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A Importância das Relações Inter-Pessoais na Escola

Natalie Rozini Moreira de Mello


3º Pedagogia B
Profa. Maria Apda F. do Amaral e Silva
Orientadora

Resumo
Por meio das transformações ocorridas na sociedade detecta-se a
necessidade de mudanças significativas no ambiente escolar, como também em
suas relações inter-pessoais. A escola é um centro de relações que podem ser
instrumentos positivos ou negativos de acordo com a intencionalidade e o propósito
de cada profissional. O educador, em geral, deve ter como propósito a valorização da
educação e o desenvolvimento integral de seus educandos. Através da prática
educativa e da vivência do estágio podemos incorporar com mais facilidade estes
valores e este objetivo, transformando o aprendizado dos alunos, tornando-o cada
vez mais atraente, significativo e valoroso, contribuindo assim para sua formação
integral e não só dos alunos, mas dos próprios educadores.

Palavras-chaves
Relações inter-pessoais, Valores, Aprendizagem, Ambiente escolar e estágio.

Introdução
As transformações sociais têm sido cada vez mais freqüentes em nosso
cotidiano, tanto dentro das próprias famílias quanto na escola. O jovem passa a
receber estímulos variados que o envolvem e que começam a fazer parte de sua
vida, sem o questionamento necessário para que esses estímulos sejam benéficos
para o seu desenvolvimento integral.
Muitas vezes, se esses estímulos não forem trabalhados de forma adequada,
podem ser incorporados de forma negativa às necessidades desses jovens, trazendo
conseqüências como o mau aproveitamento de oportunidades, o empobrecimento de
valores, o desinteresse escolar, indisciplina, entre outros.
Nós, como educadores e futuros gestores, devemos assumir um papel de não
indiferença perante esta realidade, salientando a cada dia a importância e o valor de
cada indivíduo dentro da escola, estimulando de forma positiva e significativa os
educandos para que eles realmente aproveitem as oportunidades que lhes são
oferecidas e que a cada dia dignifiquem seu aprendizado e aprimorem seu
desenvolvimento escolar.
Sem dúvida, para que esta consciência educacional esteja presente na escola
é necessária a reflexão diária desta necessidade. O estágio tem nos proporcionado
experiências que têm enriquecido tanto a nós estagiários educadores, quanto aos
alunos, pois acredito que nosso embasamento teórico adquirido na graduação tem
permitido um confronto com a prática vivida na escola, uma análise e reflexão sobre
os desafios do cotidiano escolar, suas necessidades e anseios. Esta experiência tem
provocando em nós, educadores, espanto e indignação, muitas vezes, impondo-nos
uma tomada de decisão consciente e compromissada, afinal, somos nós os
responsáveis pela tão desejada transformação da educação, da sua significatividade
e seu uso verdadeiro como instrumento de autonomia cultural, ética e cidadã.

Desenvolvimento
1. A importância das relações inter-pessoais na escola.
A sociedade tem passado por grandes desafios, desenvolvendo projetos e
tecnologias que procuram modificar o cenário grotesco e desencorajador, próprio
deste tempo de ameaças, violências e desesperança. Com essa complexidade se
torna cada vez mais difícil educar os jovens e as crianças, pois recebem influências
diferentes, especialmente do mundo da comunicação; tendências que influenciam
fortemente seus comportamentos. O mundo tecnológico é cada vez mais presente,
condicionando a mente e os anseios de nossos jovens.
Com as inovações tecnológicas as pessoas se tornaram menos comunicativas
e sociáveis, tanto em sociedade quanto na própria escola, perdeu-se um pouco do
contato físico e presencial.
Isso tudo não nos deixa indiferentes porque, de fato, determina certa maneira
de pensar a vida e o relacionamento entre os indivíduos e a sociedade, que incide
sobre todos, particularmente, sobre os mais jovens.
Para que haja uma educação completa que favoreça este objetivo é
necessário compreender o papel do professor nesta luta.
Segundo Uchoas (2000,p.23), muitas vezes nos deparamos com pessoas
aparentemente empobrecidas de qualidades e ao invés de questionarmos o motivo
de serem tão desvalidas seria mais justo perguntarmos sobre o motivo de lhes ter
faltado oportunidades de enriquecimento pessoal ou de não as terem aproveitado
convenientemente.
Cada um de nós tem potencialidades, mas devemos ter as condições
necessárias para que possamos utilizá-las e efetivá-las. Por isso a relação educador-
educando é primordial a qualquer tipo de educação.
Cabe ao professor assumir um compromisso real e efetivo com seu ato
educativo.
“ o conceito de ação educativa como relacionamento inter-pessoal, implica a
existência de dois agentes que cooperam no ato da educação, cooperação essa
que deve ser livre”.( MODESTI, 1975, p.69:).

É preciso estimular os alunos de forma amigável a se envolverem também


com o seu próprio processo de aprendizagem, devem tomar consciência do caminho
a ser percorrido. Com este envolvimento haverá a cooperação necessária para o
êxito de nosso projeto educacional, ficando assim mais próximo e real.
Uma das principais características de uma educação preocupada com o
desenvolvimento integral dos educandos é a “presença”, presença essa não só física
mais sim, uma presença efetiva e afetiva capaz de fortalecer e enriquecer a relação
professor-aluno, tornando-a mais significativa.(COSTA,1997)
Estar presente e fazer-se perceber junto ao jovem é um dos passos
importantes para a construção do laço que se deve formar. Permanecer junto ao
aluno e trabalhar nele aspectos de mudança e esperança, tudo isso deve fazer parte
daquilo que se espera do educador enquanto um incentivador.
É preciso saber que a relação de ajuda presente no ato educativo procura
promover o crescimento e o desenvolvimento de uma outra pessoa.
O educador deve estar sempre presente e fazer sua presença significativa,
para que o educando se sinta seguro e saiba que o educador está presente e não lhe
é indiferente. A empatia é um dos principais facilitadores do entendimento, assim
como o respeito, que é a capacidade de acolher o outro integralmente.

2. As relações inter-pessoais e a experiência do estágio


A escola de hoje se vê empobrecida em suas relações devido ao mero
cumprimento de tarefas, cronogramas, prazos e etc. Sem se dar conta, a escola
limita a aprendizagem dos alunos aos conteúdos específicos, e estes muitas vezes
são descontextualizados e nem um pouco significativos.
Em meu estágio direcionado à área de Orientação Educacional tive a
oportunidade de vivenciar tal situação. A escola, por ser um centro de relações:
professor- aluno, professor- gestão, professor- pais, gestão- pais e assim por diante,
abarca uma rede intensa de relações, pautada na diferenciação entre as pessoas,
que influencia o ato educativo. Essas diferenciações referem-se às características
pessoais de cada integrante da comunidade educativa: dizem respeito a quem
somos, no que acreditamos e como percebemos a vida e nossos objetivos.
Esta constatação não é só referente aos educadores, mas também em
relação aos alunos, e este é um processo natural, devido a nossa “ humanidade”, ou
seja, não existem pessoas iguais e acabadas, estamos em constante construção e
há sempre tempo para refletir sobre nossa prática.
A esperança de transformação é uma constante na vida de educadores e
educandos. No estágio percebi que ainda existe uma grande vontade de transformar
a educação por parte dos professores e gestores, mas existem dificuldades a serem
enfrentadas como a burocracia e até mesmo, a reflexão de como agir, como fazer,
por onde começar, situação essa que muitas vezes acaba desestimulando os
educadores.
A gestão da escola, principalmente, a coordenação, demonstraram através
de suas ações, como é necessário a valorização das relações na escola e como elas
podem e devem ser significativas, pois é através delas que o ato educativo poderá
se concretizar de maneira positiva. Os propósitos estabelecidos entre os professores
e gestores transparecem seus objetivos e os alunos identificam tais objetivos e
estabelecem também os seus, assim como o significado que dão a eles.

Conclusão
Durante o período de estágio através da observação, de conversas informais,
os alunos deixaram transparecer as suas necessidades e falaram abertamente sobre
o que esperam de seus educadores. É muito interessante descobrir que os alunos
também buscam esta valorização das relações, buscam mais compreensão por parte
dos professores e principalmente comprometimento, pois percebem um certo
descaso por parte de alguns deles, e este descaso é que muitas vezes leva os
alunos a serem indisciplinados e a terem problemas de aprendizagem.
Essas expectativas estão presentes no cotidiano escolar e muitas vezes
passam despercebidas, e aparentemente são “problemas” fáceis de serem
solucionados, a partir de uma reflexão e de um planejamento eficiente voltado para
tais necessidades; fui instigada a buscar mais conhecimento do assunto, alternativas
e ações que auxiliassem os alunos, professores e a própria escola, mas infelizmente
ou felizmente, o estágio possui um tempo determinado. Infelizmente, porque o
estágio é direcionado a uma instituição única, em suas características e
necessidades e nós estagiários podemos contribuir de forma muito simples e rápida
devido às exigências, mas digo felizmente, por que como já disse, essa experiência
me instiga a continuar os estudos, aprimorar meu conhecimento e continuar a busca
de novos caminhos para concretizar a transformação de uma educação cada vez
mais significativa, e partindo da expectativa da conclusão do curso neste ano, viso a
concretização de meus objetivos profissionais e aspiro aplicar efetivamente meus
anseios dentro da escola, exercendo a função de Pedagoga, mediadora da
construção do conhecimento e da real formação dos educandos integralmente.

Referências
COSTA,Antonio Carlos Gomes da, Pedagogia da presença; da solidão ao encontro.
Belo Horizonte: Modus Faciendi, 1997.
MODESTI, João. Uma pedagogia perene. Coleção pedagogia viva. Editora Salesiana
Dom Bosco.2º ed.São Paulo, 1984.
UCHOAS, Ermelinda Gonçalves. Presença Construtiva. A relação educador-
educando nos programas sócio-educativos. São Paulo: Ed.Salesiana, 2000

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