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Enem

Semana 8
Semana

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Sumário
Faixa base
Ácidos nucleicos..........................................................................................................6

Ciclos biogeoquímicos................................................................................................15

Moral...........................................................................................................................25

Exercícios sobre Leis de Newton.................................................................................35

Principais forças da dinâmica......................................................................................44

Hidrostática: pressão, Teorema de Stevin e Teorema de Pascal.................................56

Geopolítica mundial....................................................................................................70

Tensões geopolíticas atuais.........................................................................................83

Atenção plena e mindfulness para dominar sua concentração.....................................95

O Século das Luzes....................................................................................................100

Os impactos do Iluminismo no mundo ocidental.......................................................114

Função afim: definição, taxa de crescimento e gráfico..............................................125

Introdução ao estudo das funções: classificação e terminação de Domínio e


Imagem......................................................................................................................143

Funções inorgânicas: ácidos.......................................................................................158

Funções inorgânicas: bases........................................................................................173

Exercícios sobre estrutura da dissertação...................................................................183

Weber e a ética protestante........................................................................................188


Sumário

Aprofundamento
Análise de gráficos em relações ecológicas e estratégias predador-presa................202

Aristóteles..................................................................................................................215

Blocos econômicos - ricos.........................................................................................224

Conflitos e levantes no período colonial....................................................................233

Resolução de prova objetiva 1....................................................................................244

Propriedades periódicas e aperiódicas........................................................................251

Análise direcionada da proposta "A xenofobia em discussão no século XXI"..............262


Biologia

Ácidos Nucleicos

Objetivo
Você aprenderá a estrutura de um RNA e DNA, e o que são as bases nitrogenadas.

Se liga
Para esse conteúdo, você precisa saber o que é uma pentose e qual é a função dos ribossomos.

Curiosidade
Sobre as bases nitrogenadas do DNA e RNA, a timina é exclusiva de DNA, e a uracila, de RNA.

Teoria
Ácidos nucleicos são macromoléculas orgânicas formadas por unidades conhecidas como nucleotídeos. Os
nucleotídeos são compostos por uma pentose (um monossacarídeo com cinco carbonos), um radical fosfato,
derivado do ácido ortofosfórico, e uma base nitrogenada.

Entre os ácidos nucleicos, pode-se destacar o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico).
As bases nitrogenadas são cinco, e podem ser classificadas como púricas e pirimídicas.
● Púricas: adenina e guanina.
● Pirimídicas: citosina, timina e uracila.
É importante citar que a timina é uma base nitrogenada exclusiva do DNA, enquanto a uracila é uma base
exclusiva do RNA.
O pareamento das bases se dá da seguinte maneira: Adenina – Timina, Adenina – Uracila, Citosina – Guanina.
Enquanto o DNA é uma molécula de fita dupla, o RNA é uma molécula de fita simples. A pentose que compõe
o DNA é a desoxirribose, enquanto a pentose que compõe o RNA é a ribose.
Os seres vivos armazenam sua informação genética no DNA. Para garantir a hereditariedade, sem perda de
carga genética, o DNA deve ser capaz de se autoduplicar. Para se expressar, o DNA precisa ser transcrito em
RNA, e esse RNA será traduzido em proteína, na síntese proteica. Os processos então são conhecidos como
autoduplicação (replicação), transcrição e tradução.

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Biologia

O RNA pode ser dividido em:


● RNA mensageiro, que leva a mensagem do núcleo (códons) para sintetizar proteína.
● RNA ribossomal, que irá formar os ribossomos.
● RNA transportador, que transportará anticódons com os aminoácidos para a proteína que será formada.

Normalmente, o RNA não é capaz de se replicar, mas os retrovírus de RNA podem fazer uma transcrição
reversa, transcrevendo um DNA a partir do RNA, usando uma enzima conhecida como transcriptase reversa,
enquanto outros vírus de RNA são capazes de replicar seu RNA através da enzima RNA replicase.

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Biologia

Exercícios de fixação

1. Qual é a composição dos nucleotídeos?

2. Quais são as bases nitrogenadas púricas e pirimídicas?

3. Qual base nitrogenada é exclusiva de DNA e, qual é exclusiva de RNA?

4. Onde os seres vivos armazenam seu material genético?

5. Qual a função do RNAm, RNAt e RNAr?

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Biologia

Exercícios de vestibulares

1. No esquema abaixo sobre a estrutura do DNA, os números 1, 2 e 3 representam, respectivamente:

a) Base nitrogenada, desoxirribose e fosfato


b) Base nitrogenada, fosfato e desoxirribose
c) Fosfato, desoxirribose e base nitrogenada
d) Fosfato, base nitrogenada e desoxirribose
e) Desoxirribose, fosfato e base nitrogenada.

2. Quanto à sua estrutura química, o DNA e o RNA são


a) polipeptídeos.
b) nucleoproteínas.
c) polissacarídeos.
d) fosfatídeos.
e) polinucleotídeos.

3. Em 2004, comemorou-se 50 anos da publicação do trabalho de Francis Crick e James Watson, que
estabeleceu o modelo da estrutura da molécula de ácido desoxirribonucleico (DNA). Entre as
afirmativas a seguir, assinale a alternativa CORRETA.
a) Uma cadeia simples de DNA é constituída de nucleotídeos, compostos por uma desoxirribose
ligada a um fosfato e a um aminoácido.
b) A polimerização de uma fita simples de DNA é dita semiconservativa, pois independe da existência
de uma fita molde.
c) Os nucleotídeos são polimerizados por meio de ligações fosfodiéster entre o fosfato e a base
nitrogenada.
d) Duas cadeias simples de DNA formam uma dupla-hélice, por meio da formação de pontes de
hidrogênio entre as bases nitrogenadas.
e) As duas cadeias de uma dupla-hélice possuem a mesma orientação, e suas sequências de bases
são complementares.

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Biologia

4. As moléculas de DNA são polinucleotídios formados por duas cadeias dispostas em forma de hélice.
As duas cadeias estão unidas entre si pelas bases nitrogenadas, que se ligam por meio de:
a) ligações metálicas.
b) ligações de hidrogênio.
c) ligações iônicas.
d) ligações polipeptídicas.
e) ligação nucleica.

5. O DNA e o RNA são constituídos de muitas unidades, os nucleotídios. Cada nucleotídio é constituído
por um grupo fosfato, por uma pentose e por uma base nitrogenada. A diferença entre DNA e RNA se
estabelece
a) na pentose e nas bases nitrogenadas.
b) no fosfato e nas bases nitrogenadas.
c) na pentose e no fosfato.
d) na pentose, nas bases nitrogenadas e no fosfato.
e) apenas nas bases nitrogenadas.

6. “Após o anúncio histórico da criação de vida artificial no laboratório do geneticista Craig Venter, o
mesmo responsável pela decodificação do genoma humano em 2001, o presidente dos EUA, Barack
Obama, pediu a seus conselheiros especializados em biotecnologia para analisarem as consequências
e as implicações da nova técnica.”
O Globo on line, 22 maio 2010.

A experiência de Venter ainda não explica como a vida começou, mas reforça novamente que, sob
determinadas condições, fragmentos químicos são unidos para formar a principal molécula
responsável pelo código genético da vida. Para a síntese de uma molécula de DNA em laboratório, a
partir de uma fita molde de DNA, além do primer, deve-se utilizar
a) nucleotídeos de Timina, Citosina, Guanina e Adenina; DNA e RNA polimerase.
b) nucleotídeos de Timina, Citosina, Guanina e Uracila; e DNA polimerase.
c) nucleotídeos de Timina, Citosina, Guanina e Adenina; e DNA polimerase.
d) nucleotídeos de Timina, Citosina, Guanina e Uracila; e RNA polimerase.
e) nucleotídeos de Timina, Citosina, Guanina, Uracila e Adenina; e DNA polimerase.

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Biologia

7. Considere uma sequência de DNA com 100 pares de bases de comprimento contendo 32 timinas.
Quantas citosinas, guaninas e adeninas essa sequência terá, respectivamente?
a) 32, 68, 68.
b) 68, 32, 68.
c) 68, 68, 32.
d) 32, 18, 18.
e) 18, 32, 18.

8. Um fabricante afirma que um produto disponível comercialmente possui DNA vegetal, elemento que
proporcionaria melhor hidratação dos cabelos.

Sobre as características químicas dessa molécula essencial à vida, é correto afirmar que o DNA
a) de qualquer espécie serviria, já que têm a mesma composição.
b) de origem vegetal é diferente quimicamente dos demais, pois possui clorofila.
c) das bactérias poderia causar mutações no couro cabeludo.
d) dos animais encontra-se sempre enovelado e é de difícil absorção.
e) de características básicas assegura sua eficiência hidratante.

9. Em 1950, Erwin Chargaff e colaboradores estudavam a composição quimica do DNA e observaram que
a quantidade de adenina (A) é igual à de timina (T), e a quantidade de guanina (G) é igual à de citosina
(C) na grande maioria das duplas fitas de DNA. Em outras palavras, esses cientistas descobriram que
o total de purinas (A + G) e o total de pirimidinas (C + T) eram iguais. Um professor trabalhou esses
conceitos em sala de aula e apresentou como exemplo uma fita simples de DNA com 20 adeninas, 25
timinas, 30 guaninas e 25 citosinas.
Qual a quantidade de cada um dos nucleotídeos, quando considerada a dupla fita de DNA formada pela
fita simples exemplificada pelo professor?
a) Adenina: 20; Timina: 25; Guanina: 25; Citosina: 30.
b) Adenina: 25; Timina: 20; Guanina: 45; Citosina: 45.
c) Adenina: 45; Timina: 45; Guanina: 55; Citosina: 55.
d) Adenina: 50; Timina: 50: Guanina: 50; Citosina: 50.
e) Adenina: 55; Timina: 55; Guanina: 45: Citosina: 45.

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Biologia

10. A reação em cadeia da polimerase (PCR, na sigla em inglês) é uma técnica de biologia molecular que
permite replicação in vitro do DNA de forma rápida. Essa técnica surgiu na década de 1980 e permitiu
avanços científicos em todas as áreas de investigação genômica. A dupla hélice é estabilizada por
ligações hidrogênio, duas entre as bases adenina (A) e timina (T) e três entre as bases guanina (G) e
citosina (C). Inicialmente, para que o DNA possa ser replicado, a dupla hélice precisa ser totalmente
desnaturada (desenrolada) pelo aumento da temperatura, quando são desfeitas as ligações hidrogênio
entre as diferentes bases nitrogenadas.
Qual dos segmentos de DNA será o primeiro a desnaturar totalmente durante o aumento da
temperatura na reação de PCR?

a) c) e)

b) d)

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. São compostos por uma pentose , um radical fosfato e uma base nitrogenada.

2. As púricas são adenina e guanina; as pirimídicas são citosina, uracila e timina.

3. A base exclusiva de DNA é a timina, e a exclusiva do RNA é a uracila.

4. No DNA.

5. O RNA mensageiro é responsável por levar a mensagem do núcleo (códons) para o citoplasma, para
sintetizar os aminoácidos, que formarão a proteína; o RNA ribossomal é responsável pela formação dos
ribossomos; o RNA transportador é responsável por transportar os anticódons com os aminoácidos para
a proteína que será formada.

Exercícios de vestibulares

1. C
1 – tanto o DNA quanto o RNA possuem uma molécula de fosfato;
2 – pentose, que, no caso do DNA, é a desoxirribose;
3 – base nitrogenada, que, no caso do DNA, pode ser adenina, guanina, citosina e timina.

2. E
Os nucleotídeos são compostos por uma base nitrogenada, uma pentose e um grupo fosfato. Os
polinucleotídeos são formados por muitos nucleotídeos. DNA e RNA são polinucleotídeos.

3. D
Na molécula de DNA podemos encontrar as seguintes bases nitrogenadas: adenina (A), citosina (C),
guanina (G) e timina (T), sendo que a base timina (T) liga-se sempre à adenina (A) por duas pontes de
hidrogênio, e a base citosina (C) está sempre ligada à guanina (G) por três pontes de hidrogênio.

4. B
As duas cadeias de DNA mantêm-se ligadas pelas ligações de hidrogênio estabelecidas pelos pares de
bases específicos.

5. A
A desoxirribose é a pentose que entra na composição química do DNA, enquanto a ribose entra na
constituição do RNA. Uma outra diferença entre as moléculas de DNA e a de RNA está nas bases
nitrogenadas: no DNA, as bases são citosina, guanina, adenina e timina; já no RNA, no lugar da timina,
tem-se a uracila.

6. C
As bases utilizadas no DNA são: Timina, Citosina, Guanina e Adenina. Sendo assim, já descartamos as
alternativas B, D e E (pois elas falam da uracila, que é do RNA). A DNA polimerase é a enzima fundamental
para a polimerização de novas fitas de DNA, portanto é a letra C.

7. C
Se existem 32 timinas, terão que existir 32 adeninas, para que haja o pareamento das bases
nitrogenadas. Para completar 100, faltariam 68 bases nitrogenadas (100 – 32 = 68), que seriam
complementadas por citosina (68) e guanina (68).

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Biologia

8. A
O DNA sempre é composto por uma base nitrogenada (timina, adenina, citosina e guanina), uma
desoxirribose e um radical fosfato. Portanto, independente da espécie, a composição química seria a
mesma.

9. C
O enunciado diz que a fita simples possui 20 Adeninas, 25 Timinas, 30 Guaninas e 25 Citosinas. A fita
complementar terá a seguinte quantidade de bases, complementando a fita descrita: 20 Timinas, 25
Adeninas, 30 Citosinas e 25 Guaninas. A fita dupla completa terá a soma das bases das duas fitas, ou
seja: 45 Adeninas, 45 Timinas, 55 Guaninas e 55 Citosinas.

10. C
Citosina e Guanina se ligam através de três ligações de hidrogênio, enquanto Adenina e Timina se ligam
através de duas ligações de hidrogênio. A molécula em questão sofrerá desnaturação mais facilmente,
devido ao maior número de pares A-T.

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Biologia

Ciclos biogeoquímicos

Objetivo
Saber diferenciar os biociclos e identificar as principais características dos diversos biomas.

Se liga
Que tal complementar seus estudos com um mapa mental sobre os principais ciclos biogeoquímicos? Assista
a esse vídeo aqui para reforçar o conhecimento!

Curiosidade
Os ciclos biogeoquímicos podem estar relacionados com diversos impactos ambientais, como o efeito estufa
e a eutrofização artificial.

Teoria
Ciclos biogeoquímicos
Os ciclos biogeoquímicos são aqueles que relacionam elementos abióticos do meio ambiente, elementos
químicos e os seres vivos. Os ciclos importantes são: ciclo do carbono, ciclo do oxigênio, ciclo da água e ciclo
do nitrogênio.

Ciclo do carbono
O ciclo do carbono se inicia com a fixação desse elemento pelos seres autotróficos, através da fotossíntese
ou quimiossíntese, e fica disponível para os consumidores e decompositores. Durante a respiração celular e
a fermentação, o gás carbônico retorna para o meio ambiente.
O CO2 também é liberado para a atmosfera na queima de combustíveis fósseis como carvão mineral, gasolina
e óleo diesel, e durante a queimada de florestas, contribuindo para o agravamento do efeito estufa.

Esquema do ciclo do carbono.

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Biologia

Ciclo do oxigênio
O ciclo do oxigênio também está relacionado a esses processos: durante a fotossíntese, o oxigênio é liberado
para a atmosfera, e, durante a respiração celular e a combustão, ocorre o consumo desse gás.
Na estratosfera, o oxigênio é transformado em ozônio (O3) por ação dos raios ultravioletas, formando a
camada de ozônio, importante contra a entrada em excesso dessa radiação no planeta. Sabe-se que a
exposição aos raios ultravioletas pode aumentar a incidência de câncer de pele, pela interferência com o
material genético. A liberação de clorofluorcarbonos (CFCs), presentes em sistemas de refrigeração e
aerossóis, estava levando à destruição da camada de ozônio. Recentemente, foram substituídos.

Esquema simplificado do ciclo do oxigênio.

Ciclo da água
O ciclo da água mostra o caminho da água no ambiente: sua forma gasosa, após condensada, sofre
precipitação, e então, em seu estado líquido, pode evaporar ou se infiltrar no solo, formando lençóis freáticos.
Ele pode ser dividido em ciclo curto da água, onde não há participação dos seres vivos, ou ciclo longo da água,
onde os seres vivos participam com a transpiração.

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Biologia

Ciclo do nitrogênio
O nitrogênio atmosférico (N2) forma cerca de 78% da composição do ar. No entanto, não pode ser aproveitado
dessa forma pela maior parte dos seres vivos, que precisam dele para a constituição de proteínas (função
amina dos aminoácidos) e ácidos nucleicos (em bases nitrogenadas).

Compostos bioquímicos com nitrogênio em sua composição.

Leguminosas, como o feijão, a lentilha e a ervilha, possuem uma associação mutualística com bactérias do
gênero Rhizobium, que formam nódulos em suas raízes e realizam o processo de fixação. Esse processo
transforma o nitrogênio atmosférico (N2) em amônia (NH3). Bactérias nitrificantes, Nitrossomonas e
Nitrobacter, fazem o processo de conversão da amônia em nitrito (NO 2-) e posteriormente em nitrato (NO3-),
respectivamente.
O nitrato é o principal produto no solo aproveitado pelos vegetais, por meio do processo da assimilação. Esse
nitrogênio é passado ao longo da cadeia alimentar para os consumidores. Bactérias e fungos decompositores
retornam ao solo esse nitrogênio presente nos seres vivos na forma de amônia (NH 3).
Para fechar o ciclo, há conversão do nitrato em nitrogênio atmosférico pelas bactérias desnitrificantes.

Esquema simplificado do ciclo do nitrogênio.

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Biologia

Exercícios de fixação

1. Em que processo podemos observar a fixação de oxigênio?


a) respiração
b) fotossíntese
c) decomposição
d) alimentação

2. Qual destes processos interfere no ciclo do carbono, aumentando a concentração deste na atmosfera?
a) fotossíntese
b) respiração celular
c) queima de combustíveis fósseis
d) infiltração de água em lençol freático
e) decomposição

3. Que bactérias são responsáveis pela fixação de nitrogênio?


a) Rhizobium
b) Nitrobacter
c) Nitrosomonas
d) Desnitrificans

4. Em qual das situações descritas temos o ciclo curto da água?


a) Uma gaivota bebe água de um lago
b) As baleias conseguem água para seu metabolismo ingerindo-a junto da comida
c) Em dias muito quentes, nós suamos muito
d) Choveu forte em cima de uma rocha nua

5. Como os animais conseguem nitrogênio em sua dieta?


a) pela decomposição
b) fixando nitrogênio
c) pela alimentação
d) pela respiração

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Biologia

Exercícios de vestibulares

1. O ciclo da água é fundamental para a preservação da vida no planeta. As condições climáticas da Terra
permitem que a água sofra mudanças de fase e a compreensão dessas transformações é fundamental
para se entender o ciclo hidrológico. Numa dessas mudanças, a água ou a umidade da terra absorve o
calor do sol e dos arredores. Quando já foi absorvido calor suficiente, algumas das moléculas do líquido
podem ter energia necessária para começar a subir para a atmosfera.
Disponível em: http://www.keroagua.blogspot.com. Acesso em: 30 mar. 2009 (adaptado).

A transformação mencionada no texto é a


a) fusão.
b) liquefação.
c) evaporação.
d) solidificação.
e) condensação.

2. O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais a Terra, a


atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos entre esses
reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renováveis, por exemplo,
o petróleo, são limitados, sendo de grande relevância que se perceba a importância da substituição de
combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis. A utilização de combustíveis fósseis
interfere no ciclo do carbono, pois provoca
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

3. A fotossíntese é o processo biológico predominante para a produção do oxigênio encontrado na


atmosfera. Aproximadamente 30% do nosso planeta é constituído por terra, onde se encontram
grandes florestas, e 70% por água, onde vive o fitoplâncton.
Considerando-se estas informações e o ciclo biogeoquímico do oxigênio, pode-se afirmar que:
a) as florestas temperadas e a Floresta Amazônica produzem a maior parte do oxigênio da Terra;
b) a Floresta Amazônica é a principal responsável pelo fornecimento de oxigênio da Terra;
c) as algas microscópicas são as principais fornecedoras de oxigênio do planeta;
d) a Mata Atlântica é a maior fonte de oxigênio do Brasil;
e) os manguezais produzem a maior parte do oxigênio da atmosfera.

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Biologia

4. A aplicação excessiva de fertilizantes nitrogenados na agricultura pode acarretar alterações no solo e


na água pelo acúmulo de compostos nitrogenados, principalmente a forma mais oxidada, favorecendo
a proliferação de algas e plantas aquáticas e alterando o ciclo do nitrogênio, representado no esquema.
A espécie nitrogenada mais oxidada tem sua quantidade controlada por ação de microrganismos que
promovem a reação de redução dessa espécie, no processo denominado desnitrificação.

O processo citado está representado na etapa


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

5. Grandes reservatórios de óleo leve de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino foram
descobertos no litoral brasileiro numa camada denominada pré-sal, formada há 150 milhões de anos.
A utilização desse recurso energético acarreta para o ambiente um desequilíbrio no ciclo do
a) nitrogênio, devido à nitrificação ambiental transformando amônia em nitrito.
b) nitrogênio, devido ao aumento dos compostos nitrogenados no ambiente terrestre.
c) carbono, devido ao aumento dos carbonatos dissolvidos no ambiente marinho.
d) carbono, devido à liberação das cadeias carbônicas aprisionadas abaixo dos sedimentos.
e) fósforo, devido à liberação dos fosfatos acumulados no ambiente marinho.

6. O esterco de galinha contém fezes e excretas nitrogenadas, que podem ser utilizadas para adubar o
solo. As plantas cultivadas nesse solo não são diretamente beneficiadas pelo esterco porque as
substâncias orgânicas contidas nele passam primeiramente pela
a) nitrificação e depois pela decomposição, gerando o nitrato, que é absorvido pelos vegetais.
b) decomposição e depois pela nitrificação, gerando o nitrato, que é absorvido pelos vegetais.
c) decomposição e depois pela nitrosação, gerando o nitrito, que é absorvido pelos vegetais.
d) nitratação e depois pela nitrosação, gerando o nitrato, que é absorvido pelos vegetais.
e) nitrosação e depois pela nitratação, gerando o nitrito, que é absorvido pelos vegetais.

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Biologia

7. Durante o período de desova dos salmões no Hemisfério Norte, são despejados no ecossistema 80 kg
de nitrogênio derivados da captura desses peixes pelos ursos. Esse cálculo foi realizado para uma
extensão de 250 metros de rio.
SCIENTIFIC AMERICAN, n. 52, 2006. Brasil. [Adaptado].

De acordo com o texto, a decomposição dos restos orgânicos do salmão é um importante fator para o
cclo do nitrogênio num ecossistema do Hemisfério Norte. A ausência das bactérias do gênero
Nitrosomonas, pode provocar nesse ecossistema,
a) diminuição da disponibilidade de nitrato com consequente redução da absorção desse íon pelas
plantas.
b) elevação de nitrito no solo e consequente intoxicação dos microrganismos.
c) aumento do processo de nitrificação com consequente elevação da absorção de nitrito pelas
plantas.
d) queda de bactérias do gênero Rhizobium, diminuindo a fixação simbiótica de nitrogênio.
e) redução de íon amônio e consequente diminuição da síntese de clorofila.

8. O alemão Fritz Haber recebeu o Prêmio Nobel de química de 1918 pelo desenvolvimento de um
processo viável para a síntese da amônia (NH3). Em seu discurso de premiação, Haber justificou a
importância do feito dizendo que:
“Desde a metade do século passado, tornou-se conhecido que um suprimento de nitrogênio é uma
necessidade básica para o aumento das safras de alimentos; entretanto, também se sabia que as
plantas não podem absorver o nitrogênio em sua forma simples, que é o principal constituinte da
atmosfera. Elas precisam que o nitrogênio seja combinado […] para poderem assimilá-lo.
Economias agrícolas basicamente mantêm o balanço do nitrogênio ligado. No entanto, com o advento
da era industrial, os produtos do solo são levados de onde cresce a colheita para lugares distantes,
onde são consumidos, fazendo com que o nitrogênio ligado não retorne ã terra da qual foi retirado.
Isso tem gerado a necessidade econômica mundial de abastecer o solo com nitrogênio ligado. […] A
demanda por nitrogênio, tal como a do carvão, indica quão diferente nosso modo de vida se tornou com
relação ao das pessoas que, com seus próprios corpos, fertilizam o solo que cultivam.
Desde a metade do último século, nós vínhamos aproveitando o suprimento de nitrogênio do salitre
que a natureza tinha depositado nos desertos montanhosos do Chile. Comparando o rápido
crescimento da demanda com a extensão calculada desses depósitos, ficou claro que em meados do
século atual uma emergência seríssima seria inevitável, a menos que a química encontrasse uma saída.”
HABER, F. The Synthesis of Ammonia from its Elements. Disponível em: www.nobelprize.org. Acesso em: 13jul. 2013
(adaptado)

De acordo com os argumentos de Haber, qual fenômeno teria provocado o desequilíbrio no “balanço
do nitrogênio ligado”?
a) O esgotamento das reservas de salitre no Chile.
b) O aumento da exploração de carvão vegetal e carvão mineral.
c) A redução da fertilidade do solo nas economias agrícolas.
d) A intensificação no fluxo de pessoas do campo para as cidades.
e) A necessidade das plantas de absorverem sais de nitrogênio disponíveis no solo.

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Biologia

9. O aquecimento global, ocasionado pelo aumento do efeito estufa, tem como uma de suas causas a
disponibilização acelerada de átomos de carbono para a atmosfera. Essa disponibilização acontece,
por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, os óleos e o carvão, que libera o gás
carbônico (CO2) para a atmosfera. Por outro lado, a produção de metano (CH4), outro gás causador do
efeito estufa, está associada à pecuária e à degradação de matéria orgânica em aterros sanitários.
Apesar dos problemas causados pela disponibilização acelerada dos gases citados, eles são
imprescindíveis à vida na Terra e importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico, porque, por
exemplo, o
a) metano é fonte de carbono para os organismos fotossintetizantes.
b) metano é fonte de hidrogênio para os organismos fotossintetizantes.
c) gás carbônico é fonte de energia para os organismos fotossintetizantes.
d) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico para os organismos fotossintetizantes.
e) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular para os organismos heterotróficos aeróbios.

10. O nitrogênio é essencial para a vida e o maior reservatório global desse elemento, na forma de N2, é a
atmosfera. Os principais responsáveis por sua incorporação na matéria orgânica são microorganismos
fixadores de N2, que ocorrem de forma livre ou simbiontes com plantas.
ADUAN, R.E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004 (adaptado).

Animais garantem suas necessidades metabólicas desse elemento pela


a) absorção do gás nitrogênio pela respiração.
b) ingestão de moléculas de carboidratos vegetais.
c) incorporação de nitritos dissolvidos na água consumida.
d) transferência da matéria orgânica pelas cadeias tróficas.
e) protocooperação com microorganismos fixadores de nitrogênio.

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Biologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Na respiração, inspiramos oxigênio e o fixamos durante o processo de respiração celular.

2. C
A queima de combustíveis fósseis libera para atmosfera uma alta quantidade de carbono que antes
estava contida na matéria orgânica fossilizada.

3. A
As bactérias do gênero Rhizobium são bactérias fixadoras que vivem em mutualismo, em raízes de
leguminosas.

4. D
O ciclo curto da água é aquele sem participação dos seres vivos. A letra D descreve uma situação sem
participação de seres vivos.

5. C
Animais conseguem nitrogênio apenas ao se alimentar de outros organismos vivos.

Exercícios de vestibular

1. C
A evaporação é o processo da transformação do estado físico líquido da água para gasoso.

2. D
A queima dos combustíveis fósseis é responsável por uma grande eliminação de gás carbônico (CO2)
na atmosfera, aumentando a concentração desse gás, que não estaria normalmente disponível na
atmosfera, pois estava presente dentro das camadas da crosta terrestre, tratando-se assim de um
excedente.

3. C
As grandes florestas formam uma comunidade clímax, fazendo com que a taxa de oxigênio gerado seja
equivalente à taxa de consumo desse gás. As algas oceânicas permanecem então como a maior fonte
de O2 da atmosfera.

4. E
A desnitrificação é feita por bactérias e corresponde à conversão do nitrato (NO3-) em nitrogênio
atmosférico (N2), fechando o ciclo.

5. D
O problema do uso do petróleo e outros combustíveis fósseis é disponibilizar novamente ao ciclo do
carbono um carbono fóssil que estava aprisionado na forma de depósitos fósseis, aumentando a
quantidade de carbono que participa diretamente do ciclo.

9
Biologia

6. B
O esterco é formado por matéria orgânica, que sofre decomposição (transforma os compostos
nitrogenados presentes nele através da amonificação). Após isso, a amônia sofre nitrificação, e então é
absorvida pelas raízes dos vegetais.

7. A
A ausência das nitrossomonas impede o processo de nitrificação, com menor formação de nitrato,
substância melhor assimilada pelos vegetais.

8. D
O consumo dos produtos nitrogenados em locais distantes de sua produção, como nas cidades,
compromete o ciclo do nitrogênio, já que essas substâncias não estão retornando ao local de onde foram
retiradas, no caso, as regiões de campos agrícolas.

9. D
Os seres fotossintetizantes utilizam o CO2 para o processo da fotossíntese na síntese de matéria
orgânica.

10. D
As bactérias fixadoras possuem a função de fixar o nitrogênio, que sofre depois um processo de
nitrificação até se transformar em nitrato, que é absorvido pelas plantas, e depois, através da cadeia
alimentar, é incorporado aos animais.

10
Filosofia

Moral

Objetivo
Você aprenderá sobre a importância dos valores morais para a coesão social, bem como as diferenças entre
as condutas consideradas morais, imorais e amorais.

Se liga
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Curiosidade
Em sua obra A Civilidade Pueril (1530), Erasmo de Roterdã, famoso autor de Elogio da Loucura, nos apresenta
um código de bons costumes, destinado à educação dos jovens. Até aí, sem grandes novidades. Porém,
dentre as normas de boa conduta, ele estabelece regras inclusive para (pasmem!) controlar as expressões
dos olhos e dos lábios, bem como a maneira correta para espirrar, tossir, bocejar e higienizar o nariz.

Teoria

O que é moral?
A palavra moral vem do latim moris, que significa costumes. Para
conviver em grupo sem que se instaure o caos é necessário que
existam regras e normas de comportamentos que definimos como
valores. Esses valores são uma espécie de bússola definindo o que
é apropriado fazer. Essas práticas positivas são importantes para
manter a coesão social. Dessa forma, nossa convivência é guiada
por um senso mais ou menos compartilhado de certo e errado, bom
e mau, adequado e inadequado. Todo esse aparato
comportamental é compartilhado em um meio social e ensinado a
todos desde o nascimento. Assim, todos os seres humanos
realizam suas ações a partir do que julgam ser certo ou errado.
Também podemos julgar, a partir de um dado código moral, as
ações dos outros. Esse julgamento, baseado nos valores ou regras morais, é conhecido por juízo moral.

A moral varia de grupo para grupo. Toda sociedade, independentemente de sua estrutura, tipo de governo ou
cultura, possui seu próprio conjunto de valores morais. Não à toa facilmente podemos observar que, para uma
determinada cultura, certa atitude ou hábito é correto, enquanto para outra não é. Um exemplo disso é a nudez,
que para algumas tribos indígenas não é considerada ofensiva, mas para a nossa cultura é vista como
atentado ao pudor. Toda moral expressa uma compreensão da vida, uma “visão de mundo”. É comum que
essa visão de mundo seja naturalizada e tomemos nossa percepção de certo e errado como certos e errados

1
Filosofia

universais. Superar essa naturalização é um passo importante para compreender as diferenças e distinguir o
juízo que fazemos baseados em nossa subjetividade e os fatos em si.

Além de variar de acordo com o meio social em que está inserida, a moral também
se modifica ao longo do tempo numa mesma cultura. A inserção das mulheres no
mercado de trabalho é um bom exemplo disso. Há cem anos, era considerado
impróprio que uma mulher trabalhasse, já que sua principal função era cuidar do lar
e da família. Hoje em dia, com a alteração de seu papel social, não se vê mais como
algo impróprio que a mulher trabalhe.

Considerar o próximo é um aspecto fundamental nos juízos morais. Porque, além de


ser um aparato construído e compartilhado coletivamente (baseado em expectativas
coletivas), o código moral também se manifesta como garantia mínima de
integridade e dignidade. O debate e reprodução dos valores morais em sociedade se guia pelo zelo e
preocupação com o bem-estar dos indivíduos em comunidade. Isso significa dizer que essas regras e normas
apontam comumente para o reconhecimento dos humanos como pessoas dotadas das características de
humanidade possíveis no interior de cada cultura.

Na relação entre os valores e as ações e ideias é possível afirmar que estas podem ser classificadas como
morais, imorais e amorais. Ações e ideias morais são as que estão de acordo com o código moral nas quais
estão inseridas. Ou seja, se uma ação ou ideia observa os valores do grupo onde ocorrem, ela é considerada
moral. Por sua vez, imoral é seu exato oposto, isto é, qualquer ação ou ideia que, ciente do código moral, fere
os valores formados e compartilhados por um dado grupo. Comumente tratamos imoral e amoral como sendo
a mesma coisa. Mas há uma diferença essencial. Ações e ideias amorais são aquelas que não são adequadas
à moral porque desconhecem o código de valores. As pessoas que realizam essas ações não dominam essas
normas e, por isso, não têm como as observar.

2
Filosofia

Exercícios de fixação

1. No que diz respeito à vida em sociedade, qual a importância dos valores?

2. Em que consiste a ação moral?

3. Em nossa sociedade, a ação de roubar é considerada como:


a) Moral
b) Imoral
c) Amoral
d) Antiético

4. Qual a principal diferença entre as condutas imorais e amorais?

5. Pode-se dizer que a moral:


a) é universal e imutável
b) é restrita a um grupo em um dado espaço-tempo
c) é individual e eterna
d) é divina e perfeita

3
Filosofia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem, 2011) “O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive
sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as
pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida
nação fictícia de Lima Barreto).”
FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de São Paulo, 4 de out. de 2009 (adaptado)

O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma


ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
a) decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
b) parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
c) amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
d) criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter
e) cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.

2. (Enem 2010, 2ª aplicação) No século XX, o transporte rodoviário e a aviação civil aceleraram o
intercâmbio de pessoas e mercadorias, fazendo com que as distâncias e a percepção subjetiva das
mesmas se reduzissem constantemente. É possível apontar uma tendência de universalização em
vários campos – por exemplo, na globalização da economia, no armamentismo nuclear, na
manipulação genética, entre outros.
HABERMAS, J. A constelação pós-nacional: ensaios políticos. São Paulo: Littera Mundi, 2001 (adaptado).

Os impactos e efeitos dessa universalização, conforme Descritos no texto, podem ser analisados do
ponto de vista moral, o que leva à defesa da criação de normas universais que estejam de acordo com
a) os valores culturais praticados pelos diferentes povos em suas tradições e costumes locais.
b) os pactos assinados pelos grandes líderes políticos, os quais dispõem de condições para tomar
decisões.
c) os sentimentos de respeito e fé no cumprimento de valores religiosos relativos à justiça divina.
d) os sistemas políticos e seus processos consensuais e democráticos de formação de normas
gerais.
e) os imperativos técnico-científicos, que determinam com exatidão o grau de justiça das normas.

4
Filosofia

3. (Uel 2011) “A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa
mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional próprio do
homem dotado de sabedoria prática.”
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1973. Livro II, p. 273.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se dizer que a
virtude ética
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta.
b) implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso na falta.
c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o excesso ou a falta.
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências pragmáticas.
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que nos torna mais
perfeitos.

4. (Enem, 2017) “A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos
de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade
possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta
promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados.”
RACHELS, J. Os elementos da filosofia moral. Barueri-SP: Manole, 2006.

Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma


a) fundamentação científica de viés positivista.
b) convenção social de orientação normativa.
c) transgressão comportamental religiosa.
d) racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.

5. (Enem 2017) “Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito
bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente
pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência
bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta
maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: quando julgo estar em apuros
de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá.”
KANT, l. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo. Abril Cultural, 1980

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto


a) assegura que a ação seja aceita por todos a partir livre discussão participativa.
b) garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.
c) opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.
d) materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os meios.
e) permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas envolvidas.

5
Filosofia

6. (UEL 2006) “Aristóteles foi o primeiro filósofo a elaborar tratados sistemáticos de Ética. O mais
influente desses tratados, a Ética a Nicômaco, continua a ser reconhecido como uma das obras-primas
da filosofia moral. Ali nosso autor apresenta a questão que, de seu ponto de vista, constitui a chave de
toda investigação ética: Qual é o fim último de todas as atividades humanas?”
(CORTINA, Adela; MARTÍNEZ, Emilio. Ética. Trad. Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Loyola, 2005. p. 57.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a ética aristotélica, é correto afirmar:

a) É uma ética que desconsidera os valores culturais e a participação discursiva dos envolvidos na
escolha da concepção de bem a ser perseguida.
b) É uma ética do dever que, ao impor normas de ação universais, transcende a concepção de vida
boa de uma comunidade e exige o cumprimento categórico das mesmas.
c) É uma ética compreendida teleologicamente, pois o bem supremo, vinculado à busca e à realização
plena da felicidade, orienta as ações humanas.
d) É uma ética que orienta as ações por meio da bem-aventurança proveniente da vontade de Deus,
porém sinalizando para a irrealização plena do bem supremo nesta vida.
e) É uma ética que compreende o indivíduo virtuoso como aquele que já nasce com certas qualidades
físicas e morais, em função de seus laços sanguíneos.

7. (Enem 2009) Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da
moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral,
pois esta desvia a atenção frente à busca do bemestar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão
essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto é uma questão de
honra”.
TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: Encyclopædia Britannica, Inc., Great Books 44, 1990 (adaptado).

Do trecho, infere-se que, para Tocqueville, os norteamericanos do seu tempo


a) buscavam o êxito, descurando as virtudes cívicas.
b) tinham na vida moral uma garantia de enriquecimento rápido.
c) valorizavam um conceito de honra dissociado do comportamento ético.
d) relacionavam a conduta moral dos indivíduos com o progresso econômico.
e) acreditavam que o comportamento casto perturbava a harmonia doméstica.

8. (Uel 2010) De acordo com Aristóteles, “a vida consagrada ao ganho, que tem como fim a riqueza, não
é a vida feliz. Portanto, a vida consagrada ao ganho identifica erroneamente o que é o bem ou a
felicidade.”
(ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São
Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 12.)

Qual a principal razão invocada por Aristóteles para rejeitar a vida que tem como fim último a riqueza?
a) A vida consagrada ao ganho é apenas um meio e não um fim em si mesmo.
b) O acúmulo de bens exteriores representa uma agressão à natureza.
c) A busca de riqueza é um fim acalentado por indivíduos mesquinhos e egoístas.
d) A vida consagrada ao ganho é modo de vida típico do capitalismo.
e) A riqueza torna as pessoas escravas do dinheiro e, portanto, infelizes.

6
Filosofia

9. (Unesp 2014) “Tradição de pensamento ético fundada pelos ingleses Jeremy Bhentam e John Stuart
Mill, o utilitarismo almeja muito simplesmente o bem comum, procurando eficiência: servirá aos
propósitos morais a decisão que diminuir o sofrimento ou aumentar a felicidade geral da sociedade.
No caso da situação dos povos nativos brasileiros, já se destinou às reservas indígenas uma extensão
de terra equivalente a 13% do território nacional, quase o dobro do espaço destinado à agricultura, de
7%. Mas a mortalidade infantil entre a população indígena é o dobro da média nacional e, em algumas
etnias, 90% dos integrantes dependem de cestas básicas para sobreviver. Este é um ponto em que o
cômputo utilitarista de prejuízos e benefícios viria a calhar: a felicidade dos índios não é proporcional à
extensão de terra que lhes é dado ocupar.”
(Veja, 25.10.2013. Adaptado.)

A aplicação sugerida da ética utilitarista para a população indígena brasileira é baseada em


a) uma ética de fundamentos universalistas que deprecia fatores conjunturais e históricos.
b) critérios pragmáticos fundamentados em uma relação entre custos e benefícios.
c) princípios de natureza teológica que reconhecem o direito inalienável do respeito à vida humana.
d) uma análise dialética das condições econômicas geradoras de desigualdades sociais.
e) critérios antropológicos que enfatizam o respeito absoluto às diferenças de natureza étnica.

10. (Ufpa 2011) “Em minha opinião, o voto livre deve ser defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o
voto obrigatório, de algum modo é reduzido o grau de liberdade que existe por trás da decisão
espontânea do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato. Podemos afirmar que o voto
obrigatório, constrangido pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio livre, resultado da deliberação
de um sujeito autônomo. E, para Kant, há uma identidade entre ser livre e ser moral.”
Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u356288.shtml. (Adaptado)

O autor do texto se manifesta contrário ao voto obrigatório e justifica sua posição tendo por base a
Ética kantiana. Do ponto de vista de Kant, o indivíduo ao votar constrangido pela lei não age moralmente
porque
a) a ação praticada não foi livre, na medida em que uma ação verdadeiramente livre deve visar à
felicidade do indivíduo e não ao interesse do Estado.
b) é forçado, sem aprovação de sua vontade, a praticar um ato cujo móbil não é o princípio do dever
moral.
c) o seu voto não foi fruto de uma escolha consciente, mas sim motivado por ideologias partidárias.
d) sua ação foi praticada por imposições do Estado e favorece candidatos desonestos, que podem
comprar votos.
e) agiu por imposição da lei jurídica e não da lei moral, que requer que sua escolha esteja
comprometida com interesses externos ao sujeito.

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7
Filosofia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Os valores são importantes na medida em que servem como uma espécie de bússola definindo o que
é apropriado fazer. Essas práticas positivas são importantes para manter a coesão social. Dessa forma,
nossa convivência é guiada por um senso mais ou menos compartilhado de certo e errado, bom e mau,
adequado e inadequado.

2. Ações e ideias morais são as que estão de acordo com o código moral nas quais estão inseridas. Ou
seja, se uma ação ou ideia observa os valores do grupo onde ocorrem, ela é considerada moral.

3. B
Em nossa sociedade, a ação de roubar é considerada como imoral, tendo inclusive pena prevista em
lei. Entende-se que, ao praticar o roubo, o indivíduo conhece o código moral vigente, porém não o
cumpre. Portanto, o gabarito da questão é a alternativa [B].

4. Imoral é qualquer ação ou ideia que, ciente do código moral, fere os valores formados e compartilhados
por um dado grupo. Ações e ideias amorais, por sua vez, são aquelas que não são adequadas à moral
porque desconhecem o código de valores. As pessoas que realizam essas ações não dominam essas
normas e, por isso, não têm como as observar.

5. B
A moral é restrita a um grupo em um dado espaço-tempo, isto é, a moral além de variar de acordo com
o meio social (de grupo para grupo) em que está inserida, a moral também se modifica ao longo do
tempo numa mesma cultura. Portanto, o gabarito da questão é a alternativa [B].

Exercícios de vestibulares

1. D
Moral, por oposição a ética, é o nome que se dá ao conjunto de normas de convivência social criadas
pelas diversas sociedades humanas ao longo de seu processo de desenvolvimento histórico

2. D
Apenas a alternativa [D] está correta, pois a criação de normas universais não pode desrespeitar os
sistemas políticos estabelecidos nem vir na forma de uma imposição. Tais normas devem ser criadas
com base na livre escolha típica dos processos democráticos, sempre se atentando para que o local não
se submeta acriticamente ao modelo global. Além disso, a ideia de consenso tem um papel fundamental
nas teorias de Habermas. Segundo ele, o consenso é alcançado por meio da razão comunicativa.

3. A
Para Aristóteles, a vida ética que conduz à felicidade caracteriza-se pela prática das virtudes, hábitos bons
e equilibrados, sempre na justa medida entre um vício por falta e um vício por excesso. É o caso, por
exemplo, da coragem, que está entre a covardia e a temeridade.

8
Filosofia

4. D
Para a ética utilitarista de Bentham, o critério de conduta é um cálculo de perdas e ganhos: certos é o que
produz maiores benefícios e menores prejuízos. Trata-se, pois, de uma ética profundamente racional e
pragmática, voltada não para grandes ideais, como a felicidade e o dever, mas para a avaliação das
consequências mais imediatas das ações.

5. C
Na ética deontológica de Kant, o que deve reger as ações humanas é o imperativo categórico, norma
absoluta e universal que nos ordena só praticarmos aquilo que nós aceitaríamos que todos os outros
seres humanos também praticassem. Ora, aquele que realiza uma falsa promessa, aceita fazê-lo, mas
não aceitaria que fizessem uma falsa promessa para ele próprio.

6. C
A principal característica da ética aristotélica é o seu caráter teleológico ou finalista. Para ela, ao contrário
do que dizem os deontologistas, não existem deveres válidos por si, independentemente dos nossos
desejos. Para ela também, por outro lado, diferente do que pensam os utilitaristas, não apenas existem
os desejos pragmáticos por maiores benefícios e menores dores, mas há sim um desejo fundamental,
transcendental e profundo que decorre de nossa própria essência: o desejo por uma felicidade completa.

7. D
Note-se que, de acordo com o texto, para a opinião pública norte-americana contemporânea de
Tocqueville, a moral individual e o progresso econômico estão relacionados. Tal relação se dá na medida
em que a falta de moral prejudica a harmonia doméstica, que é essencial ao sucesso dos negócios.
Portanto, a alternativa [D] é o gabarito da questão.

8. A
Para Aristóteles, a felicidade não pode ser identificada com a riqueza pelo fato de esta não poder nunca
saciar completamente o coração humano. De fato, a riqueza é por definição algo incompleto, que não tem
valor por si mesma, mas sim por nos permitir adquirir outras coisas por meio dela.

9
Filosofia

9. B
Para a ética utilitarista de Bentham, o critério de conduta é um cálculo de perdas e ganhos: certos é o que
produz maiores benefícios e menores prejuízos. Trata-se, pois, de uma ética profundamente racional e
pragmática, voltada não para grandes ideais, como a felicidade e o dever, mas para a avaliação das
consequências mais imediatas das ações.

10. B
Tal como Kant, o autor do texto acredita que não é suficiente, para que uma pessoa seja considerada
verdadeiramente justa, que ela pratique ações corretas. Mais do que isso, é necessário também que a
intenção do agente seja boa, isto é, que ele esteja sendo movido pelo puro amor ao dever.

10
Física

Exercícios sobre Leis de Newton

Exercícios

1. Em uma colisão frontal entre dois automóveis, a força que o cinto de segurança exerce sobre o tórax e
o abdômen do motorista pode causar lesões graves nos órgãos internos. Pensando na segurança do
seu produto, um fabricante de automóveis realizou testes em cinco modelos diferentes de cinto. Os
testes simularam uma colisão de 0,30 segundo de duração, e os bonecos que representavam os
ocupantes foram equipados com acelerômetros. Esse equipamento registra o módulo da
desaceleração do boneco em função do tempo. Os parâmetros como massa dos bonecos, dimensões
dos cintos e velocidade imediatamente antes e após o impacto foram os mesmos para todos os testes.
O resultado final obtido está no gráfico de aceleração por tempo.

Qual modelo de cinto oferece menor risco de lesão interna ao motorista?


a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

1
Física

2. Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até atingir a velocidade
limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instante TA) ocorre a diminuição de sua velocidade
de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele passa a ter velocidade de queda constante,
que possibilita sua aterrissagem em segurança. Que gráfico representa a força resultante sobre o
paraquedista, durante o seu movimento de queda?

a)

b)

c)

d)

e)

2
Física

3. Em um experimento, os blocos I e II, de massas iguais a 10 kg e a 6 kg, respectivamente, estão


interligados por um fio ideal. Em um primeiro momento, uma força de intensidade F igual a 64 N é
aplicada no bloco I, gerando no fio uma tração TA. Em seguida, uma força de mesma intensidade F é
aplicada no bloco II, produzindo a tração TB. Observe os esquemas:

Desconsiderando os atritos entre os blocos e a superfície S, a razão entre as trações TA/TB corresponde
a:
a) 9/10
b) 4/7
c) 3/5
d) 8/13
e) 4/10

4. Dois corpos, um de massa m e outro de massa 5m, estão conectados entre si por um fio e o conjunto
encontra-se originalmente em repouso, suspenso por uma linha presa a uma haste, como mostra a
figura. A linha que prende o conjunto à haste é queimada e o conjunto cai em queda livre.

Desprezando os efeitos da resistência do ar, indique a figura que representa corretamente as forças f1
e f2 que o fio faz sobre os corpos de massa m e 5m, respectivamente, durante a queda.

c) e)
a)

b) d)

3
Física

5. Um corpo de massa m, em queda livre e sob a ação de gravidade g constante, parte do repouso e
descreve uma trajetória vertical. Durante a queda, a resistência do ar impõe uma força de atrito
proporcional ao módulo V da velocidade do corpo, o que faz a massa se deslocar com aceleração
variável. O módulo da força de resistência é dado por bV, onde b é uma constante de proporcionalidade
e depende, dentre outros fatores, da forma do corpo. A segunda lei de Newton, aplicada ao corpo,
mostra que o módulo da força resultante é força = mg-bV = mA, onde A é o módulo da aceleração. Note
que, no instante inicial, V = 0 e a aceleração fica simplesmente A = g. À medida que o tempo passa, V
aumenta e A diminui até um instante de tempo em que a velocidade se manterá constante. Esta
velocidade, chamada de velocidade terminal, tem módulo igual a
a) mg.
b) bmg.
c) b/m.
d) mg/b.
e) g/mb

6. Durante uma faxina, a mãe pediu que o filho a ajudasse, deslocando um móvel para mudá-lo de lugar.
Para escapar da tarefa, o filho disse ter aprendido na escola que não poderia puxar o móvel, pois a
Terceira Lei de Newton define que se puxar o móvel, o móvel o puxará igualmente de volta, e assim não
conseguirá exercer uma força que possa coloca-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se anulam.
d) A força de ação é um pouco maior que a força de reação.
e) O par de forças de ação e reação não atua em um mesmo corpo.

4
Física

7. Doutor Botelho quer instalar um portão elétrico na garagem de sua casa. O sistema é composto de um
contrapeso preso à extremidade de um cabo de aço de massa desprezível, que passa por uma polia,
de massa também desprezível. A outra extremidade do cabo de aço é presa ao portão, como mostrado
na figura. Sabendo-se que o portão possui uma massa de 100 kg, qual deve ser a massa do contrapeso
para que o portão suba com aceleração igual a 0,1g, sendo g a aceleração da gravidade? Desconsidere
qualquer outra força externa realizada pelo motor do portão.

a) 81,8 kg
b) 122,2 kg
c) 61,0 kg
d) 163,6 kg
e) 127,5 kg

5
Física

8. A imagem abaixo ilustra uma bola de ferro após ser disparada por um canhão antigo.

Desprezando-se a resistência do ar, o esquema que melhor representa as forças que atuam sobre a
bola de ferro é:

a)

b)

c)

d)
e) Nenhuma das alternativas.

9. Um fabricante de elevadores estabelece, por questões de segurança, que a força aplicada nos cabos
de aço que sustentam seus elevadores não pode ser superior a 1,2.104 N. Considere um desses
elevadores com uma massa total de 1,0.10³ kg (massa do elevador com os passageiros) e admita g =
10 m/s². Nessas condições, a aceleração máxima do elevador na subida não pode ser superior a:
a) 1,2 m/s²
b) 2,0 m/s²
c) 5,0 m/s²
d) 9,8 m/s²
e) 10,0 m/s²

6
Física

10. Imagine a situação de um elevador de massa M que, de maneira simplificada, estaria sujeito somente
a duas forças: a tensão produzida pelo cabo que o sustenta T e o peso P. Suponha que o elevador esteja
descendo com velocidade que decresce em módulo com o transcorrer do tempo. A respeito dos
módulos das forças T, P e FR (força resultante sobre o elevador), pode-se afirmar que
a) T = P e FR = 0
b) T < P e FR ≠ 0
c) T > P e FR ≠ 0
d) T > P e FR = 0
e) T < P e FR = 0

7
Física

Gabarito

1. B
Pelo gráfico, o cinto que apresentar o menor valor de amplitude para a aceleração, será o mais seguro.
No caso, é o cinto 2 que oferece essa condição segura.

2. B
No início da queda, a única força atuante sobre o paraquedista é apenas o peso (para baixo (+)). À medida
que acelera, aumenta a força de resistência do ar, até que a resultante se anula, quando é atingida a
velocidade limite. No instante (TA) em que o paraquedas é aberto, a força de resistência do ar aumenta
abruptamente, ficando mais intensa que o peso, invertendo o sentido da resultante (para cima (-)). O
movimento passa a ser retardado até ser atingida a nova velocidade limite, quando a resultante volta a
ser nula.

3. C
O módulo da aceleração é o mesmo nos dois casos. Aplicando o princípio fundamental da dinâmica às
duas situações:
𝑻𝑨 = 𝒎𝑰𝑰 𝒂
𝑻𝑩 = 𝒎𝑰 𝒂
Dividindo as expressões:
𝑻𝑨 𝒎𝑰𝑰 𝟔 𝟑
= = =
𝑻𝑩 𝒎𝑰 𝟏𝟎 𝟓

4. E
Corpos em queda livre não trocam forças entre si, pois caem com a mesma aceleração que é igual a g.

5. D
𝒎𝒈
𝒎𝒈 − 𝒃𝑽 = 𝟎 → 𝑽 =
𝒃

6. E
Ação e reação são forças de mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos, porém, não se
equilibram, pois não atuam no mesmo corpo.

7. B
PC = peso do contrapeso
PP = peso do portão
𝑷𝑪 − 𝑷𝑷 = (𝒎𝑪 + 𝒎𝑷 )𝒂 → 𝒎𝑪 𝒈 − 𝒎𝑷 𝒈 = (𝒎𝑪 + 𝒎𝑷 )𝟎, 𝟏𝒈
𝟏𝟎𝒎𝑪 − 𝟏𝟎𝟎𝟎 = 𝒎𝑪 + 𝟏𝟎𝟎 → 𝒎𝑪 = 𝟏𝟐𝟐, 𝟐𝒌𝒈

8. A
Após o lançamento, a única força que age sobre a bola é seu próprio peso, vertical e para baixo.

8
Física

9. B
Pelo diagrama de forças:

𝑻 − 𝒎𝒈
𝑻 − 𝑷 = 𝒎𝒂 → 𝒂 =
𝒎
Para tração máxima, temos aceleração máxima:
𝑻𝒎á𝒙. − 𝒎𝒈 𝟏, 𝟐. 𝟏𝟎𝟒 − 𝟏, 𝟎. 𝟏𝟎𝟒 𝒎
𝒂𝒎á𝒙. = = 𝟑
= 𝟐, 𝟎 𝟐
𝒎 𝟏, 𝟎. 𝟏𝟎 𝒔

10. C
Se o elevador está descendo com velocidade que decresce em módulo, logo, ele possui aceleração, ou
seja, a força resultante é diferente de zero.
Quando um elevador está descendo cada vez mais devagar (sua força resultante é diferente de zero),
com direção vertical e sentido para cima, em outras palavras, a força resultante está para cima. Dessa
forma, a força de tração tem que ser maior que a força peso.

9
Física

Principais forças da dinâmica

Objetivo
Com esse assunto poderá compreender diversos assuntos de Física, com ele ficará apto a perceber como os
corpos ser comportam em movimento e em equilíbrio, sendo ou estático ou dinâmico.

Se liga
Que tal assistir a essa aula para aprender ainda mais sobre esse assunto tão importante de Física?

Curiosidade
Esse conteúdo tem impacto em diversos assuntos da física, sendo da eletricidade, magnetismo, hidrostática...

Teoria

Após o estudo das Leis de Newton, podemos definir as principais forças que usamos na Dinâmica: força peso,
força normal, força elástica, tração e força de atrito.
Para uma melhor análise, o estudo da força de atrito terá uma aula específica e não será considerada neste
material.

Peso
Força de interação entre qualquer corpo de massa 𝑚 com um campo gravitacional pode ser calculado com a
equação:

⃗P = mg⃗
Onde 𝑔 é a aceleração da gravidade local.
Note:
• A massa é sempre maior do que zero
• 𝑃 tem sempre a mesma direção e sentido de 𝑔.

1
Física

Normal
Força de interação de um corpo e uma superfície. A força normal será sempre perpendicular à superfície e no
sentido da superfície para o corpo. Não existe uma equação específica para calcular a força normal, deverá
ser feito uma análise das forças aplicadas na direção da normal e, por um sistema linear, determinar seu valor.

Atenção: a força Normal não forma par ação e reação com o peso!

Tração
Representação de força que cabos, fios e cordas quando esticados. Cada pedaço da corda sofre uma tração,
que pode ser representada por um par de forças iguais e contrárias que atuam no sentido do alongamento da
corda.

Observação: Dinamômetro é um instrumento de medição que utilizamos para medir o modulo da força
aplicada em um corpo. Normalmente esse instrumento está acoplado à corda para medir a intensidade da
força de tração.

Força elástica
Força que aparece durante a deformação de algum corpo com características elásticas, ou seja, que pode ser
deformado durante a aplicação de uma força e que tem a capacidade de voltar ao seu tamanho original assim
que a força for cessada. Corda de borracha, elásticos e molas são os exemplos mais comuns em questões.
A força elástica é um vetor que tem mesma direção e sentido oposto à força aplicada para deformar a mola
em questão, sendo assim chamada de força de restituição. O módulo da força elástica pode ser calculado
pela equação:

F = kx
Onde 𝑘 é o coeficiente de elasticidade (característica da mola) e 𝑥 é a deformação sofrida pela mola.

2
Física

Unidades
A dinâmica utiliza as unidades do Sistema Internacional (SI) em suas grandezas. Vamos deixar aqui claro
quais as unidades que desejamos utilizar para cada uma das forças citadas:
• [F] = Newton (N)
• [m] = Quilograma (kg)
• [g] = Metro por Segundo ao quadrado (m/s²)
• [K] = Newton por Metro (N/m)
• [x] = Metro (m)

3
Física

Exercícios de Fixação

1. Qual é a força resultante sobre um carrinho de mão empurrado por duas forças, uma de 100 newtons
para a direita e outra de 30 newtons para a esquerda?

2. Se você empurra um caixote com uma força de 100 N e ele escorrega com velocidade constante, quanto
vale o atrito sobre o caixote?

3. Quando você fica em repouso sobre uma balança de banheiro, como seu peso se compara com a força
de apoio da balança?

4. Considere um caixote em repouso sobre o piso de uma fábrica. Quando uma dupla de trabalhadores
começa a empurrá-lo, a força de sustentação provida pelo piso aumentará, diminuirá ou manter-se-á
inalterada?

5. A chaminé de um trenzinho de brinquedo em repouso contém uma mola vertical que atira uma bola de
aço a um metro ou mais em linha reta para cima no ar – linha tão retilínea que a bola cai sempre de
volta dentro da chaminé. Suponha que o trenzinho se mova com rapidez constante ao longo de trilhos
retos. Você acha que a bola ainda retornará para a chaminé, se for atirada com o trenzinho em
movimento? E se o trenzinho está se tornando mais rápido sobre os trilhos retor?

4
Física

Exercícios de Vestibulares

1. Um livro de peso igual a 4 N está apoiado, em repouso, na palma de sua mão. Complete as sentenças
abaixo:
I. Uma força para baixo de 4 N é exercida sobre o livro pela __________.
II. Uma força para cima de __________ é exercida sobre o(a) __________ pela mão.
III. A força para cima (item II) é reação à força para baixo (item I)? __________
a) mão, 14 N, Terra, Sim.
b) Terra, 4 N, livro, Sim.
c) Terra, 4 N, Terra, Não.
d) Terra, 8 N, Terra, Sim.
e) Terra, 4 N, livro, Não.

2. Um astronauta de massa m e peso P foi levado da superfície da Terra para a superfície de um planeta
cuja aceleração da gravidade, em módulo, é igual a um terço da aceleração da gravidade registrada na
superfície terrestre. No novo planeta, os valores da massa e do peso desse astronauta, em função de
suas intensidades na Terra, serão respectivamente:
m
,P
a) 3

b) m, P

P
m,
c) 3
m P
,
d) 3 3

5
Física

3. A mola varia seu comprimento de 10cm para 22cm quando penduramos em sua extremidade um corpo
de 4N.

Determine o comprimento total dessa mola, quando penduramos nela um corpo de 6N.
a) 28 cm.
b) 38 cm.
c) 18 cm.
d) 20 cm.
e) 40 cm.

4. A mola da figura tem constante elástica 20 N/m e encontra-se alongada de 20 cm sob a ação do corpo
A cujo peso é 5,0 N. Nessa situação de equilíbrio, determinar a indicação da balança, graduada em
Newtons.

a) 2 N.
b) 1 N.
c) 4 N.
d) 5 N.
e) 3 N.

6
Física

5. A figura a seguir mostra uma corrente formada por três elos. A massa de cada elo é de 100g e uma
força vertical F puxa essa corrente para cima. A corrente sobe com uma aceleração de 3,0 m/s².

Considerando essas informações, o valor do módulo da força F que puxa a corrente; do módulo da
força resultante que atua sobre o elo do meio e do módulo da força que o elo do meio faz sobre o elo
de baixo, respectivamente:
a) 4,9N ; 0,5 N ; 1,2 N.
b) 3,9N ; 0,4 N ; 1,2 N.
c) 4,9N ; 0,3 N ; 1,5 N.
d) 5,9N ; 0,3 N ; 1,3 N.
e) 3,9N ; 0,3 N ; 1,3 N.

6. Uma carga de 10 · 10³ kg é abaixada para o porão de um navio atracado. A velocidade de descida da
carga em função do tempo está representada no gráfico da figura:

Considerando g = 10 m/s², determine os módulos das forças de tração T1, T2 e T3, no cabo que sustenta
a carga, entre 0 e 6 segundos, entre 6 e 12 segundos e entre 12 e 14 segundos, respectivamente.
a) 115000 𝑁, 100000 𝑁 𝑒 65000 𝑁.
b) 100000 𝑁, 85000 𝑁 𝑒 50000 𝑁
c) 95000 𝑁, 100000 𝑁 𝑒 115000 𝑁
d) 50000 𝑁, 100000 𝑁 𝑒 115000 𝑁
e) 85000 N, 85000 N e 95000 N

7
Física

7. Uma balança na portaria de um prédio indica que o peso de Chiquinho é de 600 N. A seguir, outra
pesagem é feita na mesma balança, no interior de um elevador, que sobe com aceleração de sentido
contrário ao da aceleração da gravidade e módulo a = g/10 em que g = 10m/s². Nessa nova situação,
o ponteiro da balança aponta para o valor que está indicado corretamente na seguinte figura:

a) c)

b) d)

8. A mola da figura está:

- em (1) no seu tamanho natural


- em (2) tracionada por uma força de 10N
- em (3) tracionada por uma força de 25N
Podemos afimar, em relação à lei de Hooke:
a) A situação obedece à lei de Hooke completamente.
b) A situação não obedece à lei de Hooke, já que forças de modulo diferentes proporcionam
expansões diferentes para mola.
c) A situação não obedece à lei de Hooke, já que o valor da constante da mole é diferente para ambos
os casos.

8
Física

9. Dois blocos, 1 e 2, são arranjados de duas maneiras distintas e empurrados sobre uma superfície sem
atrito, por uma mesma força horizontal F. As situações estão representadas nas figuras I e II abaixo.

Considerando que a massa do bloco 1 é m1 e que a massa do bloco 2 é m2 = 3m1, a opção que indica
a intensidade da força que atua entre blocos, nas situações I e II, é, respectivamente,
a) F/4 e F/4
b) F/4 e 3F/4
c) F/2 e F/2
d) 3F/4 e F/4
e) FeF

10. O sistema a seguir apresenta aceleração de 2 m/s² e a tração no fio é igual a 72 N. Considere que a
massa de A é maior que a massa de B, o fio é inextensível e não há atrito na polia. A diferença entre as
massas desses dois corpos é igual a
Considere g = 10 m/s²

a) 1 kg
b) 3 kg
c) 4 kg
d) 6 kg

9
Física

Gabaritos

Exercícios de Fixação

1. Já sabemos que dois vetores em sentidos opostos se subtraem, e pela Força ser uma grandeza vetorial
iremos fazer:
𝐹𝑅 = 𝐹1 − 𝐹2
𝐹𝑅 = 100 − 30 = 70 𝑁
Sendo essa força no sentido da esquerda para direita.

2. Um corpo se movendo com velocidade constante, ou seja, em Movimento Uniforme, significa que a
resultante das forças é nula, dessa forma, se há uma força no sentido do movimento igual a 100 N, a
força de atrito terá que ter o mesmo módulo, mas sentido oposto. Dessa forma, 𝐹𝑎𝑡 = 100 𝑁.

3. Nessa situação será a força Normal (𝑁 ⃗ ), e como o corpo se encontra em repouso, o somatório das forças
será nulo. Dessa forma 𝑁⃗ = 𝑃⃗, ou seja, terá mesmo módulo que a força peso e com sentido oposto.

4. ⃗ , como o caixote se movimento apenas em movimento horizontal,


A força em questão é a força Normal, 𝑁
o somatório das forças no eixo vertical não irá se alterar, ou seja, continuará tendo seu valor inalterado,
que nesse caso é de módulo igual ao seu peso.

5. Com a rapidez constante, ou seja, velocidade permanecendo com o mesmo valor (MRU), onde a
resultante das forças é nula, resultará com que a bolinha retorne dentro da chaminé, como se ele
estivesse em repouso. Já na situação que a velocidade varia, ou seja, MRUV, essa situação já não irá
ocorrer, já que nessa situação o somatório das forças não é nulo.

Exercícios de Fixação

1. E
A questão ressalta a lei ação e reação.

2. C
Não há alteração na massa. Para o peso, temos que:
P = mg
g
P ' = mg' = m 
3
P
P' =
3

10
Física

3. A
𝑭 = 𝒌𝒙
𝟒 = 𝒌(𝟐𝟐 − 𝟏𝟎)
𝑵
𝒌 = 𝟏/𝟑
𝒄𝒎
Calculando a deformação:
𝐅 = 𝐤𝐱
𝟏
𝟔= 𝐱
𝟑
𝐱 = 𝟏𝟖𝐜𝐦
Portanto, o comprimento é 18 + 10 (inicial) = 28 cm.

4. B
𝐅𝐫 = 𝐏 − 𝐅
𝐏 = 𝟓𝐍
𝐅 = 𝐤𝐱 = 𝟐𝟎. 𝟎, 𝟐 = 𝟒𝐍
𝐅𝐫 = 𝟓 − 𝟒 = 𝟏𝐍

5. E
F – P = ma → F – 3 = 0,3.3 → F = 3,9 N.
Só sobre o elo do meio: FR = ma = 0,1 . 3 = 0,3 N.
Elo de baixo: T – P = ma → T – 1 = 0,1 . 3 → T = 1,3 N.

6. C
Para todos os casos, teremos, de maneira generalizada:
T − P = ma
T − 1000.10 = 1000. a
T = 1000. a + 10000
Agora, aplicando para T1, T2 e T3, temos:
T1 = 1000.0,5 + 10000 = 10500 N
T2 = 1000.0 + 10000 = 10000 N
T3 = T1 = 10500 N
7. D
Elevador subindo:
N − P = ma
g
N = P + ma = 600 + 60. ( ) = 660N
10

8. A
Em 2 – F = kx → 10 = k.5 → k = 2 N/m
Em 3 – F = kx → 25 = k.12,5 → k = 2 N/m
Sim, obedece à lei de Hooke, pois o k é constante.

11
Física

9. D
Nos dois casos a aceleração tem o mesmo módulo:
𝐹
𝐹 = (𝑚1 + 𝑚2 )𝑎 → 𝐹 = (𝑚1 + 3𝑚1 )𝑎 → 𝐹 = 4𝑚1 𝑎 → 𝑎 =
4𝑚1
Calculando as forças de contato:
𝐹 3𝐹
𝐹12 = 𝑚2 𝑎 → 𝐹12 = 3𝑚1 =
4𝑚1 4
𝐹 𝐹
𝐹21 = 𝑚1 𝑎 → 𝐹21 = 𝑚1 =
4𝑚1 4

10. B
Como a massa do bloco A é maior que a massa do bloco B, a tendência do sistema de blocos é “girar”
no sentido anti-horário.

De acordo com o diagrama de forças acima, temos que:


𝐹𝑅 = 𝑚𝐴 𝑎 = 𝑃𝐴 − 𝑇
2𝑚𝐴 = 10𝑚𝐴 − 72
𝑚𝐴 = 9𝑘𝑔

𝐹𝑅 = 𝑚𝐵 𝑎 = 𝑇 − 𝑃𝐵
2𝑚𝐵 = 72 − 10𝑚𝐵
𝑚𝐵 = 6𝑘𝑔
𝑚𝐴 − 𝑚𝐵 = 9 − 6 = 3𝑘𝑔

12
Física

Hidrostática: Pressão, Teorema de Stevin e Teorema de Pascal

Objetivo
Aprender conceitos iniciais da hidrostática, tais como grandeza, pressão e densidade. Também falaremos
sobre o Teorema de Stevin e Pascal para aplicações no seu dia a dia.

Se liga
Que tal complementar seus estudos com o simulador virtual? Ele mostra de forma simples e conceitual o que
é densidade e como ela influencia certos aspectos do corpo. Clique aqui para conferir.

Curiosidade
Você sabia que existem certos locais do mar que nós não conhecemos? Isso acontece porque a pressão
exercida a certas profundidades é tão alta que não conseguimos montar uma estrutura que seja capaz de
levar o ser humano de forma segura.

Teoria

Massa específica ou densidade absoluta (µ)


Sejam m1, m2, ..., mn as massas de porções de uma substância pura em uma mesma temperatura e submetida
à mesma pressão. Sendo V1, V2, ..., Vn os respectivos volumes, podemos verificar que:

𝑚1 𝑚2 𝑚
= = ⋯ = 𝑛 = 𝜇 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒)
𝑉1 𝑉2 𝑉𝑛

Por definição, a constante m é a massa específica ou densidade absoluta da substância.


Do exposto, concluímos que: Em pressão e temperatura constantes, uma substância pura tem massa
específica (m) constante e calculada pela divisão da massa considerada (m) pelo volume correspondente (V):

𝑚
𝜇=
𝑉

𝑘𝑔
Unidade (SI): [ µ ] = .
𝑚³

1
Física

Densidade do corpo (d)


Por definição, a densidade de um corpo (d) é o quociente de sua massa (m) pelo volume delimitado por sua
superfície externa (Vext):
𝑚
𝑑=
𝑉𝑒𝑥𝑡

Densidade relativa
Por definição, chama-se densidade de uma substância A relativa a outra B o quociente das respectivas
massas específicas das substâncias A e B quando à mesma temperatura e pressão:
𝜇𝐴
𝑑𝐴𝐵 =
𝜇𝐵

Se os volumes das substâncias consideradas forem iguais (VA = VB = V), teremos:

𝑚𝐴
𝑑𝐴𝐵 =
𝑚𝐵

Observe que a densidade relativa, por ser definida pelo quociente de grandezas medidas nas mesmas
unidades, é uma quantidade adimensional.

Pressão
É a grandeza escalar que corresponde à razão entre a resultante perpendicular (normal) das forças e sua área
de atuação.

Figura 1 – Pressão. Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Por definição, a pressão média (pm) que F exerce na superfície φ é obtida dividindo-se o módulo da
componente normal de F em relação a f (Fn) pela correspondente área A:

|𝐹⃗𝑛 |
𝑃𝑚 =
𝐴
Convém destacar que apenas e tão somente a componente normal da força exerce pressão na superfície. A
componente tangencial exerce outro efeito, denominado cisalhamento.

2
Física

Unidade (SI): N/m² = Pa (Pascal).

Obs.: 1 atm ≈ 1.105 Pa

Teorema de Stevin

Figura 2 - Lei de Stevin. Fonte: Tópicos de Física – Vol.1 – 21ª Ed. 2012.

Consideremos um líquido de massa específica μ, em equilíbrio no recipiente da figura. Os pontos A e B do


líquido estão situados a uma distância hA e hB, respectivamente, da superfície do líquido.
Pode-se mostrar que:

𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 + 𝜇𝑔∆ℎ
ou

𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 + 𝑑𝑔∆ℎ
Obs¹.: Se o ponto B estiver na superfície do líquido, a pressão exercida pelo ar é a pressão atmosférica P0, e a
equação acima toma a forma PA = P0 + μg∆h, onde ∆h é a altura (desnível) entre a superfície e o ponto A.

Obs².: A pressão atmosférica suporta uma coluna de 10 m de água. Isso quer dizer que uma pessoa a 20 m
de profundidade tem uma pressão de aproximadamente 3 atm (1 atm do ar e 2 atm pela água).

3
Física

Princípio de Pascal

O Princípio de Pascal enuncia-se da seguinte forma: “A diferença de pressão entre dois pontos de um flúido
homogêneo em equilíbrio é constante, dependendo apenas do desnível entre esses pontos. Logo, se
produzirmos uma variação de pressão num ponto de um flúido em equilíbrio, essa variação se transmite a
todo o flúido”
ou seja, todos os pontos do fluido sofrem a mesma variação de pressão. Uma aplicação prática é a prensa
hidráulica.

Ilustração por Rebeca Khouri.

Assim, se F1 e F2 são as magnitudes das forças sobre os pistões de áreas A1 e A2, respectivamente, temos:

𝐹1
𝐴1
= 𝐴𝐹2
2

4
Física

Exercícios de fixação

1. A respeito da lei de Stevin, marque o que for correto:


a) Determina a pressão exercida somente por líquidos.
b) Depende da densidade do recipiente, altura da coluna de líquido e aceleração da gravidade.
c) Determina a pressão exercida por um fluido.
d) Só serve para determinar a pressão exercida pela água.
e) Todas as alternativas estão corretas.

2. A imagem abaixo mostra três recipientes com volumes diferentes contendo o mesmo líquido, ao
mesmo nível.

Conhecendo a lei de Stevin, marque a alternativa correta:


a) A pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes depende do volume de cada um.
b) O recipiente que possuir maior volume terá maior pressão hidrostática em qualquer ponto do
líquido.
c) A pressão exercida pelo líquido no fundo dos três recipientes é a mesma.
d) O formato do recipiente influencia diretamente na pressão hidrostática.
e) Nenhuma das alternativas está correta.

3. Uma prensa hidráulica é composta por dois cilindros de áreas 𝐴1 e 𝐴2 . Um objeto de 1000 kg foi
colocado sobre a maior área. Determine a força mínima necessária que deve ser aplicada sobre a
menor área para que o objeto seja levantado. A área 𝐴2 é o quíntuplo da área 𝐴1 .
Dado: Adote g = 10 m/s²
a) 2000 N
b) 4000 N
c) 5000 N
d) 800 N
e) 1200 N

5
Física

4. A respeito do Princípio de Pascal, marque a alternativa correta.


a) A pressão exercida sobre um líquido é maior na região de aplicação da força.
b) A pressão exercida sobre um líquido é transmitida de forma integral a todos os pontos do líquido.
c) Somente a pressão exercida sobre a água é transmitida de forma integral por todas as partes do
líquido.
d) Somente a pressão exercida sobre a água não é transmitida de forma integral por todas as partes
do líquido.
e) Todas as alternativas estão erradas.

5. Calcule em atm a pressão a que um submarino fica sujeito quando baixa a uma profundidade de 100
metros. Para a água do mar adote que a densidade vale 1000 kg/m³.
a) 10 atm
b) 11 atm
c) 12 atm
d) 13 atm
e) 14 atm

6
Física

Exercícios de vestibulares

1. (Uece, 2019) Projetos de edifícios esbeltos e com alturas que podem chegar até 150 metros têm
gerado um novo tipo de demanda para os centros de pesquisa e universidades que fazem ensaios
aerodinâmicos. Nesses ensaios, uma versão em escala reduzida do edifício é construída e submetida
a condições de vento controladas em um equipamento de laboratório chamado túnel de vento, tal como
o túnel de vento que existe na UECE. Considere que, em um desses ensaios, uma dada superfície do
𝑁
prédio (edifício em escala reduzida) é submetida a uma pressão, pela ação do vento, de 0,1  . Caso
𝑚2
essa superfície tenha área de 100,0 𝑐𝑚 , a força total devido ao vento nessa área é, em 𝑁, igual a
2

b) 10
c) 10-3
d) 1
e) 10-2

2. (Uece 2019) Considere uma situação em que uma pessoa segura um prego metálico com os dedos, de
modo que a ponta desse prego fique pressionada pelo polegar e a cabeça pelo indicador. Assumindo
que a haste do prego esteja em uma direção normal às superfícies de contato entre os dedos e o prego,
é correto afirmar que
a) a força que atua na ponta do prego é maior que a atuante na cabeça.
b) a pressão do metal sobre o indicador é maior que sobre o polegar.
c) a pressão do metal sobre o indicador é menor que sobre o polegar.
d) a força que atua na ponta do prego é menor que a atuante na cabeça.

3. (Usf 2018) Um manual de instruções de um aparelho medidor de pressão (esfigmomanômetro) traz as


seguintes informações para o uso correto do aparelho:
● Sente-se em uma cadeira que tenha encosto.
● Coloque seu braço sobre uma mesa de modo que a braçadeira esteja no mesmo nível que seu
coração.
● Coloque os dois pés no chão.

7
Física

Das alternativas a seguir, assinale a que apresenta o princípio físico que tem relação direta com a
posição correta da braçadeira.
a) Se um corpo está em equilíbrio sob a ação exclusiva de três forças não paralelas, então elas
deverão ser concorrentes.
b) Pontos de um mesmo líquido em equilíbrio situados em um mesmo plano horizontal recebem
pressões iguais.
c) As alturas alcançadas por dois líquidos imiscíveis em um par de vasos comunicantes são
inversamente proporcionais às suas massas específicas.
d) Um líquido confinado transmite integralmente, a todos os seus pontos, os acréscimos de pressão
que recebe.
e) Todo corpo mergulhado em um fluido recebe um empuxo vertical, de baixo para cima, cuja
intensidade é igual ao peso do fluido deslocado.

4. (Unicamp 2019) Drones vêm sendo utilizados por empresas americanas para monitorar o ambiente
subaquático. Esses drones podem substituir mergulhadores, sendo capazes de realizar mergulhos de
até cinquenta metros de profundidade e operar por até duas horas e meia.
Frequentemente esses drones são usados para medir a temperatura da água (𝑇) em função da
profundidade (𝑑), a partir da superfície (𝑑 = 0), como no caso ilustrado no gráfico a seguir (dados
adaptados).

𝑘𝑔
Considere que a densidade da água é 𝜌 = 1.000  e constante para todas as profundidades medidas
𝑚3
pelo drone. Qual é a diferença de pressão hidrostática entre a superfície e uma profundidade para a
qual a temperatura da água é 𝑇 = 19 °𝐶?
2 5
Dados: Se necessário, use aceleração da gravidade g = 10 m s , aproxime π = 3,0 e 1 atm = 10 Pa.
a) 1,4 × 103  Pa.
b) 2,0 × 104  Pa.
c) 4,0 × 104  Pa.
d) 7,0 × 104  Pa.

8
Física

5. (Eear 2018) Em um sistema de vasos comunicantes, são colocados dois líquidos imiscíveis, água com
densidade de 1.0g/cm³ e óleo com densidade de 0.85g/cm³. Após os líquidos atingirem o equilíbrio
hidrostático, observa-se, numa das extremidades do vaso, um dos líquidos isolados, que fica a 20cm
acima do nível de separação, conforme pode ser observado na figura.

Determine o valor de x, em cm, que corresponde à altura acima do nível de separação e identifique o
líquido que atinge a altura x.
a) 8.5; óleo
b) 8.5; água
c) 17,0; óleo
d) 17,0; água

6. (Uece 2018) Considere um tanque cilíndrico com água e cuja pressão no fundo é 105 N/m².
Considerando a aceleração da gravidade como 10m/s² e a densidade da água 1kg/L, é correto afirmar
que a altura da coluna de água é, em metros,
a) 1
b) 10
c) 0.1
d) 100

7. (Unesp 2018) No processo de respiração, o ar flui para dentro e para fora dos pulmões devido às
diferenças de pressão, de modo que, quando não há fluxo de ar, a pressão no interior dos alvéolos é
igual à pressão atmosférica. Na inspiração, o volume da cavidade torácica aumenta, reduzindo a
pressão alveolar de um valor próximo ao de uma coluna de 2,0cm de H2O (água). Considerando a
aceleração gravitacional igual a 10 m/s² e a massa específica da água igual a 1,0 x 10³ kg/m³, a variação
da pressão hidrostática correspondente a uma coluna de 2,0 cm de H2O é
a) 2,0 x 101 Pa.
b) 0,5 x 10³ Pa.
c) 0,5 x 10² Pa.
d) 2,0 x 10² Pa.
e) 2,0 x 10³ Pa.

9
Física

8. (Eear 2017) Uma prensa hidráulica possui ramos com áreas iguais a 15cm² e 60cm²/ Se aplicarmos
uma força de intensidade F1 = 8N sobre o êmbolo de menor área, a força transmitida ao êmbolo de
maior área será:

F1
a) 4
F1
b) 2

c)
2 F1
4 F1
d)

9. (Uema 2016) Em uma feira cultural escolar, foi apresentada a figura a seguir, que representa um
elevador hidráulico usado em postos de lavagem de carros. Seu funcionamento se baseia no princípio
de Pascal.

Os alunos expositores tiveram de explicar aos visitantes o funcionamento físico do elevador hidráulico.
Considerando que F1 e F2 são forças e A1 e A2 são áreas, a expressão matemática que embasou a
explicação dos expositores é
𝐹1 =(𝐴1 ⋅𝐹2 )
a)
𝐴2
𝐹1 =(𝐴2 ⋅𝐹2 )
b)
𝐴1
𝐹1 =(𝐴1 ⋅𝐴2 )
c)
𝐹2
𝐹1 =𝐴1
d)
(𝐴2⋅ 𝐹2 )
𝐹1 =𝐴2
e)
(𝐴1⋅ 𝐹2 )

10
Física

10. (Enem 2013) Para oferecer acessibilidade aos portadores de dificuldade de locomoção, é utilizado, em
ônibus e automóveis, o elevador hidráulico. Nesse dispositivo é usada uma bomba elétrica, para forçar
um fluido a passar de uma tubulação estreita para outra mais larga, e dessa forma acionar um pistão
que movimenta a plataforma. Considere um elevador hidráulico cuja área da cabeça do pistão seja
cinco vezes maior do que a área da tubulação que sai da bomba. Desprezando o atrito e considerando
uma aceleração gravitacional de 10m/s2, deseja-se elevar uma pessoa de 65kg em uma cadeira de
rodas de 15kg sobre a plataforma de 20kg.
Qual deve ser a força exercida pelo motor da bomba sobre o fluido, para que o cadeirante seja elevado
com velocidade constante?
a) 20N
b) 100N
c) 200N
d) 1000N
e) 5000N

Sua específica é exatas e quer continuar treinando esse conteúdo?


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11
Física

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
O Teorema de Stevin tem como objetivo determinar a pressão.

2. C
A lei de Stevin mostra que a pressão de um líquido depende da altura da coluna de líquido acima do ponto
considerado. Como nos três recipientes o líquido é o mesmo e o nível também é igual, a pressão exercida
no fundo dos três recipientes é a mesma.

3. A
𝐹1 𝐹2
=
𝐴1 𝐴2
𝐹1 𝑚. 𝑔
=
𝐴1 5. 𝐴1
1000.10
𝐹1 = = 2000𝑁
5

4. B
O Princípio de Pascal diz que qualquer acréscimo de pressão sobre um líquido é transmitido integralmente
para todos os seus pontos.

5. B
Sabemos que a cada 10 metros de profundidado, na água, acrescentamos 1 atm. Como o submarino
desceu 100 metros, o acrescimo foi de 10 atm. A pressão absoluta equivale aos 10 atm ganhos mais o 1
atm encontrado na superfície, totalizando 11 atm.

Exercícios de vestibulares

1. B
A força será dada por:
N
F = P  A = 0,1  100  10−4 m2
m2
 F = 10−3 N

2. C
𝐹
Da relação 𝑃 = , podemos concluir que a pressão exercida é maior na superfície de menor área. Logo,
𝐴
o indicador sofrerá uma pressão menor do que o polegar.

3. B
A braçadeira deve estar no mesmo nível que o coração para efetuar a medida da pressão sanguínea
realizada pelo órgão nas suas artérias, pois para a mesma altura em um mesmo líquido as pressões são
iguais.

12
Física

4. D
De acordo com o gráfico:
T = 19 C  d = 7 m

Portanto, pela lei de Stevin, vem:


ΔP = ρgh = 1000  10  7
 ΔP = 7  104 Pa

5. D
Como a água possui maior densidade, ela é o líquido que fica mais abaixo e atinge a altura x.
Igualando as pressões na altura da linha tracejada, temos:
Póleo = Págua
P0 + ρóleo  g  hóleo = P0 + ρágua  g  hágua  ρóleo  hóleo = ρágua  hágua
0,85  20 = 1 x
 x = 17 cm

6. B
d = 1kg L = 103 kg m3

Pela Lei de Stevin, temos:


P = dgh
105 = 103  10  h
 h = 10 m

7. D
P = dgh
P = 103  10  2  10−2
 P = 2  102 Pa

8. D
F1 F F F 60
= 2  1 = 2  15  F2 = 60  F1  F2 = F1  F2 = 4 F1
A1 A 2 15 60 15

13
Física

9. A
Pelo Princípio de Pascal, as pressões nos dois êmbolos são iguais, portanto:
p1 = p2

Como a pressão é a razão entre força e área, temos:


F1 F
= 2
A1 A 2

F = (A1  F2 ) A 2
Portanto: 1

10. C
O módulo do peso (P) do conjunto a ser elevado é:
( )
P = mpessoa + mcad + mplat g  P = ( 65 + 15 + 20 )10 = 1.000 N.

Como a velocidade é constante, aplicando a expressão do Princípio de Pascal:


Fmotor P F 1.000
=  motor = 
A tub Apistão A tub 5  A tub
Fmotor = 200 N.

14
Geografia

Geopolítica mundial

Objetivo
Estudar a relação entre os Estados a partir da Geopolítica e entender as principais causas de conflitos no
mundo.

Se liga
Esse é um conteúdo bem extenso e que vai se complementando ao longo das aulas. Na página inicial, na
parte da Biblioteca, existem outras aulas que podem ajudar a entender diversos conflitos. Acesse “Geografia”
e depois pesquise pelo item “Geopolítica” no tópico “Geografia Geral”.

Curiosidade
Para entender melhor essa relação entre os países, você pode assistir o Quer Que Desenhe sobre a Guerra
Fria.

Teoria

Introdução à geopolítica
Geopolítica é definida como a relação entre os Estados (território, política, militar), que pode resultar em
acordos, guerras e embargos. No entanto, essas relações acabam transcendendo a própria noção de Estado
e chegando às organizações supranacionais, como a Organização das Nações Unidas.

Geografia política e geopolítica


Muitas vezes o conceito de Geopolítica é confundido com o de Geografia Política, o qual trata das relações
espaciais entre Estado e seu território. Mas é importante ressaltar que os conceitos se interseccionam. Desde
o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo vem passando por importantes mudanças geopolíticas e
econômicas, as quais incluem, na prática, alterações nas fronteiras e nas relações entre os países. Contudo,
atualmente, devido à globalização e o fim da ordem bipolar, os laços e as relações entre os países se
multiplicaram, tornando-se mais complexos. Entre as inúmeras situações, podem-se destacar algumas
questões referentes à geopolítica mundial:
• Formação de grupos ou blocos econômicos (G20, União Europeia, Mercosul);
• Questões demográficas (imigrantes e refugiados);
• Recrudescimento de ameaças terroristas;
• Risco do perigo nuclear (Irã, Coreia do Norte, entre outros);
• Zonas de pesca e exploração de recursos naturais;
• Acesso aos recursos da Antártida, África e Oriente Médio;

1
Geografia

• Uso e locais propícios às energias alternativas;


• Riscos fronteiriços;
• Conflitos regionais causados por problemas internos, como regionalismo, autonomia, nacionalismo e
separatismo (separatismos no Cáucaso e nos Bálcãs, conflitos étnicos na África Subsaariana).

O papel da ONU
A Organização das Nações Unidas foi criada em 1945, com o objetivo de garantir a paz mundial. A Assembleia
Geral e o Conselho de Segurança são os dois principais órgãos da ONU. O primeiro órgão é deliberativo, do
qual participa a maioria dos países. O segundo possui poder decisório, isto é, todos os membros das Nações
Unidas devem aceitar e cumprir as decisões do Conselho. É composto por 15 membros, 5 permanentes
(Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China) que possuem poder de veto, e 10 membros rotativos.
Além disso, existe a ACNUR – Organização que cuida dos refugiados. Ela estabelece o título de refugiado
para as pessoas em países em situação de conflito, opera e organiza campos de refugiados e negocia com
os países a entrada e abrigo da população que foge do conflito. As crises de refugiados são um tema muito
atual, que representa uma contradição da globalização.

As principais causas dos conflitos da atualidade

Recursos naturais
Uma das principais causas de conflitos entre países é a disputa por algum tipo de recurso natural. Alguns
exemplos mais recentes são os conflitos pelo domínio de reservas de água, recurso cada vez mais escasso
devido à poluição e contaminação de mananciais, e por reservas petrolíferas, pois o petróleo possui grande
importância econômica, o famoso ouro negro. Pode-se citar como exemplo os conflitos na região do Oriente
Médio, onde o pano de fundo é a disputa por água e petróleo.

Território
A disputa por território também se configura como razão da ocorrência de conflitos geopolíticos. Isso ocorre
devido ao fato de que o domínio de um território pode significar, consequentemente, o domínio de grandes
contingentes populacionais, recursos, entre outros. Destacam-se os inúmeros conflitos que apresentam
como causa a questão territorial, o que ocorre, por exemplo, em Serra Leoa, Somália e Etiópia, ou até mesmo
o conflito entre israelenses e palestinos. Esses países tiveram suas fronteiras definidas de acordo com
interesses externos, sem considerar a heterogeneidade étnica e cultural das populações locais.

Movimentos separatistas
Em busca de liberdade política, econômica e/ou social, emergem, também, movimentos separatistas, que
visam à constituição de um novo Estado-Nação formado por uma minoria dissidente. Destaca-se o exemplo
do povo curdo, na região do Oriente Médio, o qual busca a criação do Curdistão.

2
Geografia

Exercícios de fixação

1. Qual a diferença entre Geopolítica e Geografia política?

2. No atual contexto da _______________ e de uma _______________, pós Guerra-Fria, os laços e as relações


entre os países se multiplicaram, principalmente, a partir da óptica _______________.
a) Guerra Fria – velha ordem mundial – ideológica.
b) Globalização – nova ordem mundial – econômica.
c) Globalização – velha ordem mundial – política.

3. São questões muito debatidas referentes a geopolítica mundial:


a) Desenvolvimento nuclear e exploração de recursos minerais.
b) Desmatamento e taxa de crescimento populacional.
c) Investimentos públicos em educação e riscos fronteiriços.

4. É exemplo de um conflito separatista, cujo objetivo é a criação de um país no Oriente Médio:


a) Turcos e a criação do Turquistão.
b) Curdos e a criação do Curdistão.
c) Bascos e a criação do País Basco.

5. Qual é a principal dificuldade enfrentada pelo Estado Palestino?


a) Organização política interna.
b) Formação de um exército.
c) Reconhecimento internacional.

3
Geografia

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2019 PPL)

Disponível em: http://operamundi.uol.com.br. Acesso em: 28 ago. 2014 (adaptado).

As imagens representam fases de um conflito geopolítico no qual as forças envolvidas buscam


a) garantir a posse territorial.
b) promover a conversão religiosa.
c) explorar as reservas petrolíferas.
d) controlar os sítios arqueológicos.
e) monopolizar o comércio marítimo.

4
Geografia

2. O governo sueco reconheceu o Estado da Palestina nesta quinta-feira, 30, por decreto. A Suécia se torna
assim o primeiro país ocidental da União Europeia (UE) a tomar esta decisão. […] No início de outubro,
o primeiro-ministro Stefan Löfven anunciou que a Suécia reconheceria o Estado da Palestina, o que
provocou muitas críticas de Israel e dos Estados Unidos.
Adaptado de: Carta Capital, 30 out. 2014. Suécia reconhece o Estado da Palestina. Disponível em:
<www.cartacapital.com.br>. Acesso em: 09 mar. 2015.

O motivo das críticas de Israel e dos Estados Unidos mediante o reconhecimento do Estado da
Palestina deve-se:
a) ao fato de os palestinos estarem entre os envolvidos nos atentados de 11 de setembro de 2001.
b) às históricas disputas territoriais entre israelenses e palestinos e o constante apoio dado pelos
EUA aos primeiros.
c) ao argumento de que a Suécia estaria indo contra a regulamentação da ONU, que dá proibição
irrestrita à existência dos territórios palestinos sob um governo formal.
d) à ameaça que a legitimidade da Palestina representa ao comércio de petróleo, elemento
abundante na região em questão.
e) à questão política que reconhecer um Estado terrorista poderia representar na geopolítica mundial.

3. (Enem 2019) A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada e proclamada pela Assembleia
Geral da ONU na Resolução 217-A, de 10 de dezembro de 1948, foi um acontecimento histórico de
grande relevância. Ao afirmar, pela primeira vez em escala planetária, o papel dos direitos humanos na
convivência coletiva, pode ser considerada um evento inaugural de uma nova concepção de vida
internacional.
LAFER, C. Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). In: MAGNOLI, D. (Org.). História da paz. São Paulo: Contexto,
2008.

A declaração citada no texto introduziu uma nova concepção nas relações internacionais ao possibilitar
a
a) superação da soberania estatal.
b) defesa dos grupos vulneráveis.
c) redução da truculência belicista.
d) impunidade dos atos criminosos.
e) inibição dos choques civilizacionais

5
Geografia

4. (Enem 2019 PPL) Produto do fim da Guerra Fria, a Convenção sobre a Proibição das Armas Químicas
(CPAQ) marcou um momento novo das relações internacionais no campo da segurança. Aberta para
assinaturas em Paris, em janeiro de 1993, após cerca de duas décadas de negociações na Conferência
do Desarmamento em Genebra, a CPAQ entrou em vigor em abril de 1997. Ao abrir a I Conferência dos
Estados-Partes na CPAQ, em Haia, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, descreveu o evento como um
“momentoso ato de paz”. Disse: “O que vocês fizeram com sua livre vontade foi anunciar a essa e a
todas as futuras gerações que as armas químicas são instrumentos que nenhum Estado com algum
respeito por si mesmo e nenhum povo com algum senso de dignidade usaria em conflitos domésticos
ou internacionais”.
BUSTANI, J. M. A Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas: trajetória futura. Parcerias Estratégicas, n. 9, out. 2000.

O que a Convenção representou para o cenário geopolítico mundial?


a) Esgotamento dos pactos bélicos multilaterais.
b) Restrição aos complexos industriais militares.
c) Enfraquecimento de blocos políticos regionais.
d) Cerceamento às agências de inteligência estatal.
e) Desestabilização das empresas produtoras de munições.

5. (UERJ 2017) “Se há apenas cinco ou dez anos dissessem a alguém em Cuba que um presidente norte-
americano visitaria a Ilha, a resposta seria um sorriso irônico; mas se fosse mencionada a possibilidade
de ver os Rolling Stones tocando em Havana, a reação teria sido uma gargalhada – ou um grito, se a
pessoa assim informada tivesse seus 60 ou 70 anos de vida. Porque aqueles que fomos jovens em
Cuba na década de 1960 dificilmente esqueceremos as críticas políticas quando confessávamos ouvir
os Beatles ou os Stones. Quem poderia ter previsto? Definitivamente, os tempos estão mudando.”
LEONARDO PADURA. Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/03/2016.

As considerações do escritor sobre a sociedade cubana indicam que, na década de 1960 e no momento
atual, as diferenças entre as condições de vida são contextualizadas, respectivamente, pelos seguintes
aspectos das relações internacionais:
a) expansão mundial de regimes totalitários – supremacia das concepções neoliberais
b) crescimento da influência global soviética – afirmação da hegemonia norte-americana
c) bipolaridade entre capitalismo e socialismo – multipolaridade da ordem econômica
d) política externa independente na América Latina – integração das nações subdesenvolvidas
e) unipolaridade capitalista na Guerra Fria – importância da ONU nas relações internacionais

6
Geografia

6. (Unesp 2019) O presidente da Colômbia anunciou, em 25.05.2018, que o país ingressará em um bloco
de cooperação militar. O país, que não possui vínculo histórico ou geográfico com o bloco, será o
primeiro da América Latina a tornar-se membro. Esse bloco consiste em um sistema de defesa coletiva,
em que os participantes estão de acordo em defender qualquer um de seus integrantes que seja
atacado por forças externas ao seu país. Liderado por Washington, o bloco recebe vultosos recursos
para cuidar dos objetivos militares dos Estados Unidos.
Disponível em: www.operamundi.com.br. Adaptado.

De acordo com o excerto, a Colômbia, na condição de país parceiro, passou a integrar


a) o Grupo dos Oito.
b) o Pacto de Varsóvia.
c) o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
d) a Comunidade dos Estados Independentes.
e) a Organização do Tratado do Atlântico Norte.

7. (Unesp 2010) Nunca na história da humanidade houve tão grande concentração de poder nuns poucos
lugares nem tamanha separação e diferença no interior da comunidade humana. Formou-se um mundo
quase totalmente integrado — um sistema mundo — evidentemente controlado a partir de alguns
centros de poderes econômicos e políticos.
(Olivier Dollfus, 1994. Adaptado.)

Neste sistema mundo contemporâneo pode-se identificar que


a) As maiores potências nucleares do século XXI são: Estados Unidos, França, Canadá, Japão,
Alemanha, Índia e Paquistão.
b) O Ocidente não tem medo da proliferação de armas nucleares principalmente em regimes hostis
aos Estados Unidos.
c) O Irã, a Síria e o Mianmar formam um grupo de países que abriram mão de seus projetos voltados
à proliferação da tecnologia de armas nucleares.
d) A Coreia do Norte tem grande dependência da China, por ser esta a maior exportadora de alimentos
e energia aos norte-coreanos.
e) A paz entre os palestinos e Israel depende apenas de acordos com os EUA.

7
Geografia

8. (Uerj 2014)

Adaptado de militaryphotos.net

O gasto militar é um dos indicadores do poder dos países no cenário internacional em um dado
contexto histórico. Com base na análise dos dois gráficos, pode-se projetar a seguinte alteração na
atual ordem geopolítica mundial:
a) eliminação de conflitos atômicos
b) declínio da supremacia europeia
c) superação da unipolaridade bélica
d) padronização de tecnologias de defesa
e) reafirmação da unipolaridade americana

8
Geografia

9. (Uerj 2020) CERCO DE TRUMP DÁ FORMA À ARTE NA BIENAL DE HAVANA

Um peso que pesa outro peso, e este outro, e assim por diante, até chegar a seis balanças romanas
encadeadas, que se sustentam entre si de um modo inverossímil - metáfora de como funciona
atualmente a economia cubana, sempre em um precário equilíbrio que se mantém enquanto uma
força não interferir. Trata-se de uma instalação do artista Marco Castillo, chamada “Gabriel”. Feita de
aço e chumbo, mede quase cinco metros de altura e é parte de Intercessões, uma das muitas
exposições inauguradas na 13a Bienal de Havana, sob o título “A construção do possível”, em cujo
programa figuram mais de 300 criadores de 50 países.
Adaptado de brasil.elpais.com, 24/04/2019.

Na 13a Bienal de Havana, muitas obras dialogavam com aspectos atuais das condições de vida em
Cuba, indicando transformações econômicas ocorridas recentemente. Um fator determinante para
esse novo cenário econômico é:
a) modernização agrícola
b) dinamização do comércio
c) regulamentação trabalhista
d) ampliação da informalidade
e) estabilidade econômica

9
Geografia

10. (Enem 2017) Palestinos se agruparam em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre
em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da
chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas
(ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da
aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas,
soltaram fogos de artifício, fizeram buzinaços e dançaram pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos
193 da Assembleia-Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização.
Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4
dez. 2012 (adaptado).

A mencionada resolução da ONU referendou o(a)


a) delimitação institucional das fronteiras territoriais.
b) aumento da qualidade de vida da população local.
c) implementação do tratado de paz com os israelenses.
d) apoio da comunidade internacional à demanda nacional.
e) equiparação da condição política com a dos demais países.

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10
Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1.
Geopolítica é definida como a relação entre os Estados (territorial, política, militar), que pode resultar em
acordos, guerras e embargos. A Geografia Política é definida a partir das relações espaciais do Estado
com seu território. É importante destacar que, em questões internacionais envolvendo dois ou mais
países, utilizamos o conceito de Geopolítica, enquanto em questões internas de um país, o conceito mais
utilizado seria de Geografia Política. Por fim, vale ressaltar que essas conceituações não são definitivas.

2. B
No atual contexto da globalização, as relações entre os países se intensificaram, devido ao aumento dos
fluxos econômicos. Esse contexto de ampliação das relações econômicas ocorre em meio ao que os
geopolíticos denominam Nova Ordem Mundial, período iniciado pós-Guerra Fria.

3. A
O desenvolvimento de tecnologia nuclear pelos países, mesmo que seja para geração de energia, acaba
sendo muito discutido na geopolítica internacional, pelo risco dessa tecnologia ser usada em armas. A
exploração de recursos minerais também é causa de conflitos e discussões geopolíticas pela
apropriação desses recursos.

4. B
A maioria do povo curdo habita territórios na Turquia, na Síria e no Iraque, e desejam criar o Curdistão.
Esse país seria formado nos territórios da Síria e Iraque.

5. C
O Estado Palestino tem suas fronteiras delimitadas a partir dos territórios da Cisjordânia e da Faixa de
Gaza. Nesse sentido, a principal dificuldade é o reconhecimento internacional da existência desse Estado,
desses limites, como um país independente. É verdade que Israel tem atuado para dominar parte do
território que seria do Estado Palestino, mas tal ação é muito criticada na ONU. Todavia, sem o
reconhecimento internacional como país, o Estado Palestino não consegue questionar tais ações.

Exercícios de vestibulares

1. A
O primeiro mapa ilustra a proposta de Partilha da Palestina pela ONU, para formação de dois países
independentes: Israel (judeus) e Palestina (muçulmanos e cristãos). Os conflitos entre judeus e
palestinos se iniciaram em 1948, com a proclamação unilateral do Estado de Israel. Ao longo dos
inúmeros conflitos entre esses povos, o Estado de Israel conquistou importantes territórios do que seria
o Estado Palestino, a partir da Guerra dos Seis Dias (1967) e da Guerra do Yom Kippur (1973). O domínio
territorial e a busca por garantir essa posse continua até hoje, conforme ilustrado no mapa.

2. B
Essa oposição ao reconhecimento do Estado da Palestina ocorre pelas disputas territoriais entre Israel
e Palestina e o histórico apoio dado pelos Estados Unidos aos israelenses.

11
Geografia

3. B
Elaborada após a 2º Guerra Mundial e o Holocausto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos traz
como pilar a defesa dos grupos vulneráveis, algo inédito na relação entre os países. Entre seus pilares
estão: a autodeterminação dos povos, a condenação da escravidão e a defesa de grupos minoritários.

4. B
Ao proibir a proliferação de armas químicas, que mudaram a geopolítica internacional, no sentido de
reconfigurar espacialmente as formas de se fazer a guerra, há a tentativa de restringir o desenvolvimento
do setor industrial bélico militar.

5. C
O primeiro, marcado pela Velha Ordem Mundial, apresentava um mundo bipolar entre Estados Unidos e
URSS, que defendiam sistemas distintos. Já o segundo momento é caracterizado pela Nova Ordem
Mundial, marcada pelo processo de globalização e pela multipolaridade econômica.

6. E
Em 2018, a Colômbia passou a integrar a OTAN como parceiro global, sendo o único da América Latina
nessa condição.

7. D
Desde a divisão da Coreia (1953), a parte norte ficou sob a influência política, militar e econômica
soviética. Diante do fim da URSS e após ter passado por crise energética e problemas alimentares
profundos, a vizinha China passou a auxiliar diretamente o governo norte-coreano. Cabe ressaltar o papel
chinês — de mediador e principal interlocutor — nas crescentes tensões nucleares entre os norte-
coreanos e os Estados Unidos.

8. C
O primeiro gráfico indica o acentuado investimento no setor bélico realizado pela China, enquanto o
segundo gráfico revela que esse é o país com o segundo maior gasto militar. A correlação entre poderio
econômico e bélico permite projetar que, no futuro, a China pode vir a ameaçar a atual hegemonia norte-
americana.

9. D
As mudanças na sociedade cubana nos últimos trinta anos foram muitas, destaque para o fim do apoio
da ex-União Soviética às atividades econômicas na ilha. Desse modo, buscou-se alternativas variadas,
na aproximação com países europeus e latino-americanos, tendo em vista a permanência do bloqueio
comercial norte-americano instaurado por ocasião dos desdobramentos da Crise dos Mísseis, em 1962.
Durante o período de governo do presidente Barack Obama (2009-2017), houve maior aproximação entre
o governo norte-americano e o governo cubano. Com a eleição de Donald Trump, no entanto, as ações
destinadas a concretizar essa aproximação foram revertidas, ampliando-se, inclusive, ações destinadas
a isolar Cuba, com restrições, por exemplo, ao turismo entre a ilha e os EUA. A despeito de decisões do
governo cubano destinadas a possibilitar a livre iniciativa e o empreendedorismo, há problemas
estruturais que comprometem o desenvolvimento econômico. A instalação do artista Marco Castillo,
mencionada na reportagem, simboliza o equilíbrio precário da economia, associado nesse caso à
ampliação da informalidade nas relações de trabalho. (Revista UERJ)

12
Geografia

10. D
Uma vez que a resolução da ONU não define fronteiras, não altera os últimos acordos de paz e não
estabelece a relevância política do Estado palestino, ela demonstra, através da expressiva votação, um
apoio da comunidade internacional à questão.

13
Geografia

Tensões geopolíticas atuais

Objetivo
Entender as causas e os agentes dos principais conflitos.

Se liga
Tal como a aula passada de “Geopolítica mundial”, este é um conteúdo bem extenso e que vai se
complementando ao longo das aulas. Na página inicial, na parte da Biblioteca, você pode clicar em “Geografia”
para encontrar os conteúdos de Geopolítica no tópico “Geografia Geral”.

Curiosidade
Como esses temas são atuais, não deixe de assistir ao Dose de Atualidades no canal do Descomplica, no
YouTube.

Teoria

Tensões geopolíticas atuais


Durante a Guerra Fria, a maioria dos conflitos seguia a lógica da bipolaridade, ou seja, geralmente envolvia os
EUA (Estados Unidos da América) ou a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Após a queda do
Muro de Berlim e o colapso da URSS, a humanidade presenciou uma mudança nas dinâmicas da geopolítica
mundial. Com a Nova Ordem Mundial e a multipolaridade, as tensões geopolíticas passaram a envolver
diversos Estados-Nações, como Rússia, China, Irã, Israel e os Estados Unidos.

O 11 de setembro e a Geopolítica americana


No ano de 2001, aconteceu o atentado terrorista dentro do território norte-americano, ataque realizado por
uma organização terrorista chamada Al-Qaeda. Esse atentado irá marcar significativamente nossos estudos
na área de geopolítica. Inicia-se, então, a Doutrina Bush (nome do presidente dos Estados Unidos na época,
George W. Bush). Essa doutrina defendia ataques preventivos contra países que possivelmente abrigassem
células terroristas, com o argumento de que o inimigo, agora, era invisível.
Após a adoção dessa doutrina, as tensões entre radicais islâmicos e o Ocidente ficou cada vez maior, e os
atentados terroristas se intensificaram, atingindo outros países. Os atentados ajudaram a justificar ainda
mais a intervenção americana no Oriente Médio, uma região que possui uma grande diversidade étnica,
religiosa e uma grande quantidade de petróleo. Portanto, pode-se identificar uma relação importante nessa
dinâmica, a relação entre petróleo e Guerra ao Terror.

1
Geografia

Tensões na Península Coreana


A divisão na Península Coreana teve início durante a Guerra Fria. Em 1950, iniciou-se a Guerra das Coreias
(1950-1953), quando as tropas norte-coreanas atacaram o sul de surpresa, invadindo e ocupando a capital
Seul. Os sul-coreanos responderam ao ataque com tropas enviadas pelo general Douglas McArthur, batalha
na qual conseguiram a vitória e a desocupação da capital. Com a ofensiva sul-coreana, a China interveio no
combate, ajudando diretamente a Coreia do Norte. Em 27 de julho de 1953, foi assinado um armistício na
cidade de Panmunjom, divisa entre os dois países, em que foi acordado o cessar-fogo e o fim de uma guerra
que deixou muitos mortos e nenhum vencedor. Dessa forma, ficou estabelecida a divisão das Coreias nos
limites do paralelo 38º.

Figura 1. Localização do paralelo 38º.

No final dos anos 90, Kim Jong-il, que sucedeu o pai, compromete-se a desmantelar seu programa nuclear,
mas a promessa não dura muito tempo e um míssil balístico de longo alcance é testado. Depois do atentado
de 11 de setembro, em 2002, o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, incluiu o país no que
classificou de “Eixo do Mal”, junto ao Iraque e ao Irã. A partir desse momento, a Coreia do Norte avança com
seu projeto de desenvolver um míssil balístico capaz de transportar uma ogiva nuclear cada vez mais distante.

Questão da Crimeia

A Crimeia é uma região ao sul da


Ucrânia, que faz fronteira com a
Rússia. A tensão na região da
Crimeia existe desde a queda da
URSS. A população dessa região,
em sua ampla maioria, é russa e
possui maiores relações com
Moscou do que propriamente com
Kiev (capital da Ucrânia). A região
tornou-se palco de uma intensa
instabilidade política.
Figura 2. Região da Crimeia.

2
Geografia

Os problemas internos da Ucrânia intensificaram-se quando o então presidente Viktor Yanukovich rejeitou
um acordo que se comprometeu a realizar com a União Europeia, o que ampliaria as relações do país com o
bloco. Essa decisão foi diretamente influenciada pela Rússia, uma vez que a Ucrânia é um dos seus principais
parceiros comerciais no continente europeu. Liderados pela oposição, iniciou-se uma onda de protestos pelo
país. Diante disso, alguns meses sucederam-se com o agravamento das tensões, em que prédios públicos
foram ocupados, as ruas incendiadas e a repressão aos manifestantes intensificada.
Após a revogação de uma lei que reconhecia o russo como língua oficial na região da Crimeia, o clima ficou
ainda mais tenso. Com isso, grupos militares pró-Rússia assumiram o controle político da região. Em um
plebiscito, não reconhecido pela União Europeia, a Crimeia se tornou independente e posteriormente pediu
para ser anexada pela Rússia. Com isso, os países da União Europeia, além dos Estados Unidos, anunciaram
o descontentamento com a decisão, iniciando uma política de articulação de um provável bloqueio econômico
e/ou comercial à Rússia. Essa península possui importância econômica e estratégica, configurando-se como
uma importante via de ligação entre o Mar Negro e o Mar de Azov, além de ser uma das mais importantes
bases militares na região.

Crise venezuelana
A Venezuela declarou estado de emergência em maio de 2016. Desde então, a situação piorou drasticamente.
O país enfrenta uma crise política e econômica. Os índices de violência são altíssimos, os mercados estão
desabastecidos e a inflação parece não dar descanso. Mas como a Venezuela chegou nessa situação?
Primeiro, é importante entender o viés político dessa crise. Durante 14 anos, a Venezuela foi governada pelo
militar populista Hugo Chávez. O ex-presidente era muito carismático e conseguiu a simpatia das classes
mais baixas com um discurso de combate à pobreza e corrupção. Não é ao acaso que o político foi reeleito
diversas vezes. Em 2013, Chávez veio a falecer de um câncer e quem assumiu o governo foi seu sucessor,
Nicolás Maduro. Acontece que Maduro não tem o mesmo carisma que o seu antecessor, tampouco é um
gestor nato. Com menor apoio popular e político, adotou uma postura ditatorial em seu governo. Uma das
suas medidas foi empossar, sem aviso prévio, uma Assembleia Constituinte para escrever uma nova
Constituição, que seria usada nas próximas eleições. Claramente, o povo foi às ruas protestar. Maduro não
deixou barato e enviou tropas militares para investirem contra os manifestantes. O número de presos políticos
cresceu e a tortura se tornou sistemática.
Segundo, o país enfrenta uma crise econômica decorrente da queda do preço do petróleo. Essa commodity
é uma das bases da economia venezuelana e afetou drasticamente a relevância do bolívar no cenário
internacional. A moeda perdeu praticamente todo o seu valor e, hoje, 82% da população venezuelana encontra-
se em um estado de pobreza.
Diante dessa situação calamitosa, milhares de venezuelanos buscam sair do país. Colômbia e Peru são os
principais destinos, abrigando, respectivamente, 1 milhão e 500 mil refugiados, segundo dados do Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. No Brasil, estima-se que 100 mil venezuelanos
entraram ilegalmente. Tal movimento ocorre principalmente pelo estado de Roraima, e muitos se deslocam
para as cidades de Pacaraima e Boa Vista.
Atualmente, a situação não melhorou. A Venezuela possui duas assembleias, uma eleita pelo povo e outra
criada por Maduro, e dois presidentes em igual situação, tendo Juan Guaidó, líder da oposição e do Legislativo,
se autodeclarado presidente em janeiro de 2019. Estados Unidos, Brasil e diversos outros países
reconhecem Guaidó. China, Rússia e outros países reconhecem Maduro. Recentemente, a Rússia declarou
apoio militar ao governo de Maduro, e os Estados Unidos iniciaram um embargo econômico ao governo de
Caracas. A oposição liderada por Guaidó já tentou conquistar o apoio das forças militares venezuelanas, mas
estas se mantêm fiéis ao governo de Maduro, garantindo sua continuidade. Maduro passa a ser cada vez
menos querido pela população, que é duramente reprimida nos protestos. O diálogo entre essas forças
opositoras parece difícil.

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Geografia

Exercícios de fixação

1. Qual é a associação entre a Doutrina Bush e os conflitos recentes no Oriente Médio?

2. Qual país de origem persa que no contexto da Guerra ao Terror passou a ser um dos principais inimigos
dos Estados Unidos?
a) Arábia Saudita.
b) Coreia do Norte.
c) Irã.

3. Qual a principal preocupação geopolítica relativa à Coreia do Norte?


a) Dependência econômica da cadeia produtiva mundial
b) Preocupação com a produção de armamento nuclear
c) Capacidade de projeção militar global

4. A doutrina da _________________, que passa por um teste na atual crise entre _________________ e
_________________, nasceu na Guerra Fria, quando as duas potências da época afirmavam que qualquer
ataque teria represálias apocalípticas.
a) Destruição mútua assegurada – Estados Unidos - Venezuela
b) Dissuasão nuclear – Estados Unidos – Coreia do Norte
c) Dissuasão nuclear - Ucrânia – Rússia

5. Relacione a charge abaixo com o conflito envolvendo Ucrânia e Rússia pela Crimeia.

Fonte: http://vozdaturquia.com/

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Geografia

Exercícios de vestibulares

1. O geógrafo brasileiro Jose William Vesentini, referindo-se à dissolução da União Soviética, escreveu
"Novos países, problemas antigos" (2010). Esse título serve para explicar o início dos confrontos entre
a Rússia e a Ucrânia, tendo como foco a disputa pela península
a) de Kola.
b) de Yamal.
c) da Crimeia.
d) da Geórgia.
e) de Kamtchatka.

2. Observe o mapa da distribuição dos drones (veículos aéreos não tripulados) norte-americanos na África
e no Oriente Médio.

Em suas declarações, o governo norte-americano justifica o uso dos drones, principalmente, como
a) proteção militar a países com importantes laços econômicos com os EUA, principalmente na área
de minerais raros.
b) necessidade de proteção às embaixadas e outras legações diplomáticas norte-americanas em
países com trajetória comunista.
c) meio de transporte para o envio de equipamentos militares ao Irã, com a finalidade de desmonte
das atividades nucleares.
d) um dos pilares da sua estratégia de combate ao terrorismo, principalmente em regiões com
importante atuação tribal/terrorista.
e) reforço para a megaoperação de espionagem, executada em 2013, que culminou com o asilo de
Snowden na Rússia.

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Geografia

3. Avaliando o ataque aéreo aos EUA, em 2001, o sociólogo Octávio Ianni afirmou: Quando analisamos os
acontecimentos de 11 de setembro, precisamos resgatar o sentido de história. Quando vistos
isoladamente, os atentados perdem vários significados e parecem coisa de um “bando de fanáticos”.
Mas, na realidade, os atentados foram apenas um fato em uma cadeia muito complexa de
acontecimentos.
Revista Ciência Hoje, setembro de 2002.

Assinale a alternativa que contém um fato que faz parte desta complexa cadeia.
a) Crescente interferência dos EUA na política interna de outros países.
b) Aumento dos conflitos geopolíticos entre os EUA e os novos países industriais.
c) Interesse dos EUA em explorar economicamente as extensas terras do Afeganistão.
d) Competição entre os EUA e o Japão pelo domínio geopolítico sobre a Ásia.
e) Interesse dos ex-países socialistas em dominar geopoliticamente o mundo.

4. (Uerj 2013) Observe a imagem abaixo, do episódio ocorrido nos Estados Unidos, no dia 11 de setembro
de 2001.

Disponível em: blogs.estadao.com.br

“A queda das torres do World Trade Center foi certamente a mais abrangente experiência de catástrofe
que se tem na História, inclusive por ter sido acompanhada em cada aparelho de televisão, nos dois
hemisférios do planeta. Nunca houve algo assim. E sendo imagens tão dramáticas, não surpreende que
ainda causem forte impressão e tenham se convertido em ícones. Agora, elas representam uma
guinada histórica?”
ERIC HOBSBAWM (10/09/2011). www.estadao.com.br

A guinada histórica colocada em questão pelo historiador Eric Hobsbawm associa-se à seguinte
repercussão internacional da queda das torres do World Trade Center:
a) concentração de atentados terroristas na Ásia Meridional
b) crescimento do movimento migratório de grupos islâmicos
c) intensificação da presença militar norte-americana no Oriente Médio
d) ampliação da competição econômica entre a União Europeia e os países árabes
e) intensificação do controle aéreo, restringindo a quantidade de voos pelo mundo

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Geografia

5. (Enem 2020) No caso do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a ênfase está posta no traçado
de uma estratégia geral de desarticulação, não só dos inimigos reais como dos potenciais, inserida na
concepção preventiva que supõe que a mínima dissidência é um sinal de perigo e de guerra futura.
Deve-se ter capacidade para responder a uma guerra convencional tanto quanto para enfrentar um
inimigo difuso, atentando simultaneamente para todas as áreas geográficas do planeta. Trata-se, sem
dúvida, da estratégia com pretensões mais abrangentes que se desenvolveu até agora.
CECENA, A. E. Hegemonias e emancipações no século XXI Buenos Aires: Clacso, 2005 (adaptado).

Tomando o texto como parâmetro, qual tendência contemporânea impulsiona a formulação de


estratégias mais abrangentes por parte do Estado americano?
a) Erradicação dos conflitos em territórios.
b) Propagação de organizações em redes.
c) Eliminação das diferenças regionais.
d) Ampliação de modelo democrático.
e) Projeção da diplomacia mundial.

6. (Uerj 2020) Um mundo de muros: as barreiras que nos dividem


Um mundo cada vez mais interconectado tem erguido muros e cercas para bloquear aqueles que
considera indesejáveis. Das 17 barreiras físicas existentes em 2001 passamos para 70 hoje. Alguns
separam fronteiras. Outros dividem a mesma população. Alguns freiam refugiados. Outros escondem
a pobreza. Ou o medo. Ou a guerra. Ou a desigualdade. Ou a mudança climática.

Adaptado de folha.uol.com.br, setembro/2017.

Os objetivos prioritários para a construção das barreiras físicas apresentadas nos mapas 1 e 2 são,
respectivamente:
a) estratégia militar e política demográfica
b) rivalidade étnica e polarização ideológica
c) antagonismo comercial e restrição religiosa
d) isolamento econômico e segurança ambiental
e) bloqueio comercial e diferença cultural

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Geografia

7. “Depois de enfrentar problemas financeiros, que repercutiram na situação política interna, as


monarquias do Golfo Pérsico se beneficiam de um fluxo extraordinário de divisas, graças ao alto preço
do petróleo. (...) em todos esses países, há dois denominadores comuns: Estados ineficientes e
perdulários e desemprego alto. O desemprego atinge a geração jovem, do chamado ‘baby boom’ da alta
do petróleo dos anos 70. Os desempregados se escoram no generoso sistema de proteção social, outro
traço comum dessas monarquias, que têm como tradição, calcada nos petrodólares, garantir o conforto
dos cidadãos do nascimento à morte. (...) Essas regalias, que sempre amorteceram qualquer
descontentamento político, tiveram que ser revistas nos últimos anos, por causa do alto custo da
Guerra do Golfo, bancado sobretudo pela Arábia Saudita...”
O texto permite estabelecer uma relação de causa e efeito entre
a) miséria e dívida externa.
b) austeridade e petrodólares.
c) preço do petróleo e estabilidade política.
d) gastos excessivos e baixo preço do petróleo.
e) incompetência administrativa e esgotamento do petróleo.

8. Leia a matéria:
Coréia do Norte faz teste com bomba e Trump chama ato de “hostil e perigoso”. O regime afirma ter
executado sua sexta prova nuclear, que provocou forte tremor.
El Pais, 03/09/2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/03/intemacional/1504412077_373562.html.
Acesso: 03/09/2017.

Sobre o contexto geopolítico na península coreana, está correto afirmar:


a) O Tigre Asiático em questão apresenta um regime hostil ao ocidente desde a época da Guerra Fria.
b) O Japão é o aliado regional da Coréia do Norte, mas a pressão sobre o regime de Seul não tem
sido eficaz.
c) Os Estados Unidos reagiram militarmente aos testes norte-coreanos desferindo ataques cirúrgicos
ao território do país.
d) A Rússia apoia abertamente os testes realizados pelo regime de King Jong-un.
e) O regime norte-coreano parece não se intimidar com as ameaças do ocidente nem com a pressão
de sua aliada, a China.

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Geografia

9. Leia o texto a seguir.


Os dois aviões de passageiros que terroristas islâmicos lançaram, há cinco anos, contra as torres
gêmeas do World Trade Center se tornaram um marco na história contemporânea. Lidos em conjunto
com a extinção do bloco socialista na esfera da União Soviética, no início dos anos 1990, os atentados
da Al Qaeda em Nova York demarcam um “antes” e um “depois”.
FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 11 set. 2006, p. A2.

O DEPOIS, de acordo com o texto, caracteriza-se


a) pela ação dos Estados Unidos em combater o terrorismo mundial mediante acordos bilaterais
intermediados pela ONU.
b) pela disseminação mundial da ação de grupos terroristas ligada às questões políticas e/ou
religiosas.
c) pela emergência de governos populistas, na América Latina, dificultando as ações antiterroristas
do governo estadunidense.
d) pelo estímulo à implantação de barreiras alfandegárias, para proteger os interesses nacionais.
e) pelo surgimento das estruturas protecionistas do Estado de bem-estar social, visando melhorar a
qualidade de vida da população.

10. (ESPM 2015) Em relação à crise político-territorial entre Ucrânia e Rússia, podemos afirmar que

a) A Rússia é contrária a saída da Ucrânia da União Europeia.


b) A porção ocidental da Ucrânia é majoritariamente russa e desejosa de ingressar na União Europeia.
c) A Rússia pretende instalar ogivas nucleares na Crimeia e a Ucrânia é contra.
d) A porção leste da Ucrânia é área de atuação de separatistas russos.
e) As grandes jazidas de petróleo da parte ocidental da Ucrânia, onde reside a maioria da população
russa, é o fator de tensão maior.

Sua específica é humanas e quer continuar treinando esse conteúdo?


Clique aqui para fazer uma lista extra de exercícios.

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Geografia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1.
Após os atentados terroristas de onze de setembro em solo americano, os Estados Unidos deram início
à Doutrina Bush. Essa doutrina é, na verdade, uma tradução da política externa americana de maior
intervencionismo militar em outros países. Assim, com acusações de abrigar células terroristas, diversos
países do Oriente Médio foram invadidos ou tiveram bases militares americanas instaladas em seus
territórios. Tais ações ampliaram os conflitos no Oriente Médio.

2. C
O Irã é o grande herdeiro do Império Persa e se tornou um dos principais inimigos americanos no contexto
da Doutrina Bush.

3. B
A principal questão relativa à Coreia do Norte é o desenvolvimento e produção de armas nucleares. Tal
ação gera repercussões regionais e globais sobre a possibilidade de ataques. A Coreia do Norte não
possui capacidade de projeção militar global, com porta aviões e submarinos que possam estar
localizados em diversos oceanos ao mesmo tempo.

4. B
As questões envolvendo Estados Unidos e Venezuela ou Ucrânia e Rússia não envolvem uso de
armamentos nucleares, mesmo que um ou outro país detenha esse tipo de armamento. O
desenvolvimento militar norte-coreano pautado na produção de armas nucleares é entendido como
fundamental pelo país, por uma questão de defesa. Tal ação segue o princípio da dissuasão nuclear, uma
vez que um país pensaria duas vezes antes de atacar a Coreia do Norte, pelo fato dela possuir esse tipo
de armamento.

5.
A charge faz alusão à Crimeia (formato de urna), que, após a realização de um referendo, se separou da
Ucrânia (serrote) e aprovou a unificação com a Rússia (mãos dadas).

Exercícios de vestibulares

1. C
O autor cita o conflito entre Rússia e Ucrânia, que tentou se aproximar da União Europeia, mas parte da
população, até mesmo culturalmente, apoia a posição da Rússia. Fato é que, ao tentar aproximação, o
governo Russo ameaçou parar de comercializar gás natural, recurso do qual os países do leste europeu
possuem muita dependência. Além disso, reanexaram a Criméia, uma ponta territorial estratégica que
estava sob domínio da Ucrânia.

2. D
O uso dos drones no continente africano e no Oriente Médio insere-se nos interesses de contenção do
terrorismo.

10
Geografia

3. A
No texto, é dito que “os atentados foram apenas um fato em uma cadeia muito complexa de
acontecimentos.” Dessa frase é possível interpretar que os Estados Unidos estiveram envolvidos direta
ou indiretamente em diversos conflitos pelo mundo. Logo, essas interferências podem gerar uma revolta
por parte de alguns povos. Nesse contexto, a Doutrina Bush e sua lógica de guerra ao terror ampliou a
interferência militar norte-americana em diversas regiões do planeta, sobretudo no Oriente Médio.

4. C
Os atentados de 11 de setembro serviram como argumento para a intensificação da presença militar
norte-americana no Oriente Médio.

5. B
O texto aborda a questão da organização em rede como um elemento de complexidade na formulação
de estratégias geopolíticas de um Estado. Um excelente exemplo disso é a abordagem de enfrentamento
ao terrorismo adotado pela Doutrina Bush no início do século XXI. É necessário combater o inimigo de
forma convencional, atacando sítios militares, ao mesmo tempo que é necessário enfrentar sua
capacidade de organização em rede, na qual células terroristas espalham-se por diversos países,
utilizando as tecnologias para atuar de forma desconcentrada. Essas organizações em rede
complexificam a geopolítica, estabelecendo inimigos diretos e inimigos possíveis, demandando políticas
específicas para as relações internacionais.

6. A
Há muitos muros no mundo; ainda que o objetivo geral seja sempre o mesmo, o de separar, a motivação
para construí-los varia bastante. No caso dos dois mapas apresentados, isso é muito nítido. No primeiro
mapa, a Coreia do Norte, reconhecidamente o país mais fechado do mundo, preocupou-se em construir
barreiras físicas que fazem parte de sua estratégia militar para com o seu histórico antagonista, a Coreia
do Sul. As motivações são bem diferentes no caso dos países europeus, nos quais a distribuição espacial
das barreiras físicas demonstra a política de contenção de fluxos migratórios e de refugiados oriundos
dos países subdesenvolvidos da Ásia e da África. A maior parte das barreiras está localizada no sul-
sudeste do continente e/ou da União Europeia, justamente porque é nesse quadrante que se concentra
a maioria dos fluxos populacionais que chegam por terra às nações dessa parte do mundo. (Revista
UERJ)

7. C
O texto relaciona que a estabilidade política de algumas ditaduras no Oriente Médio é possibilitada pela
entrada de divisas do petróleo. Assim, por mais que a população apresente descontentamentos com
esses governos, a seguridade social garantida por eles amortece o desgosto político. Todavia, essa
questão precisou ser revista por causa do custo da Guerra do Golfo. Com um sistema de proteção social
menos generoso, a instabilidade política tende a crescer.

8. E
No ano de 2017 e início de 2018, a tensão geopolítica na península coreana aumentou consideravelmente,
inclusive contando com a participação americana na questão. A Coreia do Norte tem, principalmente, na
China e Rússia os seus principais aliados na região e no mundo. Mesmo com pedidos e avisos da China
para não continuar com os testes nucleares, a Coreia do Norte prosseguiu com os exercícios. Durante
2018 e 2019, observou-se uma aproximação dos Estados Unidos, Coreia do Norte e Coreia do Sul, porém
ainda é cedo para afirmar que as relações diplomáticas na região são completamente estáveis.

11
Geografia

9. B
O “depois”, segundo o texto, refere-se à mudança ocorrida no pós-Guerra Fria, em que o inimigo era o
comunismo, e hoje, o “inimigo é invisível”.

10. D
A proximidade territorial e cultural de parte da Ucrânia agrava a disputa de influência que se dá na área
entre União Europeia e Rússia. A Ucrânia possui forte dependência do gás natural russo, e, quando tentou
se aproximar da União Europeia, sofreu sanções e teve parte do seu território, a Crimeia, reanexado à
Rússia.

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Guia do Estudo Perfeito

Atenção plena e mindfulness para dominar sua concentração

Teoria

Antes de ler este texto, vamos fazer um acordo? Você irá desligar ou silenciar as notificações de qualquer
eletrônico que possa atrapalhar a leitura deste material.

Bem, isso não significa que você precisa se isolar do mundo, colocar seu celular em um baú, fechá-lo com
cadeado e jogá-lo no fundo do oceano. Porém, você precisa se desligar daqueles aplicativos que roubam sua
atenção. Por exemplo, as redes sociais, o e-mail e os jogos.

Aplicativos para manter o foco


Caso você seja muito impulsivo, existem alguns aplicativos que podem te ajudar
nisso. O Cold Turkey bloqueia totalmente o celular ou computador por um período
determinado. Menos radical, existe o AppBlock, que bloqueia até cinco aplicativos,
como Facebook, WhatsApp, Instagram, e deixa outros livres para usar.
Outra dica bem legal, antes de ler esse texto, é fechar as abas do seu navegador e
outros aplicativos abertos no seu computador. Se você usa o navegador Chrome, é
possível fazer o download de uma extensão chamada StayFocusd, também
disponível para Android. Essa extensão bloqueia o acesso a determinados sites ou
a toda internet por 1 hora ou mais.

Por último, um aplicativo que é conhecido por muitos e está disponível na App Store ou no Google Play é o
Forest. Lembrando também que ele possui uma extensão para o navegador Chrome.

1
Guia do Estudo Perfeito

Crie foco
Vamos manter apenas esse arquivo aberto e ficar totalmente concentrados nele. São etapas simples como
essas que nos ajudam a manter o foco e a aumentar a concentração no dia a dia.

• Durante um pomodoro, inicie o aplicativo Forest.

• Selecione o tempo de fazer um resumo (40 minutos) e faça


Mantenha-se igualmente no aplicativo.

• Seu celular ficará bloqueado por esse tempo, assim, você não
focado perderá a concentração.

• Descanse por 5 minutos, acessando o que você quiser.

• Reinicie o pomodoro, utilizando o Cold Turkey como uma


espécie de cronômetro que bloqueia suas distrações.

Quatro maneiras de melhorar sua concentração

Aprender a se concentrar não é algo simples, mas é essencial no seu dia a dia. Existem algumas técnicas
que podem te ajudar ainda mais.

1. Faça o essencial
Pare de tentar fazer diversas coisas ao mesmo tempo. Equilibrar uma coisa é mais fácil que fazer
malabarismo com diversas outras. Defina qual tarefa você irá fazer e se concentre nela.

2. Desenvolva o autocontrole
Esqueça o grupo do WhatsApp e bloqueie aqueles pensamentos aleatórios e inesperados. Fique atento
a esses momentos de distração para que consiga expulsar esses pensamentos.

3. Exercite sua concentração


É uma atividade como qualquer outra. Imagine que sua concentração é um músculo e que você precisa
treiná-la. É necessário muito exercício para o monstro sair da jaula e você conseguir aumentar sua
concentração.

4. Intercale suas tarefas


É muito difícil manter a concentração em uma mesma tarefa por muitas horas. Não hesite em mudar.
Estude outra matéria ou leia algum outro texto.

2
Guia do Estudo Perfeito

Mindfulness
Conhecida também como Atenção Plena, essa técnica promete diminuir o estresse psicológico, através de
uma série de exercícios de respiração, relaxamento e conhecimento pessoal. Clique no vídeo abaixo e
descubra o que é o mindfulness.

Vídeo: O que é mindfulness (de verdade) e atenção plena? - Arata Academy

Experimente
Não necessariamente uma técnica que funciona para seu amigo irá funcionar para você. O importante é
experimentar. Nesse sentido, abaixo seguem algumas indicações que podem te ajudar nesse experimento.
A primeira indicação é uma série disponível na Netflix. Essa série é do aplicativo Headspace – Meditação e
Mindfulness, que você encontra disponível tanto na App Store quanto no Google Play. Recentemente, eles
produziram uma série para a Netflix e você pode assisti-la, caso seja assinante.

Vídeo: Trailer da série Headspace - Meditação Guiada, disponível na Netflix - Netflix Brasil

3
Guia do Estudo Perfeito

Logo abaixo, você encontra o perfil da Luiza Bittencourt, especialista em saúde mental e autoconhecimento.
Ela possui um Instagram com diversas dicas sobre o assunto. Não deixe de conferir.

Perfil do Instagram @mindfulness.luizabittencourt

Por fim, um TED com o pesquisador Richard J. Davidson, que se especializou em estudar mindfulness e as
mudanças positivas que ele provoca nas nossas vidas.

Vídeo: How mindfulness changes the emotional life of our brains - Richard J. Davidson

Quer conhecer 10 aplicativos para ser mais produtivo? A pós-graduação do Descomplica preparou um
compilado pra você. Clique aqui para ver.

4
Guia do Estudo Perfeito

Exercício

Imagine que sua concentração é um músculo e que você precisa exercitá-la. Pensando nisso, pegue um bloco
de notas e faça algumas anotações.

• Anote cada atividade que você tenha começado e que não conseguiu terminar devido a alguma distração.
• Anote, também, cada uma dessas distrações. Por exemplo, “Fui mexer no celular”, “Acabei assistindo a
um vídeo no YouTube”, “Tinha uma notícia muito importante no Facebook” ou “O crush me respondeu no
WhatsApp ou me ligou”.

A partir disso, pense em como você poderia impedir essas distrações. Por exemplo, instalando um aplicativo
que bloqueie as redes sociais, explicando sua situação para o crush e que você tem um horário específico
para estudar. Ponha em prática essas ações e evite ficar distraído com suas tarefas.

• Anote tudo novamente e compare com a semana anterior.

E aí, sua concentração tem melhorado?

5
História

O Século das Luzes

Objetivo
Você aprenderá sobre a formação do Iluminismo e seu contexto político, econômico e social. Além disso,
conhecerá os principais pensadores iluministas.

Se liga
Para essa matéria é importante que você tenha visto o conteúdo de Renascimento (cultural, comercial e
urbano); além disso, é essencial dar uma olhadinha na matéria de Absolutismo.

Curiosidade
O pensador François Marie Arouet, popularmente conhecido como Voltaire (1694 – 1778), foi preso na
Bastilha (sim, ela mesma, aquela que gerou a treta na Revolução Francesa) em 1717. Olha aí, porque a
Bastilha era um dos grandes símbolos do absolutismo francês!

Teoria

O Século das Luzes

Desde o período do Renascimento Urbano e Comercial, com o retorno da circulação de pessoas em cidades,
com o crescimento das trocas comerciais e o maior contato com a cultura oriental, a Europa construía um
cenário fértil para o surgimento de novas universidades, de pensadores e de uma burguesia forte. Já com o
Renascimento Cultural e Artístico, a criação da prensa de tipos móveis, de Johannes Gutenberg (1455),
permitiu uma circulação muito maior de livros, textos e panfletos que difundiam as novas ideias que
surgiam.
Dessa forma, com uma conjuntura propícia para a proliferação de novas
ideias, a razão voltou a ganhar grande força entre os filósofos europeus que
desejavam compreender o mundo não mais através de misticismos ou da
religiosidade, mas sim de forma racional, como já faziam muitos filósofos da
antiguidade. O alvorecer da razão na Idade Moderna permitiu que métodos
científicos e novas formas de pensar ganhassem espaço entre as antigas
“verdades absolutas” pregadas pelos monarcas e pela Igreja Católica. Assim,
o questionamento, a crítica, a experimentação e o ato de pensar se tornavam grandes valores intelectuais.
Logo no século XIV, um dos grandes precursores do pensamento iluminista, o francês René Descartes,
lançou a base do chamado racionalismo, com o seu método da “dúvida hiperbólica”, que consistia em
questionar de forma dedutiva todas as teorias preexistentes, para então reconstruir as ideias. Essa
constante dúvida sobre tudo levou Descartes a concluir que a única verdade absoluta era a sua capacidade
crítica, o poder humano da dúvida; logo, para este pensador, a condição da própria existência seria o
pensamento, o que foi sintetizado na famosa expressão “Penso, logo existo”.

1
História

Essa metodologia do questionamento constante construiu um novo filtro, sobretudo para a burguesia em
ascensão, que passava a ver o mundo através de novas teorias. O pensamento crítico pautado na razão
levou essa classe a questionar coisas impostas há séculos como naturais, como o direito divino dos reis, as
sociedades estamentais, os privilégios da nobreza e do clero e até mesmo as verdades religiosas.
Em 1784, em resposta a um jornalista que havia perguntado “O que é o Iluminismo?”, o filósofo Immanuel
Kant respondeu que o iluminismo era um processo de “esclarecimento”, que tiraria o homem da
“menoridade” em que ele mesmo se colocou. Essa chamada menoridade seria um período da história
europeia em que o homem se encontrava preso às ordens religiosas, à opressão do misticismo e à falta de
liberdade de pensamento e expressão, período esse que, para os pensadores ilustrados, teria a Idade Média
como o seu auge.
Dessa forma, o Iluminismo se consolidou entre a burguesia, que se
formava como uma classe econômica dominante e lutava para
também dominar a política. Acreditando que a menor interferência
do monarca e do Estado nas liberdades individuais e econômicas
poderia ampliar seus negócios e poderes, essa burguesia passou a
questionar cada vez mais o chamado Antigo Regime, com seu
absolutismo e com o mercantilismo.
Dessa forma, buscando romper com esse chamado “obscurantismo” medieval e com as supostas verdades
impostas pelo absolutismo e pela Igreja, autores dos séculos XVII e XVIII, como John Locke, Kant, Jean-
Jacques Rousseau, Voltaire, Montesquieu, Diderot e outros, resolveram questionar tudo o que era
considerado natural e verdadeiro, propor novas formas de pensar o mundo e de construir uma sociedade
esclarecida.
A consequência da difusão desses pensamentos foi uma mudança nas próprias estruturas do mundo
ocidental, com a ascensão da burguesia e a formação de grandes nações através de revoluções e
independências; dentre elas, destacamos as pioneiras influenciadas pelo Iluminismo: a Independência das
13 colônias inglesas e a Revolução Francesa.

Pensadores iluministas
Um dos filósofos precursores do Iluminismo foi John Locke (1632-1704). Locke viveu na Inglaterra, no
contexto das Revoluções Inglesas e, criticando a sociedade de sua época, defendia a ideia de que os
homens possuíam direitos naturais: vida, liberdade, igualdade e propriedade privada – essa última seria
derivada do trabalho e, portanto, natural. As ideias de Locke influenciaram a formulação do pensamento
iluminista e contribuíram para o conceito de contratualismo, ao defenderem a ideia de que os homens
abririam mão dos seus direitos naturais para garantir a segurança e a liberdade individual, e tal garantia
deveria ser assegurada pela existência de um Estado.
No campo político, é fundamental destacarmos as concepções filosóficas de Montesquieu (1689-1755),
que, ao criticar o absolutismo monárquico, defendia a teoria da tripartição dos poderes, ou seja, a divisão do
Estado em três poderes: executivo, legislativo e judiciário.
Do ponto de vista social, o movimento iluminista criticava a sociedade estamental, em que as desigualdades
eram determinadas pelo nascimento. Desse modo, seus filósofos questionavam a ideia de que o primeiro e
o segundo estado (clero e nobreza) detinham privilégios, enquanto o terceiro estado (burguesia,
camponeses, trabalhadores urbanos) era visto como inferior. Na sociedade absolutista, havia pouquíssima
mobilidade social e as desigualdades eram naturalmente aceitas. Os iluministas buscaram, através da
razão, questionar esse modelo de sociedade, que garante privilégios oriundos do nascimento, porque, ao

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História

contrário disso, defendiam a igualdade jurídica entre os indivíduos. Podemos dizer que, do ponto de vista
social, defendiam que todos os homens nasciam iguais, questionando a sociedade do Antigo Regime, ainda
fundamentada em privilégios feudais. Voltaire (1694 – 1778) foi bastante importante nesse aspecto, pois
criticou os privilégios da nobreza e da Igreja, defendendo as liberdades individuais.
O movimento iluminista também exerceu influência no âmbito
econômico. As ideias como a liberdade de mercado e o fim dos
monopólios da nobreza e do rei surgiram nessa época. Há, assim,
uma crítica às práticas mercantilistas e a defesa do liberalismo
econômico. Considerado o pai do liberalismo e um dos grandes
nomes da Escola Liberal Clássica, Adam Smith, em seu livro “A
Riqueza das Nações”, defendia que o governo não deveria intervir em
assuntos econômicos. Para ele, os preços e tarifas seriam regulados
pela mão invisível do mercado, a lei da oferta e da procura.
Havia ainda uma corrente ideológica que dava destaque às atividades agrícolas. A Fisiocracia defendia,
assim como o liberalismo econômico de Adam Smith, a não interferência do Estado nos assuntos
econômicos, com a diferença de colocar na atividade agrícola todo o fruto das riquezas das nações. Tal
corrente de pensamento representava a ideia de uma valorização da terra e da agricultura como a
verdadeira fonte de todas as riquezas. Enquanto a indústria seria apenas uma etapa de um processo, o da
transformação da matéria, e o comércio seria outra fase, o da circulação da riqueza, era a agricultura a
verdadeira raiz de tudo.
Obviamente que, em um mundo de desenvolvimento capitalista e industrial, essa ideologia não ganharia a
mesma força que as ideias de Adam Smith, assim essa ideologia foi sendo considerada obsoleta com o
passar dos anos.
Além dos filósofos citados, é importante relembrarmos a importância de Rousseau (1712-1778),
considerado o mais radical entre os iluministas, pois criticava a sociedade burguesa. De acordo com ele,
para que a liberdade, a segurança e a igualdade pudessem ser conciliadas em uma sociedade, era
necessária a crítica à propriedade privada, uma vez que ela era responsável pela desigualdade entre os
homens. Um dos mais famosos defensores do contratualismo, o pensador defendia que o homem era
originalmente bom, o que o corrompia era a sociedade; logo, o Estado deveria existir para assegurar a
liberdade e frear a desordem. Além disso, o autor defendia um governo que representasse a soberania do
povo e a vontade geral da população.
Uma das principais características do Iluminismo foi a sua visão universalista, que acreditava na
construção de conhecimentos e verdades universais. Por mais que hoje tenhamos esse universalismo como
uma utopia, muitas vezes eurocêntrica, os pensadores desse período acreditavam e defendiam essas
ideias.
Tendo em vista essa característica, os franceses Denis Diderot e Jean le Rond
D’Alembert realizaram uma compilação de textos, com 130 colaboradores e 35
volumes, que tinham o objetivo de reunir todo o conhecimento humano
acumulado até então. Essa empreitada, muito além de lançar bases para
pensamentos liberais e iluministas, realizava um trabalho de democratização do
conhecimento. Tendo em vista que durante séculos livros e textos só
circulavam entre o clero e a nobreza, e a maior parte da população europeia era
analfabeta, a chamada Enciclopédia de Diderot teria como missão difundir o
conhecimento também entre as classes não privilegiadas.

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História

A concepção de mundo defendida pelos iluministas teve grande adesão da burguesia, cuja insatisfação com
os privilégios do clero e da nobreza era cada vez maior. Por isso, muitos pensadores também criticavam o
excesso de poder da Igreja dentro da sociedade e defendiam um anticlericalismo, alegando que não havia
necessidade de um intermédio entre Deus e os fiéis.
Pega a visão: Cuidado! Apesar de muitos criticarem o clericalismo, não significava que eles eram
anticristãos; esses homens apenas entendiam que a Igreja, enquanto instituição, não poderia exercer um
poder político e social tão grande.
Ainda no século XVIII, o Iluminismo se expandiu para outros locais e influenciou diversos acontecimentos
fora do eixo europeu. Movimentos como a Revolução Francesa, as Conjurações (mineira e baiana), na
América portuguesa, e a Independência das Treze Colônias foram influenciadas pelo Iluminismo.
Consolidando princípios do liberalismo político e econômico, o Iluminismo também é central para
compreendermos o século XIX, conjuntura em que uma “onda” de revoluções liberais eclodiram para
derrubar definitivamente o absolutismo da Europa.

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História

Exercícios de fixação

1. A valorização da razão no século XVIII levou ao aumento das críticas por parte de qual classe social e
sobre que tipo regime político?
a) camponeses - fisiocracia
b) burguesia - feudal
c) burguesia - absolutista
d) camponeses - capitalismo

2. Dentre as alternativas abaixo qual associa corretamente um pensador iluminista e uma ideia defendia
por ele:
a) John Locke - ausência de direitos naturais
b) Rousseau - critica a propriedade privada
c) Rene Descartes - repartição dos poderes
d) Adam Smith - defesa da terra como principal riqueza

3. Dentre as características do Iluminismo, podemos citar:


a) universalismo e ação baseada na fé
b) racionalidade e igualdade econômica
c) liberdades individuais e o método dedutivo
d) anticlericalismo e a igualdade civil

4. O século XVIII foi marcado por uma série de acontecimentos importantes para a História mundial,
dentre eles, podemos citar o Movimento Iluminista, a Revolução Francesa e o (a)
a) Revolução Industrial
b) Imperialismo
c) Expansão Marítima
d) Revolução Inglesa

5. Um dos legados deixados pelos pensadores iluministas para a sociedade contemporânea foi:
a) a crença no ideal fisiocrata
b) o abandono da religiosidade
c) a ideia de tripartição dos poderes
d) a criação do método indutivo

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História

Exercícios de vestibulares

1. (Enem 2017) Os direitos civis, surgidos na luta contra o Absolutismo real, ao se inscreverem nas primeiras
constituições modernas, aparecem como se fossem conquistas definitivas de toda a humanidade. Por isso,
ainda hoje invocamos esses velhos “direitos naturais” nas batalhas contra os regimes autoritários que
subsistem.
(QUIRINO, C. G.; MONTES, M. L. Constituições. São Paulo: Ática, 1992 (adaptado))

O conjunto de direitos ao qual o texto se refere inclui:


a) voto secreto e candidatura em eleições.
b) moradia digna e vagas em universidade.
c) previdência social e saúde de qualidade.
d) igualdade jurídica e liberdade de expressão.
e) filiação partidária e participação em sindicatos.

2. (UFS 2018) Conhecido como o século das Luzes ou do Iluminismo, o século XVIII foi marcado por um
movimento do pensamento europeu (ocorrido mais especificamente na segunda metade do século
XVIII) que abrangeu o pensamento filosófico e gerou uma grande revolução nas artes (principalmente
na literatura), nas ciências, nos costumes, na teoria política e na doutrina jurídica. O Iluminismo
também se distinguiu pela centralidade da ciência e da racionalidade crítica no questionamento
filosófico.

Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/15543/15543_3.pdf. Acesso em: 12/09/2017.

Tomando como base o contexto abordado, podemos afirmar corretamente que


a) o liberalismo econômico deu ênfase à economia mercantilista, na qual o Estado seria
responsável pela regulamentação de preços e mercados para evitar abusos que prejudicariam a
população.
b) a Escola Fisiocrata sustentou a ideia de que existem leis naturais regendo a sociedade, mas que
poderiam ser alteradas pelo bem da humanidade, e, além disso, defendeu que a indústria e o
comércio seriam responsáveis pela riqueza de uma nação.
c) as ideias defendidas por John Locke, na obra O contrato social, afirmam que o soberano deve
conduzir o Estado de forma democrática, de acordo com a vontade do povo.
d) o Despotismo Esclarecido, ligado à associação entre as ideias das luzes e o poder absolutista
dos reis, foi aplicado com ênfase em todos os Estados europeus no início do século XVIII,
resultando no nascimento de dezenas de monarquias parlamentaristas.
e) o Iluminismo combateu o mercantilismo, o tradicionalismo religioso herdado da Idade Média e a
divisão da sociedade em estamentos.

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História

3. (Uncisal 2015) “Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus
pensamentos.”
John Locke

A frase de John Locke nos remete ao Iluminismo e seus objetivos nos diversos âmbitos que formam
a vida em sociedade. Sobre o ideário iluminista, infere-se que

a) seu caráter popular afastou os intelectuais e aproximou a pequena burguesia da nobreza togada.
b) o intelectualismo se tornou um obstáculo à expansão do iluminismo, fato que minimizou sua
influência nas revoluções burguesas.
c) Adam Smith dissocia a liberdade econômica da liberdade política, fazendo prevalecer esta última
em detrimento da primeira.
d) a razão apresenta um poder emancipador capaz de tirar o homem da menoridade e libertá-lo da
opressão política e dos resquícios das trevas medievais.
e) o projeto iluminista não se opunha totalmente ao mercantilismo nem ao absolutismo já que
preserva em grande parte as instituições do Antigo Regime.

4. (FGV 2020) O século XVIII não se confunde totalmente com as Luzes. As Luzes excedem o século.
Parte do século escapa-lhes. As Luzes são o século XVIII duradouro, o que faz parte do nosso
patrimônio. Um século XVIII que, antes do mais, se inscreve nas palavras. Partir das palavras, partir do
essencial.
CHAUNU, P. A civilização da Europa das Luzes. Lisboa: Estampa, 1985, vol. I, p. 23-24.

São palavras essenciais do século das Luzes:


a) internacionalismo, razão, messianismo e cientificismo.
b) progresso, obscurantismo, cientificismo, teocentrismo.
c) superstição, empirismo, sensualismo, messianismo.
d) socialismo, razão, progresso, superstição.
e) racionalismo, cientificismo, progresso, esclarecimento.

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História

5. (Enem 2018) O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se
aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico,
por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É
ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.
(ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.)

No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas
características a
a) aproximação entre inovação e saberes antigos.
b) conciliação entre revelação e metafísica platônica.
c) vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.
d) separação entre teologia e fundamentalismo religioso.
e) contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.

6. (Unicentro 2017) Nas últimas décadas do século 20, a expressão “neoliberalismo” passou a fazer
parte não só do dia a dia de economistas, mas, também, do noticiário jornalístico, que difundiu o
termo para toda a sociedade. Obviamente, para haver um “neoliberalismo”, é preciso que tenha
havido, anteriormente, um “liberalismo”, doutrina econômica que tem suas bases em autores
clássicos, como o filósofo escocês Adam Smith.

“O liberalismo vem do individualismo. As três questões básicas do liberalismo são a garantia da


propriedade privada, a garantia dos excedentes monetários e a liberdade de usar os excedentes
monetários, para qual se usa a doutrina de Adam Smith”, diz o professor do Departamento de
Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Valter Duarte Ferreira Filho.
(LIBERALISMO... 2016).

O liberalismo econômico surgiu dentro do âmbito da passagem do mundo feudal para o sistema
capitalista. Considerando-se esse contexto, é correto afirmar que
a) a defesa da liberdade de comércio e da produção se opunha às restrições do sistema
mercantilista.
b) o controle estatal na economia contribuiu para o pioneirismo inglês no processo da Revolução
Industrial.
c) a Lei do Máximo, estabelecida pelo governo jacobino no processo da Revolução Francesa,
concretizou as concepções de Adam Smith.
d) o Império Napoleônico estabeleceu os princípios defendidos por Rousseau e a restrição do
comércio com a Inglaterra.
e) a teoria da mais valia defendeu, na íntegra, os princípios liberais, ao afirmar que o trabalho seria a
única fonte de riqueza.

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História

7. (UEFS 2013) Os iluministas adotaram o princípio de que a natureza fez com que todos os homens
nasçam iguais. Isso quer dizer que a lei deve ser universal, ou seja, todos os homens, exatamente por
terem nascidos humanos, têm os mesmos direitos. Portanto, o regime político só seria justo se
estabelecesse a igualdade jurídica. [...] não se trata da igualdade social e econômica. Os iluministas
não aceitavam as leis e tribunais especiais para os nobres, nem que principais cargos do Estado
fossem reservados para as famílias nobres.
(SCHMIDT, 2005, p. 250).

A concepção iluminista relativa à universalidade da lei, como indicada no texto, opunha-se à antiga
concepção do Direito Romano, segundo a qual
a) os direitos individuais eram estabelecidos pela religião oficial.
b) os patrícios e os plebeus gozavam dos mesmos direitos perante a lei.
c) a garantia dos direitos era fundamentada no poder do pater família.
d) a desigualdade social definia a posição desigual do indivíduo perante a lei.
e) a Lei das Doze Tábuas garantia iguais direitos a todos que nascessem na cidade de Roma,
capital do Império.

8. (Unesp 2012) Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada
associado com toda a força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si
mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. Esse, o problema fundamental cuja solução o
contrato social oferece.
[...]
Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade
geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo.
(Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social, 1983.)

O texto apresenta características

a) iluministas e defende a liberdade e a igualdade social plenas entre todos os membros de uma
sociedade.
b) socialistas e propõe a prevalência dos interesses coletivos sobre os interesses individuais.
c) iluministas e defende a liberdade individual e a necessidade de uma convenção entre os
membros de uma sociedade.
d) socialistas e propõe a criação de mecanismos de união e defesa de todos os trabalhadores.
e) iluministas e defende o estabelecimento de um poder rigidamente concentrado nas mãos do
Estado.

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História

9. (PUC Campinas 2017) Os enciclopedistas constituíram uma pequena elite de letrados e de técnicos,
ligados à vida material como elementos de ponta do progresso econômico e também estreitamente
vinculados ao aparato estatal, o qual se esforçaram por tornar melhor e mais racional. (...) Por toda a
parte na Europa das Luzes, encontramos esta pretensão e esta vontade [dos filósofos] de pôr-se à
testa e na direção da sociedade.
(VENTURI, Franco. Utopia e reforma no Iluminismo. Bauru: Edusc, 2003, p. 44, 239-240)

A elite intelectual a que o texto se refere foi responsável pela organização e publicação do mais
importante veículo de divulgação das ideias do Iluminismo, no século XVIII: a Enciclopédia. Essa obra
de inspiração racionalista,
a) defendia a teoria de que a economia deveria funcionar por suas próprias leis e na eliminação da
intervenção do Estado sobre os negócios comerciais que entravava as aduanas internas.
b) estabelecia a tese segundo a qual as estruturas sociais eram determinadas pelas circunstâncias
ambientais e pela liberdade como direito incontestável de todos os homens da época.
c) afirmava que a única esperança de garantir os direitos de cada um seria ceder todos esses
direitos à comunidade civil para que a governasse de acordo com as ideias dos filósofos
iluministas.
d) defendia uma monarquia absolutista moderada por um governo baseado na razão e no ideário
político e social vigente na época e não mais pelos pressupostos religiosos divulgados pela
Igreja.
e) propunha, de maneira geral, a imediata autonomização da Igreja em relação ao Estado e o
combate às superstições e às diversas manifestações do pensamento dogmático eclesiástico.

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História

10. (UFG 2013)

No século XVIII, criou-se um projeto arquitetônico para as prisões chamado “pan-óptico”. O objetivo
era transformar a ambiência do confinamento, distinguindo-a das masmorras do Antigo Regime. Tal
como demonstra a imagem, o projeto estabelecia no centro uma torre com um vigia e, na periferia,
uma construção em forma de anel. A construção periférica era dividida em celas para os presos, com
duas janelas (uma interna ao anel e outra externa), que permitiam a luz atravessar a cela. Com essa
disposição espacial, o pan-óptico expressava o ideal iluminista, na medida em que o controle sobre os
indivíduos era exercido por meio da
a) descentralização dos espaços reservados para os confinados.
b) valorização da punição ao comportamento em detrimento da vigilância.
c) manutenção de comunicação monitorada entre o ambiente de confinamento e a sociedade.
d) hierarquização entre os presos separados pelas celas construídas no anel.
e) utilização da claridade para conferir visibilidade aos presos e às suas ações.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A burguesia aproveitou o movimento iluminista para dar base às suas críticas contra o regime
absolutista, à sociedade estamental, que era baseada nos privilégios do clero e da nobreza, e às
práticas mercantilistas, que eram vistas como um empecilho para o amplo desenvolvimento comercial
e industrial.

2. B
Apesar de boa parte do movimento iluminista defender o direito à propriedade privada como um bem
inalienável, Rousseau considerava a sua existência como a principal causa da desigualdade entre os
homens. Entre os pensadores iluministas, era visto como o mais radical, pela crítica à propriedade
privada e a defesa da soberania popular.

3. D
O movimento construído ao longo do século XVIII nasce com a proposta de trazer a “luz” para iluminar
as “trevas”. Essa última fazia referência ao Antigo Regime. Sendo assim, o anticlericalismo foi uma das
bandeiras desses pensadores, que entendiam que a instituição religiosa não poderia interferir na
sociedade de forma tão abrangente. Além disso, a igualdade perante a lei visava quebrar a lógica
estamental do absolutismo.

4. A
Dentre os acontecimentos mais marcantes do século XVIII, podemos citar a Revolução Industrial
promovida pela burguesia, que passou a utilizar o discurso iluminista para ganhar poder político e
expandir o modo de vida burguês, baseado na industrialização.

5. C
O pensador iluminista Montesquieu foi o grande responsável pela formulação da teoria da tripartição
dos poderes, ou seja, a divisão do Estado em três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Tal
modelo, que defende a harmonia e a independência entre os poderes, é aplicado atualmente em
diversos locais do mundo, como no Brasil.

Exercícios de vestibulares

1. D
O século XVIII marca o intenso descontentamento com o absolutismo, tanto no continente europeu quanto no
continente americano. Essas críticas ao poder absoluto dos reis se materializaram em independências e

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História

revoluções, que originaram o surgimento de constituições e cartas defendendo os direitos inalienáveis dos
homens.

2. E
O movimento iluminista nasceu propondo fazer uma critica às principais bases de sustentação da
sociedade absolutista, criticando, assim, as práticas mercantilistas, a sociedade estamental e o
domínio religioso promovido pela Igreja Católica.

3. D
De acordo com a frase de Locke, podemos compreender que, para os iluministas, a razão era a
prerrogativa para a emancipação do homem e a fonte do progresso, individual e coletivo, da sociedade.

4. E
É importante compreender que o Iluminismo não nasceu do nada, ele é uma continuidade do
humanismo que despontou ainda no século XIV e que desembocou no movimento que surge no século
XVIII. Portanto, o racionalismo, o cientificismo, o progresso e o esclarecimento são características que
foram amadurecendo ao longo dos séculos.

5. E
O século XVIII, conhecido também como o “século das luzes”, foi marcado pelo surgimento do movimento
iluminista, que valorizava a razão e o cientificismo em detrimento do clericalismo. Além disso, é também nesse
século que as ideias liberais ganham força dentro do continente europeu.

6. A
Conhecido como “pai do liberalismo econômico”, Adam Smith criticava as restrições do mercantilismo,
sistema econômico que estava atrelado ao absolutismo, defendendo uma maior liberdade comercial e
produtiva como sinônimo de progresso.

7. D
Diferente dos iluministas, que acreditavam, em teoria, que a igualdade perante a lei deveria ser um
direito universal (embora seja possível fazer uma série de críticas aqui), os romanos antigos, durante
boa parte da sua história, tratavam de forma desigual perante a lei os grupos sociais que detinham
menor poder econômico.

8. C
Fica claro no texto que Rousseau está falando da teoria do Contrato Social, que, para ele, seria a
alternativa viável para garantir a liberdade individual, através de um acordo entre os membros da
sociedade.

9. E
A Enciclopédia de Diderot tinha como missão difundir o conhecimento também entre as classes não
privilegiadas, combatendo assim, o misticismo e as superstições que teriam sido propagados pela
Igreja ao logo dos anos.

10. E

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História

O projeto pan-óptico nasceu no final do século XVIII, e tinha como uma de suas pretensões disciplinar o
homem moderno através de espaços de vigilância que facilitavam o controle social de forma mais
eficiente. Dentro desse pensamento, o projeto arquitetônico citado permitia que esses presos fossem
vigiados e analisados em 100% do tempo.

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História

Os impactos do Iluminismo no mundo ocidental

Objetivo
Você aprenderá sobre a expansão das ideias iluministas durante o século XVIII e como essas ideias
afetaram os governos absolutistas.

Se liga
Para esta aula é essencial ter assistido ao conteúdo de Iluminismo e Absolutismo.

Curiosidade
Você sabe onde surgiu a educação pública parecida com a que conhecemos atualmente? (não aquela ligada
à evangelização que já era promovida pelos jesuítas, por exemplo). Especula-se que ela tenha surgido com
Frederico II, rei da Prússia, durante o século XVIII. Frederico era adepto do despotismo esclarecido e tornou
a escolarização primária obrigatória para crianças.

Teoria

Enquanto as ideias iluministas se difundiam dentro e fora da Europa, os


monarcas absolutistas – temendo os crescentes questionamentos ao
Antigo Regime – procuraram pôr em prática certas ideias liberais, sem, no
entanto, abrir mão de seu poder absoluto. Esses governantes ficaram
conhecidos como déspotas esclarecidos. Alguns autores também chamam
o despotismo esclarecido de “absolutismo ilustrado”. Vale lembrar, no
entanto, que os déspotas esclarecidos adotaram apenas as ideias
iluministas que eram compatíveis com seus interesses, rejeitando
sistematicamente as propostas que pusessem em questão seus poderes
ou que garantissem efetivamente maior participação da população nas questões políticas.
Tal junção de ideais iluministas com a manutenção do poder absolutista não surgiram do nada, alguns dos
autores do período acabaram favorecendo seu surgimento pela proximidade com determinados monarcas.
Apesar de ter sido preso duas vezes por seus pensamentos e ter buscado refúgio na Inglaterra, Voltaire, por
exemplo, não foi um grande crítico da monarquia como um sistema de governo, mas sim do absolutismo,
sendo inclusive próximo de muitos monarcas europeus do século XVIII. Para Voltaire, as mudanças na
sociedade, para torná-la mais esclarecida, não deveriam acontecer através de guerras, revoluções ou
violência, mas sim pelas mãos dos próprios monarcas, sob a orientação de filósofos. Tais monarcas
ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos.
Os principais monarcas do século XVIII que se aproximaram do pensamento iluminista e aplicaram
reformas progressistas em seus reinos foram a rainha da Rússia, Catarina II, Filipe V, da Espanha, José II, do
Sacro Império Romano-Germânico, Frederico II, da Prússia e, em Portugal, o Marquês de Pombal, no reinado
de D. José I. Alguns desses líderes, como Catarina II, chegaram a se corresponder durante anos com

1
História

filósofos como Voltaire, Diderot e Montesquieu, aplicando inclusive algumas de suas teorias políticas em
reformas locais, como construção de escolas, hospitais, reforma e modernização de cidades, racionalização
da administração pública e limitação da ação da igreja.
Na Prússia, Frederico II (1740-1786), rei, filósofo e amigo de Voltaire, instituiu o ensino primário obrigatório;
aboliu a tortura e reorganizou a justiça, dando aos juízes maior autonomia em suas decisões; estimulou a
industrialização e economia por meio de medidas protecionistas – contrárias, aliás, às ideias iluministas.
Por outro lado, preservou a ordem social existente, mantendo os camponeses sujeitos ao estamento
aristocrático dos proprietários rurais.
Um dos exemplos mais emblemáticos de déspota esclarecido é Marquês de Pombal (1699- 1782), ministro
de D. José I (1750-1777), rei absolutista português. Pombal iniciou reformas em Portugal, como a
modernização do sistema de ensino. Além disso, atuou fortemente sobre a administração na América e
desenvolveu o comércio colonial, criando diversas companhias de comércio controladas pela coroa. Por ser
anticlerical, expulsou os jesuítas de Portugal e da
América Portuguesa. Porém, esse é um papo para outro
rolê!
Na prática, o despotismo tinha como objetivo acelerar o
processo de modernização de alguns países e assim
aumentar seu poder e prestígio, a fim de enfraquecer a
oposição ao seu governo.
Portanto, o despotismo esclarecido teve como
característica principal a aproximação de alguns
monarcas europeus ao pensamento burguês iluminista, a realização de reformas para modernizar o Estado,
a racionalização da economia e, por vezes, até mesmo o embate contra o clero e a nobreza local.

2
História

Exercícios de fixação

1. O surgimento do absolutismo ilustrado foi o resultado de uma tentativa:


a) de manutenção da práticas mercantilistas
b) de algumas monarquias absolutistas se manterem no poder
c) de expandir os ideais iluministas pela Europa
d) de criar um novo modo de pensar a partir do renascimento

2. Os principais campos que os déspotas esclarecidos promoveram reformas foram:


a) ordem estamental e educação
b) ordem estamental e política
c) política e cultura
d) educação e economia

3. Apesar de serem iluministas, alguns filósofos deram base para o surgimento do despotismo
esclarecido, dentre eles, podemos citar:
a) Voltaire
b) John Locke
c) Adam Smith
d) Thomas Hobbes

4. Apesar de ter ocorrido na Europa, à formação de monarquias influenciadas pelo iluminismo tiveram
consequências para as colônias americanas, cite duas.

5. Embora tenha ocorrido uma série de reformas baseadas em preceitos iluministas em algumas
monarquias europeias determinados fatores permaneceram iguais, como
a) a flexibilização da economia
b) a criação de escolas voltadas para o povo
c) o poder concentrado nas mãos do rei
d) a diminuição do poder da Igreja

3
História

Exercícios de vestibulares

1. (IFGO 2015) (...) na última parte do século XVIII, (...) o evidente sucesso internacional do poderio
capitalista britânico levou a maioria destes monarcas (ou melhor, seus conselheiros) a tentar
programas de modernização intelectual, administrativa, social e econômica. Naquela época, os
príncipes adotavam o slogan do "iluminismo" do mesmo modo como os governos de nosso tempo,
por razões análogas, adotam slogans de "planejamento".
HOBSBAWM, E. “A Era das Revoluções”, Paz e Terra, 10ª ed., 1997.

A história das ideias e dos movimentos intelectuais tem grande importância para compreendermos
transformações e características fundamentais da nossa sociedade. A esse respeito, assinale a
alternativa correta.
a) O poderio britânico, no século XVIII, se deve à conquista de colônias no espaço afro-asiático.
b) O fato histórico descrito no texto ficou conhecido como “despotismo esclarecido”.
c) No século XVIII, a Revolução Industrial organizou um cenário econômico homogêneo na Europa
e, em contrapartida, reforçou o atraso das nações do continente americano.
d) A modernização político-econômica, no século XVIII, se deve ao surgimento dos chamados
regimes absolutistas.
e) O iluminismo procurou conciliar a influência cultural da Igreja com a racionalização das
instituições políticas

2. (Unifenas 2018) Leia estes textos.


Texto I – Déspota: indivíduo autoritário, tirano.
Texto II – Esclarecido: pessoa ilustrada, que tem conhecimento das coisas.
Despotismo Esclarecido, no século XVIII, era uma forma de governo
a) que defendia a extinção da Monarquia.
b) que defendia governos exclusivamente liberais.
c) que conciliava feudalismo e democracia.
d) que defendia o parlamentarismo republicano.
e) que conciliava absolutismo e princípios iluministas.

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História

3. (UFF 2010) O escritor e filósofo francês Voltaire, que viveu no século XVIII, é considerado um dos
grandes pensadores do Iluminismo ou Século das Luzes. Ele afirma o seguinte sobre a importância de
manter acesa a chama da razão:
“Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, ainda renascem algumas cabeças da hidra do
fanatismo. Parece que seu veneno é menos mortífero e que suas goelas são menos devoradoras.
Mas o monstro ainda subsiste e todo aquele que buscar a verdade arriscar-se-á a ser perseguido.
Deve-se permanecer ocioso nas trevas? Ou deve-se acender um archote onde a inveja e a calúnia
reacenderão suas tochas? No que me tange, acredito que a verdade não deve mais se esconder
diante dos monstros e que não devemos abster-nos do alimento com medo de sermos envenenados”.
Identifique a opção que melhor expressa esse pensamento de Voltaire.
a) Aquele que se pauta pela razão e pela verdade não é um sábio, pois corre um risco
desnecessário.
b) A razão é impotente diante do fanatismo, pois esse sempre se impõe sobre os seres humanos.
c) Aquele que se orienta pela razão e pela verdade deve munir-se da coragem para enfrentar o
obscurantismo e o fanatismo.
d) O fanatismo e o obscurantismo são coisas do passado e por isso a razão não precisa mais estar
alerta.
e) A razão envenena o espírito humano com o fanatismo.

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História

4. (UFPA 2011) O texto abaixo recupera uma obra iluminista dirigida por Denis Diderot e Jean Le Rond d’
Alembert em 1772 na França intitulada de Enciclopédia ou Dicionário racional das ciências, das artes
e dos ofícios. No texto afirma-se que: na Enciclopédia não havia área do engenho humano que não
tivesse sido coberta. Ali se observava a confiança de que os homens eram, ou poderiam ser em breve,
senhores de seu próprio destino, que poderiam moldar o mundo e a sociedade de acordo com as
suas conveniências e vantagens. Era o poder da razão. Por isso mesmo a Enciclopédia não foi
universalmente aceita. Poderes absolutistas civis e religiosos foram seus combatentes.
(DENT, N. J. H.. Dicionário de Rousseau. Rio de Janeiro: Zahar, 1996, p. 125. Texto adaptado).

A Enciclopédia proposta por homens iluministas como Diderot e D’Alembert foi criticada no contexto
francês do final do século XVIII, porque nesse momento o absolutismo e razão significavam
a) modos de viver compatíveis, nos quais as novas e modernas ideias iluministas eram absorvidas
pelos reis absolutistas, que percebiam nelas as vantagens de se moldar o mundo à sua forma e
maneira, tal qual Diderot em sua Enciclopédia, o que possibilitou o advento da monarquia
constitucional.

b) maneiras de fazer política muito diversas. Para os racionalistas, a política absolutista deveria ser
reestruturada ou revolucionada, pois os novos saberes deveriam vir das experiências e das novas
ciências e não de Deus e seus emissários.
c) formas incompatíveis de fazer política, pois o povo francês era governado por um velho monarca
autoritário que se mantinha no poder devido à ignorância do povo. Já livros como a Enciclopédia
seriam a base da nova sociedade revolucionária e anarquista proposta por Diderot.
d) formas de governo inconciliáveis, pois o absolutismo era autoritário e ultrapassado. Já os
enciclopedistas, como Diderot e D’ Alembert, desejavam a derrubada do Rei pelos revolucionários
comunistas, formadores de ideias socialistas vinculadas ao marxismo contemporâneo.
e) maneiras de governar muito distintas, pois os enciclopedistas eram homens de letras, que
iniciavam carreira política nas fileiras dos liberais exaltados, e o monarca absolutista era do
partido conservador francês.

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História

5. (IFPE 2018) O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutela que estes mesmos se
impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão
independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutela quando esta resulta não de
uma deficiência do entendimento, mas da falta de resolução e coragem para fazer uso do
entendimento independentemente da direção de outrem. Tem coragem para uso da própria razão! –
Esse é o lema do Iluminismo (...).
KANT, I. “Resposta à pergunta: O que é o ‘Esclarecimento’?”. In: Textos seletos. Petrópolis: Vozes, 1974, p. 100-117.

A partir da interpretação do texto e de seus conhecimentos sobre o Iluminismo (Esclarecimento), é


CORRETO afirmar que
a) todo homem deve ousar pensar por si mesmo, rompendo com a autotutela.
b) o homem é incapaz de, sozinho, alcançar o uso da razão.
c) o homem deve ousar saber, ousar pensar, mas obedecendo à tutela de autoridades externas a
ele.
d) a razão é soberana e que todos precisam ser tutelados pela tradição antiga.
e) o homem vive melhor sob tutela do que quando ousa pensar por si mesmo.

6. (ETEC 2016) O século XVIII ficou conhecido como o Século das Luzes. Não pelas inovações
energéticas que facilitariam a vida nas cidades, mas sim pela difusão de novas ideias diante das
“trevas da ignorância” que eram associadas, por exemplo, às ações adotadas pela Igreja em relação à
ciência e ao poder. A chamada filosofia Iluminista trouxe pensamentos e valores que nos influenciam
até hoje, como liberdade e igualdade.
Como consequências diretas destes ideais, naquele contexto, é correto mencionar
a) os movimentos de independência de colônias europeias na América.
b) as grandes navegações espanholas e portuguesas para a Ásia.
c) a escravização de povos africanos e indígenas na América.
d) o reconhecimento do poder absoluto dos reis na Europa.
e) a criação de estados teocráticos na Europa.

7. (UEMA 2010) O Iluminismo foi um movimento no século XVIII que pretendeu modificações na
sociedade do Antigo Regime. Sobre os filósofos iluministas, pode-se afirmar que pretendiam
a) a liberdade política para todas as camadas sociais, através do direito de voto (sufrágio
universal).
b) a liberdade política somente para alguns, sendo em geral conservadores, com exceção de
Voltaire, que era favorável à participação do povo na política.
c) acabar com os privilégios da Igreja Católica, que era associada ao obscurantismo; defendiam
adoção do regime democrático para os burgueses, camponeses e aristocratas.
d) desenvolver a Razão nas mais diferentes modalidades do conhecimento, sob os auspícios do
monarca absolutista, que garantiria liberdade religiosa e política aos cidadãos através do voto
censitário.
e) a liberdade política para a burguesia, através da igualdade jurídica perante a lei e da defesa do
direito de propriedade da terra.

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História

8. (UFAM 2015) A partir da segunda metade do século XVIII, enquanto alguns países da Europa
Ocidental assistiam à vitória das forças ligadas ao capitalismo, em outros países empreendeu-se uma
política reformista visando à modernização dos Estados pelos respectivos soberanos. A essa política,
que variou segundo as circunstâncias próprias a cada país, denominamos de despotismo esclarecido
ou reformismo ilustrado. Geralmente os ‘monarcas esclarecidos’ adotavam a fraseologia dos
filósofos do Iluminismo para empreender a modernização de seus Estados; tratava-se de adaptar
alguns princípios novos a Estados de condições socioeconômicas e políticas atrasadas.”
AQUINO, R. História das Sociedades. Das Sociedades Modernas às Sociedades Atuais. RJ: Novo Milênio, 2010.

O apogeu do despotismo esclarecido na Prússia foi atingido no governo de Frederico II, o Grande.
Influenciado principalmente pelo ideário de Voltaire, ele acreditava que o rei era o coração, a alma e o
cérebro do Estado. Para o monarca, o objetivo de governo era o bem comum, a preocupação com os
interesses, felicidade e bem estar do povo. Ao assumir o poder, Frederico II adotou uma série de
medidas, como:
a) Confisco dos bens e as propriedades da Igreja, distribuindo essas terras aos nobres.
b) Elevação do imposto de captação, sobretaxando os camponeses prussianos, o que aumentou as
receitas do Estado.
c) Abolição das torturas aos presos políticos, concedendo aos prussianos plena liberdade de
expressão.
d) Manutenção do regime de servidão e aumento dos direitos dos proprietários sobre os servos da
terra.
e) Criação de um Tribunal de Justiça para julgar delitos da nobreza e promulgação de uma
Constituição baseada em princípios democráticos.

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História

9. O chamado despotismo esclarecido, nome pelo qual ficaram conhecidas algumas monarquias
absolutistas do século XVIII, apresentou-se particularmente expressivo na península ibérica, tanto em
Portugal, como na Espanha. Nos dois países, com efeito, as monarquias empreenderam reformas
capazes de renovar as economias dos respectivos reinos, sem prejuízo do que era essencial ao
Antigo Regime.
Assinale a opção que indica o caráter ilustrado das reformas adotadas em Portugal e na Espanha
setecentistas:
a) No caso espanhol as reformas bourbônicas foram mais radicais, pois estabeleceram o livre-
comércio com a abolição do regime de porto único, em 1717, ao passo que , em Portugal, o
processo foi mais lento, mantendo-se o privilégio exclusivo de Lisboa para o comércio com o
Brasil.
b) Nos dois casos a monarquia combateu e finalmente expulsou os jesuítas de seus domínios
ultramarinos, ao que se seguiu a abolição dos tribunais da inquisição, a começar, no caso
hispânico, pelo Santo Ofício de Cartagena de Índias.
c) Nos dois casos houve incentivos à formação de companhias de comércio visual incrementar os
vínculos mercantis com as respectivas colônias americanas, o que não implicou qualquer
eliminação do monopólio, nem afrouxamento da máquina fiscal metropolitana.
d) No caso espanhol as reformas procuraram preservar os privilégios da nobreza tradicional, apesar
da extinção das alcabalas, ao passo que a administração pombalina em Portugal chegou a
condenar nobres à morte sob o pretexto de que tramavam o assassinato do rei D. José I.
e) Nos dois casos a ofensiva contra os privilégios da nobreza e clero foi notável: expulsão dos
jesuítas, extinção do Santo Ofício, expropriação dos bens do clero, abolição dos morgadios ou
Mayorazgos e combate implacável aos usos e costumes aristocráticos, com a proibição do porte
de espadas e do uso de perucas à moda francesa.

10. ( UEG 2013 – Adaptada) As suposições imediatas apontavam para um castigo divino. O Deus
vingador que destruíra Sodoma e Gomorra demonstrava mais uma vez a sua cólera perante os
pecados dos homens. A Europa recordava a orgulhosa Lisboa que dominara o comércio mundial e
via-se castigada pelo mau uso que fizera de sua riqueza.
DEL PRIORE, Mary. O mal sobre a Terra. Rio de Janeiro: Topbooks, 2003. p. 150.
A citação refere-se ao terremoto de Lisboa, que arrasou a capital portuguesa em 1º de novembro de
1755. Essa visão de que o terremoto foi um castigo divino expressa uma concepção de
a) conhecimento geológico incompatível com o secularismo iluminista.
b) divindade incompatível com o Deus misericordioso do catolicismo romano.
c) moralidade portuguesa marcada pela tolerância à diversidade religiosa e sexual.
d) natureza interligada ao sagrado, típica de uma concepção mecanicista do Universo.
e) crença na explicação de um evento geológico baseado na racionalidade.

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História

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. B
Com a expansão das ideias iluministas pelo continente europeu, algumas monarquias absolutistas
decidiram implantar parte das práticas propostas pelo movimento, com a intenção de manter seu poder
e evitar a proliferação de questionamentos à ordem vigente.

2. D
As principais reformas feitas pelos déspotas esclarecidos foram no campo da economia e da
educação, com a racionalização da administração pública, a criação de escolas e reformas
educacionais.

3. A
Para Voltaire, as mudanças na sociedade, para torná-la mais esclarecida, não deveriam acontecer
através de guerras, revoluções ou violência, mas sim pelas mãos dos próprios monarcas, sob a
orientação de filósofos. Tais monarcas ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos.

4. Com a aplicação do despotismo esclarecido na Europa, as colônias acabaram sofrendo consequências,


devido à aplicação das novas ideias, especialmente a colônia portuguesa, que promoveu uma maior
diversificação econômica, com a criação de companhias de comércio, uma maior independência entre
o ensino e a Igreja, através da expulsão dos jesuítas, e, por fim, houve o recrudescimento do controle
metropolitano sobre a colônia.

5. C
Apesar de todas as reformas promovidas pelos déspotas esclarecidos, o absolutismo continuou a todo
vapor, com o poder concentrado nas mãos do rei. É importante perceber que essas monarquias apenas
aplicaram ideias iluministas em campos que eram de seus interesses e que não colocavam em
questão os seus poderes.

Exercícios de vestibulares

1. B
O trecho aponta para o movimento que ocorreu no século XVIII, em que muitos monarcas adotaram
medidas modernizantes, inspiradas no Iluminismo, para promover a manutenção do seu poder.

2. E
O despotismo esclarecido foi uma forma de governo que conciliava o absolutismo com a aplicação de
algumas medidas iluministas para racionalizar a administração pública e diminuir os impactos das
criticas às monarquias absolutistas dentro do seu próprio território.

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História

3. C
Para os pensadores iluministas, a razão é o único caminho para combater o fanatismo e o misticismo
que havia sido largamente propagado durante os séculos anteriores.

4. B
A Enciclopédia criticava o saber proveniente da fé e acreditava na formação de cidadãos conscientes,
através do conhecimento obtido pela racionalidade; entretanto, apesar do absolutismo e iluminismo
defenderem maneiras diferentes de fazer política, tal “conciliação” entre ambos foi possível com a
criação do despotismo esclarecido.

5. A
Para os iluministas, os homens somente romperiam o ciclo de tutela, seja do Estado, seja da Igreja,
quando ousassem pensar por si mesmos, colocando a razão em primeiro lugar.

6. A
Uma das consequências da expansão das ideias iluministas para as colônias americanas foi a eclosão
de movimentos separatitas baseados em seus ideais, como no caso da independência das Treze
Colônias.

7. E
O Iluminismo foi um movimento que ganhou o apoio da burguesia, por dar a base intelectual e política
aos interesses da classe. Lembrando que foi no “Século das Luzes” (XVIII) que ocorreu a Revolução
Industrial, e o poder político concentrado na mão da burguesia era um fator essencial para a expansão
da industrialização.

8. C
Adepto ao Despotismo Esclarecido, Frederico II procurou modernizar a Prússia através de uma série de
medidas consideradas iluministas, como a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, além de
acabar com os castigos físicos impostos aos opositores.

9. C
Tais reformas tinham como objetivo alavancar as economias portuguesa e espanhola, aumentando
seus ganhos provenientes da exploração de suas colônias; contudo, não contaram com o
afrouxamento do pacto colonial, muito pelo contrário.

10. A
A explicação apresentada no trecho para o terremoto de 1755 que atingiu a capital portuguesa destoa
completamente dos ideais iluministas, que defendiam que os fenômenos naturais não deveriam ser
explicados pela vontade de Deus, mas sim por um viés racional.

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Matemática

Função afim: definição, taxa de crescimento e gráfico

Objetivo
Reconhecer a lei de formação de uma função afim e seus coeficientes. Mostrar os tipos de funções. Construir
gráfico dessa função do 1º grau. Achar a raiz da função. Estabelecer o sinal da função e se é decrescente ou
crescente. Resolver problemas envolvendo gráficos e função do primeiro grau.

Se liga
Para essa aula é importante que você tenha visto as aulas de introdução ao estudo das funções e de
classificação.

Curiosidade
Você sabia que o conceito de função foi aprimorado com o passar dos tempos? As primeiras ideias sobre o
conceito de função apareceram no século XVII por Isaac Newton. Aprimorando–se das teorias de Newton,
Leibniz demonstrou pela primeira vez a aplicação do conceito de função e foi o primeiro a usar o termo
“função”. E mais tarde, Euler quem introduziu a notação f(x).

Teoria

Chama-se de função afim, ou função polinomial do 1°grau, toda função f de R em R dada pela lei de formação:
𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏
em que a e b são números reais, tal que 𝑎 ≠ 0, chamados de coeficientes numéricos, sendo a chamado de
coeficiente angular e b, de coeficiente linear.
Observação: o coeficiente angular a é aquele que acompanha a variável 𝒙 e o coeficiente linear b é também
chamado de termo independente.

Exemplo: Na função definida por 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2, obtemos 𝑎 = 1 e 𝑏 = 2. Vejamos outros exemplos:


𝑎=8
𝑓(𝑥) = 8𝑥 − 1 ⇒ {
𝑏 = −1
𝑎 = −3
𝑓(𝑥) = −3𝑥 + 4 ⇒ {
𝑏=4
𝑎 = 10
𝑓(𝑥) = 10𝑥 ⇒ {
𝑏=0
1
𝑥 𝑎=
𝑓(𝑥) = − 5 ⇒ { 2
2
𝑏 = −5

𝑓(𝑥) = −0,3 + √2x ⇒ { 𝑎 = √2


𝑏 = −0,3

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Matemática

Função Linear
Há um caso particular de função afim que é definido quando 𝑏 = 0. Assim, a função afimf de 𝑅 em 𝑅, definida
pela lei 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥, 𝑎 ∈ 𝑅 é chamada de função linear. Dos exemplos tratados anteriormente, é linear a função
dada por:
𝑎 = 10
𝑓(𝑥) = 10𝑥 ⇒ {
𝑏=0

Função Constante
Uma função afim é considerada constante quando em 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, 𝑎 = 0 𝑒 𝑏 ≠ 0. Assim, é definida pela lei
𝑓(𝑥) = 𝑏, 𝑏 ∈ 𝑅. O gráfico dessa função é sempre uma reta paralela ou coincidente ao eixo x. Vejamos um
exemplo abaixo:
𝑓(𝑥) = 5

2
Matemática

Taxa de Variação
Uma das características de uma função afim está relacionada à sua taxa de variação, que é constante;
vejamos como identificar essa taxa de variação e como ela se relaciona com os valores das variáveis x e y,
bem como com seus coeficientes numéricos. Para entendermos melhor, vejamos um exemplo:

“Uma empresa, ao calcular seus custos, separa-os em custos fixos e custos variáveis. Os custos como
aluguel, encargos fiscais, impostos e salários são considerados fixos, enquanto custos com matéria-prima,
comissões pagas aos funcionários e custos com fretes são exemplos de custos variáveis. Vamos supor que
uma empresa que produz certo material tem custo fixo de R$ 5.000,00 mensais e um custo variável, que
depende do número de peças produzidas, de R$ 30,00 por unidade fabricada. Como podemos representar o
custo mensal dessa empresa?”

Reparem que o custo inicial é de R$5000,00, uma que, caso nenhuma unidade seja produzida, ainda assim
esse seria o gasto da empresa. Além disso, a cada unidade fabricada, temos um aumento de R$30,00 no gasto
total. Assim, podemos escrever a função do custo mensal da empresa em função do número de quantidades
produzidas:
𝑓(𝑥 ) = 5000 + 30𝑥

Em que 𝑓(𝑥) é o gasto da empresa e 𝑥 é a quantidade de unidades produzidas. Assim, propomos a seguinte
pergunta: “O que acontece com o custo mensal da produção quando a quantidade de peças produzidas
aumenta?”
Para responder a ela, vamos construir uma tabela de valores em que os valores de x aumentam uma unidade
a cada linha.

Quantidade de peças produzidas (x) Custo mensal de produção (y)


𝑥=0 𝑦 = 30 ∙ 0 + 5000 = 5000
𝑥=1 𝑦 = 30 ∙ 1 + 5000 = 5030
𝑥=2 𝑦 = 30 ∙ 2 + 5000 = 5060
𝑥=3 𝑦 = 30 ∙ 3 + 5000 = 5090
𝑥=4 𝑦 = 30 ∙ 4 + 5000 = 5120

Observando os valores de y, podemos concluir que, quando os valores da variável x sofrem um aumento de 1
unidade, os valores de y aumentam 30 unidades. Assim, podemos dizer que os valores de y sofrem um
aumento constante a uma taxa de 30 unidades para cada unidade que aumentamos em x. Comparando o
valor da taxa constante de aumento com os valores dos coeficientes a e b, concluímos que o valor da taxa de
aumento é dado pelo valor do coeficiente numérico a, ou seja, o valor de a representa a taxa de variação da
função afim 𝑓(𝑥) = 5000 + 30𝑥.

3
Matemática

Agora que já sabemos a importância do coeficiente a, podemos aprender a calculá-lo. Dessa maneira, temos
que a taxa de variação de uma função afim é dada pela razão entre a variação das ordenadas e a variação
das abscissas de dois pontos quaisquer pertencentes à função. Logo, concluímos que a variação da função
afim é dada por
∆𝑦
𝑎=
∆𝑥

Em que, dados dois pontos 𝐴(𝑥𝑎 , 𝑦𝑎 ) e 𝐵(𝑥𝑏 , 𝑦𝑏 ), obtemos ∆𝑥 = 𝑥𝑎 − 𝑥𝑏 𝑒 ∆𝑦 = 𝑦𝑎 − 𝑦𝑏 .


É importante saber:
• Se 𝑎 > 0, temos uma função afim crescente.
• Se 𝑎 < 0, temos uma função afim decrescente.

Representação Gráfica
Agora que já estudamos algumas propriedades e relações entre as variáveis x e y da função afim, devemos
estabelecer qual é o comportamento dessa função em um plano cartesiano. Quando colocamos os pontos
de uma função em um mesmo plano, determinamos uma curva que é chamada de gráfico da função. Para
uma função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0 , o gráfico é uma reta oblíqua aos eixos 0x e 0y, ou seja, uma reta
não paralela a nenhum dos eixos coordenados. Dessa maneira, para que possamos desenhar a reta que
representa uma função afim, precisamos de apenas dois de seus pontos. Observe o exemplo abaixo:
Exemplo: Desenhar o gráfico de 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2.

Vimos que precisamos de apenas dois pontos pertencentes à função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2. Como podemos escolher
quais pontos usar, é conveniente escolhermos os pontos de fácil cálculo, como os da tabela abaixo:

x y Par ordenado

4
Matemática

Agora, podemos, através dos pontos A e B, desenhar o gráfico da função 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 2:

Aprenderemos abaixo algumas maneiras de facilitar a representação gráfica de uma função afim.

Coeficiente angular no gráfico


𝛥𝑦
Dada uma função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0, seu coeficiente angular é dado por 𝑎 = . Graficamente,
𝛥𝑥
tomando dois pontos quaisquer de uma função afim, obtemos:

Note que, no triângulo retângulo ABC, temos os catetos 𝐴𝐶 = 𝛥𝑥 = 𝑥𝑏 − 𝑥𝑎 e 𝐵𝐶 = 𝛥𝑦 = 𝑦𝑏 − 𝑦𝑎 . Pela relação


de tangente, temos:
𝐵𝐶 𝛥𝑦
𝑡𝑔𝜃 = = =𝑎
𝐴𝐶 𝛥𝑥

Ou seja, o coeficiente angular a de uma função afim também pode ser expresso como a tangente do ângulo
que a função faz com o eixo no sentido anti-horário.

5
Matemática

Coeficiente linear no gráfico


Seja uma função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, com 𝑎 ≠ 0. Chamamos o coeficiente numérico b de coeficiente linear.
O coeficiente linear é o valor de y encontrado quando 𝑥 = 0.
Calculamos f(0):
𝑓(0) = 𝑎 ∙ 0 + 𝑏 = 𝑏 ⇒ 𝑓(0) = 𝑏

Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto 0,b. No plano cartesiano, esse ponto representa a
intersecção da reta com o eixo das ordenadas, ou seja, do eixo 0y.

Raiz ou zero da função


Por fim, devemos saber reconhecer um elemento importante do gráfico de uma função afim, que é chamado
de raiz ou zero da função.
Em uma função afim 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏, a raiz é o valor de x quando 𝑦 = 0. Isto é, para obter a raiz da função
devemos igualar a zero o polinômio do 1° grau. 𝑥1 é raiz da função afim se, e somente se, 𝑓(𝑥1 ) = 0.

Na forma de um par ordenado, a raiz da função é a abscissa do ponto (𝑥1 , 0) que pertence ao eixo 0x do plano
cartesiano.

6
Matemática

Estudo do sinal de uma função afim


Assim como para as equações, no estudo das inequações devemos, primeiramente, definir uma inequação
para que, em seguida, possamos trabalhar com um tipo de inequação chamada de inequação do 1º grau.
Para analisarmos o sinal de uma função afim, precisamos separar em dois casos:
• Se 𝑎 > 0, sendo 𝑥1 a raiz da função, temos:

𝑓(𝑥) < 0, 𝑠𝑒 𝑥 < 𝑥1


{𝑓(𝑥) = 0, 𝑠𝑒 𝑥 = 𝑥1
𝑓(𝑥) > 0, 𝑠𝑒 𝑥 > 𝑥1

• Se 𝑎 < 0, sendo 𝑥1 a raiz da função, temos:

𝑓(𝑥) < 0, 𝑠𝑒 𝑥 > 𝑥1


{𝑓(𝑥) = 0, 𝑠𝑒 𝑥 = 𝑥1
𝑓(𝑥) > 0, 𝑠𝑒 𝑥 < 𝑥1

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Matemática

Exercícios de fixação

1. Seja 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏 cujo gráfico passa pelos pontos A(1,2) e B(3,4), qual é o valor do coeficiente ângular?

2. O coeficiente linear da função 𝑓(𝑥) = 4(𝑥 + 2) é:


a) 2
b) 4
c) 8

3. A função 𝑓(𝑥) = −𝑥 + 3 é
a) Crescente
b) Decrescente

4. Considere a função real da forma 𝑓(𝑥) = 𝑎𝑥 + 𝑏. Sabendo que 𝑓(1) = − 1 𝑒 𝑓(0) = 2, qual é o valor do
produto 𝑎 ∙ 𝑏?
a) 1
b) 6
c) -6

5. Qual é a raiz da função 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 4

8
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. Após realizar uma pesquisa de mercado, uma operadora de telefonia celular ofereceu aos clientes que
utilizavam até 500 ligações ao mês o seguinte plano mensal: um valor fixo de R$12,00 para os clientes
que fazem até 100 ligações ao mês. Caso o cliente faça mais de 100 ligações, será cobrado um valor
adicional de R$ 0,10 por ligação, a partir da 101ª até a 300ª; e caso realize entre 300 e 500 ligações,
será cobrado um valor fixo mensal de R$32,00. Com base nos elementos apresentados, o gráfico que
melhor representa a relação entre o valor mensal pago nesse plano e o número de ligações feitas é:

a)

b)

c)

d)

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Matemática

2. O prefeito de uma cidade deseja construir uma rodovia para dar acesso a outro município. Para isso,
foi aberta uma licitação na qual concorreram duas empresas. A primeira cobrou R$ 100 000,00 por km
construído (n), acrescidos de um valor fixo de R$ 350 000,00, enquanto a segunda cobrou R$ 120 000,00
por km construído (n), acrescidos de um valor fixo de R$ 150 000,00. As duas empresas apresentam o
mesmo padrão de qualidade dos serviços prestados, mas apenas uma delas poderá ser contratada.
Do ponto de vista econômico, qual equação possibilitaria encontrar a extensão da rodovia que tornaria
indiferente para a prefeitura escolher qualquer uma das propostas apresentadas?
a) 100n + 350 = 120n + 150
b) 100n + 150 = 120n + 350
c) 100(n + 350) = 120(n + 150)
d) 100(n + 350 000) = 120(n +150 000)
e) 350(n + 100 000) = 150(n + 120 000)

3. Um sítio foi adquirido por R$ 200 000,00. O proprietário verificou que a valorização do imóvel, após sua
aquisição, cresceu em função do tempo conforme o gráfico, e que essa tendência de valorização se
manteve nos anos seguintes

O valor desse sítio, no décimo ano após sua compra, em real, será de
a) 190 000.
b) 232 000.
c) 272 000.
d) 400 000.
e) 500 000.

10
Matemática

4. As curvas de oferta e de demanda de um produto representam, respectivamente, as quantidades que


vendedores e consumidores estão dispostos a comercializar em função do preço do produto. Em
alguns casos, essas curvas podem ser representadas por retas. Suponha que as quantidades de oferta
e de demanda de um produto sejam, respectivamente, representadas pelas equações:
𝑄𝑂 = – 20 + 4𝑃
𝑄𝐷 = 46 – 2𝑃

em que 𝑄𝑂 é quantidade de oferta, 𝑄𝐷 é a quantidade de demanda e P é o preço do produto.


A partir dessas equações, de oferta e de demanda, os economistas encontram o preço de equilíbrio de
mercado, ou seja, quando 𝑄𝑂 e 𝑄𝐷 se igualam.
Para a situação descrita, qual o valor do preço de equilíbrio?
a) 5
b) 11
c) 13
d) 23
e) 33

5. Um reservatório é abastecido com água por uma torneira e um ralo faz a drenagem da água desse
reservatório. Os gráficos representam as vazões Q, em litro por minuto, do volume de água que entra
no reservatório pela torneira e do volume que sai pelo ralo, em função do tempo t, em minuto.

Em qual intervalo de tempo, em minuto, o reservatório tem uma vazão constante de enchimento?
a) De 0 a 10.
b) De 5 a 10.
c) De 5 a 15.
d) De 15 a 25.
e) De 0 a 25.

11
Matemática

6. O gráfico mostra o número de favelas no município do Rio de Janeiro entre 1980 e 2004, considerando
que a variação nesse número entre os anos considerados é linear.

Se o padrão na variação do período 2004/2010 se mantiver nos próximos 6 anos, e sabendo que o
número de favelas em 2010 é 968, então o número de favelas em 2016 será
a) menor que 1150.
b) 218 unidades maior que em 2004.
c) maior que 1150 e menor que 1200.
d) 177 unidades maior que em 2010.
e) maior que 1200.

7. A água para o abastecimento de um prédio é armazenada em um sistema formado por dois


reservatórios idênticos, em formato de bloco retangular, ligados entre si por um cano igual ao cano de
entrada, conforme ilustra a figura.

A água entra no sistema pelo cano de entrada no Reservatório 1 a uma vazão constante e, ao atingir o
nível do cano de ligação, passa a abastecer o Reservatório 2. Suponha que, inicialmente, os dois
reservatórios estejam vazios.
Qual dos gráficos melhores descreverá a altura h do nível da água no Reservatório 1, em função do
volume V de água no sistema?

a)

12
Matemática

b)

c)

d)

e)

8. Na aferição de um novo semáforo, os tempos são ajustados de modo que, em cada ciclo completo
(verde-amarelo- vermelho), a luz amarela permaneça acesa por 5 segundos, e o tempo em que a luz
verde permaneça acesa seja igual a 2/3 do tempo em que a luz vermelha fique acesa. A luz verde fica
acesa, em cada ciclo, durante X segundos e cada ciclo dura Y segundos.
Qual é a expressão que representa a relação entre X e Y?
a) 5X − 3Y + 15 = 0
b) 5X − 2Y + 10 = 0
c) 3X − 3Y + 15 = 0
d) 3X − 2Y + 15 = 0
e) 3X − 2Y + 10 = 0

13
Matemática

9. Chegando ao destino de uma mesma viagem, os turistas X e Y alugarão, cada um deles, um carro.
Fizeram, previamente, cotações com as mesmas três locadoras de automóveis da região. Os valores
dos aluguéis estão representados pelas expressões dadas no quadro, sendo K o número de quilômetros
percorridos, e N o número de diárias pagas pelo aluguel.

O turista X alugará um carro em uma mesma locadora por três dias e percorrerá 250 km. Já a pessoa
Y usará o carro por apenas um dia e percorrerá 120 km. Com o intuito de economizarem com as
locações dos carros, e mediante as informações, os turistas X e Y alugarão os carros, respectivamente,
nas empresas
a) I e II.
b) I e III.
c) II e II.
d) II e III.
e) III e I.

10. O saldo de contratações no mercado formal no setor varejista da região metropolitana de São Paulo
registrou alta. Comparando as contratações deste setor no mês de fevereiro com as de janeiro deste
ano, houve incremento de 4 300 vagas no setor, totalizando 880 605 trabalhadores com carteira
assinada.
(Disponível em: http://www.folha.uol.com.br Acesso em: 26 abr. 2010 (adaptado).)
Suponha que o incremento de trabalhadores no setor varejista seja sempre o mesmo nos seis primeiros
meses do ano.
Considerando-se que y e x representam, respectivamente, as quantidades de trabalhadores no setor
varejista e os meses, janeiro sendo o primeiro, fevereiro, o segundo, e assim por diante, a expressão
algébrica que relaciona essas quantidades nesses meses é
a) y = 4 300x
b) y = 884 905 x
c) y = 872 005 + 4 300x
d) y = 876 305 + 4 300x
e) y = 880 605 + 4 300x

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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14
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. O coeficiente angular é o que acompanha o x, basta sabermos dois pontos para conseguir calculá-lo
∆𝑦
𝑎=
∆𝑥
4−2 2
𝑎= = =1
3−1 2
Portanto, o coeficiente angular é 𝑎 = 1.

2. C
O coeficiente linear é o termo independente da função, em 𝒇(𝒙) = 𝟒(𝒙 + 𝟐), temos:
𝒇(𝒙) = 𝟒(𝒙 + 𝟐)
𝒇(𝒙) = 𝟒𝒙 + 𝟖
Então, o coeficientte linear é 8.

3. B
É descrescente por 𝒂 = −𝟏 < 𝟎

4. C
Substituindo 𝒇(𝟎) = 𝟐 em 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝒃, temos
𝒇(𝟎) = 𝒂(𝟎) + 𝒃
𝟐=𝟎+𝒃
𝒃=𝟐
Então já sabemos que o valor de b = 2, substituindo temos:
𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝟐
Temos também que 𝒇(𝟏) = −𝟏, substituindo em 𝒇(𝒙) = 𝒂𝒙 + 𝟐, temos
𝒇(𝟏) = 𝒂(𝟏) + 𝟐
−𝟏 = 𝒂 + 𝟐
𝒂 = −𝟐 − 𝟏
𝒂 = −𝟑
Portanto,
𝒂 ∙ 𝒃 = (−𝟑) ∙ 𝟐 = −𝟔

5. Para sabermos a raiz da função, basta igualarmos a função a zero. Ou seja,


𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 + 𝟒 = 𝟎
𝟐𝒙 + 𝟒 = 𝟎
𝟐𝒙 = −𝟒
−𝟒
𝒙=
𝟐
𝒙 = −𝟐

15
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. B
No primeiro instante 0 a 100, o preço é constante, de 101 a 300 variável e de 301 a 500 volta a ser
constante. O gráfico que mostra isso é o B.

2. A
Empresa A: 𝑃𝐴 = 100 000𝑛 + 350 000
Empresa B: 𝑃𝐵 = 120 000𝑛 + 150 000
Igualando os preços 𝑃𝐴 = 𝑃𝐵 , temos:
100 000𝑛 + 350 000 = 120 000𝑛 + 150 000
Simplificando por 1000, temos
100𝑛 + 350 = 120𝑛 + 150

3. D
Podemos descobrir a equação da reta 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 e aplicar o ponto em que x = 10 para descobrir o valor
de 𝑦1 .
Temos que o coeficiente linear é o ponto em que a reta corta o eixo y, então 𝑏 = 200 000.
O coeficiente angular calculamos através da seguinte fórmula
∆𝑦
𝑎=
∆𝑥
Escolhendo dois pontos A (0,200 000) e B(2, 240 000), temso então
240 000 − 200 000 40 000
𝑎= = = 20 000
2−0 2
Então, substituindo o valor de a e de b em 𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏 , temos:
𝑦 = 20 000𝑥 + 200 000
Agora, aplicando o ponto C (10, 𝑦1 ), temos
𝑦1 = 20 000 (10) + 200 000
𝑦1 = 200 000 + 200 000
𝑦1 = 400 000

4. B
Sendo 𝑄𝑂 = −20 + 4𝑃 𝑒 𝑄𝐷 = 46 – 2𝑃, o preço de equilíbrio se obtém para 𝑄𝑂 = 𝑄𝐷 .
Logo:
−20 + 4𝑃 = 46 – 2𝑃 ⇔ 𝑃 = 11

5. B
O reservatório terá uma vazão constante de enchimento quando, no intervalo em que isso ocorrer, as
vazões da torneira e do ralo forem constantes. Do gráfico, as duas vazões são constantes
simultaneamente no intervalo de 5 a 10.

16
Matemática

6. C

De acordo com o enunciado, sendo x o número de favelas em 2016, temos:


𝑥 – 750 = 2 . 218 ⇔ 𝑥 = 1186.

7. D
Como o reservatório 1 é um prisma então seu crescimento até o nível do cano de ligação é uma função
linear.
Durante a passagem pelo cano de ligação até o preenchimento do reservatório 2 temos uma função
constante.
Após a passagem pelo cano de ligação, o reservatório 1 e o reservatório 2 crescem de forma linear com
inclinação inferior a do primeiro instante.

8. B
Em cada ciclo Y: Luz vermelha acesa: V segundos
Luz verde acesa: X segundos e 2/3 de V
Luz amarela acesa: 5 segundos
2 3𝑥
𝑋 =
∙ 𝑉 ⇔ 𝑉 =
3 2
3𝑥
𝑋 + 𝑌 + 𝑉 = 𝑌 ⇔ 𝑋 + 5+ = 𝑌 ⇔ 5𝑋 – 2𝑌 + 10 = 0
2

9. B
Precisamos calcular o valor cobrado em cada empresa e comparar.
X) N = 3 e K = 250
I. 100.3 + 0,8.250 = 500
II. 70.3 + 1,2.250 = 510
III. 120.3 + 0,6.250 = 510

Y) N = 1 e K = 120
I. 100.1 + 0,8.120 = 196
II. 70.1 + 1,2.120 = 214
III. 120.1 + 0,6.120 = 192

17
Matemática

10. C
Admitido um crescimento constante, temos uma função do primeiro grau dada por:
𝑦 = 𝑎𝑥 + 𝑏
Onde a = 4300 (taxa constante) e 𝑏 = 880605 − 2 ∙ 4300 = 872005.
Logo, 𝑦 = 4300𝑥 + 872005.

18
Matemática

Introdução ao estudo das funções: classificação e determinação de


Domínio e Imagem

Objetivo
Entender o conceito de função, os conceitos de domínio e imagem e como classificar funções como injetora,
sobrejetora ou bijetora.

Se liga
Para essa aula, é importante conhecer os conceitos de conjuntos. Caso você não lembre e queira recordar,
temos um artigo do Blog Descomplica que você pode conferir clicando aqui.

Curiosidade
Você sabia que o conceito de funções surgiu no século XVII? Sim, naquela época as funções eram aquelas
definidas por expressões analíticas. Mas o conceito moderno de funções que iremos estudar neste material
não é atribuído a nenhum matemático específico pois não há um consenso sobre a quem devemos dar o
crédito.

Teoria

Definição
Função é uma lei que transforma elementos de um conjunto em elementos de outro conjunto, por exemplo,
ao falarmos que os valores sempre dobram, isso é uma lei, que matematicamente escrevemos como 𝑓(𝑥) =
2𝑥. Podemos representar uma função de forma genérica como:
𝑓: 𝐴 → 𝐵
𝑥 → 𝑦 = 𝑓(𝑥)

Ou seja, cada função que associa valores do conjunto A a valores do conjunto B e onde cada elemento 𝑥 ∈ 𝐴
corresponde um único 𝑦 ∈ 𝐵 .

1
Matemática

Domínio, Contradomínio e Imagem

O conjunto A é denominado domínio da função, também chamado de conjunto de partida e o conjunto B é


denominado contradomínio da função, ou é o conjunto de chegada. Outra forma de interpretar é que o
domínio é o conjunto onde estão os valores possíveis para o x e o contradomínio é o conjunto que estão os
elementos que podem corresponder aos elementos do domínio.

Já a imagem da função são todos os elementos de B que estão relacionados com os elementos de A, ou seja,
cada elemento x do domínio se relaciona a um e somente um elemento y do contradomínio. Vale ressaltar
que não necessariamente a imagem da função é igual ao contradomínio.

Exemplo:
Considere uma função de A em B onde A = {0,1,2,3} e B = {-1,0,1,2,3,4,5} com a lei de formação f(x) = x +.
• Determine o conjunto imagem.
Note que no exemplo acima se trata de uma função, já que cada elemento de A se relaciona a um
elemento de B. Como vimos antes, no domínio (A) estão os elementos de x. Logo aplicando na lei de
formação temos:
𝑓(0) = 0 + 1 = 1
𝑓(1) = 0 + 1 = 1
𝑓(2) = 2 + 1 = 3
𝑓(3) = 3 + 1 = 4

Logo, o conjunto imagem é dado por {1,2,3,4}.


Podemos destacar que o conjunto imagem é um subconjunto do conjunto contradomínio.

2
Matemática

Classificação

Função sobrejetora: É aquela que tem o conjunto imagem igual ao contradomínio.

Função injetora: É aquela que, para cada elemento da imagem, existe apenas um elemento no domínio. Ou
seja, em uma função injetora, elementos distintos do domínio possuem imagens distintas no contradomínio.

Função bijetora: Uma função é bijetora quando é simultaneamente injetora e sobrejetora.

Observação: É importante saber que existem funções que não são nem injetoras e nem sobrejetoras. Elas
simplesmente não apresentam classificação sob esse critério.

3
Matemática

Função par: Uma função é dita par, se e somente se 𝑓(−𝑥) = 𝑓(𝑥). Ou seja, valores simétricos de x possuem
a mesma imagem.

Dica: o gráfico de uma função par apresenta simetria em relação ao eixo y.

Função ímpar: Uma função é dita par, se e somente se 𝑓(−𝑥) = −𝑓(𝑥). Ou seja, valores simétricos de x
possuem imagens simétricas.

Dica: o gráfico de uma função ímpar apresenta simetria em relação à origem.

Observação: Existem funções que não podem ser classificadas quanto a paridade, ou seja, não são nem pares
nem ímpares.

4
Matemática

Restrição do domínio
Algumas funções reais apresentam problemas no cálculo de imagens para certos valores de x. A função
3
𝑓(𝑥) = , apresenta problema para x = 0, já que não existe divisão por zero. Como o elemento x = 0 não
𝑥
possui imagem, dizemos que ele não está definido no domínio dessa função. Dessa maneira, temos que
prestar atenção e calcular o domínio da função com que estamos trabalhando. Temos que observar duas
condições necessárias:
a) O denominador de qualquer função é diferente de zero.
b) Radicando de raízes de índice par são sempre positivos.

Função constante:
É aquele que, qualquer que seja o valor da abscissa, terá sempre a mesma ordenada.
Ex: f(x) = 3.

No exemplo acima fica claro que a função independe da variável x, ou seja, qualquer que seja o valor de x, a
função sempre valerá 3.

5
Matemática

Exercícios de fixação

1. Analise o diagrama abaixo e determine: o domínio, o contradomínio e o conjunto imagem.

2. Dada a função f(x) = 2x – 3, o domínio {3, 4, 5} e o contradomínio composto pelos naturais entre 1 e 10,
qual das opções abaixo representa o conjunto imagem dessa função?
a) {3, 5, 7}
b) {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}
c) {4, 6, 8}
d) {1, 2, 3, 4, 5}
e) {1, 3, 8}

3. Assinale a alternativa abaixo que apresenta o conjunto que não pertence ao domínio da função:

𝑓(𝑥) = √4𝑥 − 16
a) 2
b) 4
c) 6
d) 8
e) 20

6
Matemática

4. Marque a alternativa que representa a função abaixo:

a) 𝑓(𝑥) = 2𝑥 + 2; Bijetora
b) 𝑓(𝑥) = 𝑥² + 2; Injetora
c) 𝑓(𝑥) = 2𝑥²; Sobrejetora
d) 𝑓(𝑥) = 2𝑥²; Bijetora
e) 𝑓(𝑥) = 𝑥²; Injetora

5. Dada a função 𝑓: 𝑅 → 𝑅 definida por: 𝑓(𝑥) = 𝑥². Determinar 𝑓(0), 𝑓(−1), 𝑓 (−2), 𝑓(1), 𝑓(2) e o tipo de
função.

7
Matemática

Exercícios de vestibulares

1. Durante um programa nacional de imunização contra uma forma virulenta de gripe, representantes do
ministério da Saúde constataram que o custo de vacinação de "x" por cento da população era de,
150𝑥
aproximadamente, f (x) = milhões de reais. O domínio da função f é:
200 − 𝑥

a) todo número real x


b) todo número real x, exceto os positivos
c) todo número real x, exceto os negativos
d) todo número real x, exceto x = 200
e) todo número real x, exceto x 200

2. Para que o domínio da função f (x) = √𝑥 (𝑥 − 𝑘) + 1 seja todo o conjunto dos reais, deve-se ter:
a) K<0
b) K > -1
c) -1 ≤ 𝑘 ≤ 1
d) -2 ≤ 𝑘 ≤ 2
e) -1 ≤ 𝑘 ≤ 3

4
√𝑥 2 − 1
3. O maior domínio possível, dentro dos números reais, da função f dada por f (x) =
𝑥−2
vale:
a) {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 ≠ 2}
b) {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 > 1}
c) {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 ≤ −1} ∪ {𝑥 ∈ ℝ; 1 ≤ 𝑥 < 2} ∪ {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 > 2}
d) {𝑥 ∈ ℝ; 1 ≤ 𝑥 ≤ 2}
e) {𝑥 ∈ ℝ; 𝑥 < −1} ∪ {𝑥 ∈ ℝ; 1 ≤ 𝑥 < 2}

1+𝑥
4. O domínio da função real definida por f (x) = √
𝑥−4
é:

a) ]-1, 4[
b) ]- ∞,-1[ U [4, + ∞ [
c) [-1, 4]
d) ]- ∞,-1] U ]4, +∞ [
e) [-1, 4[

8
Matemática

𝑥 3 −5𝑥 2 +125
5. Seja A o maior subconjunto de R no qual está definida a função real √
𝑥+5
. Considere, ainda, B o
conjunto das imagens de f. Nessas condições:
a) 𝐴 = ℝ − {−5} ⅇ 𝐵 = ℝ+ − {10}
b) 𝐴 = ℝ − {−5} ⅇ 𝐵 = ℝ+
c) 𝐴 = ℝ − {−5} ⅇ 𝐵 = ℝ
d) 𝐴 = ℝ − {−5,5} ⅇ 𝐵 = ℝ+
e) 𝐴 = ℝ − {−5,5} ⅇ 𝐵 = ℝ+ − {10}

6. Se a função real definida por:


𝑥
f (x) =
√𝑥 − 2 + √6 − 𝑥
possui conjunto domínio D e conjunto imagem B, e se D-B=]a, b], então a + b vale:
a) 11
b) 9
c) 8
d) 7
e) 5

√2 − 𝑥
7. O domínio da função real f (x) =
𝑥 2 − 8𝑥 + 12
é:
a) ]2, ∞ [.
b) ]2, 6[.
c) ]– ∞, 6].
d) ]–2, 2].
e) ]– ∞, 2[.

9
Matemática

8. Analise as afirmações a seguir e assinale a alternativa que contém todas as corretas.


I. Se a parábola definida pela função f(x) = x2 + mx + 9 é tangente ao eixo das abscissas, então, o
único valor que pode assumir é m=6 .
1
II. O conjunto Df = 𝑅 - {-3, 3} é o domínio da função f (x) =
|𝑥| − 3

III. Sejam f,g e f+g funções reais. Se f e g são funções, então f+g também será uma função injetora
𝑥+2
IV. Se a função f definida f : 𝑅 − {2} 𝑅 - {a} por f (x) = é inversível,então, a = -1
2−𝑥
a) I – II – III
b) II – III – IV
c) II – IV
d) I – III
e) I – II

9. Sistema de irrigação por Pivô Central


A divisão da área em piquetes tem sido realizada de formas diferentes. Algumas favorecem o manejo
da pastagem e dos animais e outras favorecem o manejo da irrigação e da fertirrigação. É realmente
difícil encontrar uma maneira que favoreça as duas situações. O que devemos fazer é analisarmos a
situação e optarmos pela forma de dividir a área irrigada. A mais utilizada é a forma de pizza, como
segue na ilustração ao lado, pois dentre outras coisas, favorece em muito o processo de fertirrigação.
A área de lazer pode ser feita no centro ou na periferia do Pivô.
(Adaptado de: DRUMOND, Luis C. D. Irrigação de pastagens – in: II Simpósio Internacional de Produção de Gado de Corte.
Disponível em: http://www.simcorte.com/index/Palestras/6_simcorte/simcorte12.pdf. Acesso: 08 out. 2013.)

Considerando que há 30 piquetes na ilustração da figura do texto, cada um deles é identificado com
um número de 1 a 30 no sentido horário, o gado ocupa um único piquete por vez e é remanejado para
o próximo piquete, em sentido horário a cada 2 meses, analise as seguintes afirmações feitas sobre a
função que determina o número do piquete ocupado, em relação ao número de meses passados, após
o início de funcionamento desse manejo.
I. O número do piquete ocupado é o domínio dessa função.
II. O número do mês é a imagem da função.
III. Essa é uma função periódica, sendo seu domínio igual a 60 meses.

10
Matemática

É CORRETO afirmar que:


a) Apenas a afirmação III é verdadeira.
b) Apenas as afirmações I e II são verdadeiras.
c) Apenas as afirmações II e III são verdadeiras.
d) Apenas a afirmação I é verdadeira.
e) Todas as afirmações são verdadeiras.

2
10. A função f (x) = √𝑥29+−𝑥𝑥− 2 tem como domínio o conjunto solução:
a) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 3 < 𝑥 ≤ −2 𝑜𝑢 1 ≤ 𝑥 < 3}
b) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 3 < 𝑥 ≤ −2 𝑜𝑢 1 < 𝑥 ≤ 3}
c) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 3 < 𝑥 ≤ −2 𝑜𝑢 1 ≤ 𝑥 ≤ 3}
d) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 2 < 𝑥 ≤ −1 𝑜𝑢 1 ≤ 𝑥 ≤ 3}
e) 𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ | − 2 ≤ 𝑥 < −1 𝑜𝑢 1 < 𝑥 ≤ 3}

Sua específica é exatas e quer continuar estudando esse assunto?


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11
Matemática

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Pelo diagrama, temos


Domínio: 𝑫(𝒇) = {𝟎, 𝟏, 𝟐}
Contadominio: 𝑪𝑫(𝒇) = {𝟏, 𝟐, 𝟑, 𝟓}
Imagem: 𝑰𝒎(𝒇) = {𝟏, 𝟑, 𝟓}

2. A
Para encontrar o conjunto imagem, temos que substituir os elementos do domínio na função:
𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙 − 𝟑
𝒇(𝟑) = 𝟐 ∗ 𝟑 − 𝟑 = 𝟔 − 𝟑 = 𝟑
𝒇(𝟒) = 𝟐 ∗ 𝟒 − 𝟑 = 𝟖 − 𝟑 = 𝟓
𝒇(𝟓) = 𝟐 ∗ 𝟓 − 𝟑 = 𝟏𝟎 − 𝟑 = 𝟕
Logo o conjunto imagem é dado por 𝑰𝒎 = {𝟑, 𝟓, 𝟕}

3. A
O conjunto que não pertence ao domínio é o conjunto dos valores negativos dentro da raiz, logo:
𝟒𝒙 − 𝟏𝟔 < 𝟎
𝟒𝒙 < 𝟏𝟔
𝒙<𝟒
Qualquer valor menor que 4 não pertence ao domínio, logo a alternativa certa é a (a) pois 𝟐 < 𝟒

4. D
A função é definida por 𝒇(𝒙) = 𝟐𝒙²
Funções que como essa são tanto sobrejetoras quanto injetoras, são classificadas como funções
bijetoras.

5. A função não possui classificação, pois não é injetora e nem sobrejetora


𝒇(𝒙) = 𝒙𝟐
𝒇(−𝟐) = (−𝟐)𝟐 = 𝟒
𝒇(−𝟏) = (−𝟏)𝟐 = 𝟏
𝒇(𝟎) = 𝟎𝟐 = 𝟎
𝒇(𝟏) = 𝟏𝟐 = 𝟏
𝒇(𝟐) = 𝟐𝟐 = 𝟒

Exercícios de vestibulares

1. D
1
Para analisar o domínio não podemos ter absurdo como , logo analisamos para onde o denominador
0
zera que é em 200 – x = 0, logo x não pode ser 200.

12
Matemática

2. D
𝑓(𝑥) = √𝑥 ⋅ (𝑥 − 𝑘) + 1
𝑥 ⋅ (𝑥 − 𝑘) + 1 ≥ 0
𝑥 2 − 𝑥𝑘 + 1 = 0
𝛥 = 𝑘2 − 4 ≥ 0
−2 ≤ 𝑘 ≤ 2

3. C
𝑥 − 2𝑥 ⇒ 𝑥 ≠ 2
𝑥2 − 1 ≥ 0
𝑥 ≤ −1 𝑜𝑢 𝑥 ≥ 1
Portanto, o maior domínio será [C], {𝑥 ∈ ℝ ; 𝑥 ≤ −1} ∪ {𝑥 ∈ ℝ ; 1 ≤ 𝑥 < 2} ∪ {𝑥 ∈ ℝ ; 𝑥 > 2}

4. D
Vamos supor que queiramos saber qual é o maior subconjunto dos números reais para o qual a função
f está definida. Desse modo, vem
𝑥+1
≥ 0 ⇔ 𝑥 ≤ −1 𝑜𝑢 𝑥 > 4
𝑥−4
A resposta é ] − ∞, −1] ∪ ]4, +∞[

5. B

𝑥 3 − 5𝑥 2 − 25𝑥 + 125
𝑓(𝑥) = √
𝑥+5
Devemos considerar, inicialmente, que:
𝑥 + 5 ≠ 0 ⇒ 𝑥 ≠ −5

E depois:
𝑥 3 − 5𝑥 2 − 25𝑥 + 125
≥0
𝑥+5
𝑥 2 ⋅ (𝑥 − 5) − 25 ⋅ (𝑥 − 5)
≥0
𝑥+5
(𝑥 − 5) ⋅ (𝑥 2 − 25)
≥0
𝑥+5
(𝑥 − 5) ⋅ (𝑥 − 5) ⋅ (𝑥 + 5)
≥0
𝑥+5
2
(𝑥 − 5) ≥ 0 ⇒ 𝑥 ∈ ℝ

Portanto, o domínio da função é o conjunto A = 𝑅 - {-5} e o conjunto imagem é B = 𝑅+.

13
Matemática

6. B
Pela condição de existência, temos que √𝑥 − 2 ≥ 0 e √6 − 𝑥 ≥ 0 , resolvendo isso temos: 𝑥 ≥ 2 ⅇ 𝑥 ≤ 6,
logo o domínio será [2, 6]. Para x = 2, temos:
2 2
𝑓(2) = = =1
√2 − 2 + √6 − 2 0 + 2

Para x = 6, temos:
6 6
𝑓(𝑥) = = =3
√6 − 2 + √6 − 6 2

D – B são todos os elementos de D que não estão em B. ]3, 6] = 3 + 6 = 9

7. E
Para o numerador:
√2 − 𝑥 ≥ 0
2−𝑥 ≥0
−𝑥 ≥ −2
𝑥≤2

Para o denominador:
𝑥 2 − 8𝑥 + 12 ≠ 0
𝛥 = 𝑏 2 − 4𝑎𝑐
𝛥 = 64 − 48
√𝛥 = 4
−𝑏 ± √𝛥
𝑥≠
2𝑎
8±4
𝑥≠
2
𝑥 ≠ 6 𝑜𝑢 𝑥 ≠ 2
𝑆: ] − ∞, 2[

14
Matemática

8. C
[I] Falsa. Se a parábola definida pela função 𝑓(𝑥) = 𝑥² + 𝑚𝑥 + 9 é tangente ao das abscissas, então
𝑥² + 𝑚𝑥 + 9 é um quadrado perfeito, ou seja 𝑥 2 + 𝑚𝑥 + 9 − (𝑥 ± 3)2 .
Donde segue que 𝑚 = −6 ou 𝑚 = 6
[II] Verdadeira. De fato, se queremos o maior subconjunto dos números reais para o qual f está
definida, então deve-se ter |𝑥| − 3 ≠ 0 ⇔ |𝑥| ≠ 3 ⇔ 𝑥 ≠ −3 ⅇ 𝑥 ≠ 3
[III] Falsa. Sejam 𝑓, 𝑔: ℝ → ℝ dadas por 𝑓(𝑥) = 𝑥 e 𝑔(𝑥) = −𝑥. É imediado que 𝑓 e 𝑔 são injetivas.
Porém, temos (𝑓 + 𝑔)(𝑥) = 0, para todo 𝑥 ∈ 𝐷𝑓+𝑔 e, portanto, 𝑓 + 𝑔 não é injetiva.
[IV] Verdadeira. Com efeito, temos:
𝑥+2
𝑦=
2−𝑥
2𝑦 − 𝑥𝑦 = 𝑥 + 2
𝑥(𝑦 + 1) = 2𝑦 − 2
2𝑦 − 2
𝑥=
𝑦+1
Donde segue que o contradomínio de 𝑓 deve ser ℝ − {−1}

9. A
I. Incorreto. O domínio é o tempo para que um gado saias de um piquete e volte para o mesmo.
II. Incorreto. A imagem da função é o mês em que o gado se encontra durante o confinamento.
III. Correto. É periódica pois se repete e o domínio é 60 meses pois é o tempo para que um gado saia de
um piquete e volte para o mesmo.

10. B
9 − 𝑥2
O domínio da função será a solução da seguinte inequação ≥ 0.
𝑥2 + 𝑥 − 2
9 − 𝑥 2 = 0 → 𝑥 = 3 𝑜𝑢 𝑥 = −3
𝑑ⅇ 𝑥 2 + 𝑥 − 2 = 0 → 𝑥 = −2 𝑜𝑢 𝑥 = 1
9−𝑥 2
Estando o sinal de , temos:
𝑥 2 +𝑥−2

Resolvendo a inequação, temos:


𝑆 = {𝑥 ∈ ℝ /−3 ≤ 𝑥 < −2 𝑜𝑢 1 < 𝑥 ≤ 3}

15
Química

Funções inorgânicas: ácidos

Objetivo
Você irá conhecer os ácidos e compreender como é feita sua classificação e nomenclatura.

Se liga
Para que você possa compreender como funcionam os ácidos, é recomendável que você conheça antes como
funcionam as bases. Se surgir alguma dúvida clique aqui para assistir uma aulinha aula e tirar suas dúvidas.

Curiosidade
Você sabe qual é o ácido mais forte do mundo?
É o fluorantimônico, sua acidez supera a mais alta encontrada na natureza (até agora). Ele da mistura do
fluorídrico com pentafluoreto de antimônio é considerada a mais forte entre os superácidos. O
fluorantimônico tem vinte quintilhões de vezes mais íons (H +) que o ácido sulfúrico, porém, apesar disso, ele
não é capaz de corroer tudo. Uma vez que a corrosão não depende da força, mas da interação química das
substâncias.

Teoria

Fundamentado em experiências de condutividade elétrica, o Químico Arrhenius propôs em 1887 algumas


definições no que se diz respeito aos ácidos e as bases. Segundo Arrhenius, os ácidos são substâncias
inorgânicas que quando colocadas em presença de água sofrem ionização, liberando como único cátion o H+.

O íon H+ nada mais é do que um íon hidrônio, que na verdade tem fórmula (H3O+), mas muito provavelmente
você irá encontrá-lo representado pelo bom e velho H+. O Hidrônio é o grande responsável pelo sabor azedo
dos ácidos e pela sua ação sobre os indicadores de pH.

HA H+ + A-

HAO H+ + AO-

Classificação
Inicialmente os ácidos podem ser separados em duas categorias para serem estudadas, os Oxiácidos (que
possuem oxigênio em sua molécula) e Hidrácidos (que não possuem oxigênio em sua molécula).
Química

Se liga nos exemplos:


● Hidrácidos: HCl, HF, HCN.
● Oxoácidos: H2SO4, HClO, H3PO4
Em função do número de íons H+ liberados quando sofrem ionização, um ácido pode ser classificada como:

Monoácido: libera uma cátion H+

Ex.: HCl H+ + Cl-

Diácido: libera dois cátions H+

Ex.: H2SO4 2H+ + SO4-2

Triácido: libera três cátions H+ 3H+ + PO4+3


Ex.: H3PO4 3H+ + PO4+3

Tetrácido: libera quatro cátions H+

Ex.: H4SiO4 4H+ + SiO4+4

Atenção: Os ácidos formados por P, As e Sb com fórmulas: H3XO3 - são diácidos e H2XO3 - são monoácidos.

Força dos ácidos


A força dos ácidos é dada pelo seu grau de ionização(α). O grau de ionização é a relação entre o número de
moléculas dissolvidas sobre o número de moléculas que produzem íons.

Os Hidrácidos mais comuns são classificados como:


Forte: HCl, HBr e HI
Moderado: HF
Fraco: os demais
• H2CO3 é uma exceção a essa regra, portanto, ele é considerado fraco.

2
Química

Os oxiácidos mais comuns são classificados da seguinte forma:


X = números de oxigênios – números de hidrogênios
Forte: x > 1
Moderado: x = 1
Fraco: x < 1

Nomenclatura
Para realizar a nomenclatura dos ácidos, temos primeiramente que verificar se eles são hidrácidos (ácidos
que não contêm oxigênio) ou oxiácidos (que contêm oxigênio), pois a regra muda conforme o tipo de ácido.

Nomenclatura para Hidrácidos


Para nomear esse tipo de ácido, basta escrever o nome do elemento, seguido da terminação ídrico. A regra
fica:
Ácido nome do elemento + ídrico

Se liga nos exemplos:


HCl - Ácido clorídrico
HI - Ácido Iodídrico
HCN - Ácido cianídrico

Nomenclatura para Oxiácidos


Conseguimos determinar a nomenclatura dos oxiácidos de acordo com o Nox do elemento central. A regra
diz que basta escrever o nome do elemento central, encontrar seu nox e adicionar os prefixos
correspondentes.
Ácido prefixo + nome do elemento central + sufixo

NOX* Prefixo Sufixo


+1 ou +2 Hipo oso
+3 ou +4 - oso
+5 ou +6 - ico
+7 per ico
*NOX do elemento central

Se liga nos exemplos!


H2SO4 - S+6 - Ácido sulfúrico
H3PO4 - P+5 - Ácido fosfórico
H2CO3 - C+4 - Ácido carbônico

Cuidado: C+4, Si+4 e B+3 = ICO

3
Química

Exercícios de fixação

1. Dentre os ácidos HClO, HClO2, HClO3 e HClO4. Qual possui maior acidez?
a) ácido clorico
b) ácido cloroso
c) ácido perclórico
d) ácido hipocloroso
e) ácido percloroso

2. Assinale a alternativa que contenha a nomenclatura dos seguintes oxiácidos, respectivamente:


I. HClO2
II. H3PO4
III. HClO4
a) ácido cloroso, ácido fosfórico e ácido perclórico.
b) ácido cloroso, ácido fosfóico e ácido perclórico.
c) ácido cloroso, ácido fosfórico e ácido clorídrico.
d) ácido clorídrico, ácido fosfóico e ácido perclórico.
e) ácido clorídrico, ácido fosfórico e ácido hiperclrídrico.

3. Assinale a alternativa que contenha a nomenclatura dos seguintes ácidos, respectivamente:


I. HNO3
II. H3PO2
III. H2SO4
a) Ácido nitroso, Ácido fosfórico, Ácido sulfúrico.
b) Ácido nítrico , Ácido fosfórico, Ácido sulfúroso.
c) Ácido nítrico, Ácido hipofosforoso, Ácido sulforoso.
d) Ácido nítrico, Ácido hipofosforoso, Ácido sulfúrico.

4
Química

4. Dê nome ao seguinte composto:

a) peróxido de fósforo
b) hidrácido fosforoso
c) hidróxido de fósforo
d) óxido hidrofosfórico
e) ácido fosfórico

5. Assinale a alternativa que apresente um monoácido.


a) H2SO3
b) H3PO2
c) H2S
d) H2C2O4
e) H3BO3

5
Química

Exercícios de vestibulares

1. (Enem – 2009) O processo de industrialização tem gerado sérios problemas de ordem ambiental,
econômica e social, entre os quais se pode citar a chuva ácida. Os ácidos usualmente presentes em
maiores proporções na água da chuva são o H2CO3, formado pela reação do CO2 atmosférico com a
água, o HNO3, o HNO2, o H2SO4 e o H2SO3. Esses quatro últimos são formados principalmente a partir
da reação da água com os óxidos de nitrogênio e de enxofre gerados pela queima de combustíveis
fósseis.
A formação de chuva mais ou menos ácida depende não só da concentração do ácido formado, como
também do tipo de ácido. Essa pode ser uma informação útil na elaboração de estratégias para
minimizar esse problema ambiental. Se consideradas concentrações idênticas, quais dos ácidos
citados no texto conferem maior acidez às águas das chuvas?
a) HNO3 e HNO2.
b) H2SO4 e H2SO3.
c) H2SO3 e HNO2.
d) H2SO4 e HNO3.
e) H2CO3 e H2SO3.

2. (Enem – PPL/2017) Muitas indústrias e fábricas lançam para o ar, através de suas chaminés, poluentes
prejudiciais às plantas e aos animais. Um desses poluentes reage quando em contato com o gás
oxigênio e a água da atmosfera, conforme as equações químicas:

Equação 1: 2 SO2 + O2 → 2 SO3

Equação 2: SO3 + H2O → H2SO4


De acordo com as equações, a alteração ambiental decorrente da presença desse poluente intensifica
o(a):
a) formação de chuva ácida.
b) surgimento de ilhas de calor.
c) redução da camada de ozônio.
d) ocorrência de inversão térmica
e) emissão de gases de efeito estufa.

6
Química

3. (IFSUL – 2019) A chuva ácida provoca desastres ambientais como o observado na figura. Os principais
ácidos presentes na chuva ácida são o sulfúrico e o nítrico, formados pela associação da água com

anidrido sulfuroso (SO2 ) e óxidos de nitrogênio (NOx), produtos da queima de combustíveis fósseis,
que podem ser carregados pelo vento, ocasionando chuvas ácidas distantes da fonte primária de
poluição, o que acaba se tornando um problema sem fronteiras territoriais.

As fórmulas correspondentes aos ácidos citados pelo texto, na respectiva ordem são:

a) H2SO3 e HNO3

b) H2SO4 e HNO2

c) H2SO4 e HNO3

d) H2SO3 e HNO2

e) H2CO3 e HNO3

4. (Col. Naval – 2016) A chuva ácida é um fenômeno químico resultante do contato entre o vapor de água
existente no ar, o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio. O enxofre é liberado, principalmente, por
veículos movidos a combustível fóssil; os óxidos de nitrogênio, por fertilizantes. Ambos reagem com o
vapor de água, originando, respectivamente, os ácidos sulfuroso, sulfídrico, sulfúrico e nítrico.
Assinale a opção que apresenta, respectivamente a fórmula desses ácidos
a) H2SO3, H2S, H2SO4, HNO3
b) H2SO3, H2SO4, H2S, HNO2
c) HSO4, HS, H2SO4, HNO3
d) HNO3, H2SO4, H2S, H2SO3
e) H2S, H2SO4, H2SO3, HNO3

7
Química

5. (IFUL – 2016) Os ácidos estão muito presentes em nosso cotidiano, podendo ser encontrados até
mesmo em nossa alimentação. A tabela abaixo apresenta alguns ácidos e suas aplicações.

Nome Fórmula Molecular Aplicação


Consumido em grandes quantidades na
Ácido sulfúrico H2SO4
indústria petroquímica
Ácido fluorídrico HF Utilizado para gravação em vidro
Utilizado para gaseificar águas e
Ácido carbônico H2CO3
refrigerantes

A força dos ácidos dispostos na tabela, respectivamente, é


a) Forte, forte e moderado.
b) Moderado, fraco e moderado.
c) Moderado, fraco e fraco.
d) Forte, moderado e fraco.
e) Forte, moderado e forte

6. (Enem – Libras/2017) Grandes quantidades de enxofre são lançadas na atmosfera diariamente, na

forma de dióxido de enxofre (SO2 ), como decorrência de atividades industriais e de queima de


combustíveis fósseis.
Em razão da alta concentração desses compostos na atmosfera, regiões com conglomerados urbanos
e pólos industriais apresentam ocorrência sazonal de:
a) precipitação ácida.
b) alteração do ciclo hidrológico.
c) alteração no ciclo de carbono.
d) intensificação do efeito estufa
e) precipitação de íons metálicos tóxicos na superfície.

7. (Uerj – 2016, adaptado) No século XIX, o cientista Svante Arrhenius definiu ácidos como sendo as
espécies químicas que, ao se ionizarem em solução aquosa, liberam como cátion apenas o íon H+.
Considere as seguintes substâncias, que apresentam hidrogênio em sua composição: C2H6, H2SO4,
NaOH, NH4Cl.
Dentre elas, aquela classificada como ácido, segundo a definição de Arrhenius, é:
a) C2H6
b) H2SO4
c) NaOH
d) NH4Cℓ

8
Química

e) Nenhuma das alternativas.


8. (FCB-ARARAS-SP) - Após a ionização de um ácido em água, observou-se que o número de moléculas
ionizadas era o quádruplo do número de moléculas não-ionizadas. Com base nessa observação, a
porcentagem de ionização do referido ácido era:
a) 25%.
b) 40%.
c) 70%.
d) 75%.
e) 80%.

9. (Fepar – 2016, adaptado) Os ácidos são muito comuns em nosso dia a dia: o vinagre contém ácido
acético; o limão, a laranja e similares contém ácido cítrico. A bateria de um automóvel contém ácido
sulfúrico. O ácido nítrico é usado na produção de fertilizantes; o ácido fluorídrico corrói o vidro e é usado
para graver o número de chanssi em vidros de automóveis; o ácido clorídrico é um dos componentes
do suco gástrico.

( ) O ácido acético um tetrácido, porque apresenta 4 hidrogênios ionizáveis.


( ) O ácido sulfúrico é um ácido forte, pois possui grau de ionização inferior a 50%.
( ) O ácido fluorídrico é um hidrácido com ponto de ebulição superior ao dos demais ácidos
halogenídricos, por causa da formação de fortes ligações de fortes ligações de hidrogênio.
( ) No ácido nítrico, o número de oxidação do nitrogênio é igual +3
( ) O ácido clorídrico reage com carbonato de cálcio, liberando gás hidrogênio.
a) F – F – V- V – V.
b) V – F – V- V – V.
c) V – V – V - V - F.
d) F – V – F – V – V.
e) F – F – V – F - F.

9
Química

10. (IFSUL – 2017) Recentemente as denúncias das operações da Polícia Federal contra as fraudes em
frigoríficos reacenderam os debates sobre o uso de aditivos alimentares e segurança alimentar. Dentre
os diversos grupos de aditivos alimentares, estão os acidulantes, definidos pela ANVISA como
“substância que aumenta a acidez ou confere um sabor ácido aos alimentos” (ANVISA, Portaria
540/1997). São exemplos de acidulantes o ácido fosfórico, o ácido cítrico e o ácido acético.
Além do ácido fosfórico, o elemento forma outros ácidos, tais como H2PO3 E H3PO2. Estes ácidos
são classificados, respectivamente, como?
a) Diácido e diácido.
b) Triácido e triácido.
c) Triácido e diácido.
d) Diácido e monoácido.

Sua específica é biológicas e quer continuar estudando esse assunto?


Clique aqui para fazer uma lista de exercícios extras.

10
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. C
A força de oxiácidos pode ser verificada pela subtração da quantidade de oxigênio pela quantidade de
hidrogênios na fórmula molecular do ácido. Quanto maior o valor, mais forte será o ácido.

2. A
O exercício traz oxiácidos, a nomenclatura desse tipo de ácido é dada pela regra que varia de acordo com
o Nox do elemento central.
NOX* Prefixo Sufixo
+1 ou +2 Hipo oso
+3 ou +4 - oso
+5 ou +6 - ico
+7 per ico
Determinando o nox em HClO2
H= +1
Cl = x
O = -2

1 + x + (2.(-2)) = 0
1 + x + (-4) = 0
X= 4 -1
X= 3

ácido cloroso
Determinando o nox em H3PO4
H=1
P=x
O = -2

3. 1 + x + (4. (-2)) = 0
3 + x + (-8) = 0
X= 8-3
X= 5

11
Química

ácido fosfórico.
Determinando o nox em HClO4
H= 1
Cl = x
O = -2

1 + x + (4.(-2)) = 0
1 + x + (-8) = 0
X = 8 -1
X= 7
ácido perclórico.

3. D
O exercício traz oxiácidos, a nomenclatura desse tipo de ácido é dada pela regra que varia de acordo com
o Nox do elemento central.
NOX* Prefixo Sufixo
+1 ou +2 Hipo oso
+3 ou +4 - oso
+5 ou +6 - ico
+7 per ico
Determinando o nox em HNO3
H= 1
N= X
O = -2

1 + x + (3.(-2)) = 0
1 + x + (-6) = 0
X= 6-1
X= 5
Ácido nítrico

12
Química

Determinando o nox em H3PO2


H= 1
P= X
O = -2

3. 1 + x + (2.(-2)) = 0
3. 1 + x + (-4) = 0
X= 4-3
X= 1
Ácido hipofosforoso

Determinando o nox em H2SO4


H= 1
S= X
O = -2

2. 1 + x + (4.(-2)) = 0
2. 1 + x + (-8) = 0
X= 8-2
X= 6
Ácido sulfúrico.

4. E
Trata-se de um oxiácido por apresentar oxigênio em sua estrutura. A nomenclatura é feita de acordo com
o nox central, seguindo a regra tabelada abaixo.

NOX* Prefixo Sufixo


+1 ou +2 Hipo oso
+3 ou +4 - oso
+5 ou +6 - ico
+7 per ico

Determinando o nox em H3PO4


H=1
P=x
O = -2

13
Química

3. 1 + x + (4. (-2)) = 0
3 + x + (-8) = 0
X= 8-3
X= 5
ácido fosfórico.

5. B
Nas alternativas a, c e d, temos ácidos considerados diácidos. A letra b apresenta um monoácido porque
apenas um dos hidrogênios presentes está ligado ao átomo de oxigênio. Na letra e, temos um triácido
porque todos os três hidrogênios estão ligados a átomos de oxigênio.

Exercícios de vestibulares

1. D
Tanto o ácido sulfúrico quanto o ácido nítrico são considerados fortes. Os outros citados no texto
possuem menor grau de ionização do que esses.

2. A
A formação da chuva ácida pode ser representada por:
2S + 2O2 ⎯⎯→ 2SO2

2 SO2 + O2 ⎯⎯→ 2 SO3

2SO3 + 2H2O ⎯⎯→ 2H2SO4


Global
2S + 2O2 + 2H2O ⎯⎯⎯⎯
→ 2H2SO4

3. C
De acordo com o texto, os principais ácidos presentes na chuva ácida são o sulfúrico e o nítrico,
respectivamente.

Ácido sulfúrico: H2SO4

Ácido nítrico: HNO3

4. E
H2SO3, ácido sulfuroso
H2S, ácido sulfídrico
H2SO4, ácido sulfúrico
HNO3, ácido nítrico

14
Química

5. D
H2SO4 🡪 ácido forte
HF 🡪 ácido moderado
H2CO3 🡪 ácido fraco

6. A
A precipitação ácida pode ser descrita pela sequência reacional a seguir.
SO2(g) + 12 O2(g) ⎯⎯→ SO3(g)

SO3(g) + H2O( ) ⎯⎯→ H2SO4(aq)

7. B

8. D
O ácido nítrico é um ácido forte e pode danificar estruturas metálicas. Como a subtração do número de
oxigênios – número de hidrogênios do HNO3 nos resulta um número maior que 1, afirmamos ser este um
ácido forte.

9. C
F – F – V – F - F.
Falsa. O ácido acético é orgânico (H3CCOOH) que possui apenas um hidrogênio ionizável.
Falsa. Por ser um ácido forte, seu grau de ionização é acima de 50%.
Verdadeira. O ácido fluorídrico (HF) possui ponto de ebulição maior que os demais hidróxidos, devido ao
tipo de interação que ocorre entre os átomos - ligações de hidrogênio, que é mais intensa entre os
compostos covalentes.
Falsa. O nox do nitrogênio será +5.
H N O3
+1 +5 -6
Falsa. O gás que será liberado será o dióxido de carbono, conforme a reação:
2HCl (aq) + CaCO3 (s) → CaCl2 (s) + ↑ CO2(g) + H2O (l)

10. D
Só são ionizáveis os hidrogênios que estão ligados diretamente da molécula, assim, teremos para o ácido
fosforoso (H3PO3) 2 hidrogênios ionizáveis e para o ácido hipofosforoso (H3PO2) apenas 1, conforme
ilustrado nas fórmulas a seguir.

15
Química

Funções Inorgânicas: Bases

Objetivo
Você irá conhecer a função inorgânica base. Quais as suas características, força, solubilidade, como são
classificadas e irá aprender a dar os nomes de cada uma delas.

Se liga
Para que você possa entender o que são bases, é recomendável que você compreenda alguns conceitos sobre
nox e saber sobre uma outra função inorgânica, que a gente conhece como óxidos. Se surgir alguma dúvida,
clique aqui para assistir uma aulinha e tirar suas dúvidas.

Curiosidade
A função inorgânica base está muito presente no nosso cotidiano. O sabão que nós utilizamos para a limpeza,
ele é produzido a partir de um processo que envolve por exemplo a base hidróxido de sódio (NaOH). Além
disso, as bases também podem aparecer em medicamentos, como por exemplo os antiácidos estomacais.
Geralmente eles apresentam o hidróxido de magnésio (MgOH2).

Teoria

Bases
Segundo Arrhenius, são substâncias inorgânicas que quando colocadas em presença de água sofrem
dissociação iônica, liberando como único ânion a hidroxila (OH-).
𝐻2 𝑂
XOH → X+ + OH-

Classificação
Quanto ao número de hidroxilas: Em função do número de hidroxilas (OH-) liberadas quando sofrem
dissociação iônica, uma base pode ser classificada como:
Monobase: libera um ânion OH-
𝐻2 𝑂
Ex.: NaOH → Na+ + OH-

Dibase: libera dois ânions OH-


𝐻2 𝑂
Ex.: Mg(OH)2 → Mg+2 + 2 OH-

1
Química

Tribase: libera três ânions OH-


𝐻2 𝑂
Ex.: Al(OH)3 → Al+3 + OH-

Tetrabase: libera quatro ânions OH-


𝐻2 𝑂
Ex.: Pb(OH)4 → Pb+4 + OH-

Quanto à solubilidade em água: Solubilidade de uma base é a propriedade que indica o quanto uma base é
capaz de se dissolver em água, ela pode ser classificada como:
• Solúvel: Possui grande capacidade de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos da
família IA e NH4+.
• Parcialmente solúvel: Pouco capaz de se dissolver em água. São as bases formadas por elementos da
família IIA.
• Insolúvel: Não é capaz de se dissolver em água. São as bases formadas pelos demais elementos.

ATENÇÃO!!!: As bases formadas por Mg (OH)2 e Be (OH)2, que são elementos do grupo 2, são consideradas
insolúveis.

Quanto a força: A força de uma base é dada pela sua capacidade de liberar OH- (sofrer dissociação iônica)
quando colocadas em presença de água, quanto maior a quantidade de OH- liberados, maior será a força da
base.
• Forte: São as bases formadas por elementos do grupo 1 e 2.
• Fraca: São as bases formadas pelos demais elementos.

Importante: As bases formadas por Mg (OH)2 e Be(OH)2, que são elementos do grupo 2, são consideradas
fracas.

Nomenclatura

Elementos com NOX fixo:


Família IA, IIA, Ag+1, Zn+2, Cd+2, Al+3 e NH4+.

Hidróxido de nome do elemento

Ex.: NaOH - Hidróxido de sódio


Mg(OH)2 - Hidróxido de magnésio
Al(OH)3 - Hidróxido de alumínio

2
Química

Elementos com NOX variável:


Fe, Co, Ni = +2 ou +3
Cu, Hg = +1 ou +2
Au = +1 ou +3
Pb, Pt, Sn = +2 ou +4

Hidróxido de nome do elemento + NOX (em romanos)


ou
Hidróxido de nome do elemento + sufixo OSO (menor NOX) / sufixo ICO (maior NOX)

Ex.: CuOH - Cu com nox +1 - Hidróxido de cobre I ou Hidróxido cuproso


Cu(OH)2 - Cu com nox +2 - Hidróxido de cobre II ou Hidróxido cúprico

Pb(OH)2 - Pb com nox +2 - Hidróxido de chumbo II ou Hidróxido plumboso


Pb(OH)4 - Pb com nox +4 - Hidróxido de chumbo IV ou Hidróxido plúmbico

Formulação das bases


Quando precisamos montar a fórmula de uma base a partir de seu nome, basta unir o cátion desejado ao
ânion OH- . Note que a carga total do OH- deverá anular a carga total do cátion.
Ex.: Hidróxido de cálcio
Ca+2 e OH-
logo para anular a carga +2 do cálcio precisamos de 2 ânions OH-
Ca+2 + 2OH- → Ca(OH)2

Hidróxido férrico
Fe+3 e OH-
logo para anular a carga +3 do ferro precisamos de 3 ânions OH-
Fe+3 + 3OH- → Fe(OH)3

3
Química

Exercícios de fixação

1. No tratamento dos sintomas da acidez estomacal, emprega-se o hidróxido de alumínio, que neutraliza
o excesso do ácido clorídrico produzido no estômago. Assinale a fórmula molecular correta do
hidróxido de alumínio e a sua força, respectivamente.
a) AlOH3 e fraco
b) Al2OH3 e forte
c) Al2OH e moderado
d) AlOH e forte

2. O hidróxido de ferro III é classificado como uma _________________. Quando adicionado em água, eles
sofrem ___________________, liberando _________________.
As palavras corretas que preenchem as lacunas, respectivamente, são:
a) Ácido – ionização - cátion H+
b) Ácido – dissociação - cátion H+
c) Base – ionização - ânion OH-
d) Base – dissociação - ânion OH-

3. Considerando as representações abaixo, assinale o que for correto quanto às ligações químicas desses
compostos:
I. NaOH
II. MgOH2
III. NH4OH
IV. FeO
(01) O NaOH é óxido
(02) O MgOH2 é uma base forte
(04) O NH4OH é uma tetrabase
(08) O FeO é uma base fraca

4. De o nome das bases a seguir:


a) CuOH2
b) BeOH2
c) AgOH

4
Química

5. A química está presente em nossa rotina, em todos os materiais que nos cercam e em todos os seres
vivos. O hidróxido de sódio e o hidróxido de magnésio são exemplos disso, pois são conhecidos como
soda cáustica, leite de Magnésia no nosso cotidiano. Escreve a fórmula de cada base, a sua respectiva
força e solubilidade em água.

5
Química

Exercícios de vestibulares

1. (UFJF - 2019) Uma das consequências da chuva ácida é a acidificação de solos. Porém, alguns tipos
de solos conseguem neutralizar parcialmente os efeitos da chuva por conterem naturalmente
carbonato de cálcio (calcário) e óxido de cálcio (cal). Os solos que não têm a presença do calcário são
mais suscetíveis à acidificação e necessitam que se faça a adição de cal. No solo, a cal reage com a
água, formando uma base que auxiliará na neutralização dos íons H+ .

Assinale a alternativa que mostra a equação química balanceada que representa a reação entre a cal e
a água:
CaO(s) + H2O( ) → Ca(OH)2(aq)
a)
CaO(s) + H2O( ) → H2CaO2(aq)
b)
Ca2O(s) + H2O( ) → 2 CaOH(aq)
c)
K2O(s) + H2O( ) → 2 KOH(aq)
d)
KO(s) + H2O( ) → K(OH)2(aq)
e)

2. (UNIOESTE - 2012) Os hidróxidos de sódio, cálcio, alumínio e magnésio são bases utilizadas com
diferentes números de hidroxilas (OH). Assinale a alternativa que define corretamente estas bases na
sequência indicada.
a) Monobase, dibase, dibase e monobase.
b) Monobase, monobase, tribase e dibase.
c) Dibase, dibase, tribase e dibase.
d) Tribase, monobase, monobase e monobase.
e) Monobase, dibase, tribase e dibase.

3. Entre as bases KOH, Mg(OH)2, NaOH, Al(OH)3, Fe(OH)2, LiOH, indique quais são praticamente insolúveis
em água:
a) Fe(OH)2 e LiOH
b) Al(OH)3 e LiOH
c) Mg(OH)2, NaOH, Al(OH)3
d) Mg(OH)2, Al(OH)3, Fe(OH)2
e) KOH, NaOH, LiOH

6
Química

4. O pó de ocre é uma mistura de minerais que contém ferro, cujas cores podem variar dependendo de
sua composição. O marrom-ocre é obtido principalmente a partir da limonita, Fe(OH)3  nH2O. O
vermelho-ocre vem da hematita, Fe2O3 . Já o amarelo-ocre pode ser goethita, FeO ( OH) , limonita ou
uma mistura de ambos. As funções inorgânicas a que a limonita e a hematita pertencem são,
respectivamente,
a) ácido e base.
b) óxido e ácido.
c) base e óxido.
d) óxido e base.
e) base e ácido.

5. Para desentupir um cano de cozinha e para combater a acidez estomacal, necessita-se


respectivamente, de uma base forte e solúvel e de uma base fraca e parcialmente solúvel. Conclui-se
que as fórmulas dessas bases podem ser:
a) Ba(OH)2 e Fe(OH)3.
b) Al(OH)3 e NaOH.
c) KOH e Ba(OH)2.
d) Cu(OH)2 e Mg(OH)3.
e) NaOH e Mg(OH)2.

6. Identifique a alternativa que apresenta dois produtos caseiros com propriedades alcalinas básicas:
a) detergente e vinagre.
b) sal e coalhada.
c) leite de magnésia e sabão.
d) bicarbonato e açúcar.
e) Coca-cola e água de cal.

7. Assinale a alternativa que enuncia as nomenclaturas corretas das seguintes bases, respectivamente:
NaOH, Mg(OH)2, Ca(OH)2 e Al(OH)3:
a) Mono-hidróxido de sódio, Di-hidróxido de magnésio, Di-hidróxido de cálcio, Tri-hidróxido de
alumínio.
b) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumínio.
c) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio II, hidróxido de cálcio II, hidróxido de alumínio III.
d) Hidróxido sódico, hidróxido magnésico, hidróxido cálcico, hidróxido alumínico.
e) Hidróxido de sódio, hidróxido de magnésio I, hidróxido de cálcio, hidróxido de alumínio.

7
Química

8. (ENEM - 2015) A soda cáustica pode ser usada no desentupimento de encanamentos domésticos e
tem, em sua composição, o hidróxido de sódio como principal componente, além de algumas
impurezas. A soda normalmente é comercializada na forma sólida, mas que apresenta aspecto
“derretido” quando exposta ao ar por certo período.
O fenômeno de “derretimento” decorre da
a) absorção da umidade presente no ar atmosférico.
b) fusão do hidróxido pela troca de calor com o ambiente.
c) reação das impurezas do produto com o oxigênio do ar.
d) adsorção de gases atmosféricos na superfície do sólido.
e) reação do hidróxido de sódio com o gás nitrogênio presente no ar.

9. Um médico atendeu um paciente com dores abdominais, originadas de uma patologia denominada
“úlcera péptica duodenal”. Para tratamento desse paciente, o médico prescreveu um medicamento que
contém um hidróxido metálico, classificado como “uma base fraca”. Esse metal pertence, de acordo
com a Tabela de Classificação Periódica, ao seguinte grupo:
a) 1
b) 13
c) 16
d) 17
e) 2

10. Com relação às propriedades das bases de Arrhenius, assinale a alternativa correta:
a) O hidróxido de amônio é uma base não metálica, insolúvel em água.
b) Os metais alcalinos formam monobases com baixo grau de dissociação.
c) As bases formadas pelos metais alcalinos terrosos são fortes, visto que são moleculares por
natureza.
d) A maioria dos hidróxidos dos metais alcalinos terrosos são pouco solúveis em água.
e) Uma base é tanto mais forte quanto sua quantidade de OH em sua fórmula.

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8
Química

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Hidróxido de alumínio – AlOH3 – Não é uma base formada por elementos do grupo 1 nem do grupo 2,
logo é fraca.

2. D
O hidróxido de ferro III é classificado como uma base. Quando adicionado em água, eles sofrem
dissociação, liberando ânion OH-.

3. 08
(01) O NaOH é uma base.
(02) O MgOH2 é uma base fraca.
(04) O NH4OH é uma monobase
(08) O FeO é uma base fraca

4.
a) CuOH2 – Hidróxido de cobre II ou Hidróxido cuproso
b) BeOH2 – Hidróxido de berílio
c) AgOH – Hidróxido de prata

5. Hidróxido de sódio – NaOH – Forte e solúvel


Hidróxido de magnésio – MgOH2 – Fraca e insolúvel

Exercícios de vestibulares

1. A
Equação química balanceada que representa a reação entre a cal (CaO) e a água (H2O), ou seja, uma
reação entre um óxido básico e água: 1CaO(s) + 1H2O( ) → 1Ca(OH)2(aq) .

2. E
Hidróxidos de sódio - NaOH; hidróxido de cálcio-Ca(OH)2 ; hidróxido de alumínio Al(OH)3 e hidróxido de
magnésio Mg(OH)2

3. D
Para resolução desta questão bastava se lembrar que as bases formadas por metais do Grupo 1 serão
solúveis.

4. C
Limonita: Fe(OH)3  nH2O. Trata-se de uma base, pois apresenta o ânion hidroxila em sua fórmula
principal.
Hematita: Fe2O3 . Trata-se de um óxido, pois é formado por dois elementos químicos, onde o mais
eletronegativo é o oxigênio.

9
Química

5. E
Necessita-se respectivamente, de uma base forte e solúvel (NaOH- Na é um metal alcalino) e de uma
base fraca e parcialmente solúvel (MgOH2 -o hidróxido de magnésio é uma base fraca e parcialmente
solúvel mesmo sendo um proveniente de um metal alcalino terroso)

6. C
Detergente é sal(neutro ou ácido) e vinagre é ácido.
Sal é sal (neutro) e coalhada pode ser ácido.
Tanto leite de magnésia é básico e o sabão também.
Bicarbonato é básico e o açúcar não.
Coca-Cola é ácido e água de cal básico

7. B
Para se nomear uma base basta escrever hidróxido + de + nome do elemento (para casos de nox não
variado)
NaOH – Hidróxido de sódio
Mg(OH)2 – Hidróxido de magnésio
Ca(OH)2 – Hidróxido de cálcio
Al(OH)3 – Hidróxido de alumínio

8. A
Ocorre a reação da base com a água presente no ar. Vale lembrar que bases do grupo 1 são solúveis.

9. B
Base formadas por elementos do grupo 1 e 2 são fortes em sua maioria. Logo escolher a opção a ou b
iria dizer que base do grupo 1 e 2 são fracas. Grupo 16 e 17 são todos ametais. Sendo assim, apenas a
base do grupo 13 satisfaz o problema.

10. D
a) O hidróxido de amônio é uma base não metálica, insolúvel em água.
b) Os metais alcalinos formam monobases com baixo grau de dissociação.
c) As bases formadas pelos metais alcalinos terrosos são fortes, visto que são moleculares por
natureza. – As bases formadas por Mg (OH)2 e Be (OH)2, que são elementos da família IIA, são
consideradas insolúveis e fracas.
d) Os hidróxidos dos metais alcalinos terrosos são pouco solúveis em água.
e) Uma base é tanto mais forte quanto sua quantidade de OH em sua fórmula. Não, a força se da pelo
seu grau de dissociação.

10
Redação

Exercícios sobre estrutura da dissertação

Exercícios

Leia a redação exemplar e responda às questões a seguir:

Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil (Enem 2019)


Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a obtenção da
plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana
do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século
XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No entanto, há ainda diversos
obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do
espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária
uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros.
De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os cidadãos o acesso igualitário
aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do lazer. Porém, visto que os cinemas,
materialização pública desses conceitos, concentram-se predominantemente nos espaços reservados à elite
socioeconômica, como os “shopping centers”, é inquestionável a existência de uma segregação das camadas
mais pobres em relação ao acesso a esse recurso. Essa segregação é identificada na elaboração da tese da
“subcidadania”, escrita pelo sociólogo Jessé Souza, que denuncia a situação de vulnerabilidade social vivida
pelos mais pobres, cujos direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto pela
indiferença da sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso ao cinema não é um recurso
democraticamente pleno no Brasil.
Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas mais
periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, assuntos
pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são
destacados pelos filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que
impede a obtenção de conhecimento e, por conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação
relaciona-se com o conceito de “alienação”, descrito pelo filósofo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado
de insuficiência intelectual vivido pelos trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial,
refletido na camada pobre brasileira atual.
Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta e a
necessidade da democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura
promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas
áreas urbanas mais periféricas – que deverão possuir preços acessíveis à população local –, a fim de evitar
a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes mais baixas. Desse
modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por Aristóteles,
destacando-se, logo, das outras espécies animais, através do conhecimento e da cultura.
Disponível em:
https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_redacao_do_enem_2020_-
_cartilha_do_participante.pdf
Redação

1. A partir do tema da redação analisada, diferencie os conceitos de “tema” e “assunto” e indique a


importância de estabelecer essa distinção na preparação textual.

2. Qual estratégia de contextualização foi utilizada no parágrafo de introdução? A estratégia foi bem
empregada? Justifique sua resposta.

3. Qual tipo de tese foi utilizada no parágrafo? Justifique sua resposta.

4. Quais estratégias argumentativas foram utilizadas no desenvolvimento para torná-lo um parágrafo


padrão?

5. Em relação ao parágrafo de conclusão, pode-se afirmar que conclusão busca solucionar as questões
apresentadas no desenvolvimento? Justifique sua resposta.

Leia a redação abaixo e responda às questões 6 e 7:

Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet (ENEM 2018)

No mundo atual a internet é um dos principais meios de comunicação e informação do mundo, onde usuários
tem informações daquilo que mais deseja saber. O que absorvemos na internet tem muita influência no nosso
comportamento.
As informações que adquirimos podem mudar nosso ponto de vista sobre certas coisas. A ampla extensão
de informações é monitorada por um algoritmo, que tem como função separa opiniões codificadas e
apresentar as que mais você se interessa. Como essas informações são filtradas e separadas é
desconhecido, e quanto mais informados ficamos, melhor equipados estaremos para tomar decisões.
Tendo isso em vista, os conhecimentos que as redes sociais nos fornece pode facilmente mudar nossa
maneira de pensar e interagir com algumas coisas, e até mesmo nossas escolhas.
Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_5.pdf

6. O parágrafo de desenvolvimento pode ser considerado exemplar? Justifique sua resposta.

7. Em relação à elaboração de uma proposta de intervenção, indique os problemas apresentados na


conclusão desta redação.
Redação

8. “Segundo Kant, a menoridade é o conceito de não ser capaz de pensar por si próprio. No advento da
atualidade, o problema da manipulação do comportamento por meio da internet é presente no dia a dia
e tem tendência a aumentar na mesma medida em que os avanços tecnológicos ocorrem”.
Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2020/Competencia_2.pdf

O parágrafo acima foi retirado de uma redação sobre o tema “Manipulação do comportamento do
usuário pelo controle de dados da internet”. Acerca das informações utilizadas no fragmento, indique
se há pertinência entre o repertório sociocultural e o tema proposto pela banca.

Leia o fragmento abaixo e responda às questões 9 e 10:

Tema: O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira (ENEM 2020).


Diante desse cenário, vale ressaltar que o preconceito é um obstáculo para o tratamento das doenças
psíquicas no país. De acordo com o pensamento do filósofo Byung-Chul Han, a atual “Sociedade do Cansaço”
preza pelo excesso de produtividade em relação as mais diversas atividades cotidianas, como por exemplo,
no trabalho e nos estudos, motivados também pela exposição desses rendimentos nas redes sociais.
Consequentemente, os cuidados com a saúde mental são negligenciados, visto que a procura a psiquiatras e
psicólogos seria uma demonstração de fragilidade em relação ao desempenho insatisfatório perante o corpo
social por causa da persistência do estigma a essas enfermidades.

9. O parágrafo acima pode ser considerado exemplar? Justifique sua resposta.

10. Qual estratégia argumentativa foi utilizada para fundamentar o desenvolvimento?

Duas estratégias argumentativas foram utilizadas para fundamentar a opinião do autor acerca do tema:
a primeira é a citação a filósofo sul-coreano Byung-Chul Han e a segunda, um exemplo acerca de
atitudes contemporâneas que podem ser vistas cotidianamente nas redes sociais.
Redação

Gabaritos

1. De acordo com o fragmento lido, percebe-se que o tema (delimitação estabelecida pela banca acerca do
assunto) é a democratização do acesso às salas de cinema no território brasileiro, enquanto o assunto
(abordagem geral) é o cinema. Estabelecer essa diferenciação na preparação textual é necessária para
evitar um dos problemas mais recorrentes da dissertação: a fuga ao tema. Isso acontece quando o
candidato disserta sobre o assunto, mas não chega na delimitação temática proposta pela banca.

2. No parágrafo em questão, utilizou-se uma contextualização com base histórica/filosófica a partir da


menção a Aristóteles e a defesa de adquirir conhecimento para a plenitude da vida humana. Em relação
a essa informação, analogamente estabeleceu-se uma comparação com o cinema como forma de
adquirir conhecimento assim como proposto por Aristóteles.

3. A tese utilizada no parágrafo pode ser classificada como sintética, uma vez que antecipa os argumentos
que serão ampliados nos parágrafos de desenvolvimento: “a elitização dos espaços públicos” e
“insuficiência intelectual”.

4. No primeiro parágrafo de desenvolvimento, como estratégia argumentativa, tem-se a utilização de uma


alusão cultural à Constituição Federal e o argumento de autoridade do sociólogo Jessé Souza. Já no
segundo parágrafo, há uma exemplificação acerca dos filmes exibidos no cinema que não alcançam as
mentes das minorias sociais e, por fim, um argumento de autoridade de Karl Marx.

5. A conclusão da redação exemplar apresenta uma somente uma proposta de intervenção, mas esta busca
resolver os dois impasses levantados ao longo do texto: a elitização dos espaços públicos e a
insuficência intelectual.

6. O parágrafo em questão não pode ser considerado exemplar, pois não apresenta estratégias
argumentativas para comprovar que o “algoritmo filtra informações e opiniões, que podem nos
influenciar”. Assim, para tornar-se exemplar seria necessário a apresentar de uma evidência (citação,
exemplificação, analogia, dados estatísticos, etc) para comprovar essa opinião.

7. A redação não apresenta proposta de intervenção. Há abordagem completa do tema, pois o participante,
no 2º parágrafo, afirma que o algoritmo filtra informações e opiniões, que podem nos influenciar, porém
o participante faz apenas constatações ao longo do texto, não apontando que tal cenário deve ser
mudado, nem o que deve ser feito para mudá-lo. Como não se expressa claramente, nesse texto, o desejo
de propor algo para interferir, não identificamos a presença de uma proposta de intervenção.

8. O participante, no fragmento em questão, apresenta o repertório na referência ao conceito de menoridade


de Kant. Trata-se de um repertório legitimado pelas Áreas do Conhecimento e com pertinência ao tema
na própria referência, isto é, a informação utilizada associa-se a um dos elementos da proposta (a
manipulação do comportamento). No entanto, não há vínculo pontual entre o repertório apresentado e a
discussão do texto; portanto, não há uso produtivo do repertório legitimado e pertinente.

9. O parágrafo pode ser considerado exemplar, pois apresenta um tópico frasal que contém a síntese da
informação que será ampliada nos períodos seguintes (o preconceito que impede o tratamento de
doenças mentais). Além disso, a ampliação é bem fundamentada uma vez que há fatos (referência à
Redação

“Sociedade do Cansaço” de Byung-Chul Han que indica o excesso de produtividade na


contemporaneidade) e opinião, a qual relaciona a citação do filósofo às ações cotidianas de super
exposição nas redes sociais. Além disso, ainda relaciona essas questões ao fato de que, por causa desse
fenômeno, a saúde mental é negligenciada e retoma a questão do estigma como barreira impeditiva para
o tratamento dessas enfermidades.

10. Duas estratégias argumentativas foram utilizadas para fundamentar a opinião do autor acerca do tema:
a primeira é a citação a filósofo sul-coreano Byung-Chul Han e a segunda, um exemplo acerca de atitudes
contemporâneas que podem ser vistas cotidianamente nas redes sociais.
Sociologia

Weber e a ética protestante

Objetivo
Discutiremos a formação do capitalismo a partir da interpretação weberiana, o modo como o autor
relaciona economia e religião, e através dos fenômenos de desencantamento do mundo,
burocratização e profissionalização, além de descobrir o que a Reforma Protestante tem a ver com
isso tudo.

Se liga
O surgimento do capitalismo tem tudo a ver com as ações sociais, sendo o marco de declínio de
tipos não racionais e ascensão de tipos racionais de ação social. Por isso, é bom conhecê-las antes.

Curiosidade
Maximilian Karl Emil Weber era filho de um industrial liberal e uma calvinista moderada. Estudiosos do autor
apontam sua formação familiar como inspiração para escrever A Ética Protestante e o Espírito do
Capitalismo. Pretendia escrever um livro na perspectiva inversa, entretanto contraiu gripe espanhola e faleceu
antes do feito.

Teoria
De todas as análises concretas elaboradas por Max Weber a partir de a sua teoria sociológica e de seu método,
a mais famosa foi aquela que ele desenvolveu a respeito da formação da sociedade moderna e da ascensão
do capitalismo. De fato, tal como Durkheim e Marx, Weber preocupou-se muitíssimo em compreender como
se deu a construção do sistema capitalista. Durkheim, como já vimos em outra oportunidade, pensava que a
formação desse modelo econômico seria explicável mediante a mudança do tipo de solidariedade social
dominante: da solidariedade mecânica das sociedades tradicionais, pré-modernas, para a solidariedade
orgânica das sociedades modernas e capitalistas. Marx, por sua vez, pensava que a formação do capitalismo
deveria ser explicada basicamente através da ascensão de uma nova forma de organização dos meios de
produção, o que resultaria numa nova forma de luta de classes, opondo, de um lado, os burgueses, proprietários
dos meios de produção, e de outro, os operários, donos apenas de sua força de trabalho. Weber, obviamente,
não pensava nem de um modo nem de outro. Fiel à sua sociologia compreensiva e ao seu individualismo
metodológico, a interpretação weberiana estabelece que o único modo de compreender o surgimento do
capitalismo é através não do exame dos fenômenos sociais em si, mas sim da análise cuidadosa das
intenções dos indivíduos que constituíram o modelo capitalista. Foi precisamente esse o percurso seguido
pelo autor em sua obra mais famosa, A ética protestante e o espírito do capitalismo.

Protestantismo, nova forma de ver a riqueza


Como o próprio nome do livro indica, para Weber, um dos eventos não exclusivos de maior relevância na
formação da sociedade capitalista foi a Reforma Protestante, que dissolveu a unidade do cristianismo
ocidental, até então centralizado na Igreja Católica. Longe, porém, de se circunscrever ao âmbito religioso, a

1
Sociologia
Reforma foi, para Weber, a própria causa da ascensão do capitalismo e da mentalidade moderna. De fato,
como se sabe, os autores reformados, como Lutero e sobretudo Calvino, criticaram fortemente a perspectiva
católica, segundo a qual o homem precisa cooperar com Deus para ser salvo. Ao contrário, profundamente
pessimistas que eram a respeito da natureza humana manchada pelo pecado, os reformadores criam que o
homem é incapaz, por suas próprias forças, não apenas de salvar-se, mas até de cooperar em seu processo
de salvação. Por si mesmo, ele é capaz apenas de pecar, de modo que Deus é o único e completo responsável
pela ida ao Céu daqueles que se salvam. Assim, não há nada, inteiramente nada que o homem possa fazer por
sua salvação. Deus, desde toda a eternidade, escolheu, de maneira inteiramente arbitrária, quem há de se
salvar e quem há de se condenar, de modo que todo homem, ao nascer, já está previamente determinado, seja
para a salvação, seja para a condenação ao Inferno. Ora, essa ênfase absoluta na predestinação de Deus
(insinuada em Lutero e só afirmada plenamente em Calvino), sem deixar qualquer espaço para a liberdade
humana, gera um problema prático: se nada do que eu faço, seja boa ou má ação, é indício de que serei salvo,
como posso saber que estou no caminho do Céu? Segundo Weber, a resposta a essa pergunta que se tornou
mais popular nos países protestantes não foi elaborada diretamente por nenhum grande autor da Reforma,
mas sim por certos pastores calvinistas posteriores. Na visão desses pastores, não há como ter certeza da
salvação, mas há indícios de quem foram os escolhidos. Constantes fracassos e falhas de comportamento
são um sinal de que Deus não escolheu esse indivíduo. Por outro lado, ter sucesso na vida em tudo que se
empreende reflete a graça e a misericórdia divina, inclusive no âmbito econômico. De fato, uma vez que os
salvos são aqueles que Deus quer, é natural que Deus proteja e zele por esses a quem ama, garantindo-lhes
bênçãos e sucesso financeiro. Assim, concluiu a mentalidade média dos povos protestantes, se dar bem nos
negócios é, por excelência, o sinal da graça divina e da salvação. Além disso, o protestante deve ter uma vida
inteiramente ascética, ou seja, fazer o máximo para não sucumbir ao pecado.
Enquanto a Igreja Católica era responsável por dizer quem vai ao paraíso ou não, levando os indivíduos uma
vida média com pouca atenção ao que faziam no dia a dia, o protestante defende uma doutrina de conexão
direta com Deus, tornando-se esse indivíduo inteiramente responsabilizado pelas suas ações. As pessoas não
são mais ovelhas de um rebanho, mas cada um o pastor de si. Isso torna o protestante muito menos opulento
que o católico, um indivíduo dado ao trabalho (como reflexo da salvação) e à poupança (porque uma vida de
prazeres não é uma vida consagrada a Deus)

E o capitalismo?
De acordo com Weber, os impactos dessa mentalidade na ascensão do capitalismo foram fundamentais.
Vendo no sucesso financeiro um sinal da benção de Deus, os protestantes passaram a desenvolver um forte
senso de eficiência e de busca pelo lucro. Obviamente, se o ganho de dinheiro é uma prova do amor de Deus,
gastar esse dinheiro de maneira irresponsável, esbanjando-o em diversões e brincadeiras, mesmo que não
pecaminosas, acaba por ser um desrespeito contra Deus. Não é à toa que, na perspectiva weberiana, os países
que tiveram maior desenvolvimento capitalista foram aqueles de formação protestante, como a Inglaterra, os
EUA e a Alemanha, enquanto os países mais fortemente católicos, como Portugal, Itália e Espanha, nunca
alcançaram o mesmo grau de sucesso capitalista. Em suma, para Weber, a mentalidade protestante de busca
pelo lucro como sinal da glória e benção de Deus é que foi o grande motor de desenvolvimento do capitalismo.
Aqui a ética protestante (trabalho e poupança) se encontra com o espírito do capitalismo (produzir e
acumular).

2
Sociologia
Secularização e racionalidade
Curiosamente – e isso também
chama muito a atenção de Weber
–, apesar de suas origens
religiosas, o que o capitalismo
gerou foi justamente um tipo de
sociedade no qual a religião não
ocupa mais o papel central de
antes. Com efeito, todas as
sociedades tradicionais, pré-
modernas, foram sociedades
sacrais, nas quais a religião não
apenas era importante, como
ocupava o próprio centro da vida
em sociedade. A sociedade
moderna e capitalista, por sua vez,
é uma sociedade secularizada, isto
é, uma sociedade na qual a religião
ainda é bastante influente, mas
não ocupa mais um papel central e determinante. Analisando a proposta protestante mais a fundo, é possível
encontrar nela própria a semente da secularização. A Reforma tem uma abordagem muito mais racional da
religião, além de eleger o indivíduo como o núcleo “responsável” pela salvação. Além disso, as práticas
religiosas protestantes são mais racionais, metódicas e pragmáticas (por isso, os protestantes podem ser
chamados também de metodistas) que a liturgia católica. O que aconteceu é que todos aqueles elementos
da vida social que até então eram dependentes da religião, tais como a arte, a política, a cultura, etc., foram
se autonomizando, se guiando por regras próprias e independentes. No linguajar weberiano, tal processo de
secularização, de dessacralização da existência humana, é chamado de desencantamento do mundo, e sua
principal característica é a cada vez maior racionalização da vida. Enquanto o catolicismo e o luteranismo
viam a salvação nos sacramentos (fenômenos mágicos em essência), as seitas puritanas oriundas da
reforma defendiam o trabalho ascético e a disciplina moral como formas de assegurar a certeza interior da
salvação. Porém, a organização social não encontrou mais afinidade com a ética protestante, e as duas áreas
se afastaram. Sendo um sistema que preza acima de tudo pela eficiência, o capitalismo enfraquece muito as
ações sociais de tipo irracional, como a tradicional e a afetiva, dando relevância sobretudo à ação racional
com relação à fins, que é a típica ação social econômica, empresarial, e que, portanto, é a síntese do
capitalismo. Diferente do mundo tradicional das sociedades sacrais, em que os homens se preocupavam
sobretudo com valores, a sociedade moderna e capitalista é aquela na qual os homens estão preocupados
sobretudo com metas. Sua lógica é a da eficiência, e isso se mostra em fatores muito concretos. Não à toa,
diz Weber, a sociedade capitalista é marcada por uma enorme burocratização e especialização. Em um
contexto no qual o sucesso é o critério supremo de avaliação das ações, nada mais óbvio do que promover a
divisão de tarefas, que minimiza os riscos e maximiza os ganhos. Nada mais lógico também que submeter
tudo a regras e normas burocráticas. Para que se produza mais, é importante que os indivíduos sejam
regulados, disciplinados, normatizados.

Vocação e profissionalização
Não à toa Weber observa um fenômeno interessante do capitalismo e de sua racionalização. Defendida antes
por Lutero, a vocação é uma espécie de missão divina, algo que estamos destinados a fazer aqui por Deus.
Absorvida pelo ethos capitalista (sem a intenção de Lutero), a noção de vocação se mistura à de profissão.
Assim, torna-se pecado, ou pelo menos moralmente inadequado, dedicar-se a atividades que não sejam o

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Sociologia
trabalho, já que estamos aqui cumprindo uma missão dada por Deus. Quando se conecta com a noção de
profissão, a vocação encontra a remuneração, já que recebemos um valor em troca do nosso trabalho. O
resultado disso é uma profissionalização contraditória. Na política como vocação, por exemplo, Weber aponta
que existem dois tipos de políticos: os que vivem da política e os que vivem para política. O político que vive
da política não tem nenhuma outra fonte de renda além da obtida por essa atividade, e sua luta se confunde
com sua busca por sustento. Por outro lado, o político que vive para a política não atua por remuneração, mas
por honra ou prestígio, até mesmo na lógica “poder pelo poder”. Ora, Weber observa que essa dinâmica acaba
por gerar como resultado final da ação política uma relação inadequada com o sentido original da atividade.
A atividade científica não estaria muito distante desses problemas. Primeiro, Weber acredita que pesquisador
e professor não são atividades compatíveis em nível, sendo aleatório que um indivíduo consiga desempenhar
bem as duas. Além disso, mostra a contradição de se pagar ao cientista para que faça o que faz, seja do ponto
de vista da relação com seus alunos ou por questões mais profundas, como o que o pesquisador desejaria
investigar e o que é obrigado a investigar por conta dessa profissionalização.

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Sociologia

Exercícios de fixação

1. Para Weber a forma como os protestantes enxergam o mundo entrou em uma afinidade eletiva com
a proposta de ação capitalista. Quais elementos demonstram essa aproximação?

2. Quais profissões são analisadas por Weber para falar sobre vocação e profissionalização?

3. O desencantamento do mundo é um conceito weberiano que demonstra o crescimento da


racionalidade na organização da sociedade. Para Weber a expressão máxima do desencantamento
é:
a) A ação social
b) A burocracia
c) A dominação
d) A vocação

4. Responda verdadeiro ou falso:


( ) Vocação é um conceito surgido na teologia da Igreja Católica
( ) A Reforma Protestante aprofundou a visão mística sustentada pelo catolicismo
( ) A Reforma Protestante entrou em afinidade com a organização econômica capitalista
( ) A secularização do mundo foi impulsionada pela própria Reforma Protestante

5. Cite ao menos uma das diferenças entre o catolicismo e o protestantismo aproximaram o capitalismo
da vertente protestante do cristianismo.

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Sociologia
Exercícios de vestibulares

1. A busca racional do lucro era um dos aspectos essenciais do modelo que Max Weber (1864-1920)
construiu para compreender a origem do capitalismo moderno. Segundo Everaldo Lorensetti (2006),
o sociólogo alemão considerava que essa característica teve como uma de suas origens a ação social
dos protestantes, especialmente dos calvinistas, que “tinham uma ética de vida voltada ao trabalho e
à disciplina muito forte, pois acreditavam que trabalho e sucesso seriam indícios de que além de
estarem glorificando a Deus estariam garantindo a sua salvação” (LORENSETTI, Everaldo. As teorias
sociológicas na compreensão do presente.
In: LORENSETTI, Everaldo et al. Sociologia: ensino médio. Curitiba: SEED-PR, 2006 p. 42.

A partir dessa afirmação, é correto afirmar que:


a) Weber desmereceu a importância da religião para o nascimento do capitalismo.
b) Weber destacou a importância da religião para diminuir a ânsia capitalista por lucro.
c) Weber considerou que, apesar da importância da religiosidade na vida das pessoas, ela não
teve influência sobre a origem do capitalismo moderno.
d) Weber destacou uma relação de influência da ética da religião calvinista sobre o objetivo de
acumulação de riquezas por parte dos indivíduos nas sociedades capitalistas.
e) Para Weber, a ética religiosa pode tem uma influência decisiva sobre a vida econômica.

2. “O desenvolvimento do racionalismo econômico é parcialmente dependente da técnica e do direito


racionais, mas é ao mesmo tempo determinado pela habilidade e disposição do homem em adotar
certos tipos de conduta racional prática […]. As forças mágicas e religiosas e as ideias éticas de dever
nelas baseadas têm estado sempre, no passado, entre as mais importantes influências formativas de
conduta.”
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1981. p. 09

Uma das mais conhecidas explicações sobre a origem do capitalismo é a do sociólogo alemão Max
Weber, que postula a afinidade entre a ética religiosa e as práticas capitalistas. Essa relação se mostra
claramente na ética do
a) Catolicismo romano, que por meio da cobrança de dízimos e vendas de indulgências estimulou
a acumulação de capital.
b) Puritanismo calvinista, que concebe o sucesso econômico como indício da predestinação para
a salvação.
c) Luteranismo alemão, que defendia que cada pessoa devia seguir a sua vocação profissional
para conseguir a salvação.
d) Anglicanismo britânico, que, ao desestimular as esmolas, permitiu o incremento da poupança
nas famílias burguesas.
e) Catolicismo Ortodoxo, que, ao abrir mão dos luxos nas construções arquitetônicas, canalizou
capital para investimentos econômicos.

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Sociologia
3. “Max Weber frequentemente utilizou a imagem da máquina na análise da natureza da organização
burocrática. Tal como uma máquina, a burocracia era o sistema de utilização de energias para a
execução de tarefas específicas. O membro de uma burocracia ‘é apenas uma peça em um mecanismo
móvel que lhe prescreve uma marcha essencialmente fixa. A burocracia, em comum com a máquina,
poderia ser posta a serviço de muitas questões diferentes. Mais ainda, uma organização burocrática
funciona tão eficientemente a ponto de seus membros serem ‘desumanizados’: a burocracia
‘desenvolvida mais perfeitamente... mais completamente tem sucesso em eliminar das atribuições dos
funcionários amor, ódio e todos os elementos puramente pessoais, irracionais e emocionais que
escapem ao cálculo’. [...] O avanço da burocracia aprisionava as pessoas na Gehäuse der Hörigkeit, a
‘jaula de ferro’ da divisão especializada do trabalho da qual dependia a administração da ordem social
e econômica moderna [...]”.
GIDDENS, Anthony. Política, sociologia e teoria social: encontros com o pensamento social clássico e contemporâneo. São
Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1998, p. 58-59.

Segundo o texto acima, sobre o conceito de burocracia de Max Weber, é correto afirmar que
a) a burocracia é um sistema eficiente de organização do trabalho somente quando é aplicado em
poucas questões específicas.
b) a burocracia consiste em um sistema de divisão especializada do trabalho que busca a eficiência
a partir de atribuições impessoais, racionais e calculadas impostas aos seus funcionários.
c) os funcionários burocráticos podem se expressar livremente, desde que dentro de regras
prescritas de forma impessoal e calculada.
d) a burocracia é um sistema arcaico que deve ser superado por outros processos de administração
do trabalho típicos da modernidade.
e) nenhuma das alternativas acima pode ser afirmada corretamente sobre o conceito de burocracia.

4. “[...] o racionalismo econômico, embora dependa parcialmente da técnica e do direito racional, é ao


mesmo tempo determinado pela capacidade e disposição dos homens em adotar certos tipos de
conduta racional. [...] Ora, as forças mágicas e religiosas, e os ideais éticos de dever deles decorrentes,
sempre estiveram no passado entre os mais importantes elementos formativos da conduta.”
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. São Paulo: Livraria Pioneira Editora,1989, 6 ed., p. 11.

A respeito das relações de causalidade que o sociólogo Max Weber propõe entre as origens do
capitalismo moderno, o processo de racionalização do mundo e as religiões de salvação, assinale a
alternativa correta.
a) Coube às éticas religiosas do confucionismo (China) e hinduísmo (Índia) redefinirem o padrão das
relações econômicas que, a partir do século XVI, culminaria no capitalismo de tipo moderno.
b) As seitas protestantes que floresceram nas sociedades orientais, a partir do século XVI, são
responsáveis pela prematura posição de destaque do Japão, China e Índia no cenário econômico
internacional que se seguiu à Revolução Industrial.
c) A partir de sua doutrina da predestinação, o calvinismo foi responsável pela introdução de um
padrão ético que, ao estimular a racionalização da conduta cotidiana de seus fiéis, contribuiu de
maneira inédita para o desenvolvimento das relações capitalistas modernas.
d) O processo de encantamento do mundo (irracionalização do conhecimento e das relações
cotidianas) encontra-se na base da ética protestante, cujas prescrições de conduta se revelaram
condição imprescindível para o desenvolvimento e consolidação das relações capitalistas
modernas.
e) Várias doutrinas religiosas ao redor do globo defendiam o lucro e a riqueza como benefícos ao
homem. A negação dessas condições é característica quase exclusiva do catolicismo. Quando
proposto, o protestantismo herdou essa característica.

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Sociologia

5. A menos que seja um físico, quem anda num bonde não tem ideia de como o carro se movimenta. E
não precisa saber. Basta-lhe poder contar com o comportamento do bonde a orientar sua conduta de
acordo com sua expectativa; mas nada sabe sobre o que é necessário para produzir o bonde ou
movimentá-lo. O selvagem tem um conhecimento incomparavelmente maior sobre suas ferramentas.
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. Max Weber. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Zahar,
1979. p. 165.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a sociedade moderna, conforme Max Weber,
assinale a alternativa correta.
a) A secularização da vida moderna e o consequente desencantamento do mundo são expressões
da racionalização ocidental.
b) O homem moderno detém menor controle sobre as forças da natureza, em comparação com o
domínio que possuía o “selvagem”.
c) O avanço da racionalidade produz, também, uma maior revitalização da cultura clássica, dado que
amplia o alcance das escolhas efetivas disponíveis.
d) O desencantamento do mundo é um fato social que atua como força coercitiva sobre as vontades
individuais, visando à construção da consciência coletiva.
e) O desencantamento do mundo destitui o Ocidente de um elemento diferenciador em relação ao
Oriente: as ações sociais dotadas de sentido.

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Sociologia

6. Observe a figura a seguir.

HODGE, N.; ANSON, L. L’Art de A à Z. Dubai: PML Éditions, 1996. p. 218.

Sobre o processo de organização do trabalho representado na figura, é correto afirmar que esse
expressa, segundo a forma pela qual Max Weber o analisa,
a) o papel libertador da técnica na vida dos indivíduos, pois potencializa as capacidades físico-
intelectuais humanas.
b) o tipo ideal de sociedade, pois esta, por ser justa, aloca cada um nas funções para as quais tem
aptidões inatas.
c) o declínio das formas racionais de dominação burocrática que, tradicionalmente, estiveram
presentes nas sociedades orientais.
d) a formação de uma ordem econômica e técnica que define violentamente a vida dos indivíduos
nascidos sob esse sistema.
e) que o trabalho fabril escapa à tipologia das ações racionais, por ser repetitivo e marcado pela
tradição, aproximando-se, assim, do trabalho outrora existente nas comunidades

7. “A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das


condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse
conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas
as coisas pelo cálculo.”
WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro:
Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento
do mundo evidencia o(a)
a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo.
b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo.
c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida.
d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade.
e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência.

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Sociologia
8. “O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da maior quantidade possível de dinheiro
não tem, em si mesma, nada que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu. Pode-se
dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em todos os tempos e em todos os países,
sempre que se tenha apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo, porém, identifica- se
com a busca do lucro, do lucro sempre renovado por meio da empresa permanente, capitalista e
racional. Pois assim deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma empresa
individual que não tirasse vantagem das oportunidades de obter lucros estaria condenada à extinção.”
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).

O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como característica fundamental a


a) competitividade decorrente da acumulação de capital.
b) implementação da flexibilidade produtiva e comercial.
c) ação calculada e planejada para obter rentabilidade.
d) socialização das condições de produção.
e) mercantilização da força de trabalho.

9. Os sociólogos Karl Marx e Marx Weber se detiveram na análise da modernidade europeia, embora com
métodos diferentes. Assinale como verdadeira a afirmativa que corresponde às análises de Max Weber
sobre a sociedade.

a) A vida moderna estimula a formação de um indivíduo calculista, racional e impessoal, refletindo a


tendência da exploração dos trabalhadores e da transformação do trabalho em mercadoria.
b) A dimensão cultural é fundamental para compreender a modernidade, pois o capital e seu acúmulo
são tidos como um dever moral que deve ser perseguido de forma racional e disciplinada.
c) A divisão social é um fenômeno da modernidade e sua função moral é integrar funções diferentes e
complementares que, de outra forma, causariam a perda dos laços comunitários.
d) A ação social, na sociedade moderna, é motivada apenas por interesses econômicos, porque os
meios para produzir estão concentrados nas mãos de apenas uma classe social.
e) A expansão da produção capitalista teve como base a separação entre trabalhadores e os meios de
produção, assim como a disseminação da propriedade privada.

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Sociologia
10. O sociólogo Max Weber desenvolveu estudos sobre a ética protestante e o espírito do capitalismo. A
esse respeito tem-se o seguinte:
a) a tentativa de constituir uma ciência da sociedade promoveria um processo de pesquisa
multidisciplinar e não especializado e por isso Weber concebia a economia como determinante da
cultura e o capitalismo determinante do protestantismo
b) o processo de racionalização era o fio condutor da análise do capitalismo ocidental por parte de
Weber e por isso ele analisou o papel da ética protestante, que apontaria um primeiro momento de
racionalização na esfera religiosa.
c) Weber considerava que as ideias dominantes eram as ideias da classe dominante, que, na
modernidade, era a classe capitalista, e por isso a ética protestante desenvolvida pelos
comerciantes gerou o espírito do capitalismo.
d) a inspiração na dialética idealista hegeliana fez com que Weber focalizasse a questão cultural e
desenvolvesse um determinismo cultural segundo o qual o modo de produção capitalista seria
produto do protestantismo.
e) a concepção weberiana surgiu a partir de uma síntese da filosofia kantiana e marxista e por isso ele
focaliza o processo de formação do capitalismo ao lado do desenvolvimento do protestantismo e
do apriorismo.

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Sociologia

Gabaritos

Exercícios de fixação

1. Para Weber existe um parentesco profundo entre as éticas religiosa e econômica. Podem ser apontados
elementos como:
Puritanismo ascético e a poupança de dinheiro do burguês;
A ética protestante do trabalho e a disciplina burguesa do trabalho metódico;
A valorização calvinista do ofício virtuoso e o ethos da empresa burguesa racional;
A concepção ascética do uso utilitário das riquezas e a acumulação produtiva do capital;
A exigência puritana da vida metódica e sistemática e a persecução racional do lucro capitalista.
Em suma, qualquer elemento que relacione trabalho e poupança, produzir e acumular.

2. Político e cientista

3. B
Para Weber o desencantamento do mundo se expressa numa organização da vida através da burocracia, a
administração típica da empresa que é uma instituição voltada para a racionalidade, utilidade e a finalidade.

4. F, F, V, V
1. A vocação é abordada por Lutero e aprofundada pelos pastores metodistas.
2. A Reforma Protestante não mistificou, ela ajudou a desmistificar o mundo.
3. De todas as religiões analisadas por Weber, a vertente protestante do cristianismo é a mais próxima do
capitalismo.
4. Por sua responsabilização do indivíduo e seu metodismo ascético, a Reforma Protestante
desempenhou um papel preponderante na desmistificação do mundo.

5. Valorização do trabalho x desvalorização do trabalho.


Valorização do acúmulo x proibição do lucro.
Visão individualista da religião x visão coletivista da religião.
Salvação pela predestinação x salvação pela liturgia.

Exercícios de vestibulares

1. D
As alternativas A, B, C e E vão inteiramente na contramão da visão de Weber, que buscou revelar como as
origens do capitalismo, em particular da visão positiva a respeito da busca pelo lucro, estão historicamente
associadas a certas modalidades de protestantismo calvinista.

2. B
Em sua obra, Weber buscou revelar como as origens do capitalismo, em particular da visão positiva a
respeito da busca pelo lucro, estão historicamente associadas a certas modalidades de protestantismo
calvinista, as quais viam no sucesso financeiro um sinal das bênçãos de Deus e, portanto, da salvação.

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Sociologia
3. B
Sistema profundamente impessoal e utilitário, focado exclusivamente na eficiência, isto é, no
cumprimento de metas, o capitalismo é por si mesmo burocrático, favorecendo a divisão social do
trabalho, a meritocracia, a hierarquia e o senso do dever.

4. C
Em sua obra, Weber buscou revelar como as origens do capitalismo, em particular da visão positiva a
respeito da busca pelo lucro, estão historicamente associadas a certas modalidades de protestantismo
calvinista, as quais viam no sucesso financeiro um sinal das bênçãos de Deus e, portanto, da salvação.

5. A
Nos estudos de Max Weber a respeito da sociedade moderna, a exemplo da obra A ética protestante e o
espírito do capitalismo, o autor busca identificar e compreender a especificidade da sociedade moderna
ocidental. Tal especificidade diz respeito ao modo como um tipo particular de racionalização se
desenvolveu nessa região, envolvendo a secularização e, com seu aprofundamento, o desencantamento
do mundo.

6. D
Para Weber, a técnica capitalista, associada ao predomínio da racionalidade com relação a fins, é própria
da Modernidade. Por outro lado, ele não a avalia como boa ou ruim, mas apenas assinala seu papel central
no mundo em que vivemos.

7. D
Para Weber, a essência da Modernidade encontra-se no processo de secularização, isto é, na perda
progressiva da centralidade da religião no interior da vida social. Tal processo, iniciado na Reforma
Protestante e chamado pelo autor de “desencantamento do mundo”, não é caracterizado weberianamente
como algo positivo (uma “emancipação”) ou negativo, mas simplesmente assinalado como um fato.

8. C
A grande característica do capitalismo, para Weber, é a racionalização brutal da vida econômica, que deixa
de guiar-se por princípios ou ideais (racionalidade com relação a valores), norteando-se inteiramente por
objetivos e metas (racionalidade com relação a fins). Trata-se do reino da utilidade e da eficiência.

9. B
A letra A é marxista do meio para o fim; a letra C é durkheimiana; a letra D caiu num economicismo muito
mais próximo de Marx do que de Weber; a letra E também tem uma análise economicista não muito
weberiana.

10. B
Weber identifica no protestantismo a entrada da racionalização como valor e comportamento. Na religião
protestante, uma vida orientada por uma interpretação racional dos textos sagrados é muito mais
importante do que a realização de ritos e a observação da liturgia, que dá um caráter mágico à religião
católica. No catolicismo, seus atos importam menos do que seguir os sacramentos que lhe garantirão a
ida aos céus. Já no protestantismo é uma questão lógica, aqueles escolhidos por Deus não costumam
pecar e têm sucesso nas várias áreas de sua vida, reflexo da graça divina.

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APRO
Semana 8
DAMENTO
Semana

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Biologia

Análise de gráficos em relações ecológicas e estratégias predador-presa

Teoria

As diferentes relações ecológicas podem ser representadas em gráficos, para melhor compreensão dessas
interações.
O gráfico mais comum é o que relaciona predadores e presas.

Gráfico relacionando a densidade de presas e predadores. Disponível em:


http://beforetests.blogspot.com/2015/08/dinamica-de-populacoes.html

Nesse gráfico, a densidade de predadores tenderá sempre a acompanhar a densidade das presas existentes.
A protocooperação também pode ser representada graficamente, quando duas espécies ficam separadas e
quando ficam juntas. Note que, quando cultivadas juntas, as duas populações acabam aumentando a sua
densidade populacional.

Gráfico mostrando duas espécies cultivadas separadas e duas juntas. Disponível em:
https://djalmasantos.wordpress.com/2011/05/20/testes-de-associacoes-biologicas-34/

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Biologia

Outro gráfico muito comum também mostra a relação de competição entre duas espécies quando cultivadas
juntas, sempre havendo declínio da menos adaptada.

Gráfico mostrando a relação ecológica de competição quando duas espécies são cultivadas juntas. Disponível em:
https://nossomeioporinteiro.wordpress.com/category/ecologiaorigem-da-vidaevolucao/comunidades/

O comensalismo ou inquilinismo também podem ser visualizados graficamente quando duas espécies são
cultivadas juntas.

Como se trata de uma relação em que somente uma espécie tem benefícios, a outra não sofre oscilações na
densidade.
Na relação ecológica de amensalismo, por ser indiferente para uma espécie e prejudicial para a outra, o gráfico
pode ser observado da seguinte forma.

Gráfico mostrando duas espécies cultivadas primeiramente juntas e depois separadas. Disponível em:
https://www.indagacao.com.br/2018/07/45-questoes-relacoes-ecologicas-com-gabarito-e-resolucao.html

2
Biologia

Note que, no amensalismo, uma espécie não sofre alterações na sua densidade (espécie C), e a outra sofre
declínio (espécie D).
Da mesma maneira como os predadores têm suas estratégias e adaptações para a caça, as presas também
possuem suas adaptações para fugir da predação. Dependendo da relação entre predador e presa, esta pode
tentar se esconder, escapar ou lutar.

● Plantas: defesa com espinhos e substâncias químicas

● Camuflagem: quando o animal combina sua cor ou forma com a do ambiente onde vive, ficando por
muitas vezes imperceptível aos olhos do predador. Pode ser classificada como homocromia ou
homotipia.

Lagarto se camuflando com o ambiente a sua volta. Disponível em:


https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Camale%C3%A3o_Brasieiro.jpg

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Biologia

● Homocromia: os organismos apresentam padrões de coloração que são geneticamente fixados:


possuem cor semelhante à areia, folhas, galhos ou outras estruturas, tornando-os parecidos com o meio.

● Homotipia: é a camuflagem pelo chamado “comportamento de decoração”. O organismo é semelhante


a alguma estrutura do ambiente em que vive.

● Mimetismo: quando animais imitam a coloração de outros animais, geralmente venenosos ou


impalatáveis.

● Mimetismo mulleriano: Duas ou mais espécies impalatáveis (não comestíveis) se imitam, formando um
grupo de espécies parecidas que reforçam para os predadores que aquele padrão de cor e forma está
associado a um gosto ruim.

4
Biologia

● Mimetismo batesiano: Os animais tentam se parecer com outros de espécies diferentes que têm gosto
ruim ou são venenosos.

● Aposematismo ou coloração de advertência: animais não palatáveis, tóxicos ou venenosos anunciam


que possuem gosto ruim através de coloração de alerta, conhecida como coloração aposemática.

● Comportamento deimático: comportamento de intimidação que certos animais adotam, parecendo estar
maiores ou mais fortes, como defesa contra seu predador.

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Biologia

● Tanatose: quando um animal se finge de morto para evitar ser predado.

● Autotomia: quando um animal perde parte do corpo para tentar sobreviver ao ataque de algum predador.

● Retroorientação: quando um animal tem uma parte do corpo mais chamativa para ação do predador,
evitando que este ataque suas partes vitais.

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Biologia

Exercícios

1. Muitos predadores e presas se utilizam de suas cores como uma estratégia de sobrevivência e, desta
forma, executam com sucesso suas atividades, como nos exemplos a seguir:
I. O bicho-pau, um inseto encontrado nas regiões tropicais e subtropicais do mundo inteiro, é
totalmente inofensivo e possui movimentos lentos. Por apresentar forma e cor semelhantes a
galhos de árvores, pode passar horas paralisado, sem que seja notado.
II. Uma espécie de aranha (Myrmarachne plataleoides) imita o tamanho, cor, formato e, até mesmo,
o comportamento de uma formiga agressiva e de gosto ruim, para se proteger e minimizar as
chances de ser devorada por predadores.
III. Membros de uma família de anfíbio (Dendrobatidae) apresentam colorido intenso e produzem
toxinas potentes que se encontram na pele. Algumas tribos indígenas da América do Sul utilizam
estas toxinas na ponta das flechas para capturar pequenos animais

Os três exemplos tratam, respectivamente, das seguintes estratégias de defesa:


a) Mimetismo, mimetismo, camuflagem.
b) Camuflagem, mimetismo, coloração de advertência.
c) Camuflagem, camuflagem, mimetismo.
d) Mimetismo, camuflagem, coloração de advertência.

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Biologia

2. Considere os gráficos.

Após uma aula sobre relações ecológicas, um professor propôs aos seus alunos a identificação de três
dessas relações interespecíficas. Espécies diferentes de seres vivos (A, B, C, D, E e F) estão
relacionadas nos gráficos. Pode-se concluir que as relações I, II e III correspondem, respectivamente,
a) mutualismo, antibiose e competição.
b) inquilinismo, protocooperação e mutualismo.
c) comensalismo, antibiose e mutualismo.
d) antibiose, comensalismo e mutualismo.
e) parasitismo, predatismo e competição.

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Biologia

3. Um exemplo clássico de relação ecológica, que envolve predador x presa, é ilustrado na figura abaixo,
tomando por base observações feitas durante quase 90 anos sobre o comportamento de linces e lebres
que vivem em regiões frias do Canadá. A partir desses dados, pode-se concluir que é incorreta a
descrição apresentada na alternativa:

a) A relação entre esses seres vivos na natureza, sem interferência negativa do homem, é importante
no controle populacional, tanto do predador quanto da presa.
b) À medida que aumenta o número de lebres, aumenta o número de linces, que passam a ter mais
alimento.
c) O aumento do número de linces reduz o número de lebres, pois essas serão mais predadas.
d) Quando a população de lebres diminui, a população de linces também diminui.
e) Quando diminui a população de linces, diminui também a população de lebres, para que possa ser
iniciado novo ciclo natural.

4. A foto abaixo mostra o “sapo de chifre” em meio a folhas no chão da Mata Atlântica.

a) Que nome se dá a esse tipo de adaptação ao substrato de repouso? Cite uma vantagem dessa
adaptação.
b) Diferentemente do “sapo de chifre”, alguns anfíbios venenosos apresentam coloração chamativa
e contrastante com o ambiente. O aspecto chamativo da coloração pode beneficiar um predador
de anfíbios? Explique.

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Biologia

5. Considere a figura

A análise da figura leva à hipótese de que a espécie


a) 1 é um predador que, após a introdução da espécie 2, sua única presa, pode experimentar um
significativo aumento populacional.
b) 1 é uma planta nativa que se tornou praga após a introdução da espécie 2, um polinizador eficiente.
c) 1 foi introduzida na área e reduziu a população da espécie 2 por competição.
d) 2 foi introduzida na área e passou a competir com a espécie 1 por recursos.
e) 2 é um parasita que mantém a população de seu hospedeiro, a espécie 1, sob controle.

6. A espécie A é um ácaro comum em plantações de morango na Califórnia que causa danos quando
atinge a densidade de 20 indivíduos por lote de morango. Pesquisadores observaram que, nos lotes de
morango em que ocorria a espécie A, ocorria também outra espécie de ácaro (espécie B). Visando
compreender a interação entre essas espécies, realizou- se um experimento em laboratório, no qual se
introduziu a espécie B em uma criação da espécie A. Após algum tempo, os pesquisadores aplicaram
um defensivo agrícola (D) na criação. Os resultados obtidos estão mostrados no gráfico abaixo

a) Tendo em vista os resultados obtidos, explique qual é a interação entre as duas espécies na
natureza.
b) A que se deve o aumento da densidade populacional da espécie A após a primeira aplicação do
defensivo agrícola?
c) Como esses resultados podem ser úteis à agricultura?

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Biologia

7. As curvas da figura representam, uma, a relação existente entre a probabilidade de encontro de uma
planta jovem em diferentes distâncias a partir da árvore-mãe e, outra, a probabilidade de sobrevivência
dessas plantas jovens.

Considerando esta figura, responda.


a) Que curva deve representar a probabilidade de sobrevivência das plantas jovens em relação à
distância da árvore-mãe? Cite duas relações interespecíficas que podem ser responsáveis pela
tendência observada nessa curva.
b) Cite um exemplo de mutualismo entre a árvore-mãe e animais que pode contribuir para o
estabelecimento de plantas jovens em pontos distantes dessa árvore

8. Duas espécies de plantas fanerógamas, X e Y, de porte semelhante, foram cultivadas em duas


situações experimentais:
I. independentemente - cada planta em um vaso;
II. em conjunto - as duas plantas em um mesmo vaso.
Em ambas as situações, todas as demais condições ambientais foram mantidas idênticas.
Ao final de algum tempo de cultivo, mediu-se o comprimento da parte aérea desses vegetais. Os
resultados estão apresentados no gráfico abaixo.

a) Identifique a provável relação ecológica presente na situação experimental II e justifique a


diferença de comprimento da parte aérea dos vegetais verificada nesta situação.
b) Cite duas características exclusivas das fanerógamas e os dois principais grupos em que esses
vegetais são divididos.

11
Biologia

Gabarito

1. B
Na situação I, um animal se assemelha com o meio, tratando-se de camuflagem. Já na situação II, um
animal imita outro animal não palatável, tratando-se de mimetismo. Por fim, na situação III, um animal
possui uma coloração chamativa para advertir um predador que é venenoso, tratando-se de coloração
de advertência.

2. C
No primeiro gráfico, somente a espécie B se beneficia estando junto com a A (relação +/0), enquadrando-
se no comensalismo. No segundo gráfico, a espécie D declina quando cultivada junto de C (relação -/0),
enquadrando-se no amensalismo. Por fim, no terceiro gráfico, as espécies E e F só conseguem ter um
aumento populacional quando cultivadas juntas (relação +/+ de caráter obrigatório), tratando-se de
mutualismo.

3. E
Na relação de predação, quando a população de presas diminui, a de predadores também diminuirá, pois
não haverá comida suficiente para a quantidade de predadores.

4.
a) Camuflagem. Imitar o ambiente em que vive permite ao anfíbio passar despercebido por seus
predadores. A camuflagem é uma vantagem adaptativa que garante ao animal mais chances de
sobrevivência e reprodução.

b) A coloração de aviso que aparece em anfíbios venenosos beneficia seus predadores. Ao evitarem
esses animais, os predadores não correm o risco de perder a vida pelo efeito do veneno presente na
pele deles.

5. B
Se houvesse alguma relação desarmônica, como predação, competição ou parasitismo, alguma das
populações, 1 ou 2, iria cair. Como as espécies 1 e 2 aumentam depois da chegada de 2, elas possuem
uma relação harmônica, e o crescimento exagerado dessa população pode ser sinal de que ela virou uma
praga.

6.
a) Predação ou Competição.
b) Predação: o defensivo agrícola matou todos os indivíduos da espécie B. A espécie A é resistente
ao defensivo e conseguiu se reproduzir várias vezes. Ou competição: o defensivo agrícola matou
todos os indivíduos da espécie B. Ocorreu maior disponibilidade de recursos (alimento) e assim
aumentou a sua densidade populacional.
c) Predação ou Competição: pode servir para mostrar a importância do controle biológico e manejo
integrado. É melhor usar o controle biológico (ou predador, ou competidor), pois ele mantém
a população da espécie abaixo de 20 indivíduos por lote, enquanto o defensivo agrícola tem que
ser aplicado continuamente. Ou competição: Escolher o defensivo agrícola que controle as duas
espécies.

12
Biologia

7.
a) É a curva 1. Quanto maior a distância entre as plantas jovens e a árvore-mãe, menor será a
competição entre elas. Duas relações interespecíficas que podem ser responsáveis pela tendência
dessa curva são a predação e parasitismo.
b) Animais que possibilitam a dispersão das sementes ao se alimentarem dos frutos produzidos pela
árvore-mãe

8.
a) Competição interespecífica. Quando colocadas em um mesmo vaso, as duas espécies competem
por nutrientes limitados, sendo que a espécie X é mais eficiente na captação desses recursos,
conseguindo um melhor desenvolvimento.
b) Apresentar sementes e órgãos reprodutivos evidentes. Gimnospermas e angiospermas.

13
Filosofia

Aristóteles

Teoria

O legado aristotélico
Aristóteles (384 – 322 a.C.) era filho de Nicômaco, médico do rei da Macedônia. Ainda jovem, ingressou na
Academia de Platão, permanecendo lá por aproximadamente vinte anos. Na ocasião da morte de Platão,
Aristóteles não pôde assumir a direção da Academia, mesmo sendo o discípulo mais qualificado, pois era
estrangeiro em Atenas.
Com isso, deixou Atenas em direção à Ásia menor. Em pouco tempo, foi chamado por Filipe II para ser
professor de seu filho Alexandre, que viria a ser o imperador da Macedônia em 340 a.C. quando a relação
entre mestre e discípulo foi interrompida.
Em 335 a.C. Aristóteles voltou para Atenas para fundar o Liceu, onde ensinou por 12 anos. Após a morte de
Alexandre, Aristóteles teve que deixar Atenas pela sua proximidade com a corte macedônica, já que o
sentimento antimacedônico era grande. Saiu afirmando querer evitar que os atenienses pecassem duas vezes
contra a filosofia (Sócrates foi a primeira).
Os campos de estudo de Aristóteles incluem Metafísica, Física, Astronomia, Lógica, Ética, Política, Biologia
etc. Esses campos, apesar de estudados “individualmente” não eram ramos tão especializados como no
contexto atual da ciência e filosofia. A metafísica, por exemplo, é chamada por Aristóteles de filosofia
primeira, uma ciência geral que não se dedica à questão particular nenhuma, mas a tudo. Todos os campos
estavam integrados numa grande “árvore” do conhecimento, visão que perdura até o fim da Idade Média,
quando o Renascimento refunda a ciência e derruba muitas das concepções científicas aristotélicas.

A Metafísica de Aristóteles
Para Aristóteles, as ciências deveriam encontrar o que define os seres, isto é, o que os constitui em termos
reais. Por isso, ele rejeitou a ideia de Platão de que a realidade estaria em outro mundo (o mundo inteligível),
compreendendo essa percepção como uma extravagância. Aristóteles acreditava que “conhecer é conhecer
pela causa”, no mundo material. Desse modo, entender o funcionamento do mundo material e descobrir a
essência das coisas eram os seus principais objetivos.
Para Aristóteles, a natureza tem ciclos regulares: a vida nasce, cresce e morre. Estamos integrados num todo
coeso e lógico. As mudanças e transformações fazem parte da ordem que guia a sucessão de
acontecimentos. O inteligível e o sensível estão juntos nessa realidade dinâmica. A separação entre eles só é
possível conceitualmente, já que formam um todo existencial. Assim, Aristóteles propõe dois princípios que
regem a existência: matéria (hylé) – daquilo que a coisa é feita; e forma (morphé) o que determina como a
matéria se apresenta.
Essa proposta ficou conhecida como hilemorfismo. Enquanto a matéria é, digamos, a composição da coisa,
a forma permite que essa coisa seja distinguível e apresente características distintas que a tornam o que é.
Aristóteles não abandona completamente as concepções de Platão, mas as coloca no nosso mundo, numa
camada de existência que requer reflexão e depuração para observar. Porém, ele não aceita que o mundo que
experimentamos, por meio dos sentidos, seja mera ilusão, como se não existisse. A partir da doutrina
platônica, ele organiza os fenômenos sensíveis de maneira compreensível.

1
Filosofia

Para tal, Aristóteles teve que enfrentar outro problema: o que faz as coisas permanecerem ou mudarem? Essa
polêmica clássica, iniciada com Heráclito e Parmênides, também orienta a doutrina aristotélica. Deslocando
a questão da mudança em si para a realidade que sofre a mudança, Aristóteles torna o movimento heraclitiano
ontológico. Para ele, uma semente não é uma planta, mas pode vir a ser, ao passo que um livro, não. A
mudança não é uma conversão aleatória daquilo que compõe as coisas, mas uma transformação possível,
que segue uma ordem já presente na coisa antes de sua mudança. Assim, temos o ato, que representa a
situação atual do ser, o que ele é; e a potência, o vir a ser aristotélico, contido nas possibilidades de cada
coisa.
Tudo na natureza é ato e potência, seguindo o ciclo observado por Aristóteles. Encontrando as condições
necessárias para tal, um bebê nasce, cresce e morre, assim como uma semente que se transforma numa
grande árvore que pode vir a dar flores e frutos. Podemos ainda, relacionar a matéria à potência, o substrato
que ainda não é, assim como a forma ao ato, o que define o ser, como se manifesta. Convém observar ainda,
que Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui predicados, ou seja, características que
são os acidentes, atributos não essenciais, mas sim circunstanciais do ser. Além dos acidentes, a substância
é composta pela essência, que é o atributo estrutural e que, portanto, está intimamente ligado ao ser, como
aquilo que o define.

Teoria das quatro causas

Aristóteles aponta para uma diferença fundamental entre os seres: há uma classe de seres naturais e outra
de seres artificiais. Para ele, na primeira classe, a transformação está contida no interior do ser. Na segunda
classe, o movimento é causado por algo externo, um princípio exterior. Isso significa dizer que a mudança
observada no que é natural também é natural, já que interna às condições da natureza, enquanto o que é
artificial depende da ação externa, muitas vezes manifestada na vontade e intenção de causar essa mudança.
Assim, temos a transformação de origem interna e externa, dependendo da situação do ser, que faz da
potência, ato. Esses princípios são chamados de causas, sendo quatro as causas fundamentais.
A causa material se refere à matéria que compõe a coisa. Uma espada pode ser confeccionada de metal, um
banco de madeira etc. Já a causa formal, está ligada à característica que torna o ser distinto, o que lhe confere
identidade. Uma mesa tem forma de mesa, uma taça tem forma de taça e por aí vai. A causa eficiente, por
sua vez, refere-se à ação (e agente) gerador da coisa. O que deu forma à matéria? O que produziu aquela
existência? É para essa direção que essa causa aponta. E, por último, a causa final, no sentido de objetivo,
finalidade, razão, motivo. É a causa ligada à justificação daquele ser. A causa final, para Aristóteles, é a mais
importante, pois é ela que dá o sentido para o ser.

Primeiro motor imóvel


Por refletir numa perspectiva que envolve ação e finalidade, Aristóteles esbarrou na questão da origem do
mundo. Se o que existe foi feito e tem um fim, o que fez o mundo e por quê? Para solucionar essas questões,
ele concluiu que, na verdade, o mundo é eterno, sem início e sem fim. Partindo da proposta de movimento,
seria contraditório pensar que algo dá origem ao mundo, pois não há onde o mundo possa se apoiar para seu
surgimento, não há uma existência que seja ato e possa potencialmente se tornar o mundo.
Essa conclusão é bastante lógica, porém ainda incompatível com o pensamento aristotélico. Tudo que está
em movimento é colocado em movimento por algo, isso o leva a especular e, intuitivamente, perceber que
deve haver algo que pôs o mundo em movimento, um primeiro motor, um agente iniciador, mas que não foi
iniciado por nada e que é a causa primeira do movimento.

2
Filosofia

Esse primeiro motor precisa ser ele mesmo imóvel para impedir que a cadeia de movimento regresse ao
infinito. Aristóteles pondera que esse motor é um ato bom, puro, perfeito e eterno e, por isso, é capaz de
produzir movimento sem ter sido movimentado. Essa noção está relacionada à concepção teleológica de
Aristóteles, segundo a qual tudo que compõe a realidade tem, necessariamente, uma função e uma finalidade
que lhe é própria. Sendo assim, como tudo tende ao que é bom, a atração produzida pelo primeiro motor
produz o movimento.

Ética
A ética aristotélica, assim como suas outras teorias, é grande devedora de seu mestre Platão. Mas, assim
como em suas outras doutrinas, Aristóteles se afasta de seu mentor incluindo a prática e a experiência como
parte crucial da existência, do conhecimento e da virtude.
A proposta da ética aristotélica também é teleológica. Como já comentamos, para Aristóteles a existência
era um todo integrado e analisado como uma grande árvore, o que significa dizer que sua concepção
teleológica permeia todas as suas teorias.
Na ética, o pensador afirma que tudo é bom quando alcança seu fim. Sendo assim, aquilo que cumpre o que
lhe é próprio pode ser chamado de bom. Um exemplo comum é o do lápis. Não importa quais características
um lápis carregue, que seja belo ou inquebrável, se ele não permite escrever então ele não é bom, pois o fim
do lápis é a escrita ou, por extensão, a grafia. Mas como definir que um ser humano é bom?

Telos, eudaimonia e razão


Já vimos que telos é fim, objetivo. Para Aristóteles, tudo que alcança seu fim é bom. Então, para uma pessoa,
ser boa significa alcançar seu fim. Mas não se trata de objetivos individuais, não estamos falando de metas
ou sonhos pessoais. Aristóteles está pensando no ser humano como uma categoria e, para categorizar o ser
humano, precisamos identificar o que há de geral nas pessoas e o que as diferencia dos outros seres.

Antes de partir para a definição do ser humano e sua finalidade, vamos pensar na virtude. A virtude é a
propriedade mais essencial de um ser, ela que distinguirá esse ser dos outros. Essa virtude aponta para o
perfeito exercício e atuação desse ser. Ou seja, a virtude está ligada à finalidade. Uma faca é virtuosa quando
corta bem, assim como um médico é virtuoso quando cuida bem de seus doentes.

O ser humano possui uma ampla gama de habilidades, capacidades e competências. Podemos fazer
inúmeras coisas que, inclusive, nos aproximam de outros seres (como correr, morder, dormir etc.) Mas o que
nos distingue, nossa virtude, é a razão. Para Aristóteles, o fim do ser humano é a felicidade, a eudaimonia, que
consiste na manifestação do bem nas pessoas. Para alcançar esse fim, o caminho é a virtude, a racionalidade.

Ter racionalidade não é o suficiente. Já falamos que Aristóteles dá grande relevância para a experiência e a
prática. A virtude precisa ser então praticada, exercitada. É preciso se esforçar para transformar em ato aquilo
que nos é dado como potência. Portanto, é necessário praticar a reflexão e a contemplação, com o fim de
alcançar a virtude. Não se é virtuoso de um dia para o outro, muito menos feliz.

3
Filosofia

Várias virtudes
Apesar de assumir a racionalidade como a essência do ser humano, Aristóteles reconhece que somos
capazes de realizar muitas coisas. Quer dizer então, que podemos desenvolver várias virtudes? Sim! Para o
pensador, a felicidade é alcançada pelo exercício dessas várias virtudes e não só da racionalidade. A própria
contemplação só é possível com bem estar social, boas companhias, condições materiais e paz. Para gozar
de uma vida que proporciona as condições ideais para o exercício da contemplação é preciso exercitar outras
virtudes, como a generosidade, a coragem e a justiça. Não basta refletir, contemplar, enfim, não basta ser um
filósofo.

Felicidade racional
Como a racionalidade é a base fundamental da ética aristotélica e é por ela que alcançamos a felicidade, uma
busca de prazer desequilibrada conduz no sentido contrário à realização da finalidade do ser humano. O que
faz o homem ser bom, sua felicidade, não é fruto de exuberâncias e exageros, mas sim de equilíbrio e de
ponderação.
A partir do exercício da reflexão e da contemplação, o indivíduo compreende a essência da felicidade, que
não reside na superficialidade de prazeres efêmeros e exagerados, mas numa conduta racional, a essência
do ser humano. A partir dessa reflexão o indivíduo guia sua conduta. Mas e as pessoas comuns, que não
desfrutam das condições ideais para realizar essa reflexão? Bom, aí entra a prática mais uma vez. O exercício
continuado de boas práticas leva a bons hábitos, uma conduta boa que também levará a felicidade.
A excelência moral para Aristóteles está no exercício de virtudes que se configuram por ser um estado
intermediário, o excesso ou a falta do que é conveniente deteriora a conduta. A virtude está no meio-termo, o
que chamamos de mediania. Esse ponto de equilíbrio não é fixo. Ele varia conforme a circunstância. A virtude
da coragem, por exemplo, que é a capacidade de enfrentar o perigo, está entre o vício que consiste na sua
ausência, isto é, o vício da covardia e aquele que consiste no seu excesso, isto é, o vício temeridade.

Política
Do pensamento de Aristóteles sobre política vem a famosa frase: “o homem é um animal político” (zôon
politikon). Ela representa a noção do filósofo de que somos seres sociais por natureza já que, apenas vivendo
na pólis, o homem é capaz de desenvolver plenamente as suas potencialidades. Para Aristóteles, a
organização em sociedade é um impulso natural e, por isso, a própria sociedade deve ser organizada
conforme a natureza humana. Mais uma vez a questão teleológica entra na jogada. Se a finalidade do ser
humano é ser feliz, a finalidade da sociedade é produzir o bem comum. Aqui observamos uma aproximação
entre a ética e a política, uma tratando do bem na esfera individual e outra tratando do assunto na coletividade.
A política e a ética são então complementares, ambas necessárias para produzir as condições de alcance da
felicidade.
A pólis seria a forma de organização por excelência, sendo considerada um fenômeno natural. Na concepção
do pensador, todo o gênero humano deveria se organizar nesse formato. Como é ela que oferece as condições
para que estejamos vivos, a cidade precede o indivíduo. Sem a cidade o indivíduo está perdido, sem um
indivíduo a cidade continua.
Além de tratar da organização do Estado (em cidade-Estado ou pólis) e dos objetivos da política, Aristóteles
se notabilizou pelo estudo das organizações políticas de diversas sociedades diferentes. O resultado desse
estudo se manifesta na consolidação de formas de governo gerais, como seguem:

4
Filosofia

● Monarquia – governo de um sobre os demais, visando o bem comum;


● Aristocracia – governo de um reduzido número de homens (os melhores) sobre os demais, visando o
bem comum;
● Politeia – governo da massa, visando o bem comum.

Quando essas formas de governo deixam de visar o bem comum, elas se tornam corrompidas ou
degeneradas, conforme a seguir: a monarquia se corrompe em tirania, que consiste no exercício do poder de
forma arbitrária, visando os interesses realeza; a aristocracia se corrompe em oligarquia, que consiste no
governo de poucos, visando os interesses dos ricos; a politeia se corrompe em democracia, que consiste no
governo da massa, visando unicamente os interesses dos pobres. Note-se que o que nós chamamos de
“democracia” atualmente nem sequer faz parte do quadro de regimes políticos em Aristóteles: não só a nossa
democracia é representativa (a democracia antiga é direta), mas aqui em particular cabe notar que a nossa
democracia é o governo de todos, não da massa (por oposição à elite).

5
Filosofia

Exercícios

1. ''(...) aprendemos executando o que temos que executar. Exemplo: homens se tornam construtores
construindo e se tornam tocadores de lira tocando lira. É a realização de atos justos que nos torna
justos, a de atos moderados que nos torna moderados, a de atos corajosos que nos torna corajosos
(...).''
Aristóteles. Ética a Nicômaco. Livro II, cap. I, pág.75. São Paulo: Edipro, 2014. (Adaptado).

Segundo o texto, para Aristóteles, as virtudes são


a) puramente inatas ao ser humano.
b) frutos do nascimento nobre.
c) oriundas da prática e do exercício.
d) exclusivas dos atenienses.
e) proibidas aos bárbaros.

2. Segundo Aristóteles, “[...] a função própria do homem é um certo modo de vida, e este é constituído de
uma atividade ou de ações da alma que pressupõem o uso da razão, e a função própria de um homem
bom é o bom e nobilitante exercício desta atividade ou a prática destas ações [...]. O bem para o homem
vem a ser o exercício ativo das faculdades da alma de conformidade com a excelência, e se há mais de
uma excelência, de conformidade com a melhor e mais completa entre elas. Mas devemos acrescentar
que tal exercício ativo deve estender-se por toda a vida [...]”.
Assinale a alternativa que não corresponde à concepção aristotélica do bem próprio do ser humano.
a) O bem próprio do homem consiste em conduzir a vida em conformidade com a razão e em
conformidade com a excelência mais completa.
b) A função própria do homem é o exercício ativo da atividade racional.
c) Bem viver e bem agir são elementos constitutivos na realização da finalidade última e do bem
supremo do ser humano.
d) O modo de vida que torna o homem bom relaciona-se exclusivamente com a realização de ações
determinadas por suas paixões e desejos.
e) O bem para o homem se realiza no exercício ativo de sua função própria numa vida completa.

6
Filosofia

3. Aristóteles (384-322 a.C.) afirma em Política: “Diremos que nenhum indivíduo é cidadão só porque
habita num determinado lugar, pois, tal como os cidadãos, também os metecos (homens livres) e os
escravos possuem um local para habitar. (...) Ora, não há melhor critério para definir o que é o cidadão,
em sentido estrito, do que entender a cidadania como capacidade de participar da administração da
justiça e no governo.”
(ARISTÓTELES. Política, livro III, cap. 1 1275a6-7 e 22-23).

A partir desse trecho, é correto afirmar que


(01) a atividade política não é restrita a um pequeno grupo de cidadãos, mas está acessível a todos
que têm cidadania.
(02) a cidadania é garantida em função de se habitar um lugar.
(04) o principal critério para definir um cidadão é a possibilidade de ele participar da vida política da
cidade.
(08) a nem todos os habitantes de uma cidade é garantido o direito de ocupar cargos públicos ou
tomar parte nas decisões judiciais, mas somente àqueles que são considerados cidadãos
naquela cidade.
(16) a participação política não é uma questão de escolha para Aristóteles, uma vez que, para ele,
todos os habitantes da cidade deveriam agir politicamente, independentemente de sua condição
social ou econômica.
Soma: ( )

4. “O filósofo natural e o dialético darão definições diferentes para cada uma dessas afecções. Por
exemplo, no caso da pergunta “O que é a raiva?”, o dialético dirá que se trata de um desejo de vingança,
ou algo deste tipo; o filósofo natural dirá que se trata de um aquecimento do sangue ou de fluidos
quentes do coração. Um explica segundo a matéria, o outro, segundo a forma e a definição. A definição
é o “o que é” da coisa, mas, para existir, esta precisa da matéria.”
Aristóteles. Sobre a alma, I,1 403a 25-32. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2010.

Considerando-se o trecho acima, extraído da obra Sobre a Alma, de Aristóteles (384-322 a.C.), assinale
a alternativa que nomeia corretamente a doutrina aristotélica em questão.
a) Teoria das categorias.
b) Teoria do ato-potência.
c) Teoria das causas.
d) Teoria do eudaimonismo.
e) Teoria mimética

7
Filosofia

5. Aristóteles afirma que os indivíduos são compostos de matéria (hyle) e forma (eidos). A matéria é o
princípio de individuação e a forma a maneira como a matéria se constitui em si. Assim, todos os
indivíduos de uma mesma espécie teriam a mesma forma, mas difeririam do ponto de vista da
matéria, já que se trata de indivíduos diferentes, ao menos numericamente.
(Adaptado de: MARCONDES, D. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 2.ed. Rio de Janeiro:
Zahar, 2007. p.21.)

Com base na diferenciação entre matéria e forma apresentada no texto, indique o significado dos
conceitos de essência e de acidente na teoria do conhecimento de Aristóteles.

8
Filosofia

Gabaritos

1. C
Ao afirmar que “aprendemos executando o que temos que executar”, Aristóteles expõe que acredita na
prática como forma de crescimento e desenvolvimento. As virtudes devem ser exercitadas, praticadas.
Fazer é parte crucial do processo de aprendizado e aperfeiçoamento.

2. D
A alternativa [D] está incorreta, pois para Aristóteles, realizar ações exclusivamente determinadas pelas
paixões e desejos não tornam o homem bom. Uma vez que nem todos os nossos desejos são bons e
nem todas as nossas paixões são verdadeiras. O que torna o homem bom é conduzir a vida em
conformidade com a razão e com a excelência que lhe é própria.

3. 1 + 4 + 8=13
Ao definir o cidadão como aquele que participa politicamente da comunidade, Aristóteles faz uma clara
distinção entre habitante (mero membro da sociedade) e o cidadão (membro da comunidade política).
Da mesma maneira, reconhece que alguma forma de participação no governo deve ser concedida a todo
aquele que é identificado como cidadão, mas não a todo habitante.

4. C
Todas as alternativas desta questão remetem à filosofia de Aristóteles. Entretanto, ao atentarmos ao
texto, percebemos que nele se faz presente algumas palavras chaves como matéria e forma. O texto nos
mostra a recusa da proposta platônica enquanto fundamento para o entendimento da essência (origem)
daquilo que está no mundo sensível. Para Platão, a essência está no mundo das ideias. Para Aristóteles,
pelo fato de não existir o mundo das ideias, temos que encontrar a essência do que existe nas próprias
coisas que constituem o nosso mundo. Para encontrarmos tal essência, basta-nos aplicarmos a teoria
das quatro causas. São elas: material, formal, eficiente e final. Ou poderíamos também aplicar a definição
de essência proposta por Aristóteles: “Essência é a unidade indissolúvel entre a matéria (aquilo do que é
constituído) e a forma (como ele é) que faz o “ser” ser aquilo que ele é com identidade própria e não outra
coisa.”

5. Aristóteles considera que toda substância individual é composta de matéria e forma, o que, de certo
modo, faz com que o dualismo platônico seja contemplado no próprio ser (aquilo que é e que existe). A
forma associa-se às condições essenciais da coisa (ser), tornando-a naquilo que ela é. É por intermédio
da forma que o ser se constitui, sendo o que é. Por exemplo: diversos materiais (matéria) podem ser
utilizados para fabricar mesas e cadeiras. Ambos os seres (cadeiras e mesas) são formados por
materiais diversos. Então, o que as diferenciam do ponto de vista da essência? O que as tornam
diferentes, em essência, é a forma que cada porção de matéria recebe. Desse modo, a mesa é mesa não
em razão da matéria que a constitui, mas em razão da forma que a determina essencialmente. As
diferenças assinaladas na matéria de cada ser são consideradas acidentes. Logo, os acidentes são as
características mutáveis e variáveis que estão registradas na matéria e não na forma. Um risco, uma
mancha ou uma trinca que se observa em uma cadeira, por exemplo, a torna singular (individual) em
relação às demais, sem que isso lhe retire a sua essência (forma) de ser cadeira.

9
Geografia

Blocos Econômicos (ricos)

Teoria

Os blocos econômicos correspondem a associações regionais com objetivo de facilitar e incentivar o livre
comércio entre os países, derrubando ou reduzindo as barreiras econômicas. A partir de diferentes medidas,
como a redução de tarifas, impostos ou exigências alfandegárias, é possível aumentar a fluidez de capitais,
bens e pessoas entre os países membros. São uma resposta dos países ao processo de globalização, mas
nem todos os blocos são iguais. Existem diferentes níveis de integração e, portanto, diferenças significativas
em seus objetivos. Do mais simples ao mais complexo, sempre incorporando a característica do anterior, é
possível classificá-los como:

• Zona de Livre Comércio: busca facilitar a livre circulação de mercadorias e capitais dentro dos limites do
bloco, estabelecendo uma tarifa interna comum (TIC). O Nafta, atualmente denominado UMSCA, é um
grande exemplo.

• União Aduaneira: Além da existência da TIC, é definida uma tarifa externa comum (TEC). Além de facilitar
a livre circulação de mercadorias entre os países membros, busca definir tarifas únicas para negociar
com outros países. O que possibilita esse tipo de bloco negociar com outros países ou outros blocos,
buscando vantagens econômicas. O Mercosul é um exemplo.

• Mercado Comum: possui todas as características dos blocos anteriores, porém apresenta uma
integração mais ambiciosa, buscando-se uma padronização da legislação econômica, fiscal e
trabalhista. O objetivo é a livre circulação de capitais, serviços e pessoas.

• União Monetária e Política: é o maior nível de integração dos blocos. Além de possuir uma moeda única
e consequentemente a criação de um Banco Central, busca também uma unificação legislativa profunda,
superando os limites dos Estados. O único exemplo é a União Europeia e o tão famoso Banco Central
Europeu, bem como o Parlamento Europeu.

Esquema representativo dos níveis de integração dos blocos econômicos.


Geografia

Os Blocos Econômicos ricos

União Europeia (UE)

União Monetária e Política formalmente criado em 1992, a partir do Tratado de Maastricht para estabelecer
uma cooperação econômica e política entre os países europeus. É um dos exemplos de blocos mais
avançados apresentando uma integração econômica, social e política, moeda comum, livre circulação de
pessoas e funcionamento de um parlamento único. Recentemente, com a crise de migração enfrentada pelo
velho continente, observou-se a criação de uma polícia de fronteiras. O bloco é composto por 28 países
membros. Em junho de 2016, através de um plebiscito, o Reino Unido decretou a saída do bloco econômico,
que deve ocorrer em 31 de janeiro de 2020.
O embrião do bloco surgiu em meados de 1957, com a criação da Comunidade Econômica Europeia (CEE).
Era formada apenas pela: Alemanha, Bélgica, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos. Esta organização
também era chamada de “Europa dos 6”. O contexto de criação da CEE foi na Guerra Fria, momento em que
o mundo vivia a bipolarização entre os norte-americanos e soviéticos. O maior objetivo era formar uma aliança
para fortalecer as comunidades europeias, recuperar suas economias e enfrentar o avanço da influência
norte-americana. Nesse mesmo contexto, a Europa buscava se reconstruir dos danos da Segunda Guerra
Mundial e, bem como, garantir a paz. Dessa forma, outra intenção foi construir uma força militar e de
segurança. Na década de 1980 outros países integraram a CEE como a: Reino Unido, Grécia, Espanha,
Dinamarca, Irlanda e Portugal. Com a adesão destes países, a comunidade europeia se chamaria de “Europa
dos 12”.
Tratado de Maastricht (1992) propôs uma integração e cooperação econômica, buscando harmonizar os
preços e as taxas de importação. Em 1999 foi projetada a união monetária, a qual consistia na criação de um
Banco central e da moeda única, o Euro. Esta nova moeda foi capaz de gerar profundas mudanças no cenário
geopolítico e pode dar condições de fortalecer a economia. Nem todos os países membros são permitidos
adotar o Euro ou eles mesmos não desejam, como o caso do Reino Unido que manteve a libra esterlina como
moeda principal. Outro acordo interno é o Espaço Schengen, no qual estabelece a livre circulação de pessoas,
novamente, nem todos os países que pertencem a União Europeia fazem parte desse acordo.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Europeia


Geografia

North American Free Trade (NAFTA)

Zona de Livre Comércio, criada em 1992, por Canadá, Estados Unidos e México. Denominado Tratado de Livre
Comércio das Américas esse bloco busca reduzir as tarifas alfandegárias entre os países membros. Desde
sua criação a troca entre os países cresceu vertiginosamente, criando uma grande dependência do Canadá e
do México para com os Estados Unidos. Desde a Crise de 2008 que afetou a economia americana e o mundo,
o acordo é questionado, uma vez que as duas menores economias do bloco tiveram que procurar maior
diversificação dos seus mercados. Mais recentemente, Donald Trump, pressionando ambas as economias,
buscou a renegociação desse acordo, agora denominado USCAM, simplesmente a junção das siglas dos
respectivos países. Todavia, para o acordo entrar em vigor, em 2020, falta apenas a assinatura do congresso
americano, que impõem certas dificuldades aos projetos do republicano.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_Norte-Americano_de_Livre_Com%C3%A9rcio

USMCA – O Novo Nafta


O USMCA corresponde a uma modernização do tratado de livre comércio entre EUA, Canadá e México. A
renovação desse acordo aconteceu em 2018 e aconteceu por um pedido do Donald Trump, que alegou estar
passando por um déficit no comércio na relação com o México, sobretudo pelas transferências industriais
que ocorreram anteriormente ao seu mandato. Esse acordo reflete uma postura do protecionismo econômico
presente na política do presidente Donald Trump.
O Nafta foi um acordo que durou vinte e quatro anos facilitando o comércio entre os três países. Ele não prevê
a livre circulação de pessoas, mas de bens e produtos, com redução ou finalização das barreiras comerciais.
Das críticas que o acordo sofria, a forte dependência mexicana da econômia americana era ressaltada com
o acordo.
O México, já vinha demonstrando insatisfação quanto as vantagens que os EUA teriam sobre o preço dos
produtos agrícolas, enquanto os EUA acreditam que sua economia estava sofrendo com o deslocamento
industrial para Canadá e México, devido as vantagens locacionais e atrativos econômicos como mão de obra
mais barata e redução de impostos. Das diferenças na renovação do acordo devemos citar:
Geografia

Nome O antigo acordo, denominado de Nafta, agora dá lugar ao USMCA

Setor automotivo O novo acordo pretende impedir que indústrias transfiram-se para locais com
mão de obra mais barata. A ideia é que cerca de 75% das peças de um carro
sejam fabricadas nos Estados Unidos por trabalhadores que recebam em média
16 dólares por hora

Setor de Laticínios O Canadá concordou em diminuir as barreiras no setor de laticínios, já que o


governo dos Estados Unidos classificava a proteção dos produtos lácteos
injusta com altas tarifas de importação. Assim, amplia-se o mercado de
laticínios entre Canadá e Estados Unidos.

Validade do acordo Ao contrário do Nafta, que não possuia tempo determinado para estar em vigor,
o USMCA deixará de vigorar em dezesseis anos, portante, estabeleceu-se uma
cláusula de validade.

Propriedade intelectual A proteção da propriedade intelectual já existia. O novo acordo porpôs o


aumento dessa proteção, oferecendo-a a farmacêuticos e inovadores agrícolas.
Essa proteção estende-se também aos direitos autorais de escritores e
compositores.

Comércio eletrônico O USMCA veta os direitos aduaneiros para os produtos distribuidos


digitalmente como jogos e livros eletrônicos.
SOUSA, Rafaela. “USMCA”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/usmca.htm. Acesso em: 14 de
fevereiro de 2021.

O G7
Criado em 1976, trata-se dos 7 países mais ricos do mundo e os representantes da União Europeia. É
composto por Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos. Juntas, essas nações
representam metade de toda a econômia mundial. Com a entrada da Rússia em 1997 tornou-se G8, porém, o
país foi suspenso em 2014 em virtude do conflito na Crimeia. Vale ressaltar que os grupos que se denominam
dessa forma, a exemplo do G7 e do G20, são grupos informais que não possuem tratado constitutivo. O grupo
começou a se reunir no contexto da crise do petróleo, frente a necessidade dos dirigentes de estado de
discutirem importantes questões econômicas sem necessário acompanhamento de conselheiros e
intermediários.
Geografia

A questão do Brasil na OCDE / OMC

A Organização Mundial do Comércio (OMC) tem sua origem na Conferência de Bretton Woods, quando era
chamada de Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT). Sua principal função, é garantir a abertura e
manutenção do comércio mundial. A organizaçaõ supervisiona cerca de 20 trilhões de dólares em trocas
comerciais no mundo todo. Seu funcionamento ocorre como uma espécie de fórum, onde os governos
negociam acordos e disputas comerciais. Ela também lida com regras que regem o comportamento do
comércio internacional, como leis antidumping, os padrões dos produtos, possíveis subsídios, etc. O
monitoramento das políticas comerciais inclui assistência técnica para os países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento, além de manter cooperação com outras organizações internacionais. A organização é
composta por 159 países.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE - 1961) também é conhecida como Grupo dos
Ricos é composta por 36 países. Da América Latina, apenas Chile e México participam. Inicialmente era uma
organização apenas de países europeus. Seus principais passam por democracias representativas e a defesa
da economia de mercado. Ele literalmente define padrões internacionais para o comércio e investimentos. Os
países, para participar, devem cumprir uma série de requistios, que os torna seguros e atrativos para
investimento empresarial e financeiro. Ele desenvolve pesquisas de desenvolvimento e pesquisas em
políticas públicas que devem ser seguidas pelos membros participantes.

A partir do Governo Bolsonaro, o Brasil fez uma jogada arriscada na geopolítica internacional. Decidimos fazer
uma série de concessões para que os Estados Unidos apoiasse nossa entrada na OCDE. Para isso,
condecemos a Base de Lançamento Espacial de Alcântara para os EUA por preço baixíssimo, acabamos com
a necessidade de visto pra americanos no Brasil, cedemos as pressões fiscais sobre produtos brasileiros, e o
mais importante, abrimos mão de condição privilegiada na OMC. Na prática, é como se estivessemos
deixando de negociar com os ricos enquanto um país emergente, mas de igual pra igual, sem que haja, na
prática, a elevação desse status. Das condições privilegiadas que abrimos mão por sermos emergentes,
devemos citar que tínhamos prazos mais longos e maior margem para manobra para proteger o produto
nacional frente as negociações internacionais do comércio.

O Brasil conseguindo entrar, o que se tornou mais improvável pela recente vitória de Biden sobre Trump na
eleição americana, ganharimos uma espécie de “selo de qualidade de economia”, atraindo investimentos, por
parecer seguro, uma vez que os investidores entendem que a própria OCDE fiscaliza e orienta exigências
necessárias para garantir um bom investimento. Porém, um país fraco economicamente e com diversos
problemas estruturais pode acabar não tendo voz efetiva nas negociações, se tornando refém das decisões.
Além disso, perderiamos o controle de fluxo de capitais pelo caráter liberal do grupo, que distância a função
do Estado mesmo em casos de necessário controle fiscal para proteção econômica e comercial interna. Outro
ponto importante é que existe uma contribução anual para participar do Grupo dos Ricos, que é cobrado
proporcionalmente ao PIB. O México por exemplo paga 5,5 milhões por ano ao órgão. Como nosso PIB é maior
do que dos vizinhos mexicanos, imagina-se que essa contribuição seria maior. Essa jogada insegura
geopolítica causou animosidades com os BRICS, que se sentiram pressionados a abrir mão da condição
privilegiada de emergente, sobretudo as economias maiores que as nossas, causando um desconforto
político em prol de uma entrada incerta nesse órgão. Para que o Brasil fosse aceito, além do apoio americano,
deveria contar com consenso dos membros principais e do cumprimento de uma série de normas comerciais
que seriam desafiadoras, sobretudo analisando a situação produtiva e econômica do nosso país atualmente.
Geografia

Exercícios

1. A formação de blocos econômicos tem como principal objetivo a maximização das relações comerciais
entre os países integrantes. Nesse sentido, os países da América do Norte formaram um dos blocos
econômicos mais importantes do planeta. Marque a alternativa que corresponde a esse bloco
econômico.
a) MERCOSUL
b) APEC
c) União Europeia
d) NAFTA
e) Comunidade dos Estados Independentes (CEI)

2. A União Europeia surgiu após a Segunda Guerra Mundial e se desenvolveu ao longo de décadas. É um
bloco econômico acordado entre vários países europeus – com a saída do Reino Unido serão 27 países-
membros –, cujo objetivo maior é promover a integração e a cooperação entre tais países, em termos
econômicos, culturais e políticos. Considerando os países citados a seguir, o único que NÃO pertence
ao bloco econômico da União Europeia é:
a) França
b) Noruega.
c) Espanha.
d) Portugal.

3. (Unespar, 2016) O surgimento dos blocos econômicos coincide com a mudança exercida pelo Estado.
Em um primeiro momento, a ideia dos blocos econômicos era de diminuir a influência do Estado na
economia e comércio mundiais. Mas, a formação destas organizações supranacionais fez com que o
estado passasse a garantir a paz e o crescimento em períodos de grave crise econômica. Assim, a
iniciativa de maior sucesso até hoje foi a experiência vivida pelos europeus.
Disponível em:< http://educacao.globo.com/artigo/globalizacao-comercio-mundial-formacao-de-blocos-economicos.html>
Acesso em: 22 out. 2015.
Sobre o tema central em destaque, é correto afirmar:

a) Os BRICs figuram como o mais novo bloco econômico mundial, formado por países emergentes,
direcionando-se para uma unificação monetária;
b) A evolução e prosperidade do Mercosul pode ser vista pelo desenvolvimento socioeconômico dos
países emergentes que formam o bloco, assim como pela ampliação do número de países
membros;
c) A União Europeia é o mais antigo dos blocos econômicos mundiais, atualmente vem sofrendo
vários impactos relacionados a crises que assolam alguns países membros;
d) Por ser o mais consolidado dos blocos econômicos, a União Europeia efetivou a unificação
monetária em todos os países membros, e se direciona para criar um cidadão único, tanto na
Europa ocidental como na oriental;
e) O Nafta, Associação de Livre Comércio da América do Norte, é formada por três países com alto
poder de produção, consumo e grande população absoluta dentro do mundo.
Geografia

4. Os textos abaixo relacionam-se a momentos distintos da nossa história.


"A integração regional é um instrumento fundamental para que um número cada vez maior de países
possa melhorar a sua inserção num mundo globalizado, já que eleva o seu nível de competitividade,
aumenta as trocas comerciais, permite o aumento da produtividade, cria condições para um maior
crescimento econômico e favorece o aprofundamento dos processos democráticos. A integração
regional o a globalização surgem assim como processos complementares e vantajosos."
(Declaração de Porto, VIII Cimeira Ibero-Americana, Porto,Portugal, 17 e 18 de outubro de 1998.)

“Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no Brasil, substituindo o que não era
possível ou era muito caro importar. Foi assim que a crise econômica mundial e o encarecimento das
importações levaram o governo Vargas a criar as bases para o crescimento industrial brasileiro.”
(POMAR, Wladimir, Era Vargas - a modernização conservadora.)

É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:

a) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as exportações e, no segundo, as
importações
b) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista
c) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração regional e, para o
segundo, a política de substituição de importações
d) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao desenvolvimento
econômico
e) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o aprofundamento democrático e, para
o segundo, a globalização é geradora da crise econômica
Geografia

5.

A Comunidade Econômica Europeia, que deu origem à União Europeia (UE), foi estabelecida em 1957
pelo Tratado de Roma. Ao longo do tempo, mais de 20 países aderiram ao bloco e vários estão
negociando sua entrada. Mas, desde o processo de desligamento do Reino Unido, em 2016, vêm
aumentando as manifestações de ceticismo quanto à integração europeia ser um mecanismo eficaz
para enfrentar os desafios econômicos e políticos da atualidade, no âmbito nacional e internacional.

Para os grupos eurocéticos,

a) a UE não consegue administrar os grandes desafios transnacionais que afetam o cenário


doméstico, como no caso dos refugiados, que deveriam ser absorvidos pelo mercado de trabalho
local.
b) os projetos de soberania devem ser retomados, em sintonia com os princípios nacionalistas do
movimento “Em Marcha!”, vitorioso nas eleições presidenciais francesas.
c) a UE diminui a margem de manobra dos governos nacionais, o que dificulta o controle das
fronteiras e aumenta o risco de ações terroristas no território.
d) as políticas de austeridade fiscal e o alto custo de pertencer à UE são compensados pelo menor
preço dos produtos, graças ao mercado único.
e) a adesão de seus países à UE é fator de instabilidade e de insegurança e, por isso, repudiam a
desislamização, a xenofobia e o fortalecimento de identidades locais.
Geografia

Gabaritos

1. D
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um bloco econômico composto pelos três
países que compõem a América do Norte: México, Estados Unidos e Canadá
2. B
São os países membros da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Croácia,
Dinamarca, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Estónia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália,
Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países, Baixos, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa,
Roménia e Suécia.

3. C
A União Europeia tem passado por vários conflitos dos chamados “eurocéticos”. Sua definião pol´tiica
e não apenas econômica contraria muitas das vezes a vontade dos líderes nacionais. Essa
contraposição tem gerado atritos no que tange por exemplo a questão dos refugiados, e se intensificou
com a saída do Reino Unido do bloco.

4. C
A ideia de formação de blocos econômicos muitas vezes se vê oposta a ideia de protecionismos
comerciais, exemplificados pela questão na política de Vargas onde houve a substituição de
importações, ou seja, um fortalecimento do setor interno, em detrimento de relações comerciais
externas, pela própria necessidade imposta naquele determinado contexto histórico.

5. C
O crescimento dos ditos Eurocéticos se dá por motivações nacionalistas, que se sentem pouco
protegidas e a mercê dos orgãos com instâncias decisórias que representam toda a União Europeia.
História

Conflitos e levantes no Período Colonial

Teoria

A sociedade colonial, durante os séculos XVI, XVII, XVIII e XIX, experimentou agitações em diversas esferas
sociais e regiões da colônia. Até o final do século XVIII, os conflitos se caracterizavam principalmente por
levantes de colonos, nativos americanos e africanos escravizados que se opunham à administração da
metrópole ou à própria opressão do colonizador, sendo a maioria deles distante de sólidos ideais separatistas.
As ideias de emancipação se fortaleceram entre os colonos apenas na metade do século XVIII, com a difusão
dos pensamentos iluministas no Brasil e, posteriormente, com a chegada das primeiras notícias das
revoluções que aconteciam nas 13 colônias e na Europa.

As Revoltas Nativistas

A Guerra dos Palmares e a resistência africana (Serra da Barriga, séculos XVI e XVII)
Na região conhecida como a Serra da Barriga, antiga capitania de Pernambuco e, atualmente, parte do estado
de Alagoas, formou-se, no final do século XVI, uma ocupação de resistência e luta contra a escravidão colonial,
o famoso quilombo dos Palmares. A forçada diáspora africana para a escravidão de negros na América
contou com diversas formas de resistência, desde as individuais, que levavam ao suicídio, aborto e revoltas,
até os levantes coletivos, mais organizados, com fugas em massa e formação de comunidades isoladas e
autossuficientes, conhecidas como quilombos.
No caso de Palmares, essa comunidade era composta por diversos povoamentos (mocambos), que
realizavam funções específicas e chegaram a abrigar mais de 20 mil negros fugidos. Dentre os mocambos
mais famosos estavam: a Cerca Real do Macaco, que funcionava como um centro político; Subupira,
Aqualtune e Andalaquituche. Ao fim, todos os mocambos teriam uma
função básica, cuidar da segurança e da subsistência da comunidade
quilombola.
A experiência de organização e luta em Palmares foi um sucesso durante
quase um século, configurando-se inclusive em uma das mais longas
experiências monárquicas no território que hoje conhecemos como o
Brasil. Um dos mais famosos “reis” de Palmares foi o líder Ganga Zumba,
que resistiu às dezenas de expedições portuguesas para destruir o
quilombo e recuperar os escravizados, aproximadamente entre 1645 e
1678. No entanto, apesar da bravura de Ganga Zumba na resistência, o
constante ataque dos portugueses, com armas e equipamentos muito mais sofisticados e um suposto
sequestro de pessoas próximas a Ganga Zumba, levaram o líder à assinatura do polêmico “acordo de 1678”,
que garantia liberdade apenas aos negros nascidos em Palmares e concedia aos portugueses terras no norte
alagoano.
A decisão de Ganga Zumba foi tão mal recebida por Palmares que, em 1678, muitos não aceitaram o acordo,
continuaram a resistência e, supostamente, ainda envenenaram Ganga Zumba, como punição pelo que muitos
consideraram uma traição. O novo líder escolhido para Palmares logo se autoproclamou como Zumbi (palavra
de origem quimbunda que se refere a fantasmas e espectros) e iniciou uma liderança muito mais sólida, com

1
História

a decisão de não negociar com os portugueses e manter a luta. Graças a essa postura, Zumbi dos Palmares
se tornou uma referência na luta contra a escravidão colonial e, futuramente, um símbolo dos movimentos
negros antirracismo.
Sobre a questão do uso ou não de trabalho escravo em Palmares pelo seu líder Zumbi, a historiografia atual
tem insistido em afirmar que não podemos comparar as formas de trabalho utilizadas em Palmares com a
escravidão mercantilista promovida pelos europeus entre os séculos XVI e XIX. Como Palmares exercia um
ideal emancipatório, formando quase um Estado africano paralelo no interior da colônia portuguesa, as
formas de trabalho utilizadas espelhavam muito do que já se encontrava no continente africano, sobretudo
em Angola.
Sem conceitos de propriedade privada ou de mão de obra assalariada difundidos, os trabalhadores
quilombolas estavam a serviço da própria comunidade ou do líder, sem a objetificação e a desumanização do
trabalhador. Nos casos de trabalhos forçados, muitas vezes estes eram utilizados como punições por delitos
ou eram feitos por inimigos de guerra capturados. Assim, o trabalho no quilombo dos Palmares estava muito
distante da desumanização promovida pela escravidão mercantilista em massa realizada pelos portugueses.

Essa interpretação equívoca da existência de uma “escravidão em Palmares” ocorre principalmente pela falta
de fontes e registros escritos deixados pelos quilombolas. Como as sociedades africanas possuem uma
tradição de história oral, com poucos registros escritos, o conhecimento da história desses grupos depende
muito do trabalho arqueológico e das memórias repassadas. Portanto, durante anos, para estudar os
quilombos, a historiografia brasileira se debruçou sem muitos questionamentos sobre as fontes portuguesas,
presas ao filtro do próprio colonizador, que, em cartas e documentos, registrava o que via utilizando a sua
própria realidade e visão de mundo. Assim, como a experiência portuguesa era a da escravidão mercantilista
e a da monarquia, associavam as relações africanas automaticamente ao que conheciam.
Outro mito também muito difundido durante anos e que hoje é desconstruído pela historiografia é o do
isolamento econômico e social das comunidades quilombolas. Apesar de se afastarem dos engenhos e dos
centros urbanos, visando uma melhor proteção, muitos quilombos distantes realizavam comércio e contato
entre si e aceitavam em suas comunidades indígenas e até mesmo brancos fugitivos. Muitas vezes esses
quilombos também negociavam com os próprios engenhos e bandeirantes, demonstrando o tamanho poder
e autonomia que possuíam.
Enfim, ainda que muitos quilombos sobrevivam até hoje como patrimônios históricos, Palmares conheceu a
derrota em 1695. O bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado pelo capitão-geral da capitania de
Pernambuco, iniciou uma expedição com mais de 6.000 homens que conseguiu capturar Zumbi dos Palmares
e dar fim ao quilombo. O líder negro teve sua cabeça cortada e pendurada em uma lança em Recife, para servir
como exemplo para outros escravizados que tentassem se rebelar.

A aclamação de Amador Bueno (Vila de São Paulo, 1641)


Em 1581, graças à crise sucessória no reino de Portugal, iniciada com a morte de D. Sebastião, uma união
dinástica entre Espanha e Portugal levou o rei espanhol Filipe II ao trono da chamada União Ibérica, que uniu
os reinos por 60 anos. Com esse novo poder do rei espanhol sobre Portugal e suas colônias, os antigos

2
História

tratados de fronteira, como Tordesilhas, foram se tornando cada vez menos sólidos, permitindo uma maior
expansão de comerciantes e bandeirantes portugueses para além dos limites das terras portuguesas.
Assim, durante os 60 anos de presença da União Ibérica, comerciantes portugueses e espanhóis estreitaram
seus laços na América, principalmente na região de São Paulo e na bacia do Prata. Além dessa aproximação,
os bandeirantes paulistas também ampliaram ainda mais a possibilidade de capturar e
comercializar indígenas em novas terras, gerando altos lucros com essa atividade de
apresamento.
Entretanto, com a restauração do trono português por D. João IV, em 1640, a antiga
metrópole retomou as atividades administrativas na colônia americana e passou a
investir cada vez mais no lucrativo tráfico de africanos escravizados. Para garantir os
altos lucros, Portugal determinou o fim da escravidão indígena, medida que impactou
diretamente nas atividades dos bandeirantes que há anos lucravam com o apresamento
dos nativos. Contrariados, os bandeirantes paulistas realizaram um levante na Vila de
São Paulo, em 1641, expulsando os jesuítas da região e aclamando o grande proprietário de terras, Amador
Bueno da Ribeira, como o novo governador da província de São Paulo.
Enfim, apesar de também contrariado com as decisões recentes da Coroa, Amador Bueno recusou o posto
por medo de represálias e optou pelo não envolvimento com o movimento, declarando fidelidade à Coroa. A
atitude de Amador Bueno acabou esvaziando o movimento, que não conseguiu forças para se opor ao
domínio da metrópole.

A Revolta da Cachaça (Rio de Janeiro, 1660)


Durante a crise do ciclo do açúcar no século XVII, uma forma que muitos produtores rurais encontraram de
continuarem lucrando com os engenhos e com a atividade foi a produção e a venda da
cachaça, bebida muito apreciada até hoje. Como a chamada cachaça de engenho era um
produto manufaturado produzido na própria colônia e exportado até para a Angola, ela se
tornou um concorrente no mercado colonial das bebidas que a própria metrópole
produzia e vendia, como o vinho e a aguardente, conhecida como bagaceira (feita do
bagaço da uva).
Entre 1647 e 1659, a Coroa portuguesa realizou uma insistente luta contra a produção e
comercialização da cachaça por colonos, reforçando o monopólio português e
perseguindo os alambiques ilegais espalhados pela colônia. Essas medidas,
naturalmente, não agradaram aos produtores que lucravam com esse comércio que
crescia, criando tensões entre os dois lados.
Apesar dessa intensa perseguição portuguesa aos produtores e aos alambiques, no Rio de Janeiro a situação
era mais amena; no entanto, foi justamente onde a revolta explodiu. O governador do Rio de Janeiro decidiu
liberar a produção da cachaça de engenho sob o pagamento de altos tributos, que aborreceram os produtores
que se localizavam na freguesia de São Gonçalo do Amarante.
Assim, em novembro de 1660, um grupo de produtores revoltados, liderados pelo fazendeiro Jerônimo
Barbalho Bezerra, atravessou a baía e iniciou uma revolta, e saqueou as casas de autoridades locais, dentre
elas a residência do próprio governador, Salvador de Sá e Benevides, que se encontrava em São Paulo no
momento, deixando o cargo no Rio de Janeiro com o seu tio Tomás Correia de Alvarenga.
Agostinho Barbalho foi escolhido como o novo governador do Rio de Janeiro; no entanto, com uma política
de conciliações e recebendo apoio inclusive de Salvador de Sá, foi logo deposto e substituído por seu irmão,
o líder da revolta, Jerônimo Barbalho Bezerra. O novo governo, muito mais autoritário e distante dos interesses

3
História

metropolitanos, acabou sendo reprimido pelas tropas portuguesas, que restauraram Salvador de Sá no
governo.
Embora os revoltosos tenham sido punidos, inclusive com a morte de Jerônimo Barbalho, que teve sua cabeça
exposta em praça para servir como exemplo, o Conselho Ultramarino português absolveu muitos dos rebeldes
presos e afastou Salvador de Sá pelos excessos cometidos. Em 1661, como consequência das revoltas e das
pressões populares, a Coroa portuguesa, enfim, liberou a produção e a comercialização da cachaça na colônia.

A Revolta de Beckman (Maranhão, 1684)


A região do Maranhão, no século XVII, também sofreu com os impactos da crise do açúcar, provocada pela
saída dos holandeses. Dependente da exploração das drogas do sertão, da pecuária e de pequenas lavouras,
a província não conseguia se desenvolver e muito menos retomar a alta produção açucareira, visto que a
concorrência holandesa nas Antilhas prejudicava a produção colonial. Nessa conjuntura, tornava-se ainda
mais difícil a compra de africanos escravizados, o que tinha como consequência uma série de conflitos entre
colonos e jesuítas pela escravidão indígena. Dessa forma, impossibilitados de enfrentar as expedições contra
as missões jesuíticas, os religiosos decidiram buscar a Coroa portuguesa para intervir na região, apaziguando
os conflitos e encerrando definitivamente o apresamento dos nativos.
Isso posto, para resolver os problemas locais, a metrópole criou, em 1682, a Companhia Geral do Comércio
do Estado do Maranhão, que compraria dos comerciantes locais produtos para serem vendidos na Europa e
também garantiria aos colonos tecidos, alimentos e produtos básicos por preços baixos. A Companhia
também deveria fornecer anualmente 500 escravizados com preços tabelados aos senhores de engenho, o
que deveria, enfim, encerrar os conflitos locais com os jesuítas. Todavia, a Companhia não cumpriu
plenamente com os acordos, pois comprava os artigos a preços baixos no Maranhão e os vendia com valores
exorbitantes na Europa, fornecia produtos de péssima qualidade e alimentos estragados aos colonos e
também não respeitou o acordo de fornecimento de escravizados.
Essa postura da metrópole e da Companhia logo desagradou os colonos, que, em 24 fevereiro de 1684,
liderados pelos fazendeiros irmãos Tomás e Manuel Beckman, ocuparam a cidade de São Luís, saqueando
os armazéns da Companhia e expulsando seus representantes e os jesuítas. Em resposta à revolta, Lisboa
enviou ao Maranhão um novo governador, Gomes Freire de Andrade, armado com uma tropa pronta para
render os revoltosos. No entanto, o novo governador não encontrou muita resistência, logo sufocando o
movimento e enforcando Manuel Beckman; contudo, os fazendeiros locais conseguiram a extinção da
Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, em 1685.

A Guerra dos Emboabas (Minas Gerais, 1708-1709)


No final do século XVII, a descoberta de metais preciosos na região central brasileira abalou as relações
sociais, a estrutura econômica da colônia e sua própria relação com a
metrópole. O chamado ouro de aluvião, que podia facilmente ser extraído nas
margens de rios, atraiu a cobiça não só da Coroa portuguesa, mas de diversos
colonos e imigrantes, que acreditavam na possibilidade de um rápido
enriquecimento.
Todavia, a riqueza da região havia sido descoberta pelos bandeirantes paulistas,
que acreditavam que a exploração do ouro deveria ser realizada pelos pioneiros
da região e, naturalmente, não estavam contentes com a chegada de estrangeiros ávidos pelas riquezas.
Esses “forasteiros” logo foram apelidados pelos bandeirantes de “emboabas”, palavra de origem indígena
usada para aves que tinham os pés cobertos de penas, relação feita pelos bandeirantes pois os mesmos
costumavam andar descalços, enquanto os imigrantes usavam botas.

4
História

Assim, liderados por Manuel Nunes Viana, os emboabas realizaram diversas expedições de ataques contra
os paulistas que queriam monopolizar a exploração do ouro na região. O ápice dos conflitos ocorreu no evento
chamado Capão da Traição, quando houve a morte de cerca de 300 paulistas. A derrota dos bandeirantes
facilitou a retomada da região pela metrópole, que, em 1709, separou as capitanias de São Paulo e Minas
Gerais da capitania do Rio de Janeiro, melhorando assim a administração da região e a exploração do ouro.
Os bandeirantes derrotados, por sua vez, voltaram a circular pela região central do Brasil e logo encontraram
novas jazidas de ouro e diamantes na região de Goiás e Mato Grosso, o que garantiu o enriquecimento de
muitos desses exploradores.

A Guerra dos Mascates (Pernambuco, 1710-1711)


Ainda no século XVIII, a crise do ciclo do açúcar continuou provocando mais levantes sociais e revoltas
nativistas. Em Pernambuco, que historicamente prosperava com a produção do açúcar, a situação não era
diferente. Enquanto a cidade do Recife não sentia muito o impacto da concorrência do açúcar Antilhano e
nem da crise econômica, pois conseguia lucrar com o comércio, Olinda, centro político da região, sentia
diretamente a crise.
Os comerciantes portugueses, conhecidos como mascates, continuavam lucrando, emprestando dinheiro aos
latifundiários e enriquecendo em Recife; no entanto, ainda se mantinham dependentes do centralismo político
de Olinda e de seus velhos senhores de engenho. Essa tensão entre as duas cidades teve seu ápice quando
Recife conseguiu se elevar à vila, com uma Câmara Municipal, e os senhores de Olinda, insatisfeitos, invadiram
a cidade para retomar a condição de submissão de Recife.
Apesar da iniciativa de Olinda, os mascates, contando com apoio externo, conseguiram recuperar a cidade, e,
em 1711, para resolver o impasse, a metrópole indicou um novo governante, Félix José Machado. O indicado
encerrou a guerra com apoio aos emboabas, prendendo e punindo os latifundiários olindenses e
transformando Recife na sede administrativa de Pernambuco.

A Revolta de Filipe dos Santos (Vila Rica, MG, 1720)


Também conhecida como a Revolta de Vila Rica, esse levante popular teve início em 1720, em Minas Gerais,
graças à insatisfação com os tributos cobrados pela metrópole durante o chamado ciclo do ouro.
Com a descoberta dos metais preciosos na região central do Brasil, a Coroa portuguesa decidiu ampliar a
administração e a fiscalização da exploração do ouro na região mineira. Para construir uma logística que
garantisse o monopólio português e os lucros da Coroa, as chamadas Casas de Fundição foram instaladas
para transformar o ouro em pó ou pepita em barras e garantir que ele fosse quintado.
Com a alta carga tributária, os moradores da região decidiram protestar e reivindicar a não instalação das
Casas de Fundição e o fim dos tributos sobre o comércio local. Entretanto, os manifestantes foram reprimidos
pelas tropas locais e uma das lideranças, o português Filipe dos Santos foi, condenada a morte como exemplo.

As Revoltas separatistas.

A Conjuração Mineira (Minas Gerais, 1789)


Durante os séculos coloniais, as revoltas de nativos, escravizados e colonos sempre foram recorrentes,
reivindicando desde questões básicas como direito à vida e à liberdade, até mais complexas, como a
hegemonia na exploração aurífera ou o domínio de territórios. Na região mineira, desse modo, não foi diferente,
com as passadas Guerra dos Emboabas e a Revolta de Vila Rica, que, diferente da Inconfidência Mineira, não
tinham reivindicações separatistas, influências liberais ou iluministas.

5
História

Visto isso, a Conjuração Mineira (1789), também conhecida como Inconfidência Mineira (inconfidente é visto
atualmente como um termo pejorativo e eurocentrado para o movimento) se destacou exatamente por ter um
viés diferente das antigas revoltas coloniais. Ao absorver as influências da recente independência das 13
colônias e dos pensamentos iluministas que circulavam pela colônia, sobretudo em lojas maçônicas, os
conspiradores envolvidos com esse movimento puderam contestar não só taxas abusivas, como a derrama
(principal reivindicação), mas também pensar no fim do pacto colonial e na emancipação política e econômica
da colônia, instalando, na região central do Brasil, um regime republicano.
Assim, durante o chamado ciclo do ouro, um período marcado pelas altas taxas (quinto, derrama e capitação),
pelo aumento do custo de vida (provocado pelo alvará de 1785, que proibia manufaturas na colônia) e pela
pouca participação dos colonos nas decisões administrativas e políticas, as ideias liberais traziam respostas
aos questionamentos e desejos da elite local, que passou a se reunir secretamente para conspirar contra a
Coroa portuguesa.
Os conspiradores, de uma forma geral, eram homens letrados e ricos, que haviam estudado em Coimbra, ou
proprietários de minas e escravizados. Dentre eles, nomes como Cláudio Manoel
da Costa, Inácio José de Alvarenga Peixoto, Thomás Antônio Gonzaga e Francisco
da Paula Freire eram importantes figuras do meio colonial. No entanto, o único
fora desses padrões, sem muita influência política ou econômica era o alferes
Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, que ficou marcado
como um dos líderes e símbolos do movimento, muito mais pela punição severa
que recebeu sozinho e pela posterior historiografia republicana do que, de fato,
por ter liderado ou elaborado os planos dos inconfidentes.
Apesar da revolta ter data marcada para o dia da cobrança da derrama, os
inconfidentes foram denunciados por Joaquim Silvério dos Reis, Basílio de Brito
Malheiro do Lago e Inácio Correia Pamplona, o que possibilitou a Coroa
portuguesa reprimir o movimento, prender os inconfidentes e aplicar penas de exílio aos revoltosos, exceto
para Tiradentes, que foi preso no Rio de Janeiro e, em seguida, enforcado e esquartejado, tornando-se um
grande exemplo para futuros movimentos.

A Conjuração Baiana (Bahia, 1798)


Diferente da Conjuração Mineira, a conspiração organizada na Bahia teve influência da Revolução Francesa e
contou com uma participação muito mais popular, o que se refletiu também nos próprios objetivos do
movimento e nos outros nomes pelo qual ficou conhecido, como Revolta dos Alfaiates e Revolta dos Búzios.
Assim, enquanto o movimento mineiro se posicionava contra as taxas absurdas cobradas, na Bahia, havia um
desejo de liberdade plena (inclusive para os escravizados), de abertura dos portos, de maior liberdade
comercial e de melhoria na qualidade de vida, pois desde a transferência da capital de Salvador para o Rio de
Janeiro (1763), houve uma perda considerável de recursos e prestígio. As tensões entre diferentes grupos
cresciam no final do século XIX, com saques, conflitos, prisões e punições severas; assim, os ideais de
liberdade, igualdade e fraternidade, que atravessavam o mar vindos da França, soavam como resposta para
os problemas locais. Dessa forma, a emancipação política, a liberdade comercial, com o fim do pacto colonial,
e a abolição da escravidão logo se tornaram respostas para uma população aflita.
Assim como as outras revoltas coloniais, a Conjuração Baiana fracassou, após ser denunciada para a Coroa
portuguesa, que reprimiu o movimento e aplicou pena de morte para as quatro lideranças negras do
movimento: os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas e os alfaiates Manuel Faustino dos
Santos Lira e João de Deus Nascimento. O jornalista e cirurgião Cipriano Barata, um grande influenciador do
movimento, recebeu pena branda e, posteriormente, participou de outras revoltas.

6
História

Exercícios

1. (UECE-2018) Ocorridos entre os meados do século XVII até as primeiras décadas do século XVIII, os
movimentos nativistas apresentam-se como os primeiros sinais de uma crise do sistema colonial.
Sobre esses movimentos, é correto afirmar que
a) tinham como principal objetivo a separação política entre colônia e metrópole, com a autonomia
administrativa e a formação de novas nações livres nas regiões onde ocorriam.
b) em Minas Gerais, com a Guerra dos Emboabas e a Revolta de Felipe dos Santos, no Maranhão,
com a Revolta dos Beckman, e em Pernambuco, com a Insurreição Pernambucana e a Guerra dos
Mascates, aparecem as divergências entre os interesses dos colonos e os da metrópole.
c) ocorreram somente em locais que vivenciavam crises econômicas, como o Rio Grande do Sul
(Farroupilha 1835-1845) e Pernambuco (Revolução Pernambucana de 1817).
d) somente a Confederação do Equador, ocorrida no nordeste brasileiro, pode ser tomada como um
legítimo movimento nativista, uma vez que não pretendia a separação política em relação a
Portugal, mas, somente, maior autonomia administrativa.

7
História

2. (PUC-RS – 2015) Associe as Revoltas Coloniais (coluna A) as suas características essenciais (coluna
B).
Coluna A
1. Revolta dos Beckman
2. Guerra dos Emboabas
3. Guerra dos Mascates
4. Revolta de Vila Rica
5. Inconfidência Mineira

Coluna B
( ) Transcorrido em Pernambuco, entre 1709 e 1710, o movimento caracterizou-se pela oposição entre
os comerciantes de Recife contra os senhores de engenho de Olinda, tendo como base a tentativa
dos mercadores recifenses em conseguir maior autonomia política e cobrar as dívidas dos
produtores de açúcar olindenses.
( ) Deflagrada no Maranhão, em 1684, a revolta teve como base o descontentamento com a proibição
da escravidão indígena, decretada pela Coroa Portuguesa, a pedido da Companhia de Jesus,
medida que prejudicou a extração das “drogas do sertão" pelos colonos europeus.
( ) Ocorrido em Minas Gerais, em 1720, sob a liderança de Filipe dos Santos, o levante teve como
causa a oposição ao sistema de taxação da Coroa Portuguesa, que resolveu estabelecer 4 Casas
de Fundição na região mineradora, como forma de cobrar o quinto (imposto de vinte por cento)
sobre o ouro.
( ) Sucedido em Minas Gerais, no ano de 1708, o conflito opôs os paulistas (bandeirantes), primeiros
aventureiros a descobrir e ocupar a zona da mineração, contra os "forasteiros", os seja, os grupos
que chegaram depois na região, originários do reino ou de outras capitanias.

A numeração correta na coluna B, de cima para baixo, é:


a) 3–1–4–2
b) 1–2–3–5
c) 3–4–1–2
d) 2–3–4–5
e) 3–4–5–2

8
História

3. (PUC-Camp SP - 2014) No século XVIII, emergiu nas Minas Gerais uma pequena elite, culta e letrada,
que se ocupava de tarefas burocráticas e administrativas e se dedicava às artes e à literatura. Atraída
pelo ideal iluminista, essa elite foi protagonista de um surto literário inédito no Brasil, produzindo obras
de natureza poética. Os poetas líricos Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manuel da Costa exaltavam
a vida bucólica e os amores tranquilos, seguindo a tradição dos modelos clássicos, em um movimento
literário que ficou conhecido como Arcadismo. Formados em Coimbra, Portugal, ambos ocupavam
cargos públicos nas Minas Gerais e, em 1789, protagonizaram uma das primeiras conspirações
separatistas na colônia: a Conjuração Mineira.
(NAPOLITANO, Marcos; VILLAÇA, Mariana. História para o ensino médio. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 293)

O conhecimento histórico permite afirmar que a Conjuração, a que o texto de Marcos Napolitano e
Mariana Villaça faz referência:
a) tratou-se de uma revolução que propunha a perda, pelos grupos dominantes, dos privilégios
sociais adquiridos depois de séculos do regime de produção escravista.
b) foi um movimento no qual a questão colonial falava mais alto que a questão social, sendo o
modelo norte-americano sua maior inspiração.
c) caracterizou-se por se apropriar do conteúdo social mais marcante da Revolução Francesa,
chegando mesmo a questionar o sistema escravista na colônia.
d) representou o primeiro movimento de caráter emancipacionista da história colonial com conteúdo
doutrinário definido e sólido apoio das camadas populares.
e) mostrou que era possível vencer a dominação metropolitana e instaurar uma república
independente baseada na liberdade e igualdade entre os cidadãos.

4. (UEM PR/2015) Antes da independência do Brasil, ocorrida em 1822, eclodiram em diferentes regiões
várias revoltas contra o domínio português sobre o território brasileiro. A respeito dessas revoltas,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
(01) Na Inconfidência Mineira (1789), o descontentamento em relação à Coroa portuguesa partiu das
classes mais desfavorecidas formadas por trabalhadores da extração do ouro e por escravos.
(02) Com o objetivo de diminuir as revoltas coloniais, o governo de Portugal dividiu o território brasileiro
em sesmarias, sob a administração dos governantes provinciais.
(04) As ideias iluministas e a rejeição ao absolutismo monárquico alimentaram e fundamentaram
sentimentos e revoltas anticoloniais.
(08) A Conjuração Baiana (1798) congregou pessoas de diferentes grupos sociais, e boa parte delas
desejava o fim da escravidão e a criação de uma República fundamentada em princípios de
igualdade.
(16) A Guerra dos Farrapos foi uma revolta organizada pelos criadores de gado do Rio Grande do Sul,
que se opunham aos ideais de emancipação política do Brasil em relação a Portugal.
Soma: ( )

9
História

5. (UNICAMP – 2016) A aquarela do artista João Teófilo, aqui reproduzida, dialoga com a pintura de Pedro
Américo, “Tiradentes esquartejado” (1893).

Sobre a obra de João Teófilo, publicada na capa de uma revista em 2015, é possível afirmar que:
a) Trata-se de uma obra baseada em um quadro do gênero da pintura histórica, sendo que no trabalho
de Pedro Américo o corpo de Tiradentes no patíbulo afasta-se da figura do Cristo, exemplo maior
de mártir.
b) Utilizando-se das mesmas formas do corpo esquartejado de Tiradentes pintado por Pedro Américo,
o autor limita o número de sujeitos esquartejados e acentua o tom conservador da aquarela.
c) A imagem fala sobre seu contexto de produção na atualidade, utilizando-se do simbolismo de
Tiradentes, e procura ampliar a presença de negros como sujeitos sociais nas lutas coloniais e
antiescravistas.
d) Tiradentes consolidou-se como um mártir nacional no quadro de Pedro Américo, daí a necessidade
do pintor de retratar seu corpo esquartejado. A obra de João Teófilo mostra que os mártires,
embora negros, são um tema do passado.

10
História

Gabarito

1. B
O sistema colonial viveu um período de grande desgaste durante o século XVII e XVIII, com a ocorrência
de uma série de levantes nativistas, que questionavam a administração da metrópole e o autoritarismo
da Coroa portuguesa, que prejudicava os interesses dos colonos.

2. A
A relação entre a coluna A e a coluna B está correta na alternativa A, pois ela adequa as características
das revoltas corretamente.

3. B
A conspiração mineira não chegou a se configurar em uma revolução, pois foi rapidamente denunciada
e abafada pela metrópole. No entanto, esse movimento foi influenciado pelos ideais iluministas e pela
independência das 13 colônias, que traziam para o Brasil grandes questionamentos sobre a colonização
e o pacto colonial. Esse movimento também acabou fechado, como revela o texto, em uma elite letrada
que estava mais preocupada com a colônia do que com as questões sociais.

4. 4 + 8 = 12
Apenas as opções 04 e 08 estão corretas, pois, de fato, o pensamento iluminista que chegou à América
foi fundamental para difundir ideias de libertação política e de ruptura com o pacto colonial, assim como
a Conjuração Baiana teve realmente uma participação plural de pessoas, com demandas sociais.

5. C
A pintura representada na questão referencia a obra de Pedro Américo, que pinta Tiradentes como um
mártir da liberdade, um símbolo nacional e republicano. No entanto, essa representação de Tiradentes
como cristo ofusca outros movimentos coloniais que ocorreram com o protagonismo de negros
escravizados e indígenas. Assim, o autor se apropria da obra original para realizar uma releitura,
destacando os corpos negros como sujeitos de uma história nacional e símbolos de luta e resistência.

11
Português

Resolução de prova objetiva

Exercícios

Neste material, trabalharemos questões objetivas que envolvem assuntos importantes para os vestibulares.
Lembre-se de que, mesmo que você faça apenas a prova do Enem, essas questões te ajudarão a treinar as
habilidades necessárias para melhorar o desempenho em língua portuguesa.

1. (Albert Einstein) Leia o trecho do ensaio “Depressão e imagem do novo mundo”, de Maria Rita Kehl,
para responder à questão.
A depressão, tão em voga em nossos dias quanto foi a histeria nos tempos de Freud, é uma expressão
da dor psíquica que desafia todas as pretensões da ciência de programar a vida humana na direção de
uma otimização de resultados. Fatia de mercado disputada pelos laboratórios farmacêuticos, os
depressivos formam um grupo desunido e incômodo a desafiar, ainda que inadvertidamente, a norma
do bem-estar predominante nas sociedades ditas avançadas: estas que se tornaram incapazes de
refletir sobre a dor de viver. Estas que, convencidas de que a riqueza se mede pela abundância de
mercadorias em circulação, tornaram-se incapazes de tolerar a falta, de criar estéticas para o vazio, de
usufruir da lentidão e vislumbrar o saber contido na tristeza.
A experiência da depressão talvez prove que algo no humano resiste à aliança entre tecnologia e
publicidade, assim como às novas formas de credo que elas promovem. Do homem, sabemos, a
máquina de moer carne capitalista aproveita até o berro: os depressivos, porém, não oferecem nem
isso. Os depressivos não berram. Seu silêncio, seu recolhimento, sua falta de interesse por todas as
ofertas do gozo em circulação, fazem do depressivo a expressão do sintoma social contemporâneo. O
depressivo, como no verso do poeta suicida Torquato Neto, desafina o coro dos contentes nestas
primeiras décadas do século XXI.
(Adauto Novaes (org.). Mutações, 2008. Adaptado.)

Indicam incerteza e inclusão, respectivamente, os termos ou expressões sublinhadas em:

a) “a norma do bem-estar predominante nas sociedades ditas avançadas” e “os depressivos, porém,
não oferecem nem isso”.
b) “ainda que inadvertidamente, a norma do bem-estar predominante” e “assim como às novas
formas de credo que elas promovem”.
c) “ainda que inadvertidamente, a norma do bem-estar predominante” e “os depressivos formam um
grupo desunido e incômodo a desafiar”.
d) “estas que se tornaram incapazes de refletir sobre a dor de viver” e “O depressivo, como no verso
do poeta suicida Torquato Neto, desafina”.
e) “A experiência da depressão talvez prove que algo no humano” e “a máquina de moer carne
capitalista aproveita até o berro”.

1
Português

Texto para as questões 2 e 3:


Hoje, de repente, como num verdadeiro achado, minha tolerância para com os outros sobrou um pouco para
mim também (por quanto tempo?). Aproveitei a crista da onda, para me pôr em dia com o perdão. Por exemplo,
minha tolerância em relação a mim, como pessoa que escreve, é perdoar eu não saber como me aproximar
de um modo “literário” (isto é, transformado na veemência da arte) da “coisa social”. Desde que me conheço
o fato social teve em mim importância maior do que qualquer outro: em Recife os mocambos foram a primeira
verdade para mim. Muito antes de sentir “arte”, senti a beleza profunda da luta. Mas é que tenho um modo
simplório de me aproximar do fato social: eu queria era “fazer” alguma coisa, como se escrever não fosse
fazer. O que não consigo é usar escrever para isso, por mais que a incapacidade me doa e me humilhe. O
problema de justiça é em mim um sentimento tão óbvio e tão básico que não consigo me surpreender com
ele – e, sem me surpreender, não consigo escrever. E também porque para mim escrever é procurar. O
sentimento de justiça nunca foi procura em mim, nunca chegou a ser descoberta, e o que me espanta é que
ele não seja igualmente óbvio em todos.
LISPECTOR, Clarice. Para não esquecer: crônicas. São Paulo: Ática, 1978, p.25.

2. (Puc-Rio) O gênero textual utilizado por Clarice Lispector no texto é a crônica. Uma de suas
características é
a) a utilização de uma linguagem coloquial.
b) a busca de um tom grandiloquente.
c) a preferência pela narrativa longa.
d) a valorização da figura do herói.

3. (Puc-Rio) Observe a seguinte passagem do texto:


[O problema de justiça é em mim um sentimento tão óbvio e tão básico que não consigo me surpreender
com ele] – e, sem me surpreender, não consigo escrever.
O sentido do trecho entre colchetes está preservado em

a) Como o problema de justiça é em mim um sentimento tão óbvio e tão básico, não consigo me
surpreender com ele – e, sem me surpreender, não consigo escrever.
b) Ainda que o problema de justiça seja em mim um sentimento tão óbvio e tão básico, não consigo
me surpreender com ele – e, sem me surpreender, não consigo escrever.
c) À medida que o problema de justiça é em mim um sentimento tão óbvio e tão básico, não consigo
me surpreender com ele – e, sem me surpreender, não consigo escrever.
d) Desde que o problema de justiça seja em mim um sentimento tão óbvio e tão básico, não consigo
me surpreender com ele – e, sem me surpreender, não consigo escrever.

2
Português

4. (Enem 2020) Relatos de viagem: nas curvas da Nacional 222, em Portugal


Em abril deste ano, fomos a Portugal para uma viagem de um mês que esperávamos há uma ano. Pois
no dia 4 de maio, chegávamos ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. Que linda a “antiga, muy
nobre, sempre leal e invicta” cidade do Porto! “Encantei-me”, diriam eles… pelas belas paisagens,
construções históricas com lindas fachadas, parques e praças muito bem cuidados.
Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm orgulho de sua cidade, apelidada de Invicta – nunca foi
invadida. E valorizam tudo o que há de bom ali, como “a melhor estrada para se dirigir do mundo”, a
Nacional 222.
Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução dos Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha. A
cada 10 km tínhamos que encostar: corríamos, dançávamos, tomávamos chocolate quente, sopa, tudo
que fosse quentinho. E lá íamos para mais uma etapa. Uma aventura deliciosa. Depois de três horas –
mais ou menos o dobro do tempo necessário, não fossem as paradas para aquecimento -, chegamos
a casa! Congelados, mas maravilhados e invictos!
Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).

Nesse texto, busca-se seduzir o leitor por meio da exploração de uma voz externa sobre a identidade
histórica do povo português. O trecho que evidencia esse procedimento argumentativo é
a) "Que linda a 'antiga, muy nobre, sempre leal e invicta' cidade do Porto!".
b) "'Encantei-me', diriam eles... pelas belas paisagens, construções históricas com lindas fachadas
[...]".
c) "Os tripeiros, sinônimo de portuenses, têm orgulho de sua cidade [...]".
d) "E valorizam tudo o que há de bom ali, como 'a melhor estrada para se dirigir do mundo' [...]".
e) "Pois na manhã do 25 de abril, dia da Revolução dos Cravos, resolvemos conhecer a tal maravilha".

5. (Uerj 2016) DICIONÁRIO FEITO POR CRIANÇAS REVELA UM MUNDO QUE OS ADULTOS NÃO
ENXERGAM MAIS

Em abril, aconteceu a Feira do Livro de Bogotá, e um dos maiores sucessos foi um livro chamado Casa
das estrelas: o universo contado pelas crianças. Nele, há um dicionário com mais de 500 definições
para 133 palavras, de A a Z, feitas por crianças.
1
O curioso deste “dicionário infantil” é como as crianças definem o mundo através daquilo que os
adultos já não conseguem perceber. O autor do livro é o professor Javier Naranjo, que compilou
informações ao longo de dez anos durante as aulas. Ele conta que a ideia surgiu quando ele pediu aos
2
seus alunos para definirem a palavra “criança”, e uma das respostas que lhe chamou atenção foi: “uma
criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir cedo”.
Veja outros verbetes do livro e as idades das crianças que os definiram:
3
- Adulto: pessoa que, em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma. (Andrés, 8 anos)
- Água: transparência que se pode tomar. (Tatiana, 7 anos)
4
- Branco: o branco é uma cor que não pinta. (Jonathan, 11 anos)
5
- Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro, somente seus filhos. (Luis, 8 anos)

3
Português
6
- Céu: de onde sai o dia. (Duván, 8 anos)
- Dinheiro: coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos. (Ana
María, 12 anos)
7
- Escuridão: é como o frescor da noite. (Ana Cristina, 8 anos)
8
- Guerra: gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz. (Juan Carlos, 11 anos)
- Inveja: atirar pedras nos amigos. (Alejandro, 7 anos)
9
- Mãe: mãe entende e depois vai dormir. (Juan, 6 anos)
10
- Paz: quando a pessoa se perdoa. (Juan Camilo, 8 anos)
- Solidão: tristeza que dá na pessoa às vezes. (Iván, 10 anos)
- Tempo: coisa que passa para lembrar. (Jorge, 8 anos)
11
- Universo: casa das estrelas. (Carlos, 12 anos)

André Fantin
Adaptado de repertoriocriativo.com.br, 22/05/2013.

“uma criança é um amigo que tem o cabelo curtinho, não toma rum e vai dormir cedo”. (l. 8-9)

Na definição acima, o trecho sublinhado contém duas comparações implícitas, que têm como
referência o mundo dos adultos. Essas comparações são feitas por meio do seguinte recurso:
a) oposição
b) gradação
c) classificação
d) reformulação

4
Português

6. (Unicamp 2017)

(Disponível em https://www.facebook.com/SignosNordestinos/?fref=ts. Acessadoem 26/07/2016.)

Do ponto de vista da norma culta, é correto afirmar que “coisar” é

a) uma palavra resultante da atribuição do sentido conotativo de um verbo qualquer ao substantivo


“coisa”.
b) uma palavra resultante do processo de sufixação que transforma o substantivo “coisa” no verbo
“coisar”.
c) uma palavra que, graças a seu sentido universal, pode ser usada em substituição a todo e qualquer
verbo não lembrado.
d) uma palavra que resulta da transformação do substantivo “coisa” em verbo “coisar”, reiterando um
esquecimento.

7. (Uerj 2012) O chá, os fantasmas, os ventos encanados...

Nasci no tempo dos ventos encanados, quando, para evitar compromissos, a “gente bem” dizia estar
com enxaqueca, palavra horrível mas desculpa distinta. Ter enxaqueca não era para todos, mas só para
essas senhoras que tomavam chá com o dedo mindinho espichado. Quando eu via aquilo, ficava a
pensar sozinho comigo (menino, naqueles tempos, não dava opinião) por que é que elas não usavam,
para cúmulo da elegância, um laçarote azul no dedo...
Também se falava misteriosamente em “moléstias de senhoras” nos anúncios farmacêuticos que eu
lia. Era decerto uma coisa privativa das senhoras, como as enxaquecas, pois as criadas, essas, não
tinham tempo para isso. Mas, em compensação, me assustavam deliciosamente com histórias de
assombrações. Nunca me apareceu nenhuma.
Pelo visto, era isso: nunca consegui comunicar-me com este nem com o outro mundo. A não ser através
d’ O tico-tico e da poesia de Camões, do qual até hoje me assombra este verso único: “Que o menor
mal de tudo seja a morte!” Pois a verdadeira poesia sempre foi um meio de comunicação com este e
com o outro mundo.
MÁRIO QUINTANA Mario Quintana: poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2005.

5
Português

O segundo parágrafo do texto revela mais claramente a compreensão do menino acerca daquela
sociedade de papéis bem definidos, a partir da situação econômica de cada um. O par de vocábulos,
presentes no texto, que remete à divisão entre grupos sociais, tal como caracterizada pelo narrador, é:
a) chá – fantasmas
b) elegância – laçarote
c) privativa – verdadeira
d) encanados – espichado

8. (Enem 2018)
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
— “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada. Música: Francisco Manuel da Silva (fragmento).

O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a)
a) reverência de um povo a seu país.
b) gênero solene de característica protocolar.
c) canção concebida sem interferência da oralidade.
d) escrita de uma fase mais antiga da língua portuguesa.
e) cultural respeitado por todo o povo brasileiro.

6
Português

Gabaritos

1. E
O advérbio “talvez” indica dúvida, e a preposição “até” marca uma inclusão, pois pode ser lida, neste caso,
como sinônimo de “inclusive”.

2. A
Uma das principais características do gênero crônica, além da temática cotidiana, é a linguagem menos
formal.

3. A
A única opção que mantém uma relação de causa (marcada pelo “como”) e consequência entre as ideias
contidas no trecho é a letra A.

4. A
O enunciado exige a identificação de uma voz externa a do emissor. Apesar de as opções B e D trazerem
falas dos tropeiros de forma mais direta, é a letra B que incorpora a voz externa ao discurso do narrador.

5. A
A definição de “criança” pelo olhar de uma criança é marcada exatamente a partir da oposição em relação
ao universo adulto: adulto não precisa dormir cedo, adulto pode beber rum, adulto pode deixar o tamanho
do cabelo como bem entender.

6. B
O verbo “coisar” é formado pelo processo de derivação sufixal (aquele em que ocorre a junção de um
sufixo à uma palavra simples ou a um radical já existente) do substantivo “coisa”.

7. A
(Comentário oficial) Os vocábulos "chá" e "fantasmas" ajudam a marcar, no texto, a divisão entre as
classes sociais, apontada pelo narrador. No caso, "chá" remete a um hábito tradicional das classes mais
favorecidas, enquanto "fantasmas" remete às histórias que o narrador ouvia das criadas, pertencentes às
classes mais desfavorecidas.

8. B
O uso da norma padrão é a forma utilizada para estabelecer em gêneros que retratam a característica
protocolar. Isso explica a sua utilização no Hino Nacional Brasileiro que se trata de um símbolo
representativo nacional; logo, seu caráter precisa mais formal.

7
Química

Propriedades periódicas e aperiódicas

Teoria

Propriedade periódicas são aquelas que de acordo com o aumento do número atômico os valores aumentem
ou diminuem de forma regular ao longo dos períodos e grupos da tabela periódica.

Raio atômico
O raio atômico também pode ser chamado de tamanho do átomo, é a metade da distância entre o núcleo de
dois átomos isótopos. Com isso pode-se dizer que o raio atômico é a distância do núcleo até o seu elétron
mais externo.
Analisando a tabela periódica podemos dizer que o tamanho do raio atômico cresce com o aumento do
número de camadas (crescendo para baixo) e com a diminuição do seu número atômico (crescendo para a
esquerda).

Observação: o raio de um cátion é menor que o raio de seu átomo, e o raio de um ânion é maior que o raio de
seu átomo.

Energia de Ionização ou Potencial de ionização (E.I.)


É a energia mínima necessária para que um átomo isolado, e no estado gasoso, perca um elétron e se
transforme em um cátion.
Analisando a tabela periódica podemos dizer que a energia de ionização cresce com a diminuição do número
de camadas, pois haverá assim uma menor distância e maior atração entre prótons e elétrons (crescendo
para cima) e com o aumento do seu número atômico (crescendo para a direita).
X(g) + E.I. → X+(g) + e-

1
Química

Importante!
De acordo com o esperado para a energia de ionização dentro de um mesmo período, esta propriedade deve
aumentar com o número atômico, ou seja, aumentar da esquerda para a direita, como mostra o gráfico abaixo,
à esquerda. Na verdade, este gráfico está incorreto. O que apresenta os valores reais de E.I. para esses
elementos é o da direita.

Os elementos boro e oxigênio apresentam energia de ionização menor que seus antecessores.
A explicação para isto tem a ver com as configurações eletrônicas. Por motivos de simetria, os orbitais p, d e
f são mais estáveis quando estão totalmente preenchidos ou totalmente semipreenchidos, isto é, quando
possuem seu número máximo de elétrons ou metade deles.
A configuração eletrônica do nitrogênio é 1s2 2s2 2p3, com o orbital p de valência com 3 elétrons, que é
especialmente estável.
O oxigênio possui a configuração 1s2 2s2 2p4, com um elétron a mais que a configuração mais estável. Isto
faz com que a retirada de um elétron deste elemento crie estabilidade, então seja mais favorecida que para o
nitrogênio, o qual perderia sua estabilidade. Desta forma, a energia de ionização do oxigênio é menor que a
do nitrogênio, contrariando a tendência de aumento com o número atômico.

Eletronegatividade
É a capacidade que um átomo apresenta de atrair os elétrons em uma ligação química.
Analisando a tabela periódica podemos dizer que a eletronegatividade cresce com a diminuição do período,
pois haverá assim uma menor distância e maior atração entre prótons e elétrons (crescendo para cima) e
com o aumento do seu número atômico (crescendo para a direita).

X + e → X + Energia
(g)
- +
(g)

2
Química

Afinidade eletrônica ou eletroafinidade (A.E.)


É a quantidade de energia liberada quando um átomo isolado, e no estado gasoso, ganha um elétron e se
transforme em um ânion.
Analisando a tabela periódica podemos dizer que a afinidade eletrônica cresce com a diminuição do período,
pois haverá assim uma menor distância e maior atração entre prótons e elétrons (crescendo para cima) e
com o aumento do seu número atômico (crescendo para a direita).
X(g) + e- → X+(g) + A.E.

Importante: A tendência da afinidade eletrônica é aumentar da esquerda para a direita no mesmo período. O
gráfico esperado para a variação de A.E. no segundo período é representado abaixo, à esquerda.
Novamente, o gráfico correto não coincide com o esperado:

É possível notar que a A.E. do nitrogênio é menor que a do carbono e que a do neônio não é só menor que a
do seu antecessor, flúor, mas menor também que a do lítio.
A explicação também tem a ver com as configurações eletrônicas: A configuração do carbono é 1s2 2s2 2p2,
com um elétron a menos que a configuração estável (orbital p semi-preenchido) do nitrogênio: 1s2 2s2 2p3.
A adição de um elétron ao carbono o torna mais estável, provocando a liberação de mais energia no processo.
Quando um elétron é adicionado ao nitrogênio, tornando-o instável, a liberação de energia é menor.
Ao adicionar um elétron ao neônio, é destruída a grande estabilidade de um gás nobre e o elétron é adicionado
a uma camada de energia maior (menos estável). Como resultado, a energia liberada no processo é muito
pequena. Na verdade, a maioria dos gases ideais requerem que se forneça energia para que aceitem um
elétron.

3
Química

Eletropositividade ou caráter metálico


É a capacidade que um átomo apresenta de ceder elétrons em uma ligação química. Está propriedade reflete
a capacidade contrária a da eletronegatividade.

Propriedade aperiódicas
São aquelas que de acordo com o aumento do número atômico não possuem regularidade ao longo dos
períodos e grupos da tabela periódica.

Massa atômica (A)


A massa atômica é dada pelo somatório do número atômico (Z) e nêutrons (n). A massa cresce no mesmo
sentido do número atômico, para direita e para baixo.
A=Z+n

Calor específico (c)


O calor específico é dado por: c = Q/m(Tf-To)
Portanto, crescimento é inverso ao número atômico (que é proporcional à massa): para a esquerda e para
cima.

Ponto de fusão/ebulição
As duas propriedades têm a ver com a força das interações entre os átomos dos elementos. Quanto mais
fortes forem essas forças, maior a temperatura em que ocorrerá mudança de fase.
As tendências que se observa são:
• Metais tem altos PF e PE devido ao fato de as ligações metálicas serem mais fortes que as ligações
covalentes, predominantes entre os ametais, que tipicamente formam moléculas apolares;
• Entre os metais, os de maiores PF e PE são os que se encontram no centro da tabela periódica. A
quantidade de elétrons desemparelhados na sua distribuição eletrônica permite formação de ligações
metálicas mais fortes;

• Os ametais boro, carbono e silício possuem PF e PE anormalmente altos (o carbono não funde, mas
sublima a uma temperatura maior que o ponto de fusão de todos os outros elementos). Isto se deve ao
fato de formarem sólidos covalentes, como o diamante.

4
Química

Densidade
A densidade também depende da força das ligações entre os átomos, além da massa atômica. As tendências
na densidade são:
• Num período, a densidade aumenta das extremidades para o centro da tabela, e os elementos mais
densos estão no centro da tabela. O elemento mais denso é o ósmio (Os);
• Em um mesmo grupo, a densidade aumenta de cima para baixo.

Reatividade
A reatividade dos elementos varia de forma diferente para os metais e ametais devido à diferença na forma
que reagem. Os ametais tipicamente reagem recebendo elétrons para completar seu octeto, então os mais
reativos serão os que possuem maior afinidade eletrônica, ou seja, os que liberam mais energia ao receber
elétrons.
Os metais tipicamente perdem elétrons nas suas reações, então os mais reativos são os que apresentam
menor energia de ionização, ou seja, os que perdem elétrons com maior facilidade.

5
Química

Exercícios

1. A representação a seguir corresponde à parte superior da tabela periódica, na qual as letras não
correspondem aos verdadeiros símbolos dos elementos.

Considere as afirmativas acerca dos elementos hipotéticos (A, B, C) apresentados na Tabela


Periódica.
I. Dentre os elementos hipotéticos, o elemento A é o de maior afinidade eletrônica (“energia liberada
quando um átomo isolado, no estado gasoso, captura um elétron”).
(USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química, Vol. 2: Físico-Química. 12ª ed.
Reform - São Paulo: Ed. Saraiva, 2009, pág. 202.)
II. Dentre os elementos hipotéticos, pode-se afirmar que o elemento B é o de maior eletropositividade
(“capacidade de um átomo perder elétrons, originando cátions”).
(USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química, Vol. 2: Físico-Química. 12ª ed.
Reform - São Paulo: Ed. Saraiva, 2009, pág. 202.)
III. Dentre os elementos hipotéticos, pode-se afirmar que o elemento C é o mais eletronegativo (“força
de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação”).
(USBERCO, João e SALVADOR, Edgard. Química, Vol. 2: Físico-Química. 12ª ed.
Reform – São Paulo: Ed. Saraiva, 2009, pág. 202.)
Das afirmativas feitas está(ão) correta(s) apenas
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) II e III.

2. Considerando a primeira energia de ionização, assinale a afirmação verdadeira.


a) Nos períodos, ela cresce sempre da esquerda para a direita.
b) Sofre influência do número de nêutrons do átomo.

c) É mais fácil remover um elétron 2s do Be + do que remover um elétron do 1s do Li+ .


d) A primeira energia de ionização do enxofre é maior que a primeira energia de ionização do
oxigênio.

6
Química

3. A tabela periódica dos elementos é ordenada pelo número atômico de cada elemento. A sua
organização é útil para relacionar as propriedades eletrônicas dos átomos com as propriedades
(químicas) das substâncias. Além disso, pode ser usada para prever comportamentos de elementos
não descobertos ou ainda não sintetizados.
Considere os elementos 9 X, 16 Y e 19 Z (X, Y, Z são símbolos fictícios).
a) Faça a distribuição eletrônica dos átomos X, Y e Z, indicando claramente a última camada
preenchida.
b) A que período e grupo (ou família) pertencem os elementos X, Y e Z?
c) Coloque X, Y e Z em ordem crescente de raio atômico.
d) Coloque X, Y e Z em ordem crescente de eletronegatividade.

4. A tabela periódica pode ser utilizada para relacionar as propriedades dos elementos com suas
estruturas atômicas; essas propriedades podem ser aperiódicas e periódicas. As propriedades
periódicas são aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem valores semelhantes
para intervalos regulares, isto é, repetem-se periodicamente.
O gráfico ao lado mostra a variação de uma dessas propriedades: a energia de ionização do 1º
elétron, em e  V., para diferentes átomos.

Com base no gráfico e em conhecimentos de Química, responda aos itens a seguir.


a) Como se explicam os elevados valores de energia de ionização para os elementos de número
atômico de 2, 10 e 18?
b) No intervalo entre Z = 3 e Z = 10, observa-se aumento da energia de ionização. Como se explica
esse aumento da energia?
c) Por que o elemento de número atômico 19 apresenta o menor potencial de ionização entre os
elementos representados?
d) Que número atômico, entre os elementos apresentados no gráfico, tem maior tendência a formar
um ânion?

7
Química

5. A tabela abaixo apresenta o nome de alguns minerais e a fórmula química da substância que constitui
cada um deles.

Fórmula química
Mineral
da substância
Calcita CaCO3
Cerussita PbCO3
Estroncianita SrCO3
Magnesita MgCO3
Rodocrosita MnCO3
Siderita FeCO3
Witherita BaCO3

Considerando a tabela, apresente o nome do mineral cujo metal no estado fundamental possui quatro
elétrons na sua camada de valência. Apresente, também, a fórmula química da substância que contém
o metal de maior raio atômico.

8
Química

Gabarito

1. C
I. Incorreta. Dentre os elementos hipotéticos, o elemento A é o de menor afinidade eletrônica (“energia
liberada quando um átomo isolado, no estado gasoso, captura um elétron”), pois apresenta maior número
de camadas (7 camadas) em relação aos elementos C (2 camadas) e B (3 camadas).
II. Incorreta. Dentre os elementos hipotéticos, pode-se afirmar que o elemento A é o de maior
eletropositividade (“capacidade de um átomo perder elétrons, originando cátions”), pois apresenta o
maior número de camadas (7 camadas) e, consequentemente, o maior raio atômico.
III. Correta. Dentre os elementos hipotéticos, pode-se afirmar que o elemento C é o mais eletronegativo
(“força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação”), pois apresenta o menor número de
camadas (2 camadas) e, consequentemente, o menor raio atômico.

2. C
a) Falsa. Nos períodos, a primeira energia de ionização pode variar e não obedecer a ideia de que ela
cresça da esquerda para a direita. Por exemplo, no segundo período da classificação periódica, a
primeira energia de ionização do nitrogênio (1.402 kJ mol) é maior do que a primeira energia de
ionização do oxigênio (1.314 kJ mol). Neste caso, o número de camadas dos cátions resultantes é
igual.
2 2 3
7 N : 1s 2s 2p
+ 2 2 2
7 N : 1s 2s 2p (duas camadas)
2 2 4
8 O : 1s 2s 2p
+ 2 2 3
8 O : 1s 2s 2p (duas camadas)
b) Falsa. A primeira energia de ionização sofre influência do número de prótons do átomo.
c) Verdadeira. É mais fácil remover um elétron 2 s do Be + do que remover um elétron do 1 s do Li+ ,
pois o raio do Be + é maior do que o raio do Li+ . Neste caso, o número de camadas é diferente e
quanto maior a distância núcleo-elétron, menor a primeira energia de ionização e maior a facilidade
de remoção.
2 2
4 Be : 1s 2s
+ 2 1
4 Be : 1s 2s (duas camadas)
2 1
3 Li : 1s 2s
+ 2
3 Li : 1s (uma camada)
r r
Be + Li+
d) Falsa. Neste caso, o número de camadas não é o mesmo, os elementos estão posicionados no
mesmo grupo da classificação periódica (grupo 16) , porém em períodos diferentes e quanto maior
a distância núcleo-elétron, menor a primeira energia de ionização.
2 2 6 2 4
16 S : 1s 2s 2p 3s 3p
+ 2 2 6 2 3
16 S : 1s 2s 2p 3s 3p (três camadas)
2 2 4
8 O : 1s 2s 2p
+ 2 2 3
8 O : 1s 2s 2p (duas camadas)
r r
S+ O+

9
Química

3.
a) Distribuição eletrônica dos átomos X, Y e Z, indicando claramente a última camada preenchida:
2
9 X : 1s 2s2 2p5
Última camada
preenchida
2
16 Y : 1s 2s2 2p6 3s2 3p4
Última camada
preenchida
2
19 Z : 1s 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
Última camada
preenchida
b) X pertence ao segundo período da tabela periódica, pois apresenta duas camadas e, também, ao
grupo 17 ou família VIIA (halogênios), pois tem 7 elétrons na camada de valência.
Y pertence ao terceiro período da tabela periódica, pois apresenta três camadas e, também, ao
grupo 16 ou família VIA (calcogênios), pois tem 6 elétrons na camada de valência.
Z pertence ao quarto período da tabela periódica, pois apresenta quatro camadas e, também, ao
grupo 1 ou família IA (metais alcalinos), pois tem 1 elétron na camada de valência.
c) Quanto maior o número de camadas, maior o raio, então:
Raio (X; 2 camadas)  R aio (Y; 3 camadas)  Raio (Z; 4 camadas)
X, Y, Z
d) A eletronegatividade do halogênio (X) é maior do que a eletronegatividade do calcogênio (Y), que
por sua vez, é maior do que a eletronegatividade do metal alcalino (Z).
EZ  E Y  E X
Z, Y, X

4.
a) São elementos que pertencem à família dos gases nobres, portanto, apresentam as camadas de
valência completas, o que faz com que a energia necessária para a retirada desses elétrons seja
elevada.
b) Nesse intervalo, com o aumento da carga nuclear, aumenta também a força de atração do elétron
pelo núcleo, aumentando, consequentemente, a energia de ionização.
c) O elemento de Z = 19 é um metal que apresenta apenas 1 elétron na camada de valência e, como
todos os elementos do primeiro grupo, tende a perder esse elétron numa ligação química, pois a
força atração núcleo-elétron é menor.
d) Z = 9, pois pertence à família dos halogênios, família que precisa de 1 elétron apenas para se
estabilizar.

10
Química

5. Para o chumbo teremos:


82 Pb → 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f 14 5d10 6p2

A camada mais externa (camada de valência) do Pb será: 6s2 6p2 (cerussita).


O raio atômico varia na Tabela Periódica, simplificadamente da seguinte forma:

Assim sendo, os elementos mais posicionados à esquerda (menor número de prótons) e mais abaixo da
tabela (maior número de camadas) seriam: Ca, Sr, Mg, Ba e Pb, sendo o de maior raio pela junção dos 2
fatores o Bário. Portanto, o mineral será a Witherita.

11
Redação

Análise direcionada da proposta: “A xenofobia em discussão no


século XXI”

Teoria

O que é Xenofobia?
É o sentimento de aversão, desconfiança, medo, antipatia, rejeição em relação ao estrangeiro, ao que vem de
outro país, ao que vem de fora. O sentimento de xenofobia se manifesta em atitudes discriminatórias e, muitas
vezes, violentas, tanto verbais como físicas e psicológicas contra migrantes. Abordagens xenófobas também
podem ser encontradas em políticas adotadas por países que buscam restringir fluxos migratórios.
Neste material, veremos um tema muito relevante para os vestibulares: A xenofobia em discussão no século
XXI. Analise os textos de apoio, organize suas ideias, escreva uma redação sobre o tema e leia uma redação
exemplar.

Textos de apoio
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema A
xenofobia em discussão no século XXI. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de
vista.

TEXTO I
Xenofobia é o medo, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros, a desconfiança em relação
a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país com uma cultura, hábito e
religião diferente. A xenofobia pode manifestar-se de várias formas, envolvendo as relações e percepções do
endogrupo em relação ao exogrupo, incluindo o medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas
atividades, agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza.
Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Xenofobia

TEXTO II
Mohamed Ali, refugiado sírio residente no Brasil há três anos, foi hostilizado e agredido verbalmente em
Copacabana, região nobre do Rio de Janeiro, onde trabalha vendendo esfihas e doces típicos. Em vídeo
publicado nas redes sociais é possível ver um homem exaltado que grita repetidas vezes "sai do meu País!",
ostentando dois pedaços de madeira nas mãos e ameaçando o refugiado. "O nosso país tá sendo invadido
por esses homens bombas, que matam crianças", diz, em discurso xenofóbico.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/saia-do-meu-pais-agressao-a-refugiado-no-rio-expoe-a-xenofobia-no-brasil
Acesso em 11 agosto 2017

1
Redação

TEXTO III
Uma nova charge do semanário satírico francês "Charlie Hebdo" provocou revolta nas redes sociais. A peça
sugere que Alan Kurdi, menino refugiado que morreu afogado ao tentar chegar à Europa, se tornaria um
agressor sexual quando crescesse, em referência à recente onda de denúncias contra imigrantes na
Alemanha.

Charge do "Chalie Hebdo sobre imigrantes provocou polêmica nas redes sociais

"O que o pequeno Alan seria se ele se tornasse adulto?", pergunta a charge, ao lado uma caricatura do corpo
do menino afogado em uma praia. "'Apalpador' de bundas na Alemanha", acrescenta.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/01/1729460-charlie-hebdo-e-criticado-por-retratar-menino-refugiado-
como-estuprador.shtml

TEXTO IV
Alemanha promete lutar contra xenofobia após ataques a refugiados

O Ministério do Interior da Alemanha liderou neste domingo (23) os pedidos para que se reprimam os racistas
e militantes de direita, depois da segunda noite de confrontos entre manifestantes e a polícia do lado de fora
de um abrigo para refugiados, numa cidade do leste da Alemanha, perto de Dresden. (...)

Cotas para imigrantes


O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, vão discutir durante uma reunião
na segunda-feira (24) sobre as cotas para receber imigrantes, disse o ministro de Relações Exteriores francês,
Laurent Fabius, neste domingo. Em junho, a União Europeia rejeitou uma iniciativa do presidente da Comissão
Europeia, Jean-Claude Juncker, para estabelecer cotas nacionais obrigatórias para receber parte dos milhares
de refugiados e imigrantes que chegam às costas da Itália e da Grécia.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2015/08/alemanha-promete-lutar-contra-xenofobia-apos-ataques-refugiados.html

2
Redação

Redação exemplar

Tema: A xenofobia em discussão no século XXI

Na Grécia Antiga, os estrangeiros eram proibir direitos políticos, podendo realizar qualquer outra
atividade que não fosse a de um verdadeiro “cidadão”. Esse princípio de separação cultural dentro de um
mesmo cenário teve sua acentuação no contexto hodierno devido ao alto nível de globalização, assim como
o medo de desemprego, apresentando sua máxima evidência, a xenofobia, reflexo uma sociedade intolerante
e alienada.
Em primeiro lugar, deve-se ressaltar que a xenofobia se agravou com os avanços tecnológicos e pela
globalização. Se de um lado tem-se a facilidade de estar conectado com todas as partes do mundo, em outro,
a liberdade de ir e vir é deixada de lado a partir do momento em que países, em sua maioria desenvolvimentos,
solidificam sua não aceitação sobre os imigrantes que buscam melhoria de vida,
como a repressão sofrida pelos médicos cubanos em 2013, no território brasileiro, sendo chamados de
“escravos” pelos próprios médicos brasileiros.
Essa intolerância vista sobre uma perspectiva socioeconômica aumenta o nível de alienação
populacional, uma vez que as disseminações de ideias preconceituosas se estabelecem, também, no
ambiente midiático. Como foi o caso da revista Charlie Hebdo insinuando que se Alan Kurdi, criança refugiada
morta antes de atravessar a fronteira, chegasse à vida adulta, iria tornar-se um agressor sexual. Esse reflexo,
uma vez que aprofundado pelos canais de cultura em massa, intensificam a falta de conhecimento sobre as
perspectivas da diversidade cultural.
Desse modo, é possível perceber que a xenofobia é reflexo de uma individualidade de nações que não
buscam promover a tolerância, pelo contrário, enfatizam a discriminação em todas as situações em massa.
Assim, instituições de cunho imigratório, como ACNUR e CDHIC, devem promover, juntamente com os
Ministérios de Educação, palestras para pais e alunos nas escolas sobre a importância da desconstrução do
preconceito, com representantes imigrantes. Ademais, afim de atingir uma maior quantidade de pessoas, as
mesmas instituições necessitam criar propagandas que disseminem a importância do acolhimento de
imigrantes e refugiados, em busca de respeito e chances igualitárias no quesito social para todas as
nacionalidades.

3
Redação

Exercício comparativo: introduções "boas" e "ruins"

Exercícios

Agora que você já entendeu quais são as funções da introdução e exemplos de como contextualizar o tema,
vamos analisar exemplos bons e ruins dessa parte do texto:

Tema: As redes sociais como meio de ativismo.


“O novo sempre despertou perplexidade e resistência”, já dizia Sigmund Freud. Na sociedade
contemporânea, as pessoas fazem uso das redes sociais como uma porta-voz de suas necessidades de
expressão e de mobilização de diversos fatores. No entanto, nem sempre essa conduta online é vista na
realidade, o que comprova que as pessoas agem de formas diferentes.

Comentário:
O parágrafo de introdução mostra como contextualização o uso da citação, no entanto, esta ficou “solta” no
texto, uma vez que não houve nenhum tipo de gancho com a temática ou uma justificativa que a relacionasse
ao ponto de vista do candidato. A apresentação da tese faz-se presente: “as pessoas fazem uso das redes
sociais como uma porta-voz de suas necessidades de expressão e de mobilização de diversos fatores”, mas
deixa em aberto que fatores seriam esses, como ainda, na próxima oração; há uma breve constatação de que
os usuários possuem uma conduta online distinta de sua realidade, sem justificar ou informar qual seria o
posicionamento dos indivíduos para que houvesse tal contraste.

Sugestão de reescritura:
Segundo o pai da psicanálise, Sigmund Freud, “O novo sempre despertou perplexidade e resistência”. Neste
sentido, o receio do destaque entre tantas opiniões divergentes e a necessidade de integrar-se ao âmbito
coletivo fez com que os indivíduos, por vezes, fizessem uso das redes sociais como porta-voz de suas
necessidades de expressão e de mobilização a causas sociopolíticas. No entanto, nem sempre essa conduta
presente no mundo virtual faz-se verossímil à sua aplicação na realidade.

Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil.


“O Brasil é um dos países mais miscigenados do mundo, contendo em suas raízes manifestações diversas
advindas do contato com diferentes povos. Movimentos literários como o Modernismo tiveram como objetivo
consolidar a identidade nacional através da valorização dos diferentes tipos de culturas, religiões e artes.
Contudo, apesar dos esforços desses poetas, a diversidade religiosa não é vista como algo positivo e acaba
sendo motivo de crimes e intolerância.”

Comentário:
O fragmento apresentado anteriormente utiliza a apresentação histórica como forma de contextualização da
proposta de tema. Além disso, há o exemplo do Modernismo como forma de utilização da

1
Redação

interdisciplinaridade para ressaltar a construção da identidade nacional do brasileiro por meio de diferentes
culturas. Há também a tese apresentada de forma clara e objetiva sobre o tema: “apesar dos esforços desses
poetas [modernistas], a diversidade religiosa não é vista como algo positivo e acaba sendo motivo de crimes
e intolerância”.

Tema: A exposição exagerada no ambiente virtual.


“Facebook. Twitter. Instagram. Snapchat. Whatsapp. São incontáveis os aplicativos que surgem a todo o
momento na internet. Antigamente, a função deles era aproximar pessoas em um mundo globalizado, hoje,
servem como diários abertos a todos os seguidores. Dessa forma, é importante educar os usuários dessas
redes sociais, a fim de evitar problemas pessoais.”

Comentário:
Embora o parágrafo de introdução esteja bem escrito, ele não cumpre as duas funções necessárias. Em
primeiro lugar, por meio de “flashes” são apresentados exemplos de aplicativos da internet para exemplificar
como eles surgem na atualidade e como aproximam pessoas no mundo globalizado. Entretanto, a tese não é
apresentada de forma evidente, apenas um indício de intervenção que será aprofundado na conclusão do
texto. Caso um ponto de vista não seja apresentado com clareza, o texto acaba de tornando expositivo por
não haver meios de convencer o leitor por falta de uma opinião explícita a respeito do tema.

Sugestão de reescritura:
Facebook. Twitter. Instagram. Snapchat. Whatsapp. São incontáveis os aplicativos que surgem a todo o
momento na internet. Antigamente, a função deles era aproximar pessoas em um mundo globalizado, hoje,
servem como diários abertos a todos os seguidores. À medida que o ambiente virtual traz benefícios para a
comunicação, eles também se tornam meios de exposição excessiva. Dessa forma, é importante educar os
usuários dessas redes sociais, a fim de evitar problemas pessoais.

Tema: Desafios para a formação educacional dos surdos no Brasil.


“Os pilares da democracia possuem a liberdade e a igualdade como direitos fundamentais aos cidadãos.
Embora essa afirmação devesse ser aplicada no cenário brasileiro, ela não é efetiva na formação escolar dos
deficientes auditivos. A igualdade não é garantida devido aos obstáculos tanto na formação de profissionais,
quanto na inclusão dos surdos no ambiente escolar.”

Comentário:
Por meio da utilização de uma alusão cultural à Constituição Brasileira, são apresentados os pilares da
democracia [liberdade e igualdade] como forma de contextualização do tema, mostrando que apesar da
igualdade ser um direito fundamental ao cidadão, os surdos não possuem esse direito garantido trazendo
como gancho a tese: “a igualdade não é garantida devido aos obstáculos tanto na formação de profissionais,
quanto na inclusão dos surdos no ambiente escolar”. Além disso, na tese, há o indício dos dois argumentos
que serão trabalhados no desenvolvimento: há obstáculos na formação de profissionais e há obstáculos na
inclusão dos surdos no ambiente escolar.

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