TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO I - SDE4057

Semana Aula: 1
INTRODUÇÃO: TÉCNICAS DE EXAME PSICOLÓGICO I

Tema
Introdução à disciplina Técnicas de Exame Psicológico I

Palavras-chave
Avaliação Psicológica; Técnicas de avaliação; Ética; Responsabilidade Profissional

Objetivos
 Apresentar o plano de ensino;
 Construir um mapa conceitual da disciplina;
 Definir avaliação em psicologia.
 Conhecer as principais técnicas de avaliação psicológica
 Atentar para responsabilidade profissional e do estudante com o uso de técnicas
privativas do psicólogo e da psicóloga

Estrutura de Conteúdo
Plano de ensino: Contextualização, Ementa, Objetivos Gerais, Objetivos Específicos,
Conteúdos.

Avaliação em Psicologia: Avaliar é estimar valores/quantidades de um constructo.

Avaliar é realizar um julgamento de valor sobre dados relevantes de realidade,
objetivando uma tomada de decisão. Luckesi, C. C. (1990). Diferenciar as escalas
nominais, ordinais, intervalares e de razão. Apresentar o constructo em psicologia que é
de difícil mensuração.

Aplicação e avaliação de estratégias, técnicas, recursos e instrumentos psicológicos:

apresentação abrangente das principais estratégias de investigação em psicologia
(observação, entrevista, anamnese, heterorrelato, prova situacional, dinâmica de grupo,
questionário, jogos, escalas, testes padronizados, testes não padronizados etc.).

Advertir para a banalização de testes psicológicos: O uso correto e responsável dos

testes psicológicos, a imprudência e a falta ética, do profissional e do estudante, em
divulgar, publicar, em meios não adequados, por exemplo, YouTube, Redes Sociais, Sites
de compartilhamento de trabalhos acadêmicos, as características técnicas dos
instrumentos psicológicos. O risco para sociedade e para o trabalho da psicologia com a
divulgação indiscriminada desse material.
Procedimentos de Ensino
Nessa aula de apresentação, o (a) professor (a) deve iniciar com a contextualização do
plano de ensino, demonstrando como a ementa será ministrada, quais habilidades e
competências espera-se desenvolver no (a) discente (objetivos gerais e específicos). O
conteúdo programático do plano de ensino deve receber uma atenção especial e durante a
exposição de elaboração conjunta, permitindo a interação entre os discentes e professor, o
(a) docente deve apontar como os conteúdos de TEP I são transversais a outras
disciplinas, por exemplo, filosofia, epistemologia, estatística, psicologia da
personalidade, aprendizagem e memória, psicologia da percepção, comportamento e
cognição etc., facilitando um reconhecimento no (a) aluno (a) que investigamos
fenômenos psicológicos, processos cognitivos e comportamentais, também com recursos
da estatística, a partir de pressupostos filosóficos/epistemológicos oriundos de diferentes
sistemas, teorias psicológicas e métodos, sem desconsiderarmos o desenvolvimento
histórico da psicologia e o zeitgeist. Um exemplo prático, que poderá ser destacado, é a
personalidade que pode ser definida operacionalmente através de uma escala (Bateria
Fatorial de Personalidade - BFP) ou através de borrões de tinta (Rorschach), seguindo
essa mesma linha de argumentação, demonstrar que a avaliação da personalidade irá
depender da teoria adotada, que é necessária para definirmos o constructo, através, por
exemplo, do modelo dos cinco grandes fatores, necessidades psicológicas básicas de
Murray etc.. Esquematizar para o (a) discente um mapa conceitual do conteúdo
programático de TEP I, articulando com os conteúdos vistos nas disciplinas cursadas e
citadas pelos alunos, serão de grande relevância para o desenvolvimento da disciplina.
Apresente a Cartilha de Avaliação psicológica editada pelo Conselho Federal de
Psicologia e oriente a leitura gradual desse material ao longo do período. Organize e
explique como ocorrerá a parte prática, com o uso dos testes, apresentando um
cronograma do uso dos testes psicológicos pelos alunos (AULAS 10, 11, 12, 13 e 14).
Exponha o critério de avaliação da disciplina e como ocorrerá a integralização dos
pontos. Apresente o Laboratório de Medidas Psicológicas (LAMP) e os manuais dos
testes objetivos (psicométricos) que serão trabalhados durante o período letivo para um
olhar exploratório dos alunos e das alunas.

Ao do final da exposição do plano de ensino, proponha uma reflexão que irá nortear o
desenvolvimento das próximas aulas e permita ao (a) aluno (a) compreender: O que é
avaliar? Qual os limites da avaliação em psicologia? Qual o alcance de uma avaliação
(predição)? Conseguimos compreender e descrever todas as nuances de uma pessoa?

Ex: Dois irmãos participam de um mesmo processo seletivo para uma vaga de trainee.
Após uma análise de currículo e entrevista, desclassificaram muitos outros candidatos e
foram contratados. Ambos possuem a mesma formação profissional e mesma faixa etária.
Em uma dinâmica de grupo, já no treinamento, uma discussão se inicia, um deles é
articulado e demonstra empolgação com o embate de ideias e o outro parece ficar
desconfortável e condescendente, deixando frustrado o gerente da área que estava
conduzindo o treinamento. Por que os irmãos reagiram de maneira diferente diante da
mesma situação? Se tivéssemos um conhecimento prévio das características de
personalidade permitiria predizer esse comportamento?
Colher algumas respostas apresentadas pelos alunos e demonstrar que a investigação em
psicologia precisa considerar muitas variáveis que podem estar implicadas com o
comportamento das pessoas e só serão acessadas através de técnicas como, por exemplo,
observação, entrevistas, questionários, escalas, inventários, etc. A avaliação psicológica é
uma fotografia e não um filme. É importante construir um senso crítico de como a
argumentação em psicologia, e nosso processo de investigação, é cauteloso em apontar
causas, por exemplo, algum (a) aluno (a) ponde argumentar que a ansiedade impediu um
bom desempenho de um dos irmãos no momento da dinâmica, o docente então deve
relativizar essa conclusão precipitada concordando com o aluno que níveis de ansiedade
idênticos (níveis de excitabilidade fisiológica) podem impactar de maneira distinta as
pessoas, mas que para afirmarmos que a ansiedade, em participar da dinâmica, foi a
responsável por uma conduta apática, deveríamos ter dados colhidos de maneira técnica,
a formação de uma linha de base que nos permita conhecer o funcionamento da pessoa e
comparar em diferentes momentos. Pragmaticamente, no contexto descrito no exemplo,
demostrar para o aluno que mesmo que não possamos apontar as causas, podemos fazer
uma tomada de decisão baseada em inferências, análises e alcançarmos um certo nível de
predição relativo aos indicadores que estamos investigando, desde que os recursos
adequados sejam empregados em um processo avaliativo bem planejado.

Ao final da aula é importante, desde o primeiro momento, sensibilizar o (a) aluno que
parte do conteúdo da disciplina é exclusivo do psicólogo e da psicóloga. Existe um
problema de imprudência decorrente do uso de Smartphone e a prática discente de
fotografar os materiais apresentados em sala de aula e/ou xerocar testes psicológicos,
nessa disciplina, isso não pode ser permitido com os testes. Outro fenômeno comum, e no
caso dessa disciplina igualmente imprudente, é o aluno e a aluna compartilhar trabalhos e
outros materiais em sites na internet. Sensibiliza-los que é falta ética compartilhar
práticas privativas do psicólogo e da psicóloga, isso inclui os trabalhos desenvolvidos
nessa disciplina, fotografar e/ou xerocar na íntegra ou em partes os manuais dos testes,
cadernos de aplicação e folhas de resposta. Não sendo permitido fotografar ou xerocar os
testes psicológicos (cadernos, manuais etc) Fomentar o senso crítico para valorização da
profissão com o uso ético, técnico e responsável das práticas privativas e dos recursos da
psicologia enquanto ciência e profissão. Explicar que o manual de um teste não é um
livro, mas sim um instrumento técnico e não pode ser emprestado ao aluno. O uso dos
manuais e dos testes será feito em sala de aula.

Chamar atenção da turma ao modelo de ensino, as aulas com roteiros de estudo e preparar
a turma para próxima aula.

Estratégias de Aprendizagem
Antes da sala de aula: leia o plano de ensino da disciplina, atentando para a ementa e o
conteúdo, a fim de se inteirar dos temas que serão desenvolvidos nas aulas. Verifique os
aspectos metodológicos, procedimentos de avaliação e os títulos da bibliografia. Acessar
o ambiente virtual da disciplina no SAVA (no SIA, entrar em Sala de Aulas Virtuais e
Minhas disciplinas presenciais) e tomar o primeiro contato com os recursos didáticos
disponíveis.

Durante a sala de aula: esteja atento (a) às explicações e apresentação do conteúdo,

dialogue com os seus colegas, com o professor e participe da construção do mapa
conceitual da disciplina. Participe das discussões propostas com proatividade, trazendo
novos exemplos e seu conhecimento prévio sobre os assuntos abordados e que foram
adquiridos em sua trajetória acadêmica no curso de psicologia, utilizando-se sempre de
argumentos da psicologia científica e não do senso-comum.

Após a sala de aula: Leia o conteúdo relativo ao que foi tratado no seu material didático.
Pesquise e conheça a cartilha de Avaliação Psicológica editada pelo Conselho Federal de
Psicologia (CFP). Leia o artigo Considerações sobre a formação e a Prática em Avaliação
Psicológica no Brasil. Considerando que o artigo foi publicado em 2016, quais aspectos
da leitura, considerando o momento atual, podemos atualizar? Alguma coisa mudou?
Você sabia que não é permitido fotografar e/ou xerocar os testes psicológicos nem
mesmo para fins acadêmicos ou de pesquisa, uma vez que ferem os artigos 28 e 29 da Lei
de Direitos Autorais n 9610/98 e constituem falta ética perante o Conselho Federal de
Psicologia. Pesquise sobre a responsabilidade do psicólogo e da psicóloga no uso testes
psicológicos e discuta com os colegas sobre a conduta ética, técnica e responsável, que
devemos ter com o conteúdo dessa disciplina, que valorize a profissão do psicólogo e da
psicóloga enquanto ciência e profissão. Observe o posicionamento do Conselho Federal
de Psicologia (CFP) combatendo a banalização dos testes psicológicos. Olhe o roteiro e o
plano da próxima aula.

Indicação de Leitura Específica

 Cartilha de Avaliação Psicológica editada pelo Conselho Federal de psicologia
disponibilizada no SATEPSI <http://satepsi.cfp.org.br>

 LBORSA, Juliane Callegaro. Considerações sobre a formação e a prática em

avaliação psicológica no Brasil.Temas psicol., Ribeirão Preto , v. 24,n. 1,p. 131-
143,mar. 2016 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
389X2016000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 03 fev. 2019.
http://dx.doi.org/10.9788/TP2016.1-09.

Recursos
Data show, computador e quadro branco. Manuais de testes psicológicos padronizados
com o parecer favorável para uso no SATEPSI com estímulos objetivos (psicométrico).
Aplicação: articulação teoria e prática
A partir da leitura inicial da Cartilha Avaliação Psicológica e das atividades
desenvolvidas na sala de aula construa um pequeno texto. Compartilhe com seus colegas
para que possam elucidar e consolidar seu entendimento sobre: A diferença entre avaliar
e testar. O que é avaliar em psicologia? O que é testar em psicologia? Qual os limites da
avaliação em psicologia? Qual o alcance da predição da avaliação psicológica?
Conseguimos compreender e descrever todas as nuances de uma pessoa?

Avaliação
Considerando a atividades proposta nessa aula devemos compreender que a Avaliação
psicológica é um processo técnico científico, com início, meio e fim, que requer
metodologias específicas para o desenvolvimento de um estudo amplo sobre os
fenômenos psicológicos através de um planejamento prévio e cuidadoso que utiliza
diversas fontes e técnicas sendo o teste psicológico um dos recursos possíveis, mas não o
único, e assim, uma avaliação psicológica é um processo mais amplo do que a testagem
psicológica que apresenta apenas o resultado de uma medida (testagem psicológica é o
resultado de um teste). Avaliação psicológica é um processo e não uma técnica.
Pressupõe um ''julgamento'' com base em observações explícitas ou implícitas do
indivíduo (Pasquali, 1999). A avaliação psicológica refere-se à coleta e análises de dados,
obtidos por meio de um conjunto de procedimentos reconhecidos pela ciência
psicológica, não é recomendado a utilização de uma só técnica, mas de um conjunto
amplo de estratégias cientificamente sustentadas, mas ainda assim não alcançamos todas
as nuances de uma pessoa e não podemos interpretar os fenômenos deterministicamente,
mas considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos na pessoa,
não sendo possível acessar 100% do indivíduo, mesmo que se conheça boa parte de suas
características. Fazendo uma analogia, uma avaliação psicológica apresenta como
resultado uma fotografia e não um filme da pessoa. A fotografia vai nos permitir fazer
previsões (o caráter preditivo da avaliação psicológica), mas não conhecemos o final
como em um filme.

Considerações Adicionais
Não é permitido fotografar ou xerocar partes ou o todo dos testes psicológicos incluindo
os cadernos de aplicação, folhas de respostas, manuais, crivos etc.