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Semana 5
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To os os
Biologia
Lipídios
Objetivo
Você vai aprender quais as características e os principais tipos de lipídios, além das suas funções nos
sistemas biológicos.
Curiosidade
Os lipídios ajudam muitos animais a sobreviverem em ambiente aquático: em mamíferos marinhos, eles são
essenciais para ajudar a manter o corpo aquecido, enquanto nas aves aquáticas, eles permitem que as penas
não fiquem molhadas quando elas mergulham.
Teoria
Lipídios são moléculas orgânicas apolares, já que não apresentam em suas moléculas polos com cargas. Por
conta disso, são insolúveis em água (hidrofóbicos), porém solúveis em compostos orgânicos, como o etanol.
São formados basicamente por um álcool e ácidos graxos. Eles apresentam diversas funções e estão
presentes em diferentes partes do nosso organismo:
• Membrana celular: é formada por uma bicamada de fosfolipídios, sendo que a região do fosfato é polar
e fica em contato com o meio externo e com o meio intracelular, e a região lipídica é apolar e voltada
para o interior. A membrana celular animal é a única que possui o lipídio colesterol em sua composição,
ajudando a manter a fluidez.
• Energia: os lipídios são uma fonte secundária de energia para o metabolismo celular. Para isso, ocorre o
processo de gliconeogênese, liberando glicose para que as células possam fazer a respiração celular.
• Bile: participa da formação dos sais biliares, que formam a bile, importante para a emulsificação de
gorduras no duodeno, facilitando a digestão desses alimentos pelas enzimas liberadas no local.
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Biologia
• Isolante: funciona como isolante térmico (protegendo contra baixas temperaturas, mantendo o calor no
corpo), mecânico (absorve impactos) e elétrico (não conduz eletricidade, estando, por exemplo, nos
neurônios, para formar a bainha de mielina).
Os lipídios podem ser encontrados no nosso organismo em diferentes grupos: carotenoides, cerídeos,
esteroides, fosfolipídios e glicerídeos.
• Carotenoides: são moléculas formadas apenas por álcool, e formam pigmentos lipossolúveis, com
coloração amarela, laranja ou avermelhada. O betacaroteno é um pigmento alaranjado e utilizado na
síntese da vitamina A.
• Cerídeos: são ésteres, formados pela união de um ácido graxo com um álcool, e são comumente
chamados de ceras. Densos e muito insolúveis em água, ajudam a evitar a perda de água. São exemplos
a cutina das plantas, a cera de abelha e a cera de ouvido.
• Esteroides: formados por hidrocarbonetos, se diferenciam pelas suas ramificações e grupos funcionais.
O principal esteroide é o colesterol, cujo grupo funcional é um álcool, e só existe em animais. O colesterol
é precursor de vitamina D, ajuda na constituição da bile e forma hormônios sexuais.
• Fosfolipídios: são lipídios associados a uma molécula de ácido fosfórico. Formam todas as membranas
presentes em uma célula, tendo o fosfato hidrofílico e o lipídio como hidrofóbicos.
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Biologia
• Glicerídeos: Os principais são os triglicerídeos, onde há uma molécula de glicerol com três moléculas de
ácidos graxos. São os óleos e as gorduras. Os óleos, líquidos à temperatura ambiente, apresentam uma
estrutura insaturada (com uma ligação dupla na molécula), enquanto as gorduras, sólidas em
temperatura ambiente, apresentam ácidos graxos saturados (apenas com ligações simples na
molécula). Essas são as formas para armazenamento de energia.
Representação química de moléculas de ácido graxo saturado, insaturado cis e insaturado trans.
Os ácidos graxos insaturados podem ser classificados em monoinsaturados (com apenas uma ligação
dupla), como o azeite de oliva, ou poli-insaturados (com mais de uma ligação dupla ao longo da cadeia), como
o ômega 3.
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Biologia
Colesterol
O colesterol é um lipídio esteroide exclusivo de células animais, tendo em sua estrutura um radical de
hidrocarbonetos apolar.
Representação química (A) e esquemática (B, C) de uma molécula de colesterol, indicando também as estruturas polares, apolares e
os anéis esteroides.
O colesterol pode ser sintetizado no fígado ou ingerido através da alimentação (apenas alimentos de origem
animal). Para ser transportado no sangue, e também para transportar outros lipídios para o corpo, ele forma
as lipoproteínas, que são associações de colesterol, triglicerídeos e proteínas do tipo apoproteína. As
lipoproteínas variam de densidade e de tamanho, e podem ser o VLDL, LDL e HDL.
• VLDL: Do inglês “very low density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de muito baixa
densidade. Possui um grande tamanho e é produzida no fígado para transportar principalmente
triglicerídeos pelo corpo. Junto com o LDL, quando está em altas quantidades no organismo, é uma das
responsáveis pela formação de placas de ateroma, que entopem os vasos sanguíneos. Quando perde os
triglicerídeos para os tecidos, a molécula de VLDL se transforma em uma molécula de LDL.
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Biologia
• LDL: Do inglês “low density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de baixa densidade. Ela
fica circulando no sangue para fazer o transporte de lipídios (colesterol e triglicerídeos), levando a gordura
do fígado para o corpo. Porém, devido a sua baixa densidade, pode se prender às paredes dos vasos
sanguíneos e causar entupimento. É conhecida popularmente como “mau” colesterol.
• HDL: Do inglês “high density lipoprotein”, traduzido literalmente por lipoproteína de alta densidade, é uma
molécula capaz de absorver os cristais de colesterol que estão depositados nas artérias, removendo-os
e transportando-os de volta ao fígado para ser eliminado. É conhecido popularmente como “bom”
colesterol.
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Biologia
Exercícios de fixação
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Biologia
Exercícios de vestibular
1. “Dentre os tipos de esteróides, grupo particular de lipídios, é o mais abundante nos tecidos animais.
Está na composição da membrana plasmática das células animais. É produzido em nosso próprio
corpo, principalmente no fígado. Trata-se de composto químico, precursor da vitamina D e dos
hormônios estrógeno e testosterona.”
O texto refere-se a
a) Caroteno.
b) Colesterol.
c) Triglicerídeo.
d) Glicogênio.
e) Glicerol.
2. O colesterol é um esteroide que constitui um dos principais grupos de lipídios. Com relação a esse tipo
particular de lipídio, é correto afirmar que:
a) O colesterol é encontrado em alimentos tanto de origem animal como vegetal (por ex: manteigas,
margarinas, óleos de soja, milho, etc.) uma vez que é derivado do metabolismo dos glicerídeos.
b) Na espécie humana, o excesso de colesterol aumenta a eficiência da passagem do sangue no
interior dos vasos sanguíneos, acarretando a arteriosclerose.
c) O colesterol participa da composição química das membranas das células animais e é precursor
dos hormônios sexuais masculino (testosterona) e feminino (estrógeno).
d) Nas células vegetais, o excesso de colesterol diminui a eficiência dos processos de transpiração
celular e da fotossíntese.
e) O colesterol sempre é danoso ao organismo vivo seja ele animal ou vegetal.
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Biologia
3. O colesterol e os triglicerídeos são lipídios muito importantes na composição dos organismos vivos
pois eles são componentes das membranas plasmáticas, ajudam na absorção de impactos e no
controle da temperatura corporal e como matéria-prima para síntese de hormônios esteroides. Devido
a natureza apolar, essas substâncias são transportadas na corrente sanguínea em estruturas
denominadas de lipoproteínas. A estrutura básica das lipoproteínas é idêntica, variando somente de
tamanho e proporção entre os seus componentes. A fração proteica é composta por apoproteínas,
enquanto que a parte lipídica é formada por colesterol, triglicerídeos e fosfolipídios, conforme mostra
a figura a seguir.
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Biologia
Assim, existem bicamadas lipídicas com diferentes composições de fosfolipídios, como as mostradas
de I a V.
5. Há alguns meses, foi lançado no mercado um novo produto alimentício voltado para o consumidor
vegetariano: uma bebida sabor iogurte feita à base de leite de soja. À época, os comerciais informavam
tratar-se do primeiro iogurte totalmente isento de produtos de origem animal. Sobre esse produto, pode-
se dizer que é isento de:
a) colesterol e carboidratos.
b) lactose e colesterol.
c) proteínas e colesterol.
d) proteínas e lactose.
e) lactose e carboidratos
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Biologia
6. O uso de óleos vegetais na preparação de alimentos é recomendado para ajudar a manter baixo o nível
de colesterol no sangue. Isso ocorre porque esses óleos:
a) têm pouca quantidade de glicerol.
b) são pouco absorvidos no intestino.
c) são pobres em ácidos graxos saturados.
d) têm baixa solubilidade no líquido extracelular.
e) dissolvem o colesterol.
7. Os lipídios são considerados grandes vilões da saúde humana, o que não é verdade. É preciso lembrar
de que esses compostos desempenham importantes funções biológicas. Com relação aos lipídios
pode-se afirmar corretamente que
a) os fosfolipídios revestem a membrana dos neurônios, facilitando a condução do impulso nervoso.
b) as gorduras são predominantemente de origem animal e têm cadeia insaturada, enquanto os
óleos são predominantemente saturados.
c) os carotenoides, presentes em certos vegetais, são precursores da vitamina D, cuja carência causa
o raquitismo.
d) os esteroides são derivados do colesterol e alguns deles atuam com papel hormonal.
e) alguns deles como a queratina e a melanina têm papel estrutural enquanto outros, como a
cortisona, têm ação anti-inflamatória.
8. Acredita-se que 75% das mortes no mundo são causadas por doenças crônicas, como diabetes, câncer
e complicações cardíacas (Diet, nutrition and the prevention of cronic diseases). A comida, sobretudo a
industrializada, tem sido apontada como a principal causa dessas enfermidades. A molécula de
colesterol, considerada prejudicial em grandes quantidades, e as moléculas constituintes dos lipídios
considerados “bons” para a saúde, são, respectivamente,
a) colesterol HDL; ácidos graxos insaturados.
b) colesterol HDL; ácidos graxos saturados.
c) colesterol HDL; ácidos graxos poli-insaturados.
d) colesterol LDL; ácidos graxos saturados.
e) colesterol LDL; ácidos graxos linoleico e oleico.
9. A ingestão de alimentos muito gordurosos leva a um aumento no nível de colesterol no sangue, fazendo
com que este seja considerado um vilão para a saúde das pessoas. No entanto, em quantidades
adequadas, o colesterol é necessário ao organismo humano porque:
a) Acelera a velocidade das reações biológicas.
b) É um precursor dos hormônios insulina e glucagon.
c) Constitui a principal fonte de energia celular.
d) Faz parte da estrutura da membrana biológica de células.
e) É o principal composto utilizado na fermentação
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Biologia
10. As moléculas mais utilizadas pela maioria das células para os processos de conversão de energia e
produção de ATP (trifosfato de adenosina) são os carboidratos. Em média, um ser humano adulto tem
uma reserva energética na forma de carboidratos que dura um dia. Já a reserva de lipídeos pode durar
um mês. O armazenamento de lipídeos é vantajoso sobre o de carboidratos pelo fato de os primeiros
terem a característica de serem:
a) isolantes elétricos.
b) pouco biodegradáveis.
c) saturados de hidrogênios.
d) majoritariamente hidrofóbicos.
e) componentes das membranas.
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Biologia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
Os fosfolipídios fazem a composição básica da membrana celular, e o colesterol ajuda a manter a fluidez
desta.
2. A
A bainha de mielina é uma estrutura celular presente em neurônios, e sua composição básica é de
lipídios.
4. A
Os ácidos graxos saturados são as gorduras, sólidas em temperatura ambiente.
5. Apesar do LDL causar problemas de saúde, não é correto, pois ele apresenta a importante função de
levar lipídios aos tecidos.
Exercícios de vestibular
1. D
O colesterol é um lipídio do tipo esteroide, componente importante dos hormônios sexuais e da vitamina
D.
2. C
O colesterol é importante na formação das membranas celulares de células animais, além de compor os
chamados hormônios esteroides, como testosterona e progesterona.
3. C
Os fosfolipídios apresentam uma cabeça hidrofílica e uma cauda hidrofóbica, sendo consideradas
moléculas anfipáticas.
4. B
De acordo com o texto, quanto maior for a magnitude das interações entre os fosfolipídios, menor será
a fluidez da membrana. Invertendo o raciocínio: quanto menor for a magnitude das interações entre os
fosfolipídios, maior será a fluidez da membrana. Ao analisar as figuras, percebe-se que a insaturação
diminui o contato entre as camadas, por isso, quanto menor o contato (maior a quantidade de
insaturações), maior será a fluidez, e isso ocorre na figura II.
5. B
A lactose está presente no leite, normalmente o de vaca, utilizado na produção de iogurtes. Além disso,
o colesterol é constituinte da membrana celular animal, e a ausência de derivados animais também leva
à ausência desse composto.
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Biologia
6. C
Os óleos de origem vegetal apresentam grande quantidade de ácidos graxos insaturados, ou seja,
possuem uma ligação dupla entre a sequência de carbonos.
7. D
A: Os fosfolipídios formam a membrana celular de todas as células, porém eles não são responsáveis e
nem estão relacionados com a condução do impulso nervoso. O impulso nervoso ocorre por conta da
presença de canais de sódio, quando há a despolarização e a transmissão do impulso, e pela ação da
bomba de sódio e potássio, que mantém a célula polarizada.
B: As gorduras são lipídios glicerídeos saturados (normalmente sólidos em temperatura ambiente),
enquanto os óleos são insaturados (normalmente líquidos em temperatura ambiente).
C: Os carotenoides são precursores da vitamina A, que, quando em falta, causam a cegueira noturna.
D: (Resposta correta) Os lipídios esteroides apresentam uma cadeia complexa, sendo formados a partir
de alterações de moléculas de colesterol. Alguns esteroides formam os hormônios sexuais, como
testosterona, estrogênio e progesterona.
E: A queratina e a melanina são proteínas, e não lipídios, com função estrutural.
8. E
O LDL é o colesterol ruim, que pode se acumular nas paredes dos vasos sanguíneos, dificultando o fluxo.
Já os ácidos mono e poli-insaturados são considerados bons para a saúde (ex.: olho de soja, azeite de
oliva).
9. D
O colesterol participa da formação da membrana celular dos animais, ajudando a manter a fluidez da
membrana.
10. D
Por serem hidrofóbicos, os lipídios não se dissolvem nem são excretados com facilidade.
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Biologia
Objetivo
Você vai aprender as diferentes relações desarmônicas, com pelo menos um exemplo específico de cada
relação.
Se liga
Veja um mapa mental com resumo sobre as principais relações ecológicas aqui!
Curiosidade
As relações desarmônicas estão relacionadas com diversas outras áreas da biologia: ecologia de populações,
especiação, evolução e seleção natural. Uma das razões para isso acontecer é porque relações negativas
podem acabar reduzindo ou extinguindo uma determinada população.
Teoria
A ecologia pode ser dividida em dois ramos de estudos: a ecobiose, que estuda a relação dos seres vivos com
o meio ambiente e a alelobiose, que são as relações ecológicas dos seres vivos entre eles.
As relações ecológicas podem ser harmônicas (nenhum dos indivíduos são prejudicados) ou desarmônicas
(pelo menos um dos indivíduos é prejudicado). Ainda, podem ser intraespecíficas (mesma espécie) ou
interespecíficas (espécies diferentes). São utilizados os símbolos de positivo + (para indicar uma vantagem
na relação), de negativo – (para indicar um prejuízo para o indivíduo) e o 0 (representando uma indiferença na
relação, ou seja, não se afeta nem positivamente nem negativamente).
Amensalismo (0,-)
Parasitismo (+,-)
Relações
desarmônicas
Herbivoria (+,-)
Interespecíficas
Predatismo (+,-)
Esclavagismo (+,-)
Competição (-,-)
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Biologia
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Biologia
Nas plantas, podemos classificar os parasitas como holoparasitas (não realizam fotossíntese, e parasitam
roubando a seiva elaborada, com glicose, de seu hospedeiro, como o cipó-chumbo) ou hemiparasitas
(realizam fotossíntese, mas parasitam o hospedeiro roubando a seiva bruta, com água e sais minerais, como
a erva-de-passarinho).
Também temos os animais que são parasitoides, que causam indiretamente a morte de seu hospedeiro. Estes
animais depositam ovos nos hospedeiros e esses ovos se desenvolvem. Quando os ovos eclodem, as larvas
comem o hospedeiro para obter nutrientes, levando a sua morte. Os parasitoides são bastante estudados
para realizar controle biológico de pragas em plantações.
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Biologia
Herbivoria (+.-): Ocorre quando um animal se alimenta se uma planta ou de parte dela. Os elefantes são
exemplos de animais herbívoros, ou seja, aqueles que só realizam a herbivoria.
Predatismo (+,-): Também visto como predação. Ocorre quando um ser vivo de uma espécie mata o outro de
outra espécie para se alimentar.
Esclavagismo (+,-): Quando um ser vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos
por outros seres vivos. São exemplos as aves fragatas, que roubam peixes capturados por gaivotas para se
alimentar, os cucos, onde ovos de cucos são colocados em ninhos de outras aves para que outros indivíduos
cuidem e alimentem os filhotes.
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Biologia
Competição interespecífica (-,-): Assim como a competição intraespecífica, a competição entre organismos
de espécies diferentes é prejudicial para todos os envolvidos devido ao custo energético. A competição aqui
pode ocorrer por sobreposição de nicho ecológico, como exemplo animais carniceiros, como as hienas e os
urubus, competindo pelo resto de uma carne. Quando há competição, podemos ter o princípio de Gaus,
também chamado de princípio da exclusão competitiva.
Nesses casos, espécies com grande sobreposição de nicho apresentam uma competição intensa. Nesses
casos, podemos observar um dentre os três diferentes resultados:
● Uma das espécies é extinta do local;
● Uma das espécies migra para outro habitat;
● Uma ou todas as espécies alteram seu nicho ecológico para evitar a competição.
Para evitar a competição, cada espécie de passarinho realiza seu nicho em locais diferentes de uma mesma árvore.
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Biologia
Exercícios de fixação
3. “As vespas não comem as larvas de mariposa, mas colocam seus ovos dentro delas. Essas larvas de
mariposa são conhecidas por destruir plantações”. A relação ecológica da vespa com a larva, e da larva
com as plantações é de:
a) parasitismo e predação
b) parasitoidismo e competição
c) parasitoidismo e herbivoria
d) parasitismo e parasitoidismo
e) predação e herbivoria
5. Qual dos seguintes fatores justifica a competição ser uma relação (-,-)?
a) há gasto de tempo e energia por todos os envolvidos
b) como há um vencedor, o correto seria a competição ser (+,-)
c) na competição sempre há brigas que causam ferimentos nos envolvidos
d) a competição é (-,-) apenas quando interespecífica
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Biologia
Exercícios de vestibulares
1. No Brasil, cerca de 80% da energia elétrica advém de hidrelétricas, cuja construção implica o
represamento de rios. A formação de um reservatório para esse fim, por sua vez, pode modificar a
ictiofauna local. Um exemplo é o represamento do Rio Paraná, onde se observou o desaparecimento
de peixes cascudos quase que simultaneamente ao aumento do número de peixes de espécies exóticas
introduzidas, como o mapará e a corvina, as três espécies com nichos ecológicos semelhantes.
PETESSE, M. L.: PETRERE JR., M. Ciência Hoje. São Paulo, n. 293, v. 49. jun, 2012 (adaptado).
Nessa modificação da ictiofauna, o desaparecimento de cascudos é explicado pelo(a)
a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.
2. Os vaga-lumes machos e fêmeas emitem sinais luminosos para se atraírem para o acasalamento. O
macho reconhece a fêmea de sua espécie e, atraído por ela, vai ao seu encontro. Porém, existe um tipo
de vaga-lume, o Photuris, cuja fêmea engana e atrai os machos de outro tipo, o Photinus, fingindo ser
desse gênero. Quando o macho Photinus se aproxima da fêmea Photuris, muito maior que ele, é
atacado e devorado por ela.
A relação descrita no texto, entre a fêmea do gênero Photuris e o macho do gênero Photinus, é um
exemplo de:
a) comensalismo.
b) inquilinismo.
c) cooperação.
d) predatismo.
e) mutualismo.
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Biologia
4. Existem certas espécies de árvores que produzem substâncias que, dissolvidas pela água das chuvas
e levadas até o solo, vão dificultar muito o crescimento de outras espécies vegetais, ou até mesmo
matar as sementes que tentam germinar. Esse tipo de comportamento caracteriza o
a) mutualismo.
b) comensalismo.
c) saprofitismo.
d) amensalismo.
e) Protocooperação
5. As cutias, pequenos roedores das zonas tropicais, transportam pela boca as sementes que caem das
árvores, mas, em vez de comê-las, enterram-nas em outro lugar. Esse procedimento lhes permite salvar
a maioria de suas sementes enterradas para as épocas mais secas, quando não há frutos maduros
disponíveis. Cientistas descobriram que as cutias roubam as sementes enterradas por outras, e esse
comportamento de “ladroagem” faz com que uma mesma semente possa ser enterrada dezenas de
vezes.
(Disponível em: http://chc.cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012.)
6. Sr. José Horácio, um morador de Ipatinga, MG, flagrou uma cena curiosa, filmou-a e mandou-a para um
telejornal. Da ponte de um lago no parque da cidade, pessoas atiravam migalhas de pão aos peixes.
Um socozinho (Butorides striata), ave que se alimenta de peixes, recolhia com seu bico algumas
migalhas de pão e as levava para um lugar mais calmo, à beira do lago e longe das pessoas. Atirava
essas migalhas “roubadas” no lago e, quando os peixes vinham para comê-las, capturava e engolia
esses peixes.
Sobre os organismos presentes na cena, pode-se afirmar que
a) o socozinho é um parasita, os homens e os peixes são os organismos parasitados.
b) o socozinho é um predador, que pode ocupar o terceiro nível trófico dessa cadeia alimentar.
c) o homem é produtor, os peixes são consumidores primários e o socozinho é consumidor
secundário.
d) os peixes e o socozinho são consumidores secundários, enquanto o homem ocupa o último nível
trófico dessa cadeia alimentar.
e) os peixes são detritívoros e o socozinho é consumidor primário
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Biologia
7. As orquídeas e a erva de passarinho são plantas que fazem fotossíntese e vivem sobre outras plantas.
As orquídeas apenas se apoiam sobre as plantas, enquanto a erva de passarinho retira água e sais
minerais das árvores em que vivem. A diferença é que a primeira não consome os recursos da planta
hospedeira, enquanto a segunda retira recursos para seu desenvolvimento. Assinale a alternativa
correta quanto às relações da erva de passarinho e das orquídeas com as plantas hospedeiras,
respectivamente
a) amensalismo e parasitismo
b) parasitismo e epifitismo
c) parasitismo e predatismo
d) parasitismo e protocoperação
e) protocoperação e epifitismo.
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Biologia
8
Biologia
10. Assinale a alternativa que indica um desenho experimental que permite verificar se existe competição
entre duas espécies por um mesmo recurso.
a) Aumentar o recurso e verificar qual das duas espécies apresenta maior crescimento populacional.
b) Remover uma das espécies e verificar a flutuação populacional da outra.
c) Inserir uma espécie exótica no ambiente e verificar qual das duas espécies apresenta maior
crescimento populacional.
d) Selecionar alguns indivíduos de cada uma das espécies e estudar seus hábitos em relação ao
mesmo recurso.
e) Trocar o recurso em questão por outro tipo de recurso e verificar qual das duas espécies apresenta
maior crescimento populacional.
8
Biologia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. Competição interespecífica é entre espécies diferentes, logo a descrição deve conter exemplos de
organismos diferentes competindo por um recurso. Por ex: cipós e epífitas competindo por um local com
mais luz, hienas e urubus competindo por uma carcaça, lobos e raposas competindo por uma presa...
2. B
O canibalismo é uma relação onde um organismo come outro da mesma espécie, sendo exclusivamente
intraespecífica desarmônica.
3. C
A vespa coloca ovos que ao eclodirem matam a larva de mariposa (parasitoidismo), enquanto as larvas
comem a vegetação da plantação (herbivoria).
4. C
O parasita nunca pretende matar o hospedeiro, mesmo que isso pode acabar acontecendo, afinal se o
hospedeiro morrer, há grandes chances do parasita também morrer.
5. A
Todos os organismos envolvidos em uma competição gastam tempo e energia, além de reservas
calóricas, para competir. As competições não necessariamente envolvem agressões físicas, podendo
ser apenas de movimento (ex. machos dançando e competindo entre si para atrair uma fêmea).
Exercícios de vestibulares
1. C
O aumento de espécies exóticas fará com que elas compitam com as nativas por recursos, nutrientes,
espaço, etc.
2. D
Vagalumes do gênero Photuris se alimenta do macho do gênero Photinus, um caso de predação.
3. A
A predação poderia controlar a população de macacos, fazendo com que eles não conseguissem viver
por tanto tempo.
4. D
Quando uma espécie inibe o desenvolvimento de outra, porém sem ter um ganho efetivo com isso, trata-
se de um caso de amensalismo.
8
Biologia
5. D
A “ladroagem” entre cotias determina uma competição intraespecífica por alimento entre elas.
6. B
O socozinho preda o peixe, podendo se tornar um consumidor secundário se este peixe por consumidor
primário, assim ocupando o terceiro nível trófico.
7. B
A tentativa de alcançar locais mais altos e mais iluminados, sem se aproveitar de recursos da planta
hospedeira é conhecida como epifitismo. Entretanto, a partir do momento que há a retirada de água e
sais minerais, a erva de passarinho passa a ser um parasita do tipo hemiparasita.
8. D
Somente a letra D indica apenas relações ecológicas desarmônicas, que poderiam impactar e causar
danos à espécies nativas.
9. D
Com os gráficos disponíveis, podemos saber apenas as relações entre X e Y e entre X e Z. Como é um
ambiente experimental, todas as populações têm a possibilidade de crescer ao máximo populacional, já
que tem espaço e alimento disponível. Logo, se a população não cresce até o máximo, existe algum fator
negativo interferindo – no caso é a disponibilidade de alimento, compartilhada pelos organismos. No
caso do recipiente 1, X e Y apresentam nichos diferentes (X vive na superfície e Y imersa na cultura) logo
há uma baixa competição entre eles apenas pela disponibilidade de alimento. Já no recipiente 2, além
do alimento, X e Z também competem por habitat (afinal ambas vivem na superfície), sendo que X acaba
ganhando a competição em relação a Z.
10. B
Espécies em competição apresentam o crescimento populacional mais lento e reduzido. Caso
separássemos duas espécies que vivem juntos, e a flutuação populacional for estudada, podemos
descobrir se havia competiçaõ ou não – caso houvesse competição, a população das espécies iria
aumentar.
8
Filosofia
Metafísica de Aristóteles
Objetivos
Você aprenderá alguns conceitos básicos como matéria e forma; ato e potência; substância; acidente e
essência. Você verá também a teoria aristotélica das quatro causas, bem como a importante noção de
primeiro motor imóvel.
Curiosidades
O título Metafísica resultou da ordenação dos livros após (meta) os livros da Física, de acordo com a
disposição dada pelo editor Andrônico de Rodes, no primeiro século a.C.
Teoria
1
Filosofia
Tudo na natureza é ato e potência, seguindo o ciclo observado por Aristóteles. Encontrando as condições
necessárias para tal, um bebê nasce, cresce e morre, assim como uma semente se transforma numa grande
árvore, que pode vir a dar flores e frutos. Podemos, ainda, relacionar a matéria à potência, o substrato que
ainda não é, assim como a forma ao ato, o que define o ser, como se manifesta. Convém observar ainda que
Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui predicados, ou seja, características que são
os acidentes, atributos não essenciais, circunstanciais do ser. Além dos acidentes, a substância é composta
pela essência, que é o atributo estrutural e que, portanto, está intimamente ligada ao ser, como aquilo que o
define.
2
Filosofia
Exercícios de fixação
1. Explique por que, para Aristóteles, a separação entre sensível e inteligível só é possível
conceitualmente.
3
Filosofia
Exercícios de vestibulares
2. “[...] após ter distinguido em quantos sentidos se diz cada um [destes objetos], deve-se mostrar, em
relação ao primeiro, como em cada predicação [o objeto] se diz em relação àquele.”
Aristóteles, Metafísica. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Edições Loyola, 2002.
De acordo com a ontologia aristotélica,
a) a metafísica é “filosofia primeira” porque é ciência do particular, do que não é nem princípio, nem
causa de nada.
b) o primeiro entre os modos de ser, ontologicamente, é o “por acidente”, isto é, diz respeito ao que
não é essencial.
c) a substância é princípio e causa de todas as categorias, ou seja, do ser enquanto ser
d) a substância é princípio metafísico, tal como exposto por Platão em sua doutrina
e) O ser pode assumir diversas formas e, mesmo assim, será uno, pleno e permanente
3. Aristóteles rejeitou a dicotomia estabelecida por Platão entre mundo sensível e mundo inteligível. No
entanto, acabou fundindo os dois conceitos em um só. Esse conceito é
a) a forma, aquilo que faz com que algo seja o que é. É o princípio de inteligibilidade das coisas.
b) a matéria, enquanto princípio indeterminado de que o mundo físico é composto, e aquilo de que
algo é feito.
c) a substância, enquanto aquilo que é em si mesmo e enquanto é suporte dos atributos.
d) o Ato Puro ou Primeiro Motor Imóvel, causa incausada e causa primeira e necessária de todas as
coisas.
e) Acidente, enquanto característica mutável das coisas, mas que as definem e as identificam no
mundo
4
Filosofia
4. “A substância, no sentido o mais fundamental, primeiro e principal do termo, é o que não se afirma de
um sujeito, nem ocorre num sujeito; por exemplo, o homem individual ou o cavalo individual.”
ARISTÓTELES. Categorias, V.2 a, p. 11-14.
André é um homem branco, tem dois metros de altura, e hoje se encontra sentado na esquina, lendo
um romance que o emociona a cada página. Considerando os textos acima, é correto afirmar que
a) o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica ao abstracionismo da ideia platônica e,
segundo Aristóteles, podemos afirmar que o essencial na descrição de “André” é o fato de que
hoje ele se emocionou na sua leitura.
b) o conceito aristotélico de substância é um outro nome para ideia platônica e, segundo Aristóteles,
podemos afirmar que “André” participa da ideia de homem.
c) o conceito aristotélico de substância expressa uma crítica à teoria das ideias de Platão e, segundo
Aristóteles, podemos considerar “André” como substância, homem como sua espécie e os outros
atributos da sua descrição como acidentais.
d) o conceito aristotélico de substância é uma ideia cuja existência encontramos em um mundo
inteligível diferente do sensível e, segundo Aristóteles, podemos considerar “André” como uma
ideia e os outros atributos da sua descrição como as imagens que o complementam.
e) O conceito aristotélico de substância é uma recuperação do pensamento pré-socrático, já que
afirma que a existência depende de uma manifestação física conectada com a natureza,
mostrando como a substância engloba os conceitos de arché e physis.
5. “Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois
modos de ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da
potência até mesmo de não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é
não-ser-em-ato.”
REALE, Giovanni. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo:
Loyola, 1994, p. 349.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles,
assinale a alternativa correta.
a) Para Aristóteles, ser-em-ato é o ser em sua capacidade de se transformar em algo diferente dele
mesmo, como, por exemplo, o mármore (ser-em-ato) em relação à estátua (ser-em-potência).
b) Segundo Aristóteles, a teoria do ato e potência explica o movimento percebido no mundo sensível.
Tudo o que possui matéria possui potencialidade (capacidade de assumir ou receber uma forma
diferente de si), que tende a se atualizar (assumindo ou recebendo aquela forma).
c) Para Aristóteles, a bem da verdade, existe apenas o ser-em-ato. Isto ocorre porque o movimento
verificado no mundo material é apenas ilusório, e o que existe é sempre imutável e imóvel.
d) Segundo Aristóteles, o ato é próprio do mundo sensível (das coisas materiais) e a potência se
encontra tão-somente no mundo inteligível, apreendido apenas com o intelecto.
e) Ato e potência são o reconhecimento do conflito e da contradição na matéria. Por isso, afirmamos
que a corrente filosófica aristotélica tem características agonistas, já que estipula uma relação
dialética onde o devir sempre transforma o ser.
5
Filosofia
6. “É pois manifesto que a ciência a adquirir é a das causas primeiras (pois dizemos que conhecemos
cada coisa somente quando julgamos conhecer a sua primeira causa); ora, causa diz-se em quatro
sentidos: no primeiro, entendemos por causa a substância e a essência (o “porquê” reconduz-se pois à
noção última, e o primeiro “porquê” é causa e princípio); a segunda causa é a matéria e o sujeito; a
terceira é a de onde vem o início do movimento; a quarta causa, que se opõe à precedente, é o “fim para
que” e o bem (porque este é, com efeito, o fim de toda a geração e movimento).”
ARISTÓTELES. Metafísica. Trad. De Vincenzo Cocco. São Paulo: Abril S. A. Cultural, 1984. p.16. (Coleção Os Pensadores.).
Adaptado.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, assinale a alternativa que indica, corretamente,
a ordem em que Aristóteles apresentou as causas primeiras.
a) Causa final, causa eficiente, causa material e causa formal.
b) Causa formal, causa material, causa final e causa eficiente.
c) Causa formal, causa material, causa eficiente e causa final.
d) Causa material, causa formal, causa eficiente e causa final.
e) Causa material, causa formal, causa final e causa eficiente
7. A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido,
Aristóteles define a ciência como
a) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento que se fundamenta apenas na compreensão do
mundo inteligível porque as ideias, enquanto entidades metafísicas, não mudam.
b) conhecimento verdadeiro, isto é, conhecimento pelas causas, capaz de compreender a natureza
do devir e superar os enganos da opinião.
c) conhecimento relativo porque o ser é mobilidade, eterno fluxo e a verdade não pode, portanto, ser
absoluta.
d) conhecimento relativo porque a ciência, enquanto produção do homem, é determinada pelo
desenvolvimento histórico.
e) Conhecimento dogmático, já que apresenta versões indubitáveis da realidade, não podendo ser
confrontada por nenhuma outra forma de conhecimento.
6
Filosofia
8. "Logo, o que é primeiramente, isto é, não em sentido determinado, mas sem determinações, deve ser
a substância. Ora, em vários sentidos se diz que uma coisa é primeira, e em todos eles o é a
substância: na definição, na ordem de conhecimento, no tempo."
ARISTÓTELES. METAFÍSICA. (1028830-35). TRADUÇÃO DE LEONEL VALLANDRO. PORTO ALEGRE. GLOBO. 1969. P.147-148.
9. Chamo de princípio de demonstração às convicções comuns das quais todos partem para demonstrar:
por exemplo, que todas as coisas devem ser afirmadas ou negadas e que é impossível ser e não ser ao
mesmo tempo.”
ARISTÓTELES. Metafísica, 996b27-30.
7
Filosofia
10. "Segundo Aristóteles, tudo tende a passar da potência ao ato; tudo se move de uma para outra
condição. Essa passagem se daria pela ação de forças que se originam de diferentes motores, isto é,
coisas ou seres que promoveriam esta mudança. No entanto, se todo o Universo sofre transformações,
o estagirita afirmava que deveria haver um primeiro motor […]”.
CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo: Ed. Ática, 2006, p. 58.
Com base em seus conhecimentos e no texto acima, assinale a alternativa que contenha duas
características do primeiro motor.
a) O primeiro motor é imóvel, caso contrário, alguma causa deveria movê-lo e ele não seria mais o
primeiro motor; é imutável, porque é ato puro.
b) O primeiro motor é imóvel, mas não imutável, pois pode ocorrer de se transformar algum dia, como
tudo no Universo.
c) O primeiro motor é imutável, mas não imóvel, pois do seu movimento ele gera os demais
movimentos do Universo.
d) O primeiro motor não é imóvel, nem imutável, pois isto seria um absurdo teórico. Para Aristóteles,
o primeiro motor é móvel e mutável, como tudo.
e) O primeiro motor não é imóvel, nem imutável, pois caso contrário não poderia ser a causa do
movimento e da mudança.
8
Filosofia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. Para Aristóteles, a natureza tem ciclos regulares: a vida nasce, cresce e morre. Estamos integrados num
todo coeso e lógico. As mudanças e transformações fazem parte da ordem que guia a sucessão de
acontecimentos. O inteligível e o sensível estão juntos nessa realidade dinâmica. A separação entre
sensível e inteligível é possível apenas conceitualmente, já que eles formam um todo existencial. As
coisas são o que são.
2. O hilemorfismo é a proposta segundo a qual matéria e forma são princípios que regem a existência.
Entendendo-se por matéria (hylé) aquilo de que a coisa é feita, e por forma (morphé) o que determina
como a matéria se apresenta. Enquanto a matéria é, digamos, a composição da coisa, a forma permite
que essa coisa seja distinguível e apresente características distintas que a tornam o que é. Aristóteles
não abandona completamente as concepções de Platão, mas as situa no nosso mundo, numa camada
de existência que requer reflexão e depuração para observar.
3. Aristóteles aponta para uma diferença fundamental entre os seres, uma classe de seres naturais e outra,
de seres artificiais. Para ele, na primeira classe, a transformação está contida no interior do ser. Na
segunda classe, o movimento é causado por algo externo, um princípio exterior. Isso significa dizer que
a mudança observada no que é natural também é natural, já que interna às condições da natureza,
enquanto o que é artificial depende da ação externa, muitas vezes manifesta na vontade e intenção de
causar essa mudança. Assim, temos a transformação de origem interna e externa, dependendo da
situação do ser, que faz da potência, ato.
4. Aristóteles, assim como os seus antecessores, teve que enfrentar um problema incontornável, a saber:
o que faz as coisas permanecerem ou mudarem? Essa polêmica clássica, iniciada com Heráclito e
Parmênides, também orienta a doutrina aristotélica. Deslocando a questão da mudança em si para a
realidade que sofre a mudança, Aristóteles torna o movimento heraclitiano ontológico. Para ele, uma
semente não é uma planta, mas pode vir a ser, ao passo que um livro, não. A mudança não é uma
conversão aleatória daquilo que compõe as coisas, mas uma transformação possível, que segue uma
ordem já presente na coisa antes de sua mudança. Assim, temos o ato, que representa a situação atual
do ser, o que ele é; e a potência, o vir a ser aristotélico, contido nas possibilidades de cada coisa.
5. Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui predicados, ou seja, características que
são os acidentes, atributos não essenciais, circunstanciais do ser. Além dos acidentes, a substância é
composta pela essência, que é o atributo estrutural e que, portanto, está intimamente ligada ao ser, como
aquilo que o define. Portanto, a essência é aquilo sem o qual o ser deixa de ser o que é. Já o acidente é
aquilo com ou sem o qual o ser não se altera.
Exercícios de vestibulares
1. B
A alternativa B é a que relaciona corretamente as perguntas às quatro causas primeiras aristotélicas.
Aristóteles divide a substância em matéria e forma. Segundo ele, há quatro perguntas que podemos fazer
se quisermos conhecer a substância; são elas: “O que é?”, diz respeito à matéria da qual a substância é
9
Filosofia
constituída (causa material); “Como é?”, diz respeito à forma que a matéria dessa substância possui
(causa formal); “Por que é?”, diz respeito ao processo de transformação que deu origem à substância
(causa eficiente); “Para que é?”, diz respeito à função, à finalidade da substância, para que ela serve
(causa final).
2. C
Em sua ontologia (estudo do ser), Aristóteles afirma que o ser é substância. A substância possui
predicados, ou seja, características que são os acidentes, atributos não essenciais, isto é, elementos
circunstanciais do ser. Além dos acidentes, a substância é composta pela essência, que é o atributo
estrutural e que, portanto, está intimamente ligada ao ser, como aquilo que o define.
3. C
Aristóteles criticou duramente a Teoria das Ideias de Platão. De fato, como pode a essência de uma coisa
estar separada da própria coisa? Foi então que, superando tal dualismo, propôs, em sua Metafísica, uma
teoria na qual se compreende que o mundo é constituído pelas substâncias, realidades particulares e
autossuficientes, no interior das quais se encontram as respectivas essências.
4. C
Segundo Aristóteles, em sua crítica à Teoria das Ideias de Platão, toda coisa (realidade que subsiste por
si mesma) é uma substância. Por sua vez, no interior de cada substância, podem-se distinguir dois tipos
de características: a essência, característica primordial da substância, que a define (no caso do homem,
por exemplo, a racionalidade) e os acidentes, características secundárias, que compõem a substância,
mas que ela pode perder ou adquirir sem deixar de ser o que é. No caso da questão, a substância André
é da espécie humana, pois sua essência é humana. Entretanto, André não deixaria de ser André caso sua
pele mudasse de cor ou caso começasse a andar pela rua: essas são características acidentais.
5. B
Para Aristóteles, toda mudança é sempre uma passagem da potência (possibilidade de ser, o que não
existe, mas que pode existir) ao ato (aquilo que existe efetivamente). Em outras palavras, para que algo
mude e se torne real, primeiro é necessário que tal mudança seja possível.
6. D
A causa material se refere à matéria que compõe a coisa. Já a causa formal está ligada à característica
que torna o ser distinto, que lhe confere identidade. A causa eficiente, por sua vez, refere-se à ação (e
agente) gerador da coisa. Por último, a causa final, no sentido de objetivo, finalidade, razão, motivo. Para
Aristóteles, a causa final é a mais importante, pois é ela que dá o sentido para o ser.
7. B
Para Aristóteles, as ciências deveriam encontrar o que define os seres, isto é, o que os constituí em
termos reais. Por isso, ele rejeitou a ideia de Platão de que a realidade estaria em outro mundo (o mundo
inteligível), compreendendo essa percepção como uma extravagância. Aristóteles acreditava que
“conhecer é conhecer pela causa”, no mundo material. Desse modo, entender o funcionamento do mundo
material (suas transformações) e descobrir a essência das coisas eram os seus principais objetivos.
8. D
A alternativa D está incorreta. Segundo Aristóteles, toda coisa (realidade que subsiste por si mesma) é
uma substância. Por sua vez, no interior de cada substância, podem-se distinguir dois tipos de
características: a essência, característica primordial da substância, isto é, aquilo que a define, e os
10
Filosofia
acidentes, características secundárias, que compõem a substância, mas que ela pode perder ou adquirir
sem deixar de ser o que é e que, portanto, não a definem. Desse modo, para definir um ser é preciso
conhecer a essência, e não as características acidentais.
9. C
Seguindo a afirmação de Parmênides de Eleia, Aristóteles alia lógica e ontologia no seu pensamento
metafísico. Aqui há uma delimitação de existência. O princípio afirma que é impossível que as coisas
que tenham tais e tais características não as tenham ao mesmo tempo sob as mesmas circunstâncias.
Em outras palavras, se “A” é “A”, então ele não pode, ao mesmo tempo, ser “A” e “não A”. Os princípios
da lógica são assim chamados por serem anteriores a qualquer raciocínio e servirem de base a todos os
argumentos. Por serem princípios, são de conhecimento imediato e, portanto, indemonstráveis.
Geralmente, distinguem-se três princípios: o de identidade, o da não contradição e o do terceiro excluído.
10. A
Para Aristóteles, o primeiro motor precisa ser ele mesmo imóvel, para impedir que a cadeia de movimento
regresse ao infinito. Ele pondera que esse motor é ato bom, puro, perfeito e eterno e, por isso, é capaz de
produzir movimento sem ter sido movimentado. Essa noção está relacionada à concepção teleológica
de Aristóteles, segundo a qual tudo que compõe a realidade tem, necessariamente, uma função e uma
finalidade que lhe é própria. Sendo assim, como tudo tende ao que é bom, a atração produzida pelo
primeiro motor produz o movimento.
11
Física
Exercícios
1. Um garoto, na sacada de seu apartamento, a 20 metros de altura, deixa cair um biscoito, quando tem
então a ideia de medir o tempo de queda desse biscoito. Desprezando a resistência do ar e adotando
g = 10m/s², qual o tempo gasto pelo corpo para chegar ao térreo?
a) 1s
b) 2s
c) 4s
d) 8s
e) 10s
2. Abandonando um corpo do alto de uma montanha de altura H, este corpo levará 9 segundos para atingir
o solo. Considerando g = 10 m/s², qual a altura da montanha?
a) 280m
b) 310m
c) 405m
d) 500m
e) 572m
3. Um ponto material, lançado verticalmente para cima, atinge a altura de 45 m. Qual a velocidade de
lançamento? Adote g = 10m/s²
a) 20𝑚/𝑠
b) 25𝑚/𝑠
c) 30𝑚/𝑠
d) 35𝑚/𝑠
e) 40 𝑚/𝑠
1
Física
4. Um projétil de brinquedo é arremessado verticalmente para cima, da beira da sacada de um prédio, com
uma velocidade inicial de 10 m/s. O projétil sobe livremente e, ao cair, atinge a calçada do prédio com
uma velocidade de módulo igual a 30 m/s. Quanto tempo o projétil permaneceu no ar, supondo o
módulo da aceleração da gravidade igual a 10 m/s² e desprezando os efeitos de atrito sobre o
movimento do projétil.
a) 2s
b) 6s
c) 8s
d) 4s
e) 5s
5. Um objeto é solto de uma posição alta e leva 3,0 s para atingir a velocidade de 15,0 m/s. A aceleração
de gravidade nesse local é de:
a) 5,0m/s²
b) 6,0m/s²
c) 7,0m/s²
d) 10,0m/s²
e) 15,0m/s²
7. Um pequeno objeto é largado do 15° andar de um edifício e cai, com atrito do ar desprezível, sendo
visto 1s após o lançamento passando em frente à janela do 14° andar. Em frente à janela de qual andar
ele passará 2 s após o lançamento? Admita g = 10m/s².
a) 13° andar
b) 8° andar
c) 9° andar
d) 11° andar
e) 1° andar
2
Física
8. Um objeto cai, a partir do repouso, de cima de uma superfície, chegando ao solo em 4 s. A velocidade
desse objeto, imediatamente antes de tocar o solo, em km/h, é igual a:
a) 180 km/h
b) 72 km/h
c) 90 km/h
d) 144 km/h
e) 300 km/h
9. Uma pedra é lançada para cima, a partir do topo de um edifício de 60 m com velocidade inicial de 20
m/s. Desprezando a resistência do ar, qual a velocidade da pedra ao atingir o solo, em m/s? (g=10m/s²).
a) 35
b) 40
c) 45
d) 50
e) 55
10. Partindo do repouso, duas pequenas esferas de aço começam a cair, simultaneamente, de pontos
diferentes localizados na mesma vertical, próximos da superfície da Terra. Desprezando a resistência
do ar, a distância entre as esferas durante a queda irá:
a) aumentar.
b) diminuir.
c) permanecer a mesma.
d) aumentar, inicialmente, e diminuir, posteriormente.
e) diminui, inicialmente, e aumento, posteriormente.
3
Física
Gabarito
1. B
𝑠 = 𝑠𝑜 + 𝑣𝑜. 𝑡 + ½ 𝑔. 𝑡 ²
20 = 0 + 0. 𝑡 + ½ .10 𝑡 ²
20 = 0 + 10 ÷ 2 𝑡 ²
20 = 5 𝑡²
20 ÷ 5 = 𝑡 ²
𝑡² = 4
𝑡 = 2𝑠
2. C
Calculando a velocidade de queda do corpo
𝑣 = 𝑣0 + 𝑔. 𝑡
𝑣 = 0 + 10.9
90𝑚
𝑣=
𝑠
Agora vamos calcular a altura da montanha
𝑣02
ℎ=
2. 𝑔
90²
ℎ=
2.10
ℎ = 405𝑚
3. C
𝑉² = 𝑉0 ² + 2. 𝑔. ∆𝑠
0 = 𝑉0 ² + 2. (−10). (45)
𝑉0 ² = 900
𝑉0 = √900
𝑉0 = 30𝑚/𝑠
4. D
Atinge o solo com velocidade de -30m/s, pois já está em movimento retrógrado
𝑉 = 𝑉0 – 𝑔. 𝑡
−30 = 10 – 10. 𝑡
𝑡 = 4𝑠
5. A
A equação capaz de relacionar a velocidade e o tempo da queda livre com a aceleração da gravidade é:
𝑣 = 𝑔. 𝑡
Tomando os dados fornecidos pelo enunciado do exercício, teremos:
15 = 𝑔. 3
15
𝑔= = 5𝑚/𝑠²
3
4
Física
6. A
1
𝑠 = 𝑠𝑜 + 𝑣𝑜. 𝑡 + 𝑔. 𝑡 ²
2
1
Instante t: H1 = g.t ² (1)
2
1
Instante 2t: H1 + H2 = g.(2t)²
2
H1 + H2 = 2gt² (2)
7. D
Calculando a velocidade do objeto no 14° andar:
𝑣 = 𝑣𝑜 + 𝑔. 𝑡
𝑣 = 0 + 10.1
𝑣 = 10 𝑚/𝑠
Calculando agora a altura de cada andar...
𝑣 ² = 𝑣𝑜² + 2𝑔. 𝛥𝑠
10 ² = 0 + 2.10. 𝛥𝑠
100 = 20 𝛥𝑠
100 ÷ 20 = 𝛥𝑠
𝛥𝑠 = 5𝑚
8. D
A aceleração da gravidade tem valor constante. Dessa forma, o movimento de queda livre pode ser
entendido como um Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV). Com isso, podemos calcular
a velocidade do objeto durante a queda com a equação a seguir:
5
Física
𝑣 = 𝑔. 𝑡
Tomando os dados fornecidos pelo enunciado do exercício, teremos a seguinte igualdade:
40𝑚
𝑣 = 10.4 = = 40. 3,6 = 144𝑘𝑚/ℎ
𝑠
Na resolução acima, multiplicamos 40 m/s pelo fator 3,6 para converter a unidade de m/s para km/h,
resultando em uma velocidade de 144km/h
9. B
Colocando a origem no ponto de lançamento, a pedra sobe, atinge a altura máxima e quando chega ao
solo ocupa a posição
S = – 60m (instante em que ela chega ao solo)
𝑡²
𝑆 = 𝑉0 . 𝑡 – 𝑔.
2
−60 = 20𝑡 – 5𝑡²
𝑡² − 4𝑡 − 12 = 0
𝑡 = 6𝑠 (𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑙𝑎 𝑐ℎ𝑒𝑔𝑎 𝑎𝑜 𝑠𝑜𝑙𝑜)
velocidade dela quando chega ao solo (t=6s)
𝑉 = 𝑉0 – 𝑔𝑡
𝑉 = 20 – 10.6
𝑉 = −40𝑚/𝑠
Em módulo
𝑉 = 40𝑚/𝑠
10. C
Como em cada instante elas tem a mesma aceleração e consequentemente a mesma velocidade,
percorrem a mesma distância no mesmo tempo
6
Lançamento horizontal
Objetivo
Aprender as características do Lançamento horizontal e como esse movimento é descrito matematicamente.
Se liga
Você pode complementar seus estudos com esta aula, que ensina de forma completa tudo que é necessário
para compreender, ou, caso não seja direcionado, procure na biblioteca pela aula “Lançamento Horizontal”.
Curiosidade
O Lançamento horizontal é a união do movimento uniforme (M.U.) e movimento uniformemente variado
(M.U.V.).
Teoria
O lançamento horizontal é aquele que ocorre quando a velocidade do objeto é horizontal e, a partir daí, ele fica
sob ação exclusiva da gravidade. Os casos comuns são aqueles em que um avião lança uma caixa, por
exemplo, ou uma bola rola sobre uma mesa e cai, etc.
A partir da descrição desse movimento, podemos notar que ele pode ser visto como um movimento uniforme
na horizontal e uma queda livre na vertical. Não se lembra destes? Dê uma olhadinha nas aulas e nos resumos
de Movimento retilíneo e uniforme e Queda livre. Vamos precisar desses conhecimentos para entender o
lançamento horizontal.
1
Nosso objetivo será decompor esse movimento, ou seja, trabalhá-lo como dois movimentos diferentes, sendo
um deles na horizontal e outro na vertical:
𝒙 = 𝒙𝒐 + 𝒗 𝒙 ∙ 𝒕 → 𝒙 = 𝒗 𝒙 ∙ 𝒕
2
• Função horária da posição:
𝑔
𝑦 = 𝑦𝑜 + 𝑣𝑜𝑦 ∙ 𝑡 + ∙ 𝑡²
2
Sendo 𝑦𝑜 = 0, 𝑣𝑜𝑦 = 0 e 𝑦 = 𝐻, tem-se que:
𝒈
𝑯= ∙ 𝒕²
𝟐
𝒗𝒚 = 𝒈 ∙ 𝒕
• No caso em que não se tenha o conhecimento do tempo do movimento do corpo, aplica-se a equação
do Torricelli:
𝑣𝑦2 = 𝑣𝑜𝑦
2
+ 2 ∙ 𝑔 ∙ ∆𝑆
𝒗𝟐𝒚 = 𝟐 ∙ 𝒈 ∙ 𝑯
3
Exercícios Fixação
1. Um objeto foi lançado horizontalmente do alto de um arranha-céu de 320 m de altura, com uma
velocidade de 15 m/s. Determine o alcance horizontal do objeto.
a) 100 m
b) 120 m
c) 150 m
d) 130 m
e) 110 m
2. Determine o alcance horizontal, em metros, de um objeto que foi lançado horizontalmente de uma certa
altura, com velocidade de 10 m/s, sabendo que o tempo de queda foi de 2,5 s.
a) 15
b) 20
c) 25
d) 28
e) 24
3. Uma esfera de 0,5 kg rola sem atrito sobre a superfície de uma mesa plana a uma velocidade de 2,0
m/s. Sabendo que a altura dessa mesa é de 0,8 m, determine o alcance da bola. (Dado: g = 10 m/s²)
a) 0,8 m
b) 2,4 m
c) 1,6 m
d) 0,4 m
e) 1,2 m
4
4. Considere as afirmativas seguintes acerca do movimento de lançamento horizontal, para isso
desconsidere a ação da força de resistência do ar.
I. O tempo de queda de objetos lançados horizontalmente é proporcional à raiz quadrada da altura
de queda.
II. O tempo de queda no lançamento horizontal depende da massa do corpo: quanto maior for essa
massa, menor será o tempo de queda.
III. O tempo de queda de um corpo que se move em lançamento horizontal depende da velocidade
horizontal do corpo.
IV. Na direção vertical, o movimento de um objeto lançado horizontalmente é uniformemente
acelerado.
São verdadeiras:
a) II e III
b) I e IV
c) II, III e IV
d) Somente II
e) II e IV
5. Uma bala de canhão é disparada horizontalmente, a uma velocidade de 60 m/s, à beira de um penhasco
de 800 m de altura. Desconsidere a resistência do ar e determine o valor aproximado do alcance
horizontal da bala de canhão. (Dado: g = 10 m/s²)
a) 385 m
b) 1525 m
c) 759 m
d) 649 m
e) 955 m
5
Física
Exercícios de vestibulares
1. Uma menina, segurando uma bola de tênis, corre com velocidade constante, de módulo igual a 10,8
km/h, em trajetória retilínea, numa quadra plana e horizontal.
Num certo instante, a menina, com o braço esticado horizontalmente ao lado do corpo, sem alterar o
seu estado de movimento, solta a bola, que leva 0,5 s para atingir o solo. As distâncias sm e sb
percorridas, respectivamente, pela menina e pela bola, na direção horizontal, entre o instante em que a
menina soltou a bola (t = 0 s) e o instante t = 0,5 s, valem:
Note e adote: Desconsiderar efeitos dissipativos.
a) sm = 1,25 m e sb = 0 m.
b) sm = 1,25 m e sb = 1,50 m.
c) sm = 1,50 m e sb = 0 m.
d) sm = 1,50 m e sb = 1,25 m.
e) sm = 1,50 m e sb = 1,50 m.
2. Em um campeonato recente de voo de precisão, os pilotos de avião deveriam "atirar" um saco de areia
dentro de um alvo localizado no solo. Supondo que o avião voe horizontalmente a 500 m de altitude
com uma velocidade de 144 km/h e que o saco é deixado cair do avião, ou seja, no instante do "tiro" a
componente vertical do vetor velocidade é zero, podemos afirmar que: Considere a aceleração da
gravidade g=10m/s2 e despreze a resistência do ar)
a) o saco deve ser lançado quando o avião se encontra a 100 m do alvo;
b) o saco deve ser lançado quando o avião se encontra a 200 m do alvo;
c) o saco deve ser lançado quando o avião se encontra a 300 m do alvo;
d) o saco deve ser lançado quando o avião se encontra a 400 m do alvo;
e) o saco deve ser lançado quando o avião se encontra a 500 m do alvo.
6
Física
3. Três bolas − X, Y e Z − são lançadas da borda de uma mesa, com velocidades iniciais paralelas ao solo
e mesma direção e sentido. A tabela abaixo mostra as magnitudes das massas e das velocidades
iniciais das bolas.
b) t y < tz < t x
c) tz < t y < t x
d) t y = t x = tz
b) Ay = Ax = Az
c) Az < Ay < Ax
d) Ay < Az < Ax
7
Física
5. Duas mesas de 0,80 m de altura estão apoiadas sobre um piso horizontal, como mostra a figura a
seguir. Duas pequenas esferas iniciam o seu movimento simultaneamente do topo da mesa: 1) a
primeira, da mesa esquerda, é lançada com velocidade V 0 na direção horizontal, apontando para a
outra esfera, com módulo igual a 4m/s; 2) a segunda, da mesa da direita, cai em queda livre.
Sabendo que elas se chocam no momento em que tocam o chão, determine o tempo de queda das
esferas e a distância x horizontal entre os pontos iniciais do movimento.
a) 𝑡 = 0,4 𝑠 ; ∆𝑆 = 1,6 𝑚
b) 𝑡 = 0,6 𝑠 ; ∆𝑆 = 1,6 𝑚
c) 𝑡 = 1,0 𝑠 ; ∆𝑆 = 1,6 𝑚
d) 𝑡 = 0,4 𝑠 ; ∆𝑆 = 1,8 𝑚
e) 𝑡 = 0,4 𝑠 ; ∆𝑆 = 2,0 𝑚
Se o projétil A leva 0,4s para atingir o solo, qual será o valor do alcance horizontal X do projétil B?
a) 0,2 m.
b) 0,4 m.
c) 0,6 m.
d) 0,8 m.
e) 1,0 m.
8
Física
7. Para um salto no Grand Canyon usando motos, dois paraquedistas vão utilizar uma moto cada, sendo
que uma delas possui massa três vezes maior. Foram construídas duas pistas idênticas até a beira do
precipício, de forma que no momento do salto as motos deixem a pista horizontalmente e ao mesmo
tempo. No instante em que saltam, os paraquedistas abandonam suas motos e elas caem praticamente
sem resistência do ar.
As motos atingem o solo simultaneamente porque
a) possuem a mesma inércia.
b) estão sujeitas à mesma força resultante.
c) têm a mesma quantidade de movimento inicial.
d) adquirem a mesma aceleração durante a queda.
e) são lançadas com a mesma velocidade horizontal.
8. Três pedras são atiradas horizontalmente, do alto de um edifício, tendo suas trajetórias representadas
a seguir.
Admitindo-se a resistência do ar desprezível, é correto afirmar que, durante a queda, as pedras possuem
a) acelerações diferentes.
b) tempos de queda diferentes.
c) componentes horizontais das velocidades constantes.
d) componentes verticais das velocidades diferentes, a uma mesma altura.
9
Física
9. Uma esfera é lançada com velocidade horizontal constante de módulo v=5 m/s da borda de uma mesa
horizontal. Ela atinge o solo num ponto situado a 5 m do pé da mesa conforme o desenho abaixo.
Desprezando a resistência do ar, o módulo da velocidade com que a esfera atinge o solo é de:
Dado: Aceleração da gravidade: g=10 m/s2
a) 4m/s
b) 5m/s
c) 5 2 m/s
d) 6 2 m/s
e) 5 5 m/s
10. Um avião, em trajetória retilínea paralela à superfície horizontal do solo, sobrevoa uma região com
velocidade constante igual a 360 km/h. Três pequenas caixas são largadas, com velocidade inicial nula,
de um compartimento na base do avião, uma a uma, a intervalos regulares iguais a 1 segundo.
Desprezando-se os efeitos do ar no movimento de queda das caixas, qual as distâncias entre os
respectivos pontos de impacto das caixas no solo?
a) 50m
b) 100m
c) 200m
d) 300m
e) 400m
10
Física
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
Em primeiro lugar, deve-se determinar o tempo de queda do objeto. Esse tempo será encontrado pela
equação que determina o tempo de queda no movimento de queda livre.
De posse do tempo gasto pelo objeto para chegar ao solo, pode-se determinar o alcance, por meio da
função horária da posição para o movimento retilíneo uniforme.
2. C
Pode-se determinar o alcance pela função horária da posição para o movimento retilíneo uniforme.
3. C
Primeiramente, vamos calcular o tempo de queda dessa esfera; observe:
11
Física
4. B
Vamos analisar as afirmações:
I. VERDADEIRO
II. FALSO. A fórmula usada para calcular o tempo de queda não tem dependência da massa do corpo.
III. FALSO. O tempo de queda não depende da velocidade horizontal do corpo.
IV. VERDADEIRO
5. C
Usando a altura do penhasco, vamos calcular o tempo de queda desse objeto; observe:
Para o cálculo do tempo de queda, inicialmente fizemos a fatoração da raiz quadrada de 160, que é,
aproximadamente, 12,65 s; em seguida, calculamos o alcance do projétil.
Exercícios de vestibulares
1. E
Dados: vx = 10,8 km/h = 3 m/s, tqueda = 0,5 s.
Durante a queda, a velocidade horizontal da bola é igual à velocidade da menina. Portanto:
sm = sb = vx tqueda = 3 (0,5) = 1,5 m.
2. D
O tempo de queda do saco de areia será:
h = gt2/2 → 500 = 10.t2/2 → t2 = 100 → t = 10 s
Isso significa que o saco deve ser abandonado 10 s antes do avião sobrevoar o alvo. Como o avião está
a 144 km/h, ou 40 m/s, o saco deverá ser abandonado a 40.10 = 400 m antes do alvo.
3. D
O movimento de queda das bolas é acelerado com a gravidade. Os tempos de queda são iguais.
4. C
Os movimentos horizontais são uniformes. Portanto, o maior alcance será o da bola com maior
velocidade inicial.
5. A
1 2
S = gt → 0,8 = 5t 2 → t = 0,4s
2
S = V.t → S = 4 0,4 = 1,6m
12
Física
6. C
Como a componente horizontal da velocidade se mantém constante e o tempo de queda é o mesmo para
os dois projéteis, temos:
7. D
Sendo desprezível a resistência do ar, durante a queda as duas motos adquirem a mesma aceleração,
que é a aceleração da gravidade ( a = g) .
8. C
O lançamento horizontal de uma pedra, sem resistência do ar, pode ser desmembrado em dois
movimentos:
– movimento uniforme na horizontal.
– queda livre a partir do repouso na vertical.
9. E
1ª Solução:
O tempo de queda da esfera é igual ao tempo para ela avançar 5 m com velocidade horizontal constante
de v0 = 5 m/s.
x 5
t= = = 1 s.
v0 5
v 2 = v 02 + v 2y v = 52 + 102 v = 125
v = 5 5 m/s.
2ª Solução:
Calculando a altura de queda:
1 2
g t h = 5 (1)
2
h= h = 5 m.
2
Pela conservação da energia mecânica:
m v2 m v02
=m g h+ v = v 02 + 2 g h v = 52 + 2 (10 )(5 ) = 125
2 2
v = 5 5 m/s.
10. B
Por inércia, as três caixas continuaram em movimento com a mesma velocidade horizontal do avião, de
360 km/h. Dessa forma, os impactos no solo ocorrerão sobre a mesma linha reta, separados pela
distância percorrida pelo avião durante aquele 1 s entre os lançamentos das caixas.
A velocidade de 360 km/h corresponde a 100 m/s, e dessa forma a distância entre os pontos de impacto
será de 100 m.
13
Física
Trocas de calor
Objetivo
Compreender, a partir do entendimento prévio de Calorimetria, como ocorrem as trocas de calor entre dois ou
mais corpos.
Se liga
Você pode complementar seus estudos com esta aula, que relembra o conceito total de Calorimetria.
Curiosidade
“Trocas de calor” é a continuação do estudo de Calorimetria; é necessário ter uma base muito boa desse
conteúdo para compreender as trocas de calor.
Teoria
A troca de calor acontece quando dois ou mais corpos com temperaturas diferentes são colocados em
contato em um mesmo ambiente (sistema isolado) e, depois de certo tempo, alcançam o equilíbrio térmico.
Equilíbrio térmico
Dois últimos pontos a ressaltar neste resumo são o equilíbrio térmico e os mecanismos de transferência de
energia por calor. Note que o termômetro de mercúrio (ou qualquer termômetro) depende do seguinte fato
fundamental: quando colocamos dois objetos em contato um com o outro e esperamos tempo suficiente,
eles tendem a atingir a mesma temperatura. Dizemos então que eles estão em equilíbrio térmico e a energia
fora transferida de um ao outro, por meio do processo calor. Para dois ou mais corpos, vale a seguinte
expressão:
Ou seja, a soma das quantidades de calor entre os corpos deve ser nula.
Normalmente, o corpo que está a uma temperatura mais elevada deve ceder calor para o que está a uma
temperatura mais baixa. A seguir, observe um exemplo simples de equilíbrio térmico que fazemos
cotidianamente:
1
Física
Exercícios de fixação
3. Uma barra de cobre de massa igual a 200 g e a uma temperatura de 230°C é mergulhada dentro de um
recipiente que contém 200 g de água, inicialmente a 20°C. Sabendo que a temperatura do equilíbrio
térmico é de 25°C, determine a capacidade térmica do recipiente que contém a água em cal/°C.
Dados: Calor específico do cabro = 0,03 cal/g.°C e Calor específico da água = 1 cal/g°C
a) 46
b) 56
c) 36
d) 26
e) 16
2
Física
5. Num calorímetro de capacidade térmica 8,0 cal/°C, inicialmente a 10 °C, são colocados 200 g de um
líquido de calor específico 0,40 cal/g.°C. Verifica-se que o equilíbrio térmico se estabelece a 50 °C.
Determine a temperatura inicial do líquido.
3
Física
Exercícios de vestibulares
1. (Ufpr 2010) Uma montanhista utiliza em suas escaladas uma caneca com massa igual a 100 g e feita
de um material com calor específico de 910 J/(kg.ºC). Num certo momento, ela coloca 200 g de chá à
temperatura inicial de 80 ºC em sua caneca, que se encontra à temperatura ambiente de 10 ºC.
Despreze a troca de calor com o ambiente e considere que o calor específico do chá é igual ao da água,
isto é, 1,0 cal/(g.ºC). Determine a temperatura do chá após o sistema ter atingido o equilíbrio térmico.
a) 73,16ºC
b) 75,5ºC
c) 64,0ºC
d) 93,7ºC
e) 72,0ºC
2. (G1 – ifsul 2016) Um Físico acorda pela manhã em um dia muito frio e vai logo preparar seu café. Para
tanto, ele utiliza uma xícara de alumínio que tem massa igual a 200,0 g e está a uma temperatura igual
a 5,0ºC Ele coloca dentro dessa xícara 300,0g de café inicialmente a 90,0ºC.
Considerando as trocas de calor apenas entre a xícara e o café e sabendo-se que o calor específico do
alumínio é 0,2 cal/g ºC e que o calor específico do café é 1,0 cal/g ºC, qual é a temperatura final do
conjunto (xícara e café) ao atingir o equilíbrio térmico?
a) 85,0ºC
b) 80,0ºC
c) 75,0ºC
d) 70,0ºC
e) 90,0ºC
3. (Unifor 2014) O café é uma das bebidas mais consumidas no mundo. O Brasil ainda é um dos maiores
exportadores desta rubiácea. Ao saborear uma xícara desta bebida em uma cafeteria da cidade, André
verificou que a xícara só estava morna. O café foi produzido a 100,00°𝐶. A xícara era de porcelana cujo
calor específico 𝑐𝑥 = 0,26𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶 e sua temperatura antes do contato com o café era de 25,00°𝐶.
Considerando o calor específico do café de 𝑐𝑐 = 1,0𝑐𝑎𝑙/𝑔°𝐶, a massa da xícara 𝑚𝑥 = 50,00𝑔 e a massa
do café 𝑚𝑐 = 150,00𝑔, a temperatura aproximada da xícara detectada por André, supondo já atingido o
equilíbrio térmico e considerando não ter havido troca de calor com o ambiente, era:
a) 94,00ºC
b) 84,00 ºC
c) 74,00ºC
d) 64,00 ºC
e) 54,00ºC
4
Física
4. (Uerj 2014) Um sistema é constituído por uma pequena esfera metálica e pela água contida em um
reservatório. Na tabela, estão apresentados dados das partes do sistema, antes de a esfera ser
inteiramente submersa na água.
A temperatura final da esfera, em graus Celsius, após o equilíbrio térmico com a água do reservatório,
é cerca de:
a) 20
b) 30
c) 40
d) 50
5. (Enem 2013) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da
água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-se
misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25°C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111.
b) 0,125.
c) 0,357.
d) 0,428.
e) 0,833.
6. (Pucrj 2017) Dois blocos metálicos idênticos de 1kg estão colocados em um recipiente e isolados do
meio ambiente.
Se um dos blocos tem a temperatura inicial de 50ºC e o segundo a temperatura de 100ºC qual será a
temperatura de equilíbrio, em ºC dos dois blocos?
a) 75
b) 70
c) 65
d) 60
e) 55
5
Física
7. (G1 – ifpe 2016) No preparo de uma xícara de café com leite, são utilizados 150 mL (150g) de café, a
80ºC e 50 mL (50g) de leite, a 20ºC. Qual será a temperatura do café com leite? (Utilize o calor
específico do café = calor específico do leite = 1,0 cal/g ºC)
a) 65ºC
b) 50ºC
c) 75ºC
d) 80ºC
e) 90ºC
8. (Uftm 2011) Dona Joana é cozinheira e precisa de água a 80 ºC para sua receita. Como não tem um
termômetro, decide misturar água fria, que obtém de seu filtro, a 25 ºC, com água fervente. Só não sabe
em que proporção deve fazer a mistura. Resolve, então, pedir ajuda a seu filho, um excelente aluno em
física. Após alguns cálculos, em que levou em conta o fato de morarem no litoral, e em que desprezou
todas as possíveis perdas de calor, ele orienta sua mãe a misturar um copo de 200 mL de água do filtro
com uma quantidade de água fervente, em mL, igual a
a) 800.
b) 750.
c) 625.
d) 600.
e) 550.
9. (Ufpe 2011) Um estudante precisa de três litros de água a temperatura de 37 ºC. Ele já dispõe de dois
litros de água a 17 ºC. A que temperatura, em ºC, ele deve aquecer o litro de água a ser misturado com
o volume já disponível? Considere a existência de trocas térmicas apenas entre os volumes de água na
mistura.
a) 60,0ºC
b) 65,0ºC
c) 77,0ºC
d) 70,0ºC
e) 80,0ºC
6
Física
10. (Upf 2012) Dois blocos metálicos A e B, ambos de materiais diferentes, são colocados em contato no
interior de um calorímetro ideal, de modo a isolá-los de influências externas. Considerando que a massa
do bloco A (mA) é igual ao dobro da massa do bloco B (mB), o calor específico do bloco A (cA) é igual à
metade do calor específico do bloco B (cB) e a temperatura inicial do bloco A (TA) é igual ao triplo da
temperatura inicial do bloco B (TB), pode-se afirmar que, quando alcançado o equilíbrio térmico do
sistema, a temperatura de equilíbrio (Teq) será igual a:
a) TB
b) 2 TB
c) 3 TB
d) 4 TB
e) 5 TB
7
Física
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. A
A soma das quantidades de calor trocadas no calorímetro é nula. Sendo assim, podemos escrever:
Qágua + Qouro = 0
mA . CA . (T – T0) + mo . co . (T – T0) = 0
200 . 1 . (T -20) + 400 . 0,03 . (T – 80) = 0
200T – 4000 + 12T – 960 = 0
212 T – 4960 = 0
4960
T= = 23,4oC
212
2. E
a) Errada. A unidade de medida da capacidade térmica, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI), é o J/K.
b) Errada. O calor específico é a quantidade de calor necessária para que 1 g de uma substância
qualquer sofra variação de 1 °C.
c) Errada. A unidade de medida do calor específico, de acordo com o Sistema Internacional de
Unidades (SI), é J/kg.K
d) Errada. Tanto calor sensível quanto calor latente são considerados em cálculos envolvendo
calorímetros.
e) Correta.
3. A
Sabendo que a soma das quantidades de calor trocadas entre a barra de cobre, a água e o recipiente
devem ser nulas, temos:
• Quantidade de calor da barra de cobre: 𝑄𝐶
• Quantidade de calor da água: 𝑄𝐴
• Quantidade de calor do recipiente: 𝑄𝑅
𝑄𝐶 + 𝑄𝐴 + 𝑄𝑅 = 0
Substituindo os valores, teremos:
200 ∗ 0,03 ∗ (25 − 230) + 200 ∗ 1 ∗ (25 − 20) + 𝑄𝑅 = 0
−1230 + 1000 + 𝑄𝑅 = 0
𝑄𝑅 = 230 𝑐𝑎𝑙
Sendo 230 cal a quantidade de calor recebida pelo recipiente. Sabendo que o calor sensível pode ser
dado pelo produto da capacidade térmica pela variação de temperatura, temos:
𝑄𝑅 = 𝐶 ∗ ∆𝑇
230 = 𝐶 ∗ (25 − 20)
𝐶 = 46 𝑐𝑎𝑙/°𝐶
8
Física
4. E
Primeiramente, devemos encontrar a massa de ar inspirada pelo corpo. A partir da equação de
densidade, temos:
𝑚
𝑑=
𝑉
𝑚
1,2 =
16
𝑚 = 16 ∗ 1,2 = 19,2 𝑔
Exercícios de vestibulares
1. A
Dados: m1 = 100 g = 0,1 kg ; c1 = 910 J/kg.°C; T1 = 10 °C; T2 = 80 °C; m2 = 200 g = 0,2 kg; c2 = 1 cal/g.°C
= 4.200 J/kg.°C.
9
Física
2. B
Como o enunciado sugere que o sistema seja termicamente isolado, o somatório dos calores trocados
deve ser nulo.
Qxícara + Qcafé = 0 (mcΔT )xícara + (mcΔT )café = 0
272
200 0,2 ( T − 5 ) + 300 1( T − 90 ) = 0 0,4T − 2 + 3T − 270 = 0 T =
3,4
T = 80,0 C.
3. A
Dados: mx = 50g; c x = 0,26cal / g C; θx = 25C; mc = 150g; cc = 1cal / g C; θc = 100C.
θ 94 C.
4. B
A análise dos dados dispensa cálculos. A capacidade térmica da esfera metálica é desprezível em
relação à da água contida no reservatório, portanto, a temperatura da água praticamente não se altera,
permanecendo a cerca de 30 °C. Mas comprovemos com os cálculos. Considerando o sistema água-
esfera termicamente isolado:
Qesf + Qágua = 0 Cesf Tesf + Cágua Tágua = 0
2 ( T − 50 ) + 2.000 ( T − 30 ) = 0 2 T − 100 + 2.000 T − 60.000 = 0
60.100
2.002 T − 60.100 = 0 T = = 30,0998 C
2.002
T = 30 C.
5. B
Considerando o sistema termicamente isolado, temos:
Qágua1 + Qágua2 = 0 mquente cágua ( 30 − 70 ) + mfria cágua ( 30 − 25 )
mQuente 5 1 mQuente
= = = 0,125.
mfria 40 8 mfria
6. A
Q1 + Q2 = 0
m c Δθ1 + m c Δθ2 = 0
Como os dois blocos são idênticos, tanto a massa quanto o calor específico são os mesmos, logo:
10
Física
Δθ1 + Δθ2 = 0
(θe − 50)1 + (θe − 100)2 = 0
2 θe = 150 θe = 75C
7. A
Qcafé + Qleite = 0 (m c Δθ )café + (m c Δθ )leite
150 (1)( T − 80 ) + 50 (1)( T − 20 ) = 0 3T − 240 + T − 20 = 0 4T = 260
T = 65 C.
8. E
O somatório dos calores trocados é nulo.
Q1 + Q2 = 0 m1 c T1 + m2 c T2 = 0 200 ( 80 − 25 ) + m2 ( 80 − 100 ) = 0
20m2 = 11.000 m2 = 550 g.
9. C
10. B
Dados: mA = 2 mB; cA = cB/2; TA = 3 TB.
Como o sistema é termicamente isolado, o somatório dos calores trocados entre os dois corpos é nu
QA + QB = 0 mA c A ΔTA + mB cB ΔTB = 0
cB
2mB ( T − 3TB ) + mB cB ( T − TB ) T − 3TB + T − TB = 0
2
2T = 4TB T = 2TB .
11
Geografia
Globalização
Objetivos
• Identificar o impacto da tecnologia nas relações sociais e econômicas;
• Perceber o que é viver num mundo globalizado;
• Identificar as consequências e aspectos econômicos e culturais do processo;
• Ser capaz de refletir sobre outras globalizações possíveis.
Se liga
Não há pré-requisitos obrigatórios, mas uma ótima sugestão complementar é assistir os módulos de
aprofundamento: “Liberalismo, Keynesianismo e Neoliberalismo” e “Geopolítica da Guerra Fria”
Curiosidade
Assista ao documentário feito a partir de uma entrevista com o Milton Santos, chamado Por Uma Outra
Globalização. Também temos uma aula grátis que fala sobre o tema desde o princípio.
Teoria
1
Geografia
2
Geografia
Exercícios de fixação
1. A globalização pode ser entendida enquanto um processo, no qual os fenômenos passam a ocorrer em
uma escala mundial. Esses fenômenos são sociais, econômicos, ambientais e culturais. Escolha dois
desses fenômenos e explicite seu caráter global. Cite exemplos.
3. A qual conceito corresponde a definição: "Fenômeno histórico-social que existe desde os primeiros
deslocamentos humanos, quando esses deslocamentos resultam em contatos e trocas permanentes
entre grupos distintos"
a) Hibridismo cultural
b) Aculturação
c) Globalização
d) Aldeia Global
4. É evidente que alguns países possuam maior projeção no cenário global. As empresas americanas por
exemplo, conseguem vender seus produtos e colocar suas países em muitos países do mundo. É
comum que um brasileiro tenha visto mais filmes americanos do que brasileiros por exemplo. Acontece
que os produtos também representam aspectos culturais de uma determinada sociedade.
Assinale a alternativa que corresponde a um aspecto negativo das trocas culturais vivenciadas a partir
da globalização pós guerra fria
a) Aculturação da América Latina
b) Primeiras tentativas de dominação cultural da história
c) Aumento da xenofobia
d) Redução das fronteiras entre países
3
Geografia
5. Em meados de 1900 no Sul do Brasil, investidores ingleses viram na madeira da Araucária uma grande
oportunidade de atrair um mercado europeu. Um exemplo disso foi um dado evento onde a Companhia
Florestal Paranaense decidiu investir numa propaganda da madeira de araucária para a Europa. Eles
cortaram uma árvore de 33 metro de altura em várias toras horizontais, mandaram por navegação para
uma exposição internacional em Viena para atrair importadores europeus. Lá eles remontaram a árvore
colocando-a de pé. Acontece que a especulação ao redor dessa economia era gigante, o que criou
contradições nesse processo produtivo. Muitos trabalhadores corriam para extrair madeira das
florestas. Os troncos chegavam aos portos, já sobrecarregados. Muitas nem mesmo eram vendidas
pois não se sabia ao certo a demanda, que era superestimada no “boca a boca”. O impacto ambiental
ao bioma das araucárias foi significativo nesse período.
4
Geografia
Exercícios de vestibulares
1. “No final do século XX e em razão dos avanços da ciência, produziu-se um sistema presidido pelas
técnicas da informação, que passaram a exercer um papel de elo entre as demais, unindo-as e
assegurando ao novo sistema uma presença planetária. Um mercado que utiliza esse sistema de
técnicas avançadas resulta nessa globalização perversa.”
SANTOS, M. Por uma outra globalização. Rio de Janeiro: Record, 2008 (adaptado).
Uma consequência para o setor produtivo e outra para o mundo do trabalho advindas das
transformações citadas no texto estão presentes, respectivamente, em:
a) Eliminação das vantagens locacionais e ampliação da legislação laboral.
b) Limitação dos fluxos logísticos e fortalecimento de associações sindicais.
c) Diminuição dos investimentos industriais e desvalorização dos postos qualificados.
d) Concentração das áreas manufatureiras e redução da jornada semanal.
e) Automatização dos processos fabris e aumento dos níveis de desemprego.
2. Disneylândia
“Multinacionais japonesas instalam empresas em Hong-Kong
E produzem com matéria-prima brasileira
Para competir no mercado americano
[...]
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos ingleses na Nova Guiné
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos na África do Sul
[...]
Crianças iraquianas fugidas da guerra
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
Para entrarem na Disneylândia”
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento).
5
Geografia
4. Um certo carro esporte é desenhado na Califórnia, financiado por Tóquio, o protótipo criado em
Worthing (Inglaterra) e a montagem é feita nos EUA e México, com componentes eletrônicos
inventados em Nova Jérsei (EUA), fabricados no Japão. (…). Já a indústria de confecção norte-
americana, quando inscreve em seus produtos ‘made in USA’, esquece de mencionar que eles foram
produzidos no México, Caribe ou Filipinas.
Renato Ortiz, Mundialização e Cultura
O texto ilustra como em certos países produz-se tanto um carro esporte caro e sofisticado, quanto
roupas que nem sequer levam uma etiqueta identificando o país produtor. De fato, tais roupas
costumam ser feitas em fábricas — chamadas “maquiladoras” — situadas em zonas-francas, onde os
trabalhadores nem sempre têm direitos trabalhistas garantidos.
A produção nessas condições indicaria um processo de globalização que
a) fortalece os Estados Nacionais e diminui as disparidades econômicas entre eles pela aproximação
entre um centro rico e uma periferia pobre.
b) garante a soberania dos Estados Nacionais por meio da identificação da origem de produção dos
bens e mercadorias.
c) fortalece igualmente os Estados Nacionais por meio da circulação de bens e capitais e do
intercâmbio de tecnologia.
d) compensa as disparidades econômicas pela socialização de novas tecnologias e pela circulação
globalizada da mão de obra.
e) reafirma as diferenças entre um centro rico e uma periferia pobre, tanto dentro como fora das
fronteiras dos Estados Nacionais.
6
Geografia
5. “Até o fim de 2007, quase 2 milhões de pessoas perderam suas casas e outros 4 milhões corriam o
risco de ser despejadas. Os valores das casas despencaram em quase todos os EUA e muitas famílias
acabaram devendo mais por suas casas do que o próprio valor do imóvel. Isso desencadeou uma
espiral de execuções hipotecárias que diminuiu ainda mais os valores das casas. Em Cleveland, foi
como se um “Katrina financeiro” atingisse a cidade. Casas abandonadas, com tábuas em janelas e
portas, dominaram a paisagem nos bairros pobres, principalmente negros. Na Califórnia, também se
enfileiraram casas abandonadas.”
HARVEY, D. O enigma do capital. São Paulo: Boitempo, 2011.
Inicialmente restrita, a crise descrita no texto atingiu proporções globais, devido ao(à)
a) superprodução de bens de consumo.
b) colapso industrial de países asiáticos.
c) interdependência do sistema econômico.
d) isolamento político dos países desenvolvidos.
e) austeridade fiscal dos países em desenvolvimento.
6. “Não acho que seja possível identificar a globalização apenas com a criação de uma economia global,
embora este seja seu ponto focal e sua característica mais óbvia. Precisamos olhar além da economia.
Antes de tudo, a globalização depende da eliminação de obstáculos técnicos, não de obstáculos
econômicos. Isso tornou possível organizar a produção, e não apenas o comércio, em escala
internacional.”
HOBSBAWM, E. O novo século: entrevista a Antonio Polito. São Paulo: Cia. das Letras, 2000 (adaptado).
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Geografia
8. “Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa onde os impostos são menores, as unidades
de produção onde os salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os mais altos e seus
executivos vivendo onde a qualidade de vida é mais elevada.”
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001 (adaptado).
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Geografia
9. Texto I
As fronteiras, ao mesmo tempo que se separam, unem e articulam, por elas passando discursos de
legitimação da ordem social tanto quanto do conflito.
CUNHA, L. Terras lusitanas e gentes dos brasis: a nação e o seu retrato literário. Revista Ciências Sociais, n. 2, 2009.
Texto II
As últimas barreiras ao livre movimento do dinheiro e das mercadorias e informação que rendem
dinheiro andam de mãos dadas com a pressão para cavar novos fossos e erigir novas muralhas que
barrem o movimento daqueles que em consequência perdem, física ou espiritualmente, suas raízes.
BAUMAN, Z. Globalização: as consequências humanas. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
9
Geografia
10. “Atualmente, com a globalização da economia, a situação dos trabalhadores assalariados está se
deteriorando cada vez mais. Intensifica-se a abertura ou a transferência de filiais de empresas para
países onde os salários são mais baixos e a legislação trabalhista é mais flexível, em detrimento dos
trabalhadores.”
MOREIRA, João Carlos. Geografia. São Paulo: Scipione, 2005. p. 444.
Assinale entre as alternativas abaixo aquela que reflete a situação dos trabalhadores no mundo
globalizado:
a) A participação da população economicamente ativa no mercado de trabalho envolve, cada vez
mais, a necessidade de investimentos em escolas profissionalizantes e universidades, com grande
grau de qualificação profissional, com exceção dos empregos no setor terciário.
b) Há sobra e falta de emprego ao mesmo tempo, dependendo da qualificação da mão de obra e do
acesso às escolas pela maioria da população economicamente ativa. Muitas vagas não são
preenchidas por falta de qualificação exigida para o cargo.
c) Os assalariados dos países pobres têm uma participação mais favorável na renda nacional
auferida, pois podem ser despedidos sem encargos muito grandes para as empresas e
substituídos rapidamente por outros.
d) O investimento em robotização e informática nas grandes empresas leva ao desemprego
estrutural, fortalecendo a ação dos sindicatos e a força dos empregados menos qualificados em
negociações trabalhistas.
e) O desemprego não é um dos maiores problemas do mundo atual. Entre os países desenvolvidos,
o que tem provocado discussões em encontros do G-8, no Fórum Econômico Mundial, é a procura
de trabalhadores imigrantes para seus postos de trabalho.
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Geografia
Gabaritos
Exercícios de fixação
2. Gabarito: V F V V
Não é possível afirmar que houve a redução das desigualdades, uma vez que multinacionais passam a
se instalar em países, tornando inviável para pequenos produtores do mesmo setor competir com elas.
Além disso, a concentração de renda cresceu no mundo, analisando o período pós-Guerra Fria até os
dias atuais.
3. A.
A globalização é quando uma série de fenômenos (políticos, ambientais, sociais e econômicos) passam
a ocorrer em escala global. Os primeiros deslocamentos humanos e trocas entre grupos distintos não
impõem a presença de um sistema global. No entanto, essas trocas simbolizavam o conhecimento de
culturas antes desconhecidas, o que implica uma troca e uma mistura cultural.
4. C.
Não é possível afirmar que toda a América Latina sofre um fenômeno de aculturação (quando um
aspecto da cultura de uma determinada população se perde por completo). Além disso, as tentativas de
dominação cultural ocorrem anteriormente à Guerra Fria.
5. A.
O problema exposto no texto é que, mesmo com a propaganda, não havia tecnologia de comunicação
suficiente para comunicar aos produtores a demanda correta para a extração mais precisa, o que fez
com que muitas árvores fossem retiradas mesmo sem ser vendidas, causando um porto sobrecarregado
e um excesso de oferta.
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Geografia
Exercícios de vestibulares
1. E
A questão trata do mundo globalizado inserido em um contexto de crescente aplicação tecnológica. A
mensagem do texto é de crítica ao modelo, que, ao criar possibilidades de substituição de mão de obra
por máquinas, aumentou muito o nível de desemprego.
2. B
Os trechos da música apontam os diferentes níveis de inserção dos países na lógica da globalização, em
que alguns países são mais valorizados que outros nas trocas comerciais e no direcionamento dos
fluxos populacionais.
3. A
A modernização tecnológica abrangeu todos os setores da economia, em especial o primário e
secundário, principalmente nos países desenvolvidos, que historicamente detêm o conhecimento
científico e investem em pesquisas através dos chamados tecnopolos.
4. E
As diferenças entre centro e periferia, entre ricos e pobres, ocorre em duas escalas: no interior dos países
e entre os países. Esse último caso, em um contexto de globalização, é formado por um comando
tecnológico dos países ricos, que detêm o conhecimento acerca do desenvolvimento científico das
técnicas, e os países pobres, que acabam sendo áreas que recebem os ônus de todo o processo, como
seus trabalhadores explorados.
5. C
A crise financeira que começou no final de 2007 e agravou-se em 2008, nos Estados Unidos, ocorreu
após o colapso da bolha especulativa no mercado imobiliário. Alimentada pela enorme expansão de
crédito bancário e potencializada pelo uso de novos instrumentos financeiros, essa crise espalhou-se
rapidamente pelo mundo em poucos meses, demonstrando, assim, a interdependência dos mercados
que formam o sistema econômico.
6. C
No texto, é abordada a “eliminação de obstáculos técnicos”, ou seja, o advento de novas técnicas
(principalmente de transporte e de comunicação), possibilitando a globalização. Sendo assim, identifica-
se a melhoria na infraestrutura de transportes como um importante aspecto técnico que permitiu uma
nova organização da produção.
7. C
É preciso dominar as características da Terceira Revolução Industrial: a desconcentração industrial, que
só foi possível pelo desenvolvimento dos setores de comunicação e transporte, a fim de explorar mão
de obra mais barata e aproveitar os locais mais vantajosos para cada setor; a flexibilização nas formas
produtivas, incluindo as terceirizações, os teletrabalhos e as novas formas de contratação como um todo;
e o aumento da competição, motivado pelas aglutinações que as maiores empresas multinacionais
realizaram com médias empresas de elites locais.
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Geografia
8. B
O texto trata da estratégia de fragmentação empresarial em busca de maiores vantagens. Uma
consequência social desse processo é a mobilidade ocupacional, pois o avanço dos transportes e
comunicações possibilitou as trocas, mesmo com a existência de distâncias físicas.
9. E
Os textos discutem os novos significados do conceito de fronteira no contexto da globalização.
Atualmente, esse conceito ganha flexibilidade, uma vez que a circulação de capitais e investimentos se
torna flexível, enquanto a circulação de pessoas é significativamente menos flexível e, portanto, a
fronteira passa a ser um elemento seletivo nos mecanismos segregadores.
10. B
Em um contexto de globalização, na mesma medida, são criados postos de trabalho que exigem
qualificação profissional, e a concorrência para conseguir emprego é elevada, pois a mecanização gera
uma demanda por esse tipo de mão de obra e gera, também, a criação de postos de trabalho no setor de
comércio e serviços, que acaba absorvendo a mão de obra não qualificada dispensada após a
modernização técnica da produção industrial.
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Geografia
Objetivos
• Identificar o impacto da tecnologia nas relações sociais e econômicas;
• Perceber o que é viver num mundo globalizado, em seus aspectos econômicos e, consequentemente,
culturais;
• Entender o contexto histórico e os atores que guiaram o processo de globalização no pós-Guerra Fria,
assim como as consequências desse projeto;
• Ser capaz de refletir sobre outras globalizações possíveis.
Se liga
É importante assistir a aula de Globalização antes de se aprofundar nesse módulo. É interessante, a nível
complementar, assistir as aulas de “Liberalismo, Keynesianismo e Neoliberalismo” e “Geopolítica da Guerra
Fria”
Curiosidade
Assista ao documentário feito a partir de uma entrevista com o Milton Santos, chamado Por Uma Outra
Globalização. Assista também ao vídeo da Rita Von Hunty, para entender de uma vez por todas o que é e
como funciona o neoliberalismo.
Veja também este documentário, que mostra as consequências do neoliberalismo no mundo do trabalho,
chamado Vidas Entregues.
Teoria
Durante a década de 1980, o modelo de crescimento adotado pela União Soviética já mostrava seu
esgotamento. O fim da Guerra Fria e desse contexto de Velha Ordem Mundial já era observado no horizonte
próximo. Nesse contexto, inicia-se o estabelecimento das bases da Nova Ordem Mundial, na qual todos os
países seguiriam a mesma lógica econômica, o neoliberalismo.
O papel do Estado é alterado, passando a adotar políticas de desregulamentação da economia, privatizações,
flexibilização de leis trabalhistas. Essas são as características do neoliberalismo, que pode ser definido
como um modelo no qual o controle da economia é empresarial e o Estado é mínimo.
Margareth Thatcher (Reino Unido) e Ronald Reagan (EUA) surgem como símbolos da adoção dessa nova
política econômica de Estado, embora a experiência neoliberal tenha começado, de fato, no Chile, durante as
reformas ditatoriais de Augusto Pinochet. A crítica do neoliberalismo ao sistema Keynesiano é a de que o
“Estado forte” é muito custoso economicamente e limita, assim, as ações comerciais, prejudicando a
chamada “liberdade econômica”. Além disso, o aumento dos salários e o fortalecimento dos sindicatos são
vistos como ameaças à economia, pois podem aumentar os custos com mão de obra e elevar os índices de
inflação. Nesse sentido, os neoliberais defendem a desregulamentação da força de trabalho, com a
1
Geografia
diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. É nesse contexto que se observa o processo
de desconcentração industrial, fundamentado nas revoluções técnicas dos transportes e comunicações, que
possibilitaram, inclusive, a globalização. Para conseguir espalhar essa política econômica pela América
Latina, principal área de influência dos Estados Unidos, foi criado o Consenso de Washington, que funcionava
basicamente como uma receita de bolo para os países adotarem o neoliberalismo. Algumas das
recomendações econômicas são: disciplina fiscal; redução de gastos públicos; reforma tributária; juros de
mercado; câmbio de mercado; abertura comercial; eliminação de restrições aos investimentos estrangeiros;
privatização das estatais; e desregulamentação das leis econômicas e trabalhistas.
2
Geografia
Exercícios de fixação
3. O __________ foi uma série de recomendações feitas pelo FMI e pelo Banco Mundial para países da
América Latina no contexto do fim da Guerra Fria. O que foi recomendado naquele momento passava
pela eliminação de barreiras fiscais para investimentos estrangeiros, a reorientação de gastos públicos
incluindo a privatização de empresas estatais, e a proteção a propriedade privada.
a) Liberalismo
b) Consenso de Washigton
c) Mercosul
d) Área de Livre Comércio das Américas (ALCA)
3
Geografia
Exercícios de vestibulares
1. A partir do final dos anos 1980, e sobretudo nos anos 1990, vários países da América Latina com
grandes dívidas internacionais e em crise econômica passaram a adotar uma série de políticas
econômicas sob a determinação de organismos, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Mundial. O marco para essa mudança foi o chamado Consenso de Washington (1989). Essas
políticas pautavam-se por privatizações em setores estratégicos nacionais e contenção de gastos
públicos, mesmo em áreas básicas como saúde e educação.
Esta tendência de política econômica denomina-se:
a) Neoliberalismo
b) Bipolaridade
c) Socialdemocracia
d) Keynesianismo
e) Multipolaridade
2. Embora o termo tenha sido cunhado em 1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rustow,
o Neoliberalismo só ganharia efetiva aplicabilidade e reconhecimento na segunda metade do século
XX, especialmente a partir da década de 1980. Nesta época, houve um grande crescimento da
concorrência comercial, muito em função da supremacia que o capitalismo demonstrava conquistar
sobre o sistema socialista. Desse modo, assinale a alternativa que apresenta característica(s) de um
estado neoliberal.
a) Interferência do Estado na economia; indústrias estatais.
b) Livre mercado; Estado mínimo.
c) Defesa dos princípios socialistas.
d) Controle de preços por instituições do governo; impostos elevados.
e) Protecionismo econômico de indústrias; regulação das atividades produtivas.
3. Cada ponto do espaço torna-se então importante, efetivamente ou potencialmente. Como a produção
se mundializa, as possibilidades de cada lugar se afirmam e se diferenciam em nível mundial. Dada a
crescente internacionalização do capital (...) observar-se-á uma tendência à fixação mundial — e não
mais nacional.
Milton Santos, Metamorfose do espaço habitado, 1997
Relacionando a ideia de espaço geográfico com a noção de globalização, podemos afirmar que:
a) A globalização traz uma ideia de fechamento do mundo e o espaço geográfico perde sua
importância neste novo cenário.
b) O capitalismo global impôs uma forte rigidez do processo produtivo, desestimulando a migração
das transnacionais, daí a reorientação do uso do espaço.
c) A verticalidade do espaço geográfico permitiu uma globalização mais solidária e uma melhor
distribuição da renda mundial, como se verifica neste início de século.
d) A fluidez e mobilidade das transnacionais permitiu a descentralização do processo produtivo e a
consequente reconfiguração do espaço mundial.
e) As diferenciações geográficas perderam importância devido à diminuição da escolha a distância
para a instalação de uma empresa.
4
Geografia
De acordo com esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano mundial, nas últimas
décadas, foi caracterizado pela:
a) diminuição da disparidade entre as nações.
b) diminuição da marginalização de países pobres.
c) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
d) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
e) distribuição equitativa dos resultados das inovações tecnológicas.
5. O reconhecimento, por parte dos teóricos do capitalismo, de que o atual estágio da economia requeria
a reformulação das concepções liberais, especialmente no que toca à atuação do Estado, deu origem
a uma doutrina batizada de neoliberalismo. Algumas de suas bases são:
a) A revisão do sistema de propriedade agrária com a promoção de reforma agrária gradual, como
que se busca reequilibrar a distribuição da população entre o campo e os centros urbanos.
b) A criação de políticas assistencialistas com o objetivo de reduzir as diferenças sociais por meio
do apoio financeiro e centrais sindicais e organizações não governamentais.
c) A intervenção estatal nos mais amplos setores produtivos a fim de garantir empregos, salários e
estimular a participação dos trabalhadores nos lucros a partir de determinados índices de
produtividade.
d) A atuação do Estado para garantir estabilidade econômica por meio do controle de taxas de juros,
estabelecimentos de políticas cambiais e privatização de setores antes considerados estratégicos.
e) A garantia de benefícios sociais garantidos pelo Estado que advém do Keynesianismo e perdurou
no Neoliberalismo.
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Geografia
6. (Enem 2020) A Divisão Internacional do Trabalho significa que alguns países se especializam em
ganhar e outros, em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latica, foi precoce:
especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se
aventuraram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a América
Latina aprimorou suas funções.
GALEANO, E. As velas abertas da América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 1978.
Escrito na décadas de 1970, o texto considera a participação da América Latina na Divisão Internacional
do Trabalho marcado
a) produção inovadora de padrões de tecnologia.
b) superação paulatina do caráter agroexportador.
c) apropriação imperialista dos recursos territoriais.
d) valorização econômica dos saberes tradicionais.
e) dependência externa do suprimento de alimentos.
7. (Enem 2020) É difícil imaginar que nos anos 1990, num país com setores da população na pobreza
absoluta e sem uma rede de benefícios sociais em que se apoiar, um governo possa abandonar o papel
de promotor de programas de geração de emprego, de assistência social, de desenvolvimento da
infraestrutura e de promoção de regiões excluídas, na expectativa de que o mercado venha algum dia
a dar uma resposta adequada a tudo isso.
SORJ, B. A nova sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000 (adaptado).
Nesse contexto, a criticada postura dos governos frente à situação social do país coincidiu com a
priorização de que medidas?
a) Expansão dos investimentos nas empresas públicas e nos bancos estatais.
b) Democratização do crédito habitacional e da aquisição de moradias populares.
c) Enxugamento da carga fiscal individual e da contribuição tributária empresarial.
d) Reformulação do acesso ao ensino superior e do financiamento científico nacional.
e) Reforma das políticas macroeconômicas e dos mecanismos de controle inflacionário.
6
Geografia
8. “... Com a globalização, o que temos é um território nacional da economia internacional, isto é, o
território continua existindo, as normas públicas que regem são da alçada nacional, ainda que as forças
mais ativas do seu dinamismo atual tenham origem externa...”
Milton Santos, Por uma nova globalização
9. O Fórum Social Mundial (FSM) é um espaço internacional para reflexão e organização de todos os que
estão construindo alternativas para favorecer o desenvolvimento humano e buscar a superação da
dominação dos mercados. O FSM reuniu-se, pela primeira vez, na cidade de Porto Alegre em 2001, com
o objetivo de se opor ao Fórum Econômico Mundial de Davos. O Fórum Econômico é financiado por
mais de 1000 empresas multinacionais e tem cumprido, desde 1971, papel estratégico na formulação
de determinadas políticas em todo mundo.
(Disponível em: www.forumsocialportoalegre.org.br.Adaptado.)
7
Geografia
10. Dentre os cenários desenhados para o mundo a partir da aceleração do processo de globalização,
destaca-se a ideia da superação do Estado-nação como principal unidade política e econômica de
estruturação do espaço mundial. Como justificativa para a construção desse cenário, podem-se
destacar, entre outras:
a) O crescimento de instituições políticas e econômicas supranacionais, como a Organização
Mundial de Comércio, e a relativa autonomia dos circuitos financeiros em escala mundial,
caracterizada pela livre circulação de capitais.
b) O aumento das migrações inter-regionais, facilitada pela abertura das fronteiras entre os países, e
o crescente intercâmbio cultural entre os povos, possibilitado pela expansão dos meios de
comunicação em todo o mundo.
c) O aparecimento de organizações baseadas no princípio do desenvolvimento sustentável, como as
ONGs, e a aceitação de grupos étnicos como entidades políticas e econômicas soberanas, a
exemplo dos Curdos, na Turquia.
d) A diminuição dos conflitos separatistas, como os ocorridos nos Bálcãs, e o crescente
reconhecimento da ONU como fórum privilegiado para a solução de conflitos políticos e
econômicos locais e regionais.
e) A mundialização dos hábitos de consumo e comportamento, disseminados pelos meios de
comunicação, e o crescente desinteresse das novas gerações pelas questões de política interna e
externa de seus países.
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Geografia
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. B
O liberalismo nasceu próximo às primeiras revoluções industriais, motivando-as, e se encerrou enquanto
modelo econômico hegemônico no mundo a partir da crise de 29, a maior crise econômica da história.
O neoliberalismo, como o nome diz, é uma versão nova do liberalismo antigo, que vai se tornar
hegemônico a partir do fim da Guerra Fria, sendo o modelo econômico marcante e compatível com a
globalização. No liberalismo, o Estado não intervinha, e no neoliberalismo, o Estado é mínimo.
2. A
O contexto histórico que viabilizou o neoliberalismo foi justamente o fim da Guerra Fria, motivando e
viabilizando a intensificação do sistema globalizado. O Toyotismo impôs novas lógicas de produção que
aumentaram os fluxos internacionais. Num contexto anterior mais keynesianista, onde o Estado era forte
e se endividava com os altos gastos públicos, fez-se necessário um sistema menos regulador da
economia, que acompanhasse as novas tendências do mercado.
3. B
O liberalismo é um modelo econômico que durou do início das revoluções industriais até a crise de 29.
Mercosul é um bloco econômico da América Latina. ALCA foi um projeto de bloco econômico que não
se consolidou.
5. B
Com a ampliação da lógica de mercado, o que é rentável se torna central para viabilizar uma produção
com preço competitivo no mercado. Com isso, empresas tem se responsabilizado cada vez menos por
direitos trabalhistas, o que é lucrativo para elas.
Exercícios de vestibulares
1. A
O neoliberalismo é uma política econômica baseada na diminuição do papel do Estado na economia.
Portanto, defende a privatização das empresas estatais, maior abertura da economia para importações
e exportações, além da menor regulação estatal do sistema financeiro. Também defende a flexibilização
da legislação trabalhista.
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Geografia
2. B
O neoliberalismo é uma política econômica que defende a redução do papel do Estado na economia e
maior abertura comercial. Dá ênfase ao mercado, à desregulamentação do sistema financeiro e à
privatização de empresas estatais.
3. D
Em um contexto de globalização, as relações produtivas se tornaram mais fluidas no espaço. Os avanços
nos transportes e comunicações possibilitaram o deslocamento das etapas de produção de bens das
empresas transnacionais para áreas que apresentam maiores vantagens, garantindo maior lucratividade.
Nesse sentido, ocorreu a desconcentração produtiva dos países centrais para os países periféricos e
emergentes, reconfigurando o espaço mundial.
4. D
Os dados apresentados corroboram para a afirmação de que a globalização amplia as desigualdades
entre Norte e Sul, na qual a renda, riqueza e recursos concentram-se no Norte, e os ônus do processo,
geralmente, no Sul.
5. D
No neoliberalismo, o Estado deixa de ter um papel interventor para assumir uma postura reguladora, que
muitas vezes é flexibilizada em favor das empresas. Nesse sentido, em princípio, o Estado “dita as regras
do jogo” econômico, tornando o cenário favorável à autorregulação da economia, acarretando, por
exemplo, menores gastos públicos.
6. C
A Nova DIT, estabelecida pós-Guerra Fria, consolidou países desenvolvidos como produtores de
tecnologia e os subdesenvolvidos como países exportadores de matéria-prima e alguns produtos
manufaturados mais simples. O texto faz uma provocação nesse sentido, dizendo que a América Latina
é especializada em perder desde o período colonial. A participação dessa região na DIT é, portanto,
marcada por essa relação assimétrica. Vale ressaltar que a América Latina não possui dependência
externa nos seus suprimentos de alimentos, o que também se associa ao histórico de produção de
gêneros agrícolas.
7. E
O texto destaca um período de transformações macropolíticas que valorizaram as políticas neoliberais
no Brasil, destacando o controle de uma inflação que crescia há décadas.
8. A
A internacionalização da economia refere-se aos fluxos (matérias-primas, produtos, serviços, dinheiro,
ideias e pessoas) entre dois ou mais Estados-Nação. É uma das características mais significativas
observadas nos últimos anos e é consequência da globalização. Essas trocas decorrentes da
internacionalização exercem influência, sobretudo os fluxos externos, sobre os Estados, pois em muitos
casos, esses fluxos chegam mais e com mais força do que propriamente os fluxos internos.
9. B
Aqui é importante diferenciar dois eventos com nomes um pouco parecidos. O Fórum Econômico
Mundial é realizado anualmente em Davos, Suíça, e busca instituir um debate sobre a economia
globalizada com a participação de empresários, banqueiros, intelectuais neoliberais e autoridades
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Geografia
10. A
Com a globalização, as barreiras e fronteiras físicas dos países se tornam quase que exclusivamente
utilizadas para a contenção ou organização da circulação populacional, pois o capitalismo financeiro que
passa a se destacar nesse cenário passou a implicar uma livre circulação de capitais e investimentos, e
muito disso se deve à atuação de organismos multilaterais como a OMC.
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Guia do Estudo Perfeito
Teoria
O treinamento é a melhor forma de se preparar para uma situação que você irá enfrentar. Assim, fazer provas
anteriores do Enem ou resolver inúmeras questões sobre determinado tema significa pôr à prova seus
conhecimentos e sua preparação.
Através do treinamento, é possível, por exemplo, identificar se você precisa melhorar seus conhecimentos
sobre Membranas Plasmáticas ou se pode avançar seus estudos para Organelas e Estruturas
Citoplasmáticas.
Treinamento Intenso
Deep Work
Cada vez mais, a tendência de hiperconectividade está prejudicando
nossa produtividade. De modo geral, as atividades superficiais na
internet, como checar e-mails e ver as atualizações do Facebook,
Twitter ou WhatsApp, somam um tempo excessivamente grande em
troca de muito pouco. Nesse sentido, o cientista americano Cal
Newport propôs o conceito de Deep Work. A ideia seria realizar
nossas atividades de estudos ou profissionais em um estado de total
concentração, aumentando as capacidades cognitivas e produzindo
mais conhecimento e resultado. Acesse a reportagem ao lado, da
Folha de São Paulo, e conheça as 4 Regras do Deep Work.
(Folha de São Paulo. 10 de jan. 2017)
8
Guia do Estudo Perfeito
Durma bem
Diversos estudos já demonstraram a importância do sono. Com certeza, você já deve ter ouvido que muitos
problemas se resolvem com uma boa noite de sono e isso é a materialização desses estudos. Durante o sono,
o corpo trabalha para manter o equilíbrio de diversas funções do nosso corpo, como os sistemas imunológico,
endócrino e neurológico. Por isso, é importante destacar:
Por isso, o Guia do Estudo Perfeito sempre ressalta a importância de dormir, descansar e relaxar. Logo abaixo,
você pode assistir a um TED que discute o direito de dormir. É uma excelente recomendação para os pais e
familiares entenderem definitivamente a importância do sono para os adolescentes.
Além da importância do sono, é necessário criar boas condições para que isso aconteça. Abaixo, estão
algumas dicas para conseguir dormir bem.
● Crie o hábito de dormir no mesmo horário.
● Reduza o consumo de estimulantes (café) à noite.
● Tenha uma cama confortável.
● Evite ingerir muito líquido antes de dormir.
● Faça exercícios durante o dia.
● Evite dormir com o computador, celular ou TV ligados.
● Um quarto escuro e calmo é muito mais confortável.
● Não vá dormir depois de um rodízio nem de estômago vazio.
● Utilize seu relógio biológico para dormir.
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Guia do Estudo Perfeito
No vídeo abaixo, Arianna Huffington explica um pouco mais sobre seu livro, The Sleep Revolution, e a
importância de uma boa noite de sono. Com este vídeo, você irá conhecer a importância do sono para
aumentar a produtividade e a felicidade.
Jeff Iliff explica neste TED o papel do sono na restauração/limpeza dos resíduos produzidos pelo cérebro e,
portanto, da importância do sono para um bom funcionamento dessa nossa máquina.
(Vídeo: Jeff Iliff: Uma razão a mais para ter uma boa noite de sono.)
Se você ainda não está convencido da importância de dormir, o pesquisador Matt Walker compartilha as
coisas maravilhosamente boas que acontecem quando você dorme, além das coisas terríveis, quando você
não dorme. Dormir pouco significa envelhecer rápido. Neste TED, o pesquisador fala mais sobre o impacto do
sono no aprendizado, memória, sistema imunológico e até no código genético. Também comenta algumas
dicas úteis para dormir melhor.
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Guia do Estudo Perfeito
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Guia do Estudo Perfeito
Exercício
Use um dos aplicativos acima para mensurar seu sono. Selecione uma nova nota no seu bloco de anotações
ou separe um cantinho da sua agenda para anotar o fluxo e a qualidade das noites dormidas. O objetivo é
acompanhar o avanço na qualidade do sono. Após uma semana de dados, faça um levantamento do que
precisa melhorar na sua noite de sono e indique como pode fazer isso.
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História
Objetivo
Você aprenderá sobre a formação da economia e da civilização açucareira que no Brasil colônia.
Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre Expansão Marítima e Ocupação do território português
na América.
Curiosidade
Já ouviram falar da rapper Katú Mirim? Ela é uma indígena urbana e vocês podem conferir o trabalho dela aqui e aqui.
Teoria
A implantação da economia açucareira na colônia portuguesa na América foi a forma que Portugal encontrou
de efetivar a ocupação territorial. A civilização que se formou a partir da sua estruturação se tornou a base
de quase todo o período colonial brasileiro.
Se a colonização espanhola na América se concentrou nas riquezas minerais e na exploração da mão de obra
indígena, na colônia portuguesa, a escravidão de africanos e o projeto agrícola foram as bases da colonização
lusitana. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, ao analisar as diferenças entre as duas colonizações
compara a aventura portuguesa ao trabalho dos semeadores e a ocupação espanhola ao esforço dos
ladrilhadores.
Para o autor, os lusitanos com seu espírito aventureiro encaravam a colonização na América como uma fonte
de exploração rápida dos seus bens, ou seja, como um semeador, os portugueses apostaram na agricultura
e realizaram a ocupação de forma dispersa, sem um planejamento e visando lucros rápidos. Os espanhóis,
por sua vez, como os ladrilhadores, investiram na colonização urbana e racionalizada que, apesar de mais
lenta, levou a uma ocupação muito mais sólida e menos voltada para a agricultura.
Essa forma de colonização portuguesa, além de justificada pelo espírito aventureiro português, que buscava
muito mais a exploração do que o sedentarismo, também pode ser explicado pelas condições demográficas
e pela qualidade da terra. A baixa quantidade de portugueses dispostos a colonizar diversas partes isoladas
do território brasileiro dificultava esse sedentarismo, assim como emperrou o próprio desenvolvimento das
capitanias hereditárias e “atrasou” as descobertas de metais preciosos. Além do mais, a fertilidade da terra
no litoral brasileiro, sobretudo no Nordeste, permitiu a criação de uma sociedade agrária que obteve um rápido
sucesso em diversos pontos, principalmente com o cultivo da cana-de-açúcar.
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História
(Fonte: GÂNDAVO, Pêro de Magalhães. Tratado da terra do Brasil (1571). In: VIANNA, Hélio.
História do Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1972, p.125 apud VICENTINO, Cláudio.
História para o Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005, p. 157.)
Também vale destacar que, para o completo funcionamento dessa lógica agrícola e para render os altos
lucros que o gráfico acima revela, os engenhos de açúcar, portanto, funcionavam em um modelo agrícola
conhecido como plantation, que era um padrão de exploração voltado para a monocultura, a exportação dos
produtos e o uso da mão de obra escravizada em grandes latifúndios (doação de sesmarias por donatários).
Contudo, o alto custo da produção e do refino do produto fez com que os portugueses procurassem
investimento em outros locais, uma vez que a coroa não prestava grande suporte financeiro. Os comerciantes
holandeses se tornaram os principais parceiros comerciais dos colonos atuando, principalmente, no
transporte, o refino e a distribuição do produto. Além disso, outra forma de atuação desses comerciantes era
através de empréstimos para a manutenção dos engenhos, uma vez que o investimento era bem alto.
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História
Alerta Spoiler: com o passar do tempo, essa relação não se manteve tão amistosa, portugueses e
holandeses acabaram se desentendendo em meados do século XVII. Mas isso ai já é papo para o próximo
role.
Alguns historiadores apontam que a relação construída em torno da econômica açucareira pode ser visto
como uma economia-mundo (lembrem-se que nesse período estamos falando mercantilismo, que também é
conhecido como capitalismo comercial), haja vista que ela promoveu vínculos entre comerciantes, produtores
e consumidores em diversas áreas, como Europa, América, África e, até mesmo, a Ásia.
A civilização do açúcar
Os engenhos se tornaram verdadeiros núcleos de colonização, comandados pela figura do senhor de
engenho, que detinha um grande poder local, um membro quase nobre da “açucarocracia” e que deu origem,
no Brasil, ao modelo de sociedade patriarcal. Em relação ao papel das mulheres, especialmente as da elite,
cumpriam a função de gerar filhos e educá-los, organizando e preservando o espaço privado, no caso as
dependências da casa-grande.
No Brasil, essa nobreza da terra ainda estabelecia relacionamentos baseados no apadrinhamento, que ligava
famílias mais ricas às mais pobres, ou senhores de engenho a homens que os dedicavam fidelidade, respeito
e trocas de favores. Logo, a dinâmica de uma sociedade que já nascia profundamente hierarquizada, fez surgir
no litoral nordestino às primeiras elites ligadas a terra, já que a maioria dos serviços e bens produzidos nas
vilas dependia da economia do engenho. Como no caso dos próprios lavradores de cana que possuíam
canaviais, contudo não eram senhores de engenho porque o custo para montar um local como esse era
absurdamente alto. Esses lavradores ficaram conhecidos como arrendatários, uma vez que pagavam para
utilizar provisoriamente os equipamentos dos senhores e em troca cediam uma parte da sua produção ao
dono das terras.
O senhor de engenho, portanto, era uma figura central nessa lógica açucareira e, vivendo na chamada Casa
Grande, submetia aos seus mandos diversos homens livres, como padres, capatazes, feitores, comerciantes
e até mesmo políticos. Nas câmaras municipais, onde eram resolvidos os problemas jurídicos,
administrativos e fiscais das regiões colonizadas, os senhores de engenho exerciam forte influência para que
seus interesses sempre fossem respeitados. Muitas vezes, os próprios senhores ou proprietários de terras
menores realizavam os trabalhos administrativos diretamente na vila, sendo chamados de homens bons.
Dentro da lógica mercantilista, toda essa estrutura econômica, política e social era garantida pelo chamado
pacto colonial, que firmava o domínio português sobre os colonos em uma relação de exclusividade entre a
metrópole e a colônia. Logo, apesar da autonomia e do poder dessas figuras que receberam as sesmarias, ao
fim, ainda precisavam respeitar os mandos da Coroa e da metrópole.
Assim, no latifúndio, enquanto os senhores de engenho viviam na chamada Casa Grande, de onde partia o
controle econômico da produção, às margens se localizavam as senzalas, local destinado aos negros
escravizados e onde ficavam os braços do trabalho agrícola. A escravidão africana se tornou o motor dessa
estrutura de exploração açucareira e, graças aos escravizados, os portugueses conseguiram superar o
problema demográfico e produzir e exportar em grandes quantidades. Nesta sociedade, os engenhos
reproduziam a lógica de dominação social, político, econômica, cultural e religiosa, aonde os escravizados
estavam inteiramente à disposição do senhor de engenho, o que era um indicador de seu poder, logo,
justamente por isso, falamos de uma sociedade essencialmente escravocrata.
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História
Ainda sobre a escravidão utilizada durante o ciclo do açúcar, vale destacar que, primeiro foi usada à mão de
obra indígena escravizada, deixando os nativos conhecidos como os “escravos da terra”. Assim, apesar das
dificuldades, a exploração da mão de obra nativa, inicialmente, gerou um considerável lucro para os
bandeirantes paulistas, que vendiam os nativos aos senhores de engenho de todo o litoral. Porém, a alta taxa
de mortalidade, a resistência indígena, as guerras, as restrições da igreja à prática e, principalmente, o
crescimento do lucro do tráfico de africanos pelo Atlântico motivaram a substituição deste tipo de trabalho
pela mão de obra negra escravizada.
,
É necessário destacar que, apesar da força da economia açucareira durante a colonização, essa experiência
não foi a única forma de lucro dos colonizadores, visto que algumas atividades consideradas secundárias
também prosperaram, como a pecuária, que servia tanto para o abastecimento do mercado interno quanto
para a movimentação dos moinhos de cana. Ainda na riqueza rural, a mandioca, o algodão e o fumo também
obtiveram sucesso no modelo econômico de exportação e subsistência, mesmo sendo atividades
complementares ao açúcar.
Visto isso, a riqueza da colônia brasileira desde o início da ocupação portuguesa, tanto pelo pau-brasil, quanto
pelo tráfico de africanos escravizados e pela agricultura, logo despertou os interesses “estrangeiros”. Já no
século XVI, a necessidade de colonizar para defender o território se mostrou importante, visto que piratas e
corsários atuavam constantemente no litoral.
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História
Exercícios de fixação
1. A rentabilidade do açúcar foi uma das principais motivações para o investimento do seu plantio no
continente americano. Contudo, existem vários outros objetivos para essa tomada de decisão, dentre
eles, podemos citar:
a) a necessidade de ocupar de forma efetiva o território, uma vez que modelo de plantation favorecia
o projeto português.
b) a necessidade de empregar mão de obra importada do continente africano, devido a expansão do
comércio com os reinos do continente.
c) A construção de um novo tipo de sociedade baseada na miscigenação e na união da cultura
portuguesa com a indígena.
2. Na dinâmica social fundada a partir da civilização do açúcar não existia uma nobreza nobiliárquica no
Brasil colônia como no caso da Europa, porém a hierarquização da sociedade foi uma das principais
características das relações sociais que surgiram na porção portuguesa da América. Dentre os grupos
que se formaram, aqueles que possuíam privilégios ficaram conhecidos como
a) negros da terra
b) clérigos
c) nobreza da terra
d) nobreza da corte
4. Quem eram os “homens bons” que surgiram durante a formação da sociedade do açúcar?
a) Jesuítas
b) Nativos
c) Senhores de engenho
d) Corsários
5. Explicite a relevância da formação espacial dos engenhos nas relações sociais do Brasil colônia.
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História
Exercícios de vestibulares
1. (Enem) O açúcar e suas técnicas de produção foram levados à Europa pelos árabes no século VIII,
durante a Idade Média, mas foi principalmente a partir das Cruzadas (séculos XI e XIII) que a sua
procura foi aumentando. Nessa época passou a ser importado do Oriente Médio e produzido em
pequena escala no sul da Itália, mas continuou a ser um produto de luxo, extremamente caro, chegando
a figurar nos dotes de princesas casadoiras.
(CAMPOS, R. Grandeza do Brasil no tempo de Antonil (1681-1716). São Paulo: Atual, 1996.)
Considerando o conceito do Antigo Sistema Colonial, o açúcar foi o produto escolhido por Portugal para
dar início à colonização brasileira, em virtude de
a) o lucro obtido com o seu comércio ser muito vantajoso.
b) os árabes serem aliados históricos dos portugueses.
c) a mão de obra necessária para o cultivo ser insuficiente.
d) as feitorias africanas facilitarem a comercialização desse produto.
e) os nativos da América dominarem uma técnica de cultivo semelhante
2. (Unesp) A casa-grande, residência do senhor de engenho, é uma vasta e sólida mansão térrea ou em
sobrado; distingue-se pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas imponente, que ainda hoje empresta
majestade ã paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a preservaram. Constituía o centro de
irradiação de toda a atividade econômica e social da propriedade. A casa-grande completava-se com a
capela, onde se realizavam os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se erguia a senzala,
habitação dos escravos, os quais, nos grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas de
'peças'. Pouco além serpenteava o rio, traçando através da floresta uma via de comunicação vital. O rio
e o mar se mantiveram, no período colonial, como elementos constantes de preferência para a escolha
da situação da grande lavoura. Ambos constituíam as artérias vivificantes: por meio delas o engenho
fazia escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as toras de madeira
abatidas na floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho, ou a variedade e a multiplicidade de
gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria alhures [...].
(Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org). 50 textos de história do BrasiI,'I 986.)
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História
3. (Uncisal) No Brasil colônia, o responsável pela produção açucareira – o senhor de engenho – tinha
enorme prestígio social. Era um tipo de “nobre da terra”, um membro da “açucarocracia”, que produzia
a partir de um modelo centrado nos princípios capitalistas de produção da época. A agricultura
assentava-se sobre o latifúndio monocultor, escravista e exportador.
(VAINFAS, Ronaldo (Dir.). Dicionário do Brasil colonial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (adaptado).)
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História
O documento apresenta a descrição feita pelo bispo de Pernambuco, D. Francisco de Lima, a respeito
do chefe bandeirante Domingos Jorge Velho. Essa descrição indica um antagonismo entre religiosos
católicos e bandeirantes na América Portuguesa durante o século XVII. Com base na análise do
documento e de seu contexto histórico, conclui- se que tal oposição se associava ao fato de a Igreja
a) condenar o enriquecimento por meio da escravidão, contrariando os citados “interesses
econômicos” dos bandeirantes, que se firmavam como fornecedores de mão de obra escrava para
diversas capitanias.
b) defender a catequização dos indígenas e sua organização em missões religiosas, condenando,
assim, as bandeiras de apresamento, aludidas no trecho “andar metido nas matas à caça de índios
e índias”.
c) desprezar a cultura nativista constituída na Capitania de São Vicente, onde foram rejeitados os
costumes e a língua portuguesa, como destacado pelo bispo, ao afirmar que o bandeirante
necessitou de intérprete.
d) repudiar a associação entre bandeirantes e Tapuias, implícita nos trechos em que o padre afirma
que Jorge Velho não se diferenciava dessa etnia e que mantinha concubinato com tais índias.
e) considerar que os colonos eram desprovidos de raciocínio, como indicado pelo religioso, ao
duvidar que o bandeirante possuía razão, por entender que esta é alcançada por meio de estudos
eclesiásticos.
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História
O desenho retrata a fazenda de São Joaquim da Grama com a casa-grande, a senzala e outros edifícios
representativos de uma estrutura arquitetônica característica do período escravocrata no Brasil. Esta
organização do espaço representa uma
a) estratégia econômica e espacial para manter os escravos próximos do plantio.
b) tática preventiva para evitar roubos e agressões por escravos fugidos.
c) forma de organização social que fomentou o patriarcalismo e a miscigenação.
d) maneira de evitar o contato direto entre os escravos e seus senhores.
e) particularidade das fazendas de café das regiões Sul e Sudeste do país.
7. (Enem) Em teoria, as pessoas livres da Colônia foram enquadradas em uma hierarquia característica
do Antigo Regime. A transferência desse modelo, de sociedade de privilégios, vigente em Portugal, teve
pouco efeito prático no Brasil. Os títulos de nobreza eram ambicionados. Os fidalgos eram raros e muita
gente comum tinha pretensões à nobreza.
(FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp; Fundação do Desenvolvimento da Educação, 1995 (adaptado).)
Ao reelaborarem a lógica social vigente na metrópole, os sujeitos do mundo colonial construíram uma
distinção que ordenava a vida cotidiana a partir da
a) concessão de títulos nobiliárquicos por parte da Igreja Católica.
b) afirmação de diferenças fundadas na posse de terras e de escravos.
c) imagem do Rei e de sua Corte como modelo a ser seguido.
d) miscigenação associada a profissões de elevada qualificação.
e) definição do trabalho como princípio ético da vida em sociedade
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História
8. (UFTM) Em 1570, a Província de Santa Cruz contava com 60 engenhos. Destes, 41 situavam-se nas
capitanias de Pernambuco e da Bahia. Quinze anos depois, o número de engenhos nestas duas regiões
mais do que triplicou, atingindo a marca dos 131. No final do século, em 1590, a colônia contava com
150 engenhos espalhados pelas capitanias de Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São
Vicente. As duas primeiras capitanias, entretanto, continuavam a concentrar o maior número de
unidades produtivas, que correspondia a 80% do total (...). Em 1584, cerca de 40 navios eram utilizados
para transportar o açúcar de Recife para Lisboa. No início do século XVII, em 1614, mais de 130 navios
eram utilizados no transporte do açúcar de Pernambuco para a metrópole.
(Adriana Lopez e Carlos Guilherme Mota. História do Brasil, uma interpretação, 2008.)
9. (FGV 2017) (Difícil) O que queremos destacar com isso é que o tráfico atlântico tendia a reforçar a
natureza mercantil da sociedade colonial: apesar das intenções aristocráticas da nobreza da terra, as
fortunas senhoriais podiam ser feitas e desfeitas facilmente. Ao mesmo tempo, observa-se a ascensão
dos grandes negociantes coloniais, fornecedores de créditos e escravos à agricultura de exportação e
às demais atividades econômicas. Na Bahia, desde o final do século XVII, e no Rio de Janeiro, desde
pelo menos o início do século XVIII, o tráfico atlântico de escravos passou a ser controlado pelas
comunidades mercantis locais (...).
(João Fragoso et alli. A economia colonial brasileira (séculos XVI-XIX), 1998.)
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História
10. (Enem) Dos senhores dependem os lavradores que têm partidos arrendados em terras do mesmo
engenho; e quanto os senhores são mais possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis
e verdadeiros, tanto mais são procurados, ainda dos que não têm a cana cativa, ou por antiga obrigação,
ou por preço que para isso receberam.
(ANTONIL, J. A. Cultura e opulência do Brasil [1711]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1967 (adaptado).)
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História
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. A
Dentre os objetivos para a implantação da produção da cana-de-açúcar no território americanos,
podemos citar a alta lucratividade do produto e o desejo português de ocupar o território, nesse sentido
o sistema de plantation cumpre essa função ao ocupar e tornar produtivas largas faixas de terra. Tal
ocupação, além de render lucros para a coroa portuguesa, ajudaria a espantar os invasores estrangeiros.
2. C
Diferente da sociedade europeia, a colonial se formou com base na posse de terra e em torno da figura
do senhor de engenho, assim sendo, os integrantes da elite colonial eram conhecidos também como os
“nobres da terra”, uma vez que sua posse e tamanho indicavam seu poder dentro da sociedade.
3. A
Apesar de se falar largamente sobre a escravidão negra, é importante pontuar que os primeiros povos a
serem escravizados na colônia portuguesa na América foram os indígenas e se mantiveram assim ao
longo de quase todo o período colonial. A expressão “negros da terra” era utilizada para se referir a esses
nativos escravizados.
4. C
Em uma sociedade hierarquizada, a figura do homem branco e detentor de terras estava no topo da
pirâmide social, logo, esses homens também exerciam o controle de cargos administrativos nas
Câmaras Municipais sendo chamados de homens bons.
5. A organização espacial dos engenhos reproduzia e legitimava a hierarquia social existente na colônia e
era um espaço de dominação e reafirmação do poder dos senhores de engenho, que do alto da Casa
Grande, controlavam e observavam seus escravizados e trabalhadores livres. Além disso, dentro desses
engenhos existiam espaços de coerção social, como as capelas, que promoviam a evangelização dos
escravizados e permitia ao senhor e a sua família professar a fé dentro de seu próprio território.
Exercícios de vestibulares
1. A
Além do fato de já empregar a plantação da cana-de-açúcar em outras áreas do Atlântico e já possuir
conhecimentos a cerca dela, o alto valor do produto no continente europeu impulsionou a colonização
brasileira voltada para a exportação do produto.
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História
2. B
O texto aponta para a importância da organização espacial dos engenhos como forma de controle por
parte dos senhores e demonstra como a sua montagem estava voltada para a reafirmação da lógica de
poder dentro das relações sociais desses locais.
3. B
A plantation era um modo de produção baseado na monocultura voltada para a exportação, o latifúndio
e a utilização da mão de obra escravizada, tendo sido o principal modelo empregado durante a
colonização portuguesa.
4. D
Durante todo o período colonial a mão de obra negra escravizada foi utilizada em todas as áreas
possíveis da colonização, desde a produção nos campos, passando pelas atividades urbanas, chegando
até as atividades domésticas.
5. B
Os conflitos entre colonos e jesuítas foram comuns durante o século XVI e XVII uma vez que a Igreja
defendia a não escravização dos nativos e a sua evangelização, especialmente dentro dos aldeamentos.
O trecho destacado faz uma crítica aos bandeirantes e a prática de apresamento indígena.
6. C
A sociedade do açúcar nasce hierarquizada e girando ao redor da figura do senhor de terras, sendo assim,
os engenhos reproduziam e legitimavam a lógica patriarcal da civilização açucareira. Em relação à
miscigenação, é extremamente importante pontuar que ela não foi algo pacifico, muito pelo contrário,
por se entenderem donos dos escravizados, tais senhores abusavam de sua força de trabalho, de seus
corpos e de suas mentes.
7. B
Com um modelo de produção voltada para a exportação e para a monocultura, a sociedade açucareira
se hierarquizou de acordo com as possessões de terras e a quantidade de escravizados disponíveis nela,
uma vez que os últimos eram considerados itens de luxo e a sua quantia media o nível de poder e
influência desses sujeitos.
8. D
Devido a sua alta lucratividade, a cana-de-açúcar fundamentou a base material, ou seja, financeira, dos
dois primeiros séculos da colonização portuguesa.
9. E
O que o trecho destacado aponta é que, apesar do pacto colonial e o monopólico comercial português,
nem todos os comércios eram exclusivamente controlados pela coroa portuguesa, como no caso do
tráfico negreiro que também contou com a atuação de comerciantes locais no seu desenvolvimento.
10. D
O trecho descreve a relação de dependência entre os senhores de engenho e os lavradores de cana, uma
vez que os últimos dependiam desses senhores para conseguir lavrar a cana e em troca, cediam parte
da sua produção ou pagava pela utilização dos equipamentos.
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História
Objetivo
Você aprenderá sobre o processo de montagem da ocupação territorial da colônia portuguesa na América.
Se liga
Para essa matéria é importante que você saiba o conteúdo sobre Expansão Marítima.
Curiosidade
Só os desesperados ON: clica aqui e se liga nesse texto que vai te mostrar que o Enem tem tudo a ver com a
colonização portuguesa!
Teoria
Nos primeiros anos após a chegada dos portugueses a costa litorânea do Nordeste, Portugal ignorou sua
colônia no continente americano e se voltou para o comércio com as Índias. A partir de 1530, o jogo muda
e os interesses também, logo, Portugal decide ocupar o território.
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História
Inicialmente, a exploração da madeira foi realizada através do uso de mão de obra indígena, que cortavam e
carregavam o pau-brasil em troca de objetos europeus (escambo), mas, logo essa mão de obra nativa passou
a ser escravizada e o chamado “negro da terra” (nativo-americano) também se tornou uma moeda de troca
entre tribos e portugueses.
Essa escravidão indígena foi utilizada no Brasil durante décadas, no entanto, comparada à colonização
espanhola, a lusitana dependeu muito mais do negro africano do que do nativo-americano. Afinal, os
indígenas que ocupavam a colônia portuguesa viviam muito mais dispersos e, muitas vezes, em lugares de
difícil acesso, resistindo à escravidão e a colonização. Outro fator importante também foi o genocídio das
tribos que viviam no litoral, o trabalho dos jesuítas, que impediam a captura de nativos nos aldeamentos
indígenas e, enfim, o lucro obtido com o tráfico de africanos escravizados era tão exorbitante que essa mão
de obra passou a ser mais valorizada.
Aqui se faz importante pontuar que outro aspecto foi essencial para o declínio da população nativa no litoral
e, posteriormente, no interior da colônia. O fator biológico foi fundamental para o decréscimo da população
indígena, uma vez que esses nativos ficaram suscetíveis a doenças trazidas do continente europeu, muitas
vezes através de contágio proposital, morrendo por conta de doenças como varíola e gripe.
Tendo em vista essa exploração do pau-brasil, já em 1503, uma expedição comandada por Gonçalo Coelho
estabeleceu as primeiras feitorias no litoral, com o objetivo de armazenar alimentos, equipamentos e
conservar a madeira para exportação que, a partir do estabelecimento do estanco, passou a ter a exploração
monopolizada por Portugal. Essa medida visava proteger o produto das investidas “estrangeiras”, ou seja,
europeus que não pertenciam ao Império Português e que já realizavam assaltos e contrabandos no litoral.
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História
As capitanias eram doadas aos capitães-donatários, que faziam parte da pequena nobreza portuguesa ou
eram militares com honras, por meio de forais e cartas de doação e o donatário que recebesse a faixa de terra
deveria proteger o território e seus colonos, fundar vilas, estimular a exploração do pau-brasil e descobrir
novas riquezas.
Entre 1534 e 1536, 15 capitanias foram criadas e doadas para seus administradores, no entanto, apenas duas
prosperaram, Pernambuco e São Vicente, graças ao rico cultivo da cana-de-açúcar, que se tornaria o produto
mais importante da colonização portuguesa no Brasil e base da civilização colonial durante os dois primeiros
séculos.
O fracasso das outras capitanias, no entanto, deveu-se às dificuldades encontradas pelos donatários na
colonização, como a resistência indígena e a dificuldade de desenvolver extensões absurdas de terra, e pelo
desinteresse de muitos outros que nem chegaram a sair de Portugal.
Assim, tendo em vista os problemas que se desencadearam por conta da descentralização provocada pelas
capitanias, em 1548, o governo português decidiu fortalecer sua autoridade sobre a colônia centralizando a
administração nas mãos de um governador-geral. A decisão de recrudescer a administração colonial estava
ligada diretamente ao declínio com o comércio de especiarias nas Índias e a perda de entrepostos comerciais
importantes na África, o que fez com que Portugal se voltasse para o território americano a fim de torná-lo
mais rentável para a coroa.
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História
O primeiro encarregado dessa função foi Tomé de Souza, em 1549, com a missão de garantir as condições
necessárias para uma boa colonização portuguesa das novas terras, a proteção contra os ataques de nativos
e estrangeiros, a construção de feitorias e fortalezas e o estímulo da economia açucareira. Para realizar essa
missão, Tomé de Souza trouxe para o Brasil africanos escravizados, mulheres e um grupo de jesuítas que
estabeleceu os primeiros colégios da colônia.
O governador geral foi responsável pela criação da cidade de Salvador, onde se estabeleceu, que se tornou a
capital da colônia. Ampliando o aparato administrativo, foram criados outros cargos para dar conta da nova
centralização do território, como a função de ouvidor-mor, responsável pela justiça e aplicação das leis na
colônia, a de capitão-mor, encarregado pela defesa e proteção do território, e o de provedor-mor, incumbido
de administrar as finanças e a arrecadação colonial. Apesar da instauração de um aparelho que concentrava
a administração colonial, é importante ressaltar que o sistema de capitanias hereditárias não deixou de existir
com a criação do Governo Geral, algumas capitanias só foram extintas oficialmente no século XIX.
Junto com a trupe de Tomé de Souza, foram enviados membros da Companhia de Jesus,
tornando evidente que a ocupação do território e a lucratividade da colônia não eram os
únicos interesses portugueses. A expansão do catolicismo também foi um dos
propulsores do povoamento do território e se tornou um dos fatores centrais na
colonização portuguesa.
Em 1554, os jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o colégio de São
Paulo, que se tornou um embrião da atual cidade brasileira. A permanência dos jesuítas
no Brasil gerou uma série de conflitos entre os colonos, que desejavam expandir seus
negócios e escravizar indígenas, e os próprios jesuítas, que acreditavam na possibilidade
da catequização dos nativos. Vale ressaltar que a missão desses jesuítas era muito mais
ampla do que evangelizar, ela tinha o intuito de regular a vida na colônia e “pacificar” os indígenas a fim de
facilitar a ocupação do território.
Apesar de Tomé de Souza ser reconhecido pela sua relação “pacifica” com os indígenas, é preciso pontuar
que essa relação só era baseada em tal premissa quando a tribo não oferecia resistência ao domínio
português. Caso contrário, foi estabelecido a prática da “Guerra Justa”, aonde os nativos que se rebelavam
contra a exploração dos europeus poderiam ser escravizados sem nenhum tipo de problema jurídico, haja
visto que a escravidão indígena foi proibida pela coroa portuguesa com a Carta Régia de 1570.
O intenso conflito entre os colonos e os jesuítas impulsionou a criação de aldeamentos indígenas em áreas
mais interioranas da colônia, tanto ao Sul quanto ao Norte. Para facilitar a conversão dos indígenas e a
comunicação entre eles, uma vez que falavam línguas diferentes, os padres utilizam vários métodos, como o
teatro. Além disso, foram os jesuítas os responsáveis pela criação de uma “língua geral” que serviu para
facilitar a comunicação na colônia portuguesa.
No caso dos aldeamentos nortista, pode-se destacar a exploração das drogas do sertão, que eram ervas
medicinais ou produtos específicos da região, como cravo e urucum, por jesuítas que utilizavam a mão de
obra e os conhecimentos indígena sobre o território. A conversão religiosa dos nativos que ocupavam esses
espaços foi um dos grandes responsáveis pelo etnocídio das diversas culturas nativas que existiam aqui na
América. Esses índios aldeados tiveram a sua relação com a religiosidade e com a sua forma de se organizar
enquanto comunidade completamente desmantelada pela aculturação e imposição de valores europeus.
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História
Exercícios de fixação
1. Porque a França foi um dos países que mais tentaram invadir o território português na América?
2. Qual das opções abaixo pode ser considerada com uma justificativa para a ocupação do território
americano por parte de Portugal?
( ) Manutenção de um dialogo maior entre indígenas e portugueses, principalmente, com a criação
da língua geral.
( ) Queda da lucratividade no comércio com as Índias e a perda de entrepostos comerciais na África.
( ) Necessidade de criar grandes lotes de terra para dividir entre a pequena nobreza portuguesa.
5. Cite e explique uma das justificativas para a criação de aldeamentos por parte dos indígenas.
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História
Exercícios de vestibulares
1. (UFJF) Leia abaixo trechos de uma reportagem publicada na versão on-line do jornal O Globo de
24/05/2018:
Assassinatos em conflitos de terra subiram 15% em 2017, diz relatório: segundo Comissão Pastoral
da Terra, Pará lidera ranking de violência no campo
“O conflito de terra marca a batalha entre a luta pela moradia e o direito de propriedade no interior do
Brasil. Grupos de indígenas, quilombolas e sem-terra disputam o território com fazendeiros,
madeireiros, agentes do agronegócio e grileiros — estes últimos forjam documentos de posse de áreas.
Não raro a tensão desemboca na ocupação de espaços públicos ou privados e na retirada dos
ocupantes em ações violentas.”
“De acordo com o relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra), o número geral de assassinatos em
conflitos de terra subiu 15% em 2017 em relação ao ano anterior. O órgão destaca ao menos quatro
massacres no período, com suspeita de um quinto contra os "índios flecheiros" na fronteira do
Amazonas com Colômbia e Peru. Dos 70 mortos de 2017, 28 ocorreram em chacinas, o que
corresponde a 40%. O estado do Pará lidera o ranking dos estados com 21 mortes.”
(Disponível em: https://glo.bo/2MhVayw. Acesso em: 31 jul. 2018.)
O tema tratado na matéria remete a um problema recente, mas cujas raízes podem ser encontradas no
período colonial da nossa história, a saber:
a) A ocupação de espaços públicos por parte de povos indígenas e comunidades quilombolas
permitiu o avanço da pequena propriedade no Brasil.
b) A ocupação do interior do território da América portuguesa por franceses e holandeses, o que
garantiu aos indivíduos destas nacionalidades exclusividade na posse das terras.
c) A política de distribuição de terras por parte da Coroa Portuguesa a quilombolas, o que garantiu a
formação de uma economia voltada para o abastecimento interno.
d) O encontro harmônico entre indígenas e colonos europeus, garantindo a preservação dos
territórios dos povos nativos.
e) Uma forma de exploração colonial que priorizava o desenvolvimento dos latifúndios explorados
com base na mão de obra escrava.
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História
2. (Unicentro) Uma das tentativas de colonização do Brasil recém-descoberto foi o estabelecimento das
capitanias hereditárias. Das quinze capitanias, apenas duas cumpriram sua missão de exploração das
novas terras.
Assinale a alternativa que apresenta, corretamente, essas capitanias.
a) Itamaracá e Pernambuco.
b) Itamaracá e São Vicente.
c) Pernambuco e São Vicente.
d) Pernambuco e São Tomé.
e) São Tomé e São Vicente.
3. (Mackenzie)
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História
4. (Unesp) Esta Capitania [do Rio de Janeiro] tem um rio muito largo e fermoso; divide-se dentro em
muitas partes, e quantas terras estão ao longo dele se podem aproveitar, assim para roças de
mantimentos como para cana-de-açúcar e algodão (…) E por tempo hão de se fazer nelas grandes
fazendas: e os que lá forem viver com esta esperança não se acharão enganados.
(Pêro de Magalhães Gândavo. História da Província de Santa Cruz ou Tratado da Terra do Brasil, 1576.)
O texto refere-se
a) ao projeto da administração portuguesa de transferir a capital da Colônia de Salvador para o Rio
de Janeiro.
b) à incompetência da elite econômica e política da metrópole portuguesa, que desconhece as
possibilidades de crescimento econômico da Colônia.
c) ao perigo de fragmentação política da Colônia do Brasil, caso o território permaneça despovoado
na sua faixa litorânea.
d) à necessidade de ocupação econômica da Colônia, tendo em vista a ameaça representada pela
Inglaterra e pela Espanha.
e) ao vínculo entre o povoamento de regiões da Colônia do Brasil e as atividades econômicas de
subsistência e de exportação.
5. (Fuvest) Eu por vezes tenho dito a V. A. aquilo que me parecia acerca dos negócios da França, e isto
por ver por conjecturas e aparências grandes aquilo que podia suceder dos pontos mais aparentes,
que consigo traziam muito prejuízo ao estado e aumento dos senhorios de V. A. E tudo se encerrava
em vós, Senhor, trabalhardes com modos honestos de fazer que esta gente não houvesse de entrar
nem possuir coisa de vossas navegações, pelo grandíssimo dano que daí se podia seguir.
(Serafim Leite. Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, 1954.)
O trecho acima foi extraído de uma carta dirigida pelo padre jesuíta Diogo de Gouveia ao Rei de Portugal
D. João III, escrita em Paris, em 17/02/1538. Seu conteúdo mostra
a) a persistência dos ataques franceses contra a América, que Portugal vinha tentando colonizar de
modo efetivo desde a adoção do sistema de capitanias hereditárias.
b) os primórdios da aliança que logo se estabeleceria entre as Coroas de Portugal e da França e que
visava a combater as pretensões expansionistas da Espanha na América.
c) a preocupação dos jesuítas portugueses com a expansão de jesuítas franceses, que, no Brasil,
vinham exercendo grande influência sobre as populações nativas.
d) o projeto de expansão territorial português na Europa, o qual, na época da carta, visava à
dominação de territórios franceses tanto na Europa quanto na América.
e) a manifestação de um conflito entre a recém-criada ordem jesuíta e a Coroa portuguesa em torno
do combate à pirataria francesa.
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História
6. (Enem) Na África, os europeus morriam como moscas; aqui eram os índios que morriam: agentes
patogênicos da varíola, do sarampo, da coqueluche, da catapora, do tifo, da difteria, da gripe, da peste
bubônica, e possivelmente da malária, provocaram no Novo Mundo o que Dobyns chamou de “um dos
maiores cataclismos biológicos do mundo”. No entanto, é importante enfatizar que a falta de
imunidade, devido ao seu isolamento, não basta para explicar a mortandade, mesmo quando ela foi
de origem patogênica.
(CUNHA, M. C. Índios no Brasil: história, direitos e cidadania. São Paulo: Claro Enigma, 2012.)
Uma ação empreendida pelos colonizadores que contribuiu para o desastre mencionado foi o (a)
a) desqualificação do trabalho das populações nativas.
b) abertura do mercado da colônia às outras nações.
c) interdição de Portugal aos saberes autóctones.
d) incentivo da metrópole à emigração feminina.
e) estímulo dos europeus às guerras intertribais.
7. (Mackenzie) “A atividade colonizadora dos povos europeus na época moderna, inaugurada com a
ocupação e utilização das ilhas atlânticas, e logo desenvolvida em larga escala com o povoamento e
valorização econômica da América, distingue-se da empresa de exploração comercial, a qual desde o
século XV os portugueses já vinham realizando, nos numerosos entrepostos do litoral atlântico
africano e no mundo indiano.”
(NOVAIS, Fernando A. Brasil em Perspectiva)
A formação de toda a estrutura do Brasil colonial esteve condicionada aos interesses ligados à
expansão comercial e colonial europeia na época moderna. A respeito do funcionamento do Antigo
Sistema Colonial e do posicionamento do Brasil nesse contexto, é correto afirmar que
a) o sistema de colonização empreendido pelos Estados europeus retardou o processo de
fortalecimento político-econômico das potências, por ter desviado re cursos internos para
desenvolver a exploração ultra marina.
b) os interesses da alta nobreza e da burguesia portuguesa não entraram em choque no quadro da
expansão ultramarina, pois ambas defendiam o projeto de alargar os domínios da fé cristã nos
novos territórios.
c) no Brasil, como nos entrepostos africanos e asiáticos sob o domínio lusitano, a atividade
econômica dos europeus abrangia, além da circulação de mercadorias, também o âmbito da
produção.
d) o funcionamento do antigo sistema colonial, parte integrante da expansão mercantil da Europa,
era regulado pelos interesses da alta nobreza, fortalecida, no caso do Brasil, com a aquisição das
melhores capitanias hereditárias.
e) o monopólio do comércio das colônias pela metrópole era vital para o sistema colonial, e a
preservação desse privilégio foi seguida de medidas para resguardar as áreas coloniais da cobiça
por parte das demais nações europeias.
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História
9. (Enem) O índio era o único elemento então disponível para ajudar o colonizador como agricultor, pescador,
guia, conhecedor da natureza tropical e, para tudo isso, deveria ser tratado como gente, ter reconhecidas sua
inocência e alma na medida do possível. A discussão religiosa e jurídica em torno dos limites da liberdade
dos índios se confundiu com uma disputa entre jesuítas e colonos. Os padres se apresentavam como
defensores da liberdade, enfrentando a cobiça desenfreada dos colonos.
(CALDEIRA, J. A nação mercantilista. São Paulo: Editora 34, 1999 (adaptado).)
Entre os séculos XVI e XVIII, os jesuítas buscaram a conversão dos indígenas ao catolicismo. Essa
aproximação dos jesuítas em relação ao mundo indígena foi mediada pela
a) demarcação do território indígena.
b) manutenção da organização familiar.
c) valorização dos líderes religiosos indígenas.
d) preservação do costume das moradias coletivas.
e) comunicação pela língua geral baseada no tupi.
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História
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História
Gabaritos
Exercícios de fixação
1. É importante lembrar que a centralização política foi um fator essencial para a Expansão Marítima, e
nesse rolê, a França saiu atrasada. Quando iniciou o seu processo de expansão, Portugal e Espanha já
havia divido os territórios descobertos, e a descobrir, entre si, porém os franceses não concordavam com
a divisão do Tratado de Tordesilhas e tentaram, diversas vezes, invadir o território português para
conseguir uma terrinha para chamar de sua. Além disso, essas migrações de franceses para América
também estavam ligadas ao recrudescimento da perseguição aos protestantes no reino francês.
2. A perda de feitorias utilizadas pares atividades comerciais no continente africano e a queda do comércio
de especiarias levou Portugal a se voltar para suas terras recém-descobertas no continente americano
com a intenção de torná-lo mais rentável. Somado ao medo das invasões estrangeiras, a ocupação do
território com a plantação da cana-de-açúcar foi uma estratégia utilizada de forma a “terceirizar” os
custos da colonização e garantir a defesa da colônia.
3. Extensões absurdas de terra / resistência indígena / desinteresse por parte de donatários / o alto custo
do desenvolvimento dos latifúndios / falta de suporte financeiro da coroa
4. Apesar de não ocupar populacionalmente sua colônia na América no primeiro momento, Portugal tentou
arrecadar capital através da exploração do pau-brasil. Dentro desse contexto, as feitorias foram criadas
com objetivo de armazenar alimentos, equipamentos e conservar a madeira para exportação, facilitando
a exploração no litoral brasileiro.
Exercícios de vestibulares
1. E
A reportagem evidencia os problemas em torno da posse e da distribuição da terra no Brasil, sendo
possível afirmar que tais disputas possuem uma origem na formação do Brasil colônia, que privilegiou a
concentração fundiária e a expulsão dos nativos de seus territórios n processo de ocupação.
2. C
Pernambuco e São Vicente foram as únicas capitanias que conseguiram prosperar mediante ao sucesso
da implantação da produção da cana-de-açúcar em seus territórios e a uma relação mais “pacifica” com
os indígenas.
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História
3. B
A charge retrata a reocupação da coroa portuguesa com o território americano devido ao fracasso na
implantação das capitanias hereditárias, apontando para uma preocupação em especial: as invasões
estrangeiras ao território, especialmente, por parte da França que não concordava com a divisão do
Tratado de Tordesilhas. Logo, o Governo Geral representou a tentativa de centralizar a administração
colonial e defender o território.
4. E
Pelo texto fica evidente que o projeto colonizador da coroa portuguesa estava ligado a ocupação
territorial através de grandes extensões de terras voltadas para a exportação.
5. A
A carta do jesuíta aponta para a questão das invasões francesas ao território português durante o século
XVI. Tais invasões eram motivadas pelo descontentamento com a divisão do mundo pelo Tradado de
Tordesilhas e pela perseguição aos protestantes na França.
6. E
Diversos foram os fatores que levaram os europeus a conseguirem dominar os nativos do continente americano,
podemos citar o fator biológico, com a chegada de novas doenças, o pesado armamento bélico e a exploração
de rivalidades internas entre as tribos.
7. E
A chegada dos europeus ao “Novo Mundo” foi impulsionada por um ideal mercantilista onde o pacto
colonial, baseado no exclusivismo comercial entre metrópole e colônia, passou a ser uma das suas
principais bases. Diferente da atuação voltada para o comércio na África e na Ásia, no caso americano,
Portugal precisou ocupar o território para garantir o monopólio sobre ele.
8. A
O texto aponta uma visão de mundo completamente diferente daquela propagada pelos europeus na sua
chegada ao continente americano. Enquanto estavam procurando enriquecer passando por grandes
percalços, os tupinambás entendiam que não havia necessidade de acúmulo, uma vez que a terra era a
grande mantenedora de todos.
9. E
O texto aponta os conflitos entre os colonos e os religiosos, principalmente, entre o século XVI e XVII,
acerca da exploração da mão de obra indígena. Os jesuítas foram os principais defensores da não
escravização dos indígenas e um dos principais responsáveis pela facilitação do dialogo entre os
diferentes grupos na colônia, com a criação da “língua geral” que era baseada no tupi.
10. A
Mediante a falha do sistema de capitanias hereditárias, a coro aportuguesa decide centralizar a
administração colonial com o envio de Tomé de Souza, em 1549, a fim de garantir a efetivação do projeto
de ocupação territorial. Salvador foi a primeira cidade criada pelo primeiro governador geral e se tornou
a capital da colônia.
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Literatura
Exercícios
1. Das irmãs
os meus irmãos sujando-se
na lama
e eis-me aqui cercada
de alvura e enxovais
eles se provocando e provando
do fogo
e eu aqui fechada
provendo a comida
eles se lambuzando e arrotando
na mesa
e eu a temperada
servindo, contida
os meus irmãos jogando-se
na cama
e eis-me afiançada
por dote e marido
(QUEIROZ, S. O sacro ofício. Belo Horizonte: Comunicação, 1980)
O poema de Sonia Queiroz apresenta uma voz lírica feminina que contrapõe o estilo de vida do homem
ao modelo reservado à mulher. Nessa contraposição, ela conclui que
a) a mulher deve conservar uma assepsia que a distingue de homens, que podem se jogar na lama.
b) a palavra “fogo” é uma metáfora que remete ao ato de cozinhar, tarefa destinada às mulheres.
c) a luta pela igualdade entre os gêneros depende da ascensão financeira e social das mulheres.
d) a cama, como sua “alvura e enxovais”, é um símbolo da fragilidade feminina no espaço doméstico.
e) os papéis sociais destinados aos gêneros produzem efeitos e graus de autorrealização desiguais.
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Literatura
3. E como manejava bem os cordéis de seus títeres, ou ele mesmo, títere voluntário e consciente,
como entregava o braço, as pernas, a cabeça, o tronco, como se desfazia de suas articulações e de
seus reflexos quando achava nisso conveniência. Também ele soubera apoderar-se dessa arte, mais
artifício, toda feita de sutilezas e grosserias, de expectativa e oportunidade, de insolência e submissão,
de silêncios e rompantes, de anulação e prepotência. Conhecia a palavra exata para o momento preciso,
a frase picante ou obscena no ambiente adequado, o tom humilde diante do superior útil, o grosseiro
diante do inferior, o arrogante quando o poderoso em nada o podia prejudicar. Sabia desfazer situações
equívocas, e armar intrigas das quais se saía sempre bem, e sabia, por experiência própria, que a fortuna
se ganha com uma frase, num dado momento, que este momento único, irrecuperável, irreversível,
exige um estado de alerta para a sua apropriação.
(RAWET, S. O aprendizado. In: Diálogo. Rio de Janeiro: GRD, 1963 (fragmento).)
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Literatura
4. O trabalho não era penoso: colar rótulos, meter vidros em caixas, etiquetá-las, selá-las, envolvê-las em
papel celofane, branco, verde, azul, conforme o produto, separá-las em dúzias… Era fastidioso. Para
passar mais rapidamente as oito horas havia o remédio: conversar. Era proibido, mas quem ia atrás de
proibições? O patrão vinha? Vinha o encarregado do serviço? Calavam o bico, aplicavam-se ao trabalho.
Mal viravam as costas, voltavam a taramelar. As mãos não paravam, as línguas não paravam. Nessas
conversas intermináveis, de linguagem solta e assuntos crus, Leniza se completou. Isabela, Afonsina,
Idália, Jurete, Deolinda – foram mestras. O mundo acabou de se desvendar. Leniza perdeu o tom
ingênuo que ainda podia ter. Ganhou um jogar de corpo que convida, um quebrar de olhos que promete
tudo, à toa, gratuitamente. Modificou-se o timbre de sua voz. Ficou mais quente. A própria inteligência
se transformou. Tornou-se mais aguda, mais trepidante.
(REBELO, M. A estrela sobe. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.)
O romance, de 1939, traz à cena tipos e situações que espelham o Rio de Janeiro daquela década. No
fragmento, o narrador delineia esse contexto centrado no
a) julgamento da mulher fora do espaço doméstico.
b) relato sobre as condições de trabalho no Estado Novo.
c) destaque a grupos populares na condição de protagonistas
d) processo de inclusão do palavrão nos hábitos de linguagem.
e) vínculo entre as transformações urbanas e os papéis femininos.
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Literatura
6. No programa do balé Parade, apresentado em 18 de maio de 1917, foi empregada publicamente, pela
primeira vez, a palavra sur-realisme. Pablo Picasso desenhou o cenário e a indumentária, cujo efeito foi
tão surpreendente que se sobrepôs à coreografia. A música de Erik Satie era uma mistura de jazz,
música popular e sons reais tais como tiros de pistola, combinados com as imagens do balé de Charlie
Chaplin, caubóis e vilões, mágica chinesa e Ragtime. Os tempos não eram propícios para receber a
nova mensagem cênica demasiado provocativa devido ao repicar da máquina de escrever, aos
zumbidos de sirene e dínamo e aos rumores de aeroplano previstos por Cocteau para a partitura de
Satie. Já a ação coreográfica confirmava a tendência marcadamente teatral da gestualidade cênica,
dada pela justaposição, colagem de ações isoladas seguindo um estímulo musical.
(SILVA, S. M. O surrealismo e a dança. GUINSBURG, J.; LEIRNER (Org.).
O surrealismo. São Paulo: Perspectiva, 2008 (adaptado).)
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Literatura
As manifestações corporais na história das artes da cena muitas vezes demonstram as condições
cotidianas de um determinado grupo social, como se pode observar na descrição acima do balé Parade,
o qual reflete
a) a falta de diversidade cultural na sua proposta estética.
b) a alienação dos artistas em relação às tensões da Segunda Guerra Mundial.
c) uma disputa cênica entre as linguagens das artes visuais, do figurino e da música.
d) as inovações tecnológicas nas partes cênicas, musicais, coreográficas e de figurino.
e) uma narrativa com encadeamentos claramente lógicos e lineares.
7.
A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por uma fotografia de cadeira, uma cadeira exposta e um
quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de arte conceitual que revela o paradoxo entre
verdade e imitação, já que a arte
(KOSUTH J. One and Three Chairs. Museu Reina Sofia, Espanha, 1965.
Disponível em: www.museoreinasofia.es. Acesso em: 4 jun. 2018. (adaptado).)
A obra de Joseph Kosuth data de 1965 e se constitui por uma fotografia de cadeira, uma cadeira
exposta e um quadro com o verbete “Cadeira”. Trata-se de um exemplo de arte conceitual que revela o
paradoxo entre verdade e imitação, já que a arte
a) não é a realidade, mas uma representação dela.
b) fundamenta-se na repetição, construindo variações.
c) não se define, pois depende da interpretação do fruidor.
d) resiste ao tempo, beneficiada por múltiplas formas de registro.
e) redesenha a verdade, aproximando-se das definições lexicais.
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Literatura
8. Quebranto
às vezes sou o policial que me suspeito
me peço documentos
e mesmo de posse deles
me prendo e me dou porrada
às vezes sou o porteiro
não me deixando entrar em mim mesmo
a não ser
pela porta de serviço
[…]
às vezes faço questão de não me ver
e entupido com a visão deles
sinto-me a miséria concebida como um eterno
começo
fecho-me o cerco
sendo o gesto que me nego
a pinga que me bebo e me embebedo
o dedo que me aponto
e denuncio
o ponto em que me entrego.
às vezes!…
(CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza, 2007 (fragmento).)
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem
experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico
a) incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.
b) submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.
c) engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.
d) sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.
e) acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.
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Literatura
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Literatura
10. Texto I
TEXTO II
O grupo Jovens Artistas Britânicos (YABs), que surgiu no final da década de 1980, possui obras
diversificadas que incluem fotografias, instalações, pinturas e carcaças desmembradas. O trabalho
desses artistas chamou a atenção no final do período da recessão, por utilizar materiais incomuns,
como esterco de elefantes, sangue e legumes, o que expressava os detritos da vida e uma
atmosfera de niilismo, temperada por um humor mordaz.
(Disponível em: http://damienhirsti.com:Acesso em: 15 jul. 2015. FARTHING, S.
Tudo sobre arte. Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).)
A provocação desse grupo gera um debate em torno da obra de arte pelo(a)
a) recusa a crenças, convicções, valores morais, estéticos e políticos na história moderna.
b) frutífero arsenal de materiais e formas que se relacionam com os objetos construídos.
c) economia e problemas financeiros gerados pela recessão que tiveram grande impacto no
mercado.
d) influência desse grupo junto aos estilos pós-modernos que surgiram nos anos 1990.
e) interesse em produtos indesejáveis que revela uma consciência sustentável no mercado.
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Literatura
Gabarito
1. E
O poema de Sonia Queiroz evidencia a diferença nos papeis sociais desempenhados por homens e
mulheres, na sociedade. É possível compreender a crítica em relação ao fato de o homem ser livre e
realizado, enquanto as mulheres ficam responsáveis pelas tarefas do lar.
2. B
O público demonstra seu conservadorismo ao reagir negativamente à expressão futurista e pretender
retornar a estilos passadistas.
3. A
O texto nos mostra que o personagem consegue adaptar a sua linguagem a diferentes situações, em
benefício próprio, favorecendo-o dentro do meio em que está inserido. Ao mesmo tempo, o autor do texto
critica esse posicionamento, pois o personagem simula essa atuação por meio dos fantoches,
acreditando dominar os jogos de poder na linguagem.
4. E
De acordo com o fragmento, é possível identificar a introdução da mulher no mercado de trabalho. Assim,
o texto aborda a mudança do comportamento feminino, visto que anteriormente o contexto era do
ambiente doméstico. Há, então, o vínculo da figura feminina nos ambientes fabris, que configura uma
mudança no cenário urbano.
5. E
Os verbos e os pronomes – alternados em 2ª e 3ª pessoa – demonstram que ocorre mudança de
referentes: ora a sirene, ora o interlocutor, ora o patrão.
6. D
A partir do texto, é possível depreender que o balé Parade representou traços do surrealismo, ao romper
com as técnicas tradicionais e combinar a música com o som de tiros de pistola, máquinas de escrever,
sirene, entre outras inovações.
7. A
A obra de Joseph Kosuth objetiva uma reflexão crítica sobre o conceito de mimesis, segundo o qual a
arte deve constituir uma imitação/representação da realidade.
8. A
O poema apresenta a vivência do eu lírico com situações de discriminação. Dessa forma, ele incorpora
o papel de policial e de porteiro e seus discursos opressores devido à persistência histórica de
preconceito e violência.
9. E
O poema se constrói com base em incongruências temporais propostas a partir de transformações do
eu lírico.
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Literatura
10. B
A alusão ao niilismo, ao final do texto II, reforça a ideia de que há uma postura de recusa a crenças e
valores morais na história moderna.
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Matemática
Divisibilidade
Objetivo
Apresentar o algoritmo da divisão. Estabelecer os critérios de divisibilidade dos números 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9 e 10.
Mostrar os divisores de um número inteiro e também o total de divisores de um número. Apresentar o conceito
de números primos.
Se liga
Para essa aula é necessário que você saiba as operações básicas como soma, multiplicação e divisão.
Curiosidade
Você sabia que os números primos são infinitos? E que o maior número primo (atual) descoberto possui
quase 25 milhões de dígitos? E esse número pode ser expresso como 282.529.933 − 1. Disponível em aqui.
Teoria
Divisão é a operação aritmética que nos permite separar grupos. Por exemplo: Sabemos que 15:3=5 ou seja
com 15 unidades conseguimos fazer 3 grupos de 5 unidades. Essa divisão é chamada exata pois o resto (r)
é zero. Além disso, no exemplo o 15 é o dividendo (D), 3 é o divisor (d) e 5 o quociente (q). Uma notação usual
é𝐷 =𝑑∙𝑞+𝑟
O critério de divisibilidade é uma forma de verificar se a divisão será exata. Algumas regras são:
Divisibilidade por 2: Se o número for par (terminados em 0, 2, 4, 6 ou 8), ou seja, se o algarismo das unidades
for par, ele será divisível por 2.
Exemplos: 232 é divisível por 2, pois o algarismo das unidades é 2 e 2 é par. E 131 não é, pois, o algarismo
das unidades é 1 e 1 não é par.
Divisibilidade por 3: Se a soma dos algarismos de um número for divisível por 3, então o número é divisível
por 3.
Exemplos: 450 (4+5+0 = 9) é divisível por 3 e 329 (3+2+9=14) não é.
Divisibilidade por 4: Um número é divisível por 4 se terminar em 00 ou se o número formado por seus dois
últimos algarismos for divisível por 4.
Exemplos: 100 e 5224 são divisíveis por 4 e 677 não é.
1
Matemática
Divisibilidade por 6: Um número é divisível por 6 quando for divisível por 2 e por 3 ao mesmo tempo. Uma
dica é a seguinte: se, ao dividir um número por 3, o resultado é par, então este número é divisível por 6.
Exemplos: 132 é divisível por 6, ao passo que 333 não é.
Divisibilidade por 8: Um número é divisível por 8 quando terminar com 000 ou quando seus três últimos
algarismos formam um número divisível por 8.
Exemplos: 1000 é divisível por 8, ao passo que 1 324 não é.
Divisibilidade por 9: Caso a soma dos algarismos de um número seja divisível por 9.
Exemplos: 729 (7+2+9=18) é divisível por 9 mas 212 (2+1+2=4) não é.
Também é importante saber que se decompormos um número (x) como produto de outros números (a e b),
ou seja, se conseguirmos reescrever um número como outros dois multiplicados (𝑥 = 𝑎 ∙ 𝑏). O número será
divisível por x se for divisível por a e b ao mesmo tempo, onde a e b são primos entre si
Exemplo: 6 = 2 ∙ 3 para um número ser divisível por 6 ele precisa ser divisível por 2 e 3 ao mesmo tempo,
como é o número 636. Repare que ele é par, logo divisível por 2 e a soma dos seus algarismos é igual a 15
que é divisível por 3. Assim, 636 é divisível por 6
Número primo
São números que possuem apenas dois divisores naturais diferentes (o 1 e ele mesmo). Por exemplo o 2, o
3, o 5, entre outros.
2
Matemática
Total de divisores
No caso do 12 ele possui como divisores 𝐷(12) = {1,2,3,4,6,12} totalizando 6 divisores. Uma outra forma de
descobrir o total de divisores é fatorando o 12 em fatores primos, somar um aos expoentes e depois
multiplicá-los.
12| 2
6| 2
3| 3
1
Portanto, 12 = 2² ∙ 3¹. Os expoentes são 2 e 1, dessa forma, (2 + 1) ∙ (1 + 1) = (3) ∙ (2) = 6. Assim, 12 possui
6 divisores. De forma geral, seja N um número decomposto como 𝑁 = 𝑎 𝑥 ∙ 𝑏 𝑦 ∙ 𝑐 𝑧 , com a, b e c números
primos. O total de divisores de N será (𝑥 + 1) ∙ (𝑦 + 1) ∙ (𝑧 + 1).
(Obs: Todo número pode ser decomposto em um produto de números primos, como por exemplo o 12 =
2² ∙ 3¹.)
3
Matemática
Exercícios de fixação
2. Para que 2342A seja um número divisível por 3, o menor número que A deverá ser é:
4
Matemática
Exercícios de vestibulares
3. Durante a Segunda Guerra Mundial, para decifrarem as mensagens secretas, foi utilizada a técnica de
decomposição em fatores primos. Um número N é dado pela expressão 2𝑥 ∙ 5𝑦 ∙ 7𝑧 , na qual x, y e z são
números inteiros não negativos. Sabe-se que N é múltiplo de 10 e não é múltiplo de 7. O número de
divisores de N, diferentes de N, é
a) 𝑥∙𝑦∙𝑧
b) (𝑥 + 1) ∙ (𝑦 + 1)
c) 𝑥∙𝑦∙𝑧 − 1
d) (𝑥 + 1) ∙ (𝑦 + 1) ∙ 𝑧
e) (𝑥 + 1) ∙ (𝑦 + 1) ∙ (𝑧 + 1) – 1
5
Matemática
4. Uma campanha de supermercado permite a troca de oito garrafas vazias, de qualquer volume, por uma
garrafa de 1 litro cheia de guaraná. Considere uma pessoa que, tendo 96 garrafas vazias, fez todas as
trocas possíveis. Após esvaziar todas as garrafas que ganhou, ela também as trocas no mesmo
supermercado. Se não são acrescentadas novas garrafas vazias, o total máximo de litros de guaraná
recebidos por essa pessoa em todo o processo de troca equivale a:
a) 12
b) 13
c) 14
d) 15
e) 16
5. Após o Fórum Nacional Contra a Pirataria (FNCP) incluir a linha de autopeças em campanha veiculada
contra a falsificação, as agências fiscalizadoras divulgaram que os cinco principais produtos de
autopeças falsificados são: rolamento, pastilha de freio, caixa de direção, catalisador e amortecedor.
(Disponível em: www.oficinabrasil.com.br. Acesso em: 25 ago. 2014 (adaptado).)
Após uma grande apreensão, as peças falsas foram cadastradas utilizando-se a codificação 1:
rolamento, 2: pastilha de freio, 3: caixa de direção, 4: catalisador e 5: amortecedor.
Ao final obteve-se a sequência; 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4, 5, 4, 3, 2, 1, 2, 3, 4,… que apresenta
um padrão de formação que consiste na repetição de um bloco de números.
Essa sequência descreve a ordem em que os prod