé, jogada aos descendentes de Cam
(condenando-os a terem a pele escura) como uma prova da inferioridade dos povos africanos. Além da
questão religiosa, os portugueses aproveitaram também a atividade escravista já existente no continente, no
entanto, vale destacar que essa prática africana estava ligada à escravidão por guerras (a preferência era por
mulheres já que estas poderiam gerar filhos, que muitas vezes eram livres, e eram mãos a mais na agricultura).

O modelo africano não necessariamente conferia aos escravizados uma posição subalterna ou de maus
tratos, alguns povos os admitiam até mesmo como funcionários públicos, tendo casos de mulheres
escravizadas que geraram herdeiros que comandaram diversas civilizações. Assim, a escravidão realizada na
África se diferenciava muito do modelo construído pelo europeu, com base mercantilista, religiosa e que
traficava seres humanos em massa pelo mundo como objetos.
O tráfico de escravizados na África foi amplamente explorado pelos Árabes, principalmente depois do século
VII, depois da conquista do Magreb e do Leste Africano, no entanto não somente os africanos eram
comercializados, mas pessoas de outras regiões, como a Espanha (sob domínio árabe), Rússia, Oriente Médio
e Índia. Os árabes vendiam estas pessoas na Península Arábica e na China.

A Escravidão Moderna
Com o processo de Expansão Maritima e a conquista de Ceuta pelos
portugueses no século XV, os europeus entraram na grande rede de comércio
de escravizados que durou até o século XIX. Tal prática se baseou na
migração forçada de milhares de pessoas para alimentar a necessidade de
mão de obra nas recém-dominadas colônias americanas. A justificativa dos
portugueses era que os habitantes de Ceuta eram infiéis, inimigos da fé
católica e prisioneiros de guerra.
Desde essa conquista começamos a perceber a expansão de uma rede de
comércio humano em todo o oceano atlântico, praticamente todas as nações
europeias utilizaram o modo de produção escravista. Foi através do tráfico
transatlântico de seres humanos que milhares de africanos foram tirados de
seu continente de origem rumo às Américas no processo conhecido como
Diáspora Africana.
Os portugueses adotaram amplamente esse trabalho forçado, já os espanhóis
utilizavam como mão de obra complementar nas colônias da América do Sul. No entanto, devido ao
extermínio dos povos nativos do Caribe insular, a mão de obra escravizada foi amplamente utilizada em Cuba,
Jamaica e Santo Domingo. Os ingleses, por sua vez, utilizavam escravizados somente no sul das 13 colônias.
Ainda assim, praticamente todos os seres humanos eram comercializados por navios portugueses, já que
estes detinham colônias em toda a costa do Atlântico africano.

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História

Esse comércio se aproveitava muito das guerras internas entre os povos africanos, uma vez que os escravos
vendidos por determinados grupos, normalmente, pertenciam a outras etnias e eram inimigos de guerra. Um
fator importante de se pontuar é que o comércio de escravizados não foi a única relação comercial entre
europeus e africanos, muitos reinos que viviam ali possuíam produtos com tecnologia mais avançada que os
homens do Velho Mundo conheciam até então. Apesar da escravidão ser uma coisa anterior a chegada dos
europeus ao continente, não existia um aspecto inerentemente comercial nessa relação, como falamos lá em
cima, quem inaugura esse processo de tornar a escravidão uma atividade mercantil são os europeus.

Pega a visão: Lembrem-se que nesse primeiro momento os europeus não adentraram o continente africano
completamente, as relações comerciais se mantiveram, normalmente, restritas ao litoral. E umas principais
justificativas para isso, é o fato de que os europeus eram mais sensivéis as doenças do continente africano,
o que dificultava uma ocupação em larga escala.

A Escravidão Indígena e a Resistência


Mesmo com o comércio de escravizados sendo forte na parte insular do império português, como Cabo Verde,
os primeiros povos a serem escravizados no Brasil foram os povos nativos. Estes eram capturados
principalmente na região que hoje conhecemos como São Paulo, pelos bandeirantes, que se embrenhavam
pelo interior brasileiro em busca de nativos para o trabalho na plantação de cana-de-açúcar.
No entanto, a cultura de subsistência nativa e a divisão sexual do trabalho indígena (homens com funções
militares e de caça e as mulheres na agricultura) atrapalharam a empreitada dos portugueses. Além disso, os
constantes ataques aos portugueses por causa da atividade e a alta taxa de mortalidade indígena pelo contato
com as doenças europeias fez com que os portugueses desistissem da escravidão de nativos em larga
escala. Porém, foi o crescimento do comércio de escravos africanos e a pressão da igreja contra a escravidão
dos indígenas que fez a atividade ser proibida no século XVIII. Ainda assim encontramos documentos de
herança do século XIX que passavam a propriedade de indígenas entre os herdeiros.

Escravidão Africana
A escravização de africanos era comum e utilizada em larga escala nas plantations e em todas as atividades
que existiram na colônia, sejam elas complementares ou principais. Como dito acima, a Igreja, principal fator
organizador da sociedade colonial, corroborava com a prática e justificava religiosamente o trabalho
escravizado. Dentro desse contexto, é essencial compreender que mais do que apenas uma mão de obra, a
escravidão era um comércio extremamente lucrativo com o Tráfico Negreiro e se tornou um modo de
produção que permitiu a institucionalização da escravidão tanto no aspecto legal (lei) quanto no social.
Dentro da sociedade colonial, o escravizado era um item de luxo que
demonstrava riqueza e opulência, além de ser um simbolo de prestígio
social. A posse de escravizados era utilizada como uma forma de
distinguir, hierarquizar e organizar a lógica social, politica e econômica
dessas colônias. Sendo assim, é possivel dizer que a sociedade colonial,
e posteriormente, a sociedade brasileira não apenas possuia
escravizados, ela era escravista.

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História

Pega a visão: A escravidão está diretamente ligada a uma estrutura hierarquizante de poder que também
se manifesta na escrita da História. Por isso, se faz necessário citar que atualmente a historiografia vem
deixando de utilizar o termo “escravo” e passando a usar a palavra “escravizado”. O intuito é combater a ideia
de que essas pessoas trazidas as forças eram naturalmente escravas, quando na verdade, elas foram
tornadas tal, os africanos foram escravizados.

Ao serem arrancados dos seus locais de origem, esses grupos enfrentavam o transporte da África para a
colônia nos porões dos navios negreiros, onde muitos morriam antes de chegar ao destino final. Inclusive,
muitos se jogavam ao mar como forma de resistir a essa dominação. Após serem vendidos como mercadoria,
eram obrigados a trabalhar, recebendo uma alimentação de péssima qualidade e ficavam sujeitos aos mando
e desmandos dos seus donos. Alguns estudos apontam que a expectativa de vida dos escravizados variava
em torno de 19 anos.

Outro fator importante para a entender da complexidade da relação entre senhor x escravizado é que esses
corpos eram vistos como seres animalizados e como propriedade desses senhores, que se sentiam livres
para abusar fisicamente, através de castigos, surras, estrupos e etc, e para abusar psicologicamente da
mente desses escravizados. Alguns autores que possuem uma perspectiva panafricanista e decolonial sobre
a História afirmam que esses corpos morriam duas vezes dentro desse processo: a primeira morte seria a
separação desse ser com a sua história, sua lingua, sua religiosidade e sua terra. Já a segunda morte, seria a
imposição de valores completamente distintos dos seus e do convencimento desses povos de uma suposta
inferioridade e da necessidade de negar tudo aquilo que pertencia a sua terra natal e a seus ancestrais.

Portanto, entre os escravizados era muito comum o sentimento conhecido como “banzo”, que era um estado
de melancolia e de tristeza que muitos ficavam ao chegar aqui na América. Tal sensação seria ocasionada
pelo desgosto com a privação de liberdade e a saudade da sua terra natal.
Embora a escravidão ao longo do contiente americano tenha sido diferente em cada local, em geral, algumas
características eram comuns na construção de uma sociedade que giarava em torno da escravidão e do
modelo agroexportador. As fazendas escravistas representavam mais do que apenas um local de trabalho e
produção, também eram um espaço de reprodução da ordem social vigente, sendo os “senhores” a
representação máxima de poder. Dentro dessas fazendas, algumas construções eram comuns, como:

• Casa grande: local onde os senhores e suas famílias moravam.


• Senzala: local onde os escravizados habitavam.
• Capela: servia para professar a religião e evangellizar os escravizados.
• Pelourinho: local onde eram aplicados os castigos públicos que eram usados para servir de exemplo.

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História

Além disso, existiam diferentes tipos de escravizados que eram designados de acordo com suas funções:

• Escravo de ganho: eram aqueles que viviam no meio urbano com seus senhores e trabalhavam vendendo
algo ou prestando serviços e seus ganhos eram destinados aos seus senhores.
• Escravos da casa grande/domésticos: eram os escravizados que trabalhavam diretamente na Casa
Grande e prestando serviços diretos ao senhor e sua família.
• Escravo de campo: trabalham nas plantações e em atividades complementares a ela.
• Escrava mina: eram empregados na atividade mineradora por possuírem conhecimentos específicos
sobre mineração.
• Escravo de aluguel: escravizados que os senhores alugavam para outros, normalmente, era uma forma
de aumentar a sua arrecadação.
Ou seja, a escravidão não era algo rígido, os escravizados podiam ser alocados de acordo com suas
habilidades, a necessidade de seus donos e de acordo com o seu comportamento.

O processo de resistência
A exploração não se deu sem luta, tanto por parte dos nativos americanos quanto por
parte dos escravizados africanos. Apesar do apagamento histórico do processo de
resistência negra durante todo o Brasil Colonial, falar sobre isso é permitir que seus
descendentes reconstruam uma história que não está vinculada apenas a exploração
dos corpos dos seus antepassados, mas sim, a um processo de luta constante, pela
qual esses africanos e seus sucessores se propuseram ao longo de quase quatrocentos anos de colonização.

A resistência se deu de diversas formas, como o sincretismo religioso, que fazia com que os africanos
misturassem suas práticas religiosas com a religião católica para que conseguissem professar livremente
suas crenças. Contudo, é importante pontuar que o sincretismo não foi uma unanimidade, muitos africanos
conseguiram manter suas tradições religiosas e passa-las à frente, prova disso é a manutenção de religiões
como o candomblé. Havia, além disso, outras formas de resistência, como o aborto, o suicídio, a quebra de
maquinários, a capoeira, a bebida e ações mais violentas contra os seus senhores. Alguns autores ainda
defendem que até mesmo a formação de famílias dentro das senzalas pode ser vista como uma forma de
resistir à dominação e a animalização desses corpos.
Outra forma comum de resistência que é pouco falado e talvez não seja tão obvia é a compra alforrias,
especialmente a partir da descoberta do ouro. Alguns escravizados conseguiam juntar dinheiro para comprar
sua própria liberdade e alguns acabavam ganhando de seus senhores.

Porém, a forma de resistência mais conhecida é a fuga, onde podemos citar, por exemplo, a própria formação
dos quilombos, que eram comunidades e reinos formados por africanos e seus descendentes localizados no
interior brasileiro. Nesses locais, os escravizados encontravam refúgio longe dos engenhos e podiam praticar
suas culturas e religiões. Em alguns casos, estes quilombos formavam reinos e comunidades tão fortes e
respeitadas que conseguiam inclusive manter um comércio com colonos nas proximidades ou mesmo abrigar
alguns brancos livres empobrecidos. Durante a colonização, havia centenas de quilombos espalhados pelo
território, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e
Alagoas.

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História

Palmares foi o maior quilombo do período colonial brasileiro e era dividido em uma
série de pequenos núcleos, conhecidos como mocambos, que promoviam a
manutenção das diferentes tradições africanas que coexistiam ali. Também conhecido
como Angola Janga, ele se localizava na Serra da Barriga, antiga Capitania de
Pernambuco, e se tornou uma referência de resistência à escravidão. Estima-se que o
local chegou a abrigar cerca de 30 mil pessoas ao longo de mais de 100 anos de
duração, do final do século XVI até o final do século XVII. Sua força e organização eram
tão grandes que eles promoviam ataques a fazendas para libertar os escravizados.
Além disso, a produção agrícola que era excedente acabava sendo comercializada
com as vilas o redor, o que mostra a importância econômica que o quilombo ganhou na região.
Seu líder mais famoso foi Zumbi dos Palmares e no dia da sua morte, 20 de novembro, é comemorado o Dia
da Consciência Negra como uma forma de reconhecer a sua importância na luta contra a escravidão. A morte
do líder quilombola foi determinada pelo governo geral da capitania, que através do sertanismo de contrato,
pagou bandeirantes, como Domingos Jorge Velho, para destruir o espaço e matar o seu líder Zumbi.

O Quilombo do Piolho também foi um local extremamente importante para a luta negra durante o período
colonial. Apagado da historiografia oficial, o quilombo foi liderado por Teresa de Benguela após a morte de
seu marido, José Piolho. Também conhecido como Quilombo do Quariterê, era localizado no Mato Grosso,
bem próximo à fronteira com a Bolívia, resistindo ao longo do século XVIII. Apesar de não se ter muitos
registros sobre a morte de Teresa, sua luta foi reconhecida oficialmente com a promulgação de uma lei, em
2014, que declarou o dia 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

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História

Exercícios de fixação

1. Explique as principais justificativas para a substituição em larga escala da mão de obra nativa pela mão
de obra africana no período colonial.

2. A escravidão não foi inaugurada durante Idade Moderna, entre as sociedades do peirodo antigo a
escravidão era comum, porém não possuía um caráter:
a) social
b) étnico–racial
c) econômico
d) sócio-político

3. Diferente da América portuguesa, a América espanhola utilizava a escravidão de africanos como mão
de obra complementar porque:
a) a morte entre os africanos era alta devido ao contato com doenças europeias
b) não havia necessidade de tanta mão de obra, uma vez que as plantations eram raras
c) os africanos não possuíam conhecimento para extrair as pratas das minas
d) preferiram explorar a mão de obra nativa com a imposição do trabalho compulsório

4. A escravidão negra durou cerca de quase 400 anos no território brasileiro, tanto no periodo colonial
quanto no periodo imperial, ela foi a sua principal força de trabalho. Explique porque podemos afirmar
que a sociedade colonial e imperial era escravista.

5. Apesar da historiografia oficial ter apagado por muito tempo o processo de resistência negra,
atualmente, muitos movimentos têm resgatado e apontado para diversas formas de luta contra a
escravidão durante o periodo colonial, dentre elas, podemos apontar
a) a manutenção de uma religiosidade ligada a algumas culturas africanas
b) a construção de estátuas em locais estratégicos para a formação de quilombos
c) a quebra de protocolo dos senhores de engenho que casavam com escravizadas
d) a transformação de escravizados em capitães do mato

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História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem) Associados a atividades importantes e variadas na evolução das sociedades americanas


modernas, os africanos conseguiram impor sua marca nas línguas, culturas, economias, além de
participar, quase invariavelmente, na composição étnica das comunidades do Novo Mundo. A sua
influência alcançou mais fortemente as regiões do latifúndio agrícola, em comunidades cujo
desenvolvimento ocorreu às margens do Atlântico e do mar das Antilhas, do sudeste dos Estados
Unidos até a porção nordeste do Brasil, e ao longo das costas do Pacífico, na Colômbia, no Equador e
no Peru.
(KNIGHT, F. W. A diáspora africana. In: AJAYI, J. F. A. (Org.). História geral da África:
África do século XIX à década de 1880. Brasília: Unesco, 2010 (adaptado).)
Uma das contribuições da diáspora descrita no texto para o continente americano foi o(a)
a) fim da escravidão indígena.
b) declínio de monoculturas locais.
c) introdução de técnicas produtivas.
d) formação de sociedades estamentais.
e) desvalorização das capitanias hereditárias

2. (Enem) No dia 16 de agosto passado fugiu da Companhia de Mineração do Cuiabá o escravo de nome
Severino, de 19 anos de idade, cabra, claro, estatura mais que regular, boa figura, bons dentes, e tem um
sinal de cortadura de uma polegada pouco mais ou menos na testa. Levou chapéu de palha trançado, 1
par de calças azuis, paletó preto, camisa branca, e outras roupas. Está armado de uma pistola pequena
de algibeira e uma faca de ponta. Gratifica-se com a quantia acima de 100$000 a quem o apreender e
levá-lo a seu senhor, residente em Sabará, ou o puser em qualquer cadeia da província.
(Sabará, 2 de outubro de 1880. Jornal A Província de Minas, Ouro Preto, edição 26, 18 dez.1880.)
O anúncio de jornal sobre a fuga do escravo Severino mostra um aspecto importante do escravismo
brasileiro. Qual das seguintes afirmações expressa tal aspecto?
a) As alforrias no sistema escravista brasileiro eram obtidas tanto pelo livre consentimento do senhor
quanto pela compra.
b) As fugas de escravos eram duramente reprimidas pelo Estado e pelos senhores de escravos.
c) O movimento abolicionista teve papel fundamental para o fim da escravidão.
d) O paternalismo da escravidão brasileira gerava a preocupação do senhor em conseguir encontrar
o seu escravo em fuga.
e) Os quilombos eram organizações revolucionárias voltadas para o combate ao sistema escravista
brasileiro.

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História

3. (Unesp 2012) A escravatura [na Roma antiga] foi praticada desde os tempos mais remotos dos reis,
mas seu desenvolvimento em grande escala foi consequência das guerras de conquista […].
(Patrick Le Roux. Império Romano, 2010.)
Sobre a escravidão na Roma antiga, é correto afirmar que
a) assemelhava-se à escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois era determinada pela procedência e
pela raça.
b) aumentou significativamente durante a expansão romana pelo Mar Mediterrâneo.
c) atingiu o auge com a ocupação romana da Germânia e de territórios na Europa Central.
d) diminuiu bastante após a implantação do Império e foi abolida pelos imperadores cristãos.
e) diferenciava-se da escravidão ocorrida no Brasil colonial, pois os escravos romanos nunca podiam
se tornar livres.

4. (Enem) As pessoas do Rio de Janeiro se fazem transportar em cadeirinhas bem douradas sustentadas
por negros. Esta cadeira é seguida por um ou dois negros domésticos, trajados de librés mas com os
pés nus. Se é uma mulher que se transporta, ela tem frequentemente quatro ou cinco negras
indumentadas com asseio; elas vão enfeitadas com muitos colares e brincos de ouro. Outras são
levadas em uma rede. Os que querem andar a pé são acompanhados por um negro, que leva uma
sombrinha ou guarda-chuva, como se queira chamar.
(LARA, S. H. Fragmentos setecentistas. São Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado).)
Essas práticas, relatadas pelo capelão de um navio que ancorou na cidade do Rio de Janeiro em
dezembro de 1748, simbolizavam o seguinte aspecto da sociedade colonial:
a) A devoção de criados aos proprietários, como expressão da harmonia do elo patriarcal.
b) A utilização de escravos bem-vestidos em atividades degradantes, como marca da hierarquia
social.
c) A mobilização de séquitos nos passeios, como evidência do medo da violência nos centros
urbanos.
d) A inserção de cativos na prestação de serviços pessoais, como fase de transição para o trabalho
livre.
e) A concessão de vestes opulentas aos agregados, como forma de amparo concedido pela elite
senhorial.

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História

5. (Enem) Como tratar com os índios


A experiência de trezentos anos tem feito ver que a aspereza é um meio errado para domesticar os
índios; parece, pois, que brandura e afago são os meios que nos restam. Perdoar-lhes alguns excessos,
de que sem dúvida seria causa a sua barbaridade e longo hábito com a falta de leis. Os habitantes da
América são menos sanguinários do que os negros d’África, mais mansos, tratáveis e hospitais.
(VILHENA, L. S. A Bahia no século XVIII. Salvador: Itapuã, 1969 (adaptado).)
O escritor português Luís Vilhena escreve, no século XVIII, sobre um tema recorrente para os homens
da sua época. Seu posicionamento emerge de um contexto em que
a) o índio, pela sua condição de ingenuidade, representava uma possibilidade de mão de obra nas
indústrias.
b) a abolição da escravatura abriu uma lacuna na cadeia produtiva, exigindo, dessa forma, o trabalho
do nativo.
c) o nativo indígena, estereotipado como um papel em branco, deveria adequar-se ao mundo do
trabalho compulsório.
d) a escravidão do indígena apresentou-se como alternativa de mão de obra assalariada para a
lavoura açucareira.
e) a escravidão do negro passa a ser substituída pela indígena, sob a alegação de os primeiros serem
selvagens.

6. (Enem) Os escravos tornam-se propriedade nossa seja em virtude da lei civil, seja da lei comum dos
povos; em virtude da lei civil, se qualquer pessoa de mais de vinte anos permitir a venda de si própria
com a finalidade de lucrar conservando uma parte do preço da compra; e em virtude da lei comum dos
povos, são nossos escravos aqueles que foram capturados na guerra e aqueles que são filhos de
nossas escravas.
(CARDOSO, C. F. Trabalho compulsório na Antiguidade. São Paulo: Graal, 2003.)
A obra Institutas, do jurista Aelius Marcianus (século III d.C.), instrui sobre a escravidão na Roma antiga.
No direito e na sociedade romana desse período, os escravos compunham uma
a) mão de obra especializada protegida pela lei.
b) força de trabalho sem a presença de ex cidadãos.
c) categoria de trabalhadores oriundos dos mesmos povos.
d) condição legal independente da origem étnica do indivíduo
e) comunidade criada a partir do estabelecimento das leis escritas.

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História

7. (Enem) A população africana residente nesta província, bem como a de todo o Império, compõe-se de
indivíduos de diferentes lugares da África que variam em costumes e religiões; a que aqui segue o
maometismo, à qual pertencemos, é uma população pequena, porém, distinta entre si, e notando a
necessidade de sustentarmos nosso culto e fundados ainda no artigo 5º da Constituição do Império,
requeremos ao sr. chefe de polícia licença para exercermos o culto.
(REIS, J. J.; GOMES, F. S.; CARVALHO, M. J. M. O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e
liberdade no Atlântico negro (1822-1853). São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado).)
O pedido de um grupo de africanos de Recife ao chefe de polícia local tinha como objetivo, naquele
contexto,
a) criticar a doutrina oficial.
b) professar uma fé alternativa.
c) assegurar a cidadania política.
d) legalizar os terreiros de candomblé.
e) eliminar algumas tradições culturais.

8. (Enem) A África Ocidental é conhecida pela dinâmica das suas mulheres comerciantes, caracterizadas pela
perícia, autonomia e mobilidade. A sua presença, que fora atestada por viajantes e por missionários
portugueses que visitaram a costa a partir do século XV, consta também na ampla documentação sobre a
região. A literatura é rica em referências às grandes mulheres como as vendedoras ambulantes, cujo jeito para
o negócio, bem como a autonomia e mobilidade, é tão típico da região.
(HAVIK, P. Dinâmicas e assimetrias afro-atlânticas: a agência feminina e representações em
mudança na Guiné (séculos XIX e XX). In: PANTOJA, S. (Org.). Identidades, memórias e
histórias em terras africanas, Brasília: LGE; Luanda: Nzila, 2006.)
A abordagem realizada pelo autor sobre a vida social da África Ocidental pode ser relacionada a uma
característica marcante das cidades no Brasil escravista nos séculos XVIII e XIX, que se observa pela
a) restrição à realização do comércio ambulante por africanos escravizados e seus descendentes.
b) convivência entre homens e mulheres livres, de diversas origens, no pequeno comércio.
c) presença de mulheres negras no comércio de rua de diversos produtos e alimentos.
d) dissolução dos hábitos culturais trazidos do continente de origem dos escravizados.
e) entrada de imigrantes portugueses nas atividades ligadas ao pequeno comércio urbano.

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História

9. (UEA) Segundo a lei, há escravo e homem reduzido à escravidão; a lei é uma convenção segundo a qual
todo homem vencido na guerra se reconhece como sendo propriedade do vencedor.
(Aristóteles. A política, s/d.)
"A política" foi um livro escrito por Aristóteles, no período em que ele dirigia o Liceu em Atenas, entre
331 e 323 a. C. No trecho, Aristóteles refere-se:
a) ao tráfico de escravos como fator de acumulação de capital.
b) às rebeliões permanentes dos escravos contra os seus senhores.
c) à oposição dos filósofos à escravidão na Antiguidade Clássica.
d) ao escravo como mercadoria que pode ser livremente comercializada.
e) a um traço que, de certa forma, particulariza a escravidão na Antiguidade.

10. (Unesp) [Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram
suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da população
das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os impostos e os
trabalhos forçados.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)
Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a
a) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de algodão,
cevada e sésamo.
b) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de gado
bovino e caprino.
c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o
sistema econômico mesopotâmico como escravista.
d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos
credores.
e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei,
como templos ou muralhas.

Sua específica é humanas e quer continuar estudando esse assunto?


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8
História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Dentre as principais justificativas, se pode citar: a alta lucratividade do tráfico negreiro / a aprovação da
Igreja a escravidão africana / a posição da Igreja contra a escravidão indigena / a forte resistência dos
nativos que acabavam fugindo para o interior

2. B
A escravidão durante muitos anos não teve um alvo étnico ou local específico, no entanto no período da
colonização das Américas, a escravidão passou a ter um fundo étnico-racial. Apoiado em justificativas
religiosas, econômicas e civilizatórias, os europeus deram inicio a escravidão moderna como um
comércio altamente lucrativo que sustentou o sistema capitalista desde a sua origem.

3. D
Os espanhóis se aproveitaram do sistema de trabalho que já existia entre alguns povos nativos da região
e impuseram o trabalo compulsório aos indigenas. Em contrapartida, utilizaram a mão de obra
escravizada como complementar nas colônias da América do Sul e no Caribe insular.

4. Devido a lógica da sociedade colonial girar em torno da mão de obra escravizada e da posse de
escravizados ser considerada uma forma de distinção social, podemos afirmar que a sociedade formada
durante o periodo colonial não apenas possuia escravizados, mas como toda sua lógica politica,
econômica, social, cultural e religiosa girava em torno desse modo de produção. O escravizado, no Brasil,
era um item de luxo que demonstrava riqueza e opulência, além de ser um simbolo de prestígio social.

5. A
A pesar do sincretismo religioso ser sempre citado quando se fala de resistência, pouco se fala sobre a
preservação e manutenção da religiosidade oriunda de alguns povos do continente africano, que também
foi uma das formas de resistência durante o periodo colonial.

Exercícios de vestibulares

1. C
A diáspora africana para a América foi marcada pelas trocas de técnicas, desde o cultivo até a
mineiração, que esses grupos trouxeram de seus continentes. Portanto, a introdução de novas técnicas
de cultivo foi apenas o resultado da aplicação dos saberes que esses povos carregavam consigo.

2. B
A fuga era uma das principais formas de resistência a escravidão e o trecho destacado aponta para a
repressão desse movimento evidenciando a caça dos fugitivos com a anuência do Estado, uma vez que
ele poderia ser entregue em qualquer cadeia da região.

8
História

3. B
O expansionismo romano levou ao aumento significativo do número de escravizados, uma vez que os
povos dominados acabavam se tornando subjugados ao Império, tornando-se a base de sustentação
social do mesmo.

4. B
A presença de escravizados “bem vestidos” aponta para a demonstração de poder través da quantidade
de escravos e das suas vestes, tornando-os simbolos de distinção social dos seus senhores dentro da
sociedade colonial.

5. C
Muitos dos europeus que entravam em contato com os indigenas defendiam que eles eram seres
ingênuos e inocentes, na realidade, acreditavam que eles eram selvagens que precisavam ser educados
e evangelizados nos moldes europeus.

6. D
A escravidão na antiguidade não estava ligada a nenhum fator étnico, como fica exposto no texto, todos
poderiam ser escravizados, desde de que perdessem uma guerra e fossem capturados, por isso durante
a expansão do Império Romano houve o alargamento da quantidade de escravizados sob seu domínio.

7. B
O trecho evidencia como a escravidão foi um sistema complexo, uma vez que o requerinte está
solicitando a possibilidade de professar uma fé alternativa baseando-se na constituição do império.
Portanto, vale ressaltar que uma das formas de resistência que esses escravizados utilizavam era a lei,
que embora pesasse para o lados dos escravizados, alguns tentavam encontrar uma brecha.

8. C
O trecho expõe a similaridade entre o continente africano e americano no que concerne a presença de
mulheres negras atuando dentro das cidades em atividades comerciais, sendo importante ressaltar que
existiam vários tipos de escravizados, dentre eles, o escravo de ganho, que vivia no ambiente urbano
prestando serviços para os seus senhores.

9. E
Aristóteles em seu texto aponta uma particularidade da escravidão na antiguidade: o fato de que ela se
dava por espólios de guerra.

10. E
Apesar da escravidão ter sido comum no Mundo Antigo, na Antiguidade Oriental o que predominava era
a servidão coletiva, que ficou conhecida como o modo de produção asiático, aonde os súditos tinha a
obrigação de prestar serviços por tempos determinados para o Estado.

8
Literatura

Quinhentismo

Objetivo
Você aprenderá sobre a definição de quinhentismo, além das principais obras e representantes.

Se liga
Para esse conteúdo é importante que tenha em mente o conceito de arte e gêneros literários.

Curiosidade
A maior representação do quinhentismo é a carta de Pero Vaz de Caminha, destinada à corte de Portugal.
Aqui está o material na íntegra.

Teoria

As escolas literárias no Brasil possuem características diversas ao longo dos séculos, a partir de seu
contexto histórico, momentos políticos e valores sociais. Assim, para essa aula, veremos alguns pontos
importantes sobre a primeira manifestação artística do país.

No século XVI, momento histórico marcado pelas grandes navegações, os portugueses navegavam em busca
de novas terras e acordos comerciais. Em 1500, com o intuito de encontrar o caminho das Índias, os
navegantes acabaram avistando as terras brasileiras e, desde então, iniciou-se um grande processo
colonizador ao território encontrado e aos índios que ali habitavam.

O quinhentismo
O período quinhentista é marcado pelo início do processo de colonização no Brasil. Não se trata de uma
corrente literária, pois sua contribuição é muito mais histórica e informativa sobre aquele momento, uma vez
que é caracterizada pelo choque cultural entre índios e europeus: os primeiros contatos, as relações de troca,
a linguagem, a diferença entre os valores e hábitos e, também, a exploração indígena. Além disso, devido às
cartas de Pero Vaz de Caminha, escrivão português presente na armada de Pedro Álvares Cabral, e aos textos
de outros cronistas como Pero Magalhães de Gândavo e Gabriel Soares de Sousa, tivemos acesso às
informações e relatos daquele período, tais como a descrição climática e geográfica. Contudo, essas
manifestações propiciaram condições para as futuras produções literárias do Brasil colonial e fomentaram
na criação de uma escrita artística voltada ao ambiente, ao homem e à formação cultural do país.

8
Literatura

A literatura informativa
Também chamada de literatura da informação, é conhecida pelos relatos e descrições do território brasileiro
durante os primeiros anos no processo de colonização brasileira. Os textos tinham o intuito de informar aos
governantes de Portugal sobre o território explorado sobre os interesses comerciais: exploração de matéria-
prima, área favorável para a implementação de colônias, a abundância de minérios, a grandiosidade da fauna,
o contato com os indígenas, entre outros.
Leia, abaixo, um trecho da carta do escrivão Pero Vaz de Caminha, enviada à corte portuguesa, pouco tempo
após a descoberta das terras brasileiras:

"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas
e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto. (...) Eles porém contudo andam
muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias
monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão
limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser."

A literatura Jesuítica
A literatura jesuítica ou também intitulada como literatura de catequese surgiu com a chegada dos jesuítas
ao Brasil-Colônia. Os jesuítas vieram à terra tupiniquim para catequizar os índios e, segundo a ideologia cristã,
era uma maneira de livrá-los de seus “pecados” e conhecer a Deus, além de conquistar novos fiéis e, assim,
expandir o catolicismo. Os principais nomes da literatura informativa são José de Anchieta, Manuel da
Nóbrega e Fernão Cardim. É importante dizer, ainda, que os colonizadores ficaram insatisfeitos com a atuação
dos jesuítas, visto que os índios eram usados como mão de obra escrava para a extração da árvore Pau Brasil
e, sendo influenciados pelo catolicismo, muitos acabavam sendo protegidos pelos jesuítas para outros fins.

8
Literatura

Exercícios de fixação

1. Entende-se por literatura informativa no Brasil:


a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários europeus, sobre a natureza e o homem
brasileiros.
b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no século XVI.
c) as obras escritas com a finalidade de catequese do indígena.
d) os poemas do Padre José de Anchieta.

2. Como é a descrição dos primeiros índios feita por Pero Vaz de Caminha no litoral brasileiro?
Apresente sua resposta.

3. Analise a tira cômica abaixo:

(Disponível em: http://www.custodio.net/tiras-did-ticas.html)


Por que não se teve uma literatura propriamente dita nos primeiros cem anos do Brasil? Justifique
sua resposta.

4. É correto dizer que a literatura brasileira nasceu marcada:


a) pela cultura clássica greco-romana.
b) pelas luzes do racionalismo francês.
c) pelo renascimento italiano, filtrado através da experiência nativa.
d) pela cultura padres jesuítas e literatura de informação.

5. Assinale a incorreta:
a) A literatura de viagens constitui valioso documento do Brasil-Colônia.
b) Na literatura de viagens encontramos informações sobre a natureza e o homem brasileiro.
c) Os primeiros escritos sobre o Brasil pertencem à categoria de literatura, uma vez que notamos
neles preocupações estéticas.
d) O mito ufanista é representado pelo louvor à terra fértil e a natureza como algo exuberante.

8
Literatura

Exercícios de vestibulares

1. Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida colonial brasileira, é correto afirmar que:
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramáticos que visavam à catequese.
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação artística e pedagógica.
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, ao relatar as condições
encontradas no Novo Mundo.

2. Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:


Dos vícios já desligados
nos pajés não crendo mais,
nem suas danças rituais,
nem seus mágicos cuidados.
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir Ayala].
Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110.)
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios em
procissão:
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em sua concretude mais visível, como
produto final de todo um empreendimento do qual participaram com igual empenho a Coroa
Portuguesa e a Companhia de Jesus.
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita e acabada daquilo que se
convencionou chamar de literatura informativa.
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria cultura, ao mencionar as danças
rituais e as magias praticadas pelos pajés.
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como personagens atende a todos os
requintes da dramaturgia renascentista.
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas, de
quem querem libertar-se tão logo seja possível.

8
Literatura

3. O movimento literário que retrata as manifestações literárias produzidas no Brasil à época de seu
descobrimento, e durante o século XVI, é conhecido como Quinhentismo ou Literatura de Informação.
Analise as proposições em relação a este período.
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de
caráter religioso.
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume
um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta.
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no
Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético.
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto
das chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil
colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.
b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I, II, III e V são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

4. Leia um trecho do poema Ilha da Maré, do escritor brasileiro Manuel Botelho de Oliveira.

E, tratando das próprias, os coqueiros,


galhardos e frondosos
criam cocos gostosos;
e andou tão liberal a natureza
que lhes deu por grandeza,
não só para bebida, mas sustento,
o néctar doce, o cândido alimento.
De várias cores são os cajus belos,
uns são vermelhos, outros amarelos,
e como vários são nas várias cores,
também se mostram vários nos sabores;
e criam a castanha,
que é melhor que a de França, Itália, Espanha.
(COHN, Sergio. Poesia.br Rio de Janeiro: Azougue, 2012.)
Podemos relacionar os versos desse poema ao Quinhentismo Nacional, pois
a) o eu lírico repudia a presença de colonizadores portugueses em nossa terra.
b) a fauna e a flora tropicais são descritas de maneira minuciosa e idealizada.
c) o poeta enriqueceu devido à exportação de produtos brasileiros para a metrópole.
d) a exuberância e a diversidade da natureza tropical são exaltadas pelo poeta.
e) a natureza farta e bela é o cenário onde ocorrem os encontros amorosos do eu lírico.

8
Literatura

5. "Esta virtude estrangeira


me irrita sobremaneira.
Quem a teria trazido
com seus hábitos polidos
estragando a terra inteira?
Quem é forte como eu?
Como eu, conceituado?
Sou diabo bem assado,
Boa medida é beber
cauim até vomitar.
Que bom costume é bailar!
Adornar-se, andar pintado,
tingir penas, empenado
fumar e curandeirar
andar de negro pintado".
(Auto de São Lourenço, José de Anchieta.)
Nestes versos aparecem características da produção poética de José de Anchieta, exceto:
a) versos curtos de tradição popular;
b) preocupação catequética;
c) linguagem direta;
d) tensão e elaboração artística renascentista;
e) conflito entre o bem e o mal.

8
Literatura

6. TEXTO I
Andaram na praia, quando saímos, oito ou dez deles; e daí a pouco começaram a vir mais. E parece-me
que viriam, este dia, à praia, quatrocentos ou quatrocentos e cinquenta. Alguns deles traziam arcos e
flechas, que todos trocaram por carapuças ou por qualquer coisa que lhes davam. […] Andavam todos
tão bem-dispostos, tão bem feitos e galantes com suas tinturas que muito agradavam.
(CASTRO, S. A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996 (fragmento).)

TEXTO II

(O descobrimento do Brasil, Cândido Portinari. Óleo sobre tela, 1956. Disponível em:
http://www.portinari.org.br/#/acervo/obra/2551.)

Pertencentes ao patrimônio cultural brasileiro, a carta de Pero Vaz de Caminha e a obra de Portinari
retratam a chegada dos portugueses ao Brasil. Da leitura dos textos, constata-se que:
a) a carta de Pero Vaz de Caminha representa uma das primeiras manifestações artísticas dos
portugueses em terras brasileiras e preocupa-se apenas com a estética literária.
b) a tela de Portinari retrata indígenas nus com corpos pintados, cuja grande significação é a
afirmação da arte acadêmica brasileira e a contestação de uma linguagem moderna.
c) a carta, como testemunho histórico-político, mostra o olhar do colonizador sobre a gente da terra,
e a pintura destaca, em primeiro plano, a inquietação dos nativos.
d) as duas produções, embora usem linguagens diferentes – verbal e não verbal –, cumprem a
mesma função social e artística.
e) a pintura e a carta de Caminha são manifestações de grupos étnicos diferentes, produzidas em
um mesmo momento histórico, retratando a colonização.

8
Literatura

7. “Quando morre algum dos seus põem-lhe sobre a sepultura pratos, cheios de viandas, e uma rede (...)
mui bem lavada. Isto, porque creem, segundo dizem, que depois que morrem tornam a comer e
descansar sobre a sepultura. Deitam-nos em covas redondas, e, se são principais, fazem-lhes uma
choça de palma. Não têm conhecimento de glória nem inferno, somente dizem que depois de morrer
vão descansar a um bom lugar. (...) Qualquer cristão, que entre em suas casas, dão-lhe a comer do que
têm, e uma rede lavada em que durma. São castas as mulheres a seus maridos.”
(Padre Manuel da Nóbrega.)
O texto, escrito no Brasil colonial:

a) Pertence a um conjunto de documentos da tradição histórico literária brasileira, cujo objetivo


principal era apresentar à metrópole as características da colônia recém descoberta.
b) Já antecipa, pelo tom grandiloquente de sua linguagem, a concepção idealizadora que os
românticos brasileiros tiveram do indígena.
c) É exemplo de produção tipicamente literária, em que o imaginário renascentista transfigura os
dados de uma realidade objetiva.
d) É exemplo característico do estilo árcade, na medida em que valoriza poeticamente o “bom
selvagem”, motivo recorrente na literatura brasileira do século XVIII.
e) Insere-se num gênero literário específico, introduzido nas terras americanas por padres jesuítas
com o objetivo de catequizar os indígenas brasileiros.

8. Leia, abaixo, o fragmento da História da Província de Santa Cruz, de Pero de Magalhães Gândavo, para
responder à questão.

Finalmente que como Deus tenha de muito longe esta terra dedicada à cristandade, e o interesse seja
o que mais leva os homens trás si que nenhuma outra coisa haja na vida, parece manifesto querer
entretê-los na terra com esta riqueza do mar até chegarem a descobrir aquelas grandes minas que a
mesma terra promete, para que assim desta maneira tragam ainda toda aquela bárbara gente que
habita nestas partes ao lume e ao conhecimento da nossa santa fé católica, que será descobrir-lhe
outras minas maiores no céu, o qual nosso Senhor permita que assim seja, para glória sua, e salvação
de tantas almas.
(GÂNDAVO, Pero de Magalhães. História da Província de Santa Cruz. Org. Ricardo Martins Valle.
Introd. e notas Ricardo Martins Valle e Clara Carolina Souza Santos. São Paulo: Hedra, 2008. p. 115.)
a) nos textos de informação estavam consorciados o projeto de exploração das novas terras
descobertas e o de difusão da fé cristã.
b) O autor julga desinteressante a perspectiva de exploração mercantil do Brasil, preferindo a ela o
projeto de difusão da fé cristã.
c) o autor condena os homens ambiciosos e interesseiros, que preferem a exploração mercantil ao
projeto abnegado de difusão da fé cristã.
d) o autor condena a hipocrisia dos que afirmam empreender em nome da fé cristã, mas que apenas
se interessam pelas “grandes minas” a descobrir.
e) havia discrepância e dissenso entre o projeto de exploração das novas terras descobertas e o de
difusão da fé cristã.

8
Literatura

9. TEXTO I
José de Anchieta fazia parte da Companhia de Jesus, veio ao Brasil aos 19 anos para catequizar a
população das primeiras cidades brasileiras e, como instrumento de trabalho, escreveu manuais,
poemas e peças teatrais.

TEXTO II
Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo ano árvore nem erva seca.
Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de espécies. Muitos dão
bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedades
e em seu canto não dão vantagem aos rouxinóis, pintassilgos, colorinos e canários de Portugal e fazem
uma harmonia quando um homem vai por este caminho, que é para louvar o Senhor, e os bosques são
tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muito abaixo.
(ANCHIETA, José de. Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões do
Padre Joseph de Anchieta. Rio de Janeiro: S.J., 1933, 430-31 p.)
A leitura dos textos revela a preocupação de Anchieta com a exaltação da religiosidade. No texto 2, o
autor exalta ainda, a beleza natural do Brasil por meio:
a) Do emprego de primeira pessoa para narrar a história de pássaros e bosques brasileiros,
comparando-os aos de Portugal.
b) Da adoção de procedimentos típicos do discurso argumentativo para defender a beleza dos
pássaros e bosques de Portugal.
c) Da descrição de elementos que valorizam o aspecto natural dos bosques brasileiros, a diversidade
e a beleza dos pássaros do Brasil.
d) Do uso de indicações cênicas do gênero dramático para colocar em evidência a frescura dos
bosques brasileiros e a beleza dos rouxinóis.
e) Do uso tanto de características da narração quanto do discurso argumentativo para convencer o
leitor da superioridade de Portugal em relação ao Brasil.

8
Literatura

10.

(ECKHOUT, A. “Índio Tapuia” (1610-1666).)


“A feição deles é serem pardos, maneira d’avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos.
Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir, nem mostrar suas
vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto.”
(CAMINHA, P. V. A carta. Disponível em: www.dominiopublico.gov.br.)
Ao se estabelecer uma relação entre a obra de Eckhout e o trecho do texto de Caminha, conclui-se que:

a) ambos se identificam pelas características estéticas marcantes, como tristeza e melancolia, do


movimento romântico das artes plásticas.
b) o artista, na pintura, foi fiel ao seu objeto, representando-o de maneira realista, ao passo que o
texto é apenas fantasioso.
c) a pintura e o texto têm uma característica em comum, que é representar o habitante das terras que
sofreriam processo colonizador.
d) o texto e a pintura são baseados no contraste entre a cultura europeia e a cultura indígena.
e) há forte direcionamento religioso no texto e na pintura, uma vez que o índio representado é objeto
da catequização jesuítica.

Sua específica é humanas e quer continuar estudando esse assunto?


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8
Literatura

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
A literatura de informação, diferentemente da literatura jesuítica, apresenta os relatos dos portugueses
a partir da chegada no Brasil. Assim, é descrita a fauna, assim como a flora, dentre outras características
locais.

2. A primeira menção aos índios inicia no trecho "E dali avistamos homens que andavam pela praia, uns
sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos que chegaram primeiro." A partir de então,
Caminha procede com a descrição dos nativos e se mostra impressionado com a beleza e com o
aspecto diferente dos índios principalmente no que concerne ao vestuário, ao cabelo, à cor da pele e
aos adereços do corpo. Caminha também se mostra impressionado com o fato de que os índios não
pareciam incomodados ao mostrar suas partes íntimas o que, segundo Caminha, era um sinal de
inocência.

3. A razão de não se ter uma literatura propriamente dita nos primeiros anos do Brasil se deve,
primordialmente, à representação de colônia de exploração por parte de Portugal. No início do processo
de colonização, a nação lusitana retirava as riquezas do país, de modo a levar diretamente ao cenário
europeu. Assim, somente no início do século XIX, foi possível ver mudanças nesse cenário, a partir da
chegada da corte portuguesa.

4. D
A literatura do quinhentismo buscou apenas mapear as novas terras, bem como utilizar as melodias
jesuíticas para construir o processo de aculturação.

5. C
Os primeiros escritos não buscavam preocupação estética, visto que era de cunho informativo ou
religioso, com o intuito de catequisar e descrever as terras recém descobertas.

Exercícios de vestibulares

1. C
Os relatos de viagem e a literatura jesuítica dominaram a produção literária colonial, já que o Brasil
ainda não tinha uma identidade cultural estruturada.

8
Literatura

2. A
É possível analisar que o objetivo da Coroa Portuguesa e da Companhia de Jesus em relação ao povo
nativo do Brasil estava dando certo, pois os versos “Dos vícios já desligados,/nos pajés não crendo
mais,/nem suas danças rituais,/nem seus mágicos cuidados” mostram o processo de aculturamento a
que estavam submetidos os índios.

3. C
I. A produção literária no Brasil, no século XVI, era restrita às literaturas de viagens e jesuíticas de
caráter religioso. – CORRETA
II. A obra literária jesuítica, relacionada às atividades catequéticas e pedagógicas, raramente assume
um caráter apenas artístico. O nome mais destacado é o do padre José de Anchieta. - CORRETA
III. O nome Quinhentismo está ligado a um referencial cronológico — as manifestações literárias no
Brasil tiveram início em 1500, época da colonização portuguesa — e não a um referencial estético. -
CORRETA
IV. As produções literárias neste período prendem-se à literatura portuguesa, integrando o conjunto das
chamadas literaturas de viagens ultramarinas, e aos valores da cultura greco-latina. – ERRADA. As
produções literárias neste período prendem-se à literatura de catequese e informação, traços dos
primeiros contatos dos portugueses com nativos brasileiros.
V. As produções literárias deste período constituem um painel da vida dos anos iniciais do Brasil
colônia, retratando os primeiros contatos entre os europeus e a realidade da nova terra. - CORRETA

4. D
Assim como na carta de Pero Vaz de Caminha, o poema retrata com exuberância e intensidade a natureza
e a vivacidade da simplecidade do ambiente. Analisando aspectos em comum entre o texto e a escola
literária, pode-se evidenciar tal característica.

5. D
“Tensão e elaboração artística renascentista” não eram características da literatura colonial, que visava,
principalmente, a relatar informações sobre a terra explorada e catequisar os nativos.

6. C
A carta é um documento que mostra, a partir da perspectiva do colonizador, como foi a recepção pelos
nativos. Por sua vez, a pintura coloca em primeiro plano a perspectiva dos nativos ao se depararem com
as embarcações portuguesas chegando.

7. A
A principal função da literatura quinhentista era reportar à metrópole informações sobre a exploração da
nova terra. Dessa forma, os relatos são classificados como históricos.

8. A
A literatura de informação apresenta relatos da época de descobrimento dos territórios nacionais por
meio de portugueses, o que lhes traziam imensa alegria e ambição por terem se deparado com um
ambiente fértil e promissor para a exploração.

8
Literatura

9. C
José de Anchieta descreve, subjetivamente, a natureza do Brasil, de maneira idealizada. Para isso,
compara elementos do Brasil aos de Portugal, enaltecendo-os em relação aos europeus.

10. C
Ambos os textos abordam a questão do índio, que eram os nativos encontrados na América. A pintura
dialoga com o que está escrito na carta de Caminha, representando o índio sem vestimentas, com seus
apetrechos.

8
Matemática

Áreas

Objetivo
Determinar expressões que indicam a área de figuras planas, aqui iremos focar na área de figuras que são
quadriláteros e triângulos; deduzir fórmulas de área de algumas figuras planas; calcular a área de figuras
compostas. Resolver problemas que envolvam área de superfícies planas.

Se Liga
Para essa aula, é interessante que você tenha conhecimento básico sobre essas figuras planas como
quadriláteros e triângulos. Caso tenha dúvidas sobre esse assunto você pode clicar aqui para assistir a aula
sobre quadriláteros e para assistir a aula sobre triângulos só clicar aqui.

Curiosidades
Você sabia que desenvolveram uma fórmula que nos dá, aproximadamente, a área da superfície corporal
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎×𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
em m²? Podemos calcular pela fórmula de Mosteller: 𝐴 = √
3600

Teoria

Toda superfície plana ocupa uma extensão no plano. As áreas medem o tamanho da superfície dessas
figuras planas já conhecidas. Na aula de hoje, vamos focar nas áreas das figuras que vimos anteriormente:
quadriláteros e triângulos.

Triângulos
Considere um triângulo de base b e altura h:

𝑏∙ℎ
Sua área é dada por: 𝐴 =
2

Se o triângulo for equilátero (todos os lados iguais), temos que sua altura (h) vale:
𝑙√3
ℎ=
2

1
Matemática

𝑙√3
𝑙∙ℎ 𝑙∙ 2 𝑙²√3
Logo, a área será: 𝐴 = = =
2 2 4

Considere o triângulo abaixo:

𝑎∙𝑏∙𝑠𝑒𝑛𝛼
Sua área é dada por: 𝐴 =
2
Por últimos, temos uma fórmula para cálculo de área de triângulos que é bem esquecida, mas é muito útil! É
a fórmula de Heron!

Seja um triângulo de lados medindo a, b e c.

Sua área é dada pela fórmula de Heron: 𝑆 = √𝑝(𝑝 − 𝑎)(𝑝 − 𝑏)(𝑝 − 𝑐)

Em que p é o semiperímetro do triângulo, ou seja,


𝑎+𝑏+𝑐
𝑝=
2

2
Matemática

Quadriláteros
Área do quadrado Área do Retângulo Área do Paralelogramo

𝐴 = 𝑙² 𝐴 =𝑏×ℎ 𝐴=𝑏×ℎ

Área do Losango Área do Trapézio

𝐷∙𝑑 (𝐵+𝑏)∙ℎ
𝐴= 𝐴=
2 2

Podemos ter casos onde calcular a área apenas aplicando a fórmula não é possível como no exemplo
abaixo:

3
Matemática

Apesar disso, podemos dividir esse polígono em outros polígonos que sabemos calcular as áreas:

𝐴1 = 8 × 4
𝐴1 = 32

𝐴2 = 4 × 4
𝐴2 = 16

𝐴𝑡 = 𝐴1 + 𝐴2
𝐴𝑡 = 32 + 16
𝐴𝑡 = 48

Um segundo modo de calcular essa área total seria:

𝐴1 = 8 × 8
𝐴1 = 64

𝐴2 = 4 × 4
𝐴2 = 16

𝐴𝑡 = 𝐴1 − 𝐴2
𝐴𝑡 = 64 − 16
𝐴𝑡 = 48

Exemplo: Calcular a área da figura abaixo:

4
Matemática

Resolvendo, nós temos as seguintes áreas:

𝑏×ℎ 4×2
𝐴1 = = =4
2 2

𝐴2 = 𝑏 × ℎ = 4 × 2 = 8

(𝐵 + 𝑏) × ℎ (12 + 4) × 4
𝐴3 = = = 32
2 2

𝐴𝑡 = 𝐴1 + 𝐴2 + 𝐴3
𝐴𝑡 = 4 + 8 + 32
𝐴𝑡 = 44

5
Matemática

Exercícios de Fixação

1. Em um triângulo ABC, os lados AB = 16 m e AC =18 m formam um ângulo de 45°, determine a área


desse triângulo.
a) 72√3 𝑚²
b) 72√2 m²
c) 72 𝑚²

2. A área do triângulo equilátero que tem perímetro de 30 m é:


a) 25√3 𝑚²
b) 10 m²
c) 50√3

3. A área de um retângulo é 40 cm² e sua base excede em 6 cm sua altura. Determine a altura do
retângulo.

4. Em um trapézio isósceles ABCD, o valor da base menor AB mede 4 m e os seus lados não paralelos
medem 5 m. sabe-se que o seu semiperímetro vale 13 m e sua altura mede 3 m, calcule o valor da
área desse trapézio isóscele.

5. Uma diagonal de um losango mede 10 e a metade da outra diagonal 4, calcule a área desse losango:

6
Matemática

Exercícios de Vestibulares

1. Uma praça retangular é contornada por uma calçada de 2 m de largura e possui uma parte interna retangular
de dimensões de 15 m por 20 m, conforme a figura:

Nessas condições a área total da calçada é, em metros quadrados, igual a:


a) 148
b) 152
c) 156
d) 160
e) 164

2. O Esquema I mostra a configuração de uma quadra de basquete. Os trapézios em cinza, chamados


de garrafões, correspondem a áreas restritivas.

Visando atender as orientações do Comitê Central da Federação Internacional de Basquete (Fiba) em


2010, que unificou a marcação das diversas ligas, foi prevista uma modificação nos garrafões das
quadras, que passariam a ser retângulos, como mostra o Esquema II.
Após executadas as modificações previstas, houve uma alteração na área ocupada por cada
garrafão, que corresponde a um(a):
a) aumento de 5 800 cm².
b) aumento de 75 400 cm².
c) aumento de 214 600 cm².
d) diminuição de 63 800 cm².
e) diminuição de 272 600 cm².

7
Matemática

3. Uma pessoa possui um terreno em forma de um pentágono, como ilustrado na figura.

Sabe-se que a diagonal AD mede 50 m e é paralela ao lado BC, que mede 29 m. A distância do ponto
B a AD é de 8 m e a distância do ponto E a AD é de 20 m.
A área, em metro quadrado, deste terreno é igual a:
a) 658
b) 700
c) 816
d) 1132
e) 1632

4. Na figura a seguir, ABCD é um paralelograma e os ponto E e P foram tomados sobre o lado CD de


modo que a área do triângulo ABE fosse igual a 20,5 cm².

Qual o valor da área do paralelogramo ABCD?


a) 50 cm²
b) 41 cm²
c) 30 cm²
d) 25 cm²
e) 42 cm²

8
Matemática

5. Jorge quer instalar aquecedores no seu salão de beleza para melhorar o conforto dos seus clientes
no inverno. Ele estuda a compra de unidades de dois tipos de aquecedores: modelo A, que consome
600 g/h (gramas por hora) de gás propano e cobre 35 m² de área, ou modelo B, que consome 750 g/h
de gás propano e cobre 45 m² de área. O fabricante indica que o aquecedor deve ser instalado em um
ambiente com área menor do que a da sua cobertura. Jorge vai instalar uma unidade por ambiente e
quer gastar o mínimo possível com gás. A área do salão que deve ser climatizada encontra-se na
planta seguinte (ambientes representados por três retângulos e um trapézio).

Avaliando-se todas as informações, serão necessários


a) quatro unidades do tipo A e nenhuma unidade do tipo B.
b) três unidades do tipo A e uma unidade do tipo B.
c) duas unidades do tipo A e duas unidades do tipo B.
d) uma unidade do tipo A e três unidades do tipo B.
e) nenhuma unidade do tipo A e quatro unidades do tipo B

6. O Sr. Joaquim comprou um terreno em um loteamento numa praia do litoral sul de Pernambuco. O
terreno tem a forma de um paralelogramo (figura abaixo) com a base medindo 20 metros e a altura
medindo 15 metros. Os pontos M e N dividem a diagonal BD em três partes iguais. No triângulo CMN,
ele vai cultivar flores. Qual é a área que o Sr. Joaquim destinou para esse cultivo, em m²?

a) 37
b) 39
c) 45
d) 48
e) 50

9
Matemática

7. Em canteiros de obras de construção civil é comum perceber trabalhadores realizando medidas de


comprimento e de ângulos e fazendo demarcações por onde a obra deve começar ou se erguer. Em
um desses canteiros foram feitas algumas marcas no chão plano. Foi possível perceber que, das seis
estacas colocadas, três eram vértices de um triângulo retângulo e as outras três eram os pontos
médios dos lados desse triângulo, foram indicadas por letras.

A região demarcada pelas estacas A, B, M e N deveria ser calçada com concreto. Nessas condições, a
área a ser calçada corresponde:
a) à mesma área do triângulo AMC.
b) à mesma área do triângulo BNC.
c) à metade da área formada pelo triângulo ABC.
d) ao dobro da área do triângulo MNC.
e) ao triplo da área do triângulo MNC.

8. Para confeccionar uma bandeirinha de festa junina, utilizou-se um pedaço de papel com 10 cm de
largura e 15 cm de comprimento, obedecendo-se às instruções abaixo.
1. Dobrar o papel ao meio, para marcar o segmento MN, e abri-lo novamente:

2. Dobrar a ponta do vértice B no segmento AB’, de modo que B coincida com o ponto P do segmento
MN:

3. Desfazer a dobra e recortar o triângulo ABP.

10
Matemática

A área construída da bandeirinha APBCD, em cm², é igual a:


a) 25 (4 - √3)
b) 25 (6 - √3)
c) 50 (2 - √3)
d) 50 (3 - √3)
e) 1 472.

9. Um senhor, pai de dois filhos, deseja comprar dois terrenos, com áreas de mesma medida, um para
cada filho. Um dos terrenos visitados já está demarcado e, embora não tenha um formato
convencional (como se observa na Figura B), agradou ao filho mais velho e, por isso, foi comprado. O
filho mais novo possui um projeto arquitetônico de uma casa que quer construir, mas, para isso,
precisa de um terreno na forma retangular (como mostrado na Figura A) cujo comprimento seja 7 m
maior do que a largura.

Para satisfazer o filho mais novo, esse senhor precisa encontrar um terreno retangular cujas medidas,
em metro, da largura e do comprimento sejam iguais, respectivamente, a
a) 14,5 e 7,5.
b) 16,0 e 9,0.
c) 16,3 e 9,3.
d) 17,0 e 10,0.
e) 20,5 e 13,5.

11
Matemática

10. Um objeto é formado por 4 hastes rígidas conectadas em seus extremos por articulações, cujos
centros são os vértices de um paralelogramo. As hastes movimentam‐se de tal forma que o
paralelogramo permanece sempre no mesmo plano. A cada configuração desse objeto, associa‐se θ
,a medida do menor ângulo interno do paralelogramo. A área da região delimitada pelo paralelogramo
quando θ = 90° é A

𝐴
Para que a área da região delimitada pelo paralelogramo seja , o valor de θ é, necessariamente,
2
igual
a) 15°.
b) 22,5°.
c) 30°.
d) 45°.
e) 60°

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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12
Matemática

Gabaritos

Exercícios de Fixação

1. B
Temos a fórmula
𝒂 ∙ 𝒃 ∙ 𝒔𝒆𝒏𝜶
𝑨=
𝟐
Sendo a = 16 m, b = 18 m e 𝛼 = 45°, temos que a área será:
𝟏𝟔 ∙ 𝟏𝟖 ∙ 𝒔𝒆𝒏𝟒𝟓°
𝑨=
𝟐
√𝟐
𝟏𝟔 ∙ 𝟏𝟖 ∙
𝑨= 𝟐
𝟐
𝟏𝟔 ∙ 𝟏𝟖 ∙ √𝟐
𝑨=
𝟒

𝑨 = 𝟒 ∙ 𝟏𝟖 ∙ √𝟐
𝑨 = 𝟕𝟐√𝟐 𝒎²

2. A
Em um triângulo equilátero, todos os lados são iguais, se o perímetro = 30 m e o perímetro = 𝟑 ∙ 𝒍, onde
𝒍 = lado do triângulo, temos:
𝟑𝒍 = 𝟑𝟎
𝟑𝟎
𝒍=
𝟑
𝒍 = 𝟏𝟎 𝒎
A área do triângulo equilátero é dada por:
𝒍² ∙ √𝟑
𝑨=
𝟒
𝟏𝟎² ∙ √𝟑
𝑨=
𝟒
𝟏𝟎𝟎 ∙ √𝟑
𝑨=
𝟒
𝑨 = 𝟐𝟓√𝟑 𝒎²

3. 4cm

13
Matemática

Sabemos que a Área do retângulo é dada por 𝑨 = 𝒃 × 𝒉, sabemos que 𝑨 = 𝟒𝟎 𝒄𝒎² e que a base excede
a altura em 6 cm, então, 𝒃 = 𝒉 + 𝟔, substituindo, temos:
𝑨 = (𝒉 + 𝟔) × 𝒉
𝟒𝟎 = 𝒉² + 𝟔𝒉
𝒉² + 𝟔𝒉 − 𝟒𝟎 = 𝟎
Temos uma equação do 2º grau, para sabermos o valor basa fazermos soma e produto (ou por
bhaskara):
SOMA:
−𝒃 −𝟔
𝒉𝟏 + 𝒉𝟐 = = = −𝟔
𝒂 𝟏
PRODUTO:
𝒄 −𝟒𝟎
𝒉𝟏 ∙ 𝒉𝟐 = = = −𝟒𝟎
𝒂 𝟏
Quais são dois números que somados resultam -6 e multiplicados -40?
𝒉𝟏 = 𝟒 𝒆 𝒉𝟐 = −𝟏𝟎
Como estamos trabalhando com medidas, não existe medida negativa. Então, a altura é 4 cm.

4. 24cm²
Se o semiperímetro vale 13 cm, então o perímetro vale 26 cm. Para acharmos o valor da base maior
CD= B iremos calcular o perímetro.
𝒑𝒆𝒓í𝒎𝒆𝒕𝒓𝒐 = 𝑨𝑩 + 𝑩𝑪 + 𝑪𝑫 + 𝑨𝑫
𝟐𝟔 = 𝟒 + 𝟓 + 𝑪𝑫 + 𝟓
𝟐𝟔 = 𝟏𝟒 + 𝑪𝑫
𝟐𝟔 − 𝟏𝟒 = 𝑪𝑫
𝑪𝑫 = 𝟏𝟐 𝒄𝒎
Sendo AB = b (base menor) CD = B ( base maior) e altura = h = 3 cm, temos que a área desse trapézio é
dada pela fórmula:
(𝒃 + 𝑩) ∙ 𝒉
𝑨=
𝟐
(𝟒 + 𝟏𝟐) ∙ 𝟑
𝑨=
𝟐
𝟏𝟔 ∙ 𝟑
𝑨=
𝟐
𝑨=𝟖∙𝟑
𝑨 = 𝟐𝟒 𝒄𝒎²

5. 40m²
Temos que a metade da diagonal menor vale 4, então a diagonal menor vale 8 m. Visto isso, usaremos
a fórmula da área do losango que é dada por:
𝑫×𝒅
𝑨=
𝟐
Onde D = diagonal maior = 10 m e d = diagonal menor = 8 m
𝟏𝟎 × 𝟖
𝑨=
𝟐
𝟖𝟎
𝑨=
𝟐
𝑨 = 𝟒𝟎 𝒎²

14
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. C
Dimensão da praça:
15 + 2 + 2 = 19 𝑚
20 + 2 + 2 = 24 𝑚
Então, sua área total será
𝐴𝑡 = 24 × 19 = 456 𝑚²
A área da parte interna da praça será:
𝐴1 = 15 × 20 = 300 𝑚²

A área da calçada é dada por


𝐴𝑡 − 𝐴1 = 456 − 300 = 156 𝑚²

2. A
Antes da modificação, a área de cada garrafão era dada pela área do trapézio:
(𝐵 + 𝑏) × ℎ
𝐴𝑇 =
2
(600 + 360) × 580
𝐴𝑇 =
2
960 × 580
𝐴𝑇 =
2
𝐴 𝑇 = 480 × 580 𝑐𝑚²
Deixaremos em forma de produto, pois será mais fácil para calcular no final.
Agora iremos calcular a área depois da modificação, então a área passou a ser a área do retângulo:
𝐴𝑄 = 𝑏 × ℎ
𝐴𝑄 = 490 × 580 𝑐𝑚²
Podemos perceber que a área do quadrado é maior, então, houve um aumento na área. Para
descobrirmos o quanto aumentou, basta fazermos a diferença entre as áreas, logo:
𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇 = 490 × 580 − 480 × 580
𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇 = 580(490 − 480)
𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇 = 580 × 10
𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇 = 5800 𝑐𝑚²
Então o aumento foi de 5800 cm².

3. C
Quando traçamos a diagonal AD, dividimos o pentágono em duas figuras, um trapézio ABCD e um
triângulo ADE.
Sobre o trapézio ABCD, a altura é igual a 8m, pois a altura é a distância do ponto B a AD. A base maior é
AD = 50 m e a base menos BC = 29, então a área do trapézio é:
(𝐵 + 𝑏) ∙ ℎ
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 =
2
(50 + 29) ∙ 8
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 =
2
(79) ∙ 8
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 =
2
632
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 =
2
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 = 316 𝑚²

15
Matemática

Sobre o triângulo ADE, temos que a base AD = 50m e a altura é a distância do vértice E ao segmento AD,
ou seja, a altura é igual a 20 m, então a área desse triângulo é:
𝑏∙ℎ
𝐴𝐴𝐷𝐸 =
2
50 ∙ 20
𝐴𝐴𝐷𝐸 =
2
1000
𝐴𝐴𝐷𝐸 =
2
𝐴𝐴𝐷𝐸 = 500 𝑚²
Então, a área desse terreno será:
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 + 𝐴𝐴𝐷𝐸 = 316 + 500 = 816 𝑚²

4. B
A área do triângulo ABE é igual a 20,5 cm², temos que AB é a base desse triângulo, então:
𝑏×ℎ
𝐴𝐴𝐵𝐸 =
2
𝐴𝐵 × ℎ
20,5 =
2
𝐴𝐵 × ℎ = 41 𝑐𝑚²
Podemos perceber que a altura e a base do paralelogramo ABCD é a mesma que a do triângulo ABE, se
a área do parelelogramo é dada por:
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 = 𝑏 × ℎ
𝐴𝐴𝐵𝐶𝐷 = 𝐴𝐵 × ℎ = 41 𝑐𝑚²

5. C
Calculando as áreas dos ambiente, obtemos:
𝐴I = 8 ∙ 5 = 40 𝑚² (tipo B)
𝐴II = (14 − 8) ∙ 5 = 6 ∙ 5 = 30 𝑚² (tipo A)
𝐴III = (14 − 8) ∙ (9 − 5) = 6 ∙ 4 = 24 𝑚² (tipo A)
((14−8)+4)∙7 (6+4)∙7 10∙7
AIV = = = = 5 ∙ 7 = 35 𝑚² (tipo B)
2 2 2
Desse modo, como Jorge quer gastar o mínimo com gás, ele deverá instalar duas unidades do tipo A
(ambiente II e III) e duas unidades do tipo B (ambiente I e IV).

6. E
1
A área destinada à plantação de flores é da área do paralelogramo, pois todos os triângulos
6
possuem a mesma área.

1
𝐴= ∙ 20 ∙ 25 → 𝐴 = 50 𝑚²
6

7. E
Os triângulos ABC e NMC são semelhantes, sabemso que os pontos M,N e P são pontos médios dos
segmentos dados.
A área do triangulo MNC é dada por:
𝑁𝐶 ∙ 𝑀𝑁
𝑆𝑀𝑁𝐶 =
2
Também sabemos que a área do triângulo ABC é dada por
𝐴𝐶 ∙ 𝐴𝐵
𝑆𝐴𝐵𝐶 =
2

16
Matemática

Como o ponto N divide o lado AC em dois segmentos iguais AN = NC, então, podemos dizer que 𝐴𝐶 =
2 ∙ 𝑁𝐶.
Como o ponto P divide o lado AB em dois segmentos iguais AP = BP, então, podemos dizer que 𝐴𝐵 =
2 ∙ 𝐴𝑃. Também podemos observar que AP = MN, então 𝐴𝐵 = 2 ∙ 𝑀𝑁. Visto isso, podemos reescrever a
área do triângulo ABC da seguinte forma:
2 ∙ 𝑁𝐶 ∙ 2 ∙ 𝑀𝑁
𝑆𝐴𝐵𝐶 =
2
𝑆𝐴𝐵𝐶 = 2 ∙ 𝑁𝐶 ∙ 𝑀𝑁

Então,
𝑁𝐶 ∙ 𝑀𝑁
𝑆𝑀𝑁𝐶 2
=
𝑆𝐴𝐵𝐶 2 ∙ 𝑁𝐶 ∙ 𝑀𝑁

𝑆𝑀𝑁𝐶 1
=
𝑆𝐴𝐵𝐶 4

𝑆𝐴𝐵𝐶 = 4 ∙ 𝑆𝑀𝑁𝐶

Sabemos que a área do trapézio ABMN é dada por:


𝑆𝐴𝐵𝑀𝑁 = 𝑆𝐴𝐵𝐶 − 𝑆𝑀𝑁𝐶
𝑆𝐴𝐵𝑀𝑁 = 4 ∙ 𝑆𝑀𝑁𝐶 − 𝑆𝑀𝑁𝐶
𝑆𝐴𝐵𝑀𝑁 = 3 ∙ 𝑆𝑀𝑁𝐶

8. B

ℎ² + 5² = 10²
ℎ² = 100 − 25
ℎ² = 75
ℎ = √75
ℎ = 5√3 𝑐𝑚
Portanto, a área da bandeirinha será:
𝐴𝐵 = 𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇

𝐴𝑄 = 10 ∙ 15 = 150 𝑐𝑚²
10 ∙ 5√3
𝐴𝑇 = = 25√3 𝑐𝑚²
2
Logo,
𝐴𝐵 = 𝐴𝑄 − 𝐴 𝑇 = 150 − 25√3 = 25(6 − √3) 𝑐𝑚²

17
Matemática

9. B
Na figura A, temos que a área será:
𝐴𝐴 = (𝑥 + 7) ∙ 𝑥 → 𝐴𝐴 = 𝑥 2 + 7𝑥
E na figura B, temos que a área será:

15 ∙ 15 21 ∙ 3
𝐴𝐵 = +
2 2
225 + 63
𝐴𝐵 = → 𝐴𝐵 = 144
2
Sabendo que as áreas são iguais, temos:
𝐴𝐴 = 𝐴𝐵
𝑥 2 + 7𝑥 = 144
𝑥 2 + 7𝑥 − 144 = 0
Por bhaskara achamos que 𝑥 = 9 𝑚
Portanto, o comprimento e a largura devem medir, respectivamente, 16 m e 9 m.

10. C
Sejam b e h, respectivamente, as dimensões do paralelogramo quando = 90º. Logo, temos A = b.h.
Quando varia no intervalo ]0º, 90º [, a altura do paralelogramo é dada por ℎ = 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃 . Desse modo,
𝐴
para que a área seja , devemos ter:
2
Sendo a área do quadrado dada por 𝐴 = 𝑏 ∙ 𝑎, então.
𝐴
=𝑏∙ℎ
2
𝑏∙𝑎
= 𝑏 ∙ 𝑎 ∙ 𝑠𝑒𝑛𝜃
2
1
𝑠𝑒𝑛𝜃 =
2
Então, 𝜃 = 30°.

18
Matemática

Circunferência: comprimento, propriedades e potência de um ponto

Objetivo
Compreender a definição de circunferência e ser capaz de calcular o seu comprimento ou o de seus arcos.

Se liga
Para este módulo, é interessante que você saiba trabalhar com Regra de Três. Quer relembrar esse conteúdo?
Clique aqui.

Curiosidade
O valor de 𝜋 foi evoluindo, se tornando cada vez mais preciso. Em registros bíblicos, encontra-se a
16 2
aproximação de 3,. Já os egípcios o estimavam em ( ) ≅ 3,16, por exemplo.
9

Teoria

Circunferência
Tome um ponto 𝑂 e uma distância 𝑅. Circunferência é o lugar geométrico dos pontos no plano que estão à
mesma distância 𝑅 de 𝑂. Essa distância é chamada de raio.

Vale lembrar que: Circunferência ≠ Círculo!

Círculo é toda a região do plano delimitada por uma circunferência.


Circunferência é apenas a linha que dá forma à figura.

1
Matemática

Elementos de uma circunferência

• Centro: Ponto equidistante dos pontos da circunferência.


• Raio: Distância entre o centro e qualquer ponto da circunferência.
• Arco: Parte da circunferência delimitada por dois de seus pontos.
• Corda: Segmento de reta que une dois pontos distintos da circunferência.
• Diâmetro: É a corda que passa pelo centro (vale duas vezes o raio). É o maior tamanho que uma corda
pode ter.
• Flecha: segmento de reta que une o ponto médio da corda ao ponto médio do arco correspondente. Esse
segmento é perpendicular à corda.

Comprimento da circunferência e de arcos


Dada uma circunferência com centro 𝑂 e raio 𝑅, seu comprimento é obtido pela seguinte fórmula:
𝐶 = 2𝜋𝑅; 𝜋 ≅ 3,14
Para se calcular o comprimento de um arco de circunferência, basta fazer uma regra de 3 relacionando o
tamanho angular do arco (𝛼) e o comprimento angular de toda circunferência (360 graus ou 2𝜋 radianos).

Comprimento Ângulo
𝑥 𝛼
2𝜋𝑅 360°
2𝜋𝑅𝛼
𝑥=
360°
𝛼
Obs.: Note que a parte da fórmula acima representa que fração da circunferência, de comprimento 2𝜋𝑅,
360°
estamos tomando.

2
Matemática

Relações métricas
Duas cordas

̅̅̅̅ ∙ 𝑃𝐵
𝑃𝐴 ̅̅̅̅ ∙ 𝑃𝐷
̅̅̅̅ = 𝑃𝐶 ̅̅̅̅
Duas retas secantes

̅̅̅̅ ∙ 𝑃𝐵
𝑃𝐴 ̅̅̅̅ ∙ 𝑃𝐷
̅̅̅̅ = 𝑃𝐶 ̅̅̅̅
Uma reta tangente e uma secante

̅̅̅̅ ∙ ̅̅̅̅
𝑃𝐴 ̅̅̅̅ )2
𝑃𝐵 = (𝑃𝐶
Duas retas tangentes

̅̅̅̅ = 𝑃𝐵
𝑃𝐴 ̅̅̅̅

3
Matemática

Obs.: Ao ligarmos o centro de uma circunferência ao ponto de tangência da reta que lhe é tangente, forma-se
um ângulo de 90°.

4
Matemática

Exercícios de fixação

1. O diâmetro de uma circunferência mede 𝒙 e seu comprimento é 𝑪. Dessa forma, uma circunferência
de diâmetro 𝟐𝒙 terá qual comprimento?
𝑪
a)
𝟐

b) 𝑪
c) 𝟐𝑪
d) 𝟑𝑪
e) 𝟒𝑪

2. Calcule o que se pede:


a) Na figura abaixo, cada uma das quatro circunferências tangencia duas laterais do quadrado e
outras duas circunferências vizinhas. Se o comprimento de cada uma dessas circunferências
mede 𝟏𝟒𝝅 𝒄𝒎, qual o perímetro do quadrado?

b) Na figura abaixo temos um quadrado e dois arcos de circunferência tangentes entre si, cujos
centros coincidem com vértices opostos do quadrado. Se o quadrado tem lado 𝟒 𝒄𝒎, qual o
comprimento de cada um desses arcos?

3. A figura abaixo mostra uma circunferência de raio 𝟓 𝒄𝒎. Ela inicia um movimento de rotação, sem
deslizar no chão, até completar uma volta completa. Qual a distância 𝒙 percorrida horizontalmente por
essa circunferência ao final dessa volta?

5
Matemática

4. Calcule o perímetro das figuras que dão origem aos desenhos do pacman e do fantasma abaixo. Para
isso, considere que o fantasma é formado a partir de um quadrado 𝑨𝑩𝑪𝑫 de lado 𝟒 𝒄𝒎 e cinco
semicircunferências: uma superior, formando sua cabeça, e quatro no inferior.

5. A figura abaixo mostra duas circunferências apoiadas sobre a mesma reta horizontal. Seus raios
medem respectivamente 𝟐 e 𝟓 𝒄𝒎 e as circunferências se tangenciam no ponto 𝑷. Qual a distância
horizontal entre os centros 𝑶𝟏 e 𝑶𝟐 dessas circunferências?

6
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. A figura é uma representação simplificada do carrossel de um parque de diversões, visto de cima.


Nessa representação, os cavalos estão identificados pelos pontos escuros, e ocupam circunferências
de raios 3 𝑚 e 4 𝑚, respectivamente, ambas centradas no ponto 𝑂. Em cada sessão de
funcionamento, o carrossel efetua 10 voltas.

Quantos metros uma criança sentada no cavalo 𝐶1 percorrerá a mais do que uma criança no cavalo 𝐶2 ,
em uma sessão? Use 3,0 como aproximação para 𝜋.
a) 55,5
b) 60,0
c) 175,5
d) 235,5
e) 240,0

7
Matemática

2. O atletismo é um dos esportes que mais se identificam com o espírito olímpico. A figura ilustra uma
pista de atletismo. A pista é composta por oito raias e tem largura de 9,76 𝑚. As raias são numeradas
do centro da pista para a extremidade e são construídas do centro da pista para a extremidade e são
construídas de segmentos de retas paralelas e arcos de circunferência. Os dois semicírculos da pista
são iguais.

Se os atletas partissem do mesmo ponto, dando uma volta completa, em qual das raias o corredor
estaria sendo beneficiado?
a) 1
b) 4
c) 5
d) 7
e) 8

3. Camile gosta de caminhar em uma calçada em torno de uma praça circular que possui 500 metros de
extensão, localizada perto de casa. A praça, bem como alguns locais ao seu redor e o ponto de onde
inicia a caminhada, estão representados na figura:

Em uma tarde, Camile caminhou 4125 metros, no sentido anti-horário, e parou. Qual dos locais
indicados na figura é o mais próximo de sua parada?
a) Centro urbano
b) Drogaria
c) Lan house
d) Ponto de partida
e) Padaria

8
Matemática

4. A figura abaixo representa um círculo de centro 𝑂 e uma régua retangular, graduada em milímetros.
Os pontos 𝐴, 𝐸 e 𝑂 pertencem à régua e os pontos 𝐵, 𝐶 e 𝐷 pertencem, simultaneamente, à régua e à
circunferência.

Considere os seguintes dados:

O diâmetro do círculo é, em centímetros, igual a:


a) 3,1
b) 3,3
c) 3,5
d) 3,6
e) 3,8

9
Matemática

5. Em um centro de eventos na cidade de Madri, encontra-se um mural de Joan Miró (1893 − 1983)
confeccionado pelo ceramista Artigas. O mural está colocado no alto da parede frontal externa do
prédio e tem 60 𝑚 de comprimento por 10 𝑚 de altura. A borda inferior do mural está 8 𝑚 acima do
nível do olho de uma pessoa. A que distância da parede deve ficar essa pessoa para ter a melhor
visão do mural, no sentido de que o ângulo vertical que subtende o mural, a partir de seu olho, seja o
maior possível? O matemático Regiomontanus (1436 − 1476) propôs um problema semelhante em
1471 e o problema foi resolvido da seguinte maneira:

Imagine uma circunferência passando pelo olho 𝑂 do observador e por dois pontos 𝑃 e 𝑄, verticalmente
dispostos nas bordas superior e inferior do mural. O ângulo α será máximo quando esta circunferência
for tangente à linha do nível do olho, que é perpendicular à parede onde se encontra o mural, como
mostra a figura. Com estas informações, calcule a que distância 𝑂𝐶 da parede deve ficar o observador
para ter a melhor visão do mural de Joan.
a) 13
b) 24
c) 12
d) 25
e) 6

10
Matemática

6. Um garçom precisa escolher uma bandeja de base retangular para servir quatro taças de espumante
que precisam ser dispostas em uma única fileira, paralela ao lado maior da bandeja, e com suas
bases totalmente apoiadas na bandeja. A base e a borda superior das taças são círculos de raio 4 𝑐𝑚
e 5 𝑐𝑚, respectivamente.

A bandeja a ser escolhida deverá ter uma área mínima, em centímetro quadrado, igual a
a) 192.
b) 300.
c) 304.
d) 320.
e) 400.

7. Um disco de raio 1 gira ao longo de uma reta coordenada na direção positiva, corno representado na
figura abaixo.

Considerando-se que o ponto P está inicialmente na origem, a coordenada de 𝑃, após 10 voltas


completas, estará entre
a) 60 e 62.
b) 62 e 64.
c) 64 e 66.
d) 66 e 68.
e) 68 e 70.

11
Matemática

8. Sobre um sistema cartesiano considera-se uma malha formada por circunferências de raios com
medidas dadas por números naturais e por 12 semirretas com extremidades na origem, separadas

por ângulos de rad, conforme a figura.
6

Suponha que os objetos se desloquem apenas pelas semirretas e pelas circunferências dessa malha,
não podendo passar pela origem (0, 0). Considere o valor de  com aproximação de, pelo menos, uma
casa decimal. Para realizar o percurso mais curto possível ao longo da malha, do ponto 8 até o ponto
A, um objeto deve percorrer uma distância igual a
2. .1
a) +8
3
2. .2
b) +6
3
2. .3
c) +4
3
2. .4
d) +2
3
2. .5
e) +2
3

12
Matemática

9. Na figura a seguir, 𝐴𝐵 = 8 𝑐𝑚, 𝐵𝐶 = 10 𝑐𝑚, 𝐴𝐷 = 4 𝑐𝑚 e o ponto 𝑂 é o centro da circunferência. O


perímetro do triângulo 𝐴𝑂𝐶 mede, em 𝑐𝑚:

a) 36
b) 45
c) 48
d) 50
e) 54

10. A manchete demonstra que o transporte de grandes cargas representa cada vez mais preocupação
quando feito em vias urbanas.

Caminhão entala em viaduto no Centro


Um caminhão de grande porte entalou embaixo do viaduto no cruzamento das avenidas Borges de
Medeiros e Loureiro da Silva no sentido Centro-Bairro, próximo à Ponte de Pedra, na capital. Esse
veículo vinha de São Paulo para Porto Alegre e transportava três grandes tubos, conforme ilustrado na
foto.

Considere que o raio externo de cada cano da imagem seja 0,60 𝑚 e que eles estejam em cima de uma
carroceria cuja parte superior está a 1,30 𝑚 do solo. O desenho representa a vista traseira do
empilhamento dos canos.

13
Matemática

A margem de segurança recomendada para que um veículo passe sob um viaduto é que a altura total
do veículo com a carga seja, no mínimo, 0,50 𝑚 menor do que a altura do vão do viaduto.

Considere 1,7 como aproximação para 3.


Qual deveria ser a altura mínima do viaduto, em metro, para que esse caminhão pudesse passar com
segurança sob seu vão?
a) 2,82.
b) 3,52.
c) 3,70.
d) 4,02.
e) 4,20.

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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14
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
Se o diâmetro de uma circunferência mede 𝒙, então seu comprimento é 𝑪 = 𝟐𝝅𝒓 = (𝟐𝒓)𝝅 = 𝒙𝝅.
Se dobramos o diâmetro, temos: (𝟐 ∙ 𝟐𝒓)𝝅 = (𝟐 ∙ 𝒙)𝝅 = 𝟐𝒙𝝅 = 𝟐𝑪. Ou seja, o comprimento vai dobrar.

2.
a) O perímetro é 𝟏𝟏𝟐 𝒄𝒎.
Se o comprimento de cada circunferência é 𝟏𝟒𝝅, o raio de cada uma será 𝟐𝝅𝒓 = 𝟏𝟒𝝅 → 𝒓 = 𝟕 𝒄𝒎.
Porém, o lado do quadrado equivale a quatro vezes o raio, como vemos abaixo:

Logo, o lado do quadrado mede 𝟒 ∙ 𝟕 = 𝟐𝟖 𝒄𝒎 e seu perímetro será de 𝟒 ∙ 𝟐𝟖 = 𝟏𝟏𝟐 𝒄𝒎.

b) Cada arco tem comprimento 𝝅√𝟐 𝒄𝒎.


Devemos perceber que a diagonal do quadrado vale o dobro do raio de cada arco, como ilustrado
abaixo:

𝟒√𝟐
Como a diagonal do quadrado vale 𝒅 = 𝒍√𝟐 = 𝟒√𝟐 𝒄𝒎, o raio de cada arco mede = 𝟐√𝟐 𝒄𝒎.
𝟐
Cada um desses arcos representa um quarto de circunferência, uma vez que seu ângulo central é
𝟐𝝅𝑹
de 𝟗𝟎° (já que seus centros estão em vértices do quadrado). Logo, cada um terá comprimento =
𝟒
𝟐∙𝝅∙𝟐√𝟐
= 𝝅√𝟐 𝒄𝒎.
𝟒

3. A distância 𝒙 mede 𝟏𝟎𝝅 𝒄𝒎.


Quando uma circunferência faz um giro completo, todos seus pontos tocam no solo uma única vez.
Assim, a distância horizontal que ela percorre equivale ao seu comprimento. Logo, 𝑥 = 2𝜋𝑅 = 2𝜋 ∙ 5 =
10𝜋 𝑐𝑚.

15
Matemática

4. O pacman tem perímetro (𝟓𝝅 + 𝟔) 𝒄𝒎 e o fantasma tem perímetro 𝟒(𝟐 + 𝝅) 𝒄𝒎.


Para o perímetro do pacman, devemos considerar um arco de 𝟑𝟔𝟎° − 𝟔𝟎° = 𝟑𝟎𝟎° (para o “corpo”e duas
vezes o raio (para a “boca”).
Calculando o comprimento do arco de 𝟑𝟎𝟎°:
𝟐𝝅𝒓 − 𝟑𝟔𝟎°
𝒙 − 𝟑𝟎𝟎°
𝟐𝝅𝒓 𝟑𝟔𝟎 𝟐𝝅𝒓 𝟔 𝟏𝟎𝝅 ∙ 𝟑
= → = → 𝟏𝟎𝝅𝒓 = 𝟔𝒙 → 𝒙 = → 𝒙 = 𝟓𝝅
𝒙 𝟑𝟎𝟎 𝒙 𝟓 𝟔
Somando esse valor à duas vezes o raio: 𝟓𝝅 + 𝟐 ∙ 𝟑 = (𝟓𝝅 + 𝟔) 𝒄𝒎.

Para o perímetro do fantasma, temos as laterais, que juntas medem 𝟖 𝒄𝒎, e devemos somá-las com as
semicircunferências que estão em cima e embaixo.
A semicircunferência de cima tem raio 𝟐 𝒄𝒎 (metade do lado do quadrado). Logo, seu comprimento é de
𝟐𝝅𝑹
= 𝝅𝑹 = 𝟐𝝅 𝒄𝒎.
𝟐

As semicircunferências inferiores possuem, cada uma, raio 𝟎, 𝟓 𝒄𝒎 (um oitavo do lado do quadrado).
𝟐𝝅𝑹
Logo, o comprimento dessas quatro semicircunferências é 𝟒 ∙ = 𝟒𝝅𝑹 = 𝟒𝝅(𝟎, 𝟓) = 𝟐𝝅 𝒄𝒎.
𝟐

Portanto, o perímetro do fantasma será 𝟖 + 𝟐𝝅 + 𝟐𝝅 = 𝟖 + 𝟒𝝅 = 𝟒(𝟐 + 𝝅) 𝒄𝒎.

5. A distância horizontal é de 𝟐√𝟏𝟎 𝒄𝒎.


Dica: em questões que temos circunferências se tangenciando, é interessante ligar seus centros ao
ponto de tangencia. Assim, formemos o seguinte triângulo retângulo:

Ele tem hipotenusa equivalente à soma dos raios e um dos catetos equivalendo à subtração dos raios.
Logo, a distância horizontal pode ser obtida pelo teorema de Pitágoras: 𝟕𝟐 = 𝒅𝟐 + 𝟑𝟐 → 𝟒𝟗 = 𝒅𝟐 + 𝟗 →
𝟒𝟎 = 𝒅𝟐 → 𝒅 = 𝟐√𝟏𝟎 𝒄𝒎.

Exercícios de vestibulares

1. B
A posição dos cavalos não importa, pois ambos completarão as 𝟏𝟎 voltas, iniciando e terminando o
percurso no mesmo ponto. Assim, sobre a distância percorrida por cada cavalo do carrossel, pode-se
escrever:
𝑪𝟏 = 𝟏𝟎 ∙ 𝝅 ∙ 𝑹𝟏 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟐 ∙ 𝟑 ∙ 𝟒 = 𝟐𝟒𝟎 𝒎
𝑪𝟐 = 𝟏𝟎 ∙ 𝝅 ∙ 𝑹𝟐 = 𝟏𝟎 ∙ 𝟐 ∙ 𝟑 ∙ 𝟑 = 𝟏𝟖𝟎 𝒎
Assim a diferença das distâncias percorridas entre os dois cavalos será de 𝟔𝟎 metros.

16
Matemática

2. A
Na raia 𝟏, o atleta percorreria a menor distância, pois seu comprimento é menor. Observe que o raio da
circunferência é menor.

3. E
𝟒𝟏𝟐𝟓 = 𝟖 ∙ 𝟓𝟎𝟎 + 𝟏𝟐𝟓. Portanto, dará 𝟓𝟎𝟎 voltas completas na pista e chegará à Padaria.

4. B
Considere a figura abaixo.

Queremos calcular 𝟐 ∙ ̅̅̅̅̅


𝑶𝑩.
𝑬𝑫 = 𝟐 𝒄𝒎 e ̅̅̅̅
Sabemos que ̅̅̅̅ 𝑬𝑪 = 𝟒, 𝟓 𝒄𝒎. Logo, ̅̅̅̅
𝑫𝑪 = ̅̅̅̅
𝑬𝑪 − ̅̅̅̅
𝑬𝑫 = 𝟒, 𝟓 − 𝟐 = 𝟐, 𝟓 𝒄𝒎.
̅̅̅̅
𝑫𝑪 𝟐,𝟓
̅̅̅̅̅ =
Sendo 𝑴 o ponto médio do segmento 𝑫𝑪, vem que 𝑫𝑴 = = 𝟏, 𝟐𝟓 𝒄𝒎.
𝟐 𝟐

Por outro lado, como 𝑬𝑭 //𝑨𝑩, temos ̅̅̅̅


𝑭𝑫 = ̅̅̅̅
𝑬𝑫 − ̅̅̅̅ 𝑬𝑫 − ̅̅̅̅
𝑬𝑭 = ̅̅̅̅ 𝑨𝑩 = 𝟐 − 𝟏, 𝟔 = 𝟎, 𝟒 𝒄𝒎.
̅̅̅̅̅ = 𝟐(𝑭𝑫
Portanto, 𝟐 ∙ 𝑶𝑩 ̅̅̅̅ + 𝑫𝑴
̅̅̅̅̅) = 𝟐(𝟎, 𝟒 + 𝟏, 𝟐𝟓) = 𝟑, 𝟑 𝒄𝒎.

5. C
Utilizando uma relação métrica na circunferência, aquela relação entre secante e tangente, temos:
𝑪𝑶² = 𝟖 ∙ 𝟏𝟖
𝑪𝑶 = 𝟏𝟐

6. C
As taças devem ficar alinhadas, portanto seus diâmetros também ficarão. O desenho a seguir demonstra
a disposição das taças, sendo os círculos menores suas bases (raio de 𝟒 𝒄𝒎) e os círculos maiores
pontilhados suas bordas superiores (raio de 𝟓 𝒄𝒎). Em vermelho está delimitada a área mínima da
bandeja.

Assim, a área mínima seria: 𝑨 = 𝟑𝟖 ∙ 𝟖 = 𝟑𝟎𝟒 𝒄𝒎𝟐

17
Matemática

7. B
Perímetro da circunferência: 𝑪 = 𝟐 𝝅𝑹  𝑪 = 𝟐 ∙ (𝟑, 𝟏𝟒) ∙ 𝟏 = 𝟔, 𝟐𝟖. Após 𝟏𝟎 voltas completas,
estaremos em 𝟔𝟐, 𝟖; portanto, entre 𝟔𝟐 e 𝟔𝟒.

8. A
O menor caminho, por inspeção, corresponde ao comprimento de 𝟖 segmentos de reta de medida igual
𝟒𝝅 𝟐𝝅
a 𝟏, somado ao comprimento do arco definido pelo ângulo central de .𝟏 = 𝒓𝒂𝒅 e raio 𝟏, ou seja,
𝟔 𝟑
𝟐𝝅
+ 8.
𝟑

9. E
𝟒 ∙ (𝟒 + 𝟐𝑹) = 𝟖 ∙ (𝟖 + 𝟏𝟎)
𝟏𝟔 + 𝟖𝑹 = 𝟏𝟒𝟒
𝟖𝑹 = 𝟏𝟐𝟖
𝑹 = 𝟏𝟔
Logo o perímetro do 𝑨𝑶𝑪 é igual a 𝟐𝟎 + 𝟏𝟔 + 𝟏𝟖 = 𝟓𝟒 𝒄𝒎.

10. D
Unindo-se os centros dos círculos, tem-se um triângulo equilátero (com altura 𝒉 destacada em vermelho)
de lado igual a 𝟐𝒓, conforme a seguir:

A altura total dos canos será igual a: 𝑯𝒄𝒂𝒏𝒐𝒔 = 𝒉 + 𝟐𝒓.


𝒓 = 𝟎, 𝟔
𝑳√𝟑 √𝟑
𝒉= = 𝟎, 𝟔 ∙ 𝟐 ∙ → 𝒉 = 𝟏, 𝟎𝟐
𝟐 𝟐

𝑯𝒄𝒂𝒏𝒐𝒔 = 𝟏, 𝟎𝟐 + 𝟏, 𝟐 = 𝟐, 𝟐𝟐 𝒎.
𝑯𝒗𝒊𝒂𝒅𝒖𝒕𝒐𝒔 = 𝟏, 𝟑 + 𝟎, 𝟓 + 𝟐, 𝟐𝟐 = 𝟒, 𝟎𝟐 𝒎.

18
Matemática

Introdução ao estudo dos conjuntos

Objetivo
Apresentar o conceito de conjuntos e subconjuntos. Definir as operações com conjuntos e apresentar os
símbolos mais usados no estudo dos conjuntos. E resolver questões envolvendo os assuntos apresentados.

Se liga
Para essa aula é necessário que você tenha um conhecimento prévio em operações básicas e em expressões.

Curiosidade
Sempre que ouvimos falar em conjuntos, também ouvimos falar no Diagrama de Venn. Ele tem esse nome
por causa do John Venn que desenvolveu os diagramas no século XIX, ampliando e formalizando
desenvolvimentos anteriores de Leibniz e Euler. E, na década de 1960, eles foram incorporados ao currículo
escolar de matemática

Teoria

Conjunto vazio
É um conjunto que não possui elementos. O conjunto vazio é representado por { } ou ∅.
Obs: Nunca representamos o conjunto vazio desta forma {∅}.

Subconjuntos
Quando todos os elementos de um conjunto A qualquer pertencem a um outro conjunto B, diz-se, então, que
A é um subconjunto de B, ou seja 𝐴 ⊂ 𝐵. Observações:
• Todo o conjunto A é subconjunto dele próprio, ou seja 𝐴 ⊂ 𝐴;
• O conjunto vazio, por convenção, é subconjunto de qualquer conjunto, ou seja ∅ ⊂ 𝐴.
• Um conjunto de n elementos possui 2𝑛 subconjuntos.

União de Conjuntos
Dados os conjuntos A e B, define-se como união dos conjuntos A e B ao conjunto representado por A∪B,
formado por todos os elementos pertencentes a A ou B, ou seja: 𝐴 ∪ 𝐵 = {𝑥 | 𝑥 ∈ 𝐴 𝑜𝑢 𝑥 ∈ 𝐵}

1
Matemática

Intersecção de Conjuntos
Dados os conjuntos A e B, define-se como intersecção dos conjuntos A e B ao conjunto representado por 𝐴 ∩
𝐵, formado por todos os elementos pertencentes a A e B, simultaneamente, ou seja: 𝐴 ∩ 𝐵 = {𝑥 | 𝑥 ∈ 𝐴 𝑒 𝑥 ∈
𝐵}

Diferença de Conjuntos
Dados os conjuntos A e B, define-se como diferença entre A e B (nesta ordem) ao conjunto representado por
𝐴 − 𝐵, formado por todos os elementos pertencentes a A, mas que não pertencem a B, ou seja 𝐴 − 𝐵 = {𝑥 | 𝑥 ∈
𝐴 𝑒 𝑥 ∉ 𝐵}

Produto Cartesiano
Dados os conjuntos A e B, chama-se produto cartesiano A com B, ao conjunto 𝐴 × 𝐵, formado por todos os
pares ordenados (x,y), onde x é elemento de A e y é elemento de B, ou seja 𝐴 × 𝐵 = {(𝑥, 𝑦) | 𝑥 ∈ 𝐴 𝑜𝑢 𝑦 ∈ 𝐵}.
Número de subconjuntos de um conjunto: se um conjunto A possuir n elementos, então
existirão 2𝑛 subconjuntos de A.

Número de elementos da união de 2 conjuntos:


A fórmula do número de elementos da união de 2 conjuntos é dada por: 𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)
Exemplo: Dados os conjuntos A = {1,2,3} e B = {1,2,3,4} e 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) = 3. Então 𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) será?
Solução: Podemos ver que A possui 3 elementos e B, 4. Dado a fórmula temos então que:
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 3 + 4 − 3
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 4
Número de elementos da união de 3 conjuntos:
A fórmula do número de elementos da união de 3 conjuntos é dada por:
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) + 𝑛(𝐶) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) − 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶)
Exemplo: Dados os conjuntos A = {1,2,3}, B = {1,2,3,4} e C = {1,2} .Temos que 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) = 3, 𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) = 2
e 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) = 2 e 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶) = 2. Então 𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) será?
Solução: Podemos ver que A possui 3 elementos, B possui 4 elementos e C possui 2 elementos. Dado a
fórmula temos então que:
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) + 𝑛(𝐶) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐶) − 𝑛(𝐵 ∩ 𝐶) + 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵 ∩ 𝐶)
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 3 + 4 + 2 − 3 − 2 − 2 + 2
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵 ∪ 𝐶) = 4

2
Matemática

Símbolos

Símbolos das operações

3
Matemática

Exercícios de fixação

1. Seja o conjunto A = {1,2,3} e B = {3,4,5}. O conjunto 𝐴 ∪ 𝐵 será:


a) {1,2,3,3,4,5}
b) {1,2,3,4,5}
c) {3}

2. Seja o conjunto A={1,2,3,4,5} e B = {3,4,5,6}; O conjunto 𝐴 ∩ 𝐵 será:


a) {1,2,3,4,5,6}
b) {3,4,5,6}
c) {3,4,5}

3. Seja o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {3,6,9}. Qual é o conjunto 𝐵 − 𝐴?


a) {3,6,9}
b) {1,2,4,5}
c) {6,9}

4. Seja o conjunto A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {2,3,4}. Podemos afirmar que:


a) 𝐴 ⊂ 𝐵
b) 𝐵 ⊂ 𝐴
c) 𝐴 ∩ 𝐵 = ∅

5. Um conjunto A possui um total de 32 subconjuntos. Qual é o número de elementos desse conjunto A?


a) 5
b) 4
c) 6

4
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. Os conjuntos A, B e 𝐴 ∪ 𝐵 possuem 5, 7 e 8 elementos respectivamente. O número de elementos de


𝐴 ∩ 𝐵é
a) 0
b) 1
c) 2
d) 3
e) 4

2. Entre as pessoas que compareceram à festa de inauguração do Descomplica, estavam alguns dos
amigos de Eduardo. Além disso, sabe-se que nem todos os melhores amigos de Eduardo foram à festa
de inauguração.
Considere:
F: conjunto das pessoas que foram à festa de inauguração.
E: conjunto dos amigos de Eduardo.
M: conjunto dos melhores amigos de Eduardo.
Com base nessas informações, assinale a alternativa que contém o diagrama de Euler-Venn que
descreve corretamente a relação entre os conjuntos.

a) b) c)

d) e)

3. Os conjuntos X e Y são tais que 𝑋 = {2,3,4,5} e 𝑋 ∪ 𝑌 = {1,2,3,4,5,6}, É necessariamente verdade que


a) {1,6} ⊂ 𝑌
b) 𝑌 = {1,6}
c) 𝑋 ∩ 𝑌 = {2,3,4,5}
d) 𝑋⊂𝑌
e) 4∈𝑌

5
Matemática

4. Considerando-se os conjuntos A = {1, 2, 4, 5, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8}, assinale a alternativa correta.


a) 𝐵 ⊃ 𝐴 , logo 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝐵.
b) 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐴, pois 𝐴 ∩ 𝐵 = 𝐵.
c) 𝐴 ∈ 𝐵.
d) 8 ⊂ 𝐵.
e) 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐵, pois A ⊂ B.

5. O diagrama que representa o conjunto [(𝐴 ∩ 𝐵) − 𝐶 ] ∪ [(𝐶 ∩ 𝐵) − 𝐴] é:

a) b) c)

d)

6
Matemática

6. Os conjuntos não-vazios M, N e P estão, isoladamente, representados abaixo.

Considere a seguinte figura que estes conjuntos formam:

A região hachurada pode ser representada por:


a) M ∪ (N ∩ P)
b) M − (N ∪ P)
c) M ∪ (N − P)
d) N − (M ∪ P)
e) N ∪ (M ∩ P)

7. Sejam os conjuntos: A = {2n, n ∈ Z} e B = {2n − 1, n ∈ Z}. Analise as sentenças abaixo:


I. 𝐴 ∩ 𝐵 = {};
II. A é o conjunto dos números pares;
III. A∪B=Z
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas
b) II, apenas
c) II e III, apenas
d) III, apenas
e) I, II e III

8. Sejam A, B e C conjuntos tais que: A = {1, {1, 2},{3}}, B = {1, {2},3} e C = {{1},2,3}. Sendo X a união dos
conjuntos (𝐴 − 𝐶) e (𝐴 − 𝐵), qual será o total de elementos de X?
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

7
Matemática

9. Sendo N o conjunto dos inteiros positivos, considere os seguintes conjuntos:


12 x
A = {x ∈ N; ∈ N} e B = {x ∈ N; ∈ N}
x 3
É verdade que:
a) A possui mais elementos que B.
b) A e B não possuem elementos em comum.
c) A é um subconjunto de B.
d) B é um subconjunto de A.
e) A e B possuem exatamente três elementos em comum.

10. Sejam os conjuntos A = {x ∈ R |0 < x ≤ 5}, B = {x ∈ R | x ≥ −5} e C = {x ∈ R |x ≤ 0}. Pode-se afirmar


que:
a) (A − B) ∪ C = C
b) (A − C) ∩ B = ∅
c) (B ∪ C) ∩ A = R
d) (B ∩ C) ∩ A = A

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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8
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
𝑨 ∪ 𝑩 significa a união dos conjuntos A e B. Então 𝑨 ∪ 𝑩 = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟒, 𝟓}

2. C
𝑨 ∩ 𝑩 significa a intersecção dos conjuntos A e B, ou seja, os elementos que pertencem a A e a B ao
mesmo tempo. Então 𝑨 ∩ 𝑩 = {𝟑, 𝟒, 𝟓}

3. C
𝑩 − 𝑨 significa os elementos que pertencem a B, mas não pertencem a A.Então, 𝑩 − 𝑨 = {𝟔, 𝟗}

4. B
Podemos afirmar que B é subconjunto de A (𝑩 ⊂ 𝑨), pois todos os elementos de B pertencem ao conjunto
A.

5. A
O número de subconjuntos de um conjunto é dado por 𝟐𝒏 , onde n é o número de elementos de A. Se o
número de subconjuntos de A é igual a 32, então:
𝟐𝒏 = 𝟑𝟐
𝟐𝒏 = 𝟐𝟓
𝒏=𝟓
Portanto, o número de elementos de A é igual a 5.

Exercícios de vestibulares

1. E
Pela fórmula, temos que 𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵). Assim, temos:
𝑛(𝐴 ∪ 𝐵) = 𝑛(𝐴) + 𝑛(𝐵) − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)

8 = 5 + 7 − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)

8 = 12 − 𝑛(𝐴 ∩ 𝐵)

𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) = 12 − 8

𝑛(𝐴 ∩ 𝐵) = 4

9
Matemática

2. E
Todo melhor amigo de Eduardo é amigo de Eduardo. Logo, temos M ⊂ E. Ademais, como existe pelo
menos um melhor amigo de Eduardo que não foi à festa, vem M ⊄ F.
Portanto, só pode ser a alternativa E.

3. A
Como {1,6} não está contido em X e está contido em 𝑋 ∪ 𝑌 = {1,2,3,4,5,6} concluímos que {1,6} ⊂ Y.

4. E
Como A = {1, 2, 4, 5, 7} e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8}, podemos ver que 𝐴 ∪ 𝐵 = {0,1,2,3,4,5,7,8} , podemos ver
então que 𝐴 ∪ 𝐵 = 𝐵, pois 𝐴 ⊂ B.

5. B

6. B
Reparemos que, do conjunto M, foi retirado tudo aquilo que estava tanto em P quanto em N. Assim, a
resposta é 𝑀 − (𝑁 ∪ 𝑃).

7. E
Testando qualquer número inteiro no lugar de n, por exemplo 1, conclui que A é o conjunto dos números
pares e B dos ímpares. Com isso, as assertivas I,II e III são verdadeiras.

8. C
𝑋 = (𝐴 − 𝐶) ∪ (𝐴 − 𝐵).
𝐴 − 𝐶 = {1, {1,2}, {3}} − {{1}, 2,3} = 𝐴
𝐴 − 𝐵 = {1, {1,2}, {3}} − {1, {2}, 3} = {{1,2}, {3}}
𝑋 = (𝐴 − 𝐶) ∪ (𝐴 − 𝐵) = 𝐴 ∪ {{1,2}, {3}} = 𝐴
Portanto, o número de elemento de X é n(x) = n(A) = 3

10
Matemática

9. E
Conjunto A: Divisores naturais de 12: {2,3,4,6,12}.
Conjunto B: Múltiplos naturais de 3: {0,3,6,9,12,...}.
A∩B={3, 6, 12}.
Portanto, A e B possuem exatamente três elementos em comum.

10. A
Representamos os conjuntos A,B e C na reta numérica.

Análise das alternativas:


a) Verdadeira: (A − B) ∪ C = ∅ ∪ C = C
b) Falsa: (A − C) ∩ B = A ∩ B = A
c) Falsa: (B ∪ C) ∩ A = R ∩ A = A
d) Falsa: (B ∩ C) ∩ A = [−5,0] ∩ A = ∅

11
Matemática

Múltiplos e Divisores: MMC e MDC

Objetivo
Reconhecer os múltiplos e divisores de um número e a partir de técnicas encontrar o máximo divisor comum
e o mínimo multiplo comum. E resolver os problemas sobre MDC e MMC apresentados nos exercícios.

Se liga
Para essa aula é importante que relembrar o conceito de divisibilidade. Caso tenha dúvidas, basta clicar aqui
(caso não seja direcionado, pesquise pela aula “Divisibilidade” na biblioteca).

Curiosidade
Na curiosidade de hoje, explicaresmos o porquê de não ser interessante pedir o menor divisor natural comum
de dois números. Note que 1 é divisor de todo número natural, logo, ele sempre seria o menor comum.
Pensando agoro no conceito de múltiplo, não faz sentido questionar o maior múltiplo comum entre dois
números, já que o conjunto dos múltiplos de um número é infinito. Assim esse conceito de maior não se
aplica.

Teoria

MMC (Mínimo Múltiplo Comum) e MDC (Máximo Divisor Comum) são conceitos fundamentais para a
matemática. Para entendê-los, precisamos conhecer os conceitos de divisores e múltiplos. Divisores são
quocientes da divisão exata entre dois números.
Exemplo: 5 é divisor de 10 porque 10 dividido por 5 é uma divisão exata (o resto é igual a 0).

O número de divisores de um número é limitado, sendo sempre o menor número o 1 e o maior ele mesmo.
Um número é dito primo se possuir como divisores apenas dois divisores naturais o 1 e ele mesmo. Por isso,
para sabermos o máximo divisor comum entre dois números ou mais, precisamos conhecer o maior número
que divide esses números ao mesmo tempo.
Exemplo: Para sabermos o MDC entre 10 e 20 precisamos conhecer os divisores de 10 e 20.

Os de 10 são: 1,2,5 e 10 e de 20 são: 1,2,4,5,10,20. Logo o conjunto de divisores comuns é {1,2,10}, assim o
MDC é 10, ou seja, é o maior número que divide os dois números ao mesmo tempo.

Observação: Caso os números a e b possuam MDC(a, b) = 1, eles são primos entre si.

1
Matemática

Um processo prático é fatorar os dois números simultaneamente em fatores primos e ver quais números
dividem eles ao mesmo tempo. O produto entre eles será o MDC.

Então, o MDC (20,10) = 10

Já o conceito de múltiplo de um número natural se refere ao produto desse número por outro número natural,
incluindo o zero. Vale lembrar que o zero é múltiplo de todos os números (o produto de qualquer número por
0 é igual a 0).
Por exemplo: os múltiplos de 5 são: 0,5,10,15... Note que o 5 é divisor de 10 e o 10 é múltiplo de 5 e que o
conjunto dos múltiplos é infinito. Para descobrirmos o mínimo múltiplo comum entre dois ou mais números,
basta conhecer o primeiro número que sejam múltiplos dos números ao mesmo tempo.

Exemplo: Para descobrirmos o MMC entre 6 e 8 analisaremos seus múltiplos. Os de 6 são: 0,6,12,18,24,... e
os de 8 são 0,8,16,24,... Assim o conjunto dos múltiplos em comum é {0,24,..} assim o MMC é 24.
O processo prático é parecido com o do MDC, porém fatoraremos os números em fatores primos até
chegarmos a 1. O produto entre eles será o MMC.

Então o MMC(8,6) = 24.


Há uma propriedade que relaciona o MDC(x,y) e o MMC(x,y), e ela nos diz o seguinte:
MMC (x, y) × MDC (x, y) = x × y

2
Matemática

Exercícios de fixação

1. Se o máximo divisor comum entre 2 e 3 é igual a 1, podemos afirmar que:


a) 2 e 3 são primos entre si.
b) 2 e 3 são ímpares.
c) 2 é divisor de 3.

2. Assinale a alternativa onde só tenha múltiplo de 5


a) {0,5,10,15,20,25,30,35,40,45...}
b) {0,1,5}
c) {2,4,5,10,15,30}

3. O MMC(2,3) é:
a) 5
b) 6
c) 7

4. O MMC(2,8) =
a) 6
b) 7
c) 8

5. Seja A = 120, B = 160, x = mmc (A,B) e y = mdc (A,B), então o valor de x + y é igual a:
a) 460
b) 480
c) 500
d) 520
e) 540

3
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. Numa linha de produção, certo tipo de manutenção é feito na máquina A a cada 3 dias, na máquina B a
cada 4 dias e na máquina C a cada 6 dias. Se no dia 2 de dezembro foi feita a manutenção nas três
máquinas, a próxima vez em que a manutenção das três ocorreu no mesmo dia foi:
a) 5 de dezembro.
b) 6 de dezembro.
c) 8 de dezembro.
d) 14 de dezembro.
e) 26 de dezembro.

2. A soma de dois números naturais diferentes é 68. Ambos são múltiplos de 17. A diferença entre o maior
número e o menor é:
a) 35
b) 34
c) 33
d) 32
e) 31

3. Três funcionários fazem plantões nas seções em que trabalham: um a cada 10 dias, outro a cada 15
dias, e o terceiro a cada 20 dias, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Se no dia 18/05/02 os
três estiveram de plantão, a próxima data em que houve coincidência no dia de seus plantões foi:
a) 18/11/02
b) 17/09/02
c) 18/08/02
d) 17/07/02
e) 18/06/02

4
Matemática

4. Três ciclistas percorrem um circuito saindo todos ao mesmo tempo, do mesmo ponto, e com o mesmo
sentido. O primeiro faz o percurso em 40 s, o segundo em 36 s e o terceiro em 30 s. Com base nessas
informações, depois de quanto tempo os três ciclistas se reencontrarão novamente no ponto de partida
pela primeira vez, e quantas voltas terá dado o primeiro, o segundo e o terceiro ciclistas,
respectivamente?
a) 5 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 13 voltas.
b) 6 minutos, 9 voltas, 10 voltas e 12 voltas.
c) 7 minutos, 10 voltas, 11 voltas e 12 voltas.
d) 8 minutos, 8 voltas, 9 voltas e 10 voltas.
e) 9 minutos, 9 voltas, 11 voltas e 12 voltas.

5. O gerente de um cinema fornece anualmente ingressos gratuitos para escolas. Este ano serão
distribuídos 400 ingressos para uma sessão vespertina e 320 ingressos para uma sessão noturna de
um mesmo filme. Várias escolas podem ser escolhidas para receberem ingressos. Há alguns critérios
para a distribuição dos ingressos:
1. cada escola deverá receber ingressos para uma única sessão;
2. todas as escolas contempladas deverão receber o mesmo número de ingressos;
3. não haverá sobra de ingressos (ou seja, todos os ingressos serão distribuídos).
O número mínimo de escolas que podem ser escolhidas para obter ingressos, segundo os critérios
estabelecidos, é
a) 2.
b) 4.
c) 9.
d) 40.
e) 80.

6. Nas últimas eleições, três partidos políticos tiveram direito, por dia, a 90 s, 108 s e 144 s de tempo
gratuito de propaganda na televisão, com diferentes números de aparições. O tempo de cada aparição,
para todos os partidos, foi sempre o mesmo e o maior possível. A soma do número das aparições
diárias dos partidos na TV foi de:
a) 15
b) 16
c) 17
d) 19
e) 21

5
Matemática

7. Em uma floresta, existem 4 espécies de insetos, A, B, C e P, que têm um ciclo de vida semelhante. Essas
espécies passam por um período, em anos, de desenvolvimento dentro de seus casulos. Durante uma
primavera, elas saem, põem seus ovos para o desenvolvimento da próxima geração e morrem. Sabe-
se que as espécies A, B e C se alimentam de vegetais e a espécie P é predadora das outras 3. Além
disso, a espécie P passa 4 anos em desenvolvimento dentro dos casulos, já a espécie A passa 8 anos,
a espécie B passa 7 anos e a espécie C passa 6 anos. As espécies A, B e C só serão ameaçadas de
extinção durante uma primavera pela espécie P, se apenas uma delas surgirem na primavera junto com
a espécie P. Nessa primavera atual, todas as 4 espécies saíram dos casulos juntas.
Qual será a primeira e a segunda espécies a serem ameaçadas de extinção por surgirem sozinhas
com a espécie predadora numa próxima primavera?
a) A primeira a ser ameaçada é a espécie C e a segunda é a espécie B.
b) A primeira a ser ameaçada é a espécie A e a segunda é a espécie B.
c) A primeira a ser ameaçada é a espécie C e a segunda é a espécie A.
d) A primeira a ser ameaçada é a espécie A e a segunda é a espécie C.
e) A primeira a ser ameaçada é a espécie B e a segunda é a espécie C.

8. Uma gerente de loja e seu assistente viajam com frequência para São Paulo e voltam no mesmo dia. A
gerente viaja a cada 24 dias e o assistente, a cada 16 dias, regularmente. Em um final de semana, eles
viajaram juntos. Depois de x viagens da gerente e y viagens do assistente sozinhos, eles viajaram juntos
novamente. O menor valor de x + y é:
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

9. Na tabela abaixo, estão indicadas três possibilidades de arrumar n cadernos em pacotes:

Se n é menor do que 1200, a soma dos algarismos do maior valor de n é


a) 12
b) 17
c) 21
d) 26
e) 33

6
Matemática

10. Um arquiteto está reformando uma casa. De modo a contribuir com o meio ambiente,
decide reaproveitar tábuas de madeira retiradas da casa. Ele dispõe de 40 tábuas de 540 cm, 30 de
810 cm e 10 de 1 080 cm, todas de mesma largura e espessura. Ele pediu a um carpinteiro que cortasse
as tábuas em peças de mesmo comprimento, sem deixar sobras, e de modo que as novas peças
ficassem com o maior tamanho possível, mas de comprimento menor que 2 m. Atendendo o pedido do
arquiteto, o carpinteiro deverá produzir
a) 105 peças.
b) 120 peças.
c) 210 peças.
d) 243 peças.
e) 420 peças

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7
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Caso os números a e b possuam 𝐌𝐃𝐂(𝐚, 𝐛) = 𝟏, eles são primos entre si. Portanto, se MDC(2,3) = 1,
eles são primos.

2. A
Os múltiplos de 5 são M(5) = {0, 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, ...}

3. B
O mmc(2,3) = 6, lembrando que o MMC entre dois números primos entre si é igual à
multiplicação entre eles

4. C
O MMC(2,8) = 8, lembrando que o MMC entre números que são múltiplos é sempre o maior entre eles.

5. D
Para encontrarmos o MMC(A,B) e o MDC(A,B) temos que fatorar 120 e 160
Sabemos
𝟏𝟐𝟎, 𝟏𝟔𝟎 | 𝟐
𝟔𝟎, 𝟖𝟎 | 𝟐
𝟑𝟎, 𝟒𝟎 | 𝟐
𝟏𝟓, 𝟐𝟎 | 𝟐
𝟏𝟓, 𝟏𝟎 | 𝟐
𝟏𝟓, 𝟓 | 𝟑
𝟓, 𝟓 | 𝟓
𝟏, 𝟏

Podemos perceber que o MMC(120,160)=480 e o MDC(120,160)=40


𝒙 + 𝒚 = 𝟒𝟖𝟎 + 𝟒𝟎 = 𝟓𝟐𝟎

Exercícios de vestibulares

1. D
Como o mmc(3, 4, 6) = 12, a próxima manutenção será realizada após 12 dias. Ou seja, no dia 14 de
dezembro.

8
Matemática

2. B
Temos dois números, x e y cuja soma é 68. Além disso, 𝒙 = 𝟏𝟕𝒌 e 𝒚 = 𝟏𝟕𝒎, por serem ambos múltiplos
de 17. Assim, temos:
𝟏𝟕𝒌 + 𝟏𝟕𝒎 = 𝟔𝟖
𝟏𝟕(𝒌 + 𝒎) = 𝟔𝟖
𝒌+𝒎=𝟒
Assim, k = m = 2 ou k e m podem ser a dupla 1 e 3, e vice-versa. No primeiro caso, k = m = 2, temos que
x e y são iguais e, assim, a diferença entre eles é 0, que não se encontra entre as alternativas e também
porque 𝒙 ≠ 𝒚. Dessa maneira, só nos resta k = 1 e m = 3.
𝟏𝟕 ∙ 𝟑 + 𝟏𝟕 ∙ 𝟏 = 𝟔𝟖
𝟓𝟏 + 𝟏𝟕 = 𝟔𝟖
Portanto
𝟓𝟏 − 𝟏𝟕 = 𝟑𝟒
A resposta é 34.

3. D
Para acharmos a próxima data teremos que fazer o MMC entre 10,15 e 20.
10, 15, 20 | 2
5, 15, 10 | 2
5, 15, 5 | 3
5, 5, 5 | 5
1, 1, 1 | ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅
2 ∙ 2 ∙ 3 ∙ 5 = 60

Então o MMC (10,15,20) = 60.


Logo, a próxima data que acontecerá a coincidência será após 60 dias. Portanto, 17/07/02.

4. B
Como o mmc(30, 36, 40) = 360 segundos = 6 minutos.
1° ciclista:
360 𝑠
= 9ª 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
40 𝑠

2° ciclista:
360 𝑠
= 10ª 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
36 𝑠

3° ciclista:
360 𝑠
= 12ª 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎
30 𝑠

Portanto, a alternativa correta é a letra b.

9
Matemática

5. C
O número mínimo de escolas beneficiadas ocorre quando cada escola recebe maior número possível de
ingressos. Logo, sendo o número máximo de ingressos igual ao máximo divisor comum de 400 = 24 ∙
5² e 320 = 26 ∙ 5, temos MDC(400,320) = 24 ∙ 5 = 80.
Portanto, como
400 320
=5e =4
80 80
Segue que a resposta é 5 + 4 = 9.

6. D
O MDC entre o tempo de aparição de cada politico é:
MDC (90, 108, 144) = 18
Encontrado o tempo de aparição de cada político, 18 segundos, é preciso agora descobrir quantas
aparições cada um deles realizou.
90: 18 = 5 aparições
108:18 = 6 aparições
144: 18 = 8 aparições
Somando as aparições de cada um, encontramos 5 + 6 + 8 = 19 aparições.

7. D
Espécie P: 4 anos no casulo
Espécie A: 8 anos no casulo
Espécie B: 7 anos no casulo
Espécie C: 6 anos no casulo
MMC (4,8) = 8
MMC (4,7) = 28 anos
MMC (4,6) = 12 anos
A primeira a ser ameaçada é a espécie A e a segunda é a espécie C.

8. C
A gerente viaja a cada 24 dias e a secretária, a cada 16 dias. Seja n o dia em que as duas viajaram juntas
pela primeira vez. Assim, a segunda viagem da gerente foi 24 dias após o dia n. Já a terceira viagem da
gerente, deu-se 48 dias após o dia n, e assim em diante. Para secretária, sua segunda viagem foi 16 dias
após n. Já sua terceira viagem, 32 dias após o dia n, enquanto a quarta viagem deu-se 48 dias após o dia
n, e assim em diante. Como podemos ver a gerente e a secretária viajara, juntas no dia n e voltaram a
viajar juntas 48 dias após n. Nesse meio tempo, é claro ver que a gerente realizou apenas uma viagem
desacompanhada, enquanto a secretária realizou 2. Assim, x = 1 e y = 2. Por fim, x + y = 1 + 2 = 3.

10
Matemática

9. B
De acordo com a tabela, temos:
𝑛 = 12𝑥 + 11 ⇨ 𝑛 + 1 = 12 (𝑥 + 1)
𝑛 = 20𝑦 + 19 ⇨ 𝑛 + 1 = 20 (𝑥 + 1)
𝑛 = 18𝑧 + 17 ⇨ 𝑛 + 1 = 18 (𝑥 + 1)
MMC(12, 20, 18) = 180
Concluímos então que, n + 1 é o maior múltiplo de 180 que é menor que 1200. Portanto, 𝑛 + 1 =
1080 ⇨ 𝑛 = 1079. A soma dos algarismos de n será dada por: 1 + 0 + 7 + 9 = 17.

10. E
Sendo 540 = 2² ∙ 33 ∙ 5, 810 = 2 ∙ 34 ∙ 5 𝑒 1080 = 2³ ∙ 3³ ∙ 5, vem que o máximo divisor comum desses
números é 2 ∙ 3³ ∙ 5 = 270. Contudo, se o comprimento das novas peças deve ser menor do que 200
centímetros, então queremos o maior divisor comum que seja menor do que 200, ou seja, iremos
desconsiderar o 2 e ficar apenas com 3³ ∙ 5 = 135.
Em consequência, a resposta é:
540 810 1080
40 ∙ + 30 ∙ + 10 ∙ = 420
135 135 135

11
Português

Pronomes: conceito e pessoas do discurso

Objetivo
Reconhecer os usos do pronome, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, e o papel dessa
classe gramatical em relação às pessoas do discurso.

Se liga
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Curiosidade
Os pronomes, assim como outras classes gramaticais, são mecanismos de coesão e auxiliam na escrita da
redação. A função de um pronome no texto contribui para a coesão referencial, ou seja, aquela responsável
pela retomada ou antecipação de elementos, a qual evita a repetição excessiva de palavras.

Teoria

Pronome
Pronome é a classe de palavra responsável por acompanhar ou substituir um nome
(substantivo). Essa classe tem fundamentalmente a finalidade de indicar a pessoa do
discurso. Além disso, em termos morfológicos, são palavras variáveis em gênero
(feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa (1ª pessoa, 2ª pessoa ou
3ª pessoa). Confira os exemplos:

1. A menina é muito inteligente. Ela é a melhor aluna da turma. (substituição do nome)


2. A menina que é a melhor da turma é muito divertida. (substituição do nome)
3. Essa menina mora perto da minha casa. (acompanha o nome, qualificando-o)

Em relação às pessoas do discurso que os pronomes fazem referência, destaca-se:

Quem fala: 1ª pessoa – eu (singular), nós (plural).


Com quem se fala: 2ª pessoa – tu (singular), vós (plural).
De quem se fala: 3ª pessoa – ele, ela (singular), eles, elas (plural).

1
Português

Atenção! Os pronomes são elementos importantes para a coesão textual, pois evitam repetições de palavras,
de modo que o texto se torna mais enxuto e elegante. Esse recurso pode ser feito a partir do processo
catafórico (antecipação de uma palavra a partir de um pronome) ou anafórico (retomada de um nome por
meio de um pronome).

Em relação à classificação, há cinco tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos e


indefinidos.

Pronomes substantivos e pronomes adjetivos


Os pronomes substantivos desempenham a função de um substantivo na medida em que os substituem. Já
os pronomes adjetivos recebem esse nome porque modificam o substantivo que acompanham, como se
fossem adjetivos. Cabe destacar, também, que os pronomes substantivos aparecem isolados na frase, ao
passo que os adjetivos se empregam sempre junto de um substantivo, com o qual concordam em gênero e
número.

Observe as frases:
1. Lembranças a todos os teus.
2. Teus olhos são dois desejos.

A palavra “teus” é um pronome substantivo na primeira e pronome adjetivo na segunda.

2
Português

Exercícios de fixação

1. Qual é a função de um pronome em um texto?

2. Quais são as classificações dos pronomes?

3. O que são as pessoas do discurso?

4. O que são mecanismos de coesão catafóricos e anafóricos?

5. Os pronomes podem sofrer alteração em sua forma? Justifique sua resposta.

3
Português

Exercícios de vestibulares

1. (FUVEST) Não era e não podia o pequeno reino lusitano ser uma potência colonizadora à feição da
antiga Grécia. O surto marítimo que enche sua história do século XV não resultara do extravasamento
de nenhum excesso de população, mas fora apenas provocado por uma burguesia comercial sedenta
de lucros, e que não encontrava no reduzido território pátrio satisfação à sua desmedida ambição. A
ascensão do fundador da Casa de Avis ao trono português trouxe esta burguesia para um primeiro
plano. Fora ela quem, para se livrar da ameaça castelhana e do poder da nobreza, representado pela
Rainha Leonor Teles, cingira o Mestre de Avis com a coroa lusitana. Era ela, portanto, quem devia
merecer do novo rei o melhor das suas atenções. Esgotadas as possibilidades do reino com as pródigas
dádivas reais, restou apenas o recurso da expansão externa para contentar os insaciáveis
companheiros de D. João I.
Caio Prado Júnior, Evolução política do Brasil. Adaptado.

O pronome “ela” da frase “Era ela, portanto, quem devia merecer do novo rei o melhor das suas
atenções”, refere-se a
a) “desmedida ambição”.
b) “Casa de Avis”.
c) “esta burguesia”.
d) “ameaça castelhana”.
e) “Rainha Leonor Teles”.

4
Português

2. (UNIFESP) Leia o soneto “Aquela triste e leda madrugada”, do escritor português Luís de Camões
(1525? – 1580), para responder a questão.

Aquela triste e leda madrugada,


cheia toda de mágoa e de piedade,
enquanto houver no mundo saudade
quero que seja sempre celebrada.

Ela só, quando amena e marchetada


saía, dando ao mundo claridade,
viu apartar-se de uma outra vontade,
que nunca poderá ver-se apartada.

Ela só viu as lágrimas em fio que,


de uns e de outros olhos derivadas,
se acrescentaram em grande e largo rio.

Ela viu as palavras magoadas


que puderam tornar o fogo frio,
e dar descanso às almas condenadas.

O pronome “Ela”, que se repete no início de três estrofes, refere-se a


a) “piedade”.
b) “mágoa”.
c) “saudade”.
d) “claridade”.
e) “madrugada”.

5
Português

3. (FAMERP) Considere a tirinha Garfield, de Jim Davis.

O pronome “este”, no terceiro quadrinho


a) refere-se ao presente do personagem, em que não há diversão.
b) retoma o sentido das palavras “o mundo”.
c) refere-se ao período em que o mundo diverte o personagem.
d) aponta para um momento em que o desejo do personagem se realizaria.
e) retoma o sentido da frase “o mundo existe para me divertir”.

4. (UNIFESP) Leia um trecho do artigo “Reflexões sobre o tempo e a origem do Universo”, do físico
brasileiro Marcelo Gleiser, para responder à questão:
Qualquer discussão sobre o tempo deve começar com uma análise de sua estrutura, que, por falta de
melhor expressão, devemos chamar de “temporal”. É comum dividirmos o tempo em passado, presente
e futuro. O passado é o que vem antes do presente e o futuro é o que vem depois. Já o presente é o
“agora”, o instante atual.
Isso tudo parece bastante óbvio, mas não é. Para definirmos passado e futuro, precisamos definir o
presente. Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois
nesse caso poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro. Portanto, para sermos
coerentes em nossas definições, o presente não pode ter duração no tempo. Ou seja, o presente não
existe!
(...)
(Folha de S.Paulo, 07.06.1998.)

“Mas, segundo nossa separação estrutural, o presente não pode ter duração no tempo, pois nesse caso
poderíamos definir um período no seu passado e no seu futuro.” (2º parágrafo)
Os pronomes destacados no texto referem-se a
a) “separação”.
b) “presente”.
c) “caso”.
d) “tempo”.
e) “período”.

6
Português

5. (FUVEST) Psicanálise do açúcar


O açúcar cristal, ou açúcar de usina,
mostra a mais instável das brancuras:
quem do Recife sabe direito a quanto,
e o pouco desse quanto, que ela dura.
Sabe o mínimo do pouco que o cristal
se estabiliza cristal sobre o açúcar,
por cima do fundo antiga, de mascavo,
do mascavo barrento que se incuba;
e sabe que tudo pode romper o mínimo
em que o cristal é capaz de censura:
pois o tal fundo mascavo logo aflora
quer inverno ou verão mele o açúcar.

Só os banguês que-ainda purgam ainda


o açúcar bruto com barro, de mistura;
a usina já não a purga: da infância,
não de depois de adulto, ela o educa;
em enfermarias, com vácuos e turbinas,
em mãos de metal de gente indústria,
a usina o leva a sublimar em cristal
o pardo do xarope: não o purga, cura.
Mas como a cana se cria ainda hoje,
em mãos de barro de gente agricultura,
o barrento da pré-infância logo aflora
quer inverno ou verão mele o açúcar.
João Cabral de Meio Neto, A Educação pela Pedra.

* banguê: engenho de açúcar primitivo movido a força animal.

Na oração “que ela dura” (v.4), o pronome sublinhado


a) não tem referente.
b) retoma a palavra “usina” (v.1).
c) pode ser substituído por “ele”, referindo-se a “açúcar” (v.1).
d) refere-se à “mais instável das brancuras” (v.2).
e) equivale à palavra “censura” (v.10).

7
Português

6. (Enem-PPL) As alegres meninas que passam na rua, com suas pastas escolares, às vezes com seus
namorados. As alegres meninas que estão sempre rindo, comentando o besouro que entrou na classe
e pousou no vestido da professora; essas meninas; essas coisas sem importância. O uniforme as
despersonaliza, mas o riso de cada uma as diferencia. Riem alto, riem musical, riem desafinado, riem
sem motivo; riem. Hoje de manhã estavam sérias, era como se nunca mais voltassem a rir e falar coisas
sem importância. Faltava uma delas. O jornal dera notícia do crime. O corpo da menina encontrado
naquelas condições, em lugar ermo. A selvageria de um tempo que não deixa mais rir. As alegres
meninas, agora sérias, tornaram-se adultas de uma hora para outra; essas mulheres.
ANDRADE, C. D. Essas meninas. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.

No texto, há recorrência do emprego do artigo “as” e do pronome “essas”. No último parágrafo, esse
recurso linguístico contribui para
a) intensificar a ideia do súbito amadurecimento.
b) indicar a falta de identidade típica da adolescência.
c) organizar a sequência temporal dos fatos narrados.
d) complementar a descrição do acontecimento trágico.
e) expressar a banalidade dos assuntos tratados na escola.

7. (Enem – 2ª aplicação)
Fazer 70 anos
Fazer 70 anos não é simples.
A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[...]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
ANDRADE, C.D. Amar se aprende amando. São Paulo: Círculo do Livro, 1992 (fragmento).

O pronome oblíquo “o” nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante
a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o segmento
a) “Ó José Carlos”.
b) “perdas e perdas”.
c) “A vida exige”.
d) “Fazer 70 anos”.
e) “irmão-sem-Escorpião”.

8
Português

8. “Todo dia duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem
poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce
em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas,
guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por
deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se
apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo
para dizer certas coisas que nas outras não cabe. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham
em português.”
Texto de abertura do filme “Língua – vidas em português”, de Victor Lopes.

No texto, há uma palavra usada para substituir a expressão “a língua portuguesa”. Assinale a alternativa
que apresenta essa substituição:
a) suas.
b) bocas.
c) ela.
d) línguas.
e) português.

9. (EEAR) Leia:

“Você é exatamente o que eu sempre quis/


Ela se encaixa perfeitamente em mim”.

O trecho apresenta um fragmento de uma canção, de autoria de Sorocaba. Em relação ao uso dos
pronomes, marque a alternativa correta, de acordo com a gramática normativa.
a) O pronome “ela” indica com quem se fala no discurso.
b) O pronome “você” indica a pessoa que fala no discurso.
c) O pronome “você” não indica, gramaticalmente, a mesma pessoa indicada por “ela”, no texto
exemplificado.
d) O pronome “você” se refere, gramaticalmente, à mesma pessoa descrita pelo pronome “ela”, no
texto exemplificado.

9
Português

10. (UFF) Nina


Nina diz que tem a pele cor de neve Nina diz que se quiser eu posso ver na tela
E dois olhos negros como o breu A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Nina diz que, embora nova Posso imaginar por dentro a casa
Por amores já chorou A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Que nem viúva Posso até adivinhar a cara que ela faz
Mas acabou, esqueceu Quando me escreve
Nina adora viajar, mas não se atreve Nina anseia por me conhecer em breve
Num país distante como o meu Me levar para a noite de Moscou
Nina diz que fez meu mapa Sempre que esta valsa toca
E no céu o meu destino rapta Fecho os olhos, bebo alguma vodca
O seu E vou

Nina diz que se quiser eu posso ver na tela


A cidade, o bairro, a chaminé da casa dela
Posso imaginar por dentro a casa
A roupa que ela usa, as mechas, a tiara
Posso até adivinhar a cara que ela faz
Quando me escreve
Nina anseia por me conhecer em breve
Me levar para a noite de Moscou
Sempre que esta valsa toca
Fecho os olhos, bebo alguma vodca
E vou

Chico Buarque

Assinale a alternativa que identifica corretamente procedimentos discursivos utilizados em relação às


vozes dos personagens, em Nina
a) A voz de Nina aparece em discurso direto, mostrando a força do eu lírico, que não só se expressa
diretamente em 1ª pessoa, mas subordina à sua própria fala o conteúdo das intervenções de Nina.
b) A voz do eu lírico se sobrepõe à de Nina, que só intervém por meio de falar entrecortadas em
discurso indireto livre.
c) A voz de Nina se mescla à do eu lírico e todas as falar se tornam semelhantes e inexpressivas,
mesmo com a projeção da 1ª e da 2ª pessoas do discurso, em falas diretas.
d) As vozes dos personagens estão em discurso direto, criando, no texto, efeitos de vivacidade,
verdade e emoção.
e) A voz do eu lírico, em discurso direto marcado pelo uso da 1ª pessoa, garante a verdade dos fatos
narrados e obscurece sentimentos, emoções e pontos de vista dos personagens.

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10
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O pronome é a classe de palavra responsável por acompanhar ou substituir um nome (substantivo). Essa
classe tem fundamentalmente a finalidade de indicar a pessoa do discurso.

2. Em relação à classificação, há cinco tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos


e indefinidos.

3. De acordo com a gramática, discurso significa o mesmo que “conversa”, “texto”, ou seja, representa um
ato de comunicação entre dois seres: um emissor e um receptor. Por outro lado, as pessoas do discurso
são as que tomam parte em uma conversa, as quais podem ser: 1ª pessoa (quem fala ou escreve); 2ª
pessoa (quem escuta ou lê); 3ª pessoa (assunto – o ser de quem se fala ou escreve).

4. Os pronomes são elementos importantes para a coesão textual – ou seja, estabelecem ligação entre as
partes do texto – pois evitam repetições de palavras. Esse recurso pode ser feito a partir do processo
catafórico (antecipação de uma palavra a partir de um pronome) ou anafórico (retomada de um nome
por meio de um pronome).

5. Sim, os pronomes podem ter suas formas alteradas, uma vez que são palavras variáveis e podem ser
modificados em gênero (feminino e masculino), número (singular e plural) e pessoa (1ª pessoa, 2ª
pessoa ou 3ª pessoa).

Exercícios de vestibulares

1. C
“Ela” é utilizado para evitar a repetição do termo sobre o qual se fala: “esta burguesia”.

2. E
Em ordem direta, a 1a estrofe é reescrita desta forma: “Quero que aquela madrugada triste e leda, cheia
de toda mágoa e de (toda) piedade, seja sempre celebrada enquanto houver saudade no mundo”. Note-
se que “madrugada” é o núcleo do sujeito da oração do verbo “ser” ([...] que aquela madrugada triste e
leda [...] seja[...]). Na condição de termo nuclear, é retomado pelo pronome pessoal reto “ela”.

3. A
O pronome “este” relaciona-se com o momento em que Garfield vê frustrada a sua crença de que o
mundo é, para ele, uma constante diversão, ou seja, com o momento presente refletido na expressão de
enfado do personagem que ilustra a frase “este deve ser o intervalo”.

4. B
O pronome “seu” é possessivo, de característica anafórica, e retoma, pelo contexto, o termo “presente.”

11
Português

5. D
Na oração “que ela dura” (v.4), o pronome sublinhado refere-se à “mais instável das brancuras” (v.2),
como transcrito na alternativa correta, letra D.

6. A
O emprego do artigo “as” e do pronome “essas”, no último parágrafo, contribui para destacar o momento
em que se verifica a transformação das meninas alegres em mulheres sérias, e, consequentemente,
perpassar a ideia de que o amadurecimento resulta do confronto com a violência e o sofrimento.

7. D
Os pronomes oblíquos destacados recuperam o segmento “fazer 70 anos” do texto.

8. C
O pronome pessoal “ela” é utilizado para substituir a expressão “a língua portuguesa”.

9. C
O pronome “você” não indica, gramaticalmente, a mesma pessoa indicada por “ela”, no texto
exemplificado. O pronome de tratamento “você” indica a pessoa com quem se fala no discurso; o
pronome “ela” indica a pessoa da qual se fala no discurso.

10. A
O eu lírico relata, em discurso indireto, o relacionamento que mantém com Nina através do uso das redes
de comunicação disponíveis na internet. Apesar do clima de envolvimento afetivo que se estabelece
entre eles (“Nina diz que fez meu mapa/E no céu o meu destino rapta/O seu”), ambos relutam em
ultrapassar a barreira física que os separa (“Nina adora viajar, mas não se atreve/Num país distante como
o meu”), o que obriga o eu lírico a vivenciar esse amor apenas na imaginação (“Nina anseia por me
conhecer em breve/Me levar para a noite de Moscou/Sempre que esta valsa toca/Fecho os olhos, bebo
alguma vodca/E vou”).

12
Português

Pronomes: pessoais (retos e oblíquos)

Objetivo
Reconhecer os usos dos pronomes de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa, a função dos
pronomes pessoais nas orações e o papel coesivo dessa classe gramatical em um texto.

Se liga
Relembre o conceito de pronome e as suas funções aqui.

Teoria

Pronomes pessoais
Os pronomes pessoais servem para identificar as pessoas da fala, por exemplo, a 1ª pessoa (quem fala), a 2ª
pessoa (com quem se fala) e a 3ª pessoa (de quem se fala). Além disso, funcionam como elemento de coesão,
visto que, em geral, resgatam uma informação textual.

Exemplo: “Levantaram Dona Rosário, embora ela não quisesse.”

Retos Oblíquos átonos Oblíquos tônicos

1ª pessoa eu me mim, consigo


Singular 2ª pessoa tu te ti, contigo
3ª pessoa ele, ela o, a, lhe ele, ela

nós
1ª pessoa nos nós, conosco
vós
Plural 2ª pessoa vos vós, convosco
eles,
3ª pessoa os, as, lhes eles, elas
elas

Pronomes pessoais do caso reto


São normalmente omitidos na língua portuguesa, porque as desinências verbais bastam para indicar a pessoa
a que se referem, bem como o número gramatical (singular ou plural) dessa pessoa. Exemplo: (Eu) ando;
(Nós) rimos.

1
Português

São os pronomes que usamos para efetuar a flexão dos verbos: eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. No plano
sintático, eles predominantemente atuam como sujeito da oração:
Ex.: Nós precisamos nos dedicar aos estudos.
Ela ainda não obteve o reconhecimento merecido.

Ainda que seja incomum, é possível que os retos atuem como vocativo ou predicativo.
Ex.: Os nossos maiores adversários somos nós mesmos.
Tu que me abandonaste, não voltes mais à minha vida.

Precisa-se destacar, porém, que esses casos não são relevantes, porque envolvem noções sintáticas mais
sofisticadas. Neste momento, o essencial é relacionar o pronome reto a sua capacidade de ser sujeito.
• A 1ª pessoa do plural (nós) é conhecida como o plural da modéstia, pois é utilizado para evitar um tom
impositivo ou muito pessoal de opiniões. Os escritores costumam utilizar-se do nós, em lugar da forma
verbal eu, por esse motivo. Essa estrutura, embora não encontrada em redações de vestibulares (como
o Enem), são vistas em dissertações de mestrado, por exemplo, pois o autor procura dar a impressão de
que as ideias que expõe são compartilhadas por seus leitores.

Pronomes pessoais do caso oblíquo


São os pronomes pessoais que desempenham funções sintáticas diversas: complemento verbal, adjunto
adnominal, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva. Por isso, eles têm maior variedade e
complexidade.

Exemplos:
Eu a vi na feira. → objeto direto
Dediquei-lhe minhas homenagens. → objeto indireto
Vovó tem grande apreço por mim. → complemento nominal
De forma mais simplificada e prática, basta reconhecer que os oblíquos exercem funções sintáticas diferentes
das exercidas pelos retos. Em suma, os oblíquos não atuam como sujeito, mas, em geral, como objeto. Veja
os exemplos:
Encontrei ela ali na esquina. → coloquial
Encontrei-a ali na esquina. → norma-padrão
Filma eu! → coloquial
Filma-me! → norma-padrão
Você encontra nós mais tarde? → coloquial
Você nos encontra mais tarde? → norma-padrão

Dentro dos pronomes oblíquos, há uma subdivisão entre átonos e tônicos. Os átonos (que não são
antecedidos por preposição) e os tônicos (que são antecedidos por preposição); veja o quadro no início do
material.

2
Português

Valores possessivo, recíproco e reflexivo dos oblíquos


Os pronomes oblíquos “me”, “te”, “lhe”, “nos”, “vos” podem apresentar valor possessivo:
Cortem-lhe os cabelos (= Cortem os seus cabelos).
Pegou-me as mãos com singeleza (= Pegou as minhas mãos com singeleza).
O objeto quase nos acertou a cabeça (= O objeto quase acertou a nossa cabeça).

Chamamos reflexivo o pronome oblíquo que indica paciente da ação, cujo agente é a mesma pessoa. Uma
estratégia que facilita a identificação desse valor reside em substituí-lo por estruturas que mais claramente o
revelem:
Eu me feri (= Eu feri a mim mesmo).
Ela sempre fala de si (= Ela sempre fala dela mesma).

Existem três pronomes oblíquos que são exclusivamente reflexivos: “se”, “si”, “consigo”.
Levou tudo consigo (= com ele mesmo).
Vestiu-se rapidamente (ele mesmo).
Está fora de si (= ele mesmo).

Por isso, são equivocadas frases do tipo: Queria falar consigo!, já que o pronome não está em uso reflexivo.

Chamamos recíproco o pronome oblíquo que evidencia relação de mutualidade entre aqueles que praticam
a ação.
Carla e eu nos abraçamos. (Carla me abraçou, eu abracei Carla)

Observe a ambiguidade do pronome se na frase: João e José se amam. Sem o contexto, não podemos saber
se se trata de um pronome reflexivo ou recíproco.

Pronomes de tratamento
Denominam-se pronomes de tratamento algumas palavras e locuções que valem por pronomes pessoais, por
exemplo, “você”, “a senhora”, etc. Embora designem a pessoa a quem se fala, ou seja, a 2ª pessoa do discurso,
esses pronomes levam o verbo para a 3ª pessoa. Veja:
1. Onde é que vocês vão?
2. Vossa Reverendíssima faz isso brincando, disse o principal dos festeiros.

3
Português

Alguns exemplos de pronomes de tratamento:

Abreviatura Tratamento Uso


V.A. Vossa Alteza Príncipes, arquiduques, duques
V. Em.ª Vossa Eminência Cardeais
V. Ex.ª Vossa Excelência Altas autoridades do governo e oficiais generais das
Forças Armadas.
V. Mag.ª Vossa Magnificência Reitores de universidades
V. M. Vossa Majestade Reis, imperadores
V. P Vossa Paternidade Abades, superiores de conventos
V. Rev.ª Vossa Reverência Sacerdotes em geral
V.S Vossa Santidade Papa
V. S.ª Vossa Senhoria Funcionários públicos graduados, oficiais até coronel.

4
Português

Exercícios de fixação

1. “Todo dia duzentos milhões de pessoas levam suas vidas em português. Fazem negócios e escrevem
poemas. Brigam no trânsito, contam piadas e declaram amor. Todo dia, a língua portuguesa renasce
em bocas brasileiras, moçambicanas, goesas, angolanas, japonesas, cabo-verdianas, portuguesas,
guineenses. Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os continentes, habitadas por
deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos. Língua da qual povos colonizados se
apropriaram e que devolvem agora, reinventada. Língua que novos e velhos imigrantes levam consigo
para dizer certas coisas que nas outras não cabe. Toda noite, duzentos milhões de pessoas sonham
em português.”
Texto de abertura do filme “Língua – vidas em português”, de Victor Lopes.

No texto, há um pronome pessoal do caso reto usado para substituir a expressão “a língua portuguesa”.
Transcreva-o.

2. Indique as três formas de colocação pronominal e seus conceitos.

3. Qual é a diferença entre os pronomes oblíquos átonos e os tônicos?

4. Leia o excerto abaixo:

Fabiano ia satisfeito. Sim senhor, arrumara-se. Chegara naquele estado, com a família morrendo de
fome, comendo raízes. Caíra no fim do pátio, debaixo de um juazeiro, depois tomara conta da casa
deserta. ELE, a mulher e os filhos tinham-se habituado à camarinha escura, pareciam ratos - e a
lembrança dos sofrimentos passados esmorecera (...).
- Fabiano, VOCÊ é um homem, exclamou em voz alta.
Conteve-se, notou que os meninos estavam perto, com certeza iam admirar-se ouvindo-o falar só. E,
pensando bem, ele não era um homem: era apenas um cabra ocupado em guardar coisas dos outros.
(...) Olhou em torno, com receio de que, fora os meninos, ALGUÉM tivesse percebido a frase imprudente.
Corrigiu-a, murmurando:
- Você é um bicho, Fabiano.
Isto para ele era motivo de orgulho. Sim senhor, um bicho capaz de vencer dificuldades".

Qual é a classe morfológica dos vocábulos destacados?

5. Quais funções sintáticas podem ser desempenhadas pelos pronomes pessoais do caso reto?

5
Português

Exercícios de vestibulares

1. (INSPER)

O que motivou o apito do juiz foi


a) a necessidade de empregar a ênclise para seguir a norma padrão.
b) o uso de um objeto direto no lugar de um objeto indireto.
c) a opção pelo pronome pessoal oblíquo “o” em vez de “a”.
d) a obrigatoriedade da mesóclise nessa construção linguística.
e) a transgressão às regras de concordância nominal relacionadas ao pronome.

2. (UNESP) “Ou não lhe ensinaram, ou ensinaram e ele não aprendeu. O certo é que ele se formou no
curso secundário.

As palavras colocadas em negrito, nesta passagem,


I. são pronomes pessoais.
II. são pronomes pessoais do caso reto.
III. apresentam no contexto o mesmo referente.
IV. pertencem à terceira pessoa do singular.

As afirmações corretas estão contidas apenas em:


a) I e II.
b) II e III.
c) I, II e III.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

6
Português

3. (CPS) Leia a música de Marcelo Jeneci e responda à questão:

Dar-te-ei
[...] Não te darei papéis, não te darei, esses rasgam,
esses borram
Não te darei discos, não, eles repetem, eles arranham
Não te darei casacos, não te darei, nem essas coisas
que te resguardam e que se vão
Dar-te-ei finalmente os beijos meus
Deixarei que esses lábios sejam meus, sejam teus
Esses embalam, esses secam, mas esses ficam.
Não te darei bombons, não te darei, eles acabam,
eles derretem
Não te darei festas, não te darei, elas terminam, elas
choram, elas se vão [...]

Há, nessa música, uma construção gramatical chamada de mesóclise – “dar-te-ei” – de pouco uso na
linguagem escrita e quase extinto o uso na falada. Essa construção, chamada de colocação
pronominal, é uma das três posições possíveis – de acordo com a gramática normativa.

Baseando-se no que foi apresentado, assinale a alternativa que apresenta uma relação correta – de
acordo com a gramática normativa – entre colocação pronominal e o seu uso na frase.
a) Próclise – “Faça-me o favor de não atrasar para nosso encontro!”
b) Ênclise – “Não te darei discos, não, eles repetem.”
c) Ênclise – “Importava-se com o sucesso da prova.”
d) Mesóclise – “A música? Cantá-la-rei quando souber a letra.”
e) Mesóclise – “Alguém me procurou?”

7
Português

4. (Enem) Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.
– A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene!
– comenta Sílvia, maravilhada diante dos canteiros de rosas e hortênsias.
– Para começar, deixe o “senhora” de lado e esqueça o “dona” também – diz Irene, sorrindo. – Já é um
custo aguentar a Vera me chamando de Tia o tempo todo. Meu nome é Irene.
Todos sorriem. Irene prossegue: – Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-los
para a Eulália, que é quem cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem.
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolçinguística. São Paulo: Contexto, 2003. (Adaptação).

Na língua portuguesa, a escolha por “você” ou “senhor(a)” denota o grau de liberdade ou de respeito
que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado, observa-se o emprego dessas formas.
A personagem Sílvia emprega a forma “senhora” ao se referir à Irene. Na situação apresentada no texto,
o emprego de “senhora” ao se referir à interlocutora ocorre porque Sílvia:
a) pensa que Irene é a jardineira da casa.
b) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
c) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.
d) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.
e) considera que Irene é uma pessoas mais velha, com a qual não tem intimidade.

5. (Enem) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático
nos textos abaixo.

Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua
escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (…)”.
CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos:
a) condenam essa regra gramatical
b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
c) criticam a presença de regras na gramática.
d) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
e) relativizam essa regra gramatical.

8
Português

6. (Enem) Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento
conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente.
Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um
imenso cavalo de madeira.
Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. A noite, os soldados gregos, que estavam
escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão
"presente de grego".
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Em "puseram-no", a forma pronominaI "no" refere-se:
a) ao termo “rei grego”.
b) ao antecedente “gregos”.
c) ao antecedente distante “choque”.
d) à expressão “muros fortificados”.
e) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.

7. (ESPCEX) Analise as duas frases abaixo:


I. Os ladrões estão roubando! Prendam-nos!
II. Somos os assaltantes! Prendam-nos!

Assinale a alternativa cuja descrição gramatical dos termos sublinhados está correta.
a) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal
oblíquo da 3ª pessoa do plural.
b) Ambos são pronomes pessoais oblíquos referentes à 1ª pessoa do plural.
c) Em I, “nos” é pronome reto da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome reto da 1ª pessoa do
plural.
d) Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 3ª pessoa do plural. Em II, “nos” é pronome pessoal
oblíquo da 1ª pessoa do plural.
e) Ambos são pronomes pessoais retos referentes à 1ª pessoa do plural.

8. (COL. NAVAL) Assinale a opção em que está correto o emprego do pronome pessoal.
a) Os viciados em Web são reais. Precisamos ajudar-lhes.
b) Podemos ter relacionamentos virtuais, mas não devemos priorizá-los.
c) A Internet é útil e pode ser produtiva. Não devemos atribuí-la a culpa pelo uso exagerado.
d) Os filhos mais jovens costumam extrapolar o limite de horas na internet. Por isso, os pais devem
orientar-lhes.
e) Os estragos para os jovens que não sabem tirar proveito da Web são enormes. Usam-a
compulsivamente, a ponto de perderem os elos com o mundo real.

9
Português

9. (Enem)

VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre: L&PM, 1997. (Foto:
Reprodução/Enem)
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto,
em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma-padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.

10. (IFSP) De acordo com a norma-padrão da Língua Portugues e com a gramática normativa e tradicional,
assinale a alternativa na qual o pronome pessoal está empregado corretamente.
a) A exploração infantil é um problema para mim resolver.
b) Entre eu e tu não há mais nada.
c) A questão social deve ser resolvida por eu e você.
d) Para mim, este romance de Machado de Assis é realista.
e) Quando voltei a si, não sabia onde me encontrava.

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10
Português

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O pronome pessoal é “ela”. No trecho “Novas línguas mestiças, temperadas por melodias de todos os
continentes, habitadas por deuses muito mais antigos, e que ela acolhe como filhos”, isso fica evidente,
uma vez que esse pronome pode ser substituído por “a língua portuguesa”.

2. Existem três formas da correta coloção dos pronomes oblíquos átonos na frase. A próclise é quando o
pronome é alocado antes do verbo; a ênclise, quando quando o pronome está depois do verbo, e a
mesóclise, quando o pronome estiver no meio do verbo.

3. São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de preposição e possuem a
acentuação tônica fraca. Já os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições, em
geral as preposições a, para, de e com. Por isso, os pronomes tônicos exercem a função de objeto indireto
da oração e possuem acentuação tônica forte.

4. As palavras em destaque são classificadas, respectivamente, como: pronome pessoal do caso reto,
pronome de tratamento e pronome indefinido.

5. Sujeito, predicativo do sujeito e vocativo.

Exercícios de vestibulares

1. B
No primeiro quadro, observa-se falha gramatical na fala da cobra, que usa o pronome oblíquo “o” em vez
de “lhe”. O verbo “escapar” é transitivo indireto, exigindo assim o pronome com essa função.

2. D
No contexto, a palavra “lhe” é um pronome pessoal oblíquo com função de objeto direto. O termo “ele”,
em ambas as situações, é pronome pessoal do caso reto, pois exerce função de sujeito. Todos
apresentam o mesmo referente “aluno que concluiu o ensino secundário” e pertencem à terceira pessoa
do singular.

3. C
Em “faça-me”, o pronome está depois do verbo e, portanto, temos o uso da ênclise; em “te darei”, o
pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise; a forma correta da mesóclise seria
“cantá-la-ei”; em “me procurou”, o pronome está antes do verbo e, portanto, temos o uso da próclise.

4. E
A partir do contexto e do nosso conhecimento sobre as formas de tratamento, é possível entender que a
personagem opta pela forma “senhora”, ao fazer referência à Irene, pois trata-se de uma pessoa mais
velha, com a qual não há intimidade, mostrando, assim, respeito por ela.

11
Português

5. E
Os dois autores estão comprometidos com o contexto do uso das normas gramaticais; portanto, eles as
relativizam, por entenderem que, em determinadas situações, o rigor linguístico pode ser deixado de lado.

6. E
A forma pronominal “no” faz referência à “presente”, que, pelo contexto, sabemos que é um “cavalo de
madeira”.

7. D
Em I, “nos” é pronome pessoal oblíquo de 3ª pessoa do plural, e o acréscimo de “n” ocorre em função de
o verbo terminar em som nasal. Já em II, “nos” é pronome pessoal oblíquo da 1ª pessoa do plural.

8. B
Por se tratar de um verbo transitivo direto, “priorizar” exige o pronome oblíquo átono “o” ao referir-se a
“relacionamentos virtuais” expresso na oração anterior. A forma “los” resulta da supressão do “r” do
infinitivo e do uso da modalidade “lo”, conforme as regras ortográficas da linguagem-padrão. Nas demais
opções, incorretas, os termos sublinhados deveriam ser substituídos por “ajudá-los”, “atribuir-lhe”,
orientá-los” e “usam-na”, respectivamente.

9. B
No segundo quadrinho, o pronome pessoal “eles” é inadequado, pois deve ser usado para desempenhar
função de sujeito. Como o verbo “arrasar” é transitivo, o pronome deveria ser substituído pelo pronome
oblíquo “os” em função de objeto direto. Segundo a norma-padrão da língua, a frase deveria ser
substituída por “Vamos arrasá-los!”.

10. D
As demais alternativas deveriam ser, respectivamente:
a) A exploração infantil é um problema para eu resolver.
b) Entre mim e ti não há mais nada.
c) A questão social deve ser resolvida por mim e ti.
d) Quando voltei a mim, não sabia onde me encontrava.

12
Química

Geometria molecular, polaridade e forças intermoleculares

Objetivo
Você irá conhecer as geometrias moleculares. E também serão trabalhados conceitos de polaridade e forças
intermoleculares.

Se Liga
Para que você possa entender o conceito das geometrias moleculares, polaridade e forças intermoleculares
é recomendável que você compreenda como funcionam as ligações químicas.
Tem alguma dúvida nesse assunto? Então clica aqui para conhecer as ligações iônicas e metálicas e aqui
para conhecer as ligações covalentes.

Curiosidade
O professor Ronald Gillespie, criador da teoria da repulsão dos pares eletrônicos, recebeu em 2007 a Ordem
do Canadá (que é a mais alta condecoração civil dentro do sistema canadense de honras).

Teoria

Teoria da repulsão dos pares eletrônicos


A Teoria da Repulsão dos Pares Eletrônicos de Valência (TRPEV) Força de repulsão entre os pares eletrônicos
ligantes ou não, do átomo central. Eles tendem a manter a maior distância possível entre si, porém, as forças
de repulsão eletrônica não são suficientes para que a ligação entre os átomos seja rompida, logo, podemos
observar essa distância no ângulo formado entre eles.

Tipos de nuvens eletrônicas

Uma nuvem eletrônica pode corresponder a:

Uma ligação Simples: -

Uma ligação dupla: =

Uma ligação tripla: ≡


1 Nuvem eletrônica.
Um par de elétrons não ligantes: ••

1
Química

A teoria da nuvem eletrônica aponta que por causa dos metais possuírem poucos elétrons na sua camada de
valência, os elétrons ficam pouco atraídos ao núcleo, o que facilita que esses elétrons da última camada se
deslocalizem, ou seja, tornem-se elétrons livres que transitam entre os átomos do reticulado. Se liga no
exemplo da nuvem eletrônica que se forma na molécula de água:

Representação da molécula de H2O.

Geometria Molecular
Na determinação da geometria de uma molécula devemos seguir alguns passos, são eles:
1° Determinar o átomo central, geralmente, o elemento em menor quantidade tende a ser o elemento central
na estrutura do composto;
2° Determinar o número de elétrons na camada de valência dos átomos participantes;
3° Determinar as ligações, mostrando os pares de elétrons ligantes e não ligantes.
4° Determinar se há ou não repulsão entre os pares de elétrons ligantes e não ligantes para formação da
geometria molecular.

Linear
Formada por moléculas triatômicas, onde o elemento central não possui par de elétrons não ligantes
sobrando.
Ex.: BeH2

Representação da molécula de BeH2.

Obs: Toda substância com 2 elementos tem geometria linear e não existe átomo central.
Ex.: HCl

Representação da molécula de HCl.

2
Química

Angular
Formada por moléculas que possuem 2 átomos ligados aos elementos centrais, onde o elemento central
possui par de elétrons não ligantes sobrando.
Ex: H2O

Representação da molécula de H2O.

Trigonal plana
Formada por moléculas que possuem 3 átomos ligados ao elemento central, onde o elemento central não
possui par de elétrons não ligantes sobrando.
Ex.: BF3

Representação da molécula de BF3.


Piramidal
Formada por moléculas que possuem 3 átomos ligados ao elemento central, onde o elemento central possui
par de elétrons não ligantes sobrando causando repulsão.
Ex.: NH3

Representação da molécula de NH3.

3
Química

Tetraédrica
Formada por moléculas que possuem 4 átomos ligados ao elemento central, onde o elemento central não
possui par de elétrons não ligantes sobrando.
Ex.: CH4

Representação da molécula de CH4.

Polaridade
Polaridade das ligações
Ligação Iônica: Nas ligações iônicas, a transferência de elétrons é definitiva, formação de cátions(positivo) e
ânions(negativo). As ligações iônicas são sempre polares.

Ligação Covalente: Nas ligações formadas por átomos com a mesma eletronegatividade, não há formação
de pólos pois essa diferença é igual a zero. Formando ligação covalente apolar.
Exemplo: Cl2
(Cl – Cl) → ∆en = 3,0 – 3,0 → ∆en = 0
Nas ligações formadas por átomos com diferentes eletronegatividades, há formação de pólos pois essa
diferença é diferente de zero. Formando ligação covalente polar.
Exemplo: HBr
(H – Br) → ∆en = 2,8 – 2,1 → ∆en = 0,7
Polaridade das moléculas
As moléculas podem ser classificadas em moléculas polares e apolares, dependendo do vetor de momento
dipolo( 𝜇) da molécula ser anulado ou não.
● Molécula apolar: 𝜇 = 0
● Molécula polar: 𝜇 ≠ 0

4
Química

Os vetores possuem a mesma diferença de eletronegatividade por serem entre os mesmos elementos, e
possuem a mesma direção e sentidos opostos, fazendo com que se anulem e o momento dipolo(𝜇) seja igual
a zero.

Polaridade das moléculas de CO2 e H2O.

O oxigênio da água possui dois pares de elétrons que não se ligam a nada, logo esses pares empurram as
ligações O-H para baixo, formando assim um ângulo entre eles, os vetores não se anulam como na molécula
de CO2. O momento dipolo(𝜇) nesse caso é diferente de zero.
Forças intermoleculares
Dipolo induzido-dipolo induzido, van der Waals ou dipolo-induzido → Ocorre nas moléculas apolares.
Ex: H2, O2, CO2

Dipolo permanente-dipolo permanente ou dipolo-dipolo → Ocorre nas moléculas polares.


Ex: HCl, HBr, HI, H2

Representação da molécula de HCl.


Ligação de Hidrogênio
As ligações de hidrogênio são atrações intermoleculares fortíssimas que ocorrem entre moléculas polares
que apresentam ligações do Hidrogênio com átomos muito eletronegativos como o Flúor, Oxigênio e
Nitrogênio.
Ex: HF, NH3, H2O

5
Química

Representação das ligações de Hidrogênio.

Quanto mais intensa a força intermolecular, maiores os pontos de fusão e de ebulição. Quanto menos intensa
a força intermolecular, menores os pontos de fusão e de ebulição. No esquema abaixo, você vai encontrar a
ordem de aumento da força intermolecular.

Aumento das forças intermoleculares.


Atenção!
Ligação Íon-dipolo: A interação íon-dipolo envolve um íon e uma molécula polar, de forma que as cargas que
possuam caráter atrativo se aproximam. Portanto, quanto maior a carga do íon relativamente ao dipolo, maior
a intensidade da ligação (melhor será a atração).

Quer saber mais sobre geometria molecular? Dá uma olhada nesse ”Quer que eu desenhe” super
especial que preparamos para você!

6
Química

Exercícios fixação

1. O nitrogênio é um elemento químico com símbolo N. Devido à grande variação do número de oxidação,
apresenta-se em diferentes formas na natureza, tais como, N2 e NH3, NO2- e NO3 - A geometria dos
compostos nitrogenados acima citados são, respectivamente,
a) Linear, trigonal plana, linear e trigonal plana.
b) Linear, piramidal, angular e trigonal plana.
c) Linear, piramidal, linear e piramidal.
d) Linear, trigonal plana, angular e trigonal plana.
e) Linear, piramidal,trigonal e piramidal.

2. Dadas as substâncias abaixo, assinale a alternativa que contém a ordem crescente correta para as
suas temperaturas de ebulição
I. Ácido clorídrico (HI)
II. Gás carbônico (CO2)
III. Amônia (NH3)
IV. Gás flúor (F2)
V. Ácido sulfídrico (H2S)
a) I < IV < III < II < V
b) IV < II < V < I < III
c) IV < II < I < V < III
d) III < I < II < V < IV
e) IV < V < II < I < III

3. Observe a tabela a seguir.:

O comportamento do HF é bastante diferente dos demais compostos, justifica-se porque entre suas
moléculas ocorrem:
a) ligações covalentes apolares.
b) ligações covalentes polares.
c) interações denominadas ligações de hidrogênio.
d) interações dipolo-induzido.
e) interações por dipolo permanente.

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Química

4. Marque a alternativa que apresenta a sequência correta do tipo de força intermolecular que une as
moléculas destas substâncias: H2O, PCl3, HF e F2:
a) dipolo dipolo, dipolo dipolo, ligação de hidrogênio e dipolo induzido-dipolo induzido.
b) dipolo instantâneo-dipolo induzido, dipolo dipolo, ligação de hidrogênio, dipolo dipolo.
c) dipolo dipolo, ligação de hidrogênio, ligação de hidrogênio e dipolo dipolo
d) forças de London, dipolo dipolo, ligação de hidrogênio e dipolo induzido-dipolo induzido.
e) Ligação de hidrogênio, ligação de hidrogênio, dipolo dipolo e dipolo dipolo.

5. Qual tipo de interação intermolecular ocorre entre as moléculas de dióxido de carbono, entre as
moléculas de água e entre as moléculas de dióxido de carbono e água, respectivamente?
a) Nos três casos ocorrem interações do tipo dipolo induzido-dipolo induzido.
b) dipolo induzido-dipolo induzido, ligações de hidrogênio, dipolo-dipolo induzido.
c) ligações de hidrogênio, ligações de hidrogênio, dipolo induzido-dipolo induzido.
d) ligações de hidrogênio, dipolo induzido-dipolo induzido, dipolo-dipolo induzido.
e) dipolo induzido-dipolo induzido, ligações de hidrogênio, ligações de hidrogênio.

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Química

Exercícios de vestibular

1. O dióxido de carbono, presente na atmosfera e nos extintores de incêndio, apresenta ligação entre os
seus átomos do tipo______ e suas moléculas estão unidas por __________.
Os espaços acima são corretamente preenchidos pela alternativa:
a) covalente apolar - forças de Van der Waals
b) covalente apolar - atração dipolo induzido-dipolo induzido
c) covalente polar - ligações de hidrogênio
d) covalente polar - forças de Van der Waals
e) covalente polar - atração dipolo-dipolo

2. Considerando a molécula de amônia, assinale a alternativa correta.


a) A geometria molecular corresponde a um tetraedro regular.
b) O átomo de nitrogênio e dois átomos de hidrogênio ocupam os vértices de um triângulo equilátero.
c) O centro da pirâmide formada pelos átomos de nitrogênio e pelos átomos de hidrogênio é ocupado
pelo par de elétrons livres.
d) Os átomos de hidrogênio ocupam os vértices de um triângulo equilátero.
e) As arestas da pirâmide formada pelos átomos de nitrogênio e pelos átomos de hidrogênio
correspondem a ligações iônicas.

3. Compostos contendo enxofre estão presentes, em certo grau, em atmosferas naturais não poluídas,
cuja origem pode ser: decomposição de matéria orgânica por bactérias, incêndio de florestas, gases
vulcânicos etc. No entanto, em ambientes urbanos e industriais, como resultado da atividade humana,
as concentrações desses compostos são altas. Dentre os compostos de enxofre, o dióxido de enxofre
(SO2) é considerado o mais prejudicial à saúde, especialmente para pessoas com dificuldade
respiratória.
(Adaptado de BROWN, T.L. et al, Química: a Ciência Central. 9ª ed, Ed. Pearson, São Paulo, 2007.)
Em relação ao composto (SO2) e sua estrutura molecular, pode-se afirmar que se trata de um composto
que apresenta:
Dado: número atômico S=16, O=8.
a) ligações covalentes polares e estrutura com geometria espacial angular.
b) ligações covalentes apolares e estrutura com geometria espacial linear.
c) ligações iônicas polares e estrutura com geometria espacial trigonal plana.
d) ligações covalentes apolares e estrutura com geometria espacial piramidal.
e) ligações iônicas polares e estrutura com geometria espacial linear.

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Química

4. Assinale a alternativa que apresenta compostos químicos que possuam geometria molecular,
respectivamente, linear, trigonal plana e piramidal.
Dados: número atômico (Z) H =1, C=6,N=7,O=8, F=9 e S=16.
a) H2O, SO3 e CH4.
b) CO2, SO3 e NH3.
c) CH4, SO2 e HF.
d) CO2, SO2 e NH3.
e) H2O, SO2 e HF.

5. Partículas microscópicas existentes na atmosfera funcionam como núcleos de condensação de vapor


de água que, sob condições adequadas de temperatura e pressão, propiciam a formação das nuvens e
consequentemente das chuvas. No ar atmosférico, tais partículas são formadas pela reação de ácidos
(HX) com a base NH3 de forma natural ou antropogênica, dando origem a sais de amônio (NH4 X) de
acordo com a equação química genérica:

HX (g) + NH3 (g) → NH4 X(s)


(FELIX. E. P.; CARDOSO, A. A. Fatores ambientais que afetam a precipitação úmida.
Química Nova na Escola, n. 21, maio 2005 (adaptado).)
A fixação de moléculas de vapor de água pelos núcleos de condensação ocorre por
a) ligações iônicas.
b) interações dipolo-dipolo.
c) interações dipolo-dipolo induzido.
d) interações íon-dipolo.
e) ligações covalentes.

6. Um experimento simples, que pode ser realizado com materiais encontrados em casa, é realizado da
seguinte forma: adiciona-se um volume de etanol em um copo de vidro e, em seguida, uma folha de
papel. Com o passar do tempo, observa-se um comportamento peculiar: o etanol se desloca sobre a
superfície do papel, superando a gravidade que o atrai no sentido oposto, como mostra a imagem. Para
parte dos estudantes, isso ocorre por causa da absorção do líquido pelo papel.

Do ponto de vista científico, o que explica o movimento do líquido é a


a) evaporação do líquido.
b) diferença de densidades.
c) reação química com o papel.
d) capilaridade nos poros do papel.
e) resistência ao escoamento do líquido.

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Química

7. Considerando a geometria molecular de algumas moléculas e íons, assinale a alternativa que lista
apenas as espécies com geometria trigonal plana.
a) CO2, SO2, SO3
b) O3, NH3, NO3 -
c) NO3 - , O3, CO2
d) NH3, BF3, SO3
e) SO3, NO3 - , BF3

8. Carvão e os derivados do petróleo são utilizados como combustíveis para gerar energia para maquinários
industriais. A queima destes combustíveis libera grande quantidade de gás carbônico como produto. Em relação
ao gás carbônico, são feitas as seguintes afirmativas:
I - é um composto covalente de geometria molecular linear.
II - apresenta geometria molecular angular e ligações triplas, por possuir um átomo de oxigênio ligado
a um carbono.
III - é um composto apolar.
Das afirmativas apresentadas está(ão) correta(as)
a) apenas II.
b) apenas I e II.
c) apenas I e III.
d) apenas II e III.
e) todas.

9. A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos, que afeta muitas de suas propriedades
físicas e químicas tais como os pontos de fusão e de ebulição, a densidade e o tipo de reações nas
quais as moléculas se envolvem. Um composto binário de enxofre, incolor, não inflamável, altamente
tóxico, polar é considerado com apenas ligações simples do ponto de vista da teoria da repulsão dos
pares de elétrons da camada de valência (RPECV). Assinale a opção que completa corretamente as
lacunas da seguinte afirmação:
O composto é o _______________________1 e a geometria de sua molécula é _______________2 .
a) dióxido de enxofre1 / angular2
b) sulfeto de hidrogênio1 / linear2
c) sulfeto de sódio1 / tetraédrica2
d) trióxido de enxofre1 / trigonal plana2
e) dióxido de enxofre1 / piramidal2

11
Química

10. A letra da música ―Buraco de Ozônio, de Duzão Mortimer, deve ser usada para responder a questão.

Buraco de Ozônio
Há um buraco de ozônio sobre sua cabeça,
Este ninguém pode tapar,
Ele pode impedir que as crianças cresçam,
Ele pode te matar.
Clorofluorcarbono, destruindo a camada de ozônio.

O efeito estufa vai fazer você boiar,


Nas águas da calota polar,
Queimando a floresta tropical,
Ou o petróleo na capital.
A gente produz um certo gás,
Aparentemente normal,
Mas quando se acumula em excesso,
Ele pode ser fatal.
Isocianato de metila...
Césio 137...
Monóxido de carbono...
Dióxido de enxofre...
Mercúrio...
Arsênio...
Pois a terra não aguenta tanto lixo,
Combustão e desperdício.
(Duzão Mortimer)
Qual a geometria molecular dos seguintes gases, citados na música: clorofluorcarbono (por exemplo,
CFCl3), monóxido de carbono (CO) e dióxido de enxofre (SO2)?
Dados: Números Atômicos – C = 6; F = 9; Cl = 17; O = 8; S = 16
a) Linear, Angular e Tetraédrica
b) Bipiramidal, Angular e Linear
c) Trigonal Plana, Bipiramidal e Piramidal
d) Tetraédrica, Linear e Angular
e) Angular, Linear e Trigonal Plana

12
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
N2: geometria linear:

NH3: geometria piramidal:

NO2-: angular

NO3-: trigonal plana

2. B
É preciso fazer uma comparação do tipo de força intermolecular apresentada por cada uma das
substâncias. Uma vez que quanto maior é a intensidade da força (ligação de hidrogênio > dipolo
permanente > dipolo induzido), maior é o ponto de ebulição.

Atenção: Caso as moléculas apresentem o mesmo tipo de força intermolecular, possui maior ponto de
ebulição que a que apresenta maior massa.

I - É uma substância polar, logo, suas moléculas interagem por dipolo permanente. Sua massa molar é
128 g/mol.
II - É uma substância apolar, logo, suas moléculas interagem por dipolo induzido. Sua massa molar é 44
g/mol III- Suas moléculas interagem por ligações de hidrogênio, já que apresenta hidrogênio ligado a
nitrogênio.
IV- É uma substância apolar, logo, suas moléculas interagem por dipolo induzido. Sua massa molar é 38
g/mol.
V - É uma substância polar, logo, suas moléculas interagem por dipolo permanente. Sua massa molar é
34 g/mol.

13
Química

3. C
O ponto de ebulição do HF é muito diferente em relação às outras substâncias, apesar de todas elas
serem polares. Isso porque apenas essa substância realiza entre suas moléculas as forças
intermoleculares mais intensas existentes, denominadas ligações de hidrogênio.

4. A
H2O: Substância polar (triatômica é formada por dois ligantes iguais e quatro nuvens eletrônicas, das
quais duas são ligações simples entre os átomos e as outras duas são dois pares de elétrons não ligantes
no Oxigênio) e apresenta hidrogênio ligado diretamente ao oxigênio, suas moléculas interagem por
Ligações de Hidrogênio.

PCl3: Substância polar (tetratômica é formada por três ligantes iguais e quatro nuvens eletrônicas, das
quais três são ligações simples entre os átomos, e a outra é um par de elétrons não ligantes no fósforo),
suas moléculas interagem por dipolo dipolo.

HF: Substância polar (diatômica é formada por dois átomos de elementos químicos diferentes) e
apresenta hidrogênio ligado ao flúor, suas moléculas interagem por Ligações de Hidrogênio.

F2: Substância apolar (diatômica é formada por dois átomos do mesmo elemento químico), suas
moléculas interagem por força de dipolo induzido.

5. B
No dióxido de carbono temos interações do tipo dipolo induzido-dipolo induzido, pois o CO2 é uma
molécula apolar. Porém, quando duas moléculas apolares se aproximam, os elétrons das eletrosferas
dos átomos repelem-se, provocando um movimento dos elétrons, que se acumulam em uma única
região. Desse modo, cria-se um dipolo na molécula de CO2, pois uma região fica com acúmulo de
elétrons e carga negativa, e outra região fica com deficiência de elétrons e carga positiva, e assim elas
atraem-se fracamente. Já as moléculas de água realizam ligações de hidrogênio entre o hidrogênio de
uma molécula e o oxigênio de outra.

As moléculas de água são polares, portanto, já possuem um dipolo, ou seja, uma região carregada
negativamente e outra positivamente, que interage com as moléculas de CO2 que foram induzidas a ter
um dipolo. Por isso, é uma interação entre o dipolo da água e o dipolo induzido do CO2.

Exercícios de vestibulares

1. D
O dióxido de carbono, presente na atmosfera e nos extintores de incêndio, apresenta ligação entre os
seus átomos do tipo covalente polar e suas moléculas estão unidas por forças de Van der Waals.

14
Química

2. D
Justificando as alternativas incorretas.
a) Incorreta: A geometria molecular da amônia é (NH3) é piramidal.
b) Incorreta. O nitrogênio está no centro e os três átomos de hidrogênio (e não dois) ocupam os três
vértices.
c) Incorreta. No centro fica o nitrogênio.
d) Incorreta. As ligações são covalentes.

3. A
Em relação ao composto SO2 e sua estrutura molecular, pode-se afirmar que se trata de um composto
que apresenta ligações covalentes polares e estrutura com geometria espacial angular.

4. B

5. D
A reação fornecida no enunciado descreve a representação geral de um processo de neutralização.

A fixação da água aos íons formados se dá por interações do tipo íon dipolo.
Esquematicamente:

6. D
Do ponto de vista científico, o que explica o movimento do líquido é a capilaridade existente nos poros
do papel.

O etanol se move “para cima” devido às interações intermoleculares com substâncias presentes nos
poros (ou “capilares”; tubos muito finos) que fazem parte da composição do papel. Neste fenômeno, o
líquido parece ir contra a ação da gravidade.

15
Química

7. E

8. C
I. Correta. O dióxido de carbono é um composto covalente de geometria molecular linear (O =C = O).

II. Incorreta. O dióxido de carbônico apresenta geometria molecular linear e dois ligações duplas, por
possuir dois átomos de oxigênio ligados a um átomo de carbono (O =C = O).

III. Correta. O dióxido de carbono é um composto apolar, pois o momento dipolo elétrico total é nulo.

9. A
O composto é o dióxido de enxofre, que por sua vez, possui geometria angular.

10. D

16
Química

Ligações químicas: Ligação covalente

Objetivo
Existem três tipos de ligações químicas. Nessa aula, iremos tratar das ligações covalentes.

Se Liga
Para que você possa entender a ligação covalente, é recomendável que conheça as ligações metálicas e
iônicas. Tem alguma dúvida nesse assunto? Clica aqui (caso não seja direcionado, pesquise pela aula
“Ligações químicas: teoria do octeto, ligação iônica e ligação metálica” na biblioteca).

Curiosidade
Tem ligação covalente no seu cabelo! A ligação covalente permite, em certos casos, a formação de longas
moléculas, tais como a da substância presente no cabelo, a queratina.

Teoria

Esse elétron é nosso!


Esse tipo de ligação se dá por compartilhamento de um par de elétrons, sendo um elétron de cada átomo ou
os dois elétrons do mesmo átomo. Há formação de moléculas, logo, esta ligação é também chamada de
molecular. Ele acontece entre ametais ou hidrogênio e um ametal, e entre hidrogênios. A diferença das
eletronegatividades dos átomos envolvidos, geralmente, é menor que 1,7.

(Pernalonga comunista, produzido por Gui_Santos_14,


adaptado por Vanussa Faustino, 2021.)

1
Química

Quando a diferença das eletronegatividades dos átomos envolvidos for igual a zero (∆en = 0), dizemos que a
ligação covalente tem caráter apolar e quando a diferença das eletronegatividades for diferente de zero (∆en
≠ 0), dizemos que o caráter da ligação covalente é polar.
Se liga no exemplo: O2
Eletronegatividade: O = 3,5
Δen: 3,5 - 3,5 = 0 → ligação covalente apolar

Um outro exemplo é o NH3


Eletronegatividades: N = 3,0 H = 2,1
Δen: 3,0- 2,1 = 0,9 → ligação covalente polar

Ligação covalente coordenada/dativa


Chamamos de ligação covalente dativa ou coordenada a ligação que ocorre entre um átomo que atinge a
estabilidade eletrônica e outro que ainda necessita de dois elétrons para completar sua camada eletrônica,
tendo assim os dois elétrons do compartilhamento vindo do mesmo átomo. Podemos representar esses
pares de elétrons por uma seta.
Exemplo:
Usando o exemplo SO2, temos:

Em sua fórmula estrutural, a seta era mantida.

A representação que mostra os elétrons como “x” é chamada de estrutura de Lewis.

2
Química

Atenção! Exceções à regra do octeto


O berílio, o boro e o alumínio formam compostos estáveis com um número de elétrons inferior a 8,
desobedecendo assim à regra do octeto.

Embora a diferença de eletronegatividades seja maior que 1,7, no caso do BF3 a ligação não é iônica, pois
trata-se da ligação entre ametais; portanto, ligação covalente polar.

Principais características de compostos moleculares


● Pontos de fusão e ebulição baixos.
● à temperatura ambiente podem apresentar-se nos estados: sólido, líquido ou gasoso.
● Não são bons condutores de corrente elétrica em solução aquosa. Porém alguns ácidos fortes, por
exemplo, em meio aquoso sofrem ionização (formação de íons), tornando a solução condutora de
corrente elétrica.
● Pontos de fusão e de ebulição menores que os dos compostos iônicos (as forças entre moléculas são
menores porque não há a atração elétrica provocada pelos íons).
● Pouca solubilidade em água.
● Tendem a ser mais inflamáveis que os compostos iônicos (carbono e hidrogênio queimam facilmente e
são encontrados em grande parte dos compostos covalentes).

3
Química

Exercícios de fixação

1. As ligações químicas existentes na formação das substâncias NaCl, HCl e Cl2 são, respectivamente,
a) iônica, covalente polar, covalente apolar.
b) iônica, covalente apolar e covalente polar.
c) covalente polar, covalente apolar e iônica.
d) covalente apolar, covalente polar e iônica.
e) covalente apolar, iônica e covalente polar.

2. Um dos ácidos mais relevantes na indústria química é o ácido perclórico (HClO4) que é utilizado na
fabricação de explosivos, por ser um forte oxidante; na produção de herbicidas; em exames de
precipitação seletiva de mucoproteínas etc. Em relação a sua fórmula estrutural, é sabido que ela
apresenta
a) 1 ligação coordenada e 3 ligações covalentes simples.
b) 1 ligação covalente simples e 3 ligações coordenadas.
c) 2 ligações covalentes simples e 3 ligações coordenadas.
d) 2 ligações coordenadas e 3 ligações covalentes simples.
e) 3 ligações coordenadas e 3 ligações covalentes simples.

3. O selênio quando combinado com enxofre forma o sulfeto de selênio, substância que apresenta
propriedades antifúngicas e está presente na composição de xampus anticaspa. Qual o tipo de ligação
química existente entre os átomos de enxofre e selênio?
a) Covalente.
b) Dipolo-dipolo.
c) Força de London.
d) Iônica.
e) Metálica.

4. Um elemento “A”, de número atômico 20, e outro “B”, de número atômico 17, ao reagirem entre si,
originarão um composto
a) molecular de fórmula AB2.
b) molecular de fórmula A2B.
c) iônico de fórmula AB.
d) iônico de fórmula AB2.
e) iônico de fórmula A2B.

4
Química

5. Um elemento X possui número atômico igual a 1 e outro elemento Y possui número 17. Qual será a
fórmula molecular formada pela ligação covalente entre esses dois elementos?
a) X2 Y
b) XY
c) XY2
d) YX
e) X2Y2

5
Química

Exercícios de vestibulares

1. Para o processo de purificação da água, são adicionadas substâncias como sulfato de alumínio,
(Al2(SO4)3 para formação de flocos com a sujeira da água; cloro, Cl2 para desinfecção; óxido de cálcio,
CaO para ajuste de pH, e flúor, F2 para prevenção de cáries. O tipo de ligação que une os elementos
das substâncias utilizadas no processo de purificação da água é:
a) covalente/iônica, iônica, covalente e iônica.
b) covalente/iônica, covalente, covalente e iônica.
c) iônica/covalente, covalente, iônica e covalente.
d) iônica/covalente, iônica, iônica, covalente.
e) covalente/iônica, covalente, covalente e covalente.

2. O tipo de ligação que une os átomos nos compostos Al e Al2O3 e H2O é, respectivamente:
a) metálica, covalente e iônica.
b) iônica, covalente e iônica.
c) metálica, iônica e covalente.
d) covalente, iônica e covalente.
e) metálica, metálica e covalente

3. O quartzo é um mineral cuja composição química é SiO2 dióxido de silício. Considerando os valores de
eletronegatividade para o silício e oxigênio, 1,8 e 3,5 respectivamente, e seus grupos da tabela periódica
(o silício pertence ao grupo 14 e o oxigênio ao grupo 16), prevê-se que a ligação entre esses átomos
seja:
a) Covalente apolar.
b) covalente coordenada.
c) covalente polar.
d) iônica.
e) metálica.

6
Química

4. A figura seguinte ilustra a molécula de água e o compartilhamento de elétrons entre os seus átomos
para formar as ligações. A polaridade da ligação covalente indica a distribuição de cargas sobre os
átomos de uma molécula. Nessa representação, nota-se a formação de polos positivos e negativos
sobre os átomos, o que torna a molécula polar.

A propriedade capaz de explicar a formação de polos na molécula representada é a:


a) Eletroafinidade
b) Eletronegatividade
c) Energia de ionização
d) Condutividade elétrica
e) Eletropositividade

5. Um exemplo de composto iônico no qual o cátion apresenta átomos unidos por ligação covalente é o
representado pela fórmula:
a) PBr3
b) KI
c) NaHCO3
d) NH4Cl
e) CO(NH2)2

6. Levando em conta as ligações e interações que ocorrem entre átomos e moléculas, dentre as
substâncias abaixo, a que possui maior ponto de fusão é :
a) H2O
b) CO2
c) CaCl2
d) C6H12O6
e) C12H22O11

7
Química

7. Assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso, para as afirmações abaixo.
( ) Os metais apresentam alta condutividade elétrica, mas baixa condutividade térmica.
( ) O bronze é uma liga formada por cobre e estanho.
( ) Compostos iônicos conduzem corrente elétrica em meio aquoso e quando fundidos.
( ) A ligação covalente ocorre entre metais e não metais. O KBr é um exemplo
( ) O dióxido de carbono é uma molécula apolar, mas que possui ligações covalentes polares.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo é:
a) F, F, V, F e V..
b) F, V, V, F e V
c) V, F, V, F e V.
d) F, F, V, F e F.
e) V, V, F, V e F.

8. O ácido sulfídrico é um gás que se forma da putrefação natural de compostos orgânicos. Por ser assim,
é um gás incolor, tóxico e corrosivo. Esse ácido se forma da união de enxofre e hidrogênio. Indique a
opção correta quanto a sua fórmula molecular e o tipo de ligação que está ocorrendo:
a) H2S, ligação iônica
b) H2S, ligação covalente
c) HS2, ligação iônica
d) HS2, ligação covalente
e) H2S, ligação metálica

9. A elaboração de modelos permite correlacionar as estruturas eletrônicas e as propriedades das


substâncias.
Nesse sentido, analise as afirmações a seguir.
l. Gás cloro: substância molecular; ponto de ebulição baixo; formada por ligação covalente.
ll. Cloreto de sódio: substância metálica; ponto de fusão alto; formada por ligação metálica.
lll. Dióxido de carbono: substância covalente; ponto de ebulição alto; formada por ligação covalente.
lV. Magnésio metálico: substância metálica; ponto de fusão alto; formada por ligação metálica.
V. Cloreto de magnésio: substância iônica; ponto de fusão alto; formada por ligação iônica.
Todas as afirmações corretas estão em:
a) I - II - III
b) I - IV - V
c) II - III - IV
d) III - IV - V
e) Apenas II

8
Química

10. Considere os seguintes pares de moléculas:


I. LiCl e KCl.
II. AlCl3 e PCl3.
III. NCl3 e AsCl3.
Assinale a opção com as três moléculas que, cada uma no seu respectivo par, apresentam ligações
com o maior caráter covalente.
a) LiCl, AlCl3 e NCl3
b) LiCl, PCl3 e NCl3
c) KCl, AlCl3 e AsCl3
d) KCl, PCl3 e NCl3
e) KCl, AlCl3 e NCl3

Sua específica é biológicas e quer continuar estudando esse assunto?


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9
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
NaCl: ligação iônica, entre um metal e um ametal.
HCl:
ligação covalente polar.

C 2 : ligação covalente apolar.

2. C
Ácido perclórico (HCl4)

3. A
Como ambos são ametais, haverá compartilhamento de elétrons, formando uma ligação do tipo
covalente.

4. D
Teremos:
2+
20A: 1s² 2s² 2p6 3s2 3p6 4s² → A
-
17B: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 → B
A2+ B- B- → [A2+][B-]2 → AB2 (Composto iônico).

5. B
O elemento X possui apenas um elétron, portanto, ele é o hidrogênio, que precisa receber mais um elétron
para ficar estável. Já o elemento Y é o cloro, que possui 17 elétrons, sendo que na última camada
eletrônica ficam 7 elétrons, dessa forma, ele também precisa receber mais um elétron, ficando estável
com oito elétrons na camada de valência. Desse modo, eles compartilham apenas um par de elétrons e
ambos ficam estáveis.

Exercícios de vestibulares

1. C
O composto Al2(SO4)3 por apresentar um metal em sua estrutura, possui ligações iônicas e covalentes
(entre o oxigênio e o enxofre);
Para o composto Cl2 como se trata de dois ametais, apresenta uma ligação covalente simples;
Para o óxido de cálcio, Cao mesma justificativa do primeiro composto, apresenta um metal em sua
fórmula, formando, uma ligação iônica.
Para o flúor F2 mesma justificativa do segundo composto, formando uma ligação covalente.

10
Química

2. C
Al: ligação metálica

Al2O3: ligação iônica

Al +3 O-2
Al2O3

H2O: ligação covalente

3. C
Considerando os valores de eletronegatividade para o silício e oxigênio, 1,8 e 3,5 respectivamente, e seus
grupos da tabela periódica (o silício pertence ao grupo 14 e o oxigênio ao grupo 16), prevê-se que a
ligação entre esses átomos seja covalente polar.
ΔE = Emaior - Emenor ΔE = 3,5-1,8=1,7

Ligações apolares apresentam ΔE igual a zero.


Ligações polares apresentam ΔE diferente de zero.
Ligações iônicas ou com caráter iônico apresentam ΔE superior a 1,7.

4. B
A propriedade capaz de explicar a formação de pólos na molécula representada é a eletronegatividade,
ou seja, a diferença de atração exercida pelos núcleos dos átomos envolvidos sobre os pares de elétrons
compartilhados.

5. D
Fórmula NH4 +Cl- (Cátion amônio, que apresenta ligações covalentes e ânion cloreto).

6. C
O composto CaCl2 é o único que é formado por ligação iônica e os compostos iônicos possuem
interações mais intensas quando comparadas às covalentes, por ser formadas por íons, sendo assim
seus pontos de fusão e ebulição são mais intensos.

11
Química

7. B
[F] Os metais apresentam alta condutividade elétrica e alta condutividade térmica.

[V] O bronze é uma liga formada por cobre (Cu) e estanho (Sn).

[V] Compostos iônicos conduzem corrente elétrica em meio aquoso e quando fundidos, pois, nestes dois
casos, apresentam íons livres.

[F] KBr é um exemplo de composto iônico (K+Br-)

[V] O dióxido de carbono é uma molécula apolar, mas que possui ligações covalentes polares.

8. B
O ácido sulfídrico (H2S) apresenta ligações covalentes.

9. B
Análise das afirmações:
I. Correta. Gás cloro: substância molecular; ponto de ebulição baixo; formada por ligação covalente.
II. Incorreta. Cloreto de sódio: substância iônica: ponto de fusão alto; formada por ligação iônica.
III. Incorreta. Dióxido de carbono: substância molecular; ponto de ebulição baixo: formada por ligação
covalente.
IV. Correta. Magnésio metálico: substância metálica; ponto de fusão alto; formada por ligação metálica.
V. Correta. Cloreto de magnésio: substância iônica; ponto de fusão alto; formada por ligação iônica.

12
Química

10. B

ΔE= diferença de eletronegatividade


ΔE ≤ 1,6 predominantemente covalente
ΔE ≥ 1,7 predominantemente iônica
ΔE = 0 → puramente covalente

I. Li, Cl e K.
K<Li<Cl.
ou eletronegatividade de Linus Pauling:

K - 0,8
Li - 1,0
Cl - 3,0

LiCl→ ΔE = 3,0 - 1,0 = 2,0 (Caráter iônico)


KCl → ΔE = 3,0 - 0,8 = 2,2 (Caráter iônico, porém mais acentuado)

II. Al, P e Cl
Al<P<Cl
ou eletronegatividade de Linus Pauling:
Al = 1,5
P 2,1
Cl= 3,0

AlCl3 → ΔE = 3,0 - 1,5 = 1,5 (caráter covalente)


PCl3 → ΔE = 30-2,1 = 0,9 (caráter covalente acentuado)

III. N, Cl e As
As<N=Cl
ou eletronegatividade de Linus Pauling
N= 3,0
Cl= 3,0
As= 2,0
NCl3 → ΔE= 3,0-3,0 = 0,0(caráter covalente mais acentuado)
AsCl3 → ΔE= 3,0 -2,0 = 1,0(caráter covalente)
Maior caráter covalente:LiCl, PCl e NCl3.

13
Redação

Desenvolvimento: funções e estratégias

Objetivo
Você aprenderá as funções e estratégias para o desenvolvimento de uma dissertação argumentativa.

Curiosidade
Para entender mais sobre a prova de Redação do Enem e quais competências são avaliadas no texto, conheça
a Cartilha do Participante: clique aqui.

Teoria

O texto dissertativo-argumentativo é constituído por três partes: a introdução, o desenvolvimento e a


conclusão. Após aprender a importância da parte inicial do texto – a introdução –, é hora de desvendar o
“corpo” do texto: o desenvolvimento. Não basta apenas uma estrutura visualmente agradável de acordo com
a divisão dos parágrafos, o que importa é o conteúdo e as ideias que serão defendidas.

Com isso, podemos definir o desenvolvimento como um grupo de dois ou três parágrafos, em que se
fundamenta a tese, criando uma linha de raciocínio com argumentos articulados. Vamos ver um exemplo? O
tema abordado no parágrafo a seguir é: “A discussão sobre o hábito da leitura no Brasil”.

Tese: Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez tem perdido seu espaço no meio social, vítima de uma falta de
incentivo por parte dos setores responsáveis por criá-lo e do próprio mercado, que desestimula um hábito
crucial na vida da população.

Arg. 1: a perda do interesse pela leitura.

Arg. 2: a escola não alimenta mais esse hábito.

Arg. 3: o mercado também não investe nesse hábito.

A estrutura do desenvolvimento

Há duas partes importantes na produção de um parágrafo de desenvolvimento, conhecidas pelos teóricos


como tópico frasal e aprofundamento. A primeira consiste em um período que apresentará a síntese da ideia
a ser desenvolvida; em outras palavras, é um resumo do que será apresentado no parágrafo.

Já a segunda parte a ser seguida é fundamentar os seus argumentos, ou seja, confirmar a tese (que já foi
apresentada na introdução) e utilizar de estratégias argumentativas, como alusões, dados estatísticos,
referências filosóficas e argumentos de autoridade para defender o seu ponto de vista e, consequentemente,
convencer o leitor acerca daquilo que você acredita. O aprofundamento é a justificativa acerca da tese.

Assim, podemos dizer que um parágrafo de desenvolvimento é constituído por:

DESENVOLVIMENTO = TÓPICO FRASAL + APROFUNDAMENTO

1
Redação

Veja um parágrafo sobre o mesmo tema apresentado no último exemplo:

“Diante desse cenário, enquanto as instituições não fazem a sua parte, o mercado mostra a que veio: a
cada dia, o preço dos livros em lojas físicas fica maior. Diante de um mercado digital que ainda cresce pouco
no mundo, crescimento que ajudaria a amenizar o problema, o já baixo número de consumidores diminui
ainda mais pelos altos valores. Prova disso é a diversificação de produtos por parte de livrarias renomadas
em prol de não perderem seu lugar no comércio, como muitas “megastores”. A escassez na venda de livros
traz prejuízos compensados por eletrônicos, CDs, DVDs e brinquedos. Nesse sentido, o incentivo, que já era
pouco, é posto em xeque pela própria precificação.”

Note que o exemplo se divide em duas partes: a primeira apresenta o argumento que será desenvolvido nas
próximas linhas; a segunda, as informações importantes no embasamento dessa ideia. A primeira é o tópico
frasal; a segunda, o aprofundamento. No exemplo, o aprofundamento é uma comprovação do argumento
apresentado pelo tópico frasal. Como, a princípio, isso parece um tanto quanto abstrato, veja esta lista com
algumas estratégias diferentes de elaborar essa etapa do parágrafo:

• Explicar a ideia apresentada no tópico frasal;

• Aprofundar a ideia, explorando causas e/ou consequências;

• Apresentar evidências, comprovando e/ou ilustrando o argumento;

• Aprofundar as premissas que sustentam essa ideia.

É claro que você pode utilizar muitas dessas estratégias em um mesmo parágrafo, uma vez que elas não se
excluem. Cabe ao parágrafo, então, demonstrar uma ideia, ou parte dela, por meio de duas ferramentas:

• Apresentação de evidências (dados, estatísticas, fatos etc.);

• Apresentação de premissas (conceitos, leis, definições, “verdades" universais etc.).

Para sintetizar ainda mais essa ideia, perceba que tudo aquilo que aprofunda o tópico frasal é um conjunto
de frases que apresentam os porquês da tese.

Estratégias argumentativas

Para fundamentar as ideias no desenvolvimento, utilizamos as chamadas estratégias argumentativas, que


são elementos que nos ajudarão a defender uma determinada perspectiva e contribuem para a validação das
informações apresentadas nos parágrafos e o aprofundamento do texto, como o uso de: dados estatísticos,
comparações, alusões literárias e artísticas, referências musicais, dados informativos de jornais e noticiários,
abordagem entre causa e consequência, argumentos de autoridade, uso de citações, entre outros.

Veja, abaixo, a construção dos tópicos frasais e como as fundamentações são realizadas a partir de diferentes
estratégias argumentativas:

2
Redação

a) Argumento de autoridade:

Tema: O suicídio entre os jovens brasileiros: como enfrentar esse problema?

“Segundo o Departamento de Saúde Mental e Medicina Legal da UFG, a família representa a condição
necessária para o crescimento e desenvolvimento de vínculos que garantam a sobrevivência física, social
e afetiva das pessoas. Contudo, o contexto familiar é considerado fator desencadeante para a tentativa
de suicídio. Perdas de vínculos afetivos, violência doméstica ou doenças mental ou física colocam o
adolescente em situação de vulnerabilidade. O jovem tende a ser contestador, impetuoso e, ao mesmo
tempo, imaturo e inseguro ao se deparar com novas visões da família e da sociedade, visto que na
adolescência a busca de referências constitui uma forte razão para a existência.”

Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/modelo-de-redacao-o-suicidio-entre-os-jovens-brasileiros-como-


enfrentar-esse-problema/

b) Conhecimentos geográficos:

Tema: Fome no Brasil: Como enfrentar esse problema?

“Em primeiro lugar, é importante ressaltar os fatores que contribuem para esse mal. Um deles é o
crescimento econômico, insuficiente para acabar com a pobreza no país. Isso acontece, principalmente,
devido à concentração de renda, que faz com que perpetue a desigualdade social, gerando a fome. Além
disso, devemos destacar a instabilidade política, a má administração dos recursos públicos e a injusta
estrutura fundiária, que impossibilitam o acesso dos trabalhadores aos meios de produção e concentram
as terras nas mãos de poucos. Ademais, as próprias causas naturais, como clima, desastres ambientais,
pragas e inundações, são responsáveis por acentuar o problema da fome, principalmente nas regiões
Norte e Nordeste, apesar de não serem tão expressivas quanto a ação humana.”

Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/modelo-de-redacao-fome-no-brasil-como-enfrentar-esse-problema/

c) Dados estatísticos:

Tema: A saúde da mulher grávida em discussão no Brasil

“Outro fator importante a ser analisado é a qualidade dos serviços de saúde destinados a atender as
gestantes, tanto no âmbito público, quanto no privado. Um dos pontos mais levantados recentemente
sobre o sistema diz respeito à violência obstétrica. Práticas feitas durante o parto prejudicam sua boa
evolução, aumentando o risco de sequelas graves ou morte para mãe e bebê e que atinge uma em cada
quatro mulheres no Brasil, de acordo com a pesquisa Mulheres Brasileiras e Gênero nos Espaços Público
e Privado, divulgada em 2010. Como fica claro no título da apuração da Fundação Perseu Abramo, esse
cenário não se limita à rede pública, sendo, portanto, e infelizmente, um problema “democrático” em sua
abrangência.”

Disponível em: http://descomplica.com.br/blog/redacao/redacoesexemplares/modelo-de-redacao-a-saude-da-mulher-gravida-


em-discussao-no-brasil/

3
Redação

d) Analogia/Comparação:

Tema: O sistema carcerário brasileiro e os seus efeitos no século XXI

“Primeiramente, a má infraestrutura na maioria das cadeias faz com que os presos firmem uma luta
diária pela sobrevivência. Mesmo que eles vivam em um regime fechado, a superlotação e deterioração
das celas, e até a falta de água potável, provam a falta de subsídio à integridade humana, visto que os
indivíduos são postos à margem do descaso. Ademais, tal condição supre a visão Determinista do século
XIX, que afirma que o homem é fruto de seu meio. Porém, se esse olhar não for combatido, ao final da
pena o indivíduo terá dificuldades para se reintegrar na sociedade e tenderá a viver do trabalho informal
ou, em muitos casos, voltar ao crime”

Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/modelo-de-redacao-o-sistema-carcerario-brasileiro-e-os-seus-efeitos-no-


seculo-xxi/47V/

4
Redação

Exercícios de fixação

1. Analise o fragmento abaixo:

Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando
enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos,
mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm
um custo incalculável para o meio ambiente.
Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente.

Identifique, no fragmento acima, quais estratégias argumentativas foram utilizadas para convencer o
leitor acerca da necessidade de adquirir hábitos de consumo consciente.

2. Não somos tão especiais


Todas as características tidas como exclusivas dos humanos são compartilhadas por outros animais,
ainda que em menor grau.
INTELIGÊNCIA: A ideia de que somos os únicos animais racionais tem sido destruída desde os anos
40. A maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de raciocínio.
AMOR: O amor, tido como o mais elevado dos sentimentos, é parecido em várias espécies, como os
corvos, que também criam laços duradouros, se preocupam com o ente querido e ficam de luto depois
de sua morte.
CONSCIÊNCIA: Chimpanzés se reconhecem no espelho. Orangotangos observam e enganam humanos
distraídos. Sinais de que sabem quem são e se distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.
CULTURA: O primatologista Frans de Waal juntou vários exemplos de cetáceos e primatas que são
capazes de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as gerações seguintes. O que é cultura se
não isso?
BURGIERMAN, D. Superinteressante, n. 190, jul. 2003.

O título do texto traz o ponto de vista do autor sobre a suposta supremacia dos humanos em relação
aos outros animais. Quais estratégias argumentativas foram utilizadas para sustentar esse ponto de
vista?

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 3 a 5:

Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira.


Diante desse cenário, vale ressaltar que, na sociedade contemporânea, os portadores de doenças
mentais ainda sofrem preconceito pela enfermidade ser uma espécie de defeito. De acordo com o
pensamento do filósofo Byung-Chul Han, a atual “Sociedade do Cansaço” preza pelo excesso de
produtividade em relação as mais diversas atividades cotidianas, como por exemplo, no trabalho e nos
estudos, motivados também pela exposição desses rendimentos nas redes sociais.
Consequentemente, os cuidados com a saúde mental ficam em segundo plano, visto que a procura por
psiquiatras e psicólogos seria uma demonstração de fragilidade em relação ao desempenho
insatisfatório perante o corpo social.

5
Redação

3. Indique a função de um tópico frasal. Depois, a partir da leitura do fragmento anterior, cite o período
que contempla essa parte do texto.

4. Identifique a estratégia argumentativa utilizada na ampliação do tópico frasal.

5. Que outras estratégias argumentativas poderiam ser utilizadas para fundamentar o mesmo parágrafo
de desenvolvimento?

6
Redação

Exercícios de vestibulares

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 1 a 4:

Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil – ENEM 2019.


Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema. As regiões
metropolitanas do país têm acesso a diversos tipos de produções, inclusive as premiadas internacionalmente,
enquanto cidades periféricas recebem apenas os chamados “blockbusters” – projeções que são recordes de
bilheteria. Isso pode ser explicado a partir do conceito de “indústria cultural” dos sociólogos Adorno e
Horkheimer porque há uma seleção do que determinados espectadores podem assistir, restringindo a apenas
o que é considerado cultura de massa.

1. De acordo com as funções do desenvolvimento aprendidas nesse módulo, pode-se considerar que o
parágrafo acima é exemplar? Justifique sua resposta.

2. Qual trecho apresenta o tópico frasal do argumento desenvolvido?

3. Qual trecho apresenta a fundamentação do tópico frasal?

4. Identifique as estratégias argumentativas utilizadas no parágrafo.

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 5 e 6:

Tema: A necessidade de discussão acerca do autismo no Brasil


Cabe destacar, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser elevado, foi necessário criar meios de
conscientização e informação sobre essa causa, tais como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo e
o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.

5. De acordo com as funções do desenvolvimento aprendidas nesse módulo, pode-se considerar que o
parágrafo acima é exemplar? Justifique sua resposta.

6. Reescreva o parágrafo anterior de modo que contemple as funções do desenvolvimento.

7
Redação

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 7 a 9:

Tema: O poder do jovem na sociedade brasileira


Diante desse cenário, cabe destacar, primeiramente, como as novas mídias sociais auxiliam o jovem no
combate a problemas da sociedade. Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais do
Rio de Janeiro, com o objetivo de recuperar o território dominado pelo poder paralelo. Nesse contexto, surge
o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os primeiros registros da ocupação, não só com o
compromisso de informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos seus limites.
Por esse motivo, hoje, Renê Silva, criador do veículo de notícias é um dos jovens mais influentes do mundo
por causa desse feito.

7. Os conectivos são utilizados tanto para retomar ou antecipar palavras na redação, quanto para garantir
a progressão textual. Em relação ao fragmento acima, indique qual palavra ou expressão permite a
identificação de uma sequência textual.

8. Sintetize em uma frase o argumento desenvolvimento no parágrafo acima.

9. Identifique as estratégias argumentativas que foram utilizadas no parágrafo.

10. (ENEM – 2018) Enquanto isso, nos bastidores do universo


Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o universo está
preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará você jogar fora seu atlas
e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira.
Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas pernas intactas
na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da frustração.
O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que escuta vozes.
No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação mais bombástica
dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca sua rotina de cabeça para
baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e tampouco imaginou que justo sua
grande paixão não iria. Quando achou que estava bela, não arrasou corações. Quando saiu sem
maquiagem e com uma camiseta puída, chamou a atenção. E assim seguem os dias à prova de
planejamento e contrariando nossas vontades, pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e
estejamos preparados para a melhor cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de
última hora, tornando surpreendente a nossa vida.
MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.

Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a tese apresentada nesse fragmento,
destaca-se a recorrência de
a) estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças da vida.
b) marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela autora.
c) formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de concretização das ações.
d) construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas pelo inesperado.
e) sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as situações apresentadas.

8
Redação

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O texto apresenta algumas consequêncisas causadas ao meio ambiente em função da poluição,


referindo-se mais especificamente às sacolas plásticas, as quais oferecem riscos irreversíveis.

2. O texto apresenta vários exemplos e comparações que tentam desconstruir a ideia de que o homem é
superior aos animais em algumas características ou funções, comprovando que esses aspectos também
podem ser reconhecido nos animais, “ainda que em menor grau”.

3. O tópico frasal tem como objetivo sintetizar as informações que serão apresentas no parágrafo de
desenvolvimento. No parágrafo em questão, o tópico frasal encontra-se no período “Diante desse cenário,
vale ressaltar que, na sociedade contemporânea, os portadores de doenças mentais ainda sofrem
preconceito pela enfermidade ser uma espécie de defeito.”

4. A estratégia argumentativa utilizada na ampliação do parágrafo foi a referência a um argumento de


autoridade. No caso, o autor de “Sociedade do cansaço”, Buyng-Chul Han.

5. Outras estratrégias argumentativas seriam a exemplificação, ao fazer referência aos influenciadores


digitais que postam vidas inatingíveis nas redes sociais e impactam a saúde mental dos usuários de
diversas redes sociais. Além disso, outra estratégia seria a utilização de dados estatísticos, ao apresentar
o Instagram como a rede social que mais impacta a saúde mental dos usuários. Veja mais sobre isso
em: https://super.abril.com.br/sociedade/instagram-e-a-rede-social-mais-prejudicial-a-saude-mental/

Exercícios de vestibulares

1. Sim. O parágrafo de desenvolvimento pode ser considerado exemplar, pois apresenta uma justificativa
sobre a tese no tópico-frasal – “a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema” – e a
fundamentação, elementos necessários para a construção de um parágrafo-padrão.

2. “Destaca-se, primeiramente, que a exibição de certos filmes é restrita a algumas salas de cinema.”

3. A fundamentação do tópico frasal foi feita a partir de uma estratégia de consequência – “As regiões
metropolitanas do país têm acesso a diversos tipos de produções, inclusive as premiadas
internacionalmente, enquanto cidades periféricas recebem apenas os chamados “blockbusters” –
projeções que são recordes de bilheteria.” – e causa – “Isso pode ser explicado a partir do conceito de
“indústria cultural” dos sociólogos Adorno e Horkheimer porque há uma seleção do que determinados
espectadores podem assistir, restringindo a apenas o que é considerado cultura de massa”.

4. As estratégias utilizadas para fundamentação do argumento foram: exemplificação (explicação sobre


os “blockbusters”) e argumento de autoridade (sobre o conceito de “indústria cultural” de Adorno e
Horkheimer).

9
Redação

5. De acordo com o tópico frasal do primeiro parágrafo de desenvolvimento, pode-se notar que serão
aprofundadas informações sobre o transtorno. No entanto, as ideias foram apresentadas de modo
superficial, porque fala-se sobre o “número de jovens dessa condição ser elevado”, mas não há nenhuma
evidência que comprove esse dado. Além disso, é necessário estabelecer o início, meio e o fim das ideias
do parágrafo, o qual se encontra sem a finalização das ideias.

6. Sugestão de reescritura: Destaca-se, primeiramente, a escassez de informações acerca do Transtorno


do Espectro Autista (TEA). De acordo com dados do IBGE, o Brasil possui cerca de 35 milhões de crianças
no Brasil, entre elas 241 mil seriam autistas. Devido ao número de jovens portadores dessa condição ser
elevado, foi necessário criar meios de conscientização e informação sobre essa causa, tais como o Dia
Mundial da Conscientização do Autismo e o “Abril Azul” – mês de luta pelos que vivem com o transtorno.
Assim, nota-se que houve uma grande evolução, porém medidas ainda são necessárias para ampliar o
conhecimento sobre essa questão, por causa da complexidade para o fechamento de diagnósticos e
para mitigar o preconceito em relação aos portadores do distúrbio.

7. A expressão “primeiramente” indica que o parágrafo apresentado é o primeiro de desenvolvimento. Além


disso, funciona como importante recurso coesivo na organização do texto.

8. Sugestão de resposta: A internet possibilita a mudança de vida de diversos jovens brasileiros.

9. As estratégias argumentativas utilizadas para o aprofundamento da argumentação foram: pequena


narrativa ilustrativa – “Em 2010, houve a invasão do Complexo do Alemão, pelos policiais do Rio de
Janeiro, com o objetivo de recuperar o território dominado pelo poder paralelo” – e exemplificação –
“surge o portal chamado “Voz das Comunidades” que transmitiu os primeiros registros da ocupação, não
só com o compromisso de informar sua vizinhança, mas também de levar a voz da favela para fora dos
seus limites.”

10. D
Ao longo da argumentação, a narradora usa recursos argumentativos que reforçam os contrastes, como
a conjunção adversativa “mas”, de ideias contrastantes. Isso corrobora também o caráter argumentativo,
pelo uso do operador argumentativo, introduzindo o argumento mais forte.

10
Sociologia

Ação Social em Weber

Objetivo
Aqui falaremos do método sociológico compreensivo, da ferramenta sociológica chamada “tipos ideais” e
todos os tipos de ação social

Se Liga
Ação social é um conceito que exprime a atividade dos sujeitos em sociedade sempre visando as relações
sociais. Pelo conceito de ação social podemos tentar entender principalmente por que as pessoas fazem o
que fazem.

Curiosidades
Sem o processo de socialização é impossível para um indivíduo viver em sociedade.

Teoria

Max Weber (1864 – 1920) foi um sociólogo, economista e historiador alemão, um dos fundadores da
Sociologia, juntamente com os outros dois sociólogos clássicos, Émile Durkheim (1858 – 1917) e Karl Marx
(1818 – 1883). Diferentemente de Durkheim, que defendia o método comparativo, e do materialismo dialético
de Marx, Weber desenvolveu um método de análise sociológica que ficou conhecido como método
compreensivo, que se tornou a segunda vertente do método sociológico, tendo surgido na Alemanha.

Weber defende que os fenômenos sociais exigem a formulação de um método próprio, distinto daquele
utilizado pelas Ciências Naturais. Enquanto as Ciências da Natureza explicam os fenômenos a partir da
regularidade que apresentam, as Ciências Sociais devem compreender as manifestações que ocorrem dentro
de uma sociedade. Isso só é possível, segundo Weber, através da análise dos sentidos atribuídos pelos
indivíduos à sua vida e à sua maneira de agir no âmbito da cultura da qual faz parte.

Isso significa uma grande mudança em relação ao método de Durkheim que, em As Regras do pensamento
sociológico (1895), defende um predomínio da sociedade em relação ao indivíduo. Ou seja, que os fatos
sociais existem independente da vontade dos indivíduos, além de serem gerais e coercitivos. Já para Weber,
cada fenômeno social tem uma particularidade que deve ser levada em conta pela análise sociológica, que
deve tornar compreensível e tentar interpretar as intenções e sentidos das ações dos indivíduos dentro de
uma certa cultura. Para Weber, observar a sociedade tal qual um fenômeno reproduzível a exaustão como os
cientistas fazem dentro dos laboratórios para determinar suas regras é uma impossibilidade já que a
sociedade não cabe num laboratório.

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Sociologia

Ou seja, não para ficar repetindo experimentos sociais como podemos testar o funcionamento da gravidade
(toda vez que você jogar algo para longe de um corpo massivo como o planeta Terra esse corpo puxará esse
objeto de volta, é batata). Além disso, há diversas implicações metodológicas e éticas em isolar um indivíduo
ou um grupo social num experimento. Como ter certeza de que os resultados serão confiáveis? Como saber
se o indivíduo reagiria, no interior da sociedade, da mesma maneira como se comporta num cenário
diferenciado? A quantidade de variáveis que podem interferir num fenômeno social é absurdamente grande e
tentar rastrear isso é um despropósito, já que a humanidade na sua unidade analisável (o indivíduo) se
apresenta imensamente diverso (em comparação) e volátil (em comportamento). O que queremos dizer com
isso? Queremos dizer que as pessoas são tão diferentes umas das outras e mudam tanto de comportamento
num período curto de tempo que é impossível buscar previsibilidade e regularidade como nas ciências
naturais. Devemos aceitar as limitações dessa prática científica e seguir o que importa para nós mesmos
(como cientistas e como pessoas), os motivos pelos quais fazemos o que fazemos.

A ferramenta metodológica weberiana por excelência, o tipo ideal


As implicações da postura teórico-metodológica de Weber são evidentes. Como já vimos, as ciências sociais
são muito diferentes das naturais. Também podemos concluir que a pretensa neutralidade da ciência é uma
impossibilidade nas ciências sociais, estamos inseridos naquilo que pesquisamos, diariamente produzimos
alterações, mudanças e interferências nos fenômenos sociais. Além disso, podemos imaginar que fazer
pesquisa sociológica para Weber é como procurar objetos em um cômodo escuro. Porque, diferente dos
outros clássicos, Weber não tem uma regra geral estruturante da sociedade. Seu objeto de estudo é o
indivíduo. Mas Weber não nos jogou despreparados nesse quarto, ele nos deu lanternas e bússolas. Esses
instrumentos de análise são os tipos ideais.

Os tipos ideais são representações perfeitas de um fenômeno. No tipo ideal estão listadas todas as
características que um fenômeno deve apresentar para ser classificado de uma dada forma. No entanto, o
mais importante sobre o tipo ideal é que ele não existe na realidade, porque ele é uma ideia. Ou seja, você
nunca vai encontrar num fenômeno que se manifeste exatamente como o tipo ideal afirma. Em vez disso,
você encontrará fenômenos muitos parecidos, que se desviam em um ou outro ponto do tipo ideal, mas
podem objetivamente ser enquadrados nele. O tipo ideal é uma concepção provisória sobre mundo, que nos
guia em busca da compreensão dos fenômenos, mas nunca submete a realidade a essa classificação. Essa
proposta de Weber é interessante porque nos permite usar uma ferramenta eficaz para identificar fenômenos
ao mesmo tempo que afirma a primazia da realidade sobre nossa subjetividade ao fazer uma análise.

Relação social e Ação social


Do ponto de vista do objeto, segundo Weber, a única coisa que pode ser, de fato, observada dentro de uma
sociedade são os indivíduos, a maneira como agem e como eles compreendem suas próprias ações. A
sociologia tem como tarefa fazer a descrição desses comportamentos, assim como interpretá-los. A unidade
mínima da análise sociológica, portanto, são os indivíduos, e eles praticam ações sociais que estão baseadas
na tradição, nos afetos ou na razão, o que nos remete a tese de Weber de que há quatro tipos fundamentais
de ações sociais que explicam as causas dos fenômenos que observamos nas sociedades, são elas: ações
tradicionais, ações afetivas, ações racionais orientadas para valores e ações racionais orientadas a fins.

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Sociologia

Foto de Kendsian Seruyan.


(Disponível em: https://bityli.com/5pxDl. Acesso em 15 jan 2021.)

Antes de apresentar os tipos ideais de ações sociais, é necessário definir ação social. O tipo ideal de ação
social é qualquer ação orientada a outra pessoa. São ações que levam em consideração alguém, que tem
como sentido um outro indivíduo (ou vários), ou uma ação em que resta uma expectativa. Normalmente essas
ações ocorrem no interior de relações sociais, que são comportamentos em que os indivíduos são um a
referência do outro para guiar suas ações, ou compartilham a referência de sentido que os orienta. Há na
relação social a noção de reciprocidade e compartilhamento, e a rede de relações sociais é que forma a
sociedade. O mais importante sobre as ações sociais é que não há uma ação que possa ser definida
previamente como um ou outro tipo. A ação de abrir um guarda-chuva, por exemplo, pode ser ou não uma
ação social e, sendo uma ação social, pode se enquadrar em mais de um tipo. Tudo depende do motivo pelo
qual uma pessoa abriu seu guarda-chuva.

As ações tradicionais são aquelas ações que se fundamentadas em hábitos ou costumes da tradição. Por
exemplo: Quando saímos de casa e nos dizem “Bom dia!” e respondemos também com um “Bom dia!”, trata-
se de uma ação social baseada no hábito, independentemente, por exemplo, de ser ou não, efetivamente, um
bom dia. Trata-se de uma forma de agir consolidada através do costume.
Já as ações afetivas são aquelas motivadas pelo estado emocional do indivíduo e não por conta da busca
por atingir qualquer fim. Por exemplo: Sair correndo ao receber uma ótima notícia. É importante ressaltar que,
para Weber, os tipos de ação não definem a realidade, mas o contrário. Essas classificações servem para
identificar ações sociais e buscar o sentido dessas ações, mas é perfeitamente possível que uma ação social
seja tradicional e afetiva, como almoçar à mesa no domingo com a família pode ser ao mesmo tempo um
hábito e uma possibilidade de estar com quem se gosta.

As ações racionais orientadas a valores são ações que se fundamentam nos valores dos indivíduos que as
praticam, ou seja, é quando os indivíduos agem levando em conta os seus princípios, independentemente das
consequências que essas ações possam ter. Não é o fim que orienta ação, mas sim o valor, seja ele estético,
ético, político, etc.… Por exemplo: No futebol quando um jogador faz uma jogada bonita ou dá um drible em
seu adversário, apenas pela beleza da jogada. Ou quando uma categoria faz uma manifestação para cobrar
melhores condições de trabalho, mesmo sabendo que pode acabar sofrendo represália.

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Sociologia

Por fim, temos as ações racionais orientadas a fins, que são aquelas ações que praticamos por fazermos um
cálculo racional para que possamos alcançar um certo fim que desejamos. Por exemplo: Se desejo me tornar
um músico, devo estabelecer os meios através dos quais posso atingir o meu objetivo, a minha finalidade,
que no caso é ser músico. Assim como no caso dos que buscam ser aprovados para um curso de nível
superior, eles devem organizar suas ações no intuito de atingir aquele objetivo. Qual será a melhor alternativa
para atingir o meu objetivo? Quando fazemos essa pergunta e orientamos nossas ações de maneira racional
a fim de atingir um objetivo, estamos praticando ações racionais orientadas a fins.

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Sociologia

Exercícios de fixação

1. Para que haja uma relação social, é fundamental que haja:


a) Expectativa
b) Reciprocidade
c) Sentido
d) Função

2. Quais ações sociais são típicas das sociedades modernas?

3. Por que a Sociologia deve se preocupar em compreender o sentido das ações dos indivíduos?

4. Nas ações sociais:


a) Os sujeitos compartilham o sentido da ação
b) Os sujeitos não se relacionam com nenhuma outra pessoa diretamente
c) As pessoas agem tendo como sentido outra pessoa

5. Por que Weber se distancia das ciências naturais?

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Sociologia

Exercícios de vestibulares

1. (UFU) Segundo as concepções de indivíduo e de sociedade na sociologia de Max Weber, assinale a


alternativa correta.
a) O indivíduo age socialmente, de acordo com as motivações e escolhas que possui e faz, podendo
estar relacionadas ou a uma tradição, ou a uma devoção afetiva ou, ainda, a uma racionalidade.
b) A sociedade se opõe aos indivíduos, como força exterior a eles, razão pela qual os indivíduos
refletem as normas sociais vigentes.
c) O gênero humano é, irremediavelmente, um ser social, condição expressa pelo fato dos homens e
mulheres fazerem a história, mas sempre a partir de uma situação dada.
d) O Estado capitalista nada tem a ver com as escolhas que os indivíduos fazem a partir das
motivações que possuem, sendo, na verdade, a expressão das classes sociais em luta.
e) O indivíduo age a partir do fato social, logo, definido pela sociedade.

2. “Eu não sou uma pessoa rica por enquanto, mas, se a gente aparenta pobreza, aí é que o dinheiro não
entra mesmo. Mas eu já posso dizer que tenho uma carreira, que tenho objetivos a serem alcançados.
E quando você tem uma carreira profissional pela frente, metas a serem atingidas, você tem que exibir
para o mundo o seu sucesso, mostrar para o mundo que você é capaz de vencer. Para ser vitoriosa,
você tem que parecer vitoriosa. E o sucesso sempre vai estar refletido na sua beleza. A roupa que se
usa é o retrato de quem se é.”
(SANT’ANNA, André. Questão Estética. Acesso em 25/05/2012.)
A mulher que escolhe a sua roupa segundo o sucesso que pretende alcançar está de acordo,
predominantemente, com qual dos tipos de ação social?
a) Ação tradicional.
b) Ação afetiva.
c) Ação racional referente a valores.
d) Ação racional referente a fins.
e) Ação convencional.

3. (UNICENTRO) A respeito do conceito, de Max Weber, de Ação Social é correto afirmar que
a) a ordem social obriga o indivíduo a maneira como ele deve agir em sociedade.
b) a motivação do indivíduo não interfere em sua ação social.
c) os valores sociais de um indivíduo não influenciam em sua ação social.
d) ação social e relação social têm o mesmo sentido e significado.
e) a ação social é a conduta humana dotada de sentido, o indivíduo a produz, por meio de valores
sociais e da sua motivação.

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Sociologia

4. (Unicentro) “Do ponto de vista do agente, o motivo é o fundamento da ação; para o sociólogo, cuja
tarefa é compreender essa ação, a reconstrução do motivo é fundamental, porque, da sua perspectiva,
ele figura como a causa da ação. Numerosas distinções podem ser estabelecidas e Weber realmente
o faz. No entanto, apenas interessa assinalar que, quando se fala de sentido na sua acepção mais
importante para a análise, não se está cogitando da gênese da ação, mas sim daquilo para o que ela
aponta, para o objetivo visado nela; para o seu fim, em suma.”
(COHN, Gabriel (Org.). Max Weber: sociologia. São Paulo: Ática, 1979.)
A categoria weberiana que melhor explica o texto em evidência está explicitada em
a) A ação social possui um sentido que orienta a conduta dos atores sociais.
b) A luta de classes tem sentido porque é o que move a história dos homens.
c) Os fatos sociais não são coisas, e sim acontecimentos que precisam ser analisados.
d) O tipo ideal é uma construção teórica abstrata que permite a análise de casos particulares.
e) O sociólogo deve investigar o sentido das ações que não são orientadas pelas ações de outros.

5. Leia o texto a seguir.


Uma conduta plural – de várias pessoas – que, pelo sentido que encerra, se apresenta como
reciprocamente referida, orientando-se por essa reciprocidade.
(CASTRO, A. M.; DIAS, E. F. Introdução ao Pensamento Sociológico. Rio de Janeiro: Eldorado, 1975. p.119.)
Com base nos conhecimentos sobre a teoria sociológica de Max Weber, assinale a alternativa que
nomeia, corretamente, o conceito explicitado pelo texto.
a) Consciência coletiva.
b) Consciência individual.
c) Classe social.
d) Estrutura social.
e) Relação social.

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Sociologia

6. (UEL) Os documentos de identificação individual podem ser analisados sob a perspectiva dos estudos
weberianos a respeito da sociedade moderna.

Sobre essa análise, assinale a alternativa correta.


a) A ação racional com relação a valores é o tipo conceitual que explica o uso do CPF, uma vez que
se refere às riquezas do indivíduo.
b) A adoção de documentos de identificação pessoal corresponde aos interesses dos indivíduos pelo
prestígio social.
c) A identificação pelo CPF é um exemplo de imitação e de ação condicionada pelas massas,
fenômenos comuns na sociedade moderna.
d) CPF e documentos pessoais fortalecem o processo de desburocratização das estruturas racionais
de dominação.
e) O uso do CPF é uma ação dotada de sentido, isto é, compreensível pelos demais indivíduos
envolvidos na situação.

7. (UEMA) No conjunto da sua Sociologia compreensiva, o sociólogo alemão Max Weber define ação
social como ação
a) racional em que o agente associa um sentido objetivo aos fatos sociais.
b) desprovida de sentido subjetivo e motivacional.
c) humana associada a um sentido objetivo.
d) cuja intenção fomentada pelos indivíduos se refere à conduta de outros, orientando-se por ela.
e) não orientada significativamente pela conduta do outro em prol de um bem comum

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Sociologia

8. A Sociologia constitui-se como uma ciência que busca estudar os aspectos sociais da relação dos
indivíduos por meio de um estudo crítico, distante e sistemático dos fenômenos sociais.
Com base em alguns autores da Sociologia que se propõem a interpretar o mundo, assinale a
alternativa correta.
a) Para Durkheim, a análise da luta de classes possibilita desvelar a realidade social para a
compreensão da sociedade e sua posterior transformação.
b) Para Marx, a análise do fato social em oposição ao trabalho possibilita entender a sociedade por
meio do conceito de habitus.
c) Para Durkheim, a compreensão das relações e das instituições sociais possibilita compreender as
estruturas e levar ao socialismo utópico.
d) Para Weber, a compreensão da ação social do indivíduo em relação aos outros possibilita entender
a sociedade.
e) Segundo Comte, cada sociedade tem sua trajetória histórica de desenvolvimento e é impossível
compará-las.

9. O autor clássico da Sociologia Max Weber, diante da complexidade e multiplicidade das ações sociais
presentes na sociedade, utiliza o denominado “tipo ideal” ou “tipo puro” em suas análises sociológicas.
Com base nos conhecimentos prévios sobre o tipo ideal, na sociologia compreensiva de Max Weber,
assinale a alternativa correta.
a) A construção do tipo ideal representa um conjunto de conceitos provisórios que orienta as
análises sociológicas sobre as ações sociais.
b) A construção do tipo ideal permite a verificação sociológica da existência de um sentido objetivo
e uma lei explicativa para as ações sociais.
c) O tipo ideal é o meio através do qual se determina o devir histórico das ações sociais
empreendidas pelas classes.
d) O tipo ideal exprime o fim justo e verdadeiro da explicação sociológica sobre as relações causais
entre as ações sociais.
e) O tipo ideal significa a aplicação de um sistema ético e moral na pesquisa sociológica sobre as
ações sociais.

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Sociologia

10. (UEL) Leia o texto a seguir, escrito por Max Weber (1864-1920), que reflete sobre a relação entre
ciência social e verdade:
“[...] nos é também impossível abraçar inteiramente a sequência de todos os eventos físicos e mentais
no espaço e no tempo, assim como esgotar integralmente o mínimo elemento do real. De um lado,
nosso conhecimento não é uma reprodução do real, porque ele pode somente transpô-lo, reconstruí-lo
com a ajuda de conceitos, de outra parte, nenhum conceito e nem também a totalidade dos conceitos
são perfeitamente adequados ao objeto ou ao mundo que eles se esforçam em explicar e compreender.
Entre conceito e realidade existe um hiato intransponível. Disso resulta que todo conhecimento,
inclusive a ciência, implica uma seleção, seguindo a orientação de nossa curiosidade e a significação
que damos a isto que tentamos apreender”.
(Traduzido de: FREUND, Julien. Max Weber. Paris: PUF, 1969. p. 33.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que, para Weber:
a) A ciência social, por tratar de um objeto cujas causas são infinitas, ao invés de buscar compreendê-
lo, deve limitar-se a descrever sua aparência.
b) A ciência social revela que a infinitude das variáveis envolvidas na geração dos fatos sociais
permite a elaboração teórica totalizante a seu respeito.
c) O conhecimento nas ciências sociais pode estabelecer parcialmente as conexões internas de um
objeto, portanto, é limitado para abordá-lo em sua plenitude.
d) Alguns fenômenos sociais podem ser analisados cientificamente na sua totalidade porque são
menos complexos do que outros nas conexões internas de suas causas.
e) O obstáculo para a ciência social estabelecer um conhecimento totalizante do objeto é o fato de
desconsiderar contribuições de áreas como a biologia e a psicologia, que tratam dos eventos
físicos e mentais

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
Para que uma relação social se construa deve haver mais que sentido nas ações. Os sujeitos devem ter
uma reciprocidade de sentido, ou seja, um ser o sentido do outro.

2. Ações racionais orientadas a valores e orientadas a fins

3. Porque é o sentido que dá forma a sociedade. A sociedade só existe a partir da agência das pessoas e é
fruto das intenções e vontades dos indivíduos, tanto em harmonia como em conflito.

4. C
Uma ação social é aquela em que o agente tem como sentido, motivação ou expectativa uma outra
pessoa, independente do efeito.

5. Porque produzir conhecimento holisticamente sobre a sociedade a partir das noções de previsibilidade
e regularidade é impossível, já que o ser humano e sua organização social é extremamente volátil

Exercícios de vestibulares

1. A
Para Weber, o centro da análise sociológica deve ser o comportamento dos indivíduos e não a sociedade
tomada em sua generalidade ou os padrões sociais. O indivíduo em suas motivações subjetivas e
interações sociais é que é o centro - isto, naturalmente, sem negar que as instituições sociais influenciam
o comportamento dos indivíduos.

2. D
Trata-se de um exemplo claríssimo de uma ação racional com relação a fins, que é a ação social utilitária,
na qual se estabelece um determinado objetivo e se buscam os meios para realizá-lo do modo mais
eficiente possível.

3. E
Perfeita, a opção correta apenas exprime em outras palavras a famosa definição weberiana de ação
social, segundo a qual esta é uma ação dotada de sentido subjetivo e que sempre envolve uma relação
ou expectativa de relação para com o outro.

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Sociologia

4. A
Para Weber, o que diferencia a ação humana das ações de todos os outros seres, vivos ou não, é que ela
sempre tem um sentido subjetivo, uma motivação. Cabe ao sociólogo investigar as ações sociais, isto é,
as ações humanas que envolvem alguma relação ou expectativa de relação para com o outro.

5. E
Weber descreve a relação social como um comportamento, ou um conjunto de ações, que envolva
reciprocidade de compartilhamento no sentido que o oriente, realizado dois ou mais pessoas. Ou seja,
uma relação social é um comportamento apresentado por dois ou mais indivíduos orientado
culturalmente, com um motivo relacionado e com alguma expectativa envolvida.

6. E
O uso do CPF é um claro exemplo de ação social, isto é, de uma ação dotada de motivação (no caso, a
identificação pessoal) e que está relacionada ao outro (por exemplo, a fim de se obter de um funcionário
certa informação)

7. D
Os erros da A são dizer que ação social é necessariamente racional e que ela tem um sentido objetivo. A
opção B é o exato contrário do que Weber defendia. A opção C repete um dos erros da A. A Letra E nega
a dimensão social da ação social, o que é contraditório.

8. D
Como afirmado por Weber, dada a impossibilidade de compreender a sociedade em sua totalidade ou
em sua estrutura, importa para a Sociologia perseguir o motivo pelo qual os indivíduos fazem o que
fazem. Por isso, Weber defende que as ações dos indivíduos sejam investigadas para se entender porque
e como as relações sociais se dão, compreendendo assim, mesmo que limitadamente, a sociedade.

9. A
Na ausência de uma compreensão completa e perfeita da realidade, o sociólogo se vale do tipo ideal,
uma representação provisória da realidade que o permitirá compreender os fenômenos sociais,
orientando sua análise como uma bússola.

10. C
Mais talvez do que qualquer dos outros grandes sociólogos, Weber tinha uma profunda consciência das
limitações do conhecimento sociológico, como se evidencia no texto. Isso, contudo, não o levou a
defender que a sociologia deveria ser um saber meramente descritivo.

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APRO DAMENTO
Semana 6
Semana

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Biologia

Distúrbios alimentares e dietas

Teoria

Distúrbio alimentar é qualquer transtorno que causa prejuízo à saúde relacionada à nutrição do indivíduo. A
alimentação é importante para obter nutrientes para geração de energia e manutenção do metabolismo.

Distúrbios alimentares
O hipotálamo é uma estrutura cefálica responsável pelo controle de diferentes partes do nosso metabolismo,
incluindo as sensações de fome e saciedade.

Algumas doenças ligadas à alimentação estão relacionadas ao controle nervoso, mas também podem ser
agravadas ou mesmo causadas por fatores psicológicos. Dentre elas, podemos podemos citar a anorexia e a
bulimia, em que neurônios anorexigênios são mais ativos, e a compulsão alimentar, em que neurônios
orexigênicos são mais ativos.
● Anorexia: O indivíduo evita ou até mesmo deixa de comer com objetivo de perder peso, mesmo que não
haja necessidade. Como há redução da alimentação, também há redução do consumo de glicose, e o
corpo deixa de ter energia para realizar as atividades metabólicas. Pode haver perda de densidade óssea
e massa muscular, além de redução na produção de hormônios. Em casos mais graves, afeta o coração
e os rins, podendo também levar à falência de diversos órgãos e à morte.
● Bulimia: Após a alimentação, força-se o vômito ou há uso de laxantes para retirar de maneira forçada o
alimento do corpo, com o pensamento de não ganhar o peso do alimento ingerido. Pode gerar problemas
em todo o sistema digestivo, como gastrites, além de desidratação, corrosão dos dentes e também perda
de nutrientes. Em casos mais intensos, pode gerar câncer na faringe.
Na bulimia nervosa, ocorre a perda de controle alimentar, ingerindo-se uma grande quantidade de alimentos,
não necessariamente saudáveis, enquanto na anorexia nervosa, a pessoa deixa de se alimentar, fazendo de
tudo para perder massa corporal (mesmo que já não a tenha). Ambos os casos podem estar relacionados a
fatores psicológicos, como a baixa auto-estima.
● Compulsão alimentar: O indivíduo come descontroladamente. Há risco de obesidade, hipertensão e
diabetes.

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Biologia

Existem outros distúrbios que podem estar associados a fatores psicológicos e dieta: a vigorexia é uma
obsessão pelo corpo perfeito, com prática exagerada de exercícios, e a ortorexia é um controle obsessivo da
qualidade dos alimentos e das calorias ingeridas.

Fonte: Escola Médica UNIFENAS. Disponível em: https://unifenasresumida.blogspot.com/2012/04/controle-da-fome.html

Outras regiões do corpo ajudam no controle hormonal da alimentação. A grelina, produzida no estômago, dá
a sensação de forme, e a leptina, produzida no tecido adiposo branco, reduz a sensação de fome. Esses
hormônios também podem se relacionar à atividade neuronal do hipotálamo, influenciando nos distúbios
anteiormente citados.

Dietas
Existem diferentes tipos de dietas, e é importante lembrar, antes de tentar qualquer uma delas, que cada
metabolismo reage de forma diferente às mudanças nos hábitos alimentares. Além disso, as pessoas
possuem diferentes tipos de metabolismo, logo, não é recomendado seguir uma dieta baseando-se em
resultados de outras pessoas ou apenas em buscas rápidas na internet. Dentre as dietas mais conhecidas,
podemos citar:
● Controle calórico: visa reduzir o consumo de calorias, com um aumento de exercícios, para utilizar as
reservas energéticas do corpo (carboidratos e lipídios) e assim perder peso.
● Cetogênia: com restrição ou mesmo exclusão de consumo de carboidratos. Pode gerar cansaço e mau
hálito, e até lesões hepáticas e aumento do colesterol.
● Jejum intermitente: não se alimentar por um grande período de horas.

Metabolismo
Dois conceitos são importantes para entender a nutrição:
● Subnutrição: quando há baixa ingestão de moléculas orgânicas. Costuma ser causada pela falta de
alimentação.
● Desnutrição: quando há baixa ingestão, por tempo prolongado, de nutrientes essenciais, aqueles não
produzidos pelo nosso organismo, como aminoácidos, vitaminas, sais minerais e alguns lipídios.
Costuma ser causada por uma dieta pouco diversa.

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Biologia

A glicose é a principal molécula utilizada no metabolismo energético. Ela é absorvida pelas células com a
ação do hormônio insulina, podendo ser utilizada diretamente para o metabolismo ou então ser armazenada
na forma de glicogênio no fígado e no músculo. Quando a quantidade de glicose é baixa no sangue, o
hormônio glucagon é liberado, fazendo com que o glicogênio do fígado se quebre e libere moléculas de
glicose para o metabolismo. O glicogênio muscular é utilizado apenas pelas células musculares, não sofrendo
com a ação do glucagon.

Sobre as vitaminas, podemos citar algumas hipovitaminoses, problemas causados pela carência de
vitaminas:

Vitaminas Hipovitaminose Alimentos


Lipossolúveis
A Cegueira noturna, pele e mucosas secas Alimentos alaranjados, fígado
D Raquitismo, osteoporose Fígado, ovo, manteiga, cogumelo
E Problemas neuromusculares e cardiovasculares Fígado, ovo, azeite, cereais, banana
K Hemorragias Legumes, carne de vaca, ovo
Hidrossolúveis
C Falta de apetite, escorbuto Espinafre, frutas cítricas
B1 Fadiga, beribéri, paralisia muscular, perda de Farinhas, ovo, carne de vaca
equilíbio
B2 Fotofobia, anemia, inflamações Fígado, espinafre, ovo
B3 Pelagra (dermatite, diarréia e demência) Cereais, soja, peixe, fígado
B6 Fadiga, vômito, vertigem Banana, fígado, carne de aves, feijão
B12 Anemia perniciosa Carne, ovo, cevada, cereais, leveduras

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Biologia

Proteínas
A carência de proteínas provoca atrofiamento (falta de desenvolvimento) dos músculos, aumento do ventre
(através da retenção de líquidos), diminuição na resistência às doenças e atraso intelectual. Já o excesso de
proteínas pode provocar problemas renais e inflamações nas articulações.

Carboidratos
A carência de carboidratos pode provocar emagrecimento, falta de força e fadiga muscular, e afeta o
funcionamento do cérebro. Já o excesso de carboidratos no corpo pode provocar obesidade, doenças
cardiovasculares, diabetes, etc.

Lipídios
A carência de lipídios no organismo pode causar a dermatite (eczema), uma sensação de frio acentuada, a
diminuição na produção de alguns hormônios, o comprometimento no revestimento da célula nervosa
(bainhas de mielina) e a diminuição na produção de vitaminas lipossolúveis. Já a o excesso causa obesidade,
colesterol elevado, complicações cardiovasculares, doenças degenerativas (como a esclerose múltipla).

Sais minerais
● Sódio: a carência desse sal causa câimbras, desidratação, tonturas e hipotensão arterial. Já o excesso
pode causar retenção de líquido, pressão arterial alta, aumenta a probabilidade de sofrer AVE (acidente
vascular encefálico), reduz a densidade óssea (pode causar osteoporose) e aumenta o risco de pedras
nos rins.
● Cálcio: a falta de cálcio no organismo pode causar deformação óssea, osteoporose, fraturas, fraqueza
muscular. Já o excesso pode causar o aparecimento de cálculos renais ou insuficiência renal.

● Ferro: a carência de ferro predispõe à fadiga crônica, por causa da quantidade reduzida de oxigênio para
os tecidos, o que é chamado de anemia. O excesso é tóxico, causando lesões nos tecidos e também
distúrbios gastrointestinais.

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Biologia

Exercícios

1. O índice de massa corpórea (IMC) é uma medida que permite aos médicos fazer uma avaliação
preliminar das condições físicas e do risco de uma pessoa desenvolver certas doenças, conforme
mostra a tabela abaixo.

Considere as seguintes informações a respeito de João, Maria, Cristina, Antônio e Sérgio.

Os dados das tabelas indicam que


a) Cristina está dentro dos padrões de normalidade.
b) Maria está magra, mas não corre risco de desenvolver doenças.
c) João está obeso e o risco de desenvolver doenças é muito elevado.
d) Antônio está com sobrepeso e o risco de desenvolver doenças é muito elevado.
e) Sérgio está com sobrepeso, mas não corre risco de desenvolver doenças.

2. Nos últimos anos, a obesidade tem crescido consideravelmente entre crianças e adolescentes em
nosso país, tornando-se um problema nutricional altamente significativo, visto que pode trazer
consequências drásticas à saúde.
Considerando a conduta a ser tomada diante de erros alimentares e/ou comportamentais, assinale a
alternativa correta.
a) Erro alimentar: doces, salgadinhos e fast-food;
Conduta: controlar a quantidade, porém liberando nos finais de semana, feriados e ocasiões
especiais.
b) Erro comportamental: Comer rápido;
Conduta: Aumentar a quantidade de alimento por garfada para estimular o tempo de mastigação.
c) Erro alimentar: sobremesas;
Conduta: se desejado, comer diariamente, porém em quantidades limitadas.
d) Erro Alimentar: nenhuma fruta e hortaliça;
Conduta: incentivar a experimentar pequenos pedaços; experimentar novas formas de preparo.
e) Erro comportamental: líquidos durante as refeições;
Conduta: Estimular o consumo de líquidos imediatamente antes de cada refeição.

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Biologia

3. A nutricionista Valéria Ribeira, da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, avaliou o padrão
alimentar de 185 calouros da instituição, dos quais 85% moram sozinhos ou em repúblicas. Comprovou
o desmazelo típico da fase dos 18 anos. A maioria deles despreza alguma refeição principal (57%),
rejeita hortaliças (79%) e só 25% consomem frutas cinco ou mais vezes por semana. Cerca de 57%
levam vida sedentária e a maioria consome álcool.
Revista "Época" - 26/03/2003

Esse modo de vida pode provocar várias alterações no equilíbrio do organismo. Dentre essas alterações
NÃO se pode citar:
a) o aumento do risco de infarto, pela combinação de ingestão de álcool e hábito sedentário.
b) a desnutrição, por não realizar refeições principais regularmente.
c) a diminuição dos movimentos peristálticos, por falta de fibras vegetais obtidas das hortaliças.
d) as hipovitaminoses, como conseqüência da falta de frutas, importantes fontes de vitaminas.
e) a diminuição da massa muscular, por falta de proteínas obtidas dos vegetais.

4. Na desnutrição energético-proteica grave podem ocorrer alterações hormonais importantes (dentre as


quais a redução da produção de insulina) que leva aos seguintes efeitos metabólicos.
a) Redução da síntese de proteína muscular, redução da lipogênese e prejuízo no crescimento;
b) Aumento da síntese de proteína visceral, aumento da produção de hormônio do crescimento,
redução da síntese de colágeno;
c) Redução da lipólise, redução do volume sanguíneo e prejuízo no crescimento;
d) Aumento da produção de hormônio do crescimento, redução da lipogênese e redução da oxidação
da glicose;
e) Aumento da síntese de proteína visceral, redução da oxidação da glicose, redução do volume
sanguíneo.

5. Explique a importância do pâncreas sob o aspecto de glândula mista no organismo humano.

6
Biologia

6. A tirinha abaixo faz referência ao consumo de vegetais. A celulose, carboidrato encontrado na parede
das células vegetais, confere rigidez e firmeza às plantas. A digestão desse carboidrato é difícil, sendo
raros os organismos que possuem a enzima celulase necessária à sua quebra. Nos seres humanos,
por exemplo, pela falta dessa enzima, a celulose forma as fibras vegetais, que não são digeridas nem
absorvidas pelo tubo digestório.

a) Explique por que uma alimentação rica em fibras vegetais é importante para a saúde.
b) Além de fibras, muitos vegetais são ricos em micronutrientes, como as vitaminas e os sais
minerais. A consequência da carência desses nutrientes pode ser considerada um fator para o
desenvolvimento de várias doenças. Cite três problemas que ocorrem pela deficiência de
vitaminas A, C e do ferro, assim como em que tipo de alimentos é possível encontrá-los.

7. Em menos de uma hora, Magali tomou um litro de sorvete de chocolate. Sua mãe repreendeu-a e a
proibiu de tomar sorvete por um mês. Revoltada, Magali resolveu fazer greve de fome e passou todo o
dia seguinte sem se alimentar.
Explique como os hormônios do pâncreas atuaram para manter a concentração de glicose sanguínea
em níveis constantes, quando Magali:
a) consumiu o sorvete;
b) fez greve de fome.

8. O seguinte texto foi extraído do folheto “Você tem diabetes? Como identificar”, distribuído pela empresa
Novo Nordisk: A glicemia (glicose ou açúcar no sangue) apresentou variações durante o dia,
aumentando logo após a ingestão de alimentos e diminuindo depois de algum tempo sem comer. A
elevação constante da glicose no sangue pode ser sinal de diabetes. (...)
a) Por que nos não diabéticos a glicemia aumenta logo após uma refeição e diminui entre as refeições?
b) Explique por que uma pessoa com diabetes melito apresenta glicemia elevada constante.

7
Biologia

Gabarito

1. C
Cristina possui IMC 15, logo está classificada em magreza; Maria possui IMC 20, e está dentro da
normalidade; João possui IMC 35, e está classificado como obeso, com risco elevado de doenças;
Antônio possui IMC 28, e tem as mesmas condições que João; Sérgio tem IMC 45, está com obesidade
grave, e o risco de desenvolver doenças é muitíssimo elevado.

2. D
Não fazer consumo de vegetais caracteriza um comportamento que pode influenciar o desenvolvimento
da obesidade. Sendo assim, é importante estimular o consumo de frutas e hortaliças.

3. E
As maiores fontes de proteínas podem ser de origem animal, através das carnes, ou dos vegetais, através
das leguminosas. O texto não menciona esses alimentos, logo, pelas informações fornecidas, a
diminuição da massa muscular não é um dos problemas que ocorrerão inicialmente por essa dieta
deficiente.

4. A
Com uma menor ingestão de alimentos energético-proteicos, o indivíduo perderá nutrientes provenientes
de carboidratos e proteínas, o que irá reduzir a massa muscular, não haverá formação de estoque de
lipídios (lipogênese), pois este será utilizado no metabolismo energético, e também haverá alterações na
produção de hormônios proteicos, como a insulina citada no enunciado e o GH, hormônio do
crescimento, que também possui constituição proteica.

5. O pâncreas é uma glândula mista com função endócrina e exócrina. É importante no processo digestivo,
pela produção e liberação de enzimas através do suco pancreático, e também no controle hormonal da
glicemia, pela ação dos hormônios insulina e glucagon.

6.
a) As fibras vegetais são importantes para formar o bolo fecal, fazendo com que o alimento passe de
maneira mais lenta pelo intestino, permitindo a absorção de nutrientes e água com maior eficiência.

b) Vitamina A: a deficiência causa a cegueira noturna. Pode ser encontrada em alimentos alaranjados,
como cenouras. Vitamina C: a deficiência causa o escorbuto. Pode ser encontrado em alimentos
cítricos, como limão e laranja. Ferro: a deficiência causa anemia ferropriva. Pode ser encontrado em
carnes vermelhas e vegetais verde-escuros, dentre outros.

7.
a) Ao consumir o sorvete, rico em glicose, o pâncreas de Magali secretou a insulina, hormônio
hipoglicemiante.
b) Na greve de fome, haverá secreção do glucagon pelo pâncreas. Esse hormônio estimula a quebra do
glicogênio hepático, ou seja, apresenta função hiperglicemiante.

8
Biologia

8.
a) Após as refeições, ocorre aumento da concentração de glicose no sangue, em consequência da
absorção no tubo digestório. Entre as refeições, parte da glicose é oxidada nas células como fonte de
energia, e outra parte é armazenada no fígado e nos músculos na forma de glicogênio.
b) O diabético possui deficiência de insulina (ou nos receptores de insulina), dificultando a entrada de
glicose nas células e aumentando sua concentração no sangue (hiperglicemia).

9
Filosofia

Platão

Teoria

Platão se dedicou a resolver o impasse filosófico criado pelo


antagonismo entre o pensamento de Heráclito e Parmênides. Heráclito
estaria certo ao observar o movimento, a mudança e a impermanência,
pois focava no mundo sensível. A matéria é imperfeita, por isso, não
consegue manter sua identidade. A experiência no mundo material é
uma experiência contraditória, qualquer observação sobre o mundo
das aparências produzirá opiniões contraditórias. Já Parmênides,
estava correto ao exigir que a filosofia abandonasse o mundo material.
O que é verdadeiro, e deve ser buscado, é o que permanece, o Ser, uno
imutável, idêntico, eterno, inteligível. Assim surge uma das teorias mais
fundamentais para a compreensão do pensamento platônico a sua
famosa teoria das ideias. Ela afirma que existem dois mundos, a saber:
o mundo sensível e o mundo inteligível. O mundo sensível é
exatamente este mundo que nós habitamos, ou seja, o mundo terreno
da matéria, onde estão presentes todos os objetos materiais.
Todas as coisas do mundo sensível, então, estão sujeitas à geração e à corrupção, podendo deixar de ser o
que são e se transformar em outra coisa, esse é o mundo da variação, da mudança, da transformação. No
entanto, por que Platão nomeia este mundo de habitamos de mundo sensível? Exatamente porque nós
apreendemos esse mundo através de nossos sentidos, ou seja, nós percebemos as coisas desse mundo por
intermédio dos cinco sentidos (visão, tato, olfato, paladar, audição). Mas e o que é, então, o mundo inteligível
para Platão?

O mundo inteligível ou mundo das ideias ou mundo das Formas é um mundo


superior, apenas acessível ao nosso Intelecto e não aos nossos sentidos, que
nada mais é do que o mundo do conhecimento ou da sabedoria. É
contemplando as ideias do mundo inteligível através de nossa alma que
podemos conhecer as coisas. Assim, o mundo inteligível é composto de ideias
perfeitas, eternas e imutáveis, que podemos acessar através da nossa razão.
Todas as coisas (materiais) que existem aqui no mundo sensível correspondem
a uma ideia ou Forma lá no mundo das ideias. No mundo inteligível estão as
essências ou a origem de todas as coisas que observamos no mundo sensível.
Assim, a origem das cadeiras que existem no mundo sensível é a ideia de
cadeira. O que existe realmente é a ideia, enquanto a coisa material só existe
enquanto participa de ideia dessa coisa. Essa é a teoria da participação em
Platão: Uma coisa só existe na medida em que participa da ideia dessa mesma
coisa. Portanto, segundo Platão, a ideia é anterior às próprias coisas. Seguindo
o nosso exemplo, a ideia de cadeira é anterior à existência das cadeiras
particulares.

8
Filosofia

Percebemos então em Platão um dualismo, a


existência de duas instâncias de realidade, o
mundo sensível e o inteligível. Para ilustrar seu
pensamento Platão recorre a uma alegoria,
conhecida comumente como mito da caverna.
Platão inicia narrando um cenário onde homens
estão presos no interior de uma caverna desde
pequenos. Estão acorrentados e não conseguem
ver a entrada do recinto, fitando apenas o fundo.
Atrás deles, fora da caverna, pessoas transitam
com objetos nas mãos. Essas pessoas estão
entre a caverna e uma fogueira, de modo que a luz
emitida pela fogueira projeta as sombras das
pessoas no fundo da caverna.
Tudo o que esses prisioneiros contemplaram até o momento são as sombras das pessoas transitando entre
a caverna e a fogueira. Essa é toda a realidade que conhecem. No entanto, um preso se liberta e percebe que
o que viu a vida inteira são meras sombras. Existe algo além, uma realidade superior que guarda a verdade.
Ao tentar sair da caverna o prisioneiro terá dificuldades, pois a abundância de luz o incomodará. Adaptado à
nova condição, o preso agora pode contemplar a realidade tal qual é, não apenas um reflexo. Sentindo um
compromisso de ajudar seus companheiros prisioneiros, o agora homem liberto retorna a caverna revelando
a verdade sobre o mundo. Ocorre que, acostumados com a situação que vivem, esses homens irão caçoar da
ideia absurda de sair da caverna. Caso o prisioneiro liberto insista, chegará ao ponto de, sendo considerado
louco, ser morto pelos seus companheiros. Assim, Platão estabelece a diferença entre mundo sensível e
mundo inteligível. O primeiro mutável e imperfeito; o segundo eterno e perfeito, onde todas as ideias derivam
da ideia do bem.

O processo de conhecer para Platão se submete a esse dualismo. Conhecer a verdade significa passar
gradualmente das sombras e aparências para as essências. A primeira etapa do conhecimento é a doxa. Ela
é definida pelas impressões ou sensações advindas dos sentidos. A doxa é todo saber que se adquire sem
uma busca metódica. Mas, para obter um conhecimento autêntico, é preciso aplicar um método que permita
ultrapassar os sentidos. Rejeitando a doxa, o homem deveria desenvolver o amor pela sabedoria (filosofia).O
método proposto por Platão é a dialética. Equivalente aos diálogos críticos de Sócrates, ela consiste em
contrapor uma opinião à crítica possível, ou seja, uma tese que será confrontada com sua antítese (a negação
dessa tese), produzindo uma purificação racional dessa tese, permitindo alcançar a verdade. É por esse
processo que ocorre a reminiscência.
Segundo Platão, o ser humano é formado de uma parte mortal, a saber, o corpo; e uma parte imortal, a saber:
a alma; antes de habitarmos este mundo, nossa alma habitava o mundo das ideias. Lá ela possuía todo o
conhecimento possível, não era ignorante a respeito de nada.
No entanto, quando nossa alma se junta ao corpo, ela acaba se esquecendo de tudo aquilo que ela sabia lá
no mundo das ideias. Assim, o conhecimento para Platão é reminiscência (ou seja, lembrança) daquilo que
nossa alma já viu quando habitava o mundo inteligível. Conhecer é, portanto, nada mais do que lembrar, trazer
de volta à memória aquilo que já vimos em outro mundo.

8
Filosofia

Como vimos, todo o pensamento de Platão está submetido à


teoria das ideias. Faz sentido, já que para ele essa teoria explica a
própria existência. Na política não seria diferente. Platão acredita
que a ideia de bem é a ideia que dá origem a todas as outras (ela
representa o sol na alegoria da caverna). Para governar de
maneira justa, o filósofo acredita que o líder deve ser capaz de
acessar essa ideia. Para alcançar essa ideia, como tratamos no
método dialético, o líder deveria ser um filósofo, pois a única
forma de chegar até o conhecimento verdadeiro é a filosofia.
Assim é proposta a sofocracia, o governo dos reis-filósofos na
pólis ideal, Calípolis.
Platão define que a cidade ideal deveria seguir a categorização
das almas dos indivíduos (concupiscente, a irascível e a racional), dividindo-se assim em três grandes grupos:
● Produtores: responsáveis pela produção econômica, como os artesãos e agricultores, criadores de
animais etc. Esse grupo corresponderia à alma concupiscente;
● Guardiões: responsáveis pela defesa da cidade, como os soldados. Esse grupo corresponderia à alma
irascível;
● Governantes: responsáveis pelo governo da cidade. Esse grupo corresponderia à alma racional.
Assim como o indivíduo deve alcançar o equilíbrio entre as três almas, a justiça na pólis se dará pelo equilíbrio
das funções executadas por cada grupo social. Além disso, Platão entende que esse equilíbrio no indivíduo
deve ser alcançado pela educação e que a alma racional deve preponderar. Também a organização da pólis
deve seguir essa concepção. Os indivíduos então deveriam ter igual acesso à educação para que o processo
definisse quem executaria qual função, conforme suas aptidões.

Veja aqui o vídeo desse mapa mental.

Exercícios

8
Filosofia

1. Para Platão, o mundo sensível, que se percebe pelos sentidos, é o mundo da multiplicidade, do
movimento, do ilusório, sombra do verdadeiro mundo, isto é, o mundo inteligível das ideias. Sobre a
filosofia de Platão, assinale o que for correto.
(01) É com a teoria da reminiscência que Platão explica como é possível ultrapassar o mundo das
aparências; essa teoria permite explicar como os sentidos servem apenas para despertar na alma as
lembranças adormecidas do mundo das ideias.
(02) Para Platão, um homem só é um homem enquanto participa da ideia de homem.
(04) A epistemologia e a filosofia política são, para Platão, duas áreas de conhecimento dissociadas,
pois a política deve se submeter à realidade dos acontecimentos e não pode ser orientada por um
mundo ideal.
(08) Platão distingue quatro graus de conhecimentos: crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual.
O raciocínio, que se realiza de maneira perfeita na matemática, purifica o pensamento das crenças e
opiniões e o conduz à intuição intelectual, ao verdadeiro conhecimento, isto é, às essências das coisas
– às ideias.
(16) A teoria cosmológica do primeiro motor imóvel e a teoria estética da mimesis, de Aristóteles,
fundamentam-se na teoria platônica da participação entre o mundo fenomênico e o mundo das ideias.
Soma: ( )

2. Sobre a filosofia e o mito, considere o texto a seguir:


O filósofo Platão, quando retrata a metáfora da caverna, ilustra sua crítica ao mundo das aparências.
Na concepção do filósofo, o pensar racional é o que possibilita uma leitura crítico-reflexiva e rejeita os
"mitos prejudiciais" ao homem. Na alegoria da caverna, faz-se presente o exercício da crítica racional,
o bom senso, frente ao senso comum (opinião).
(Disponível em: <http://pensamentoradical.blogspot.com.br>.)

Sobre esse assunto, analise os seguintes itens:


I. A alegoria da caverna demonstra a significância que tem o mundo das aparências para o
pensamento que filosofa.
II. Na narrativa do mito, o filósofo retrata, muito bem, a libertação e a dimensão do conhecimento na
passagem do mundo das aparências para o mundo das ideias – a verdade.
III. A primazia da alegoria da caverna é retratar a importância que tem a atividade do pensar como
denúncia dos "mitos" que impedem a visão da verdade racional.
IV. Está implícito, na alegoria da caverna, que o "amor à sabedoria" não significa outra coisa senão
aspiração à intelecção, ao saber.
V. Platão, no mito da caverna, reconhece que permanecer no nível das aparências é tornar impossível
a construção de um conhecimento autêntico, seguro e estável.
Estão corretos apenas

8
Filosofia

a) I, II, III e IV.


b) II, III, IV e V.
c) II, III e IV.
d) III, IV e V.
e) I, IV e V.

3. Eis com efeito em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar
conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se
de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos
ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que de nada
mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo.
(PLATÃO. Banquete, 211 c-d. José Cavalcante de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1972. (Os Pensadores) p. 48).

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Platão, é CORRETO afirmar que
a) a compreensão da beleza se dá a partir da observação de um indivíduo belo, no qual percebemos
o belo em si.
b) a percepção do belo no mundo indica seus vários graus que visam a uma dimensão transcendente
da beleza em si.
c) a compreensão do que é belo se dá subitamente, quando partimos dele para compreender os belos
ofícios e ciências.
d) a observação de corpos, atividades e conhecimentos permite distinguir quais deles são belos ou
feios em si.
e) a participação do mundo sensível no mundo inteligível possibilita a apreensão da beleza em si.

4. Há uma passagem célebre na obra A República, de Platão, em que o filósofo afirma:


Enquanto os filósofos não forem reais nas cidades, ou os que agora chamamos reis e soberanos não
forem filósofos genuínos e capazes, proporcionando a junção do poder político com a filosofia, não
haverá termo para os males das cidades, nem, segundo penso, para os do gênero humano.
(Adaptado de: PLATÃO, A República (Livro VII, 473 d). 7a. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1993. p. 252.)

Com base nessa passagem e considerando a realização da justiça na cidade ideal pensada por Platão
em A República, explique como ele concebe a necessidade de que os governantes sejam filósofos ou
dedicados à filosofia.

5. Mas, alguém inteligente, disse eu, estaria lembrado de que os olhos estão sujeitos a dois tipos de
perturbações que ocorrem em dois momentos diferentes, isto é, quando eles passam da luz para a
escuridão e da escuridão para a luz. Se pensasse que é isso mesmo que ocorre com a alma, quando

8
Filosofia

visse uma alma perturbada e incapaz de enxergar algo, não ficaria rindo tolamente, mas procuraria ver
se ela, vindo de um lugar muito luminoso, por falta de hábito se sente nas trevas ou se, indo de uma
ignorância maior para uma clareza maior, ficou com a vista embaciada pelo fulgor muito brilhante e,
por isso, a uma felicitaria pelo que se tinha passado com ela e por sua vida, mas da outra teria piedade;
se quisesse rir-se desta, seu riso teria menos de irrisão do que se risse da que chega, deixando a luz lá
do alto.”
(PLATÃO, A República, Livro VII.)

a) Qual é a comparação feita entre alma e olhos por Platão nessa passagem?
b) Segundo Platão, qual é a situação da alma que alguém inteligente felicitaria? Por qual razão?

Gabarito

8
Filosofia

1. 01 + 02 + 08 = 11
(01) Correta. A reminiscência significa uma lembrança que fica na alma do tempo em que habitava o
mundo ideal, que corresponde ao real no pensamento platônico.
(02) Correta. Para Platão só era real o que correspondia a um ideal construído no pensamento. Assim,
um homem só seria um homem caso se encaixasse na visão de homem (ideia de homem)
construída pelo pensamento.
(04) Incorreta. Até mesmo a política poderia ser planejada, ser definida de forma ideal, como aliás fez
o filósofo em seu livro A República.
(08) Correta. A afirmativa explica o entendimento de Platão sobre o raciocínio e seu papel para o
conhecimento.
(16) Incorreta. Para Platão o mundo fenomênico (das sensações) está dissociado do mundo das ideias,
sendo aquele apenas um reflexo desse.

2. B
Apenas o primeiro item está incorreto, pois o mito da caverna demonstra justamente que as aparências
enganam e que os filósofos devem sempre procurar ir além delas, em busca da essência. As demais
alternativas descrevem corretamente aspectos do mito.

3. B
a) Incorreta. Observar alguém belo é apenas ter contato com certo grau de beleza, e não a conhecer
em si mesma, pois, para se atingir esse em si, segundo Platão, é preciso abstrair das várias belezas
do mundo da sensibilidade e acessar a beleza ideal, que é transcendente.
b) Correta. Para Platão, só conhecemos algo verdadeiramente quando conhecemos o “em si”, ou seja,
a essência de algo, que para ele explica a existência de diversos graus de beleza no mundo sensível.
c) Incorreta. Compreendemos o belo em si, para Platão, partindo da compreensão dos vários belos
ofícios, ciências e seres que percebemos no dia a dia e que são belos em certa medida. Não temos
uma apreensão do em si antes do contato com as várias formas como ele aparece para nós no
mundo sensível. Mas só acessamos o em si transcendendo o sensível via dialética, o que não ocorre
subitamente.
d) Incorreta. Observando a realidade que nos cerca, mesmo distinguindo coisas belas de feias, não as
distinguimos de modo verdadeiro, já que apenas distinguimos certos graus de beleza e feiura. Só
sabemos o que é belo e feio em si, para Platão, transcendendo os graus em que estes aparecem no
sensível, ou seja, acessando o inteligível via dialética.
e) Incorreta. A beleza em si, para Platão, tem existência transcendente no mundo inteligível, das
ideias/formas, que, por sua vez, é o fundamento ou causa da realidade dos fenômenos sensíveis. O
mundo da sensibilidade, ou mundo dos fenômenos, possui certos graus dessa beleza, por
participação do em si, de modo graduado, na realidade sensível.

4. A República pertence ao rol de utopias políticas construídas ao longo da história. Platão quer, diante de
uma Atenas com forte influência da sofística e triunfo dos oradores mais habilidosos, pensar um novo
modelo político que possa concretizar de fato as virtudes. Sobretudo, a mais elevada, que é a justiça. Um
governo não deve ser obra dos mais fortes, como afirma Trasímaco no livro I de A República, ou dos mais

8
Filosofia

competentes na arte de proferir discursos que enganam. O governo deve ser exercido pelos mais sábios,
que alcançam a contemplação do Bem, fonte ou causa de todo conhecimento e de toda a verdade. É
nesse contexto que se insere a ideia platônica do governo do rei filósofo necessário para constituir uma
cidade virtuosa. Platão propõe uma espécie de epistemocracia. O filósofo, por uma comunhão com a
Verdade, é aquele que se dedica com afinco ao estudo das diversas ciências. Platão propõe que, para
chegar à função de comando, o governante deve antes passar pelo estudo de uma gama variada de
conhecimentos (ciências) e que saiba fugir das sensações com o objetivo de contemplar as essências,
ou seja, que consiga necessariamente distinguir o conhecimento (“episteme”) da opinião (“doxa”). O
filósofo é aquele que sabe diferenciar as essências do que é mutável e passageiro. O filósofo é avesso
à mentira e amigo da justiça. Metaforicamente, Platão compara a cidade a um navio. Nele, estão os
armadores, marinheiros e o piloto. Os armadores correspondem ao povo. São fortes, mas não possuem
muita clareza acerca da navegação. Os marinheiros são aqueles que lutam pela posse do leme, mas
também não conhecem a arte de navegar. São como os chefes políticos. Por fim, restam os pilotos que,
assim como os filósofos, são desprezados, mas detêm o conhecimento para bem conduzir o navio. O
Estado terá uma boa condução quando à frente do governo estiver o filósofo ou então alguém que esteja
imbuído da filosofia verdadeira. Com isso, teremos governantes justos.

5.
a) Platão diz aqui que, assim como os olhos, a alma tem a sua visão perturbada pela passagem tanto
da luz para a escuridão quanto da escuridão para a luz. Essa dificuldade inicial de enxergar bem é
causada pela falta de hábito de quem ou vem de uma claridade maior ou é ofuscado por uma luz
muito forte. No que se refere à alma, a escuridão significa o mundo sensível, a ignorância e o engano,
ao passo que a claridade representa o âmbito do inteligível ou das ideias, a verdadeira realidade.
b) A alma a ser felicitada é aquela que passou da escuridão para a luz, porque ela saiu da ignorância e
entrou em contato com a verdadeira realidade, o âmbito do inteligível ou das ideias, que constitui o
fundamento, a origem e a explicação do ilusório mundo sensível.

8
Física

Queda livre e lançamento vertical para cima

Exercícios

1. (Eear 2019) Um atleta pratica salto ornamental, fazendo uso de uma plataforma situada a 5m do
nível da água da piscina. Se o atleta saltar desta plataforma, a partir do repouso, com que velocidade
se chocará com a água?

Obs.: despreze a resistência do ar e considere o módulo da aceleração da gravidade g = 10 m s2 .


a) 10 m/s
b) 20 m/s
c) 30 m/s
d) 50 m/s

2. Uma pessoa caminhava na rua, num dia de chuva, e pisou em uma laje solta, com água acumulada por
baixo. A quantidade de água acumulada foi toda espirrada somente na vertical, com sentido para cima,
devido ao trabalho da laje sobre cada gota de água. Suponha que dessa quantidade de água apenas
uma gota de 1 grama não perdeu, de forma nenhuma, a energia ganha pela pisada da pessoa e, por
isso, atingiu 45 cm de altura. Qual a velocidade inicial da gota de água no instante após ter encerrado
o trabalho da laje sobre ela? (Considere a aceleração da gravidade como g = 10 m/s².)
a) 3 m/s
b) 5 m/s
c) 7 m/s
d) 8 m/s

1
Física

3. (Fuvest 2018) Em uma tribo indígena de uma ilha tropical, o teste derradeiro de coragem de um jovem é deixar-
se cair em um rio, do alto de um penhasco. Um desses jovens se soltou verticalmente, a partir do repouso, de
uma altura de 45 m em relação à superfície da água. O tempo decorrido, em segundos, entre o instante em
que o jovem iniciou sua queda e aquele em que um espectador, parado no alto do penhasco, ouviu o barulho
do impacto do jovem na água é, aproximadamente

Note e adote:
- Considere o ar em repouso e ignore sua resistência.
- Ignore as dimensões das pessoas envolvidas.
- Velocidade do som no ar: 360 m/s
- Aceleração da gravidade: 10 m/s²

a) 3,1
b) 4,3
c) 5,2
d) 6,2
e) 7,0

4. (Upf 2017) Um vaso de cerâmica cai da janela de um prédio, a qual está a uma distância de 31m do
solo. Sobre esse solo, está um colchão de 1m de altura. Após atingir o colchão, o vaso penetra 0,5 m
nesse objeto. Nessas condições e desprezando a resistência do ar durante a queda livre, a
desaceleração do vaso, em m s2 , depois de atingir o colchão é de, aproximadamente

Adote: g = 10m s2
a) 600
b) 300
c) 15
d) 150
e) 30

5. Em um local onde um objeto é lançado verticalmente para cima, a partir do solo terrestre. o efeito do ar
é desprezível. g=10m/s². Objeto atinge 20% de sua altura máxima com uma velocidade de módulo igual
a 40 m/s. A altura máxima atingida pelo objeto vale:
a) 200 m
b) 150 m
c) 100 m
d) 75 m

2
Física

6. Três bolinhas idênticas, são lançadas na vertical, lado a lado e em sequência, a partir do solo horizontal,
com a mesma velocidade inicial, de módulo igual a 15 m/s para cima. Um segundo após o lançamento
da primeira, a segunda bolinha é lançada. A terceira bolinha é lançada no instante em que a primeira,
ao retornar, toca o solo.
Considerando g = 10 m/s² e que os efeitos da resistência do ar ao movimento podem ser desprezados,
qual a altura máxima (ℎ𝑚𝑎𝑥 ) atingida pela primeira bolinha e o instante de lançamento da terceira
bolinha?
a) 10,15 m e 2,0 s
b) 11,25 m e 3,0 s
c) 21,15 m e 3,0 s
d) 25,25 m e 4,0 s

7. Uma bola é atirada verticalmente para cima em t = 0, com uma certa velocidade inicial. Desprezando a
resistência do ar e considerando que a aceleração da gravidade é constante, dos gráficos abaixo,
aquele que representa CORRETAMENTE a variação do módulo V da velocidade da bola com o tempo t
é:

c)
a)

b) d)

3
Física

8. A altura máxima, atingida por uma pedra lançada verticalmente para cima com uma velocidade inicial
v0, em um local onde g é a aceleração da gravidade, é dada por
a) √2𝑔
𝑣0 ²
b)
2𝑔

c) 𝑣 2 − 𝑣0 ²
𝑣0 ²
d) √
2𝑔

4
Física

Gabarito

1. A
Aplicando a equação de Torricelli, obtemos:
v 2 = v 0 2 + 2aΔs
v 2 = 0 + 2  10  5
v 2 = 100
 v = 10 m s

2. A
No ponto mais alto, a velocidade é nula. Aplicando a equação de Torricelli:
𝑣 2 = 𝑣𝑜2 − 2𝑔. Δ𝑆
0 = 𝑣𝑜2 − 20. (0,45)
𝑣0 = √9 = 3 𝑚/𝑠

3. A
𝑚 𝑚
Dados: 𝐻 = 45𝑚; 𝑔 = 10 ; 𝑣 = 360 .
𝑠2 𝑠

Cálculo do tempo de queda livre do jovem (𝑡1 ):

1 2𝐻 2 ∗ 45
𝐻 = 𝑔𝑡12 ⇒ 𝑡1 = √ =√ = 3𝑠
2 𝑔 10

Cálculo do tempo de subida do som (𝑡2 ):


𝐻 45 1
𝐻 = 𝑣𝑡2 ⇒ 𝑡2 = = = 𝑠 ⇒ 𝑡2 = 0,125 𝑠
𝑣 360 8

O tempo total é:
∆𝑡 = 𝑡1 + 𝑡2 = 3 + 0,125
∆𝑡 ≅ 3,1 𝑠

4. A
Usando duas vezes a equação de Torricelli:
v12 = v 02 + 2gh = 0 + 2  10  ( 31 − 1)  v12 = 600.

v 22 = v12 − 2a ΔS  0 = 600 − 2  a  0,5  a = 600 m s 2.

5
Física

5. C

Aplicando Torricelli:
𝑣 2 = 𝑣𝑜2 − 2𝑔. Δ𝑆
0 = 40 − 2.10.0,8𝐻
16𝐻 = 1600
𝐻 = 100𝑚

6. B
A altura máxima atingida pela 1ª bolinha pode ser calculada pela Equação de Torricelli:
𝑣 2 = 𝑣02 − 2. 𝑔. 𝛥𝑠
0 = (15). 2 − 2.10. ℎ𝑚𝑎𝑥
ℎ𝑚𝑎𝑥 = 11,25 𝑚
O instante em que a 3ª bolinha é lançada corresponde ao intervalo de tempo que a 1ª bolinha leva para
subir e descer. Sabendo que a 1ª bolinha parte com velocidade v0 e retorna ao solo com velocidade -v0,
temos:
−𝑣0 = 𝑣0 − 𝑔. 𝑡
𝑣0
𝑡 = 2.
𝑔
2.15
𝑡 =
10
𝑡 = 3,0 𝑠

7. A
O lançamento vertical, livre da resistência do ar, é um movimento uniformemente variado. A velocidade
varia com o tempo, de acordo com a função: 𝑣 = 𝑣0 ± 𝑔𝑡.
Portanto, o gráfico é uma reta, sendo o módulo da velocidade decrescente na subida, crescente na
descida e nulo no ponto mais alto.

8. B
Da equação de Torricelli:
𝑣 2 = 𝑣02 − 2. 𝑔. 𝛥𝑠
No ponto mais alto, v = 0 e ΔS = H (altura máxima). Então, sendo a = – g:
0 = 𝑣02 − 2𝑔𝐻
𝑣02
𝐻=
2𝑔

6
Geografia

Geopolítica da Guerra Fria

Teoria

Contexto
Após as primeiras revoluções industriais, a partir de 1848, a ideologia comunista se alastrou por diversos
países. Isso quer dizer que, com a divisão de classe entre patrão e proletário, estabelecida a partir da
assalariação trabalhista das indústrias, que revolucionou o mundo do trabalho, diversos movimentos que
questionavam a exploração fabril e os métodos de acumulação de capital emergiram. A China, por exemplo,
passou pela Grande Marcha de Mao Tsé Tung, que buscava disseminar a ideologia da união da classe
proletária aos camponeses da China, numa disputa política com os Kuomitangs, o partido nacionalista.
Movimentos políticos organizados emergiram em diversos países, defedendo que a união da classe
trabalhadora deveria prevalecer e transcender a ideia de pertencimento nacionalista. Sobretudo na Rússia, o
movimento político comunista se deu de forma muito forte, sendo um importante exército a combater o
nazismo de Hitler ao longo da 2ªGM.

⮚ Mas o que é comunismo?

O comunismo tem sua origem no manifesto comunista de Karl Marx, enquanto o socialismo tem
resquícios das ideias iluministas. No manifesto comunista, há a apresentação da ideia de luta de
classes, que está constantemente em disputa por uma lógica de dominação, entre patrões e
operários, entre os que dependem de salário vendendo sua força de trabalho e os que se apropriam
dos lucros e da mais valia, por serem donos dos meios de produção. A ideia também passa por uma
desintegração da sociedade de classes, à medida que os trabalhadores se apropriariam dos meios
de produção, guiando gradativamente mudanças, culminando na abolição da propriedade privada e
no entendimento da produção coletiva de sociedade. Alguns defendem que o socialismo seria um
estado intermediário entre o capitalismo e o comunismo. Por esses princípios, todos teriam a mesma
quantidade de bens de consumo, não havendo disparidade de classes. "Cada um contribui de acordo
com suas habilidades e recebe de acordo com suas necessidades". Essa ideologia inspirou muitos
países e revoluções, sobretudo no período da Guerra Fria da sociedade industrial, porém não houve
de fato uma sociedade sem classes implantada. Partidos que tiveram sua origem na luta comunista,
mesmo que vencedores, continuaram inseridos num mundo majoritariamente capitalista, sendo
representados por um Estado forte que controlava a disparidade de renda. Existem muitas
contradições em sistemas capitalistas e também em sistemas ditos comunistas. O período da Guerra
Fria representou um período de disputa entre essas duas histórias, entre dois modos de operar o
sistema produtivo de desenvolvimento social.

Para ler sobre o que é capitalismo e socialismo, esquerda e direita, clique aqui.

1
Geografia

A Guerra Fria (1947-1991)


Após o fim da 2ª Guerra Mundial (1945), importantes órgãos foram criados, a exemplo da ONU, que objetivava
guiar a paz mundial, para que o planeta não passasse pelas situações vividas ao longo desse conflito. Além
disso, o Banco Mundial, a Organização Mundial do Comércio e o Fundo Monetário Internacional foram criados
na conferência de Bretton Woods, que marcou também a instalação do padrão Dólar Ouro para ser o lastro
da economia do mundo. Acontece que foram os exércitos dos EUA, da Federação Russa, da França, do Reino
Unido e da República Popular da China que haviam ganhado a 2ª GM, sendo inclusive os países que compõem
a instância máxima de poder de decisão na ONU por esse motivo. China e Rússia, à época, possuíam governos
comunistas, o que ia de encontro aos planos ocidentais de continuidade do sistema. Em 1945, os EUA
também bombardearam Hiroshima e Nagasaki no Japão, o que fez com que essa nação oriental estivesse do
lado dos capitalistas ao longo do conflito da Guerra Fria. Guarde essa informação, care alune, pois ela será
importante.

A Guerra Fria foi uma guerra desenvolvimentista, onde o mundo se dividiu em dois sistemas. Países aliados
ao sistema comunista soviético, proposto sobretudo pela Rússia, comercializavam apenas entre si. Países
aliados ao sistema capitalista, proposto sobretudo pelos EUA, comercializavam apenas entre si. Rússia e EUA
até hoje são as nações com maior poderio bélico de exército do mundo. Possuir exército foi um ponto
extremamente relevante na história de constituição dos estados nacionais, e naquele período significava
perigo. O Fordismo estava desenvolvido e a pleno vapor, propiciando novas invenções tecnológicas,
estimuladas pela competição da guerra. Pelo mundo estar dividido dessa forma, chama-se:

● Velha Ordem Mundial: refere-se ao período da Guerra Fria, onde o mundo era dividido por dois sistemas
políticos em disputa.

● Nova Ordem Mundial: refere-se ao período pós-Guerra Fria, onde o mundo se torna de fato um sistema
global único sob a perspectiva capitalista. Essa perspectiva de Nova Ordem é questionada e satirizada
por diversos artistas, incluindo a canção do Caetano Veloso, chamada Fora da Ordem.

Por que se chamou Guerra Fria?

Chama-se a guerra de fria por não ter tido confronto direto entre EUA e União Soviética, apesar de que muitas
guerras na prática ocorreram. Um grande exemplo é a questão das Coréias, divididas, dominadas e disputadas
por EUA e União Soviética ao longo da Guerra Fria, o que se perpetua na história e cultura dessas duas nações
até hoje.

A questão do desenvolvimento nuclear foi um ponto marcante para o conflito ser considerado, de modo geral,
“indireto”. Os EUA, logo no início do conflito, já haviam demonstrado na prática que desenvolvia essa
tecnologia e podia aplica-lá. A ameaça do conflito direto, portanto, representava a possibilidade de acabar
literalmente com um pedaço considerável do planeta, o que deixava todos os conflitos ainda mais tensos. Em
1949, houve o desenvolvimento da bomba soviética. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi
criada em 1949 e acordava que todos os exércitos dos países que estavam do lado dos EUA, logo, do lado

2
Geografia

capitalista, deixariam seus exércitos à disposição em caso de


conflito direto. O Pacto de Varsóvia é o acordo criado nos mesmos
moldes, mas para o lado comunista.

A corrida bélica e produtiva foi intensa, levando a fatos históricos,


como o homem chegando na lua e o desenvolvimento da internet.

O termo mundo bipolar era utilizado para caracterizar essa divisão


ideológica entre o bloco capitalista e o bloco socialista. A Europa
Oriental fazia parte ou estava sob domínio da União Soviética,
enquanto a Europa Ocidental estava sob influência dos EUA. Na
época, essa divisão ficou conhecida como Cortina de Ferro. O
Brasil estava do lado dos capitalistas, no período que correspondeu
desde o governo de JK até a ditadura militar, onde a perseguição,
assassinatos e torturas eram cometidos em prol da anulação de
ideologias supostamente comunistas, outro exemplo de que essa
guerra não era tão fria assim.

Não confundir Cortina de Ferro com muro de


Berlim!

● Cortina de Ferro: divisão simbólica da Europa


entre ocidente, defendendo o capitalismo, e
oriente, defendendo o comunismo

● Muro de Berlim: divisão física e material, um


muro erguido que dividiu a cidade de Berlim,
na Alemanha. Manifestação física dessa
separação.

● O filme Adeus Lênin mostra como funcionava


Berlim com o muro. Até hoje existem muitas
diferenças entre o lado que foi comunista e o
lado que permaneceu capitalista na cidade.

No campo da influência econômica, a União Soviética criou o Conselho para Assistência Econômica Mútua
(Comicon), com o objetivo de fortalecer a economia dos países socialistas do Leste Europeu.
Economicamente, os Estados Unidos ficaram conhecidos por lançar diversos planos econômicos, como o
Plano Marshall, para a Europa, e o Plano Colombo, para o Japão e os Tigres Asiáticos, fomentando e
fortalecendo o capitalismo nessas áreas.

Tais disputas representaram um grande gasto econômico para essas potências. O desenvolvimento das
tecnologias de comunicação e transporte no período da Guerra Fria viabilizaram verdadeiras transformações
no campo produtivo. Em 1970, o Fordismo chega em sua maior crise, sobretudo a partir do desenvolvimento
japonês de um novo modelo produtivo, o Toyotismo. Lembra que no início desse resumo eu disse que a
dominação americana sobre o Japão seria relevante, né? Enquanto os EUA modernizavam o que hoje é

3
Geografia

conhecido como Vale do Silício, mas era uma antiga base militar para a Guerra Fria, a União Soviética
continuava investindo no exército, por medo do conflito. Numa última tentativa de respiro, a URSS lança mão
de dois planos econômicos, a Glasnot e a Perestroika, que representavam na prática uma abertura
econômica. É como se a queda de braço entre as duas nações houvese chegado ao fim.

Portanto, no caso americano, esses gastos na corrida desenvolvimentista possibilitaram a Terceira


Revolução Industrial, enquanto para os soviéticos, que investiram no setor bélico, não significou um grande
desenvolvimento e resultou no fim da União Soviética, em 1991, e dissolução e recriação de diversos países.
A queda do Muro de Berlim, em 1989, é outro fato destacado por muitos historiadores para simbolizar o fim
da Guerra Fria.

A Nova Ordem Mundial na prática

Os países ao redor do mundo tinham fortes estados fazendo investimentos ao longo do período da Guerra
Fria. Com o Toyotismo e desenvolvimento das tecnologias de comunicação e transporte ao redor do mundo,
somados à abertura dos mercados para todos os países, há uma intensificação dos fluxos internacionais de
mercadorias, pessoas, capitais, acordos.... configurando um período de fortalecimento da globalização.
Muitos autores consideram que a Globalização começa aqui. A Nova Ordem Mundial se associa também ao
neoliberalismo e à desregulamentação econômica, num contexto de estados profundamente endividados e
aumento dos fluxos de comércio. Empresas antes locais passam a poder comercializar em diversos países,
se tornando multinacionais, alcance esse viabilizado pelo desenvolvimento tecnológico. Nesse novo mundo,
era demandado um sistema que retomasse a liberdade empresarial.

O Consenso de Washignton foi estabelecido, onde o FMI recomenda que países emergentes abram seus
mercados e adotem o neoliberalismo, a fim de reorientar gastos públicos, recomendados a privatizar
empresas públicas, eliminar barreiras fiscais para investimento estrangeiro, desregulamentar mercados e
proteger a propriedade privada. Isso colocou muitos países subdesenvolvidos numa condição problemática
a médio prazo no comércio internacional. Os EUA vão guiar esse processo de globalização cultural e
econômica, sobretudo num primeiro momento, o que explica sua influência ao redor do mundo até os dias de
hoje, guiando a revolução tecnológica pós anos 90, que influencia também nossa cultura. Esse papo, sobre
as consequências do pós-Guerra Fria, será visto agora na aula de globalização cultural e econômica.

● Mundo bipolar: refere-se à época da Guerra Fria, onde existia uma disputa entre dois sistemas, duas
nações.

● Mundo unipolar: corresponde ao período imediato após a Guerra Fria, onde apenas os EUA eram a maior
nação desenvolvida do mundo

● Mundo multipolar; corresponde ao mundo após o fim da Guerra Fria, onde nações subdesenvolvidas
latino-americanas e asiáticas passam a crescer, e nações europeias recuperam sua economia, sendo um
mundo com vários polos de poder.

Veja os filmes Adeus Lênin e O Jogo da imitação, para estudar e se divertir ao mesmo tempo!

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Geografia

Exercícios

1. (Enem) Em dezembro de 1998, um dos assuntos mais veiculados nos jornais era o que tratava da
moeda única européia. Leia a notícia destacada a seguir.

“O nascimento do Euro, a moeda única a ser adotada por onze países europeus a partir de 1 de janeiro,
é possivelmente a mais importante realização deste continente nos últimos dez anos que assistiu à
derrubada do Muro de Berlim, à reunificação das Alemanha, à libertação dos países da Cortina de Ferro
e ao fim da União Soviética. Enquanto todos esses eventos têm a ver com a desmontagem de
estruturas do passado, o Euro é uma ousada aposta no futuro e uma prova da vitalidade da sociedade
européia. A “Euroland”, região abrangida por Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França,
Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo e Portugal, tem um PIB (Produto Interno Bruto) equivalente a quase
80% do americano, 289 milhões de consumidores e responde por cerca de 20% do comércio
internacional. Com este cacife, o Euro vai disputar com o dólar a condição de moeda hegemônica.”
(Gazeta Mercantil, 30/12/1998)

A matéria refere-se à “desmontagem das estruturas do passado” que pode ser entendida como
a) o fim da Guerra Fria, período de inquietação mundial que dividiu o mundo em dois blocos
ideológicos opostos.
b) a inserção de alguns países do Leste Europeu em organismos supranacionais, com o intuito de
exercer o controle ideológico no mundo.
c) a crise do capitalismo, do liberalismo e da democracia levando à polarização ideológica da
antiga URSS.
d) a confrontação dos modelos socialistas e capitalista para deter o processo de unificação das
duas Alemanhas.
e) a prosperidade as economias capitalistas e socialistas, com o conseqüente fim da Guerra Fria
entre EUA e a URSS.

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Geografia

2. (FUVEST adaptada)

O poder do cidadão, o poder de cada um de nós, limita-se, na esfera política, a tirar um governo de que não
gosta e a pôr outro de que talvez venha a se gostar. Nada mais. Mas as grandes decisões são tomadas em
uma grande esfera e todos sabemos qual é. As grandes organizações financeiras internacionais, os FMIs, a
Organização Mundial do Comércio, os bancos mundiais, tudo isso. Nenhum desses organismos é
democrático. E, portanto, como é que podemos falar em democracia, se aqueles que efetivamente governam
o mundo não são eleitos democraticamente pelo povo?
Discurso de José Saramago, disponível em www.revistaforum.com.br. Acessado em 11/09/2009.

Na charge acima, o cidadão sentado representa o presidente de um país emergente.


Considerando a referida charge, o texto e seus conhecimentos, caracterize a Nova Ordem Econômica
Mundial.

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Geografia

3. (MACKENZIE 2011)

As imagens em destaque evidenciam as condições do espaço geográfico do pós 2a Guerra Mundial


em diversos países. Frente a tantos efeitos nefastos, o mundo assumia o preço da reconstrução da
Europa e da Ásia, além de se preocupar em evitar que outra guerra com essas proporções pudesse
ocorrer novamente. Neste sentido, surge a ONU (Organização das Nações Unidas), oficializada em 24
de outubro de 1945 em substituição à antiga Liga das Nações. Mesmo em guerra, o bloco capitalista
já desenvolvia planos e projetos de restauração, como ocorreu na Conferência de Bretton Woods que
reuniu 44 países aliados em Junho de 1944.

A respeito dos fatos citados no texto, considere as afirmações I, II e III abaixo.


I. A ONU tem como objetivo manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades
fundamentais e promover o desenvolvimento dos países. Atualmente, discute-se a necessidade
de reformas na Organização, que reflita a realidade do pós-guerra e da Guerra Fria, cenários já
superados.
II. Pelo acordo de Bretton Woods, foram criadas instituições financeiras como o FMI (Fundo
Monetário Internacional) e o World Bank (Banco Internacional para a Reconstrução e o
Desenvolvimento).
III. Decorridos mais de 60 anos do acordo de Bretton Woods, verifica-se que os objetivos e as
intenções originais diIuíram-se ao longo do tempo. As instabilidades econômicas continuam
existindo, principalmente nos países pobres, e os países ricos não precisam mais das condições
e dos recursos oferecidos pelo FMI.
Dessa forma,

a) apenas I está correta.


b) apenas I e II estão corretas.
c) apenas II está correta.
d) apenas II e III estão corretas.
e) todas estão corretas.

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Geografia

4. (UERJ)

As imagens acima apresentam propagandas soviéticas durante a Guerra Fria. Na Imagem I, o cartaz de 1968
afirma “Se isso é liberdade, o que é prisão?”. Na na imagem II, a propaganda de 1955, traz um retrato do que
seria a educação soviética e a americana. Já na imagem III, o cartaz de 1957 traz a afirmação: “Eles só têm
abundância para os ricos”.
A partir das imagens, analise a propaganda comunista durante a Guerra Fria. Compare-a, ainda, a visão acerca
docomunismo difundida nos países que, nesse contexto, estavam sob a hegemonia norte americana.

5. (UERJ) “No atual momento da história mundial cada nação deve escolher entre os modos de vida
opostos. A escolha não é frequentemente livre. Um modo de vida baseia-se na vontade da maioria e se
caracteriza por instituições livres, governo representativo com eleições livres, garantias de liberdade
individual, liberdade de expressão e de religião, e pela supressão das formas de opressão política. Uma
outra forma de vida baseia-se na vontade de uma minoria imposta à força à maioria. Ela se apoia no
terror e na opressão, no controle da imprensa e do rádio, em eleições manipuladas e na supressão das
liberdades individuais. Acredito que a política dos Estados Unidos deve ser de apoiar os povos livres
que estão resistindo a subjugação por minorias armadas ou por pressões exteriores. Acredito que
nossa ajuda deve ser primeiramente através da estabilidade econômica e da ordenação do processo
político”.
(Harry Truman, 12 de março de 1947)

O discurso do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, dirigido ao Congresso americano em 1947,
marcou a inflexão da política externa do país no imediato pós Segunda Guerra Mundial e lançou as
bases para a Guerra Fria. A partir da leitura do texto, denomine a doutrina criada pelo então presidente
norte-americano. Analise, ainda, suas linhas de atuação nos primeiros anos de Guerra Fria.

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Geografia

Gabaritos

1. A.
A alternativa B está equivocada, seu enunciado não faz muito sentido. A C também, pois, tirando 1929,
não houve uma crise grande no capitalismo para polarizar ideologicamente a URSS (lembrando que o
jornal é de 1998!). A D é específica demais, com a cortina de ferro e fim da união soviética só ocorrendo
depois da unificação das Alemanhas. E a E está errada: com o fim da URSS, há um fim da economia
socialista.

2. A Nova Ordem Econômica Mundial refere-se ao período pós-Guerra Fria. Esse período foi marcado por
intenso desenvolvimento tecnológico, associado à 3ª Revolução Industrial. Esse desenvolvimento
tecnológico produziu verdadeiros avanços no meio da comunicação e do transporte, o que permitiu a
intensificação do fenômeno da globalização. O aumento de fluxos, sejam eles materiais ou imateriais
(produtos, pessoas, capital, transferência de sedes empresariais e industriais...) impulsionou a adoção
de medidas neoliberais ao redor do mundo, a fim de desregulamentar a economia. A divisão do trabalho
internacional nesse momento aumentou a disparidade entre países ricos e pobres, onde os primeiros
desenvolvem tecnologia, e os países mais pobres ficam dependentes desse tipo de fluxo.

3. E.
Com o desenvolvimento da Guerra Fria, a posição dos dispositivos americanos de controle financeiro se
mostraram úteis para fazer aliados e recuperar a economia de países instáveis. Com a dissolução da
guerra, vemos esses organismos criados em Bretton Woods tomando força e poder no cenário
internacional.

4. A propaganda soviética apontava as enormes desigualdades sociais, a miséria, o desemprego do mundo


capitalista. Em contrapartida, ressaltava a superioridade do regime comunista, em que o Estado garantia
emprego, educação e moradia para o cidadão. Valorizava o espírito coletivista da sociedade soviética,
em que a produção industrial e agrícola era distribuída de maneira equitativa à população. Destacava,
ainda, que a economia comunista era planificada, evitando crises econômicas e oscilações financeiras,
tão comuns nos países capitalistas. A propaganda capitalista e anticomunista, por sua vez, exaltava a
liberdade de expressão, as facilidades de consumo e as oportunidades de enriquecimento
proporcionadas pelo capitalismo, denunciando que no comunismo não havia liberdade.

5. Doutrina Truman caracterizou a política externa dos Estados Unidos, no final da década de 1940. Seu
principal objetivo era frear a expansão geopolítica da União Soviética, no contexto da Guerra Fria. A
Doutrina Truman defendia que os países do mundo tinham uma escolha fundamental entre duas formas
de vida e que os Estados Unidos passariam a defender os “povos livres que estão resistindo à subjugação
por minorias armadas ou por pressões exteriores.” Em seu discurso, Harry Truman declarou imediata
ajuda econômica aos governos da Grécia, ameaçada pela insurreição comunista, e Turquia, sob pressão
da expansão soviética na área do Mediterrâneo. Assim, o esforço para conter o avanço comunista gerou
o “Plano Marshall”, programa de ajuda econômica para a reconstrução da Europa pós-Segunda Guerra.

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História

Expansão marítima e a América Espanhola

Teoria

O período conhecido como a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna (XV – XVI),
a Europa passou por uma fase de reformulação cultural, social, política e econômica que
acarretou na chegada dos europeus naquilo que ficou conhecido como o Novo Mundo
(América). Fruto também de uma crise do sistema feudalista e das suas contradições, a
onda de mudanças que atingiu o Velho Continente (Europa) ultrapassou as barreiras
físicas e se materializou em uma expansão marítima e territorial.
A partir do século XI e XII as bases do sistema feudal começaram a se modificar graças
a um renascimento urbano e comercial que ocorreu como uma das consequências das Cruzadas –
expedições militares e religiosas com o intuito de reconquistar a Terra Santa dos árabes – que possibilitou
um aumento das relações comerciais e urbanas mediante ao grande fluxo de transição de pessoas.

Se antes a sociedade era essencialmente rural e vivia em feudos, a partir do aumento das trocas comerciais
e do reaparecimento dos Burgos - que se tornou um palco importante para o surgimento da burguesia - ficou
cada vez mais evidente a mudança na dinâmica feudal a partir do século XII. Os Burgos abrigavam aqueles
que ficaram conhecidos como burgueses e que era um grupo composto por banqueiros, comerciantes,
artesãos e por atividades reconhecidas como, essencialmente, urbanas. O desenvolvimento de tais atividades
comerciais impulsionou a criação de uma nova classe social que, gradualmente, foi ganhando poder
econômico.
Todas as mudanças foram acompanhadas por um crescimento vertiginoso das atividades urbanas,
transformando esses espaços em centros comerciais que estimulavam a vida cultural e intelectual dessas
cidades. A retomada da Antiguidade como uma fonte de inspiração e o aumento das trocas no Mar
Mediterrâneo impulsionou o avanço científico em termos náuticos e cartográficos.

As novas questões levantadas por pensadores humanistas, a exploração da costa litorânea do continente
africano, as novas rotas comerciais, o acesso ao oceano Índico e Pacífico e o conhecimento de novos
territórios aprimoraram esses estudos e possibilitaram a travessia para o outro lado do Atlântico. Além disso,
a superação de crenças medievais e o estímulo renascentista de descoberta e aventura, fez com que esses
homens europeus se livrassem do medo de supostos monstros e aberrações que existiriam nessas águas.
O principal objetivo das Grandes Navegações era encontrar uma rota alternativa para as Índias, a fim de
romper com o monopólio comercial das cidades italianas, de Gênova e Veneza, no Mar Mediterrâneo. É
importante compreender que o movimento de se voltar para navegar o Oceano Atlântico está ligado ao
domínio das atividades mercantis pelas cidades citadas acima.

8
História

As circunstâncias favoráveis para as expansões marítimas são resultado de um processo


composto de diversos fatores construídos durante a Baixa Idade Média e que acarretaram
na necessidade da descoberta e apropriação de novos territórios para suprir o novo
modelo econômico: o capitalismo comercial ou mercantilismo. Logo, é importante
lembrarmos que alguns fatores foram essenciais para que os europeus pudessem se
aventurar no além-mar, uma vez que as Grandes Navegações foram resultado de uma
série de condições políticas, econômicas, comerciais e geográficas. Dentre os fatores que
explicam, podemos citar:
● Monarquia consolidada, que centralizou o poder político e foi crucial para p financiamento de uma
empreitada tão grande quanto a Expansão Marítima.
● Desenvolvimento de conhecimento náutico, através da Escola de Sagres, uma referência para estudiosos
como cosmógrafos, cartógrafos, mercadores, aventureiros, entre outros.
● Interesse de diversos grupos na expansão (nobreza, em busca de terras; burguesia, em busca de rotas
de comércio; e a Igreja, visando expandir a fé);
● Posição geográfica favorável, no caso português isso foi essencial, já que o seu litoral era ponto de
chegada e partida de várias embarcações que circulavam por diversos mares;

Pioneirismo português
Dentro do processo de formação das monarquias nacionais, Portugal se destacou por concretizar a sua
unificação de forma precoce, ainda no século XIV, o que foi essencial para que ele se tornasse potência
comercial e marítima. Com uma boa parte do território ocupado por mulçumanos após a invasão árabe no
século VIII, a saga pela constituição dos reinos de Portugal e Espanha passou pela expulsão dos mouros do
território da Península Ibérica através de guerras que também possuíam um aspecto sagrado – Guerras de
Reconquista - para retomar o controle político, econômico e religioso do território.
Após a expansão territorial e a separação do reino de Leão promovida pela
dinastia de Borgonha, a morte do último rei ocasionou uma crise de
sucessão, uma vez que ele não havia deixado herdeiros. A falta de um
herdeiro despertou o interesse do reino de Castela em ocupar o território
com o intuito de anexá-lo ao seu reinado, entretanto a possível unificação
não foi bem aceita por uma parcela da população. Temendo perder sua
autonomia, alguns setores, como a burguesia e uma parte da nobreza,
declararam seu apoio ao irmão bastardo do rei falecido, João – conhecido também como Mestre de Avis. A
burguesia portuguesa que já se encontrava em um crescente sucesso econômico, proveu os recursos
financeiros para a manutenção do Exército que levou a vitória do Reino de Portugal na Batalha de Aljubarrota.
A vitória consolidou o poder monárquico em Portugal e unificou o país em torno da figura de Dom João I. O
rei então inicia uma política de favorecimento a expansão econômica dos burgueses, que mudaram de
patamar ao levar a sua expansão para o Atlântico, abrindo caminho para novas rotas comerciais.
A rota escolhida rumo às Índias foi o périplo africano, ou seja, através do contorno da África. Em 1415,
dominaram Ceuta, no litoral africano, considerada o primeiro território ocupado durante a Expansão Marítima.
Após o domínio de Ceuta, Portugal foi conquistando várias possessões na África, onde comumente eram
estabelecidas feitorias, fundamentais para o abastecimento dos navios e de relações comerciais com o
continente africano.

8
História

Ao contrário do continente americano, Portugal e os outros países europeus não colonizaram o território
africano de primeira, porque ali já haviam sociedades organizadas em torno da atividade mercantil, o que
facilitou as trocas comerciais, e porque existiam doenças no continente africano que afetavam absurdamente
os europeus. Enquanto a América sofreu um processo contrário, de morte em grandes escalas devido a
epidemias de doenças europeias, os homens do Velho Continente sofriam com as doenças que existiam na
África.
Em 1433, quando o navegador Gil Eans consegue ultrapassar o Cabo do Bojador, estimula os europeus a se
lançarem em novas viagens e possibilita a chegada dos europeus a costa Ocidental da África. O local,
conhecido como o “Cabo do Medo”, era reconhecido pelas suas fortes ondas e por viagens que não chegavam
ao seu destino, alimentando as teorias de que haviam monstros desconhecidos no mar e a suposição de que
existia um abismo que se localizava exatamente ali.
Dando continuidade à expansão marítima, em 1488, Bartolomeu Dias conseguiu chegar ao Cabo da Boa
Esperança e por fim, o navegador Vasco da Gama alcançou as Índias, no ano de 1498. Atualmente, existem
evidências de que Pedro Álvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar à região que é o Brasil hoje, no
ano de 1500. Alguns historiadores defendem que Duarte Pacheco teria chego aqui anteriormente, no ano de
1498, a mando da coroa portuguesa.

E a Espanha?
Até o século XV, o território que se tornou o Reino da Espanha se encontrava
descentralizado e dividido em diversos reinos, como Leão, Castela, Aragão, Navarro e
Granada, está ultima ainda se encontrava em poder dos mouros. Com o casamento
entre Fernando, rei de Aragão, com Isabel, uma das sucessoras ao trono de Castela, a
unificação começou a tomar forma após a morte do soberano e a decisão de unir as
duas coroas. Contudo, a morte do rei de Castela, Henrique IV, despertou os interesses
do rei português de assumir o reinado, uma vez que ele era casado com a outra herdeira direta do trono,
Joana. A Guerra de Sucessão de Castela durou cerca de quatro anos, 1475 – 1479, e terminou com a vitória
de Isabel, que assumiu o trono e passou a promover, gradativamente, a união com o Reino de Aragão. O
Tratado de Alcaçovas (1479) deu fim ao conflito entre Joana e Isabel, mas também delimitou as pretensões
e disputas exploratórias por novas rotas comerciais entre Portugal e os reinos de Castela e Aragão.

Conhecidos popularmente como os “Reis Católicos”, Fernando e Isabel firmaram um acordo com a Igreja
Católica a fim de expulsar os árabes e os judeus de Granada, recorrendo ao Tribunal do Santo Oficio a seu
favor, na chamada de Guerra da Reconquista. Utilizada como um instrumento de controle, a Inquisição, por
meio do terror e da perseguição, subjugou todos aqueles que questionassem o poder do casal e da Igreja.
Enquanto Portugal se lançava ao mar, a Espanha ainda estava fazendo o seu processo de unificação, que só
se concretizou no ano de 1492, com a conquista definitiva de Granada e a expulsão dos mouros. No mesmo
ano, a coroa espanhola se lançou ao mar com o investimento na viagem de Cristóvão Colombo, que conseguiu
apoio financeiro para sua empreitada. Através da circunavegação, Colombo queria comprovar que era
possível chegar as Índias navegando em direção ao Ocidente, uma vez que a terra seria redonda. Ainda em
1492, o navegador chegou a um território totalmente desconhecido acreditando ter chego as Índias e se
tornou, em teoria, o primeiro europeu a chegar na América, especificamente nas Bahamas.

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História

A chegada dos portugueses e dos espanhóis levou a alguns conflitos acerca da posse do novo território e, em
1493, o Papa Alexandre VI intermediou um acordo entre os Estados ibéricos, conhecido como Bula
Intercoetera. Na resolução ficou combinado que uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Cabo Verde
dividia o território entre ambos, o lado leste pertencia a Portugal, enquanto o lado Oeste ficava na posse da
Espanha.
Sentindo-se prejudicados, os portugueses pedem a revisão do acordo e o Papa estabelece uma nova divisão
territorial com o Tratado de Tordesilhas, em 1494, que promove um aumento significativo do território
português. Com o novo tratado, fica estabelecido que as terras descobertas, e a descobrir, a Oeste da linha
demarcada a 370 léguas do arquipélago de Cabo Verde pertenciam à Espanha, enquanto a parte Leste ficaria
para Portugal.

A chegada dos espanhóis


A primeira expedição de espanhóis à América chegou no dia 12 de outubro 1492, nas
Ilhas Caraíbas (Antilhas) e foi liderada por Cristóvão Colombo. O famoso navegador
genovês morreu em 1506, depois de fazer mais três viagens à América, no entanto,
até o último momento, ele acreditou ter chegado às Índias. O erro seria corrigido
alguns anos depois, pelo também navegador e cartógrafo Américo Vespúcio, que
constatou que o território se tratava de um novo continente. Por isso, Américo
Vespúcio foi homenageado após sua morte, em 1512, e o território foi batizado com
o seu nome. Por muito tempo, no entanto, a América continuaria a ser chamada
também de Índias Ocidentais.
Inicialmente os aventureiros espanhóis não encontraram muitas riquezas que
pudessem satisfazer as práticas mercantilistas que vigoravam nos Estados europeus. No entanto, o próprio
Colombo já havia no final do século XV se empenhado na captura e escravidão de alguns nativos na América
Central. Desta forma, outros exploradores também seguiram esse caminho e passaram a buscar no território
riquezas e formas de explorar a população autóctone.

Tendo em vista que os espanhóis contavam apenas com um limitado número de soldados em um território
gigantesco, que os povos americanos resistiram à presença estrangeira e que o novo continente também era
biologicamente hostil aos europeus, toda essa aventura não foi algo simples. Logo, para consolidar a
ocupação e enfrentar a resistência dos povos nativos – que eram a imensa maioria – os espanhóis se
aproveitaram de sua superioridade bélica, com a utilização de armas de fogo e cavalos.
Neste cenário de dominação, a Coroa espanhola criou os chamados adelantados, que eram grandes
extensões de terras entregues aos conquistadores, que tinham autonomia sobre a administração desses
territórios. Assim, a violência foi uma marca desse processo de dominação.
Também podemos destacar a questão do medo, uma vez que alguns povos da América pensavam que os
espanhóis eram a encarnação de deuses. Os Astecas, por exemplo, acreditavam que os conquistadores
liderados por Hernán Cortés eram mensageiros de Quetzacoatl.

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História

Enfim, a vitória espanhola também pode ser explicada pela questão biológica e pelas alianças militares.
Assim, a disseminação de doenças que não existiam na América, provocando epidemias fatais aos nativos e
a aliança com povos dominados pelo Império Asteca e Inca, estimulando as desavenças que já existiam entre
os nativos foram importantes fatores que auxiliaram na vitória e na dominação.
Neste ponto, vale destacar que, apesar de estudarmos principalmente os povos astecas e incas, é importante
lembrarmos que nesse período os diversos nativos do continente jamais formaram uma unidade cultural,
linguística, étnica ou religiosa. Havia, portanto um mosaico étnico na América, com civilizações se
organizando em diversas formas, como: os grandes impérios, com alto desenvolvimento tecnológico, vida
urbana, comércio com outros povos e administração complexa; pequenas sociedades sedentárias, que viviam
de subsistência, caça e pequenos comércios, mas sem muito desenvolvimento urbano ou tecnológico; grupos
nômades, que dependiam principalmente da caça e da coleta e preferiam vagar do que se estabelecer em
único território e diversos outros exemplos de sociedades que aqui existiram.

O Império Asteca e a conquista de Hernán Cortez


Na região que conhecemos hoje como Mesoamérica, sobretudo na extensão
do atual território do México, destacou-se entre os séculos XIV e XV o grande
Império Asteca. Essa civilização se formou ao longo desses anos através da
união de diversas cidades-estados que passaram a formar o império, com
capital definida na cidade de Tenochtitlán.
A grande capital do império demonstrava toda a grandeza dessa civilização e
chegou a surpreender os espanhóis quando chegaram no século XVI. A notável
arquitetura dos grandes templos religiosos, a complexa configuração urbana e
a construção de uma rede de diques e canais demonstravam toda a grandeza
tecnológica do império. Além disso, os astecas também se destacaram nas
ciências, com importantes estudos sobre medicina, matemática e astronomia,
construindo, inclusive, surpreendentes calendários.
Apesar da vida urbana no meio dos grandes templos, do expansionismo e
Quetzalcoatl.
(Fonte: https://bityli.com/xu8Wc)
da força do comércio dessa civilização, os astecas se dedicaram muito à
agricultura, que era uma das principais atividades econômicas desse
período. Como formavam uma sociedade de base hidráulica, dependiam muito dos rios da região para irrigar
suas plantações, onde cultivavam feijões, pimentões e, principalmente, milho. Logo, graças a esse sistema de
irrigação que os astecas desenvolveram complexas redes de canais e aquedutos e um sistema de coleta de
lixo que era voltado para a produção de adubo para os campos. Nos aspectos religiosos, os astecas
apresentavam uma cosmovisão politeísta, que entendia a origem do mundo, da vida e do tempo sempre
relacionados às ações de deuses. Assim, dentre as principais entidades astecas, destacavam-se Tlaloc,
Huitzilopochtli, Tezcatlipoca e o já mencionado Quetzalcoatl, que teria oferecido o próprio coração em um ato
de autossacrifício.
Eram esses deuses, portanto, quem atuavam na vida cotidiana e era para eles que os astecas construíam
seus templos e o complexo calendário de rituais, que envolviam cerimônias, sacrifícios e profecias. A prática
do sacrifício era algo aparentemente comum neste povo, no entanto, ainda hoje não se sabe quais eram os
limites desses rituais e quais as principais camadas sociais que participavam dessas cerimônias. O que
sabemos é que ao sacrificarem pessoas nos templos, os astecas acreditavam que conseguiriam agradar aos
deuses e alcançar alguns benefícios, como a proteção contra terremotos, colheitas melhores, chuvas e até
manter o sol brilhando.

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História

A forte devoção dos astecas afetava também a própria política, que se organizava de maneira teocrática, com
um imperador que era considerado um representante de Tezcatlipoca. Assim, os imperadores possuíam não
só as funções administrativas e militares, como também religiosas e, por isso, junto aos outros membros da
elite asteca, como militares e sacerdotes, possuía alguns luxos e privilégios. Um deles era a própria cobrança
de tributos, principalmente sobre os servos que viviam nos campos.
Sendo assim, as famílias camponesas, que compunham a base dessa sociedade, apesar de viverem em terras
comunais, deveriam destinar parte da produção agrícola ao imperador e à elite asteca, como forma de
pagamento de tributos. Nas terras conquistadas, homens de outros grupos étnicos também deveriam pagar
impostos, que iam desde os produtos agrícolas até riquezas pessoais e entrega de membros da comunidade
para os sacfifícios. Enfim, aqueles que não pagassem os tributos, que ficassem endividados ou que
cometessem algum crime ainda poderiam ser escravizados.

Toda essa situação criou ao redor do Império Asteca uma forte rivalidade com outros
povos mesoamericanos, que não concordavam com a dominação. Desta forma, com a
chegada dos espanhóis, sobretudo de Hernán Cortez, em 1519, muitos desses grupos
passaram a se aliar aos europeus como forma de lutar contra o domínio asteca. Na
época, o império era então liderado por Montezuma II, que era famoso por suas
conquistas e pela expansão do território, entretanto, o reinado de Montezuma não durou
tanto tempo, pois o conflito contra os espanhóis o destronou ainda em 1520, após ser
assassinado. Contudo, é importante destacar que antes desses conflitos explodirem, a chegada dos
espanhóis havia sido amistosa, com Cortez sendo recebido por embaxadores astecas e até mesmo
presenteado com ouro, o que naturalmente aguçou a cobiça espanhola.
Segundo alguns autores, Montezuma teria recebido Cortez em 1519 acreditando que o mesmo fosse o deus
Quetzalcoatl. Por conta disso, Cortez foi inicialmente tratado com muita diplomacia e logo conseguiu
conquistar o imperador, a ponto de roubar suas riquezas e de tornar o mesmo um prisioneiro em seu próprio
palácio. A essa altura, o contato dos milhares de nativos com os poucos espanhóis já havia sido o bastante
para disseminar doenças como a varíola entre os astecas, assim como já havia possibilitado a realização de
alguns acordos militares com grupos rivais. Desta forma, quando os astecas finalmente iniciaram uma
tentativa de resistência contra os europeus, Cortes conseguiu liderar um exército de 500 espanhóis e mais ou
menos 25 mil nativos inimigos dos astecas contra o grande império.

Assim, com o apoio militar, as doenças e o uso de armas de fogo contra lanças e flechas, os europeus
facilmente derrotaram as principais tropas astecas e sitiaram a capital Tenochtitlán, derrubando a resistência
em 1521 e iniciando um longo processo de colonização. Os astecas, por sua vez, foram derrotados,
cristianizados e viram seus antigos templos e artefatos religiosos serem destuídos para darem origem à
Igrejas e peças católicas.

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História

O Império Inca e a conquista de Francisco Pizarro


No caso dos Andes, a região já era historicamente ocupada por povos como os
Huari, no Vale do Mantaro (Peru), os Tiahuanaco do Lago Titicaca (fronteira entre
Peru e Bolívia) e os Chimu, do vale do Moche (Peru). Assim, foi através de um
processo de unificação de antigos reinos da região, que foram dominados
principalmente por membros da etnia quíchua, que deu origem, por volta do
século XII, ao grande Império Inca.
Os Incas, ao longo dos séculos XIII, XIV e XV, expandiram-se e passaram a ocupar
uma grande região dos Andes, formando complexas cidades conectadas por
estradas, dentre elas a célebre Machu Pichu e a própria capital do império, a
cidade de Cuzco. Era na capital, portanto, que se localizava o grande imperador,
Apu Inti, Deus Sol. conhecido como o Sapa Inca. Este, por sua vez, exercia importante função militar
nessa civilização expansionista, era o principal legislador e era uma fundamental
(Disponível em:
https://bityli.com/PnGmD) figura religiosa, pois era considerado um deus na terra, o “filho do sol”.
Assim, foram nessas cidades que a sociedade Inca se desenvolveu de forma
bastante complexa, com sistemas de comunicação, avançados mecanismos de irrigação e plantio nos
chamados “terraços cultiváveis”, projetos arquitetônicos complexos, como os que podem ser observados nos
templos e até um expressivo artesanato. Essa sociedade também era extremamente hierarquizada e de difícil
mobilidade social, tendo o Inca no topo, como o detentor de terras e chefe de Estado. Abaixo do imperador se
encontravam as demais lideranças político-administrativas e a própria família real, que possuía privilégios e
terras.

Abaixo, na base da sociedade, havia os trabalhadores urbanos comuns, que viviam principalmente do
comércio e, enfim, os camponeses, fundamentais para a movimentação econômica e subsistência dessa
civilização. No campo, os trabalhadores rurais eram divididos em diversas comunidades de camponeses
denominados de ayllus. Nos ayllus, as famílias que ali viviam, em diferentes regiões, eram chefiadas por um
Curaca, que era o responsável pela organização do trabalho e pela distribuição das terras em cada ayllu.
Vale destacar que os agricultores incas ainda estavam submetidos a um sistema compulsório de trabalho
conhecido como mita. Assim, através desse sistema, os camponeses escolhidos pelos curacas deveriam
obrigatoriamente trabalhar para o Estado durante um período do ano em obras públicas. Essas obras
poderiam ser em irrigações ou na criação de “terraços” cultiváveis nas montanhas. Vale destacar que também
havia a presença de escravizados nessa sociedade, que eram normalmente inimigos de guerra que haviam
sido derrotados.
Apesar do auge dessa civilização se encontrar no século XV, o início do processo de decadência também
pode ser percebido nesse período, antes mesmo da chegada dos espanhóis. Isso ocorreu, pois, em 1525, o
imperador Huayna Cápac morreu e deixou no império uma crise sucessória, pois seus dois filhos com
mulheres diferentes, Huascar e Atahualpa passaram a disputar o poder.

Enquanto essa Guerra Civil se iniciava, trazendo conflitos sangrentos entre os incas, uma nova surpresa surgiu
no horizonte. Em 1526, exploradores espanhóis liderados por Francisco Pizarro encontraram o rico Império
Inca imerso em uma disputa. A chegada de Pizarro serviu como um fator fundamental para ampliar ainda
mais a decadência dessa civilização no meio da guerra, pois os colonizadores espanhóis espalharam entre
os nativos doenças até então desconhecidas pelos mesmos, como a varíola.

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Neste contexto de guerra os espanhóis se aproximaram das tropas de Huascar, apoiando-o como novo
imperador e ainda realizaram alianças com outros grupos nativos rivais dos incas. Foi assim que, em 1532,
os homens de Pizarro capturaram Atahualpa, após o mesmo ter negado sua conversão ao cristianismo e sua
submissão a Carlos I da Espanha. Nesse mesmo contexto os soldados incas de Atuhalpa ainda prenderam
Huascar, mantendo assim os dois possíveis líderes prisioneiros no meio de uma guerra e de uma invasão
espanhola.
Os dois prisioneiros, no entanto, não tardaram a morrer, pois ainda com poderes, mesmo estando preso,
Atuhalpa mandou que Huascar fosse executado. Após esse evento, Pizarro decidiu punir o antigo imperador,
setenciando-o a morte e colocando em seu lugar, como novo chefe de Estado inca, seu outro irmão, Túpac
Hualpa.

A indicação de Hualpa por Pizarro demonstra, portanto, o grande enfraquecimento do riquíssimo Império Inca
no século XVI, assim como o início de um domínio político espanhol na região, que passou a decidir quem
seriam os novos líderes nativos. Desta forma, os espanhóis massacraram as populações com a transmissão
de doenças e com a violência, exploraram os povos através de trabalhos compulsórios como a mita e a
encomienda, destruíram as culturas locais com a imposição de práticas europeias e do cristianismo e,
naturalmente, aprofundaram toda a crise dessa sociedade, causando ainda mais fome e miséria.
Os incas, por sua vez, ainda tentaram resistir de diversas formas aos ataques e à exploração espanhola, mas
não tiveram sucesso. A última das grandes revoltas incas foi liderada pelo último imperador, Túpac Amaru,
em 1572, mas, como visto, não alcançou a vitória definitiva e possibilitou, enfim, a consolidação do domínio
espanhol sobre o império.

A administração espanhola na América colonial.


À medida que se ampliou a dominação espanhola sobre a América, surgiu a
necessidade de montar um aparelho administrativo que se associasse aos
interesses mercantilistas da Espanha, especialmente após a descoberta de
grandes quantidades de ouro na área do Império Asteca, e de prata, na área
do Império Inca. Desta forma, a principal instituição responsável pela
administração colonial era o chamado Conselho Real e Supremo das Índias,
que atuava direto da metrópole, auxiliando o rei.
Já na América, o território foi dividido em vice-reinos e capitanias gerais, que
eram chefiados respectivamente por Vice-Reis e capitães-gerais nomeados
pelo Conselho das Índias. Assim, os vice-reinos eram as importantes regiões
de exploração de riquezas e de comércio, que, por isso, tornavam-se
fundamentais para o projeto de exploração colonial e eram chefiadas por um Vice-Rei, que era um espanhol
subordinado diretamente ao rei. Visto isso, ao longo dos séculos existiram 4 vice-reinos, que foram: Nova
Espanha (México), Nova Granada (Colômbia e Quador), Peru (Bolívia e Peru) e Rio da Prata (Paraguai, Uruguai
e Argentina).
Nos vice-reinos foi possível observar também o desenvolvimento de instituições administrativas locais, que
regulavam a convivência dos colonos e dos nativos. Desta forma, as cidades mais importantes dos vice-reinos
contavam com câmaras municipais, que também eram chamadas de cabildos e que foram controladas
majoritariamente pela elite criolla, que apesar desse poder local, não tinha direito de controlar as grandes
instituições ou participar das maiores decisões políticas.

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História

As capitanias gerais, por outro lado, não possuíam uma importância econômica tão grande, mas eram regiões
de importância militar para a dominação do território, combate à pirataria e, consequentemente, para a
garantia de um deslocamento seguro das riquezas para a Espanha. Desta forma, Cuba, Guatemala, Venezuela
e Chile foram importantes capitanias-gerais durante a colonização.
Ainda destacando a administração colonial, em uma esfera menor, a Coroa espanhola criou, em 1503, a
chamada Casa de Contratação, que controlava e monopolizava o comércio espanhol e arrecadava os
impostos. Tendo em vista que a pirataria era algo muito comum na época e que o contrabando de metais
preciosos ocorria até mesmo entre os colonos e nativos, a Coroa instalou também um regime de exclusivo
colonial metropolitano e de Porto Único.

Assim, todas as riquezas encontradas na colônia, sobretudo o ouro e a prata, pertenceriam à metrópole e
deveriam deixar a América apenas pelos portos permitidos, como o de Vera Cruz (México), Porto Belo
(Panamá) e o de Cartagenas das índias (Colômbia). Saindo desses portos, os produtos deveriam ir direto para
a Espanha, desembarcando exclusivamente no porto de Sevilha e, posteriormente no de Cádis.
É importante destacar também que, além do comércio e da exploração de riquezas como o ouro e a prata,
que contemplavam os interesses mercantilistas da nobreza e da burguesia espanhola, havia ainda um
importante fator que impulsionou a colonização espanhola: a religião. Em um contexto de expansão das
religiões protestantes, a Igreja Católica percebeu na colonização uma forma de expandir sua fé para além dos
territórios europeus, alcançando, assim, os povos indígenas. Desta forma, a catequização dos nativo-
americanos foi parte fundamental do processo de colonização e até mesmo de imposição dos valores
europeus aos povos da América.

Logo, foi através da conversão e do próprio sincretismo que muitos nativos e seus descendentes conseguiram
sobreviver às violências físicas e culturais desse processo ao longo dos séculos.

Divisão dos territórios espanhóis.

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Com a consolidação da colonização, a América Espanhola foi marcada por uma sociedade estratificada, onde
a elite de nascimento detinha privilégios. A sociedade era dividida nos seguintes grupos:
● Chapetones: os homens brancos, nascidos na Espanha e que vivendo na colônia representavam os
interesses metropolitanos, ocupando altos cargos administrativos, judiciais, militares e no comércio
externo.
● Criollos: elite econômica colonial, descendentes de espanhóis, nascidos na América, que eram grandes
proprietários rurais.
● Mestiços: homens livres, trabalhadores geralmente superexplorados.
● Indígenas: grande maioria da população foram submetidos ao trabalho forçado através da mita ou da
encomienda.
● Escravos africanos: foram utilizados sobretudo no Caribe (Antilhas) e trabalhavam principalmente na
agricultura.

Na América Espanhola, apesar da escravidão africana ter sido amplamente usada


em colônias da América Central, sobretudo nas Antilhas, foi a mão de obra indígena,
no entanto, a mais utilizada. Os nativos eram sentenciados ao trabalho compulsório,
principalmente nas minas de prata no Sul da colônia, onde eram explorados em
trabalhos em condições extremamente precárias e, em troca, recebiam salários
irrisórios e, muitas vezes, só a catequização.
Apesar do processo de conquista ter dizimado muitas populações nativas, a
exploração através dessas formas de trabalho também foi responsável pela morte de milhares de pessoas.
Assim, essa exploração dos nativos se deu principalmente através de duas formas de trabalho:
● Mita: instituição de origem inca que foi apropriada pelos espanhóis para impor um ritmo de trabalho
compulsório aos nativos americanos. Essa forma de trabalho foi adotada principalmente na região Sul
da colônia e consistia na exploração das comunidades dominadas utilizando uma parte de seus homens
no trabalho nas minas. Os homens eram sorteados, em geral trabalhavam alguns meses, recebendo um
pagamento irrisório. Cumprido o prazo, deveriam retornar à comunidade, que por sua vez deveria enviar
um novo grupo de homens. Apesar de sua origem Inca.
● Encomienda: sistema criado pelos espanhóis, consistia na exploração de um grupo ou comunidade de
indígenas por um colono espanhol conhecido como encomendero. Em troca, o colono deveria pagar um
tributo à metrópole e promover a cristianização dos indígenas.

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Exercícios

1. (UNESP) Em 1500, fazia oito anos que havia presença europeia no Caribe: uma primeira tentativa de
colonização que ninguém na época podia imaginar que seria o prelúdio da conquista e da
ocidentalização de todo um continente e até, na realidade, uma das primeiras etapas da globalização.
A aventura das ilhas foi exemplar para toda a América, espanhola, inglesa ou portuguesa, pois ali se
desenvolveu um roteiro que se reproduziu em várias outras regiões do continente americano: caos e
esbanjamento, incompetência e desperdício, indiferença, massacres e epidemias. A experiência serviu
pelo menos de lição à coroa espanhola, que tentou praticar no resto de suas possessões americanas
uma política mais racional de dominação e de exploração dos vencidos: a instalação de uma Igreja
poderosa, dominadora e próxima dos autóctones, assim como a instalação de uma rede administrativa
densa e o envio de funcionários zelosos, que evitaram a repetição da catástrofe antilhana.
(Serge Gruzinski. A passagem do século: 1480-1520: as origens da globalização, 1999. Adaptado.)
“A instalação de uma Igreja poderosa, dominadora e próxima dos autóctones” contribuiu para a
dominação espanhola e portuguesa da América, uma vez que os religiosos
a) mediaram os conflitos entre grupos indígenas rivais e asseguraram o estabelecimento de relações
amistosas destes com os colonizadores.
b) aceitaram a imposição de tributos às comunidades indígenas, mas impediram a utilização de
nativos na agricultura e na mineração.
c) toleraram as religiosidades dos povos nativos e assim conseguiram convencê-los a colaborar com
o avanço da colonização.
d) rejeitaram os regimes de trabalho compulsório, mas estimularam o emprego de mão de obra
indígena em obras públicas.
e) desenvolveram missões de cristianização dos nativos e facilitaram o emprego de mão de obra
indígena na empresa colonial.

2. (UERJ) TEXTO I

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TEXTO II
E depois de bem olhado e considerado tudo o que havíamos visto, tomamos a ver a grande praça e a
multidão de gente, uns comprando e outros vendendo, que somente o rumor e o zumbido das vozes e
palavras ressoavam mais de uma légua. Entre nós havia soldados que estiveram em todas a Itália e
Roma e disseram que praça tão bem-compassada e de tal tamanho e tão cheia de gente jamais haviam
visto.
(Bernal Diaz, em Crônicas sobre a conquista espanhola, século XVI.)

TEXTO III
O mercado de Tenochtitlán é uma grande praça toda cercada de pórticos e maior que a Salamanca. Só
posso dizer que na Espanha não há nada de comparável. Essa cidade era a coisa mais bela do mundo.
1. (Hermán Cortez, em Cartas ao Rei e à Rainha da Espanha, século XVI.)

O mapa de Tenochtitlán - capital do Império Asteca à época da conquista da América no século XVI -
auxilia a compreensão dos relatos dos espanhóis, cujas reações diante da cidade revelam
características daquela sociedade pré-colombiana. Indique duas características da sociedade asteca
que causaram as reações expressadas nos relatos acima. Cite, ainda, dois objetivos da conquista
europeia da América.

3. (Unicentro) Leia o texto a seguir.


Em pleno século XVIII, Potosí era descrito pelo viajante Antón Zacarias Helmés, que a visitou em 1788,
como uma montanha com “a forma cônica de um pão de açúcar. Em sua circunferência de seis léguas
há mais de 300 minas de estrutura irregular que mais parecem buracos de pouca profundidade”. Minas
que em grande medida tinham sido e seguiam sendo exploradas pelo sistema de mita.
(GODOY, S. Señor de sus cédulas. In: PAIVA, E.; ANASTASIA, C. M. O trabalho mestiço.
São Paulo: Annablume. Belo Horizonte: UFMG, 2002, p.230.)
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, em que consistia a mita.
a) Imposição da forma de trabalho europeia aos indígenas.
b) Sistema de trabalho assalariado de libertos indígenas ou africanos.
c) Sistema de trabalho executado por escravos de origem indígena.
d) Utilização da mão de obra indígena, aproveitando seu sistema produtivo.

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4. (UFG) Leia o texto a seguir.


A riqueza dos incas e astecas foi assim devorada num relance, os impérios eliminados e, dentro em
pouco, não estava ali, de toda a riqueza sonhada, senão o solo, prodigiosamente rico de ouro e prata, e
restos de tribos selvagens, apavoradas, combalidas, desmoralizadas. O espanhol [...], por essa forma
depredadora, adaptou logo as suas tendências e apetites naturais as condições novas que se lhe
ofereciam. Enquanto houve riqueza acumulada, ele foi depredador, guerreiro, conquistador. Esgotaram-
se as riquezas, ele fez-se imediatamente sedentária. Colheu os restos de populações índias
sobreviventes às matanças, escravizou-as e fê-las produzir riquezas para ele - cavando a mina ou
lavrando a terra.
(BOMFIM, Manoel. A América Latina: males de origem. Rio de Janeiro: Topbooks, 1993. p. 103. (Adaptado).)
Ao analisar as relações entre as metrópoles ibéricas e as suas colônias americanas, o pensador
brasileiro Manoel Bomfim (1868-1932) fez uma analogia entre sociedades humanas e organismos
biológicos, prática recorrente entre inúmeros intelectuais brasileiros no início do século XX. A partir da
análise do texto, considerando o contexto histórico e os conceitos de interações biológicas, conclui-se
que o conquistador espanhol
a) sobreviveu e se alimentou à custa das populações incas e astecas, mantendo com elas uma
relação análoga a interação do parasitismo.
b) interagiu com o que restou do solo, das terras e das populações incas e astecas sobreviventes,
numa relação análoga ao mutualismo.
c) devorou, com seu apetite natural, as riquezas dos povos incas e astecas, mantendo com eles uma
relação análoga ao comensalismo.
d) depredou, escravizou e explorou os povos incas e astecas sobreviventes, estabelecendo com eles
uma relação análoga ao predatismo.
e) viveu à custa das populações incas e astecas, na condição de hospedeiro, por meio de uma relação
análoga à interação do inquilinismo.

5. (Enem) O canto triste dos conquistados: os últimos dias de Tenochtitlán


Nos caminhos jazem dardos quebrados; os cabelos estão espalhados. Destelhadas estão as casas,
Vermelhas estão as águas, os rios, como se alguém as tivesse tingido, Nos escudos esteve nosso
resguardo, mas os escudos não detêm a desolação...
(PINSKY, J. et al. História da América através de textos. São Paulo. Contexto, 2007 (fragmento).)
O texto é um registro asteca, cujo sentido está relacionado ao (à)
a) tragédia causada pela destruição da cultura desse povo.
b) tentativa frustrada de resistência a um poder considerado superior.
c) extermínio das populações indígenas pelo Exército espanhol.
d) dissolução da memória sobre os feitos de seus antepassados.
e) profetização das consequências da colonização da América.

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Gabarito

1. E
Não é possível entender a colonização espanhola, assim como a portuguesa, sem compreender a
importância da instituição religiosa dentro dessas sociedades. Muito mais do que evangelizar, a Igreja
Católica possuía a missão de mediar e tentar facilitar o contato entre os nativos e os colonos europeus.
Através da aculturação e da evangelização, a Instituição contribuiu para o processo de etnocídio da
população indígena americana.

2. Caraterísticas: grande contingente populacional / arquitetura elaborada / intensa urbanização / grande


atividade comercial / riqueza material.
Objetivos: expansão da fé católica / busca por metais preciosos / expansão comercial / utilização da
mão de obra nativa / busca por matérias-primas / ideal civilizatório / fortalecimento do Estado.

3. D
A mita foi um sistema de trabalho criado pelos incas antes da chegada dos europeus ao continente,
contudo, os últimos se apropriaram do modelo para submeter os nativos ao trabalho compulsório nas
minas. Através de um rodízio feito através de sorteio esses indígenas eram obrigados a prestar serviços
nas minas durante alguns meses em troca de uma compensação financeira irrisória.

4. A
O autor separa a colonização espanhola na América em dois momentos distintos. O primeiro momento
é marcado pela dominação e exploração massiva do território, após o boom da prata, veio o período de
sugar, tal qual um parasita, o território americano e os nativos que restaram. Biologicamente, o
parasitismo é uma relação desarmônica, aonde o hospedeiro (América) é essencial para a sobrevivência
do parasita (os espanhóis).

5. B
O trecho destacado retrata a dificuldade dos astecas em lidar com a tecnologia bélica dos espanhóis
que aproveitaram para dizimar a população nativa de diversas formas. A parte do relato que fala sobre
os dardos evidencia que dificilmente os astecas teriam poderio militar para barrar o expansionismo dos
espanhóis, mas como citado acima, somente à força e a violência não explicam a dominação espanhola,
uma vez que eles estavam em menor número. Vale destacar que a exploração de disputas internas e o
alastramento de doenças que levaram a epidemias também são essências para compreender o domínio
dos europeus.

8
Matemática

Grandezas proporcionais e escala

Exercícios

1. (Unesp) Uma cidade tem sua área territorial dividida em quatro regiões. O esquema apresenta, de
modo simplificado, a área territorial e a densidade populacional dessas quatro regiões:

A participação das populações dessas regiões na população total da cidade é:

a) b)
c)

d) e)

1
Matemática

2. (Uerj) Casos de febre amarela desde o início de 2017:


- confirmados → 779
- suspeitos → 435
Mortes entre os casos confirmados: 262
Suponha que todos os casos suspeitos tenham sido comprovados, e que a razão entre o número de
mortes e o de casos confirmados permaneça a mesma. Nesse caso, com as novas comprovações da
doença, o número total de mortos por febre amarela estaria mais próximo de:
a) 365
b) 386
c) 408
d) 503

3. (Unicamp) A eficiência de um veículo pode ser avaliada pela quantidade de quilômetros que ele é
capaz de percorrer com um litro de combustível. Tal eficiência depende de vários fatores, entre eles a
velocidade adotada. O gráfico abaixo exibe o número de quilômetros percorridos por litro de
combustível, para um determinado veículo, em função da velocidade.

a) Supondo que o veículo trafegue com velocidade constante de 100 km/h, determine quantos litros
de combustível ele consome para percorrer 60 km.

b) Considere que o veículo tenha 50 litros de combustível em seu tanque. Determine a sua
autonomia máxima, isto é, a maior distância que ele pode percorrer, supondo que ele trafegue a
uma velocidade constante.

2
Matemática

4. (Unesp) Os estudantes 1, 2 e 3 concorreram a um mesmo cargo da diretoria do grêmio de uma


faculdade da UNESP, sendo que 1 obteve 6,25% do total de votos que os três receberam para esse
cargo. Na figura, a área de cada um dos três retângulos representa a porcentagem de votos obtidos
pelo candidato correspondente. Juntos, os retângulos compõem um quadrado, cuja área representa o
total dos votos recebidos pelos três candidatos.

Do total de votos recebidos pelos três candidatos, o candidato 2 obteve:


a) 61,75%
b) 62,75%
c) 62,50%
d) 62,00%
e) 62,25%

5. (Unesp) Estudos sobre modelos atômicos foram fundamentais para o desenvolvimento da Química
como ciência. Por volta de 450 a.C., os filósofos gregos Leucipo e Demócrito construíram a hipótese
de que o mundo e, em consequência, a matéria eram constituídos a partir de unidades idênticas e
indivisíveis, chamadas átomos. Contudo, foi somente a partir do século XIX que a realização de
experimentos tornou possível a comprovação de hipóteses desenvolvidas ao longo do tempo. Um dos
primeiros modelos aceitos foi criado por John Dalton, apresentado em um livro de sua autoria,
publicado em 1808. Anos depois, outros dois principais modelos foram desenvolvidos, até que, em
1913, o físico Niels Bohr publicou um livro com sua teoria sobre o modelo atômico.

Tomando como referência as datas de publicação dos trabalhos de Dalton e de Bohr, a linha do tempo
que apresenta os fatos históricos do desenvolvimento do modelo atômico, com espaço proporcional à
distância de tempo entre eles, é:

3
Matemática

a)

b)

c)

d)

e)

4
Matemática

Gabarito

1. D
Sabendo que a densidade populacional corresponde à razão entre a população e a área, tem-se que a
população norte é 7,5 . 6 = 45, e da região sul é 2.5 = 10, a da região leste é 5.8 = 40 e a da oeste é 12. 2,5
= 30. Portanto, a populaçã total é igual a 45 + 10 + 40 + 30 = 125. Em consequência, considerando os
𝟒𝟓
diagramas das alternativas, podemos afirmar que a participação da região norte corresponde a 25.
𝟏𝟐𝟓
𝟏𝟎 𝟒𝟎
= 9, a da região sul corresponde a 25. = 2, a da região leste corresponde a 25. = 8 e a da região
𝟏𝟐𝟓 𝟏𝟐𝟓
𝟑𝟎
oeste corresponde a 25. = 6.
𝟏𝟐𝟓

2. C
Calculando:
𝟐𝟔𝟐 𝒙
= → 408,30
𝟕𝟕𝟗 𝟕𝟕𝟗 + 𝟒𝟑𝟓

3.
a) 4 litros. Do gráfico, quanod a velocidade do veículo é igual a 100 km/h, sua quilometragem por litro
𝟏𝟓 𝐤𝐦 𝟔𝟎 𝐤𝐦
é 15km/l.. Daí temos: = .
𝟏𝐥 𝐱
b) 1.000km. Do gráfico, a autonomia máxima será obtida se o veículo estiver a uma velocidade
constante e igual a 80 km/h. Nesse caso, sua quilometragem por litro é 20 km/l. Portanto, temos:
𝟐𝟎 𝒌𝒎 𝒅
=
𝟏𝒍 𝟓𝟎 𝒍
𝒅 = 𝟏𝟎𝟎𝟎 𝒌𝒎

4. C
(4,5 . 2) cm2 6,25%
x cm2 100%
𝟒,𝟓 . 𝟐 . 𝟏𝟎𝟎
x= = 144 cm2 → quadrado lado 12
𝟔,𝟐𝟓
Candidato 3 → (12-2) . 4,5 = 45 cm2
Candidato 2 → (12-4,5) . 12 = 90 cm2
90 cm2 y%
2
144 cm 100%
𝟗𝟎𝟎𝟎
y= = 62,5
𝟏𝟒𝟒

5
Matemática

5. E
Desde que uma unidade da escala corresponde a 1913 – 1808 = 105 anos, podemos afirmar que existem
𝟏𝟎𝟖𝟎 + 𝟒𝟓𝟎
= 21,5 unidades separando a publicação de Dalton e a hipótese de Leucipo e Demócrito.
𝟏𝟎𝟓
Portanto, sabendo o modelo de Thomson antecedeu o modelo de Rutherford, segue que a alternativa
correta é a [E].

6
Português

Coesão textual: a conjunção na coesão sequencial


Teoria

O que é coesão textual?

De forma objetiva, a coesão textual contempla a utilização de mecanismos linguísticos que permitem uma
sequência lógica entre as partes de um texto. Em outras palavras, é a conexão entre as partes de um texto:
as palavras, as orações, as frases e os parágrafos. Esse fator de textualidade pode se manifestar de duas
formas: referencial ou sequencial.

Neste material, veremos a importância do papel das conjunções para o encadeamento textual, tanto a partir
de questões quanto para a redação. Por isso, colocaremos aqui no resumo alguns detalhes retirados do
manual do corretor do Enem, que fala sobre a coesão sequencial, um dos critérios avaliados pela competência
4.

Coesão sequencial

Os elementos de coesão sequencial são responsáveis – como o próprio nome sugere – pelo sequenciamento
ou andamento do texto. Eles servem para conectar segmentos textuais e, normalmente criam nexos
semânticos entre eles. Assim, estabelecem as principais ligações entre as partes da redação, de forma que a
coesão textual se manifeste mais notoriamente. Entre os principais recursos, destacam-se as frases de apoio,
os termos conectivos (portanto, dessa forma, assim, etc) e os ganchos semânticos. Veja o exemplo abaixo:

“Em primeira instância, é preciso avaliar o comportamento humano na busca pela diferenciação. Visto que a
massificação e a globalização tendem a homogeneizar os indivíduos, busca-se a exposição como meio de
destaque. Com isso, vidas privadas são descortinadas, e pensamentos são materializados em curtidas e
compartilhamentos. Essa conduta, de certa forma, reflete a transferência para as mídias digitais daquilo que
evita expor interpessoalmente. Nesse contexto, o monitor se converte no diário onde se imprime a essência
pessoal e se constrói a autoafirmação.”

Para a dissertação argumentativa, por exemplo, é válido ressaltar alguns exemplos importantes de
conectivos. São eles:

• Primeiro parágrafo de desenvolvimento: Em primeiro lugar, Primeiramente, Em uma primeira análise…

• Segundo parágrafo de desenvolvimento: Além disso, Um outro aspecto que deve ser abordado…

• Terceiro parágrafo de desenvolvimento: Por fim, Ainda, Em última análise…

• Conclusão: Portanto, Dessa forma, Dessa maneira, Assim, Logo

O trecho a seguir foi retirado do manual dos corretores do Enem, que foi disponibilizado, no ano de 2020, pelo
INEP.

1
Português

QUADRO ESPECÍFICO DOS OPERADORES ARGUMENTATIVOS

De acordo com Koch e Elias (2016, p. 76), os operadores argumentativos são elementos que fazem parte do
repertório linguístico e “são responsáveis pelo encadeamento dos enunciados, estruturando o texto e
determinando a orientação argumentativa”. Isso nos permite concluir que esses elementos linguísticos
devem estar entre os principais componentes da articulação do texto dissertativo-argumentativo, o que
justifica o fato de as notas mais altas exigirem operadores argumentativos, como se verá na Grade Específica.
Um inventário minucioso desse elemento coesivo pode ser encontrado na obra citada há pouco (KOCH e
ELIAS, 2016, p.64-76), a partir da qual fazemos uma tabela dos principais tipos de operadores argumentativos.

OPERADORES ARGUMENTATIVOS

Operadores que somam argumentos a favor da mesma conclusão


I também, ainda, nem, não só... mas também, tanto... como, além de, além disso (...)
Operadores que indicam o argumento mais forte em uma escala a favor da mesma conclusão
II inclusive, até mesmo, nem, nem mesmo (...)
Operadores que deixam subentendida a existência de uma escala com outros argumentos mais fortes
III ao menos, pelo menos, no mínimo (...)
Operadores que contrapõem argumentos orientados para conclusões contrárias
IV mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, embora, ainda que, posto que, apesar de (...)
Operadores que introduzem uma conclusão com relação a argumentos apresentados em enunciados
V anteriores
logo, portanto, pois, por isso, por conseguinte, em decorrência, resumindo, concluindo (...)
Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação relativa ao enunciado anterior
VI porque, porquanto, pois, visto que, já que, para que, para, a fim de (...)

Operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos, visando a uma determinada
VII conclusão
mais... (do) que, menos... (do) que, tão... quanto (...)
Operadores que introduzem argumentos alternativos que levam a conclusões diferentes ou opostas
VIII ou... ou, quer... quer, seja... seja, (...)

Operadores que introduzem no enunciado conteúdos pressupostos


IX já, ainda, agora (...)

Operadores que funcionam numa escala orientada para a afirmação da totalidade ou para a negação
X da totalidade
Afirmação: um pouco, quase (...) Negação: pouco, apenas (...)

Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_4.pdf

2
Português

Exercícios

1. (UERJ 2011) Como e porque sou romancista


Minha mãe e minha tia se ocupavam com trabalhos de costuras, e as amigas para não ficarem ociosas
as ajudavam. Dados os primeiros momentos à conversação, passava-se à leitura e era eu chamado ao
lugar de honra.
Muitas vezes, confesso, essa honra me arrancava bem a contragosto de um sono começado ou de um
folguedo querido; já naquela idade a reputação é um fardo e bem pesado.
Lia-se até a hora do chá, e tópicos havia tão interessantes que eu era obrigado à repetição.
Compensavam esse excesso, as pausas para dar lugar às expansões do auditório, o qual desfazia-se
em recriminações contra algum mau personagem, ou acompanhava de seus votos e simpatias o herói
perseguido.
Uma noite, daquelas em que eu estava mais possuído do livro, lia com expressão uma das páginas
mais comoventes da nossa biblioteca. As senhoras, de cabeça baixa, levavam o lenço ao rosto, e
poucos momentos depois não puderam conter os soluços que rompiam-lhes o seio.
Com a voz afogada pela comoção e a vista empanada pelas lágrimas, eu também cerrando ao peito o
livro aberto, disparei em pranto e respondia com palavras de consolo às lamentações de minha mãe e
suas amigas.
Nesse instante assomava à porta um parente nosso, o Revd.º Padre Carlos Peixoto de Alencar, já
assustado com o choro que ouvira ao entrar – Vendo-nos a todos naquele estado de aflição, ainda mais
perturbou-se:
- Que aconteceu? Alguma desgraça? Perguntou arrebatadamente.
As senhoras, escondendo o rosto no lenço para ocultar do Padre Carlos o pranto e evitar seus
remoques1, não proferiram palavra. Tomei eu a mim responder:
- Foi o pai de Amanda que morreu! Disse, mostrando-lhe o livro aberto.
Compreendeu o Padre Carlos e soltou uma gargalhada, como ele as sabia dar, verdadeira gargalhada
homérica, que mais parecia uma salva de sinos a repicarem do que riso humano. E após esta, outra e
outra, que era ele inesgotável, quando ria de abundância de coração, com o gênio prazenteiro de que a
natureza o dotara.
Foi essa leitura contínua e repetida de novelas e romances que primeiro imprimiu em meu espírito a
tendência para essa forma literária [o romance] que é entre todas a de minha predileção?
Não me animo a resolver esta questão psicológica, mas creio que ninguém contestará a influência das
primeiras impressões.
JOSÉ DE ALENCAR Como e porque sou romancista. Campinas: Pontes, 1990. 25
1remoque: zombaria, caçoada

Vendo-nos a todos naquele estado de aflição,


O fragmento destacado poderia ser reescrito, com o emprego de um conectivo.
A reescritura que preserva o sentido original do fragmento é:
a) caso nos visse a todos naquele estado de aflição
b) porém nos viu a todos naquele estado de aflição
c) quando nos viu a todos naquele estado de aflição
d) não obstante nos ver a todos naquele estado de aflição

3
Português

2. (Enem 3ª aplicação 2014) É possível ter cãibras no coração?


É impossível ter cãibras no coração, apesar de ser comum pacientes se queixarem de dores
semelhantes a uma contratura no órgão. A musculatura cardíaca é diferente da musculatura
esquelética das pernas e braços, onde sentimos as cãibras. Isso porque o coração possui um tipo
especial de fibra muscular estriada, que tem movimento involuntário. O órgão contrai e relaxa
automaticamente. Não há registro de casos em que ele permaneça contraído sem relaxamento
imediato, que é como a cãibra se apresenta.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jun. 2012 (fragmento).

Os conectivos são elementos fundamentais para a ligação de palavras e orações no texto.


Contextualmente, o conectivo "apesar de" (l. 1) expressa
a) explicação, porque apresenta os motivos que impossibilitam o aparecimento de cãibras no
coração.
b) concessão, pois introduz uma ideia contrária à afirmação "é impossível ter cãibras no coração".
c) causa, tendo em vista que introduz a razão da manifestação da doença no coração.
d) conclusão, já que finaliza a afirmação "é impossível ter cãibras no coração".
e) consequência, uma vez que apresenta os efeitos das cãibras.

3. (Mackenzie) Me sinto com a cara no chão, mas a verdade precisa ser dita ao menos uma vez: aos 52
anos eu ignorava a admirável forma lírica da canção paralelística (...).
O “Cantar de amor” foi fruto de meses de leitura dos cancioneiros. Li tanto e tão seguidamente aquelas
deliciosas cantigas, que fiquei com a cabeça cheia de “velidas” e “mha senhor” e “nula ren”; sonhava
com as ondas do mar de Vigo e com romarias a San Servando. O único jeito de me livrar da obsessão
era fazer uma cantiga.
(Manuel Bandeira)

No trecho “Li tanto e tão seguidamente aquelas deliciosas cantigas, que fiquei com a cabeça cheia”, a
circunstância expressa pela frase destacada é de:
a) temporalidade
b) condição
c) causa
d) conformidade
e) consequência

4
Português

4. (Unicamp 2020) O telejornalismo é um dos principais produtos televisivos. Sejam as notícias boas ou
ruins, ele precisa garantir uma experiência esteticamente agradável para o espectador. Em suma, ser
um “infotenimento”, para atrair prestígio, anunciante e rentabilidade. Porém, a atmosfera pesada do
início do ano baixou nos telejornais: Brumadinho, jovens atletas mortos no incêndio do CT do Flamengo,
notícias diárias de feminicídios, de valentões armados matando em brigas de trânsito e
supermercados. Conjunções adversativas e adjuntos adverbiais já não dão mais conta de neutralizar o
tsunami de tragédias e violência, e de amenizar as más notícias para garantir o “infotenimento”. No
jornal, é apresentada matéria sobre uma mulher brutalmente espancada, internada com diversas
fraturas no rosto. Em frente ao hospital, uma repórter fala:
“mas a boa notícia é que ela saiu da UTI e não precisará mais de cirurgia reparadora na face...”. Agora,
repórteres repetem a expressão “a boa notícia é que...”, buscando alguma brecha de esperança no
“outro lado” das más notícias.

(Adaptado de Wilson R. V. Ferreira, Globo adota “a boa notícia é que...” para tentar se salvar do baixo astral nacional.
Disponível em https://cinegnose. Blogs pot.com/2019/02/globo-adota-
boa- noticia-e-que-para.html. Acessado em 01/03 /2019.)

Considerando a matéria apresentada no jornal, o uso da conjunção adversativa seguido da expressão


“a boa notícia é que” permite ao jornalista
a) apontar a gravidade da notícia e compensá-la.
b) expor a neutralidade da notícia e reforçá-la.
c) minimizar a relevância da notícia e acentuá-la.
d) revelar a importância da notícia e enfatizá-la.

5
Português

5. (UERJ) NOMES DO HORROR


Uma reportagem de Philip Gourevitch na revista New Yorker mostra como, vinte anos depois da guerra
de Ruanda, ocorrida em 1994, quando hutus assassinaram 800 mil tutsis em cem dias, ainda é difícil
chegar a um consenso sobre como chamar o que aconteceu.
O país discute se a melhor palavra para tanto está na língua local, na língua dos colonizadores, se basta
precisão verbal (“gutsemba”, “massacrar”) ou se é preciso a redundância de um neologismo
(“gutsembatsemba”, “massacrar radicalmente”) para descrever os atos de uma tragédia absoluta.
Debates semelhantes acompanham qualquer trauma coletivo. Há grupos judaicos que rejeitam a
expressão consagrada “holocausto”, com seu caráter sacrificial, de expiação de pecados, em nome da
menos ambígua “shoah” (“calamidade”, “aniquilação”). Na Turquia, ainda é tabu usar “genocídio” para
a matança armênia iniciada em 1915. No Brasil, dá-se algo semelhante na luta pelo reconhecimento do
que foi e é praticado contra comunidades indígenas.
De qualquer forma, são batalhas pequenas dentro de uma guerra longa e difícil, de transmissão da
memória para que o horror não se repita. Palavras são a primeira arma das vítimas de tentativas de
extermínio, às vezes a única, e é preciso chegar a um modo eficiente – que não se resuma a slogans
com vocabulário chancelado – para que elas não traiam a natureza do que se viveu.
Ou seja, é preciso saber narrar. Discursos facilmente se banalizam, tornam-se solenes, sentimentais
em excesso, causando o efeito contrário do que pretendem. Chegar à sensibilidade do público,
causando empatia, desconforto e revolta ativa, o que é objetivo de qualquer militância antiviolência,
demanda não apenas reproduzir a verdade dos fatos. A mensagem não é nada sem um receptor
disposto a entendê-la, por mais pungentes* que sejam as vítimas.
Como isso não é comum, o que ocorreu em 1994 continua sendo apenas um item numa lista atemporal
e universal de genocídios, holocaustos, limpezas, extermínios, calamidades, aniquilações, massacres e
gutsembatsembas.
Michel Laub Adaptado de Folha de São Paulo, 09/05/2014

A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la, por mais pungentes que sejam as
vítimas. (l.19-20)

Reescreva o trecho acima, substituindo o conectivo da parte sublinhada por outro de mesmo sentido
e fazendo as adaptações necessárias. Em seguida, aponte o sentido estabelecido pelo conectivo
empregado.

6
Português

6. (Enem PPL) Brasil é o maior desmatador, mostra estudo da ONU


O Brasil reduziu sua taxa de desmatamento em vinte anos, mas continua líder entre os países que mais
desmatam, segundo a FAO (órgão da ONU para a agricultura).
A entidade apresentou ontem estudo sobre a cobertura florestal no mundo e o resultado é preocupante:
em apenas dez anos, uma área de floresta do tamanho de dois estados de São Paulo desapareceu do
país. De forma geral, a queda no ritmo da perda de cobertura florestal foi de 37% em dez anos. Entre
1990 e 1999, 16 milhões de hectares por ano sumiram. Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13
milhões de hectares.
Mas o número é considerado alto. A América do Sul é apontada como a maior responsável pela perda
de florestas do mundo, com cortes anuais de 4 milhões de hectares. A África vem em seguida, com 3,4
milhões de hectares/ano.
O Estado de São Paulo, 26 mar. 2010.

Na notícia lida, o conectivo “mas” (terceiro parágrafo) estabelece uma relação de oposição entre as
sentenças: “Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares” e “o número é
considerado alto”. Uma das formas de se reescreverem esses enunciados, sem que lhes altere o
sentido inicial, é:
a) Porque, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é considerado
alto.
b) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, por isso o número é considerado
alto.
c) Entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, uma vez que o número é
considerado alto.
d) Embora, entre 2000 e 2009, esse número tenha caído para 13 milhões de hectares, o número é
considerado alto.
e) Visto que, entre 2000 e 2009, esse número caiu para 13 milhões de hectares, o número é
considerado alto.

7
Português

7. (UFRJ 2006) De manhã


O hábito de estar aqui agora
aos poucos substitui a compulsão
de ser o tempo todo alguém ou algo.

Um belo dia – por algum motivo


é sempre dia claro nesses casos –
você abre a janela, ou abre um pote

de pêssegos em calda, ou mesmo um livro


que nunca há de ser lido até o fim
e então a idéia irrompe, clara e nítida:

É necessário? Não. Será possível?


De modo algum. Ao menos dá prazer?
Será prazer essa exigência cega

a latejar na mente o tempo todo?


Então por quê?
E neste exato instante
você por fim entende, e refestela-se
a valer nessa poltrona, a mais cômoda
da casa, e pensa sem rancor:
Perdi o dia, mas ganhei o mundo.
(Mesmo que seja por trinta segundos.)
(BRITO, Paulo Henriques. As três epifanias –
III. In: BRITO, P. H. Macau. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 72-73)

A conjunção adversativa mas, utilizada no penúltimo verso do texto II, além de implicar contraste,
desempenha papel argumentativo específico. Explique esse papel.

8
Português

8. (UERJ 2019) Mas Amaro, radiante de se achar ali, numa praça de Lisboa, em conversação íntima com
um estadista ilustre, perguntou ainda, pondo nas palavras uma ansiedade de conservador assustado:
– E crê Vossa Excelência que essas ideias de república, de materialismo, se possam espalhar entre
nós?
O conde riu: e dizia, caminhando entre os dois padres, até quase junto das grades que cercam a estátua
de Luís de Camões:
– Não lhes dê isso cuidado, meus senhores, não lhes dê isso cuidado! É possível que haja aí um ou dois
esturrados que se queixem, digam tolices sobre a decadência de Portugal, e que estamos num
marasmo, e que vamos caindo no embrutecimento, e que isto assim não pode durar dez anos etc., etc.
Baboseiras!...
Tinha-se encostado quase às grades da estátua, e tomando uma atitude de confiança:
– A verdade, meus senhores, é que os estrangeiros invejam-nos... E o que vou a dizer não é para
lisonjear a Vossas Senhorias: mas enquanto neste país houver sacerdotes respeitáveis como Vossas
Senhorias, Portugal há-de manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé, meus senhores, é
a base da ordem!
– Sem dúvida, senhor conde, sem dúvida, disseram com força os dois sacerdotes.
(CAPÍTULO XXV)

Observe as conjunções sublinhadas no trecho citado (1) e em sua reescritura (2):


(1) mas enquanto neste país houver sacerdotes respeitáveis como Vossas Senhorias, Portugal há-de
manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem!
(2) mas quando neste país houver sacerdotes respeitáveis como Vossas Senhorias, Portugal há-de
manter com dignidade o seu lugar na Europa! Porque a fé, meus senhores, é a base da ordem!

Apresente a diferença de sentido entre os dois enunciados, a partir do uso de cada conjunção.
Explique, também, o efeito de sentido produzido pelo emprego da conjunção enquanto, considerando
a conduta do padre Amaro e do cónego Dias ao longo da narrativa.

9
Português

Gabarito

1. C
O fragmento destacado traz a noção de temporalidade. Por isso, o conectivo “quando” pode ser
empregado sem alteração de sentido.

2. B
O termo “apesar de” é concessivo e marca um contraste em relação à ideia anterior.

3. E
A conjunção “que” introduz a consequência (ficar com a cabeça cheia) do que foi dito anteriormente.

4. A
O uso do “mas” antes de “a boa notícia é que” indica o contraste ao que foi dito anteriormente em relação
à violência contra a mulher, no entanto o “mas” não minimiza a gravidade da situação.

5. Sendo um conectivo de concessão, as possibilidades de reescrita são:


• A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la, embora as vítimas sejam muito
pungentes.
• A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la, ainda que as vítimas sejam muito
pungentes.
• A mensagem não é nada sem um receptor disposto a entendê-la, mesmo que as vítimas sejam muito
pungentes.

6. D
Tanto o “mas” (adversativo) quanto o “embora” (concessivo) marcam ideias contrastantes. Por isso, a
melhor forma de substituir o “mas” é empregando o “embora”.

7. (Gabarito oficial) A conjunção “mas” desempenha o papel de realçar o conteúdo da segunda oração, que
constitui o elemento central na argumentação.

8. (Gabarito oficial) O uso de “enquanto” indica que já existem sacerdotes respeitáveis. O uso de “quando”
indica que ainda não há outros sacerdotes respeitáveis. O emprego da conjunção “enquanto” no trecho
original marca a ironia que caracteriza a narrativa e que fica reforçada no diálogo final entre os dois
padres e o conde de Ribamar.

10
Química

Distribuição eletrônica: casos particulares

Teoria

Diagrama de Linus Pauling


O Diagrama de energia, popularmente conhecido como diagrama de Linus Pauling, traz uma representação
da distribuição eletrônica através de subníveis de energia.
Com esse esquema, o químico Linus Carl Pauling (1901-1994) sugeriu melhorar a disposição dos elétrons, e
Pauling propôs os subníveis de energia. Através deles, seria possível dispor os elétrons do menor ao maior
nível de energia de um átomo no seu estado fundamental. Observe o diagrama abaixo:

(Diagrama de Linus Pauling, produzido por Vanussa Faustino, Jan. 2021.)

De acordo com o modelo proposto por Pauling, existem 7 camadas eletrônicas (K,L,M.N,O,P e Q) localizadas
ao redor do núcleo atômico, sendo que cada uma delas permite um número máximo de elétrons, que são 2,
8, 18, 32, 32,18 e 8, respectivamente.

A camada K é formada pelo subnível S.


A camada L é formada pelos subníveis S e P.
A camada M é formada pelos subníveis S, P e D.
A camada N é formada pelos subníveis S,P,D e F... e assim por diante!

8
Química

Cada subnível comporta um número máximo de elétrons:

Subnível N° máximo de elétrons


s 2
p 6
d 10
f 14

Distribuição eletrônica em átomos neutros


Há uma disposição natural que faz as coisas tenderem sempre a uma situação de menor energia. Essa
mesma tendência é observada na eletrosfera dos átomos. Os elétrons buscam se distribuir em níveis de
menor energia (desde que haja lugar disponível), a situação na qual os elétrons se encontram em menos nível
de energia é chamada de “estado fundamental” ou “estado estacionário”.

Vou te dar um rápido exemplo, pense no Hidrogênio (H), que possui apenas 1 elétron. Este pertence ao
subnível 1 que, dentre todos, possui menor energia. Podemos dizer então, que a distribuição de eletrônica do
Hidrogênio nos subníveis e 1s1.

O diagrama de energia, proposto por Pauling, além de mostrar a ordem crescente de energia, nos auxilia a
fazer a distribuição eletrônica, basta seguir as diagonais indicadas pelas setas. Se liga nos exemplos a seguir!

(Distribuição eletrônica do Oxigênio (O), produzido por Faustino, Jan. 2021.)

(Distribuição eletrônica do Manganês (Mn), produzido por Faustino, Jan. 2021.)

8
Química

Distribuição eletrônica em íons


Os íons se diferem dos átomos neutros apenas no número de elétrons. Assim, para fazer a distribuição
eletrônica de íons deve-se inicialmente fazer distribuição eletrônica como se o átomo estivesse neutro, e em
seguida retirar os elétrons se for um cátion adicionar se for um ânion. Contudo é de extrema importância
seguir um princípio fundamental: Ao retirar ou acrescentar elétrons de um átomo para formar um íon, sempre
devemos fazer na camada mais afastada do núcleo, chamada de camada da valência.

Camada da valência
Trata-se da última camada a receber elétron no átomo. Normalmente os elétrons pertencentes à camada de
valência são os que participam de alguma ligação química, pois são os mais externos.

Se liga nos exemplos de distribuição eletrônica em íons!

(Distribuição eletrônica Na+, produzido por Faustino, Jan. 2021.)

(Distribuição eletrônica Cl-, produzido por Faustino, Jan. 2021.)

Teoria do octeto: Ser feliz é ter 8 elétrons na camada da valência!


Na vida todos buscam atingir a maior estabilidade possível. E isso não é diferente com os átomos, pois é
assim que eles se tornam parte da realeza. Para exemplificar, façamos a distribuição eletrônica do Oxigênio
(O), esse elemento possui oito elétrons em seu estado fundamental (ou estacionário), nesse estado o átomo
possui os seus elétrons em um estado de mínima energia possível.

1S², 2S², 2P 4

8
Química

No caso do oxigênio, temos 6 elétrons em sua camada da valência, e faltam 2 elétrons para que ele atinja o
octeto (8-6=2).

A teoria do octeto baseia-se na somatória dos elétrons. Isto é, se os subníveis da última camada eletrônica
obtiverem uma somatória igual a 8, o átomo estará estável pois atingiu a mesma configuração eletrônica de
um gás nobre.

Casos particulares: exceções ao octeto


Existem casos de átomos que fogem da regra do octeto, isso ocorre quando o nível "d" atrai elétrons do nível
"s". Se liga no exemplo do Cromo (Cr).

Segundo a teoria do octeto: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d4

Na prática: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s1, 3d5

Note que nesse exemplo, a distribuição terminaria em 3d4 . O elétron da camada 4 acaba ficando como 4s1.

Existem outras exceções à regra do octeto: Cobre, Prata, Ouro e Molibdênio, Nióbio, Rutênio, Ródio, Paládio e
Platina.

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Química

Exercícios

1. (UERJ) O selênio é um elemento químico essencial ao funcionamento do organismo, e suas principais


fontes são o trigo, as nozes e os peixes. Nesses alimentos, o selênio está presente em sua forma
aniônica Se2–. Existem na natureza átomos de outros elementos químicos com a mesma distribuição
eletrônica desse ânion. O símbolo químico de um átomo que possui a mesma distribuição eletrônica
desse ânion está indicado em:
a) Kr
b) Br
c) As
d) Te

2. (UESC-BA) Os três elementos x, y e z têm as seguintes estruturas eletrônicas no estado fundamental:


x — 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5
y — 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
z — 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p4.
De acordo com tais estruturas, os três elementos podem ser classificados, respectivamente, como:
a) elemento de transição, gás nobre, elemento representativo.
b) elemento de transição, elemento representativo, gás nobre.
c) elemento representativo, gás nobre, elemento de transição.
d) elemento representativo, elemento de transição, gás nobre.
e) gás nobre, elemento de transição, elemento representativo.

3. (UEMA) Pesquisas científicas têm mostrado que desejar um alimento específico nem sempre significa
fome ou até mesmo gula: o seu corpo pode estar querendo passar uma mensagem, inclusive de
carência de minerais. Ter vontade de chupar gelo pode ser sinal de anemia e carência de ferro (z = 26);
querer muito comer queijo, carência de cálcio (z = 20); desejar carne, carência de zinco (z = 30);
chocolate, carência de magnésio (z = 12), e, vontade por doces, carência de cromo (z = 24). Esses
minerais apresentam elétrons mais energéticos em seu estado fundamental que constituem diferenças
em relação à configuração eletrônica, à classificação e à família a que pertencem.
(Texto adaptado do Jornal O ESTADO DO MARANHÃO, caderno vida, publicado em: 30 ago. 2014.)
a) Construa a configuração eletrônica para os elementos cálcio e cromo, justificando as diferenças
existentes.
b) Explique a que família pertencem esses elementos.

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Química

4. (ENEM) Por terem camada de valência completa, alta energia de ionização e afinidade eletrônica
praticamente nula, considerou-se por muito tempo que os gases nobres não formariam compostos
químicos. Porém, em 1962, foi realizada com sucesso a reação entre o xenônio (camada de valência
5s25p6) e o hexafluoreto de platina e, desde então, mais compostos novos de gases nobres vêm sendo
sintetizados. Tais compostos demonstram que não se pode aceitar acriticamente a regra do octeto, na
qual se considera que, numa ligação química, os átomos tendem a adquirir estabilidade assumindo a
configuração eletrônica de gás nobre. Dentre os compostos conhecidos, um dos mais estáveis é o
difluoreto de xenônio, no qual dois átomos de halogênio flúor (camada de valência 2s22p5) se ligam
covalentemente ao átomo de gás nobre para ficarem com oito elétrons de valência.
Ao se escrever a fórmula de Lewis do composto de xenônio citado, quantos elétrons na camada de
valência haverá no átomo do gás nobre?
a) 6
b) 8
c) 10
d) 12
e) 14

5. (UFRN) A Lei Periódica e sua representação gráfica, a Tabela Periódica, são dois conhecimentos
essenciais para a química e para os químicos. D. Mendeleev (1834-1907), em meados do século XIX,
organizou os elementos conhecidos nessa época, aproximadamente 60, em ordem crescente de seus
pesos atômicos, segundo as propriedades semelhantes, um abaixo do outro. Nessa organização, alguns
espaços ficaram em branco, pois não eram conhecidos todos os elementos em questão, e Mendeleev
previu a existência do elemento hoje conhecido como Germânio, o qual chamou de ekasilício, por estar
na mesma coluna do silício. Posteriormente, esse elemento foi descoberto e suas propriedades
coincidiram com as previstas por Mendeleev. Hoje, a Tabela Periódica se organiza em função das
estruturas atômicas dos átomos.

a) Explique o que significa periodicidade no agrupamento dos elementos na Tabela Periódica.


b) Como se explica o fato de Mendeleev poder prever as propriedades de um elemento desconhecido
na sua época?
c) Represente a distribuição eletrônica por níveis e subníveis para o átomo do elemento cloro.

8
Química

Gabarito

1. A
O selênio possui 34 elétrons e sua forma aniônica ganha 2 elétrons a mais (Se2-).
O elemento químico que possui a mesma distribuição eletrônica do ânion de selênio, como é possível
observar em qualquer tabela periódica, é o criptônio (Kr), que em seu estado fundamental, possui 36
elétrons.

2. A
X: como o elemento termina a distribuição eletrônica no subnível d, então ele é um elemento de transição;
Y: como o elemento apresenta 8 elétrons na última camada, então ele é um gás nobre;
Z: como o elemento termina a distribuição eletrônica no subnível p, então ele é um elemento
representativo.

Consultando a Tabela Periódica, vemos que x, y e z são, respectivamente, manganês, argônio e selênio.

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Química

3.
a) Configurações eletrônicas do cálcio e do cromo:

b) O ferro (z = 26): família VIIB ou grupo 8.

4. C
Camada de valência do xenônio: (Xe): 5s25p6, oito elétrons.
Camada de valência do flúor: 2s2 2p5, sete elétrons.

Fórmula de Lewis do difluoreto de xenônio (XeF2)

A camada de valência do gás nobre (Xe) ficará com dez elétrons.

8
Química

5.
a) O termo “periodicidade” se refere a um conjunto de propriedades dos elementos químicos que se
assemelham dentro dos grupos desses elementos.
b) Dentro da ideia da periodicidade das propriedades Mendeleev, poderia-se determinar quais eram as
propriedades de determinado elemento desde que podendo classificá-lo dentro de um dos grupos.
Assim, conhecendo as propriedades do grupo, poderia-se estimar a propriedade de qualquer
elemento pertencente a este grupo. Na construção da tabela periódica, os elementos foram
estrategicamente posicionados em grupos com propriedades semelhantes. Assim, de acordo com
a posição de determinado elemento na tabela periódica, podemos fazer a estimativa de suas
propriedades.
c) Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

8
Redação

Como “ler” a expectativa da banca e ser original?

Teoria

Toda prova de Redação, independente da universidade e do gênero textual a ser escrito, apresenta, além da
frase-tema, uma coletânea de textos que auxilia a nortear o candidato na hora de escrever o seu texto. Mesmo
que você não utilize as informações dos fragmentos apresentados, eles servem para dar um direcionamento
do caminho que a banca gostaria que você seguisse, e isso nos auxilia muito, visto que diminui as chances
de tangenciar o tema. Esses textos também são importantes para que você possa se posicionar a respeito
do tema e, a partir da leitura, possa acessar seu conhecimento de mundo, além de apresentar outras
referências e leituras que tenha, trazendo traços de interdisciplinaridade, intertextualidade e originalidade para
sua prova.

Como ler a coletânea de textos?

Em primeiro lugar, você deve se atentar à frase-tema e selecionar as palavras-chave. A partir dessa análise,
fica mais fácil entender o que a banca gostaria que você escrevesse. Já na leitura da coletânea, é interessante
sintetizar as informações mais importantes, para que posteriormente você possa utilizá-las no seu rascunho.

Observe sempre atentamente a fonte dos fragmentos de texto, o ano. Veja, também, se os textos são
fragmentos de leis, se foram retirados de jornais ou revistas. Essa análise é importante para entender o meio
de divulgação de cada texto.

Agora, leia os temas e as coletâneas de textos da FUVEST, da UNESP e do Enem. Analise o posicionamento
da banca em relação a essas temáticas e, depois, responda às perguntas abaixo:

Tema 1

FUVEST: Devem existir limites para a arte?

As obras de arte assumem a função da representação da cultura de um povo desde os tempos mais remotos
da história das civilizações. É através delas que o ser humano transmite uma ideia ou expressão sensível.
Contudo algumas obras de arte fogem do conceito de retratação do belo e do sensível, parecendo terem sido
feitas para chocar e causar polêmicas.

A principal obra do escultor inglês contemporâneo Marc Quinn é uma réplica de sua cabeça feita com cerca
de 4,5 litros de seu próprio sangue – extraído ao longo de cinco meses. Uma peça nova é feita a cada cinco
anos, e elas ficam armazenadas em um recipiente de refrigeração especialmente desenvolvido para elas.

Disponível em: http://gente.ig.com.br/cultura. Adaptado.

1
Redação

Graças aos seus três urubus, a obra “Bandeira Branca” é o acontecimento mais movimentado da 29ª Bienal
[2010]. No dia da abertura, manifestantes de ONGs de proteção aos animais se posicionaram diante da
instalação segurando cartazes com dizeres que pediam a libertação das aves. Chegaram a ser confundidos
com a própria obra. “Me entristece o fato de que apenas os animais estejam sendo ressaltados. Espalharam
informações erradas sobre como os urubus estão sendo tratados”, lamenta Nuno Ramos. Na obra, os urubus
estão cercados por uma rede de proteção e têm como poleiro várias caixas de som que, de tempos em
tempos, tocam uma tradicional marchinha de carnaval. As aves tinham a permanência na Bienal autorizada
pelo próprio IBAMA, que, depois, voltou atrás, alegando que as instalações estavam inapropriadas para a
manutenção dos animais. Denúncias e proibições à parte, a obra de Nuno Ramos ganha sentido e
fundamentação apenas na presença dos animais. Sem eles, a obra perde seu estatuto artístico e vira mero
cenário, já que os animais são seus principais atores.

IstoÉ. 08/10/2010. Adaptado.

A exposição "Queermuseu Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", realizada desde 15 de agosto no


Santander Cultural, em Porto Alegre, foi cancelada após protestos em redes sociais. A mostra ficaria em
cartaz até 8 de outubro, mas o espaço cultural cedeu às pressões de internautas. A seleção contava com 270
obras que tratavam de questões de gênero e diferença. Os trabalhos, em diferentes formatos, abordam a
temática sexual de formas distintas, por vezes abstratas, noutras, mais explícitas. São assinados por 85
artistas, como Adriana Varejão, Candido Portinari, Ligia Clark, Yuri Firmesa e Leonilson.

Folha de S.Paulo. 10/09/2017. Adaptado.

Nos últimos dias, recebemos diversas manifestações críticas sobre a exposição “Queermuseu – Cartografias
da diferença na Arte Brasileira”.

Ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição “Queermuseu”


desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo. Quando
a arte não é capaz de gerar inclusão e reflexão positiva, perdeu seu propósito maior, que é elevar a condição
humana.

Por essa razão, decidimos encerrar a mostra neste domingo, 10/09. Garantimos, no entanto, que seguimos
comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e outros grandes temas contemporâneos.

Disponível em: https://www.facebook.com/SantanderCUltural/posts. Adaptado.

A arte é um exercício contínuo de transgressão, principalmente a partir das vanguardas do começo do século
20. Isso dá a ela uma importância social muito grande porque, ao transgredir, ela aponta para novos caminhos
e para soluções que ainda não tínhamos imaginado para problemas que muitas vezes sequer conhecíamos.
A seleção dos trabalhos dos artistas para a próxima edição do festival [Videobrasil], por exemplo, me fez ver
que os artistas estão muito antenados com as diversas crises que estamos vivendo e oferecem uma visão
inovadora para o nosso cotidiano e acho que isso é um bom exemplo.

Solange Farkas. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br.

2
Redação

Tema 2

UNESP: O conceito de família proposto pelo Estatuto da Família: discriminação contra outros
arranjos familiares?

Texto 1

Texto 2

O que é o Estatuto da Família? É um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados. O texto desse projeto
tenta definir o que pode ser considerado uma família no Brasil. Ou seja, o projeto propõe regras jurídicas para
definir quais grupos podem ser considerados uma família perante a lei.

“O que é o Estatuto da Família?”. Disponível em: www.cartacapital.com.br, 25.10.2015. Adaptado.

Texto 3

Projeto de Lei nº. 6583, de 2013 (Estatuto da Família). Para os fins desta Lei, define-se família como o núcleo
social formado a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável, ou
ainda por comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.

Anderson Ferreira [deputado federal pelo PR]. “Projeto de Lei n 6583/2013”. Disponível em: www.camara.gov.br,
16.10.2015. Adaptado.

Texto 4

O Estatuto da Família veio num momento bastante oportuno. Nunca a principal instituição da sociedade e o
matrimônio foram tão atacados como nos dias atuais. Basta ver crianças e adolescentes sendo aliciados
para o mundo do crime e das drogas, a violência doméstica, a gravidez na adolescência, os programas
televisivos cada vez mais imorais e violentos, sem falar na visível deturpação do conceito de matrimônio e na
banalização dos valores familiares conquistados há décadas. Tudo isso repercute negativamente na
dinâmica psicossocial do indivíduo. O Estatuto da Família não deveria causar tanto alvoroço no que se refere
ao conceito de família. A definição não é minha e de nenhum parlamentar. É a Carta Constitucional que, assim,
restringe sua composição. Não tem nada a ver com preconceito ou discriminação.

Sóstenes Cavalcante [deputado federal pelo PSD]. “Estatuto da Família é base para sociedade mais justa, fraterna e desenvolvida”.
http://congressoemfoco.uol.com.br, 08.10.2015. Adaptado.

3
Redação

Texto 5

A ONU no Brasil disse estar acompanhando “com preocupação” a tramitação, no Congresso Nacional, da
Proposição Legislativa que institui o Estatuto da Família, especialmente quanto ao conceito de família e “seus
impactos para o exercício dos direitos humanos”. Citando tratados internacionais, a ONU afirmou ser
importante assegurar que outros arranjos familiares, além do formado por casal heteroafetivo, também sejam
igualmente protegidos como parte dos esforços para eliminar a discriminação: “Negar a existência destas
composições familiares diversas, para além de violar os tratados internacionais, representa uma involução
legislativa”.

“Brasil: ONU está preocupada com projeto de lei que define conceito de família”. http://nacoesunidas.org, 27.10.2015.

Tema 3

Enem: O movimento imigratório para o Brasil no século XXI.


Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refazer suas vidas
trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes
de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram por contribuir
expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes,
sotaques, costumes, comidas e vestimentas.

A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao
passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes.
Disponível em: http://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti


Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos
entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre, elevando para 1 400 a
quantidade de imigrantes daquele país no município de
Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e
Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, os
haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do
estado enviou galões de água potável e alimentos, mas ainda
não providenciou abrigo. A imigração ocorre porque o Haiti
ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto
de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos
chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então,
a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm
visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF
para morar e trabalhar no Brasil. Segundo Corinto, ao contrário
do que se imagina, não são haitianos miseráveis que buscam
o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e
profissionais qualificados, como engenheiros, professores,
advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém,
a maioria chega sem dinheiro. Os brasileiros sempre
criticaram a forma como os países europeus tratavam os
imigrantes. Agora, chegou a nossa vez — afirma Corinto.

Disponível em: http://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

4
Redação

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproximadamente
9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114º de acordo com os parâmetros
estabelecidos pela ONU. O país está no centro da América do Sul e é o mais pobre, sendo 70% da população
considerada miserável. Os principais países para onde os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina,
Brasil, Espanha e Estados Unidos. Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da
população da Bolívia, estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de imigração não são políticas,
mas econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de
campo e de costura são os de mais fácil acesso.

OLIVEIRA, R.T. Disponível em: http://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

5
Redação

Exercícios

1. Indique o assunto das propostas temáticas analisadas anteriormente.

2. A partir da leitura das coletâneas de texto desse material, quais são as expectativas das bancas em
cada um dos temas apresentados?

3. Elabore um resumo sobre cada texto presente na coletânea do tema “Devem existir limites para a arte?”

4. Elabore um resumo sobre cada texto presente na coletânea do tema “O conceito de família proposto
pelo Estatuto da Família: discriminação contra outros arranjos familiares?”

5. Elabore um resumo sobre cada texto presente na coletânea do tema “O movimento imigratório para o
Brasil no século XXI”

6
Redação

Gabarito

1. Os assuntos das propostas temáticas, ou seja, a questão ampla acerca da solicitação das bancas
examinadoras, são, respectivamente: a arte, o conceito de família e os movimentos imigratórios.

2. Tema 1: A partir do tema proposto pela FUVEST, esperava-se que o candidato refletisse sobre os limites
da criação artística. Nesse texto, duas possíveis respostas poderiam ser desenvolvidas. Na primeira, a
defesa da liberdade criativa, em que o argumento poderia apontar os efeitos negativos de uma
delimitação do que pode ou não pode ser explorado em uma manifestação artística e, dessa forma,
compromete a originalidade. Já em uma segunda perspectiva, na defesa da restrição, a tese poderia
apresentar os preceitos já enunciados pelo estado democrático de direito, que estabelece regras para
exibição de espetáculos, através da classificação etária e obrigatoriedade de horários específicos.

Tema 2: A expectativa da UNESP acerca do tema era que a dissertação argumentasse sobre os
interesses por trás de uma definição rígida do conceito de família e quais os efeitos possíveis para a
sociedade, caso o Projeto de Lei sobre o tema fosse aprovado pelo Congresso. Os textos de apoio
poderiam auxiliar na argumentação, mas seria preciso responder à pergunta expressa na proposta.
Nesse caso, deve-se priorizar uma análise sobre as consequência de uma definição de família que exclui
outros arranjos familiares. Também seria possível apontar como tal concepção pode revelar
pensamentos preconceituosos que estão na base da formulação da proposta legislativa, assim como
difundir uma discriminação de grupos sociais por parte do Estado, caso o Projeto se confirmasse.

Tema 3: A expectativa do Enem acerca do tema era que o candidato refletisse sobre a imigração que
vem acontendo para o território brasileiro. A tese deveria conter o posicionamento claro sobre o tema,
direcionando-se para uma aceitação ou rejeição desse grupos migratórios em território brasileiro, com
proposta de solução que teria como princípio básico a defesa dos direitos humanos.

3. Os textos da coletânea proposta pela FUVEST abordam, respectivamente: as obras de Marc Quinn,
explorando o feísmo, vertente estética que valoriza o feio e agride a sensibilidade do público com
representações repulsivas; a obra “Bandeira Branca”, que chamou a atenção de ONGs de proteção de
animais a se posicionarem e pedirem que aves sejam liberadas, pois mesmo sendo autorizadas pelo
Ibama, foram consideradas inapropriadas para a exposição; o cancelamento da exposição “Queermuseu
– Cartografias da Diferença na Arte Brasileira”, devido à pressão feita por internautas, pelas temáticas
sexuais afastarem o público do alvo principal da arte, que é elevar a condição humana, gerando inclusão
e reflexão positiva. O texto seguinte continua explorando os comentários sobre o cancelamento da
expoisção no Santander Cultural e apresenta o posicionamento da instituição. Por fim, Solange Farkas
aparesenta a sua opinião acerca da arte ser um exercício contínuo de transgressão e relaciona sua
opinião às inovações estéticas das vanguardas artísticas do início do século XX.

4. Os textos da coletânea proposta pela UNESP abordam, respectivamente: a tentativa de encaixar distintas
configurações familiares em um padrão; a explicação acerca do “Estatuto da Família”, projeto de lei que
tramitava, em 2015, na Câmara dos Deputados, o qual propunha regras jurídicas para definir quais grupos
poderiam ser considerados como “família” perante a lei; trecho do “Estatuto da Família”, o qual
considerava apenas o núcleo formado pela união entre um homem e uma mulher como família; o
comentário de Sóstenes Cavalcante acerca da criação do “Estatuto da Família” como um projeto de lei
positivo; por fim, o posicionamento da ONU no Brasil acerca do “Estatuto da Família”, devido aos
impactos desse projeto para o exercício dos direitos humanos.

7
Redação

5. Os textos da coletânea proposta pelo Enem abordam, respectivamente: o fragmento retirado do site do
Museu da Imigração, que destaca a importância dos fluxos migratórios dos dois últimos séculos na
formação da cultura brasileira, sem esquecer os que estão acontecendo na realidade atual; o texto do
Departamento da Polícia Federal, que é precedido de um mapa que mostra a rota de migração dos
haitianos para o Brasil, espaço onde entram ilegamente, mas, por serem vítimas de catástrofes naturais
e possuírem competências e habilidades profissionais, adquirem visto humanitário e conseguem
trabalhar legalmente; por fim, o último texto extraído do site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada,
que informa as características da imigração boliviana: cerca de um terço da população emigrou por
razões econômicas, já que a probreza atinge 70%.

8
Redação

Conceitos e suas relativizações: moral, ética, sociedade, direitos humanos

Teoria

Ao longo das aulas de aprofundamento, vamos aprender alguns conceitos inseridos na filosofia e sociologia,
que não só auxiliam o processo de escrita, como também a construção de uma opinião de maior validade e
embasamento.

O que é moral?

Moral é o conjunto de regras adquiridas através da cultura, da educação, da tradição e do cotidiano, e


que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. Etimologicamente, o termo moral tem
origem no latim morales, cujo significado é “relativo aos costumes”. As regras definidas pela moral regulam
o modo de agir das pessoas, sendo uma palavra relacionada com a moralidade e com os bons costumes.
Está associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada
sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e
harmonia.

Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o respeito, a virtude, etc., determinam o sentido
moral de cada indivíduo. São valores universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis
e harmoniosas.

• Assédio moral

De acordo com o artigo 483 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), o assédio moral acontece
quando o comportamento de um indivíduo foge às regras estabelecidas socialmente ou no contrato de
trabalho. Ser submetido a situações vexatórias, críticas não construtivas constantes e a humilhação são
características do assédio moral.

• Moral na filosofia

Na filosofia, moral tem uma significação mais abrangente que ética, e que define as "ciências do espírito",
que contemplam todas as manifestações que não são expressamente físicas no ser humano. Hegel fez
a diferenciação entre a moral objetiva, que remete à obediência às leis morais (estabelecidas
pelos padrões, leis e tradições da sociedade); e a moral subjetiva, que aborda o cumprimento de um dever
pelo ato da sua própria vontade. Na literatura, particularmente na literatura infantil, a moral se resume a
uma conclusão da história narrada, cujo objetivo é transmitir valores (certo e errado, bom e mau, bem ou
mal, etc.) que possam ser aplicados nas relações sociais.

1
Redação

Além disso, cabe destacar também que as definições de amoral e imoral estão relacionadas com a moral, no
entanto, essas expressões apresentam significados distintos.

Imoral é todo o tipo de comportamento ou situação que contraria os princípios estabelecidos pela moral.
Por exemplo, a falta de pudor, a indecência, etc. Já um comportamento ou situação amoral é a ausência
do conhecimento ou noção do que seja a moral. As pessoas com comportamentos amorais não sabem quais
os princípios morais de determinada sociedade, por isso não os segue.

Disponível em: https://www.significados.com.br/moral/

O que é ética?

Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e
significa aquilo que pertence ao caráter. Num sentido menos filosófico e mais prático, podemos compreender
um pouco melhor esse conceito examinando certas condutas do nosso dia a dia, quando nos referimos, por
exemplo, ao comportamento de alguns profissionais, tais como um médico, jornalista, advogado, empresário,
um político e até mesmo um professor. Para esses casos, é bastante comum ouvir expressões como: ética
médica, ética jornalística, ética empresarial e ética pública.

• Ética e Moral

Ética e moral são temas relacionados, mas diferentes, porque moral se fundamenta na obediência a
normas, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos, e a ética busca fundamentar o
modo de viver pelo pensamento humano. Na filosofia, a ética não se resume à moral, que geralmente é
entendida como costume, ou hábito, mas busca a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo
de viver; a busca do melhor estilo de vida. A ética abrange diversos campos, como antropologia, psicologia,
sociologia, economia, pedagogia, política, e até mesmo educação física e dietética.

• Ética a Nicômaco

O livro intitulado "Ética a Nicômaco" é da autoria de Aristóteles e foi dedicado ao seu pai, cujo nome
era Nicômaco. Essa é a principal obra de Aristóteles sobre Ética, e é constituída por dez livros, onde
Aristóteles é como um pai que está preocupado com a educação e felicidade do seu filho, mas também
tem por objetivo fazer com que as pessoas pensem sobre as suas ações, colocando assim a razão acima
das paixões, procurando a felicidade individual e coletiva, porque o ser humano vive em sociedade e as
suas atitudes devem ter em vista o bem comum. Nas obras aristotélicas, a ética é vista como parte da
política que precede a própria política, e está relacionada com o indivíduo, enquanto a política retrata o
homem na sua vertente social.

Para Aristóteles, toda a racionalidade prática visa um fim ou um bem, e a ética tem como propósito
estabelecer a finalidade suprema que está acima e justifica todas as outras, e qual a maneira de alcançá-
la. Essa finalidade suprema é a felicidade, e não se trata dos prazeres, riquezas, honras, e sim de uma vida
virtuosa, sendo que essa virtude se encontra entre os extremos e só é alcançada por alguém que
demonstre prudência.

Essa obra foi muito importante para a história da filosofia, uma vez que foi o primeiro tratado sobre o
agir humano da história.

Disponível em: https://www.significados.com.br/etica/

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Redação

O que é sociedade?

Sociedade é um conjunto de seres que convivem de forma organizada. A palavra vem do latim societas,
que significa "associação amistosa com outros". O conceito de sociedade pressupõe uma convivência e
atividade conjunta do homem, ordenada ou organizada conscientemente. Constitui o objeto geral do estudo
das antigas ciências do estado, chamadas hoje de ciências sociais. O conceito de sociedade se contrapõe
ao de comunidade, ao considerar as relações sociais como vínculos de interesses conscientes e
estabelecidos, enquanto as relações comunitárias se consideram como articulações orgânicas de formação
natural.

Uma sociedade humana é um coletivo de cidadãos de um país, sujeitos à mesma autoridade política,
às mesmas leis e normas de conduta, organizados socialmente e governados por entidades que zelam
pelo bem-estar desse grupo. Os membros de uma sociedade podem ser de diferentes grupos étnicos.
Também podem pertencer a diferentes níveis ou classes sociais. O que caracteriza a sociedade é a partilha
de interesses entre os membros e as preocupações mútuas direcionadas a um objetivo comum.

O termo sociedade também pode se referir a um sistema institucional formado por sócios que participam
no capital de uma empresa, por exemplo, sociedade anônima, sociedade civil, sociedade por cotas, etc.
Nessa vertente de negócios, uma sociedade é um contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam a
contribuir com bens ou serviços para o exercício em comum de certa atividade econômica, a fim de
repartirem os lucros resultantes dessa atividade. Um grupo de pessoas com interesses comuns, que se
organizam em torno de uma atividade, obedecendo a determinadas normas e regulamentos, também se
denomina sociedade, por exemplo: sociedade de física, sociedade de comerciantes, etc.

Disponível em: https://www.significados.com.br/sociedade/

O que são os direitos humanos?

Direitos humanos são os direitos básicos de todos os seres humanos. Ou seja, o direito à vida, à liberdade,
à liberdade de opinião, ao trabalho, à educação, à crença religiosa e muitos outros. Um marco na história
dos direitos humanos é a criação, na década de 1940, na Organização das Nações Unidas (ONU), da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, com as condutas que deveriam ser comuns a todos os povos
do mundo. Traduzido em mais de 500 idiomas, esse documento inspirou as constituições de vários países.

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Redação

Destacamos, a seguir, alguns dos mais relevantes entre os 30 artigos do documento.

• Artigo 3: Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

• Artigo 5: Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.

• Artigo 7: Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e
contra qualquer incitamento a tal discriminação.

• Artigo 10: Todo o homem tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de
um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.

• Artigo 11: I) Todo o homem acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe
tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias a sua defesa.

Leia, na íntegra, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, basta clicar aqui.

Após a demonstração dos conceitos dos termos em destaque, surge as seguintes perguntas: o que
significa ser moral no Brasil? Quais são os desdobramentos desse conceito no contexto atual? Há
relativização desse tema na sociedade brasileira?

Por essa razão, vejamos alguns conteúdos para discutirmos tal realidade, pensando em analisar de
modo mais aprofundado a condição do indivíduo ético em virtude das mudanças contemporâneas
de comportamento e moral.

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Redação

Texto I

Brasil registra uma morte por homofobia a cada 23 horas, aponta entidade LGBT

Dia Internacional de Combate à Homofobia e Transfobia é celebrado nesta sexta-feira (17).

O Brasil registrou 141 mortes de pessoas LGBT de janeiro a 15 de maio deste ano, segundo relatório
do Grupo Gay da Bahia (GGB) divulgado nesta sexta-feira (17). Segundo a entidade, foram 126 homicídios e
15 suicídios, o que representa a média de uma morte a cada 23 horas.

O número representa uma queda de 8% em comparação ao mesmo período de 2018, quando foram
registradas 153 mortes (111 homicídios e 42 suicídios). Apesar de uma queda do número geral, houve um
aumento de 14% do número de homicídios, de 111 para 126.

Os estados com mais mortes em números absolutos foram São Paulo (22), Bahia (14), Pará (11) e
Rio de Janeiro (9). O número de vítimas que morreu dentro de casa foi maior do que o em vias públicas, 36
contra 28. A principal causa da morte foi arma branca (39), seguida por arma de fogo (22), espancamento
(13) e estrangulamento (8).

O levantamento do GGB é feito com base em notícias publicadas em veículos de comunicação,


informações de parentes das vítimas e registros policiais. “Como não há informações estatísticas
governamentais sobre tais mortes, somos os primeiros a reconhecer que certamente tais números são
subnotificados e podem apresentar uma margem de erro de 5 a 10%”, diz o relatório.

Nesta sexta-feira é celebrado o Dia Internacional de Combate à Homofobia e Transfobia. A data foi
escolhida em referência ao dia 17 de maio de 1990, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou
a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.

Ler a matéria completa em: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/05/17/brasil-registra-uma-morte-por-homofobia-a


cada-23-horas-aponta-entidade-lgbt.ghtml

5
Redação

Texto II

Estudantes criam veículo para cadeirantes irem à praia

Estudantes do Instituto Federal do Rio Grande do Norte criaram um veículo adaptado para levar
cadeirantes à praia. A ideia surgiu depois que eles souberam das dificuldades de um cadeirante da cidade
de Natal para ir à praia.

Foto: Divulgação

O projeto do estudante Iago Souza ganhou o apoio da colega Maraysa Araújo e dos docentes Artur
Salgado e João Teixeira. A experiência do Crab foi apresentada em eventos no Brasil e no exterior e recebeu
prêmios, na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, em São Paulo, e na Mostra Internacional de Ciência e
Tecnologia, no Rio Grande do Sul.

A invenção ainda levou o primeiro lugar na Infomatrix, feira realizada no México. O veículo é bem
diferente das cadeiras de rodas convencionais, sem aquelas rodas finas que logo afundam na areia.

Como

Ele tem seis rodinhas largas com um sistema de tração e o batizaram de Crab, palavra em inglês que
significa caranguejo, numa referência à habilidade do animal de andar na areia. A cadeira de rodas sobe na
plataforma do Crab por uma rampa e é possível “dirigir” o veículo usando um controle remoto. O primeiro
protótipo em escala real foi produzido e, duas vezes por ano, faz demonstrações na orla de Natal para levar
cadeirantes até a faixa de areia próxima ao mar. O Crab tem capacidade para transportar uma cadeira de até
oitenta quilos. A bateria é alimentada por energia solar e chega a durar sete horas.

Leia a matéria completa em: https://www.sonoticiaboa.com.br/2019/12/30/estudantes-criam-veiculo-cadeirantes-irem-praia/

6
Redação

Texto III

As brasileiras que lideraram o sequenciamento do novo coronavírus

Equipe conseguiu divulgar sequência completa do genoma viral apenas 48 horas após a confirmação do
primeiro caso da doença no Brasil; estudo ajudará no desenvolvimento de vacinas

Duas cientistas brasileiras tiveram papel essencial no sequenciamento do novo coronavírus, que teve
primeiro caso na América Latina confirmado em 26 de fevereiro. Publicado em uma rapidez surpreendente –
apenas dois dias após a verificação do primeiro paciente com a doença no Brasil –, o estudo que elas
conduziram ao lado de outros pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Universidade de Oxford e do
Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) ajudará epidemiologistas, virologistas
e especialistas em saúde pública a desenvolverem vacinas e testes diagnósticos.

Uma das pesquisadoras envolvidas no estudo é Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina
Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico,
Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), que é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de S. Paulo (Fapesp) e pelos britânicos Medical Research Council e Fundo Newton. A intenção do
CADDE é reunir cientistas para realizar estudos em tempo real de epidemias de arboviroses, como é o caso
da zika e da dengue. "A proposta é realmente ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as
informações meses depois que o problema ocorreu”, explicou Sabino à Agência FAPESP.

Jaqueline Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da FAPESP,


por sua vez, liderou a equipe que fez o sequenciamento do genoma viral ao lado de Claudio Tavares
Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do Instituto Adolfo Lutz. A cientista desenvolve pesquisas
na área de arboviroses emergentes e faz parte do ZiBRA Project - Zika in Brazil Real Time Analysis, um
projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil. Durante seu doutorado, ela contribuiu
para o aprimoramento de protocolos de sequenciamento de genomas completos pela tecnologia de
nanoporos dos vírus Zika e HIV.

A pesquisa sobre o novo coronavírus de que Sabino e Goes de Jesus participaram determinou a
sequência completa do genoma viral encontrado no Brasil, que foi chamado de SARS-CoV-2. Ela foi divulgada
no fórum de discussão Virological.org. “Ao sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a
origem da epidemia", aponta Sabino.

Embora outros países tenham levado cerca de duas semanas para fazer o sequenciamento do
coronavírus, a pesquisa brasileira foi concluída em dois dias; os cientistas já previam que, cedo ou tarde, a
doença chegaria aqui.

Ler matéria completa em: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/brasileiras-que-lideraram-o-sequenciamento-do


novo-coronavirus.html

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Redação

Texto IV

Poucos conceitos se prestam a tamanha confusão quanto o de “homem cordial”, central no livro
Raízes do Brasil, do historiador Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982). Logo após a publicação da obra em
1936, o escritor Cassiano Ricardo implicou com a expressão. Para ele, a ideia de cordialidade, como
característica marcante do brasileiro, estaria mal aplicada, pois o termo adquirira, pela dinâmica da
linguagem, o sentido de polidez – justamente o contrário do que queria dizer o autor.

A polêmica sobre a semântica teria ficado perdida no passado não fosse o fato de que, até hoje,
muitas pessoas, ao citar inadvertidamente a obra, emprestam à noção de Buarque de Holanda uma
conotação positiva que, desde a origem, lhe é estranha. Em resposta a Cassiano, o autor explicou ter usado
a palavra em seu verdadeiro sentido, inclusive etimológico, que remete a coração. Opunha, assim, emoção a
razão. Apesar do zelo do autor, no entanto, o equívoco persistiu. Afinal, o que haveria de errado na
cordialidade brasileira, nesse sentido de afetuosidade típica de um povo? Não haveria nada condenável se a
afabilidade se desse em ambiente privado, em relações entre familiares e amigos. A expressão “homem
cordial”, a propósito, fora cunhada anos antes, por Rui Ribeiro Couto, que julgou ser esse tributo uma
contribuição latina à humanidade.

O problema surge quando a cordialidade se manifesta na esfera pública. Isso porque o tipo cordial –
uma herança portuguesa reforçada por traços das culturas negra e indígena – é individualista, avesso à
hierarquia, arredio à disciplina, desobediente a regras sociais e afeito ao paternalismo e ao compadrio, ou
seja, não se trata de um perfil adequado para a vida civilizada numa sociedade democrática.

Disponível em: Disponível em: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/o_jeitinho_do_homem_cordial.html

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