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FACULDADE CATÓLICA DE BELÉM

CURSO DE TEOLOGIA

DANIEL LOPES NOÉ DA SILVA


DANIEL NASCIMENTO MARTINS
ERENILSON ALVES DA SILVA
JEFERSON VIEIRA FELIX
WESLEY OLIVEIRA DA SILVA

2º NPC DE MARIOLOGIA

Ananindeua – PA
2021
DANIEL LOPES NOÉ DA SILVA
DANIEL NASCIMENTO MARTINS
ERENILSON ALVES DA SILVA
JEFERSON VIEIRA FELIX
WESLEY OLIVEIRA DA SILVA

2º NPC DE MARIOLOGIA

Atividade apresentada ao curso de teologia da


Faculdade Católica de Belém, para a avaliação
da disciplina de Mariologia, ministrada pelo
Profº. Dr. Ir. Francisco Chagas Costa Ribeiro.

Ananindeua – PA
2021
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A VIRGINDADE DE MARIA

1 – A importância da doutrina da virgindade de Maria


Crer na maternidade de Maria é crer numa maternidade virginal, isto é, de que na
origem humana de Jesus não há intervenção de um pai humano. Além do mais, a virgindade
de Maria é uma expressão corporal da sua abertura para Deus, na sua virgindade perpétua há
um entrelaçamento entre realidade corporal e virtude espiritual. Para a Igreja, Maria é sempre
Virgem, “virgem antes do parto, no parto e depois do parto (virginitas ante partum, in partu,
post partum)” (HAUKE, 2021, p.154). Com efeito, assim como a Ressurreição de Jesus, a
virgindade da Mãe de Deus é um dos elementos da fé que entra em confronto com a atual
mentalidade secularizada que rejeita a concretude corporal da intervenção de Deus na história,
mentalidade alimentada por um deísmo (nega intervenção milagrosa de Deus no mundo).
Acrescenta-se ainda, a desconfiança que se tem de que o exaltar a virgindade seja sinal da
pouca amistosidade da Igreja para com a vida sexual. Contudo, a virgindade de Maria tem raiz
histórica e não é desprezo do matrimônio e da condição sexual. Na verdade, a atestação da
virgindade de Maria é mais antiga do que a formulação da sua maternidade divina (Theotókos,
século IV no Concílio de Éfeso), pois o termo Virgem já lhe é atribuído no século II e está
presente em todos os antigos símbolos da fé. Ademais, convém destacar que, na Igreja Antiga,
a marca da verdadeira divindade de Jesus era a virgindade de Maria; e se a concepção de
Jesus fosse de modo natural, seria preciso atribuir também a São José todos os títulos
marianos, assim, não haveria o papel específico de Maria, mas somente a veneração da
Sagrada Família.
Faz-se a seguir o desenvolvimento histórico acerca da virgindade de Maria antes do
parto, no parto e depois do parto, procurando esclarecer os principais desafios para explicar
esse dogma, bem como apresentando o modo que se dá a sua explicação à luz da fé católica.
Por fim, apresenta-se o propósito da virgindade de Maria e o papel do matrimônio de Maria e
a figura de José.

1.2 – Virginitas ante partum


A Sagrada Escritura fala sobre a origem virginal de Jesus, especialmente na profecia
de Isaías (7,14). Entretanto, houve resistências quanto à interpretação hebraica e pagã. Com
efeito, os judeus negam a origem virginal de Jesus e a sua relação com a profecia de Isaías
(7,14). Já os pagãos interpretaram esse fato a partir de uma visão mitológica e acabaram
ridicularizando a virgindade de Maria. Um exemplo é o filósofo Celso que acolheu à opinião
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hebraica de comparar o nascimento virginal de Jesus com os mitos gregos. Por exemplo,
pegaram os mitos pagãos em que os deuses se uniam com as mulheres humanas. Só que isso
não dava certo, porque o Espírito Santo não é o pai de Jesus. Jesus não é um herói, metade
homem metade Deus, mas Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem na totalidade da sua
pessoa.
Na visão moderna, os críticos também implementaram os seus argumentos que se
divergiram entre si. Além disso, a negação do nascimento virginal se tornou habitual no
protestantismo liberal e para o crítico David Friedrich as narrativas bíblicas seriam a
historização de uma ideia contrária aos fatos históricos. Segundo ele, a divindade de Jesus não
dependeria do nascimento virginal e essa ideia viria do helenismo que foi acolhida no seio
cristão. Contudo, observa-se a dificuldade da exegese hebraica em interpretar Isaías (7, 14), e
há fatos históricos que confirmam a não aceitação de Jesus vindo de Deus.
Procuraram explicar a mensagem neotestamentária sobre o nascimento virginal de
Jesus e a literatura liberal propunha as mais variadas hipóteses. O interessante é que a única
hipótese excluída era aquela da verdade histórica. Entre tantos fatos contraditórios chegaram
até a falar que os cristãos foram os que inventaram a origem virginal de Jesus, isso para
Ethelbert Stauffer.
Entretanto, todas essas teses racionalistas para explicar a mensagem bíblica se
neutralizaram por falta de argumentos sólidos. Só que a partir dos anos 60 essas teorias
racionalistas começaram a ser cultivadas dentro da própria Igreja Católica causando muita
confusão. Mas, o Magistério da Igreja procurou defender o mistério da nossa fé.
A Igreja confessou que Jesus foi concebido no seio da Virgem Maria somente pelo
poder do Espírito Santo. Assim, o Filho de Deus assumiu a nossa humanidade. E foi afirmada
a concepção virginal de Jesus. Pois, Deus toma a iniciativa para se revelar ao homem por
meio da encarnação no Verbo. O nascimento virginal indica um novo início na história da
salvação, e Jesus com o seu nascimento prepara o dom da filiação divina no batismo, uma
vida nova ao homem para que ele se santifique. Portanto, o homem é chamado a participar na
vida divina pelo mediador que é Jesus Cristo. Ele elimina todo o pecado com a sua graça que
é concedida ao homem.
Sobre a concepção virginal, a virgindade de Maria manifesta que Jesus só tem Deus
por Pai. Além disso, a virgindade de Maria implica a sua doação total a Deus, isto é, entrega
total sem reservas a vontade divina. Sua virgindade é um exemplo para os casais e para toda a
Igreja que é pura e é mãe que cuida de seus filhos, sendo fiel ao projeto de Deus auxiliada
pelo Espírito Santo para viver na caridade rumo a eternidade.
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1.3 – Virginitas in partu


O nascimento de Jesus não implica a destruição da virgindade de Maria. Já no século
II, em escritos apócrifos (como o Proto Evangelho de Tiago) e em Padres da Igreja (como
Inácio de Antioquia) a ideia de um parto virginal já são apresentadas ou aludidas. A relação
da virgindade e a maternidade, ou mais especificamente o parto de uma virgem, é interpretado
também numa perspectiva da integridade virgindade. “Jesus ‘abre de maneira pura um ventre
puro, este ventre que regenera os homens em Deus e que ele mesmo fez puro” (HAUKE apud
IRINEU, 2021, p.165).
Questiona-se biblicamente se o Novo Testamento é capaz de evidenciar ou
testemunhar a virgindade no parto. Para alguns pesquisadores, isso é possível. Ignace de la
Potterie, teólogo e biblista, por exemplo lê Lc 1,35 do seguinte modo: “Aquele que nascerá
santo será chamado Filho de Deus”, onde geralmente se lê: “Aquele que nascerá será,
portanto, santo e chamado Filho de Deus”. Compreendendo assim o modo do parto do Verbo
encarnado.
A partir do período patrístico, encontramos posições diversas. Tertuliano, na polêmica
contra os gnósticos (que diziam ter Jesus um copo celeste) nega a virgindade em relação ao
parto para afirmar o corpo humano de Jesus. Clemente de Alexandria, acolhendo o proto-
evangelho de Tiago sustenta a virgindade até depois do parto. Nessas discussões, dentre as
quais está certa oposição entre matrimônio e virgindade ou mesmo em relação à própria
realidade corpórea, no século IV surge o termo aeiparthénos (sempre virgem). Por
conseguinte, na formulação do Símbolo da fé a expressão ex Maria Virgine implica assim
também o parto virginal, baseando biblicamente em Is 7,14 (a Virgem que dá à luz) e Lc 2,7
(a própria Maria prepara as faixas da criança).
O concílio de Calcedônia, por sua vez, o mais importante da antiguidade e
dogmaticamente da história da Igreja, acolhe a carta de São Leão Magno a Flaviano na qual
diz: “Maria deu à Luz a Jesus ‘intacta’ a sua virgindade” (HAUKE, 2021, p.167) e na mesma
época, a Juliano Cos, o papa escreve: “Jesus nasceu da virgem inviolada, seja porque saiu do
útero da mãe de modo que tanto a fecundidade parisse quanto a virgindade permanecesse
[intacta]; todavia, a sua carne não era de natureza diferente da nossa (...)” (HAUKE, 2021,
p.168).
Outra definição solene acerca da virgindade in partu de Maria encontra-se no Sínodo
Lateranense de 649 que anatematiza quem não professe a maternidade e incorruptibilidade da
Virgem Maria.
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Por conseguinte, entre os reformadores a negação da virgindade perpétua de Maria


resultou exatamente da redução da fé de acordo com os princípios de Solus Christus, Sola
Scriptura, Sola Fidei, Sola Gratia. Trata-se de um efeito dominó de autodestruição que não
respeita a imbricação dos tratados teológicos. Por conseguinte, o papa Paulo IV reafirmou que
o semper virgo está entre os fundamentos da fé.
O magistério recente, especificamente a Lumem Gentium, insiste na veneração
especialíssima à gloriosa sempre Virgem Maria, deixando claro que o nascimento do Verbo
de Deus não lesou sua integridade virginal, mas a consagrou. De fato, o aprofundamento da fé
acerca da Encarnação do Verbo e da virgindade de Maria levou a Igreja a confessar sua
integridade no e depois do parto com suas respectivas especificidades, o que é
importantíssimo contra tendências, como a de Albert Mitterer, sacerdote e médico, que
reduzem a virgindade no parto à ela antes do parto. De acordo com Karl Rahner “seria
necessário sustentar que não somente a concepção, mas também o nascimento correspondia à
maternidade virginal de Maria” (HAUKE, 2021, p.170); René Laurentin observa que na
doutrina da virgindade, integridade física, ausência de dores e o caráter miraculoso do
acontecimento, são elementos centrais; e João Paulo II compara o nascimento ex intacta
virgine com a Ressureição ex intacta sepulcro.
Assim, é exatamente a totalidade e universalidade da doutrina e do concreto ato
salvífico de Deus que leva a Igreja a reconhecer e compreender sempre mais o sentido da
saudação angélica que reconhece a plena graça de Deus numa virgem. Em Maria, maternidade
e virgindade estão estreitamente unidas, ela é a Virgem fecunda, acolhe a Deus na alma e no
corpo, modelo da Igreja e dos cristãos. “A graça preservadora que isenta Maria do pecado
original a liberta igualmente das suas principais consequências pessoais: não somente na alma
(concupscência), mas no corpo” (HAUKE, 2021, p.171). Tal conservação integral da pessoa
de Maria conduz a fé não somente ao parto virginal e à virgindade perpétua, mas também ao
dogma da assunção.

1.4 – Virginitas post partum


A questão da virgindade após o parto é um dos assuntos mais debatidos em relação à
figura de Maria. A tradição ortodoxa da Igreja sempre sustentou essa tese, mas não se
limitando somente ao aspecto corpóreo, mas fundamentando-se de maneira mais profunda, ou
seja, de modo ontológico.
De fato, não encontramos de maneira direta no Novo Testamento tal temática. A
discussão bíblica parte do fato em que nos Evangelhos (por exemplo, a saber, Mt 13,55 e ss)
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mencionam-se os “irmãos e irmãs” de Jesus e com uma leitura apressada e descontextualizada


dá a entender que são os filhos de José com Maria. Tal interpretação foi sustentada pelos
reformadores, como também na antiguidade por Tertuliano e Elvídio, provocando assim, uma
definição clara e dogmática por parte da Igreja.
Todavia a palavra “irmãos” no contexto semita era um indicativo não somente de
filhos dos mesmos pais, mas um conceito amplo sobre todos os membros familiares. Tanto a
palavra aha (aramaico) como o termo adelphoí poderia significar vínculos parentescos. Um
exemplo claro disso é de Gn 13,8 “somos irmãos” diz Abraão a Lot que era seu sobrinho.
Ademais, tais irmãos de Jesus não eram chamados de filhos de José ou Maria como
era de costume. Outra contestação é a palavra “primogênito” referente a Jesus indicando
possíveis irmãos. Mas se Jesus tivesse irmãos próprios, não faria sentido sua entrega na cruz
de Maria ao Apóstolo João.
Tais irmãos de Jesus citados nominalmente Tiago, José, Judas e Simão (Mc 6,3; Mt
13, 55) Tratava-se de filhos de outra Maria que não era mãe de Jesus (Mc15,40).
Um registro na obra de História da Igreja de Eusébio que citava o escritor Hegésipo
do século II, que relatava fatos sobre a comunidade primitiva do qual dizia ser Simão e Judas
filhos de Cléofas, primos do Senhor pelo fato de que Cléofas era irmão de José o esposo de
Maria.
Portanto, Tiago e José eram filhos de Maria, uma parente da Mãe do Senhor; e Simão
e Judas filhos de Cléofas, irmão do José, pai de Jesus segundo a Lei.
Sendo assim os dados históricos não contradiz o dado dogmático. Devemos notar
também que José não aparece durante a vida pública de Jesus do qual era provável que ele
tenha morrido antes. É provável que Maria tenha ido para casa de familiares, pois no
contexto, ela não poderia aparecer publicamente sem acompanhamento masculino. Na
comunidade primitiva também utilizavam o termo “irmãos do Senhor” para indicar a posição
importante dos primos de Jesus pela honra particular. No proto-evangelho de Tiago há o
relato de que os irmãos do Senhor eram na verdade filhos de José de um primeiro casamento.
Mas muitos teólogos ainda no período patrístico rejeitaram essa ideia sustentando a teoria do
parentesco. Sendo assim, desde o período antigo estava claro aos fiéis que Maria não teve
outros filhos, havendo assim um propósito para tal virgindade.

1.5 – O propósito da virgindade e o papel do matrimônio de Maria e a figura de José


A Santa Igreja afirma que Maria a mãe de Jesus é sempre virgem, isso quer dizer que
Ela é virgem antes do nascimento de Jesus e depois do seu nascimento continua virgem. O
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questionamento teológico não está na sua virgindade antes do nascimento de Jesus, mas
depois do nascimento. Como Ela permaneceu virgem, pois segundo as Escrituras, Maria era
uma mulher prometida em casamento a um homem chamado José; será que ambos não
tiveram outros filhos, pois ter filhos é algo que faz parte do laço matrimonial? Vamos
responder esse questionamento através do magistério da Igreja.
O Evangelho de São Marcos e as epístolas do Novo Testamento não falam sobre a
concepção. Muitos levantaram questionamentos se esse assunto se tratava simplesmente de
lendas ou de construções teológicas sem comprovações históricas. A fé na concepção virginal
de Jesus encontrou intensa rejeição, zombaria ou incompreensões da parte dos não crentes,
judeus e pagãos, como acontece ainda nos dias de hoje entre os opositores da fé Católica.
Muitos falavam que isso era fruto da mitologia pagã ou das crenças que existam no tempo.
No parágrafo 496 do catecismo da Igreja Católica ao tratar da virgindade de Maria diz
que
“Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido
exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Afirmando
também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido “do Espírito Santo,
sem sêmen”. Os Padres veem, na conceição virginal, o sinal de que foi
verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa”. (CIC,
n.496).

Maria se consagrou totalmente a Deus. Santo Agostinho ver na passagem do


Evangelho de são Lucas 1,34 “como vai acontecer isso se não conheço homem” um voto
precedente a Anunciação. A consagração de Maria a Deus acontece livremente da parte dela e
não por ordem divina, para que se possa entender que a imitação de uma vida celestial em
uma criatura humana mortal se faz por voto e não por preceito; por uma de amor e não por
necessidade de serviço. Em Maria Santo Agostinho vê a consagração das virgens por livre
escolha e por voto.
O que aconteceu na vida de Maria foi uma grande manifestação e Revelação de Deus
que ao se revela por meio do Verbo encarnado em um grau de Revelação econômica mais
alto que Deus se revelou para o homem em toda a sua história. “O Verbo se fez carne e abitou
entre nós”. Maria permanece virgem após parto e por toda a sua vida, segundo á Igreja Ela
permaneceu com o seu hímen após o nascimento de Jesus, pois o nascimento não foi uma
ação física ou humana, mas divina.
Remida de modo mais sublime em atenção aos méritos de seu Filho, e unida a Ele por
vínculo estreito e indissolúvel, foi enriquecida com a sublime prerrogativa e dignidade de
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Mãe de Deus Filho, e, portanto, filha predileta do Pai e sacrário do Espirito Santo; com este
dom de graça sem igual, ultrapassa de longe todas as outras criaturas celestes e terrestres.
Em Maria, a mulher imaculada por Deus, não havia concupiscência, Ela não tinha
inclinação para o mal, pois nela não havia o pecado original. A ação de Deus foi tão grande
que supriu todo tipo de atração desejos e vontades que são características próprias do ser
humano. Amor a Deus de todo o coração de toda a alma esse é o sentido mais profundo da
virgindade de Maria.
Segundo o documento Lumen Gentium do Concilio Vaticano II número 63 Maria
“pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai: sem conhecer varão,
mas pelo poder do Espírito Santo, com fé não alterada por nenhuma dúvida, acreditando, qual
nova Eva, não na antiga serpente, mas no mensageiro divino. Deu à luz o Filho, a quem Deus
constituiu primogênito entre muitos irmãos (cf. Rm 8, 29), isto é, entre os fiéis em cuja
geração e formação ela coopera com amor de mãe”.
Para o autor do livro de Introdução à Mariologia
“O matrimonio entre Maria e José é, sem dúvida, único, mas, entretanto, dispõe de
um forte caráter exemplar para o matrimônio cristão, direcionado para Cristo. Maria
é o protótipo da virgem, mas com a maternidade se torna claro que a virgem não se
identifica com uma vida de solteira, pelo fato que Ela esta disponível para a ação de
Deus na sua vida e na Igreja. Ao mesmo tempo, Maria é também o protótipo da mãe,
cuja maternidade não termina com a contribuição biológica, mas deve transcender a
si mesma na abertura para Deus. Deste modo, segundo o autor, Maria enquanto
virgem e Mãe, concretiza até na dimensão corporal a convergência dos dois estados
na Igreja, da virgindade consagrada e do matrimônio”. (HAUKE, 2021, p.179)

Jesus é o Filho único de Maria. A maternidade espiritual de Maria estende-se,


porem, a todos os homens que Ele veio salvar: “Ela gerou seu Filho, do qual Deus
fez “o primogênito numa multidão de irmãos” (Rm 8,29), isto é, entre os fiéis, para
cujo nascimento e educação ela coopera com amor materno. (CIC, n. 501).

A virgindade de Maria é o grande sinal da sua fé em Deus, sem nenhuma dúvida ao


projeto do Pai na sua vida, sinal também da sua total doação à vontade divina. Esta sua
doação total faz ela se tornar a Mãe do Salvador “Bem Aventurada Aquela que acreditou, pois
vai se cumprir o que o Senhor prometeu” Maria é virgem e mãe por ser a grande figura e a
realização mais perfeita da Igreja.
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Referências:
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Vozes, 2000.

CONCÍLIO ECUMÊNICO VATICANO II. Constituição Dogmática Lumen Gentium. In:


Documentos do Concílio Ecumênico Vaticano II. São Paulo: Paulus, 1997.

HAUKE, Manfred. Introdução à mariologia. 1ª ed. Campinas, SP: Ecclesiae, 2021.

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