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CURSO DE TEOLOGIA
2º NPC DE MARIOLOGIA
Ananindeua – PA
2021
DANIEL LOPES NOÉ DA SILVA
DANIEL NASCIMENTO MARTINS
ERENILSON ALVES DA SILVA
JEFERSON VIEIRA FELIX
WESLEY OLIVEIRA DA SILVA
2º NPC DE MARIOLOGIA
Ananindeua – PA
2021
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A VIRGINDADE DE MARIA
hebraica de comparar o nascimento virginal de Jesus com os mitos gregos. Por exemplo,
pegaram os mitos pagãos em que os deuses se uniam com as mulheres humanas. Só que isso
não dava certo, porque o Espírito Santo não é o pai de Jesus. Jesus não é um herói, metade
homem metade Deus, mas Ele é verdadeiro Deus e verdadeiro Homem na totalidade da sua
pessoa.
Na visão moderna, os críticos também implementaram os seus argumentos que se
divergiram entre si. Além disso, a negação do nascimento virginal se tornou habitual no
protestantismo liberal e para o crítico David Friedrich as narrativas bíblicas seriam a
historização de uma ideia contrária aos fatos históricos. Segundo ele, a divindade de Jesus não
dependeria do nascimento virginal e essa ideia viria do helenismo que foi acolhida no seio
cristão. Contudo, observa-se a dificuldade da exegese hebraica em interpretar Isaías (7, 14), e
há fatos históricos que confirmam a não aceitação de Jesus vindo de Deus.
Procuraram explicar a mensagem neotestamentária sobre o nascimento virginal de
Jesus e a literatura liberal propunha as mais variadas hipóteses. O interessante é que a única
hipótese excluída era aquela da verdade histórica. Entre tantos fatos contraditórios chegaram
até a falar que os cristãos foram os que inventaram a origem virginal de Jesus, isso para
Ethelbert Stauffer.
Entretanto, todas essas teses racionalistas para explicar a mensagem bíblica se
neutralizaram por falta de argumentos sólidos. Só que a partir dos anos 60 essas teorias
racionalistas começaram a ser cultivadas dentro da própria Igreja Católica causando muita
confusão. Mas, o Magistério da Igreja procurou defender o mistério da nossa fé.
A Igreja confessou que Jesus foi concebido no seio da Virgem Maria somente pelo
poder do Espírito Santo. Assim, o Filho de Deus assumiu a nossa humanidade. E foi afirmada
a concepção virginal de Jesus. Pois, Deus toma a iniciativa para se revelar ao homem por
meio da encarnação no Verbo. O nascimento virginal indica um novo início na história da
salvação, e Jesus com o seu nascimento prepara o dom da filiação divina no batismo, uma
vida nova ao homem para que ele se santifique. Portanto, o homem é chamado a participar na
vida divina pelo mediador que é Jesus Cristo. Ele elimina todo o pecado com a sua graça que
é concedida ao homem.
Sobre a concepção virginal, a virgindade de Maria manifesta que Jesus só tem Deus
por Pai. Além disso, a virgindade de Maria implica a sua doação total a Deus, isto é, entrega
total sem reservas a vontade divina. Sua virgindade é um exemplo para os casais e para toda a
Igreja que é pura e é mãe que cuida de seus filhos, sendo fiel ao projeto de Deus auxiliada
pelo Espírito Santo para viver na caridade rumo a eternidade.
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questionamento teológico não está na sua virgindade antes do nascimento de Jesus, mas
depois do nascimento. Como Ela permaneceu virgem, pois segundo as Escrituras, Maria era
uma mulher prometida em casamento a um homem chamado José; será que ambos não
tiveram outros filhos, pois ter filhos é algo que faz parte do laço matrimonial? Vamos
responder esse questionamento através do magistério da Igreja.
O Evangelho de São Marcos e as epístolas do Novo Testamento não falam sobre a
concepção. Muitos levantaram questionamentos se esse assunto se tratava simplesmente de
lendas ou de construções teológicas sem comprovações históricas. A fé na concepção virginal
de Jesus encontrou intensa rejeição, zombaria ou incompreensões da parte dos não crentes,
judeus e pagãos, como acontece ainda nos dias de hoje entre os opositores da fé Católica.
Muitos falavam que isso era fruto da mitologia pagã ou das crenças que existam no tempo.
No parágrafo 496 do catecismo da Igreja Católica ao tratar da virgindade de Maria diz
que
“Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido
exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Afirmando
também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido “do Espírito Santo,
sem sêmen”. Os Padres veem, na conceição virginal, o sinal de que foi
verdadeiramente o Filho de Deus que veio numa humanidade como a nossa”. (CIC,
n.496).
Mãe de Deus Filho, e, portanto, filha predileta do Pai e sacrário do Espirito Santo; com este
dom de graça sem igual, ultrapassa de longe todas as outras criaturas celestes e terrestres.
Em Maria, a mulher imaculada por Deus, não havia concupiscência, Ela não tinha
inclinação para o mal, pois nela não havia o pecado original. A ação de Deus foi tão grande
que supriu todo tipo de atração desejos e vontades que são características próprias do ser
humano. Amor a Deus de todo o coração de toda a alma esse é o sentido mais profundo da
virgindade de Maria.
Segundo o documento Lumen Gentium do Concilio Vaticano II número 63 Maria
“pela sua fé e obediência, gerou na terra o próprio Filho de Deus Pai: sem conhecer varão,
mas pelo poder do Espírito Santo, com fé não alterada por nenhuma dúvida, acreditando, qual
nova Eva, não na antiga serpente, mas no mensageiro divino. Deu à luz o Filho, a quem Deus
constituiu primogênito entre muitos irmãos (cf. Rm 8, 29), isto é, entre os fiéis em cuja
geração e formação ela coopera com amor de mãe”.
Para o autor do livro de Introdução à Mariologia
“O matrimonio entre Maria e José é, sem dúvida, único, mas, entretanto, dispõe de
um forte caráter exemplar para o matrimônio cristão, direcionado para Cristo. Maria
é o protótipo da virgem, mas com a maternidade se torna claro que a virgem não se
identifica com uma vida de solteira, pelo fato que Ela esta disponível para a ação de
Deus na sua vida e na Igreja. Ao mesmo tempo, Maria é também o protótipo da mãe,
cuja maternidade não termina com a contribuição biológica, mas deve transcender a
si mesma na abertura para Deus. Deste modo, segundo o autor, Maria enquanto
virgem e Mãe, concretiza até na dimensão corporal a convergência dos dois estados
na Igreja, da virgindade consagrada e do matrimônio”. (HAUKE, 2021, p.179)
Referências:
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Vozes, 2000.