Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
NÚMERO 28
Maio/Ago 2009
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
ASPHE
Presidente: Maria Stephanou
Vice-Presidente: Beatriz Daudt Fischer
Secretário: Claudemir de Quadros
História da Educação
Número avulso: R$ 15,00
Single Number: U$ 10,00 (postage included).
História da Educação / ASPHE (Associação Sul-Rio-Grandense
de Pesquisadores em História da Educação) FaE/UFPel. n. 28
(Maio/Ago 2009) - Pelotas: ASPHE - Quadrimestral.
ISSN 1414-3518
v. 1 n. 1 Abril, 1997
1. História da Educação - periódico I. ASPHE/FaE/UFPel
CDD: 370-5
Indexação:
CLASE (Citas Latinoamericas em Ciências Sociales y Humanidades)
Bibliografia brasileira de Educação – BBE.CIBEC/INEP/MEC
EDUBASE (FE/UNICAMP)
3
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................... 5
Resenha
FARIA FILHO, Luciano Mendes de (org.). Pensadores Sociais
e História da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. 311p.
Gisele Francisca da Silva Carvalho.............................................................241
Documento
Reforma João Luiz Alves (conhecida por Lei Rocha Vaz)
Decreto Nº 16.782 A – de 13 de Janeiro de 1925 ......................................253
Boa Leitura
Os editores
Resumo
Há um fosso crescente entre as análises as mais sutis que os
historiadores propõem para compreender o passado da educação
francesa, e os parâmetros de referência que oferece a produção
memorial para situar a escola atual em relação ao passado. O artigo
propõe algumas explicações para essa discrepância, que dizem respeito
às mudanças recentes no sistema educativo, nas condições em que
operam os historiadores da educação, e da evanescência de dois
quadros de análise há muito tempo paradigmáticos: as classes sociais
e a nação.
Palavras-chave: Historiografia da educação; Educação na França;
Cultura profissional dos professores.
1
Artigo especialmente escrito para publicação na revista História da Educação.
2
“A memória é tão mentirosa como a imaginação, e bem mais perigosa, com seu
pouco ar de estudiosa”. Françoise Sagan.
3
Pascal Blanchard, Isabelle Veyrat-Masson (Dir.): Les guerres de mémoires. La
France et son histoire. Enjeux politiques, controverses historiques, stratégies
médiatiques. Paris, La Découverte, 2008. Pascal Blanchard, Marc Ferro, Isabelle
Veyrat-Masson (Dir.): “Les guerres de mémoire dans le monde”. Número
especial da revista Hermès, 2008.
4
Maurice Halbwachs: La mémoire collective. Paris, PUF, 1950 et Les Cadres
sociaux de la mémoire. Paris, PUF, 1952.
5
Roger Chartier, Jacques Le Goff, Jacques Revel (Dir.): La nouvelle histoire.
Paris, Retz, 1978.
6
Jacques Le Goff: Histoire et mémoire. Paris; Gallimard, 1988 (1ère éd. Italienne:
1977-1982).
7
Os Camisards são os protestantes de Languedoc, no sul da França, perseguidos
por Luís XIV e que mantiveram uma guerrilha contra ele no fim de seu reinado.
P. Joutard estudou a maneira que as lembranças desses perseguidos se
transmitiram até os nossos dias. P. Joutard: La légende des Camisards: une
sensibilité au passé. Paris, Gallimard, 1977
8
Antoine Prost: Les anciens combattants et la société française, 1914-1939.
Paris, Presses de la FNSP, 1977, 3 vol.
9
André Burguière: Bretons de Plozevet. Paris, Flammarion, 1975. Cf. O balanço
retrospectivo apresentado durante o colóquio “Les grandes enquêtes
pluridisciplinaires des années 1960-1970 en France: bilans et perspectives”,
ocorrido na Universidade de Brest, nos dias 16 e 17 de maio de 2008, cujos
anais estão em preparação.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 9-28, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
13
10
Pierre Nora: Les lieux de mémoire. Paris, Gallimard, 1984-1992, 7 vol.
11
Fernand Braudel: L’identité de la France. Les hommes et les choses. Paris,
Flammarion, 1986, 2 vol.
12
Maurice Crubellier: Histoire culturelle de la France. XIXe-XXe siècles. Paris,
Colin, 1974. Marc Ferro: Comment on raconte l’histoire aux enfants à travers le
monde. Paris, Payot, 1986. Os estudos consagrados depois desse tema inúmeros.
Cf. A Bibliografia da história da educação francesa no endereço eletrônico
www.inrp.fr/she/bhef.
13
Pierre Nora, op. cit, t. II.
14
Jacques Ozouf: Nous, les maîtres d’école. Autobiographies d’instituteurs de la
Belle Epoque. Paris, Gallimard, 1967.
15
Pierre Jakez Hélias: Le cheval d’orgueil. Mémoires d’un Breton du pays bigouden.
Paris, Plon, 1975. Id: Le quêteur de mémoire. Paris, Plon, 1990. Emilie Carles:
Une soupe aux herbes sauvages. Paris, Robert Laffont, 1977. E. Carles é
professora primária, P.J. Hélias professor da escola normal; sobre esse último, ver
Jean-Luc Le Cam: “Le parcours de Pierre-Jakez Hélias vu par l’historien de
l’éducation ou La mythologie de l’école républicaine” in: J.-L. Le Cam (Dir.):
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 9-28, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
14
Hélias et les siens. Helias hag e dud. Brest, Université de Bretagne occidentale,
2001, pp. 87-113.
16
Philippe Lejeune: “Les instituteurs du XIXe siècle racontent leur vie”, suivi
d’un “Répertoire des autobiographies écrites en France au XIXe siècle: vies
d’instituteurs”, Histoire de l’éducation, janvier 1985, pp. 53-104.
17
Mona Ozouf: La classe ininterrompue. Cahiers de la famille Sandre, enseignants,
1780-1960. Paris, Hachette, 1979.
18
O nascimento da história oral é recordado em Florence Descamps: L’historien,
l’archiviste et le magnétophone. De la constitution de la source orale à son exploitation.
Paris, Comité pour l’histoire économique et financière de la France, 2001.
19
Marie-Thérèse Frank: “Pour une histoire orale de l’éducation en France
depuis 1945”, Histoire de l’éducation, janvier 1992, pp. 13-40.
20
A revista Histoire de l’éducation consagrou, entre 1990 e 1992, vários boletins
críticos às publicações sobre essas comemorações que ocorreram. Encontra-se
uma série de reflexões sobre o fenômeno comemorativo em Maurice Agulhon et
alii: 1789. La commémoration. Paris, Gallimard, 1999.
21
Segundo a expressão citada por Maurice Crubellier, La mémoire des Français.
Recherches d’histoire culturelle. Paris, Veyrier, 1991.
22
Desde o fim dos anos de 1970, os diários femininos foram naturalmente
objeto de edições acadêmicas, como o de Caroline Brame, do Segundo Império,
editado por Michelle Perrot e Georges Ribeill (Paris, Montalba, 1985). Quanto à
memória oral de mulheres, ela é de hoje em diante julgada «indispensável a toda
pesquisa da história viva do nosso século». Cf. a brochura Histoire orale et histoire
des femmes. Table ronde, 16 octobre 1981, Paris, IHTP-CNRS, 1982.
23
Em 5 janeiro de 2009, essa expressão aparece 2070 vezes, em uma pesquisa
feita na internet no Google…
24
Cf., por exemplo, Marie-Madeleine Compère, Philippe Savoie: “L’histoire de l’école
et de ce qu’on y apprend”, Revue française de pédagogie, juillet 2005, pp. 107-146.
25
Françoise Chandernagor: “Historiens, changez de métier!” L’histoire, février
2007, pp. 54-61. desde então, e sob a pressão dos historiadores, um relatório
parlamentar intitulado “Rassembler la nation autour d’une mémoire partagée”,
diferido em 18 novembro de 2008, recomendou por fim a votação das leis
memorialísticas no parlamento.
26
Segundo a expressão de Charles Péguy designando os jovens estudantes
dasescolas normais de professores primários (L’Argent, 1913), e que é desde
então ritualmente citado.
27
Paralelamente à esses níveis de decisão tradicionais (Ministério, academias ou
departamento, estabelecimentos), o sistema educativo francês compreende
também as «zonas», as «redes» ou os «polos» de extensão e de natureza diversa; ao
contrário, as instâncias ou organizações internacionais (Comunidade Européia,
OCDE, universidade de Shanghai…) introduzem nesse sistema de
recomendações ou de princípios de avaliação, classificação, que dissipam
amplamente a iniciativa dos responsáveis pela educação nacional.
28
Sobre as aspirações da classe operária, ver por exemplo Georges Duveau: La
pensée ouvrière sur l’éducation pendant la Seconde République et le Second Empire.
Paris, Domat-Montchrétien, 1947; Maurice Dommanget: Les Grands socialistes
et l’éducation. Paris, Colin, 1970; Jean Jaurès: De l’éducation. Anthologie. Introd.
de Gilles Candar. Paris, Syllepse, 2005. Do mesmo modo ou inversamente, os
historiadores são seguidamente apegados a mostrar – de uma maneira mais ou
menos convincente segundo nós, mas pouco importa: ao menos a discussão é
possível – a resistência especificamente opõe para camponeses à escolarização de
seus filhos, até o século XIX inclusive. Quanto à sobredeterminação religiosa das
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 9-28, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
20
31
Pierre Caspard: “A profissão docente – entre historia e memória. Uma
pesquisa em um Instituto Francês de formação de professores”. Historia da
educação, setembro 2002, pp. 5-16.
32
Encontramos uma amostra de que isso é um verdadeiro memorial vulgar
percorrendo algumas… 80 000 citações da expressão «pane da ascensão social» as
quais se encontra na pesquisa realizada no Google no início de 2009.
33
Montesquieu: Lettres persanes, 1721. Um estudo de caso concernente a esse
período em Pierre Caspard: “L’école, les ouvriers et les ouvrières. Quel ascenseur
social au Siècle des Lumières?” (a publicar, início de 2009).
34
Citado por Antoine Prost: Douze leçons sur l’histoire. Paris, Seuil, 1996.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 9-28, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
26
35
É o caso daqueles que permanecem em 2009, os très manuais de base, isto é,
Antoine Prost: L’enseignement en France, 1800-1967. Paris, Colin, 1968; Roger
Chartier, Marie-Madeleine Compère, Dominique Julia: L’éducation en France du
XVIe au XVIIIe siècle. Paris, SEDES-CDU, 1976; Louis-Henri Parias (Dir.):
Histoire générale de l’enseignement et de l’éducation en France. Paris, Nouvelle
Librairie de France, 1981, 4 vol; o fato desses quatro últimos volumes ainda
serem editados no formato de livro de bolso, sem mudança de seu conteúdo,
expressam a dificuldade de redigir novas sínteses integrando as aquisições da
pesquisa depois de um quarto de século.
36
Testemunho de uma observação feita em 31 de dezembro de 2008 em uma das
mais importantes livrarias de Paris, la FNAC-Italie. A estante « pedagogia »
apresenta pelo menos doze obras « memoriais », alternando luxuosamente, para a
maioria, fotos, documentos e ilustrações de época em papel couché colorida e com
capa encadernada; os títulos são evocadores: Le temps de l’encre, Sur les murs de la
classe, Les écoliers d’hier et leurs instituteurs, Carnets de dictées, Carnets de leçons de
choses, Cahiers de l’école rurale, Cahiers de récitations, Cahiers de mathématiques, Nos
années baccalauréat, Paroles d’enfance, Mémoire de maîtres, paroles d’élèves, Manuel de
l’instituteur primaire. 1831. A maioria remete aos anos de 1880 à 1950. Esses
álbuns estão próximos a outras quinze obras de reflexão sobre a escola, os quais
afirmam – para resumir o título ou o espírito – que ela está abandonada, em
questão, sob influência, louca, acabada, desprovida de sentido, cretinismo, ineficaz,
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 9-28, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
27
*
* *
As condições nas quais se escreve hoje a história da
educação são problemáticas. De um lado, não param de
multiplicar seus temas ou objetos de pesquisa e de afinar seus
métodos de análise, procurando por sua vez uma legitimidade
inédita no interior do campo de pesquisa histórica como aos olhos
das ciências sociais vizinhas. Por outro lado, há um afastamento
Resumo
Este artigo tem como objetivo reunir parte da bibliografia sobre os
negros na historiografia educacional tentando destacar as principais
características da produção que ocorre nesta área. Confere destaque a
um posicionamento que mais recentemente começa a reivindicar a
constituição de uma dimensão particular da historiografia e que
deveria se constituir como uma história da educação dos negros. O
artigo procura demonstrar os riscos inerentes a este tipo de operação
no âmbito da historiografia educacional brasileira e defende a
necessidade de uma mudança de postura dos historiadores no sentido
de integrar de forma plena os negros à história da educação.
Palavras-chave: história da educação; negros; bibliografia;
historiografia
Introdução
1
A história da escravidão passa por um processo de mudança em relação às
perspectivas teóricas que o orientam os pesquisadores que atuam neste campo.
Dentre elas, destaca-se a tentativa de recuperar a dimensão subjetiva dos
trabalhadores escravizados. Neste sentido, a inserção dos escravos na cultura
letrada é utilizada como uma forma de caracterização das apropriações realizadas
pelos indivíduos que se encontravam ligados à escravidão.
2
É preciso chamar a atenção para o fato de que estes trabalhos se referem aos
séculos XIX e XX e que não encontramos pesquisas em relação aos períodos
anteriores. Isto indica a necessidade de se empreender um esforço maior para que
os períodos anteriores se tornem objeto das análises que consideram as relações
entre os negros e a educação.
3
Uma das exceções encontra-se no Rio Grande do Sul, onde, segundo
MOACYR (1940, p. 431), foi estabelecido em 1837 que “são proibidos de
freqüentar as escolas públicas: 1o. as pessoas que padecerem de moléstias
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 29-59, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
50
5
Este procedimento em torno da reivindicação de uma dimensão particular da
historiografia assemelha-se àquele que tem sido acionado para legitimar as
políticas de ação afirmativa, cujo objetivo é o estabelecimento de regras dirigidas a
um grupo específico com objetivo de combater o padrão de desigualdade racial
que marca a sociedade brasileira. Mas, deve-se considerar que o que vale para o
mundo da política não necessariamente tem validade no campo da epistemologia.
A dimensão política e a epistemológica estão relacionadas, mas, a rigor, são de
natureza distinta, pois, enquanto a primeira esta relacionada com as questões que
se referem à construção da igualdade, a segunda está relacionada com as questões
que se referem ao problema da verdade.
Considerações finais
Referências
Resumen
Comenius es un testigo impotente de las guerras de religión que
alterar su tiempo; por esta razón trató de solucionar esta terrible
situación de una manera intelectual, la forma de la cultura y de la
ciencia, que tenía la intención de realizar en un «simple» la siguiente
manera: la enseñanza de todo a todo el mundo, es decir, dar a todos
la posibilidad de la alfabetización. Hombres y mujeres, ricos y pobres,
cada pueblo debe tener la oportunidad de instrucción. La forma en
que concibió la idea de la educación para todos derivados de una
sugestiva visión de la alfabetización universal. Él tenía grandes
expectativas: a) las expectativas técnicas (que quería enseñar todo a
todos de una forma simple, rápida y segura), b) las expectativas
cognitivas (la alfabetización es la única manera de descifrar la
naturaleza racional y el mundo en general), c) ética expectativas (este
proceso tiene como objetivo transformar al hombre en un verdadero
hombre, es decir, un hombre sabio, con el objetivo final de poner fin
a todas las guerras). La alfabetización es el principio base de la
educación universal, por lo que es lo que puede distinguir al hombre
del animal: el hombre gracias a la alfabetización puede hacer su deber
de perfeccionar su mente racional, que comparte con Dios. A partir
de esta ideas Comenius también quería lograr su sueño de la paz
universal: el hombre en materia de alfabetización no sólo descubrir su
naturaleza divina, sino que también podría darse cuenta de ello
vinculado a cada hombre. Para desarrollar este proceso, el principio
fue la atención que debe darse a la educación, que es la única garantía
de la alfabetización universal. Desde este punto de vista, la
alfabetización no sólo significa enseñar el alfabeto, sino dar a todos la
posibilidad de compartir un ideal alfabético mundo, una especie de
«utopía», que todos puedan alcanzar solamente a través de la palabra:
si todo el mundo-gracias a la razón - puede compartir este mundo
ideal, intelectual, pacífica y debate en todo el mundo y, finalmente,
sustituir definitivamente a la utilización de las guerras.
Palabras clave: Comenio, pansofia, alfabetización, cultura
1
Comenio, La via della luce [El camino de la luz], Tirrenia-Pisa, Del Cerro,
1992, pp. 3-4.
2
Comenio, La Grande Didattica [La Gran Didactica], Firenze, La Nuova Italia,
1993, p. 99.
3
Ibidem, p. 91.
4
Cfr. Comenio, Il mondo sensibile [Mundo visible en dibujos], Napoli, Tecnodid,
1994.
5
Comenio, La Grande Didattica, cit., pp. 527-529.
2 El mundo alfabético
6
Para poder profundizar la idea educativa de mundo en comun come eje de la
relacion educativa y como objeto especifico de la didactica cual elemento
estructural de la ciencia de la educación, remito a A. Avanzini, Didactica. Teoria e
prassi [Didactica. Teoria y praxis], Tirrenia-Pisa, Edizioni Del Cerro, 2006 e A.
Avanzini, L’educazione attraverso lo Specchio [La educación atraves del Espejo],
Milano, Franco Angeli, 2008.
7
Comenio, La via della luce, cit., p. 113.
8
Con relacion al tema de la pansofia remito a A. Avanzini, La Pansofia.
Comenio, en L. Bellatalla, G. Genovesi (a cargo de), Storia della pedagogia.
Questioni di metodo e momenti paradigmatici [Historia de la Pedagogia. Cuestion
de metodo y momentos paradigmaticos], Firenze, Le Monnier, 2006.
9
Comenio, La via della luce, cit., pp. 124-125.
10
Ibidem, p. 503.
11
Comenio, La via della luce, cit., p. 119.
12
Ibidem, p. 143.
13
Ibidem, p. 142.
14
Ibidem, p. 142-143.
15
Ibidem, p. 149.
16
Ibidem, p. 150.
Resumo
Este trabalho trata da relação percebida entre os discursos
pronunciados pelos dirigentes maiores da educação brasileira, no
período de 1930 a 1945, os quais explicitaram os pressupostos da
política educacional então vigente, e os manuais didáticos de leitura
utilizados nas escolas primárias do Rio Grande do Sul. Buscou-se
perceber o papel por eles desenvolvidos na construção do ideário
legitimador do modelo sócio-econômico e político, à época, bem
como do imaginário coletivo que respaldou a consolidação desse
modelo. Através de categorias teóricas que sistematizaram as
informações, percebemos o universo de valores transmitidos às
crianças das escolas primárias, preparando-as para a sua inserção
ordeira e disciplinada na sociedade de então.
Palavras-chave: Livros de leitura; Rio Grande do Sul; Política
educacional.
Introdução
1
Esclarecemos que, em todas as citações que estamos apresentando nesse
trabalho, os grifos são nossos e estão sendo utilizados para ressaltar não apenas
elementos relevantes dos conteúdos escolhidos, mas, também, para permitir a
percepção da articulação entre as diferentes categorias teóricas que escolhemos
para organizar as informações coletadas.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 79-104, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
85
3 Os livros de leitura
como instrumento da política educacional
Considerações finais
Referências
Resumo
Este texto se propõe a discutir as políticas para a instrução na
Província de Minas Gerais, entre 1850 a 1889. Para isso utilizamos
como principal fonte de pesquisa a legislação educacional produzida
no período recortado. É através deste manancial que identificamos as
concepções de educação do governo mineiro na segunda metade do
século XIX. Tais documentos foram fundamentais para a
compreensão de importantes facetas das políticas provinciais para a
instrução, tais como à profissão docente e às escolas normais; a
organização administrativa; a instrução pública e particular dentre
outras apontadas e discutidas ao longo trabalho.
Palavras-chave: Instrução; Século XIX; Minas Gerais, Legislação.
Introdução
1 Legislação
1
FARIA FILHO, L. M. de. O Processo de Escolarização em Minas Gerais:
Questões Teórico-metodológicas e Perspectivas de Análise. In.: História e
Historiografia da Educação no Brasil. VEIGA, C., FONSECA, T. N. de L. e.
(orgs.). Belo Horizonte: Autêntica, 2003b. p. 80.
2
FARIA FILHO, L. M. de. Instrução Elementar no século XIX. In: LOPES,
E. M. T., FARIA FILHO, L. M. de, VEIGA, C. G. (orgs.). 500 Anos de
Educação no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003a. p. 137.
3
BUENO, J. A. P. Direito Público Brasileiro e Análise da Constituição do Império.
Brasília: Senado Federal, 1978.
4
FARIA FILHO, L. M. de. A Legislação Escolar como Fonte para a História
da Educação: Uma tentativa de Interpretação. In: VIDAL, D. G. GONDRA, J.
G., FARIA FILHO, L. M. de, DUARTE, R. H. Educação, Modernidade e
Civilização: Fontes e Perspectivas de Análise. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
5
FARIA FILHO, Luciano Mendes de. O Processo de Escolarização em Minas
Gerais: Questões Teórico-metodológicas e Perspectivas de Análise. In: VEIGA,
C. G., FONSECA, T. N. de L. (orgs.). Historia e Historiografia da Educação no
Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
6
Idem. Ibidem. p. 82.
Leis, Regulamentos e
Presidentes Ano
Portarias
Portaria n.º 65 24 de outubro de 1857
Portaria n.º 67 06 de novembro de 1857
Portaria n.º 68 20 de novembro de 1857
Portaria n.º 70 21 de novembro de 1857
Portaria n.º 71 14 de dezembro de 1857
Regulamento n.º 41 16 de maio de 1857
Portaria n.º 37 21 de junho de 1858
Portaria n.º 64 17 de setembro de 1858
Carlos Carneiro Campos Portaria n.º 74 27 de outubro de 1858
Portaria n.º 89 e 92 17 de dezembro de 1858
Regulamento n.º 44 03 de abril de 1859
Lei n.º 1.064 04 de outubro de 1860
Vicente Pires da Mota
Regulamento n.º 49 04 de outubro de 1860
José da Costa Machado e
Regulamento n.º 56 10 de maio de 1867
Sousa
José Maria Corrêa de Sá e
Lei n.º 1.618 02 de novembro de 1869
Benevides
Antonio Luiz Affonso de Lei n.º 1.769 04 de abril de 1871
Carvalho Regulamento n.º 60 26 de abril de 1871
Joaquim Pires Machado
Regulamento n.º 62 11 de abril de 1872
Portela
Joaquim Floriano de Regulamento n.º 65 14 de agosto de 1872
Godói Lei n.º 1892 17 de julho de 1872
Pedro Vicente de Azevedo Lei n.º 2.166 20 de novembro de 1875
Lei n.º 2.228 14 de junho de 1876
Barão Vila da Barra Regulamento n.º 75 16 de setembro de 1876
Regulamento n.º 77 03 de novembro de 1876
Manoel José Gomes Regulamento n.º 84 21 de março de 1879
Rebello Horta Lei n.º 2.543 06 de dezembro de 1879
Lei n.º 2.634 07 de janeiro de 1880
Joaquim José de
Regulamento n.º 88 13 de janeiro de 1880
Sant’Anna
Regulamento n.º 90 18 de novembro de 1880
João Florentino Meira de Regulamento n.º 96 07 de dezembro de 1881
Vasconcelos Regulamento n.º 93 29 de julho de 1881
Regulamento n.º 98 20 de abril de 1883
Antonio Gonçalves
Lei n.º 3.118 18 de outubro de 1883
Chaves
Regulamento n.º 100 19 de junho de 1883
Fonte: Fonte: ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis,
Resoluções e Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 105-133, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
115
Estrutura Administrativa
7
Aos Delegados competia visitar as escolas públicas pelo menos uma vez ao mês,
impedir o funcionamento de escolas particulares ilegais, fazer executar através dos
professores as leis e regulamentos da Província, entre outras atribuições.
2 Recursos Financeiros
8
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis, Resoluções e
Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols.
Regulamento n.º 41 de 16 de maio de 1857.
9
O cargo d Diretor Geral da Instrução Pública foi criado pelo Regulamento n.º
28 de 10 de janeiro de 1854. Era subordinado apenas ao Presidente da Província
e se correspondia entre o Presidente, os Diretores dos Círculos e Diretores de
estabelecimentos de instrução primária e secundária.
10
E cada paróquia havia um Visitador nomeado pelo Presidente da Província e
sob proposta do Diretor Geral. A ele incumbia visitar as aulas de sua paróquia
semanalmente, autorizar o pagamentos dos ordenados dos professores, averiguar
os procedimentos dos professores, alugar casas para as aulas, inventariar os
utensílios e objetos das escolas de sua paróquia e conferir o julgamento dos
professores.
11
Cargo criado pelo Regulamento n.º 28 de 10 de janeiro de 1854. Haveria em
cada Círculo Literário em Diretor de Círculo, nomeados pelo Presidente da
Província, sendo eles o centro de toda a correspondência entre os Professores, os
Visitadores do seu Círculo e o Diretor Geral.
12
FARIA FILHO, L. M. de. A Legislação Escolar como Fonte para a História
da Educação: Uma Tentativa de Interpretação. In.: VIDAL, D. G., GONDRA,
J. G., FARIA FILHO, L. M. de, DUARTE, R. H. Educação, Modernidade e
Civilização: Fontes e Perspectivas de Análise. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
p. 117.
13
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis, Resoluções e
Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols.
Regulamento n.º 44 de 03 de abril 1859. Microfilme. Caixa n.º 2 (1852-1860)
flash 8.
14
Os Conselhos Paroquiais foram criados pelo Regulamento n.º 62 de 11 de
abril de 1872 Eram compostos pelos Inspetores Paroquiais, o Pároco, 1º Juiz de
Paz e dois pais de família. Se reuniriam uma vez em cada trimestre e seriam
responsáveis por auxiliar na fiscalização das escolas.
15
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis, Resoluções e
Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols. Portaria de
31 de Março de 1854. Microfilme. Caixa n.º 2 ((1852-1860), flash 3.
4 Métodos de Ensino
16
CARVALHO, J. M. de. A Construção da Ordem/Teatro de Sombras. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
5 Escolas Particulares
17
INÁCIO, M. S., ROSA, W. M., SALES, Z. E. S. de, FARIA FILHO, L.
M. de. Escola, Política e Cultura: A Instrução Elementar nos Anos Iniciais do
Império Brasileiro. Belo Horizonte: Argvmentvem, 2006.
18
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis, Resoluções e
Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols.
Regulamento n.º 28 de 10 de janeiro de 1854. Microfilme. Caixa n.º 2 (1852-
1860), flash 3.
19
ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (APM). Coleções de Leis, Resoluções e
Regulamentos da Província de Minas Gerais (1835-1889). 55 vols.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 105-133, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
126
6 Magistério
20
ROSA, W. M. Representações da Profissão Docente em Minas Gerais (1825-
1852). In: GOUVÊA, M. C. S. de, VAGO, T. M. Histórias da Educação:
Histórias de Escolarização. Belo Horizonte, 2004. p. 21.
7 Escolas Profissionalizantes
21
PAULA, J. A. de. Raízes da Modernidade em Minas Gerais. Belo Horizonte:
Autêntica, 2000. SARAIVA, L. F. Estrutura de Terras e Transição do
Trabalho em um Grande Centro Cafeeiro, Juiz de Fora 1870-1900. Anais do X
Seminário sobre a Economia Mineira. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG,
2002.
Considerações Finais
22
SIMÃO, A. L. Minas Gerais e o Congresso Agrícola de 1878: Demandas,
Temores e Percepções dos Produtores Rurais Mineiros. Anais do XI Seminário
sobre Economia Mineira. Belo Horizonte: CEDEPLAR/UFMG, 2004. p. 20.
Fontes
Referências
Resumo
A presente investigação tem por objetivo reconstruir as diferentes
tradições que deram sentido ao trabalho docente. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, realizada em textos de história da educação e de
filosofia com caráter interdisciplinar. O método de investigação é a
hermenêutica de Gadamer. O método se desenvolve pela
interpretação e compreensão dos textos, buscando realizar a fusão de
horizontes entre as diversas tradições e a atualidade. Elaborou-se uma
descrição compreensiva do trabalho do professor desde a antigüidade
até os dias atuais. Foi possível constatar a emergência de antigos
significados que assumiram novas dimensões na atualidade.
Palavras-chave: Tradições; Trabalho do professor; Crise do trabalho
docente; Mundo da vida e sistema.
1 Introdução
1
Esta pesquisa contou com a apoio do Fundo de Amparo a Pesquisa da
Universidade de Santa Cruz do Sul.
2 Discussão metodológica
2
BASTOS traduziu um artigo de CASPARD intitulado A profissão docente –
entre história e memória – Uma pesquisa em um instituto francês de formação
de professores. Revista de História da Educação. Pelotas, v. 6, n. 12, set. 2002,
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 135-157, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
141
3
Segundo Gilles (1987, p. 45): “a classe dos escribas aumenta em número, até
se tornar o setor mais importante e erudito da sociedade judaica. Trata-se de uma
ordem de leigos aberta a homens de várias profissões literárias, classe que assumiu
a incumbência de instruir os jovens e prepara-los para os deveres escribais.”
4
Sobre a concepção sagrada da atividade do professor cristalizada na Idade Média
Manacorda (1996, p. 142) faz a seguinte descrição: “Quanto às escolas do clero
secular, originariamente o mestre era o bispo (ou, nas paróquias, o pároco), mas
logo esta tarefa foi por eles transferida para um scholasticus ou magischola. Este
foi um cargo cuja dignidade cresceu com o tempo, tanto que o magischola acabou
assumindo na Igreja funções mais elevadas, transmitindo, através de uma espécie
de investidura, a função de ensinar a um seu substituto, o proscholus.”
5
Ver a esse respeito “Ciberprofessor: novas tecnologias, ensino e trabalho
docente” de Eucídio Arruda, 2004, p. 113 a 127, texto resultante de dissertação
de mestrado em que o autor chega à conclusões semelhantes.
6
Sobre o educador nos tempos homéricos, ver Manacorda (1996, p. 41-46).
7
Há uma enorme gama de educadores na Grécia Antiga (MARROU, 1975): a)
nos estudos “primários”: mestre escola, educação física e artes (diversas
modalidades: lira, canto, desenho etc); b) nos estudos secundários: gramático e de
matemáticas (diversos: para geometria, aritmética, astronomia etc); c) ensino
superior: retóricos (sofistas), filósofos, professores de medicina etc. Além destes
profissionais há a figura do pedagogo que é um escravo culto que é responsável
pela educação moral da criança.
Ainda, segundo Marrou (1975, p. 232) na antigüidade, o mestre de primeiras
letras é alguém muito apagado para que a família pense em confiar-lhe, como o
faz tão freqüentemente hoje, a responsabilidade da educação. Se alguém, que não
os pais, recebe esta missão, é decerto o pedagogo: um simples escravo, sem
dúvida, mas que pelo menos pertence à casa e que, através do contato quotidiano,
pelo exemplo se possível, em todo caso através dos preceitos e de uma vigilância
atenta, contribui para a educação, e sobretudo para a educação moral,
incomparavelmente superior às aulas puramente técnicas do "gramatista".
8
Segundo Marrou (1975), “o ofício de mestre-escola permanece, durante tôda a
Antigüidade, um ofício humilde, bastante desprezado, que serve para desacreditar
aquêles como Ésquilo ou Epicuro, cujo pai foi constrangido a praticá-lo. (p. 229)
(...) Ofício pago, e, o que é pior, mal pago: os documentos mais precisos a êsse
respeito são as cartas epigráficas de Miletoe de Teos: a primeira fixa o salário dos
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 135-157, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
146
la. A Academia era, pois, ao mesmo tempo, uma Escola de Altos Estudos e um
instituto de educação.
12
Do mesmo modo, se o imperador dota cadeiras professorais, é ainda como
evérgeta, em sua boa cidade de Roma, nesta Atenas que é, para todo letrado, uma
segunda pátria. Suetônio relaciona a fundação das primeiras cadeiras estatais ao
conjunto das iniciativas que mostram em Vespasiano um mecenas, um
esclarecido protetor das letras e das artes. Do mesmo modo, Adriano aparece-nos
menos como um soberano preocupado com a reforma do ensino que como um
mecenas, outorgando pensões a retóricos célebres, favores e facilidades legais à
confraria epicuréia de Atenas. (MARROU, 1975, p. 465)
13
Muito cedo, ao lado desta preceptoria particular, no seio das grandes famílias,
apareceu um ensino público do grego, ministrado em verdadeiras escolas:
Andrônico já ensina, simultâneamente domi forisque, como preceptor e como
mestre-escola. Ao lado de alforriados estabelecidos por conta própria, havia
escravos cujos proprietários lhes exploravam os talentos pedagógicos: um escravo
capaz de ensinar era uma boa renda (Catão bem o sabia) e sobressaía no mercado.
Nem todos os professôres de grego eram de origem servil: Ênio, por exemplo,
nascido num município aliado de Messápia. A existência de uma clientela ansiosa
por aprender logo atraiu à capital inúmeros gregos em busca de fortuna: por volta
de 167, PoIíbio assinala a presença, em Roma de grande número de mestres
qualificados. (MARROU, 1975, p. 381-382):
14
Manacorda (1996):
Mas, à parte o apoio do poder político aos estudantes, a Igreja manteve uma
espécie de supervisão sobre as universidades através da concessão, com exame
prévio dos títulos de estudo, da autorização para ensinar, a licentia docendi. (A
conventatio era a cerimônia pública que sucedia à da concessão da licentia, interna
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 135-157, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
150
15
Ver Manacorda (1996, p. 279):
Esta disputa atinge todos os níveis da instrução, das escolas infantis, que
exatamente nesse período começam a difundir-se, às escolas elementares, para as
quais se discute o novo método do ensino mútuo, às escolas secundárias, que já
vêm se articulando em humanísticas e científico-técnicas, às universidades, com
suas novas faculdades correspondentes às transformações das forças produtivas.
Esta disputa talvez tenha na questão do "método" a ser usado nos primeiros níveis
de instrução a sua expressão mais característica: podemos afirmar que, após a
primeira grande idade da didática, aberta pela invenção da imprensa e pelas
iniciativas dos reformados, com a grande figura de Comenius, esta nova idade da
difusão da instrução às classes populares, do nascimento da escola infantil, da
difusão dos livros de texto, das novas escolas para a formação dos professores,
assinala um macroscópico retomo à pesquisa didática.
16
Ver Manacorda (1996) p. 330-331:
As discussões sobre a relação entre instrução e trabalho, a oposição entre
individualismo e socialidade ou entre maturação autônoma e determinação
educativa, e a relação entre adultos e adolescentes repropõem em termos e
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 135-157, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
153
4 Conclusões
Referências
Resumo
O texto é resultado de pesquisa realizada com financiamento do
CNPq, envolvendo o processo de organização e implementação da
instrução pública no estado de Minas Gerais, tomando como
referência o município de Uberabinha (Uberlândia a partir de 1929),
analisando a ação da Câmara Municipal em seu esforço pelo
progresso e pela dinamização da educação nos primeiros anos da
República. Os municípios, detentores de pouco poder no período
imperial, com a Constituição republicana, e especialmente a
Constituição mineira, passam a gozar de maior autonomia, o que
lhes ampliará a participação política, mas também a responsabilidade
na condução dos negócios locais. O objetivo é compreender como o
poder local participa desse esforço pela instrução pública, a
aproximação/distanciamento com a proposta oficial do estado, as
dimensões político-ideológicas, o grau de complexidade das
iniciativas, as perspectivas que se abrem, o funcionamento e a eficácia
do sistema, etc. Ou seja, estender aos municípios a análise da
formação dos sistemas públicos de ensino no início do período
republicano.
Palavras-chave: Instrução pública; Primeira República; Ação
municipal.
1
Cf., por exemplo, GONÇALVES NETO, Wenceslau. “Repensando a história
da educação brasileira na Primeira República: o município pedagógico como
categoria de análise”. In: LOMBARDI, José Claudinei. Navegando na História
da Educação Brasileira. Campinas: Faculdade de Educação-UNICAMP, 2006
(CD-ROM).
2
Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. São
Paulo: Editora Alfa-Omega, 1975, p. 50.
3
Giovani da Silva Corralo, Município: autonomia na federação brasileira.
Curitiba: Juruá, 2006, p. 47-52. Para uma análise pormenorizada do município
nos primeiros séculos da colonização, cf. Edmundo Zenha, O município no Brasil
(1532-1700). São Paulo: Instituto Progresso Editorial, 1948.
4
Evolução política do Brasil e outros estudos. São Paulo: Brasiliense, 1957, p. 29
(grifos no original).
5
Idem, p. 39.
6
Og Dória, Município: o poder local. São Paulo: Página Aberta, 1992, p. 28.
7
A democracia coroada: Teoria política do Império do Brasil. Petrópolis: Vozes,
1964, p. 364.
8
A instrução e as provincias (subsídios para a Historia da Educação no Brasil):
1835-1889. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1939, p. 59-60 (2°
volume).
9
“A educação na Primeira República”. In: FAUSTO, Boris (dir.). História Geral
da Civilização Brasileira: O Brasil republicano – sociedade e instituições (1889-
1930), Tomo III, 2° volume. Rio de Janeiro: DIFEL, 1977, p. 261.
10
Citado por Victor Nunes Leal, op. cit., p. 81.
11
Op. cit., p. 35.
12
Op. cit., p. 77.
13
“Municipalidade”. In: OLIVEIRA, Cândido de et alii. Década Republicana.
Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1986, p. 310 (volume II).
14
“A Constituição mineira de 1891”. In: Instituições republicanas mineiras. Belo
Horizonte: Editora Lemi; FDUFMG, 1978, p. 17. Este autor ainda apresenta
depoimentos municipalistas de outros constituintes como o deputado Olinto de
Magalhães e o senador Carlos Ferreira Alves.
15
Cf., por exemplo, Francisco de Assis Barbosa, “Minas e a Constituinte de
1890”. In: V Seminário de Estudos Mineiros: a República Velha em Minas. Belo
Horizonte: UFMG/PROED, 1982, p. 91-113.
16
Formação da estrutura de dominação em Minas Gerais: o novo PRM (1889-
1906). Belo Horizonte: UFMG/PROED, 1982, p. 93.
17
Idem, p. 86.
18
Op. cit., p. 27.
19
História de Minas Gerais. Belo Horizonte: Lemi, 1980, p. 1233, vol. 3.
20
“A Actualidade”. A Actualidade, Juiz de Fora, anno 1, n. 2, 25 de setembro de
1892, p. 1.
21
Formação da estrutura de dominação em Minas Gerais, op. cit., p. 115.
22
Idem, p. 121.
23
Idem, p. 121-125.
24
Idem, p. 132.
25
“O Conselho Distrital”. In: Instituições republicanas mineiras, op. cit., p. 193.
26
Idem, p. 195.
Considerações finais
27
Paulo Krüger Corrêa Mourão. O ensino em Minas Gerais no tempo da
República. Belo Horizonte: Centro Regional de Pesquisas Educacionais de Minas
Gerais, 1962, p. 47.
Referências
Resumen
La República, con el fin de alejar a la infancia de los horrores de la
Guerra Civil que se libraba en España, organizó diferentes campañas
de evacuación al extranjero, siendo la Unión Soviética uno de los
países de acogida más importantes. Para garantizar el cuidado y
atención a los niños y niñas evacuados a otros países, el Gobierno
republicano designó una serie de inspectores para supervisar el estado
y educación de la infancia española. El 13 de enero de 1938 un
grupo de niños y niñas españoles refugiados en Moscú recibió en su
escuela la visita del inspector Antonio Ballesteros, a quien entregaron
algunas redacciones como regalo que éste se llevó consigo de vuelta a
España. Estas redacciones de su vida cotidiana son hoy uno de los
pocos materiales que se conservan producidos por aquellas manos
infantiles. A través de las mismas, conservadas hoy en el Archivo
General de la Guerra Civil española, queremos aproximarnos al
mundo de la cultura escrita del exilio infantil en este momento
histórico, así como analizar la importancia de la redacción como
práctica pedagógica en las escuelas y estudiar la influencia de la
propaganda y la ideología en las mentes infantiles.
Palabras clave: Siglo XX; España; Rusia; Guerra Civil española;
República española; Exilio infantil; Historia de la Cultura Escrita;
Historia de la Educación; Escrituras escolares; Redacciones.
1
El presente trabajo fue presentado como ponencia en el Congreso Internacional
Quaderni di Scuola. Una fonte complessa per la Storia delle cultura scolastiche e dei
costumi educativi tra Ottocento e Novecento, organizado por la Agenzia Nazionale
per lo Sviluppo dell´Autonomia Scolastica (INDIRE) y celebrado en la
Universitá degli Studi di Macerata (Italia) del 26 al 29 de septiembre de 2007.
Será publicado a lo largo del año 2009 por la editorial florentina Nerbini en el
libro de Actas dirigido por Roberto Sani, Juri Meda y Davide Montino.
1 El “paraíso” soviético
2
Borrador de la charla radiofónica de Antonio Ballesteros Usano “Los niños
españoles en la URSS”, programada para ser emitida el 1 de febrero de 1938.
Archivo General de la Guerra Civil Española, Salamanca (AGCS), Sección
Político Social (P. S.), Barcelona, caja 87, expediente 15.
3
Sobre Antonio Ballesteros Usano remitimos a las referencias que sobre el
mismo y su trayectoria profesional aparecen en Teresa Marín Eced, Innovadores
de la Educación en España (Becarios para la Junta de Ampliación de Estudios),
Cuenca, Servicio de Publicaciones de la Universidad de Castilla-La Mancha,
1991, pp. 53-56, 108, 110, 187, 193, 364, 397, 404.
4
Acerca del exilio infantil español durante la Guerra Civil pueden consultarse las
obras (todas ellas de referencia obligada) de Yvonne Cloud, The basque children in
England. An account of their life at North Stoneham Camp, Londres, Victor
Gollancz Ltd 1937; Gregorio Arrien, La generación del exilio. Génesis de las
escuelas vascas y las Colonias Escolares (1932-1940), Bilbao, Colectivo
Pedagógico ONURA 1983 y Niños vascos evacuados en 1937. Álbum histórico,
Bilbao, Asociación de Niños Evacuados el 37 1988; Dorothy Legarreta, The
Guernica Generation. Basque Refugee Children of the Spanish Civil War, Reno
(Nevada), University of Nevada Press 1984; Dolores Pla Brugat, Los niños de
Morelia, México D. F., Instituto Nacional de Antropología e Historia (INAH)
1985; L´ Hebergement des enfants de la guerre d´Espagne en Belgique, Bruselas,
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 187-238, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
192
5
En lo que se refiere al caso concreto del exilio infantil a la URSS durante la
Guerra Civil española nos hemos basado en los trabajos de Enrique Zafra,
Rosalía Crego y Carmen Heredia, Los niños españoles evacuados a la URSS
(1937), Madrid, Ediciones de la Torre 1989; Alicia Alted, Encarna Nicolás
Marín y Roger González Martell, Los niños de la guerra de España en la Unión
Soviética. De la evacuación al retorno (1937-1999), Madrid, Fundación Francisco
Largo Caballero 1999; Susana Castillo Rodríguez, Memoria, educación e historia:
el caso de los niños españoles evacuados a la Unión Soviética durante la guerra civil
española, Madrid, Universidad Complutense de Madrid 1999 (edición digital); y
Marie Jose Devillard, Álvaro Pazos, Susana Castillo y Nuria Medina, Los niños
españoles en la URSS (1937-1997): narración y memoria, Barcelona, Ariel 2001.
Algunos testimonios de los protagonistas de estas expediciones infantiles a Rusia
pueden encontrarse en las memorias de Tatiana Pérez (pseudónimo de Josefina
Pérez Sacristán): Memorias de Lara, Madrid, Editorial Magisterio Español 1977;
Milagros Latorre Piquer, De niña española a mujer en la URSS, en Nuevas raíces.
Testimonios de mujeres españolas en el exilio, México D. F., Joaquín Mortiz 1993,
pp. 61-113; Nosotros lo hemos vivido. Homenaje de los «Niños de la Guerra
Española al Pueblo Ruso», Madrid, El Retorno, Imprenta Garso y Ministerio de
Asuntos Sociales 1995; José Fernández Sánchez, Memorias de un niño de Moscú.
Cuando salí de Ablaña, Barcelona, Planeta 1999; Virgilio de los Llanos Más, ¿Te
acuerdas tovarisch…? (Del archivo de un «niño de la guerra»), Valencia, Institució
Alfons el Magnánim y Diputaciò de València, 2002; y Bernardo Clemente del
Río Salceda, 20.000 días en la URSS. Recuerdos, descubrimientos y reflexiones de
un niño de la guerra, Madrid, Fundación Largo Caballero y Entrelíneas Editores
2004.
6
Acerca de los aviadores españoles que fueron a formarse a Rusia véase Juan
Blasco Cobo, Un piloto español en la URSS, Madrid, Antorcha 1960. Sobre la
intervención de Rusia en la Guerra Civil española y la política de Stalin en estos
años, entre otras obras y manuales que tratan la internacionalización del
conflicto, véanse David C. Cattell, Soviet Diplomacy and the Spanish Civil War,
Berkeley, University of California Press 1957; Ángel Viñas, El oro de Moscú.
Alfa y omega de un mito franquista, Barcelona, Grijalbo 1979; John Patrick
Whiteley, The intervelations of Soviet foreign policy and the Spanish Civil War, Ann
Arbor, Michigan University Press 1985; Antonio Elorza y Marta Bizcarrondo,
Queridos Camaradas. La Internacional comunista y España, 1919-1939,
Barcelona, Planeta 1999 (especialmente la tercera parte: “La Comintern y la
guerra de España”); Enrique Moradiellos, El reñidero de Europa. Las dimensiones
internacionales de la Guerra Civil española, Barcelona, Península 2001; Pablo
Martín Aceña, El oro de Moscú y el oro de Berlín, Madrid, Taurus 2001; Ronald
Radosh, Mary R. Habeck y Grigory Sevostianov, España traicionada. Stalin y la
guerra civil, Madrid, Planeta 2002; Stanley G. Payne: Unión Soviética:
comunismo y revolución en España, Barcelona, Plaza & Janés 2003; y Daniel
Kowalsky, La Unión Soviética y la Guerra Civil española. Una revisión crítica,
[2003] Barcelona, Crítica 2004.
7
Susana Castillo Rodríguez: Educación, memoria e historia…, op. cit., p. 280; y
Julio Martín Casas y Pedro Carvajal Urquijo, El exilio español, [2002] Barcelona,
RBA Editores 2005, p. 27.
8
Bernardo Clemente del Río Salceda, 20.000 días en la URSS…, op. cit., pp.
46-47.
9
Para más información acerca de la educación soviética en el primer tercio del
siglo XX remito a George Z. F. Bereday, Política de la educación soviética,
Barcelona, Lumen 1965; Octavio Fullat, La educación soviética, Barcelona,
Nova Terra 1972; Larry E. Holmes, The Kremlin and the Schoolhouse. Reforming
Education in Soviet Rusia, 1917-1931, Bloomingtom e Indianápolis, Indiana
University Press 1991; E. Thomas Ewing, The Teachers of Stalinism: Policy,
Practice and Power in Soviet Schools of the 1930´s, Nueva York, Peter Lang
2002; y Jochen Hellbeck, Fashioning the Stalinist Soul: The Diary of Stepan
Podlubnyj (1931-1939), en “Jahrbücher für Geschichte Osteuropas”, vol. 44, nº
3, 1996, pp. 344-373; y Dorena Caroli: Russian and Soviet Schooling:
Educational Legacies, Institutional Reforms and National Identities en “History of
Education and Children´s Literature”, III/1, 2008, pp. 283-304. Sobre Anton
Makarenko, véase Anton Makarenko. Su vida y labor pedagógica, dirigido por
Alexandra Kudryashova, Moscú, El Progreso, 1975. Algunas de sus obras
fundamentales son Anton Makarenko, Banderas en las torres, Barcelona, Planeta
1977; La educación infantil, Madrid, Nuestra Cultura 1978; Colectividad y
educación, Moscú, Nuestra Cultura 1979; y Poema pedagógico, Madrid, Akal
1980. La primera y la última de estas obras citadas son historias noveladas de la
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 187-238, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
198
11
Dorena Caroli, Ideali, ideologie e modelli formativi. Il movimento dei Pioneri in
Urss (1922-1939), Milán, Unicopli 2006, pp. 12-13.
12
Cfr. Dorothy Legarreta, The Guernica Generation…, op. cit., p. 82.
13
Borrador de la charla radiofónica de Antonio Ballesteros Usano…, doc. cit.
14
Sobre la participación de los españoles en la “Gran Guerra Patria” véanse Juan
Negro Castro, Españoles en la URSS, Madrid, Escelier 1959; Antonio Vilanova,
Los olvidados. Los exiliados españoles en la Segunda Guerra Mundial, París, Ruedo
Ibérico 1969 (especialmente en el capítulo titulado “Los combatientes”, pp. 479-
500); Eusebio Cimorra, Isidro R. Mendieta y Enrique Zafra: El sol sale de noche.
La presencia española en la Gran Guerra Patria del pueblo soviético contra el nazi-
fascismo, Moscú, Progreso 1970; Roque Serna, Heroísmo español en Rusia,
1941-1945, Madrid, edición del autor, 1981; En memoria de los combatientes y
niños españoles muertos junto al pueblo ruso con motivo de la Segunda Guerra
Mundial, 1941-1950, Madrid, Fundación Nostalgia 2000; y Daniel Arasa, Los
españoles de Stalin, Barcelona, Belaqvua 2005. Algunos testimonios de
combatientes españoles del Ejército Rojo y la guerrilla soviética son José Antonio
Rico, Bajo los dominios del Kremlin, México, Atlántico 1950; Vicente Monclus
Guallar, 18 años en la URSS, Buenos Aires, Claridad 1959; y Josep Gros,
Relatos de un guerrillero comunista español, París, Librairie du Globe 1971.
15
Luis Suárez Fernández, Franco y la URSS, Madrid, Rialp 1987, pp. 115-
132.
16
Alicia Alted Vigil, “Le retour en Espagne des enfants évacués pendant la
guerra civile espagnole: la Délégation extraordinaire au repatriement des mineurs
(1938-1954)”, en Enfants de la guerre civile espagnole. Vécus et répresentations de
la gèneratios née entre 1925 et 1940, París, L´Harmattan, Fondation Nationale
des Sciences Politiques y Centre d´Historire de l´Europe du Vingtième Siécle
(CHEVS) 1999, pp. 47-59. Para más información véase Ricard Vinyes, Montse
Armengol y Ricard Belis, Los niños perdidos del franquismo, Barcelona, Plaza &
Janés y Televisió de Catalunya 2002.
17
Jesús J. Alonso Carballés y Miguel Mayoral Guíu, La repatriación de “los niños
del exilio”: un intento de afirmación del régimen franquista, 1937-1939, en El
régimen de Franco. Política y relaciones exteriores (Congreso Internacional, Madrid,
mayo 1993), dirigido por Javier Tusell, Susana Sueiro, José María Marín y
Marina Casanova, Madrid, UNED 1993, tomo I, pp. 341-349; Jesús J. Alonso
Carballés, El retorno de los niños vascos: desde la infancia a la edad tardía, en
Retornos (De exilios y migraciones), dirigido por Josefina Cuesta Bustillo, Madrid,
Fundación Largo Caballero 1999, pp. 289-318; Alicia Alted, Le retour en
Espagne des enfants évacués pendant la guerra civile espagnole…, op. cit.; y
Carmen González Martínez, En los pliegues de la memoria y la historia.
Repatriaciones y retornos de los niños de la guerra, en El exilio de los niños…, op.
cit., pp. 178-195.
2 Un secuestro documental
18
Nota biográfica redactada por el maestro José Manuel Arregui Calle. [Pravda],
sin fecha. AGCS, P. S. Barcelona, caja 87, expediente 21, documento nº 11.
19
Nota biográfica redactada por la auxiliar Soledad Reguero Álvarez. [Pravda],
sin fecha. AGCS, P. S. Barcelona, caja 87, expediente 21, documento nº 13.
20
Las autobiografías del personal docente y auxiliar español que trabajó en las
Casas de Niños y que no se han conservado en España se encuentran en el
Archivo Estatal de la Federación Rusa (AEFR) de Moscú, fondo A-307,
catálogo 2, expediente 398. Cfr. Alicia Alted Vigil, Encarna Nicolás Marín y
Roger González Martell, Los niños de la guerra de España en la Unión
Soviética…, op. cit., p. 108.
21
Fueron muchos los periódicos que publicaron en sus páginas escritos infantiles
durante la contienda con fines propagandísticos, cosa que hicieron también
algunas revistas pedagógicas del momento. Igualmente, fue habitual encontrar
impresas en distintos folletos letras infantiles, especialmente si éstos estaban
destinados al sostenimiento de colonias escolares o a conseguir apoyo para
distintos organismos asistenciales tanto españoles como extranjeros que se
ocuparon de la infancia en plena guerra. Sobre este particular remitimos a
Verónica Sierra Blas, Con el corazón en la mano. Cultura escrita, vida cotidiana y
exilio en las cartas de los padres de los Niños de Morelia, en Antonio Castillo
Gómez (dir.) y Verónica Sierra Blas (ed.), Mis primeros pasos. Alfabetización,
escuela y usos cotidianos de la escritura (siglos XIX y XX), Gijón, Trea 2008, pp.
411-454; así como a la Tesis Doctoral de la misma autora, Letras huérfanas.
Cultura escrita y exilio infantil en la Guerra Civil española, dirigida por el profesor
Antonio Castillo Gómez y defendida en la Universidad de Alcalá en el mes de
mayo de 2008. Ha sido publicada parcialmente en Verónica Sierra Blas,
Palabras huérfanas. Los niños y la Guerra Civil española, Madrid, Taurus 2009.
22
Para un análisis en profundidad de dichas cartas desde la perspectiva de la
Historia de la Cultura Escrita véase, igualmente, Verónica Sierra Blas, Letras
huérfanas…, op. cit. Las misivas en cuestión se conservan también en el AGCS
en las secciones Político-Sociales de Bilbao (cajas 5 y 206) y Santander (serie O,
caja 51) y suman un total de 260.
23
Stéphane Michonneau, Les papiers de la guerre, la guerre des papiers. L´affaire
des archives de Salamaque, en Lieux d´archive. Une nouvelle cartographie: de la
maison au musée, dirigido por Philippe Artières y Annick Arnaud, dossier
monográfico de la revista ”Sociétés et Représentations”, nº 19, 2005, p. 251.
24
Josep M. Figueres, La guerra del paper, en Joaquim Ferrer, Josep M. Figueres y
Josep M. Sans i Travé, Els papers de Salamanca. Història d´un botí de guerra,
Barcelona, Llibres de l´Índex 1996, p. 88.
25
Joan B. Culla y Borja de Riquer, Sobre l´Arxiu de Salamanca: algunes
precisions i reflexions, en Guerres d´arxius. Història, Memòria i Política, dossier
monográfico de la revista “L´Espill. Revista fundada per Joan Fuster”, segona
època, nº 13, 2003, p. 73.
26
Joaquim Ferrer, La lluita parlamentària per la devolució, en Joaquim Ferrer,
Josep M. Figueres y Josep M. Sans i Travé, Els papers de Salamanca…, op. cit.,
p. 13. Para más información acerca de los orígenes del Archivo General de la
Guerra Civil de Salamanca remitimos a Angels Bernals, Miquel Casademont y
Antoni Mayans, La Documentaciò catalana a Salamanca: un estat de la questio,
1936-2006, Barcelona, Associaciò d´Arxivers de Catalunya 2003; y Josep
Cruanyes, Els papers de Salamanca. L´espolicaciò del patrimoni documental de
Catalunya (1938-1939), Barcelona, Ediciòns 62 2003.
27
Vicente Castro y Legua, Procedimiento de escritura en “La Escuela Moderna”,
II, núm. 13, abril de 1892, p. 258.
Semana Pedagógica de Don Benito. Del 10 al 16 de junio de 1934, Imprenta La
28
30
Su labor pedagógica, Fundación Horaciana de Enseñanza, Barcelona 1910, p.
4.
31
José María Azpeurrutia, La redacción en la escuela primaria, Junta para
Ampliación de Estudios e Investigaciones Científicas, Madrid 1924, p. 274.
32
Francisco Díaz Lorda, Lo que debe ser el ejercicio de redacción literaria en la
escuela primaria, Cádiz 1922, p. 8; Archivo de la Junta para Ampliación de
Estudios e Investigaciones Científicas (JAE), D-33.
33
Ibidem, pp. 12-13.
34
Pedro A. Gómez Lozano, Mi escuela activa, Compañía General de Artes
Gráficas, Madrid 1933, pp. 245-246.
35
Restituto Vallejo González, Plan de enseñanza de la Escuela Nacional de Niños
de Treceño, Ayuntamiento de Valdaliga, provincia de Santander, Treceño
(Santander) 1926, p. 29; Archivo JAE, V-7.
36
David Bayón, La escuela Baixeras, de Barcelona en “Escuelas de España”, núm.
2, abril de 1929, pp. 27-73.
37
Antonio Ballesteros y Usano, Para el perfeccionamiento del magisterio. La
organización del trabajo en la escuela unitaria en “Revista de Pedagogía”, núm. 88,
abril de 1929, pp. 162-169 y Antonio Ballesteros y Usano, La preparación del
trabajo en la escuela, Publicaciones de la Revista de Pedagogía, Madrid 1935, p.
84.
38
María de Maeztu y María Goyri, Del Instituto-Escuela de Segunda Enseñanza
de Madrid. Enseñanza y Métodos en “La Escuela Moderna”, XXXVI, núm. 417,
p. 423.
39
Lorenzo Jou y Olió, El trabajo escolar. El pequeño diario de unos niños en “La
vida en la escuela”. Sup. a la “Revista de Pedagogía”, 1, núm. 2 y núm. 3,
febrero y marzo de 1924, pp. 11-12 y 19-21 y Pedro Arnal, Los cuadernos
escolares en “Revista de Pedagogía”, V, núm. 54, 1926, pp. 250-252.
40
Tomás Cozcolluela Segura (maestro de El Monjes, Barcelona), El lenguaje en
nuestra escuela en “Revista de Pedagogía”, núm. 150, junio de 1934, p. 258.
41
J. P. C. Cuaderno de Trabajos de Vacaciones. Grado Medio, Dalmáu Carles Pla,
Gerona 1933, p. 31. Las transcripciones de las redacciones las hemos realizado
respetando el texto original.
42
Normes Generals de Treball Escolar en “Butlletí dels Mestres”, X, núm. 171,
1938, pp. 148-151.
Composición Decorativa
Los héroes llenos de patriotismo y deseosos de propagar la
paz, el trabajo y la cultura, que forman esta gran
Cruzada, en el amanecer de nuestra Era, luchan por
arrasar la barbarie que invadía nuestra España y en una
palabra, para hacer de ella una gran civilización.44
43
A. Vera, Realidades Escolares en “Revista de Educación Hispánica”, núm. 3,
1937, p. 59.
44
Ibidem, pp. 60-61.
45
Cuaderno escolar del niño José Martín Matute, de las Comunidades Familiares
de Educación, El Perelló (Valencia), 4 a 27 de agosto de 1937. En “Viejos
papeles de Don Ángel Llorca”, PDF editado por la Fundación Ángel Llorca y el
Ministerio de Educación y Ciencia, 2007. Sobre Ángel Llorca véase Ángel
Llorca, Comunidades familiares de Educación. Un modelo de renovación pedagógica
en la Guerra Civil, estudio introductorio de María del Mar del Pozo Andrés,
Barcelona, Ministerio de Educación, Política y Deporte, Ediciones Octaedro
2008; y Ángel Llorca, Desde la escuela y para la escuela. Escritos pedagógicos y
diarios escolares, edición de María del Mar del Pozo Andrés, Madrid, Biblioteca
Nueva, Ministerio de Educación, Política y Deporte 2008.
46
Acerca de las características de la escritura infantil desde el punto de vista
lingüístico y psicológico remitimos, a modo de ejemplo, a los estudios de Julián
de Ajuriaguerra y otros, La escritura del niño. La evolución de la escritura y sus
dificultades, [1964] Barcelona, Laia 1980, 2 vols.; La costruzione del testo scritto
nei bambini, dirigido por Margherita Orsolini y Clotilde Pontecorvo, Florencia,
La Nuova Italia 1991; Ana Teberosky, Aprendiendo a escribir, Barcelona, ICE
Universitat de Barcelona y Editorial Horsori 1992; A concepção da escrita pela
criança, dirigido por Mary A. Kato, Campinas (Brasil), Pontes 1992; Maria
Bernadete Marques Abaurre, Raquel Salek Fiad y Maria Laura Trindade
Mayrink-Sabinson, Cenas de adquisição da escrita. O sujeito e o trabalho com o
texto, Campinas (Brasil), Mercado de Letras y Associação de Leitura do Brasil
(ALB) 1997; José Escoriza Nieto y Carmen Boj Barberán, Psicopedagogía de la
escritura, Barcelona, Ediciones de la Librería Universitaria 1997; Pilar Vieiro
Iglesias, Manuel Peralbo Uzquiano y Juan Antonio García Madruga, Procesos de
adquisición y producción de la lectoescritura, Madrid, Visor 1997; Emilia Ferreiro,
Clotilde Pontecorvo, Nadja Ribeiro Moreira e Isabel García Hidalgo, Caperucita
Roja aprende a escribir. Estudios psicolinguísticos comparativos en tres lenguas,
Barcelona, Gedisa 1998; Emilia Ferreiro y Ana Teberosky, Los sistemas de
escritura en el desarrollo del niño, [1979] Buenos Aires y México, Siglo XXI 2003;
Psicopedagogía de la lengua oral y de la lengua escrita, dirigido por María José del
Río Pérez y Ana Teberosky Coronado, Barcelona, Universitat Oberta de
Catalunya 2003 (ejemplar mimeografiado); y Reflexões sobre práticas escolares de
produção de texto. O sujeito-autor, dirigido por Gladys Rocha y Maria da Graça
Costa Val, Belo Horizonte (Brasil), Autêntica, CEALE, FaE y UFMG 2005.
47
Redacción de José Arrarás. Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS, P. S.
Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 5.
48
Redacción de Charito Bruno (5º grado). Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS,
P. S. Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 6.
49
Redacción de Carmela Primo. Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS, P. S.
Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 11.
50
El uso propagandístico de la infancia en la guerra ha sido estudiado, entre
otros, por Stéphane Audoin-Rouzeau, La guerre des enfants, 1914-1918, [1993]
París, Armand Colin 2004; y Antonio Gibelli, Il popolo bambino. Infanza e
nazione dalla Grande Guerra a Salò, Turín, Einaudi 2005. Para el caso español
pueden verse los trabajos de Juan Manuel Fernández Soria, Educación y cultura
en la Guerra Civil (1936-39), Valencia, Nau Llibres 1984; y Alejandro
Mayordomo y Juan Manuel Fernández Soria, Vencer y convencer. Educación y
política. España, 1936-1945, Valencia, Universidad de Valencia 1993. Con
respecto a la utilización de la cultura escrita infantil como arma propagandística
en la Guerra Civil española y al uso de la imagen de la infancia en la cartelística
bélica remitimos, a modo de ejemplo, a Tomás Pérez Delgado, La infancia en la
cartelística republicana de guerra, “Historia de la Educación. Revista
interuniversitaria”, nº 6, 1987, pp. 375-377; y A pesar de todo dibujan. La
Guerra Civil vista por los niños. Catálogo de la Exposición (Madrid, 20 de noviembre
de 2006 al 18 de enero de 2007), Madrid, Biblioteca Nacional de España y
Fundación Winterthur 2006.
51
Redacción de Carmela Primo, doc. cit.
52
Redacción de María Pardo. Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS, P. S.
Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 7.
53
Redacción de Pilar Álvarez (5º grado). Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS,
P. S. Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 2.
54
Según Emilio Calle y Ada Simón, el Habana, de entre todos los barcos del
exilio, fue el que mayor relación tuvo con las evacuaciones infantiles. Sobre el
mismo véase el capítulo que le dedican en su libro Los barcos del exilio, Madrid,
Oberón 2005, titulado “El primer llanto universal”, pp. 19-27.
57
Redacción de Pilar Álvarez, doc. cit.
58
Redacción de Amelia B. de Quirós, doc. cit.
59
Redacción de José Fernández Sánchez (5º grado). Moscú, 13 de enero de
1938. AGCS, P. S, Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 9.
60
Redacción de Luis Aranaga. Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS, P. S.
Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 4.
61
Redacción de Pilar Álvarez, doc. cit.
62
Redacción de Luis Aranaga, doc. cit.
63
Redacción de Pilar Álvarez, doc. cit.
64
Redacción de Miguel Pascual. Moscú, 13 de enero de 1938. AGCS, P. S.
Barcelona, caja 87, expediente 17, documento nº 10.
65
Redacción de Charito Bruno, doc. cit.
66
Redacción de Pilar Álvarez, doc. cit.
67
Redacción de Vicente Delgado, doc. cit.
68
Redacción de José Arrarás, doc. cit.
Figura 1. Nota biográfica redactada por el maestro José Manuel Arregui Calle. [Pravda],
sin fecha. AGCS, P. S. Barcelona, caja 87, expediente 21, documento nº 11.
CAPÍTULO I
Do Departamento Nacional do Ensino
Art. 1º – Fica criado o Departamento Nacional do Ensino,
diretamente subordinado ao Ministério da Justiça e Negócios
Interiores.
Art. 2º – O Departamento terá a seu cargo os assuntos, que
se refiram ao ensino nos termos dêste regulamento, assim como o
estudo e a aplicação dos meios tendentes à difusão e ao progresso
das ciências, letras e artes no país.
Art. 3º – O Departamento terá um Diretor Geral, que será
também Presidente do Conselho Nacional do Ensino e poderá
exercer as funções de Reitor da Universidade do Rio de Janeiro, se
fôr professor catedrático de curso de ensino superior e fôr
designado pelo Govêrno para tal fim.
§ 1º – O Diretor Geral será de livre escolha do Presidente
da República, entre pessoas de notável competência no ensino.
§ 2º – Ao Diretor Geral serão subordinados,
imediatamente, todos os diretores de institutos de ensino e reitores
de Universidades.
CAPÍTULO III
Do ensino primário
Art. 24 – O Govêrno da União, com o intuito de animar e
promovera difusão de ensino primário nos Estados, entrará em
acôrdo com êstes para o estabelecimento e manutenção de escolas
do referido ensino nos respectivos territórios.
Parágrafo único – Êstes acôrdos serão celebrados nos
limites das dotações consignadas pelo Congresso Nacional no
orçamento das despesas do Ministério da Justiça e Negócios
Interiores.
Art. 25 – Os acôrdos obedecerão às seguintes bases:
a) – a União obriga-se a pagar diretamente os vencimentos
dos professores primários, até o máximo de 2:400$ anuais, e os
Estados a fornecer-lhes casa para residência e escola, assim como o
necessário material escolar;
b) – as escolas subvencionadas serão de natureza rural;
c) – os Estados obrigar-se-ão a não reduzir o número de
escolas existentes no seu território ao tempo da celebração do
acôrdo, a aplicar 10%, no mínimo, de sua receita na instrução
primária e normal, a permitir que a União fiscalize o efetivo
funcionamento das escolas por ela subvencionadas, e a adotar
nessas escolas o programa organizado pela União;
d) – a forma das nomeações e as garantias e deveres dos
professôres serão previstos nos têrmos do acôrdo, tendo em vista a
legislação local e os princípios dêste regulamento em relação ao
professorado;
e) – os professôres serão tirados de entre os diplomados por
escolas normais reconhecidas oficialmente pelo Ministro da Justiça
e Negócios Interiores e, só na falta de diplomados que aceitem a
CAPÍTULO V
Do ensino secundário
Art. 30 – O ensino secundário, oficialmente mantido nas
duas seções do Colégio Pedro II (internato e externato) será
ministrado na forma dêste regulamento.
CAPÍTULO VI
Do ensino artístico
Art. 31 – O ensino artístico superior será oficialmente
ministrado, na parte em que está a cargo do Ministério da Justiça
e Negócios Interiores:
I – Pela Escola Nacional de Belas Artes; II – Pelo Instituto
Nacional de Música; III – Pelos estabelecimentos congêneres, que
forem criados ou subordinados ao Departamento Nacional do
Ensino.
Art. 32 – Os institutos mencionados no artigo anterior
continuarão regidos pelos respectivos regulamentos, observando-se
o disposto no art. 29.
CAPÍTULO VII
Do ensino superior
Art. 33 – O ensino superior, a cargo do Ministério da
Justiça e Negócios Interiores, compreende os cursos de direito, de
engenharia, de medicina, de farmácia e de odontologia.
Art. 34 – O ensino de direito será ministrado nas
Faculdades de Direito no Recife, de São Paulo e da Universidade
do Rio de Janeiro.
CAPÍTULO VIII
Da organização do ensino secundário e do superior
SEÇÃO PRIMEIRA
Do patrimônio dos estabelecimentos de ensino secundário e superior
Art. 38 – O patrimônio dos institutos de ensino superior, a
cargo do Ministério da Justiça e Negócios Interiores, destinado à
sua manutenção, administrado pelos respectivos diretores, de
acôrdo com êste regulamento, é constituído:
a) – pelos edifícios em que funcionam os institutos,
pertencentes anteriormente à União;
b) – pelo material de ensino e biblioteca;
c) – pelas subvenções votadas pelo Congresso Nacional;
d) – pelas taxas constantes do art. 40, exceto as de exame, e
pelas de certidões, diplomas, e outras, que forem criadas por
propostas dos respectivos diretores, observadas as instruções do
Diretor Geral do Departamento, e aprovadas pelo Ministro da
Justiça e Negócios Interiores;
e) – pelas doações e legados feitos aos mesmos institutos;
f) – pelos saldos das subvenções anteriores, existentes no
Tesouro Nacional.
Art. 39 – Os institutos oficiais de ensino secundário e
superior têm personalidade jurídica para todos os efeitos.
SEÇÃO SEGUNDA
Das associações de estudantes
Art. 42 – As associações de estudantes, para fins científicos,
literários ou de assistência escolar, serão reconhecidas
oficialmente, por proposta dos diretores dos estabelecimentos de
ensino, ouvidas as respectivas congregações, por ato do Ministro
da Justiça e Negócios Interiores, depois de adquirida personalidade
jurídica.
Parágrafo único – As referidas associações poderão receber
auxílios, que serão consignados nos orçamentos anuais da despesa
de cada estabelecimento. Êsses auxílios ficam dependentes da
fiscalização da respectiva aplicação e não poderão exceder de 5%
da renda da taxa de matrícula.
SEÇÃO TERCEIRA
Dos programas de ensino
Art. 43 – Os programas de ensino dos cursos secundários e
superior serão formulados pelos respectivos professôres catedráticos
e aprovados pelas Congregações.
História da Educação, ASPHE/FaE/UFPel, Pelotas, v. 13, n. 28 p. 253-290, Maio/Ago 2009.
Disponível em: http//fae.ufpel.edu.br/asphe
267
5º ano
1) – Português (noções de literatura); 2) – Cosmografia; 3)
– Latim; 4) – Física; 5) – Química; 6) – História do Natural; 7)
– Filosofia; 8) – Desenho.
6º ano
1) – Literatura Brasileira; 2) – Literatura das Línguas
Latinas; 3) – Latim; 4) – Filosofia; 5) – Sociologia.
Art. 48 – O conjunto de estudos do curso secundário
integral compreende as matérias acima discriminadas, distribuídas
pelas seguintes cadeiras:
Português, até o terceiro ano – 2 cadeiras; Português, 4º e 5º
anos – 2 cadeiras; Francês – 2 cadeiras; Inglês – 2 cadeiras; Alemão
– 1 cadeira; Latim – 4 cadeiras; Matemática – 4 cadeiras; Geografia
– 2 cadeiras; História Universal – 2 cadeiras; História do Brasil – 2
cadeiras; Cosmografia – 1 cadeira; Instrução Moral e Cívica – 1
cadeira; Física – 2 cadeiras; Química – 2 cadeiras; História Natural
– 2 cadeiras; Filosofia – 2 cadeiras; Literatura Brasileira e das
Línguas Latinas – 2 cadeiras; Sociologia – 1 cadeira.
§ 1º – Haverá, em cada seção do Colégio Pedro II, dois
professôres de desenho e, no Internato, dois professôres de
ginástica.
§ 2º – O professor da cadeira de espanhol poderá ser
transferido para uma segunda cadeira de português, ficando então
extinta aquela cadeira e continuando facultativo o estudo do
italiano no 4º ano.
§ 3º – O estudo da filosofia será geral, embora sumário.
§ 4º – O ensino das línguas vivas será principalmente
prático.
§ 5º – O programa de ensino da instrução moral e cívica,
no curso secundário, constará de ampliação do ensino ministrado
no curso primário (art. 55, § 2º), acrescido de noções positivas
dos deveres do cidadão na família, na escola, na pátria e em tôdas
as manifestações do sentimento de solidariedade humana,
comemorações das grandes datas nacionais, dos grandes fatos da
SEÇÃO QUINTA
Do Curso de Direito
Art. 57 - O curso de Direito será feito em cinco anos, pela
forma seguinte.
1º ano
I -Direito Constitucional; II - Direito Romano; III -
Direito Civil, 1ª cadeira (Parte geral e Direito de Família).
2° ano
I - Direito Civil, 2ª cadeira (Direito de cousas e de
sucessões); II - Direito Comercial, 1ª cadeira (Parte geral,
sociedades e contratos); III - Direito Administrativo e Ciência da
Administração.
3.° ano
I - Direito Civil, 3ª cadeira (Direito de Obrigações); II -
Direito Comercial, 2ª cadeira (Concordatas, Falência, Direito
Marítimo); III - Direito Penal, 1ª cadeira (Estado analítico e
sistemático do Código Penal e leis modificativas).
4.° ano
I - Medicina Pública; II - Direito Penal, 2ª cadeira
(Processo Penal, Estatística e Regime Penitenciário); III - Direito
Judiciário Civil (Teoria e Prática do Processo Civil e Comercial);
IV - Direito Privado Internacional.
5.° ano
I - Direito Público Internacional; II - Direito Penal Militar
e respectivo processo; III - Economia Política e Ciência das
Finanças; IV - Filosofia do Direito.
Art. 58 - Para o ensino das matérias do curso haverá as
seguintes cadeiras:
1) - Direito Constitucional; 2) - Direito Romano; 3) -
Direito Civil, 1ª cadeira; 4) - Direito Civil, 2ª cadeira; 5) - Direito
Civil, 3.a cadeira; 6) - Direito Administrativo e Ciência da
Administração; 7) - Direito Comercial, 1ª cadeira; 8) - Direito
Comercial, 2ª cadeira; 9) - Direito Penal, 2ª cadeira; 10) - Direito
Penal, 2.a cadeira; 11) - Direito Penal Militar; 12) - Medicina
Pública; 13) - Direito Público Internacional; 15) - Direito
Judiciário Civil (Teoria e Prática do Processo Civil e Comercial);
SEÇÃO SEXTA
Dos Cursos de Medicina, Farmácia e Odontologia
Art. 64 - O ensino médico será feito em seis anos, pela
forma seguinte:
1º ano
I - Física; II - Química Geral e Mineral; III - Biologia
Geral e Parasitologia; IV - Anatomia Humana.
2.° ano
I - Anatomia Humana; II - Química Orgânica e Biologia;
III - Histologia; IV - Fisiologia.
3.° ano
I - Fisiologia; II - Microbiologia; III - Farmacologia; IV -
Patologia Geral.
4.° ano
I - Clínica Médica Propedêutica; II - Patologia Médica; III
- Medicina Operatória; IV - Anatomia Patológica.
5.° ano
I - Clínica Médica; II - Patologia Cirúrgica; III - Clínica
Cirúrgica; IV - Higiene; VI - Terapêutica.
6.° ano
I - Obstetrícia; II - Clínica Pediátrica Médica e Higiene
Infantil; III - Clínica Cirúrgica Infantil e Ortopédica; IV -
Clínica Obstétrica; V - Clínica Ginecológica; VI - Clínica
Neuriátrica; VII - Clínica Psiquiátrica; VIII - Clínica
Dermatológica e Sifiligráfica; IX - Clínica Oto-rino-
Laringológica; X - Clínica Oftalmol6gica; XI - Medicina tropical.
Art. 65 - O ensino médico se fará em três cursos:
I - Curso fundamental; II - Curso geral de aplicação; III -
Curso especializado de aplicação.
§ 1º - O 1º será feito nos três primeiros anos de curso, o
2.° nos dois seguintes e o 3.° no sexto.
§ 2.° - No curso fundamental as cadeiras básicas serão
lecionadas, sem que os professôres se limitem a um objetivo
utilitário dominante, devendo organizar o ensino de modo a dar
conhecimento de um quadro geral da matéria, com o fim de criar,
em seus alunos, um espírito justo, preciso e científico.