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Vol. 2
1) CONCEITO:
Pedro Paulo Teixeira Manus, citado por José Augusto Rodrigues Pinto: 'Destina-se o aviso
prévio à comunicação, no contrato sem prazo, à outra parte, da intenção de romper o contrato de
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trabalho, sem que para tanto tenha havido justo motivo"
3) NATUREZA JURÍDICA:
Teorias:
- transformação do contrato sem prazo em contrato com prazo (Délio Maranhão).
- resilição a termo suspensivo ( Catharino ).
- ato constitutivo e receptício de vontade de efeito ex nunc ( Orlando, Elson e José Augusto)
- condição imposta ao direito de resilir.
Não aceitamos nenhuma das correntes acima por não expressarem a verdadeira natureza
jurídica do aviso prévio. Em primeiro lugar o aviso prévio não transforma o contrato sem prazo em
contrato com prazo, pois se verdadeiro, as parcelas devidas na rescisão seriam as do contrato
por prazo e não as do contrato sem prazo. Também não é resilição a termo suspensivo, porque o
contrato pode continuar ao final do prazo do aviso, sem que importe em celebração tácita de novo
contrato de emprego. Ainda não é o fim do contrato porque pode haver retratação ou fatos
impeditivos a efetivação da vontade de resilir o contrato, como por exemplo, a interrupção ou
suspensão do contrato por motivo de licença médica do empregado. Tampouco é ato constitutivo
ou condição imposta ao direito de resilir. A existência ou exercício do direito potestativo de resilir
o contrato certamente não estão condicionados ao aviso prévio, existindo para as partes o direito
de resilir o contrato independentemente do aviso prévio, importando a sua falta apenas em
sanção jurídica.
Ao nosso ver, o aviso prévio é uma obrigação que a lei impõe aos celebrantes de um contrato
individual de emprego sem prazo, cujo descumprimento importa na sanção jurídica de indenizar a
parte contrária com a importância equivalente ao salário correspondente ao período do aviso
prévio.EBS
4) FINALIDADE e CABIMENTO:
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PINTO, José Augusto Rodrigues - Curso de direito individual do trabalho. 2. ed. São Paulo : LTr,
1995.
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Ver Enunciado TST 44 – Cessação da atividade da empresa. Cabimento.
Enunciado TST 163 - Cabimento do aviso prévio no caso do art. 481 CLT.
5) FORMA:
6) RETRATAÇÃO:
Apesar de ser unilateral o aviso prévio, ou seja, da exclusiva vontade do emitente, a sua
retratação está condicionada à concordância da parte contrária, conforme previsto no 489 da CLT.
7) PRAZO:
O pagamento das parcelas da rescisão obedecerá ao prazo do artigo 477, § 6°, alínea b, da
CLT.
Obs. Falar da aposentadoria por invalidez ou morte do empregado por acidente do trabalho por culpa
do empregador.
O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado, praticar ato que
justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da remuneração correspondente
ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que for devida. Art. 490 da CLT.
Por uma questão de equidade, caso o pré-avisante seja o empregado e o justo motivo para
rescisão for dado pelo empregador, entendo que o empregado fica desobrigado de cumprir o restante
do prazo, sem prejuízo da indenização devida.
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O empregado que, durante o curso do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas
pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante do respectivo prazo – Art. 491, CLT.
Ver Enunciado 73 TST - Falta grave no curso do aviso – Não cabimento da indenização e não
configuração de abandono de emprego.
Obs.: a única falta grave insubsistente no prazo do aviso prévio é a de abandono de emprego, pois
que não daria prejuízo ao empregador.
O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso prévio concedido pelo
empregador, será reduzido de 2 horas diárias, sem prejuízo do salário integral, sendo facultado ao
empregado optar por faltar sete dias corridos. Art. 488 CLT.
Não havendo efetiva redução da jornada, a jurisprudência não considera a dação do aviso
prévio, mandando indenizar o empregado como se não tivesse sido concedido, pois a redução da
jornada visa a facilitar nova colocação do emprego, sem solução de continuidade de seu sustento ou
de sua família. TST 230.
Empregado Rural art. 488 da CLT X ART. 15 da Lei 5.889/73 Pós CF/88
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a) ENUNCIADOS TST:
182 – Tempo de aviso prévio mesmo indenizado – contagem para efeito de indenização do
artigo 9° da Lei n° 6.708/79
Jurisprudência:
Precedentes:
1. Processo RR-359.419/1997.1 - TRT da 2.ª Região - AC. 1.ª Turma. Relator: Min. Ronaldo Lopes
Leal. Publicado no DJ n.º 111. 09/06/2000. p. 285.
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RELATOR: MIN. CARLOS ALBERTO REIS DE PAULA
EMENTA: RECURSO DE EMBARGOS. AVISO PRÉVIO INDENIZADO. ESTABILIDADE.
PROJEÇÃO. ARTIGO 19 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS. O
aviso prévio indenizado implica na garantia de direitos até a data do término daquele prazo, com o
pagamento de salários, com reajustes genericamente concedidos, e os decorrentes de tempo de
serviço, com mais 1/12 de férias e 13º salário. É entendimento consagrado no Precedente 40 da
SDI1. Por outro lado, o artigo 19 do ADCT, tem requisito indispensável para a concessão da
estabilidade, qual seja, a de que o servidor esteja em exercício na data da promulgação da
Constituição da República, o que, não ocorreu na hipótese dos autos. Recurso de embargos a que se
dá provimento.
Atualizado em 18/09/2003